Indutância e Indutores
Indutância e Indutores
Indutância e Indutores
INDUTORES E INDUTÂNCIA
LQO/DC/88
VHN/DC/95
DC/RTF/LHSR/9
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Objetivos:
• Medidas e cálculos da indutância própria de vários tipos de indutores.
• Determinação dos parâmetros de modelos de indutores, usando técnicas de instru-
mentação automatizada.
l - Introdução
Introduz-se a indutância própria nos circuitos pôr meio dos indutores. Os indutores são
construídos pôr bobinas de fio condutor enrolado sobre um núcleo.
/
Este núcleo pode ser apenas um suporte mecânico, ou forma não magnética. Para reduzir
perdas, estes suportes são basicamente cilindros ocos, de modo que se diz que o indutor tem núcleo de
ar. Eventualmente, se o fio for suficientemente sólido a forma pode ser dispensada.
Para aumentar o fluxo de indução magnético causado pôr uma dada foça magneto-motriz
e concatenado com a bobina, aumentando sua indutância. usam-se também núcleos
ferromagnéticos. Em frequências baixas ( até o limite superior das frequências de áudio, ou cerca
de 50 kHz ) este núcleo pode ser construído com chapas laminadas de ferro silício ou outro
material magneticamente "macio", de alta permeabilidade e baixas perdas.
Para frequências mais altas as perdas desses materiais metálicos seriam proibitivas e
usam-se então núcleos de ferrite tipo Ferroxcube. Estes ferrites são materiais cerâmicos, feitos
com misturas de óxidos de ferro, zinco, níquel e manganês, cuidadosamente controlados e
tratados. O material acabado é estruturalmente estável, com boa resistência mecânica e alta
resistividade elétrica. A permeabilidade e as perdas podem ser controladas variando-se as
proporções dos óxidos e o respectivo tratamento.
(l)
Este fluxo concatenado é uma função da corrente que atravessa a bobina, de sua geometria e
do meio em que ela está imersa. Admitindo meio e geometria fixos,
(2)
(3)
a) Indutância de uma bobina de camada única, enrolamento concentrado, sobre forma cilíndrica
( fórmula de Nagaoka ). figura l. em meio homogéneo:
(4)
(5)
(6)
TABELA l
l/2r K 2r/l K
0 0 0 1.000
0,10 0,2033 0,10 0.9588
0.20 0,3198 0,20 0,9201
0.30 0,4053 0,30 0.8838
0.40 0,4719 0,40 0.8499
0.50 0,5255 0,50 0,8181
0,60 0,5697 0,60 0,7885
0.70 0,6067 0,70 0,7609
0,80 0,6381 0,80 0,7351
0,90 0,6651 0,90 0.7100
1,00 0,6884 1,00 0.6884
NOTA; Para obter máxima indutância com um dado comprimento de fio deve-se tomar l/(2r) =
0.41
(8)
onde
(9)
TABELA DE F
b/a a/b
0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2.2.1 — Introdução
O programa Cálculo de Indutâncias. editado com o software LabVIEW [9]
reúne algumas fórmulas para o cálculo da indutância de indutores cilíndricos com núcleo de material
não magnético.
(4rep.)
(10)
Escolhida esta opção, e seção circular o programa solicita os seguintes dados ( ver
figura 4 ):
- número de espiras N
- raio médio R da bobina, em centímetros
- largura l da bobina, em centímetros
Figura 4
(11)
(12)
b) Fórmula de Wheeler:
Wheeler [ 6] apresentou, entre outras, a seguinte fórmula:
(13)
c) Fórmula de Welsby:
Welsby [7] sugere a aplicação à ( 4 ) de um fator de forma do tipo
(14)
d) Fórmula de Miller:
Para seção quadrada- o programa solicita os seguintes dados (ver figura 5):
- número de espiras N ;
- lado da seção 2q. em centímetros;
- largura l da bobina, em centímetros.
A indutância da bobina é então calculada pela fórmula [6]:
(15)
(16)
onde
(17)
(18)
Também neste caso o autor não dá indicações sobre erros de aproximações; sugere apenas que
os resultados serão tanto mais confiáveis quanto mais o fator de correção Kesp for próximo de l. Pôr
isso o programa imprime, na saída, os valores da impedância calculada e do fator de espaçamento.
2.2.2.3 — Bobinas de várias camadas, com enrolamento concentrado
número N de espiras
- raio externo RE, em centímetros
- raio interno RI, em centímetros
largura l da bobina, também em centímetros
Figura 7
(19)
onde
(20)
(21)
2° - Admite-se que a presença da ferrite multiplica esta indutância pôr um fator /^ , de modo
que
(22)
O fator obtém-se das curvas a ou b da figura 9, conhecidas a permeabilidade inicial da
(23) NOTA: Pelas aproximações envolvidas no cálculo teórico não se espera que este procedimento
(a) (b)
Typical multiplying factor for inductance of a solenoid with a centered coil of length , on a rod ( long,
(From E. C. SnellinR, Soft Ferrites, ;190, lliffe Books, Ltd.. London, 1969.)
Bobinas deste tipo são extensamente usadas para a construção de filtros em telefonia, bem
como em vários circuitos eletrônicos usados em comunicações e instrumentação.
Os potes de ferrite são construídos em dimensões normalizadas, designadas pelo produto
diâmetro externo (d ext) x altura ( h ) em millímetros.
Os fabricantes podem fornecer os potes com ou sem entre ferro. No primeiro caso, a
indutância pode ser ajustada, numa faixa estreita, pôr meio de um pequeno tarugo de ferrite, rosqueado
no orifício central do pote.
O enrolamento é disposto sobre um carretel plástico, colocado dentro do ponte. Para se obter
um bom Q ( índice de mérito ) convém fazer com que o enrolamento ocupe praticamente todo o
carretel.
Os potes são construídos com vários tipos de ferrite, caracterizados pôr diferentes
permeabilidades magnéticas, coeficientes de temperatura e perdas. A escolha do material deve ser feita
à vista destes fatores e do comportamento das perdas em função da frequência de operação ( consulte
um manual de fabricante, para maiores detalhes ). Nesta experiência
vamos apenas mostrar como determinar o enrolamento para obter uma dada indutância, uma vez
escolhido o pote de ferrite.
(24)
(25)
onde L é dado em mH. Os fatores AL e/ou a das fórmulas ( 24) e (25 ) são fornecidos pelo fabricante
[3]. a é definido como o número de espiras necessário para se obter l mH de indutância.
Determinado assim o valor de N, devemos agora escolher o fio do enrolamento, de modo a
preencher toda a área da janela do núcleo ( a x b na figura 10 ). Para isso calculamos
(26)
onde d é o diâmetro do fio ( incluída a isolação - ver Tabela de Fios no Apêndice I ). Normalmente dá-
se uma tolerância de pelo menos 10 %, para levar em conta a não uniformidade do enrolamento.
Na figura 11 ,a,b,c,d reproduzimos parte das informações do fabricante referentes aos potes de
ferrite 30 x 19.
No caso do enrolamento não preencher totalmente o carretel, AL ou a devem ser corrigidos pôr
fatores fornecidos pelo fabricante.
5 - Perdas e capacitâncias parasitas nos indutores
Os indutores reais não são perfeitos, pois parte da energia que lhes é fornecida é dissipada
(transformada em calor ) ou armazenada sob forma eletrostática.
As perdas no indutor ocorrem nos fios do enrolamento ou no material do núcleo. As perdas no
fio decorrem do efeito Joule ( RI2) nos fios.
A resistência a ser considerada aqui é maior que a resistência ôhmica do fio medida em CC (
ou em frequências muito baixas, ver Tabela de Fios no Apêndice I ) pôr causa do efeito pelicular. De
fato, demonstra-se em Eletromagnetismo que à medida que sobe a frequência, a corrente tende a
concentrar-se cada vez mais nas bordas do fio. ocasionando assim um aumento da resistência efetiva.
Para reduzir este efeito pode-se fazer o enrolamento com fio "litz". que não é senão um cabo composto
com fios extremamente finos.
As perdas no núcleo da bobina decorrem de vários efeitos: perdas Foucault ( ou pôr correntes
induzidas ), perdas histeréticas e perdas dielétricas. As duas primeiras são especialmente importante
em núcleos ferromagnéticos.
Para representar todas estas perdas, costuma-se incluir no modelo do indutor uma resistência
de perdas. A resistência de perdas pode ser considerada em série ou em paralelo com a indutância.
levando aos dois modelos indicados na figura 12. Ambas as resistências são função da frequência,
sendo que para o modelo série, o valor da resistência varia lentamente com a frequência, na faixa de
utilização da bobina. Para o modelo paralelo, a variação com a frequência é mais signifícante.
Para comparar o desempenho das bobinas com perdas costuma-se definir um índice de mérito
Q. Este índice depende da frequência ú) e do modelo; as definições empregadas são: