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O Mal e o Remédio

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O MAL E O REMÉDIO

(Cap. V – Bem Aventurados os Aflitos)

Data: 08/02/10

INTRODUÇÃO

Estamos dando continuidade ao estudo do capítulo V do Evangelho segundo o


Espiritismo – Bem Aventurados os Aflitos e o nosso tema hoje é o MAL E O
REMÉDIO, mensagem que nos traz a consolação diante da dor e do sofrimento. É bom
lembrar que a DOR é inevitável diante da situação em que nos encontramos, ou seja,
num planeta de Expiação e Provas e o sofrimento é opcional. O sofrimento existe devido
a não aceitação das nossas dores, que são justas e merecidas, porque DEUS é justo, bom
e misericordioso.

Santo Agostinho nessa mensagem pergunta: “a vossa Terra é, pois, um lugar de alegria,
um paraíso de delicias? A voz do profeta não ressoa mais aos vossos ouvidos? Ele não
apregoou que haveria pranto e ranger de dentes para aqueles que nascessem nesse vale
de dores? Vós que viestes aí viver esperai, pois lágrimas cruciantes e penas amargas, e
mais as vossas dores sejam agudas e profundas, olhai o céu e bendizei o Senhor por ter
querido vos experimentar”.

1. A realidade é que o nosso planeta Terra está em fase de transição, ou seja,


mudando lentamente, como a própria natureza que não dá saltos, de mundo de expiação
e provas para mundo de REGENERAÇAO, onde o bem irá predominar, por enquanto
vivenciamos tempos apocalípticos, onde há predominância do mal e as provas e
expiações a que nós estamos submetidos devido às transgressões às leis divinas.

2. Não devemos, pois acusar DEUS ou lamentarmos diante da DOR, pois ela é
fruto das nossas ações equivocadas e devemos aceitá-la com resignação, pois que a
doutrina espírita nos revela as causas das aflições que podem está na vida presente ou
passada. Joana de Angelis nos informa que além do nosso carma individual, carregamos
o carma coletivo, ou seja, temos os nossos débitos perante as leis divinas
individualmente e também os coletivos que é a própria crucifiação do HOMEM JUSTO,
do Cristo, que nada devia e que doou a própria vida para nos mostrar a vida futura, ou
seja, que a morte não existe, que a vida continua após a morte do corpo físico e a
doutrina espírita nos mostra a grande revelação do mundo espiritual através da vasta
literatura com depoimentos dos que lá se encontram.

3. Diante da DOR, que tem como principal finalidade despertar o homem para o
seu progresso moral e espiritual devemos ter a conduta de AGRADECER a Deus por
nos experimentar, procurar refletir sobre ela e colocar de forma POSITIVA a conduta a
ser tomada, pois somos seres psicológicos, ou seja, pensantes e não devemos deixar que
as emoções NEGATIVAS (pessimismos, acomodação e outras) nos paralisem as forças
ou proporcione desequilíbrios de desespero, na certeza de que aquela situação irá passar
ou aquele problema terá solução e devemos, pois através da ORAÇÃO e da atitude
positiva (com confiança) aguardar com paciência a ação de DEUS, mas não cruzando os
braços de forma acomodados, preguiçosos, devemos fazer planejamentos viáveis e
confiar em JESUS que nos disse “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA”.
Santo Agostinho nos diz “procurai, pois consolações aos vossos males no futuro que
Deus vos prepara e a causa deles no passado e vós que sofreis mais, considerai-vos os
bem aventurados da Terra”.

4. Sabemos que somos espíritos reencarnados, que estamos aqui para progredir e
quando estávamos no mundo espiritual escolhemos as nossas provas e nos
acreditávamos muitos fortes para suportá-la e por isso não devemos reclamar. A prova
da fortuna para sustentar a luta da tentação e vencê-la, a luta de corpo e alma contra o
mal moral e físico e quanto mais dura for a prova, tanto maior a vitória e quanto retornar
a verdadeira vida, que é a espiritual a alma retorna mais branca e pura diante do batismo
da expiação e do sofrimento.

5. Pergunta então Santo Agostinho, que remédio, pois recomendar àqueles que
estão atacados de obsessões cruéis e males cruciantes? A resposta é enfática, um só é
infalível: a FÉ, o olhar para o céu e saber que não estamos sós, que Deus existe e nos
ama incondicionalmente, que o Mestre jamais nos abandona. É, pois a FÉ o remédio
certo do sofrimento. Ela mostra sempre os horizontes do infinito, diante dos quais se
apagam os poucos dias sombrios do presente, recordai que aquele que crê é forte pelo
remédio da fé.

6. A dúvida enfraquece a fé. Aquele que duvida um segundo de sua eficácia é logo
punido, porque experimenta no mesmo instante as pungentes angústias da aflição.

7. Devemos, pois buscar o remédio das nossas afiliações (dificuldades e problemas)


na fé e Jesus nos disse “porque na verdade vos digo, se tiverdes fé como um grão de
mostarda, direis a este monte, passa daqui para acolá e ele há de passar e nada vos será
impossível (Mateus XVII – 14-19). Com isso, o Mestre nos faz refletir sobre quanto
somos descrentes nos momentos difíceis. Que temos muita teoria (já temos bastante
conhecimento), mas na hora da prova, fraquejamos. Mas se tivermos uma pequena dose
de fé, que é inata em todos nós e que deve ser desenvolvida, já nos faria maravilhas. As
montanhas que são transportadas são um simbolismo dos nossos problemas e
dificuldades. São também as nossas limitações, os nossos defeitos e imperfeições, que
são difíceis de mudar de uma hora para outra, mas que com exercícios contínuos
lentamente modificaremos as atitudes, o comportamento, na certeza de que seremos
ajudados”.

8. No Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo 19, item 12, Kardec define a


FÉ como sendo uma força de vontade direcionada para um certo objetivo, ou seja, à
vontade de querer. Essa força pode ser aplicada tanto no campo material e na espiritual,
conforme o objetivo proposto (a busca de um emprego, da cura de uma doença, etc).

9. No campo material, Kardec define a fé como humana, quando ela é usada para
conseguir objetivos materiais e intelectuais (compra de uma casa, passar em concursos,
melhoria profissional buscando novos horizontes de atuação, etc). todos temos que ter
esta fé, que é a crença em nossa própria capacidade de realizar uma tarefa material. Mas
deve ser aliada à humildade e à racionalidade, para não se transformar em orgulho,
sentimento este que nos traz ilusões sobre a nossa personalidade. Exemplos não nos
faltam na nossa própria vida de relação e entre outros como: Gandh, pacifista que lutou
sem armas, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Chico Xavier, Divaldo Franco,
cientistas e outros. No campo espiritual, Kardec define a fé como divina, pois ela orienta
o homem na crença em uma força superior a ele e a tudo, que direciona a sua capacidade
na busca de algo além do material, na descoberta do seu lado imortal. É a religiosidade,
agregando a caridade, a fraternidade e a melhoria interior. Essa fé, aliada a fé humana,
espiritualiza os objetivos desta última e direciona esta força material para a satisfação da
coletividade e não mais só da individualidade.

10. A fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que
se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário sobretudo compreender (O Evangelho
Segundo o Espiritismo, XIX,6). A Doutrina Espírita veio propogar, que é a fé
RACIONAL. Aquela que veio aliar a este sentimento de crença e vontade de querer,
uma qualidade própria do nosso tempo, que é a razão. É ela quem dá uma base sólida a
nossa crença, podendo encarar a ciência e o progresso a qualquer tempo. E que também
nos ensina que não basta só crer ou ver, é também necessário compreender. Isto se aplica
principalmente no Espiritismo, onde o estudo e a prática da caridade são fundamentais
para um bom desenvolvimento do trabalhador espírita. Não basta também sentir, ver,
ouvir, incorporar ou falar com os espíritos, é importante compreender sua natureza, o
seu ambiente, a sua ação no mundo material e espiritual. A fé cega, aquela que acredita
sem compreender, sem questionar, tem origem no fanatismo religioso que causou tanto
mal para a humanidade e que deve ser combatida com serenidade e racionalidade.

11. A fé sem obras não vale nada, é vital aplicarmos o que estamos apendendo e o
que já sabemos, mudando o mundo em nossa vida, primeiramente o nosso interior e
depois a parte externa (a reforma íntima). Não adianta lermos toda a Bíblia, todas as
obras da codificação, todas as obras complementares, se todo este cabedal de
ensinamentos não mudar o nosso espírito para melhor, transformando em obras
materiais e espirituais o que aprendemos. É o benefício que podemos fazer ao próximo,
e que, com certeza, será também revertido para nós mesmos.

Devemos transformar as nossas dores em paciência e certeza de que o AMOR


INCONDICIONAL do MESTRE JESUS nos dará alegrias e vitórias, pois nos disse
“Felizes aqueles que sofrem e que choram! Que suas almas se alegrem porque serão
abençoados por Deus (Sto. Agostinho).

Muita Paz!

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