Investigação Do Subsolo
Investigação Do Subsolo
Investigação Do Subsolo
1. INTRODUO
Terreno todo macio natural caracterizado por condies geocronolgicas e
estratigrficas, incluindo assim, em termos prticos, solos, rochas e materiais
intermedirios, como solos residuais, rochas moles, etc. A parte desse macio em
extenso e profundidade, de interesse para a obra e seu projeto geotcnico
corretamente chamada de subsolo.
do consenso geral que o projeto de uma estrutura de engenharia, por mais
modesta que seja, requer o adequado conhecimento das condies do subsolo no
local onde ser construda.
Por outro lado, se essas estruturas utilizarem solos ou rochas, como materiais
de construo, ser tambm necessrio o conhecimento do subsolo nas reas que
serviro de jazidas para esses materiais.
Entretanto, a seleo e adaptao dos recursos disponveis para explorao
do subsolo, com vistas obteno de informaes e caractersticas de um terreno e
destinadas a atender o projeto de uma determinada estrutura, requer uma arte e
tcnica especficas.
Esta fase de planejamento, que pode determinar o sucesso de um projeto,
ser fundamentalmente funo dos seguintes fatores:
a) Tipo de estrutura e seus problemas especficos
Para os fins de investigao do subsolo, as estruturas podem ser divididas
em trs categorias:
Estruturas para as quais o problema bsico a interao da estrutura com
o solo adjacente. Tais estruturas incluem muros de arrimo, estacaspranchas, tneis e condutos enterrados, sendo o principal interesse o
conhecimento das caractersticas carga-deflexo da superfcie de contato.
Estruturas tais como, aterros rodovirios, barragens de terra e
enrocamento, bases e sub-bases de pavimentos e aterros atrs de muros
de arrimo, onde alm da interao da estrutura de terra com o terreno
adjacente, as propriedades dos materiais utilizados na construo so
necessrias para a determinao do comportamento da prpria estrutura.
Estruturas naturais de solo ou rocha, tais como encostas naturais e os
taludes de cortes. Nesses casos exige-se o conhecimento das
propriedades dos materiais sob as diversas condies a que possam ser
submetidas.
b) Condies geolgicas da rea
O passo inicial de qualquer investigao geotcnica o conhecimento da
geologia local.
As informaes obtidas de mapas geolgicos, fotografias areas ou de
satlites e reconhecimento expeditos no campo, podero indicar em termos gerais,
a natureza dos solos, os tipos de rocha que sero encontrados, suas propriedades
de engenharia mais significativas e condies do lenol dgua.
em :
Manuais
Poos
Trincheiras
Trados manuais
b) Mecnicos
-
3.1 POOS
Objetivos:
*
Exame das camadas do subsolo ao longo de suas paredes; coleta de
amostras deformadas ou indeformadas (blocos ou anis).
Equipamento utilizado:
*
P, picareta, balde e sarilho.
8
Limitaes:
*
A profundidade limitada pela presena do nvel da gua.
3.2 TRINCHEIRAS
Objetivos:
*
Obter uma exposio contnua do subsolo, ao longo da seo de uma
encosta natural, reas de emprstimos, locais de pedreiras, etc.
Equipamento utilizado:
*
Escavadeira.
Apresentao:
*
Perfis geolgicos, estimados em funo dos solos encontrados nas
diferentes profundidades.
3.3 TRADOS MANUAIS
Vantagens:
*
Processo mais simples, rpido e econmico para as investigaes
preliminares das condies geolgicas superficiais.
Utilizao:
*
Amostras amolgadas em pesquisa de jazidas
*
Determinao do nvel da gua.
*
Mudana de camadas.
*
Avano da perfurao para ensaio de penetrao.
Equipamento utilizado:
*
Haste de ferro ou meio ao (1/2 ou 3/4) com roscas e luvas nas
extremidades extenses de 1, 2 e 3 m.
*
Barra para rotao e luva em T.
*
Brocas podem ser do tipo cavadeira, helicoidal ou torcida com
dimetros de 2 , 4 ou 6 (fig. 3.1).
*
Chaves de grifo, sacos e vidros para as amostras.
Execuo:
*
A perfurao feita com os operadores girando a barra horizontal
acoplada a hastes verticais, em cuja extremidade encontra-se a broca. A cada 5 ou
6 rotaes, forando-se o trado para baixo necessrio retirar a broca para remover
o material acumulado que colocado em sacos de lona ou plstico devidamente
etiquetados.
Limitaes:
*
Camadas de pedregulhos mesmo de pequena espessura (5 cm).
*
Pedras ou mataces. Solos abaixo do nvel da gua. Areias muito
compactas.
*
Normalmente podem atingir 10 m.
Apresentao:
*
Os resultados de cada sondagem so apresentados sob forma de
perfis individuais ou de tabelas e so traados perfis gerais do subsolo,
procedimento normalmente adotado para as reas de emprstimo (fig. 3.2).
10
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3.4.1 Equipamento
O equipamento para a execuo de uma sondagem percusso composto
em linhas gerais dos seguintes elementos:
Trip equipado com sarrilho, roldana e cabo (fig. 3.3).
Tubos de revestimento devem ser de ao com dimetro nominal interno de
63,5 mm (Dext = 76,1 mm + 5 mm e Dint = 68,8 + 5 mm) podendo ser
emendados por luvas, com comprimentos de 1,00 e/ou 2,00 m.
Composio de perfurao e de cravao do amostrador padro deve ser
constituda de hastes de ao com dimetro nominal interno de 25 mm (Dext
= 33,4 + 2,5 mm e Dint = 24,3 + 5 mm) e peso terico de 32N/m, acopladas
por roscas e luvas em bom estado, devidamente atarraxadas, formando
um conjunto retilneo, em segmentos de 1,00 m e/ou 2,00 m.
Trado concha deve ter dimetro de (100 + 10) mm.
Trado helicoidal:a diferena entre o dimetro do trado helicoidal (dimetro
mnimo de 56 mm) e o dimetro interno do tubo de revestimento deve estar
compreendida entre 5 mm e 7 mm, a fim de permitir a sua operao por
dentro do tubo de revestimento e, mesmo com algum desgaste, ainda
permitir abertura de furo com dimetro mnimo de 56 mm, para que o
amostrador-padro desa livre dentro da perfurao.
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3.4.2 Procedimento
Em linhas gerais a execuo de sondagens de reconhecimento a percusso
com circulao de gua compreende as seguintes operaes:
a) Processo de perfurao:
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Tabela 3.1
SOLO
NDICE DE RESISTNCIA
PENETRAO
DESIGNAO
Areias e siltes
<4
Fofa (o)
arenosos
5a8
9 a 18
19 a 40
Compacta (o)
> 40
Argilas e siltes
<2
Muito Mole
argilosos
03 a 05
Mole
06 a 10
Mdia (o)
11 a 15
Rija (o)
16 a 19
> 19
Dura
emx - emin
Onde
e
emx
mnima;
mxima.
Tabela 3.2
Compacidade
da areia
Densidade
relativa Dr
SPT
ngulo de atrito
O (o)
Ensaio de
penetrao
esttica
(kg/cm2)
Fofa
Pouco compacta
Compactao
Mdia
Compacta
Muito
compacta
< 0,2
0,2 a 0,4
0,4 a 0,6
<4
05 a 08
09 a 18
< 30
30 a 35
35 a 40
< 20
20 a 40
40 a 120
0,6 a 0,8
> 0,8
19 a 40
> 40
40 a 45
> 45
120 a 200
> 200
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Tabela 3.3
Consistncia da argila
SPT
Resistncia compresso
simples (kg/cm2)
Muito mole
Mole
Mdia
Rija
Muito Rija
Dura
<2
03 a 05
06 a 10
11 a 15
16 a 19
>19
< 0,25
0,25 a 0,5
0,5 a 1,0
1,0 a 2,0
2,0 a 4,0
> 4,0
Argila
N de Golpes SPT
Muito mole
Mole
Mdia
Rija
Muito Rija
Dura
<2
03 a 05
06 a 10
11 a 15
16 a 19
> 19
Tenses
Admissveis
Sapata Quadrada
2
(kg/cm )
Tenses
Admissveis
Sapata Contnua
2
(kg/cm )
< 0,30
0,33 a 0,60
0,60 a 1,20
1,20 a 2,40
2,40 a 4,80
> 4,80
< 0,22
0,22 a 0,45
0,45 a 0,90
0,90 a 1,80
1,80 a 3,60
> 3,60
Tabela 3.5
Areia
N de Golpes
SPT
Tenso Admissvel
(kg/cm2)
Fofa
Pouco Compacta
Medianamente Compacta
Compacta
Muito Compacta
<4
05 a 10
11 a 30
31 a 50
> 50
< 1,0
1,0 a 2,0
2,0 a 4,0
4,0 a 6,0
> 6,0
33
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35
3.11)
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3.5.3 - Operao
A sonda deve ser instalada sobre uma plataforma devidamente ancorada no
terreno a fim de se manter constante a presso sobre a ferramenta de corte.
A seguir a composio (haste, barrilete, alargador e coroa) acoplada
sonda antes de ser acionada, pe-se em funcionamento a bomba que injeta o fluido
de circulao.
A execuo da sondagem rotativa consiste basicamente na realizao de
manobras consecutivas, isto , a sonda imprime s hastes os movimentos rotativos
e de avano na direo do furo e estas os transferem ao barrilete provido de coroa .
O comprimento mximo de cada manobra determinado pelo comprimento
do barrilete, que em geral de 1,5 a 3,0 m.
Terminada a manobra, o barrilete alado do furo e os testemunhos so
cuidadosamente retirados e colocados em caixas especiais com separao e
obedecendo ordem de avano da perfurao.
No boletim de campo da sondagem so anotadas as profundidades do incio
e trmino das manobras e o comprimento de testemunhos recuperados medidos, na
caixa aps a arrumao cuidadosa.
Constam ainda do boletim de sondagem as seguintes informaes: tipo de
sonda, os dimetros de revestimento usados nos diferentes comprimentos da
perfurao, o nmero de fragmentos em cada manobra, natureza do terreno
atravessado (litologia, fraturas, zonas alteradas, etc.), nvel dgua no incio e no
final da sondagem.
3.5.4 - Apresentao dos resultados
Todos os dados colhidos na sondagem so resumidos na forma de um perfil
individual do furo, ou seja, um desenho que traduz o perfil geolgico do subsolo na
posio sondada, baseados na descrio dos testemunhos.
A descrio dos testemunhos feita a cada manobra e inclui:
a) A classificao litolgica
b) Estado de alterao das rochas para fins de engenharia (extremamente
alterada ou decomposta; muito alterada; medianamente alterada; pouco
alterada; s ou quase s)
c) Grau de fraturamento (Ocasionalmente fraturada; pouco fraturada;
medianamente fraturada; muito fraturada; extremamente fraturada; em
fragmentos)
corrente correlacionar-se a qualidade da rocha com a porcentagem de
recuperao a qual se obtm pela relao entre o comprimento total dos vrios
testemunhos de uma mesma manobra e o comprimento dessa manobra, expressa
em porcentagem.
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3.6.1 - Equipamento
Consiste na combinao de equipamentos tradicionais de sondagem
percusso e rotativa. Entretanto, o equipamento de percusso dever ser provido de
tubos de revestimento de grande dimetro (mnimo O 4 a 6), a fim de permitir
maior alcance para a perfurao.
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3.6.2 - Operao
Na maioria dos casos as sondagens mistas iniciam-se em solo, pelo mtodo
percusso.
Ao ser atingido o impenetrvel percusso preciso ento revestir o
comprimento j sondado com o tubo de revestimento de rotativa. O revestimento H
pode ser introduzido por dentro do de dimetro 6 , enquanto que o revestimento N
s pode ser colocado no interior do furo de dimetro 4, aps o arrancamento deste.
Quando o novo revestimento atinge a profundidade impenetrvel a
percusso, a operao prossegue como j descrito nas sondagens rotativas.
To logo o sondador percebe a mudana de material (rocha para solo),
interrompe a manobra e o furo prossegue por percusso com medida do ndice de
resistncia penetrao, anotando no boletim a profundidade em que ocorreu a
passagem.
Encontrando o segundo obstculo impenetrvel a percusso necessrio
voltar ao processo rotativo, devendo-se para isso revestir o trecho ainda no
revestido com tubos de dimetro imediatamente inferior ao que est no furo.
O segundo obstculo ser perfurado com barrilete de mesmo dimetro do
revestimento que est no furo.
A perfurao toma o aspecto da fig 3.15 com os tubos colocados sob forma
de telescpio e vai reduzindo o dimetro medida que forem encontrados
obstculos perfurveis por rotativa.
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46
Pedregulhos
da camisa do amostrador.
Eliminar o atrito do terreno na parede externa do amostrador
Eliminar o atrito da amostra no interior do tubo
Essas condies determinam a concepo do equipamento de amostragem,
a qual deve obedecer a ndices definidos por Hvorslev que vo influir nos dimetros
externo e interno do tubo de amostragem, no comprimento da camisa e no ngulo
de bisel do amostrador.
So os seguinte os ndices de Hvorslev e as dimenses envolvidas esto
indicadas na fig. 3.22.
a) Abertura interna relativa ( Ii)
Define-se pela relao:
I i = Di
Dp
Dp
100%
onde
Di = Dimetro interno do amostrador;
Dp = Dimetro interno da ponta cortante.
Uma pequena abertura interna relativa pode em muitos casos reduzir o atrito
entre as paredes internas da camisa e a amostra.
Recomenda-se que esse ndice seja da ordem de 0,5 a 1%.
b) Coeficientes de rea (Ia)
As deformaes do solo provocadas pelo deslocamentos diminuem com a
espessura da parede do cilindro amostrador. Esta a principal razo do emprego de
amostradores de parede fina.
O volume deslocado durante a amostragem representado pelo coeficiente
de rea definido como a relao entre a diferena das reas circular mxima externa
e mnima interna do amostrador e a rea mxima.
Ia = De2
Di2
De
100%
ngulo do Bisel ()
49
05
10
20
40
80
15
12
09
05
05
S > 30
05 < S < 30
S<5
20
12
10
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3.8.5 - Silte
Solo que apresenta apenas a coeso necessria para formar, quando seco,
torres facilmente desagregveis pela presso dos dedos.
Suas propriedades dominantes so devidas parte constituda pelos gros
de dimetro mximo superior a 0,005 mm e inferior a 0,05 mm. Caracteriza-se pela
sua textura e compacidade.
3.8.6 - Argila
Solo que apresenta caractersticas marcantes de plasticidade; quando
suficientemente mido, molda-se facilmente em diferentes formas; quando seco,
apresenta coeso bastante para constituir torres dificilmente desagregveis por
presso dos dedos .
Suas propriedades dominantes so devidas parte constituda pelos gros
de dimetro mximo inferior a 0,005mm.
Caracteriza-se pela sua plasticidade, textura e consistncia em seu estado e
umidade naturais. Quanto a textura, so as argilas identificadas quantitativamente
pela sua distribuio granulomtrica. Quanto plasticidade, podem ser subdivididas
em:
*
gordas
*
magras
Quanto a consistncia, podem ser subdivididas em:
*
*
*
*
*
52
BIBLIOGRAFIA:
MELLO, Vitor F.B., TEIXEIRA, Alberto H. Mecnica dos Solos, Fundaes e Obras
de Terra v.1, EDUSP Eng. So Carlos.
VARGAS, Milton. Introduo a Mecnica dos Solos. EDUSP.
HACHICK, Waldemar, FALCONI, Frederico F., SAES, Jos Luiz. Fundaes
Teoria e Prtica. Editora Pini ABMS/ABEF.
VARGAS, Milton. Fundao de Edifcio. EDUSP POLI.
CAPUTO, Homero Pinto. Mecnica dos Solos e suas Aplicaes. Livros Tcnicos e
Cientficos Editora.
YAZIGI, Walid. A Tcnica de Edificar. Editora Pini.
LIMA, Maria Jos Porto A. Prospeco Geotcnica do Subsolo. Livros Tcnicos e
Cientficos Editora.
NBR-6484 Solo Sondagens de Simples Reconhecimento com SPT Mtodo de
Ensaio (1997)- ABNT.
ESPECIFICAES DA ENGESONDA
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