Variação Lingüística
Variação Lingüística
Variação Lingüística
Partimos do pensamento primário e norteador de que o fenômeno “variação linguística” esteve
presente em todo o momento da formação e estruturação de nossa língua, ao retornarmos à língua-mãe,
o latim, percebemos que desde então, até os dias atuais, tivemos mudanças renovadoras da língua.
A linguística atual revela que uma língua não é homogênia e deve ser entendida justamente pelo
que caracteriza o homem – a diversidade, a possibilidade de mudanças.
É preciso compreender que tais mudanças, como se pensava no início, não se encerram somente
no tempo, mas também se manifestam no espaço, nas camadas sociais e nas representações
estilísticas.
De acordo com Celso Ferreira da Cunha (1992), ao traçarmos a linearidade histórica de nossa
“língua brasileira”, notamos que essa provém da língua portuguesa, que por sua vez provém do latim, que
se entronca na grande família das línguas indo-européias.
De início era o simples falar de um povo de cultura rústica, que vivia no centro da Península
Itálica, mas a língua latina veio, com o tempo, a desempenhar extraordinário papel na história da
civilização ocidental.
Os romanos, em contato com outras terras, outras gentes e outras civilizações, ensinavam, mas
também aprendiam. E aprenderam muito com outros povos. Desde o século III a.C., pois, sob a benéfica
influência grega, o latim escrito com intenções artísticas foi sendo progressivamente apurado até atingir,
no século I a.C., a alta perfeição da prosa de Cícero e César, ou da poesia de Horácio e Virgílio. Em
consequência, acentuou-se com o tempo a separação entre essa língua literária, praticada por uma
pequena elite, e o latim corrente, a língua usada no colóquio diário pelos mais variados grupos sociais da
Itália e das províncias.
Tal diferença era sentida pelos romanos, que opunham ao conservador latim literário, ou clássico,
o inovador latim vulgar, língua falada por todas as camadas da população e em todos os períodos da
latinidade.
Foi esse matizado latim vulgar que os soldados, colonos e funcionários romanos levaram para as
regiões conquistadas e, sob o influxo de múltiplos fatores, diversificou-se com o tempo. Por volta do
século V, os falares regionais já estariam mais próximos dos idiomas românicos do que do próprio latim.
Após a fase de transição, surgem, então, durante o século XIII, os primeiros documentos que
chegaram até nós integralmente redigidos em galego-português.
Com os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI, os portugueses ampliaram
enormemente o império de sua língua. No Brasil, a língua portuguesa apresenta uma relevante
diferenciação com o português de Portugal; há, evidentemente, diferenças sintáticas, semânticas e
fonéticas.
Diferenças sintáticas – colocação diferente dos pronomes oblíquos; uso da preposição em com
verbos de movimento: chegar na, ir na...; emprego de ter em lugar de haver...
Diferenças semânticas – azular, em Portugal significa tornar azul; no Brasil, fugir. Cangaço, em
Portugal significa resíduo de uvas; no Brasil, quadrilha. Moço, em Portugal, criado; no Brasil, apenas
jovem.
Diferenças fonéticas – na fonologia, as diferenças são mais profundas, assinalando-se não só na
emissão das vogais, como na das consoantes: minimo, mintira, (m); fonti, poti (t); quêxo, bêjo (ai)¹ e o
acréscimo de e, após r e l,em Portugal (sole)...
Além dos fatores sociais, geográficos e históricos, outros mais serviram para distanciar o nosso
português do português de Portugal.
Em primeiro lugar, a língua portuguesa encontrou rival no tupi, o qual, tornado língua geral, a
ultrapassou, até o século XVIII, segundo Teodoro Sampaio (1954). Os padres preocupados com a
catequese, falavam, escreviam a sua gramática e organizavam dicionários em tupi. Os bandeirantes
também contribuíram batizando os acidentes geográficos e algumas localidades com vocábulos dessa
procedência. O português sobressaiu, e tornou-se idioma nacional, o que não impediu que restassem
vestígios do tupi em nosso falar. Assim, temos de providência indígena muitos nomes de lugares,
utensílios, alimentos, flora e fauna, como: Manhumirim, pororoca, Iracema, tatu, abacaxi, etc.
Outro elemento que entrou em contato com o português do Brasil foi o africano. A necessidade de
braços que trabalhassem a terra trouxe o negro, que agregou ao nosso falar seu vocabulário e influiu na
pronúncia. De providência africana temos: macumba, cachaça, moleque, quindim, jiló, cochilo, tanga, etc.
(1) As letras entre parênteses representam, aproximadamente, a pronúncia portuguesa da parte
destacada.
Os colonizadores portugueses trouxeram para o Brasil a cultura e a Língua Portuguesa, essa foi
sendo enriquecida com vocábulos e locuções novas; adquirimos outra pronúncia. Além de recebermos
influência das línguas indígenas e africanas, também estão presentes em nossa língua alguns vocábulos
do oriente e de outras línguas européias.
De providência árabe temos: álcool, algarismo, café, oxalá, alfaiate, etc. De origem francesa
temos: abajur, champanhe, manchete, omelete, chique, garage, etc. De origem inglesa temos: clube,
xampu, estresse, futebol, gol, short, etc.
Após analisarmos o desenvolvimento linear de nosso português, estamos certos de que a
evolução da língua vem desde sempre, e tudo indica que vai continuar. E mais ainda, a evolução
perpassa pela diversidade que é a transitoriedade da língua.
Ocorreu com o latim, que se estruturou em duas vertentes durante seu processo evolutivo: o
latim clássico, falado por uma minoria de grandes escritores e o latim vulgar, que pela extensa
população usuária se difundiu rapidamente. E o mesmo com a Língua Portuguesa, em que se
distanciaram os falares do Brasil com o de Portugal.
E hoje, no Brasil, é irreal o nivelamento da língua devido a muitos fatores como: social,
histórico, geográfico e cultural. Portanto, necessitamos aceitar as variações e estudar o que as
provoca para entendermos o processo evolutivo linguístico.
Ao constatarmos a renovação da língua, muita vezes, mesmo sabendo que é fato
incontestável seu dinamismo, ainda assim percebemos dificuldades de coexistência dos múltiplos
falares; recentemente passamos a assumir que o preconceito lingüístico é real e se manifesta toda
vez que temos o embate e a identificação das diferenças linguísticas por diferentes grupos.
O latim se modificou para se adequar à extensão do território dominado pelos romanos. E o
português que chegou a nossas terras não permaneceu o mesmo por diversas influências, como já
citamos.
Dentro da unidade territorial brasileira se revelam muitos falares que se justificam e
condicionam para se adequar a realidade sociocultural de nosso país. Foi de evolução para evolução
que chegamos até o exato momento de nosso falar; caso contrário, estaríamos falando latim.
É inegável as diferenças que existem dentro de uma mesma comunidade de fala. A partir de
um ponto qualquer vão se assinalando diferenças à medida que se avança no espaço geográfico. Da
mesma forma se constatam diferenças dentro de uma mesma área geográfica, resultantes das
diferenças sociológicas tais como educação do indivíduo, sua profissão, grupos com os quais
convive, enfim, sua identidade. Tudo isso pode interferir e operar como modelador à fala de alguém.
O Brasil apresenta um vasto território, caracterizado por regiões geográficas diversas. Com
isso temos diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática.
Os estudos dialectológicos de caráter científico iniciaram-se no Brasil com o Dialeto caipira, de
Amadeu Amaral, publicado em 1920. O trabalho de Amadeu Amaral teve o mérito de chamar a
atenção para a importância e a urgência de uma recolha sistemática dos nossos falares, condenados
a perecerem pela progressiva nivelação cultural. Foi ele quem animou as pesquisas de Antenor
Nascentes sobre o linguajar carioca (1922) e outras que se lhe seguiram.
Entre as divisões propostas em caráter provisório, sobreleva a de Antenor Nascentes, fundada
em observações pessoais colhidas em suas viagens por todos os Estados do País.
Antenor Nascentes dividiu o falar brasileiro em seis subfalares que reuniu em dois grandes
grupos os quais foram chamados de Norte e Sul.
Basta uma singela frase ou uma simples palavra para caracterizar as pessoas pertencentes a
cada um destes grupos. Eles estão separados por uma zona que ocupa uma posição mais ou menos
eqüidistante dos extremos setentrional e meridional do país. Esta zona se estende, mais ou menos,
da foz do rio Mucuri, entre Espírito Santo e Bahia, até o Estado de Mato Grosso.
Para Nascentes o falar do Norte e do Sul apresenta traços diferenciadores fundamentais: a
abertura das vogais pretônicas no Norte em palavras que não sejam diminutivos nem advérbios
terminados em –mente; a cadência do ritmo frasal, “cantada” no Norte, e normal ou descansada no
Sul.
Estes espaços admitem seis subfalares – no Norte: amazônico e nordestino; e no Sul: baiano,
fluminense, mineiro e o sulista. A variação se manifesta com maior evidência no léxico(vocabulário),
nas realizações de determinados sons, como o “r”, “o”, “e”, “t” e no ritmo da fala, de maneira a
distinguir áreas lingüísticas e falares.
Mas no nível semântico também ocorre esta manifestação. Para denominar uma planta muito
conhecida da família das euforbiáceas temos nomeações diversas. Cada região uma denominação.
Em Minas Gerais é conhecida como mandioca, no Rio de Janeiro como aipim e em Pernambuco,
macaxeira; evidenciamos, pois a manifestação lexical da sinonímia. É relevante lembrar que tal
fenômeno se encerra no âmbito geográfico, mas é fundamentado no histórico; uma vez que toda a
variação provém da língua indígena tupi, que por um período breve – durante a colonização – foi
largamente utilizada no país.
Percebemos que dentro de uma comunidade ampla, formam-se comunidades linguísticas
menores em torno de centro polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os
padrões linguísticos utilizados na região de sua influência.
A globalização é um processo que de certa forma homogeneíza os falares. Uma forma
expressiva, que antes era própria de uma região do país; hoje, trazida pela mídia incorpora-se ao
falar de regiões distantes. A expressão “ficar para titia” (ficar solteirona, não encontrar casamento) era
usada mais na região Sudeste. Nas regiões Norte e Nordeste se falava “ficar vitalina” (em alusão à
Santa Vitalina) e “ficar no caritó” (espécie de prateleira rústica, nas casas pobres, onde são colocados
os objetos de pouco uso), com o advento da televisão, hoje “ficar vitalina” e “ficar caritó” são usadas
mais nas dramaturgias como forma de evidenciar o falar nortista e nordestino.
A região mato-grossense, por exemplo, Antenor Nascentes a considerava incaracterística por
ser praticamente despovoada na época em que ele propôs as divisões do falar brasileiro. Hoje, essa
região está mais povoada e o falar encontrado nela é muito parecido com os subfalares mineiro e
sulista. Encontramos o “r” retroflexo pertinente a tais regiões.
Entendemos que as diferenças lingüísticas entre as regiões são graduais e que nem sempre
coincidem com as fronteiras. A definição de áreas lingüísticas fundamenta a indicação de diferenças e
identidades , além de estabelecer, pelo confronto, as variáveis sociais ligadas à distribuição espacial.
A variação social está relacionada a fatores sociais como etnia, sexo, faixa etária, grau de
escolaridade e grupo profissional. Os vários estudos que enfocam este tipo de relação língua/fatores
sociais têm privilegiado a variação morfossintática ou a morfo-fonológica.
De acordo com RAMOS (1998), na comunidade belorizontina, por exemplo, a forma reduzida
do pronome pessoal de 3ª pessoa ele para “eis” e “es” ocorre com maior frequência e é, portanto,
favorecida na fala das pessoas de baixa escolaridade, isto é, que têm apenas o 1º grau.
Fica claro que a variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, uma vez
que alguns momentos de incoerência são sanados pelo contexto em que a fala se forma.
Não é difícil perceber que a norma culta – por diversas razões de ordem política, econômica,
social, cultural – é algo reservado a poucas pessoas no Brasil; talvez porque haja um distanciamento
entre as normatizações gramaticais e a obediência dos falantes em seguir tais normas. Há uma
indagação implícita neste fato: “ Existe alguma disfunção, alguma impossibilidade de uso da
gramática normativa pela grande maioria dos falantes?” ou “Estamos apenas a observar a língua
como um fator de identidade?”
Sendo esse o caso, a língua como referencial humano traria inúmeras variações, porque
decididamente não somos todos iguais e devido ao meio espacial ou social em que estejamos haverá
uma tendência da língua em se caracterizar por esses agentes, sendo assim, o indivíduo que
protagoniza a fala poderá adequá-la a seu perfil ou ao grupo a que pertence.
Conforme MARTINET(1964) “uma língua é um instrumento de comunicação segundo o qual,
de modo variável de comunidade para comunidade, se analisa a experiência humana em unidades
providas de conteúdo semântico e de expressão fônica...”
Comunidades diferentes vivenciam experiências diferentes e isto se reflete nos respectivos
sistemas linguísticos: léxico, morfológico e sintático. Um grupo acadêmico de uma universidade
apresentará uma variedade linguística bem diferente de um grupo de vendedores ambulantes do
interior do Brasil. Cada qual usará o recurso linguístico que lhe foi concebido em seu processo de
aprendizagem para efetuar a comunicação.
Do exposto, concluímos que a língua signo/privilegiado de identidade não é um instrumento
neutro, um contingente meio de comunicação entre os homens, mas principalmente a expressão de
sua diferença.
Estamos conscientes de que a variação linguística é uma situação real e abrangente, e que a
simultaneidade da língua padronizada pela gramática normativa e a existência das diversas formas
que o falante usa para a efetivação da comunicação, divergem no campo da praticidade oral e escrita.
Os motivos que proporcionam tantas variedades foram expostos nos capítulos anteriores, mas
um questionamento surge: “Temos, enquanto operadores da língua, consciência da versatilidade do
nosso idioma?”
Sob a ótica do usuário da língua como ponto preponderante na escolha de formas específicas
de efetuação linguística cremos que podemos nos portar de maneira consciente ou inconsciente
perante a atuação das variedades da língua materna.
As variações provocadas pelos fatores geográfico e histórico tendem a perpassar pelos
falantes sem que estes percebam a ocorrência das mudanças na língua. Talvez porque sejam tênues
para o indivíduo enquanto as emprega na comunicação; uma vez que as mudanças ocorridas por
estes fatores são lentas e gradativas.
Entretanto entendemos que os fatores social e estilístico agem na configuração de nossa
língua sob a harmonia da sincronia presente, tornando a comunicação, um processo de construção
de significados em que ocorre interação do sujeito com a sociedade. A língua assim será usada como
instrumento de definição do que é a “pessoa” entre “as pessoas.” A variação linguística surge
intencionalmente.
Uma comunidade humana adota certos comportamentos constantes em termos de
comunicação. É uma forma de isolamento, de diferenciação, através de uma linguagem especial,
principalmente no campo léxico. Evidentemente, esse comportamento linguístico é decorrente do
próprio comportamento social e a criação dessa linguagem específica serve a diversos objetivos
como: o desejo de privacidade, isto é, de ser entendido apenas por elementos do grupo, como
também de autoafirmação.
Tomamos como exemplo a linguagem dos internautas. O advento da internet trouxe muitas
transformações e inovações e dentre elas no campo textual, que se difere significativamente de
outras formas escritas tradicionais. Este tipo de texto apresenta novas características, uma vez que a
própria escrita adquire uma forma nova, identificada por elementos verbais e não verbais, como
imagem, ícones e som. Ao se criar uma linguagem peculiar, as comunidades da internet acabam por
criar uma sociedade linguística restrita com suas especificidades próprias como: ausência de
pontuações, ausência de acentuação gráfica, processos de redução e processos de alterações
ortográficas.
Todas essas modificações têm uma questão humana presente – construir e agregar novos
amigos. Na ânsia de criar elos com indivíduos que compartilham os mesmos interesses; cria-se um
dialeto próprio que os agrupe e ao mesmo tempo os distancie dos demais falares.
Atualmente, a rede da internet inaugura uma nova forma de escrita, caracterizada por várias
tipologias textuais que “conseqüentemente, pede novas formas de leitura e escrita que trazem outra
dimensão para os papéis de autor e leitor.” (PRESENÇA, 32) .
Esta necessidade de utilizar a língua como ponto referencial e particularizador, também e
percebido no grafite e na pichação. Tais manifestações linguísticas são entendidas como signos
presentes no cenário de imagem das grandes cidades contemporâneas apresentando o seu caráter
dialógico.
Existem na cidade de Belo Horizonte, diversas crews (grupos de pessoas de uma mesma
região) que aparecem nos muros através de siglas, junto aos apelidos dos pichadores. Seus traços
linguísticos em alguns momentos são tão particulares que para o leitor de fora do grupo é incoerente
e sem estruturação.
O que percebemos nesta manifestação linguística é a necessidade de se expressar, de fazer
das ruas uma extensão da individualidade, sob a forma de rastros escritos em paredes e muros.
Portanto, há uma intencionalidade de se criar uma variação própria para a auto-definição e
particularização do usuário da língua. E isso não ocorre somente agora. Durante o século XVI,
período da colonização brasileira, os errantes e presos nas galés das embarcações marítimas,
criaram um vocabulário “especial e secreto”, o calão.
As variações linguísticas podem ocorrer naturalmente como resultado dos fatores espaço e
tempo, mas também como recurso de individualidade, quer por uma pessoa ou uma comunidade.
Independentemente da intencionalidade ou não no emprego das variações, torna-se
importante evidenciar os vocabulários diferenciados, como uma forma dos grupos marcarem
presença na comunidade e seu papel de fator de projeção no meio social.
É importante desmistificar a íngua padronizada e respeitar a riqueza cultural presente nos
falares que compõem a “língua brasileira.”
Considerações Finais
A variação de nossa língua é fato incontestável de acordo com a nova linguística. Vimos que
as mudanças foram gradativas desde o nascimento do latim, que é a língua-mãe do português, até o
nosso “abrasileiramento” do português vindo de Portugal.
Apresentamos fatores geográficos, históricos, sociais e estilísticos como geradores de
transformações e criação de novos falares dentro do território nacional.
Entendemos que o crescente distanciamento entre a língua eleita como “certa” e a efetivação
nas grandes camadas sociais divergem causando o elitismo de uma e marginalizando as outras
possibilidades. Constatarmos a permanência da unidade linguística, devido à caracteres similares
presentes em todas as variações. Toda forma de se expressar possui uma gramática que a estrutura
tornando cada variação eficaz no processo da comunicação.
Ciente do poder simbólico das variações o usuário tende a utilizá-la como meio de projeção
social, enfim, a Língua Portuguesa torna-se hoje, fator de inserção no mundo atual estimulando o
sujeito a ser ativo perante a cultura e história de nossa nação.
VARIANTES LINGUÍSTICAS
O exercício proposto abaixo baseia-se numa propaganda publicitária. Faça-o, pois é cada vez mais comum
o uso desses textos em exames vestibulares e coletâneas de redação.
O "jeitinho de falar que cativa na hora" é uma das atrações turísticas do Ceará. De que forma o texto
publicitário a utiliza em seu processo de persuasão? Esse texto publicitário é adequado ao público a que
se dirige? Comente.
Variantes
Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações. O modo
de falar uma língua varia:
- de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje;
- de região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas;
- de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que
moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente
chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou
norma popular);
- de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e
de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor universitário ou um juiz falam de um
modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais.
Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de
faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral.
Diante de tantas variantes lingüísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não existe a mais
correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se
mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da
variante escolhida.
Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar
de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal
usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas dessa situação.
Quando se fala das variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também
um fato com repercussões sociais. Há muitas formas de dizer que não perturbam em nada a comunicação, mas
afetam a imagem social do falante. Uma frase como “o povo exageram” tem o mesmo sentido que “o povo exagera”.
Como se sabe, o coletivo, sob o ponto de vista do conteúdo, é sempre plural. Nada impede que, mesmo na forma
singular, mande o verbo para o plural. Houve mesmo época em que o “chique” era a concordância com o conteúdo.
Hoje, a concordância é com a forma. Nesse particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta social.
No português atual, uma frase como “o povo exageram”, embora não contenha nenhum absurdo, deprecia a
imagem do falante.
Os vestibulares inovadores exploram as variantes lingüísticas de uma maneira bem mais apropriada, reconhecendo
a sua utilidade para criar variados efeitos de sentido: caracterizar personagens no interior de um texto narrativo;
estabelecer relações de intimidade entre os falantes; ridicularizar pessoas que as utilizam inadequadamente, etc.
Os vestibulares tradicionais, quando tratam das variantes, quase só se preocupam com o que chamam de correção
gramatical, postulando como falar correto apenas aquele que corresponde às normas da linguagem culta e formal.
Para resolver essas chamadas questões de correção de frases, é aconselhável adotar os seguintes cuidados:
- checar problemas ligados à acentuação, à crase e à grafia de palavras problemáticas (especialmente aquelas que
têm grafias semelhantes).
- observar o verbo em três níveis:
- a conjugação;
- a concordância;
- a regência
- observar os pronomes em dois níveis:
- a colocação;
- o uso da forma adequada à sua função sintática;
- observar se as palavras estão empregadas na sua forma e no seu sentido correto. A questão que segue é um bom
exemplo de proposta de correção lingüística no estilo tradicional.
(U. F. PERNAMBUCO) — Observe os inconvenientes lingüísticos e reescreva a frase de forma que atenda à norma-
padrão: Convidamos aos professores para que dê início as discursões dos assuntos em palta.
R.: Convidamos os professores para que dêem início às discussões dos assuntos em pauta.
Os vestibulares modernos exploram as variantes de maneira diferente, solicitando, por exemplo, comentários sobre
o uso de certas variantes e propondo comparações entre elas, como na questão que segue.
(U. F. VIÇOSA) — Suponha um aluno se dirigindo a um colega de classe nestes termos: “Venho respeitosamente
solicitar-lhe se digne emprestar-me o livro.” A atitude desse aluno se assemelha à atitude do indivíduo que:
a) comparece ao baile de gala trajando “smoking”.
b) vai à audiência com uma autoridade de “short” e camiseta.
c) vai à praia de terno e gravata.
d) põe terno e gravata para ir falar na Câmara dos Deputados.
e) vai ao Maracanã de chinelo e bermuda.
1 (Encceja/EM-MEC)
Os amigos F.V.S., 17 anos, M.J.S., 18 anos, e J.S., 20 anos, moradores de Bom Jesus, cidade paraibana na divisa
com o Ceará, trabalham o dia inteiro nas roças de milho e feijão. “Não ganhamos salário, é ‘de meia’. Metade da
produção fica para o dono da terra e metade para a gente.” (Folha de São Paulo, 1° jun. 2002)
Os jovens conversam com o repórter sobre sua relação de trabalho. Utilizam a expressão “é de meia” e, logo em
seguida, explicam o que isso significa. Ao dar a explicação, eles
a) alteram o sentido da expressão.
b) consideram que o repórter talvez não conheça aquele modo de falar.
c) dificultam a comunicação com o repórter.
d) desrespeitam a formação profissional do repórter.
Aí, galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de
futebol dizendo ‘estereotipação’? E, no entanto, por que não?
– Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
– Minha saudação aos aficionados do clube aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
– Como é?
– Aí, galera.
– Quais são as instruções do técnico?
– Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de
preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com
parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto,
surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
– Ahn?
– É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
– Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
– Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa
à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
– Pode.
– Uma saudação para a minha genitora.
– Como é?
– Alô, mamãe!
– Estou vendo que você é um, um...
– Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo
primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
– Estereoquê?
– Um chato?
– Isso.
(VERISSIMO, Luis Fernando. In: Correio Brasiliense, 12/maio/1998.)
2) Luis Fernando Verissimo constrói o humor por apresentar um jogador de futebol que não corresponde à imagem
que normalmente se faz desse tipo de atleta.
3) (Enem-MEC) O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:
a) A saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida a sua mãe.
b) A linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala, com
desenvoltura, de modo muito rebuscado.
c) O uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador.
d) O descobrimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “é pra
dividir ao meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”.
4) (Enem-MEC) O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando
as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da
linguagem usada ao contexto:
a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito.” (Um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o
outro que vai passando.)
b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” (Um jovem que fala para um amigo.)
c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação.” (Alguém comenta em um reunião de
trabalho.)
d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de secretária executiva desta conceituada
empresa.” (Alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.)
e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro
próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros.” (Um professor universitário em um congresso internacional.)
5) (Enem-MEC) A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em
língua culta, formal, por pegá-los
CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
6) Geralmente, as piadas manifestam uma postura preconceituosa e nos permitem refletir sobre como são
avaliadas as pessoas a partir do uso que fazem da língua, seja na sua forma oral ou escrita.
a) Embora os “erros” ortográficos chamem imediatamente a atenção de quem lê o texto, o problema percebido
pelo gerente nos textos do “Nirso” pode ser entendido de outra maneira. Explique.
7) O comportamento do gerente deixa implícita sua opinião sobre diferentes variantes da Língua Portuguesa.
b) De que maneira a atitude tomada pelo presidente da empresa demonstra que o uso de uma variante não pode
ser associado ao modo de avaliar o falante que a utiliza?
FONTE: ABAURRE, Maria Luiza. Português: língua e literatura. 2ª. ed. São Paulo: Moderna, 2002. p. 144-146
Postado por zantonc às 19:39
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Aí galera, Esse emelho é de Craudinei, mas aqui é Jonilso que tá falano.É porque eu num tenho
emelho, aí ele me liberôpra escrevê no dele.E eu quero falá é sobre isso mermo: emelho. A parada
é a seguinte: ôto dia eu tava percurano um serviço no jornal aí eu vi lá uma vaga na loja de
computadô. Aí eu fui lá vê colé a de mermo. Botei uma rôpa porreta que eu tenho, joguei meu
Mizuno e fui lá. Aí eu cheguei lá, fiz a ficha que a mulé me deu e fiquei lá esperano. Nêgo de
gravata, eu só "nada... tô cumeno nada!". Aí, eu tô lá sentado, pá, aí a mulé me chama pa
entrevista, lá na sala dela. Mulé boa da nada! Entrei na sala dela, sentei pá, aí ela começô: a mulé
perguntano coisa como que, se eu sabia fazê coisa como que e eu só "sim sinhora, que eu já
trabalhei nisso e naquilo", jogano 171 na mulé e ela cumeno legal.Aí ela parô assim, olhô pra ficha
e mim perguntô mermo assim: "você mora aí, é?", aí eu disse "é". Só que eu nun sô minino, botei
o endereço de um camarado meu e o telefone, que eu já tinha dado a idéa pra ele que se ela ligasse
pá ele, ele dizê que eu sô irmão dele e que eu tinha saído, pra ela deixá recado, que aí era o tempo
dele ligá pro orelhão do bar lá da rua e falá comigo ou deixá o recado que a galera lá dá. Eu nun vô
dá meu endereço que eu moro ni uma bocada! Aí a mulé vai pensá o que? Vai pensá que eu sô
vagabundo tomém, né pai... Nada! Aí, tá. A mulé só perguntano e eu jogando um "h" na mulé, e
ela gostano vú... se abrindo toda...! Aí ela mim disse mermo assim: "ói, mim dê seu emelho que aí
quando fô pra lhe chamá... - a mulé jáía me chamá já - ... quando fô pra lhe chamá, eu lhe mando
um emelho". Aí eu digo e agora?". Aí eu disse a ela mermo assim "ói, eu vou lhe dá o emelho de
um vizinho meu pra sinhora, que ele tem computadô, aí ele mim avisa". Mintira retada, que o
cara mora longe e o computadô é lá do trabalho dele, aí ele ía tê que mim avisá pelo telefone lá da
rua.Aí, depois quando eudisse isso, a mulé empenô. Sem mintira niua, ela me disse mermo assim:
"aí, não! como é que você qué trabalha na loja de computadô e não tem emelho?". Aí ela bateu no
meu ombro assim e disse "Ói, hoje em dia, quem num tem emelho ximba!". Falo mermo assim,
véi, a miserave da mulé. Miserave! Mas aí, eu ía fazê o que, véi?Aí uns dias depois eu acabei
conseguindo um seviço de ajudante de predero: um pau danado! Eu pego 7 hora da manhã e leva
direto, de 7 a 7, aí meio dia para pra almuçá, comida fêa, e acabô o almoço nun discansa não, volta
pro seviço. É pau, vu véi... é pau viola mermo. É por isso que eu digo, é como a mulé disse: "quem
nun tem emelho ximba, véi!". É isso aí. Os cara que nun recebero esse emelho vai ximbá, na
moral, quando chegá fim de mês, recebê uma merreca. Agora pra você que recebeu esse emelho,
eu vô lhe dá a idéa, ói, vá lá na loja que ainda tem a vaga! Já fui! Valeu! Jonilso.
O poeta da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabaio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mio.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei.
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça,
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.
Eu canto o caboco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.
Eu canto o vaquero vestido de coro,
Brigando com o toro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.
E assim, sem cobiça dos cofre lüzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.
ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá.5. ed. Petrópolis: Vozes, 1984.
Texto 2
CAPÍTULO III
Seção I Da Educação
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino;
IV. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V. valorização dos profissionais do ensino, garantindo, na forma da lei, planos de carreira para o magistério
público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos,
assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI. gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII. garantia de padrão de qualidade.
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.
Texto 3
Poliacrilatos e polimetacrilatos
A história de laboratório dos monômeros acrílicos começou em 1843, quando da primeira síntese do ácido
acrílico.
A isto seguiu-se em 1865 a preparação do etil-metacrilato, por Frankland e Duppa, enquanto que em 1877
Fittig e Paul notavam que ele possuía uma certa tendência para polimerizar. Por volta de 1900, a maioria dos
acrilatos mais comuns havia sido preparada em laboratório e ao mesmo tempo já existiam alguns trabalhos
sobre a sua polimerização. Em 1901, o Dr. Rohm, na Alemanha, começou um estudo sistemático no campo
dos acrílicos e mais tarde tomou parte ativa no desenvolvimento industrial dos polímeros do éster acrílico
naquele país. O polimetilacrilato foi o primeiro polímero acrílico produzido industrialmente (por Rohm e Haas,
em 1927). Foi vendido como uma solução do polímero em solvente orgânico e foi usado principalmente em
laças e formulações para revestimentos superficiais. Mais tarde, Rowland Hill (da I.C.I.) estudou o
metílmetacrilato e sua polimerização em profundidade, enquanto que Crawford (também da I.C.I.) desenvolveu
um método econômico para a fabricação do monômero.
BRISTON, J. H. & MILES, D. C. Tecnologia dos polímeros. São Paulo: Polígono/Edusp, 1975.
A forma de língua portuguesa apresentada no texto 1 nos remete a que tipo de realidade? Comente.
O texto 2 é uma poética, ou seja, é um texto que expõe as propostas criativas de um poeta. Na sua opinião, a
forma de língua pela qual o artista optou e a temática de sua poesia se harmonizam? Por quê?
Observe, ainda no texto 1, as formas fio, mio, paioça (correspondentes, na língua-padrão, a filho, milho e
palhoça, respectivamente) ou os plurais "das mata", "das brenha", "das roça e dos eito", "dos home" e outros.
As diferenças entre essas formas e aquelas da língua-padrão são sistemáticas, ou seja, seguem determinados
padrões. Observe e comente.
A que grupo social pertencem as pessoas que utilizaram a forma de língua portuguesa do texto 2? Por que
usaram essa forma de língua?
Que tipo de conhecimento é necessário para a perfeita compreensão do texto 3? Que forma de língua é aí
apresentada?
Que fatores estão na origem destas três variantes da língua portuguesa?
A AMAZONAS ESTÁ
Tem gente que usa cola de sapateiro, mas nunca sentiu o gosto de prego de ponta fina na boca, jamais bateu meia-
sola num pé de ferro, nunca remendou um couro com agulha grossa e linha de cifra. Infelizmente, tem gente que
usa cola de sapateiro não para ganhar a vida,
mas para perdê-la. Felizmente, isto agora vai mudar. O Grupo Amazonas está lançando a primeira cola de sapateiro
que não dá barato: Adesivo Amazonas, sem um pingo de Tolueno.
A nova cola feita pela Quimicam, do Grupo Amazonas, é uma cola tão avançada que nem nos
DE SAPATEIRO QUE
Estados Unidos nem na Europa se faz igual. Ela significa menos drogas no meio da rua e mais gente saudável
dentro das sapatarias, das indústrias de calçados e de artefatos de couro.
O Grupo Amazonas se orgulha de ter feito uma cola que vai ajudar as empresas e a sociedade a darem um
importante passo. Não adianta nós fabricarmos o melhor solado do Brasil se o país não andar bem das pernas.
MUITOS FREGUESES.
a) a expressão “linha de cifra” é um exemplo de variante linguística diastrática, ou seja, relacionada a determinado
grupo social de falantes. Identifique outro exemplo desse tipo de variante e determine que grupo de falantes faz uso
dessas expressões.
c) a expressão gíria “dá barato” relaciona-se a que grupo de falantes? Transcreva um trecho do texto que justifique
sua resposta.
d) a expressão “darem um importante passo” refere-se a pessoas que usam a cola de sapateiro para quê?
Justifique sua resposta com elementos extraídos do texto.
e) o título “A Amazonas está lançando uma cola que vai fazer ela perder muitos fregueses” faz referência a pessoas
que usam a cola de sapateiro para quê? Justifique sua resposta.
QUESTÃO 2 – Reescreva o trecho a seguir, de acordo com o padrão culto formal (substitua os termos ou
expressões coloquiais grifados, procedendo às adaptações gramaticais necessárias): “Infelizmente, tem gente que
usa a cola de sapateiro não para ganhar a vida, mas para perdê-la. Felizmente isto agora vai mudar. O Grupo
Amazonas está lançando a primeira cola de sapateiro que não dá barato: Adesivo Amazonas, sem um pingo de
Tolueno.”
O exercício proposto abaixo baseia-se numa propaganda publicitária. Faça-o, pois é cada vez mais comum o
uso desses textos em exames vestibulares e coletâneas de redação.
O "jeitinho de falar que cativa na hora" é uma das atrações turísticas do Ceará. De que forma o texto
publicitário a utiliza em seu processo de persuasão? Esse texto publicitário é adequado ao público a que
se dirige? Comente.