Métodos de Cozimento
Métodos de Cozimento
Métodos de Cozimento
O cozimento torna os alimentos mais digeríveis. Por exemplo, os grãos duros, como
trigo, e as hortaliças secas, como feijões, não poderiam ser digeridos prontamente a
menos que amolecidos pelo cozimento. Mas ao mesmo tempo em que o cozimento
torna estes alimentos mais digeríveis, torna mais difícil a digestão de outros, como no
caso dos ovos. O grau de digestibilidade depende muito do método de cozimento
utilizado e a habilidade do cozinheiro. Um ovo em seu estado quase líquido, ou
quando somente levemente cozido, como ovo pochê, é mais fácil de ser digerido do
que ao se tornar duro pelo cozimento. Então, também, um ovo cozido duro quando
apropriadamente cozido é mais digerível que um cozido inapropriadamente, embora o
grau de cozimento seja o mesmo.
MÉTODOS DE COZIMENTO
Processos de cozimento
O alimento é cozido pela aplicação de calor, que tanto pode ser úmido quanto
seco. A arte de cozinhar inclui a preparação do material a ser servido ou ingerido cru, e o
cozimento por si próprio é impossível sem calor. Na verdade, a parte do cozimento que
requer maior habilidade e experiência é aquela na qual o calor está envolvido. O
direcionamento explícito para a condução dos vários processos de cozimento depende do
tipo de forno, dos utensílios de cozimento, e mesmo das condições atmosféricas. É
verdadeiro que os resultados de alguns processos dependem muito do estado das
condições atmosféricas, que se pode não obter tanto sucesso em um dia úmido e pesado;
também, é bem sabido que o forno atua perfeitamente em alguns dias, enquanto em
outros parece teimar consigo mesmo. Além das dificuldades mencionadas, o calor por si
próprio algumas vezes apresenta obstáculos no cozimento de alimentos, sua regulagem de
tal maneira que se mantenha uniforme pode ser uma proposta difícil. Então, um prato
pode ser perdido pela submissão ao calor muito intenso, pelo cozimento muito
prolongado, ou pelo não cozimento rápido o suficiente. Todos estes pontos devem ser
aprendidos, e a melhor maneira de dominá-los é colocar em constante prática os
princípios que estão envolvidos no COZIMENTO.
Cozinhar com calor seco inclui grelhar, grelhar em frigideira e assar (gratinar).
Mas, seja qual for o processo utilizado, o princípio é praticamente o mesmo. Nestes
processos, o alimento é cozido pela exposição à fonte de calor ou pela colocação em
forno fechado e submetido ao ar quente. Quando o calor seco é aplicado, o alimento a ser
cozido é aquecido a uma temperatura mais elevada que quando o calor úmido é usado.
Os métodos de cozimento com calor úmido são: ferver, cozinhar em fervura lenta,
cozinhar a vapor, cozinhar a seco e brasear. Em cada um destes processos, o efeito do
calor úmido no alimento é inteiramente diferente do que no calor seco. Contudo, o
método a ser selecionado depende muito da quantidade de água que o alimento contém.
Para alguns alimentos, deve-se adicionar muita água no processo de cozimento. Em
outros, somente um pouco ou nada. Se o alimento não for colocado diretamente em
grandes ou pequenas quantidades de água, será cozido por contato com o vapor ou em
utensílio aquecido colocado dentro de outro contendo água, como por exemplo, em uma
cuscuzeira.
Como a água é um fator importante no cozimento em calor úmido, deve-se entender sua
natureza e uso. Portanto, antes de considerar os processos de cozimento por calor úmido
em detalhes, a função da água no organismo e no cozimento deve ser discutida.
Função da água no organismo – a água não fornece energia ao corpo, mas exerce um
papel muito importante na nutrição. De fato, sua função particular no corpo é agir como
solvente e carreador de material nutritivo e de eliminação. Ao fazer este trabalho,
mantêm-se os líquidos do organismo apropriadamente diluídos, aumenta-se o fluxo dos
sucos digestivos, e ajuda-se a carregar para fora todo o material de eliminação. Contudo,
sua habilidade em atuar nestas funções necessárias de maneira correta, depende da sua
qualidade e sua segurança.
Tipos de água – a água pode ser dura ou mole. Ao cair das nuvens, a água é pura e mole
até que entre em contato com gases e sólidos, que são dissolvidos por ela e mudam seu
caráter. É sabido que a última água a cair do chuveiro é muito melhor que a primeira,
pois a primeira limpa não somente o ar, mas os canos e outros elementos com os quais
entra em contato. Na passagem através de certos tipos de solos e por rochas, a água
dissolve alguns minerais que estão contidos nela e assim modifica-se de mole para dura.
Se matéria de esgoto penetrar em um poço ou caixa d’água, a água será passível de conter
bactérias, que a tornarão não própria e segura para beber até ser esterilizada pela fervura.
Além da água de chuva e da água destilada, não há nenhum outro tipo inteiramente mole.
Todos os outros tipos de água contêm sais em solução em maior ou menor grau.
A qualidade de dureza, que está presente em quase todos os tipos de água, pode ser
temporária ou permanente. A água é temporariamente dura quando contém limo solúvel,
que está precipitado, ou seja, separado dela, pela fervura. Qualquer dona de casa que usa
uma chaleira para ferver a água está familiarizada com esta condição. O limo precipitado
dia após dia adere às laterais da vasilha na qual a água é fervida, e com o tempo, torna-se
bem encoberta. A dureza permanente é causada por outros compostos do limo que não
são precipitados pela fervura da água. A única maneira de amolecer esta água é
adicionando um material álcali, como bórax, bicarbonato de soda.
Fervura – ferver significa cozinhar os alimentos em água fervente. A água ferve quando
sua temperatura é aumentada pelo calor, para o que comumente chamamos de ponto de
fervura. Este ponto varia conforme a pressão atmosférica, mas ao nível do mar, sob
condições comuns, é sempre 100°C. Quando a pressão atmosférica na superfície da água
é diminuída, a fervura se realiza em menor temperatura que a mencionada, e em altitudes
extremas, o ponto de fervura é tão baixo que o cozimento de certos alimentos por meio de
água fervente é difícil. Quando a água ferve no processo de fervura, pequenas bolhas
aparecem no fundo da vasilha na qual está contida e sobem à superfície. Então, aos
poucos, as bolhas aumentam de tamanho para formatos grandes, crescem rapidamente, e
quebram, produzindo então agitação constante da água.
A fervura tem vários efeitos nos alimentos. Endurece a albumina dos ovos, endurece a
fibra e dissolve o tecido conectivo da carne, amolece a celulose dos cereais, hortaliças e
frutas, e dissolve outras substâncias em muitos alimentos. Um bom ponto a manter em
mente ao preparar alimentos por fervura, é que a água que ferve lentamente tem a mesma
temperatura que a que ferve rapidamente e, portanto apta a fazer exatamente o mesmo
trabalho. Manter o gás em pleno calor ou manter o fogo alto para manter a água fervendo
rapidamente é medida desnecessária, além de desperdiçar energia sem apressar o serviço
e algumas vezes até piorar. Contudo, há vários fatores que influenciam a rapidez com que
a água pode ser levada à fervura. Primeiramente, o tipo de utensílio utilizado, a
quantidade de superfície exposta, e a quantidade de calor aplicado. Uma tampa colocada
sobre a panela ou caldeirão no qual o alimento será fervido, retém o calor, e assim
provoca aumento de temperatura mais rapidamente. Além do mais, uma tampa assim
utilizada evita perda de água pela condensação do vapor quando sobe de encontro à
tampa. Quando a água ferve, um pouco dela passa constantemente para a forma de vapor,
e por esta razão, caldas e molhos se espessam quanto mais forem cozidas. A evaporação
se efetua por toda a superfície da água, e consequentemente, quanto maior for a superfície
exposta, mais rápida será a quantidade evaporada de água durante a fervura. Outro ponto
a observar no processo de fervura é que os alimentos fervidos rapidamente em água têm a
tendência de perder seu formato e ficam reduzidos a pequenos pedaços se deixados a
ferver por longo tempo.
Além de servir para cozinhar alimentos, a fervura torna a água segura, pois destrói
os germes que estiverem presentes. Isto explica porque a água deve ser fervida algumas
vezes para se tornar segura de ingerir. A água fervida, como é sabido, perde seu sabor
original. Contudo, como esta mudança é ocasionada pela perda de ar durante a fervura, o
sabor pode ser restaurado e o ar introduzido novamente se a água for agitada em uma
garrafa ou jarra parcialmente cheia, ou batida vigorosamente por um curto período com
um batedor de ovos.
Aumento da suculência: o aquecimento suave quebra aos poucos as fibras das carnes
e proteínas, amaciando-as e intensificando seus sabores enquanto os alimentos
cozinham nos seus próprios sucos;
Aumento de qualidade sensorial: as baixas temperaturas do cozimento por sous-vide
ajudam a evitar que o colágeno do salmão e outros peixes naturalmente úmidos se
quebre, preservando seu sabor enriquecido e textura aveludada. Também ajuda a reter
as cores brilhantes de frutas e hortaliças, realçando muito sua apresentação.
Aumento de qualidade nutricional: é uma técnica tão suave que preserva muitas das
qualidades nutricionais que outros métodos de cozimento tendem a destruir. Além do
mais, o cozimento por sous-vide requer pouca ou nenhuma gordura, tornando-o ideal
para a preparação de pratos com baixo teor lipídico.