Quimica Inorganica
Quimica Inorganica
Quimica Inorganica
de Técnicos de Operação Jr
do Abastecimento
2ª edição
Química
Aplicada
Geral e Inorgânica
TABELAS
METODOLOGIA CIENTÍFICA
Tabela 1 - Dados experimentais para a formulação da Lei de Charles 07
A MATÉRIA
Tabela 1 - Distribuição dos elétrons 20
Tabela 2 - Componentes e fases de alguns sistemas 27
TABELA PERIÓDICA
Tabela 1 - Nomes dos grupos dos elementos representativos 30 APL
LIGAÇÕES QUÍMICAS ICA
Tabela 1 - Nox de alguns elementos 46 DA
SOLUÇÕES
Tabela 1 - Exemplos de soluções 63
FUNÇÕES INORGÂNICAS
Tabela 1 - Classificação quanto ao nº. de hidrogênios ionizáveis 87
Tabela 2 - Indicadores ácido-base 94
CINÉTICA QUÍMICA
Tabela 1 - Cinética de reação 112
ELETROQUÍMICA
Tabela 1 - Potenciais-padrão de eletrodo 133
METODOLOGIA CIENTÍFICA
Figura 1 - Esquema de desenvolvimento de um método científico 09
A MATÉRIA
Figura 1 - Estrutura didática do átomo 14
Figura 2 - Eletrosfera e níveis atômicos 19
Figura 3 - Distribuição eletrônica 20 APL
Figura 4 - Camada e elétron de valência do átomo de potássio (K) 21 ICA
Figura 5 - Clasificação da matéria 23 DA
Figura 6 - Eletrólise da água 24
Figura 7 - Formas alotrópicas do carbono 25
Figura 8 - Gás liquefeito de petróleo (GLP), uma mistura de C3H8 e C4H10 26
TABELA PERIÓDICA
Figura 1 - Classificação periódica dos elementos 28
Figura 2 - Subnível mais energético de cada grupo da tabela periódica 29
LIGAÇÕES QUÍMICAS
Figura 1 - Formação do sólido iônico 35
Figura 2 - Estrutura do NaCl 36
Figura 3 - Nuvem eletrônica em estrutura metálica 44
LÍQUIDOS
Figura 1 - Gráfico de pressão de vapor para o éter dietílico, etanol e água 59
SOLUÇÕES
Figura 1 - Variação da solubilidade com a temperatura 68
Figura 2 - Redução da pressão de vapor 71
Figura 3 - Pressão de vapor – (a) parcial para a substância 1; (b)
73
parcial para a substância 2; e (c) total da solução
Figura 4 - Aparelhagem de laboratório para destilação fracionada 78
FUNÇÕES INORGÂNICAS
Figura 1 - Ensaio de condutibilidade elétrica de soluções 80
REAÇÕES QUÍMICAS
Figura 1 - Ordem de reatividade de metais e não-metais 105
CINÉTICA QUÍMICA
Figura 1 - Cálculo da velocidade instantânea de uma reação 113
Figura 2 - Energia de ativação 115
EQUILÍBRIO QUÍMICO
Figura 1 - Escalas de pH e pOH 126
ELETROQUÍMICA
Figura 1 - Corrosão do ferro da esponja de aço 129
Figura 2 - Pilha ou célula galvânica de zinco/cobre 131
(b) Leis
A análise dos dados pode indicar uma relação intrínseca entre eles, que se revela
através de uma tendência ou uma constante que os relaciona. Essas relações
entre os dados são descritas como leis. Vamos tomar como exemplo a Lei de
Charles. De acordo com essa lei, o volume de um gás é diretamente proporcional
à sua temperatura absoluta, sob pressão constante. Em outras palavras, um
aumento na temperatura provoca um aumento no volume do gás, de acordo com
uma constante. Observe a Tabela 1. Nessa tabela estão registrados os dados
observados em sucessivos experimentos realizados com um gás, semelhantemente
ao experimento de Charles. Nesse experimento, mostra-se que variando a
temperatura de um gás contido em um recipiente, o volume que este gás ocupa
é proporcional a essa variação de temperatura.
O sucesso de uma teoria reside no fato de ela conseguir prever, com certa
confiabilidade, resultados de diferentes experimentos sob a mesma ótica para a
qual foi desenvolvida. Caso os novos experimentos concordem com os resultados
previamente prescritos pela teoria, esta é aceita e torna-se ainda mais confiável.
Caso os resultados práticos observados não estejam de acordo com a teoria, esta
é modificada para conseguir explicar os novos resultados ou então é inteiramente
abandonada, sendo necessário o desenvolvimento de uma nova teoria.
A matéria pode ser definida como tudo aquilo que ocupa lugar no espaço e que
possui massa. Então, tudo que tenha volume e massa, por menores que sejam,
é definido como matéria.
F = m.a
Como citado anteriormente, o conceito de massa ao longo dos tempos tem sido
erroneamente confundido com o conceito de peso. Peso é a medida da força com
que uma massa atrai a outra. Por exemplo, no planeta Terra, o peso de um
objeto é a intensidade com que a força gravitacional da Terra atrai o objeto. O
peso de um corpo depende então da massa do objeto a ser atraído, da massa da
Terra e da distância que este corpo se encontra do centro da Terra. Um corpo tem
no nível do mar um peso maior do que se estivesse no topo da mais alta montanha
do mundo, o Monte Everest. Porém, a massa do corpo é a mesma. Dessa maneira,
fica claro que os conceitos de massa e peso são diferentes e devem ser distinguidos
de modo que quando essas grandezas forem mencionadas em um artigo ou na
aprendizagem de um novo conceito, sejam compreendidas no seu sentido científico
e não no sentido coloquial.
As propriedades físicas dos corpos permitem que sejam definidos três estados
físicos da matéria. Esses estados dependem basicamente das condições de
temperatura e pressão sob as quais o corpo está submetido.
Gases: não possuem forma definida nem volume próprio. As moléculas dos ga-
ses estão muito mais distanciadas umas das outras do que no caso dos estados
líquido e sólido. O gás toma a forma do recipiente que o contém e seu volume é
fortemente dependente da pressão e da temperatura em que se encontra.
A palavra átomo tem origem na Grécia antiga, e significa “indivisível”. Ainda que
se saiba que os átomos são constituídos de partículas subatômicas, esta
denominação permaneceu até hoje. A química moderna observa os fenômenos
químicos, interpreta seus dados e formula teorias baseando-se fielmente no
conceito de que a matéria se apresenta de uma forma descontínua, formada por
entidades denominadas de átomos.
Hoje em dia são conhecidos 112 tipos de átomos, sendo 90 naturais e o restante
artificial (produzido em laboratório mediante aceleração de partículas). A
combinação desses átomos de diversas maneiras forma toda a espécie de matéria
existente.
A estrutura atômica dos átomos como conhecemos hoje em dia foi sendo
gradativamente formulada por hipóteses e teorias que eram constantemente
reformuladas e agregadas de novos dados, à medida que os experimentos
investigativos em torno do átomo foram avançando. Vários modelos foram descritos
e chegou-se hoje em dia a uma estrutura tão complexa, que toda a ciência
precisou ser reformulada e vista com outros olhos para que a estrutura atômica,
recheada de partículas e subpartículas, fosse descrita. Esse estudo pertence à
Mecânica Quântica, e envolve uma matemática e conhecimentos físicos
extremamente sofisticados. Para o nosso propósito, ficaremos com o modelo que
Nesse modelo, o átomo é composto por três tipos de partículas: prótons, nêutrons
e elétrons.
Átomos do mesmo tipo são os que possuem o mesmo número de prótons, e são
denominados isótopos quando o número de nêutrons varia. Como o número de
prótons define o elemento químico ao qual o átomo pertence, esse número passou
a ser chamado de número atômico, e é simbolizado pela letra Z.
Massa atômica
Massa atômica é a massa de um átomo, e é, por definição, o número que indica
quantas vezes a média ponderal (inclui a abundância entre os isótopos) da massa
dos isótopos desse átomo é mais pesada que uma unidade de massa atômica. A
massa de um átomo é expressa em unidades de massa atômica.
Número de massa
Praticamente toda a massa do átomo está concentrada no núcleo. O núcleo é por
sua vez constituído de prótons e nêutrons. Então, o número de massa, representado
pela letra A, é definido como a soma do número de prótons (Z) mais o número de
nêutrons (N).
A=Z+N (1)
A = Z + N = 8 + 8 = 16
Um único átomo é tão pequeno e sua massa é tão insignificante, que uma peque-
na amostra de uma substância contém uma quantidade muito grande de átomos.
Se utilizássemos as medidas usuais de massa, expressaríamos a massa dos áto-
mos com números tão pequenos, que não seria prático. Por isso, foi definida uma
unidade de quantidade de matéria, chamada mol, que representa um número.
Assim como a dúzia representa 12 unidades, a dezena representa 10 unidades,
temos na química o mol para representar também um número que expressa
quantidade. Podemos ter então 1mol de átomos, 1mol de moléculas, 1mol de
íons, 1mol de canetas, ou seja, o mol representa uma quantidade, um número.
Esse número representado pelo mol, porém, é um número que não condiz com
nada que se possa comparar na nossa vida cotidiana. O mol representa o chamado
número de Avogadro. Esse número é igual a 6,02.1023.
1mol = 6,02.1023
Esse é um número muito, mas muito grande. Porém, é coerente com as grandezas
que queremos medir, pois como veremos a seguir, 12g de 12C possuem 1mol de
átomos desse elemento, isto é, um átomo de 12C pesa 12u, e 6,02.1023 átomos de
12
C pesam 12g.
Daqui vem então o conceito de massa molar, representada pela letra M. A massa
molar representa a massa de 1mol de alguma espécie química. Como já foi dito, a
massa de 1mol de 12C é 12g, portanto sua massa molar é M = 12g/mol. A massa
molar do 16O é M =16g/mol, pois sua massa atômica é 16u. Para as moléculas, a
massa molar é igual à soma das massas molares dos átomos que a constituem.
pois: 2mols de 1H = 2g
1mol de 16O = 16g
O exemplo acima com a molécula de água (H 2O) nos mostra então que em 1mol
de água, temos 2mols de átomos de hidrogênio (1H) e 1mol de átomos de oxigênio
(16O). Não devemos confundir átomos de hidrogênio (H), com moléculas de
hidrogênio (H2), nem tampouco átomos de O com moléculas de O2. A água é
formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Porém, a
decomposição da água em seus elementos constituintes forma sempre moléculas
de H2 e de O2, pois, pela teoria do orbital molecular, estas são as formas mais
estáveis (e conseqüentemente mais prováveis) de se encontrar estas substâncias.
Existe então uma maneira de se calcular quantos mols de uma substância existem
em uma certa massa desta mesma substância. Representando-se o número de
mols por n, temos:
massa [g]
n= = [mol] (2)
massa molar g
[ mol ]
Então, 18g de água contêm 1mol de moléculas de água, pois a massa = 18g e
M = 18g/mol:
18[g]
n= = 1mol
18[g/mol]
Os elétrons não são partículas da maneira como são tratados. Como já menciona-
mos anteriormente, os elétrons são encontrados em regiões de densidade de carga
que possuem formas esféricas, de halteres, e outras mais complexas, sendo todas
explicadas e previstas pela teoria da Mecânica Quântica. Porém, para nossos
objetivos, o modelo simplificado, representado na Figura 2, é bastante útil.
K – 1 s 1 2
L – 2 s–p 4 8
M – 3 s–p–d 9 18
N – 4 s–p–d–f 16 32
O – 5 s–p–d–f 16 32
P – 6 s–p–d 9 18
Q – 7 s 1 2
Nem sempre o elétron de valência será o elétron mais energético. Vejamos o exem-
plo do átomo de Sc (Z = 21). Sua distribuição eletrônica é dada por 1s2 2s2 2p6
3s2 3p6 4s2 3d1. Nesse caso, os elétrons de valência são os do subnível 4s (cama-
da N), mas o elétron mais energético se encontra no subnível 3d (camada M).
A formação de íons
Os átomos, quando estão em seu estado fundamental, possuem o número de
prótons igual ao número de elétrons. Dessa forma, o total de cargas positivas
(prótons) anula o total de cargas negativas (elétrons), isto é, o átomo encontra-se
eletricamente neutro. Porém, os átomos podem ganhar ou perder elétrons (o que
pode ocorrer durante a formação de uma ligação química ou em outras situações
Podemos perceber pelas figuras que o íon não possui o mesmo tamanho que o
átomo que lhe deu origem. Quando o átomo de cloro recebeu um elétron, passou
Mistura
Uma mistura consiste em um conjunto de substâncias puras colocadas juntas. As
misturas podem ser sólidas, líquidas ou gasosas, e ser separadas por processos
físicos, de acordo com as propriedades das substâncias que as compõem. Elas
podem apresentar as mais variadas composições, dependendo da quantidade de
cada substância presente. As propriedades físicas da mistura (ponto de fusão,
ponto de ebulição, densidade, etc.) são função de sua composição. Um exemplo de
mistura de grande complexidade é o petróleo, que é formado por inúmeros
hidrocarbonetos, entre outros compostos. O leite, o granito, a água do mar, o ar e o
gás liquefeito de petróleo (ilustrado na Figura 8) são outros exemplos de misturas.
Fase é cada região ou aspecto da mistura, distinta das demais, na qual todas as
propriedades são as mesmas. As fases podem ser sólidas, líquidas ou gasosas.
Pode haver uma mistura com duas ou mais fases distintas no mesmo estado
físico (por exemplo, água e óleo), ou as fases podem estar em estados físicos
diferentes (mistura de água e areia, por exemplo). As misturas podem ser
classificadas de acordo com o número de fases que apresentam.
Todas as misturas em que possam ser distinguidas duas ou mais fases são
chamadas de mistura heterogênea. Uma situação interessante é a distinção
entre fases e componentes em um sistema. Um sistema composto pela mesma
substância pode possuir mais de uma fase. A Tabela 2 mostra esta diferença.
SISTEMA FASES
4 – óleo, água, sa l, granito 6 – óleo (líq.), sol. de á gua sa lga da (líq.), gelo,
quartzo, mica e feldspato (sólida s)
1 1A Metal alcalino
2 2A Metal alcalino-terroso
13 3A Família do boro
14 4A Família do carbono
15 5A Família do Nitrogênio
16 6A Calcogênio
17 7A Halogênio
18 zero Gás Nobre
Existe uma classificação mais antiga que considera também os elementos B, Si,
Ge, As, Sb, Te e Po como semimetais.
Essas são perguntas que sempre nos fazemos quando estamos estudando química.
Sabe-se que na natureza tudo tende a um estágio de menor acúmulo de energia.
Portanto, partindo dessa visão, e baseando-se em inúmeros experimentos,
concluímos que há uma tendência de os elementos reagirem, buscando um
estado energético mais favorável, mais estável.
Vemos que para o metal Na adquirir uma configuração eletrônica estável (de gás
nobre) ele precisa perder 1 elétron, tornando-se um íon, o cátion Na+. Pelos
valores fornecidos sobre o potencial de ionização e afinidade eletrônica vemos
que é bastante fácil para o sódio perder, ou melhor, doar este elétron. Do mesmo
modo, o Cl para atingir a estabilidade precisa ganhar um elétron, tornando-se
um íon, o ânion Cl-. Vamos equacionar as energias envolvidas:
Percebemos que, além das energias envolvidas nos processos de retirada e ganho
de elétrons do sódio e do cloro, respectivamente, existe também uma energia
que é desprendida quando os íons isolados formam o par iônico. O balanço de
energia nos mostra que o processo libera 3,12eV/mol, ou seja, o par iônico
Na+1Cl-1 possui menos energia acumulada e é energeticamente mais estável do
que os átomos originais (Na e Cl).
Nesse tipo de ligação, o elétron não é retirado do átomo, mas é apenas deslocado
para formar o par com o elétron do outro átomo. Dessa maneira, os elementos
que precisam ganhar elétrons unem-se entre si compartilhando pares eletrônicos.
A ligação covalente ocorre entre dois não-metais, entre um não-metal e o
hidrogênio, e entre dois átomos de hidrogênio. Observe o exemplo a seguir:
H• + H • → H •• H
Percebemos que cada átomo de hidrogênio empresta seu elétron para a formação
do par eletrônico, que é compartilhado entre os dois átomos. Dessa forma, cada
um dos átomos possui carga eletrônica mais próxima da carga eletrônica do
hélio, ficando com dois elétrons na última camada.
Existem casos em que um átomo, após ter compartilhado elétrons e ficado com
a configuração eletrônica de um gás nobre, ainda possui pares de elétrons não
compartilhados, chamado de pares de elétrons livres. Esses pares podem formar
outras ligações covalentes através do compartilhamento com átomos que
ainda não completaram sua camada de valência e necessitam de dois elé-
trons. Esse tipo de ligação covalente é chamado de ligação covalente dativa
ou ligação covalente coordenada. Observe o exemplo abaixo:
CH3
CH3
O O N N
µ
H Cl
Água:
Dióxido de carbono:
Este material não tem a intenção de esgotar o assunto sobre ligações químicas.
Os dois modelos estudados até agora mostram apenas conceitos básicos a respeito
das ligações químicas. Existem muitas situações que não podem ser explicadas
ou previstas por essa teoria. Outros modelos têm sido propostos, como a teoria
dos orbitais moleculares, que apresenta uma visão mais abrangente do assunto.
As forças intermoleculares são muito mais fracas que a força da ligação química
que une os átomos que formam a molécula, e só são sentidas nos estados sólido
e líquido. No estado gasoso, as moléculas estão tão afastadas umas das outras,
que estas forças são desprezíveis. As forças intermoleculares são classificadas
como forças de Van der Waals (ou interações dipolo induzido-dipolo induzido),
forças de dipolo permanente (ou interações dipolo-dipolo) e ligação hidrogênio
(ou ponte de hidrogênio).
As forças de Van der Waals ocorrem em moléculas apolares, como Br2, CO2 e
CCl4, e são muito fracas. Elas se devem à formação momentânea de um
dipolo induzido na molécula. Pode acontecer, por exemplo, que num dado
instante o par de elétrons da molécula de bromo se aproxime mais de um
Os metais são sólidos cristalinos que possuem uma rede formada por átomos
idênticos. Na realidade, são os cátions dos metais que ocupam os pontos reticulares
na estrutura cristalina, pois devido à grande eletropositividade dos metais,
ocorre uma liberação parcial dos elétrons mais externos. Esses elétrons livres
(ou semilivres), isto é, que possuem mobilidade na estrutura metálica cristali-
na, mas não abandonam o cristal, envolvem a estrutura como uma nuvem
Número de oxidação (N ox) é a carga real ou parcial que um átomo adquire quando
participa de uma ligação química. Quando a ligação é iônica, essa carga é real.
Quando a ligação é covalente, essa carga significa uma maior ou menor densidade
de carga, em função da diferença de eletronegatividade dos átomos que fazem a
ligação. O átomo mais eletronegativo recebe, então, a carga negativa, e o menos
eletronegativo fica com a carga positiva. Pode-se assim determinar o número de
oxidação de cada átomo em uma espécie química, analisando cada ligação.
Nox do C x + -2.(2) = 0
x = +4
Em qualquer substância +1 H2 O
Hidrogênio composta, exceto em hidretos Nox do H = +1
NaH
Hidrogênio Hidretos -1 Nox do H = -1
Oxigênio
Nos fluoretos +1 ou +2 O2F2, OF2
No restante das -2
substâncias (a maioria) KNO3, H2SO4
Pelo fato de um gás ocupar todo o volume do recipiente que o contém, expandindo-
se espontaneamente, as propriedades termodinâmicas que definem o estado de
um gás são pressão, temperatura e volume.
Jacques Charles e Joseph Gay-Lussac, dois físicos franceses, por volta de 1800,
pesquisaram a variação do volume de um gás em função da variação da
temperatura, mantendo-se constante a pressão exercida sobre o gás e a quantidade
de matéria. A expressão matemática para essa lei é dada por:
V = c.T (5)
Lei de Boyle-Mariotte: V α 1
P
Lei de Charles: VαT
Princípio de Avogadro: V α n
O gás ideal é aquele que obedece rigorosamente às leis e fórmulas que acabamos
de deduzir, em quaisquer condições de pressão e temperatura e que também se
encaixa perfeitamente no modelo descrito pela teoria cinética dos gases. Essa
teoria baseia-se em um modelo, que em linhas gerais diz que:
· Todo gás é formado por partículas minúsculas (átomos, moléculas, íons) em
movimento livre, desordenado e com alta velocidade.
· As partículas de um gás estão muito afastadas umas das outras, o que torna a
atração entre elas desprezível.
· As partículas de um gás se chocam de forma perfeitamente elástica entre si e
contra as paredes do recipiente que o contém, isto é, sem perder energia.
· A energia cinética média das partículas de um gás é diretamente proporcional
à temperatura absoluta, isto é, a maior ou menor temperatura de um gás é a
medida da maior ou menor agitação de sua partículas.
Para que as propriedades dos gases possam ser calculadas, é necessário que
estados-padrão de temperatura e pressão sejam definidos. Existem estados-padrão
especificados arbitrariamente.
O volume molar de um gás é definido nas CNTP atual, como sendo o volume
ocupado por 1mol de um gás qualquer. Calcula-se o volume molar utilizando-se
a equação de estado do gás ideal:
(e.2) Densidade
(7)
Dessa maneira, reorganizando-se a equação de estado dos gases ideais, temos que:
(8)
(9)
A densidade relativa irá nos indicar se o gás em questão é mais “leve” ou mais
“pesado” do que o ar. Entenda-se por gás “mais leve do que o ar ” aquele que
possui menor densidade em relação ao ar, ou seja, que tem menos massa para
o mesmo volume em questão; e entenda-se por gás “mais pesado que o ar ”
aquele que possui maior densidade que o ar.
ρ = 2,31kg/m3
Desse modo, como a densidade do etano é muito próxima à do ar, ele não se
acumula junto ao solo, mas também não se dissipa rapidamente pela atmosfera.
PT = P A + P B (10)
onde PT é a pressão total exercida pela soma das pressões parciais P A e PB.
PA = PT.yA (13)
Veja o exemplo:
O gráfico da Figura 1 também nos mostra a temperatura em que cada uma das
substâncias teria ao atingir a pressão de vapor de 1atm (ou 760mmHg). Um
líquido entra em ebulição (isto é, ferve completamente, desprendendo bolhas)
apenas quando a sua pressão de vapor atinge o valor da pressão ambiente, que
ao nível do mar é de 1,00atm. Quando a pressão de vapor de uma substância
atinge então esse valor, ela entra em ebulição. O ponto de ebulição normal é
definido como a temperatura a que uma substância deve ser levada para que
sua pressão de vapor se iguale à pressão atmosférica normal. Pelo gráfico da
Figura 1, concluímos que o ponto de ebulição do éter dietílico é 34,6°C, o do
etanol é 78,4°C e o da água é 100°C.
O calor que deve ser fornecido a um mol de uma substância para que ela vaporize,
à pressão de 1atm, é chamado de calor de vaporização. Quanto maior o calor de
vaporização de uma substância, mais forte é a interação entre suas moléculas e
menos volátil ela é.
As soluções podem ser classificadas de acordo com seu estado físico em sólidas,
líquidas e gasosas. A Tabela 1 mostra exemplos de soluções e seus estados
físicos:
Concentraremos nosso estudo nas soluções líquidas e gasosas, que são as mais
comuns.
onde nA é o número de mols do soluto A. O volume é dado em litros (L), por isso
a concentração molar é dada em mol/L. Deste modo, se uma solução contém
0,5mol de NaCl dissolvido em um litro de solução, diz-se que a solução tem
concentração de 0,5mol/L.
(a.3) Molalidade
Uma solução que contenha 2,3mols de soluto por quilograma de solvente é dita
uma solução 2,3molal ou 2,3m.
A fração molar, simbolizada pela letra x, é definida como sendo a razão entre o
número de mols do componente A e o número total de mols presentes. É utilizada
quando existem vários solutos, ou quando não há distinção entre soluto e solvente,
isto é, quando a quantidade dos componentes presentes na solução é semelhante.
Suponha que uma solução tenha i componentes. A fração molar do componente
A é dada por:
A percentagem molar nada mais é do que a fração molar multiplicada por 100%.
Se a fração molar é a fração correspondente a um dos componentes dentro de
toda a solução, essa fração multiplicada por 100% nos dá a percentagem do
componente.
Logo:
(c) Solubilidade
De acordo com a solubilidade dos solutos, uma solução pode ser classificada em:
Alguns solutos são solúveis em qualquer proporção com o solvente, sendo infinita-
mente solúveis. Em outros, a solubilidade é tão baixa, que são ditos insolúveis.
Pela Lei de Dalton, a pressão exercida por dois gases depende da pressão parcial
exercida por cada um deles independentemente, então
(21)
As misturas homogêneas, isto é, aquelas que apresentam uma única fase, não
podem ser separadas por processos mecânicos. Utilizam-se, então, processos
físicos, que se baseiam, sobretudo, em mudanças de fase de agregação.
Abordaremos a seguir os principais processos.
Este fato nos mostra que existem substâncias que quando dissolvidas em água
se dissociam, formando íons (partículas com carga) e que são capazes de conduzir
a corrente elétrica quando submetidos a uma diferença de potencial. Esse é o
caso do sal de cozinha (NaCl), que é um composto iônico, e quando adicionado
em água tem seu retículo cristalino solvatado (quebrado), liberando os íons. Em
contrapartida, existem substâncias que não se dissociam, e permanecem em
seu estado original, estando apenas solubilizadas na solução. Este é o caso da
molécula de açúcar (C 12H22O11), que permanece intacta, não se dissociando em
íons como o sal.
H2 O
NaCl(s) Na +(aq) + Cl-(aq)
A molécula de ácido dissocia-se nos íons H+ e F-, porém fica em equilíbrio, não
estando totalmente dissociada.
Com base nesse raciocínio, temos então três classes de solutos: os não-eletrólitos, os
eletrólitos fracos e os eletrólitos fortes:
Teoria de Arrhenius:
De acordo com esse conceito, todo ácido tem sua fórmula iniciando por H e toda
base tem sua fórmula findando com OH. Veja os exemplos abaixo.
Ácido:
Base:
NaOH Na+ + OH-
KOH K+ + OH-
Porém, essa teoria é bastante restrita, pois trata apenas de substâncias dissolvidas
em água, só explicando a existência de ácidos e bases em meios aquosos. Desse
modo, dois outros importantes conceitos para ácidos e bases foram formulados,
abordando critérios mais amplos. Os conceitos existentes mais conhecidos, além
do de Arrhenius, são os de Brönsted-Lowry (Johannes Nicolaus Brönsted, 1879-
1947, e Thomas Martin Lowry, 1874-1936), através da Teoria Protônica, e o
desenvolvido por Lewis (Gilbert Newton Lewis,1875-1946), através da Teoria
Eletrônica.
Teoria Protônica:
O HCl neste caso age como ácido de Brönsted-Lowry, pois doa um próton (H+).
A água age como base de Brönsted-Lowry, pois recebe o próton. Note que do
lado direito da equação química os íons amônio (NH4 + ) e cloreto (Cl-) agem
como ácido e base respectivamente, com o cátion doando o próton para o ânion.
Essa reação é reversível. O ácido clorídrico (HCl) ao doar um próton (H+) para a
amônia (NH3) gera o íon cloreto. Portanto, todo ácido quando doa seu próton
forma uma base. A esse conjunto dá-se o nome de par conjugado. Da mesma
forma a amônia, ao receber o próton do ácido, forma um ácido como seu par
conjugado. Então, podemos concluir que quanto maior é a capacidade de um
ácido em liberar um próton, mais “forte” é esse ácido, e, desse modo, mais fraca
é a base conjugada desse ácido. O mesmo ocorre para a base. Quanto maior a
capacidade da base em receber esse próton, mais forte é essa base e mais fraco
é o seu ácido conjugado.
No exemplo acima, o ácido acético é um ácido muito mais forte quando o solvente
(que age como uma base) é a amônia, pois a amônia tem muito mais capacidade
de receber o próton liberado pelo ácido acético do que a água. Desse modo,
vemos também que a água é uma base mais fraca que a amônia. Portanto,
numa mistura de água e amônia, a água que até agora era vista como uma base,
passa a atuar como ácido, pois ela tem uma tendência menor que a amônia em
receber um próton. Veja o exemplo:
Teoria Eletrônica:
BF 3 + NH 3 → H 3N − BF 3
Daqui por diante, nos restringiremos aos conceitos de ácidos e bases de Arrhenius,
pois para o estudo em solução aquosa esses conceitos serão suficientes. Vejamos
agora como se classifica um ácido.
· Quanto à volatilidade:
Ácidos fixos – tem o ponto de ebulição relativamente alto em relação à tempera-
tura ambiente. Ex.: H SO , H PO , H BO , etc.
2 4 3 3 3 3
(22)
1) Hidrácidos:
ácido............................................ídrico
(nome do elemento formador)
Exemplos: HCl – ácido clorídrico.
HBr – ácido bromídrico
HCN – ácido cianídrico
H2S – ácido sulfídrico
2) Oxiácidos:
-ETO -ÍDRICO
-ITO -OSO
-ATO -ICO
Nox do
Ácido Ânion Nome do elemento Nome do ácido
formador ânion central
Note que a valência do ânion indica quantos prótons o ácido terá. O ânion fosfato
(PO 3-) forma o ácido H PO (ácido fosfórico ou ortofosfórico). Precisa-se de três
4 3 4
O ácido sulfúrico (H2SO4) é um oxiácido fixo. Tem massa molar igual a 98g/mol.
É utilizado na correção do pH de efluentes alcalinos, nas reações de esterificação,
desidratação e alquilação catalítica. Seu consumo total em um país é um dos
indicativos de industrialização.
O ácido clorídrico (HCl) é um hidrácido volátil com massa molar igual a 36,5g/
mol. É utilizado em substituição ao ácido sulfúrico, porém apresenta um custo
mais elevado.
O ácido fluorídrico (HF) é um hidrácido volátil com massa molar igual a 20g/mol.
Utilizado principalmente em reações de alquilação catalítica e como catalisador.
hidróxido de.............................................
(nome do cátion formador)
Exemplos:
Fe(OH)2 – hidróxido ferroso ou hidróxido de ferro ll (Nox do Fe = +2)
Fe(OH)3 – hidróxido férrico ou hidróxido de ferro lll (N ox do Fe = +3)
Sn(OH)2 – hidróxido estanoso ou hidróxido de estanho ll (Nox do Sn = +2)
Sn(OH)4 – hidróxido estânico ou hidróxido de estanho lV (N do Sn = +4)
ox
· Quanto à solubilidade:
Solúveis – os hidróxidos de metais alcalinos e de amônio.
Pouco solúveis – os hidróxidos de metais alcalino-terrosos.
Insolúveis – os demais hidróxidos.
NEUTRALIZAÇÃO
Ácido + Base → sal + água
Exemplo:
(b) Sais
A quantidade de cátions e ânions deve ser tal, que a carga total do sal deve ser
nula.
............................................de.............................................
[nome do(s) ânions(s) formador(es)] [nome do(s) cátion(s) formador(es)]
No caso do cátion apresentar mais de um N ox, utiliza-se a mesma regra que foi
utilizada para as bases, com os sufixos -oso e -ico para o menor e maior Nox,
respectivamente, ou com o uso do N ox em algarismo romano. Caso o sal possua
hidrogênio ionizável na fórmula, o prefixo hidrogeno- aparece antes do nome do
ânion.
Exemplos:
NiCO3 – carbonato niqueloso ou carbonato de níquel ll (Nox do Ni = +2)
Ni (CO ) – carbonato niquélico ou carbonato de níquel lll (N do Ni = +3)
2 3 3 ox
Sal duplo – sal que apresenta mais de um tipo de cátion ou mais de um tipo de
ânion diferente de H+ e de OH-. Ex.: NaKCO 3, CaBrCl.
Os sais são utilizados com freqüência em uma refinaria como catalisadores nos proces-
sos de craqueamento e no acabamento dos produtos do petróleo, como por exemplo, o
AlCl3 (cloreto de alumínio), o PbS (sulfeto de chumbo II) e o Na2S (sulfeto de sódio).
Silicatos (SiO4 -4) e carbonatos (CO3 -2) de cálcio (Ca+2 ) e magnésio (Mg+2 ) são
grandes causadores de incrustações, principalmente em equipamentos que
utilizem água e vapor, geralmente os equipamentos geradores e trocadores de
calor. As incrustações são substâncias que por algum motivo tiveram sua
solubilidade reduzida e precipitam da solução onde se encontram, causando
acúmulo em certas regiões do equipamento.
(c) Óxidos
São compostos formados por apenas dois elementos, onde o mais eletronegativo
é o oxigênio. Como o flúor é mais eletronegativo que o oxigênio, os compostos
que possuem apenas flúor e oxigênio não são óxidos, mas sim fluoretos.
óxido de...........................................................
(nome do elemento ligado ao oxigênio)
Quando o elemento forma dois óxidos, pode-se usar os sufixos -oso e -ico para o
de menor e maior Nox, respectivamente. Se o elemento forma vários óxidos,
pode-se indicar o Nox do elemento em algarismo romano, após o nome do elemento.
Exemplos:
Cu2O – óxido cuproso ou óxido de cobre I.
CuO – óxido cúprico ou óxido de cobre II.
Fe2O3 – óxido férrico ou óxido de ferro III.
· Óxidos ácidos – São compostos moleculares formados pela ligação entre oxigê- nio
e elementos não-metálicos ou elementos metálicos com Nox maior que +4.
Podem estar presentes na forma sólida, líquida ou gasosa.
· Óxidos básicos – São compostos com acentuado caráter iônico formados pela
ligação do oxigênio com metais de baixa eletronegatividade, como os metais
alcalinos e alcalino-terrosos.
Ex.: Na O + H O → 2NaOH
2 2
· Óxidos anfóteros – São óxidos com estrutura iônico-molecular que podem apre-
sentar ora um comportamento de óxido ácido, ora de óxido básico. Não reagem
com água. Reagem com ácido e com base, formando sal e água.
Exemplos: ZnO, Cr2O3, As2O3, Al2O3, MnO2, As2O5, SnO, SnO2, PbO, PbO2,
Sb2O3, Sb2O5.
· A seta que separa os reagentes dos produtos pode ser simples ou dupla. A seta
simples indica que a reação ocorre apenas no sentido indicado; enquanto que a
Sobre ou sob a seta que separa os reagentes dos produtos na equação química,
podem ser indicadas as condições necessárias para que a reação ocorra. Para
isso costumam ser utilizados símbolos. Abaixo estão alguns desses símbolos e
seu significado:
Esta representação significa que a água líquida, sob uma descarga elétrica,
decompõe-se em hidrogênio e oxigênio gasosos. É comum também encontrar a
indicação do estado físico em notação subscrita.
· Uma equação química deve estar balanceada, ou seja, deve mostrar que áto-
mos não são criados nem destruídos em uma reação, apenas combinam-se de
formas diferentes. Portanto, a mesma quantidade de átomos de um elemento
que existe nos reagentes deve existir nos produtos da reação. Os coeficientes da
reação nos fornecem a proporção entre os compostos que reagem e os que são
formados, deixando a equação balanceada.
O íon Fe+2 perde um elétron, isto é, sofre oxidação, e passa para a forma Fe+3. O
elemento que se oxida provoca a redução de um outro elemento. Diz-se então
que o elemento que se oxida é o agente redutor, pois provoca a redução de outro
elemento.
Observe que não existe uma reação de oxidação sem haver uma reação de redução.
A ocorrência de uma depende, exclusivamente, da ocorrência da outra. São
reações de oxirredução as reações de combustão, de corrosão e várias outras.
Veja o exemplo abaixo da reação de combustão do carbono:
C + O2 → CO2
C + O2 → CO2
CaO + CO2 → CaCO3
É aquela em que uma substância simples reage com uma substância composta,
produzindo outra substância simples e outra substância composta.
Veja este exemplo, em que o ferro, por ser mais reativo, desloca o cobre, gerando
um depósito de cobre metálico.
A + BC → AC + B
Observe o exemplo:
Fe + 2HCl → FeCl 2 + H2
São as reações em que duas substâncias compostas reagem entre si, produzindo
duas outras novas substâncias compostas.
A reação acima é uma reação de dupla troca, pois há uma permuta entre o
hidrogênio do ácido e o cátion da base, e duas novas substâncias compostas são
formadas. Toda reação de neutralização é uma reação de dupla troca.
Nessa reação entre cloreto de sódio (NaCl) e nitrato de prata (AgNO3), formam-
se outros dois sais, o cloreto de prata (AgCl) e o nitrato de sódio (NaNO3). Reações
de dupla troca não são reações de oxirredução, pois não há transferência de
elétrons entre as substâncias (calcule o Nox dos elementos envolvidos e confirme).
(PO33-), sulfetos (S2- ) e sulfitos (SO32- ) são insolúveis (com exceção dos que pos-
suem cátions alcalinos e cátion amônio).
9) A maioria dos hidróxidos é insolúvel (com exceção dos hidróxidos de metais
alcalinos e de amônio).
a) Neutralização: reação entre um ácido e uma base, em que sal e água são
formados.
Então, quanto ao calor envolvido em uma reação, ela pode ser classificada em:
Δ
C(s) + O2(g) → CO2(g) ΔH = -393,5kJ
Note que a reação de combustão está sendo classificada como uma reação que
envolve calor, porém, como vimos anteriormente, ela pode ser enquadrada em
outras classificações. A reação de combustão é uma reação de oxirredução e
também uma reação de síntese.
(23)
De acordo com a equação 23, não basta a reação apenas liberar calor (ΔH
negativo) na busca de um estado energético menor. A entropia deve aumentar
também (ΔS positivo). A relação entre estas duas variáveis e o valor da tempe-
ratura em que a reação ocorre nos indica se a reação é espontânea ou não.
Esta área da química estuda a velocidade com que uma reação química ocorre
e os fatores que influem nessa velocidade. A velocidade de uma reação química
é a medida da rapidez com que se formam os produtos da reação, ou a medida
da rapidez com que os reagentes químicos são consumidos.
A + B → C + D
O sinal negativo que antecede a equação tem a função de tornar positivo o valor
calculado para a velocidade, pois a diferença entre [A]2 e [A]1 é sempre negativa,
uma vez que a concentração de A diminui com o tempo.
Porém, esse valor da velocidade média não é de grande utilidade, pois a velocidade
da reação varia de acordo com a concentração dos reagentes, e a concentração
varia ao longo da reação. A velocidade instantânea (a velocidade para cada
concentração) não é a mesma ao longo da reação. Pode-se fazer uma analogia
Logo vemos que a inclinação da reta 1 é maior que a inclinação da reta 2. Desse
modo, vemos que a velocidade da reação é maior no início do que quando ela se
aproxima do seu fim, pois a concentração dos reagentes é maior no início do que
próximo ao término da reação.
v = k. [A]x.[B]y.[C]z... (24)
Porque uma reação pode ocorrer em diversas etapas e muitas vezes ignoramos
essas etapas quando representamos a equação química global de um processo.
Cada etapa da reação é chamada de reação elementar, e chamamos de
mecanismo de reação ao conjunto das reações elementares ou parciais, segundo
as quais a reação se processa. A velocidade de uma reação química é determinada
pela velocidade da etapa mais lenta do mecanismo da reação, a qual é
denominada de “etapa lenta do processo”. Todas as outras reações intermediárias
que ocorrem mais rápido que a reação da etapa lenta não interferem na velocidade
da reação. Assim, apenas as concentrações dos reagentes que participam da
etapa lenta determinam a velocidade da reação.
v = k . [NO2 ]2
Os catalisadores podem ser homogêneos, isto é, podem formar apenas uma fase
com os reagentes, ou podem ser heterogêneos, formando duas ou mais fases distin-
tas. Na reação com um catalisador heterogêneo (geralmente reagente gasoso ou
líquido e catalisador sólido), o catalisador fornece uma superfície sobre a qual os
reagentes podem reagir mais facilmente.
Os catalisadores são hoje em dia produtos de grande valor agregado para a indústria,
pois vários processos só são economicamente viáveis em função de sua presença.
Cálculo do volume de CO 2:
100g de CaCO3 formam 22,71L de CO2.
1 000g de CaCO 3 formam yL de CO 2.
y = 227,1L de CO2.
Todo sistema busca o seu estado de equilíbrio. O equilíbrio pode ser entre estados
físicos, como o equilíbrio sólido-líquido, líquido-vapor, etc., no qual a quantidade
de moléculas que saem de uma fase é igual à quantidade de moléculas que
entra na outra fase; ou pode ser buscado por uma reação química, na qual
macroscopicamente a reação parece ter terminado, pois a concentração tanto
dos reagentes quanto dos produtos permanece inalterada, porém,
microscopicamente, os reagentes da reação continuam transformando-se em
produtos e os produtos em reagentes.
Caso a quantidade de mols dos reagentes seja igual à quantidade de mols dos
produtos formados na reação, o equilíbrio não se desloca diante de uma variação
de volume, pois não há como minimizar a variação da pressão.
Esta constante nos mostra quão deslocado é o equilíbrio da reação para uma
dada temperatura. Se a constante for um valor maior que 1, a reação é deslocada
no sentido dos produtos, pois o produto da concentração destes é maior. Se o
valor for menor que 1, a reação é deslocada no sentido dos reagentes, pois o
produto da concentração destes é maior nesta situação.
Para a reação
a A(aq) + b B(aq) c C(aq) + d D(aq)
(26)
H2 O H+(aq) + OH-(aq)
O valor dessa constante é extremamente baixo, mostrando que a água quase não
se dissocia. Podemos considerar que a concentração de H2O é praticamente
constante, de modo que pode ser incluída no valor de K. Assim,
Soluções ácidas:
Uma solução tampão tem como função manter constante o pH de uma solução
em relação à adição de quantidades pequenas de ácidos ou bases, mesmo que
sejam fortes, ou seja, uma solução tampão deve apresentar resistência a mudanças
de pH.
Essa solução pode ser constituída por um ácido fraco e um sal solúvel de mesmo
ânion, ou por uma base fraca e um sal solúvel de mesmo cátion.
Um objeto que contenha ferro metálico, como, por exemplo, uma esponja de aço,
reage rapidamente ao entrar em contato com uma solução de sulfato de cobre II
(CuSO4), como mostrado na Figura 1. Durante este processo, verificam-se a for-
mação de um sólido marrom-avermelhado sobre a palha de aço, um descoloramento
da solução de sulfato de cobre II e a oxidação (corrosão) do ferro.
O íon Cu+2 se reduz, ganhando dois elétrons e passando a Cuº. Isso explica os
fenômenos observados na palha de aço e na solução. A coloração avermelhada
que surge na palha de aço se deve ao depósito de cobre na forma sólida (Cuº).
Como os íons de cobre saíram da solução, a coloração azul diminuiu de
intensidade, pois são os íons de cobre que causam a coloração azulada.
O que ocorre então? O eletrodo de zinco constitui o anodo, isto é, o pólo negativo,
local onde se dá a oxidação. Então, o zinco metálico se oxida, formando cátions
Zn+2 que passam à solução, e libera um fluxo de elétrons que atravessa o fio
condutor e chega ao eletrodo de cobre (este é o circuito externo da pilha). O
eletrodo de cobre constitui o catodo, isto é, o pólo positivo, local onde se dá a
redução. O catodo, que está em contato com os íons Cu+2 da solução, promove
a redução desses íons, gerando um depósito de Cu0 sobre o eletrodo.
Dessa maneira, com o passar do tempo, a barra de zinco irá diminuir até ser
completamente corroída, enquanto que a de cobre irá aumentar de tamanho.
Outro fenômeno que ocorre nesta pilha é a migração de ânions sulfato do
compartimento catódico para o anódico, através da parede porosa. Essa corrente
iônica, também chamada de circuito interno da pilha, é necessária para manter
as duas soluções neutras, uma vez que com o passar do tempo aumenta a
quantidade de cargas positivas (Zn+2) no anodo e diminui no catodo.
Primeiro deve-se determinar qual o papel de cada par redox na pilha. Para isso,
é necessário comparar os seus potenciais de redução, dados na Tabela 1.
Até agora vimos que uma reação química pode fornecer corrente elétrica devido
ao fluxo espontâneo de elétrons do elemento com maior potencial de redução
para o elemento com menor potencial de redução. Porém, sabe-se que esse
processo pode ser cessado e até revertido se colocarmos em sentido contrário
uma fonte de corrente contínua ou uma fonte de tensão de mesma intensidade
que a corrente ou a ddp gerada pela reação. O fluxo de elétrons pararia e não
mais haveria reação de oxirredução. Se a intensidade da fonte fosse maior, o
fluxo de elétrons seria invertido. Com isto, o anodo que normalmente é corroído
no processo espontâneo pode ser regenerado, e o depósito de metal no catodo
pode ser dissolvido, retornando na forma de íons para a solução. Sempre que
uma reação de oxirredução for forçada no sentido inverso, aplicando-se uma
corrente elétrica ou ddp, diz-se que ocorreu uma eletrólise e temos uma célula
eletrolítica. A reação em uma célula eletrolítica não é espontânea.
(a) Hidrogênio
O hidrogênio ocorre naturalmente como uma mistura de três isótopos, que recebem
nomes especiais: prótio (1H 1), com abundância de 99,985%; deutério (1H 2), com
abundância de 0,015%; e trítio ( 1H3), com abundância de 10-7%.
· pela reação entre carbono e vapor d’água a altas temperaturas. Esta é a princi-
pal reação na síntese do gás de água (mistura de CO e H2), um tipo de gás
combustível com aplicação bastante restrita hoje em dia.
CO + H O → CO + H
2 2 2
C2H6 → C2H4 + H2
(b) Oxigênio
O oxigênio ocorre como uma mistura de três isótopos estáveis: 8O16 (com
abundância de 99,8%), 8O17 e 8O18.
O oxigênio pode ser obtido da eletrólise da água, mas apenas quando se exige
uma pureza muito elevada, devido ao alto custo do processo. Industrialmente, o
oxigênio é obtido da destilação fracionada do ar liquefeito, quando é separado do
nitrogênio e de outros compostos como CO 2 e gases nobres.
(c) Flúor
O poder extremamente oxidante faz com que ele reaja de forma vigorosa com a
maioria das substâncias. Pode ser armazenado em recipientes metálicos a baixas
pressões, onde forma uma camada de fluoreto na super fície do metal
extremamente estável, que acaba protegendo o metal de novos ataques. Pode
ser estocado em recipientes de vidro, desde que não haja a presença de HF.
(d) Cloro
O cloro livre (Cl2) encontra-se na forma gasosa, possui uma cor amarelo-esverdeada
e é tóxico. Na natureza, encontra-se combinado na forma de cloretos, como nos
minerais halita (NaCl) e silvita (KCl), em depósitos subterrâneos e nos oceanos.
O cloro, em certos compostos, como NaClO e Ca(ClO) 2, possui poder germicida,
sendo utilizado na purificação da água. Possui também características alvejantes.
Nos cloretos, o cloro apresenta estado de oxidação -1. Podem ser iônicos, como
o NaCl, KCl, CaCl2, ou covalentes, como o HCl, CCl4, etc. Dentre esses, o HCl é
o de maior importância industrial. É utilizado em larga escala nas indústrias
químicas, metalúrgicas, de alimentos e de petróleo. Em geral, é obtido
industrialmente pelo aquecimento de hidrogênio e cloro, oriundos da eletrólise
de uma solução aquosa de NaCl.
Forma uma série de óxidos, todos potencialmente explosivos, como o Cl2O, Cl2O3,
ClO , etc. Dentre estes, o dióxido de cloro (ClO ) é o mais importante
2 2
industrialmente, pois é um poderoso agente oxidante, usado como alvejante
para a polpa de papel (o processo de alvejamento consiste na oxidação de
compostos orgânicos coloridos formando compostos incolores ou menos coloridos).
(f) Bromo
(g) Enxofre
S + O2 → SO 2
V2O5
SO2 + O2 → SO3
SO3 + H 2O → H2SO4
O SO3 pode ser transformado em H2SO4 através da reação com água. Porém,
esta reação é lenta. Então, industrialmente, no processo de contato, faz-se a
solubilização de SO3 em H2SO4, ocorrendo a formação de ácido pirossulfúrico,
que ao ser dissolvido em água gera o ácido sulfúrico, como descrito a seguir:
(h) Nitrogênio
Na natureza, o fósforo não ocorre na forma livre, sendo a maior parte encontrada
em depósitos de rochas de fosfato de cálcio [Ca (PO ) ] e apatita [Ca F(PO ) ].
3 4 2 5 4 3
O fósforo pode existir no mínimo em seis formas alotrópicas, porém três delas
são mais comuns: o fósforo branco, que é uma substância bastante reativa e
venenosa; o fósforo vermelho, menos reativo e que pode ser guardado em contato
com o ar; e o fósforo preto.
(j) Alumínio
(m) Cobre
(n) Cromo
(p) Titânio
BUENO, W.; BOODTS, J. F. C.; DeGreve. L.; LEONE, A. L. Química Geral. São
Paulo: McGraw-Hill do Brasil. 1978.
NH 1+
amônio Mg2+ magnésio Bi3+ bismuto
4
Cu
1+ Cu2+ As
3+
Sn
4+
As
5+
Hg Hg Sb 3+ Pb 4+ Sb 5+
2 2+ 2+
1+ 2+ 3+ 4+
Au Cr Au Mn
auroso cromoso áurico mangânico
2+ 3+ 4+
Fe Cr Pt
ferroso crômico platínico
2+ 3+ 4+
Co Fe Ti
cobaltoso férrico titânico
2+ 3+
Ni Co
niqueloso cobáltico
2+ 3+
Sn Ni
estanoso niquélico
2+ 3+
Pb Mn
plumboso manganês III
2+
Mn
manganoso
2+
Pt
platinoso
2+
Ti
titanoso
HSO31– monoidrogenos-
sulfito
HSO41– monoidrogenos-
sulfato