Embutido de Carne PDF
Embutido de Carne PDF
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1 INTRODUO
1.1 CONCEITOS
Os embutidos de carne so produtos alimentcios preparados com carnes de origens diversas,
juntamente com certos condimentos e aditivos, que tm como envoltrios as tripas naturais
(intestinos limpos e tratados) ou artificiais (aprovadas pela legislao), podendo ser defumados
ou no. Tais carnes podem ser de origem avcola, bovina, caprina, ovina, suna e mista, que
so devidamente processadas artesanalmente ou industrialmente.
Tais produtos surgiram no Brasil, atravs das receitas tradicionais trazidas principalmente por
imigrantes alemes e italianos que, ao longo do tempo tm sofrido algumas adaptaes em
relao ao clima e ao paladar local, alm das diversas inovaes criadas pelas comunidades
e empresas do setor.
A defumao um processo antigo para a melhoria do cheiro e do sabor dos embutidos de
carne, alm de aumentar a sua vida til para o consumo. Consiste basicamente na exposio
controlada do produto fumaa proveniente da queima de serragem de certas madeiras e
resinas de origem vegetal.
1.2 CLASSIFICAO GERAL
Os embutidos de carne podem ser classificados basicamente em frescos, secos e cozidos:
- Frescos: so os produtos crneos embutidos que so conservados atravs de refrigerao,
tais como a linguia, e as suas variantes calabresa, toscana, etc.
- Secos: so os produtos crneos embutidos que sofrem desidratao parcial e so
conservados atravs de refrigerao ou mesmo em temperatura ambiente, tais como a
mortadela e o salame, e as suas variantes bologna, charque, italiana, pepperoni, etc.
- Cozidos: so os produtos crneos embutidos que sofrem cozimento e so conservados
atravs de refrigerao, tais como a salsicha e as suas variantes frankfurt, hot dog, viena, etc.
1.3 CONSIDERAES GERAIS
2 PROCESSO PRODUTIVO
2.1 MATRIAS-PRIMAS
Para a produo de embutidos de carne, a matria-prima principal so as carnes,
complementada pelas tripas, condimentos e aditivos, alm da gua e gelo.
Como j foi dito anteriormente, a carne pode ser oriunda de diversas origens, tais como avcola,
bovina, caprina, ovina, suna e mista, de acordo com o tipo de produto final. J as tripas podem
ser naturais e tambm artificiais. Quanto aos condimentos, so utilizados tanto os comuns
como os mais exticos. Assim como, os aditivos que podem ser naturais, artificiais e mistos. E
finalmente, a gua e o gelo de boa procedncia.
- Espessantes: servem para substituir uma parte das gorduras, e algumas vezes o amido
e a protena de soja, devido ao aspecto similar a uma gelia, com destaque para a
carragena que extrada a partir de algas marinhas vermelhas, alm de ser solvel em
gua e possuir excelente capacidade de reteno da gua, sem alterar a cor e o sabor do
embutido. Por outro lado, adicionada na salmoura ou no cutter juntamente com o sal, na fase
de moagem.
dos
sabores fortes (amargo e salgado) e reduo da acidez para os produtos com pH baixo.
Existe tambm a combinao com o guanilato monossdico que potencializa o chamado
quinto sabor, representada pela agradvel sensao sentida ao provar um alimento.
geralmente aplicado em conjunto com o inosinato de sdio, cujo resultado a moderao
- Amarradores de embutidos;
- Balanas;
- Bancadas de trabalho;
- Cmaras frigorficas;
- Cutters;
- Depeladoras de salsichas;
- Embaladoras (Ensacadeiras; Seladoras vcuo);
- Embutidoras de carne;
- Estufas ( vcuo e vapor);
- Freezers;
- Geradores de fumaa (Defumadores);
- Misturadores de embutidos;
- Moedores de carne;
- Picadores de carne;
- Refrigeradores;
- Serras-fitas;
- Tachos cozedores;
- Tingidora resfriadora de salsicha;
- etc.
Nota: As mquinas e equipamentos relacionados acima podem contemplar similares para uma
mesma fase do processo produtivo, cabendo ao Empreendedor a escolha entre os mesmos,
conforme o porte do negcio.
2.3 EQUIPAMENTOS AUXILIARES
Para complementar o empreendimento para a produo de embutidos de carne, existem os
equipamentos auxiliares:
- Estantes e acessrios para as reas de armazenagem;
- Mveis e utenslios para os escritrios;
- Equipamentos de telefonia e informtica;
- Balco de atendimento e/ou loja de fbrica (se necessrio);
- Veculo(s) para visita a clientes e entrega de produtos, etc.
A maior fonte de contaminao dos embutidos de carne provm do prprio pessoal que
manuseia as carnes e demais ingredientes. Assim, para garantir uma produo com higiene e
qualidade, quanto ao manuseio, recomenda-se:
- Exame mdico peridico;
- Carteira de sade atualizada;
- Manter os cabelos limpos, cortados e protegidos;
- Manter as unhas aparadas, escovadas e sem esmalte;
- Tomar banho antes de entrar nas reas de processo;
- Usar uniforme completo e rigorosamente limpo;
- Lavar cuidadosamente as mos, antes do incio do trabalho;
- Lavar as botas, antes do incio do trabalho;
- No fumar, beber ou comer nas reas de processo;
- No trabalhar com ferimentos nas mos e demais partes do corpo;
- Comunicar ao setor responsvel, caso haja quaisquer sintomas de doenas.
Nota: Deve-se evitar a todo custo, a presena de insetos, roedores e outros animais
domsticos nas reas de produo. Logo, deve-se manter o local sempre limpo, com telas
(portas, janelas, etc) e periodicamente dedetizado.
2.6 PROCESSOS DE PRODUO
quando conservado sob refrigerao. Alm disso, a aparncia brilhante, a cor, o aroma e o
sabor so bem caractersticos, devido a ao e a deposio de certas substncias sobre a
superfcie.
2.7 HIGIENIZAO DAS MQUINAS, EQUIPAMENTOS E ACESSRIOS
Como os embutidos de carne so produtos alimentcios perecveis, necessria uma correta,
completa e peridica higienizao de todas as mquinas, equipamentos e acessrios
utilizados, para evitar a contaminao e perda de qualidade do produto final. Assim,
recomenda-se:
- Pr-lavagem: deve ser feita com gua corrente sob temperatura ambiente, para a remoo
das sujidades aderidas nas superfcies em geral.
- Lavagem: deve ser feita com gua misturada com detergente atxico e de fcil enxague, para
a remoo das gorduras. Pode-se imergir algumas partes e peas em tal soluo durante 5
min ou mais, de acordo com o tamanho e tipo das mesmas.
- Enxague: deve ser feita com gua corrente em abundncia, para remoo de todo o
detergente e demais sujidades remanescentes.
- Sanitizao: deve ser feita com gua clorada ou gua quente a 77 C ou mais, para
esterilizao geral em nvel microbiolgico.
- Secagem do material lavado: deve ser feita com toalhas descartveis especficas ou secagem
natural. Nunca usar tecidos com fibras txteis e afins, para no haver contaminao por
partculas que seriam misturadas aos produtos finais.
- Geladeiras: devem ser lavadas e sanitizadas com uma soluo de cloro a 200 ppm.
- Cmaras frigorficas e Freezers: deve ser removido todo o excesso de gelo, seguida da
lavagem e sanitizao.
2.8 HIGIENIZAO DAS REAS
De forma anloga ao item anterior, necessria tambm uma correta, completa e peridica
higienizao de todas as reas onde ocorrem os processos de produo. Assim, recomendase:
- Armazenamento: o piso deve ser lavado diariamente com soluo de gua e detergente, e
devem ser removidas periodicamente as sujidades das estantes, atravs de panos embebidos
em gua clorada, alm de manter os produtos sempre devidamente organizados.
- Lavatrios e Pedilvios: devem ser lavados e escovados diariamente com gua e detergente,
e depois enxaguados com gua clorada a 200 ppm.
- Banheiros e Vestirios: devem ser lavados e escovados diariamente com gua e sabo, e
depois devem ser devidamente secos.
- Caixa dgua: deve ser limpa a cada 6 meses, atravs do esvaziamento, lavagem com gua
e escova, seguida do enxgue com gua limpa, mantendo-se as respectivas torneiras abertas.
Depois, banhar a caixa com uma soluo de gua clorada a 500 ppm, ainda com as torneiras
abertas. Finalmente, fechar todas as torneiras e encher a caixa normalmente com gua.
2.9 BPF - BOAS PRTICAS DE FABRICAO
importante ressaltar a importncia de se trabalhar segundo as Boas Prticas de Fabricao
(BPF). As BPF so um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indstrias de
alimentos, para garantir a qualidade sanitria e a conformidade dos seus produtos perante os
- Processo: Preparar as carnes previamente congeladas (discos com furos de 12 mm) / Bater
as carnes modas e os ingredientes, com o cutter na sequncia (carnes magras e 50 % do sal
de cura / 50 % do gelo / protena de soja / gordura / restante do sal e outros ingredientes /
restante do gelo a 16 C / fixador de cor) / Avaliar a consistncia da massa / Embutir com as
tripas (calibre - 22 mm) / Cozinhar em estufa (20 min a 55 C - calor seco e chamin aberta /
30 min a 70 C - calor seco e chamin fechada / 30 min a 80 C - calor mido e chamin
fechada, at atingir 71 C) / Resfriar com jatos de gua (temperatura ambiente) / Depilar (caso
as tripas no sejam comestveis) / Embalar / Conservar sob refrigerao.
2.10.9 SALSICHA COM SOJA
- Matria-prima: 15 kg - Concentrado de Soja hidratado / 28 kg - Carne bovina / 11 kg - Carne
suna / 28 kg - Toucinho e 18 kg - Gelo.
- Ingredientes: 3,8 g - Glutamato monossdico / 2 g - Polifosfato / 18 kg - Salitre e Condimentos.
- Processo: Moer as carnes e o toucinho, e congelar / Bater as carnes e 50 % dos ingredientes
/ Adicionar os demais 50 % dos ingredientes, e bater a 2 C / Adicionar toucinho a 6 C / Bater
com o cutter a 16 C / Embutir / Aquecer durante 1 h / Defumar a 65 C durante 30 min /
Cozinhar a 76 C durante 30 min / Resfriar a 15 C / Conservar a 5 C.
2.10.10 SALSICHO COM VEGETAIS
- Matria-prima: 30 kg - Carne bovina / 33 kg - Carne suna / 17 kg - Toucinho e 20 kg - Gelo.
- Ingredientes: 100 g - Ervilha / 3,8 g - Glutamato monossdico / 100 g - Pimento vermelho /
2 g - Polifosfato / 19 kg - Salitre e Condimentos.
- Processo: Moer as carnes e o toucinho, e congelar / Bater as carnes e os ingredientes, com
o cutter a 6 C / Adicionar 50 % de toucinho, e bater a 16 C / Misturar a ervilha e o pimento
com a massa / Embutir / Aquecer a 60 C durante 1 h / Cozinhar a 76 C durante 3 hs / Resfriar
ao ambiente / Conservar a 5 C.
2.10.11 SALSICHO TIPO CAADOR
- Matria-prima: 20 kg - Carne bovina / 45 kg - Carne suna / 15 kg - Toucinho e 20 kg - Gelo.
- Ingredientes: 4 g - Glutamato monossdico / 2 g - Polifosfato / 20 g - Salitre e Condimentos.
- Processo: Moer a carne bovina e congelar / Moer a carne suna e o toucinho com disco (furos
de 8mm) / Misturar 50 % do Cloreto com Nitrito de sdio e resfriar / Bater a carne bovina e os
ingredientes, com o cutter a 12 C / Misturar a carne suna e o toucinho modos com a massa
/ Embutir / Aquecer a 60 C durante 1 h / Defumar a 65 C durante 1 h / Cozinhar a 76 C
durante 3 hs / Resfriar ao ambiente / Conservar a 5 C.
2.11 OUTROS PROCESSOS DE EMBUTIDOS DE CARNE
Seguem abaixo, de forma simplificada, outros processos de produo de embutidos de carne
tendo como matria principal, a carne de origem caprina e ovina.
2.11.1 LINGUIA CALABRESA DEFUMADA DE CAPRINO OU OVINO
- Matria-prima: 90 kg - Carne de caprino e/ou ovino (parte dianteira) / 10 kg - Gordura suna
(toucinho).
- Ingredientes: 10 l - gua / 1 kg - Condimento linguia calabresa / 200 g - Fixador A-80 / 200
g - Krakoline / 150 g - P hngaro e 1,8 kg - Sal refinado.
3 FABRICANTES
ACESSRIOS
FORNECEDORES
DE
MQUINAS,
EQUIPAMENTOS
Segue uma lista de alguns Fabricantes e Fornecedores, contendo informaes para contato e
as eventuais fases de produo aplicveis:
http://www.abimaq.org.br/solucoes_tecnicas_imagens/embutido_de_carne/embcar_maqeqpt
oaces.xls
5 RECOMENDAES
5.1 REGISTROS E OUTROS SERVIOS
Para fins legais de operao e manuteno da fbrica, perante os rgos e entidades
competentes, ser necessrio todo um trmite administrativo, jurdico, contbil e fiscal. Isto
poder ser realizado pelos respectivos departamentos internos, ou mesmo por uma empresa
de consultoria especializada, que prestar os seguintes servios:
- Atos constitutivos;
- Auxlio jurdico;
- Contabilidade;
- Controle fiscal;
- Registro na Junta Comercial;
- Registro na Secretaria da Receita Federal;
- Registro na Secretaria de Estado da Fazenda;
- Registro na Prefeitura do Municpio (Alvar de funcionamento);
- Registro no INSS;
- Registro no Sindicato Patronal;
- Cadastro na Caixa Econmica Federal (Conectividade Social);
5.2 CONSULTORIAS GESTO DE EMPRESAS
Para auxiliar o futuro Empreendedor segue abaixo, uma relao de algumas Empresas que
prestam servios diversos de consultoria:
http://www.abimaq.org.br/solucoes_tecnicas_imagens/embutido_de_carne/cons_gesneg.xls
5.3 REGULAMENTAO TCNICA
5.3.1 LEIS E PORTARIAS
Para o negcio de embutidos de carne, o Empreendedor deve estar devidamente registrado
na ANVISA, CETESB, Ministrio da Agricultura e Ministrio da Sade, e eventualmente em um
outro rgo, dependendo da regio. Logo, recomenda-se a consultoria de Empresas
especializadas para dirimir as dvidas, quanto aos procedimentos corretos.
A ttulo informativo, segue abaixo uma pequena Relao das Leis, Portarias e Resolues da
ANVISA, referente aos embutidos de carne, podendo ser aplicados nas diversas fases do
processo produtivo e tambm no controle de qualidade:
http://www.abimaq.org.br/solucoes_tecnicas_imagens/embutido_de_carne/embcar_regtec.xls
Alm disso, convm consultar tambm:
- CNNPA Comisso Nacional de Normas e Padres para Alimentos.
Resoluo CNNPA n. 12 - 24/07/1978.
- Decreto-Lei n. 986 - Artigo 64 - 21/10/1969.
Trata sobre generalidades a respeito da produo de alimentos.
Alm disso, deve-se consultar o PROCON para adequao dos seus produtos s
especificaes do Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n. 8078 de 11/09/90).
5.3.2 RESPONSVEL TCNICO
Para a produo de embutidos de carnes utilizam-se diversas substncias qumicas, alm de
todo o processo em si, logo, recomenda-se que um engenheiro de alimentos ou outro
profissional da rea atue como responsvel tcnico, para garantir a segurana do processo e
a qualidade do produto final.
Contudo, isso no significa que o fabricante est totalmente isento da fiscalizao da vigilncia
sanitria, pois h a necessidade de inspeo peridica das instalaes e condies gerais das
matrias-primas, instalaes, etc.
5.4 OUTRAS INFORMAES
Recomenda-se ficar atento e atualizado frente ao mercado, alm de conhecer novas
tendncias, tecnologias e processos, objetivando realizar parcerias e fazer bons negcios.
Para isto, existem diversos Cursos e Treinamentos, Entidades, Feiras e demais meios de
comunicao pertinentes.
5.4.1 CURSOS E TREINAMENTOS
EMBUTIDO DE CARNE
Fontes consultadas
ARTIGOS ACADMICOS:
Embutidos
Roa, Prof. Roberto de Oliveira
Laboratrio de Tecnologia dos Produtos de Origem Animal
Fazenda Experimental Lageado
FCA UNESP Campus de Botucatu - SP
ARTIGOS TCNICOS:
Nogueira Filho (EBAPE PE)
Processamento de Carnes de Caprinos e Ovinos
Melo, Hlida Gomes de
Carneiro, Adriana da Mota
site: http://www.nogueirafilho.com.br
Apresentao: Tecnologia de Embutidos
Dickel, Prof. Elci Lotar
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina SC
Departamento de Engenharia Qumica e Engenharia de Alimentos
site: http://www.enq.ufsc.br
CONCEITO DE EMBUTIDO DE CARNE E EMULSO:
Embutido - http://pt.wikipedia.org/wiki/Embutido
Emulso - http://pt.wikipedia.org/wiki/Emulso
ENTIDADES:
ABIMAQ Associao Brasileira da Indstria de Mquinas e Equipamentos
Av. Jabaquara, 2925 - So Paulo - SP - CEP: 04045-902
Tel: (11) 5582-6311 - Fax: (11) 5582-6312
e-mail: abimaq@abimaq.org.br
site: http://www.abimaq.org.br
ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria
SEPN 515 - Bloco B - Edifcio mega - Braslia - DF - CEP: 70770-502
Tel: (61) 3448-1000
site: http://www.anvisa.gov.br
SBRT Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas
site: http://sbrt.ibict.br
SEBRAE Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas
Unidades em todo o Brasil
site: http://www.sebrae.com.br
FABRICAO DE EMBUTIDO DE CARNE:
Boas Idias
Fabricao de Embutidos: linguias, salames e salsichas
site: http://www.boasideias.com.br
Emprega Brasil
Fabricao de Linguia
site: http://www.empregabrasil.org.br