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Métodos de Cozimento

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MÉTODOS DE COZIMENTO

Razões para cozinhar os alimentos

O termo cozinhar significa a preparação de pratos quentes ou frios para utilizá-los


como alimentos, assim como a seleção dos materiais ou substâncias que serão cozidos. A
importância de cozinhar os alimentos submetendo-os à ação do calor tem sido
reconhecida por anos a fio. É verdade que alguns alimentos apelam ao apetite no seu
estado cru enquanto que outros podem ser ingeridos tanto crus quanto cozidos. Há várias
razões para explicar porque o cozimento é desejável, listados a seguir:

 O cozimento torna os alimentos mais palatáveis. Isto se aplica a alimentos como


carnes, cereais, e muitas hortaliças, que seriam intragáveis ingeridos crus.

 O cozimento torna os alimentos mais digeríveis. Por exemplo, os grãos duros, como
trigo, e as hortaliças secas, como feijões, não poderiam ser digeridos prontamente a
menos que amolecidos pelo cozimento. Mas ao mesmo tempo em que o cozimento
torna estes alimentos mais digeríveis, torna mais difícil a digestão de outros, como no
caso dos ovos. O grau de digestibilidade depende muito do método de cozimento
utilizado e a habilidade do cozinheiro. Um ovo em seu estado quase líquido, ou
quando somente levemente cozido, como ovo pochê, é mais fácil de ser digerido do
que ao se tornar duro pelo cozimento. Então, também, um ovo cozido duro quando
apropriadamente cozido é mais digerível que um cozido inapropriadamente, embora o
grau de cozimento seja o mesmo.

 O cozimento proporciona grande variedade aos alimentos. O mesmo alimento pode


ser cozido por vários métodos e pode ter gostos e aparências diversificadas. Por outro
lado, pode ser combinado com numerosos outros alimentos, incrementando assim a
variedade dos pratos nos quais pode ser utilizado. O grande número de receitas
encontradas nos livros de cozinha mostra a atenção feita para se obter tal variedade
em pratos cozidos pela combinação de alimentos diferentes.

 O cozimento esteriliza alimentos parcialmente ou completamente. Muitos alimentos


necessitam de esterilização parcial ou completa para serem seguros. Devem ser
completamente esterilizados se os germes que produzem fermentação ou putrefação,
e, portanto a deterioração do alimento, eles devem ser destruídos. Este procedimento
é realizado quando as frutas e hortaliças são enlatados para conservação. Alimentos
expostos ao pó, insetos, e à manipulação imprópria devem ser totalmente cozidos a
fim de destruir qualquer germe patogênico que possa estar presente. Pois tais germes
podem significar doenças potenciais. Eles diferem dos germes que produzem
fermentação e putrefação, ou deterioração, e podem ser considerados como benéficos
algumas vezes, pois exercem papel importante no crescimento do pão ou na
preparação de vários alimentos, como apresentaremos adiante.
 O cozimento desenvolve as qualidades organolépticas de muitos alimentos. No caso
de algumas hortaliças, a substância flavorizante é obtida por certos métodos de
cozimento e, portanto se desenvolve um sabor otimizado.

MÉTODOS DE COZIMENTO

Processos de cozimento

O alimento é cozido pela aplicação de calor, que tanto pode ser úmido quanto
seco. A arte de cozinhar inclui a preparação do material a ser servido ou ingerido cru, e o
cozimento por si próprio é impossível sem calor. Na verdade, a parte do cozimento que
requer maior habilidade e experiência é aquela na qual o calor está envolvido. O
direcionamento explícito para a condução dos vários processos de cozimento depende do
tipo de forno, dos utensílios de cozimento, e mesmo das condições atmosféricas. É
verdadeiro que os resultados de alguns processos dependem muito do estado das
condições atmosféricas, que se pode não obter tanto sucesso em um dia úmido e pesado;
também, é bem sabido que o forno atua perfeitamente em alguns dias, enquanto em
outros parece teimar consigo mesmo. Além das dificuldades mencionadas, o calor por si
próprio algumas vezes apresenta obstáculos no cozimento de alimentos, sua regulagem de
tal maneira que se mantenha uniforme pode ser uma proposta difícil. Então, um prato
pode ser perdido pela submissão ao calor muito intenso, pelo cozimento muito
prolongado, ou pelo não cozimento rápido o suficiente. Todos estes pontos devem ser
aprendidos, e a melhor maneira de dominá-los é colocar em constante prática os
princípios que estão envolvidos no COZIMENTO.

Obviamente, o primeiro passo para ganhar domínio do COZIMENTO é se tornar


intimamente familiar com os diferentes métodos e processos, os modos que devem ser
aplicados, e os motivos para aplicá-los. Há numerosos modos de cozinhar os alimentos,
mas os principais processos são: ferver, cozer, cozer a vapor, cozer a seco, brasear,
refogar, assar, grelhar, grelhar em frigideira, fritar e saltear. Qual destes utilizar depende
do alimento a ser cozido e o resultado desejado. Se o método errado for empregado,
haverá desperdício de material ou o alimento obtido será menos desejável em sabor ou
maciez. Por exemplo, seria um desperdício e indesejável assar uma ave velha dura ou
ferver um bife macio.

Os vários métodos de cozimento ficam naturalmente divididos em 3 grupos: os


que envolvem calor seco, os que requerem calor úmido, e aqueles nos quais a gordura
quente é o meio de cozimento.

COZIMENTO POR CALOR SECO

Cozinhar com calor seco inclui grelhar, grelhar em frigideira e assar (gratinar).
Mas, seja qual for o processo utilizado, o princípio é praticamente o mesmo. Nestes
processos, o alimento é cozido pela exposição à fonte de calor ou pela colocação em
forno fechado e submetido ao ar quente. Quando o calor seco é aplicado, o alimento a ser
cozido é aquecido a uma temperatura mais elevada que quando o calor úmido é usado.

Grelhar– o processo de cozimento conhecido como grelhar, consiste


em expor o alimento a ser cozido diretamente sobre fonte de calor.
Ou seja, cozê-lo por cima ou ante uma camada de brasas ou chama
de gás. O objetivo de tal método é reter os sucos do alimento e
desenvolver seu sabor. Como é um método rápido, os alimentos que
não são tenros, como por exemplo, uma carne rija, não devem ser
submetidos a este método, porque grelhar não ajuda a tornar suas
fibras mais tenras. Ao aplicar este processo de cozimento, que é particularmente
apropriado para porções tenras de carne e para aves jovens, o alimento deve ser exposto
ao calor intenso primeiramente para selar sua superfície rapidamente e ajudar a reter
parcialmente seus sucos. No começo do cozimento, o item submetido deve ser virado
frequentemente. Depois, assim que o exterior ficar dourado, o calor deve ser reduzido, se
possível, e o alimento deixado a cozer até chegar ao ponto. Se o processo for realizado
sobre brasas, é necessário continuar virando o alimento durante todo o processamento.
Grelhar produz um sabor especial e particular aos alimentos nos quais é aplicado,
contanto que não sejam rijos, mas não é o modo mais econômico de cocção.

Grelhar na panela – é uma adaptação do método de grelhar.


Consiste em cozinhar o alimento numa frigideira extremamente
quente na chama do fogão, sem o uso de gordura. Neste processo as
superfícies do bife, ou peça, ou seja qual for o alimento, é
rapidamente selado, após o que deve ser virado frequentemente e
cozido mais lentamente até chegar ao ponto desejado. O motivo de
grelhar na panela é o mesmo que grelhar, e é utilizado, via de regra,
quando o fogo não é a condição correta para grelhar.

Assar – significa cozinhar em forno aquecido à temperatura que varie


de 100 a 250°C. As condições atuais do processo devem ser bem
entendidas. Tanto no grelhar quando no assar na panela, o calor é
aplicado diretamente. Ou seja, o alimento é exposto diretamente à
fonte de calor. O assar difere destes processos por ser feito em forno
fechado ou por meio de ar aquecido. Alimentos feculosos, tais como
pães, bolos e confeitaria em geral são quase sempre assados e aos
poucos outros alimentos, como carnes, peixes e hortaliças estão sendo submetidos a este
método de cozimento também, por motivo de benefícios saudáveis que estão implicados.
Na realidade, as pessoas que possuem habilidade em cozinhar, utilizam o forno cada vez
mais para alimentos que formalmente seriam cozidos de outras maneiras.

Assar na panela – originalmente o termo assar significa cozinhar


no fogo, porque, antes da época dos fogões, praticamente todos os
alimentos eram cozidos ao fogo. O alimento a ser assado na panela
deve ser colocado no fogo em um recipiente que reflita o calor,
recipiente aberto ao fogo e fechado ao local. O assado deve ser suspenso neste recipiente,
virado lentamente, e cozido assim em calor por radiação – ou seja, o calor na forma de
raios diretos – sendo o principio o mesmo que no grelhar, mas com aplicação diferente.
Atualmente, o termo assar é quase universalmente aplicado à ação de calor seco e calor
por radiação.
Deve-se notar que o sucesso em assar na panela depende muito do formato do
item a ser assado, mais que seu peso. Por esta razão, cortes de carne compactos, densos,
são geralmente selecionados para assar e os cortes finos para grelhar. O bom resultado
depende muito também da vasilha selecionada para o processo. Um dos maiores
objetivos na cocção deve ser salvar ou preservar o máximo possível do alimento. Ou seja,
pelo processo que cause menor desperdício no resultado final de cozimento.

Gratinar – cobrir uma preparação com queijo (gruyère, parmesão,


etc), ou de farinha de rosca, e depois expor o prato na salamandra
a fim de obter uma crosta dourada e brilhante.

COZIMENTO COM CALOR ÚMIDO

Os métodos de cozimento com calor úmido são: ferver, cozinhar em fervura lenta,
cozinhar a vapor, cozinhar a seco e brasear. Em cada um destes processos, o efeito do
calor úmido no alimento é inteiramente diferente do que no calor seco. Contudo, o
método a ser selecionado depende muito da quantidade de água que o alimento contém.
Para alguns alimentos, deve-se adicionar muita água no processo de cozimento. Em
outros, somente um pouco ou nada. Se o alimento não for colocado diretamente em
grandes ou pequenas quantidades de água, será cozido por contato com o vapor ou em
utensílio aquecido colocado dentro de outro contendo água, como por exemplo, em uma
cuscuzeira.
Como a água é um fator importante no cozimento em calor úmido, deve-se entender sua
natureza e uso. Portanto, antes de considerar os processos de cozimento por calor úmido
em detalhes, a função da água no organismo e no cozimento deve ser discutida.

Função da água no organismo – a água não fornece energia ao corpo, mas exerce um
papel muito importante na nutrição. De fato, sua função particular no corpo é agir como
solvente e carreador de material nutritivo e de eliminação. Ao fazer este trabalho,
mantêm-se os líquidos do organismo apropriadamente diluídos, aumenta-se o fluxo dos
sucos digestivos, e ajuda-se a carregar para fora todo o material de eliminação. Contudo,
sua habilidade em atuar nestas funções necessárias de maneira correta, depende da sua
qualidade e sua segurança.

Tipos de água – a água pode ser dura ou mole. Ao cair das nuvens, a água é pura e mole
até que entre em contato com gases e sólidos, que são dissolvidos por ela e mudam seu
caráter. É sabido que a última água a cair do chuveiro é muito melhor que a primeira,
pois a primeira limpa não somente o ar, mas os canos e outros elementos com os quais
entra em contato. Na passagem através de certos tipos de solos e por rochas, a água
dissolve alguns minerais que estão contidos nela e assim modifica-se de mole para dura.
Se matéria de esgoto penetrar em um poço ou caixa d’água, a água será passível de conter
bactérias, que a tornarão não própria e segura para beber até ser esterilizada pela fervura.
Além da água de chuva e da água destilada, não há nenhum outro tipo inteiramente mole.
Todos os outros tipos de água contêm sais em solução em maior ou menor grau.
A qualidade de dureza, que está presente em quase todos os tipos de água, pode ser
temporária ou permanente. A água é temporariamente dura quando contém limo solúvel,
que está precipitado, ou seja, separado dela, pela fervura. Qualquer dona de casa que usa
uma chaleira para ferver a água está familiarizada com esta condição. O limo precipitado
dia após dia adere às laterais da vasilha na qual a água é fervida, e com o tempo, torna-se
bem encoberta. A dureza permanente é causada por outros compostos do limo que não
são precipitados pela fervura da água. A única maneira de amolecer esta água é
adicionando um material álcali, como bórax, bicarbonato de soda.

Usos de água no cozimento – é o poder solvente, ou de dissolução, da água que a torna


tão valiosa no cozimento, mas dos dois tipos, a água mole é preferível à dura, porque
possui maior poder solvente. Isto se deve ao fato que a água dura já foi dissolvida por
certa quantidade de material e irá, portanto, dissolver menos substâncias alimentares e
sabores que ao utilizá-la para propostas de cozimento que a água mole, que não dissolveu
nada. É sabido também que o sabor de bebidas como chá ou café é em grande parte
otimizada ou não pelo uso de água dura. Feijões e ervilhas secos, cereais, e cortes rijos de
carne não cozerão ao ponto macio tão prontamente na água dura quanto na mole, mas a
adição de pequena quantidade de bicarbonato durante o cozimento destes alimentos ajuda
a amolecê-los.
A água é utilizada no cozimento principalmente para extrair os sabores, como no preparo
de café, chá, e sopas; como meio de carrear sabores e alimentos em bebidas como
limonada e chocolate; para amolecer fibras vegetais e animais; e para cozinhar amidos e
dissolver açúcar, sal, gelatina, etc. No cumprimento deste trabalho, a água atua como
meio para conduzir o calor.

Fervura – ferver significa cozinhar os alimentos em água fervente. A água ferve quando
sua temperatura é aumentada pelo calor, para o que comumente chamamos de ponto de
fervura. Este ponto varia conforme a pressão atmosférica, mas ao nível do mar, sob
condições comuns, é sempre 100°C. Quando a pressão atmosférica na superfície da água
é diminuída, a fervura se realiza em menor temperatura que a mencionada, e em altitudes
extremas, o ponto de fervura é tão baixo que o cozimento de certos alimentos por meio de
água fervente é difícil. Quando a água ferve no processo de fervura, pequenas bolhas
aparecem no fundo da vasilha na qual está contida e sobem à superfície. Então, aos
poucos, as bolhas aumentam de tamanho para formatos grandes, crescem rapidamente, e
quebram, produzindo então agitação constante da água.
A fervura tem vários efeitos nos alimentos. Endurece a albumina dos ovos, endurece a
fibra e dissolve o tecido conectivo da carne, amolece a celulose dos cereais, hortaliças e
frutas, e dissolve outras substâncias em muitos alimentos. Um bom ponto a manter em
mente ao preparar alimentos por fervura, é que a água que ferve lentamente tem a mesma
temperatura que a que ferve rapidamente e, portanto apta a fazer exatamente o mesmo
trabalho. Manter o gás em pleno calor ou manter o fogo alto para manter a água fervendo
rapidamente é medida desnecessária, além de desperdiçar energia sem apressar o serviço
e algumas vezes até piorar. Contudo, há vários fatores que influenciam a rapidez com que
a água pode ser levada à fervura. Primeiramente, o tipo de utensílio utilizado, a
quantidade de superfície exposta, e a quantidade de calor aplicado. Uma tampa colocada
sobre a panela ou caldeirão no qual o alimento será fervido, retém o calor, e assim
provoca aumento de temperatura mais rapidamente. Além do mais, uma tampa assim
utilizada evita perda de água pela condensação do vapor quando sobe de encontro à
tampa. Quando a água ferve, um pouco dela passa constantemente para a forma de vapor,
e por esta razão, caldas e molhos se espessam quanto mais forem cozidas. A evaporação
se efetua por toda a superfície da água, e consequentemente, quanto maior for a superfície
exposta, mais rápida será a quantidade evaporada de água durante a fervura. Outro ponto
a observar no processo de fervura é que os alimentos fervidos rapidamente em água têm a
tendência de perder seu formato e ficam reduzidos a pequenos pedaços se deixados a
ferver por longo tempo.
Além de servir para cozinhar alimentos, a fervura torna a água segura, pois destrói
os germes que estiverem presentes. Isto explica porque a água deve ser fervida algumas
vezes para se tornar segura de ingerir. A água fervida, como é sabido, perde seu sabor
original. Contudo, como esta mudança é ocasionada pela perda de ar durante a fervura, o
sabor pode ser restaurado e o ar introduzido novamente se a água for agitada em uma
garrafa ou jarra parcialmente cheia, ou batida vigorosamente por um curto período com
um batedor de ovos.

Cozimento em fervura lenta, ou ensopado – o processo de


cozimento conhecido como fervura lenta, ou ensopado, é a
modificação da fervura. Por este método, o alimento é cozido em
água em temperatura abaixo do ponto de fervura, ou entre 85 a
95°C. A água no ponto de cozimento lento sempre se move devagar
– nunca rapidamente como na fervura. Para cozinhar os alimentos
desta maneira é necessário menor calor e consequentemente menos energia, a menos, é
claro, que o tempo consumido no cozimento do alimento for maior que o consumido no
cozimento mais rápido.
Além de economizar o uso de energia, o cozimento lento, ou cozido, prepara certos
alimentos deliciosos que não poderiam ser selecionados para cozimentos mais rápidos.
Por exemplo, cortes rijos de carne e aves de grande porte podem se tornar tenros e
saborosos pelo cozimento lento em baixas temperaturas, pois este método tende a
amolecer a fibra e desenvolver excelência em sabor. Hortaliças duras, também, podem
ser amaciadas pelo mesmo processo, usando muito menos energia que se fossem fervidas.
Beterrabas, nabos e outras hortaliças de inverno, devem ser cozidas ao invés de
aferventadas, pois é bem difícil cozê-las até ficarem tenras, especialmente no final do
inverno e começo da primavera. Se os feijões e ervilhas secos forem aferventados e
depois deixados cozinhar lentamente, podem ser preparados para serem servidos em
praticamente no mesmo tempo e sem muito gasto de energia que se fervidos
continuamente.
Cozimento a vapor – como o nome indica, é o cozimento do
alimento pela aplicação do vapor. Neste processo de cozimento, o
alimento é colocado no vapor, em utensílio que consiste numa
vasilha com fundo perfurado colocado sobre outra contendo água.
Quando a água ferve, o vapor sobe e cozinha o alimento na vasilha
superior, ou perfurada. Tal recipiente permite o cozimento de
vários alimentos ao mesmo tempo sem a necessidade de energia adicional, porque
alimentos diferentes podem ser colocados em cada vasilha.
O cozimento a vapor é preferível ao ferver em alguns casos, porque não há perda de sais
minerais nem substâncias alimentares. Além disso, o sabor não é perdido como quando o
alimento é fervido. Hortaliças preparadas desta maneira se mostram muito palatáveis, e é
mesmo comum assar a vapor pães, bolos e pudins e depois, providenciar casca crocante,
colocando-os no forno quente para secar a superfície úmida.

Vapor seco – cozinhar alimentos numa vasilha suspensa em outra


contendo água fervente, constitui o método de cozimento conhecido
como vapor seco. A panela dupla é um utensílio de cozimento
designado especialmente para ser utilizado neste processo. O alimento
colocado em vasilha suspensa, ou no interior, não alcança o ponto de
fervura, mas é cozido pela transferência de calor da água da vasilha
abaixo. A maior vantagem deste método é que não requer atenção constante exceto para
verificação da água da vasilha inferior para que não ferva completamente, pois enquanto
houver água entre o alimento e o fogo, o alimento não ferverá nem queimará.
Por conta da natureza de certos alimentos, cozê-los por este processo é especialmente
apropriado. O sabor e consistência de cereais e alimentos feculosos são bastante
incrementados pelo cozimento longo deste processo. Da mesma forma, pudins e misturas
contendo ovos podem ser convenientemente cozidos em banho-maria, porque não
requerem temperatura alta. De fato, sua textura se perde se forem cozidos na fervura.
Para aquecer leite diretamente sobre a chama sem que pegue no fundo da panela é difícil,
e, por outro lado, leite fervido é difícil de digerir. Por causa destes fatos, os alimentos
contendo leite não devem ser fervidos, mas devem ser cozidos em temperatura amena em
banho-maria.

Banho-maria – é um tipo de cozimento úmido realizado em uma vasilha


colocada em água rodeando suas paredes dentro de outro recipiente. A
construção do vasilhame limita a temperatura máxima ao ponto de
fervura da água, 100⁰C. Tanto pode ser realizado diretamente no fogo
quanto no forno. A temperatura do forno deve estar entre 165⁰ a 175⁰C.

Brasear – o cozimento da carne em panela fechada no forno com


pouca quantidade de água constitui o método brasear. Este
processo de cozimento pode ser chamado de combinação de cozer
com assar, mas quando é conduzido de maneira adequada, a carne
é colocada em grelha sobre a água, na qual pode-se colocar
hortaliças em pedaços. Neste processo, a carne cozinha realmente
com o vapor aromatizado que emana da panela quente. A panela de pressão é o resultado
da modificação do método brasear.

Cozimento em panela de pressão – é um método de cozimento no


qual a temperatura de fervura da água é incrementada pela
utilização de uma panela especial, causando um cozimento mais
rápido. Os tempos de cozimento podem ser reduzidos usando o
fator 3 ou 4. A panela de pressão consiste em uma vasilha selada,
não permitindo que o vapor escape até estabelecer pressão pré-
determinada. Como o ponto de fervura da água aumenta ao mesmo tempo que a pressão,
a pressão interna na panela permite que o líquido alcance temperaturas maiores que
100⁰C antes de ferver. A válvula de segurança libera o vapor quando a pressão excede o
limite de segurança. Há também geralmente um mecanismo de liberação de pressão, na
forma de um orifício na tampa, bloqueado por um tampão de borracha. Se a temperatura
interna (e portanto a pressão) se elevar demais, o mecanismo de liberação entra em ação.

Regar – é um método onde se utiliza um líquido para umedecer a


carne enquanto está cozinhando. Este líquido pode ser de resíduo
da panela, gordura derretida ou qualquer outro líquido. Este
processo mantém a carne ou outro alimento umedecido e pode
ajudar a incrementar a cor ou sabor do alimento cozido.

Escaldar – é uma técnica de cozimento que envolve a fervura do


alimento (geralmente hortaliças e frutas) na água por curto período de
tempo. Com freqüência, é seguido por mergulho do alimento em água
fria para parar o processo de cozimento. Embora a palavra tenha
conotação de tornar branco ou pálido, escaldar certos tipos de
hortaliças como brócolis, por exemplo, torna sua cor mais intensa. É
usado comumente para retirar peles de tomates e amêndoas. As hortaliças são
branqueadas antes de congelar ou enlatar. Este processo ajuda a preservar o alimento,
lentificando a ação enzimática que provoca a quebra dos alimentos, perda de cor, sabor e
valor nutritivo.

Pochê – é um método de cozimento que emprega um líquido,


geralmente em pequena quantidade, quente, mas não fervente. A
temperatura ideal é entre 75 a 80°C. O líquido de cozimento pode
ser água, caldo, molho, leite ou suco. Alimentos delicados como
peixe, ovos sem casca, ou frutas são comumente cozidos a pochê.
O método de cozimento é também usado para cozer parcialmente
alimentos a fim de eliminar sabores indesejáveis e firmar o
produto antes do cozimento final.
Sous vide – palavra francesa para “a vácuo”, e é um método de
colocação do alimento a vácuo, que depois é cozido lentamente em
temperaturas baixas para intensificar seu sabor, com resultados de
cor intensa. Foi primeiramente usado pelos franceses nos anos 1970,
e se tornou internacionalmente famoso quando os chefes
experimentais Ferran Adria e Heston Blumenthal adotaram-no nos
anos 90s e depois espalharam pelo mundo. Ganhou admiradores
entre os maiores chefes do mundo, mas não entre os inspetores de
saúde. O Departamento de Saúde e Higiene de Nova Iorque sustou
o sous-vide, declarando que o meio ambiente com baixo oxigênio, e baixa temperatura,
poderia conduzir à contaminação alimentar. De acordo com as regras do APPCC (análise
de perigos e pontos críticos de controle), todos os alimentos devem ser cozidos até a
temperatura interna atingir 65°C para matar as bactérias que possam causar contaminação
alimentar.
Nessa técnica de cozimento os alimentos são cozidos a baixa temperatura, com os
ingredientes selados a vácuo e cozidos em fervura lenta em banho-maria de 82 a 93°C.
Os resultados são fantásticos e difíceis de serem obtidos com outras técnicas.
Vantagens do cozimento sous-vide:

 Aumento da suculência: o aquecimento suave quebra aos poucos as fibras das carnes
e proteínas, amaciando-as e intensificando seus sabores enquanto os alimentos
cozinham nos seus próprios sucos;
 Aumento de qualidade sensorial: as baixas temperaturas do cozimento por sous-vide
ajudam a evitar que o colágeno do salmão e outros peixes naturalmente úmidos se
quebre, preservando seu sabor enriquecido e textura aveludada. Também ajuda a reter
as cores brilhantes de frutas e hortaliças, realçando muito sua apresentação.
 Aumento de qualidade nutricional: é uma técnica tão suave que preserva muitas das
qualidades nutricionais que outros métodos de cozimento tendem a destruir. Além do
mais, o cozimento por sous-vide requer pouca ou nenhuma gordura, tornando-o ideal
para a preparação de pratos com baixo teor lipídico.

Temperagem – é feito pelo aumento gradual de


temperatura de um componente da receita pela adição de
outro. Para atingir este aumento gradual de temperatura,
rega-se o componente quente no componente frio,
mexendo constantemente o ingrediente mais frio. Se o
recipiente for suficientemente grande, pode-se continuar
adicionando o componente quente a este recipiente, e
depois bater/ misturar os componentes frios com o quente.
É usado com freqüência quando os ovos são utilizados como agente espessante (ex:
pudins e molhos), pois o aumento agudo da temperatura provocaria o cozimento
prematuro dos ovos, com resultado de textura em grumos. O mesmo princípio pode ser
usado quando a adição de um componente da receita pode mudar rapidamente o outro,
como na adição de grande quantidade de elemento ácido a produtos contendo leite.
Caramelização – é o processo no qual o açúcar é derretido em calda
clara a dourada, alcançando a temperatura de 160 a 180°C. A cor deve
parecer âmbar.

Cozinhar em forno de microondas – é mais rápido e mais


conveniente que os métodos equivalentes tradicionais: ferver
e assar na panela. É muito comum a concepção errônea de
que as microondas cozinham de dentro para fora. Na
realidade, as microondas são absorvidas nas camadas
externas do alimento de maneira similar aos outros métodos.
Dependendo do conteúdo de água, a profundidade inicial do
calor depositado pode ser de vários centímetros ou mais, em
contraste com o calor convencional que se deposita em camada fina na superfície. A
profundidade da penetração em microondas depende da composição do alimento e da
potência utilizada, com freqüências mais baixas penetrando melhor. Os chefes
profissionais geralmente acham que os fornos de microondas são limitados porque não
ocorre a reação de Maillard, ou seja, não doura. Por outro lado, as pessoas que desejam
cozinhar rapidamente ou mesmo reaquecer pratos prontos, podem fazê-lo em apenas
alguns minutos. O importante é lembrar que o cozimento ou aquecimento em microondas
é de calor úmido, uma espécie de vaporização sem auxílio de água, e por este motivo, a
maioria dos alimentos perde a crocância. Mas por outro lado, o alimento cozinha ou
aquece a vapor, o que o torna mais saudável e sem gosto de requentado.

Cozinhar em papillote – é o método no qual se sela o alimento dentro de papel alumínio


ou papel manteiga e assa. O alimento essencialmente vaporiza no forno com seus
próprios sucos. O método é incrivelmente fácil e adiciona benefícios por ser um método
de cozimento de baixo teor gorduroso e fácil de limpar. Pode utilizá-lo para cozinhar
hortaliças, frutas, e mesmo frango e macarrão. As chaves para a técnica são: 1 – usar
ingredientes frescos; 2 – preparação ou mise-en-place. A utilização de ervas e hortaliças
aromáticas e/ou um pouco de bebida alcoólica, ou azeite de oliva ajuda a acrescentar
mais consistência.
Assim que o cozimento termina, cada convidado tem seu pacotinho inchado, levemente
dourado para abrir.

COZIMENTO EM GORDURA QUENTE ( que é calor seco também)

Um dos 3 meios de conduzir calor ao alimento: ar quente, água quente e gordura


quente. O fato mais notável é que a gordura torna o alimento menos digerível. Muito
desta dificuldade, contudo, pode ser minimizada pelo esforço em assegurar que haja a
menor absorção possível da gordura. Se os ingredientes do prato forem apropriadamente
misturados antes de aplicar a gordura e se a gordura estiver na temperatura correta, pode-
se obter bons resultados pelos vários métodos de cozimento com gordura quente, que são:
fritar (rasa ou por imersão), refogar e cozimento misto.

Fritura por imersão – é o cozimento dos alimentos por imersão


em gordura à temperatura de 175 a 200°C. Qualquer tipo de
gordura que não descaracterize o sabor do alimento pode ser
utilizada para a fritura, mas os óleos vegetais, como de caroço
de algodão, combinação de óleos de coco e caroço de algodão,
e óleo de oleaginosos, são preferíveis às banhas ou outras
gorduras animais, porque não se queimam tão facilmente
(ponto de fumaça). Os alimentos cozidos por imersão em gordura não absorverão a
gordura nem se tornarão oleosos se preparados adequadamente, em fritura rápida, e bem
escorridos em papel para absorver a gordura extra.

Fritura rasa – é uma forma de fritura caracterizada pelo


uso de menos óleo que a fritura por imersão. Baseia-se no
aquecimento de um pouco de óleo para transferir calor
medianamente e na temperatura correta para reter a
umidade do alimento. A parte superior exposta permite a
perda de um pouco de umidade (que pode ou não ser
desejável) e a superfície em contato com a panela cria
uma crosta dourada. O alimento deve ser virado ao menos uma vez para cozinhar em
ambos os lados. A vantagem da utilização de menos óleo é que além da economia do
próprio óleo, é um tipo de cozimento mais saudável pela menor exposição do alimento à
gordura e, portanto, menor absorção também. A desvantagem é a dificuldade em manter
o óleo à temperatura uniforme. A perda de umidade e aumento de superfície dourada
pode ser benéfica ou prejudicial, dependendo do ingrediente a ser cozido e deve ser
levado em conta.

Refogar – dourar o alimento primeiramente de um lado e depois


de outro em pequena quantidade de gordura é o que caracteriza o
método refogar. Neste processo de cozimento, a gordura é
colocada em panela rasa, e quando estiver suficientemente
aquecida, o alimento é colocado nela. Os alimentos a serem
refogados geralmente são fatiados bem finos ou cortados em
pedaços pequenos, e virados constantemente durante o processo
de cozimento. Todos os alimentos preparados desta maneira são
difíceis de digerir, porque se tornam mais ou menos duros e absorvem a gordura. Pedaços
e cortes finos de carne, que se intenciona grelhar na panela, são na verdade refogados se
deixados cozinhar na gordura que os frita.

Saltear – método de cozimento básico asiático que geralmente


utiliza um wok para o preparo, mas também pode ser preparado
em frigideira. Ao saltear, os pedaços pequenos de alimento são cozidos em pouca
quantidade de óleo em fogo alto por um breve período de tempo, salteando
constantemente.

Cozimento misto – é a combinação de refogar e cozer que resulta no processo de


cozimento conhecido como cozimento misto. Este processo é utilizado ao preparar
alimentos como frango, vitela ou caça, mas é mais empregado com freqüência para
cozinhar aves. No cozimento misto, a carne a ser cozida é cortada em pedaços e refogada
antes ou após a cocção. É servida então com molho branco ou ferrugem. O mais comum é
a carne ser dourada primeiramente, a menos que seja muito dura, para reter seus sucos e
incrementar seu sabor. Contudo, uma carne muito rija pode ser cozida primeiramente e
depois dourada.

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