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FUVEST/99

2a Fase
QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA

01. Observe este texto criado, para propaganda de embalagens:


Ao final do processo de reciclagem, aquele lixo de lata vira lata de luxo, embalando as bebidas que todo mundo gosta, das marcas
que todo mundo pode confiar.
a) Reescreva, corrigindo-os, os segmentos do texto que apresentem algum desvio em relação à norma gramatical.
b) Transcreva do texto um trecho em que apareça um recurso de estilo que torne a mensagem mais expressiva. Explique em que
consiste esse recurso.
Resolução:
a) Ao final do processo ... bebidas de que todo o mundo gosta, das marcas em que todo o mundo pode confiar.
Erro de regência → Quem gosta, gosta de algo. Quem confia, confia em algo. Sendo o pronome relativo que o objeto
indireto dos respectivos verbos, estes pronomes devem ser antecedidos pelas competentes preposições: de que ... gosta,
em que ... confiar.
A expressão “todo o mundo” significa “o mundo inteiro”. Esta é a idéia que o texto quer dar.
b) A paronomásia consiste no jogo que se faz com palavras que tenham aproximação de sentido, através das letras e sons, mas
de significados diferentes. Assim, no texto acima, as palavras lixo e luxo se prestam a esta interpretação.

02. Mesmo sem ver quem está do outro lado da linha, os fãs dos bate-papos virtuais viram amigos, namoram e alguns chagam até
a casar. (Época, no 1, 25/05/98)
a) O segmento sublinhado constitui uma oração reduzida. Substitua-a por uma oração desenvolvida (introduzida por conjunção
e com o verbo no modo indicativo ou subjuntivo), sem produzir alteração do sentido.
b) Reescreva a oração “os fãs dos bate-papos virtuais viram amigos” sem mudar-lhe o sentido e sem provocar incorreção,
apenas substituindo o verbo.
Resolução:
a) Embora não vejam ... A mensagem que a oração reduzida transmite é a de concessão. As conjunções concessivas podem ser:
mesmo que, ainda que, posto que, se bem que, apesar de que...
b) ... os fãs dos bate-papos virtuais tornam-se amigos, ...

03. Um jornal era isso, o sobressalto da novidade e a garantia de que a nossa rotina continuava. Simultaneamente um espalhafato
— um espalha fatos — e um repetidor das nossas confortáveis banalidades municipais.
(L. F. Veríssimo, O Estado de São Paulo, 18/10/98, D7)
a) Interprete o jogo de palavras entre espalhafato e espalha fatos, considerando-o no contexto do trecho acima.
b) A qual dos termos do primeiro período se refere a expressão “confortáveis banalidades municipais”?
Resolução:
a) “Espalhar fatos” significa divulgar notícias, fornecer notícias, propalar fatos, apregoar fatos, ...
“Espalhafato” significa estardalhaço, escândalo, festividade, barbúrdia.
Novamente aparece a paronomásia (jogo de palavras alterando apenas sons e letras ou desmembrando-lhes em partes
distintas.
b) Corresponde a “a garantia de que a nossa rotina continuava.”

FUV992F 1
2 FUVEST 2a FASE

04. Um material moderno, de abordagem inovadora, que ensina de maneira cativante e, acima de tudo, eficiente. Mais do que isso,
um material pautado por um método de ensino atual, que pensa em uma formação integral para o aluno, com valores que
respeitam o seu crescimento e preparam para a vida.

O trecho acima, extraído de um texto publicitário, procura convencer o leitor por meio de juízos categóricos, isto é, juízos que,
sem apresentar razões ou provas evidentes, não admitem contestação.

a) Transcreva duas expressões ou palavras que comprovem esse fato.


b) Justifique sua escolha.

Resolução:

a) “Material moderno”, “abordagem inovadora”. Além destas expressões há outras, como: “ensina de maneira cativante”,
“material pautado por um método de ensino atual” etc.
O texto é um exemplo da função conativa ou apelativa da linguagem (Roman Jakobson). O receptor é o objetivo desta função.
Tenta convencê-lo a mudar de atitude.

b) Não há justificativa para as afirmações. As afirmações são genéricas. Faltam-lhes as razões por que a escola apresenta todos
estes dados.

05. O cheque em branco que o eleitor passa ao eleito é alto demais, faz parte da condição mesma de candidato expor-se ao escrutínio
público e abrir mão de uma série de prerrogativas, entre elas a privacidade.
(Folha de S. Paulo, 03/09/98)

a) Há algum problema de coerência na expressão alto demais, dado o contexto lingüístico em que ela ocorre? Justifique sua
resposta.
b) Qual é, no texto, a relação de sentido entre prerrogativas e privacidade?

Resolução:

a) Se o cheque é em branco, como pode ser alto demais? Um modo de solucionar o problema da coerência seria usar um
advérbio junto à expressão “alto demais”. Por exemplo, “virtualmente alto demais”.

b) Prerrogativas são “privilégios”; privacidade é “vida íntima”.


A privacidade é um direito, uma prerrogativa que todo cidadão deve ter. Esta prerrogativa não pertence a um candidato a
cargo de eleição.

06. Amantes dos antigos bolachões penam não só para encontrar os discos, que ficam a cada dia mais raros. A dificuldade aparece
também na hora de trocar a agulha, ou de levar o toca-discos para o conserto.
(Jornal da Tarde, 22/10/98, p. 1C)

a) Tendo em vista que no texto acima falta paralelismo sintático, reescreva-o em um só período, mantendo o mesmo sentido e
fazendo as alterações necessárias para que o paralelismo se estabeleça.
b) Justifique as alterações efetuadas.

Resolução:

a) A falta de paralelismo está no uso das conjunções coordenativas não só ... mas também.
O texto construído com esta correlação sintática ficaria assim: “Amantes dos antigos bolachões penam não só para
encontrar os discos, mas também na hora de trocar as agulhas, ou de levar o toca-discos ...”

b) Se a idéia é adição, soma, é claro que o emprego das conjunções correlatas deve estar presente no texto.
2a FASE FUVEST
3
07.
Quando da bela vista e doce riso,
tomando estão meus olhos mantimento, 1
tão enlevado sinto o pensamento
que me faz ver na terra o Paraíso.

Tanto do bem humano estou diviso,2


que qualquer outro bem julgo por vento;
assi, que em caso tal, segundo sento,3
assaz de pouco faz quem perde o siso.

Em vos louvar, Senhora, não me fundo,4


porque quem vossas cousas claro sente,
sentirá que não pode merecê-las.
Que de tanta estranheza sois ao mundo,
que não é d’estranhar, Dama excelente,
que quem vos fez, fizesse Céu e estrelas.

(Camões, ed. A. J. da Costa Pimpão)

1. Tomando mantimento — tomando consciência.


2. Estou diviso — estou separado, apartado.
3. Sento — sinto.
4. Não me fundo — não me empenho.

a) Caracterize brevemente a concepção de mulher que este soneto apresenta.


b) Aponte duas características desse soneto que o filiam ao Classicismo, explicando-as sucintamente.

Resolução:

a) O soneto apresenta uma concepção idealizada da mulher: ela é a visão do paraíso, estranha ao mundo terreno e próxima do
criador do céu e das estrelas.

b) A medida nova (versos decassílabos) e a concepção neoplatônica do mundo são duas características que filiam o soneto ao
classicismo.

08. Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o
casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)

a) Explique resumidamente o que era o “emplasto” e por que deveria ter trazido celebridade a Brás Cubas.
b) Relacionando-a sucintamente ao contexto sócio-histórico em que se desenvolve o enredo do romance, explique a frase
“coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto.”

Resolução:

a) O emplasto era um medicamento anti-hipocondríaco que Brás Cubas caracterizava como sua idéia fixa; como obteria um
“resultado verdadeiramente cristão”, isto é, curar a hipocondria, um dos grandes males da humanidade, o narrador pensava
que alcançaria, com ele, a glória. No entanto, a idéia fixa, que deveria trazer a celebridade, acaba por ser, segundo Brás
Cubas, a causa de sua morte.

b) Marcada pelo convívio do liberalismo e do escravismo, a sociedade brasileira do Segundo Reinado era regida pelo clientelismo
e pelo “favor” e se, aparentemente, alterava-se, na realidade continuava a mesma. A aversão ao trabalho e a fruição dos bens
com os quais já nascera expõem a mentalidade da classe dominante a que Brás Cubas pertencia, ainda calcada pelas idéias
escravistas.
4 FUVEST 2a FASE

09. Tinha piedade, tinha amor, tinha fraternidade, e era só. Era uma sarça ardente, mas era sentimento só. Um sentimento
profundíssimo, queimando, maravilhoso, mas desamparado.
(Mário de Andrade, Contos Novos)

No fragmento acima, do conto “Primeiro de Maio”, o narrador refere-se à personagem principal, o “35”, e aos sentimentos deste.

a) Identifique e explique sucintamente o recurso de estilo que predomina na composição do fragmento.


b) Contextualize esse fragmento, explicando brevemente a relação que existe entre os sentimentos da personagem, aí referidos,
e a experiência que ela vive no conto.

Resolução:

a) As repetições, sejam elas de formas verbais (“tinha” e “era”) ou de palavras (“só” e “desamparado”), são o principal
recursos de estilo que predomina no fragmento.

b) Em sua jornada em busca das festividades do Dia do Trabalho, “35” se vê desamparado porque não conta com o apoio dos
colegas, que ficam trabalhando, e não encontra as manifestações que esperava no Palácio das Indústrias e nas ruas. Tomado
pelos sentimentos mais nobres (“piedade”, “amor” e “fraternidade”), o “35” havia saído não só para comemorar o Dia do
Trabalho, mas também para fazer valer seus princípios e ideais, mas descobriu-se só e desamparado quando percebeu que
os outros não compartilhavam deles.

10. As meninas Nhinhinha e Brejeirinha são, respectivamente, personagens principais de “A menina de lá” e de “Partida do audaz
navegante”, contos de Primeiras estórias.

a) Embora ambos os contos tenham como ambiente o meio rural, há, neles, elementos que permitam assinalar uma diferença de
nível social entre essas personagens? Justifique sucintamente sua resposta.
b) Qual dessas personagens se vincula primordialmente à própria literatura e qual se relaciona também, de modo explícito, à
religião? Justifique brevemente sua resposta.

Resolução:

a) Nhinhinha agia num ambiente rural mais simples do que aquele com o qual Brejeirinha convive. Enquanto a segunda faz
referências que nos levam a concluir que ela convive, por exemplo, com livros (“sem saber o amor, a gente pode ler os
romances grandes?”), a primeira está inserida numa localidade repleta de religiosidade e superstição.

b) Brejeirinha, com seu vocabulário às vezes surpreendente para sua idade, deixa explícita sua ligação a um ambiente leitor. Em
Nhinhinha se materializa uma religiosidade sedenta de milagres e intervenções mágicas.
2a FASE FUVEST
5
REDAÇÃO

Dissertação

Como você avalia a jovem geração brasileira que constitui a maioria dos que chegam agora ao vestibular? Situada, em sua
maior parte, na faixa etária que vai dos dezesseis aos vinte e um anos, que características essa geração apresenta? Que opinião você
tem sobre tais características?

Para tratar desse tema, você poderá, por exemplo, identificar as principais virtudes ou os defeitos que eventualmente essa jovem
geração apresente; indicar quais são os valores que, de fato, ela julga mais importantes e opinar sobre eles. Você poderá, também,
considerá-la quanto à formação intelectual, identificando, aí, os pontos fortes e as possíveis deficiências. Poderá, ainda, observar
qual é o grau de respeito pelo outro, de consciência social, de companheirismo, de solidariedade efetiva, de conformismo ou de
inconformismo que essa geração manifesta.

Refletindo sobre aspectos como os acima sugeridos, escolhendo entre eles os que você julgue mais pertinentes ou, caso ache
necessário, levantando outros aspectos que você considere mais relevantes para tratar do tema proposto, redija uma dissertação
em prosa, apresentando argumentos que dêem consistência e objetividade ao seu ponto de vista.

COMENTÁRIO DA PROVA DE REDAÇÃO

Contrariando os últimos vestibulares da FUVEST, a banca apresentou explicitamente o tema de sua redação, facilitando inclusive a
tarefa do candidato por dois aspectos: o tema relaciona-se diretamente com o cotidiano do inscrito e o enunciado já dá “pistas” para
que houvesse uma orientação nos rumos do texto a seu produzido. O candidato só deveria ficar atento às generalizações habituais
como “Os jovens só (...)”. O aluno bem preparado não encontra dificuldade alguma para elaborar um bom texto sobre o tema.

QUESTÕES DE QUÍMICA

01. Magnésio e seus compostos podem ser produzidos a partir da água do mar, como mostra o esquema a seguir:

Água
do mar

cal eletrólise Mg (s)


1. HCl (aq) ígnea
Mg (OH)2 (s) MgCl2 (s)
2. cristalização
aquecimento Z
X Y
CO2 (g)

a) Identifique X, Y e Z, dando suas respectivas fórmulas.


b) Escreva a equação que representa a formação do composto X a partir do Mg(OH)2 (s). Esta equação é de uma reação de
oxirredução? Justifique.
6 FUVEST 2a FASE

Resolução:

a) As equações que produzem X, Y e Z são, respectivamente:


6
47x48
Mg (OH)2(s) + CO2(g) → Mg CO3(s) + H2O(l)
carbonato de
magnésio
y
678
Mg (OH)2(s) MgO(s) + H2O(l)

óxido de
magnésio
678
z
Mg Cl2(s) i
Mg(s) + Cl2(g)
gás cloro

Mg (OH)2(s) + CO2(g) → Mg CO3(s) + H2O(l)

b) Na equação: Nox: +2 –2 +1 +4 –2 +2 +4 –2 +1 –2

Nenhum dos participantes apresenta variação de Nox. Portanto, a reação não é de oxirredução.

− +
02. As etapas finais de obtenção do cobre a partir da calcosita, Cu2S, são, seqüencialmente:

I. ustulação (aquecimento ao ar).


II. refinação eletrolítica (esquema ao lado).
cobre cobre
puro impuro
a) Escreva a equação da ustulação da calcosita.
b) Descreva o processo da refinação eletrolítica, mostrando o que ocorre em cada um
dos pólos ao se fechar o circuito.
c) Indique, no esquema dado, o sentido do movimento dos elétrons no circuito e o
sentido do movimento dos íons na solução, durante o processo de eletrólise.

Resolução:

a) Cu2 S(s) + O2(g) → 2 Cu(s) + SO2(g) CuSO4(aq)

– +
b) Quando o circuito se fecha, temos:

Pólo – (cobre puro) l Cu 2+


( aq ) + 2 e– → Cu(s) Redução / Cátodo e–

Pólo + (cobre impuro) l Cu(s) → Cu (2+


aq ) + 2 e
– Oxidação / Ânodo
Cobre
Puro
Cobre
Impuro

c) No circuito: Elétrons saem do cobre impuro e vão em direção ao cobre puro.


Na solução: Os cátions Cu (2+ Cu 2+ (aq)
aq ) saem do cobre impuro e vão em direção ao cobre puro.

Obs.: Os íons SO 2−
4 não se deslocam, pois nesta eletrólise aquosa o OH– da água tem prioridade de descarga.
2a FASE FUVEST
7
03. Calcula-se que 1,0 x 1016 kJ da energia solar são utilizados na fotossíntese, no período de um dia. A reação da fotossíntese pode
ser representada por
energia solar
6CO2 + 6H2O C6H12O6 + 6O2 ,
clorofila

e requer, aproximadamente, 3,0 x 103 kJ por mol de glicose formada.


a) Quantas toneladas de CO2 podem ser retiradas, por dia, da atmosfera, através da fotossíntese?
b) Se, na fotossíntese, se formasse frutose em vez de glicose, a energia requerida (por mol) nesse processo teria o mesmo valor?
Justifique, com base nas energias de ligação. São conhecidos os valores das energias médias de ligação entre os átomos:
C — H, C — C, C — O, C == O, H — O.
massa molar do CO2 ... 44 g/mol

H H H H H H H H H H
O
Glicose H C C C C C C Frutose H C C C C C C H
H
OH OH OH OH OH OH OH OH OH O OH
Resolução:
a) Pela equação fornecida: 3 x 103 kJ + 6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6O2
↓ ↓ ↓
3 x 103 kJ 6 mols 1 mol
1 x 1016 kJ x mols
x = 2 . 1013 mols de CO2 y = 8,8 . 108 ton

1 mol de CO2 44 g
b) Não, pois as duas moléculas apresentam o mesmo número de ligações de cada tipo.

04. Para distinguir o 1-butanol do 2-butanol foram propostos dois procedimentos:


I. Desidratação por aquecimento de cada um desses compostos com ácido sulfúrico concentrado e isolamento dos produtos
formados. Adição de algumas gotas de solução de bromo em tetracloreto de carbono (solução vermelha) aos produtos
isolados e verificação da ocorrência ou não de descoramento.
II. Oxidação parcial de cada um desses compostos com dicromato de potássio e isolamento dos produtos formados. Adição de
reagente de Tollens aos produtos isolados e verificação da ocorrência ou não de reação (positiva para aldeído e negativa
para cetona).
Mostre a utilidade ou não de cada um desses procedimentos para distinguir esses dois álcoois, indicando os produtos formados
na desidratação e na oxidação.
Resolução:
I. A desidratação de um álcool pode ser intramolecular ou intermolecular:
Intramolecular
H2 SO4
HO CH2 CH2 CH2 CH3 H2C CH2 CH2 CH3 + H2O

1-butanol 1-buteno

OH
H2 SO4
H3C CH CH2 CH3 H3C CH CH CH3 + H2O

2-buteno

Neste caso, tanto o 1-buteno quanto o 2-buteno são capazes de reagir com o Br2 e, portanto, o procedimento não serve para
diferenciar.
8 FUVEST 2a FASE

Intermolecular

A desidratação intermolecular de um álcool forma éteres, que não reagem com Br2 e, portanto, o procedimento não serve
para diferenciar.

H2 SO4
2 HO CH2 CH2 CH2 CH3 H3C CH2 CH2 CH2 O CH2 CH2 CH2 CH3 + H2O

1-butanol butóxi-butano

OH
H2 SO4
2 H3C CH CH2 CH3 H3C CH O CH CH3 + H2O

2-butanol CH2 CH2
CH3 CH3

éter disec-butílico

II. Oxidação
O
K
K2Cr
C2OO7
2 2 7
HO CH2 CH2 CH2 CH3 C CH2 CH2 CH3 + H2O
1-butanol H aldeído (reage com reativo de Tollens)

OH
K
K2Cr
C2OO7
2 2 7
H3C CH CH2 CH3 H3C C CH2 CH3 + H2O
2-butanol O
cetona (não reage com reativo de Tollens)

Este procedimento é útil para a diferenciação do 1-butanol e do 2-butanol.

05. O equilíbrio H2 (g) + I2 (g) 2HI(g) tem, a 370 °C, constante Kc igual a 64.
incolor violeta incolor

Para estudar esse equilíbrio, foram feitas 2 experiências independentes A e B:


A) 0,10 mol de cada gás, H2 e I2, foram colocados em um recipiente adequado de 1 L,
mantido a 370 ºC até atingir o equilíbrio (a intensidade da cor não muda mais).
B) 0,20 mol do gás HI foi colocado em um recipiente de 1 L, idêntico ao utilizado em A,
mantido a 370 ºC até atingir o equilíbrio (a intensidade da cor não muda mais).
a) Atingido o equilíbrio em A e em B, é possível distinguir os recipientes pela intensidade
da coloração violeta? Justifique.
b) Para a experiência A, calcule a concentração de cada gás no equilíbrio. Mostre, em
um gráfico de concentração (no quadriculado ao lado), como variam, em função do
tempo, as concentrações desses gases até que o equilíbrio seja atingido. Identifique
as curvas no gráfico.
2a FASE FUVEST
9
05. a) No equilíbrio A teremos:

F 2x I 2

H2 I2 2 HI H 1L K
K C
A
=
F x I F 0,1 − x I
0,1 −
= 64 ∴
Início 0,1 mol 0,1 mol 0
H 1L K H 1L K
Reação x x 2x
mols mols
Equilíbrio (0,1 – x) (0,1 – x) 2x x = 0,08 e [ I2 ] = 0,02
L L

No equilíbrio B teremos:
(0,2 – 2 x) 2
KC = = 64 ∴
H2 I2 2 HI B x.x

Início 0 0 0,2 mols mols mols


x = 0,02 e [ I2 ] = 0,02
L L
Reação x x 2x

Equilíbrio x x 0,2 – 2x

Como as concentrações de iodo nos dois experimentos é igual não será possível identificar as soluções pela cor.

b) [ ] Experimento A

HI (g)
0,16 M

0,10 M
H2(g) e I2(g)
0,02 M
tempo

06. Com base nas seguintes equações de semi-reações, dados os respectivos potenciais padrão de redução,

Eº (volt)
H2O (l) + e– 1/2 H2 (g) + OH– (aq) – 0,83

Al (OH)4– (aq) + 3e– Al (s) + 4OH– (aq) – 2,33

Cu (OH)2 (s) + 2e– Cu (s) + 2OH– (aq) – 0,22 ,

responda:

a) Objetos de alumínio e objetos de cobre podem ser lavados com solução aquosa alcalina sem que ocorra a corrosão do metal?
Justifique, escrevendo as equações químicas adequadas.
b) Qual dos metais, cobre ou alumínio, é melhor redutor em meio alcalino? Explique.
10 FUVEST 2a FASE

Resolução:

a) Analisando a espontaneidade das reações, temos:

Para o alumínio:

invertendo a 2a equação: Al(s) + 4 OH (−aq ) → Al (OH) −4 + 3 e– Eº = + 2,33 V


triplicando a 1a equação: 3 H2O(l) + 3 e– → 3/2 H2(g) + 3 OH (−aq ) Eº = – 0,83 V

Equação Global: Al(s) + 3 H2O + OH– → Al (OH)4 + 3/2 H2 Eº = + 1,5 V

Como Eº > 0, a reação ocorre, corroendo o alumínio.

Para o cobre:

invertendo a 3a equação: Cu(s) + 2 OH (−aq ) → Cu (OH)2(s) + 2 e– Eº = + 0,22 V


dobrando a 1a equação: 2 H2O(l) + 2 e– → H2(g) + 2 OH– Eº = – 0,83 V

Equação Global: Cu(s) + 2 H2O(l) → Cu (OH)2(s) + H2(g) Eº = – 0,61 V

Como Eº < 0, a reação não ocorre, portanto o cobre não será corroído.

b) O alumínio é o melhor redutor, pois sofre oxidação (perde elétrons).

07. Rutherford determinou o valor da constante de Avogadro, estudando a série radioativa abaixo, onde está indicado o modo de
decaimento de cada nuclídeo.
I 218 Po II III
Ra Rn Pb Bi Po Pb
α α 84 α β β α
a) Escreva as equações de desintegração dos nuclídeos nas etapas II e III da série dada. Indique todos os números atômicos
e de massa.
b) Calcule a constante de Avogadro, sabendo que:
— 1,0 g de rádio, Ra, produz 3,0 x 1015 partículas α por dia, na etapa I da desintegração.
— Uma vez formado o radônio, Rn, este e os demais nuclídeos que o sucedem se desintegram rapidamente até dar o último
nuclídeo (Pb) da série apresentada.
— As partículas α transformam-se em átomos de hélio.
— 1,0 g de rádio, Ra, considerando-se todas as etapas da desintegração, produz, em 80 dias, 0,040 mL de gás hélio,
medido a 25ºC e 1 atm.

Dado: volume molar dos gases a 25 ºC e 1 atm = 25 L/mol

Resolução:

2α –1β ,
Completando o número de massa e o número atômico, já que 4 e 0 temos:

a) 80Ra
210 (
α )→ 82Rn
214 (
α )→ 84Po
218 (
α )→ 82Pb
214 (
β )→ 83Bi
214 (
β )→ 84Po
214 (
α )→ 82Pb
210

Obs.: Quando um átomo emite uma partícula (α) o número atômico diminui “duas” unidades, e o número de massa “quatro”.

Quando um átomo emite uma radiação (β) o número atômico aumenta uma unidade, e o número de massa não se altera.
2a FASE FUVEST
11
I → produz 3,0 x 10 átomos de Hélio por dia. Em todas as etapas são emitidas 4 partículas α (por dia) ∴
b) 1,0g Ra Etapa 15

1,0g Ra 80
 → 1
dias ( produz ) 80 x 4 x 3,0 . 1015 átomos de He
442443
9,6 . 1017 átomos He

O volume molar (1 atm, 25ºC) foi dado: RS 1 mol átomos He X átomos He 25ºC, 1 atm 25 L

T 9,6 . 1017 átomos He 0,040 x 10–3 L

9,6 x 1017 x 25
∴ X= = 6 . 1023 (constante de Avogadro)
4 . 10 −5
Obs.: Não foi considerada a perda de massa do Rádio ao longo dos 80 dias (não foi levado em conta o período de semi-
desintegração).

08. O rótulo de uma solução de alvejante doméstico, à base de cloro, traz a seguinte informação: teor de cloro ativo = 2,0 a
2,5% em peso*. Para se determinar o teor, faz-se reagir um volume conhecido de alvejante com KI (aq) em excesso, ocorrendo
a formação de I2, conforme a equação:
OCl– + 2I– + H2O → I2 + Cl– + 2OH–
A quantidade de iodo formada é determinada por titulação com solução de tiossulfato de sódio.
Em uma determinação, 10 mL do alvejante foram diluídos a 100 mL com água destilada. Uma amostra de 25 mL dessa solução
diluída reagiu com KI (aq) em excesso e a titulação indicou a formação de 1,5 x 10–3 mol de I2.
a) Verifique se a especificação do rótulo é válida, calculando o teor de cloro ativo desse alvejante.
b) Dentre os seguintes materiais de vidro: bureta, pipeta, balão volumétrico, proveta, béquer e erlenmeyer, cite dois e sua
respectiva utilização nessa determinação.
* Apesar de o componente ativo do alvejante ser o hipoclorito (OC l–), a especificação se refere à porcentagem em massa de
cloro (Cl) no alvejante.

Dados: densidade do alvejante: 1,0 g/mL massa molar do Cl: 35 g/mol


Resolução:

a) Minicial de OCl– = X mols


L

1a Etapa — Diluição

Mi . Vi = Mf . Vf ⇒ X . 10 mL = Mf . 100 mL → Mf = 0,1 X

2a Etapa — Titulação

OCl– + 2 I– + H2O → I2 + Cl– + 2 OH–


↓ ↓
1 mol 1 mol
1,5 . 10–3 mol 1,5 . 10–3 mol

ηOCl− = Mfinal OCl– . V = 0,1X . 0,025 L = 1,5 . 10–3 mols ∴ X = 0,6 de OCl–
mols
L
12 FUVEST 2a FASE

30,6 g de OCl −
C = M . M1 ⇒ C OCl − = 0,6 . 51 = ou
L

30,6 g OCl– 1 L solução 1 000 g (solução)

20,9 g de Cl 1 000 g (solução)


Z 100 g (solução)

Z = 2,09 g de Cl ou 2,09% . A especificação do rótulo é válida.

b) Os mais indicados para esta experiência são a bureta, que tem a função de medir o volume de um dos reagentes usados na
titulação, e o erlenmeyer, cuja função é servir de recipiente para o meio reacional.

09. Alguns gases presentes em atmosferas poluídas formam, com água da chuva, ácidos tais como o sulfúrico e o nítrico.

a) Escreva, para cada um desses ácidos, a equação que representa sua formação a partir de um óxido gasoso poluente.

b) Um reservatório contém 100m3 (1,0 x 105 L) de água de pH igual a 6,0. Calcule o volume, em litros, de chuva de pH igual
a 4,0 que esse reservatório deve receber para que o pH final da água atinja o valor de 5,0. Basta o valor aproximado. Neste
caso, despreze o aumento de volume da água do reservatório com a chuva.

Resolução:

a) SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(g) 3 NO2(g) + H2O(l) → 2 HNO3(l) + NO(g)


trióxido de ácido dióxido de ácido
enxofre sulfúrico nitrogênio nítrico

b) [ H+ ]inicial + Acréscimo = [ H+ ]final

↓ ↓ ↓
mol mol mol
105 L . 10–6 + V . 10–4 = 105 L . 10–5 ∴
L L L

↑ ↑ ↑
pH = 6 pH = 4 pH = 5

1 − 10 −1
V (volume da chuva) = = 9 000 L = 9 . 103 L
10 −4
2a FASE FUVEST
13
10. Náilon 66 é uma poliamida, obtida através da polimerização por condensação dos monômeros 1,6-diaminoexano e ácido
hexanodióico (ácido adípico), em mistura equimolar.

H2N — (CH2)6 — NH2 1,6 – diaminoexano HOOC — (CH2)4 — COOHS ácido adípico

O ácido adípico pode ser obtido a partir do fenol e o 1,6-diaminoexano, a partir do ácido adípico, conforme esquema abaixo:

OH H
C
H2C CH2
H2 / Ni
fenol ácido adípico
redução oxidação
reação com
H2C CH2 amônia e
desidratação
C
H2 N C (CH2)4 C N náilon 66

H2 / Ni redução

1,6 - diaminoexano

a) Reagindo 2 x 103 mol de fenol, quantos mols de H2 são necessários para produzir 1 x 103 mol de cada um desses
monômeros? Justifique. Admita 100% de rendimento em cada etapa.

b) Escreva a equação que representa a condensação do 1,6-diaminoexano com o ácido adípico.

Resolução:

1o) Obtenção do monômero (ácido adípico).


OH OH
C H2 H2 H2 H2 O
H2 / Ni [O]
C C C C C C + H2O
Redução
OH OH
14243 14243
4[O]
C6H6O + 3 H2 C6H12O C6H10O4 + H2O

Portanto: 1 mol fenol consome 3 mols H2 1 mol ácido adípico

103 mol 3 x 103 mol 1 x 103 mol


fenol H2 ácido adípico

Foram gastos 3 x 103 mols de H2 para produzir 103 mol de ácido adípico.
14 FUVEST 2a FASE

2o) Obtenção do monômero (1,6 - diamino exano)

4[O]
1 mol fenol + 3 mols H2 1 mol ácido adípico (C6H10O4)

(H2O)
1 mol ácido adípico + NH3 1 mol C6H8N2

H2 H2 H2 H2
1 mol C6H8N2 + 4 H2 H2C C C C C CH2 (C6H16N2)

NH2 NH2

1 mol fenol + 7 mols H2 → 1 mol diamino exano

103 mols 7 x 103 mols 103 mol

Foram gastos 7 x 103 mols de H2 para produzir 103 mols de diamino exano

portanto para reagir 2 x 103 mols de fenol, teremos que consumir 10 x 103 mols (104 mols) de hidrogênio (H2).

b) reação de polimerização (náilon 6,6)

O H2 H2 H2 H2 O n H2 H2 H2 H2 H2 H2
n C C C C C C + HH N C C C C C C N H
HO OH
H H

O FG H IJ O
FG H IJ
2

HC K 2

HC K
C 4 C + (n – 1) H2O
N 6 N
n
H

COMENTÁRIO

Prova difícil. Exigiu conhecimento do conteúdo, raciocínio e cálculo.

DISTRIBUIÇÃO DAS QUESTÕES

30% − Química Geral


20% − Eletroquímica
20% − Química Orgânica
30% − Físico - Química
2a FASE FUVEST
15
QUESTÕES DE HISTÓRIA

01. Uma das origens da servidão feudal, no Ocidente medieval, remonta à crise do século III da era cristã, que afeta e transforma
profundamente o Império Romano. Descreva essa crise e estabeleça sua relação com a servidão feudal.
Resolução:
A existência da República Romana e do Império Romano estava diretamente ligada à história da expansão territorial, buscando
sempre novas terras e novos escravos. No século III, o processo de expansão chegou ao fim e teve como conseqüência direta
a crise do modo de produção escravista; ainda somados à crise, tivemos o início da ruralização romana, a inflação, a corrupção
governamental e os conflitos internos do exército. Este conjunto configurou a crise do século III.
Diante desta crise, um dos imperadores, Diocleciano (285-305), tentou resolver o problema da carência de mão-de-obra implantando
o “colonato” (fixação do homem à terra) dando origem ao servo feudal. Em resumo: a carência de escravos, com o passar dos
séculos, fez aparecer uma relação de dependência do mais fraco (o servo) para garantir a produção de alimentos (homens fixos
à terra) em troca de segurança e proteção dadas pelo senhor.
Em tempo: o colono foi o “meio-caminho” entre o escravo romano e o servo medieval.

02. Frei Antônio de Montesinos, em 1512, no Caribe, pregava aos conquistadores espanhóis:
“Com que direito haveis desencadeado uma guerra atroz contra essas gentes que viviam pacificamente em sua própria terra? Por
que os deixais em semelhante estado de extenuação? Por que os matais a exigir que vos tragam diariamente seu ouro? Acaso não
são eles homens? Acaso não possuem razão e alma? Não é vossa obrigação amá-los como a vós próprios?”
Explique essas palavras de Montesinos dentro do contexto da conquista espanhola da América.
Resolução:
A conquista espanhola na América, a partir de Cristovão Colombo (1492), estava inserida no contexto da expansão marítima e
comercial européia, na prática mercantilista que visava basicamente à riqueza e ao poder do Estado, além do enriquecimento
atrelado da burguesia. Os espanhóis, sedentos por ouro e prata, passaram a dizimar, a praticar um verdadeiro genocídio em nome
da acumulação primitiva. A realeza, a burguesia e grande parte do clero fizeram vistas grossas a tais fatos, visto que eram os
principais beneficiários de tamanha exploração e matança. Caminhando contra a corrente, alguns cléricos começaram a protestar.
A exemplo de Frei Antônio de Montesinos também o Frei Bartolomeu de Las Casas defendeu os nativos contra os europeus,
com frases de efeito que estão no texto de Montesinos, por exemplo:
“Acaso não são eles homens?”, “acaso não possuem razão e alma?”, “não é vossa obrigação amá-los como a vós próprios?”

03. Em 1651, por ocasião de uma visita da frota inglesa ao porto de Cadiz, Espanha, o almirante Blake provocou a irritação de
Felipe IV, quando este último soube que aquele declarara, em praça pública, que “graças ao exemplo dado por Londres, todos os
reinos iriam aniquilar a tirania e tornar-se repúblicas. A Inglaterra já o tinha feito; a França seguia o mesmo caminho; e
considerando-se que a natural indolência dos espanhóis tornava mais lento o seu movimento, dava a eles dez anos, antes que
no país explodisse a revolução”.
a) A que acontecimentos históricos o almirante Blake se referia ao mencionar os exemplos da Inglaterra e da França?
b) A previsão de Blake com relação à Espanha veio a realizar-se?
Resolução:
a) De 1642 a 1648, a Inglaterra conhecera a Guerra Civil ou Revolução Puritana, quando os Round Heads (puritanos liderados
pelo “barebine” Oliver Cromwell) venceram os Knights, partidários do Rei Carlos I, que foi executado em 1649. Nascia, então,
a República Puritana (1649/60) cujo Lorde Protetor era o já referido Oliver Cromwell. Numa visão marxista, um pouco
revolucionista, a República Puritana teria sido pró-burguesia.
Já na França, quando da menoridade de Luis XIV, ocorreu uma revolta burguesa: a Fronda Parlamentar, esmagada por Mazzarino.
b) A Revolução não ocorreu na Espanha dentro do período profetizado por Blake. Ao contrário, os Habsburgos decaíram,
foram substituídos pelos Bourbons e um arremedo de revolução liberal só ocorreria com a Constituição de Cádiz, no final da
ocupação bonapartista.

04. Estabeleça as relações entre a produção açucareira no Nordeste e a dominação holandesa no Brasil, na primeira metade do
século XVII.
16 FUVEST 2a FASE

Resolução:
O capital holandês teve uma presença significativa nas colônias portuguesas do Atlântico. Tendo financiado vários engenhos,
refinando e distribuindo o açúcar brasileiro no mercado europeu, a Holanda configurava-se como país credor do mercantilismo
português.
A partir de 1580, os Habsburgos espanhóis passaram a reinar também sobre Portugal (União Ibérica). Declarando-se livre da
dominação Habsburgo, a Holanda passou a sofrer represálias da Espanha durante vários anos. Sem sucesso em suas investidas
militares, a coroa espanhola promoveu um embargo comercial contra a Holanda, prejudicando seu lucrativo negócio açucareiro
nos trópicos.
Acossados, os grandes capitalistas holandeses fundaram várias empresas comerciais-militares, objetivando a conquista de
colônias. Surgiu assim a Companhia das Índias Ocidentais, empresa de capital aberto responsável pelo desembarque, conquista
e dominação flamenga do Nordeste brasileiro até 1654.

05. Em 1703, é assinado o Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra. Esse acordo, segundo Celso Furtado, “significou para
Portugal renunciar a todo o desenvolvimento manufatureiro e implicou transferir para a Inglaterra o impulso dinâmico criado pela
produção aurífera no Brasil”. Explique o que foi o Tratado de Methuen e discuta a afirmativa de Celso Furtado.
Resolução:
O apoio da Inglaterra à Restauração de Bragança (fim da dominação espanhola sobre Portugal) lhe rendeu uma posição de
hegemonia comercial, e mesmo política, sobre a frágil coroa lusa, traduzida em vários tratados comerciais desvantajosos para
Portugal. O Tratado de Methuen foi um deles. Mantinha várias vantagens alfandegárias aos tecidos ingleses no mercado
português, e reduzia taxas aduaneiras aos vinhos portugueses na Inglaterra. Assim, Portugal acumulava déficits (já que se
mostrou nítida a vantagem inglesa), que eram pagos graças aos recursos advindos da exploração mineradora do Brasil-Colônia.
Tal fato está por trás da afirmação do economista Celso Furtado, já que a utilização do ouro brasileiro para o pagamento dos
déficits estancou, de fato, o desenvolvimento de manufaturas em Portugal.

06. Discuta, exemplificando, as dificuldades enfrentadas pela monarquia, nas décadas de 1830 e 1840, para a manutenção da unidade
territorial brasileira.
Resolução:
Após a abdicação de Pedro I e com a minoridade do seu legítimo sucessor, instala-se, no Brasil, conforme estabelecia a
Constituição de 1824, um sistema regencial de governo. Nele, após o ato adicional de 1824, uma série de levantes contestatórios
ao centralismo político eclode: no Pará, os cabanos repudiam a nomeação de Lobo de Souza à Presidência da Província;
movimento semelhante ocorre no Rio Grande do Sul, com o levante dos estancieiros liberados por Bento Gonçalves. No mesmo
período, movimentos por maior autonomia provincial ocorrem, também, no Maranhão (balaiada) e na Bahia (sabinada).
Durante a década de 40, após o “golpe da maioridade”, a “dissolução do gabinete liberal” e a “recondução dos conservadores”
do ministério, revoltas liberais ocorrem em Minas Gerais com Teófilo Otoni e em São Paulo com Tobias de Aguiar. A instalação
de um parlamentarismo às avessas foi o caminho utilizado por Pedro II no apaziguamento e na manutenção da unidade nacional.

07. “Quando os brancos chegaram, nós tínhamos as terras e eles a Bíblia; depois eles nos ensinaram a rezar; quando abrimos os
olhos, nós tínhamos a Bíblia e eles as terras”.
Essa frase — atribuída a Jomo Kenyatta, fundador da República do Quênia — remete à partilha da África, no quadro do
imperialismo europeu. Comente e interprete o trecho.
Resolução:
No quadro do imperialismo europeu, além da conquista territorial, militar, política e econômica era preciso também concretizar e
utilizar o domínio ideológico. A religião cristã (católica ou protestante) foi a principal via desta dominação. Enquanto os países
industrializados dominavam e dividiam os territórios africanos e asiáticos restava aos nativos contentarem-se com o seu novo
Deus, seus representantes e seus ensinamentos.
Esta manipulação ideológica ajudava a justificar os milhares de nativos mortos e a famosa frase “O fardo do homem branco” de
R. Kipling. ou ainda a justificativa de “missão civilizadora”.

08. Durante o regime militar no Brasil (1964-1985), a oposição à ditadura também se expressou por meio da arte (música, literatura,
cinema, teatro). Comente a afirmação, dando, pelo menos, dois exemplos dessas formas artísticas de expressão.
2a FASE FUVEST
17
Resolução:
Embora violentamente castradas pela censura, normalmente após o AI-5 de 13 de dezembro de 1968, as diversas manifestações
artísticas tiveram um importante papel de “cultura de resistência” à ditadura militar, que existia sob uma aparência de “democracia
formal” (com mecanismos tais como “eleições”, rodízio de governantes etc.
• Música → A Bossa Nova
Exemplos: Chico Buarque de Holanda → Apesar de você;
Geraldo Vandré → P’ra não dizer que não falei das flores
Hino da Esquerda Armada
• Cinema Novo → O Desafio (Paulo César Serraceni)
Fome de Amor (Nelson Pereira dos Santos)
P’rá frente Brasil (Roberto Farias)
• Teatro → Um Grito Parado no Ar (Gianfrancesco Guarnieri)
Explode Coração (Oduvaldo Viana Filho)
Calabar O Elogio da Traição (Chico Buarque e Rui Guerra)
• Literatura → Quarup (Antônio Callado)
Pessach — A travessia (Carlos Heitor Cony)
A Poética de Moacir
Félix

09. Quando o Muro de Berlim foi construído, em 1961, a União Soviética estava no auge de sua força — havia até mesmo se
adiantado aos Estados Unidos na exploração espacial. Quando o Muro de Berlim foi derrubado, em 1989, a União Soviética
estava em plena crise e desapareceria dois anos depois. Explique essa reviravolta e a relação entre o Muro de Berlim e a União
Soviética.
Resolução:
A URSS, ao longo das décadas de 60/70 e início da de 80, conheceu o que se denominou os “Anos Perdidos”. De fato, o
“neostalinismo” de Leonid Brejnev foi marcado pelo burocratismo, pelo dirigismo econômico altamente irracional, pela corrupção
dos quadros partidários (a “nomenklatura”), pelo retardamento tecnológico e pelos gastos militares absurdos, notadamente
para fazer face à Iniciativa de Defesa Estratégica (“a guerra das estrelas” do presidente Reagan).
A necessidade de reformas, iniciadas por Yuri Dupropov (82/84), levou à Secretaria Geral Gorbachev, que deu início simultâneo
à liberalização política (Glassnost) e à reforma econômica (Perestroika). Isto provocou a possibilidade de críticas antes da
renovação econômica das medidas positivas, descontrolando o regime.
Além disso, Gorbachov procurou abrandar as tensões internacionais, pondo fim à “Guerra Fria”. Assim, a URSS perdeu a
vontade política de impedir a queda das nações “socialistas” do Leste Europeu. Deu-se uma reação em “cadeia”: a perda dos
estados bálticos, o fim do socialismo polonês, a “Revolução de Veludo” em Praga e, pelo não apoio soviético, a queda da
República Democrática da Alemanha. Finalmente, o frustrado golpe de 19 de agosto de 1891 poria fim à URSS.

10. “Como se fosse uma hidra, a desigualdade racial [no Brasil] recupera-se a cada golpe que sofre. Onde os interesses e os liames
das classes sociais poderiam unir as pessoas ou os grupos de pessoas, fora e acima das diferenças de ‘raça’, ela divide e opõe,
condenando o ‘negro’ a um ostracismo invisível e destruindo, pela base, a consolidação da ordem social competitiva como
democracia racial.”
Florestan Fernandes, A integração do negro na sociedade de classes.
Com base nesse texto, comente a tese do autor sobre a questão da democracia racial no Brasil.
Resolução:
O grande mentor da sociologia marxista no Brasil, Florestan Fernandes, ressalta que as derrotas que o racismo sofreu em nosso
país (Abolição, Lei Afonso Arinos, a “Constituição Cidadão” de 1988 que definem a discriminação racial como “crime inafiançável)
sempre são resgatadas pelo próprio racismo, que se torna mais insidioso e sutil.
Não temos, no país, uma quebra classista bem definida, pois a raça firma-se como um fator que impede classes com interesses
e consciência homogêneos. De fato, o elemento racial interfere tornando-se o negro marginalizado pela sua própria classe,
portanto a solidariedade plena dentro do mesmo segmento classista.
Não podemos deixar de lembrar a tese clássica de Florestan: dentro da sociedade de classes brasileiras permanecem resquícios
da ordem escravista, notadamente no plano da consciência com todas as seqüelas sociais daí decorrentes.
Assim, pode-se dizer que o racismo impede até mesmo a competitiva “democracia burguesa”. Verifica-se, assim, a fraude do mito
da nossa “democracia racial”.
18 FUVEST 2a FASE

GEOGRAFIA

01.
a) Identifique os complexos regionais I e III,
apresentando duas de suas características físicas e I
duas econômicas.
II
b) Explique por que a porção oriental do Maranhão e o
norte de Minas Gerais fazem parte do complexo
regional II.
III

0 270
km

Resolução:

a) I − Amazônia
II − Nordeste
III − Centro-Sul
Amazônia: Clima Equatorial — Floresta Latifoliada Amazônica — Predomínio de atividades extrativas vegetais e minerais e
Pecuária Extensiva
b) A região II é caracterizada por climas mais secos, o que também acontece no leste do Maranhão e Norte de Minas Gerais, cuja
economia também está mais próxima da que prevalece no Nordeste.

02. A B C
Migração Interna na Década de 50-60 Migração Interna na Década de 60-70 Migração Interna na Década de 70-80
Brasil Brasil Brasil

Fonte: Santos, 1994.

a) Analise e justifique os fluxos migratórios representados nos mapas A, B e C.


b) Explique a dinâmica atual dos fluxos migratórios.

Resolução:

a) A - Na década 50-60, o fluxo principal origina-se no Sertão Nordestino, em direção à Mata dos Cocais, no Maranhão, e
para o Centro-Sul, onde se iniciava a industrialização e expansão da agricultura (no Paraná) e a construção de Brasília
a criação das colônicas agrícolas de Ceres e Ipameri (GO) e o início da ocupação agrícola do Mato Grosso (no Centro-Oeste).
No sul do país, o deslocamento se deve à expansão da cultura cafeeira no Norte do Paraná.
2a FASE FUVEST
19
B - Na década 60-70, a ação dos governos militares através de programas como: Polocentro — Polonoroeste — Poloamazônica
— agrovilas — projetos minerais, além da implantação das rodovias ligadas ao PIN, deram início à ocupação econômica do
Centro-Oeste e Amazônia. A região nordestina, onde a posse de terras é muito difícil e as secas são periódicas, continuaram
a fornecer migrantes para as demais regiões. Neste período, famílias de agricultores do Sul e Sudeste, pressionadas pela
penetração da agro-indústria e atraídas pelas terras-fáceis, dirigem-se para a região.
C - Na década 70-80, o Nordeste continua a fornecer levas de migrantes para o Centro-Sul, pelas mesmas razões expostas
acima. Entretanto, os maiores fluxos ocorrem a partir do Sul e Sudeste, em direção à Amazônia, com a expansão da fronteira
agrária. A pequena seta que parte do Paraná e sai do país é constituída pelos brasilguaios, que buscavam terras para plantar,
em especial, a soja.
b) Continua a prevalecer a migração rumo à Amazônia dada a disponibilidade de terras e a possiblidade de emprego nos
projetos minerais. O fato mais notável está na diminuição do fluxo de migrantes do Nordeste para o Centro-Sul: estes dirigem-
se, também, para a Amazônia.

03. Faça uma análise comparativa entre dois momentos do processo de industrialização brasileira — década de 50 e final da década
de 90 — levando em consideração:
a) o papel do Estado.
b) o mercado consumidor.
Resolução:
a) O papel do Estado nos dois momentos da industrialização brasileira foi muito diferente. Nos anos 50, era o Estado Empresário,
que construiu a infra-estrutura que seria aproveitada pelas indústrias multinacionais que se instalam a partir de 1956. nos
anos 90, o Estado (falido), sem capacidade de investir, permite a entrada sem restrições de empresas multinacionais, que
passam a dominar setores inteiros da economia, e privatiza a maior parte das empresas estatais.
b) O mercado consumidor, nos anos 50, era restrito às áreas urbanas no Centro-Sul. Nos anos 90, a expansão da urbanização e
a incorporação de novas áreas ao processo produtivo fez surigir novos centros e padrões de consumo.

04. Grandes Rotas Marítimas Grandes Rotas Aéreas

Coréia
Japão
3200 km

Bering

Oeste
dos EUA
Oriente
Médio
Suez
Leste
Gibraltar dos EUA
Panamá Oeste
da
Europa

estreito ou canal nós de comunicação aérea

a) Considerando os fluxos de circulação marítima e aérea, apresente duas semelhanças e duas diferenças entre eles.
b) Atualmente, o desenvolvimento das telecomunicações e da informática tem ampliado a importância de fluxos imateriais.
Dentre esses, analise os fluxos financeiros e compare seus principais pólos com os da rede aérea.
20 FUVEST 2a FASE

Resolução:

a) Semelhanças: Unem as mesmas regiões − os maiores fluxos estão entre os países centrais.
Diferenças: As rotas marítimas são mais longas e lentas − As rotas marítimas transportam principalmente mercadorias,
enquanto que as aéreas transportam pessoas.

b) Os fluxos financeiros ocorrem principalmente entre os países centrais, que respondem também pelo maior fluxo de passageiros
aéreos, dados os custos desse transporte. As economias emergentes também estão presentes na trajetória desses fluxos.
Vale ressaltar que a África, apesra de estar nas rotas aéreas, não está nas financeiras.

05. Região Centro-Oeste

Precipitação
mm
300

260
Ch

500m
220
ap
ad

dos Parecis
a

180

m
800 140
Pl


an

ia
íci

Ca
e

do °C 100
Temperatura
do

a
rr

40
Se

60
Pantanal

30
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ra caju

60°W
20°s 10 20
SA

CAMPO
.Bo

Ma

GRANDE J F M A M J J A S O N D
do

de
qu
en
SA.

Campo Grande - MS
a

0 300 km

Fonte: Simielli, 1997.

a) Apoiando-se no mapa e no gráfico acima, apresente as principais características do pantanal brasileiro quanto a: formas de
relevo, formações vegetais e dinâmica hidrológica.

b) Cite um tipo de interferência antrópica modificadora da dinâmica hidrológica natural de lagoas e rios pantaneiros. Explique.

Resolução:

a) Relevo: planície sedimentar recente


Vegetação: complexa, com a presença de variadas formas, ocupando áreas vizinhas, tais como: florestas − cerrados −
mangues − palmeiras.
Dinâmica Hidrológica: A pequena inclinação da planície faz com que as águas dos rios da bacia hidrográfica do Paraguai
escoem lentamente, produzindo grandes inundações no período das chuvas, entre outubro e março.

b) O desmatamento, que leva ao assoreamento dos cursos fluviais, interferindo nos ecossistemas naturais, que mantém rica
fauna e flora, além de modificar as áreas inundáveis.
2a FASE FUVEST
21
06. Grandes Aglomerações Urbanas no ano 2.000

Cidade do México
Nova York
Londres a) Separe essas aglomerações em dois grupos: A (países
Seul desenvolvidos) e B (países de industrialização recente).
b) Apresente uma característica da urbanização do grupo
Osaka
A e duas características da urbanização do grupo B,
Buenos Aires justificando-as.
Paris
0 5 10 15 20 25 30
milhões hab.

Fonte: Adap. Sassen, 1998.

Resolução:
a) A − Nova York − Londres − Osaka − Paris
B − Cidade do México − Seul − Buenos Aires
b) A − Urbanização mais antiga ligada à revolução industrial.
B − Urbanização mais recente, ligada à industrialização ocorrida após a 2a Guerra Mundial.
Apresenta forte macrocefalismo urbano, com favelas, aumento da criminalidade, deficiência nos serviços básicos.
07. Na sociedade contemporânea, o lixo tornou-se um dos problemas cruciais. Esse problema era menor antigamente e exclusivo das
cidades. Nas zonas rurais, as sobras faziam parte da forma de produzir e de viver.
a) Relacione o problema do lixo com os processos de urbanização e industrialização.
b) Caracterize o problema do lixo da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), quanto a: sistema de coleta, destinação e
tratamento atualmente existentes.
Resolução:
a) A urbanização acelera a produção de lixos de vários tipos.
A maior parte dele não é reciclada, embora o pudesse ser, gerando forte impacto ambiental.
b) Na RMSP, o sistema de coleta é precário, não atingindo todas as regiões e não é feito de maneira seletiva, o que facilitaria a
reciclagem. O destino do lixo urgano são os lixões a céu aberto e em alguns casos aterros sanitários. Uma pequena parcela
do lixo orgânico é transformada em adubo, em usinas de compostagem como a da vila Leopoldina.

08.

Corrente Quente
Corrente Fria
Principais Zonas de Pesca 2.550 km
22 FUVEST 2a FASE

A maior ou menor piscosidade dos mares depende de alguns fatores, tais como: a trajetória das correntes marítimas, a distância
da costa e a profundidade e temperatura dos mares.

a) Cite três países em que a pesca é significativa do ponto de vista econômico.


b) Explique a relação entre a corrente marítima do Golfo e a pesca na Europa setentrional.
c) Compare o Japão e o Brasil no que se refere à atividade pesqueira.

Resolução:

a) Noruega − Peru − Islândia.


Vale lembrar que os maiores pescadores do mundo são: Japão - China - Canadá, porém nestes países a pesca não representa
parcela substancial da economia.
b) A deriva norte-atlântica, ou corrente do Golfo, leva águas aquecidas até acima do Círculo Polar Ártico: os cardumes, em
especial de bacalhau, retiram seu alimento do planctum contido nessas águas.
c) No Japão a pesca é uma atividade industrial, com frotas pesqueiras que, acompanhadas por navios-fábrica, percorrem os
mares. Nessa atividade, utilizam moderna tecnologia de detecção dos cardumes.
No Brasil a pesca é artezanal, realizada sem o uso de moderna tecnologia e em embarcações precárias.

09. A designação do termo ‘tropical’ abrange grande diversidade de tipos climáticos, conforme se observa no mapa abaixo.
0° 60° 120°

60°

Trop. Câncer 18°C 18°C


18°C

Equador
A
0° 0°
B
Trop. Capricórnio
18°C 18°C
Tipos de clima tropical
? superúmido (> 2500 mm)
? úmido (2500-1500 mm) 0 k m 4660
? subúmido (1500-750 mm)
? semi-árido (750-250 mm)
? árido (250-100 mm)
? hiperárido (< 100 mm)
Fonte: Conti, 1998.

a) Identifique as áreas A e B quanto à sua localização geográfica e seus respectivos tipos climáticos, utilizando a legenda
parcial do mapa.
b) Compare A e B quanto à amplitude térmica diária e o regime de chuvas.

Resolução:

a) A − Continente Asiático − Península Arábica − clima árido


B − Continente Africano − região das Savanas − clima subúmido
b) A amplitude térmica diária nas regiões áridas é muito elevada, enquanto que nas chamadas zonas tropicais, como a das
savanas, é regular, com índices bem menores que os das zonas áridas. O regime de chuvas nas zonas áridas é baixo e
irregular: na área A, as chuvas concentram-se no verão, entre janeiro e fevereiro. Na zona B, as chuvas acontecem no verão
de acordo com os hemisférios.
2a FASE FUVEST
23
10. O SIVAM, Sistema de Vigilância da Amazônia, tem sido alvo de críticas por parte da sociedade civil brasileira, desde suas fases
de licitação e projeto.
a) Descreva esse sistema quanto aos objetivos e recursos técnicos envolvidos.
b) Cite e comente duas das principais críticas que lhe têm sido atribuídas.
Resolução:
a) O SIVAM tem por objetivo realizar uma vigilância aérea eficaz da região amazônica, coibindo o narcotráfico e o contrabando.
Os recursos que serão utilizados consistem em aparelhos de radar fixos e móveis, para rastrear os aviões na região. Para
interceptá-los, serão construídas várias bases militares, de onde decolarão os interceptores.
b) As maiores críticas ligam-se: à lisura da concorrência, vencida pela Reaytion (EUA) e à utilização de componentes e
softwares importados, que nos deixa na dependência dos interesses norte-americanos.

BIOLOGIA

01. O esquema a seguir representa um corte de célula acinosa do pâncreas, observado ao microscópio eletrônico de transmissão.
Luz do ácino
a) Identifique as estruturas apontadas pelas setas A, B e C, e
indique suas respectivas funções no metabolismo celular.
D

b) Por meio da ordenação das letras indicadoras das estruturas


celulares, mostre o caminho percorrido pelas enzimas
componentes do suco pancreático desde seu local de E
síntese até sua secreção pela célula acinosa. C
F

Resolução:
a) Estrutura A: Retículo Endoplasmático Rugoso
Função: Síntese de proteínas de exportação. A B
Estrutura B: Mitocôndrias
Função: Liberação de energia, ou seja, respiração celular.
Estrutura C: Complexo de Golgi
Função: Secreção celular.
b) O caminho será: A → C → D
As enzimas são proteínas produzidas, nesse caso, pelo R E R, encaminhadas e concentradas no aparelho de Golgi que as
libera para o meio através dos grânulos de secreção (D).

02. Em certa linhagem celular, o intervalo de tempo entre o fim de uma mitose e o fim da mitose seguinte é de 24 horas. Uma célula
dessa linhagem gasta cerca de 12 horas, desde o início do processo de duplicação dos cromossomos até o início da prófase. Do
fim da fase de duplicação dos cromossomos até o fim da telófase, a célula gasta 3 horas e, do início da prófase até o fim da
telófase, ela gasta 1 hora. Com base nessas informações, determine a duração de cada uma das etapas do ciclo celular (G1, S, G2
e mitose) dessas células.
Resolução: 24 hs
12 hs
Basta fazer as contas:

∆t G1 : 24 – 13 = 11 hs G1 S G2 E!
∆t S : 13 – 3 = 10 hs
∆t G2 : 3 – 1 = 2 hs 1 h

∆t E! : 1 h (dado no enunciado)
3 hs
24 FUVEST 2a FASE

03. Em vegetais, as taxas de fotossíntese e de respiração podem ser calculadas a partir da quantidade de gás oxigênio produzido ou
consumido num determinado intervalo de tempo.

taxa
O gráfico ao lado mostra as taxas de respiração e de fotossíntese
de uma planta aquática, quando se varia a intensidade luminosa.
Fotossíntese
a) Em que intensidade luminosa o volume de gás oxigênio Respiração
produzido na fotossíntese é igual ao volume desse gás
consumido na respiração?
b) Em que intervalo de intensidade luminosa a planta está
l m n o p q r s t
gastando suas reservas?
Intensidade luminosa
c) Se a planta for mantida em intensidade luminosa r, ela pode
crescer? Justifique.

Resolução:

a) No ponto de compensação fótico que é a intensidade de luz em que as taxas de fotossíntese e respiração se igualam. No
gráfico é o ponto n.
b) A planta gasta suas reservas enquanto a intensidade de luz estiver abaixo do P.C.F.. No gráfico, entre os pontos l e n.
c) Sim. O crescimento requer um excesso de nutrientes orgânicos, ou seja, que a taxa de fotossíntese seja maior que a de
respiração. Isso significa que o crescimento será possível quando a planta estiver acima do P.C.F. (ponto n).

04. Ana e Maria são gêmeas idênticas. Maria, aos 10 anos, teve seus dois ovários removidos cirurgicamente e nunca se submeteu
a tratamento com hormônios. Atualmente, as gêmeas têm 25 anos de idade e apresentam diferenças físicas e fisiológicas
decorrentes da remoção das gônadas.

a) Cite duas dessas diferenças.


b) Se Maria tivesse sido operada aos 18 anos, as diferenças entre ela e Ana seriam as mesmas que apresentam atualmente?
Justifique.

Resolução:

a) Maria se tornará uma mulher estéril, pois os ovários têm função de armazenar e liberar ciclicamente os óvulos para a
fecundação. Maria terá caracteres sexuais imaturos, pois os ovários produzem os hormônios estrógeno e progesterona, que
estimulam o desenvolvimento de tais caracteres durante a adolescência. Exemplo: desenvolvimento das mamas, maturação
do útero etc.
b) Não. Aos 18 anos, Maria já teria passado pela adolescência e mostraria maturidade sexual. A extração dos ovários após essa
idade provocaria esterilidade, porém vários caracteres sexuais já teriam sido produzidos, como, por exemplo, as mamas que
já teriam se desenvolvido.

05. Em cobaias, a cor preta é condicionada pelo alelo dominante D e a cor marrom, pelo alelo recessivo d. Em um outro cromossomo,
localiza-se o gene responsável pelo padrão da coloração: o alelo dominante M determina padrão uniforme (uma única cor) e o
alelo recessivo m, o padrão malhado (preto/branco ou marrom/branco). O cruzamento de um macho de cor preta uniforme com
uma fêmea de cor marrom uniforme produz uma ninhada de oito filhotes: 3 de cor preta uniforme, 3 de cor marrom uniforme, 1
preto e branco e 1 marrom e branco.

a) Quais os genótipos dos pais?


b) Se o filho preto e branco for cruzado com uma fêmea cujo genótipo é igual ao da mãe dele, qual a proporção esperada de
descendentes iguais a ele?
2a FASE FUVEST
25
Resolução:

Preta > Marrom Uniforme > Malhado


(D) (d) (M) (m)

Preta Uniforme Marrom Uniforme

Dd Mm dd Mm

3 Preto 3 Malhado 1 Preto 1 Malhado


Uniforme Uniforme Malhado Malhado
Dd M— dd M— Dd mm dd mm

a) O genótipo dos pais é: : Dd Mm e : dd Mm

b) Filho x (igual à mãe)

Dd mm dd Mm

P (Dd mm) = ?

gametas gametas
1/2 D m d M 1/2
1/2 d m d m 1/2

Prole: Dd Mm, Dd mm, dd Mm, dd mm


1/4 1/4 1/4 1/4

A proporção esperada de descendentes iguais a ele é 1/4, ou seja, a cada 4 filhotes, 1 deverá ser igual ao pai.

06. É comum o cruzamento entre jumento e égua para se obter o híbrido conhecido como burro. Este, apesar de seu vigor físico, é
estéril.
a) Sabendo-se que o número diplóide de cromossomos do jumento é 62 e o da égua 64, quantos cromossomos devem estar
presentes em cada célula somática do burro?
b) Com base no conceito biológico de espécie, o jumento e a égua pertencem à mesma espécie? Por quê?
Resolução:
a) Jumento x Égua
Zn = 62 Zn = 64
↓ ↓ b) Não. Indivíduos da mesma espécie são, geralmente,
gametas gametas possuidores do mesmo cariótipo (características
n = 31 n = 32 cromossômicas, quanto ao número, tamanho e forma).
Burro Além disso, podem intercruzar em condições naturais
Zn = 63 produzindo descendência fértil. Jumento e égua não
obedecem a nenhum dos dois critérios.
As células somáticas do burro terão 63 cromossomos.
26 FUVEST 2a FASE

07. O desenvolvimento da Genética, a partir da


A B
redescoberta das leis de Mendel, em 1900, permitiu
a reinterpretação da teoria da evolução de Darwin.
Assim, na década de 1940, formulou-se a teoria gera atuando sobre ...
sintética da evolução. Interprete o diagrama ao lado,
de acordo com essa teoria.
VARIABILIDADE
a) Que fator evolutivo está representado pela
letra A?
b) Que mecanismos produzem recombinação gera ... promove
gênica?
c) Que fator evolutivo está representado pela Recombinação ADAPTAÇÃO
gênica
letra B?

Resolução:
a) A letra A representa as mutações, importante fator gerador de variabilidade gênica.
b) A segregação independente (aleatória) de cromossomos homólogos durante a meiose e a permutação de pedaços equivalentes
entre os pares de homólogos (crossing-over) que também ocorre durante a meiose.
c) A letra B representa os fatores que geram seleção natural. São exemplos desses fatores: tipo de solo, disponibilidade de
água, temperatura, predação, competição etc.

08. Preencha a tabela abaixo, assinalando as características de cada organismo indicado na primeira coluna:

Organismo Tipo de célula Número de células Nutrição


procarionte eucarionte unicelular pluricelular autótrofo heterótrofo

Bactéria
Paramécio
Anêmona
Cogumelo
Briófita

a) Usando todas e tão somente as características mencionadas na tabela, escolha dois dos organismos citados que podem ser
incluídos num mesmo grupo.
b) Cite uma característica não mencionada na tabela que diferencie as categorias taxonômicas às quais pertencem os organismos
que você agrupou no item a.

Resolução:

Organismo Tipo de célula Número de células Nutrição


procarionte eucarionte unicelular pluricelular autótrofo heterótrofo

Bactéria sim não sim não sim sim


Paramécio não sim sim não não sim
Anêmona não sim não sim não sim
Cogumelo não sim não sim não sim
Briófita não sim não sim sim não
2a FASE FUVEST
27
a) As anêmonas e cogumelos apresentam completa semelhança quanto às características levantadas na tabela.
b) Os cogumelos são partes do corpo de fungos. Estes apresentam fibras (hifas) que constituem seus corpos (micélio). As hifas
produzem enzimas digestivas que eliminam para o substrato. Posteriormente absorvem o produto da digestão.
As anêmonas são celenterados que apresentam uma cavidade no corpo especializada em digestão, a cavidade digestiva para
a qual o alimento é trazido através da boca e no interior da qual se processa a digestão inicial.
Essas e outras diferenças os colocam em reinos diferentes: reino Fungi (cogumelos) e reino dos Animais (anêmonas).

09. A conquista do meio terrestre, pelas plantas, foi possível graças a um conjunto de adaptações.

a) Cite duas adaptações dos vegetais terrestres relacionadas à economia de água.


b) Que estruturas vegetais permitem a dispersão das pteridófitas e das gimnospermas, independentemente do meio aquático?

Resolução:

a) Desenvolvimento de tecidos e substâncias impermeabilizantes, tais como súber e epiderme (tecidos) suberina e lignina
(tecidos).
Desenvolvimento dos estômatos, que controlam a transpiração nas folhas.
b) As pteridófitas se dispersam sem água durante a fase assexuada de seu ciclo através de esporos.
As gimnospermas sofrem dispersão na fase sexuada através de sementes que abrigam embriões em seu interior.
Ambos os grupos podem se dispersar assexuadamente através da regeneração de fragmentos de seus corpos.

10. Em determinada região, as populações de capim, preás e cobras constituem uma cadeia alimentar. Medidas das variações no
tamanho das três populações, durante certo intervalo de tempo, permitiram a construção dos seguintes gráficos:

Gráfico I Gráfico II Gráfico III


Número de indivíduos

Número de indivíduos

Número de indivíduos

A B C D E F A B C D E F A B C D E F
Tempo Tempo Tempo

Elabore uma hipótese plausível para explicar o que aconteceu, nessa região, no intervalo de tempo A – F, identificando as
populações representadas, respectivamente, pelos gráficos I, II e III.

Resolução:

Durante o intervalo de tempo considerado A − F ocorreu um desequilíbrio ecológico diminuindo as populações de preás
(presas) e de cobras (predadores), o que acarretou um aumento populacional de capim (produtores). Um fator que poderia estar
causando essa redução de consumidores primários e secundários é a caça predatória e alteração de habitat.
28 FUVEST 2a FASE

FÍSICA
Quando necessário, adote para a aceleração da gravidade o valor g=10m/s 2; para a densidade da água, o valor 1.000 kg/m3 e para
o calor específico da água, o valor de 1,0 cal/gºC.

01. O gráfico ao lado descreve o deslocamento vertical y, para baixo, de um surfista y (m)

aéreo de massa igual a 75 kg, em função do tempo t. A origem y = 0, em 500


t = 0, é tomada na altura do salto. Nesse movimento, a força R de resistência do
400
ar é proporcional ao quadrado da velocidade v do surfista (R = kv2, onde k é
300
uma constante que depende principalmente da densidade do ar e da geometria do
surfista). A velocidade inicial do surfista é nula; cresce com o tempo, por 200
aproximadamente 10s, e tende para uma velocidade constante denominada 100
velocidade limite (vL). Determine: t (s)
0 2 4 6 8 10 12 14
a) O valor da velocidade limite vL.
b) O valor da constante k no SI.
c) A aceleração do surfista quando sua velocidade é a metade da velocidade limite.
R ar
Resolução:

As forças que atuam sobre o surfista


são o seu peso e a resistência do ar.
P

a) A partir do instante t = 10 s quando atinge a velocidade limite, ele passa a mover-se em movimento uniforme; portanto, entre
∆S S14 – S10 525 – 325
10 s e 14 s, temos: VL = = 14 – 10 = ⇒ VL = 50 m/s
∆t 14 – 10

b) Sendo o movimento uniforme após t = 10 s, temos: P – Rar = 0 ⇒ P = Rar ⇒ m . g = k (VL)2


75 . 10 = k . 502 ⇒ k = 0,30 kg/m

FG V IJ 2

H2K = m . a ⇒ 75 . 10 – 0,3 . 252 = 75 a ⇒ ⇒ a = 7,5 m/s2
c) P – Rar = m . a m.g – k L 75 a = 562,5

02. Sobre a parte horizontal da superfície representada na figura, encontra-se parado um corpo B de massa M, no qual está presa
uma mola ideal de comprimento natural L0 e constante elástica k. Os coeficientes de atrito estático e dinâmico, entre o corpo
B e o plano, são iguais e valem µ. Um outro corpo A, também de massa M, é abandonado na parte inclinada. O atrito entre o
corpo A e a superfície é desprezível. Determine:
a) A máxima altura h0, na qual o corpo A pode ser abandonado, para que, após colidir com o corpo B, retorne até a altura
original h0.
b) O valor da deformação X da mola, durante a colisão, no instante em que os corpos A e B têm a mesma velocidade, na
situação em que o corpo A é abandonado de uma altura H > h0.
(Despreze o trabalho realizado pelo atrito durante a colisão).

g
A

L0
B
h0
2a FASE FUVEST
29
Resolução:
a) Para que o bloco A retorne até a altura original h0 , ele deve conservar sua energia mecânica durante a
colisão; portanto, o bloco B não deve se movimentar, e a força elástica aplicada pela mola não deve superar
a força de atrito estático máximo:
µMg
Fel ≤ Fatmáx ⇒ kx ≤ µMg ⇒ x ≤
k
µMg
Logo: xmáx = 1
k
Ao colidir com a mola, no instante em que sua velocidade se anula, temos uma transferência total de energia mecânica:
2 2 2
. k . µ . M . g = M . g . h0
1 1
. k (xmáx)2 = M . g . h0 ⇒
2 2
k2
µ2 . M . g
Logo: h0 =
2k

b) Abandonado de uma altura H > h0 e aplicando-se o Teorema da Conservação da Energia Mecânica para o corpo A:
1
M.g.H = M Va2 ⇒ Va = 2 gH
2

Seja V’ a velocidade dos corpos A e B no instante em que eles têm a mesma velocidade. Aplicando-se o Princípio da
Conservação da Quantidade de Movimento, temos:
Va
MVa = MV’ + MV’ ⇒ V’ =
2

Aplicando-se, agora, o Princípio da Conservação da Energia Mecânica para o sistema mola/blocos:


1 2 MV' 2 MV' 2 1 1 2 MVa2
kx + + = . MVa2 ⇒ kx + MV’2 = ⇒
2 2 2 2 2 2

1 2 V2 MVa2 1 2 MVa2 1 2 M 2 gH MgH


⇒ kx + M . a = ⇒ kx = ⇒ kx = ⇒ x = k
2 4 2 2 4 2 4

03. Na figura 1 estão representados um tubo vertical, com a extremidade


superior aberta, e dois cilindros maciços Q e R. A altura do tubo
é H = 6,0 m e a área de sua secção transversal interna é P0
R
S = 0,010 m2. Os cilindros Q e R têm massa M = 50kg e altura T0
g = 10 m/s2
H = 6m

h = 0,5 m, cada um. Eles se encaixam perfeitamente no tubo, podendo y3


P3
nele escorregar sem atrito, mantendo uma vedação perfeita.
Inicialmente, o cilindro Q é inserido no tubo. Após ele ter atingido Q R Q Q
y1 y2
a posição de equilíbrio y1, indicada na figura 2, o cilindro R é 0,5 m P1 P2
inserido no tubo. Os dois cilindros se deslocam então para as
posições de equilíbrio indicadas na figura 3. A parede do tubo é figura 1 figura 2 figura 3
tão boa condutora de calor que durante todo o processo a
temperatura dentro do tubo pode ser considerada constante e
igual à temperatura ambiente T0. Sendo a pressão atmosférica
P0 = 105 Pa (1 Pa = 1N/m2 ), nas condições do experimento,
determine:

a) A altura de equilíbrio inicial y1 do cilindro Q.


b) A pressão P2 do gás aprisionado pelo cilindro Q e a altura de equilíbrio final y2 do cilindro Q, na situação da figura 3.
c) A distância y3 entre os dois cilindros, na situação da figura 3.
30 FUVEST 2a FASE

Resolução:
a) Comparando-se as situações do ar dentro do tubo nas figuras 1 e 2:

6 . 10 5
P0 . V0 = P1 . V1 ⇒ 106 . S . 6 = P1 . S . y1 ⇒ P1 = y1 1

Mas, a pressão sobre o ar na figura 2 é dada por:


Mg 50 . 10
P1 = P0 + PQ ⇒ P1 = 105 + ⇒ P1 = 105 + 0, 010 ⇒ P1 = 1,5 x 105 Pa 2
S
6 . 10 5
1 = 2 ⇒ y1 = 1,5 x 105 ⇒ y1 = 4 m

R|P3 = PR + P0
S|P2 = PQ + P3 ⇒ P2 = PQ + PR + P0
T
b) Na figura 2 temos:

50 . 10 50 . 10
P2 = 0,010 + 0,010 + 105 ⇒ P2 = 2 x 105 Pa

P0 . V0 = P2 . V2 ⇒ 105 . 6 . 0,010 = 2 x 105 . 0,010 . y2 ⇒ y2 = 3 m

50 . 10
c) P3 = P0 + PR ⇒ P3 = 105 + 0, 010 ⇒ P3 = 1,5 x 105 Pa

P0 . V0 = P3 . V3 ⇒ 105 . 0,010 . 6 = 1,5 x 105 . 0,010 . y3 ⇒ y3 = 1,0 m

04. Um pêndulo, constituído de uma pequena esfera, com carga elétrica


q = +2,0 x 10–9 C e massa m = 3 3 x 10–4 kg, ligada a uma – +
g
haste eletricamente isolante, de comprimento d = 0, 40 m, – P +
e massa desprezível, é colocado num campo elétrico – +
r r α
constante E ( | E | = 1,5 x 10 +6 N/C). Esse campo é criado – d +
30°
por duas placas condutoras verticais, carregadas – +
eletricamente. – +
– +
O pêndulo é solto na posição em que a haste forma um ângulo – E +
α = 30º com a vertical (ver figura) e, assim, ele passa a oscilar em – +
torno de uma posição de equilíbrio. São dados sen 30º = 1/2;
sen 45º = 2 /2; sen 60º = 3 /2. Na situação apresentada,
considerando-se desprezíveis os atritos, determine:

a) Os valores dos ângulos α1, que a haste forma com a vertical, na posição de equilíbrio, e α2, que a haste forma com a vertical
na posição de máximo deslocamento angular. Represente esses ângulos na figura dada.
b) A energia cinética K, da esfera, quando ela passa pela posição de equilíbrio.
2a FASE FUVEST
31
Resolução:
– +
a) Na posição de equilíbrio: – →
T +
– α1
tg α1 = Fel ⇒ tg α1 = q . E →
+
P m.g – F el +
– +
2 x 10 –9 . 1,5 x 10 6 α1
tg α1 = ⇒ tg α1 = 1 – +
3 3 x 10 – 4 . 10 3
– P +
α1 = 30º
– +

A posição de máximo deslocamento angular (α2 em relação à vertical) é simétrica da posição original (B) em que o pêndulo
é abandonado em relação à posição de equilíbrio (A). Pela figura temos:
– +
– P +
– θ
θ = α1 + 30º ⇒ θ = 60º α 1 30º
+
α2 = θ + α1 ⇒ α2 = 90º – +
– +
A B
– +
– +
– +

b) Pelo Teorema da Energia Cinética:


τRes = EcF – EcI ⇒ τP + τFel + τT = K – 0 ⇒ 0 + Fel . AB + 0 = K ⇒ q . E . AB = K

Como AB = 0,4 m pois o triângulo PAB é equilátero: 2 x 10–9 . 1,5 x 106 . 0,4 = K ⇒ K = 1,2 x 10–3 J

05. Quando água pura é cuidadosamente resfriada, nas condições normais de pressão, pode permanecer no estado líquido até
temperaturas inferiores a 0°C, num estado instável de “superfusão”. Se o sistema é perturbado, por exemplo, por vibração, parte
da água se transforma em gelo e o sistema se aquece até se estabilizar em 0°C. O calor latente de fusão da água é L = 80 cal/g.
Considerando-se um recipiente termicamente isolado e de capacidade térmica desprezível, contendo um litro de água a – 5,6°C,
à pressão normal, determine:
a) A quantidade, em g, de gelo formada, quando o sistema é perturbado e atinge uma situação de equilíbrio a 0°C.
b) A temperatura final de equilíbrio do sistema e a quantidade de gelo existente (considerando-se o sistema inicial no estado
de “superfusão” a – 5,6ºC), ao colocar-se, no recipiente, um bloco metálico de capacidade térmica C = 400 cal/ºC, na
temperatura de 91°C.
Resolução:
a) Para que 1 L (1000 g) de água se aqueça a 5,6 ºC:
Q1 = 1000 . 1 . 5,6 ⇒ Q1 = 5600 cal
Para que x gramas de água congelem: Q2 = x . (– 80)
Q1 + Q2 = 0 ⇒ 5600 – 80 x = 0 ⇒ x = 70 g
b) Bloco metálico: Qb = C . ∆t
Qb = 400 . (tF – 91)
Água: Qa = 1000 . 1 . (tF – (– 5,6))

Qa + Qb = 0
400 (tF – 91) + 1000 (tF + 5,6) = 0 ⇒ tF = 22 ºC
32 FUVEST 2a FASE

06. A figura representa, no plano do papel, uma região quadrada em que há um campo magnético uniforme de intensidade B = 9, 0
tesla, direção normal à folha e sentido entrando nela. Considere, nesse plano, o circuito com resistência total de 2,0 Ω, formado
por duas barras condutoras e paralelas MN e PQ e fios de ligação. A barra PQ é fixa e a MN se move com velocidade constante
v = 5,0 m/s. No instante t = 0s a barra MN se encontra em x = 0m. Supondo que ela passe por cima da barra PQ (sem nela
encostar) e que os fios não se embaralhem,

M P
v a) determine o valor ε, em volt, da força eletromotriz induzida no circuito quando
MN está em x = 1,0 m.
+ + + +
+B+ + +
b) determine o valor F da força que age sobre a barra MN quando ela está em
+ + + + 2m r
+ + + + x = 1,0 m, devida à interação com o campo B .
+ + + +
c) represente num gráfico o valor da força F aplicada à barra MN, devida à
v
r
N Q interação com o campo B , em função da posição x, no intervalo 0 < x < 3, 0 m,
x (m) indicando com clareza as escalas utilizadas.
0 1,0 2,0 3,0

Resolução:

a) ε = B.V.l ⇒ ε = 9.5.2 ⇒ ε = 90 V
ε B.ε .l 9 . 90 . 2
b) FM = B . i . l sendo: i = ⇒ FM = ⇒ FM = ⇒ FM = 810 N
R R 2

F M(N)

→ → →
c) Como FM é sempre perpendicular a B, significa que FM 810
permanece constante no intervalo 0,5 < x < 2,5 m e nula nos intervalos
0 < x < 0,5 e 2,5 < x < 3,0 m:

X (m)
0 0,5 2,5 3,0

A
07. No circuito da figura, o componente D, ligado entre os pontos A e B, é um diodo. 2Ω 1Ω
Esse dispositivo se comporta, idealmente, como uma chave controlada pela diferença D R
20V i
de potencial entre seus terminais. Sejam VA e VB as tensões dos pontos A e B,
respectivamente. B
8V
Se VB < VA, o diodo se comporta como uma chave aberta, não deixando fluir nenhuma
corrente através dele, e se VB ≥ VA, o diodo se comporta como uma chave fechada,
de resistência tão pequena que pode ser desprezada, ligando o ponto B ao ponto A.

O resistor R tem uma resistência variável de 0 a 2Ω. Nesse circuito, determine o valor da:

a) Corrente i através do resistor R, quando a sua resistência é 2Ω.


b) Corrente i0 através do resistor R, quando a sua resistência é zero.
c) Resistência R para a qual o diodo passa do estado de condução para o de não-condução e vice-versa.
2a FASE FUVEST
33
Resolução:

a) D 2Ω A 1Ω
E

i1
i2 i

20V 8V B
2Ω

C C C

Se VB < VA ⇒ chave aberta ⇒ ramo AB não funciona, então: – 20 + 2 i + 1 i + 2 i = 0 ⇒ i = 4 A

Se VB > VA ⇒ chave fechada ⇒ ramo AB funciona, então:

• na malha externa: – 20 + 2 i1 + 1i + 2 i = 0 ⇒ 3 i + 2 i1 = 20 1

8
• na malha menor direira: – 8 + 1 i + 2 i = 0 ⇒ 3 i = 8 ⇒ i = 3 A
8
em 1 : 3 . 3 + 2 i1 = 20 ⇒ i1 = 6 A
8 10
no nó A: i1 + i2 = 1 ⇒ 6 + 12 = 3 ⇒ i2 = – A
3
o que contraria a hipótese VB > VA, portanto: i = 4A

b) Se: VB < VA ⇒ chave aberta ⇒ ramo AB não funciona, então: – 20 + 2 . i0 + 1 . i0 + 0 . i0 = 0 ⇒ i0 = 20 A


3
No entanto, estabelecendo-se aleatoriamente Vc = 0:

R|V D = 20 V
S|V B = 8V

TV A = VD – R . i 0

20
VA = 20 – 2 . 20 ⇒ VA = 3 N
3

ou seja: VB > VA, o que contraria a hipótese VB < VA

Se: VB > VA ⇒ chave fechada ⇒ ramo AB funciona, então:

• na malha externa: – 20 + 20 i1 + i0 = 0 1
• na malha menor direira: – 8 + 1 . i0 = 0 ⇒ i0 = 8 A

Substituir em 1 : – 20 + 2 . i1 + 8 = 0 ⇒ i1 = 6 A

1
c) • na malha menor direita: 8 + 1 . 6 + R . 6 = 0 ⇒ R = Ω
3
34 FUVEST 2a FASE

08. Um tubo em forma de U, graduado em centímetros, de pequeno diâmetro, secção constante, aberto nas extremidades, contém
dois líquidos I e II, incompressíveis, em equilíbrio, e que não se misturam. A densidade do líquido I é ρI = 1.800 kg/m3 e as
alturas hI = 20 cm e hII = 60 cm, dos respectivos líquidos, estão representadas na figura. A pressão atmosférica local vale
P0 = 105 N/m2.
P (105 N/m 2)

1,07
–80 80 1,06
1,05
–60 60 1,04
hII
1,03
–40 40
1,02
hI
1,01

–20 0 20 –80 –60 –40 –20 0 20 40 60 80 cm

a) Determine o valor da densidade ρII do líquido II.


b) Faça um gráfico quantitativo da pressão P nos líquidos, em função da posição ao longo do tubo, utilizando os eixos
desenhados acima. Considere zero (0) o ponto médio da base do tubo; considere valores positivos as marcas no tubo à
direita do zero e negativos, à esquerda.
c) Faça um gráfico quantitativo da pressão P’ nos líquidos, em função da posição ao longo do tubo, na situação em que, através
de um êmbolo, empurra-se o líquido II até que os níveis dos líquidos nas colunas se igualem, ficando novamente em
equilíbrio. Utilize os mesmos eixos do item b.
Resolução:
a) As pressões exercidas pelos líquidos I e II no fundo do tubo são iguais (Princípio de Pascal):
ρI = ρII
P0 + ρI . g . hI = P0 + ρII . g . hII
1800 . g . 20 = ρII . g . 60 ⇒ ρII = 600 kg/m3

b) Sabendo que a pressão varia linearmente em função da profundidade hI temos:


posição (cm) pressão (N/m2)
– 80 a – 40 105
– 20 a 0 ρI = 1,036 x 105
80 105

P (105 N/m 2)

1,07
1,06
1,05
1,036
1,04
1,03
1,02
1,01
1,00
cm
–80 –60 –40 –20 0 20 40 60 80
2a FASE FUVEST
35
c) Nestas condições, o líquido I subirá da posição – 40 cm para a posição – 60 cm, estando sujeito à pressão:
PI’ = P0 + ρI . g . hI’ ⇒ PI’ = 105 + 1800 . 10 . 0,4
PI’ = 1,072 x 105 Pa
por outro lado, a pressão exercida pelo êmbolo é dada por: Pe = PI’ – PII . g . hII’
Pe = 1,108 . 105
– 600 . 10 . 0,4
Pe = 1,048 x 105 Pa

P (105 N/m 2)
1,072

1,07
1,06
1,048
1,05

1,04
1,03
1,02
1,01
1,00
(cm)
–80 –60 –40 –20 0 20 40 60 80

09. A foto foi publicada recentemente na imprensa, com a legenda:


“REFLEXOS”: Yoko Ono “ENTRA” em uma de suas obras.

Um estudante, procurando entender como essa foto foi obtida, fez o esquema
mostrado na folha de resposta, no qual representou Yoko Ono, vista de cima,
sobre um plano horizontal e identificada como o objeto O. A letra d representa
seu lado direito e a letra e seu lado esquerdo. A câmara fotográfica foi
representada por uma lente L, delgada e convergente, localizada no ponto
médio entre O e o filme fotográfico. Ela focaliza as 5 imagens (I0, I1, I2, I1’
e I2’, todas de mesmo tamanho) de O sobre o filme. Assim, no esquema
apresentado na folha de resposta:

a) Represente um ou mais espelhos planos que possibilitem obter a imagem I1. Identifique cada espelho com a letra E.
b) Represente um ou mais espelhos planos que possibilitem obter a imagem I1’. Identifique cada espelho com a letra E’.
c) Trace, com linhas cheias, as trajetórias de 3 raios, partindo do extremo direito (d) do objeto O e terminando nos
correspondentes extremos das três imagens I0, I1 e I2. Os prolongamentos dos raios, usados como auxiliares na construção,
devem ser tracejados.
36 FUVEST 2a FASE

09.
I 2’

L
I 1’

E
I0 d
F’
A’ A O
C F
E’
I1

I2

10. Um veículo para competição de aceleração (drag racing) tem massa


M = 1100 kg, motor de potência máxima P = 2,64 x 106 W (~3.500
cavalos) e possui um aerofólio que lhe imprime uma força aerodinâmica
vertical para baixo, Fa, desprezível em baixas velocidades. Tanto em
altas quanto em baixas velocidades, a força vertical que o veículo
aplica à pista horizontal está praticamente concentrada nas rodas
motoras traseiras, de 0,40 m de raio. Os coeficientes de atrito estático
e dinâmico, entre os pneus e a pista, são iguais e valem µ = 0,50. Determine:

a) A máxima aceleração do veículo quando sua velocidade é de 120 m/s, (432 km/h), supondo que não haja escorregamento
entre as rodas traseiras e a pista. Despreze a força horizontal de resistência do ar.
b) O mínimo valor da força vertical Fa, aplicada ao veículo pelo aerofólio, nas condições da questão anterior.
c) A potência desenvolvida pelo motor no momento da largada, quando: a velocidade angular das rodas traseiras é
ω = 600 rad/s, a velocidade do veículo é desprezível e as rodas estão escorregando (derrapando) sobre a pista.

Resolução:

a) 1. Supondo Pmáx ⇒ Pmáx = Fmáx . V


2,64 x 106 = Fmáx . 120 ⇒ Fmáx = 2,2 x 104 N

2. Desprezando a componente horizontal da força do ar, temos:


Fmáx = M . amáx ⇒ 2,2 x 104 = 1,1 x 103 . amáx ⇒ amáx = 20 m/s2

b) F ≤ Fat (a força que acelera o veículo vem do chão através do atrito)


Fmáx = µ (P + Fa) ⇒ 2,2 x 104 = 0,50 (1,1 x 104 + Fa) ⇒ Fa = 3,3 x 104 N

c) rodas derrapando ⇒ atrito dinâmico


Fat = µ . P = 0,5 x 11000 = 5500 N
Velocidade dos pontos da periferia da roda ⇒ V = ω.R ⇒ V = 600 x 0,40 = 240 m/s
Potência desenvolvida pelo motor ⇒ P = Fat . V = 5500 x 240 = 1,32 x 106 ω
2a FASE FUVEST
37
MATEMÁTICA

01. Ache todas as soluções da equação sen3x cos x – 3 sen x cos3x = 0 no intervalo [0, 2π].
Resolução:

Resolvendo a equação no intervalo [0, 2π], temos:

R|sen x = 0 ⇒ x = 0 ou x = π
sen3x cos x – 3 sen x cos3x = 0 ⇒ sen x cos x (sen2x – 3 cos2x) = 0
|
⇒ Scos x = 0 ⇒ x = π ou x = 3π
||sen 2 x – 3 cos2 x = 02 ⇒ sen 22x – 3(1 – sen 2 x) = 0
T
3 π 2π 4π 5π
4 sen2x – 3 = 0 ⇒ sen x = ± ⇒ x = 3 ou x = 3 ou x = 3 ou x =
2 3

{ π π 2π 4π 3π 5π
S = 0, 3 , 2 , 3 , π , 3 , 2 , 3 }

02. Um jogo eletrônico funciona da seguinte maneira: no início de uma série de partidas, a máquina atribui ao jogador P pontos; em
cada partida, o jogador ganha ou perde a metade dos pontos que tem no início da partida.

a) Se uma pessoa jogar uma série de duas partidas nas quais ela ganha uma e perde outra, quantos pontos terá ao final?
b) Se uma pessoa jogar uma série de quatro partidas nas quais ela perde duas vezes e ganha duas vezes, quantos pontos terá
ao final?
c) Se uma pessoa jogar uma série de sete partidas, qual o menor número de vitórias que ela precisará obter para terminar com
mais que P pontos?

Resolução:
a) • O valor inicial possuído pelo jogador é P pontos.
• Após uma vitória, ganhando metade da quantia disponível, o valor é: P x 3 = 3P pontos.
2 2
• Após uma derrota, perdendo metade dos pontos disponíveis, resta a outra metade; o valor final é: 3P x 1 = 3P
2 2 4
pontos.
b) • Em raciocínio idêntico ao do item anterior: o valor inicial é P.
• Após duas vitórias, o valor possuído é: P x 3 x 3 = 9 P pontos.
2 2 4
• Após as duas derrotas: 9 P 1 1 9 P
x x = pontos.
4 2 2 16

c) Vamos indicar o número de vitórias por “V” e o de derrotas por “D”, lembrando que V + D = 7.
De acordo com a análise feita no item (a), o número final de pontos é dado por:

FH IK FH 23 IK
Pfinal = P . 1
2
D
.
V
> P ⇒
V
P. 1 . 3 > P
P

3V
2 7– V . 2 V
> 1 ⇒
3V
27
> 1 ⇒ 3V > 27
2 2V
38 FUVEST 2a FASE

O valor de V pode ser calculado pela tabela abaixo e concluímos que o menor valor aceitável de V é 5.

V 3V 27 3V > 27
0 1 128 Não
1 3 128 Não
2 9 128 Não
3 27 128 Não
4 81 128 Não
5 243 128 Sim

03. Um pirata enterrou um tesouro numa ilha e deixou um y


mapa com as seguintes indicações: o tesouro está
enterrado num ponto da linha reta entre os dois rio
rochedos; está a mais de 50 m do poço e a menos de 20 poço
m do rio (cujo leito é reto). 40m
rochedo 2
a) Descreva, usando equações e inequações, as
20m
indicações deixadas pelo pirata, utilizando para isto x
o sistema de coordenadas mostrado na figura. 100m
rochedo 1
20m
b) Determine o menor intervalo ao qual pertence a
coordenada x do ponto (x, 0) onde o tesouro está
enterrado.

Resolução:

a) Chamando de T (x, y) as coordenadas do tesouro, P (0, y) as coordenadas do poço e (r) a equação da reta suporte do rio,
temos:

I. da primeira condição: y = 0 e 0 < x < 120


II. da segunda condição (distância de T até P é maior do que 50). ⇒ x2 + (y – 40)2 > 502
x – y – 20
III. da terceira condição (distância de T até (r) é menor do que 20). ⇒ < 20
2
a equação de (r) é x – y – 20 = 0

O sistema é, portanto:

y = 0

0 < x < 120

x2 + (y – 40)2 > 502

x – y – 20
< 20
2
2a FASE FUVEST
39

RS
b) Observando-se que y = 0 e x > 0 para as coordenadas de T, temos para a abscissa x de T as condições:

0 < x < 120

T
x2 > 900 ⇒ x > 30
x – 20
< 20 ⇒ x < 20 (1 + 2 )
2

Fazendo-se a intersecção obtemos: 30 < x < 20 (1 + 2 )

04. A reta r tem equação 2x + y = 3 e intercepta o eixo x no ponto A. A reta s passa pelo ponto P = (1, 2) e é perpendicular
a r. Sendo B e C os pontos onde s intercepta o eixo x e a reta r, respectivamente,

a) determine a equação de s.
b) calcule a área do triângulo ABC.

Resolução:

2x + y = 3 (r)
y
Ponto A ∈ Ox ∴ é da forma (xA, 0)
3
P (1; 2) 2x + 0 = 3 ⇒ x =
2 2
FH IK
∴ A 3; 0
2
P (1, 2) ∈ s
1
A
3
2
FH IK
;0
x

a) equação de s:
a
mr = – = – 2
b
1
Temos que r s ⇒ mr . ms = – 1 ⇒ – 2 . ms = – 1 ⇒ ms = ⇒
2
1 1
y – y0 = m (x – x0) Para P (1, 2) e ms = temos y – 2 = (x – 1) multiplicando por 2 temos
2 2
2y – 4 = (x – 1) ⇒ x – 2y + 3 = 0 (s)

B ∈ Ox UV B (x ; 0)
W B
b)
B ∈s
x – 2 (0) + 3 = 0 ⇒ x = –3 ∴ B (– 3; 0)

C = r∩s
RS2 x + y = 3
T x – 2y = – 3 (mutiplicando por – 2)
2x + y = 3
– 2x + 4y = 6
5y = 9 ⇒ yC = 9/5
40 FUVEST 2a FASE

Substituindo em (r): y

9 15 9 6
2x + = 3 ⇒ 2x = – ⇒ 2x =
5 5 5 5
3 FH
3 9 IK F I
H K
3 9
xC = ∴ C 5; 5 C ,
5 5 5

b.h
− 3, 0)
B (− F I x

H K
Área = A 3
2 , 0
2
3 3 6 9
b = xA – xB = – (–3) = + =
2 2 2 2
9
h = yC =
5
9.9
b.h 81
Área = = 2 5 = 81 ⇒ Área =
2 2 20 20

R|2x + my = – 2
|Sx + y = – 1
||y + (m –1)z + 2w = 2
05. Considere o sistema linear nas incógnitas x, y, z, w:

Tz – w = 1
a) Para que valores de m, o sistema tem uma única solução?
b) Para que valores de m, o sistema não tem solução?
c) Para m = 2, calcule o valor de 2x + y – z – 2w.

Resolução:

R|2x + my = – 2 (1)
|Sx + y = – 1 (2)
||y + (m – 1) z + 2w = 2
a)
(3)
Tz – w = 1 ( 4 )
Escalonando as equações (1) e (2) do sistema temos: E1 – 2 E2

R|2x + my = – 2 para m – 2 ≠ 0 ⇔ m≠2 ⇔ y=0


|S(m – 2) y = 0
||y + (m – 1) z + 2w = 2 (3)
Tz – w = 1 ( 4 )
R|2 x = – 2 R|2x = – 2
|Sy = 0 ⇒ E3 – 2 E4 S
|y = 0
||( m – 1) z + 2w = 2 ||(m + 1) z = 4
Substituindo y = 0 no sistema temos:
para m + 1 ≠ 0 ⇔ m ≠ –1
Tz – w = 1 Tz – w = 1
Então o sistema será possível e determinado para m ≠ 2 e m ≠ –1.
2a FASE FUVEST
41
b) Observe que para m = – 1 o sistema será impossível, de acordo com a 3a equação.

R|2x + 2y = – 2
Para m = 2, temos: S
|x + y = – 1
||y + z + 2w = 2
c)

Tz – w = 1
R|x + y = – 1 (1)
S|y + z + 2 w = 2 (2)
Tz – w = 1 (3)
Multiplicando a equação (1) por 2 e subtraindo da (2) temos: 2x + 2y – y – z – 2w = – 2 – 2 ⇒ 2x + y – z – 2w = – 4

06. Considere a função f (x) = 2 loga (x2 + 1) – 4 log a x, com a > 1, definida para x > 0.

a) Determine g (x) tal que f (x) = log a g (x), onde g é um quociente de dois polinômios.
1
b) Calcule o valor de f (x) para x = .
a2 – 1

Resolução:

f (x) = 2 loga (x2 + 1) – 4 loga x a > 1 x>0

a) f (x) = loga g (x)


g (x) = ?
f (x) = 2 loga (x2 + 1) – 4 loga x
f (x) = loga (x2 + 1)2 – loga x4

f (x) = loga
dx 2 + 1i2
x4
f (x) = loga g (x)

loga
dx 2 + 1i2 = loga g (x)
x4

Comparando-se: g (x) =
d x 2 + 1i
2

x4
1
b) Para x = temos:
a2 –1

f (x) = log g (x) = log


d x 2 + 1i
2

a a
x4
42 FUVEST 2a FASE

LMF I O 2

+ 1PP
2

F I MMGGH 1
a – 1K
J
J PQ
N
2

GG J
a 2 – 1 JK
1
F 1 I
Substituindo x temos: f = loga
H GG a 2 – 1 JJ
4

H K
Como a > 1 ⇒ a2 – 1 > 0 ∴ FH a2 – 1 IK 2
= a2 – 1

FG 1 + 1IJ 2
F I H a2 –1 K FG 1 + 1IJ 2 . (a LMF 1 + 1I O 2
Logo: f G J – 1) P
GH a 2 – 1 JK MNGH a –1 JK
1
H a2 –1 K (a 2
PQ
= loga = loga 2 – 1)2 = loga =
1 2

da 2 – 1i2
F I
GG J
a 2 – 1 JK
1
= 2 loga (1 + a2 – 1) = 2 loga a2 = 4 loga a = 4 ∴ f
H
= 4

B r
07. As retas r e s são paralelas e A é um ponto entre elas que dista 1 de r e 2 de s. α
Considere um ângulo reto, de vértice em A, cujos lados interceptam r e s nos pontos A
B e C, respectivamente. O ângulo agudo entre o segmento AB e a reta r mede α α.
a) Calcule a área do triângulo ABC em função do ângulo α.
b) Para que valor de α a área do triângulo ABC é mínima? s
C
Resolução:

AB . AC
a) AABC = 2 1
1 1 B D r
∆ ABD: sen α = ⇒ AB = sen α 2 α
AB 1
90
º–

2 2
∆ ACE: cos β = AC ⇒
x

AC = cos
β A

β
Mas: 90º – α + 90º + β = 180º ⇒ β = α 2

s
2 C E
então: AC = cos 3
α

Substituindo 2 e 3 em 1 temos:

1 1 2 2
AABC = 2 . sen α . cos α ⇒ A ABC = sen 2 α

b) AABC será mínima quando sen 2α for máximo; como a função seno tem valor máximo 1, temos:

sen 2α = 1 ⇒ 2α = 90º ⇒ α = 45º


2a FASE FUVEST
43
08. Considere uma caixa sem tampa com a forma de um paralelepípedo reto de altura 8 m e base quadrada
de lado 6 m. Apoiada na base, encontra-se uma pirâmide sólida reta de altura 8 m e base quadrada com
lado 6 m. O espaço interior à caixa e exterior à pirâmide é preenchido com água, até uma altura h, a
partir da base (h ≤ 8). Determine o volume da água para um valor arbitrário de h, 0 ≤ h ≤ 8. 8

6
6

Resolução:

Chamando-se V o volume da água, temos V = V1 – V2, onde V1 é o volume de


um paralelepípedo reto-retângulo e V2 é o volume de um tronco de pirâmide.
h
• Cálculo de V1, considerando-se uma altura h de água
V1 = 6 . 6 . h = 36 h
• Cálculo de V2:

Observando-se lateralmente, temos a figura:

O volume V2 do tronco é a diferença entre o volume V’ da pirâmide com aresta


da base 6 e altura 8 e o volume V’’ da pirâmide com aresta da base x e altura 8 – h.
1 1 2 8–h
V’ = . 62 . 8 = 96 V’’ = x (8 – h)
3 3

Exprimindo-se x em função de h, temos: x


x 6 8
= 3
8–h 8 ⇒ x = 4 (8 – h)
3 h
∴ V’’ = 16 (8 – h)3
3
Logo, temos V2 = V’ – V’’ = 96 – 16 (8 – h)3
3 6
Temos, portanto, V = V1 – V2 = 36 h – 96 + 16 (8 – h)3
3
V (h) = 36 h – 96 + 16 (8 – h)3, 0 ≤ h ≤ 8

09. Seja (an) uma progressão geométrica de primeiro termo a1 = 1 e razão q2, onde q é um número inteiro maior que 1. Seja (bn)
uma progressão geométrica cuja razão é q. Sabe-se que a11 = b17. Neste caso:

a) Determine o primeiro termo b1 em função de q.


b) Existe algum valor de n para o qual an = bn?
c) Que condição n e m devem satisfazer para que an = bm?

Resolução:

|RSa1 = 1
T|razão: q 2 (q > 1)
P.G. (an)

P.G. (bn) { razão: q


44 FUVEST 2a FASE

a) termo geral:
an = a1 . qn – 1
a11 = 1 . (q2)11 – 1 ⇒ a11 = q20 1
b17 = b1 . q17 – 1 ⇒ b17 = b1 . q16 2

1 = 2 ⇒ q20 = b1 . q16 ⇒ b1 = q4

b) an = bn ⇒ 1 (q2)n – 1 = q4 (q)n –1
q2n – 2 = q4 . qn – 1 ⇒ q2n – 2 = q4 + n – 1
2n – 2 = 4 + n – 1 ⇒ n = 5

c) an = bm ⇒ 1 (q2)n – 1 = q4 . (q)m – 1
q2n – 2 = q4 . qm – 1 ⇒ q2n – 2 = q4 + m – 1
m+5
2n – 2 = 4 + m – 1 ⇒ 2n – m = 5 ⇒ n =
2

Com m e n devem ser inteiros positivos (m, n ∈ Z *+ ), concluímos que m deve ser ímpar.

10. a) Construa, com régua e compasso, um trapézio ABCD, onde AB seja A

paralelo a CD , conhecendo-se os pontos A, M, N e I, que satisfazem as


seguintes condições: M é o ponto médio do lado AD , N é o ponto médio
de BC e I é o ponto de intersecção do segmento MN com a reta que
M N
passa por B e é paralela a AD . I

b) Descreva e justifique a construção feita.

Resolução:

a) t

A B r

M I N

s
D C

b) – prolonga-se o segmento AM no sentido A → M e transporta-se a medida AM tal que AM = MB, determinando o


vértice D.
– por A e D traçam-se as paralelas r e s ao segmento MN.
– por I traça-se paralela ao segmento AB, determi-nando-se o vértice B tal que: B = r ∩ t.
– liga-se o vértice B ao ponto N, até encontrar a reta s, determinando-se o vértice C.

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