Prevenção de Acidentes TST
Prevenção de Acidentes TST
Prevenção de Acidentes TST
PROFESSOR:
ALEXANDRE APOSTILA: PREVENÇÃO DE ACIDENTES
MARTINEZ
2009
1
1.ACIDENTES: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
É claro que a vida e saúde humana têm mais valor que as perdas materiais, daí serem
considerados como mais importantes os acidentes com lesão. Por exemplo: se a caixa
ao cair atingir pé da pessoa que a estava carregando, provocando sua queda e
causando - lhe uma lesão, terá um acidente mais grave, porque, além da perda de
material, houve dano físico.
De acordo com o conceito legal acidente do trabalho é todo aquele que ocorrer
pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal,
perturbação funcional ou doença, que cause morte, perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.”
• O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para a redução ou perda da
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica
para sua recuperação;
2
• O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência (excesso de confiança), de negligência (falta de
atenção) ou de imperícia (inabilitação) de terceiro ou de companheiro de
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão, por exemplo, o louco; e
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos (quedas de
raios) ou decorrentes de força maior (enchentes);
• O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:
3
Não será considerado agravamento ou complicação de acidente do trabalho a lesão
que, resultante de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do
acidente anterior.
• O acidente deve ser apreciado em relação tão somente a pessoa. Daí resulta,
desde logo, que as únicas conseqüências indenizáveis dos acidentes são as
respeitantes à lesão do corpo ou a saúde (doença);
4
• Acidente do trabalho é todo aquele resultante do exercício do trabalho, isto é,
cuja ocorrência se verifique na execução do trabalho, ou enquanto o empregado
é considerado no seu desempenho, ainda que, em certos casos, fora do
respectivo lugar e horário (como prevê o Art. 2 da Lei de Acidentes);
Como já vimos, a legislação brasileira define acidente do trabalho como todo aquele
decorrente do exercício do trabalho e que provoca, direta ou indiretamente, lesão,
perturbação funcional ou doença. Pela lei brasileira, o acidente é confundido com o
prejuízo físico pelo trabalhador (lesão, perturbação funcional ou doença).
Em 1931, H.W. Henrich, que pertencia a uma compahia de seguros dos Estados
Unidos, publicou um estudo onde descreveu as proporções entre os tipos de acidentes.
Os resultados da pesquisa de Henrich, são apresentados na pirâmide abaixo:
5
Em 1966, frank E. Bird Junior, publicou resultados de seu estudo junto a Companhia
siderúgicas Luckens Stell, com mais de 5.000 trabalhadores, situados na Filadélfia,
onde analisou 90.000 acidentes ocorridos na empresa durante os sete anos anteriores.
Os resultados obtidos por Bird são apresentados na Pirâmide abaixo:
6
2. CAUSAS DOS ACIDENTES
A lesão, caso exista, é o ponto de partida para descobrir o tipo de acidente ocorrido, já
que é uma das conseqüências do acidente que é precedida de uma ocorrência ou de
uma causa.
ATO INSEGURO
7
CONDIÇÃO AMBIENTE DE INSEGURANÇA ou simplesmente CONDIÇÃO
INSEGURA.
É a condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência. As
CONDIÇÕES INSEGURAS de um local de trabalho são as falhas físicas que
comprometem a segurança do trabalhador. Em resumo, são as falhas, defeitos,
irregularidades técnicas, carência de dispositivos de segurança e outros que põem em
risco a integridade física ou a saúde das pessoas e a própria segurança das
instalações e equipamentos.
Apesar da condição insegura ser possível de correção, ela tem sido considerada
responsável por 18% dos acidentes.
Exemplos de condições inseguras:
- Falta de proteção mecânica;
- condição defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante, escorregadio, corroído,
fraturado, de qualidade inferior, etc.)
- escadas inseguras;
- pisos derrapantes ou escorregadios;
- tubulações mal projetadas;
- projetos ou construções inseguras;
- iluminação inadequada ou incorreta;
- ventilação inadequada ou incorreta;
- processos, operações ou disposições (arranjos) perigosos (empilhamento e
armazenagens).
perigosos, passagens obstruídas, sobrecarga sobre o piso, congestionamento de
maquinaria e operadores, etc.)
8
3. CONSEQÜÊNCIA DOS ACIDENTES
9
redução da capacidade para trabalho e justifique a concessão de benefício por
incapacidade.
Isto ocorre, por exemplo, quando um operário fica exposto a altas concentrações de
óxido de nitrogênio em operações de solda elétrica. Estes gases são altamente
irritantes, mas os primeiros sintomas de sua ação podem aparecer somente algum
tempo após a exposição, quando o operário já se encontra em casa. Sentindo-se mal,
e procurando um médico pode ser constatada a formação de edema pulmonar, doença
grave que muitas vezes leva o paciente à morte em questão de horas.
Todavia, a origem da doença passa geralmente despercebida, sendo atribuída a outros
fatores, não relacionados com sua verdadeira causa que foi a exposição ocupacional
aos gases tóxicos.
Este fato permite tirar algumas conclusões. Primeiramente, verifica-se que o edema
pulmonar deveria ser classificado, neste caso, como doença profissional. Em seguida
conclui-se que acidentes desta natureza ocorrem e não são diagnosticados
corretamente devido à ausência de pessoal especializados em Saúde Ocupacional
(Engenheiros de Segurança e Médicos do trabalho). Finalmente, conclui-se que as
estatísticas do Acidente do Trabalho apresentarão números inferiores a realidade por
este e outros motivos que serão abordados adiante.
10
- a perda da visão de um olho com a redução simultânea de mais da metade da
visão do outro.
- as lesões orgânicas ou perturbações funcionais graves e permanentes de
qualquer órgão vital, ou quaisquer estados patológicos reputados incuráveis,
que determinem idêntica incapacidade para o trabalho.
11
corpo, perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou qualquer redução
permanente de função orgânica.
- A vítima desse tipo de incapacidade é incluída nas estatísticas de acidentados
com “lesões com perda de tempo”.
12
4. COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO – CAT
A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho, ocorrido com seu empregado,
havendo ou não afastamento do trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da
ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de
multa variável entre o limite mínimo e o teto máximo do salário-de-contribuição,
sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo
109 do Decreto nº 2.173/97.
1ª via – ao INSS;
2ª via – à empresa;
3ª via – ao segurado ou dependente;
4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador;
5ª via – ao Sistema Único de Saúde – SUS;
6ª via – à Delegacia Regional do Trabalho.
Para este trabalhador, compete ao OGMO e, na sua falta, ao seu sindicato preencher e
assinar a CAT, registrando nos campos “Razão Social/Nome” e “Tipo”(de matrícula) os
dados referentes ao OGMO ou sindicato e, no campo “CNAE”, aquele que
corresponder à categoria profissional do trabalhador.
13
No caso de segurado especial, a CAT poderá ser formalizada pelo próprio acidentado
ou dependente, pelo médico responsável pelo atendimento, pelo sindicato da categoria
ou autoridade pública.
14
A CAT poderá ser apresentada no Posto do Seguro Social – PSS mais conveniente ao
segurado, o que jurisdiciona a sede da empresa, do local do acidente, do atendimento
médico ou da residência do acidentado.
Deve ser considerada como sede da empresa a dependência, tanto a matriz quanto a
filial, que possua matrícula no Cadastro Geral de Contribuintes – CGC ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, bem como a obra de construção civil registrada
por pessoa física.
Em face dos aspectos legais envolvidos, recomenda-se que sejam tomadas algumas
precauções para o preenchimento da CAT, dentre elas:
15
Preenchimento do formulário CAT
Quadro I – EMITENTE
Campo 2. Tipo de CAT – informar no campo demarcado o dígito que especifica o tipo
de CAT, sendo:
(1) inicial – refere-se à primeira comunicação do acidente ou doença
do trabalho;
16
Obs.: Informar o nome do acidentado, quando segurado especial.
Campo 11. Nome da mãe – informar o nome completo da mãe do acidentado, sem
abreviaturas.
17
Campo 14. Estado civil - informar (1) solteiro, (2) casado, (3) viúvo, (4) separado
judicialmente, (5) outros, e quando o estado civil for desconhecido informar (6)
ignorado.
18
I.3 – Informações relativas ao ACIDENTE OU DOENÇA
Campo 30. Data do acidente – informar a data em que o acidente ocorreu. No caso de
doença, informar como data do acidente a da conclusão do diagnóstico ou a do início
da incapacidade laborativa, devendo ser consignada aquela que ocorrer primeiro. A
data deverá ser completa. Exemplo: 23/11/1998.
Obs.: É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitida para todo
acidente ou doença relacionados ao trabalho, ainda que não haja
afastamento ou incapacidade.
Campo 34. Último dia trabalhado – informar a data do último dia em que efetivamente
houve trabalho do acidentado, ainda que a jornada não tenha sido completa. Ex.:
23/11/1998.
Campo 35. Local do acidente – informar o local onde ocorreu o acidente, sendo:
(1) em estabelecimento da empregadora;
(2) em empresa onde a empregadora presta serviço;
(3) em via pública;
(4) em área rural;
(5) outros.
19
– para doenças profissionais, do trabalho, ou equiparadas informar o
órgão ou sistema lesionado.
Campo 43. Houve registro policial? – informar se houve ou não registro policial. No
caso de constar 1 (SIM), deverá ser encaminhada cópia do documento ao INSS
oportunamente.
Campo 44. Houve morte? – o campo deverá constar SIM sempre que tenha havido
morte em tempo anterior ao do preenchimento da CAT, independentemente de ter
ocorrido na hora ou após o acidente.
20
Assinatura e carimbo do emitente – no caso da emissão pelo próprio segurado ou
por seus dependentes, fica dispensado o carimbo, devendo ser consignado o nome
legível do emitente ao lado ou abaixo de sua assinatura.
Deverá ser preenchido por profissional médico. No caso de acidente com morte, o
preenchimento é dispensável, devendo ser apresentada a certidão de óbito e, quando
houver, o laudo de necropsia.
Campo 53. Unidade de atendimento médico – informar o nome do local onde foi
prestado o atendimento médico.
Campo 54. Data – informar a data do atendimento. A data deverá ser completa,
utilizando-se quatro dígitos para o ano. Exemplo: 23/11/1998.
Campo 59. Descrição e natureza da lesão – fazer relato claro e sucinto, informando a
natureza, tipo da lesão e/ou quadro clínico da doença, citando a parte do corpo
atingida, sistemas ou aparelhos.
Exemplo: a) edema, equimose e limitação dos movimentos na articulação tíbio társica
direita;
b) sinais flogísticos, edema no antebraço esquerdo e dor à movimentação da
flexão do punho esquerdo.
Campo 62. Observações – citar qualquer tipo de informação médica adicional, como
condições patológicas pré-existentes, concausas, se há compatibilidade entre o estágio
evolutivo das lesões e a data do acidente declarada, se há recomendação especial
para permanência no trabalho, etc.
21
Obs.: Havendo recomendação especial para a permanência no trabalho,
justificar.
22
23
5. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
BENEFÍCIOS
24
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO(art. 52 a 56 da Lei nº 8.213 / 91)
25
AUXÍLIO - DOENÇA (art. 59 a 64 da Lei nº 8.213 / 91)
26
SALÁRIO MATERNIDADE (art. 71 a 73 da Lei nº 8.213 / 91)
Data do
Renda Mensal do Período de
Recebi Duração
Benefício mento Carência
o valor do benefício não
pode ser inferior a 1 SM. não tem período
de carência para a
para a EMPREGADA e a Empregada, para a
AVULSA: a remuneração é doméstica e para a
integral (sem limite máximo) será devido durante 120 avulsa..
dias, a partir de 28 dias antes
para a DOMÉSTICA: é o 28 dias antes do parto e 91 dias após a sua Para as
último salário de do parto e 91 dias ocorrência. autônomas e
contribuição. depois de sua Excepcionalmente, os facultativa, a
ocorrência. períodos de repouso antes e carência é de 10
SEGURADA ESPECIAL: depois do parto podem ser meses.
1/12 da contribuição anual. TOTAL DE 120 aumentados em mais 2
DIAS semanas, comprovados por a segurada especial,
CONTRIBUINTE médicos do SUS, ou pela embora não tenha
empresa. carência, deve
INDIVIDUAL e comprovar exercício de
FACULTATIVA: 1/12 da atividade rural por 10
soma dos 12 últimos salários meses imediatamente
de contribuição, tomados em anteriores ao início do
período não superior a 15 benefício.
meses.
27
• Não será devido salário família a: EMPREGADO DOMÉSTICO,
TRABALHADOR AVULSO, AUTÔNOMO, EMPRESÁRIO e
SEGURADO FACULTATIVO.
28
44.4.10. AUXÍLIO RECLUSÃO (art. 80 da Lei nº 8.213 / 91)
Beneficiários: Tem natureza híbrida, já que é devido uma única vez, a cada
ano. Benefício correspondente ao 13º salário ou gratificação de
natal devido ao beneficiário, segurado ou dependente, que
durante o ano recebeu: auxílio-doença, auxílio-acidente,
aposentadoria, pensão por morte ou auxílio reclusão..
29
BENEFÍCIOS BENEFICIÁRI CONDIÇÕES P/ DATA DATA DA VALOR
OS CONCESSÃO DE INÍCIO CESSAÇÃO
Auxílio-doença Acidentado do - afastamento do - 16º dia de - morte; 91% do
(esp.91) trabalho trabalho por afastamento - concessão de salário de
incapacidade consecutivo auxílio-acidente benefício
laborativa para ou
temporária por empregado; aposentadoria;
acidente do - data do -cessação da
trabalho. afastamento incapacidade;
demais - alta médica;
segurados. - volta ao
trabalho.
Aposentadoria Acidentado do - afastamento do - no dia em - morte; 100% do
por invalidez trabalho trabalho por que o auxílio- -cessação da salário de
(esp.92) invalidez doença teria invalidez; benefício
acidentaria. início; ou - volta ao
- no dia trabalho.
seguinte à
cessação do
auxílio-
doença.
Acidentado do -redução da - dia seguinte -concessão de 50% do
Auxílio trabalho capacidade a cessação do aposentadoria; salário de
Acidente laborativa por auxílio- - óbito. benefício
(esp.94) lesão doença.
acidentaria.
Pensão Dependentes -morte por - data do -morte do 100% do
(esp.93) do acidente do óbito; ou dependente; salário de
Acidentado do trabalho. - data da -cessação da benefício
trabalho entrada do qualidade de
requerimento dependente.
quando
requerida
após 30 dias
do óbito.
30
6-PREVENÇÃO DE ACIDENTES - INSPEÇÃO DE SEGRANÇA
31
Após vermos quem faz a Inspeção de segurança. Devemos estudar as modalidades de
inspeções de segurança:
• Inspeções Gerais
• Inspeções parciais
• Inspeções periódicas
• Inspeções eventuais
• Inspeções Oficiais
• Inspeções Especiais
Tais inspeções devem ser rotineiras e em empresas onde não haja SESMT, a
atribuição de tais exames compete a CIPA. Atualmente tais inspeções
naturalmente fazem parte do PPRA (Programa de prevenção de riscos
ambientais).
3. Inspeções Periódicas: São aquelas que são realizadas conforme uma prévia
programação e obedecem a uma periodicidade, que pode ser: anual, semestral,
trimestral, mensal, quinzenal ou semanal.
São inspeções que visam apontar riscos previstos, que podem surgir de quando
em quando, devido a desgastes, fadiga, exposição a certas agressividades do
ambiente à que estão submetidas máquinas, ferramentas, instalações etc.
32
Algumas destas inspeções são obrigatórias por lei. São os casos dos extintores.
Equipamentos de combate a incêndio, caldeiras e elevadores.
Isto ocorrerá quando não for possível, ao MTE efetuar a inspeção Prévia.
OBJETIVO DA INSPEÇÃO
33
As inspeções têm como objetivo:
• O que inspenionar;
• Qual a frequência;
• Quem será o responsável;
• Quem irá acompanhar;
• Quais os informes que serão necessários;
• A quem serão encaminhadas as recomendações;
1. O que inspecionar?
Este ponto deve ser definido com clareza, pois sabemos que os profissionas de
segurança tem tempo limitado, portanto deve ser distribuído cuidadosamente o
tempo que dispõe para lograr o seu propósito.
2. Qual a frequência?
Em função do que foi observado e gerado em termos de recomendação iremos
estabelecer a frequência das instalações.
34
• Se for possível, o profissional de segurança deve sugerir ao gerente, a
fazer um rápido giro pelo estabelecimento apresentando-o aos
supervisores e colocando-os a par dos objetivos da inspeção.
• Solicitar ao gerente que nomeie alguém, com competência para
acompanhar a inspeção.
• Após a inspeção retornar ao gerente e se possível, com os supervisores
presentes, apresentando um relato do que foi encontrado.
Atenção!
Nunca se deve partir do suposto de que a gerência não está disposta a obedecer a lei
ou que se mostre indiferente à segurança dos operários.
Neste registro devem existir: o que foi observado; o local onde foi observado, de
modo a facilitar a socialização; a recomendação do que se espera e seja feita
alguma sugestão. É oportuno lembrar a necessidade dos registros serem claros,
sem dupla interpretações, para que não haja motivo de críticas ou mal
interpretado, de uma inspeção sem registros dos fatos nem sempre pode se
esperar um bom resultado, pois se torna difícil encaminhar as reivindicações e
acompanhar seu desenvolvimento.
6. A quem serão encaminhadas as recomendações?
35
7- RISCO DAS ATIVIDADES LABORAIS
Pelo seu instinto, o homem conseguiu, através da História, criar uma tecnologia que as
atividades laborativas nasceram com o homem. Pela sua capacidade de raciocínio e
possibilitou sua existência no planeta. Partindo da atividade evoluiu para a agricultura e
o pastoreio, alcançou a fase do artesanato e atingiu a era industrial.
Até o advento da máquina à vapor, poucas e esparsas notícias se têm sobre a saúde
ocupacional.
Somente com a Revolução Industrial é que o aldeão começou a agrupar-se nas
cidades. Deixou o risco de ser apanhado pelas garras de uma fera, para aceitar o risco
de ser apanhado pelas garras de uma máquina. No Brasil, podemos fixar por volta de
1930 a Revolução Industrial.
A Segurança do Trabalho devendo aplicar os princípios e recursos da Engenharia e da
Medicina no controle e prevenção dos riscos profissionais, é, portanto, um campo de
especialização para engenheiros que deverão exercer suas atividades em equipe e
dentro de um espírito de cooperação mútua para que o objetivo comum seja alcançado.
Segurança do Trabalho costuma ser definida como a ciência e arte devotada ao
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos profissionais. Estes, em última análise
são os fatores ambientais ou inerentes às próprias atividades, que podem,
eventualmente, ocasionar alterações na saúde, conforto ou eficiência de trabalhador.
Como já se viu, no que se refere à Segurança do Trabalho, em um sentido amplo,
deverá o profissional estar apto a:
- reconhecer os riscos profissionais capazes de ocasionar alterações na saúde
do trabalhador, ou afetar o seu conforto e eficiência;
- avaliar a magnitude desses riscos, através da experiência e treinamento, e
com o auxilio de técnicas de avaliação quantitativa, prescrever medidas para
eliminá-los ou reduzi-los em níveis aceitáveis. Para um perfeito
reconhecimento dos riscos pelo engenheiro de segurança passemos a:
36
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS PROFISSIONAIS
37
RISCOS AMBIENTAIS
Podem ser classificados segundo a sua natureza e forma com que atuam no organismo
humano. Esta classificação é dada a seguir:
- agentes físicos
- agentes químicos
- agentes biológicos
- agentes ergonômicos
- agentes mecânicos ou de acidentes
Tais fatores devem sempre ser considerados em conjunto para uma análise real do
risco que os agentes ambientais oferecem à saúde dos trabalhadores.
A) AGENTES FÍSICOS
RUÍDO
O risco elevado é talvez, o risco profissional mais freqüente na indústria, porém nem
sempre considerado com o respeito que merece. Além de produzir uma redução na
capacidade auditiva do trabalhador, a exposição intensa e prolongada ao ruído atua
desfavoravelmente sobre o estado emocional do indivíduo com conseqüências
imprevisíveis sobre o equilíbrio psicossomático.
De um modo geral, quanto mais elevados os níveis encontrados, maior o número de
trabalhadores que apresentarão início de surdez profissional e menor será o tempo em
que este e outros problemas se manifestarão.
É aceito ainda que o ruído elevado influi negativamente na produtividade, além de ser,
freqüentemente, o causador indireto de acidentes do trabalho, por causa da distração
ou mau entendimento de instruções ou mascarar avisos e sinais de alarme.
- VIBRAÇÕES MECÂNICAS
38
As vibrações mecânicas são também relativamente freqüentes na indústria, e podem
ser subdivididas em duas categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo
inteiro.
Ambos os tipos, porém, nas condições normalmente encontradas, não oferecem
preocupações sob o ponto de vista de riscos à saúde.
Entretanto, exposições contínuas a níveis intensos poderão, em determinadas
circunstâncias, produzir diversos males nos trabalhadores.
TEMPERATURAS EXTREMAS
O calor intenso é responsável por uma série de problemas que afetam a saúde e o
rendimento dos trabalhadores, conhecidos como males do calor ou doenças do calor.
Entre as principais mencionam-se a insolação, a prostração térmicas, a desidratação e
as cãibras do calor.
PRESSÕES ANORMAIS
39
As pressões hidrostáticas elevadas apresentam os mesmos riscos que as pressões
atmosféricas elevadas.
RADIAÇÕES IONIZANTES
As radiações ionizantes oferecem sério risco à saúde dos indivíduos expostos. São
assim chamadas porque produzem uma ionização nos materiais sobre os quais
incidem, isto é, produzem a subdivisão de partículas inicialmente neutras em partículas
eletricamente carregadas.
As radiações ionizantes são provenientes de materiais radiativos como é o caso dos
raios alfa (α), beta(β) e gama (γ) ou são produzidas artificialmente em equipamentos
mo é o caso dos raios X.
Diversos desses materiais e equipamentos são produzidos na indústria ou em outros
estabelecimentos como instituto de pesquisa, hospitais, laboratórios, etc..., devendo
sua manipulação obedecer as rigorosas normas de segurança e de proteção individual
existente.
Dependendo de sua natureza, as radiações ionizantes produzirão diversos males no
organismo do trabalhador. Os raios alfa (α) e beta (β), de natureza corpuscular,
possuem menor poder de penetração no organismo e portanto oferecem menor risco.
Os raios X e γ, de natureza eletromagnética, possuem alto poder de penetração e entre
os males causados incluem-se a anemia, a leucemia, o câncer e também alterações
genéticas que podem comprometer fisicamente gerações futuras.
40
Seus efeitos principais são queimaduras, eritema, conjuntivite e câncer de pele.
Seus principais efeitos são queimaduras na pele e nos olhos que podem ser bastante
graves, conforme o tipo e duração da exposição à radiação.
B) AGENTES QUÍMICOS
41
ABSORÇÃO E ELIMINAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
- via respiratória
- via cutânea
- via digestiva
A via respiratória é inegavelmente a mais importante por ser a mais freqüente. Isto se
deve ao fato de que, a maior parte dos agentes químicos encontra-se suspensos ou
dispersos na atmosfera ambiente, em forma de poeiras, gases ou vapores. Além do
mais uma grande quantidade de ar é respirada diariamente pelos trabalhadores.
Durante as 8 (oito) horas diárias de trabalho de um indivíduo, este respira em média
cerca de 8 metros cúbicos de ar.
42
Em nenhuma hipótese devem ser encarados como linha divisória entre situações
seguras.
Os agentes químicos, conforme foi visto, devido à sua natureza, podem ser absorvidos
pelo organismo e poderão, ou não, ser eliminadas pelo mesmo. Diversas substâncias
possuem a propriedade de se acumularem nos tecidos, nos órgãos ou nos ossos,
sendo a sua eliminação bastante demorada ou difícil.
Quando são eliminadas do organismo, as substâncias podem se apresentar inalteradas
ou então transformadas em outros compostos. As substâncias podem ser eliminadas
do organismo através de três vias: urinárias, fezes e, em menor quantidade, pelo suor.
- aerodispersóides
43
- gases
- vapores
EXEMPLOS:
44
Os agentes químicos podem ainda ser classificados segundo a sua ação sobre o
organismo humano. Como a maioria destes encontra-se em dispersão no ar, serão
abordados os efeitos fisiológicos resultantes de absorção através da via respiratória.
1) IRRITANTES
Todavia, há um grupo de irritantes orgânicos que não segue esta regra de solubilidade.
Isto é, ainda que pouco solúveis, exercem ação irritante nas vias respiratórias
superiores.
É o caso da acroleína, que se encontra nos gases de escapamento de motores diesel.
Existe também, um grupo se irritantes chamados secundários, que além da ação
inflamatória atuam sobre todo organismo. Por exemplo: o ácido sulfídrico (H2S), éteres,
etc.
2) ASFIXIANTES
Estes são classificados em simples e químicos
Os simples são os que, sem interferir nas funções do organismo, podem provocar
asfixia por reduzir a concentração de oxigênio no ar. Exemplos: metano, nitrogênio,
dióxido de carbono, hélio, etc.
Os de atuação química interferem no processo de absorção de oxigênio do sangue ou
nos tecidos. A forma de interferência depende do tipo do composto. Neste grupo
encontram-se o monóxido de carbono, gás sulfídrico, nitrilos, etc.
3) NARCÓTICOS
45
4) INTOXICANTES SISTÊMICOS
São compostos que podem causar tanto intoxicações agudas como crônicas.
Material particulado
Nesta categoria estão incluídas poeiras, fumos, névoas, etc., que não foram
provenientes classificados como intoxicantes sistêmicos.
C) AGENTES BIOLÓGICOS
46
Entre as inúmeras doenças profissionais causadas pelos agentes biológicos, inclui-se,
por exemplo, a tuberculose, a brucelose, o tétano, a malária, a febre tifóide, a febre
amarela e o carbúnculo.
Evidentemente, tais doenças só devem ser consideradas profissionais quando
estiverem diretamente relacionadas com exposições ocupacionais aos
microorganismos patológicos. Isto é, quando causada diretamente pelas condições de
trabalho.
Apesar do conhecimento razoável sobre os efeitos de tais organismos nos seres
humanos, as técnicas de avaliação quantitativa dos mesmos, bem como os estudos
sobre as máximas concentrações permissíveis no ar, ainda se encontram nos estágios
iniciais de pesquisa.
Por esse motivo todo cuidado deve ser tomado nas atividades em que os trabalhadores
possam ficar expostos a agentes biológicos.
Para o controle do pessoal exposto aos agentes biológicos as medidas preventivas
mais usuais são:
- vacinação
- esterilização
- rigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho
- equipamento de proteção individual
- ventilação adequada
- controle médico permanente
D) Agentes Ergonômicos
Agentes ergonômicos são aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos
inerentes à execução das atividades profissionais. Estes fatores podem produzir
alterações no organismo e estado emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua
saúde, segurança e produtividade.
Entre os principais fatores incluem-se a monotonia, a posição e o ritmo de trabalho, a
fadiga, a preocupação, trabalhos repetitivos, etc.
Atualmente observa-se ainda a tendência de se considerar como agentes ergonômicos
outros fatores como, por exemplo, as condições térmicas e de iluminação do ambiente
de trabalho.
Este enfoque se justifica, pois, tais fatores entre outros, enquadram- se na definição de
agentes ergonômicos, e seu estudo identifica-se com os objetivos da ergonomia.
47
2) Aspectos sensoriais – como a fadiga visual, cores sinais auditivos e outros fatores
semelhantes.
3) Aspectos ambientais – como iluminação, temperatura , umidade , ruído,
contaminantes, atmosféricos, vibração.
4) Aspectos psicológicos e sociais do ambiente de trabalho
D) Agentes Mecânicos
Arranjo físico
Máquinas e equipamentos
Ferramentas manuais defeituosas, inadequadas e inexistentes
Transporte de materiais
Eletricidade
Sinalização
Perigo de Incêndio ou explosão
Edificações
Armazenamento inadequado
Outros
48
8- COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)
Cabe à CIPA investigar os acidentes e promover e divulgar o zelo pela observância das
normas de segurança, bem como a promoção da Semana Interna de Prevenção de
Acidentes (SIPAT).
Vale lembrar que a CIPA não trabalha sozinha!! O seu papel mais importante é o de
estabelecer uma relação de diálogo e conscientização, de forma criativa e participativa,
entre gerentes e colaboradores em relação à forma como os trabalhos são realizados,
objetivando sempre melhorar as condições de trabalho, visando a humanização do
trabalho.
Realizar a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano
de trabalho e discutir as situações de riscos que foram identificadas;
Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de
trabalho;
Realizar periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho
visando a identificação de situações que venha a trazer riscos para a segurança e
saúde dos trabalhadores;
Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúdes no trabalho;
Identificar os riscos do processos de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com as
participação do maior número de trabalhadores com assessoria do SESMT, onde
houver;
49
Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção
de acidentes e doenças decorrente do trabalho.
Colaborar com a gestão da CIPA;
Participar da eleição de seus representantes;
Cabe ao Vice-Presidente:
50
9- EPI (EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL)
Nos dias de hoje, deparamos com empresas e mais empresas que sequer fornecem os
EPI's adequados, e ainda assim, acreditam estar protegendo os trabalhadores; EPI's
são adquiridos e especificados pelo setor de suprimentos, cujo único critério de seleção
é o menor preço.
A NR-6 elenca as condições para que um EPI possa ser considerado instrumento
neutralizador da insalubridade e o primeiro destes é exatamente o fator adequabilidade
ao risco; o equipamento deve ser especificado por profissional competente, não se
permitindo que o mero "achismo" faça a escolha; deparamos com trabalhadores
expostos a vapores orgânicos usando máscaras para poeira, da mesma forma que
trabalhadores usam protetores auriculares cuja atenuação não é suficiente para fazer
com que a exposição fique abaixo da dose; ou ainda, o uso de luvas de raspa para o
manuseio de solventes.
51
importador, o C.R.I. - Certificado de Registro de Importador, ambos também emitidos
pelo DSST.
É importante alertar as empresas que os EPI's devem ser fornecidos mediante recibo
firmado pelo trabalhador, constituindo-se em única prova a ser produzida em juízo da
entrega de tais equipamentos; todos os equipamentos têm de estar relacionados
analiticamente na ficha de entrega de EPI's, mesmo aqueles cujo fornecimento seja
constante, a exemplo de luvas de látex e protetores descartáveis.
No caso de máscaras, é bem nítido o instante em que o equipamento não produz mais
o efeito desejado, pois o trabalhador passa a sentir o cheiro do contaminante ou
dificuldade de respirar, pela obstrução dos poros do filtro.
Outro detalhe ao qual as empresas não estão atentas é que de nada adianta fornecer o
EPI cercado de todos os cuidados, se o trabalhador não recebeu treinamento para usá-
lo; a eficiência do equipamento, particularmente os protetores auriculares e máscaras,
depende essencialmente do modo como são usados, sob risco de não promoverem a
atenuação especificada. Assim, é igualmente importante que a empresa treine o
trabalhador com recursos próprios, ou por meio dos fabricantes de EPI's que já fazem
este trabalho gratuitamente, através de palestras ou mini cursos. Mais uma vez, deve a
empresa documentar que treinou o trabalhador ao uso do EPI, seja por meio de termo
na própria ficha de entrega, seja por meio de emissão de certificado.
52
Uma vez que o EPI foi extraviado ou encontra-se sem condições de uso, cabe à
empresa promover imediatamente a sua substituição; legalmente, o empregado está
sujeito a responsabilizar-se por sua guarda, e se assim não agir, sujeitar-se-á a
indenizar a empresa o valor do EPI perdido, e, ainda, tem por obrigação comunicar ao
empregador quando seu EPI não tiver mais condições de uso.
Cabe ao empregador:
Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade e que possua Certificado de
aprovação – CA;
Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, sua guarda e conservação,
além de exigir seu uso;
Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica do EPI, devendo
substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado; e,
Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
Cabe ao empregado:
Usar o equipamento de proteção individual apenas para a finalidade a que se
destina, inclusive observando as determinações do empregador sobre o uso
adequado;
Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso.
Cabe ao DSST:
Cadastrar o fabricante ou importador de EPI;
Receber, examinar aprovar e registrar o EPI;
Estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de
EPI`s;
Emitir, renovar, suspender ou cancelar o CA ou o cadastro do fabricante ou do
importador; e
Fiscalizar a qualidade dos EPI`s.
Cabe ao DRT:
• Fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e ã qualidade do EPI;
• Recolher amostras de EPI; e
• Aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo
descumprimento da NR6.
Capacetes
Capacetes destinados a proteção do crâneo nos trabalhos sujeitos a:
• Agentes metereológicos (trabalhos a céu aberto);
• Impactos provenientes de queda, proteção de objetos e outros;
• Penetrações;
• Arrancamento de cabelos e couro cabeludo.
53
Características principais dos capacetes
Os capacetes são normalmente constituídos por um casco e uma
suspensão(carnera e coroa) que tem como principal função receber, absorver e
distribuir as forças dos possíveis impactos, evitando contato direto com o crânio e
favorecendo a ventilação natural.
54
Protetores faciais
Os protetores faciais são indicados principalmente para operações com
usinagem que possam originar projeções de partículas, operações com polimento e
limpeza com escovas de aço e esmerilhamentos diversos. São constituídos por um
anteparo articulado. Mantido emuma suspensão ajustável. Quando necessário
incorporam também uma proteção para cabeça.
OBS: A Atenuação dos protetores de inserção varia de acordo com a freqüência (Hz)
atingindo um NRR (Nível de Redução de ruído) da ordem de 29 dB.
Protetores Circum-Auriculares
Os protetores Circum-Auriculares são constituídos por duas peças elípticas em
forma de concha unidas por uma haste flexível.
55
EPI para proteção respiratória
Pelo efeito de sua proteção os equipamentos de proteção respiratória são divididos
em 2 grupos principais, assim temos “os dependentes”(purificadores de ar) que
dependem do efeito do ar atmosférico e “os independentes”(adução de ar),
aqueles que independem do efeito ao ar atmosférico ambiental.
Respiradores purificador de ar
São aqueles em que os filtros de respiração retêm os poluentes do ar respirado,
porém não fornecem oxigênio. Em decorrência deste fato só poderão ser usados
em atmosferas que contenham no mínimo 19,5% em volume de oxigênio.
Filtros contra aerodispersóides consistem de material fibroso microscopicamente
fino. Partículas sólidas e líquidas são retidas na superfície dessas fibras com grande
eficiência.
Os filtros contra gases são recheados com carvão ativo, cuja estrutura porosa
oferece uma grande superfície. Enquanto o ar respirado flui através da carga
de carvão ativo do filtro, as moléculas do contaminante são retidas na grande
superfície do carvão ativo granulado. Para muitos outros gases (por exemplo:
amônia, cloro, dióxido de enxofre), o efeito de retenção no filtro poderá ser
melhorado com a impregnação do carvão com produtos químicos de retenção,
utilizando-se para tanto sais minerais e elementos alcalinos
Os filtros combinados formam a união de filtro contra gases e de filtro contra
aerodispersóides numa mesma unidade filtrante. Oferecem proteção quando gases
e aerodispersóides aparecem simultaneamente no ambiente. O ar inalado atravessa
inicialmente o filtro contra aerodispersóides que retêm todas as partículas em
suspensão no ar.
Respiradores de adução de ar
Estes respiradores são usados quando não usamos o ar do ambiente. O
equipamento autônomo com cilindro de ar não apresenta restrições quanto
ao ambiente, que poderá conter contaminantes e/ou deficiência de oxigênio. Seu
emprego se adapta mais as situações de emergência, como resgates e
manutenções especiais, considerando-se o tempo limitado de operação, que
pode chegar no máximo a uma hora, dependendo da atividade física e da
familiaridade do usuário com o equipamento.
O equipamento a ar insuflado funciona com o envio de ar através de tubulação
com diâmetro de 20 a 25 mm, insuflado por meio de bomba manual ou de
compressor de baixa pressão.
56
EPI para proteção dos membros inferiores
Por membros inferiores entende-se as pernas e os pés. Principalmente os Pés,
além dos variados esforços de correntes do deslocamento normal durante uma
jornada de trabalho, estão sujeitos a uma variedades de riscos, que incluem
principalmente: Substâncias químicas, agentes térmicos, objetos perfurantes,
arestas cortantes, umidade e etc.
A Proteção dos membros inferiores é obtida através da utilização dos EPI`s
adequados, tais como sapatos, botinas, botas, perneiras, caneleiras e etc.
57
10- CÓDIGOS E SÍMBOLOS DE SST
Introdução
Tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para
prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando
áreas, identificando as canalizações empregadas nas empresas para a condução de
líquidos e gases, e advertindo contra riscos. Deverão ser adotadas cores para
segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca
dos riscos existentes.
O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração,
confusão e fadiga ao trabalhador. As cores aqui adotadas serão as seguintes:
Vermelho, amarelo, branco, preto, azul, verde, laranja, púrpura, lilás, cinza,
alumínio, marrom.
Vermelho
O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de
proteção e combate a incêndio. Não deverá ser usada na indústria para assinalar
perigo, por ser de pouca visibilidade em comparação com o amarelo (de alta
visibilidade) e o alaranjado (que significa Alerta). É empregado para identificar:
Caixa de alarme de incêndio;
58
Hidrantes;
Bombas de incêndio;
Sirene de alarme de incêndio;
Extintores e sua localização;
Indicações de extintores (visível à distância, dentro da área de uso do extintor);
Localização de mangueiras de incêndio (a cor deve ser usada no carretel, suporte,
moldura da caixa ou nicho);
Tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água;
Transporte com equipamentos de combate a incêndio;
Portas de saídas de emergência;
Rede de água para incêndio (SPRINKLERS);
Mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica). A cor vermelha será usada
excepcionalmente com sentido de advertência de perigo:
Nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer
outras obstruções temporárias;
Em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência.
Amarelo
Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar gases não liqüefeitos. O
amarelo deverá ser empregado para indicar "Cuidado!", assinalando:
Partes baixas de escadas portáteis;
Corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem risco;
Espelhos de degraus de escadas;
Bordos desguarnecidos de aberturas no solo (poço, entradas subterrâneas, etc.) e
de plataformas que não possam ter corrimões;
Bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham verticalmente;
Faixas no piso de entrada de elevadores e plataformas de carregamento;
Meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção;
Paredes de fundo de corredores sem saída;
Vigas colocadas à baixa altura;
Cabines, caçambas, guindastes, escavadeiras, etc;
Equipamentos de transporte e manipulação de material tais como: empilhadeiras,
tratores industriais, pontes-rolantes, vagonetes, reboques, etc;
Fundos de letreiros e avisos de advertência;
Pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes da estrutura e equipamentos em
que se possa esbarrar;
Cavaletes, porteiras e lanças de cancelas;
Bandeiras como sinal de advertência (combinado ao preto);
Comandos e equipamentos suspensos que ofereçam risco;
Pára-choques para veículos de transporte pesados, com listras pretas Listras
(verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usados sobre o amarelo quando
houver necessidade de melhorar a visibilidade da sinalização.
Branco
O branco será empregado em:
Passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas (localização e largura);
Direção circulação de sinais;
Localização e coletores de resíduos;
Localização de bebedouros;
59
Áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio
ou outros equipamentos de emergência;
Áreas destinadas à armazenagem;
Zonas de segurança.
Preto
O preto será empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de
alta viscosidade (ex.: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.).
O preto poderá ser usado em substituição ao branco, ou combinado a este quando
condições especiais o exigirem.
Azul
O azul será utilizado para indicar "Cuidado!", ficando o seu emprego limitado a avisos
contra uso e movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora de
serviço.
Empregado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem localizadas nos
pontos de comando, de partida, ou fontes de
energia dos equipamentos.
Será também empregado em:
Canalizações de ar comprimido;
Prevenção contra movimento acidental de qualquer equipamento em manutenção;
Avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência.
Verde
O verde é a cor que caracteriza "segurança".
Deverá ser empregado para identificar:
Canalizações de água;
Caixas de equipamentos de socorro de urgência;
Caixas contendo máscaras contra gases;
Chuveiros de segurança;
Macas;
Fontes lavadoras de olhos;
Quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de segurança, etc;
Porta de entrada de salas de curativos de urgência;
Localização de EPI; caixas contendo EPI
Emblemas de segurança;
Dispositivos de segurança;
Mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica).
Laranja
60
Púrpura
A púrpura deverá ser usada para indicar os perigos provenientes das radiações
eletromagnéticas penetrantes de partículas nucleares. Deverá ser empregada a
púrpura em:
Portas e aberturas que dão acesso a locais onde se manipulam ou armazenam
materiais radioativos ou materiais contaminados pela radioatividade;
Locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentos contaminados;
Recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais e equipamentos
contaminados;
Sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de radiações
eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.
Lilás
O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que contenham álcalis. As refinarias
de tróleo poderão utilizar o lilás para a identificação de lubrificantes.
Cinza
Cinza Claro
O cinza claro deverá ser usado para identificar canalizações em vácuo.
Cinza Escuro
O cinza escuro deverá ser usado para identificar eletrodutos.
Alumínio
O alumínio será utilizado em canalizações contendo gases liqüefeitos, inflamáveis e
combustíveis de baixa viscosidade (ex.: óleo diesel, gasolina, querosene, óleo
lubrificante, etc.).
Marrom
O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para identificar qualquer fluido não
identificável pelas demais cores.
Cores em Máquinas
O corpo das máquinas deverá ser pintado em branco, preto ou verde.
Cores em Canalizações
As canalizações industriais, para condução de líquidos e gases, deverão receber a
aplicação de cores, em toda sua extensão, a fim de facilitar a identificação do produto e
evitar acidentes. Obrigatoriamente, a canalização de água potável deverá ser
diferenciada das demais. Quando houver a necessidade de uma identificação mais
detalhada (concentração, temperatura, ressões, pureza, etc.), a diferenciação far-se-á
através de faixas de cores diferentes, aplicadas sobre a cor básica. A identificação por
meio de faixas deverá ser feita de modo que possibilite facilmente a sua visualização
em qualquer parte da canalização. Todos os acessórios das tubulações serão pintados
nas cores básicas de acordo com a natureza do produto a ser transportado. O sentido
de transporte de fluido, quando necessário, será indicado por meio de seta pintada em
61
cor de contraste sobre a cor básica da tubulação. Para fins de segurança pelo mesmo
sistema de cores que as canalizações.
Rotulagem Preventiva
A rotulagem dos produtos perigosos ou nocivos à saúde deverá ser feita segundo as
normas constantes deste item. Todas as instruções dos rótulos deverão ser breves,
precisas, redigidas em termos simples e de fácil compreensão. A linguagem deverá ser
prática, não se baseando somente nas propriedades inerentes a uma produto, mas
dirigida de modo a evitar os riscos resultantes do uso, manipulação e armazenagem do
produto. Onde possa ocorrer misturas de duas ou mais substâncias químicas, com
propriedades que variem, em tipo ou grau daquelas dos componentes considerados
isoladamente, o rótulo deverá destacar as propriedades perigosas do produto final. Do
rótulo deverão constar os seguintes tópicos:
Nome Técnico do Produto;
Palavra de Advertência, designando o grau de risco;
Indicações de Risco;
Medidas Preventivas, abrangendo aquelas a serem tomadas;
Primeiros Socorros;
Informações Para Médicos, em casos de acidentes;
Instruções Especiais em Caso de Fogo, Derrame ou Vazamento, quando for o caso.
No cumprimento do disposto no item anterior dever-se-á adotar o seguinte
procedimento: Nome Técnico Completo
62
Medidas Preventivas
Têm por finalidade estabelecer outras medidas a serem tomadas para evitar lesões ou
danos decorrentes dos riscos indicados.
Exemplos: "Mantenha Afastado do Calor, Faíscas e Chamas Abertas" e "Evite Inalar a
Poeira".
Primeiros Socorros
Medidas específicas que podem ser tomadas antes da chegada do médico.
63
11. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DA ÁREA
DE SAÚDE
3) Na dúvida, você sabe a quem recorrer para esclarecer-se sobre saúde, higiene e
segurança do trabalho?
7) Você está protegido (recebeu vacinas e/ou imunoglobulinas; conhece seu nível
imunitário?) contra Caxumba, Difteria, Gripe, Hepatite B, Rubéola, Sarampo, Tétano
Tuberculose, Varicella Zoster?
Atenção! Quanto mais respostas negativas forem dadas a essas questões, mais riscos
você corre. Você e todos os trabalhadores, pacientes/clientes e demais pessoas
(acompanhantes, visitantes, prestadores de serviços esporádicos/ eventuais) de seu
ambiente de trabalho.
64
A singularidade do setor da saúde é que, nele, o aumento de capital e de tecnologia, ao
invés de reduzir, faz aumentar a mão-de-obra.
O aumento do custo em saúde - população com mais saúde, com vida mais longa e
melhor - passou a exigir pessoal em maior quantidade, melhor qualificado e bem
remunerado. Mais capital, mais tecnologia, mais trabalhadores de saúde!
Nos últimos 20 anos, para tanto contribuíram: as conquistas, nesses quesitos, obtidas
por outras categorias de trabalhadores; a epidemia de AIDS e o recrudescimento da
tuberculose; o aumento das patologias psicossociais na sua própria pele; enfim, o
reconhecimento de sua própria vulnerabilidade aos riscos ocupacionais, tendo em vista
algumas das características já apontadas em Riscos do trabalho de
Enfermagem. E, isso, pelo fato de a enfermagem ser:
• O maior grupo individualizado de trabalhadores de saúde;
• Prestadora de assistência ininterrupta, 24 horas por dia;
• Executora de cerca de 60% das ações de saúde;
• A categoria que mais entra em contato físico com os doentes;
• Por excelência, uma profissão feminina;
• Bastante diversificada em sua formação.
65
12. Riscos específicos dos serviços de saúde
Risco Biológico
A Norma Regulamentadora 32 (NR 32) considera risco biológico a probabilidade da
exposição ocupacional a agentes biológicos: microrganismos geneticamente
modificados ou não, culturas de células, parasitas, toxinas e príons.
No setor de saúde, esse risco é representado sobretudo pelas infecções causadas por
bactérias, vírus, rickettsias, clamídias e fungos e, em menor grau, pelas parasitoses
produzidas por protozoários, helmintos e artrópodos.
66
4. Infecções diversas sem conseqüências patológicas graves ou duráveis Até agora, o
único setor de atividade com ocorrência de transmissão ocupacional do HIV foi o setor
de saúde e, neste, o pessoal de enfermagem tornou-se o principal grupo de risco. A
hepatite B é a doença de origem profissional mais freqüente entre o pessoal hospitalar.
• Num hospital tido como referência para o tratamento da doença, em Minas Gerais,
encontrou-se 16% dos seus funcionários infectados pelo bacilo da tuberculose.
Higiene!
Lavagem das mãos!
67
Lavar, desinfectar, esterilizar!
Assepsia, anti-sepsia, degermação.
Isolamento, barreiras...
Compreensão do significado desses termos e adoção
de comportamento de segurança constituem
aspecto vital da prática diária da enfermagem.
Vacine-se!
Conheça seu nível imunitário relativo às infecções que fazem parte do seu cotidiano.
Mais exposto que a população em geral ao risco de adquirir algumas infecções
imunologicamente preveníveis, o trabalhador de enfermagem deve proteger-se, por
meio de vacinas ou imunoglobulinas, contra as seguintes doenças:
Lute pela proteção vacinal contra todas as doenças imunizáveis às quais você se
expõe em seu trabalho! Redobre sua atenção com os perfurocortantes:
68
• Dentre os casos de AIDS envolvendo profissionais de saúde, a maioria ocorreu como
resultado de manipulação inadequada de agulhas e instrumentos cortantes: mais de
70% dos casos comprovados e 43% dos prováveis, envolveram a categoria de
enfermagem e de profissionais da área de laboratório.
Riscos Físicos
• Radiações ionizantes: raios-X, raios gama, raios beta, partículas gama, prótons e
nêutrons.
69
• Somáticos - as alterações celulares manifestam-se na pessoa irradiada, não passam
aos escendentes.
• Genéticos - as alterações ocorridas nos gametas do indivíduo irradiado são
transmissíveis aos descendentes.
Estima-se ser ainda desconhecida a maioria dos efeitos genéticos resultantes das
exposições profissionais às radiações.
70
ABNT: NBR 9191/2000 Acondicionamento dos resíduos de saúde.
CNEN 1988:
Radioproteção: • NN -3.01 Diretrizes básicas de proteção radiológica •
NE - 3.02 Serviços de radioproteção • NN - 3.05 Requisitos de radioproteção
e segurança para serviços de medicina nuclear • NE - 3.06 Requisitos de
Radioproteção e Segurança para Serviços de Radioterapia. Transporte: NE - 5.01
Transporte de Materiais Radi-ativos.nInstalações Radioativas: • NN - 6.01 Registro de
pessoas físicas para o preparo, uso e manuseio fontes radioativas • NE - 6.02
Licenciamento de instalações radioativas • NE - 6.05 Gerência de rejeitos radioativos
em instalações radioativas • NE - 6.06 Seleção e escolha de locais para depósitos de
rejeitos radioativos • NN - 6.09 Critérios de aceitação parandeposição de rejeitos
radioativos de baixo e médio níveis de radiação.
Riscos Quimicos
Possíveis efeitos crônicos causados pela maioria das substâncias químicas sobre o
nosso organismo:
• Cancerígenos: atingindo principalmente medula óssea, pulmão, laringe, pele, bexiga,
fígado.
71
• Comportamentais: instabilidade emocional, irritabilidade, distúrbios psicomotores e da
memória.
• Cutâneos: ressecamento, fissuras, dermatites, inclusive foliculite e acne .
• Neurológicos: degeneração dos neurônios.
• Pulmonares: bronquite crônica, enfisema pulmonar.
• Relacionados com a reprodução: aborto, natimortalidade, baixo peso ao nascer,
mortalidade perinatal, anomalias congênitas, malformações cardiovasculares,
alterações na estrutura dos cromossomos.
Tudo é veneno, não há nada que não seja veneno. Depende tão somente da dose.
Paracelso (1493-1541)
72
Proteja-se! Informe-se! Faça a sua parte!
2. Compete ao empregador: • proibir fumar, comer ou beber, bem como portar adornos
ou maquiar-se • afastar das atividades as trabalhadoras gestantes e nutrizes • proibir
que os trabalhadores expostos
realizem atividades com possibilidade de exposição aos agentes ionizantes fornecer
aos trabalhadores os EPIs e recursos necessários à execução das tarefas.
Sabemos que as implicações do trabalho sobre a saúde são bem mais amplas e
difusas do que apenas aquelas determinadas pelos riscos ocupacionais.
No mundo, o movimento sindical foi um dos primeiros - e o único, durante muito tempo
- a denunciar o aviltamento das condições de trabalho. As (más) condições de trabalho
do pessoal de enfermagem têm sido crescentemente denunciadas no mundo inteiro.
73
Dois grandes problemas mundiais dos sistemas de saúde - escassez e evasão do
pessoal de saúde - estão reconhecidamente ligados às condições de trabalho
existentes nos estabelecimentos de saúde. O défcit atual (em 2006) - de médicos,
parteiras, enfermeiras e auxiliares – é de quase 4,3 milhões de em todo o planeta - diz
a OMS. No relatório Penúria mundial do pessoal de enfermagem: ações
prioritárias(2006), referente a estudo sobre a mão-de-obra da enfermagem, o Conselho
Internacional de enfermeiras (CIE) e a Fundação Internacional Florence Nightingale
(FIFN) indicam a melhoria das condições de trabalho como das mais importantes.
Com 23.108 notificações em 2003, ele ultrapassou até mesmo áreas consideradas de
alto risco, como a da construção civil. Em 2004, do total de 458.956 acidentes
notificados, 30.161 correspondiam ao setor de saúde.
74
Sobre acidentes do traballho Em 2005, cerca de 270 milhões de pessoas sofreram
acidentes no trabalho e 160 milhões contraíram doenças • Os acidentes e
doenças do trabalho matam 2,2 milhões por ano, no mundo • São mais de seis
mil mortes por dia • Na América Latina e Caribe, o número de acidentes cresceu
33% • Constatou- se aumento das chamadas novas doenças do trabalho:
distúrbios psicossociais, violência, alcoolismo, dependência química, estresse,
tabagismo e AIDS. OIT- 2005
Que fazer?
As más condições de trabalho - sobre as quais sabemos tão pouco porque não se
constituem objeto de qualquer programa de ensino, e porque ainda não nos
organizamos devidamente como categoria trabalhadora - é conseqüência da
desatenção, da ignorância e até da conveniência de muitos: governo, sociedade,
estabelecimentos de saúde, trabalhadores e clientes. Há muito a fazer ! E por muitos!
75
continuidade (presença permanentemente exigida); trabalho noturno; confrontação com
o sofrimento e a morte, esses são alguns dos fatores de penosidade no trabalho de
enfermagem. Direito garantido desde a vigência da Constituição Federal de 88, o
adicional de penosidade não é concedido aos trabalhadores que atuam em condições
penosas. Ao contrário das atividades insalubre e perigosa, a atividade penosa não tem
regulamentação federal. Algumas das dificuldades para tal regulamentação podem ser
percebidas,
por exemplo, na seguinte argumentação de dois auditores fiscais do MTE (2000):
76
duração e a intensidade de exposição às mesmas. Essa lei também dispõe que o
exercício de atividade penosa confere direito à atribuição de uma ou mais das
seguintes compensações:
• Adicional de penosidade variável segundo o seu nível;
• Regimes de duração semanal de trabalho inferiores aos previstos na lei geral, bem
como horários de trabalho adequados;
• Férias anuais acrescidas de um período suplementar de, no máximo, cinco dias úteis;
• Benefícios para efeitos de aposentadoria:
a) acréscimo do tempo de serviço equivalente ao nível de penosidade;
b) antecipação de limites de idade.
No Brasil, a luta pela redução dos fatores de penosidade em nossas terefas diárias tem
sido bastante... penosa! Vale dizer: difícil, cansativa, aflitiva, incômoda, exaustiva,
dolorosa, pesada, espinhosa e
frustrante.
Carga psíquica
77
•Quanto ao horário: Desrespeito aos ritmos biológicos • Irritabilidade •Hipoglicemia •
Temperatura oral baixa: trabalho noturno fixo ou por longo período; horários
fracionados; início da jornada demasiado cedo; desrespeito aos horários de
alimentação; insuficiência de tempo para passagem do serviço; dobra de serviço ou
permanência no trabalho após término da carga horária; duplo emprego.
Tudo isso e as muitas atividades do tipo doméstico geram dispêndios energéticos que,
acumulados ao longo do dia, intensificam a fadiga e favorecem as lombalgias e outras
doenças ósteo-articulares. Fadiga e lombalgias representam os principais danos à
saúde produzidos pela sobrecarga física.
As posturas com o tronco inclinado para a frente e aquelas com rotações do eixo
vertebral - tão freqüentes nas tarefas de enfermagem - favorecem as doenças ósteo-
articulares, como cervicalgia e dorsolombalgia incapacitantes.
78
Sobrecargas mental e psíquica
Nesse quadro, observa-se ainda: abatimento, atitude negativa frente aos doentes,
clientes ou colegas de trabalho; atitude cínica, absentismo, mudança freqüente de
emprego e outras condutas evasivas, como o uso de drogas.
As ações exigidas
79
ambiente de trabalho; sujeira e desordem, além de contrárias aos princípios de
higiene e segurança, são muito deprimentes.
80
EPI E EPC NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
A saúde e bem estar dos trabalhadores dos Serviços de Saúde e Laboratórios são
recursos primordiais para o desenvolvimento tanto social e econômico quanto pessoal,
formando, assim uma importante dimensão ampliada da qualidade de vida. Correntes do
pensamento sanitário que influenciaram as tendências políticas e organizativas na
sociedade sugerem que fatores ambientais, biológicos e psico-socio-culturais, além dos
políticos podem favorecer a perda da saúde se mal conduzidos pelas administrações das
instituições e pelos trabalhadores.
O ambiente de trabalho tanto nos serviços de saúde quanto nos laboratórios são ideais
para o desenvolvimento da reflexão da proteção da saúde dos trabalhadores. Incrementar
estilos saudáveis de trabalho por meio da sensibilização quanto ao uso dos equipamentos
de proteção individual e coletiva beneficiam o trabalhador elevando o seu bem estar e
segurança em patamares mais altos. O desenvolvimento do compromisso para
implementação de estratégias para os postos de trabalho saudáveis deve constituir um
objetivo a ser alcançado.
BARREIRAS DE CONTENÇÃO
BARREIRAS PRIMÁRIAS
São formadas pelos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que protegem os
trabalhadores dos laboratórios e serviços de saúde do contato com agentes de risco
biológico, químico e físico. Pelos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) que objetivam
proteger o ambiente, a integridade dos trabalhadores ocupantes de um espaço circunscrito
e seu entorno, além de proteger o desenvolvimento de produtos, análises e pesquisas.
81
São dispositivos de uso pessoal, destinados a proteção da saúde e integridade física do
trabalhador. O uso dos EPI no Brasil é regulamentado pela Norma Regulamentadora NR-6
da Portaria 3214 de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego. As instituições de saúde
devem adquirir e oferecer EPI novos e em condições de uso aos trabalhadores sem
nenhuma cobrança por seu uso. Igualmente, devem proporcionar capacitação para o uso
correto dos mesmos e, caso o trabalhador se recuse a utilizá-los poderá exigir a assinatura
de um documento no qual dará ciência e especificará detalhadamente os riscos aos quais
o trabalhador estará exposto. Os EPI deverão ser cuidados, descontaminados e
higienizados para prolongar sua vida útil, quando forem descartáveis não deverão ser
reaproveitados. Os EPI não podem provocar alergias ou irritações, devem ser confortáveis
e atóxicos.
JALECOS
Protegem a parte superior e inferior do corpo, isto é os braços, tronco, abdômen e parte
superior das pernas. Devem ser de mangas longas, usadas sempre fechados sobre as
vestimentas pessoais (não usá-lo diretamente sobre o corpo), confeccionados em tecido de
algodão (mistura poliéster-algodão é inflamável), impermeabilizados ou não, devem ser
descontaminados antes de serem lavados. Os jalecos descartáveis devem ser resistentes
e impermeáveis. Auxiliam na prevenção da contaminação de origem biológica, química e
radioativa, além da exposição direta a sangue, fluídos corpóreos, borrifos, salpicos e
derramamentos de origens diversas.
AVENTAIS
Os aventais podem ser usados sobre ou sob os jalecos. Quando usados nos trabalhos que
envolvem produtos químicos são confeccionados em Cloreto de Polivinila (PVC), em
Kevler® quando utilizados com altos níveis de calor, de borracha onde há manipulação de
grandes volumes de soluções e durante lavagem e limpeza de vidrarias, equipamentos e
instalações.
Nos serviços de saúde e laboratórios também podem ser usados: uniformes de algodão
composto de calça e blusa, avental cirúrgico de algodão ou descartável, macacão de
algodão ou descartável e, outras vestimentas que protejam os trabalhadores e o ambiente
onde estes exercem suas atividades.
LUVAS
82
São utilizadas como barreira de proteção, prevenindo a contaminação das mãos do
trabalhador de serviços de saúde e de laboratório ao manipular material contaminado. As
luvas reduzem a possibilidade dos microorganismos presentes nas mãos do trabalhador
sejam transmitidas aos pacientes durante procedimentos invasivos ou quando pele não
intacta, tecidos e mucosas possam ser tocadas. Diminuem o risco de que mãos
contaminadas por microorganismos de um paciente ou fomite contaminem outros
pacientes, o trabalho executado, equipamentos e instalações. A utilização de luvas não
exclui o ato da lavagem das mãos.
Protegem o trabalhador dos riscos biológicos, químicos e físicos como, por exemplo,
queimaduras químicas por substâncias corrosivas, inflamáveis, irritantes; calor (fornos e
muflas) ou frio (materiais congelados e em Nitrogênio líquido) extremos; mordidas cortes e
arranhões provocados por animais; choques elétricos; manuseio de culturas
microbiológicas, materiais biológicos (sangue, tecidos infectados etc); operações com
objetos perfurocortantes e materiais abrasivos ou escoriantes; material radioativo. As luvas
protegem contra dermatites acarretadas pela exposição repetida a pequenas
concentrações de substâncias químicas.
LUVAS DE LÁTEX
Protegem o trabalhador dos materiais potencialmente infectantes como: sangue,
secreções, excreções, culturas de microrganismos, animais de laboratório etc. são
divididas em estéreis as luvas cirúrgicas e não estéreis as luvas de procedimento,
descartáveis ou não.
Para trabalhos que envolvem o manuseio a altas temperaturas, por exemplo, acima de
o
350 C luvas Zetex®; abaixo de 350º C luvas Kevlar® ; acima de 100º C luvas de couro
curtido com sais de cromo (MC GILL, 2005).
83
Na manipulação de artefatos e componentes em baixa temperatura utilizam-se luvas de
algodão, lã, couro, náilon impermeabilizado, borracha revestida internamente com fibras
naturais ou sintéticas. Deve ter cano longo para maior proteção.
ÓCULOS DE SEGURANÇA
Protegem os olhos do trabalhador de borrifos, salpicos, gotas e impactos decorrentes da
manipulação de substâncias que causam risco químico (irritantes, corrosivas etc.), risco
biológico (sangue, material infectante etc.) e, risco físico (radiações UV e infravermelho
etc.). Podem ter vedação lateral, hastes ajustáveis, cinta de fixação. As lentes devem ser
confeccionadas em material transparente, resistente e que não provoque distorção, podem
ser de policarbonato, resina orgânica, cristal de vidro, além de receber tratamento com
substâncias antiembaçantes, anti-risco e, resistentes aos produtos químicos.
PROTEÇÃO AURICULAR
Os protetores auriculares são do tipo concha ou de inserção. A sua utilização está indicada
em situações onde o ruído excessivo pode causar perda da audição do trabalhador.Os
controles dos níveis de ruído em laboratório são regidos pela NBR nº 10152/ABNT, que
estabelece limite de 60 decibéis para uma condição de conforto durante a jornada de
84
trabalho. As normas estabelecidas pela OSHA nos EUA, o nível de ruído é de 85 decibéis
por uma jornada de trabalho de oito horas.
TOUCAS OU GORROS
Nos ambientes de serviços de saúde, laboratoriais e biotérios, os cabelos, principalmente,
os longos devem permanecer presos para evitar acidentes e contaminações por
microorganismos, poeiras e ectoparasitos em suspensão. Os cabelos dos trabalhadores,
também podem contaminar ambientes limpos ou estéreis ou contaminar pacientes e o
produto do trabalho, por este motivo as toucas ou gorros devem ser usados. Devem ser
confeccionados em tecido que permita a aeração dos cabelos e do couro cabeludo. Podem
ser descartáveis ou reutilizáveis.
DISPOSITIVOS DE PIPETAGEM
São dispositivos de borracha (pêra de borracha), pipetadores automáticos e elétricos, etc.
Evita o risco de acidente através da ingestão de substâncias contendo agentes de risco
biológico, químico ou radioativo, visto que a ação de pipetar com a boca é um risco a
integridade física e a saúde do trabalhador. (LIMA e SILVA, 1998)
AUTOCLAVES
Gera a esterilização de equipamentos termorresistentes e insumos através de calor úmido
(vapor) e pressão. Sua instalação é obrigatória no interior dos laboratórios NB-3 e NB-4,
sendo que no laboratório NB-4 é obrigatório à instalação de autoclave de porta dupla. Nos
85
laboratórios NB-2 e NB-1 e serviços de saúde é obrigatório que a autoclave esteja no
edifício onde os mesmos estão instalados. O monitoramento deve ser feito com registro de
pressão e temperatura a cada ciclo de esterilização, testes biológicos com o Bacillus
stearothermophylus, fita termorresistente em todos os materiais. (LIMA e SILVA, in press)
FORNO PASTEUR
Opera em superfícies que não são penetradas pelo calor úmido. É um processo demorado
pode ser usado em vidraria, metal, etc. O monitoramento exige registro de temperatura nas
esterilizações, testes biológicos com o Bacillus stearothermophylus, fita termorresistente
em todos os materiais.
CHUVEIRO DE EMERGÊNCIA
Chuveiro de aproximadamente 30cm de diâmetro, acionado por alavancas de mão,
cotovelo ou pé. A localização deve ser de fácil acesso e ter um programa de manutenção
constante.
LAVA OLHOS
Dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de média pressão acoplados a uma bacia
metálica. O angulo do jato de água deve ser corretamente direcionamento para a lavagem
ocular. Pode ser acoplado ao chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco de lavagem
ocular.
MICROINCINERADORES
Dispositivo elétrico ou a gás utilizado para flambar alças microbiológicas ou instrumento
perfurocortante no interior da Cabine de Segurança Biológica (LIMA e SILVA, 1998).
AGITADORES E MISTURADORES
Devem possuir sistema de isolamento que contenham os aerossóis formados durante sua
utilização. Utilizá-los no interior da Cabine de Segurança Biológica caso não possuam
sistema de isolamento
CENTRIFUGAS
Devem possuir sistema que permita a abertura somente após o ciclo completo de
centrifugação, copos de segurança e sistema de alarme quando ocorra quebra de tubos.
86
SINALIZAÇÃO LABORATORIAL
É um conjunto de símbolos com formas e cores diferenciados que indicam sinalização de:
aviso, interdição, obrigação, segurança e prevenção de incêndio.
Os símbolos de aviso incluem o símbolo de Risco Biológico, Risco Químico, Risco
Radioativo e outros.
SALA LIMPA
Área na qual se limita e/ou se controla as partículas do ambiente. Utilizam-se filtros
absolutos (HEPA) para se conseguir ar com nível de limpeza superior aos encontrados
normalmente nas salas convencionais. A sala limpa é projetada para eliminar partículas,
direcionando-as a um local de exaustão.
UNIDADE DE NECROPSIA
É uma CSB Classe I, a área de trabalho contém bandeja circular para recolhimento das
peças necropsiadas. É construído em aço inoxidável o que facilita o trabalho e a limpeza.
Tem sistema de drenagem de líquidos e ar filtrado por filtro absoluto.
87
O princípio fundamental é a proteção do operador, do ambiente e do experimento através
de fluxo laminar de ar, filtrado por filtro absoluto ou filtro HEPA. As Cabines de Segurança
Biológica estão dividas em: Classe I, Classe II (divididas em A ou A1, B1, B2 e B3 ou A2 -)
e Classe.
88
descontaminação de todo material utilizado e os resíduos sólidos produzidos são feitos
através da autoclave de porta dupla, câmaras de fumigação ou por recipientes de imersão
com desinfetantes (dunk tank). Os resíduos líquidos são recolhidos em depósito e
descontaminados antes de serem lançados ao sistema de sanitário. Possui no seu interior
todos os equipamentos e serviços como: refrigerador, freezer, centrífuga, microscópio e
sistema para experimentação e criação de animais. Podem ser adaptadas para trabalho
que utilizem radioisótopos de vida longa. Não deve conter sistema de gás GLP ou outro
gás que seja inflamável ou explosivo. Este tipo de CSB é utilizado no laboratório NB-4
CONCLUSÃO
O uso de barreiras de contenção na forma de EPI e EPC utilizados nos serviços de
saúde e laboratórios se constitui em sistemas que se sobrepõem permitindo ampliação
da proteção do trabalhador da área de saúde, do paciente, do experimento e do
ambiente. Na situação atual, na eminência de uma pandemia, além das doenças
emergentes e reemergentes que assolam nosso mundo, as barreiras de contenção de
riscos por meio dos equipamentos de proteção individuais e coletivos, tornam-se
ferramentas táticas disponíveis em Biossegurança.
89
PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS MÉDICOS ENVOLVIDOS EM ACIDENTES
A palavra "anestesia" originou-se com Oliver Wendell Homes, que sugeriu seu uso
paras descrever o estado produzido ao ser humano quando vapor de éter foi ministrado
pela primeira vez a paciente humano, submetido à intervenção cirúrgica. Este fato
ocorreu em 16 de outubro de 1846, sendo o cirurgião J.C. Warren, do Hospital Geral de
Massachussetts. O anestésico foi ministrado por William Morton.
Embora este não tenha sido o primeiro uso de uma substância anestésica em uma
cirurgia, esta demonstração atraiu a atenção para as propriedades elimindoras de dor
(analgésicas) de certas substâncias, bem como a habilidade para controlar a
profundidade e duração da anestesia.
Hipoxemia
Hipoxemia é uma temerosa complicação, tendo como conseqüências ao paciente a
morte ou lesões (danos) cerebrais. O dano depende do grau de hipoxemia e o tempo
de duração da mesma. Nem pressão sanguínea ou freqüência cardíaca são
indicadores confiáveis do estado de hipoxemia (151). O significado fisiológico é
qualquer estado em que uma quantidade inadequada de oxigênio está disponível para
ou é utilizada por tecidos, seja qual for a causa ou intensidade.
90
vazamento de oxigênio nas conexões ou dobra na mangueira de alimentação;
ausência de manutenção preventiva em equipamentos e instalações de gases
medicinais;
manômetros não aferidos indicam erroneamente a existência de gás em cilindros
vazios.
quando a tubulação principal não está em uso ou falhar, o acidente pode ocorrer se
os cilindros reservas não estiverem cheios. Deste modo uma forma de evitar este
risco é utilizar duplos cilindros junto aos equipamentos de anestesia. É de
importância vital a verificação da pressão dos cilindros antes de se iniciar a
anestesia;
desconhecimento do manuseio. Além de se dispor de cilindros cheios nas salas de
cirurgia, o pessoal envolvido em cirurgias deve saber manuseá-los corretamente;
instalação imprópria: quando a instalação de cilindros é feita por pessoal
inexperiente e não treinado, acidentes podem ocorrer na substituição (regulagem
imprópria da válvula redutora de pressão, remoção incompleta da capa protetora
contra poeira ou mesmo conexão em tomadas de gás incorretas);
problemas na válvula do cilindro: cilindros cheios podem ter suas válvulas
danificadas, impedindo a liberação correta do gás;
91
antes da liberação da rede para o uso. Estas ligações cruzadas podem acontecer
inclusive dentro do próprio equipamento, na ocasião da montagem pelo fabricante
ou equipe de manutenção do hospital;
problemas com fluxômetros: a hipoxemia pode ocorrer quando a vazão de oxigênio
liberada pelo fluxômetro for reduzida ou interrompida. A interrupção é comum
quando o usuário fecha o fluxo de oxigênio ao invés de fechar o óxido nitroso;
outro risco é a falta de calibração ou aferição dos fluxômetros por serviços
independentes possuidores de padrões nacionais destas grandezas físicas;
se o tubo do fluxômetro de oxigênio partir ou permitir vazamento na sua parte
superior, o volume total que chega ao paciente será diminuído. Caso o vazamento
ocorra após o fluxômetro, a diminuição do fluxo não será sentida pelo mesmo.
Lembre-se que a leitura do fluxômetro deve ser feita na metade do diâmetro da
esfera;
quando o fluxômetro não está calibrado, os gases anestésicos podem ser liberados
em excesso ou oxigênio em falta. É importante lembrar que a precisão dos
fluxômetros diminuem com a diminuição do fluxo. Algumas causas de perda de
exatidão em fluxômetros se devem à sujeira, graxa, óleo que, ao entrarem no
sistema, prendem ou danificam o marcador.
Hipercapnia
Hipoventilação
92
vários graus e não é necessariamente uma má função do equipamento.
Hiperventilação
Um furo no fole do equipamento ou fabricação imprópria do mesmo podem causar
hiperventilação pelo acréscimo do volume corrente pré-ajustado. Um investigador
determinou que quando óxido de nitroso é o principal gás a circular pelo ventilador, o
volume do gás liberado é dramaticamente aumentado.
Pressão excessiva
Casos de alta pressão no trato respiratório do paciente, transmitida através do sistema
de suporte ventilatório (respiradores) ocorrida durante os procedimentos de anestesia,
têm sido relatados. Em adição à interferência com a adequada ventilação, a alta
pressão pode causar barotrauma e efeitos adversos no sistema cardiovascular.
Como causas básicas de pressão excessiva, citamos falha da válvula de alívio para
alta pressão, falha no ajuste do alarme da pressão máxima permissível ou mesmo
obstrução do ramo expiratório, que aumentarão muito a pressão dos pontos anteriores
à obstrução.
93
Aspiração de substâncias estranhas
A inalação de resíduos de absorvente pode causar respiração difícil, bronco-espasmo,
laringoespasmo, tosse e diminuição da complacência pulmonar. Resíduos de
absorvente são gerados no "canister" e são levados pela tubulação inspiratória. Isto
pode ocorrer quando o balão está posicionado no lado expiratório, uma vez que se for
pressionado gás à alta velocidade. Será introduzido através do absorvedor.
Deve-se, ainda, agitar o "canister" antes de colocá-lo em uso, para remover poeira.
94
Subdose de agente anestésico
A não-liberação da dose adequada de agente anestésico pode ser tão séria quanto a
liberação excessiva, no mínimo, muito embaraçante. Este tipo de acidente pode ocorrer
nas seguintes situações:
Em todos os casos, o controle deste risco deve ser feito com uso de técnicas
adequadas de manutenção e verificações antes da operação do equipamento;
Fogo e explosões
A possibilidade de explosão ou fogo em salas de cirurgia é usualmente reduzida por
aqueles que não usam anestésicos inflamáveis. Infelizmente, esta satisfação não é
garantida. Fogo e explosões podem e ainda continuam a ocorrer.
Existem três fatores básicos para que fogo ou explosões possam surgir a existência de
combustível, fonte de ignição e oxidantes para suportar a combustão.
B) Fonte de ignição
Normalmente as unidades eletrocirúrgicas são a principal fonte de ignição, pois seu
princípio de funcionamento baseia-se na produção de calor. Outras fontes de calor são
os raios "laser", lâmpadas cirúrgicas, instalações elétricas, eletricidade estática e fonte
de luz para uso em conjunto com fibra óptica.
Deve-se ainda, considerar a compressão adiabática de gases que pode gerar calor
suficiente para a ignição. Isto ocorre quando, no momento da abertura de válvulas de
cilindros, com a subseqüente recompressão do gás em um volume muito menor que o
original, há produção de calor. Este pode ser suficiente para incendiar substâncias,
como óleo e graxa.
C) Substâncias combustíveis
Inúmeros artigos utilizados em salas de cirurgia são potencialmente combustíveis,
como por exemplo: tubo endotraqueal, fitas adesivas, tubos e bolsas plásticas
95
utilizadas em circuito respiratório, esponjas, máscaras, produtos de papel, luvas,
roupas cirúrgicas, gases do trato intestinal, agentes de limpeza e assepsia (álcool e
éter). A orientação dos profissionais de centro cirúrgico com relação a estes riscos é
um dos fatores preventivos a ser aplicado.
Prevenção de acidentes
A prevenção de acidentes, dos quais a anestesia toma parte, é vital, mas também é
uma tarefa difícil. Verificações, manutenção adequada do equipamento e o uso
vigilante são medidas importantes, mas outras são necessárias.
Unidades eletrocirúrgicas
O bisturi elétrico utiliza em seu funcionamento altos valores de corrente e tensão
elétrica, faiscamentos e geração de interferência eletromagnética. Estes fatores são
intrínsecos a qualquer tipo de bisturi elétrico, gerando riscos para ambos, paciente e
operador.
A corrente elétrica responsável pelo corte tem sua origem no eletrodo ativo (caneta), a
qual, após realizar o corte ou a coagulação, retorna à terra através do eletrodo
dispersivo (placa neutra). A corrente se distribui por toda a área da placa. Em situações
normais, devido à área de contato com o paciente ser suficientemente grande, não há
elevação de temperatura da pele do paciente sob o eletrodo dispersivo. Em situações
anormais podem ocorrer queimaduras.
96
Queimaduras sob a placa neutra (braços, pés e cabeça do paciente)
Este tipo de queimadura surge quando a placa neutra é mal colocada, formando pouca
área de contato com o corpo humano. Deste modo, com a corrente elétrica circulando
através de pouca área de contato, ocorre elevação da temperatura no ponto de contato
e queimadura na pele.
97
em caso de acidente, um profissional habilitado deve ser acionado para o
diagnóstico da situação, de modo a evitar repetição de casos.
Isso significa que dizer que a placa do eletrodo de retorno está 44 Volts acima do
potencial das partes metálicas aterradas que se incluem nas salas de cirurgia.
Outro aspecto relativo aos cabos de alimentação dos eletrodos ativo e dispersivo é o
seu comprimento. Fios excessivamente longos formam um acoplamento capacitivo
maior com relação ao piso de uma sala cirúrgica aterrada. Devido ao fato dos
capacitores terem o comportamento de condutor para rádio-freqüências, haverá fuga
de corrente para os objetos aterrados, podendo inclusive, na pior das hipóteses, fluir
através do corpo do paciente até o terra, via pequenos pontos de contato.
O fato de existir uma diferença de potencial entre o paciente e a terra permitirá que
qualquer corrente de fuga, em determinadas condições, circule pelo paciente, podendo
não raro causar a morte deste. Isto acontece em virtude do paciente estar cateterizado,
situação em que o choque elétrico, apesar de não ser sentido, é aplicado diretamente
sobre o coração. Por este motivo a corrente de fuga de equipamentos deve ser medida
e controlada.
98
uso médico hospitalar, que gravem todos os procedimentos e ajustes feitos nos
comandos durante o uso dos mesmos. Pelos resultados apresentados na memória do
sistema, a analise do acidente será mais rápida e objetiva, além de permitir o
conhecimento do risco para imediata adoção de medida de controle.
Uma vez que pressões maiores ou menores que a atmosfera são utilizadas por estes
equipamentos, o risco de explosão ou implosão está presente. Desse modo, os
aspectos construtivos dessas unidades devem ser capazes de proteger o usuário e o
paciente contra danos dessa natureza. Por causa dos riscos inerentes a essas
unidades, somente pessoal propriamente treinado devem permanecer dentro das salas
onde o mesmo está sendo usado.
O raio "laser" tem alto rendimento, o que significa que o mesmo pode refletir-se em
superfícies polidas e atingir outras pessoas. Assim, as superfícies capazes de refletí-lo
devem ser minimizadas. Além disso, óculos de proteção individual contra este tipo de
radiação devem ser usados sempre os óculos de proteção individual devem assegurar
adequada atenuação dessa radiação e prevenir a entrada de radiação pela lateral dos
óculos.
A proteção do paciente também deve ser levada a efeito. A proteção dos olhos deve
ser feita e em caso de anestesia geral, seus olhos devem ser cobertos. O local da
cirurgia deve ser coberto por panos úmidos, particularmente quando "laser" a dióxido
de carbono é utilizado.
Deve-se cuidar para que o "laser" não seja causa de ignição de tubos endotraqueais
carregados de vapores anestésicos combustíveis. Todo endotraqueais projetados para
este fim devem ser usados sempre que possível.
As instituições que fazem uso do laser devem ter estabelecidos os procedimentos para
operação segura desse equipamento e o princípio da segurança para operações desse
tipo.
Unidades de eletrocardiografia
Um eletrocardiógrafo proporciona uma completa e precisa gravação do
eletrocardiograma do paciente. Usualmente, este sinal é gravado com 12 diferentes
combinações entre as posições dos eletrodos. Utilizando gravação de alta fidelidade, é
possível examinar exato e quantitativamente o ritmo e morfologia das formas de onda
geradas pela despolarização das células do miocárdio, bem como níveis de voltagem e
tempo entre os eventos. Desse modo, o eletrocardiógrafo permite um diagnóstico mais
99
específico e preciso de doenças de origem cardíaca.
O desfibrilador
A questão de segurança em desfibriladores pode ser atribuída á falha do equipamento,
erro de operação e manutenção imprópria.
100
a parte mais significante das falhas como desfibriladores geralmente se relaciona a
erros de operação e manutenção adequada de equipamento.
Assim, para garantir o uso seguro do desfribilador, o operador deve estar intimamente
familiarizado com sua operação. Além disso, deve saber como garantir a segurança do
paciente e dos elementos que fazem parte de sua equipe, bem como manter o
equipamento e seus acessórios em perfeitas condições de uso.
Durante a monitoração através de pás, uma breve parada deve ser feita antes de
acessar o ritmo do paciente. Quando a desfibrilação automática externa estiver sendo
usada, a análise do ritmo do paciente só deverá ser feita em caso de ataque cardíaco
total. Em adição, todo movimento veicular (macas, aviões, helicópteros ou
ambulâncias) do paciente deve cessar antes de se iniciar a análise cardíaca com o
desfibrilador externo automático.
Aplique gel, pasta, pás com gel ou eletrodos descartáveis antes de carregar o
desfibrilador. Minimize queimaduras de pele usando uma quantidade adequada de gel
ou pasta ou utilize eletrodos descartáveis para desfibrilação. O gel deve ser usado de
modo a cobrir completamente a superfície de ambas as pás. Não use quantidades
excessivas de gel, pois ele pode produzir um caminho de continuidade entre as pás ou
atingir as mãos, proporcionando desse modo perda (fuga) de corrrente. Se possível,
deve ser evitado uma pessoa apenas para fazer massagem cardíaca e desfibrilar
alternadamente. Procedendo deste modo, há um aumento no risco de que o gel,
proveniente do tórax do paciente, seja transferido para o punho das pás do
desfibrilador, colocando o operador em risco.
Proteja o paciente de outros riscos elétricos. Todo equipamento usado na área deve
ser verificado quanto á corrente de fuga. A verificação dos valores permissíveis de
corrente de fuga, as medições após as operações de reparo dos equipamentos e a
periodicidade dos testes serão de atenção do setor de engenharia clínica ou
manutenção. Quanto ao aspecto de segurança do paciente, a atenção do clínico deve
ser redobrada. Rádiotransmissores podem interferir com o traçado do monitor. As
101
máquinas de diatermia, as quais produzem energia sob a forma de campo elétrico,
podem interferir com a operação do desfibrilador.
Equipamentos auxilares, que podem ser danificados com o choque produzido pelo
desfibrilador, devem ser desconectados do paciente.
Por exemplo, se o punho das pás tem gel sobre elas, o toque do operador sobre elas
pode criar este caminho. Para testar um desfibrilador, use um equipamento adequado
para tal fim. Para liberar uma carga indesejada, siga as instruções do fabricante.
O desfibrilador nunca deve ser descarregado com a superfície das pás tocando uma na
outra (descarga com pás em curto). Isto pode causar pequenas perfurações nas pás,
as quais aumentar o risco de queimaduras no paciente e pode, além disso, diminuir a
vida do equipamento.
Sempre limpe as pás após o uso. Uma vez que o gel seco apresenta propriedades
condutoras, a falta de limpeza das pás após o uso pode tornar perigosas as operações
de desfibrilação subseqüentes, bem como as situações de verificação preventiva.
102
continuada são dados no Apêndice D.
Outro risco existente nas imcubadoras é o mercúrio utilizado nos termômetros. Sendo
altamente tóxico faz com que cuidados especiais devam ser tomados com relação a
eles.
Atualmente, por insistência da comunidade usuária, seu uso vem sendo eliminado.
103
desinfecção e esterilização. A inobservância desta orientação compromete o sucesso
do tratamento e a vida do paciente.
Unidades de hemodiálise
Para proteção dos trabalhadores contra doenças transmitidas por sangue ou outras
doenças, quando a unidade estiver sendo testada ou desmontada para limpeza, deve
ser feito o uso de luvas de borracha, aventais de manga comprida e óculos de
proteção.
A possibilidade de que infecção pudesse ser transmitida por equipamento médico foi
deixada de lado por muito tempo. Atualmente o interesse sobre a transmissão de
infecção através de equipamento tem aumentado. Nesse sentido, tratamos aqui deste
assunto de maneira introdutória, visando apresentar cuidados mínimos que devem ser
tomados com equipamentos afim de minimizar os riscos de infecção.
104
O dilema da esterilização
São os equipamentos hospitalares responsáveis por infecções? Há fatos notadamente
comprovadores de que a contaminação de pacientes tenha sido causada por
equipamento? Este dilema refere-se, portanto, à determinação de qual o equipamento
a ser esterilizado. Isto toma-se de fácil resolução se consideramos os conceitos de
artigos e áreas hospitalares previamente descritos. Alguns pontos que visam a analisar
o problema são citados a seguir:
Limpeza do equipamento
105
A menos que um artigo seja mecanicamente limpo, pode não haver superfície de
contato entre o agente desinfetante ou esterilizante, de modo a obter-se uma
esterilização eficaz.
Pré – limpeza
Deve ser feita com água fria, tão cedo quanto possível, de modo a impedir o
ressecamento de material orgânico como sangue e secreções, o que dificultará em
muito o processo total de reutilização do equipamento ou artigo.
Preparo do equipamento
O preparo envolve a desmontagem do equipamento, remoção de etiquetas, fitas
adesivas, etc. De um modo geral, se um equipamento pode ser desmontado, isso deve
ser feito de modo a facilitar a ação dos agentes esterilizantes.
Deixar de molho
Isso permitirá que sujeiras mais pesadas sejam removidas mais facilmente. O
equipamento deve ser imerso (quando possível) em água e detergente. O detergente
deve ser escolhido para permitir melhor umidificação das superfícies dos equipamentos
e não por suas propriedades desinfetantes. Deve agredir o menos possível a superfície
do material em questão. O tempo de molho deve ser suficiente para permitir a total
remoção de matéria orgânica. Adesivos e óleo podem necessitar de detergente
especial.
Remoção da sujidade
Durante a limpeza, especial atenção deve ser dada a encaixes, cantos, frestas, onde
as sujidades podem estar alojadas. Para a remoção de sujidades, podem-se empregar
escovas como aquelas utilizadas para a lavagem das mãos em centros cirúrgicos. São
bastante eficientes se usadas adequadamente.
Enxagüe
Essa atividade removerá finalmente as sujidades, tornado o equipamento semi-pronto
para uso. Removerá, além disso, o detergente residual. Alguns itens devem ser
enxaguados com água desmineralizada ou destilada. Após o enxagüe, cada item deve
ser observado para certificação de que não há sujidades em sua superfície.
106
Secagem
A menos que o equipamento ou item vá ser esterilizado ou desinfetado, o mesmo deve
ser completamente seco. Mesmo que o item não seja desinfetado posteriormente, o
processo de secagem deve ser efetuado de modo a evitar o crescimento de
microrganismos.
Fervura a 100 °C
A fervura a 100°C é letal à maioria das bactérias n a forma vegetativa, a muitos esporos
e praticamente a todos os vírus, em menos de 30 minutos. Um tempo de 3 a 5 minutos
de fervura, ao nível do mar, mata muitas bactérias na forma vegetativa. Em atitudes
elevadas, onde o ponto de ebulição ocorre a menos de 100°C, um tempo maior é
necessário. Recomenda-se que o tempo de 30 minutos seja aumentado em 5 minutos
para cada 300 metros de altitude acima do nível do mar.
Autoclavagem
A esterilização de equipamentos médicos requer cuidados especiais, principalmente
para manter a integridade dos equipamentos. Vários processos são utilizados, dentre
eles o vapor. O tempo mínimo para esterilização, com vapor a 121 graus Celsius à
pressão de 1kgf/cm2, é de 15 minutos. Se a temperatura for de 126 graus Celsius,
haverá uma redução de tempo para 10 minutos.
A velocidade de esterilização depende da temperatura. Deve-se, portanto,
compatibilizar o processo escolhido com as características do material a ser
esterilizado.
Radiação gama
A radiação gama é uma onda eletromagnética produzida durante a desintegração de
certos elementos radiativos. Se uma dosagem adequada é aplicada ao produto, todas
as bactérias ou produtos serão mortos. As vantagens da esterilização gama são as
seguintes:
o produto pode ser pré-embalado antes do tratamento;
o produto é mantido estéril até que a embalagem seja removida;
como não há aumento de temperatura durante o tratamento, materiais e
embalagens termolábeis podem ser esterilizados;
o equipamento pode ser usado imediatamente após a esterilização;
107
causa mudanças em alguns plásticos como PVC, de modo que íons cloro são
liberados do material. Este fato não causa problemas quando usado diretamente
sobre o paciente. Entretanto, quando esterilizado posteriormente em óxido de
etileno, há formação de etileno cloridrina, substância extremamente tóxica aos
tecidos.
B) Temperatura
Embora esses agentes sejam usados para serem utilizados à temperatura ambiente,
sua eficiência aumenta com a elevação da temperatura.
C) Limpeza do material
A limpeza do equipamento é essencial para a garantia da ação germicida do produto.
Equipamentos sujos irão necessitar de exposições mais longas ou concentrações mais
elevadas. Ainda assim há a possibilidade de uma não esterilização.
D) Organismos infecciosos
A eficiência da esterilização por agentes químicos varia amplamente de organismos
para organismo. Alguns microrganismos são mais eficientemente mortos do que outros.
108
Há casos de microorganismos isolados em soluções desinfetantes. Esse fato faz com
que a utilização de agentes químicos seja cuidadosamente implementada.
E) Tempo
O temo necessário para a esterilização dependerá da natureza dos diferentes agentes
químicos, bem como dos temas previamente citados. Ele varia de minutos a horas.
Geralmente o tempo de destruição de esporos é maior que o tempo para destruir
bactérias na forma vegetativa. Para uma garantia da eficiência do processo de
esterilização, é necessário que se conheça o tempo mínimo para esterilização de cada
agente esterilizante.
G) Agentes esterilizantes
A tabela 6 indica a eficiência de cada agente esterilizante, frente aos tipos comuns de
microorganismos existentes no ambiente hospitalar.
Esterilização
Para que a esterilização a óxido de etileno seja eficaz e segura, alguns fatores devem
ser rigorosamente observados.
109
A) Concentração do gás
A concentração do gás esterilizante é usualmente medida em miligramas de gás por
volume, em litros da câmara. Esse fator deve ser dimensionado na validação do
processo.
B) Temperatura
A eficácia da esterilização é diretamente ligada à temperatura, de modo que, quanto
maior a temperatura maior a eficácia o processo. Os valores de temperatura
normalmente são ajustados pelo fabricante do equipamento, mas podem ser alterados
conforme a necessidade do processo. Utilize para esse serviço somente profissionais
habilitados.
C) Umidade
O teor de umidade dentro da câmara, bem como no interior do microorganismo, afeta a
eficácia do processo. O conteúdo de água é importante para amolecer a parede dos
esporos, como também para acelerar as reações químicas que ocorrem no interior da
célula.
D) Barreiras protetoras
Sangue coagulado pode atuar como barreira à penetração de óxido de etileno. Desse
modo, o equipamento deve estar completamente limpo antes da esterilização.
E) Empacotamento.
O tipo de material utilizado no empacotamento deve ser permeável á água e ao gás.
Em esterilizados que possuem vácuo, o material do empacotamento deve permitir que
o ar escape. O polietileno é o material mais comumente usado para esse fim. O fato de
ser transparente permite que o material em seu interior seja visto.
F) Período de exposição
O tempo de esterilização dependerá dos fatores previamente mencionados e será tanto
maior quanto maior for a qualidade de material a esterilizar. Entretanto, esse tempo
poderá ser otimizado durante a validação do processo.
Aeração
O óxido de etileno atua na superfície dos materiais e, dependendo das características
de porosidade deste, em seu interior. Nesse sentido, a aeração é necessária para que
o mesmo seja retirado de seu interior, tomando o material seguro para quem opera
(funcionários) e pacientes
110
.
A aeração pode ser feita de dois modos: mecânica e ambiental. A aeração ambiental é
altamente variável pois depende do controle de temperatura e do fluxo de ar através da
carga. É sempre mais demorada que a aeração mecânica. Além disso, pode trazer
problemas a pacientes, devido à aeração imprópria.
Metais ou vidro que estejam envolvidos por materiais absorventes devem ser aerados.
O material que traz mais problemas para a aeração é o cloreto de polivina (PVC), que
absorve fortemente o óxido de etileno. Quando a composição do material é
desconhecida ou duvidosa, o mesmo deve ser tratado como o PVC. Objetos mais
espessos requerem maior tempo de aeração que os delgados. As misturas de óxido de
etileno à base de fluorcarbono requerem maior tempo de aeração que as de dióxido de
carbono. O aumento da temperatura da aeração acelera a retirada de gás dos
materiais. A temperatura usual de aeração varia entre 50 e 60°C.
A aeração é afetada pelo volume de troca de ar por hora, bem como pelas
características do ar. O uso a que o material se destina, interno ou externo ao corpo,
intravascular ou implantando, afetará a quantidade de óxido de etileno permissível nos
materiais.
111
Estes problemas são causados por níveis excessivos de óxido de etileno e seus
subprodutos (etileno glicol e etileno cloridrina), que são originados após a esterilização.
O etileno glicol é formado pela reação com a água e o etileno cloridrina é formado pela
reação com íons cloro, normalmente por produtos de PVC previamente esterilizados
com radiação gama.
112
Estas informações são as mais variadas possíveis, como peças trocadas, manual de
operação e de manutenção (serviço), acidentes que envolveram o equipamento,
relatórios de manutenção preventiva e corretiva, procedimentos de calibração e
ajustes.
Há duas razões básicas para se testar equipamentos médicos: Para proteger pacientes
de danos ou morte através da detecção precoce de uma falha ou mal funcionamento.
113
Contudo, um equipamento para teste de ventiladores deve possuir a capacidade de
simular o paciente (adulto/pediátrico) em várias condições fisiológicas, através da
variação da complacência pulmonar e resistência das vias aéreas, realizando o teste
em condições, dinâmicas conforme normas ISO, ANSI e ASTM.
Simulador de ECG
O eletrocardiógrafo é um equipamento que permite tornar visíveis as enfermidades
edesordens relativas à atividade elétrica do músculo cardíaco. Daí a necessidade de
uma constante e programada verificação da "performance" do mesmo. Esta verificação
não deve ser feita somente em aparelhos de eletrocardiografia, mas também em
monitores cardíacos e unidades de telemetria. Existem vários padrões e guias, os quais
recomendam o teste do equipamento para garantir que o mesmo esteja livre de erros.
Entre estes padrões, citamos as recomendações da AHA – 1967, bem como seu
Boletim de 1975. A periodicidade desses testes é de 06 meses.
Para uma análise mais completa, o calibrador poderá possuir sistemas para gerar
pressões dinâmicas baseadas em sinais fisiológicos e pressões estáticas, além de
sinais de ECG sincronizados com ondas de pressão. Alem desse equipamento, poderá
ser utilizado um testador pneumático de transdutores de pressão para calibrar e
114
consertar sistemas pneumáticos, hidráulicos e no transdutor de pressão de modo a
comparar as
Medidor de Pressão
Este equipamento é destinado à medição de pressões positivas e negativas
provenientes de diversas fontes pneumáticas e hidráulicas (gases ou líquidos) em
várias escalas de medição. Entre os equipamentos que se aplica, citamos o laser
oftalmológico, ventiladores, aparelhos de anestesia, aspiradores, etc. Estes podem ou
não serem associados com outro medidor de fluxos de gases.
Simulador de multiparâmetros
O objetivo desta aparelhagem é simular os sinais vitais de um paciente. Sua aplicação
é feita diretamente a equipamentos médicos e seus sinais podem ser gerados e
utilizados simultaneamente. Entre os parâmetros simulados devem conter: pressões,
ECG freqüência respiratória e temperatura.
Monitor de oxigênio
Destina-se à monitoração contínua da concentração de oxigênio em misturas gasosas
de respiradores, aparelhos de anestesia, incubadoras, etc.. Este equipamento permite
avaliar a existência de possíveis defeitos nos outros que fazem uso intensivo de
oxigênio. O monitor de oxigênio deverá ser verificado semestralmente.
115
bilirrubinemia, que se mantém até um "ponto de saturação", isto é, quanto maior a dose
de irradiância liberada, mais eficaz é a fototerapia.
Analisador de marcapasso
O marcapasso é um instrumento que libera um estímulo elétrico para o coração, com o
objetivo de causar a despolarização cardíaca e pôr fim a contração muscular do
miocárdio. É um substituto do sistema cardíaco, gerador e condutor de impulsos
elétricos. O seu perfeito funcionamento é de vital importância.
Por isso, a medição da potência gerada por aparelhos de ultra-som terapêutico é uma
medida de segurança que visa possibilitar uma utilização segura do equipamento sem
riscos desnecessários ao paciente.
O analisador de bisturi deve ser capaz de realizar testes simples porém precisos. Deve
medir a corrente de fuga em RF, testar os detectores de interrupção de cabos de placa
(teste REM), testar falta para a terra. Deve possuir saída isolada para osciloscópio,
onde a forma de onda utilizada também pode ser analisada. Equipamentos mais
sofisticados permitem acoplamento a registradores, os quais permitem uma análise
mais cuidadosa dos resultados. As unidades eletrocirúrgicas devem ser verificadas a
cada 6 meses.
116
Analisador de desfibrilador
O analisador de desfibrilador é bastante importante para verificação da segurança de
equipamentos frente ao paciente e usuário. Deve ser capaz de medir a energia
armazenada e a entregue, em joules, através da simulação do corpo humano por uma
resistência elétrica. Outros recursos desejáveis: medição de energia, tempo de
sincronismo (cardioversão), medição de energia, tempo de sincronismo (cardioversão),
medição de tensão elétrica e corrente de pico, geração de sinais de ECG, senóides,
ondas quadradas, triangulares, medir o tempo de recarga entre disparos consecutivos,
etc. Os desfibriladores devem ser testados a cada 6 meses.
Conclusão
Estes testes devem ser realizados rotineiramente, com o auxílio do setor de
Engenharia Clínica, pois envolvem ajustes e interpretações específicas. São de
fundamental importância para a segurança do paciente, usuário e da própria instituição,
no que se refere a ações legais movidas por paciente lesado, de alguma forma.
117
INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES
Sempre que o paciente sofre algum tipo de lesão (dano), um dos primeiros
procedimentos deve ser encontrar a causa. Uma causa frequentemente observada é
um possível problema no equipamento assim que o fato tenha acontecido.
A literatura médica legal tem descrito muitos casos vários danos em pacientes tenham
ocorrido em sucessão, ou seja, o equipamento defeituoso continuou a ser utilizado
após o primeiro acidente ter ocorrido. Geralmente, isto surge por não ter sido
levantadas suspeitas sobre o funcionamento adequado do equipamento.
Após a realização das fotografias, todo equipamento suspeito que contribui para o
surgimento do problema deve ser colocado em local seguro, para prevenir
modificações antes de ser colocado para análise por um perito.
Um perito imparcial deve ser escolhido para investigar o equipamento suspeito. Deve
ser uma pessoa que possua amplos conhecimentos sobre as várias peças do
equipamento, bem como dos problemas relativos ao paciente. Se possível, todas as
partes, incluindo o anestesista, paciente, hospital, cirurgião, fabricante do equipamento
e representante do serviço devem estar de acordo com o perito. Na ausência de
concordância cada parte pode trazer o seu ponto de vista.
O investigador deve ter certas informações antes de investigar, isso inclui nome,
modelo, número de série, informações do serviço e relatórios do hospital sobre cada
peça do equipamento que esteja envolvido. Os relatórios da anestesia e qualquer
informação pertinente ao prontuário do paciente, dos casos que utilizaram o
equipamento antes do acidente em questão, devem ser avaliados.
118
As questões que se seguem devem ser respondidas, de modo a proporcionar a
compreensão das causas do acidente:
119
O desenvolvimento de um programa de treinamento exaustivo a respeito do uso de
equipamentos médicos é uma das principais intenções de um programa de segurança
em hospitais. Um sistema para planejamento, execução e avaliação de programas de
treinamento em serviço foi desenvolvido por Baud.
Devido às mudanças que vêm ocorrendo na esfera judicial, frente ao avanço
tecnológico e a acidentes, responsabilidades adicionais estão sendo impostas para
médicos e enfermeiras. Um treinamento visando reconhecer as condições dos
equipamentos, necessidade de reparos e sinais que demonstrem possibilidade de
falhas, deve ser recomendado para esses agentes da área da saúde.
120