Diagnóstico Comunitário de Saúde
Diagnóstico Comunitário de Saúde
Diagnóstico Comunitário de Saúde
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Ɣ os participantes devem escolher quem vai coordenar, relatar e anotar o resultado das discussões;
Ɣ é muito importante que todos participem, ouvindo, discutindo, dando sua opinião;
Ɣ nas primeiras reuniões, algumas pessoas podem ficar muito inibidas, portanto não podemos forçar a
participação. É bom incentivar e estabelecer uma relação de ajuda e respeito a essas pessoas.
Ɣa avaliação precisa ser feita com a participação das pessoas, verificando se as suas expectativas e
dúvidas foram todas respondidas e se o objetivo proposto foi alcançado. A avaliação é importante para o
ACS saber o que deu certo e o que foi ruim e assim procurar corrigir e planejar melhor as próximas
reuniões.
CAPÍTULO IV
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APRENDER APRENDER COM COMA COMUNIDADE
A COMUNIDADE
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Problemas
• problemas de saúde locais e suas causas
• outros problemas que afetam o bem estar das pessoas
• problemas que as pessoas consideram graves
Fatores Sociais
• crenças, costumes e hábitos que afetam a saúde
• estrutura familiar e social
• formas tradicionais de cura e solução de problemas
• como as pessoas de relacionam umas com as outras
• como as pessoas aprendem (por tradição e na escola)
• quem controla quem e o quê (distribuição de terras, poder e recursos)
Recursos
• pessoas habilidosas: líder, curandeiro, contador de histórias, artistas,
artesão, professores...
• terras, colheitas, fontes de alimentos, fontes de combustível (lenha, etc...),
CAPÍTULO IV
água
• fornecimento de roupa e material de construção
• feiras, lojas, transporte, comunicações, ferramentas
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Texto de Apoio nº 4
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APRENDER COM A COMUNIDADE
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Indicadores de Saúde
Os indicadores de saúde são fatos ou acontecimentos
importantes, que nos dão a idéia do nível de saúde de uma
comunidade. Em geral são escolhidos itens que podem ser
medidos (veja a lista ao lado). Os indicadores que podem ser
medidos facilitam comparações e registros e parecem mais
precisos. Mas, quando utilizamos somente indicadores
mensuráveis, corremos o risco de dar pouca importância aos
fatores humanos que são difíceis ou mesmo impossíveis de
medir.
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Texto de Apoio nº 4
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CAPÍTULO V
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complementados com mais informações, pois além de não se conseguir todos os dados no
primeiro momento, as situações mudam e os dados iniciais vão sendo modificados e atualizados.
Quando se tem um diagnóstico comunitário como ponto de partida para o trabalho em
saúde, as ações são planejadas, decididas e realizadas em comum, entre profissionais e
comunidade, a partir de uma identificação local de problemas e recursos, de uma adaptação das
prioridades do município às políticas de saúde estaduais e federais.
Na Ficha A de cadastramento, você coleta dados sobre a idade das pessoas, se são do sexo
masculino ou feminino, quantas pessoas moram em cada casa, qual a condição de saúde de cada
uma.
Você cadastra a família que sai da comunidade e a que chega. Se alguém vai embora, você
anota. Se alguém vem de fora para morar na comunidade, você também anota.
Esse movimento de entrada e saída de pessoas na comunidade chama-se migração.
Quando você anota tudo isso, você tem informações que vão permitir à equipe de saúde e
ao grupo de trabalho que vai fazer o diagnóstico de saúde da comunidade realizar o diagnóstico
demográfico.
Quando você anota a idade das pessoas das famílias, fica sabendo quantas crianças, quantos
adolescentes, quantos adultos, quantos idosos há em cada família. A separação de cada um desses
grupos é o que se chama classificação por faixa etária. Se você somar todas as pessoas de cada
grupo na sua comu-
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O ACS - AJUDANDO A FAZER O DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE
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nidade, vai ficar sabendo quantas crianças existem e de que idades, quantos
adolescentes, quantos adultos e quantos idosos há na sua comunidade.
Essa classificação é importante para o diagnóstico, porque o grupo de trabalho vai poder
planejar as ações de saúde, de acordo com as necessidades de cada um dos grupos.
Por exemplo:
Em uma comunidade em que existam muitas crianças de menos de 5 anos, o ACS vai estar
muito atento às vacinas, e pronto para o seu trabalho de orientação às mães para a prevenção das
doenças, principalmente diarréia e infecções respiratórias agudas. E vai estar estimulando as mães
para amamentarem os seus filhos, exclusivamente, até os seis meses de idade.
Outro exemplo:
Se as mulheres em idade reprodutiva são em maior número na comunidade, é preciso planejar
ações que estimulem o pré-natal entre as gestantes, exames preventivos de câncer de mama e de
câncer de colo do útero, e outras doenças a que as mulheres sejam mais vulneráveis.
É importante que a equipe de saúde saiba quem está chegando e saindo da comunidade,
porque quem vai pode precisar levar informações sobre a saúde da sua família para outra
comunidade. E quem chega pode trazer ou não. E a equipe de saúde tem de estar atenta, pois a
pessoa que vem de fora pode estar trazendo alguma doença contagiosa, como tuberculose, sarampo,
etc. E assim por diante.
As informações que você anota sobre condições de moradia, ocupação, permitem saber o que
as pessoas fazem para viver e como vivem. Como ganham e gastam seu dinheiro. Se têm condições de
sustentar sua família ou se estão em situação de pobreza extrema, em situação de risco.
As anotações sobre o tipo de trabalho das pessoas da família dizem quais são as suas
atividades econômicas. Quando anota se elas são alfabetizadas ou não, o agente está juntando dados
sobre escolaridade.
As anotações sobre os meios de comunicação e de transporte também são dados que
CAPÍTULO V
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Até agora o ACS usou sua prancheta e a Ficha A para fazer o cadastramento que trouxe dados
importantes para o diagnóstico demográfico e o diagnóstico sócio-econômico. Mas é preciso ter
informações sobre o meio ambiente da comunidade.
É o momento então de o ACS anotar, no seu caderno ou
em outro tipo de instrumento, o que a equipe de saúde determinar
sobre a água, a terra, a vegetação, o relevo e o clima do lugar
onde ele vive e trabalha.
O meio ambiente tem enorme influência sobre a saúde
das pessoas. Nas grandes cidades, por exemplo, o ar cheio de
fumaça das fábricas, dos carros, caminhões e ônibus traz
prejuízos à respiração. Quem mora em região com umidade
baixa, isto é com clima muito seco, precisa tomar cuidado com os
problemas respiratórios e de desidratação.
A região onde você atua tem água em abundância ou não? tem mar? tem lagoa? tem rio? tem
mangue? tem riacho? tem charco? tão tem nada disso?
A terra é seca? úmida? fértil? arenosa? boa para plantar? tem períodos longos de seca,
provocando dificuldades de sobrevivência e até migração das famílias?
A vegetação, como é? mata atlântica? floresta amazônica? pampas? tabuleiros? caatinga? Você
pode descrever a vegetação da sua área.
O clima é quente? frio? temperado? seco? chuvoso? em que época do ano chove mais? tem
problema de inundação, gerando perdas para as famílias, inclusive desabrigo? tem problemas de
clima que afetam a lavoura?
CAPÍTULO V
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O ACS - AJUDANDO A FAZER O DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE
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Você colheu informações sobre condições da água, destino de fezes e urina e do lixo no
cadastramento. Essas informações, somadas às informações sobre o meio ambiente que você
anotou no seu caderno, vão ajudar a compor o diagnóstico de saúde da comunidade.
Sanear significa tornar são. Assim, saneamento básico é fazer com que as pessoas tenham
condições de água tratada, esgoto, coleta de lixo, etc. Tomar providências para que as pessoas
possam viver em ambiente limpo e saudável.
O meio ambiente pode ser perturbado por pessoas, por grupos, por indivíduos interessados em
grandes lucros. Pode também ser prejudicado pelo modo de agir dos cidadãos e cidadãs de uma
comunidade.
Onde existe a preocupação com a limpeza e com a saúde, o resultado é um lugar limpo e
saudável. Onde as pessoas não dão valor à limpeza e à saúde, o resultado é sujeira por toda parte. E
sujeira é uma porta aberta para as doenças.
Toda comunidade tem seus hábitos, valores e conceitos que formam a sua cultura. De um
modo geral, essa cultura beneficia a saúde, ou não prejudica. Mas
existem costumes e crenças que prejudicam a saúde das pessoas. As
informações do cadastramento somadas a outras informações
registradas em reuniões, nas visitas domiciliares, nos papos de rua,
ao serem levadas para a equipe de saúde, vão ajudar a conhecer a
cultura da comunidade e fazer parte do diagnóstico de saúde da
comunidade.
Conhecendo a cultura da comunidade, o ACS, com
orientação da unidade de Saúde, vai saber como proceder, quando
as pessoas deixam de cuidar da saúde por motivos culturais, por
certos tabus.
As crenças religiosas também devem ser respeitadas. Elas
têm muito a ver com a saúde. Há, por exemplo, religiões que não
CAPÍTULO V
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Assim, todos os dados sobre os aspectos culturais precisam ser anotados, com muita
atenção pelo ACS, e analisados com muito cuidado pela equipe de saúde.
Essas informações são preciosas no momento de se planejar as ações preventivas. Em muitos
lugares, existem pessoas da comunidade que lidam com a cura, usando métodos populares
tradicionais.
Raizeiros, benzedores e curandeiros conhecem a comunidade, sabem dizer em que as pessoas
mais acreditam, podem mostrar as plantas que usam. O ACS pode conversar com a equipe de saúde
sobre as informações anotadas e, com mais conhecimento sobre o assunto, pode passar orientações
seguras sobre a utilização ou não dos medicamentos alternativos.
Como você pode ver, é preciso ter muita informação sobre uma comunidade para que se possa
fazer o seu diagnóstico de saúde.
O Agente Comunitário de Saúde faz parte da equipe que realiza o diagnóstico de saúde da
comunidade e, sob a coordenação do instrutor/supervisor, consegue as informações de muitas
maneiras: cadastrando as famílias, mapeando as Microáreas de Risco, organizando reuniões
comunitárias, conversando com as pessoas que lidam com o povo: pessoal
das associações comunitárias, padres, pastores, professores, farmacêuticos,
políticos, parteiras, curandeiros e outros mais. Os cartórios da cidade
podem ser fonte de informação sobre número de registro de crianças nos
últimos dois anos, situação legal das terras onde as pessoas moram, origem
de certos bairros, etc.
Assim, você vai "juntando" esses conhecimentos. Uns completarão
os outros. Dessa maneira, você vai conhecendo sua comunidade e
ajudando no diagnóstico de saúde da comunidade.
Você não estará sozinho nesse trabalho!
de recolher esses dados. Para facilitar o trabalho, procure reunir-se com ele
uma vez por semana. Vá contando e registrando os dados da ficha e
esclarecendo suas dúvidas
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O ACS - AJUDANDO A FAZER O DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE
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sobre o preenchimento dessa ficha e a consolidação dos dados. Assim, juntos, vocês irão
descobrindo quais são as situações de risco, as Microáreas de Risco e quais são as famílias em
situação de risco da sua comunidade.
Exemplo: Se a comunidade não tem água tratada, isto é uma situação de risco e a área onde
a pessoas vivem é uma Microárea de Risco. Se uma família tem uma criança que nasceu com
menos de 2.500 gramas, é considerada família em situação de risco.
Você poderá, então, planejar o seu trabalho, dando prioridade para aquelas famílias que
necessitam ser acompanhadas mais freqüentemente.
Portanto, as famílias em situação de risco e as que pertencem aos grupos prioritários,
precisam ser acompanhadas mais de perto do que as famílias que necessitam só das visitas
regulares. Esse diagnóstico é um ponto de partida para você e seu instrutor/supervisor organizarem
seu calendário de visitas domiciliares. O diagnóstico vai mostrar ainda a importância e o valor do
seu trabalho, porque ele vai descrever como estava a situação de saúde antes, e como ficou depois
de algum tempo que você iniciou sua valiosa atuação: o que você conseguiu, o que está difícil de
melhorar, etc.
Todas as informações que você conseguir sobre a comunidade ajudam a organizar o seu
trabalho. Algumas dessas informações você vai anotar em fichas próprias para compor o Sistema
de Informação de Atenção Básica - SIAB - de que já falamos no cadastramento.
Para as informações que você não conseguir num primeiro momento, deixe o espaço em
branco e vá preenchendo à medida em que for visitando as famílias, descobrindo as gestantes e
acompanhando as crianças.
Você vai utilizar quatro fichas. Uma delas você já conhece e sabe como preencher: é a
Ficha A - cadastramento das famílias. As outras são: Ficha B - Acompanhamento de gestante;
CAPÍTULO V
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CAPÍTULO V
Sempre que você fizer uma visita domiciliar, pergunte se há alguma mulher grávida
na família. É importante descobrir as gestantes, o mais cedo possível, e encaminhá-las para
o pré-natal na Unidade de Saúde. Em cada ficha, você vai registrar os dados de sete
gestantes.
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O ACS - AJUDANDO A FAZER O DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE
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Observe a Ficha B.
O primeiro quadro é para ser
preenchido como você preencheu o da
Ficha A.
Em cada espaço para
identificação da gestante, você deve
escrever o nome completo 1 e no
campo "Endereço" 2 deve colocar
rua, avenida ou praça, número e bairro.
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Data da Vacina 5 – Toda gestante deve tomar 3 doses de vacina contra o tétano. O
agente deve incentivar e encaminhar todas as gestantes para tomarem a vacina, que protege o bebê
contra o tétano-neonatal, que a gente chama de Mal de 7 dias.
Antes de começar a anotar, você deve solicitar o comprovante de vacinação, se a gestante já
teve outros filhos. Você vai ver se a gestante já tomou a vacina, observando o Cartão da Gestante.
Os espaços 1, 2 e 3 servem para anotar a data em que a gestante tomou a 1ª,2ª e 3ª doses de
Toxóide Tetânico (TT). Se a gestante tomou o esquema básico (as três doses) e a 3ª, dose foi tomada
há menos de 5 anos da gravidez atual, escrever a palavra "Imunizada", ocupando os três campos (1, 2
e 3). Se a gestante tiver tomado a última dose há mais de 5 anos, deve receber uma dose de reforço.
Anotar no campo R a data em que o reforço foi dado.
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O ACS - AJUDANDO A FAZER O DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE
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Fatores de Risco –
9 quando a gestante
apresenta um dos fatores
de risco selecionados,
marcar um X ao lado da
informação
correspondente. Sendo
detectado qualquer um
desses fatores de risco,
significa que há risco
potencial para todo o período de gestação.
São considerados fatores de risco para a gestante e a criança as seguintes condições:
natimorto/aborto - ocorrência de, pelo menos, uma gestação anterior que resultou em
Ɣ
aborto ou natimorto (ver definições no item "resultado da gestação atual").
36 anos e mais - idade materna igual ou superior a 36 anos, tomando como referência a
Ɣ
idade da mãe na data da última menstruação.
CAPÍTULO V
menos de 20 anos - idade materna inferior a 20 anos, tomando como referência a idade
Ɣ
da mãe na data da última menstruação.
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O ACS - AJUDANDO A FAZER O DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE
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●sangramento - qualquer sangramento vaginal durante a gestação. Neste caso, o ACS deve
orientar a gestante a procurar imediatamente o médico.
• natimorto - óbito fetal tardio ou intermediário, ou seja, o óbito ocorrido antes da expulsão ou
extração completa do corpo materno, de feto que tenha alcançado 20 semanas completas ou mais de gestação
(ou peso maior que 500 gramas) e que não tenha apresentado sinais de vida após o parto (batimentos cardíacos,
respiração, pulsação do cordão umbilical ou movimentos de contração voluntária).
• Aborto - é a expulsão do produto da gestação com menos de 20 semanas. Se não houver informação
sobre idade gestacional, considere aborto o produto da concepção com peso menor ou igual a 500 gramas.
CAPÍTULO V
parto.
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Instrutivo do Cartão da Criança e Ações Básicas de Saúde e Desenvolvimento da Criança, que estão
sendo atualizados e adequados às novas normas de assistência à saúde da criança adotadas pelo
Ministério da Saúde.
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FICHA D - REGISTRO DE ATIVIDADES, PROCEDIMENTOS E NOTIFICAÇÕES.
respiratórias agudas.
que tiveram um ou mais episódios de diarréia, nos quinze dias anteriores à visita domiciliar.
< 2 anos que tiveram diarréia e usaram TRO - registre o número de crianças com idade até 23 meses e 29 dias que
tiveram diarréia nos quinze dias anteriores à visita domiciliar e usaram solução de reidratação oral (soro caseiro, ou distribuído
pelo Ministério da Saúde, ou soro da farmácia).
Não anotar as crianças que utilizaram somente chás, sucos ou outros líquidos.
< 2 anos que tiveram infecção respiratória aguda - registre o número de crianças com idade até 23 meses e 29
dias que tiveram infecção respiratória aguda nos quinze dias anteriores à visita domiciliar.
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O DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO
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Michel Péchevis**
CAPÍTULO V
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O DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO
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Texto de Apoio n° 5
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O DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO
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Texto de Apoio nº 5
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É impossível coletar todos Propomos aqui uma lista de informações, e cada equipe poderá escolher
os dados, porque eles as que mais lhe convêm e acrescentar ainda outras que julgar
envolvem muitos aspectos
da vida.
importantes. Elas se referem a:
Portanto, a gente tem que
selecionar as informações
mais importantes de acordo
com o objetivo que quer se A. Características da comunidade:
atingir. o contexto
• a história da comunidade;
................................ • o clima, as características geográficas (regiões montanhosas, planas,
tipos de solo e vegetação);
• o custo de vida;
• a organização familiar;
• a identificação dos grupos da comunidade: religiosos, culturais,
profissionais;
• o sistema de proteção social (educação, saúde, bem-estar social).
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O DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO
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a organização administrativa
• centralização da administração;
• a política governamental em matéria de saúde;
• a legislação sanitária e social;
• a sensibilidade dos representantes da comunidade
(vereadores, prefeitos);
• as prioridades nos planos de saúde e do município.
sistema sanitário
• estrutura de saúde e equipamento sanitário existente (público e
privado): unidades de saúde, farmácias, etc;
• as atividades de saúde existentes (cuidados preventivos e
curativos, educação em saúde, etc.);
• o acesso e a utilização dos serviços de saúde pela população;
• o pessoal de saúde: número, categorias, formação
e competências;
CAPÍTULO V
• a medicina tradicional.
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Texto de Apoio nº 5
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De fatores de risco
• dificuldades de acesso aos serviços de saúde
(fatores do ambiente e sanitários);
• o desemprego, a falta de proteção social (fatores
sócioeconômicos);
• a baixa cobertura de vacina (fator sanitário)
De recursos
• a existência de muitos meios de transporte (fator ambiental);
• uma taxa elevada de alfabetização das mães ou
existência de uma associação de mulheres dinâmica (fatores culturais);
• um pessoal de saúde competente em matéria de cuidados
primários de saúde (fator sanitário).
Dados quantitativos
• taxa de mortalidade por idade e de morbidade (incidência de
sarampo, diarréia, infecções respiratórias, etc.);
• a taxa de mortalidade;
• a idade média dos casamentos;
CAPÍTULO V
Dados qualitativos
Os dados qualitativos correspondem sobretudo aos fatores culturais
e às opiniões de diferentes grupos da população sobre os
problemas de saúde, sua importância, suas causas e as soluções
mais eficazes.
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O DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO
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B - As informações a criar
Diversas técnicas, complementares umas às outras,
permitem recolher diariamente essas informações.
1. Observação da comunidade
2. Ouvir o que pensam e sentem as pessoas-chave e os
grupos da comunidade, sobretudo:
• serviços sociais, da educação, etc.;
• dos líderes oficiais da comunidade: autoridades civis e
religiosas e também os militares;
CAPÍTULO V
b. adolescentes,
c. famílias de diferentes classes sociais,
d. profissionais de várias categorias, etc.
Pode-se conseguir essas informações por reuniões
comunitárias, através de conversas informais, entrevistas e
questionários planejados
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Texto de Apoio n° 5
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4. A coleta de dados
Isto dependerá do tempo disponível para atingir os objetivos e da
disponibilidade dos membros do grupo de trabalho. É uma atividade mais
ou menos contínua, com períodos de maior intensidade.
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O DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO
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6. O estabelecimento de prioridades
Nesta etapa há o risco de confrontar as diferenças de percepção entre
profissionais de saúde e membros da comunidade quanto à importância
real e a urgência dos problemas e das necessidades. A escolha final
deverá ser o resultado de um diálogo, de uma negociação onde os
diferentes argumentos e pontos de vista deverão ser considerados.
O importante não é saber quem tem razão, mas chegar às decisões nas
quais a comunidade se reconhecerá, às quais ela aderirá e para as quais
ela se mobilizará.
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Texto de Apoio n° 5
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CAPÍTULO V
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PARA SABER UM POUCO MAIS
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M i n i s t é r i o da Saúde/Assessoria de Comunicação
Social. As Vantagens da Municipalização da Saúde. Brasília, DF,
1998.
Ministério da Saúde/Assessoria de
Comunicação Social-IEC. Promoção da Saúde.
Brasília, DF, 1996.
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