SARTRE
SARTRE
SARTRE
• Vida
• Obras
• Filosofia:
• O existencialismo de Sartre
- O Em-si
- O Para-si
• Socialismo
• Liberdade em Sartre
Sartre defende que o homem é livre e responsável por tudo que está à sua
volta. Somos inteiramente responsáveis por nosso passado, nosso presente e
nosso futuro. Em Sartre, temos a idéia de liberdade como uma pena, por assim
dizer. "O homem está condenado a ser livre". Se, como Nietzsche afirmava, já
não havia a existência de um Deus que pudesse justificar os acontecimentos, a
idéia de destino, tal como descrita pelo cristianismo, passava a ser
inconcebível, sendo então o homem o único responsável por seus atos e
escolhas. Para Sartre, nossas escolhas são direcionadas por aquilo que nos
aparenta ser o bem, mais especificamente por um engajamento naquilo que
aparenta ser o bem e assim tendo consciência de si mesmo. Em outras
palavras, para o autor, o homem é um ser que "projeta tornar-se Deus".
Segundo o comentário de Artur Polônio, "se a vida não tem, à partida, um
sentido determinado […], não podemos evitar criar o sentido de nossa própria
vida". Assim, "a vida nos obriga a escolher entre vários caminhos possíveis,
mas nada nos obriga a escolher uma coisa ou outra". Assim, dentro dessa
perspectiva, recorrer a uma suposta ordem divina representa apenas uma
incapacidade de arcar com as próprias responsabilidades.
O principal em Sartre é o fato de negar por completo o determinismo. Afinal
de contas, não é Deus, nem a natureza, tampouco a sociedade que nos define,
que define o que somos por completo ou nossa conduta. Somos o que
queremos ser, o que escolhemos ser; e sempre poderemos mudar o que
somos, o quem irá definir. Os valores morais não são limites para a liberdade.
Em Paris, sob o domínio alemão, Sartre pôde utilizar suas referências para a
liberdade. Organizava-se a Resistência Francesa. Sartre desejava participar do
movimento, mas agindo a sua maneira. Não chegou a pegar no fuzil. Sua arma
continuava sendo a palavra. Nesta circunstância, o teatro parecia-lhe o
instrumento mais adequado para atingir o público e transmitir sua mensagem.
Assim surgiu a primeira peça teatral de Sartre, As Moscas, encenada em 1943.
Animado pelo êxito de sua primeira experiência, em 1945 Sartre volta à cena
com a peça Entre Quatro Paredes, cujos personagens vivem os grandes
problemas existenciais que o autor aborda em sua filosofia.
• Limitação da liberdade
• O outro
As outras pessoas são fontes permanentes de contingências. Todas as escolhas
de uma pessoa levam à transformação do mundo para que ele se adapte ao
seu projeto. Mas cada pessoa tem um projeto diferente, e isso faz com que as
pessoas entrem em conflito sempre que os projetos se sobrepõem. Mas Sartre
não defende, como muitos pensam, o solipsismo. O homem por si só não pode
se conhecer em sua totalidade. Só através dos olhos de outras pessoas é que
alguém consegue se ver como parte do mundo. Sem a convivência, uma
pessoa não pode se perceber por inteiro. "O ser Para-si só é Para-si através do
outro", idéia que Sartre herdou de Hegel. Cada pessoa, embora não tenha
acesso às consciências das outras pessoas, pode reconhecer neles o que têm
de igual. E cada um precisa desse reconhecimento. Por mim mesmo não tenho
acesso à minha essência, sou um eterno "tornar-me", um "vir-a-ser" que
nunca se completa. Só através dos olhos dos outros posso ter acesso à minha
própria essência, ainda que temporária. Só a convivência é capaz de me dar a
certeza de que estou fazendo as escolhas que desejo. Daí vem a idéia de que
"o inferno são os outros", ou seja, embora sejam eles que impossibilitem a
concretização de meus projetos, colocando-se sempre no meu caminho, não
posso evitar sua convivência. Sem eles o próprio projeto fundamental não faria
sentido.
• Obras póstumas