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Básico de Navegação Aérea PP-PC

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Ricardo Rangel Salvador

Carlos Augusto Pinheiro do Nascimento


Controlador de Trfego Areo
Instrutor de Trfego Areo
Supervisor de Controle Radar

Bsico de
Navegao Area

Bsico de Navegao Area

Crditos
Cpia de Cartas e Reviso
Carlos Augusto do Nascimento
Auxiliar de digitao
Alexandre Couto Bernardo
Reviso
Antonio Sobral Pereira
Nota: Todos os cooperadores so Controladores de Trfego
Areo, trabalham em Controle de Aproximao Radar.

Sobre os Autores
Carlos Augusto P. Nascimento e Ricardo Rangel Salvador so
Controladores de Trfego Areo, exercendo funo de Supervisor de
rgo de Controle de Aproximao Radar e Instruo de Regulamentos
Trfego Areo e Navegao Area para Pilotos, Comissrios de Bordo
e Controladores de Trfego Areo.
Participaram como instrutores em curso de Formao de
Controladores Radar para rea Terminal em So Jos dos Campos, e
da aula de Navegao Area para Controladores de Vo.
Qualquer dvida ou sugesto, envie e-mail para
carlosroot@netscape.net ou
rangel@amazon.com.br
Sua participao muito importante, obrigado.

Bsico de Navegao Area

Prefcio
O presente documento tem como finalidade, dar uma viso
geral dos diversos sistemas de orientao e navegao utilizados,
primordialmente, na Aviao (geral e militar), possibilitando um
posterior aprofundamento e atualizao nos sistemas em uso ou que
venham a ser usados.
So conceitos gerais e atualizados que lhe daro base para se
orientar atravs dos instrumentos utilizados pelas aeronaves, nacionais
e estrangeiras.
Foi procurada a conciso e a concentrao das informaes
que esto disponveis em outros manuais, todos editados pela DEPV, e
utilizados pela aviao e pelos Servio de Proteo ao Vo.

Bsico de Navegao Area

Sumrio
Captulo I - Fundamentos de Navegao Area
Introduo
Sistema de Coordenadas Planas
Processos de Navegao
Magnetismo Terrestre
Proa, Rumo e Rota
Tringulo de Velocidades
P-de-galinha
Captulo II - Bsico de Navegao Area
Introduo
Navegao Rdio
Linha de Posio
Marcao
NDB
VOR
DME
ILS
Auxlios Visuais
Captulo III - Cartas Aeronuticas
Procedimentos de Aproximao por Instrumentos
Procedimentos de Sada por Instrumentos
Carta de Pouso
Carta de Aproximao Visual
Simbologia
Glossrio
Referncias Bibliogrficas

Bsico de Navegao Area

Captulo I

Fundamentos de Navegao Area

Nesta etapa encontraremos informaes que so base para todo estudo


de navegao, so conceitos gerais que sero necessrios em todas as etapas
seguintes, portanto devero ser bem compreendidos.

Bsico de Navegao Area

INTRODUO

Para um deslocamento entre dois pontos necessrio a utilizao de


algum mtodos. Nos primrdios, utilizava-se normalmente referncias tais como:
rios, crregos, rvores, pedras, montanhas, cavernas entre outras que permiti-se
a orientao atravs do terreno. Desta forma comeamos a navegar.
Posteriormente observou-se que os astros da abbada celeste
(principalmente o Sol) poderiam ser teis na determinao da direo a seguir e
at na estimativa de posio geogrfica ocupada.
Na contnua evoluo de sistemas de navegao, criaram-se
instrumentos que tornaram mais seguras e menos complicadas a tarefa de
orientao. Mas observamos que alguns elementos bsicos permanecem os
mesmos. O que importa descobrir constantemente o local ocupado em relao
superfcie terrestre (posio), e como se dirigir a outro ponto (direo a seguir).
Isto o que vamos ver nos Fundamentos de Navegao Area. Estes, como j
disse, so conceitos bsicos que vamos utilizar ao longo do nosso estudo.

Bsico de Navegao Area

Sistema de Coordenadas Planas


A necessidade de padronizao de um sistema que permitisse facilmente
a localizao e orientao, fez com que o homem imaginasse um sistema de
gratcula ou gradeado sobre uma superfcie plana. Teramos assim linhas
verticais e horizontais cruzando-se num ngulo de 90 e mantendo entre estas
linhas paralelismo e distncias iguais. Partindo-se de dois eixos arbitrrios x e y
e numerando-se todas as linhas coerentemente, verificamos que qualquer ponto
deste plano poder ser expresso matematicamente por dois algarismos. A esta
representao chamamos de coordenadas planas.

eixo y

4
3

Coordenadas Planas:
1

ponto A (1,2)
ponto B (4,4)
ponto C (6,2)

0,0

eixo x

Mas ao navegador importa, alm da localizao, determinar orientao


(direo a seguir) entre dois pontos quaisquer. Podemos imaginar que as linhas
verticais, sentido de baixo para cima, so direes de referncia e, assim,
qualquer direo tomada neste plano formar com a direo de referncia um
valor angular compreendido entre 000 e 360, ou seja, o ngulo ser medido no
sentido horrio, a partir da direo de referncia at a direo pretendida.

B
45

Bsico de Navegao Area

A
C
D

25
0

Direo AB = 045
Direo CD= 250
Direo no propriamente um ngulo, mas este pode ser utilizado para
expressar um sentido de deslocamento.
Devemos notar que este sistema de localizao e orientao foi criado
sobre superfcie plana, mas o navegador far vos em torno da Terra, que
sabemos ser esfrica. Ento teremos outro sistema de gradeado, parecido mas
no igual ao estudado.
Processos de Navegao
Para determinao de dois elementos bsicos: posio em relao
superfcie terrestre e direo a seguir, o navegador poder se valer de diversos
meios ou processos a saber:
a) Navegao Visual, por Contato ou Praticagem
aquele em que se utiliza referncias visveis na superfcie
terrestre, tais como: estradas de ferro, de rodagem, rios, lagos,
montanhas, ilhas, cidades, vilas, etc...
o mais utilizado pelos
principiantes da aviao;
b) Navegao Estimada
Neste processo a conduo da aeronave vale-se de instrumentos
de bordo tais como:
bssola, velocmetro, altmetro, relgio;
considerando-se a direo e distncia voada a partir de um ponto de
referncia conhecido.
Este mtodo o bsico de todos os outros mais sofisticados;
c) Navegao Rdio ou Rdio-navegao
Consiste em determinar a posio geogrfica e orientao de
uma aeronave, por meio de equipamentos emissores de ondas de rdio

Bsico de Navegao Area

instalados no solo e receptores instalados a bordo das aeronaves.


Sabendo-se o auxlio e sua posio pode-se determinar a rota. Como
exemplo temos os rdio-farois, broadcasting, vor, etc...;
d) Navegao Eletrnica
Baseado
em
equipamentos
eletrnicos,
localizados
exclusivamente a bordo das aeronaves, tem funcionamento autnomo,
isto , independem de outros auxlios do solo. Como por exemplo os
sistema inercial (INS), Doppler, etc...;
e) Navegao Astronmica ou Celestial
Processo bastante conhecido pelos martimos onde as
referncias so astros da abbada celeste, que observados com
equipamento prprio, fornecem posio de um observador na superfcie
terrestre;
f) Navegao por Satlite
Um dos mais modernos e mais precisos mtodos de navegao e
orientao, baseia-se em diversos satlites distribudos em rbitas
especficas, que atravs de processos de triangulao, determinam no
s a posio como, com o auxlio dos receptores de bordo, podem
determinar a velocidade, deslocamento, e uma infinidade de outras
informaes referentes ao vo. Sem dvida ser, em breve, o principal
sistema de navegao area.

Bsico de Navegao Area

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Magnetismo Terrestre
A terra cortada por diversas linhas magnticas, como um gigantesco
im, estas linhas tem caractersticas que possibilitou a construo do primeiro
grande recurso de navegao, que em virtude da sua simplicidade, logo se
universalizou, a bssola magntica.
Essas linhas magnticas no se cruzam nem se interrompem, isto nos d
cobertura em, praticamente, qualquer lugar do planeta. O magnetismo terrestre
em qualquer lugar medido, pela determinao da direo e intensidade do
campo magntico. Os dois valores variam com o tempo e o local onde so
observados, entretanto, a variao que nos interessa apenas a de direo.
Na terra existem dois pontos de concentrao magnticas, uma ao Norte
e outra ao Sul, estes so chamados, respectivamente, polo Norte Magntico
(prximo ao Polo Norte Verdadeiro), e polo Sul Magntico (prximo ao polo Sul
Verdadeiro), as linhas de fora tendem a se dirigirem de um a outro polo.
Entretanto estas linhas de fora sofrem interferncias , entre outras coisas, em
virtude da concentrao desuniforme de minerais, principalmente ferrosos, no
subsolo provocando desvios nestas linhas.
Sendo assim, em determinado lugar da superfcie poderemos encontrar
valores diferentes entre a direo do NV (norte verdadeiro) e a direo do NM
(norte magntico), esta diferena denominada de Declinao Magntica(VAR).
Esta VAR pode assumir valores de 0 a 180 para E ou W. Se o NM est a
esquerda do NV a VAR W, quando a direita E, e se as direes coincidirem
nula.
N
V

NM

VAR
W

N
V

NM

VAR E

Como as informaes das cartas so baseadas no NV e os instrumentos


de bordo so orientados a partir do NM, necessitamos conhecer a VAR de um
determinado local para que possamos encontrar o rumo magntico que
pretendemos voar. Por isso, nas cartas, os pontos com a mesma declinao
magntica, numa mesma linha de fora, so mostrados por uma linha tracejada e
so chamadas de Linhas Isognicas.
Quando estas linhas indicam variao nula so chamadas de Linhas
Agnicas e so representadas por um duplo tracejado e no seu interior a
inscrio NO VARIATION.

Bsico de Navegao Area

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As VAR no so constantes, sofrendo mudanas com o tempo, por isso a


necessidade de verificar se as cartas utilizadas esto atualizadas.
Proa, Rumo e Rota
A correta orientao de uma aeronave em vo fator essencial quando
se deseja um deslocamento de um ponto a outro. A aeronave envolvida por
massa de ar, que normalmente est em movimento, fato conhecido com vento. O
vento um agente que influir diretamente na determinao de orientao de
uma aeronave.
O efeito do vento sobre a direo seguida por uma aeronave em vo
comparvel ao da correnteza de um rio sobre um barco que procura atravess-lo.
Durante a travessia, a correnteza desviar o barco da trajetria e este
atingir a margem oposta em um ponto diferente do inicialmente pretendido.
ponto B

correnteza

ponto C

rio

ponto A

AB - trajetria pretendida
AC - trajetria percorrida
Com um aeronave em vo, este efeito ser o mesmo em virtude do
deslocamento da massa de ar. Passaremos ento a definir trs elementos da
navegao area:
Proa - a direo do eixo longitudinal de uma aeronave;
Rota - a projeo, na superfcie terrestre, da trajetria prevista ou
percorrida por uma aeronave;
Rumo - a direo da rota.
Imaginemos agora um deslocamento de uma aeronave com influncia de
um vento lateral.

Bsico de Navegao Area

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A aeronave saiu do ponto A com proa B. Durante o vo, sofre influncia


de vento pela esquerda fazendo com que a mesma no siga a trajetria AB, mas
sim a trajetria AC. Verifica-se que o vento atua na aeronave sem modificar a
proa, e sim fazendo com que ela derrape no espao.
A direo AB a proa da aeronave.
A linha AC representa a rota voada.
A direo da linha AC representa o rumo.
Direo
do vento

C
A
Este efeito recebe o nome de Deriva, e pode ser calculado pelo ngulo
formado entre a proa da aeronave e o rumo seguido.
Para conseguir voar no rumo pretendido, sob ao de vento, o piloto
deve compensar a ao do vento movendo a proa da aeronave no sentido oposto
ao deslocamento do vento, at que o seu efeito seja neutralizado. A isto damos o
nome de Correo de Deriva, que pode ser calculado pelo ngulo formado entre
o rumo pretendido e a proa corrigida.

Tringulo de Velocidades
Alm de causar a deriva, o vento tambm ter influncia sobre a
velocidade da aeronave.
O equipamento de bordo indica a velocidade em relao ao fluido em que
est imerso, o ar, portanto esta indicao sofre influncia do deslocamento do
prprio fludo, o vento.
Esta velocidade recebe o nome de Velocidade
Aerodinmica (VA).
Para calcularmos a velocidade em relao ao solo temos que compensar
a componente do vento que atua no eixo longitudinal da aeronave. Mesmo que o
vento no seja de proa ou de cauda, sempre poder haver uma componente num
destes sentidos. A esta velocidade resultante chamamos Velocidade Solo (VS).

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O terceiro elemento deste tringulo o prprio Vento, que tem direo e


intensidade que atuaro no deslocamento da aeronave, como j foi visto
anteriormente.
Exemplo:

ACFT

VENT
O

VA = 150 kt
NOTA: Neste caso o vento de proa, portanto deve ser reduzido da VA.
Vento = 10 kt
Durante
o vo
necessrio
trs elementos sejam considerados
VS = VA
- Vento
=> VS = que
140 estes
kt
constantemente, a fim de que se possa manter o rumo deseja e se possa calcular
a correta posio e estimados da aeronave. O mais importante ter em mente
que a no observncia destes componentes pode colocar a aeronave em local e
situao no desejados.

P-de-galinha

O p-de-galinha ou calunga um artifcio grfico muito utilizado pelo


navegador para determinar direes de proa e rumo.
Como j vimos
anteriormente, um vo ser planejado inicialmente sobre uma carta aeronutica,
onde poder ser medido um valor angular do meridiano at a rota pretendida.
Como os equipamentos de bordo fornecem direes referidas ao Norte
Magntico, precisamos converter o valor lido na carta. Esta converso ser feita
somando ou subtraindo a VAR da regio voada (obtida na carta atravs da linha
isognica).

Bsico de Navegao Area

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Supondo uma aeronave com uma determinada proa (AB), com uma leitura
de proa verdadeira 090, conhecendo-se a VAR do local (15 W) podemos
calcular a Pmg desta aeronave, que ser:
Pmg = 090 + 15 => Pmg = 105
A linha AB pode representar uma proa, um rumo, rota, ou qualquer outra
direo que necessitarmos determinar. A soma ou subtrao ser determinada
pelo lado em que se encontra a VAR (E ou W). Deve-se ter muita ateno na
representao dos dados no p-de-galinha, pois a inverso de qualquer deles
provocar erros muito significativos.

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Captulo II

Bsico de Navegao Area

Introduo

A seguir teremos informaes sobre o sistema de navegao rdio, ou rdionavegao, que permite ao piloto orientar-se a partir de rdio-auxlios instalados ao longo
da rota e aeroportos que operam por instrumentos. Este conhecimento permitir que voc
compreenda o funcionamento dos principais equipamentos e como eles devem ser
interpretados a fim de se conseguir orientar a partir deles.

Bsico de Navegao Area

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Navegao Rdio
Consiste em determinar a
posio geogrfica e orientao de uma aeronave, por meio da interpretao de
mostradores no painel, da direo de ondas de rdio emitidas por estaes terrestres de
posio conhecida. Como exemplo teramos estaes broadcasting, rdio-farol, VOR,
etc...
Nos diversos sistemas de
navegao rdio implantados atualmente, existem elementos bsicos comuns a todos, que
estudaremos a seguir:
Linha de Posio
uma linha que liga uma estao ou ponto de referncia uma aeronave.
Como esta linha possui direo, normalmente ser expressa por um valor angular
medido no sentido NESO(Norte, Este, Sul e Oeste), a partir da direo Norte
(verdadeiro ou magntico) que estiver passando pela estao. Se o ngulo medido
a partir do NV, chamamos o valor de Linha de Posio Verdadeira (LPV) e se for a
partir do NM, de Linha de Posio Magntica (LPM). Observe a figura a seguir.

Marcao

Bsico de Navegao Area

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uma linha que liga uma aeronave uma estao ou ponto de referncia.
Do mesmo modo que a linha de posio, a marcao poder ser expressa por um
valor angular medido no local onde est a aeronave. Assim sendo, teremos:

Marcao Relativa (MR) ou Bearing (BRG) - o valor angular medido no


sentido horrio, da proa at a linha de marcao.
Marcao Verdadeira (MV) - o valor angular medido do NV que passa pela
aeronave at a linha de marcao no sentido NESO.
Marcao Magntica (MMG) - o ngulo obtido do NM at a linha que liga a
aeronave estao no sentido horrio.
NM

NV

Partindo deste grfico podemos deduzir as seguintes frmulas:


MV = PV + MR
MMG = PM + MR
LPM = MMG 180
LPV = MV 180
NDB - Nondirectional Beacon (Rdio-farol no direcional)

Bsico de Navegao Area

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Consiste de uma auxlio do gnero radial que opera na faixa de 200 a 415 KHz, e
em alguns casos entre 1605 e 1800 KHz.
A identificao dos rdio-faris fornecida por um sistema audvel em cdigo
morse, constando de duas ou trs letras, irradiadas periodicamente a pequenos intervalos.
Receptor de bordo
Na aeronave o receptor o rdio compasso ou ADF (Automatic Direction Finding)
e tambm RMI (Radio Magnetic Indicator). composto por uma caixa de controle,
seleo, sintonia e indicadores.
Este tipo de instrumento indicar a MR. O zero da escala est orientado para a
proa da aeronave.

Radiogoniometria

Bsico de Navegao Area

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o conjunto de processos destinados a medir direes e determinar posies com


o emprego de ondas de rdio emitidas por transmissor de baixa ou mdia freqncia, de
posio conhecida.
Os rdio-faris utilizados para navegao entre dois pontos, tem suas antenas
transmissoras construdas de tal maneira que os sinais no sero recebidos em sua parte
superior, ocasionando o que chamamos de Cone de Silncio. A passagem sobre este
cone de silncio caracteriza o bloqueio da estao. Normalmente, os valores de rumo
magntico para se aproximar de uma estao NDB so chamados de QDM e para se
afastar, QDR. Voar atravs de um mesmo QDM no to fcil quanto possa parecer, pois,
se tivermos ao de um vento lateral enquanto mantemos a estao na proa, a aeronave
descrever uma trajetria curva conhecida como Curva do Co, at atingir o bloqueio da
estao.
NOTA: QDM o mesmo que MMG e QDR o mesmo que LPM.

Mudana de QDM /QDR


Mudana de QDM
Mudar o QDM de uma aeronave permite ao controlador ou ao piloto dirigi-lo para o
bloqueio de uma estao NDB, por um setor mais adequado a topografia local, assim,
como ajust-lo com o rumo de afastamento ou de aproximao de um procedimento de
descida. Outra utilidade deste processo o de poder desviar a aeronave de outros
trfegos, ou ainda, de formaes meteorolgicas adversas.
O processo muito simples e consiste de curvar a aeronave direita ou esquerda,
para uma proa cujo valor ser igual ao QDM atual mais ou menos 30 (trinta) graus (Pmg =
QDM atual 30 ). A aeronave manter a proa at a indicao do QDM desejado, quando
dever ser orientada para a proa da estao.

N
QDM DESEJADO = 120

Pmg =120

Pmg =
050
Pmg =080

QDM ATUAL = 080

Bsico de Navegao Area

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Mudana de QDR
Todas as situaes que justificam uma mudana de QDM, so utilizveis para uma
mudana de QDR, porm, teremos que raciocinar agora, com uma aeronave afastando-se
da estao. O processo o seguinte:
1 - Define-se de que lado est o QDR desejado;
2 - Efetua-se curva para o lado do QDR desejado;
3 - O valor da proa ser igual ao QDR desejado mais ou menos trinta graus
(Pmg = QDR
desejado 30 );
4 - Mantm-se a proa at a indicao do novo QDR, quando ento ser efetuada a
interceptao.
A figura seguinte mostra uma aeronave no QDR 100, efetuando uma mudana
para o QDR 075.

Pmg = 075

QDR DESEJADO = 075

E
Pmg =
045
Pmg = 100

ESTAO

QDR ATUAL = 100


S

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VOR - Very High Frequency Omnidirectional Range


utilizado em radiogoniometria com muitas vantagens sobre o NDB. O VOR, por
ser um equipamento de freqncia muito alta apresenta as seguintes vantagens sobre o
NDB:
- Curso firme;
- no sofre influncias por parte das condies atmosfricas;
- elimina clculos difceis e demorados;
- no d bloqueio falso;
- no sofre o efeito noturno;
- mais preciso; e
- elimina a curva do co.
O transmissor do VOR opera nas freqncias de 108.0 MHz 117.9 MHz, sendo
que de 108.0 a 112.0 MHz opera somente com decimais pares, e de 112.1 a 117.9 MHz
nos decimais pares e mpares. A identificao da estao fornecida por um sinal auditivo
modulado em cdigo morse, com trs letras. O alcance dos sinais, superior ao de um
NDB, depender da localizao e instalao da antena, que de preferncia, dever estar
livre de qualquer obstculo num raio de 300 m.
O equipamento VOR utilizado como balizamento de aerovias, ou seja, na
navegao em rota, e tambm nas aproximaes, como auxlio bsico de procedimentos.
Normalmente, em virtude da alta freqncia no acompanhar a curvatura da superfcie
terrestre, o alcance para a recepo do sinal de um VOR depender da altitude que a
aeronave se encontra, quanto mais alto melhor.
Receptor de bordo
Dentre os instrumentos de bordo indicadores de sinal de uma estao VOR, temos
o Indicador Rdio Magntico (RMI) e o Indicador de Curso (VHF-NAV), sendo que o
primeiro, ainda nos fornece indicao de sinal de estao NDB. O Indicador de Curso
(VHF-NAV) tambm utilizado para indicao simultnea de trajetria de planeio nos
procedimentos ILS, conforme veremos mais adiante.
No indicador de bordo teremos basicamente:
- Seletor de Curso ou OBS (Omni Bearing Selector) - boto onde o piloto
selecionar o curso que pretende voar.
- Indicador de Desvio de Curso (ID ou CDI) - Barra vertical que se desloca
horizontalmente e que indica a posio da radial selecionada em relao a
aeronave.
- Indicador de Ambigidade (IA) - Janela onde aparece a palavra TO ou FROM
que indicar se o piloto voa PARA ou DE um estao VOR, referente ao rumo
selecionado.
- Bandeira de Alarme (OFF) - que aparecer quando o equipamento estiver
desligado ou no apresentar confiabilidade nas marcaes.

Bsico de Navegao Area

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OBS

VHF-NAV (VOR/ILS)
RMI

OBS
INDICADOR DE AMBIGUIDADE
INDICADOR DE DESVIOS

Bsico de Navegao Area

23

VHF-NAV
(VOR)
Interpretao do Indicador de Ambigidade (IA)
Inicialmente seleciona-se o rumo desejado e faz-se uma perpendicular (90)
direita e esquerda deste rumo. A aeronave no setor da radial ter indicao FROM , e
no setor oposto, indicao TO.
OBS
Veja o exemplo abaixo:
OBS = 030

030

SETOR
FROM

VOR

No sentido horrio teremos:


de 300 a 120 = FROM
de 120 a 300 = TO

SETOR
TO

Interpretao do Indicador de Desvio de Curso (ID)

Para interpretarmos corretamente o ID, temos que nos posicionar em relao


curso selecionado, lembrando que este curso tomado em relao a um VOR. Quando a
aeronave estiver a esquerda deste curso, o ID ficar a direita e vice-versa. Podemos
imaginar que a barra ID um segmento do curso selecionado (OBS).
Este comportamento do ID independe da proa magntica que a aeronave est
voando, mas, logicamente, se queremos interceptar um rumo qualquer devemos estar com
uma proa magntica diferente deste no mximo de 90. Diferenas maiores que noventa
graus significam manobras invertidas com a aeronave.
Veja o esquema a seguir:

FROM
G
F

Bsico de Navegao Area

24

C
E
TO

B
H

A
D

TO

FROM

Bsico de Navegao Area

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Bsico de Navegao Area

26

Vamos analisar dois exemplos esclarecedores:


A aeronave na posio D quer voar no OBS 070 est com proa aproximadamente
de 100, o ID est a esquerda, indicando que ela est a direita do rumo desejado, portanto
ela far curva para a esquerda para intercept-lo.
A aeronave na posio C, com OBS 070, e proa de 240 aproximadamente, est
com o ID a direita, indicando que a aeronave est a esquerda do curso, mas para
interceptao ela ter que curvar a esquerda, se quiser interceptar o curso 070. Ai est o
risco. A tendncia natural seguir a barra do ID, portanto cuidado.
DME - Distance Measuring Equipment
O equipamento medidor de distncia veio como complemento para se descobrir a
posio da aeronave em relao a um auxlio. Para se descobrir a posio da aeronave
sem o auxlio do DME, era necessrio uma srie de clculos e algumas vezes utilizar mais
de uma estao terrestre, j que de uma estao s se obtm a LPM mas no em qual
local desta linha a aeronave se encontra. Com a utilizao do DME, a aeronave tem
fornecida em mostradores, a sua distncia em relao a estao, constantemente.
Este auxlio consiste de um transmissor de bordo chamado de interrogador, que
emite pares de pulsos de energia a intervalos regulares e que so captados pela estao
terrestre. Esta estao, denominada transponder, responde emisso do interrogador
tambm em pares de pulsos, s que a intervalos e freqncias diferentes. O intervalo de
tempo gasto pela ida e volta dos pulsos ento transformado em unidade de distncia
(milha nutica) pelo computador acoplado ao equipamento e mostrado visualmente ao
piloto no painel. A faixa de operao de 960 a 1215 MHz (UHF). bom lembrar que
esta distncia eletronicamente medida, da linha de visada que une a aeronave a
estao, causando pequenos erros quanto posio geogrfica, em virtude da curva da
superfcie terrestre e tambm da altitude da aeronave.
O uso do DME como auxlio navegao traz muitas vantagens para pilotos e
controladores. Dentre elas podemos citar:
- diminuir a separao entre aeronaves equipadas adequadamente.
- rotas em arcos podem ser estabelecidas para prover separaes, ou ainda, para
que determinado trfego contorne um rea ou setor.
- pode ser usado para delimitar esperar em qualquer lugar do espao areo
coberto pelo equipamento.
- permite ao piloto a plotagem constante de sua posio, eliminando clculos
demorado.
No Brasil as estaes DME operam, geralmente, acopladas estaes VOR, com
seleo automtica de freqncia atravs de canais.
ILS - Instrument Landing System

Bsico de Navegao Area

27

O mais perfeito e preciso sistema de navegao em rota no teria finalidade, se


no aerdromo de destino no houvesse um perfeito e seguro processo de aproximao e
pouso. Para resolver este problema foi desenvolvido o ILS.
Vale ressaltar que tamanha foi a melhoria introduzida nos padres operacionais
das aproximaes por instrumentos, que hoje em dia o ILS o equipamento de pouso mais
usado em todo o mundo.
O equipamento ILS, por ser um auxlio de aproximao e pouso, atende apenas a
pista para o qual est instalado.
Originalmente o ILS era constitudo de trs elementos bsicos:
1 - LOCALIZER -

fornece orientao, num plano


horizontal, para o eixo de uma determinada pista. A antena
deste equipamento fica instalada na cabeceira oposta a de
pouso.

2 - GLIDE PATH -indica a trajetria de planeio, num plano vertical, segundo um


ngulo correto de descida. Esta antena instalada na lateral da
pista, prximo ao ponto de toque.
3 - MARKERS - fornecem posio acurada em pontos da trajetria de
aproximao. So instalados ao longo da aproximao final.
OM - Outer Marker (marcador externo)
MM - Midle Marker (marcador mdio)
IM - Inner Marker (marcador interno)
Estes trs elementos iniciais foram submetidos a contnuos estudos e diversos
melhoramentos foram assim introduzidos, alm de outros equipamentos auxiliares terem
sido acoplados aos originais, de forma a aumentar a segurana.
Atualmente, j esto inseridos como auxlios adicionais do ILS, os seguintes
componentes:
a) COMPASS LOCATORS (LOM) - rdio-faris de baixa freqncia, usados para
auxiliar nos procedimentos de espera e
transio.
b) ALS - VASIS - PAPI
- sistema de luzes que fornecem orientao
visual da trajetria de planeio, mesmo sob
visibilidade reduzida.
c) DME no LOCALIZADOR
- fornece continuadamente a distncia da pista
durante a aproximao.
A freqncia de operao do LOCALIZADOR de 108.0 a 112.0 MHz, utilizando
somente os decimais mpares. A identificao composta por trs letras, onde a primeira
invariavelmente I, seguida de duas letras que correspondem abreviatura do local onde
o ILS est instalado. O Glide Path ou Glide Slope opera em UHF, mas em virtude da
associao feita com o Localizador, a sintonia automtica quando selecionamos a
freqncia deste.

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Normalmente, o ngulo de planeio de dois e meio graus em relao ao plano


horizontal da pista, podendo no entanto, variar de conformidade com a topografia do
terreno ou obstculos no setor de aproximao.
Equipamento de bordo
similar ao do VOR, sendo que tem uma barra horizontal que indica a trajetria
de planeio. A interpretao do equipamento bastante simples. Na trajetria de planeio
correta, o piloto ter o cruzamento das barras vertical e horizontal do instrumento
exatamente no centro do mostrador. Se a barra vertical estiver esquerda, a aeronave
estar a direita do eixo da pista, e se a barra estiver direita, a aeronave estar
esquerda do eixo da pista. Quando o barra horizontal estiver acima do centro a aeronave
est baixa, e se a barra estiver abaixo do centro a aeronave est acima da rampa de
planeio. O Localizador emite uma faixa de cinco graus, sendo dois e meio para cada lado
do eixo central, e o Glide Slope apenas um grau, sendo meio grau para cima e meio grau
para baixo. Estas sero as deflexes mximas dos ponteiros, mesmo que os ngulos
sejam maiores.
Quando a aeronave passa sobre os marcadores, sinais luminosos e de udio,
correspondentes a cada um deles, so emitidos pelo painel. Podemos ento precisar a
posio da aeronave em relao a cabeceira da pista.

Indicador de Glide Slope

Indicador de Desvio

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Exemplo:
Nesta situao a aeronave
encontra-se abaixo da rampa
de planeio e esquerda do
eixo da pista.

Auxlios Visuais para Pouso

a) VASIS (Visual Approach Slope Indicator System) - Este sistema proporciona ao piloto
indicao do ngulo de planeio correto para pouso. composto de caixas de alumnio
colocadas simetricamente ao lado da pista, munidas de lmpadas que produziro um
facho de luz vermelha ou branca. Normalmente, este sistema colocado como
complemento de um equipamento ILS, fornecendo orientao visual segura e constante
para a interceptao da trajetria de planeio, permitindo segui-la at 15 m de altura e
300m do ponto de toque. Na trajetria de planeio correta o piloto estar avistando as
luzes dianteira brancas, e as traseiras vermelhas. A tonalidade ROSA (mudana de
branco para vermelho ou vice-versa) indicar que a aeronave est saindo da trajetria
ideal, e que uma correo se faz necessria. Outras vantagens do VASIS so:
- instalao e manuteno simples;
- til com visibilidade de at 800 m;
- combinao de cores lgicas e isentas de confuso; e
- avistado a 6 Km durante o dia e 20 Km durante a noite.

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ALTA

BAIXA

b) PAPI (Precision Approach Path Indicator) - Este sistema surgiu em 1976 e veio corrigir
uma deficincia apresentada pelo VASIS no tocante s aeronaves wide-bodies,
possuidoras de cabina de pilotagem bem mais alta do que as demais em relao ao
trem de pouso, dando assim informao enganosa do ponto de toque, com conseqente
pouso curto e violento impacto em sua estrutura. Em sua forma mais original, o sistema
PAPI constitudo de uma barra lateral com quatro caixas, normalmente do lado
esquerdo da pista, a menos que isto seja fisicamente impossvel ou impraticvel. Em
VERMELHO
localidade onde a pista seja utilizada por aeronaves que requeiram orientao
para
nivelamento das asas, poder ser instalada um barra com quatro caixas em cada lado
da pista.

BRANCO

Aproximao
NORMAL

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MUITO ALTO

LIGEIRAMENTE ALTO

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NORMAL

c) ALS (Approach Lighting System) - consiste de um nmero de barras iluminadas,


instaladas simetricamente
ao longo daBAIXA
linha central da pista, iniciandoMUITO
na cabeceira
LIGEIRAMENTE
BAIXA e se
estendendo at a uma distncia de 914 m no setor de aproximao. Este sistema
normalmente utilizado em conjunto com um sistema de aproximao de preciso, como
RADAR ou ILS. So luzes extremamente brilhantes para asseguras a penetrao
atravs da neblina, fumaa, precipitao, etc. O sistema dividido da seguinte forma:
nos 610 m exteriores as luzes esto separadas do terreno, enquanto que nos 304 m
restantes que se estendem at a pista, as luzes esto montadas no mesmo nvel da
rea de advertncia dos extremos da cabeceira.
Luzes de brilho intermitente
(FLASHERS), podem ou no ser instaladas nos 610 m exteriores do sistema central.

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Captulo III

Cartas aeronuticas

As cartas aeronuticas so o instrumento pelo qual a DEPV divulga os


procedimentos padronizados para utilizao de aerdromos no Brasil. Os
procedimentos por elas descrito so elaborados com a finalidade de garantir a
segurana durante as operaes de vos em rota ou operao de pouso e
decolagem. Veremos de forma simplificada, algumas destas cartas e suas
descries, para que possamos interpreta-las e utiliz-las de forma correta.

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Procedimentos de aproximao por instrumentos (IAL)

necessrio um padro que permita ao piloto chegar prximo a


cabeceira em uso em condies de pouso. Para isso a DEPV elabora
procedimentos de aproximao e pouso com esta finalidade. Para cada
aerdromo e cada pista (cabeceira) deste aerdromo dever corresponder um
procedimento baseado em um determinado auxlio (ou mais de um auxlio,
conforme o caso). Estes procedimentos so divulgados atravs de cartas de
procedimento de aproximao por instrumentos que se encontram a disposio
dos usurios nas salas de informao aeronuticas (salas AIS) situadas em
alguns aerdromos.

Leitura e interpretao das cartas IAL

Estas cartas contm diversas informaes, veremos a seguir somente as


bsicas:
A carta dividida em trs partes bsicas:
Na parte de cima temos uma vista superior onde podemos encontrar o
traado do procedimento no solo, as freqncias dos rgos ATS (quadro
superior direito); freqncia e nome dos rdio-auxlios (quadro prximo ao
grfico); obstculos (indicados por pontos e setas com nmeros, que indicam sua
altitude em ps; altitude mnima de setor (crculo na parte esquerda superior). As
linhas fortes indicam os rumos e curvas do procedimento, as setas indicam o
sentido do deslocamento, e os nmeros dentro das linhas indicam o rumo
magntico. As linhas tracejadas indicam o rumo do procedimento de aproximao
perdida (arremetida em caso do no avistamento da pista ou impossibilidade do
pouso).
Nota: o maior obstculo da rea envolvida fica em negrito.
Logo abaixo, no segundo quadro, temos o perfil do procedimento, com a
trajetria de descida e altitudes. No pequeno quadro a direita acima temos a
altitude de transio (TA) e no pequeno quadro inferior temos a elevao do
aerdromo em ps.
Nas indicaes de altitudes temos a seguinte simbologia:
xxxx - altitude mnima
xxxx - altitude mxima

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xxxx - altitude obrigatria


xxxx - altitude recomendada
No quadro inferior temos a descrio da aproximao perdida, as
indicaes de altitude mnima de descida (MDA), teto requerido, razo de descida
na aproximao final. Conforme indicado no quadro, algumas informaes variam
de acordo com a categoria da aeronave (que depende da sua velocidade na
aproximao) e a condio de funcionalidade dos auxlios rdio ou visuais
envolvidos no procedimento.
No rodap da carta temos o nome da descida, a pista e o auxlio de
referncia e o aerdromo envolvido.
Veja a figura da prxima pgina.

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Procedimentos de sada por instrumentos (SID)

Similarmente ao procedimento de chegada, este procedimento visa


colocar a aeronave em condies de atingir um objetivo de maneira segura, sem
colidir com obstculos no solo, neste caso interceptar a rota de sada para o
destino pretendido. O mtodo de leitura tambm similar.
Leitura e interpretao das cartas SID
Acima temos as freqncias dos rgos ATS, logo abaixo a vista superior
do procedimento de sada propriamente dito, num quadro menor, as observaes
necessrias para a subida (RMK).
Como no procedimento de chegada, temos a informao de obstculos
na rea envolvida na sada. Da mesma forma o maior obstculo fica em negrito.
O gradiente mnimo de subida, descrito na maioria dos procedimentos de
sada a razo expressa em percentagem entre a variao do deslocamento
vertical e a distncia percorrida pela aeronave sobre a superfcie terrestre.
A converso poder ser feita de forma simplificada, pelo emprego de
frmula a seguir, cujo resultado, se no for mltiplo de 50, dever ser
arredondado para o mltiplo superior mais prximo:
gradiente (%) x velocidade (kt) = razo de subida em ps por minuto
Ex.: 3,3 x 140 = 462, aproximando 500 ps por minuto
No rodap teremos o nome da sada e o local envolvido.
Veja a figura a seguir.

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Carta de pouso
As cartas de pouso visam informar ao piloto a configurao geral do
aerdromo, disposio dos rdio auxlios e obstculos.

Leitura e interpretao das cartas de pouso


No quadro principal temos uma vista area do aerdromo com
informaes de obstculos, Declinao Magntica (variao), auxlios-rdio,
elevao do aerdromo, das cabeceiras, comprimento e largura das pistas, alm
dos rumos e numerao das cabeceiras.
Nota: a numerao das cabeceiras feita a partir do seu rumo magntico
dividido por 10 e arredondado para o inteiro mais prximo. A representao
sempre feita com dois dgitos.
Ex.: rumo 064 - RWY 06
rumo 285 - RWY 29
No quadro inferior temos as indicaes complementares e RMK. As
informaes de TORA, TODA, ASDA e LDA no so objetivo desta apostila,
portanto no abordaremos este assunto. Como disse no incio do captulo
abordaremos os tpicos principais, no nos aprofundando em detalhes
excessivamente tcnicos.
No rodap, o nome do aerdromo e sua localizao.
Veja figura a seguir.

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Bsico de Navegao Area

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Carta de Aproximao Visual (VAC)

Nesta carta apresentado o setor de entrada e sada do circuito de


aproximao visual, no quadro principal, e no quadro secundrio o RMK,
observaes de restries na operao neste circuito visual.
Nota: O circuito visual composto de trs partes bsicas, como
mostrado na figura a seguir:
Veja a figura.

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Simbologia

Dentre as diversas cartas existentes, vimos as mais necessrias para o


nosso estudo, sendo que tudo o que vimos praticamente se repete nas demais.
Alerto tambm para o fato de que todas as cartas ou publicaes aeronuticas
possuem uma legenda da simbologia utilizada, que devem ser atenciosamente
lidas, pois ajudam bastante na sua interpretao.
Veja a figura a seguir.

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Glossrio
ACFT
AD
ADC
ATC
ATS
DA
FAF
KT
MDA
MNM
MSA
RMK
RWY
TA
TKOF
VAC
VAR

AERONAVE
Aircraft
AERDROMO
Aerodrome
CARTA DE AERDROMO
Aerodrome Chart
CONTROLE DE TRFEGO AREO
Air Traffic Control
SERVIO DE TRFEGO AREO
Air Traffic Service
ALTITUDE DE DECISO
Decision Altitude
FIXO DE APROXIMAO FINAL
Final Approach Fix
NS
Knots
ALTITUDE MNIMA DE DESCIDA
Minimum Descent Altitude
MNIMO
Minimum
ALTITUDE MNIMA DE SETOR
Mean Sea Level
OBSERVAO
Remark
PISTA
Runway
ALTITUDE DE TRANSIO
Transition Altitude
DECOLAGEM
Take-off
CARTA DE APROXIMAO VISUAL
Visual Approach and Landing Chart
DECLINAO MAGNTICA
Magnetic Variation

Referncias Bibliogrficas:

AIP - MAP
ICA 100-12 -- Regras do Ar e Servios de Trfego Areo
MMA 100-31 -- Manual do Controlador de Trfego Areo

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