Básico de Navegação Aérea PP-PC
Básico de Navegação Aérea PP-PC
Básico de Navegação Aérea PP-PC
Bsico de
Navegao Area
Crditos
Cpia de Cartas e Reviso
Carlos Augusto do Nascimento
Auxiliar de digitao
Alexandre Couto Bernardo
Reviso
Antonio Sobral Pereira
Nota: Todos os cooperadores so Controladores de Trfego
Areo, trabalham em Controle de Aproximao Radar.
Sobre os Autores
Carlos Augusto P. Nascimento e Ricardo Rangel Salvador so
Controladores de Trfego Areo, exercendo funo de Supervisor de
rgo de Controle de Aproximao Radar e Instruo de Regulamentos
Trfego Areo e Navegao Area para Pilotos, Comissrios de Bordo
e Controladores de Trfego Areo.
Participaram como instrutores em curso de Formao de
Controladores Radar para rea Terminal em So Jos dos Campos, e
da aula de Navegao Area para Controladores de Vo.
Qualquer dvida ou sugesto, envie e-mail para
carlosroot@netscape.net ou
rangel@amazon.com.br
Sua participao muito importante, obrigado.
Prefcio
O presente documento tem como finalidade, dar uma viso
geral dos diversos sistemas de orientao e navegao utilizados,
primordialmente, na Aviao (geral e militar), possibilitando um
posterior aprofundamento e atualizao nos sistemas em uso ou que
venham a ser usados.
So conceitos gerais e atualizados que lhe daro base para se
orientar atravs dos instrumentos utilizados pelas aeronaves, nacionais
e estrangeiras.
Foi procurada a conciso e a concentrao das informaes
que esto disponveis em outros manuais, todos editados pela DEPV, e
utilizados pela aviao e pelos Servio de Proteo ao Vo.
Sumrio
Captulo I - Fundamentos de Navegao Area
Introduo
Sistema de Coordenadas Planas
Processos de Navegao
Magnetismo Terrestre
Proa, Rumo e Rota
Tringulo de Velocidades
P-de-galinha
Captulo II - Bsico de Navegao Area
Introduo
Navegao Rdio
Linha de Posio
Marcao
NDB
VOR
DME
ILS
Auxlios Visuais
Captulo III - Cartas Aeronuticas
Procedimentos de Aproximao por Instrumentos
Procedimentos de Sada por Instrumentos
Carta de Pouso
Carta de Aproximao Visual
Simbologia
Glossrio
Referncias Bibliogrficas
Captulo I
INTRODUO
eixo y
4
3
Coordenadas Planas:
1
ponto A (1,2)
ponto B (4,4)
ponto C (6,2)
0,0
eixo x
B
45
A
C
D
25
0
Direo AB = 045
Direo CD= 250
Direo no propriamente um ngulo, mas este pode ser utilizado para
expressar um sentido de deslocamento.
Devemos notar que este sistema de localizao e orientao foi criado
sobre superfcie plana, mas o navegador far vos em torno da Terra, que
sabemos ser esfrica. Ento teremos outro sistema de gradeado, parecido mas
no igual ao estudado.
Processos de Navegao
Para determinao de dois elementos bsicos: posio em relao
superfcie terrestre e direo a seguir, o navegador poder se valer de diversos
meios ou processos a saber:
a) Navegao Visual, por Contato ou Praticagem
aquele em que se utiliza referncias visveis na superfcie
terrestre, tais como: estradas de ferro, de rodagem, rios, lagos,
montanhas, ilhas, cidades, vilas, etc...
o mais utilizado pelos
principiantes da aviao;
b) Navegao Estimada
Neste processo a conduo da aeronave vale-se de instrumentos
de bordo tais como:
bssola, velocmetro, altmetro, relgio;
considerando-se a direo e distncia voada a partir de um ponto de
referncia conhecido.
Este mtodo o bsico de todos os outros mais sofisticados;
c) Navegao Rdio ou Rdio-navegao
Consiste em determinar a posio geogrfica e orientao de
uma aeronave, por meio de equipamentos emissores de ondas de rdio
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Magnetismo Terrestre
A terra cortada por diversas linhas magnticas, como um gigantesco
im, estas linhas tem caractersticas que possibilitou a construo do primeiro
grande recurso de navegao, que em virtude da sua simplicidade, logo se
universalizou, a bssola magntica.
Essas linhas magnticas no se cruzam nem se interrompem, isto nos d
cobertura em, praticamente, qualquer lugar do planeta. O magnetismo terrestre
em qualquer lugar medido, pela determinao da direo e intensidade do
campo magntico. Os dois valores variam com o tempo e o local onde so
observados, entretanto, a variao que nos interessa apenas a de direo.
Na terra existem dois pontos de concentrao magnticas, uma ao Norte
e outra ao Sul, estes so chamados, respectivamente, polo Norte Magntico
(prximo ao Polo Norte Verdadeiro), e polo Sul Magntico (prximo ao polo Sul
Verdadeiro), as linhas de fora tendem a se dirigirem de um a outro polo.
Entretanto estas linhas de fora sofrem interferncias , entre outras coisas, em
virtude da concentrao desuniforme de minerais, principalmente ferrosos, no
subsolo provocando desvios nestas linhas.
Sendo assim, em determinado lugar da superfcie poderemos encontrar
valores diferentes entre a direo do NV (norte verdadeiro) e a direo do NM
(norte magntico), esta diferena denominada de Declinao Magntica(VAR).
Esta VAR pode assumir valores de 0 a 180 para E ou W. Se o NM est a
esquerda do NV a VAR W, quando a direita E, e se as direes coincidirem
nula.
N
V
NM
VAR
W
N
V
NM
VAR E
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correnteza
ponto C
rio
ponto A
AB - trajetria pretendida
AC - trajetria percorrida
Com um aeronave em vo, este efeito ser o mesmo em virtude do
deslocamento da massa de ar. Passaremos ento a definir trs elementos da
navegao area:
Proa - a direo do eixo longitudinal de uma aeronave;
Rota - a projeo, na superfcie terrestre, da trajetria prevista ou
percorrida por uma aeronave;
Rumo - a direo da rota.
Imaginemos agora um deslocamento de uma aeronave com influncia de
um vento lateral.
12
C
A
Este efeito recebe o nome de Deriva, e pode ser calculado pelo ngulo
formado entre a proa da aeronave e o rumo seguido.
Para conseguir voar no rumo pretendido, sob ao de vento, o piloto
deve compensar a ao do vento movendo a proa da aeronave no sentido oposto
ao deslocamento do vento, at que o seu efeito seja neutralizado. A isto damos o
nome de Correo de Deriva, que pode ser calculado pelo ngulo formado entre
o rumo pretendido e a proa corrigida.
Tringulo de Velocidades
Alm de causar a deriva, o vento tambm ter influncia sobre a
velocidade da aeronave.
O equipamento de bordo indica a velocidade em relao ao fluido em que
est imerso, o ar, portanto esta indicao sofre influncia do deslocamento do
prprio fludo, o vento.
Esta velocidade recebe o nome de Velocidade
Aerodinmica (VA).
Para calcularmos a velocidade em relao ao solo temos que compensar
a componente do vento que atua no eixo longitudinal da aeronave. Mesmo que o
vento no seja de proa ou de cauda, sempre poder haver uma componente num
destes sentidos. A esta velocidade resultante chamamos Velocidade Solo (VS).
13
ACFT
VENT
O
VA = 150 kt
NOTA: Neste caso o vento de proa, portanto deve ser reduzido da VA.
Vento = 10 kt
Durante
o vo
necessrio
trs elementos sejam considerados
VS = VA
- Vento
=> VS = que
140 estes
kt
constantemente, a fim de que se possa manter o rumo deseja e se possa calcular
a correta posio e estimados da aeronave. O mais importante ter em mente
que a no observncia destes componentes pode colocar a aeronave em local e
situao no desejados.
P-de-galinha
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Supondo uma aeronave com uma determinada proa (AB), com uma leitura
de proa verdadeira 090, conhecendo-se a VAR do local (15 W) podemos
calcular a Pmg desta aeronave, que ser:
Pmg = 090 + 15 => Pmg = 105
A linha AB pode representar uma proa, um rumo, rota, ou qualquer outra
direo que necessitarmos determinar. A soma ou subtrao ser determinada
pelo lado em que se encontra a VAR (E ou W). Deve-se ter muita ateno na
representao dos dados no p-de-galinha, pois a inverso de qualquer deles
provocar erros muito significativos.
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Captulo II
Introduo
A seguir teremos informaes sobre o sistema de navegao rdio, ou rdionavegao, que permite ao piloto orientar-se a partir de rdio-auxlios instalados ao longo
da rota e aeroportos que operam por instrumentos. Este conhecimento permitir que voc
compreenda o funcionamento dos principais equipamentos e como eles devem ser
interpretados a fim de se conseguir orientar a partir deles.
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Navegao Rdio
Consiste em determinar a
posio geogrfica e orientao de uma aeronave, por meio da interpretao de
mostradores no painel, da direo de ondas de rdio emitidas por estaes terrestres de
posio conhecida. Como exemplo teramos estaes broadcasting, rdio-farol, VOR,
etc...
Nos diversos sistemas de
navegao rdio implantados atualmente, existem elementos bsicos comuns a todos, que
estudaremos a seguir:
Linha de Posio
uma linha que liga uma estao ou ponto de referncia uma aeronave.
Como esta linha possui direo, normalmente ser expressa por um valor angular
medido no sentido NESO(Norte, Este, Sul e Oeste), a partir da direo Norte
(verdadeiro ou magntico) que estiver passando pela estao. Se o ngulo medido
a partir do NV, chamamos o valor de Linha de Posio Verdadeira (LPV) e se for a
partir do NM, de Linha de Posio Magntica (LPM). Observe a figura a seguir.
Marcao
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uma linha que liga uma aeronave uma estao ou ponto de referncia.
Do mesmo modo que a linha de posio, a marcao poder ser expressa por um
valor angular medido no local onde est a aeronave. Assim sendo, teremos:
NV
18
Consiste de uma auxlio do gnero radial que opera na faixa de 200 a 415 KHz, e
em alguns casos entre 1605 e 1800 KHz.
A identificao dos rdio-faris fornecida por um sistema audvel em cdigo
morse, constando de duas ou trs letras, irradiadas periodicamente a pequenos intervalos.
Receptor de bordo
Na aeronave o receptor o rdio compasso ou ADF (Automatic Direction Finding)
e tambm RMI (Radio Magnetic Indicator). composto por uma caixa de controle,
seleo, sintonia e indicadores.
Este tipo de instrumento indicar a MR. O zero da escala est orientado para a
proa da aeronave.
Radiogoniometria
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N
QDM DESEJADO = 120
Pmg =120
Pmg =
050
Pmg =080
20
Mudana de QDR
Todas as situaes que justificam uma mudana de QDM, so utilizveis para uma
mudana de QDR, porm, teremos que raciocinar agora, com uma aeronave afastando-se
da estao. O processo o seguinte:
1 - Define-se de que lado est o QDR desejado;
2 - Efetua-se curva para o lado do QDR desejado;
3 - O valor da proa ser igual ao QDR desejado mais ou menos trinta graus
(Pmg = QDR
desejado 30 );
4 - Mantm-se a proa at a indicao do novo QDR, quando ento ser efetuada a
interceptao.
A figura seguinte mostra uma aeronave no QDR 100, efetuando uma mudana
para o QDR 075.
Pmg = 075
E
Pmg =
045
Pmg = 100
ESTAO
21
22
OBS
VHF-NAV (VOR/ILS)
RMI
OBS
INDICADOR DE AMBIGUIDADE
INDICADOR DE DESVIOS
23
VHF-NAV
(VOR)
Interpretao do Indicador de Ambigidade (IA)
Inicialmente seleciona-se o rumo desejado e faz-se uma perpendicular (90)
direita e esquerda deste rumo. A aeronave no setor da radial ter indicao FROM , e
no setor oposto, indicao TO.
OBS
Veja o exemplo abaixo:
OBS = 030
030
SETOR
FROM
VOR
SETOR
TO
FROM
G
F
24
C
E
TO
B
H
A
D
TO
FROM
25
26
27
28
Indicador de Desvio
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Exemplo:
Nesta situao a aeronave
encontra-se abaixo da rampa
de planeio e esquerda do
eixo da pista.
a) VASIS (Visual Approach Slope Indicator System) - Este sistema proporciona ao piloto
indicao do ngulo de planeio correto para pouso. composto de caixas de alumnio
colocadas simetricamente ao lado da pista, munidas de lmpadas que produziro um
facho de luz vermelha ou branca. Normalmente, este sistema colocado como
complemento de um equipamento ILS, fornecendo orientao visual segura e constante
para a interceptao da trajetria de planeio, permitindo segui-la at 15 m de altura e
300m do ponto de toque. Na trajetria de planeio correta o piloto estar avistando as
luzes dianteira brancas, e as traseiras vermelhas. A tonalidade ROSA (mudana de
branco para vermelho ou vice-versa) indicar que a aeronave est saindo da trajetria
ideal, e que uma correo se faz necessria. Outras vantagens do VASIS so:
- instalao e manuteno simples;
- til com visibilidade de at 800 m;
- combinao de cores lgicas e isentas de confuso; e
- avistado a 6 Km durante o dia e 20 Km durante a noite.
30
ALTA
BAIXA
b) PAPI (Precision Approach Path Indicator) - Este sistema surgiu em 1976 e veio corrigir
uma deficincia apresentada pelo VASIS no tocante s aeronaves wide-bodies,
possuidoras de cabina de pilotagem bem mais alta do que as demais em relao ao
trem de pouso, dando assim informao enganosa do ponto de toque, com conseqente
pouso curto e violento impacto em sua estrutura. Em sua forma mais original, o sistema
PAPI constitudo de uma barra lateral com quatro caixas, normalmente do lado
esquerdo da pista, a menos que isto seja fisicamente impossvel ou impraticvel. Em
VERMELHO
localidade onde a pista seja utilizada por aeronaves que requeiram orientao
para
nivelamento das asas, poder ser instalada um barra com quatro caixas em cada lado
da pista.
BRANCO
Aproximao
NORMAL
31
MUITO ALTO
LIGEIRAMENTE ALTO
32
NORMAL
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Captulo III
Cartas aeronuticas
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35
36
37
38
39
Carta de pouso
As cartas de pouso visam informar ao piloto a configurao geral do
aerdromo, disposio dos rdio auxlios e obstculos.
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41
42
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Simbologia
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Glossrio
ACFT
AD
ADC
ATC
ATS
DA
FAF
KT
MDA
MNM
MSA
RMK
RWY
TA
TKOF
VAC
VAR
AERONAVE
Aircraft
AERDROMO
Aerodrome
CARTA DE AERDROMO
Aerodrome Chart
CONTROLE DE TRFEGO AREO
Air Traffic Control
SERVIO DE TRFEGO AREO
Air Traffic Service
ALTITUDE DE DECISO
Decision Altitude
FIXO DE APROXIMAO FINAL
Final Approach Fix
NS
Knots
ALTITUDE MNIMA DE DESCIDA
Minimum Descent Altitude
MNIMO
Minimum
ALTITUDE MNIMA DE SETOR
Mean Sea Level
OBSERVAO
Remark
PISTA
Runway
ALTITUDE DE TRANSIO
Transition Altitude
DECOLAGEM
Take-off
CARTA DE APROXIMAO VISUAL
Visual Approach and Landing Chart
DECLINAO MAGNTICA
Magnetic Variation
Referncias Bibliogrficas:
AIP - MAP
ICA 100-12 -- Regras do Ar e Servios de Trfego Areo
MMA 100-31 -- Manual do Controlador de Trfego Areo
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