Fichas Extra ACED
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3 de Março de 2004
Semana 1
1. Escreva os seguintes números complexos na forma a + bi e represente-os geometricamente
no plano de Argand:
1 2+i
a) (2 + i)(1 − i) b) c)
1−i 1+i
d) 3 − 4i e) −1−i
5. Esboçe no plano complexo o conjunto dos números complexos que satisfazem as relações
seguintes:
a) |z − 2| = 3
b) |z − 2| + |z + 2| = 5
c) |z − 1| − |z + 1| > 2
1
Análise Matemática IV 2
d) |z| = Re(z) + 2
e) Im(z) + Re(z) < 1
� �
z−i
f) Im z−1 =0
� �
g) Re z−1
z−i
=0
a) z 4 + 16i = 0
b) zz − z + z = 0
c) z 4 + z 2 = −1 − i
d) z 2 + 2z + 1 = 6i
1−28i
e) z 6 = (i + 2)3 + 2−i
Semana 2
1. Estabeleça as seguintes identidades (onde z = x + iy):
a) cos (iz) = cosh (z); b) sen (iz) = isenh z;
c) |cos z|2 + |sen z|2 = cosh (2y); d) cos 2 z + sen 2 z = 1;
e) sen (z + w) = sen z · cos w + cos z · sen w; f) cosh 2 z + senh 2 z = cosh (2z).
2. Calcule o valor principal (i.e., tomando na função log z o ângulo correspondente à restrição
principal) de:
� �1+i
a) log (−i); b) log (1 − i); c) ii ; d) 1+i√
2
.
4. Determine o conjunto dos pontos do plano complexo onde as seguintes funções admitem
derivada:
(a) xy − ix (b) z 2 − 3z (c) z − z̄ (d) ez (e) Im(z 2 )
5. Considere a função f : C → C definida por f (z) = f (x + iy) = x2 − y 2 + 2i|xy|.
(a) Estude a analiticidade de f (z).
(b) Calcule f � (z) nos pontos onde f é analı́tica.
6. Considere a função f : C → C definida por
� 3 3 3 3
x −y
x2 +y 2
+ i xx2 +y
+y 2
se (x, y) �= (0, 0)
f (z) = f (x + iy) =
0 se (x, y) = (0, 0)
(a) Mostre que as equações de Cauchy-Riemann são verificadas em (x, y) = (0, 0).
(b) Verifique, utilizando a definição, que f � (0) não existe.
(c) Porquê que isto não contradiz o Teorema de Cauchy-Riemann?
7. Mostre que se f e f são ambas inteiras, então f é constante.
8. Seja A ⊂ C um aberto e defina A∗ = {z ∈ C : z̄ ∈ A}. Se f é uma função analı́tica em A
mostre que F (z) = f (z) é uma função analı́tica em A∗ .
1
Análise Matemática IV
Resolução dos problemas para as aulas práticas
Semana 2
1. Estabeleça as seguintes identidades (onde z = x + iy):
a) cos (iz) = cosh (z); b) sen (iz) = isenh z;
c) |cos z|2 + |sen z|2 = cosh (2y); d) cos 2 z + sen 2 z = 1;
e) sen (z + w) = sen z · cos w + cos z · sen w; f) cosh 2 z + senh 2 z = senh (2z).
Resolução:
(a) Utilizando a definição de coseno complexo
ei(iz) + e−i(iz) e−z + ez
cos (iz) = = = cosh z
2 2
(b) De modo análogo
ei(iz) − e−i(iz) e−z − ez
sen (iz) = = −i = isenh z
2i 2
(c) Notando que para um complexo z o quadrado do seu módulo é dado por |z|2 = zz, obtemos:
eiz + e−iz eiz + e−iz
|cos z|2 =
2 2
eiz + e−iz e−iz̄ + eiz̄
=
2 2
ei(z−z̄) + ei(z+z̄) + e−i(z−z̄) + e−i(z+z̄)
=
4
e também:
eiz − e−iz eiz − e−iz
|sen z|2 =
2i 2i
eiz − e−iz e−iz̄ − eiz̄
=
2i −2i
ei(z−z̄) −ei(z+z̄) + e−i(z−z̄) − e−i(z+z̄)
=
4
Logo:
ei(z−z̄) + e−i(z−z̄)
|cos z|2 + |sen z|2 =
2
e−2y + e2y
=
2
= cosh (2y).
1
(d) Mais uma vez utilizando a definição das funções trigonométricas complexas
� eiz + e−iz �2 � eiz − e−iz �2
cos 2 z + sen 2 z = +
2 2i
1 � 2iz �
= e + 2 + e−2iz − e2iz + 2 − e−2iz = 1
4
(e) Outra vez utilizando a definição das funções trigonométricas complexas
2. Calcule o valor principal (i.e., tomando na função log z o ângulo correspondente à restrição
principal) de:
� �1+i
a) log (−i); b) log (1 − i); c) ii ; d) 1+i
√
2
.
Resolução:
iπ iπ iπ
(a) log (−i) = log (1e− 2 ) = log 1 − =−
2 2
√ −i π 1 π
(b) log (1 − i) = log ( 2e 4 ) = log 2 − i
2 4
i iπ π
(c) ii = elog (i ) = eilog i = eilog (1e 2 ) = ei(i 2 ) = e−π/2
� � √
1 + i 1+i (1+i)log ( 1+i
√ ) π 2 −π/4
(d) √ =e 2 =e (1+i)i 4 = e (1 + i)
2 2
Resolução:
(a) ez = 2 ⇔ z = log 2 + 2kπi com k ∈ Z.
2
(b) Multiplicando todos os termos por eiz , obtem-se
e2iz − e−2iz
sen (2z) = 5 ⇔ =5
2i
e multiplicando todos os termos da equação por e2iz
√
10i ± −96 √
e4iz
− 10ie2iz
−1=0 ⇔ e 2iz
= = (5 ± 2 6)i
2
Então √
2iz = log ((5 ± 2 6)i) + 2kπi , k∈Z
√
Finalmente, dado que 5 ± 2 6 são ambos positivos,
−i � √ π�
z= log (5 ± 2 6) + i + kπ , k∈Z
2 2
ou seja
π i� √
z= + kπ − log (5 ± 2 6) , k∈Z
4 2
4. Determine o conjunto dos pontos do plano complexo onde as seguintes funções admitem derivada:
Resolução:
(a) Sendo f (x + iy) = xy − ix, verifica-se que
e como tal
∂u ∂u ∂v ∂v
=y , =x , = −1 , =0
∂x ∂y ∂x ∂y
Atendendo a que todas as derivadas parciais são contı́nuas, f será diferenciável no conjunto de
pontos onde se verifiquem as condições de Cauchy-Riemann. Tem-se então que
� �
∂u
∂x = ∂v
∂y y=0
⇔
∂y = − ∂x x=1
∂u ∂v
3
(b) Sendo f (z) = z 2 − 3z = (x + iy)2 − 3(x + iy) = x2 − y 2 − 3x + i(2xy − 3y), verifica-se que
e como tal
∂u ∂u ∂v ∂v
= 2x − 3 , = −2y , = 2y , = 2x − 3
∂x ∂y ∂x ∂y
É óbvio que as condições de Cauchy-Riemann são verificadas para todo (x, y) ∈ R2 , e atendendo
a que todas as derivadas parciais são contı́nuas, f é diferenciável em C, e
∂u ∂v
f � (z) = (x, y) + i (x, y) = 2x − 3 + i2y = 2z − 3
∂x ∂x
para todo z ∈ C.
(c) Sendo f (z) = z − z̄ = x + iy − (x − iy) = 2iy, verifica-se que
como tal
∂u ∂u ∂v ∂v
= ex cos y , = −ex sen y , = −ex sen y , = −ex cos y
∂x ∂y ∂x ∂y
Para que se verifiquem as condições de Cauchy- Riemann
� � �
∂u
∂x = ∂v
∂y ex cos y = −ex cos y cos y = 0
⇔ ⇔
∂y = − ∂x −ex sen y = ex sen y sen y = 0
∂u ∂v
Atendendo a que as funções seno e coseno nunca se anulam simultâneamente, tem-se que o
domı́nio de diferenciabilidade é o conjunto vazio.
(e) Sendo f (z) = Imz 2 = Im(x2 − y 2 + i2xy) = 2xy, verifica-se que
4
5. Considere a função f : C → C definida por f (z) = f (x + iy) = x2 − y 2 + 2i|xy|.
(a) Estude a analiticidade de f (z).
(b) Calcule f � (z) nos pontos onde f é analı́tica.
Resolução:
(a) Começemos por estudar o domı́nio de diferenciabilidade de f . Podemos escrever
�
x2 − y 2 + 2xyi se xy ≥ 0
f (z) = f (x + iy) =
x2 − y 2 − 2xyi se xy < 0
pelo que, se xy ≥ 0
e se xy < 0
u(x, y) ≡ Ref (x, y) = x2 − y 2 , v(x, y) ≡ Imf (x, y) = −2xy
Temos então que se xy ≥ 0
∂u ∂u ∂v ∂v
= 2x , = −2y , = 2y , = 2x
∂x ∂y ∂x ∂y
e as condições de Cauchy-Riemann verificam-se para todo (x, y) tais que xy ≥ 0. Dado que as
derivadas parciais de u e v são contı́nuas na mesma região, conclui-se que f é diferenciável em
{z ∈ C : Rez · Imz ≥ 0}. Para z nesta região
∂u ∂v
f � (z) = (x, y) + i (x, y) = 2x + i2y = 2z
∂x ∂x
No caso em que xy < 0
∂u ∂u ∂v ∂v
= 2x , = −2y , = −2y , = −2x
∂x ∂y ∂x ∂y
e as condições de Cauchy- Riemann não se verificam nesta região, pelo que f não admite derivada
no conjunto {z ∈ C : Rez · Imz < 0}.
(b) Para que f seja analı́tica num dado ponto de C é necessário que: exista uma vizinhança de
z, U , onde f � (w) exista para todo w ∈ U . Tem-se então que o domı́nio de analiticidade de f é
a região {z ∈ C : Rez · Imz > 0}.
(a) Mostre que as equações de Cauchy-Riemann são verificadas em (x, y) = (0, 0).
(b) Verifique, utilizando a definição, que f � (0) não existe.
(c) Porquê que isto não contradiz o Teorema de Cauchy-Riemann?
Resolução:
(a) Atendendo à definição de f , podemos escrever
� 3 3 � 3 3
x −y x +y
se (x, y) =
� (0, 0) se (x, y) �= (0, 0)
u(x, y) = x +y
2 2
, v(x, y) = x +y
2 2
5
Tem-se então
∂u u(h, 0) − u(0, 0) ∂u u(0, h) − u(0, 0)
(0, 0) = lim =1 , (0, 0) = lim = −1
∂x h→0 h ∂y h→0 h
e
∂v v(h, 0) − v(0, 0) ∂v v(0, h) − v(0, 0)
(0, 0) = lim =1 , (0, 0) = lim = 1,
∂x h→0 h ∂y h→0 h
É então óbvio que as condições de Cauchy-Riemann se verificam em (x, y) = (0, 0).
(b) Por definição
x3 −y 3 3 3
� f (z) − f (0) x2 +y 2
+ i xx2 +y
+y 2
f (0) = lim = lim
z→0 z (x,y)→(0,0) x + iy
Por outro lado, escrevendo f (x, y) = u(x, y) − iv(x, y), como f é analı́tica em C, concluı́mos que
as funções u e −v satisfazem as equações de Cauchy-Riemann:
∂u ∂v ∂u ∂v
=− , = .
∂x ∂y ∂y ∂x
Deste conjunto de equações concluı́mos que:
∂u ∂v ∂u ∂v
= = = = 0.
∂x ∂y ∂y ∂x
Mas então:
∂u ∂v
f � (z) = +i = 0,
∂x ∂x
como pretendı́amos.
6
8. Seja A ⊂ C um aberto e defina A∗ = {z ∈ C : z̄ ∈ A}. Se f é uma função analı́tica em A mostre
que F (z) = f (z) é uma função analı́tica em A∗ .
Resolução:
Se escrevermos f (z) = u(x, y) + iv(x, y) e F (z) = U (x, y) + iV (x, y), obtemos:
Ou seja, U (x, y) = u(x, −y) e V (x, y) = −v(x, −y). Como u e v são funções diferenciáveis em
A, segue-se que U e V são funções diferenciáveis em A∗ . Por outro lado, verificamos que U e V
satisfazem as equações de Cauchy-Riemann em A∗ da seguinte forma:
∂U ∂
= u(x, −y)
∂x ∂x � �
∂u �� ∂v ��
= =
∂x �(x,−y) ∂y �(x,−y)
∂ ∂V
= (−v(x, −y)) = ,
∂y ∂y
∂U ∂
= u(x, −y)
∂y ∂y
� �
∂u �� ∂v ��
=− =
∂y �(x,−y) ∂x �(x,−y)
∂ ∂V
=− (−v(x, −y)) = − ,
∂x ∂x
onde utilizámos que u e v satisfazem as equações de Cauchy-Riemann. Assim, podemos concluir
que F é analı́tica em A∗ .
7
Análise Matemática IV
Problemas para as Aulas Práticas
11 de Março de 2005
Semana 3
1. Determine os valores dos seguintes integrais:
�
a) C |z| dz em que C é o semicı́rculo percorrido em sentido directo unindo −2i a 2i.
�
b) C zcos z 2 dz em que C é o segmento de recta unindo 0 a πi.
3. Considere a função
f (z) = exp[(−1 + i)log z] , |z| > 0
onde se toma para z o argumento mı́nimo positivo. Calcule
�
f (z) dz
|z|=1
1
Análise Matemática IV 2
�
1
(c) dz.
Γ z2
+ π2
�
5z − πi
(d) 2
dz
Γ z (2z − ıπ)
�
dz
(e) 2 3
Γ z (z − 2πi)
�
cos z
(f) 11 dz .
Γ (z − iπ)
4 de Abril de 2005
Semana 3
1. Determine os valores dos seguintes integrais:
�
a) C |z| dz em que C é o semicı́rculo percorrido em sentido directo unindo −2i a 2i.
�
b) C zcos z 2 dz em que C é o segmento de recta unindo 0 a πi.
Resolução:
(a) Uma parametrização possı́vel para C é
π π
z(θ) = 2eiθ , − ≤θ≤
2 2
pelo que
� � π/2
|z| dz = |2eiθ | 2ieiθ dθ = 8i
C −π/2
z(t) = it , 0≤t≤π
pelo que � � π
2 sen (π 2 )
zcos z dz = itcos (−t2 )i dt = −
C 0 2
Note-se que atendendo ao facto da função zcos z 2 ser analı́tica na região interior a C (de
facto é uma função inteira), podemos utilizar o Teorema Fundamental do Cálculo para
concluir que �
1 �πi sen (π 2 )
2 2�
zcos z dz = sen z � = −
C 2 0 2
2. Considere o√caminho γ1 que consiste no segmento de recta unindo o ponto inicial 0 ao
ponto final 2eiπ/4 , e considere também o caminho γ2 entre esses mesmos pontos dado
pela parábola t �→ t + it2 .
�
a) Calcule, utilizando a definição, γk ez dz, com k = 1, 2.
�
b) Calcule γk z̄ 2 dz com k = 1, 2.
1
Análise Matemática IV 2
Resolução:
√
Observe-se primeiro que 2eiπ/4 = 1 + i. Com t ∈ [0, 1], parametrizações possı́veis são:
γ1 (t) = (1 − t)0 + t(1 + i) = t + ti e γ2 (t) = t + t2 i.
a) � � 1 �1
z �
e dz = et(1+i) (1 + i) dt = et(1+i) � = e1+i − 1
γ1 0 0
e � � �
1
z 2 2 �1
e dz = et+it (1 + 2ti)dt = et+it � = e1+i − 1
γ2 0 0
b) � �
2
1
2 t3 ��1 2 2
z̄ dz = (t − ti) (1 + i)dt = (1 − i) (1 + i) � = (1 − i)
γ1 0 3 0 3
e � � �
1 1
2 2 2 14 i
z̄ dz = (t − t i) (1 + 2ti)dt = (t2 + 3t4 − 2it5 ) dt = −
γ2 0 0 15 3
c) A função z �→ ez é holomorfa em C e portanto o integral é independente do caminho
(consequência do Teorema de Cauchy). Pode-se notar ainda que nestas condições é
válido o Teorema Fundamental e portanto
�
ez dz = ez |1+i
0 = e1+i − 1
γ1
3. Seja
f (z) = z −1+i = exp[(−1 + i)log z] , |z| > 0 e 0 < argz < 2π
Calcule �
f (z) dz
|z|=1
Resolução:
Utilizando a parametrização sugerida
�� 2z 2 − 1 � �� π 2R2 e12t − 1 �
� � � it �
� 4 2
dz � = � 4 i4t + 5R2 ei2t + 4
Rie dt�
γ z + 5z + 4 0 R e
� π
|2R2 e12t − 1|
≤ 4 i4t 2 i2t
|Rieit |dt
0 |R e + 5R e + 4|
� π
|2R2 e12t | + | − 1|
≤ 2 i2t − 1)(R2 ei2t − 4)|
R dt
0 |(R e
� π
(2R2 + 1)R
≤ 2 i2t 2 i2t
dt
0 (|R e | − | − 1|)(|R e | − | − 4|)
� π
(2R2 + 1)R R(2R2 + 1)
= 2 2
dt = π
0 (R − 1)(R − 4) (R2 − 1)(R2 − 4)
como se queria mostrar.
� � �
5z − πi dz cos z
(d) dz (e) (f) dz
Γ
2
z (2z − πi) Γ z (z − 2πi)3
2
Γ (z − iπ)11
Resolução:
(a) Dado que z 3 cosh z é uma função inteira e Γ é uma curva fechada, regular e simples,
podemos usar o Teorema de Cauchy e concluir que
�
z 3 cosh z dz = 0
Γ
ze−z
(b) A função é o quociente de funções inteiras, pelo que será analı́tica no conjunto
z − 2i
C \ {z : z − 2i = 0}, ou seja em C \ { 2i }. Resta-nos averiguar, qual a posição do ponto 2i
relativamente à elipse. Atendendo a que
�i � �i � 7π π
� � � �
� − iπ � + � − 2πi� = 3π − 1 < = 3π +
2 2 2 2
Análise Matemática IV 4
tem-se que 2i pertence à região interior a Γ. Dado que ze−z é uma função inteira e Γ é
uma curva fechada, regular e simples, aplicando a fórmula integral de Cauchy obtemos
� �
ze−z −z �
i dz = 2πize � = −πe−i/2
Γ z − 2
z=i/2
1
(c) A função é analı́tica em C \ {−πi, πi}, e atendendo a que
z2 + π2
|πi − πi| + |πi − 2πi| = π < 7π/2 e | − πi − πi| + | − πi − 2πi| = 5π > 7π/2
tem-se que −πi não pertence à região interior a Γ e πi pertence à região interior a Γ.
Escrevendo � � 1
1 z+πi
2 2
dz = dz
Γ z +π Γ z − πi
1
e atendendo a que a função z+πi é analı́tica na região interior a Γ, tem-se, por aplicação
da Fórmula Integral de Cauchy
�
1 1 ��
2 2
dz = 2πi � =1
Γ z +π z + πi z=iπ
5z − πi
(d) A função é analı́tica em C \ {0, πi
2
}, e atendendo a que
z 2 (2z − πi)
πi πi
|0 − πi| + |0 − 2πi| = 3π < 7π/2 e | − πi| + | − 2πi| = 2π < 7π/2
2 2
tem-se que tanto 0 como πi
2
pertencem à região interior a Γ. Podemos escrever
� � �
5z − πi 5z − πi 5z − πi
2
dz = 2
dz + 2
dz
Γ z (2z − πi) Γ1 z (2z − πi) Γ2 z (2z − πi)
5z − πi
Por outro lado, dado que a função é analı́tica na região interior a Γ2 , tem-se, por
z2
aplicação da Fórmula Integral de Cauchy
� � 5z−πi
5z−πi
z2 1 z2 5z − πi ��
dz = dz = πi � =6
Γ2 2z − πi 2 Γ2 z − πi 2
z2 z=πi/2
Finalmente �
5z − πi
dz = −6 + 6 = 0
Γ z 2 (2z − πi)
1
(e) Seguindo os passos da alı́nea anterior, a função é analı́tica em C\{0, 2πi},
z 2 (z − 2πi)3
e é fácil de verificar que tanto 0 como 2πi pertencem à região interior a Γ. Podemos
escrever � � �
1 1 1
2 3
dz = 2 3
dz + 2 3
dz
Γ z (z − 2πi) Γ1 z (z − 2πi) Γ2 z (z − 2πi)
� 1 � 1
(z−2πi)3 z2
= dz + dz
Γ1 z2 Γ2 (z − 2πi)
3
1
Dado que a função (z−2πi) 3 é analı́tica na região interior a Γ1 , tem-se, por aplicação da
Por outro lado, dado que a função z12 é analı́tica na região interior a Γ2 , tem-se, por
aplicação da Fórmula Integral de Cauchy para as derivadas (n = 3)
� 1
z2 2πi � 1 ��� �� 3i
3
dz = 2
� = 3
Γ2 (z − 2πi) 2 z z02πi 8π
Finalmente �
1 3i 3i
dz = − 3 + 3 = 0
Γ z 2 (z − 2πi)3 8π 8π
cos z
(f ) A função é analı́tica em C \ {i} e é fácil de verificar que i pertence à região
(z − i)11
interior a Γ. Pela fórmula integral de Cauchy para as derivadas (n = 10)
� �
cos z 1 (10) � 2
11 dz = 2πi (cos z) � = − πicos i
Γ (z − i) 10! z=i 10!
Análise Matemática IV 6
tem-se
∂u ∂u ∂v ∂v
= 2x − 2y , = −2y − 2x + 2 , = 2x + 2y − 2 , = −2y + 2x
∂x ∂y ∂x ∂y
É óbvio que todas estas funções são contı́nuas em R2 e que as condições de Cauchy
Riemann se verificam para todo (x, y) ∈ R2 . Podemos então concluir que f é uma função
f (z)
inteira, pelo que (z−2) 2 é analı́tica em C \ {2}. Dado que C é uma curva fechada, simples
e regular, e que 2 pertence à sua região interior, por aplicação da fórmula integral de
Cauchy para as derivadas (n = 1), concluimos
� � ∂u �
f (z) � ∂v
2
dz = 2πif (2) = 2πi (2, 0) + i (2, 0) = 2πi(4 + 2i)
C (z − 2) ∂x ∂x
isto é, sendo C a circunferência de raio R centrada em z. Por outro lado atendendo a que
f é limitada, existe M > 0 tal que
|f (z)| ≤ M , ∀z ∈ C
Análise Matemática IV 7
21 de Março de 2005
Semana 4
u(x, y) = x3 + y3 − 3xy(x + y)
Sabendo que esta é a série de Taylor em torno de z0 = 0 de uma função f , analı́tica em todo o
seu domı́nio, calcule f (1).
1
5. Determine os desenvolvimentos de Taylor das seguintes funções em torno dos seguintes pontos:
1
(a) , |z| > 1.
z−1
� 1 �
5
(b) z e + z , |z| > 0.
z
z−i
(c) , |z − i| > 1.
(z−2i)2
� 2 � � 3 �
(d) 3z − 1 sen πzz3+z , |z| > 0.
1
7. Determine a série de Laurent de 2 nas seguintes regiões:
(
z2 −1 )
(b) 2 < |z − 1| .
8. Seja P(z) um polinómio e γ uma curva simples e fechada em C, percorrida uma vez no sentido
directo, e que não intersecta o conjunto dos zeros de P(z). Mostre que o valor de
�
1 P� (z)
dz
2πi γ P(z)
2
Análise Matemática IV - 2003/04
Problemas para as Aulas Práticas
Semana 4
u(x, y) = x3 + y 3 − 3xy(x + y)
Resolução:
(a) É óbvio que u é uma função de classe C 2 (R2 ) visto ser uma função polinomial. Por
outro lado
∂u ∂u
= 3x2 − 6xy − 3y 2 , = 3y 2 − 3x2 − 6xy
∂x ∂y
e
∂2u ∂2u
= 6x − 6y , = 6y − 6x
∂x2 ∂y 2
∂2u ∂2u
sendo então evidente que ∆u = ∂x2
+ ∂y 2
= 0 para todo (x, y) ∈ R2 .
(b) Por definição, u e v têm que verificar as condições de Cauchy-Riemann. Então
�
∂v ∂u 2 2
= = 3x − 6xy − 3y ⇒ v(x, y) = (3x2 − 6xy − 3y 2 )dy
∂y ∂x
ou seja
v(x, y) = 3x2 y − 3xy 2 − y 3 + C1 (x)
1
Por outro lado
∂v ∂u ∂ � 2 �
=− ⇔ 3x y − 3xy − y + C1 (x) = −3y 2 + 3x2 + 6xy
2 3
∂x ∂y ∂x
pelo que
f (z)
é uma função inteira, pelo que é analı́tica em C \ {1}. Como 1 ∈ int C, e C
(z − 1)2
é uma curva simples e fechada, estamos nas condições de utilizar a fórmula integral de
Cauchy generalizada (n = 1),
� � ∂u �
f (z) � � ∂v �� �
2
dz = 2πif (1) = 2πi � + i �
C (z − 1) ∂x (1,0) ∂x (x,y)=(1,0)
� � �
2 2 2 2 �
= 2πi 3x − 6xy − 3y + i(6xy − 3y + 3x )�
(x,y)=(1,0)
= 6πi(1 + i)
O segundo integral pode ser calculado como o anterior utilizando, neste caso, a fórmula
integral de Cauchy com n = 2. Alternativamente, e atendendo a que
2
(c) Determine uma função f : C → C, analı́tica em C, tal que Re (f ) = u.
Resolução:
(a) Fazendo z = x + iy
pelo que
Re f ≡ u(x, y) = x3 − 3xy 2 e Im f ≡ v(x, y) = x2 y − 3y 3
Calculando as derivadas parciais
∂u ∂u
= 3x2 − 3y 2 , = −6xy
∂x ∂y
e
∂v ∂v
= 2xy , = x2 − 9y 2
∂x ∂y
É óbvio que todas estas funções são contı́nuas em R2 , visto serem funções polinomiais.
Por outro lado
∂u ∂v
= ⇔ 2x2 + 6y 2 = 0
∂x ∂y
e
∂u ∂v
=− ⇔ xy = 0
∂y ∂x
Conclui-se que as condições de Cauchy-Riemann se verificam sse (x, y) = (0, 0), pelo
que a função admite derivada apenas em z = 0 e consequentemente o seu domı́nio de
analiticidade é o conjunto vazio.
(b) Como já se referiu, u(x, y) = x3 − 3xy 2 é uma função de classe C 2 (R2 ) visto ser
polinomial. Por outro lado
∂u ∂u
= 3x2 − 3y 2 , = −6xy
∂x ∂y
e
∂2u ∂2u
= 6x , = −6x
∂x2 ∂y 2
e é óbvio que ∆u = 0 para todo (x, y) ∈ R2 .
(c) Denotaremos a harmónica conjugada de u por ṽ. Por definição, u e ṽ têm que verificar
as condições de Cauchy-Riemann. Então
�
∂ṽ ∂u 2 2
= = 3x − 3y ⇒ ṽ(x, y) = (3x2 − 3y 2 )dy = 3x2 y − y 3 + C1 (x)
∂y ∂x
3
Por outro lado
∂ṽ ∂u ∂ � 2 3
�
=− ⇒ 3x y − y + C1 (x)) = 6xy
∂x ∂y ∂x
pelo que
C1� (x) = 0 ⇒ C1 (x) = C ⇒ ṽ(x, y) = 3x2 y − y 3 + C
Note que, como seria de esperar atendendo ao resultado da alı́nea (a), a conjugada
harmónica de u, ṽ, é distinta de v.
n
� 1
1/R = lim sup |an | = lim sup = 0
n n n
pelo que R = +∞. Consequentemente, a série é convergente em C.
�
(c) Trata-se de uma série de potências da forma an (z + 1)n . Tem-se então, caso o
limite exista
� a � n!
� n � nn
R = lim � � = lim (n+1)! = e
n an+1 n
n+1 (n+1)
{z ∈ C : |z + 1| < e}
4
4. Considere a seguinte série de potências
+∞
� �
n 5n se n par
an z onde an = n .
(−2) se n impar
n=0
Resolução:
Dado que as duas subsucessões de an são (−2)n e 5n , vê-se fácilmente que:
�
n
� 5 se n par
|an | =
−2 se n impar
Logo: �
n
lim sup |an | = 5.
n
5
5. Determine os desenvolvimentos de Taylor das seguintes funções em torno dos seguintes
pontos:
Resolução:
(a) Para todo z ∈ C
∞
� (z − π)2n+1
sin z = sin(z + π − π) = − sin(z − π) = − (−1)n
n=0
(2n + 1)!
em que
e se n = 0
an = 3e se n = 1
e 2e e
+ + se n ≥ 2
(n − 2)! (n − 1)! n!
(d) Para todo o z em D = C \ {x + iy ∈ C : y = 0 e x ≤ 0} (o domı́nio de analiticidade
do v.p. do logaritmo):
∞ � �n
1 �
1
� 1 1 i−1 z−i+1
(log z) = = = z−i+1 = (−1)n , (1)
z z−i+1+i−1 1 + i−1 i − 1 n=0
i−1
6
√
para |z + i − 1| < |i − 1| = 2. Primitivando, obtem-se:
∞
� ∞
�
(−1)n (z − i + 1)n+1 (−1)n−1 (z − i + 1)n
log z = C + =C+ .
n=0
(n + 1)(i − 1)n+1 n=1
n(i − 1)n
Esta igualdade é válida no maior disco centrado em z − i + i que não intersecta o semieixo
real negativo, ou seja, para |z + i − 1| < 1. Note-se que este disco está contido no domı́nio
de convergência da série (1). Finalmente, fazendo z = i−1 na igualdade anterior, obtem-se
C = log(i − 1). Assim:
∞
1 3π � (−1)n−1 (z − i + 1)n
log z = log 2 + i + n
,
2 4 n=1
n(i − 1)
para |z − i + 1| < 1.
1 � � 1 �n � � 1 �n+1
∞ ∞
1 1 1
= · 1 = =
z−1 z 1− z
z n=0 z n=0
z
� 1 �
(b) z 5 e z + z , |z| > 0
Resolução:
Para z �= 0, é válido
� 1
� ��∞
1 � � ∞
1
5 5
z e +z =z
z
n
+z = n−5
+ z6
n=0
n!z n=0
n!z
z−i
(c) , |z − i| > 1
(z − 2i)2
Resolução:
7
1
Para |z − i| > 1 (o que implica < 1), tem-se que
|z − i|
1 d� 1 � d� 1 �
= =−
(z − 2i)2 dz z − 2i dz z − i − i
d� 1 1 � d � 1 � � i �n �
∞
= − · i = −
dz z − i 1 − z−i dz z − i n=0 z − i
d �� �
∞
in
= −
dz n=0 (z − i)n+1
1
Usando o facto de a série geométrica ser uniformente convergente na região {z : | z−i | < r}
para todo r < 1, podemos derivar termo a termo, obtendo-se
d� � �
�∞ ∞
1 in in (n + 1)
= − =
(z − 2i)2 n=0
dz (z − i)n+1 n=0
(z − i)n+2
Finalmente ∞
z−i � in (n + 1)
= para |z − i| > 1
(z − 2i)2 n=0
(z − i)n+1
� �
� 2
� πz 3 + z
(d) 3z − 1 sen , |z| > 0.
z3
Resolução:
Para |z| > 0
� �
� 2
� πz 3 + z 1 1
3z − 1 sen = (3z 2 − 1)sen(π + ) = (1 − 3z 2 )sen( 2 )
z3 z 2 z
(−1)n � 1 �2n+1
�∞
2
= (1 − 3z )
n=0
(2n + 1)! z 2
∞
� ∞
� 3(−1)n+1
(−1)n
= +
n=0
(2n + 1)!z 4n+2 n=0 (2n + 1)!z 4n
1
7. Determine a série de Laurent de (z 2 −1)2
nas seguintes regiões:
(b) 2 < |z − 1| .
8
e calcule os seguintes integrais:
�
1
(a) dz .
|z−1|=1 (z 2 − 1)2
�
1
(b) dz
|z−1|=3 (z 2 − 1)2
Resolução:
(a) Para qualquer z ∈ C \ {−1, 1}, tem-se que
1 1 1 d � −1 �
= = ·
(z 2 − 1)2 (z − 1)2 (z + 1)2 (z − 1)2 dz z + 1
d � � z − 1 �n
∞
−1
= · −
2(z − 1)2 dz n=0 2
Pela convergência uniforme da série geométrica, podemos derivar termo a termo e obter
�∞ n−1 �∞ n−3
1 −1 n (z − 1) n+1 (z − 1)
= (−1) n = (−1) n
(z 2 − 1)2 2(z − 1)2 n=1 2n n=1
2n+1
2
Por outro lado, se |z − 1| > 2 (o que implica < 1), tem-se que
|z − 1|
1 1 d � −1 � 1 d � −1 1 �
= · = · ·
(z 2 − 1)2 (z − 1)2 dz 2 + z − 1 2
(z − 1)2 dz z − 1 1 + z−1
d � −1 � (−2)n �
∞ ∞
1 1 d � (−1)n+1 2n
= · = ·
(z − 1)2 dz z − 1 n=0 (z − 1)n (z − 1)2 dz n=0 (z − 1)n+1
�∞ ∞
1 (−1)n+1 2n (−n − 1) � (−1)n 2n (n + 1)
= =
(z − 1)2 n=0 (z − 1)n+2 n=0
(z − 1)n+4
9
é o coeficiente de (z −z0 )n da série de Laurent de f convergente na região r < |z −z0 | < R,
para qualquer curva de Jordan C, seccionalmente regular, percorrida em sentido directo,
contida na região de convergência. Sendo assim, e atendendo a que a circunferência
|z − 1| = 1 é uma curva de Jordan e está contida na região 0 < |z − 1| < 2, o integral
pedido � �
1 f (z)
2 2
dz = 0
dz = 2πi a−1
|z−1|=1 (z − 1) |z−1|=1 (z − 1)
1
em que a−1 é o coeficiente de z−1
da primeira série obtida em (a). Assim,
�
1 1 πi
dz = 2πi(− ) = −
|z−1|=1 (z 2 − 1)2 8 4
1
em que a−1 é o coeficiente de z−1
da segunda série obtida em (a). Assim,
�
1
dz = 0
|z−1|=1 (z 2 − 1)2
8. Seja P (z) um polinómio e γ uma curva simples e fechada em C, percorrida uma vez no
sentido directo, e que não intersecta o conjunto dos zeros de P (z). Mostre que o valor de
� �
1 P (z)
dz
2πi γ P (z)
10
Desta forma: � n �
1 P � (z) 1 � 1
dz = dz
2πi γ P (z) 2πi k=1 γ z − zk
Calculando � �
1 0 se zk ∈
/ int γ,
dz =
γ z − zk 2πi se zk ∈ int γ,
obtem-se o resultado.
11
Análise Matemática IV
Problemas para as Aulas Práticas
Semana 5
e) f5 (z) = z 2 exp z1
2. Considere a função
1
g(z) = .
sen πz
Mostre que g(z) não possui uma singularidade isolada em z = 0.
1
5. Recorrendo ao Teorema dos Resı́duos, mediante a escolha de um contorno de integração
adequado, estabeleça os seguintes resultados:
� 2π �
dθ 2
(a) 2
=π
0 2 + sen θ 3
� 2π 2
cos 3θ 3π
(b) dθ =
0 5 − 4 cos 2θ 8
� 2π � 2π
cos2 (3θ) 1 1 + ei6θ
Sugestão: mostre que dθ = Re dθ
0 5 − 4 cos(2θ) 2 0 5 − 4 cos(2θ)
� +∞ √
1 (3 − 3)π
(c) 2 2
dx =
−∞ (x + 1)(x + 3) 6
� ∞
dx 2
(d) 6
= π
−∞ x + 1 3
� +∞
xsen x π
(e) 2
dx =
−∞ (x + 1) e
6. Seja f (z) uma função analı́tica no conjunto A = C − {z1 , . . . , zn }. Observe que a função
F (z) = z12 f ( z1 ) possui uma singularidade isolada em z = 0. Define-se o resı́duo de f em
∞ por:
Res(f, ∞) = −Res(F(z), 0).
Mostre que se γ ⊂ A é uma curva simples, fechada, percorrida no sentido directo, que
contém os pontos {z1 , . . . , zn } no seu interior, então:
�
f (z) dz = −2πi Res(f, ∞).
γ
2
Análise Matemática IV
Problemas para as Aulas Práticas
Semana 5
1. Determine e classifique as singularidades das seguintes funções. Calcule os resı́duos
correspondentes.
1 − cos z
a) f1 (z) =
z−π
z
b) f2 (z) = (z 2 +2)2
1
c) f3 (z) = z 7 (1−z 2 )
senz
d) f4 (z) = z 4 (1−z 2 )
e) f5 (z) = z 2 exp z1
Resolução:
(a) f1 é o quociente de funções inteiras, logo é analı́tica em C \ {π}. Como em potências
de z − π, tem-se que para todo z ∈ C \ {π}
lim (z − π)f1 (z) = lim (1 − cos z) = 1 − cos π = 2 �= 0,
z→π z→π
√
e como tal ±i 2 são candidatos a polos de segunda ordem. De facto
√ √
√ 2 z 2i i 2
√ (z −
lim 2i) f2 (z) = lim√ √ = √ =−
z→ 2i z→ 2i (z + 2i)2 (2 2i)2 8
√
pelo que 2i é um polo de segunda ordem, e
� �� √ √
√ √ 2 (z + 2i)2 − 2z(z + 2i)
Res(f2 , 2i) = lim √ (z − 2i) f2 (z) = lim √ √ =0
z→ 2i z→ 2i (z + 2i)4
1
√ √
Analogamente se conclui que − 2i é um polo de segunda ordem e Res(f2 , − 2i) = 0
(c) Mais uma vez f3 é uma função racional, pelo que f3 é analı́tica em C \ {0, 1, −1}.
Note-se que podemos escrever
1
f3 (z) =
z 7 (1 − z)(1 + z)
pelo que 0 é candidato a polo de ordem 7, e ±1 são candidatos a polos simples. De facto
1
lim z 7 f3 (z) = lim =1
z→0 z→0 1 − z 2
2
O facto de se ter um produto de séries dificulta um pouco o processo, mas para calcular o
resı́duo necessitamos apenas de saber qual o coeficiente da potência z1 . Efectuando alguns
produtos relevantes, observamos que
1� z3 z5 z7 ��
2 4 6
�
f4 (z) = z − + − + ... 1 + z + z + z + ...
z4 3! 5! 7!
�1 1 z z2 �� �
2 4 6
= − + − + ... 1 + z + z + z + ...
z 3 3!z 5! 7!
1 �1 �1 �∞
= 3− −1 + an z n
z 3! z n=0
�∞ ∞
2 1 −n � 1 −n+2 1 1 1 1
f5 (z) = z z = z = z2 + z + + + 2
+ + ...
n=0
n! n=0
n! 2! 3!z 4!z 5!z 3
1
0 é uma singularidade essencial e Res(f5 , 0) = 3!
.
2. Considere a função
1
g(z) = .
sen πz
Mostre que g(z) não possui uma singularidade isolada em z = 0.
Resolução:
Por g ser definida à custa de quocientes e composições de funções analı́ticas, será analı́tica
em � �
π 1
C \ {z : sen = 0 e z = 0} = C \ 0, : k ∈ Z \ {0}
z k
Por definição, 0 será uma singularidade isolada de g(z) se existir � > 0 tal que g(z) é
analı́tica em {z : 0 < |z| < �}. Como k1 → 0, para qualquer � > 0, podemos sempre
encontrar (um número infinito de) pontos da forma k1 em {z : 0 < |z| < �}, e como tal 0
não é uma singularidade isolada.
3
1 z − 2i
(i) g(z) = , (ii) g(z) = z 2 sen (z −1 ) , (iii) g(z) = .
ez −1 z4 − 4iz 3 − 4z 2
Resolução:
(i) A função
1
g(z) ≡
ez − 1
é analı́tica em C \ {z : ez − 1 = 0}, ou seja tem singularidades nos pontos z = 2kπi para
k ∈ Z. Note-se que
|2kπi| < 1 ⇔ k = 0
pelo que �
g(z) dz = 2πiRes(g, 0)
γ1
(ii) A função
1
g(z) ≡ z 2 sen
z
4
é analı́tica em C \ {0}, ou seja tem uma singularidade em z = 0. Assim:
�
g(z) dz = 2πiRes(f, 0)
γ1
Por outro lado, dado que |0+2πi| > 1, g é analı́tica na região interior a γ2 , e pelo Teorema
de Cauchy �
g(z) dz = 0
γ2
(iii) A função
z − 2i z − 2i 1
g(z) ≡ = 2 2 = 2
z4 3
− 4iz − 4z 2 z (z − 4iz − 4) z (z − 2i)
5
4. Calcule o seguinte integral
� � �
z2 1
+ z 2 sen dz,
C sen (πz) (z − 1)2
onde C é a elipse |z − 1| + |z + 1| = 3, percorrida uma vez no sentido positivo.
Resolução:
Por linearidade
� � � � �
z2 2 1 z2 1
+ z sen 2 dz = dz + z 2 sen dz
C sen (πz) (z − 1) C sen (πz) C (z − 1)2
Relativamente ao primeiro integral, verifica-se que a função
z2
f (z) ≡
sen (πz)
é analı́tica em C \ {z : sen (πz) = 0}, isto é, f tem singularidades nos pontos zk = k
para k ∈ Z. Assim, as singularidades de f no interior de C são 0, ±1. Pelo Teorema dos
Resı́duos � � �
f (z) dz = 2πi Res(f, 0) + Res(f, 1) + Res(f, −1)
C
Atendendo a que
z 1
lim f (z) = lim · lim z = · 0
z→0 z→0 sen (πz) z→0 π
conclui-se que z0 = 0 é uma singularidade removı́vel e consequentemente Res(f, 0) = 0.
Por outro lado
w(w + 1)2 w 1
lim (z − 1)f (z) = lim = lim =−
z→1 w→0 sen (π(w + 1)) w→0 −sen (πw) π
1
pelo que z1 = 1 é um polo simples e Res(f, 1) = − . De forma análoga se mostra que
π
z−1 = −1 é um polo simples e Res(f, −1) = − π1 . Então
�
1 1
f (z) dz = 2πi(0 − − ) = −4i
C π π
Relativamente ao segundo integral, verifica-se que a função
1
g(z) ≡ z 2 sen
(z − 1)2
é analı́tica em C \ {1}. Dado que 1 ∈ int C, pelo Teorema dos Resı́duos
�
g(z) dz = 2πiRes(g, 1)
C
6
Mais uma vez utilizando o desenvolvimento em potências de z − 1 da função seno, tem-se
para z �= 1
(−1)n � �2n+1
�∞
2 1 2 1
g(z) = z sen = (z − 1 + 1)
(z − 1)2 n=0
(2n + 1)! (z − 1)2
� �� 1 1 1 �
2
= (z − 1) + 2(z − 1) + 1 − + − ...
(z − 1)2 3!(z − 1)6 5!(z − 1)10
2 1 1
= 1+ + 2
− − ...
z − 1 (z − 1) 3!(z − 1)4
donde se conclui que 1 é uma singularidade essencial, e pela série Res(g, 1) = 2, pelo que
�
g(z) dz = 4πi
C
Finalmente � � �
z2 1
+ z 2 sen dz = −4i + 4πi
C sen (πz) (z − 1)2
5. Recorrendo ao Teorema dos Resı́duos, mediante a escolha de um contorno de integração
adequado, estabeleça os seguintes resultados:
� 2π �
dθ 2
(a) 2
=π
0 2 + sen θ 3
� 2π
cos2 3θ 3π
(b) dθ =
0 5 − 4 cos 2θ 8
� 2π � 2π
cos2 (3θ) 1 1 + ei6θ
Sugestão: mostre que dθ = Re dθ
0 5 − 4 cos(2θ) 2 0 5 − 4 cos(2θ)
� +∞ √
1 (3 − 3)π
(c) 2 2
dx =
−∞ (x + 1)(x + 3) 6
� ∞
dx 2
(d) 6
= π
−∞ x + 1 3
� +∞
xsen x π
(e) 2
dx =
−∞ (x + 1) e
Resolução:
7
(a) Efectuando a mudança de varável z = eiθ , θ ∈ [0, 2π], obtemos
� 2π
1
I ≡ dθ
0 2 + sen 2 θ
�
1 dz
= � �2
|z|=1 2 + z−z −1 iz
2i
�
z
= 4i 4 2
dz
|z|=1 z − 10z + 1
A função
z
f (z) ≡ 4
z − 10z 2 + 1
� √ � √ � √ � √
é analı́tica em C \ { 5 + 2 6, − 5 + 2 6, 5 − 2 6, − 5 − 2 6}, e é óbvio que
�� � �� �
� √ � � √ �
� 5 + 2 6� > 1 � �
� � , � 5 − 6� < 1
Analogamente �
1 3
Res(f, − )=−
2 8
pelo que
i 6 6π
I= 2πi (− ) =
2 8 8
Finalmente � � 2π
2π
cos2 3θ 1 1 + ei6θ 3π
dθ = Re dθ =
0 5 − 4 cos 2θ 2 0 5 − 4 cos(2θ) 8
(c) Considere-se a função complexa de variável complexa
1
f (z) =
(z 2 + 1)(z 2 + 3)
√
e para R > 3, a curva
9
Dado que as singularidades são polos simples de f
1 1
Res(f, i) = lim(z − i)f (z) = lim 2
=
z→i z→i (z + i)(z + 3) 4i
e
√ √ 1 1
√ (z −
Res(f, 3i) = lim 3i)f (z) = lim
√ √ =− √
z→ 3i z→ 3i (z + 2
3i)(z + 1) 4 3i
Então � � � √
1 1 π(3 − 3)
f (z) dz = 2πi − √ =
CR 4i 4 3i 6
Por outro lado � � �
f (z) dz = f (z) dz + f (z) dz
CR IR ΓR
ou seja √ � R � π
π(3 − 3)
= f (x) dx + f (Reiθ )Rieiθ dθ
6 −R 0
e fazendo R → ∞, obtemos
√ � ∞ � π
π(3 − 3) 1
= 2 + 1)(x2 + 3)
dx + lim f (Reiθ )Rieiθ dθ
6 −∞ (x R→∞ 0
Atendendo a que
�� π � � π
R πR
� iθ iθ �
� f (Re )Rie dθ� ≤ dθ = →0
0 0 (R2 − 1)(R2 − 3) (R2 − 1)(R2 − 3)
quando R → ∞, conclui-se que
� π
lim f (Reiθ )Rieiθ dθ = 0
R→∞ 0
e como tal � √
∞
1 π(3 − 3)
2 2
dx =
−∞ (x + 1)(x + 3) 6
como se queria mostrar.
(d) Um modo de obter o resultado é imitar a resolução de (c). Uma outra, que poupará
algumas contas é como se segue.
Considere-se a função complexa de variável complexa
1
f (z) =
z6 + 1
e para R > 1, a curva
π π
CR = IR ∪ ΓR ∪ I π3 ≡ {z = x : x ∈ [0, R]} ∪ {z = Reiθ : θ ∈ [0, ]} ∪ {z = xei 3 : x ∈ [R, 0]}
3
10
Atendendo a que as singularidades de f são as raı́zes sextas de −1, é fácil de verificar,
iπ
que a única singularidade no interior de CR é precisamente e 6 (recordar a definição
geométrica das raı́zes de ı́ndice n). É tambem fácil de intuir que todas as singularidades
são polos simples, pelo que
−5iπ
iπ 1 e 6 iπ
Res(f, e ) = limiπ (z − e )f (z) = limiπ 5 =
6 6
z→e 6 z→e 6 6z 6
e assim � −5iπ
iπ e 6
f (z) dz = 2πiRes(f, e ) = πi 6
CR 3
Por outro lado
� � � �
f (z) dz = f (z) dz + f (z) dz + f (z) dz
CR IR ΓR Iπ y
3
ou seja
−5iπ � � �
e 6
πi = f (z) dz + f (z) dz + f (z) dz
3 IR ΓR Iπ y
3
e
� � 0
π π
f (z) dz = f (xei 3 )ei 3 dx
Iπ R
3
� R
i π3 1
= −e π dx
0 (xei 3 )6 +1
� R
i π3 1
= −e dx
0 x6 +1
Então −5iπ � � π �
R R
e 6 3
iθ iθ i π3 1
πi = f (x) dx + f (Re )iRe dθ − e dx
3 0 0 0 x6 +1
e fazendo R → ∞, obtem-se
−5iπ � ∞ � π � ∞
e 6 3
iθ iθ i π3 1
πi = f (x) dx + lim f (Re )iRe dθ − e dx
3 0 R→∞ 0 0 x6 + 1
Como na alı́nea anterior é fácil de mostrar que
� π
3
lim f (Reiθ )iReiθ dθ = 0
R→∞ 0
11
tendo-se finalmente que
� ∞ −5iπ
i π3 1 e 6
(1 − e ) 6
dx = πi
0 x +1 3
ou seja
� ∞ −5iπ
1 πi e 6 π
6
dx = i π =
0 x +1 3 1−e 3 3
Finalmente, pela simetria da função integranda
� ∞
1 2π
6
dx =
−∞ x + 1 3
como se queria mostrar.
(e) Considere-se a função complexa de variável complexa
zeiz
f (z) = dz
z2 + 1
e para R > 1, a curva
ou seja � �
R π
πi
= f (x) dx + f (Reiθ )Rieiθ dθ
e −R 0
e fazendo R → ∞, obtemos
� ∞ � π
πi xeix
= 2+1
dx + lim f (Reiθ )Rieiθ dθ
e −∞ x R→∞ 0
12
� �
� �
Dado que � z2z+1 � → 0 quando R → ∞, estamos nas condições de utilizar o Lema de Jordan
e concluir � π
lim f (Reiθ )Rieiθ dθ = 0
R→∞ 0
e como tal � ∞
xeix πi
dx =
−∞ x2 + 1 e
Pela fórmula de Euler
� ∞ � ∞
πi x cos x xsen x
= dx + i dx
e −∞ x2 + 1 −∞ x2 + 1
permitindo concluir que � ∞
xsen x π
2
dx =
−∞ x +1 e
como se queria mostrar.
6. Seja f (z) uma função analı́tica no conjunto A = C − {z1 , . . . , zn }. Observe que a função
F (z) = z12 f ( z1 ) possui uma singularidade isolada em z = 0. Define-se o resı́duo de f em
∞ por:
Res(f, ∞) = −Res(F, 0).
Mostre que se γ ⊂ A é uma curva simples, fechada, percorrida no sentido directo, que
contém os pontos {z1 , . . . , zn } no seu interior, então:
�
f (z) dz = −2πi Res(f, ∞).
γ
Resolução:
Observe que γ é homotópica em A a uma circunferência {z ∈ C : |z| = r}, para r
suficientemente grande. Assim, temos:
� �
f (z) dz = f (z) dz
γ |z|=r
� 2π
= f (reit )rieit dt
�0 2π � �
1 1 ie−it
= f 1 −it 1 −2it dt
0 r
e r2
e r
� � � �
1 1
= 2
f dz = F (z) dz.
|z|= r1 z z |z|= r1
13
Análise Matemática IV
Problemas para as Aulas Práticas
Semana 6
1. Determine todas as soluções das seguintes equações diferenciais ordinárias lineares
dy
a) + y = 2 + 2x b) ψ � = ψ − t
dx
dy di
c) x + 2y = (x − 2)ex d) − 6i = 10 sen(2t)
dx dt
dy 1 dx
e) = y( − tg t) + t cos t f) (1 + y 2 ) = arctg y − x
dt t dy
a) xy � = 2y + x3 ex y(1) = 0,
dv 2u 1
b) + 2
v− = 0, v(0) = 1.
du 1 + u 1 + u2
� � �
x + h(t)x − t = 0, 0 se t < 0
c) , com h(t) =
x(−1) = 2 t se t ≥ 0
c) ϕ� = eϕ−t .
d) xy + (1 + x2 )y � = 0
e) y � = 1 − x + y 2 − xy 2 .
5. Resolva o problema de Cauchy ϕ(θ)ϕ� (θ) = θ, ϕ(1) = α e determine para que valores de
α é que a solução está definida para todo o θ ∈ R.
6. Considere a equação diferencial separável x� = x sen t+x2 sen t. Determine a solução desta
equação que satisfaz a condição inicial x( π2 ) = −2, e determine o seu intervalo máximo
de existência.
Análise Matemática IV 2
ẏ = f (at + by + c)
ẏ = e2t+y−1 − 2 , y(0) = 1
Semana 6
1. Determine todas as soluções das seguintes equações diferenciais ordinárias lineares
dy
a) + y = 2 + 2x b) ψ � = ψ − t
dx
dy di
c) x + 2y = (x − 2)ex d) − 6i = 10 sen(2t)
dx dt
dy 1 dx
e) = y( − tg t) + t cos t f) (1 + y 2 ) = arctg y − x
dt t dy
Resolução:
(a) Trata-se de uma equação linear em y, admite um factor integrante, µ(x) dado pela
equação
µ�
µ� = µ ⇔ = 1 ⇔ log µ = x ⇔ µ = ex
µ
Multiplicando ambos os membros da equação por µ obtemos
�
d x
(e y) = (2 + 2x)e ⇔ e y = (2 + 2x)ex dx + c
x x
dx
� �
⇔ y(x) = e−x 2xex + c
⇔ y(x) = 2x + ce−x
em que c ∈ R.
(b) A equação é equivalente a
ψ � − ψ = −t (1)
Esta equação admite um factor integrante, µ(t) dado por
µ�
µ� = −µ ⇔ = −1 ⇔ log µ = −t ⇔ µ = e−t
µ
em que c ∈ R.
Análise Matemática IV 2
2 (x − 2) x
y� + y= e (2)
x x
Trata-se de uma equação linear, e admite um factor integrante, µ(x) dado por
2 µ� 2
µ� = µ ⇔ = ⇔ log µ = 2 log x ⇔ µ = x2
x µ x
em que c ∈ R.
(e) Para t �= kπ, k ∈ Z, a equação é equivalente a
dy 1
− y( − tg t) = t cos t (3)
dt t
Esta equação admite um factor integrante, µ(t) dado por
1 1
µ� = −( − tg t)µ ⇔ log µ = − log t − log cos t ⇔ µ=
t t cos t
Multiplicando ambos os membros da equação (5) por µ obtemos
d y y
( )=1 ⇔ =t+c
dt t cos t t cos t
em que c ∈ R.
Análise Matemática IV 3
(f ) A equação é equivalente a
dx x 1
+ 2
= arctg y (4)
dy 1 + y 1 + y2
Esta equação admite um factor integrante, µ(y) dado por
1
µ� = µ ⇔ log µ = arctg y ⇔ µ = earctg y
1 + y2
Multiplicando ambos os membros da equação (5) por µ obtemos
d arctg y 1
(e x) = arctg y earctg y ⇔ earctg y x = arctg y earctg y − earctg y + c
dy 1 + y2
em que c ∈ R.
a) xy � = 2y + x3 ex , y(1) = 0.
dv 2u 1
b) + 2
v− = 0, v(0) = 1.
du 1 + u 1 + u2
� � �
x + h(t)x − t = 0, 0 se t < 0
c) , com h(t) =
x(−1) = 2 t se t ≥ 0
Resolução:
(a) Para x �= 0, a equação é equivalente a
2
y � − y = x2 ex
x
Admite como factor integrante
R 1
− x2 dx
µ(x) = e =
x2
Tem-se então que
d 1 1
( 2 y) = ex ⇔ 2 y = ex + c
dx x x
⇔ y(x) = x2 (ex + c)
0=e+c ⇔ c = −e
e a solução do PVI é
y(x) = x2 (ex − e)
Análise Matemática IV 4
x� + tx = t (6)
µ� t2 t2
µ� = tµ ⇔ =t ⇔ log µ = ⇔ µ=e2
µ 2
Análise Matemática IV 5
A função x é por construção contı́nua. Para concluir o problema há que verificar que é
continuamente diferenciável. Note-se que
t t2
x� (t) = t se t < 0 e x� (t) = − e− 2 se t > 0
2
e que
t2
� + x(t) − x(0) 1 + 12 e− 2 − 3
2
x (0 ) = lim+ = lim =0
t→0 t t→0 t
e
t2 +3 3
� − x(t) − x(0) 2
− 2
x (0 ) = lim− = lim =0
t→0 t t→0 t
Então
t se t<0
� 0 se t=0
x (t) =
t − t2
−2e 2 se t>0
É agora simples de verificar que x� (t) é uma função contı́nua em R.
d � −kt �
e T = −30ke−kt ⇔ e−kt T = 30e−kt + c ⇔ T (t) = 30 + cekt
dt
Como T (0) = 100, concluimos que
T (t) = 30 + 70ekt
log(4/7)
70 = 30 + 70e15k ⇔ k=
15
Pretende-se determinar o instante em que a temperatura da substância é de 40o , isto é,
15 log(1/7)
T (t) = 40 ⇔ 30 + 70ekt = 40 ⇔ kt = log 1/7 ⇔ t=
log(4/7)
c) ϕ� = eϕ−t .
d) xy + (1 + x2 )y � = 0
e) y � = 1 − x + y 2 − xy 2 .
Resolução:
(a) Dado que o segundo membro não depende de x, a solução é dada por
� �t − 1�
2
x(t) = dt ⇔ x(t) = log +c
t2 − 1 t+1
com c ∈ R.
(b) Trata-se de uma equação separável; como tal, é equivalente à equação
�
2 dy 3 d� � (y + 1)3 x4
(y + 1) = −x ⇔ (y + 1) dy = −x3 ⇔
2
=− +c
dx dt 3 4
�
3 3x4
⇔ y(x) = k − −1
4
Análise Matemática IV 7
com k ∈ R.
(c) Trata-se de uma equação separável, como tal, é equivalente a
�
� ϕ −t −ϕ � −t d� �
ϕ =e e ⇔ e ϕ =e ⇔ e dϕ = e−t ⇔ −e−ϕ = −e−t + C
−ϕ
dt
Resolvendo a equação em ordem a ϕ, obtem-se a solução geral da equação
ϕ(t) = − log(e−t − c)
5. Resolva o problema de Cauchy ϕ(θ)ϕ� (θ) = θ, ϕ(1) = α. e determine para que valores de
α é que a solução está definida em todo o R.
Resolução:
Trata-se de uma equação diferenciável separável, pelo que
�
� d� � ϕ2 θ2
ϕϕ = θ ⇔ ϕ dϕ = θ ⇔ = + c ⇔ ϕ2 = θ 2 + c1
dθ 2 2
x� = (x + x2 ) sen t
Para x �= 0 e x �= −1 (podemos excluir estes dois casos visto que x(t) ≡ 0 e x(t) ≡ −1
são soluções constantes da equação que não verificam a condição inicial), tem-se
� �
x� d dx � x x
2
= sen t ⇔ 2
dx = sen t ⇔ log = − cos t+c ⇔ = k e− cos t
x+x dt x +x x+1 x+1
2 e− cos t
x(t) =
1 − 2 e− cos t
O domı́nio de diferenciabilidade da função x(t) é
Teremos então que o intervalo máximo de solução será o maior intervalo I ⊂ D, tal que
π/2 ∈ I. Conclui-se
I =] arccos(log 2), arccos(log 2) + 2π[
ẏ = f (at + by + c)
ẏ = e2t+y−1 − 2 , y(0) = 1
Resolução:
v − at − c
(a) Se v = at + by + c e b �= 0, então y = . Substituindo na equação
b
d � v − at − c � v̇
= f (v) ⇔ v̇ − a = bf (v) ⇔ =1
dt b bf (v) + a
y(t) = 1 − 2t − log(1 − t)
D = {t ∈ R : 1 − t > 0} =] − ∞, 1[
I =] − ∞, 1[
Resolução:
(a) Seguindo a sugestão, se v = y −4 tem-se y = v −1/4 e substituindo na equação
d � −1/4 � � �5 1
2x v + 2x v −1/4 − v −1/4 = 0 ⇔ −2x v −5/4 v̇ + 2xv −5/4 − v −1/4 = 0
dx 4
Multiplicando ambos os membros por v 5/4 e rearranjando os termos
2
v̇ + v = 4 (7)
x
que é uma equação linear não homogenea. O factor integrante é dado por
R 2
dx
µ(x) = e x = x2
com c ∈ R.
(b) Dado que y(1) = 1, conclui-se que y(x) é positivo e c = −1/3. Como tal a solução
do PVI é dada por �
4 3x2
y(x) =
4x3 − 1
O domı́nio de diferenciabilidade da função y(x) é
3x2 �
D = {x ∈ R : > 0 e 4x 3
− 1 �
= 0} =] 3
1/4, ∞[
4x3 − 1
o intervalo máximo de solução será o maior intervalo I ⊂ D, tal que 1 ∈ I. Conclui-se
�
I =] 3 1/4, ∞[
dv dv 2 1
x2 = 2xv − 1 ⇔ − v=− 2
dx dx x x
para x �= 0. Trata-se de uma equação linear não homogenea, de factor integrante
R 2 1
µ(x) = e− x
dx
=
x2
pelo que
d 1 1 1 1 1
( 2 v) = − 4 ⇔ 2 v = 3 + c ⇔ v(x) = + cx2
dx x x x 3x 3x
Finalmente desfazendo a mudança de variável
1 1
sen y = + cx2 ⇔ y(x) = arcsen( + cx2 )
3x 3x
com c ∈ R.
Análise Matemática IV
Problemas para as Aulas Práticas
Semana 7
admite um factor integrante que é uma função de t, isto é, da forma µ(t), para
uma certa função real de variável real µ, e escreva uma equação diferencial ordinária
satisfeita por µ.
Análise Matemática IV 2
Semana 7
y 2 (t) = t2 (kt − 1)
Para calcular o intervalo máximo de solução, note-se que, a equação diferencial faz sentido
se t �= 0 e y(t) �= 0. Então, o intervalo máximo de solução, I, será o maior intervalo
verificando
t0 = 1 ∈ I
0 �∈ I
y(t) �= 0 para todo t ∈ I.
Visto
1
y(t) = 0 ⇔ t = 0 ou t =
2
conclui-se que I =] 12 , ∞[.
Análise Matemática IV 2
Resolução:
(a) Sendo
y
M (x, y) = , N (x, y) = y 3 − log x
x
é óbvio que
∂M 1 ∂N 1
= �= =−
∂y x ∂x x
pelo que teremos que investigar a existência de um factor integrante. Vamos averiguar se
existirá µ(y) (como sugerido, tal que a equação
y � � dy
µ(y) + µ(y) y 3 − log x =0
x dx
é exacta, isto é verifica
∂ � y� ∂ � � ��
µ(y) = µ(y) y 3 − log x
∂y x ∂x
Efectuando as derivadas
y 1 1
µ� (y) + µ(y) = −µ(y)
x x x
e para x �= 0, y �= 0 obtemos
2
µ� (y) = − µ(y)
y
pelo que, resolvendo a equação
µ(y) = y −2
é um factor integrante da equação.
(b) Por construção, a equação
1 log(x) �
+ (y − )y = 0
xy y2
1 log(x)
∇Φ(x, y) = ( ,y − )
xy y2
Análise Matemática IV 4
1 y2
log x + −1=0
y 2
para x numa vizinhança de x0 = 1.
Resolução:
(a) A equação pode ser escrita na forma
dy
y + (4y 2 + 2x) =0
dx
Fazendo
M (x, y) = y , N (x, y) = 4y 2 + 2x
é óbvio que
∂M ∂N
= 1 �= =2
∂y ∂x
pelo que teremos que investigar a existência de um factor integrante. Vamos averiguar se
existirá µ(y) (como sugerido), tal que a equação
� � dy
µ(y)y + µ(y) 4y 2 + 2x =0
dx
é exacta, isto é verifica
∂ � � ∂ � � 2 ��
µ(y)y = µ(y) 4y + 2x
∂y ∂x
Análise Matemática IV 5
Efectuando as derivadas
µ� (y)y + µ(y) = 2µ(y)
e para y �= 0 obtemos
1
µ� (y) = µ(y)
y
pelo que, resolvendo a equação
µ(y) = y
é um factor integrante da equação.
(b) Por construção, a equação
y 2 + (4y 3 + 2xy)y � = 0
é exacta, pelo que existe Φ : R2 → R verifcando
∇Φ(x, y) = (y 2 , 4y 3 + 2xy)
e Φ(x, y) = C define implicitamente a solução da equação diferencial. Para calcular Φ
∂Φ
= y 2 ⇔ Φ(x, y) = xy 2 + c(y)
∂x
e
∂Φ
= 4y 3 + 2xy ⇔ 2xy + c� (y) = 4y 3 + 2xy ⇔ c(y) = y 4 + c
∂y
e finalmente
Φ(x, y) = xy 2 + y 4 = C
define implicitamente a solução da equação diferencial. Dado que y(1) = 1, tem-se que
C = 2. Por outro lado N (1, 1) = 6 �= 0, o Teorema da Função Implı́cita garante a
existência de solução única do PVI, definida por
xy 2 + y 4 − 2 = 0 (2)
para x numa vizinhança de x0 = 1.
(c) Para calcular o intervalo máximo de solução, note-se que, resolvendo a equação (5)
em ordem a y � √
−x + x2 + 8
y(x) =
2
(onde as escolhas dos ramos das raı́zes foi baseado no facto de a condição inicial y0 = 1 >
0). Dado que √
−x + x2 + 8 > 0 , ∀x ∈ R
tem-se que o intervalo máximo de solução é R.
5. a) Determine em que condições uma equação da forma
M (t, x) + N (t, x)x� = 0
admite um factor integrante que é uma função de t, isto é, da forma µ(t), para
uma certa função real de variável real µ, e escreva uma equação diferencial ordinária
satisfeita por µ.
Análise Matemática IV 6
∇Φ(t, x) = (x − t sen t, t)
∂M 2y ∂N 2y
= + 2y log x e = ,
∂y x ∂x x
pelo que a equação não é exacta. Multiplicando a equação por um factor integrante
µ = µ(x, y), obtém-se:
Resolução:
(a) Admitindo que a equação (9) admite um factor integrante do tipo µ = µ(xy), tem-se
que
� � � � dy
µ(xy) 4x2 y + 3xy 2 + 2y 3 + µ(xy) 2x3 + 3x2 y + 4xy 2 =0
dx
é uma equação exacta, pelo que
∂ � � �� ∂ � � ��
µ(xy) 4x2 y + 3xy 2 + 2y 3 = µ(xy) 2x3 + 3x2 y + 4xy 2
∂y ∂x
ou seja
� �
µ� (xy)x 4x2 y + 3xy 2 + 2y 3 + µ(xy)(4x2 + 6xy + 6y 2 ) =
� �
µ� (xy)y 2x3 + 3x2 y + 4xy 2 + µ(xy)(6x2 + 6xy + 4y 2 )
Φ(x, y) = x4 y 3 + x3 y 3 + x2 y 4 = C
Análise Matemática IV 10
(x + 1)2
P2 (x) = y(−1) + y � (−1)(x + 1) + y �� (−1)
2
� 4x2 y + 3xy 2 + 2y 3
y (x) = 3
2x + 3x2 y + 4xy 2
para todo (x, y) em R2 que não anule 2x3 + 3x2 y + 4xy 2 , tem-se em particular que
4x2 y + 3xy 2 + 2y 3 ��
y � (−1) = � = −1
2x3 + 3x2 y + 4xy 2 (x,y)=(−1,1)
y �� (−1) = −6
e
(x + 1)2
P2 (x) = 1 − (x + 1) − 6 = −2 − 7x − 3x2
2
Análise Matemática IV
Problemas para as Aulas Práticas
2 de Maio de 2005
Semana 8
1. Para cada uma das seguintes equações diferenciais, esboce o campo de direcções e trace
os respectivos tipos de soluções .
ty
(a) y � = , (b) y � = (2 − y) (y − 1),
1 + t2
y+t
(c) y � = y (1 − y 2 ) , (d) y � = ,
y−t
2. Mostre que existe uma solução de classe C 1 para o problema de valor inicial
dy �
= 6t 3 y 2
dt
y(0) = 0 ,
diferente da solução y(t) = 0, ∀t ∈ R. Explique porque é que isto não contradiz o teorema
de Picard.
tem infinitas soluções, e explique porque esse facto não contradiz o Teorema de Picard.
1
Análise Matemática IV 2
(i) Determine uma solução do PVI, e justifique que essa é a única solução do problema
definida para t numa vizinhança de 1/2.
(ii) Mostre que o PVI admite um número infinito de soluções definidas em R.
(iii) Diga, justificando, porque não há contradição ao Teorema de Picard.
dy 1
= �
dt
3y 2 + 3 (t + 1)2
y(0) = 1 ,
tem uma única solução y(t), definida para t ∈ [0, +∞[, e calcule lim y(t) .
t→+∞
Sugestão: Não tente resolver a equação diferencial. Considere a função u(t) definida por
du 1
= 2
dt 3u
u(0) = 1 .
dy 1
� � ,
dt 2 3 2
3 (u(t)) + (t + 1)
Semana 8
1. Para cada uma das seguintes equações diferenciais, esboce o campo de direcções e trace
os respectivos tipos de soluções .
ty
(a) y ! = , (b) y ! = (2 − y) (y − 1),
1 + t2
y+t
(c) y ! = y (1 − y 2) , (d) y ! = ,
y−t
(e) y ! = sen(y − t) ,
Resolução:
ty
(a) y ! =
1 + t2
3
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
-3
(b) y ! = (2 − y) (y − 1)
3
-1 1 2 3
-1
(c) y ! = y (1 − y 2 )
2
-2 -1 1 2
-1
-2
y+t
(d) y ! =
y−t
-2 -1 1 2
-1
-2
(e) y ! = sen(y − t)
3
-4 -3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
-3
2. Mostre que existe uma solução de classe C 1 para o problema de valor inicial
dy $
= 6t 3 y 2
dt
y(0) = 0 ,
diferente da solução y(t) = 0, ∀t ∈ R. Explique porque é que isto não contradiz o teorema de
Picard.
Resolução:
Como referido no enunciado, uma das soluções do PVI é a solução constante y(t) ≡ 0. Por
outro lado, se y(t) %= 0, a equação pode ser escrita na forma
−2/3 dy d%
& '
y = 6t ⇔ y −2/3
dy = 6t ⇔ 3y 1/3 = 3t2 + c ⇔ y(t) = (t2 + k)3
dt dt
Esta solução polinomial, logo é diferenciável em R. A condição inicial y(0) = 0 é satisfeita se
tomarmos k = 0, logo outra solução do PVI é
y(t) = t6 .
Para
$ verificar que não há contradição com o Teorema de Picard, note-se que, sendo f (t, y) =
6t y 2, f é contı́nua em R2 e
3
∂f
lim = lim 4ty −1/3 = ∞
y→0 ∂y y→0
pelo que é de esperar que f (t, y) não seja localmente lipschitziana em ordem a y em qualquer
subconjunto compacto de R2 que contenha (t0 , y0) = (0, 0). De facto, se |t| ≤ α e |y| ≤ β,
$ √
3
( y 2/3 − x2/3 (
|f (t, y) − f (t, x)| = |6t 3 y 2 − 6t x2 | = |6t||y 2/3 − x2/3 | = 6|t|( ( |y − x|
( (
y−x
e é fácil de verificar que para y, x numa vizinhança de 0 a função
( y 2/3 − x2/3 (
( (
y−x
( (
não é limitada. Concluimos então que a continuidade de f implica existência de solução do
PVI, mas o facto de não ser localmente lipschitziana em ordem a y numa vizinhança de (0, 0)
não assegura a unicidade de solução do PVI.
tem infinitas soluções, e explique porque esse facto não contradiz o Teorema de Picard.
Resolução:
Começamos por verificar que a solução constante y(t) ≡ 0 é solução do PVI. Por outro lado,
se y(t) %= 0 a equação pode ser escrita na forma
−1/2 dy d%
& ' %t '2
y =1 ⇔ y −1/2 dy = 1 ⇔ 2y 1/2 = t + c ⇔ y(t) = +k
dt dt 2
Visto termos obtido uma função polinomial verifica-se que y é diferenciável em R, e y(0) = 0
implica que outra solução do PVI é
t2
y(t) =
4
Podemos agora utilizar “cortar” e “colar” entre estas duas soluções para criar novas soluções
do PVI. Isto é, para t0 > 0, defina-se
0
se t ≤ t0
yt0 (t) =
( t − t0
% '2
se t > t0
2 2
Verifica-se que yt0 é diferenciável em R, verifica a equação diferencial (dado que 0 e ( 2t − t20 )2 a
verificam) e yt0 (0) = 0. De igual modo, para cada s0 < 0
0
se t ≥ s0
ys0 (t) =
t − s0
% '2
se t < s0
2 2
é tambem solução do PVI.
Finalmente, o facto de existirem uma infinidade de soluções deve-se a que a função f (t, y) =
√
y é contı́nua em y ≥ 0, mas não é localmente lipschitziana em ordem a y em qualquer conjunto
compacto de R2 que contenha a origem (0, 0). De facto, temos que:
(√ √ (
( x − y(
|f (t, x) − f (t, y)| = (( ( |x − y|,
x−y (
onde a função (√ √ (
( x − y(
( x − y (,
( (
(i) Determine uma solução do PVI, e justifique que essa é a única solução do problema
definida para t numa vizinhança de 1/2.
⇔ y 2 = k(t − 1)2 + 1
$ $
⇔ y(t) = k(t − 1)2 + 1 ou y(t) = − k(t − 1)2 + 1
Para mostrar que é a única solução do PVI teremos que verificar que
1 − y2
f (t, y) =
y(1 − t)
Visto o domı́nio de diferenciabilidade de y(t) ser R, podemos desde já concluir que y(t) não
explode em tempo finito. Por isso, o único problema que pode surgir é o de (t, y(t)) atingir a
fronteira de D, isto é, quando t = 1 ou y(t) = 0. Mais uma vez, pela expressão de y(t) podemos
concluir que y(t) %= 0 para todo t ∈ R, pelo que o único problema é mesmo t = 1. Tem-se então
que o intervalo máximo de solução única é
I =] − ∞, 1[
e
y(t) → 1 quando t → 1−
Por outro lado, sabemos que $
yk (t) = k(t − 1)2 + 1
é solução da equação diferencial e
yk (1) = 1 , ∀k ≥ 0
dy
(1 − t)y
= 1 − y2
dt
limt→1+ y(t) = 1 ou y(1) = 1
verificando-se que o seu intervalo de definição não é limitado superiormente. Finalmente para
qualquer k ≥ 0, defina-se
$
y(t) se t < 1 12(t − 1)2 + 1 se t < 1
Yk (t) = =
$
yk (t) se t ≥ 1 k(t − 1)2 + 1 se t ≥ 1
y(1/2) = 2
temos que:
1 − y2
f (t, y) = ,
1−t
e a função não está definida em t = 1.
5. Mostre que o seguinte problema de valor inicial:
dy 1
=
*
dt
3y 2 + 3 (t + 1)2
y(0) = 1 ,
tem uma única solução y(t), definida para t ∈ [0, +∞[, e calcule lim y(t) .
t→+∞
Sugestão: Não tente resolver a equação diferencial. Considere a função u(t) definida por
du 1
= 2
dt 3u
u(0) = 1 .
Resolução:
Definindo
1
f (t, y) = *
3 (y(t)) + 3 (t + 1)2
2
o domı́nio de f é
+ * , + ,
D = (t, y) ∈ R : 3 (u(t)) + (t + 1)2 %= 0 = R2 \ (t, y) = (−1, 0)
2
2 3
Começemos por mostrar existência e unicidade de solução local. Verifica-se facilmente que
tanto f como ∂f /∂y são contı́nuas em D e visto (t0 , y0) = (0, 1) ∈ D, o Teorema de Picard
assegura existência de uma solução do PVI y(t), definida para t numa vizinhança, de t0 = 0,
isto é, a solução y(t) existe e é única para t ∈ I =]α, β[. Visto que 0 ∈ I. podemos concluir
que y(t) existe e é única para t ∈ I = [0, β[. Falta mostrar que β = ∞, isto é, que nem (t, y(t))
atingem a fronteira de D para qualquer t > 0, nem |y(t)| → ∞ em tempo finito. Como não
conhecemos a solução do PVI, teremos que usar um teste de comparação.
Por um lado
f (t, y) > 0 , ∀(t, y) ∈ D (2)
Considere-se o PVI -
u̇ = 0
u(0) = 1
A sua única solução é u(t) = 1, e como consequência de (2)
y(t) ≥ 1 , ∀t ∈ R (3)
ou seja
1 ≤ lim y(t) ≤ ∞
t→∞
Estas desigualdades não nos permitem concluir algo sobre limt→∞ y(t). Para estimarmos este
limite de modo mais preciso, necessitamos de minorar f (t, y) de forma menos grosseira. Para
tal, usando (5), podemos concluir que
1 1
f (t, y) ≥ $ ≥ $ (6)
27 (t + 1)2 + (t + 1)2/3
3
28 (t + 1)2
3
Considere-se o PVI
1
ẇ =
28(t + 1)2/3
w(0) = 1
3
√
3
A sua única solução é w(t) = t + 1, e como consequência de (6)
28
3√ 3
y(t) ≥ t+1 , ∀t ∈ R (7)
28
Finalmente (usando (5) e (7)), concluimos que
3√ 3
√
t + 1 ≤ y(t) ≤ 3 3 t + 1 , ∀t ≥ 0
28
logo:
lim y(t) = +∞
t→∞
Análise Matemática IV
Problemas para as Aulas Práticas
9 de Maio de 2005
Semana 9
1. Seja
5 −1 0
A= 1 3 0
0 0 4
1
Determine etA e resolva o problema de valor inicial x� = Ax, x(1) = 0 .
0
2. Seja
2 −2 2
A= 0 0 1
0 0 1
1
Resolva o problema de valor inicial x� = Ax, x(0) = 0 .
0
3. Seja
2 1 0
A= 0 2 0
−1 0 3
1
Resolva o problema de valor inicial x� = Ax, x(0) = 1 .
1
4. Determine a solução geral do seguinte sistema de equações diferenciais:
� �
x = 14x − 10y + 1
y � = 10x − 2y + 2
1
Análise Matemática IV 2
onde
−2 0 0 0 0
3 −2 0 0 2
A=
0
e b(t) =
0 1 2 0
0 0 −2 1 0
utilize a alı́nea anterior para determinar a solução que verifica a condição inicial
x(0) = y(0) + 1 = z(0) = 1.
Análise Matemática IV
Problemas para as Aulas Práticas
6 de Junho de 2005
Semana 9
1. Seja
5 −1 0
A= 1 3 0
0 0 4
1
Determine etA e resolva o problema de valor inicial x� = Ax, x(1) = 0 .
0
Resolução:
Os valores próprios de A são as soluções da equação
� �
det(A − λI) = 0 ⇔ (5 − λ)(3 − λ) + 1 (4 − λ) = 0 ⇔ λ = 4
Para calcular o(s) vector(es) próprio(s) associados, há que determinar v = (a, b, c) ∈ R3
tal que
1 −1 0 a 0
(A − 4I)v = 0 ⇔ 1 −1 0 b = 0 ⇔ a−b=0
0 0 0 c 0
Tem-se então que
v1 = (1, 1, 0) , v2 = (0, 0, 1)
1
Análise Matemática IV 2
e � �
S= v1 vg v2
em que vg é um vector próprio generalizado. É então solução da equação
1 −1 0 a 1
(A − 4I)v = v1 ⇔ 1 −1 0 b = 1 ⇔ a − b = 1
0 0 0 c 0
Tem-se então que
vg = (a, b, c) = (1 + b, b, c) = (1, 0, 0) + (b, b, 0) + (0, 0, c) = (1, 0, 0) + b(1, 1, 0) + c(0, 0, 1)
donde podemos escolher
vg = (1, 0, 0)
Tem-se então que
1 1 0 0 1 0
S= 1 0 0 e S−1 = 1 −1 0
0 0 1 0 0 1
Finalmente
� 4t �
1 1 0 e te4t 0 1 0
−1 0
etA = etSJS = SetJ S−1 = 1 0 0 0 e4t � 4t �
1 −1 0
0 0 1 0 e 0 0 1
ou seja
t + 1 −t 0
etA = e4t t 1−t 0
0 0 1
1
Assim sendo, a solução do PVI, x = Ax, x(1) = 0 é dada por
�
0
t −(t − 1) 0 1 t
x(t) = eA(t−1) x(1) = e4(t−1) t − 1 1 − (t − 1) 0 0 = e4(t−1) t − 1
0 0 1 0 0
2. Seja
2 −2 2
A= 0 0 1
0 0 1
1
Resolva o problema de valor inicial x� = Ax, x(0) = 0 .
0
Resolução:
Visto A ser uma matriz triangular, os seus valores próprios são os elementos da sua
diagonal principal, ou seja
det(A − λI) = 0 ⇔ λ = 2 ou λ = 0 ou λ = 1
Análise Matemática IV 3
Para calcular o vector próprio associado ao valor próprio λ = 2, há que determinar
v = (a, b, c) ∈ R3 \ {(0, 0, 0)} tal que
0 −2 2 a 0
(A − 2I)v = 0 ⇔ 0 −2 1 b = 0 ⇔ b=c=0
0 0 −1 c 0
A = S D S−1
em que,
2 0 0
D= 0 0 0
0 0 1
e
� � 1 1 0
S= v1 v2 v3 = 0 1 1
0 0 1
Análise Matemática IV 4
Finalmente
2t
1 1 0 e 0 0 1 −1 1
−1
etA = etSDS = SetD S−1 = 0 1 1 0 e0t 0 0 1 −1
0 0 1 0 0 et 0 0 1
ou seja
e2t −e2t + 1 e2t − 1
etA = 0 1 et − 1
0 0 et
1
Assim sendo, a solução do PVI, x� = Ax, x(0) = 0 é dada por
0
2t 2t
e −e2t + 1 e2t − 1 1 e
x(t) = eA(t−0) x(0) = 0 1 et − 1 0 = 0
0 0 et 0 0
3. Seja
2 1 0
A= 0 2 0
−1 0 3
1
Resolva o problema de valor inicial x� = Ax, x(0) = 1 .
1
Resolução:
Os valores próprios de A são as soluções da equação
Para calcular o vector próprio associado ao valor próprio λ = 2, há que determinar
v = (a, b, c) ∈ R3 \ {(0, 0, 0)} tal que
0 1 0 a 0
(A − 2I)v = 0 ⇔ 0 0 0 b = 0 ⇔ a=ceb=0
−1 0 1 c 0
A = S J S−1
Finalmente
e2t te2t 0
tSJS−1
tA
e =e = Se S =
tJ −1
0 e2t 0
e2t − e3t (t + 1)e2t − e3t e3t
1
Assim sendo, a solução do PVI, x� = Ax, x(0) = 1 é dada por
1
e2t te2t 0 1 e2t (t + 1)
x(t) = eA(t−0) x(0) = 0 e2t 0 1 = e2t
e2t − e3t (t + 1)e2t − e3t e3t 1 2t
(t + 2)e − e 3t
Análise Matemática IV 6
X = Xh + Xp
Para calcular o vector próprio associado ao valor próprio λ = 6 + 6i, há que determinar
v = (a, b) �= (0, 0) tal que
� �� � � �
8 − 6i −10 a 0 4 − 3i
(A − (6 + 6i)I)v = 0 ⇔ = ⇔ b= a
10 −8 − 6i b 0 5
4 − 3i 4 + 3i
v2 = (1, ) = (1, )
5 5
Tem-se então, que A é uma matriz diagonalizável, isto é
A = SDS−1
Análise Matemática IV 7
em que � � � �
6 + 6i 0 1 1
D= e S= 4−3i 4+3i
0 6 − 6i 5 5
pelo que � �
−1 i 4 + 3i −5
S =−
6 −4 + 3i 5
Finalmente
para k1 , k2 ∈ R.
Resolução:
A solução geral da equação homogénea é dada por ẏ − Ay = 0
a1
At
y(t) = e a2 .
a3
Para determinar uma solução particular da equação basta determinar soluções par-
ticulares das equações
ẏ1 − y1 − y2 = 0
ẏ2 − y2 = 2et
ẏ3 − y3 = et .
Segue-se que
y2 (t) = Atet e y3 (t) = Btet .
Para determinar A e B tem-se
ẏ2 − y2 = 2et ⇒ Aet + Atet − Atet = 2et ⇒ A=2
e
ẏ3 − y3 = et ⇒ Bet + Btet − Btet = et ⇒ B=1
t
Substituindo y2 = 2te na primeira equação, obtém-se:
ẏ1 − y1 = 2tet
Procedendo como anteriormente, resulta que y1 (t) = t2 et é uma solução da equação
acima. Logo uma solução particular é:
2 t
te
yP (t) = 2tet .
tet
Aplicando a condição inicial, obtém-se
2 t
1 te
y(t) = eA(t−1) 1 − 2e + 2tet .
1−e tet
Nota: O problema tambem pode ser resolvido usando a fórmula da variação das
constantes.
6. Considere o seguinte problema de valor inicial
�
y = Ay + b(t)
� �T
y(0) = 0 0 0 0
onde
−2 0 0 0 0
3 −2 0 0 2
A=
0
e b(t) =
0 1 2 0
0 0 −2 1 0
Análise Matemática IV 9
Resolução:
(i) Visto a matriz A ser da forma
� � � � � �
A1 0 −2 0 1 2
A= sendo A1 = e A2 =
0 A2 3 −2 −2 1
temos que � �
At eA1 t 0
e =
0 eA2 t
o que facilita bastante os cálculos. Começemos por calcular eA1 t . O valor próprio de A1
é −2 associado aovector próprio v1 = (0, 1) e ao vector próprio generalizado v1g = ( 31 , 0).
Sendo assim � �� �� �
−1 0 13 −2 1 0 1
A1 = SJS =
1 0 0 −2 3 0
e consequentemente
� �� �� � � �
A1 t Jt −1 0 13 e−2t te−2t 0 1 −2t 1 0
e = Se S = =e
1 0 0 e−2t 3 0 3t 1
e consequentemente
� �� �� � � �
A2 t Dt −1 et 1 1 e2it 0 i 1 t cos(2t) sen(2t)
e = Se S = −2it =e
2i i −i 0 e i −1 − sen(2t) cos(2t)
Finalmente
� � e−2t 0 0 0
eA1 t 0 3te−2t e−2t 0 0
eAt = =
0
0 eA2 t 0 e cos(2t) e sen(2t)
t t
(ii) Pela fórmula da variação das constantes, a solução do problema de valor inicial dado
será
0 � t
At 0
y(t) = e + e At
e−As b(s) ds
0 0
0
−2t
e 0 0 0 � 0
3te−2t e−2t 0 0 t 2e2s
= ds
0 0 et cos(2t) et sen(2t) 0 0
0 0 −et sen(2t) et cos(2t) 0
0
1 − e−2t
=
0
0
pelo que
y2 (3) = 1 − e−6
utilize a alı́nea anterior para determinar a solução que verifica a condição inicial
x(0) = y(0) + 1 = z(0) = 1.
Resolução:
(i) Escrevendo o sistema na forma matricial
� �
� 1 −1
x = x ≡ Ax
2 −1
e consequentemente
pelo que � � � � � �
x(t) At 1 sen t + cos t
=e =
y(t) 0 2 sen t
(ii) Dado que nas duas primeiras equações não há dependência em z podemos concluir
de imediato por (i) que
Semana 10
quando:
(i) b(t) = 0, ∀t ∈ R.
(ii) b(t) = t, ∀t ∈ R.
t
(iii) b(t) = e , ∀t ∈ R.
y �� − 4y � + 3y = (1 + e−x )−1
3. Considere a equação
y (3) − 4y (2) + 5y � = 0
y �� − 2cy � + y = 0
5. Considere a equação
y (4) + 2y (3) + y (2) = t + cos t (1)
Semana 10
quando:
(i) b(t) = 0, ∀t ∈ R.
(ii) b(t) = t, ∀t ∈ R.
(iii) b(t) = et , ∀t ∈ R.
Resolução:
A solução da equação
y (3) − 2y (2) + y � = b(t) + 2
é
y(t) = yh (t) + yp (t)
em que yh (t) é a solução geral da equação homogénea associada, e yp (t) é uma solução
particular da equação completa.
(i) Sendo b(t) = 0, estamos a resolver a equação
y (3) − 2y (2) + y � = 2
e é óbvio que yp (t) = 2t é uma solução particular da equação. Para determinar a solução
geral da equação homogénea
y (3) − 2y (2) + y � = 0
note-se que a equação caracterı́stica é
Então
y1 (t) = e0t , y2 (t) = et , y2 (t) = tet
são 3 soluções linearmente independentes da equação homogénea, pelo que
pelo que
y(t) = 5 − 5et + 3tet + 2t
(ii) A solução da equação
y (3) − 2y (2) + y � = t + 2 (1)
será
y(t) = yh (t) + yp (t)
em que yh (t) é a solução geral da equação homogénea associada, e yp (t) é uma solução
particular da equação completa. Como calculado em (i)
y �� = D2 y = 0
Esta equação admite como solução geral (atenda a que as soluções do polinómio carac-
terı́stico são 1 de multiplicidade 2 e 0 de multiplicidade 3)
e conclui-se que bt + ct2 é a candidata a solução particular (dado que a + det + f tet é yh ).
Resta agora calcular as constantes b e c de modo a que yp (t) = bt + ct2 seja solução de
(1). Assim
pelo que
1
yp(3) − 2yp(2) + yp� = t + 2 ⇔ 2ct + b − 4c = t + 2 ⇔ c = eb=4
2
t2
Tem-se então que yp (t) = 4t + 2
, e a solução geral de (1) é
t2
y(t) = a + bet + ctet + 4t +
2
Análise Matemática IV 3
pelo que
t2
y(t) = 8 − 8et + 4tet + 4t +
2
(iii) A solução da equação
y (3) − 2y (2) + y � = et + 2 (2)
será
y(t) = yh (t) + yp (t)
em que yh (t) é a solução geral da equação homogénea associada, e yp (t) é uma solução
particular da equação completa. Como calculado em (i)
Para calcular yp , começamos por verificar que como consequência da linearidade da deri-
vada
yp (t) = 2t + zp (t)
em que zp (t) é solução particular da equação
Sendo b(t) = et solução da equação diferencial (por estar associada à raı́z do polinómio
caracterı́stico 1 de multiplicidade 1)
y � − y = (D − 1)y = 0
Esta equação admite como solução geral (atenda a que as soluções do polinómio carac-
terı́stico são 0 de multiplicidade 1 e 1 - de multiplicidade 3)
e conclui-se que dt2 et é a candidata a solução particular (dado que a + bet + ctet é yh ).
Resta agora calcular a constante d de modo a que zp (t) = dt2 et seja solução de (3). Assim
zp (t) = dt2 et , zp� (t) = d(2t + t2 )et , zp�� (t) = d(2 + 4t + t2 )et , zp��� (t) = d(6 + 6t + t2 )et
pelo que
1
zp(3) − 2zp(2) + zp� = et ⇔ 2d = 1 ⇔ d =
2
Análise Matemática IV 4
t2 et
Tem-se então que zp (t) = 2
, e a solução geral de (2) é
t2 et
y(t) = a + bet + ctet + 2t +
2
Dado que y(0) = y � (0) = 0 e y �� (0) = 1, concluimos
a + b = 0
a=4
b+c+2=0 ⇔ b = −4
b + 2c + 1 = 1 c=2
pelo que
t tt2 et
y(t) = 4 − 4e + 2te + 2t +
2
2. Determine a solução da equação diferencial
y �� − 4y � + 3y = (1 + e−x )−1
λ2 − 4λ + 3 = 0 ⇔ λ = 1 ou λ = 3
Sendo assim, ex e e3x são duas soluções linearmente independentes da equação homogénea,
pelo que
yh (t) = c1 ex + c2 e3x
Para calcular yp , notamos que teremos forçosamente de utilizar a fórmula da variação das
constantes, dado que
1
h(x) ≡
1 + e−x
não é solução de nenhuma equação diferencial linear de coeficientes constantes. Assim
sendo � � �
� x 3x � x −1 0
yp (x) = e e W (s) 1 ds
1+e−s
Assim
� x � �� �
� x 3x
� 1 3e−s −e−s 0
yp (x) = e e 1 ds
2 −e−3s e−3s 1+e−s
� � �
� � x e−s
x 3x 1 − 1+e −s
= e e e−3s ds
2 1+e−s
� �
1 � x 3x � log(1 + e−x )
= e e −2x
2 − e 2 + e−x − log(1 + e−x )
� �
1 x −x ex 2x 3x −x
= e log(1 + e ) − + e − e log(1 + e )
2 2
e2x ex ex − e3x
= − + log(1 + e−x )
2 4 2
e−3s
onde calculámos a primitiva de 1+e−s
fazendo a substituição e−s = t. Finalmente
e2x ex ex − e3x
y(x) = yh (x) + yp (x) = c1 ex + c2 e3x + − + log(1 + e−x )
2 4 2
Dado que y(0) = y � (0) = 1 tem-se que
c1 + c2 = 34 c1 = 1 − 12 log 2
⇔
1
c1 + 3c2 = 4
+ log 2 c2 = − 14 + 12 log 2
pelo que � �
ex − e3x 1 + e−x e3x e2x 3ex
y(x) = log − + +
2 2 4 2 4
3. Considere a equação
y (3) − 4y (2) + 5y � = 0
λ3 − 4λ2 + 5λ = λ(λ2 − 4λ + 5) = 0 ⇔ λ = 0 ou λ = 2 ± i
pelo que 1, e2t cos t e e2t sen t são três soluções linearmente independentes da equação.
Como tal a sua solução geral é
tenha solução limitada. Observe que a função y(t) possui limite quando t → ∞ sse
c2 = c3 = 0, isto é se é da forma y(t) = c1 . Sendo assim, as condições iniciais requeridas
serão
y(0) = α , y � (0) = 0 , y �� (0) = 0
para α ∈ R.
y �� − 2cy � + y = 0
• c2 − 1 = 0: Neste caso o polinómio caracterı́stico tem apenas uma raı́z c pelo que a
solução da equação diferencial é
Para que esta solução seja periódica teremos de ter c = 0. Assim, este valor é o
único valor de c para o qual a equção admite soluções periódicas não triviais. Neste
caso as soluções são:
y(t) = c1 cos(t) + c2 sen(t)
5. Considere a equação
y (4) + 2y (3) + y (2) = t + cos t (4)
Resolução:
(i) O polinómio caracterı́stico associado é
λ4 + 2λ3 + λ2 = 0 ⇔ λ2 (λ + 1)2 = 0
pelo que 1, t, e−t e te−t são soluções independentes da equação homogénea, e como tal
é a solução pedida.
(ii) Como usualmente a solução de (4) é dada por
em que yp é uma solução particular de (4). Para utilizar o método dos coeficientes
indeterminados, podemos considerar
y �� = D2 y = 0
D4 (D + 1)2 y = D2 t = 0
Esta equação admite como solução geral (atenda a que as soluções do polinómio carac-
terı́stico são 0 de multiplicidade 4 e -1 de multiplicidade 2)
pelo que
�
(4) (3) (2) a3 = −1
z1 + 2z1 + z1 = t ⇔ 12a4 + 2a3 + 6a4 t = t ⇔
a4 = 16
Análise Matemática IV 8
3
Tem-se então que z1 (t) = −t2 + t6 . Para calcular z2 , note-se que cos t é solução da equação
y �� + y = (D2 + 1)y = 0
z2 (t) = a5 cos t + a6 sen t , z2� (t) = −a5 sen t + a6 cos t , z2�� (t) = −a5 cos t − a6 sen t
(iv)
z2��� (t) = a5 sen t − a6 cos t , z2 (t) = z2 (t)
pelo que
�
(4) (3) (2) a5 = 0
z2 + 2z2 + z2 = t ⇔ −2a6 cos t + 2a5 sen t = cos t ⇔
a6 = − 12
−t −t 2 t3 1
y(t) = yh (t) + z1 (t) + z2 (t) = c1 + c2 t + c3 e + c4 te − t + − sen t
6 2
(iii) Dado que y(0) = y � (0) = y �� (0) = y ��� (0) = 0 concluimos
c 1 + c 3 = 0
c1 = −3
c2 − c3 + c4 − 12 = 0 c2 = 3
⇔
c3 − 2c4 − 2 = 0
c3 = 3
−c3 + 3c4 + 32 = 0 c4 = 12
pelo que
1 t3 1
y(t) = −3 + 3t + 3e−t + te−t − t2 + − sen t
2 6 2
Análise Matemática IV
Problemas para as Aulas Práticas
Semana 11
sen(t)
(c) f (t) = eat cos(bt) (d) f (t) = , (t > 0)
t
s+1 1
(c) (d)
s2 +s−6 (s + 1)4
a) y �� − y � − 6y = 0, y(0) = 1, y � (0) = −1
b) y �� + ω 2 y = cos(2t), ω 2 �= 0, y(0) = 1, y � (0) = 0
c) y �� + 2y � + 2y = h(t), y(0) = 0, y � (0) = 1 sendo
�
1 se π ≤ t < 2π
h(t) =
0 se 0 ≤ t < π e t ≥ 2π
Semana 11
sen(t)
(c) f (t) = eat cos(bt) (d) f (t) = , (t > 0)
t
Resolução:
(a) Atendendo a que
eat + e−at
ch(at) =
2
e à linearidade da Transformada de Laplace, tem-se
eat + e−at 1� at −at
�
L{ch(at)}(s) = L{ }(s) = L{e }(s) + L{e }(s)
2 2
1 � 1 1 � s
= + = 2
2 s−a s+a s − a2
Visto
1
L{eat }(s) = se Re s > a
s−a
e
1
L{e−at }(s) = se Re s > −a
s+a
tem-se que
s
L{ch(at)}(s) = se Re s > |a|
s2 − a2
(b) Atendendo a que para n ∈ N
dn
n
L{f }(s) = (−1)n L{tn f }(s) (1)
ds
tem-se que
d d a 2as
L{t sen(at)}(s) = − L{sen(at)}(s) = − 2 2
= 2
ds ds s + a (s + a2 )2
Visto
s
L{sen(at)}(s) = se Re s > 0
s2 + a2
tem-se
2as
L{t sen(at)}(s) = se Re s > 0
(s2 + a2 )2
Análise Matemática IV 2
É conhecido que � ∞
sen t
dt = π
−∞ t
π
pelo que c = e
2 � sen t � π
L (s) = − arctg s +
t 2
2. Calcule a inversa da Transformada de Laplace de
(a) (s2 − 1)−2 (b) 6(s4 + 10s2 + 9)−1
s+1 1
(c) (d)
s2 +s−6 (s + 1)4
Resolução:
(a) Para calcular a inversa da Transformada de Laplace, vamos separar a função em
fracções simples, isto é
1 1 A B C D
= = + + +
(s2 − 1)2 (s − 1)2 (s + 1)2 s − 1 (s − 1)2 s + 1 (s + 1)2
Calculando as constantes, tem-se então que
1 1� 1 1 1 1 �
= − + + +
(s2 − 1)2 4 s − 1 (s − 1)2 s + 1 (s + 1)2
Análise Matemática IV 3
É óbvio que
1 1
= L{et }(s) e = L{e−t }(s)
s−1 s+1
Por outro lado, visto
1 d 1 d
2
=− = − L{et }(s)
(s − 1) ds s − 1 ds
mais uma vez por aplicação da propriedade (1), teremos
1
= L{tet }(s)
(s − 1)2
e de modo análogo se conclui que
1
= L{te−t }(s)
(s + 1)2
Finalmente
1 1 � t t −t −t
�
= L − e + te + e + te (s)
(s2 − 1)2 4
pelo que � �
−1 1 1� t t −t −t
�
L (t) = − e + te + e + te
(s2 − 1)2 4
(b) Note-se que
s4 + 10s2 + 9 = 0 ⇔ s2 = −9 ou s2 = −1
pelo que
6 6 As + B Cs + D
= 2 = 2 + 2
s4 2
+ 10s + 9 2
(s + 1)(s + 9) s +1 s +9
Calculando as constantes, tem-se então que
6 3� 1 1 � 3� 1 �
= − = L{sen t}(s) − L{sen 3t}(s)
s4 + 10s2 + 9 4 s2 + 1 s2 + 9 4 3
pelo que � �
6 3 1
L−1 (t) = sen t − sen 3t
s4 + 10s2 + 9 4 4
(c) Mais uma vez separando em frações simples
s+1 s+1 1� 3 2 � 1� 2t −3t
�
= = + = 3L{e }(s) + 2L{e }(s)
s2 + s − 6 (s − 2)(s + 3) 5 s−2 s+3 5
pelo que � s+1 � 1 2t
L−1 (t) = (3e + 2e−3t )
s2 + s − 6 5
(d) Note-se que
1 1 d� 1 � 1 1 d2 � 1 �
= − = ·
(s + 1)4 3 ds (s + 1)3 3 2 ds2 (s + 1)2
1 d3 � 1 � 1 d3 � −t
�
= − = − L{e }(s)
6 ds3 s + 1 6 ds3
Análise Matemática IV 4
a) y �� − y � − 6y = 0, y(0) = 1, y � (0) = −1
b) y �� + ω 2 y = cos(2t), ω 2 �= 0, y(0) = 1, y � (0) = 0
c) y �� + 2y � + 2y = h(t), y(0) = 0, y � (0) = 1 sendo
�
1 se π ≤ t < 2π
h(t) =
0 se 0 ≤ t < π e t ≥ 2π
Resolução:
(a) Para a resolução dos problemas de valor inicial, iremos utilizar a propriedade
Assim:
� �
1 � � 1
H1 (s) = 2 L{cos 2t}(s) − L{cos ωt}(s) = L (cos 2t − cos ωt) (s)
ω −4 ω2 − 4
Se ω = −2 ou ω = 2, então:
s 1 d� 1 � 1 d �1 �
H1 (s) = 2 =− =− L{sen 2t}(s)
(s + 4)2 2 ds s2 + 4 2 ds 2
e−πs e−2πs 1
Y (s) = − + ≡ H1 (s) + H2 (S) + H3 (s)
s(s2 + 2s + 2) s(s2 + 2s + 2) s2 + 2s + 2
podemos concluir
s2 + 2s + 2 = 0 ⇔ s = −1 + i ou s = −1 − i
Note-se que
1 1 1 s+1 1
= − −
s(s2 + 2s + 2) 2s 2 (s + 1) + 1 (s + 1)2 + 1
2
1 1
= L{1}(s) − L{e−t cos t}(s) − L{e−t sen t}(s)
2 2
onde utilizámos a propriedade (3). Então:
1 1
H1 (s) = e−πs L{ − e−t cos t − e−t sen t}(s)
2 2
�1 1 �
= L{H(t − π) − e−(t−π) cos(t − π) − e−(t−π) sen(t − π) }(s)
2 2
Análise Matemática IV 7
o que é equivalente a
(s2 + 2s + 2)Y (s) − s − 2 = e−πs
onde utilizámos o facto de y(0) = 1, y � (0) = 0 e
Então
2+s 1
Y (s) = + e−πs 2 ≡ H1 (s) + H2 (S)
s2
+ 2s + 2 s + 2s + 2
Por método análogo ao utilizado na alı́nea (c) do problema 3:
s+1 1
H1 (s) = + = L{e−t cos t + e−t sen t}(s)
s2 + 2s + 2 s2 + 2s + 2
Utilizando a propriedade (4):
o que é equivalente a
(s2 + 1)Y (s) = e−πs − e−2πs
onde utilizámos o facto de y(0) = 0, y � (0) = 0 e
Então
1 1
Y (s) = e−πs − e−2πs
≡ H1 (s) + H2 (S)
s2 + 1 s2 + 1
pelo que, utlizando a propriedade (4)
e
H2 (s) = −e−2πs L{sen t}(s) = −L{H(t − 2π) sen(t − 2π)}(s)
Finalmente a solução do PVI é
o que é equivalente a
(s2 + 1)Y (s) − 1 = −e−πs
onde utilizámos o facto de y(0) = 0, y � (0) = 1 e
� ∞
δ(t − t0 )f (t) dt = f (t0 )
−∞
Então
1 1
Y (s) = − e−πs 2
s2
+1 s +1
= L{sen t}(s) − e−πs L{sen t}(s)
= L{sen t}(s) − L{H(t − π) sen(t − π)}(s)
Finalmente, a solução do PVI é
12 de Dezembro de 2006
Semana 11
2. Determine a série de Fourier da função g(x) = L − |x|, no intervalo [−L, L]. Utilizando a série
obtida num ponto adequado, aproveite para mostrar que
+∞
1 1 1 π2
∑ (2n − 1)2 = 1 + 32 + 52 + · · · = 8
.
n=1
3. Determine a série de Fourier da função h(x) = x2 , no intervalo x ∈ [−L, L]. Utilizando a série
obtida num ponto adequado, aproveite para mostrar que
+∞
1 1 1 π2
∑ n2 = 1 + 2
+ 2
+ · · · = .
n=1 2 3 6
∂u ∂ 2u
= α2 2 (∗)
∂t ∂x
1
Análise Matemática IV 2
(a) Mostre que as suas soluções estacionárias (isto é, que não dependem do tempo) são da
forma u(x) = Ax + B.
(b) Determine a solução estacionária para o problema correspondente a uma barra situada
entre os pontos x = 0 e x = L, em que se fixam as temperaturas u(0,t) = T1 , u(L,t) = T2 .
(c) Resolva a equação (∗) para 0 � x � 1 e para as condições iniciais e de fronteira
u(0,t) = 20, u(1,t) = 60, u(x, 0) = 75.
8. Resolva a equação
ut = uxx + 2u, (x ∈ [0, π])
ux (0,t) = ux (π,t) = 0
u(x, 0) = sen x.
9. Resolva a equação
ut = uxx − tu, (x ∈ [0, 2π])
ux (0,t) = ux (2π,t) = 0
u(x, 0) = x
10. Recorrendo ao método de separação de variáveis, resolva o seguinte problema para a equação
das ondas
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
+ 2= 2
∂ x 2 ∂y ∂t
u(x, 0,t) = x , u(x, 1,t) = x
12 de Dezembro de 2006
Semana 12
1. Calcule a série de Fourier da função f : [−1, 1] → R definida por
�
−1 se −1 � x � 0,
f (x) =
+1 se 0 < x � 1.
e indique para que valores converge (pontualmente) a série obtida.
Resolução:
A série de Fourier associada a f será
∞ � �
a0
SF[ f ](x) = + ∑ an cos (nπx) + bn sen (nπx)
2 n=1
em que
� 1 � 1
a0 = f (x)dx = 0 e an = cos (nπx) f (x) dx = 0
−1 −1
dado que f é uma função impar; e
� 1 � 1 �1
2 � 2
bn = sen (nπx) f (x) dx = 2 sen (nπx) dx = − cos (nπx)� = (1 − cos (nπ))
−1 0 nπ 0 nπ
Assim ∞
2
SF[ f ](x) = ∑ nπ (1 − cos (nπ))sen (nπx)
n=1
Visto �
0 se n é par
1 − cos (nπ) = 1 − (−1)n =
2 se n é ı́mpar
podemos escrever
�
∞
4 f (x) se x ∈] − 1, 0[∪]0, 1[
SF[ f ](x) = ∑ sen ((2n − 1)πx) =
n=1 (2n − 1)π 0 se x = −1, x = 0, x = 1
1
Análise Matemática IV 2
2. Determine a série de Fourier da função g(x) = L − |x|, no intervalo [−L, L]. Utilizando a série
obtida num ponto adequado, aproveite para mostrar que
+∞
1 1 1 π2
∑ (2n − 1)2 = 1 + 32 + 52 + · · · = 8
.
n=1
Resolução:
A função f (x) pode ser escrita na forma
�
L+x se x ∈ [−L, 0[
f (x) =
L−x se x ∈ [0, L]
Assim ∞
L 2L nπ
SF[ f ](x) = + ∑ 2 2 (1 − cos (nπ))cos x
2 n=1 n π L
Visto �
0 n se n é par
1 − cos (nπ) = 1 − (−1) =
2 se n é ı́mpar
podemos escrever
�
L2 ∞
4L (2n − 1)π f (x) se x ∈] − L, L[
SF[ f ](x) = +∑ cos x=
4 n=1 (2n − 1) π
2 2 L L
2 se x = −L, x = L
Para calcular o valor da série numérica, usaremos o facto de para x = 0 se ter SF[ f ](0) = f (0),
isto é ∞
L 4L
+∑ =L
2 n=1 (2n − 1)2 π 2
pelo que
4 ∞ 1 1 ∞
1 π2
∑ = ⇒ ∑ =
π 2 n=1 (2n − 1)2 2 n=1 (2n − 1)
2 8
Análise Matemática IV 3
3. Determine a série de Fourier da função h(x) = x2 , no intervalo x ∈ [−L, L]. Utilizando a série
obtida num ponto adequado, aproveite para mostrar que
+∞
1 1 1 π2
∑ n2 = 1 + 22 + 32 + · · · = 6
.
n=1
Resolução:
A série de Fourier associada a h será
∞ �
a0 nπ nπ �
SF[h](x) = + ∑ an cos ( x) + bn sen ( x)
2 n=1 L L
em que
� L � L
1 2 2L2
a0 = h(x)dx = x2 dx =
L −L L 0 3
e para n > 1
� L � L
1 2 4L2
an = h(x)cos (nπx) dx = x2 cos (nπx) dx = cos (nπ)
L −L L 0 n2 π 2
Dado que f é uma função par podemos concluir que
� L
1
bn = sen (nπx)h(x) dx = 0
L −L
Assim
�
L2 ∞
4L2 nπ h(x) se x ∈] − L, L[
SF[h](x) = + ∑ 2 2 cos (nπ)cos x =
3 n=1 n π L L2 se x = −L, x = L
Para calcular o valor da série numérica, usaremos o facto de para x = L se ter SF[h](L) = L2 ,
isto é
L2 ∞
4L2
+ ∑ 2 2 cos (nπ)cos (nπ) = L2
3 n=1 n π
pelo que
4 ∞ 1 2 ∞
1 π2
∑ = ⇒ ∑ n2 =
π n=1 n
2 2 3 n=1 6
Resolução:
(a) A série de Fourier associada a f no intervalo [−1, 1] é:
∞ � �
a0
SF[ f ](x) = + ∑ an cos (nπx) + bn sen (nπx) .
2 n=1
Análise Matemática IV 4
e para n > 1
� 1 � 1
2
an = f (x)cos (nπx) dx = 2 1cos (nπx) dx = (sen (nπ) − sen (0)) = 0,
−1 0 nπ
� 1
bn = f (x)sen (nπx) dx = 0.
−1
Assim,
SF[ f ](x) = 1 = f (x).
e para n > 1
� 1
an = g(x)cos (nπx) dx = 0,
−1
� 1 � 1
bn = g(x)sen (nπx) dx = 2 x sen (nπx) dx
−1 0
� x �1 � �
� 1 1
= 2 − cos (πnx)� + cos (πnx) dx
nπ 0 nπ 0
2 2
= − cos (πn) = (−1)n+1 .
nπ nπ
Assim,
∞
2
SF[g](x) = ∑ nπ (−1)n+1sen (nπx).
n=1
(b) Para obter a série de senos de um função no intervalo [0, 1] temos de prolongá-la como
funções ı́mpar ao intervalo [−1, 1]. A série de Fourier da função prolongada é a série de senos
procurada.
A série de senos de f em [0, 1] é consequência da extensão ı́mpar ao intervalo [−1, 1], isto é, da
série de Fourier da função
1 se x ∈ [0, 1]
f˜(x) =
−1 se x ∈ [−1, 0]
Análise Matemática IV 5
A série de senos de g em [0, 1] é consequência da extensão ı́mpar ao intervalo [−1, 1]. Como g
é ı́mpar, o prolongamento coincide com g e a série de senos é a série de Fourier que calculámos
na alı́nea (a):
∞
2
∑ nπ (−1)n+1sen (nπx).
n=1
(c) Para obter a série de cosenos de um função no intervalo [0, 1] temos de prolongá-la como
funções par ao intervalo [−1, 1]. A série de Fourier da função prolongada é a série de cosenos
procurada.
Como f é uma função par, a série de cosenos no intervalo [0, 1] é a série de Fourier que cal-
culámos na alı́nea (a), i.e., a série com um único termo constante 1.
A série de cosenos de g em [0, 1] é consequência da extensão par ao intervalo [−1, 1], isto é, da
série de Fourier da função
x se x ∈ [0, 1]
g̃(x) =
−x se x ∈ [−1, 0]
onde � 1 � 1 � 1
a0 = g̃(x) dx = 2 g(x) dx = 2 x dx = 1,
−1 0 0
e para n > 0:
� 1 � 1 � 1
2
an = g̃(x)cos (nπx) dx = 2 g(x)cos (nπx) dx = 2 xcos (nπx) dx = ((−1)n − 1).
−1 0 0 π 2 n2
∂u ∂ 2u
= α2 2 (∗)
∂t ∂x
(a) Mostre que as suas soluções estacionárias (isto é, que não dependem do tempo) são da
forma u(x) = Ax + B.
(b) Determine a solução estacionária para o problema correspondente a uma barra situada
entre os pontos x = 0 e x = L, em que se fixam as temperaturas u(0,t) = T1 , u(L,t) = T2 .
(c) Resolva a equação (∗) para 0 � x � 1 e para as condições iniciais e de fronteira
Resolução: (a) Uma solução é estacionária se e só se ut = 0, pelo que as soluções estacionárias
de (∗) são as funções u = u(x) que satisfazem uxx = 0. É claro, então, que u tem de ser um
polinómio de grau 1 em x: u(x) = Ax + B, onde A e B são constantes.
(b) Com u(x) = Ax + B, temos u(0) = B = T1 e u(L) = AL + B = T2 . Portanto
T2 − B T2 − T1
B = T1 e A= = .
L L
T2 −T1
A solução estacionária pretendida é u(x) = L x + T1 .
(c) Identificamos, em relação às alı́neas anteriores, L = 1, T1 = 20 e T2 = 60. Designando por
w(x,t) a diferença entre a solução estacionária u(x) = 40x + 20 e a solução do problema u(x,t),
ou seja
w(x,t) = u(x,t) − 40x − 20,
vemos que w(x,t) é solução do problema:
∂w ∂ 2w
= α2 2 com w(0,t) = w(1,t) = 0 e w(x, 0) = 55 − 40x.
∂t ∂x
Usando o método da separação de variáveis obtemos
+∞
∑ bne−n π α t sen (nπx) .
2 2 2
w(x,t) =
n=1
Donde
+∞
55 − 40x = ∑ bnsen (nπx) .
n=1
Determinamos os coeficientes desta série de senos da forma habitual, recorrendo a integração
por partes:
� 1
bn = 2 (55 − 40x) sen (nπx) dx
0
� � � 1
cos (nπx) 1 cos (nπx)
= 2 (55 − 40x) −2 (−40) dx
−nπ 0 0 −nπ
� �
cos (nπ) 55
= 2 (55 − 40) −
−nπ −nπ
� �
15 55
= 2 (−1)n+1 +
nπ nπ
10 � �
n+1
= 3 (−1) + 11 .
nπ
Então
u(x,t) = 20 + 40x + w(x,t)
10 �
+∞
n+1
�
= 20 + 40x + ∑ 3 (−1) + 11 exp(−n2 π 2 α 2t)sen (nπx)
n=1 nπ
Note-se que esta solução é C∞ para t > 0, e contı́nua para 0 < x < 1 e t = 0, mas descontı́nua
nos pontos (x,t) = (0, 0) e (x,t) = (1, 0) porque a condição inicial não é compatı́vel com as
condições fronteira.
Análise Matemática IV 7
concluı́mos que An = 0, para todo o n. Por outro lado, derivando u(t, x) em ordem a t, obtemos:
∂ u +∞
= ∑ nπcBn cos (nπct) sen (nπx) ,
∂t n=1
Precisamos, pois, de expandir a função constante 1, numa série de senos no intervalo [0, 1]. Isto
fornece os coeficientes (ver problema 4):
� 1
cos (nπ) − 1
nπcBn = 2 sen (nπx) dx = ,
0 −nπ
ou seja
2 (1 − (−1)n )
Bn = .
n2 π 2 c
Portanto a solução é
+∞
2 (1 − (−1)n )
u (t, x) = ∑ sen (nπct) sen (nπx) .
n=1 n2 π 2 c
Análise Matemática IV 8
∂ u1
Recorrendo ao método da separação de variáveis, e utilizando as condições fronteira (x, 0) =
∂y
∂ u1 ∂ u1
(x, 1) = (0, y) = 0, obtemos soluções para o primeiro sistema da forma:
∂y ∂x
a0 +∞
u1 (x, y) = + ∑ an cosh (nπx)cos (nπy) ,
2 n=1
8. Resolva a equação
ut = uxx + 2u, (x ∈ [0, π])
ux (0,t) = ux (π,t) = 0,
u(x, 0) = sen x.
Resolução:
Recorrendo ao método da separação de variáveis, e utilizando as condições fronteira ux (0,t) =
ux (π,t) = 0 obtemos soluções da forma:
a0 e2t +∞
+ ∑ an e(2−n )t cos (nx).
2
u(x,t) =
2 n=1
Para determinar os coeficientes an , impomos que u(x,t) satisfaça a condição inicial, o que
fornce:
a0 +∞
u(x, 0) = + ∑ an cos (nx) = sen x.
2 n=1
Ou seja, os an são os coeficientes do desenvolvimento da função sen x numa série de cosenos
no intervalo [0, π]. Da forma usual, obtemos:
2 1+(−1)
n
�
2 π π 1−n2 se n �= 1
an = sen x cos nx dx =
π 0
0 se n = 1
9. Resolva a equação
ut = uxx − tu, (x ∈ [0, 2π])
ux (0,t) = ux (2π,t) = 0
u(x, 0) = x
Resolução:
Recorrendo ao método da separação de variáveis, e utilizando as condições fronteira ux (0,t) =
ux (2π,t) = 0, obtemos soluções da forma:
2 2 �n �
− n4 t − t2
e cos x .
2
Formando combinações lineares, concluı́mos que a solução toma a forma:
a0 − t 2 +∞ 2 2 �n �
− n4 t − t2
u(x,t) = e + ∑ an e
2 cos x .
2 n=1 2
Análise Matemática IV 10
10. Recorrendo ao método de separação de variáveis, resolva o seguinte problema para a equação
das ondas
∂ u + ∂ u = ∂ u
2 2 2
∂ x2 ∂ y2 ∂t 2
u(x, 0,t) = x , u(x, 1,t) = x
Solução:
Procurando uma solução v que não dependa de t e que satisfaça as condições fronteira, obtemos
v(x, y) = x.
Pelo que se definirmos ω(t, x, y) = u(t, x, y) − x , esta função ω satisfaz as seguintes condições:
2
∂ ω ∂ 2ω ∂ 2ω
∂ x2 + =
∂ y2 ∂t 2
ω(t, x, 0) = 0 , ω(t, x, 1) = 0
ω(t, 0, y) = 0 , ω(t, 1, y) = 0
ω(0, x, y) = 0.
Usando o método da separação de variáveis para resolver este último problema, chegamos à
seguinte solução formal:
+∞ +∞ �
ω(t, x, y) = ∑ ∑ cm,n sen ( (m2 + n2 )πt) sen (mπx) sen (nπy).
n=1 m=1
Análise Matemática IV 11
Atendendo que cos (2π (x − y)) − cos (2π (x + y)) = 2sen (2πx) sen (2πy) , vem
1 √
u(t, x, y) = x + √ sen ( 8πt) sen (2πx) sen (2πy).
π 2
Análise Matemática IV
Semana 12
∂u ∂2 u
1. Considere a equação de propagação do calor = α2 2 . (∗)
∂t ∂x
(a) Mostre que esta equação possui uma solução estacionária (isto é, que não depende do
tempo) da forma u(x) = Ax + B.
(b) Determine a solução estacionária para o problema correspondente a uma barra situada
entre os pontos x = 0 e x = L, em que se fixam as temperaturas u(0,t) = T1 , u(L,t) = T2 .
u(0,t) = 20
(c) Resolva a equação (∗) para 0 � x � 1 e para as condições iniciais e de fronteira u(1,t) = 60
u(x, 0) = 75.
u(x, 0) = (π − x)x .
Análise Matemática IV
Semana 12
∂u ∂ 2u
= α2 2 (0.1)
∂t ∂x
(a) Mostre que esta equação possui uma solução estacionária (isto é, que não depende do tempo)
da forma u(x) = Ax + B.
(b) Determine a solução estacionária para o problema correspondente a uma barra situada entre
os pontos x = 0 e x = L, em que se fixam as temperaturas u(0,t) = T1 , u(L,t) = T2 .
(c) Resolva a equação (??) para 0 ≤ x ≤ 1 e para as condições iniciais e de fronteira
u(0,t) = 20
u(1,t) = 60
u(x, 0) = 75.
Resolução:
∂u ∂ 2u ∂u
(a) Definindo u(x) = Ax + B, temos ∂x = A, ∂ x2
=0= ∂t . Pelo que u(x) = Ax + B é uma solução
∂u 2
estacionária de ∂t = α 2 ∂∂ xu2 , quaisquer que sejam as constantes A e B.
(b) Com u(x) = Ax + B, temos u(0) = B = T1 e u(L) = AL + B = T2 . Portanto
T2 − B T2 − T1
B = T1 e A= = .
L L
T2 −T1
A solução estacionária pretendida é u(x) = L x + T1 .
(c) Identificamos, em relação às alı́neas anteriores, L = 1, T1 = 20 e T2 = 60. Designando por
w(x,t) a diferença entre a solução estacionária u(x) = 40x + 20 e a solução do problema u(x,t), ou
seja
w(x,t) = u(x,t) − 40x − 20,
obtemos
∂w ∂ 2w
= α 2 2 com w(0,t) = w(1,t) = 0 e w(x, 0) = 55 − 40x.
∂t ∂x
Usando o método da separação de variáveis obtemos
+∞
∑ bne−n π α t sen (nπx) .
2 2 2
w(x,t) =
n=1
Análise Matemática IV 2
Donde
+∞
55 − 40x = ∑ bn sen (nπx) .
n=1
Determinando os coeficientes desta série de senos vem ( n ∈ N1 ), por integração por partes,
� 1
bn = 2 (55 − 40x) sen (nπx) dx
0
� � � 1
cos (nπx) 1 cos (nπx)
= 2 (55 − 40x) −2 (−40) dx
−nπ 0 0 −nπ
� �
cos (nπ) 55
= 2 (55 − 40) −
−nπ −nπ
� �
15 55
= 2 (−1)n+1 +
nπ nπ
10 � �
= 3 (−1)n+1 + 11 .
nπ
Então
+∞
10 � �
= 20 + 40x + ∑
2 2 2
3 (−1)n+1 + 11 e−n π α t sen (nπx)
n=1 nπ
Note-se que esta solução é C∞ para t > 0, e contı́nua para 0 < x < 1 e t = 0, mas descontı́nua nos
pontos (x,t) = (0, 0) e (x,t) = (1, 0) porque a condição inicial não é compatı́vel com as condições
fronteira.
Resolução:
(a) A série pretendida é
a0 +∞
+ ∑ an cos (nx)
2 n=1
Análise Matemática IV 3
com
�
2 π
an = sen(x) cos (nx) dx
π 0
�
1 π
= (sen ((n + 1) x) − sen ((n − 1) x)) dx
π 0
� �π
1 − cos((n+1)x) + cos((n−1)x) se n �= 1
π n+1 n−1
= � �π 0
1 − cos(2x) se n = 1
π 2 0
� � �
1 − cos((n+1)π)+1 cos((n−1)π)−1
π + se n �= 1
= n+1 n−1
0 se n = 1
� 1 n � 1 1
�
= π (1 + (−1) ) n+1 − n−1 se n �= 1
0 se n = 1
� n
−2 1+(−1)
se n �= 1
= π n2 −1
0 se n = 1
Portanto
2 2 +∞ 1 + (−1)n
− ∑ cos (nx) ,
π π n=2 n2 − 1
ou ainda � �
+∞
2 2
= 1− ∑ 2 cos (2nx) .
π n=1 4n − 1
O prolongamento periódico de g (x) é a função |sen x| que está definida em R, é contı́nua e seccio-
nalmente monótona. Concluı́mos então que
� �
+∞
2 2
1− ∑ 2 cos (2nx) = |sen x|
π n=1 4n − 1
para todo x ∈ R.
(c) Procurando soluções separadas v(x,t) = X (x) T (t) do problema linear homogéneo
�
vt = vxx + 2v, x ∈ ]0, π[
,
vx (0,t) = vx (π,t) = 0
obtemos
XT � = X �� T + 2XT,
pelo que
T� X ��
λ= −2 =
T X
Análise Matemática IV 4
Obtivemos então a solução e2t (correspondente à solução constante para λ = 0), e as soluções
a0 e2t +∞
+ ∑ an e(2−n )t cos (nx) .
2
u (x,t) =
2 n=1
3. Recorrendo ao método de separação de variáveis, resolva o seguinte problema para a equação das
ondas
∂ 2u 2∂ u
2
∂t 2 = c
∂ x2
u(t, 0) = u(t, 1) = 0
∂u
u(0, x) = 0 , (0, x) = 1
∂t
Análise Matemática IV 5
para t � 0 e para x ∈ [0, 1], (satisfazendo a equação diferencial para x ∈]0, 1[) e onde c é um
parâmetro real.
Da condição inicial
+∞
u(0, x) = ∑ An sen (nπx) = 0,
n=1
concluı́mos An = 0 para todo n. Então derivando formalmente u (t, x) em ordem a t vem
∂ u +∞
= ∑ nπcBn cos (nπct) sen (nπx) ,
∂t n=1
Então � 1
cos (nπ) − 1
nπcBn = 2 sen (nπx) dx = ,
0 −nπ
ou seja
2 (1 − (−1)n )
Bn = .
n2 π 2 c
Portanto a solução é
+∞
2 (1 − (−1)n )
u (t, x) = ∑ n2π 2c sen (nπct) sen (nπx) .
n=1
a0 +∞
u1 (x, y) = + ∑ an ch(nπx) cos (nπy) ,
2 n=1
u(x, 0) = (π − x)x .
Resolução:
(a) Pelo método de separação de variáveis, procuram-se soluções, da equação diferencial parcial
com condições fronteira, da forma u(t, x) = T (t)X(x), para as quais
∂ ∂2
(T (t)X(x)) = T � (t)X(x) e (T (t)X(x)) = T (t)X �� (x).
∂t ∂x 2
Para que a condição na fronteira, T (t)X(0) = T (t)X(π) = 0, seja satisfeita por uma solução
não identicamente nula, tem que ser
X(0) = X(π) = 0
(já que, se X(0) �= 0 ou X(π) �= 0, teria que ser T (t) = 0, ∀t). Quando k = 0, a única solução
X(x) que satisfaz esta condição na fronteira é a solução identicamente nula, ou seja, nesse
caso,
X(0) = X(π) = 0 =⇒ c1 = c2 = 0 .
Quando k �= 0, a condição X(0) = 0 impõe c1 = −c2 e depois a condição X(π) = 0 impõe, a
uma solução não identicamente nula, que
√ √
e kπ
− e− kπ
= 0,
√
ou seja e2 kπ = 1. Esta condição pode ser satisfeita desde que
√
2 kπ = 2nπi , n = 1, 2, 3, . . .
Análise Matemática IV 8
ou seja,
k = −n2 , n = 1, 2, 3, . . .
obtendo-se nestes casos
� �
X(x) = c1 einx − e−inx = 2ic1 sen(nx)
Chega-se assim que todas as seguintes funções são soluções para o problema de valor na
fronteira dado:
2 )t
un (t, x) = e�−(1+n
�� � sen(nx) , n = 1, 2, 3, . . .
� �� �
T (t) X(x)
para t � 0 e para x ∈ [0, π]. Por linearidade, qualquer combinação linear finita destas soluções
é ainda solução e, mais geralmente,
qualquer série
∞
∑ bn un(t, x)
n=1
é uma solução formal.
(b) Para que a solução geral da forma acima satisfaça a condição inicial u(0, x) = (π − x)x, tem
que se ter
∞ ∞
∑ bnun(0, x) = (π − x)x , ou seja, ∑ bn sen(nx) = (π − x)x .
n=1 n=1
Resolução (sumária):
(b) Procurando soluções separadas u = X (x) T (t) da parte homogénea do problema chegamos
sucessivamente a
XT � = X �� T − tXT,
T� X ��
+t = =λ constante,
T X
t2
T � = (λ − t) T, T = ceλt− 2 ,
X �� = λ X com X � (0) = X � (2π) = 0,
n2 �n �
λ =− e X (x) = cos x , com n ∈ N.
4 2
Análise Matemática IV 10
Obtemos assim
a0 − t 2 +∞ n2 t t 2
�n �
u(x,t) = e 2 + ∑ an e− 4 − 2 cos x .
2 n=1 2
Pela condição inicial, para x ∈ ]0, 2π[, e atendendo à alı́nea anterior
t2 4 +∞ ((−1)n − 1) − n2 +2t t �n �
u(x,t) = π e− 2 − ∑
π n=1 n2
e 4 cos
2
x .
7. Recorrendo ao método de separação de variáveis, resolva o seguinte problema para a equação das
ondas
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
+ 2= 2
∂ x 2 ∂y ∂t
u(x, 0,t) = x , u(x, 1,t) = x
ω(t, x, 0) = 0 , ω(t, x, 1) = 0
ω(t, 0, y) = 0 , ω(t, 1, y) = 0
ω(0, x, y) = 0.
Usando o método da separação de variáveis para resolver este último problema, chegamos à se-
guinte solução formal:
+∞ +∞ �
ω(t, x, y) = ∑∑ cm,n sin( (m2 + n2 )πt) sin(mπx) sin(nπy).
n=1 m=1
Atendendo que cos(2π (x − y)) − cos(2π (x + y)) = 2 sin (2πx) sin (2πy) , vem
1 √
u(t, x, y) = x + √ sin( 8πt) sin(2πx) sin(2πy).
π 2