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net / entrada alternativa: www.terraluz.kit.net O LIVRO DO DEUS VIVO H mais de vinte anos apareceu a primeira edio do "LIVRO DO DEUS VIVO", j h muito tempo esgotado. A presente edio traz para os leitores da lngua francesa um texto cuidadosamente revisado, uma nova apresentao e mais um captulo, inexistente na edio de 1929, inclusive algumas passagens que foram anexas a este promio. "O LIVRO DO DEUS VIVO" como, alis, todos os escritos do B YIN RA no obra literria, nenhum tratado filosfico, nem compndio religioso. um testemunho impressionante, desenvolvido em obras posteriores, de uma doutrina da Realidade intrnseca, objetiva e integral em sua essncia e um dinamismo categrico, cuja origem remonta aurora dos tempos e que visa reconduzir os Homens, atravs da vida inspida de cada dia, Luz Primordial de que outrora se apartaram. Entre os numerosos trabalhos j publicados sobre a obra do B YIN RA, h um* cuja introduo contm, a nosso ver, indicaes que todo leitor deve ter em mente se quiser que a obra do Mestre exera sobre sua evoluo espiritual toda a influncia fe- cunda de que capaz. A seguir, reproduzimos alguns trechos: Se quiser obter da leitura deste livro todo o proveito que encerra, ter-se- que l-lo sem idias preconcebidas; importa aplicar-se a essa leitura um dos preceitos mais rigorosos de Francisco de Assis, quando recomendava aos Irmos da sua Ordem, que lessem o Antigo e o Novo Testamento sem preocupao da "beleza", porque esses escritos transcendem toda beleza e toda a fealdade..." Ler BO Y I N RA com preveno literria a nada conduz. .." " Quando um verdadeiro Sbio, um verdadeiro Mestre se expressa, no como habitualmente se l poesia: belo conjunto de formas isoladas, criando sentimentos profundos, de harmoniosamente entrelaadas idias e imagens, com alternncias de sons e flutuaes de palavras; mas o que se produz de muito maior importncia e mais decisivo; pois a relao e interpenetrao de palavras provocam a ressonncia interior, cuja forma espiritualmente vibrtil ultrapassa todo o contedo de obras literrias comuns. E essa forma de cadncia peculiar, estando em relao ntima com as palavras que a compem, cada uma delas deve ser sentida no intimo da pessoa". " Dizem que a verdadeira poesia, antes de tudo, deve fascinar maneira de um encanto. Ora, no se pode infelizmente deixar de constatar quo raros so os casos, onde a literatura tem conseguido este clmax de fascinao. Assim e antes de mais nada, deve- se exigir de

toda Enunciao, quando tem carter de Vidncia e ligada ao Centro Esotrico dos Mundos e deles oriunda, que aparea em todo seu potencial de fora de encantamento e, principalmente, que seja impregnada da magia fontica da palavra. O poeta, pois, mesmo quando tem intuio daquilo, o Vidente o sabe pela experincia. Julgo, assim, necessrio concitar o leitor a que preste maior cuidado a sentir as palavras antes de lhes sondar o significado. Ento poder assimilar as foras, por assim fizer, litrgicas das palavras do B Yin Ra. E essas foras isoladas criaro, gradativamente, no leitor a sensao insuspeita do conjunto: como ao escutar correr as guas cuja torrente impetuosa ressoa em jaculatrias jmbicas. .." Os escritos de B Yin Ra devem ser classificados dentro da categoria das excees em que habitualmente se classificam os livros ditos sagrados. Esto no mesmo nvel que, por exemplo, o Taoteking, a Bhagavat-Gita, o Upanichade, a Dammapada, o Livro dos Mortos, os Pentateucos, os Evangelhos, o Coro etc. Contudo, eles tm uma vantagem sobre aqueles, por no terem ainda sofrido nenhuma alterao histrica em transposies, omisses, adjunes e tradues, conservando assim sua forma genuna, sem exercer uma influncia dissolvente. Pois esses escritos, impossveis dizeres de outra forma so a nica expresso autntica que se tem o deleite de chamar Revelao, hoje humanamente possvel... " "Sem embargo existe grande quantidade de livros chamados profticos" que, reivindicando este carter, procuram, a maioria deles, parecer cientficos, aberta ou subrepticiamente. Sem querer tomar qualquer posio a respeito de semelhante literatura, contudo, evidente que, s6 a tendncia de pertencer cincia, suficiente- mente indica a via em que circulam estes escritos. No minha inteno atacar a cincia que, alis, se sente bastante incmoda, com toda razo, dessa vizinhana pretensiosa, imprpria sua reserva; contudo, a qualidade excepcional do que oriundo da Revelao, ai desconhecido a priori". No h um documento ~ Verdadeira Sabedoria Divina, que no seja definitivamente afastado de tudo que for apenas tentativa de conhecimento, investigao, especulao ou filosofia..." ... A "Doutrina" que B Yin Ra nos traz, como antes dele trouxeram Lao Tseu ou Jesus, to profunda e to visceralmente inefvel, que para cada criatura vem revelando algo indito, de diferentes modos sentida. E se a lngua dos homens est aqui utilizada, como o foi em todos os tempos por Grandes Iniciadores, no pode seno limitar, contornar, deixando, todavia, pressentir que se trata de algo vital e que deve ser pessoalmente experimentado. como rebordo que circunda uma cratera, um abismo, um vcuo, mas dentro dela est a essncia, a fora do vulco, o imaterial. .." "Nestes escritos achar-se- o que importa ser achado. No se encontrar o que eternamente convm no saber... Completando essas citaes, de nossa parte no podemos fazer melhor do que transmitir as palavras do Mestre: "O tu, que anseias e neste livro queres encontrar, Luz e sabedoria, saibas, que ningum as atingiu pela leitura e raciocnio! "

"O ensinamento que te trago Vida, Caminho e Verdade, mas no o pode guardar em ti se no deixares que se tornem entro de ti Vida, Caminho e Verdade ! 'BREVIARIO" de B Yin Ra, compilado por Rudolf Schott. Compilao de aforismos essenciais extrados das obras do Mestre, formando um conjunto de conceitos fundamentais: Esprito, Alma, Corpo, Eu, Eu e Tu, a Obra e o Mundo, o Alvo. Edies Richard Himmel, Leipzig, 1928.

INTRODUO No leia este livro quem for piedoso e crente! No o leia quem nunca duvidou de Deus! Este livro foi escrito para aqueles que, em duros combates ntimos, procuram conquistar seu Deus e no O encontram... Foi escrito para todos que se debatem nos espinhos da dvida... A estes, sim, servir de auxlio. Indicar-lhes- o caminho. a Sabedoria da aurora dos Tempos que proclamo. Sabedoria que, s vezes, foi percebida por alguns, mas sempre guardada secreta. Em tempos idos, em raros intervalos, foi permitido falar a respeito, surdina e por smbolos velados.

Chegou a hora de falar mais clara e abertamente, porque os no autorizados espalharam, e ainda espalham, pelo mundo, imagens desfiguradas desta Sabedoria. O "ntimo Oriente" decidiu, a partir de agora, abrir aos Homens do Ocidente o cofre secreto, h tanto tempo zelosamente guardado de olhares profanos. Aquele que agora o est abrindo recebeu o poder de faz-lo. Por isso, de incio, mostrar-se apenas de longe aquilo que ser compreendido por quem lhe for digno. Dir-vos-ei o que possvel dizer a respeito dos segredos do Templo. Mas, se quiserdes sondar as profundezas, devereis estar dispostos a senti-los no mais ntimo de vs mesmos. Pois os segredos no so revelados a no ser queles que envidam todos seus esforos e deles se apossam em luta sem trguas. Pela simples leitura" das minhas palavras pouco tereis lucrado... O que aqui aparece como palavra, haver de encontrar corao acolhedor, corao que dela saber impregnar-se e a guardar; de outra forma no passar de palavra v. Ningum poder estabelecer critrio exato sobre o valor positivo ou negativo do que l, sem passar por uma prova prvia, que dele se exige imperiosamente, se que quer penetrar no Templo. Somente os de dentro podero julgar com acerto. Mostrar-vos-ei o exterior daquilo que, um dia, se revelar no ntimo de quem tiver passado a prova. Mas, para que isso se revele, requer-se grande vontade, constante e ininterrupta, e, quem souber constrang-la, ver que minhas palavras se confirmaro. Achar o caminho que o levar a seu Deus Vivo. Em si mesmo encontrar o Reino do Esprito e Suas Altas Potncias. Seu Deus nele nascer". No tem interesse em fornecer provas". Se minhas palavras so anunciadoras da Verdade, cabe a vs averigu-lo! em vs mesmos que reside o juiz silencioso, e s ele pode sancionar o que minha palavra suscita em vs... Minhas palavras no s podeis compreender, pois no palmilhastes o caminho que eu, outrora, penosamente, percorri!

Alis, aqui no h provas de valor universal". Cada um deve encontrar em si e para si a prova concludente! Ademais, no uma cincia" que vos dou, nem uma f" que vos prego. Apenas exponho o que possvel mostrar a respeito da Sabedoria do ntimo Oriente" e do grande Segredo do Templo da Eternidade. Oxal minhas palavras consigam despertar-vos, finalmente, pois ainda no sabeis quem sois! Abenoados e fortes sejam todos os que de boa vontade sabem querer decididamente!

A MORADA DO DEUS ENTRE OS HOMENS Da alvorada dos tempos veio do Sol Levante um discreto enunciado aludir aos Homens do Ocidente, em devotas imagens conforme a f crist, a respeito da prodigiosa Comunidade espiritual dos Iniciados em ao; mas os Homens do Ocidente no souberam como interpretar. Um vu de lenda urdiu-se em torno do Santo Graal" e sua augusta "Cavalaria". . . O saber, cheio de esperana, soobrou em mitos nebulosos passou para o plano secundrio da fbula e da poesia devota.

Entretanto, em nossos dias sucedeu que os mistagogos venturosos espalhassem, em seus relatos, fantasticamente embelezados, terem os Iniciados aos Mistrios vividos em alguma parte longnquos do Oriente, ocultos dos olhares profanos. Mas, em verdade, esses boatos demonstravam tambm, apesar dos seus propagadores, que, embora ouvissem falar a respeito desses Seres ocultos, nunca viram nenhum deles; sem isso poder-se-ia supor que qualquer faquir exibindo suas bruxarias ou algum santo homem, casualmente encontrado, fosse mesmo os membros desse cenculo espiritual. . . Contudo, por subsistir, no subconsciente de muitas almas, o ltimo vestgio da intuio do vnculo espiritual de possvel ligao com o Santurio impregnado do Esprito divino e situado em algum recanto da Terra, embora invisvel, logo surgiram crentes benvolos que esperavam restabelecer esse vnculo. Pobres deles! Procuraram por caminhos falsos e, ainda hoje, continuam a errar pelos mesmos caminhos, procurando sempre em vo. Com os fragmentos de saber, apanhados ao longo do caminho, fizeram a mais estranha e quimrica compilao, que denominaram "a cincia do Esprito"; mal sabiam que se tornavam vtimas da prpria iluso, imaginando que o verdadeiro saber pudesse ser adquirido guisa de cincia intelectiva. Levam uma vida afim dos ascetas, pretendendo "espiritualizar-se"; chafurdam nos pntanos tenebrosos e pestferos de um misticismo doentio oriundo da atmosfera febril das selvas tropicais do Oriente; morbidamente procuram em volta um trao dos preceitos antigos ou modernos que lhes permita se apossarem de "foras ocultas". Como se enganam, ao pensarem achegar-se dessa maneira aos Cus que, em troca de todos os seus afs, s podem apiedar-se e sorrir com indulgncia. Nenhum consegue galgar as escarpas rochosas que levam aos cumes ensolarados da "Grande Montanha" e, todos eles, ao caminharem pelas largas estradas poeirentas, se apressam em peregrinaes profanas de longa data, no fundo dos vales sufocantes. . . Alguns julgavam j estar no caminho aos Dirigentes sobejamente iluminados do Reino da alma e, ei-los batendo as matas, na esperana de a descobrir "um santo". . . Outros, no acreditam que as doutrinas religiosas dos povos do Oriente sejam idnticas sabedoria desses Condutores silenciosos e ocultos. Com razo eles observam: "Ora, em nossa terra, em tempos idos, tambm houve Profetas e Sbios; tambm temos nossos livros sacros que nos vieram de remota antiguidade! "0 Divino em toda parte igual!" "Por que devemos, ns, filhos do Ocidente, buscar nossa salvao no lon-

ginquo Oriente!" E eles tm razo. Pois, se se tratasse somente de algo que as almas devotas pudessem em qualquer lugar aprender a sentir, se houvesse apenas questo de doutrinas antigas que ainda contribuem para determinar concepes religiosas no Oriente, ento, todo pesquisador acharia seu consolo em si mesmo e em sbios ensinamentos que lhe haviam legado os Videntes e Arautos de sua raa. Mas, h pouca relao entre a ao dos Guias silenciosos da alma e as doutrinas dos povos orientais, e os Auxiliares espirituais ocultos levam-nos muito alm desses cus que, em todas as pocas, tm sido forjados por alguns, como expresso de suas aspiraes religiosas Os Guardies da herana primitiva da Humanidade so os protetores mais poderosos de toda espiritual idade no Homem, para quem, alm de serem amigos sinceros e compreensivos, so os conselheiros mais esclarecidos. Desde os primrdios eles enviam "Irmos" para todos os recantos do mundo, a fim de estabelecer focos espirituais de irradiao onde quer que julguem necessrios. Atravs de todos os tempos, do seio de todos os povos, escolhem eles Filhos" e "Irmos" espirituais, conforme a lei do Esprito lhes manda eleger. Ora, para todos esses eleitos foi estabelecida uma morada na sia Central, morada que se lhes tornou ptria espiritual, da qual ningum, se quisesse a penetrar sem ser convidado, poderia descobrir o acesso. Alguns deles, que, desde a aurora dos tempos, l vivem congregados, nunca aparecem no mundo exterior agitado. Para esse fim enviam os "Filhos" e "Irmos" espirituais, que a lei do Esprito designa como "atuantes". Eles mesmos permanecem simplesmente fiis guardies do tesouro espiritual que, outrora, antes da queda no mundo da matria, o Homem terrestre possuia. Eles criam a energia por meio da qual os Atuantes agem em prol da Humanidade terrestre. insensato e o cmulo da tolice enquadrar esses Dirigentes espirituais aos Budistas" ou br manes", "Lamas", "Panditas" ou "faquires"!?! Mas tambm no se deve supor que se trata de alguma espcie de "cientistas" de qualquer pretensa "cincia" oculta, com os quais teramos de nos defrontar! Tudo que se pudesse imaginar a respeito e lhes atribuir um desses nomes seria um erro funesto!

Os Irradiantes da luz Inicial * so, antes de tudo, "criadores", Os "Primognitos" ou "Pais" nunca tiveram "sede de saber" e, por isso, no adquiriram conhecimento. . . Quanto aos "Filhos" e "Irmos" em Esprito, h muito desaprenderam ter qualquer "vontade" de saber. .. Nenhum deles cogita converter o mundo s doutrinas da filosofia oriental. Para eles indiferente se "crs" na Bblia ou no Coro, se tens "f" nos Vedas ou nas doutrinas de Buda. Mas, no seio de todas essas crenas, desde milnios, encontram Homens dos quais lhes tem sido possvel aproximar-se como Auxiliares e Guias espirituais, mesmo quando os protegidos e guiados, s vezes, no sintam a transformao consciente, a qual seria indispensvel, dos acontecimentos neles sucedidos. . . No intuito dos Irradiantes da Luz Primordial apresentar doutrinas religiosas, mas, sim, construir "pontes", a fim de ligar o Homem desta Terra, prisioneiro do corpo da Besta, ao Reino substancial do Esprito. So alheios a todas as doutrinas que tendem a estimular o Homem ao xtase, que depois de ter perdido todo o controle dos sentidos, poder ento ufanar-se de haver adquirido o poder de rebaixar o Divino at ele!? Deveras sabem que pelo pensamento jamais se ter o conhecimento daquilo que a condio primordial de todo pensamento e o que vive alm do pensamento. Sorriem apenas quando ouvem falar a respeito dos que se consideram deuses disfarados. Todavia, estaro sempre, em forma invisvel, ao lado de cada um que, no imo do corao, anseia por receber seu Deus. So verdadeiros Grandes Sacerdotes, que oferecem o clice da Graa a todo peregrino que, nas profundezas fervescentes do seu ser, aspira a que Deus nele esteja. Agora talvez comeces a perceber que se trata de outra coisa, e no do que falam esses estranhos e pretensos sbios da "cincia oculta", de cujas doutrinas, de um misticismo duvidoso, recolhidas de todos os povos, prepararam um excitante saboroso, batizando de "sabedoria divina". Por semelhante "sabedoria divina" dos pobres iludidos e desvirtuados voluntariamente, por todos os "exerccios", meditaes e jejuns, por toda a pureza dos atos e pensamentos, por todo o conhecimento das coisas que no preciso saber no te aproximars, nem que seja

pela finura de um cabelo, desse alvo do qual o sentimento ntimo te d a intuio de ser o alvo supremo de todas as tuas aspiraes! Pode ser que enlouqueas; talvez te consideres um "santo" e os outros tambm, mas, dessa forma, nunca chegars a teu Deus! Se queres encontrar, apenas, o que sempre e sem a ajuda espiritual podes achar no teu ntimo, neste caso no preciso que dirijas teus olhares ao "Supremo Oriente"! Estes que de l te conduzem, mesmo que vivam contigo, no teu pas, sob teu prprio teto, tm outra coisa para te dar! Criaro algo em ti que tu no podes criar. . . Algo que se arraigar em ti e do qual sers o alimento. . . Algo que no tens ainda e nunca poders tirar de ti prprio. . . E nem os Irradiantes da Luz Inicial tampouco de si mesmos o extraem. Apenas restituem o que outrora era tua propriedade, antes da impulso para o mundo da matria em que foste compelido a perd-lo. Os "Primognitos" dos "Irmos" nunca o perderam, porque nunca participaram da queda profunda do Homem Besta humana da Terra. Eles no conhecem a morte e, desde milnios, continuam vivendo na Terra sob uma forma indestrutvel, oriunda das foras da substncia mais pura do Esprito. Jamais, como tu e eu, foram unidos a um corpo semelhante ao do animal. Contudo, entre os Homens outrora decados que deviam, no tempo assinalado, unir-se besta, na Terra, os "Primognitos" formaram, no plano espiritual, os "Irmos" que, ao nascerem no mundo da matria, agissem no que no pode ser feito seno quando se vive em corpo animal. . . De modo que, ainda em nossos dias, eles "preparam" os "Ir mos" para os tempos vindouros. Ora, desde os primrdios, as primeiras bestas humanas tornaram-se veculos do HomemEsprito. O lugar de ao dos "Primognitos" l onde se erguem as mais altas montanhas da Terra. Esse lugar, contudo, inacessvel a quem no seja espiritualmente conduzido por eles at eles. Esta a verdade sobre a "Morada do Deus entre os Homens" na Terra.

De l, o Reino do Esprito penetra, pela fora da substncia mais pura, o mundo da matria em contnuo movimento de transformao. de l que partem as radiaes da substncia espiritual, erigidas a todas as criaturas viventes na Terra. Ora, vejo, contudo, tamanha massa de homens baldadamente procura do Esprito, buscando-o por vias ilusrias e falsas. No posso seno exortar a todos a darem _uma reviravolta enquanto tempo, porque a Luz atuante do "Intimo Oriente" dificilmente os fecundar, se seus olhares ainda estiverem deslumbrados por luzeiros diversos de todos os tempos tochas e archotes os quais o Homem, cado na animalidade, criou para iluminar seu caminho. Em verdade, s quem, no obstante o fulgor cintilante da Terra souber fixar seu olhar no "Oriente", encontrar nas alturas augustas a Viva Luz! E quando a tiver achado, v-la- brilhar pelo caminho at ter atingido seu alvo, at ter conquistado seu alvo supremo! ."PROTOFOTOFORES", quer dizer, Portadores da "PROTOLUZ" ou "AROUI LUZ" no sentido da Luz Arquetpica, eterna-inicial, perpetuamente Original e Primordial - a "LUZ PERPETUA" da liturgia catlica.

A LOJA BRANCA Por ser um hbito geral chamar de Loja Branca" o Cenculo de Auxiliares espirituais, vamos tambm manter esse nome, se bem que, embora eles no faam objeo, assim no se dominam.

Seu total isolamento do mundo exterior talvez justificasse a idia de Loja", vulgarizada pela maonaria livre, cujo carter parecia corresponder s normas dessa Comunidade puramente espiritual. Trata-se da mais singular unio existente neste planeta e, no se acha entre os Homens nenhuma forma similar de comparao, qual seja sua natureza, oferecendo, mesmo em sentido figurado, a possibilidade de qualquer associao. No mundo exterior, os membros dessa Unio no se aproximam corporalmente, a no ser em casos extremamente raros e da maior importncia, e quase nunca se correspondem verbalmente. No entanto, seu contato espiritual constante, ininterrupta sua troca de idias e absoluta sua comunho de almas. Esta Unio no possui leis exteriores. Cada um dos membros igual aos outros; no obstante: cada um conhece o lugar que lhe cabe, determinado pela natureza espiritual, prprio a cada individualidade. Todos, entretanto, se subordinam voluntariamente a um Chefe Supremo" em Esprito. Esse Chefe" no eleito nem nomeado; contudo, jamais um membro da Unio poderia ter dvidas quanto a esse Chefe" e quem seja.

A "admisso" a esta Comunidade no obtida nem de pleno direito nem adquirida por astcia ou constrangimento. As leis espirituais ocultas e certas disposies especficas que, na natureza humana produzem essas mesmas leis determinam a aptido de todo Homem para eventual "admisso" e, uma vez admitido nenhum poder humano poder levantar obstculos a essa "admisso . Os admitidos, no entanto, no so ligados por nenhum voto, nenhum compromisso. . . Eles mesmos so Norma e lei! Nenhum sinal particular, nenhuma singularidade no seu modo de viver, deixa transparecer, entre as pessoas comuns, os membros dessa Comunidade espiritual.

Contudo, bem que sejam entre si estranhos, se reconhecem, e isso sem a ajuda dos "sinais", das "palavras de passe" ou "toques", caso lhes seja necessrio se conhecerem tambm na vida exterior. Em razo da sua natureza mesma, esta Unio, como tal, deve permanecer oculta, embora no impea que muita gente e s vezes povos inteiros, estejam sob sua influncia espiritual. Nenhum caminho que leva s altas metas supramateriais foi palmilhado sem que um dos membros dessa Unio ou a Unio em seu conjunto tenha assumido direo invisvel. Na maioria dos casos, aqueles que esto espiritualmente guiados no sabem, nem sequer supem, da influncia invisvel, qual devem tudo o que possuem de melhor. Todavia, quando surge algum indcio de certo despertar, a ascendncia dessa ajuda espiritual ento se torna assaz perceptvel, mas, por falta de conhecimento ou por supersties, ela quase sempre atribuda s foras sobrenaturais. A imaginao potica de todos os povos e em todos os tempos, deve, sem dvida, a tal erro de interpretao, grande nmero desses casos. A superstio sempre foi amiga dos poetas, pois a Verdade desnuda, sendo por demais rspida e simples, d margem fantasia potica, deixando-se drapear em suntuoso ouropel. A interpretao errnea da intuio que se tem tido a respeito de auxlio espiritual, vindo do Cenculo silencioso dos "Irmos Primognitos" Terra, tambm tem contribudo grandemente para o enriquecimento de lendas religiosas. Entretanto, de tempos em tempos, os isolados tiveram a conscincia da existncia e da ao dessa Comunidade que, embora invisvel, est ligada aos Homens terrenos. Contudo, outros vieram em seguida e sob toda a espcie de suspeitas soterraram os traos j descobertos. Tanto assim, que s um murmrio da lenda ainda ficou aqui ou acol, para testemunhar o maior conhecimento que, nos tempos idos, se teve, com absoluta certeza, e a respeito do qual alguns Homens devem ter recebido revelaes muito significativas. . , Foi ento que, em nossos dias, as almas, com tendncias uns tanto exaltados, tiveram conhecimento da existncia dessa Irmandade; mas a simplicidade da sua essncia e da sua ao espi- rituais, parecia insuficiente ao poder da imaginao policroma des- ses entusiastas. De modo que julgaram necessrio embelezar seus relatos com acessrios mais fantsticos e apresentar os Irmos Primognitos" (porque espiritualmente mais velhos) da Humani- dade com o nimbo de semideuses ou, pelo menos, como grandes magos conhecedores de longa data" de tudo que a cincia moderna ainda est por descobrir, inclusive, serem eles dotados to liberalmente de tantos poderes maravilhosos", que os narradores exticos jamais poderiam imaginar. evidente que esse erro foi cometido com boas intenes. Queria-se sacrificar os meios pelo fim, procurando altear o mais que se pudesse, acima de tudo o que humano, seres inaccessveis cuja existncia se adivinhava, e a base dessa inteno justificada, parecia ser

fortalecida pelas faanhas de faquires mais vulgares, em cujos truques se procurava ver a prova de que seus executantes pertenciam de fato Loja Branca". . . Compreende-se, pois, que os Irradiantes da Arquiluz, que desse modo foram categorizados, -os verdadeiros Sacerdotes do Templo da Eternidade na Terra declinam de todos esses atavios fantsticos e de mau gosto, com inexorvel firmeza. Eles sabem que so Homens iguais aos outros, exceto na idade espiritual" mais avanada, que os torna aptos a cumprirem sua funo na construo gradual da Hierarquia espiritual e a canalizar em benefcio dos seus Irmos terrestres energias espirituais, das quais so condutores, e no criadores! A realidade, porm, apresenta aspecto to diferente em venerabilidade e grandiosidade, que jamais a fantasia mais sedenta de matizes poderia inventar. . . A ao discreta dos membros da Unio se expande sobre todos os planos da evoluo espiritual da Humanidade. Por suas mos passam os fios que, no raro, terminam em expresso do mais alto poder humano de criao, em mais alta manifestao de potncia humana. . . Deveras eles removem montanhas sem mexer uma falange do dedo, pois seu Querer, ao guiar o mais puro dos conhecimentos espirituais, estando totalmente purificado de todo desejo pessoal, dirige mais de uma vontade que emprega e aciona outros crebros e outras mos! E, em verdade, no pelas artimanhas de faquires que agem os " Irmos Primognitos" da Humanidade! Eles trabalham de maneira toda espiritual e seu empenho consiste em canalizar e concluir o incomensurvel plano da evoluo terrena, que a eterna lei csmica assinalou Humanidade; e seu trabalho no conhece nenhum interesse particular, como tambm nenhuma preferncia individual, mesmo que os motivos mais idealsticos possam parecer justificveis. Quem esperar "milagres" grosseiros, a no os encontrar! Todavia, os efeitos positivos, oriundos da ao dos "Irmos Primognitos", podem ser s vezes realmente "milagrosos"; mas quanto mais se faz jus a esse atributo, tanto mais se ocultam dos olhares profanos. Ora, sob a esfera da influncia dessa ao espiritual est cada ser humano que, realmente, de todo corao aspira mais alta evoluo espiritual, e suscetvel, em sua existncia terrena, de alcana-la. Mais pura a sua vontade, mais ela livre de desejos egostas mais o Esprito nele poder atuar e mais fortemente sentir essa influncia. . .

So muitos que a sentem sem desconfiarem de onde ela lhes vem. . .

EXPERINCIA SUPERSENSORIAL Todo Homem, em determinado estado de sensibilidade particularmente desenvolvida, e quando no forem demasiados os empecilhos do mundo exterior, pode ter a vivncia supersensorial. As naturezas mais singelas so mais propcias a essas experincias, bem como as dos artistas quando so realmente dotados de dons genunos, verdadeiros criadores favorecidos pela natureza. A concepo" interior de uma idia, de uma imagem deveras artstica que surja espontaneamente, j uma espcie de experincia supersensorial". Existe, alis, diferena astronmica entre todas as variedades de inspirao" artstica, onde, por um lado, as emoes ultra-sensoriais superiores de natureza ocasional, podem ser sentidas por todos os Homens. E certas naturezas, particularmente dotadas, sentem-na com intensidade muito maior. Por outro lado, h um gnero de experincia supersensorial, vivida por alguns para os quais o tesouro hereditrio do Homem-Esprito tem muito mais valor do que o objetivo de satisfazer sua curiosidade ou de sair a sede de conhecimento. Bem sabem eles que esse tesouro lhes foi confiado no intuito de indicarem, dos altos cumes, o caminho a seus irmos caulas". Bem entendido no se trata desses os comumente chamados msticos", e de maneira alguma a eles me refiro agora. Misticismo" e a Arte Rgia" dos verdadeiros Iniciados, que s no Reino do Esprito substancial so glorificados, so duas coisas bem diferentes!

Tal mstico, tal artista. . . Tanto a um como a outro a "inspirao" vem de uma esfera que I he desconhecida e em que, conscientemente, com todos seus sentidos lcidos, nunca ser capaz de penetrar. "Isso" o prende, o domina, e ele se torna o porta-voz dessa fora que desconhece; ou ento sente apenas uma influncia, estando em "muda contemplao". Mas, para quem foi "consagrado" no Reino do Esprito substancial, para um verdadeiro ''Iniciado Arte Rgia", para um Filho" ou ''Irmo" dos ''Irradiantes da Protoluz", o caso bem diferente! Ele est consciente de si mesmo, vive sempre e constantemente em trs Mundos que se fundem no Mundo da Realidade: o Mundo da matria fsica, o Mundo das foras anmicas supra- materiais, mas substanciais, e o Mundo do Esprito substancial puro e absoluto. Jamais, com letras maisculas, ele est em xtase, nem em nenhum estado dito transe, e alheio a toda prtica misteriosa; pois, se no fosse assim, no poderia pertencer ao Crculo dos seus "Irmos" e seus venerveis "Pais" em Esprito. Enquanto ele acumula suas experincias nas regies suprasensoriais, permanece consciente do seu ser em trs Mundos, e sua conscincia no Mundo sensrio, que, todos podem verificar, no fica em nenhum momento, nem por pouco que seja obliterada. Pelo contrrio, seu conhecimento das coisas "exteriores" fica amplo, elevando-se Sabedoria luminosa em que seu olhar se impregna dentro de ultra-sensvel. . . Enquanto no plano supra-sensvel ele "fala" com seus "Irmos" espirituais e estes "conversam" com ele, simultaneamente v e sente o mais nfimo incidente no Mundo da matria circundante, com a mesma lucidez com a qual percebe as coisas com os sentidos do Esprito. De modo que no a "restrio" que se produz, mas sim, uma expanso quase ilimitada da conscincia. . . A maior parte do que se "fala no Mundo do Esprito substancial que ainda contm inmeros "Mundos", nunca pode ser transmitida pelas palavras de um idioma humano. Entretanto, uma "linguagem" clara em sua forma e ritmo, cheia do sentido da Verdade, de tal ensinamento que, embora seja possvel encontrar vocbulos apropriados num idioma terrestre, no se transmitir com essas palavras a faculdade espiritual de introspeco que, dentro do Esprito Substancial, permite conhecer tudo por todos os lados ao mesmo tempo. Por conseguinte, o que traduzvel" em palavras da linguagem humana est determinado pela individualidade particular de um Irmo Atuante, conforme a poca em que age e a civilizao que o rodeia na Terra.

Todavia, tudo o que ele puder comunicar, sempre e em qualquer circunstncia, corresponder Verdade mais lmpida. a transmisso inalterada da Realidade absoluta, tal qual, em todos os tempos, os Iniciados Arte Rgia" presenciaram, despida de todas as mltiplas possibilidades de iluso e das fontes de incalculveis erros, inerentes a toda investigao no Mundo fsico da matria. Para especulaes" e sutilezas filosficas da mente condicionada Terra, no h lugar nos Mundos do Universo substancial do Esprito! Cumpre, pois, no procurar -como em tentativas terrestres de conhecimento baseado no intelecto inferir" uma verdade" da outra! Todas as Verdades no Mundo substancial puro so evidentes, como Realidades, ao olhar de um observador atento! As contradies", apenas aparentes, que sempre se procurava encontrar, por incapacidade de verificao, em afirmaes dos verdadeiros Iniciados" de todos os tempos, explcam-se pela maneira de contemplao supra-sensorial, cuja experincia permite ver todas as coisas sob todos os aspectos simultaneamente. Mas, quando um deles quer se tornar de algum modo inteligvel para seus semelhantes que no vem da mesma maneira, ento se limita a mostrar-lhes, apenas, ora um lado, ora outro dos diversos aspectos da Verdade. Tanto mais que se trata, amide, de algo que, para dar uma idia caixa de duas pernas", quase nada contm de terrestre em matria de comparao que possa corresponder ao espiritual substancial. A cor local do modo retrico, em que um Irmo dos Irradiantes da Luz Eterna" traz seu testemunho, depende, sempre, da sua apreciao pessoal, e determinada, quer por devoo para com seus velhos iniciadores, quer por sua prpria inclinao, ou pelo cuidado de transmitir esses testemunho em forma de palavra. Embora seja em nosso planeta o corao da Asia que abriga, desde milnios at os nossos dias, (o recanto terrestre onde se ergue o Templo das foras substanciais do Esprito, no indicado a nenhum dos Irmos a considerarem essa morada espiritual sua verdadeira Ptria terrestre, nem de se servirem em seus ensinamentos dos conceitos religiosos ou filosficos do Oriente. Mas, se acontece ao Membro desse Cenculo, seja ele Homem do Ocidente, usar, s vezes, o modo retrico de povos do Sol Levante, isso se deve sua livre escolha -sua preferncia pela poesia oriental ou afeio por certas locues verbais que expressam idias do Esprito com maior eficincia do que os mtodos discursivos do Ocidente; inclusive o desejo de conservar o colorido original da vivncia inesquecvel que teve. . O mais evoludo dos Irmos Atuantes um Homem profundamente feliz da sua humanidade. Ele no , em absoluto, livre das inclinaes humanas, no um asceta, morto

a tudo que mundano, embora muitos fanticos da negao de tudo que est ligado Terra, no possam compreender que seja assim, porque no mais conseguem livrar-se da seduo que os prende s doutrinas, oriundas dos Infernos. . . Que Homem sensvel e terno no demonstraria pendor para :alar, de preferncia, das coisas que lhe so preciosas, da mesma forma com que, outrora, os benvolos iniciadores lhe falaram pela primeira vez?! As mesmas coisas, todavia, poderiam ter sido expostas, sem dificuldade, em locues retricas inteiramente diferentes sem que a Verdade fosse de algum modo minorada. . Perigosa somente a "transposio" feita por no qualificados. No to cmodo, como supe a maioria, ajustar, por exemplo, um turbante hindu ao aforismo cristo de um verdadeiro, iniciado, ou moldar um pensamento ocidental ao que foi pensado maneira dos chineses! Contudo, torna-se s vezes indispensvel coadunar as noes lindas de horizontes contemplativos de povos os mais dessemelhantes, para que esta Verdade espiritual, estranha ao pensamento ocidental, no obstante seja compreensvel aos ocidentais. Oxal que algum peregrino se deixasse levar por esse ecletismo de meios de explanao e acreditasse que um Adepto estivesse de algum modo intencionado a propagar essas doutrinas religiosas ou filosficas, cujas certas concepes, depois de haverem sido averiguadas e provadas utilizveis, foram adotadas para favorecer o conhecimento da Realidade imperecedora! notrio que as congregaes eclesisticas na Terra, quando iniciam seus noviciatos s doutrinas de finalidades alheias vida temporal, tm por hbito fazer renunciar aos aspirantes ao seu no me temporal e conferir-lhes "novos" nomes, diferentes. A provenincia desse costume e o fato dele ter vindo dos primrdios, obviamente necessitam o apoio das citaes que se vo seguir. . . Alis, no sem razo que surge oportunidade para lembrar as palavras do Gnese: "O teu nome no ser mais Abro, mas Abrao que ters de te chamar". .. "E mais: "No te chamars mais Jac, porm Israel ser o teu nome... O "nome" de uma entidade espiritual individualizada, no tem nenhuma relao com a decorrente das circunstncias exteriores, segundo o hbito e o idioma dos povos batizam os Homens terrestres.

Salvo poucas excees que em todas as pocas existiram, o Homem, embora seja uma individualidade espiritual, no conhece ainda seu "nome". S quando estiver consciente da sua espiritualidade substancial, conhecer tambm "seu nome". Assim, "o nome" de um verdadeiro Iniciado em Esprito, que outrora era freqentemente mantido em segredo por receio de ser "profanado", se tiver sido pronunciado por todos, na verdade, no denominao arbitrria, tal como seu pretenso nome de "identidade", que deve sua origem a uma residncia ancestral, uma profisso ou caracterstica dos longnquos antepassados, ou em via de regra, ao bel-prazer dos seus pais! Este nome conferido pelos "Primognitos" dos Irmos aos "Filhos" e "Irmos" admitidos; o nome usado pelos "Irmos na Terra" revela, na "linguagem das letras", certas energias cuja essncia espiritual corresponde exatamente ao nome desse Irmo. E o fato de sua fora "de alcance" permanecer em certas "letras", o Irmo Atuante poderia, do mesmo modo, ter seu "nome" formado por outras letras, conquanto fossem contidas essas "Ietras que formam seu "nmero csmico", seu "nome" substan- cialmente espiritual, primordialmente existente na eternidade do Esprito. .. Assim, um vu permanece em volta do "nome", muito embora j seja santificado, em si, o "nome" do eterno valor espiritual que ningum capaz de "proferir", mesmo se conhecesse as "letras" de essencial transposio, a no ser aquele que esse nome... Por seu "nome" um Irmo "palavra" no "Protopalavra"*, sendo ele a expresso mesma da Palavra Inicial, em forma indivisvel, consciente da sua substancialidade espiritual. Compreende-se, pois, que o emprego dos "mtodos cientficos de investigao" no intuito de "pesquisas espirituais" totalmente desconhecido do Cenculo, tanto dos "Irmos na Terra" como dos Pais em Esprito" que nunca se sujeitaram queda e no se apartaram da Luz Perptua. A sabedoria do verdadeiro Iniciado em Esprito no consiste no acmulo e permanente acrscimo do saber" pelo entendimento comum na Terra, mas, estando ele de posse de certas foras sagradas, a todo momento pode conhecer em realidade dentro de si, o objeto do seu conhecimento. O saber acumulado e adquirido maneira terrestre, no absolutamente essencial para ele, que alis incompatvel, a no ser em casos mui raros, com a Sabedoria espiritual. Quanto mais tenha acumulado esse saber, tanto mais se torna difcil, para ele, vencer as dificuldades causais que devem preceder toda "iniciao", quando digna desse nome. Nunca se deve indagar do porqu", caso se queira seguir, com bom xito, essa "disciplina", onde nenhuma erudio mundana ser capaz de abrir a Porta que acaba por abrir-se quele que merecedor.

O verdadeiro Iniciado", alis, jamais professa um sistema", seja filosfico ou doutrinrio. A Realidade das coisas do Mundo espiritual est aberta ante sua viso e, quando ele ensina, expe s essa Realidade dentro da qual no h, e nem pode haver, qualquer sistema cerebral ou religioso. Os tais sistemas", desde que excedem do reino espiritual, io sempre criaes secundrias de outros crebros, que se apropriaram do conhecimento de quem os tem adquirido em concentrao e pela autometamorfose. Que se tome muito cuidado em considerar como espiritualmente iniciados", os ditos pesquisadores de mundos superiores", que, sob apresentao cientfica", fazem ostentao dos resultados de suas buscas"! Todos os investigadores dessa categoria, que pesquisam o oculto", na realidade so escravos, iludidos por sua prpria plasticidade de imaginao. o caso de uma dessas foras altamente funestas e perigosas no Homem, que, quando violentamente excitada ao, mostra sua vtima tudo que ela j tenha formado por seus pensamentos, desejos e receios, e que, amide, mui provvel inconscientemente os tenha apresentado guisa de modelo. assim que nasceram todas essas monstruosas peregrinaes s regies etreas" e imaginaes de mundos superiores", que deram aos pesquisadores do Esprito" e aos instrutores do oculto", a fama de videntes" misteriosos, mantida religiosamente entre seus seguidores. Resta ainda determinar, caso por caso, o que em suas revelaes" procura ser intencionalmente acessrio ou apenas complementario, o que, de modo geral, fcil reconhecer. Essas imagens de fantasia plasmadora", sendo facilmente transmissveis por contgio psquico aos aspirantes e discpulos desses "profetas" e fundadores de seitas, acabam fazendo-os crer que so eles mesmos que se convenceram espiritualmente da verdade de revelaes dos seus grandes instrutores", ao passo que, na realidade, o que existe, um desses mestres" que, servindo-se de suas disciplinas ocultas", tenha transmitido suas prprias lucubraes no subconsciente dos seus discpulos pelo processo que no difere do de um hbil hipnotizador, que faz ver e senti r ao paciente de experincia, tudo que lhe parecer na ocasio interessante mostrar-lhe. A redeno ulterior desses logrados torna-se quase impossvel. H muitos que, em semelhante caso, so de boa f mistificadores e, ainda outros tantos, mistificados, sem esperana de salvao. Se, nesse captulo, onde se trata de possibilidade da experincia supersensorial, falo clara e abertamente de todas essas coisas, mormente no intuito de oferecer, a cada investigador sincero, critrios de julgamento seguro.

Falo das coisas que no precisam de nenhum vu; entretanto, devo falar tambm dessas que importa serem postas s claras, no interesse das almas que aspiram Verdade em sua Realidade inconcussa. Oxal minhas palavras no sejam ditas em vo! Tomara pudessem elas fazer compreender que jamais um dos Homens, que vive plenamente consciente na substncia do Esprito puro, profanaria a Sabedoria da Luz que expe a seus contemporneos, por tentativas de argumentao cientfica" O que ensina um Iniciado" em Esprito, est destinado prova pela ao e abnegao! A mensagem que ele traz a seus irmos caulas", s almas da gerao que vivem com ele e vivero depois dele na Terra - sejam homens ou mulheres -no deve ser analisada cerebralmente, mas sentida na alma, a fim de que os inmeros peregrinos possam encontrar seu caminho ao Esprito. Seu caminho Realidade! *Ou . .Arquipalavra" -o "VERBO" que estava no princpio com Deus.

O CAMINHO Todas as grandes coisas exigem coragem e f. Antes que fosses pregado n cruz", no poderias ressuscitar" . Antes que cresses, no te poderia guiar a nuvem luminosa atravs do mar rido. Mister ser superar muitas coisas, se quiser palmilhar teu caminho. . .

O oceano em fria ameaar tragar-te e o deserto recusar-te- o alimento, entretanto, nem o receio nem a dvida conseguiro reter-te, desde que tomaste a deciso de entrar no caminho que leva a ti mesmo e a teu Deus. No vers quo difcil o caminho seno quando nele estiveres! Mas no te assustes! No ests s nesse caminho. . . Todos os que antes o percorreram te acompanham. Eles tambm atravessaram os mesmos perigos! No h um s para quem o caminho tenha sido, seja no que for, menos difcil que para ti! Ora, eles entraram na terra prometida". . . Chegando ao fim da meta dos seus esforos, eles te mandam dos cumes sagrados" auxlio e fora. Na luminosidade sublime do seu Deus, irradiam como sis e, tais como Deuses, na unidade de todos os sis num nico Sol, iluminam todos os sis e todos os Mundos, at estes que, espiritualmente formados, vivem na Terra, e esses, enfim, que ainda esto revestidos de seus despojos de Homem terrestre; uma s corrente da Luz substancial do Esprito, ao atravessar todas as extenses, unifica todos em que penetra, na mais sublime das comunhes. No degrau que te mais prximo, os mais baixos na escada celestes, ficam os Auxiliares que poderiam estender-te a mo protetora, caso quisesses seu auxlio. Ningum est abandonado por eles, quem no horror da noite chafurda entre os pntanos lamacentos, procurando acesso ao silencioso Templo sacrossanto, onde Deus de Luz a Luz "gera-se" no mais ntimo da criatura. Mas, no do exterior que eles te mandaro seu auxlio; comungaro contigo no mago de ti mesmo, quando estiveres decididamente empenhado no caminho, o mesmo caminho que j havia percorrido cada um deles no passado, antes de chegar a seu Deus e estes que agora procuram ajudar-te, tambm o palmilharam, embora seus espritos j estivessem preparados durante milnios para a mais alta percepo da Sabedoria espiritual. Quem no for um daqueles, no ser capaz de vir em teu auxlio, mesmo que fizesse milagres aps milagres. . . Muitos sero os falsos instrutores com os quais cruzars no teu caminho, "instrutores" que teriam grande necessidade de serem instrudos, e outros tantos, oradores prodigiosos, ostentando seu "saber" aos teus ouvidos extasiados.

Tambm encontrars mais de um "santo", canonizado por si prprio, que, devorado pelo orgulho, cr haver cumprido uma ao de brilho, extraviando outros para sua "santidade", para sua "dignidade" cheia de empfia. Ficars atordoado pelos mais estranhos "hierofantes", que procuram deslumbrar a quem atraem pela cintilao complexa e inquietante dos sinais que, em sua aberrao confusa bordam com lantejoulas nos seus "mantos encantados". . . Se uma s vez te descuidares, com muita facilidade cairs em suas redes mltiplas e dissimuladas; e mui raro que algum que se deixe prender possa escapar indene s armadilhas desses passarinheiros. . . Somente a vigilncia constante pode preservar-te desse perigo! Desconfia de todos aqueles que procuram insinuar que sua pretensa "sabedoria divina" possa ser ensinada e adquirida do mesmo modo que o saber sobre as coisas da Terra!

S prudente com todos que, com o auxlio de "foras milagrosas", querem turbar teu entendimento. H muitas coisas que, mesmo em nossos dias, aparentemente "esclarecidos", parecem verdadeiros "prodgios" e, com efeito, o Homem possui em si, profundamente ocultas, foras realmente milagrosas. Jamais, porm, o Esprito da Eternidade se tornara assaz discutvel a seu prprio ver, para procurar se "demonstrar" por "milagres". . . Se realmente as foras prodigiosas se revelam no Homem, isso indica apenas que essas foras existem, mas isso nunca pode ser uma "prova" de que esse Homem "sabe respirar conscientemente" em Esprito, nem que ele esteja altura de trazer testemunho da Verdade que se apia Realidade absoluta! A prova de semelhante testemunho no pode ser feita seno por "milagre" da sabedoria que se produz dentro da alma, e nada deve valer a teus olhos como Verdade se no encontrares a confirmao no mais ntimo do teu ser, e no antes; de haveres cumprido a condio que d o direito de obter esta confirmao. Desconfia tambm da tolice que imagina possvel pela singularidade de alimento ou pelas prticas de faquir, chegar a assimilar "mais alta espiritualidade", por vias digestivas e respiratrias. Os Irradiantes da Luz, cuja luminosidade penetra Mundos, jamais te aconselharo a adotar semelhante proceder. Assim como nunca te pediro singularizar-te entre teus semelhantes ou para te entregares a cerimnias e rituais, tanto misteriosos quanto obnubilantes.

Nunca te conferiro "graus secretos" nem ttulos "honorficos" estranhos, que s podem alimentar tua vaidade e gerar em ti presunes ridculas. . . S tem valor para eles, e determina teu grau, o que tens realizado em ti e para ti se tornou a Realidade. Outrossim, nunca os vers com atitudes teatrais em cima de estrados, nem nas praas pblicas arengando a multido. Pelo contrrio, auxiliar-te-o com palavras que poders pesar e considerar em silncio, no teu ntimo, sem estares ludibriado por insidiosos artifcios oratrios. . . Ajudar-te-o em teu trabalho interior, sem nunca se procurarem mostrar. No necessrio que os conheas, caso venhas a encontra-los. No preciso que os encontres em sua forma corporal. Eles te acharo e sabero ajudar-te, mesmo que duvides da sua existncia' Pois agem, deveras, por outros meios e no dos tolos vaidosos, que se engenham em burlar rebanhos de seus seguidores, com ares cheios de mistrio e palavras afetadas e to vazias, quanto grandloquas. Tambm, jamais te pediro nem esperaro de ti uma recompensa qualquer pelas suas instrues; mais depressa dividiriam contigo seu ltimo centavo do que aceitariam a metade em troca do auxlio... O que eles tm de espiritual a dar a propriedade do Esprito, e ningum que realmente tem capacidade para isto, aceitaria valores terrestres em troca. S pelo "trabalho" cuja condio bsica o sustento do corpo, tem-se direito a exigir retribuio monetria. Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, acautele-se diante dos charlates e usurpadores' Ser-lhe- fcil reconhec-los. muito mais difcil encontrar os Irradiantes da Luz Inicial! Quase nunca os vers em seu aspecto terrestre e no os reconhecers facilmente entre outros Homens, pois nada de inslito os denuncia, comprazendo-se no silncio e apreciando o anonimato. . . E se fossem constrangidos vida pblica, no poderiam ser distinguidos de outros Homens honrados que cumprem seu dever para com o Mundo!

Feliz aquele que neles coloca sua confiana! Agora, vamos, peregrino, retirar-nos ao silncio, e mostrar-te-ei o incio do "caminho". . . Recolhe-te em ti mesmo e d-me toda ateno, j que ests preparado para compreender, com a mente alerta, aquilo que te hei de dizer! Antes de qualquer coisa, peregrino, ters de esquecer muitas coisas! Deram-te falsas imagens de Deus e por vs doutrinas sufocaram em ti o germe em que, nas profundas guas sagradas de tua alma, ia-se desabrochar um dia a "flor de Ltus", da qual "gerar-se-ia" a Luz, iluminando-te por toda a eternidade. . . Do Esprito que se move na superfcie das guas" e satura espaos infinitos, no te podes aproximar de outra forma a no ser em ti mesmo! Seno quando em ti tomar a forma da Luz, como teu Deus, do seio da Luz poders compreender a serenidade do seu imprio. Aqueles que pretendem sondar-lhe imensides, no sabem o quanto se equivocam. Na sua presuno imaginam aproximar Este que nem os espaos infinitos dos Mundos bastam para conter, sem desconfiarem sequer que Dele fizeram um fantoche pelo qual agora esto dominados! Queremos, contudo, de novo mergulhar em ti a semente da "Flor de Ltus" eterna. . . Talvez, doravante possa de tuas foras tirar seu alimento. E quando a florao estiver no seu auge, o Esprito, gerando-se por Sua prpria substncia, vivendo Sua prpria Vida, penetrar-te- para "nascer" sob o aspecto de teu Deus, sob o aspecto do teu Deus vivente em ti ! At esse momento, nada sabers a respeito de Deus"! No ds crdito queles que te falam do Deus dos seus sonhos, de um Deus que pode ser encontrado no transe do xtase! O que dessa forma se percebe, to somente a "miragem" do teu mundo interior! Ainda no avalias o manancial de riquezas que tua alma recata em si! Nela esto Contidas "energias" e "poderes", perante os quais, se eu te pudesse visivelmente mostrar, prosternar-te-ias em adorao, como o profeta diante da sara ardente. Tua alma a imensido de cujas profundezas ningum ainda sondou o imo; ningum penetrou os prodgios, ocultos no oceano das foras da alma! .

Imaginando tua alma como envoltrio luminoso, crs estar nela a ss, exclusivamente tu. . . Ora, tua alma como o oceano em que as mirades de gotas de gua esto impregnadas de foras latentes, ou como nuvens de entidades vivas, formadas de molculas vibrantes, saturadas de energias; a ti cabe tornar-te amo e senhor de todas essas entidades. Enquanto elas no te reconhecem como teu domador impvido, atordoar-te-o pela fora, que, espantosa, se revelar a ti, obrigando-te a tornar-te seu escravo. Tero de te servir quando as domares, mas se te prosternares ante elas em sentimento de falsa humildade, levar-te-o a seu bel-prazer por onde lhes aprouver, pregando-te peas as mais fantsticas. Elas necessitam da vontade inflexvel de quem saiba subjug-las, unificando todas elas. . . Enquanto no as tenhas unificado numa s vontade, no achars em "tua alma a serenidade, indispensvel para a ecloso da "flor de Ltus" sagrada. Do contrrio, nunca ters noo do que seja esse silencioso e tranqilo Reino do Esprito, que s as foras de tua alma, unificadas numa nica vontade, conseguem revelar e poders sentir e, s vezes ver e ouvir, porque, tanto em ti, como em todas as coisas, por essas mesmas foras que Ele vive e se manifesta. . . No sabers, enquanto no tiveres recebido um sinal infalvel de quem, pelo Esprito, te guia, nem antes que tenhas percebido dentro de ti a presena dos Supremos Condutores espirituais que so os Irradiantes da Luz perptua. . . Por conseguinte, esfora-te, peregrino, antes de tudo, em afirmar em ti a ntida e slida vontade de chegar a ti mesmo! Deves, no teu ntimo, afirmar-te, se quiser sentir a afirmao do Esprito! S quando tiveres te encontrado a ti mesmo, achars teu Deus em ti! Em profundo silncio, com alegria serena e tranqila abandono, procura firmar-te em ti mesmo, voltando s costas a todas as imagens interiores, que tua mente superexcitada e ainda no centralizada, gostaria que visses! mister que, com prazer e toda confiana, te recolhas inteiramente em ti! Pois, enquanto no te enroscares e entrincheirares por todos os lados, como o mar que traa seus limites, tal como a nuvem que se engolfa em si mesma ser em vo o esforo de possures tua alma. As energias da alma s se entregam a quem realmente digno de venerao. . .

No alimentes a iluso de que poders alcanar esse resultado sem o esforo constante, ou esse esforo dirigido apenas para ficar calmo externamente! Conquanto Homem terrestre, porque aqui vieste ter, se quiseres aprender a temperar tua Vontade, devers entregar-te ao diariamente, a fim de capacitar as foras de tua alma a que possam lhe obedecer, assim como a natureza age constantemente, sem cessar, para criar novas formas! Nenhuma coisa do mundo exterior to insignificante que no seja capaz de te instruir. De quaisquer circunstncias podes tirar proveito, e nenhuma atividade to desprezvel que dela no consigas aprender alguma coisa! Mas, antes de tudo, deves procurar conter teus pensamentos e capacit-los a se convergirem num ponto s. Nem a solido do deserto, nem a vida entre as feras da selva, so mais favorveis a esse intento, do que a agitao de uma cidade superpovoada em que s constrangido ao exerccio de uma profisso. Quando aprenderes, mesmo na maior algazarra, a ficar contigo mesmo; quando com toda certeza puderes mandar teus pensamentos e em tua vontade; quando teus desejos irem e virem assim como tu lhes ordenares a ir e vir, ento poders empreender a primeira tentativa de unificar as foras de tua alma em ti. E, mesmo assim, ainda achars resistncias mltiplas, de carter diverso. . . Por muito tempo, ainda, ser preciso usar obstinadamente e sem resultado, a tua vontade, mesmo consolidada, antes de conseguir que as foras de tua alma se submetam ao seu jugo e acabe por no mais lhe resistir. Cada uma dessas foras anmicas gostaria de possuir tua vontade exclusivamente para si. Entretanto, nenhuma delas quer se entregar benevolamente tua vontade. . . Isso te ser compreensvel quando te convenceres do fato de que cada uma dessas foras anmicas, embora as consideres todas como tua "propriedade", intimamente entrelaadas em teu ser, uma vontade anmica independente, dotada de sua prpria vontade e de impulso para realizar exclusivamente sua prpria manifestao, mesmo em detrimento de todas as outras foras anmicas. No deves perder a coragem durante os, talvez, duros embates que travars, freqentemente vos, para conquistar a tua vontade a supremacia, sobre inmeras vontades, que em tua alma s querem pertencer-se a si mesmas. Que jamais careas de confiana em ti mesmo! E que nunca percas a alegria nem tua plcida entrega!

Todo teu esforo no seno prova constante de tua pacincia e de fora, que tua vontade j as conquistou. . . Sabe, que s assim, mais dia menos dia, acabars vencendo! E alvorada despontar radiante, quando transbordando da alegria, sentires o jubilo supremo de triunfador! Ento, nos pegos sagrados do Templo, o grmen da "flor de Ltus se abrir, Imperceptvel para o olhar humano; contudo, teu Guia interno chamado por "Ancios" o "anjo" guardio discerni-lo- na superfcie imvel e misteriosa das guas... Pleno de santa alegria, ele acudir por seus irmos e, a partir desse dia, uma legio de Guardies escolhidos velar as guas sagradas. um prodgido que se realizou! O maior prodgio que um Homem terrestre operou; porque mais fcil levar um elefante em fria por uma fina corda de cnhamo atravs do mercado no dia da feira, do que unificar as mltiplas vontades das foras anmicas que compem a "alma" de todo Homem, sob a nica vontade desse mesmo Homem! Agora, todavia, e mister que a luz branda da aurora envolva delicadamente o boto em seus raios suaves, a fim de que logre, intato, o pleno desenvolvimento de sua florao prodigiosa. As grandes rvores seculares cercam o misterioso lago do Templo e protegem o frgil boto dos ardentes raios do sol, que, na hora, iriam queim-lo e destruir essa criao apenas desabrochada. . . As altas muralhas cercando o Templo resguardam-no do vento queimoso do deserto. E agora, peregrino, mais uma tarefa se abre diante de ti! Este trabalho, tambm, exige uma calma exterior sem precedncia e o mais profundo recolhimento. Poders empenhar-te nessa tarefa depois, ou antes, do teu labor cotidiano, nas horas tranqilas do despertar ou no silncio da noite.

Vir o momento de comear a questionar lenta e suavemente e, em seguida, a escutar no teu ntimo. Para isso qualquer tranqilidade ser pouca. O que em ti est oculto, em breve h de se revelar, e no o poders receber na confuso dos choques de pensamentos. Isso est no teu imo, todavia, no poders ainda ouvir sua voz, sendo ela como o chilrear longnquo de um pssaro. . . Toma cuidado para no a espavorir. . . Presta ateno ao menor som! Se no souberes guardar silncio, ser-te- impossvel ouvir essa voz. Do incio to baixinho responde s perguntas, que o mais leve sopro basta para abaf-la. ! Porm, dia vir em que aprenders a ouvi-Ia e distingui-la' de todas as outras vozes interiores. E, quando a ouvires, no ser como se ela viesse de fora. Nem por vocbulos comuns ela te falar, nem em qualquer linguagem terrestre. No, entretanto, o que a voz te dir, ser muito mais claro e compreensvel do que tudo o que desde tua infncia ouviste falar! De ora em diante, seguirs esta voz. . . Todo o progresso no caminho depender unicamente da tua fidelidade. Pouco a pouco, reconhecers que tua vontade no serve apenas conforme teu entender terrestre; e, sem que te aperceba, ela seguir mesmo as instrues superiores do Esprito, obedecendo vontade desta voz. . . Mais e mais fundo mergulhars nas profundezas de tua alma. Quanto mais tiveres conhecimento, tanto mais ters intuio do que ainda velado. Com todo carinho e gratido, mantm vivo, por menores que sejam, as impresses que sentires no imo da alma, pois, maior ser tua gratido, ao receberes pouco, e mais depressa a alma trar-te- a plenitude de vivncia. Acabars vislumbrando o reino das maravilhas interiores, das quais nenhuma descrio ser capaz de dar-te uma idia sequer...

Coisas "impossveis", que hoje, com muita razo as consideras assim, entraro na tua vida. Contudo, ficars ainda mais deslumbrado, quando constatares que tudo est em teu poder, e que no mais ters de esperar, na incerteza, pela manifestao a que aspirar, porque a cada momento ela se far notar, realizando-se pela sua prpria fora. . . Se for constatado que tens seguido fielmente as instrues internas, ento no lago sagrado do Templo a " flor de Lotus" se abrir mais e mais. E no tardar o dia, ou pelo menos, no estar bem longe, em que a flor, j totalmente desabrochada, brilhar nas guas, irradiando tal fulgor que, de certo, no poderia emanar do sol da Terra. . . Eis que o despontar glorioso da aurora veio, peregrino, e teu Deus, agora, se manifesta em ti revelando-se em teu EU Ele nasce" em ti e tu Nele" "nasces". . . O que est se operando espiritualmente um mistrio, mesmo para quem sabe contemplar em Esprito. Contudo, no sers ainda capaz de passar Sem os conselhos de teu Guia interior, mas, a partir deste dia, estars com ele unido de maneira diferente. E, talvez, te seja dado, caso tenhas aptides especiais, vislumbrar, face a face, a imagem do teu Instrutor, magicamente formada, j na ocasio em que a semente da "flor de Lotus" germinar em ti. No ele mesmo, quem te aparecer. So certas foras mgicas" de tua alma, que ele modela pela sua vontade sua imagem e semelhana. Sejas agradecido se teu Instrutor puder, dessa maneira, mostrar-se a ti e por intermdio desta imagem ensinar-te de forma to clara, que no ters a mnima dvida de entender. Porm, no te aflijas se nessa vida no te for dado vislumbrar sua Imagem. Rarssima vez lhe possvel manisfestar-se na forma, mas sem embargo f-lo- sempre que julgar benfico para tua redeno e, no, para que te sintas induzido tentativa de fazer uso inslito das foras mgicas" de tua alma, no intuito de invocar outras imagens". . . Melhor ser que nunca vejas a imagem do teu Instrutor, se o uso que ele fizer de tuas foras anmicas forem a causa delas se tornarem vnculos aos poderes da iluso!

Se no te for dado perceber exteriormente, no teu ntimo sentirs sua presena muito mais forte e de maneira tangvel. . . Todavia, a partir do momento em que teu Deus "nasa"em ti e tu Nele "nasas", teu Conselheiro espiritual, em unio com a voz de teu Deus e contigo, revelar-se- na mais elevada vida do Esprito. . . Durante o tempo em que estiver contigo, julgars estar totalmente identificado com ele. Cessar de te conduzir ensinando, contudo, abrir-se- e poders colher do tesouro da sua vida interior, tudo o que ainda te falte. Mas, acima de tudo, brilhar o sol da alegria divina, to radiante, que todas as lutas pela iluminao que, angustiado, sofrias antes de estares no caminho Luz, olhars como inverossmeis os "tormentos infernais" pelos quais passaste. Diante de ti vs a eternidade, cujas maiores profundezas deixam pressentir coisas mais profundas ainda e sabes que, em unio com teu Deus, seguirs eternamente atravs das suas mais ignotas maravilhas. Quando no mundo da matria estiveres na dor ou na alegria, isso j no far diferena, como dantes, quando eras Homem da Terra, apenas. Mas sim, teu Esprito, uno com teu Deus, achar-se- to engrandecido, alm de tudo o que humano, que tua alma se tornar o Reino" da Eternidade, um Cu dentro dos Cus! Isto, peregrino, um trao do "caminho". Caminho que te comprometers a seguir se que anseias a chegar a teu Deus! Esse "caminho" est dentro de ti em teu prprio "Eu". E a nica via que te levar ao alvo supremo ao "despertar" no Mundo do Esprito! Se tu no fores, c na Terra, suficientemente "despertado" para esse Mundo, do outro lado", aps findar teus dias terrestres, ters por muito tempo ainda de "continuar dormindo", antes que te seja possvel "despertar", arrancando-te dos sonhos que por ti mesmo plasmastes, e que poderiam guardar-te sob seu encanto atravs dos eons. Agora, escuta mais um conselho: A partir do dia em que te decides a percorrer o "caminho", podars um slido cajado para te apoiar enquanto caminhas. . . Achars a "madeira que convm" se vieres a descobrir, pela tua sensibilidade, a "energia da Palavra", tal qual se encontra em qualquer idioma na Terra. Escolhe palavras que falem a teu corao, palavras pelas quais sentires estar "impressionado", "elevado", "penetrado". . .

Reserva-te em cada dia um momento, se for possvel sempre mesma hora, em que possas, ensimesmado, unir-te ao Esprito dessas palavras; e quando meditares, que no sejas perturbado por coisa alguma deste mundo. Nessa hora de quietude, concentra-te, o tempo que for, nas palavras que te "impressionaram", exercitando teu pensamento sobre elas guisa de flautista que treina incansavelmente sobre o mesmo tom, at que as notas se tornem as mais puras. Encontraro neste livro muitas palavras que te podero servir para o "exerccio" da tua mente. De tambm outras, algures. Mas, no necessrio que te prendas s s minhas palavras. Os Livros Sacros" da Humanidade esto repletos de aforismos que so capazes de "emocionar-te" e "elevar-te" at eles. Em verdade, os poetas e Sbios contriburam bastante com muitas dessas sentenas! Contudo, pode haver um perigo: essas palavras tambm exprimem falsas doutrinas, que a falta de compreenso e a fantasia geral engendraram, como de costume, sob a efgie da Verdade. Por isso, aconselho, de incio, sejam escolhidas, de preferncia, palavras entre os meus escritos, caso queiras confiar-te minha instruo. Para comear, procura, como j te disse, sondar pelo "pensamento" o fundo dessas palavras. Em seguida, tenta, concentrado sobre elas, achar a maneira de pensar sem palavras". No ds uma trgua sequer, antes de saberes, pela percepo direta, se de fato penetrares profundamente no sentido dessas palavras. Grava-as na mente, separadas uma das outras, as que anteriormente ters copiado com teu prprio punho, em boa letra. Sente as palavras, de tua escolha, como se fossem tuas prprias palavras! Experimenta criar um estado de alma e de esprito de quem as escreveu pela primeira vez. Procura despertar teu ouvido interior, tentando, no mais ntimo do teu ser, "ouvir" o som das palavras! Quando em todas essas formas de percepo notares certo xito, poders prosseguir no teu caminho, mas nunca antes! Mesmo se o tempo for longo para se obter este resultado.

Precata-te de querer s pressas" progredir prematuramente! Sei que presumes possvel, com certo esforo, chegar em algumas horas" a todos esses resultados. . . Talvez estejas j convencido, enquanto recebas minhas instrues iniciticas, de no precisares absolutamente desse exerccio de percepo interna. . . Muitos que, outrora, quiseram percorrer o caminho, sucumbiram desde o primeiro passo, porque assim pensaram a respeito. Aqui se exige bem mais do que primeira vista te possa parecer! Forosamente, pois, muitas coisas bem diferentes so expressas, amide, por palavras idnticas. No se trata do que os poetas chamam sensibilidade da lngua", o que aqui se exige de ti; se bem que o Homem, que sabe sentir o som e a cadncia de um idioma e percebe o valor das palavras, j est no meio do caminho, por ter compreendido de que tarefa se trata. Mas quando realmente tiveres atingido o que importa discernir, ento, uma nova expanso de sensibilidade e uma lucidez de conscincia a respeito de tua existncia sero tais, que te conferiro a certeza de estares a salvo de todo perigo de automistificao. Continua mais um pouco para diante, tu que segues o maior e mais sublime de todos os alvos humanos! Agora, teu esforo ser entregue ao sentires com teu corpo inteiro, as palavras vibrarem em ti. Em todo teu ser essas palavras ho de se tornar viventes. No somente em tua alma deve penetrar o "esprito" dessas palavras, mas em teu corpo todo e em cada uma das suas fibras, comears agora a senti-las! Em todo teu eu, com teu corpo e tua alma, essas palavras tero que se fundir num nico ser! Teu corpo tornar-se- corpo das palavras, como se fora delas existisse vivo! As foras de tua alma, j homogenizadas firmemente em tua vontade, juntar-se-o s palavras que escolheste e sentirs como se fosses a conscincia mesma dessas palavras! Ters ento conquistado muito no teu caminho! Pela primeira vez sentirs o que a Vida" que te anima e em todo ser vivente. Ser como se fosses transladado para uma nova Terra, mundo novo, de cuja existncia nunca tivesses suspeitado. ..

No teu intimo reconhecers que tudo o que os Homens chamam na Terra de "estado de viglia", na realidade um pesado profundo sono, apenas um sonho confuso. Transformar-te-s em novo Homem e adquirirs tal conscincia de ti mesmo que jamais poderia ser comparada com a tua conscincia atual. Como luz soberana do sol resplandecente do nadir aniquila-se uma tocha acesa, assim ser dissolvida e aniquilada na nova conscincia, o que ainda hoje chamas de tua "conscincia". Sabers, ento, porque o Sbio fala de "Vida" como da 'Luz" dos Homens e compreenders o magno sentido dessas palavras, por diferentemente que sejam interpretadas: "No princpio a Palavra, e a Palavra est com Deus,

No te rebaixes ao nvel do animal e sabe dominar, sempre, teus apetites com toda firmeza, para que eles jamais possam te subjugar contra tua vontade; mas, tambm, no murcha blasfemando o Mistrio, cuja pureza no poders compreender, enquanto no fores espiritualmente despertado! No foi sem razo que os sacerdotes de cultos antigos, aps haverem sondado as profundezas das causas, proclamaram a santidade dos smbolos de procriao, pois, de fato, outras coisas honraram nesses smbolos do que simples imagens da Natureza eternamente prolfera. .. A obstinao, no entanto, recomendada, no caso da impetuosidade excessiva dos teus instintos poder tornar-se causa de detrimento para ti ou para outrem. Contudo, imperioso absteres-te de todos os vcios, pois eles seriam capazes de travar teu caminho, para depois abafar em teus mais nobres esforos dirigidos ao Esprito. Evita tudo que possa prejudicar-te ou prejudicar os outros! Evita tambm todo pensamento sem amor! Ama-te a ti mesmo! Pois, se no souberes amar-te, em verdade, pouco de bom fars ao teu prximo quando o"amares" como a ti mesmo. Segue teu caminho, teu prprio caminho, e deixa cada um percorrer o seu, mesmo que suas metas estejam muito aqum das tuas! No sabes quando a hora dele soar e no tens nenhum direito de perturb-lo em seu sono, antes da hora chegada. . .

Quanto a despert-lo", no logrars faz-lo, pois ningum acorda desse sono antes da sua hora soar. Mas, quando os ponteiros marcaram a hora, ele mesmo vir pedir-te para ensin-lo. E somente ento se permitir que o faas! Pois s ento os Irradiantes da Luz Inicial estaro ao teu lado, apoiando e tornando tua ajuda eficaz. No s chamado do seio do Esprito para encaminhar almas para o Reino do Esprito; e aqueles que so para isso designados, jamais obrigaro ningum a se confiar sua diretriz! Vai, pois, com toda serenidade e percorre teu caminho para ti mesmo! Ele te levar ao reino da tua alma, de onde teu Conselheiro espiritual te conduzir ao mais elevado alvo dentro de ti mesmo. . .

O caminho para ti mesmo o caminho para Deus! Nunca atingirs Deus se no O achar, tal qual em ti mesmo! Agora, dar-te-ei mais algumas indicaes que te permitiro conhecer a ao do Reino do Esprito na Terra; outrossim, falar-te-ei de outras coisas veladas, isso se quiseres, com toda sinceridade, saber a respeito das verdades de ordem espiritual. Colocar-te-ei algumas grinaldas nas portas de tua morada. Grinaldas tranadas com flores que achei nas minhas vias, nos cumes mais elevados e, ao chegar ao ltimo passo, no meu jardim florido. No destrana minhas grinaldas e deixa cada flor no lugar onde a enfiei! Sem isso, no ters o discernimento claro sobre a nica e grande Realidade que todas as palavras deste livro esto te afirmando. . . E no poders penetrar o arcano que, diante de ti, discretamente, se desvenda agora: O segredo da Vida divina no Homem e o Mistrio magno do Deus Vivo na Terra e Deus a Palavra". . . "Nela tudo vive, e Sua Vida a Luz dos Homens". "E a Luz brilha nas trevas, e as trevas no a podem apagar.

Bem sabia o que dizia, aquele que transmitiu essas palavras, e tu, quando chegares a essa altura do teu caminho, tambm sab-lo-s. . . Pois, em verdade, o "Reino dos Cus v-se constrangido a ceder diante aqueles que sabem usar de coao"! Mas, enquanto no tiveres dominado tua impacir1cia e perseverado no treino de tuas foras anmicas, no poders esperar xito algum. No creias, sobretudo, que uma feroz vontade de constrangimento ou um esforo violento possam aproximar-te do teu alvo. No dessa maneira que deves interpretar minhas palavras! Serenidade e plcida alegria devem estar inseparveis do teu ser e a ateno toda focalizada para o interior de ti mesmo, a fim de que possas adquirir essa percepo impondervel, da qual j te falei anteriormente. Mais do que tens, precisars de muita fora para "dominar- te" e no soltares as "rdeas" que freqentemente usars, freiando-as, a cada passo, para poder realizar fora, muitos atos hericos. . . No, entretanto, se tens passado com grau satisfatrio por tudo do que j te falei e, posteriormente, quiseres fazer o que ainda se exige, ento posso te garantir que um dia tambm estars entre aqueles que dentro de si vivem, conscientes, o Mistrio do Reino dos Cus". Ora, comea ento a escalada abrupta do teu caminho! Oxal, uma incansvel resistncia te acompanhe at o fim! O augusto amparo ser-te- cada vez mais prximo. . . No voltes a considerar a vida plena de dores e alegrias, de fracassos e mritos que deixaste atrs de ti! Sabe, tambm, que indiferente, para o cumprimento do teu dever, que tenhas conquistado toda a cincia da Terra ou que sejas o ltimo dos ignorantes. No procures ser diferente, em coisa alguma, do resto de teus semelhantes e no acredites que um modo inslito de viver, estranho aos costumes de seu tempo e do lugar, possa ser-te proveitoso, seja no que for. Bem como a maneira de te alimentar, que no pode ser nociva ou benigna para a escalada do caminho, contanto que seja de natureza a manter teu corpo sadio e vigoroso.

Se queres te abster de comer carne, podes abster-te e se desejares renunciar s bebidas alcolicas, que renuncies tambm; mas no te iludas pensando poder, dessa forma, tornar-te Homem mais puro" ou "superior"! Da mesma forma, com respeito ao amor dos sentidos, entre homem e mulher.

No te rebaixes ao nvel do animal e sabe dominar, sempre, teus apetites com toda firmeza, para que eles jamais possam te subjugar contra tua vontade; mas, tambm, no murcha blasfemando o Mistrio, cuja pureza no poders compreender, enquanto no fores espiritualmente despertado! No foi sem razo que os sacerdotes de cultos antigos, aps haverem sondado as profundezas das causas, proclamaram a santidade dos smbolos de procriao, pois, de fato, outras coisas honraram nesses smbolos do que simples imagens da Natureza eternamente prolfera. . . A obstinao, no entanto, recomendada, no caso da impetuosidade excessiva dos teus instintos poder tornar-se causa de detrimento para ti ou para outrem. Contudo, imperioso absteres-te de todos os vcios, pois eles seriam capazes de travar teu caminho, para depois abafar em teus mais nobres esforos dirigidos ao Esprito. Evita tudo que possa prejudicar-te ou prejudicar os outros! Evita tambm todo pensamento sem amor! Ama-te a ti mesmo! Pois, se no souberes amar-te, em verdade, pouco de bom fars ao teu prximo quando o"amares" como a ti mesmo. Segue teu caminho, teu prprio caminho, e deixa cada um percorrer o seu, mesmo que suas metas estejam muito aqum das tuas! No sabes quando a hora dele soar e no tens nenhum direito de perturb-lo em seu sono, antes da hora chegada. . . Quanto a despert-lo", no logrars faz-lo, pois ningum acorda desse sono antes da sua hora soar. Mas, quando os ponteiros marcaram a hora, ele mesmo vir pedir-te para ensin-lo. E somente ento se permitir que o faas! Pois s ento os Irradiantes da Luz Inicial estaro ao teu lado, apoiando e tornando tua ajuda eficaz.

No s chamado do seio do Esprito para encaminhar almas para o Reino do Esprito; e aqueles que so para isso designados, jamais obrigaro ningum a se confiar sua diretriz! Vai, pois, com toda serenidade e percorre teu caminho para ti mesmo! Ele te levar ao reino da tua alma, de onde teu Conselheiro espiritual te conduzir ao mais elevado alvo dentro de ti mesmo. . .

O caminho para ti mesmo o caminho para Deus! Nunca atingirs Deus se no O achar, tal qual em ti mesmo! Agora, dar-te-ei mais algumas indicaes que te permitiro conhecer a ao do Reino do Esprito na Terra; outrossim, falar-te-ei de outras coisas veladas, isso se quiseres, com toda sinceridade, saber a respeito das verdades de ordem espiritual. Colocar-te-ei algumas grinaldas nas portas de tua morada. Grinaldas tranadas com flores que achei nas minhas vias, nos cumes mais elevados e, ao chegar ao ltimo passo, no meu jardim florido. No destrana minhas grinaldas e deixa cada flor no lugar onde a enfiei! Sem isso, no ters o discernimento claro sobre a nica e grande Realidade que todas as palavras deste livro esto te afirmando. . . E no poders penetrar o arcano que, diante de ti, discretamente, se desvenda agora: O segredo da Vida divina no Homem e o Mistrio magno do Deus Vivo na Terra.

A I N SOPH Ain Soph, isto , O que por si mesmo o Esprito que abarca tudo em si. Entretanto, so as foras do Universo as causas" dos mltiplos efeitos, e isso que vos tem induzido ao erro de procurar uma causa primria. Ora, jamais houve causa primrio no sentido que vs o entendeis! Deus" se cria, eternamente, no seio do caos, dos elementos do Ser! Nada ai causa" e nada efeito"! S a Vontade livre e consciente do Esprito, que se forma por si mesma, Deus" se volta para ela! Projetadas do seio do Arqui-Ser* os elementos do Ser agem caoticamente e se manifestam como Energias as mais potentes e mais criadoras da Natureza primordial. L, instintiva e impulsivamente que agem esses elementos, sem conscincia prpria dentro da sua ao. L, eles j esto separados uns dos outros, e cada um desses elementos visa afirmar-se a si prprio. No entanto, essa vontade de afirmao de cada elemento, no momento da separao, determina a formao de um plo e de um antepolo que, partindo de uma atrao mtua atravs do tempo terrestre, incomensuravelmente extenso, acaba preparando sua reunio. . . Na alma do Homem terrestre, desde ento, a unificao de todos os elementos do Ser Arqutipo torna-se urna Realidade, quando a vontade do Homem colabora para este fim por seus prprios esforos. Aquilo que no teu corao se agira e se arroja formao, arrebatando e estimulando-te constantemente com essa tendncia imperiosa de atingir seja o que for, que reconhece a finalidade das foras do Ser Inicial; foras que, uma vez individualizadas, procuram de novo unir-se em ti. Contudo, entre esses elementos, que, em alta formao necessria tua conscincia, revestem aspecto de tuas foras anmicas, existem ainda numerosssimas vontades a assaltar-te. . .

Ainda no s tu que ests dentro da vontade soberana que sabe unificar todas as outras vontades em si. . . Tudo o que em ti diz "Eu" para o exterior e o que interiormente sentes como teu "Eu", uma dessas vontades numerosas, que devem ser unificadas na luminosidade da centelha divina que a conscincia de ti mesmo. . . s no estado consciente de ser, que a conscincia divina pode-se manifestar de novo em elementos do Ser Original! Da terrificante agitao da Natureza primordial -tanto no visvel como no invisvel, at a unificao no consciente do Homem terrestre (e as "Terras" so numerosssimas), o itinerrio dos elementos do Ser Inicial leva-os para o alto, para um novo estado de ser, divinamente consciente. Mas, o que tu possas perceber atravs de teus sentidos fsicos e, o que chamas de "foras da natureza", so, na realidade, um produto, um reflexo, um mero testemunho da influncia recproca dos elementos do Arqui-Ser, e de maneira alguma, algo idntico a esses elementos. O que tomas por "realidade" do Universo visvel e invisvel, e to somente "real" enquanto representa a ao do Ser Original, manifestada em diversos graus de formao dos seus elementos. O Ur1iverso s "existe", onde "esto" os elementos do Ser Primordial e, sem embargo, no existe "por si mesmo! Ainda falaste de um "Deus", "Fator" de todas as coisas, que, para se honrar, "criou do nada" um Mundo infinito e para honrar-se "mantm" esse Mundo. Ora, tal representao de Deus, e semelhante explicao da existncia do Mundo, eram perdovel nos tempos primitivos, quando no se conhecia nada de tudo isso que, hoje, chegaram a testar os elementos do Ser Original, quanto s suas final idades; fato que devia induzir vosso pensamento a se liberar, enfim, dessas concepes obsoletas. Querer ainda hoje a elas se prender tanto tolice quanta profanao! "Deus" to somente o Fator de si mesmo, e tudo que "" e tudo que realmente "", ser do seu Ser! "Deus" no o criador seno de Si prprio e no, como imaginaste, o fabricante de Homens e de coisas! As energias plasmadoras de todos os Mundos e todos os sis so formas do Esprito, que sendo os elementos do Arqui-Ser - vivem no tempo e no espao e se cristalizam em formas tempo-espao, manifestando-se apenas a ttulo temporrio e sempre condicionadas pelo espao. . .

Ora, os elementos originais do Ser so constantemente projetados do seio do Ser Inicial e sem cessar retornam a Ele. Assim foi desde a eternidade e assim ser para toda a Eternidade! Sempre alternando os efeitos, os elementos do Arqui-Ser se afirmam: ora produzindo os fenmenos, ora destruindo-os. Eles mesmos, entretanto, seja qual for a variedade do seu modo de ao, "so" de eternidade em eternidade e ningum os aciona... Jamais houve "incio", e jamais haver fim dessa Vida perptua! Todo o imenso Universo, impregnado de formas, com tudo que contm de visvel e todo o invisvel que no se percebe, apenas um jogo de ondas do eterno "oceano" espiritual, de cujo seio se levanta, por sua prpria fora, a nuvem da divindade! Deus" a condio do Universo, e o Universo a condio de "Deus"! O "movimento perptuo", que sbios e loucos tm esperado descobrir, j existe, portanto, no pode ser outra vez "descoberto... Aqueles que perseguiam esta des-coberta", apenas de leve supunham -se bem que numa concepo de pigmeus, a existncia do Ser, "Todo" incomensurvel, Ser que "" por si mesmo, sem "comeo" e sem "fim", a eterna "vida" em curso cclico do Ser! *Ser I nicial-Arquetfpico, eternamente Original, perpetuamente Primordial.

EM BUSCA DE DEUS Ainda procuras um Deus em longnquas imensides. . . Ora, eu te digo: Antes que teu Deus tenha "nascido" em ti e tu Nele tenhas nascido", no O achars em parte alguma! Enquanto Deus no se "gerar" em ti, em vo que, nos espaos infinitos, ressoem teus apelos dilacerantes a Ele. Disseram-te que o Homem um "deus" disfarado, e suficiente que ele se reconhea, para se achar "Deus" por toda a Eternidade. Os que sustentavam tais propsitos, estavam bem mais longe de Deus do que eles mesmos supunham! Tu no s "Deus", embora s em ti, nesta Terra, Deus possa manifestar-se. E s ento estars unido a teu Deus, como num cntico a palavra unida ao sentido! Ento, nada mais poder separar-te de teu Deus! Para a Eternidade Ele permanecer "vivo" em ti! Por isso, no mais O procurars nos espaos infinitos, nem no mundo inacessvel, alm de todos os astros! Quanto mais O procuras, tanto mais provas que teu Deus no se formou em ti !

S quando O "conceberes" em ti, cessars de procur-lo.

Nada mais necessrio do que a "busca de Deus" !

A maior das tuas tarefas encontrar em ti o caminho, pelo qual Deus poder vir ao

Teu encontro! ,... Procura, ento, preparar tudo em ti, para que teu Deus possa unir-se contigo! V !A Vontade do Esprito eterno que tudo abarca e "vive" em ti, te "quer" para um dia poder, como teu Deus, "gerar-se" a si prprio em ti! Que o "Advento", Tempo da Preparao, esteja, de agora em diante, em tua alma, pois tu s "Belm" na qual nascer teu Rei que te poder libertar, e s Ele, poder libertar-te!

DA AO E DA OBRA O que deves ser ativo e trabalhar no caminho, at onde a fora e aptido permitirem que ajas e trabalhes dentro de ti. Quando estiveres unido ao teu Deus, toda a tua vida ser, ento, uma nica obra e ao; tu mesmo sers ao e obra! "Deus" um fogo vivo! Nele, tudo que apodrece e estagna na inao, destrudo. A Vontade do Esprito no pode "gerar-se" em ti, para a se tornar o teu Deus, se no s agora to ativo como se j estivesses unido a Ele. . . Teu Deus ser um Deus de fora e audcia, e jamais um Demnio de desejos impotentes e dilacerantes angstias.

Oxal, teu amor sempre esteja em ao to fecunda, como o Esprito que, em incessante obra, eternamente se fecunda a si mesmo! Mas como podes esperar unir-te a teu Deus, se teu amor d'Ele se afasta?! S chegars a comungar com teu Deus, quando estiveres preste a realizar a Unio d'Ele contigo, porque o Deus Vivo no um Deus de sonhadores ou de visionrios! Somente em almas j despertas que lhe possvel "gerar-se". Sua Luz por demais radiosa para que as almas crepusculares possam suport-la. Une, ento, as foras de tua alma e prepara-te para uma ao suprema! Cumpre tudo o que tens de fazer aqui, na Terra, e age tanto quanto humanamente te possvel! Deste modo, livre de receios, um dia encontrar teu Deus - e em ti que encontrars teu Deus Vivo. Tu no estarias vivendo se a "Vida", que "ao" do Esprito , no estivesse agindo em ti. . . Tua vida to-somente "eterna", porque toda "ao" do eterno Esprito, tanto quanto Ele, eterna. Tu s, entretanto, temporrio, estando em manifestao temporal neste mundo terrestre, e teu dever terrestre lapidar o temporal no temporal que te rodeia, assim como tu s eternamente lapidado no eterno pelo eterno! S pelo trabalho incessante em ti mesmo, poders considerar-te experimentado, e segundo as exigncias da alta direo que te guia, ser dentro da ao que hs de ser preparado, se quiseres" que teu Deus "nasa" em ti.

DA SANTIDADE E DO PECADO Aqueles que deveras conhecem os derradeiros fins, tm demonstrado, em todas as pocas, um certo desdm pela vaidade e a falsa humildade dos santos-homens"; no obstante saberem fazer distino entre as gabolas de virtudes e as almas realmente grandes que algumas vezes, so qualificadas de santos". . . Procuram eles Homens altivos, Homens que saibam viver com cabea erguida,e no miserveis, mendigando s portas dos esplendor divino, nem almas dolentes por penitncias! Querem eles ver Homens que saibam moldar sua vida guisa de obra-de-arte, e no os que sucumbam sob seu peso, como as bestas de carga sob seu fardo. A quem as culpas e os pecados so capazes de afastar do caminho, indigno ser de cingir a coroa de louros! Quem quer combater at alcanar a grande Vitria, no deve importar-se com a poeira que todos os dias macula sua roupa. . . Aquele que andam sempre pensando em tirar as manchas do seu palet, no demorar muito a perder de vista seu alvo supremo. . . Naturalmente, no aconselho ningum a chafurdar na lama, mas, se quiseres alcanar tua meta, ters de te libertar das preocupaes com a poeira e pequeninas impurezas s quais, cada dia, ao longo da estrada, tuas roupas estaro sujeitas. Teu p escorregar sempre no mesmo lugar, tua atitude ser sempre indecisa, se deixares te afligir com as faltas que, alis, jamais te ser possvel completamente evitar. Quanto ao santo-homem", assemelha-se a quem, ao torcer os tendes, jaz impotente no caminho, sonhando, de olhos abertos, que voa. Ah! Antes preferiria te ver afundando at o pescoo em culpa e pecado do que alguma vez enfrentar o perigo de ver-te ornado tal "santo-homem"! O melhor da tua fora fica perdido ao quereres imitar um santo-homem" e, sobretudo, ao procurar manter-te "livre de todo o pecado.

Ficars incapacitado de empregar tuas foras, se tuas preocupaes constantes se limitam a evitar todo erro, pois, na ocasio em que realmente decidires entregar-te ao, sem querer cairs tanto no erro como no pecado. Todavia, como o p do mrmore que cobre o atelier do escultor no pode de modo algum diminuir o valor da sua obra de arte, assim teu "Eu", que te esforas para esculpir na "pedra bruta", no ser depreciado pelo fato de o p e o cascalho se acumularem em volta, at que, por fim, sua forma aparece, ntida em toda sua pureza, sob a ao do teu cinzel. Esquece o p" e o "cascalho" do atelier e s pensa na "obra" de alta beleza e durabilidade que hs de fazer da tua existncia! E, quando no teu caminho tropeares sem querer e cares muito baixo levanta-te depressa e esquece que alguma vez caste! E, caso tua vontade de induza a cair, no deve haver outra preocupao a no ser essa de levantar-te imediatamente! intil o teu "remorso" depois da queda, ao passo que um levantar enrgico ajudar a adquirir proteo, ensinando-te a evitar, obstculos, para que a queda no mais se repita. . . Em verdade, quem est seguro de trazer em si fora para se levantar aps a queda, progride melhor do que quem sempre, angustiado, vive se esforando para evitar cuidadosamente todo passo em falso ! Nada pode no teu caminho prejudicar-te, a no ser o receio de represso das foras por uma falta cometida e, por sua vez, esta represso s nasce do teu temor. Segue avante, com amor e livre de qualquer receio -mas que teu amor no consuma as foras de resistncia, to necessrias tua ascenso. S bom sempre para com tudo que vive, mas para um tigre a bondade uma arma bem apontada, pois no deves fazer sofrer a quem por necessidade tens que destruir! Tua bondade e teu amor devem ser livres, pois, do contrrio, tornar-se-o vcios! Livre s aquele que se faz livre! Nenhum "deus" exterior, de alm das estrelas, tal como tua imaginao o pintou poder libertar-te! Por isso: ajuda-te a ti mesmo e sers tambm amparado por te Deus -teu Deus que, em ti, "se formar" um dia! Por ti forjaste teus fantasmas e por ti mesmo ters de destru-los!

Muitas coisas ainda te parecem "culpas" e "pecados", mas que, de fato no merecem esse estigma infamante; entretanto, h outras que as consideras superficialmente e nas quais mesmo instaladas tua "virtude'" quando so elas precisamente, as tentaes que te arrastam para a perda. . . Nunca deves buscar a "tentao", mas tambm de maneira alguma imitar o "santo-homem", que enfeitiou seu olhar a tal ponto que s v "tentaes" em seu redor. De cabea erguida, vai seguindo o caminho e sabe que no podes ser melhor protegido que quando s capaz de confiar em ti mesmo! Ento, nenhuma "culpa", nem um "pecado" podero impedir tua marcha; at que amparado pelas foras do Alto, atingirs um dia o alvo que est dentro de ti! Contudo, advirto e aconselho-te: Antes procurar o erro e o pecado do que aspirar "santidade"!

O MUNDO OCULTO At esta pgina, mencionei s dois aspectos do invisvel: a alma, que se expande em foras anmicas e o Mundo do Esprito do qual tens a origem e, se queres chegar a Deus e alcanar a paz que o mundo no te poder dar, havers de reencontrar. Todavia, resta-me ainda falar de um outro invisvel" o mundo invisvel de matria fludica que te cerca e envolve todas as coisas em suas diversas formas de manifestao, tanto visveis como invisveis. Esse invisvel" uma parte raramente conhecida do nosso mundo fsico, embora seja incomparavelmente mais extensa. ..

Atravs desse invisvel", no incio, ter de passar, como uma ponte", teu Guia espiritual, quando quiser vir a ti, j que, sem preparo, s ainda incapaz de perceb-lo na unidade de tuas foras anmicas. Guia que, posteriormente, reconhecers estando em Deus. s no incio, que, dessa forma, ele consegue atingir teu 'foro ntimo, atravs do "exterior invisvel! Em todos os tempos, houve Homem que possuram a faculdade de enxergar esse exterior invisvel". Contudo, para alcanar o alvo supremo, esta faculdade no foi, nem , de nenhuma utilidade para os Homens. . . Embora ela lhes permita ver" mais do que os outros vem, assim como ao olhar atravs de um telescpio vs os "anis" e as "luas" de astros muito distantes, enquanto que um Homem, a olho nu, percebe apenas um ponto luminoso. .. Esta "viso" uma faculdade do organismo fsico, que, no Homem de hoje, se apresenta pouco suscetvel a ser "desenvolvida ao ponto" de poder ser usada. Nos Homens do passado, esse organismo era de constituio bem mais definida; e para os Homens do futuro, novamente ele voltar ao que era, desenvolvendo-se medida que eles souberem se proteger contra o perigo, para que este rgo no mais lhes seja nefasto. A evoluo desse rgo, desnecessrio vida comum, termina maneira do movimento das ondas, com intensidade variada, ora maior, ora menor, para cada conjunto de espcie. De sorte que a faculdade de perceber o domnio invisvel do mundo material fsico, uma vez por outra se apaga at o ltimo vestgio, para em outras pocas reaparecer por toda parte. Trata-se dos rgos rudimentares da besta humana dos tempos primitivos; rgos que no podem ser teis seno queles que so animicamente preparados para fazer uso ilcito das faculdades em questo. Os indivduos em que esse organismo de percepo, no invisvel exterior, totalmente desenvolvido, so, por conseguinte, sempre dotados de foras anmicas "mais experimentadas"; foras estas, que j foram ativas em muitos Homens terrestres do passado. Quem tiver esta faculdade de ver", acompanhada de aspirao ao mais alto conhecimento em vez de se tornar vtima do embuste mesmo nesse domnio do mundo invisvel encontrar conselheiros benvolos e auxiliares complacentes, que do Reino essencial do Esprito, facilitar-lhe-o o entendimento das coisas que percebe. E, quando estiver totalmente "desperto", mui provvel que receba dos seres mais "despertos" que ele, o poder de mandar em certas foras desse mundo invisvel, a fim de

que colaborem no plano da evoluo da Humanidade terrestre, para a qual os Irradiantes da Luz Eterna trabalham desde milnios. Na maioria dos casos, so muito poucos entre os conhecedores do invisvel", que dessa forma podem ser utilizados". Seria, entretanto, sobremaneira recomendvel que todos os homens, fosse qual fosse a maneira de sentir, que possurem, mais ou menos desenvolvido esse rgo de experimentao no invisvel fsico, prestassem a maior ateno quando dele se servirem, para no fazer uso indevido do mesmo. .. Talvez com cuidados apropriados, mais de um germe possa ser levado a germinar e se tornar proveitoso. Precisa-se de muitos "vinhateiros na vinha" e a Humanidade de hoje teria tudo a lucrar desses que nela novamente se manifestassem, em carter de instrutores e auxi- liares esclarecidos, que estivessem altura de caminhar com igual segurana, tambm no invisvel do mundo fsico. . . No so as experincias que se obtm mediante grande quantidade de mdiuns e sonmbulos, que nos podero trazer algum esclarecimento, mas to somente a vivncia pessoal de quem de fato possui tais faculdades orgnicas! Contudo, no se deve negar o esforo empregado nas pesquisas cientficas e a honra que lhes cabe; mas o fato que a experimentao dita "metafsica", j como seu nome indica, um conceito errneo, partindo de uma premissa falsa, nada mais faz do que atrair energias parasitrias do mundo invisvel da matria. Essas "foras parasitrias" do campo invisvel do mundo fsico, embora sejam entidades cuja aparncia se assemelha s energias das quais a alma tira sua substncia, exigem muita cautela para que se no as confunda, seja no que for, com as foras an- micas! Isso equivaleria a querer igualar as caretas que os macacos fazem atravs das grades de uma gaiola, com a arte engenhosamente representada por grandes mmicos do palco. . . As entidades do plano invisvel do mundo fsico com as quais nos defrontamos, tanto em experincias ditas "metafsicas" como em qualquer lugar solene, onde se supe lidar com as almas dos defuntos, no sendo desprovidas de uma espcie de conscincia, sabem, freqentemente, mais coisas do que os prprios indagadores. Contudo, essas entidades, sendo ss de maneira obscura e vagas conscientes delas prprias, humanamente falando, de modo algum podem ser censuradas quando se fazem passar momentaneamente por aquilo que se presume ver nelas ou crer nas mesmas encontrar. Estas entidades, antes de qualquer coisa, persistem em comprovar sua existncia e, para sustent-la, so capazes de tudo o que est em seu poder. E vo, alm disso, procurando simular potncia l, onde seu poder est definitivamente esgotado. . .

Elas no so tolhidas por nenhum "senso de dever", nem nenhum "escrpulo de conscincia"! Teu aviltamento lhes proporciona o mesmo prazer que tua honradez, contanto que elas, pela influncia que exercem, encontre em ti sua existncia confirmada. Pobre do Homem a quem essas entidades j possuem"! Elas lhe sugam, quais vampiros, o mago da vida mais substancial, pois tm que se nutrir" das foras do Homem para subsistirem e ficarem ao seu servio. Caso ele no consiga se livrar dos seus tentculos, fica a tal ponto escravo dos sombrios instintos dessas entidades, que sua alma acaba por se "apagar", porque suas prprias foras gradativamente o abandonam; fato que provoca, quando seu corpo se recolher para o ltimo sono, a dissoluo do que foi sua conscincia, em aniquilamento total. E a nica Morte" verdadeira, porque eterna, do que o Homem realmente ameaado. Bem raros so os Homens que sabem, deveras, quo satura- da de mentiras a natureza desses seres, para os quais difcil dar um nome por no haver no mundo visvel nenhum elemento de comparao. So as entidades invisveis de cujas foras o faquir se utiliza para executar seus milagres" e, em razo da ignorncia a respeito delas, tambm se desconhece que, quando por vezes surge um verdadeiro faquir, diante dele que essas cativas dos infernos se maravilham. .. Essas entidades "podem" fazer muitas coisas que jamais sero possveis aos Homens na Terra, enquanto agirem por suas prprias foras. Elas vem" teus pensamentos melhor do que tu os conheces e podem tornar reais teus mais secretos sonhos e desejos. .. Alm do mais, podem temporariamente criar formas e objetos to palpveis como so todas as coisas conhecidas por ti em matria palpvel; porque essas entidades so as tecels invisveis da formao fsica, que laam fios invisveis em toda a manifestao visvel. . . Elas tambm tm o poder de se disfarar nas formas humanas que pertenceram a Homens que h muito tempo no mais vivem na Terra; visto que, uma vez criada a forma, continua ela na esfera desses seres, como se fosse de algum modo, a ttulo de exemplo, se bem que a comparao seja precria, uma matriz de que se pode tirar a todo o momento um novo molde. Na realidade, tal matriz uma forma invisvel e to tnue como sopro; um sistema de lamelas que do a reproduo matematicamente exata do conjunto de formas interiores, e exteriores, que outrora constituram um corpo humano.

Essa forma, habitualmente condensada nela mesma num mnimo espao, est de certo modo, cheia" de energias fsicas que, normalmente, em condies apropriadas, serve para sustentar o corpo de um mdium". O mdium", durante a manifestao, fica nesse estado de inconscincia que se designa por nome de transe". O pseudocorpo, durante o tempo em que se manifesta que mesmo em casos mais favorveis extremamente curto se utiliza do campo energtico da alma animal do mdium inconsciente, e essa alma animal fica, na ocasio, induzida maneira de hipnose, sob o domnio dessas entidades que assim modelam o suposto corpo. Ora, um semelhante fantasma pode falar e expressar-se da mesma maneira que sua efgie original defunta, no havendo nisso nada mais surpreendente que o poder de expresso que o Homem normalmente encarnado tem, sendo que durante a manifestao, tanto o corpo aparente como todos os rgos que outrora nele atuaram, so fisicamente reproduzidos sob o molde da forma corporal com tal perfeio, que mesmo as deformaes eventuais ou defeitos de pronncia, esto a reproduzidos. Creio suprfluo acrescentar que essa forma, abandonada no plano fsico invisvel, tem tanto em comum com o Homem que a utilizava outrora, como a pele de uma serpente tem com o rptil, depois da muda. No , pois sem razo que insisti sobre esses fenmenos, cujo simples enunciado j para mim repugnante. Mas, procuro colocar-te numa situao que te permita averiguar por ti mesmo os fenmenos que poderiam impressionar-te. No deves permitir ser logrado, ainda que algo de surpreendente se produza na tua presena! Nestas manifestaes, no fraude da qual possas ser vtima, o que deve ser considerado perigoso". .. Mas to-somente, o que verdadeiro neste campo, ( que) oculta um real perigo! por razes ponderadas e indubitveis que te acautelo! Caso quisesse averiguar seus mtodos, essas entidades, tanto em ti como em qualquer um, farejariam uma presa. . . Acontece, infelizmente! com demasiada freqncia, que elas acham uma vtima fcil naqueles que, em vez de seguirem o caminho em aclive unificao das foras da alma e para seu Deus, procuram adquirir "poderes ocultos", sem terem ainda esse grau de discernimento que indispensvel para que um dos Irmos integrados em Esprito e que

adquiriu tais poderes mediante longos anos da mais severa preparao, possa ensin-los a dominar, tanto essas entidades como suas energias trfegas. E mesmo assim, cada um est ainda em perigo permanente, quando sem necessidade, as excita e as aproveita. Jamais um desses que, outrora, para provar sua fora, aprendeu como subjugar esse reino do Mundo fsico invisvel, demorou-se mais do que o exigido pela dura obrigao de um "dever" a cumprir.

O TEMPLO SECRETO Quem se empenhar ou estive empenhado em seguir o caminho ascensional que indico neste livro, no demorar a sentir estar em ntima ligao com todos os que seguem o mesmo caminho, ainda que milhares de quilmetros os separem uns dos outros. Esta "ligao" se opera de maneira dupla: em primeiro lugar, pela atrao recproca de irradiaes que, atravs dos centros da volio determinada, se formam inconsciente e espontaneamente de "turbilhes", irradiando em certas regies superiores do mundo fsico invisvel, onde elas pem em conexo tudo o que da mesma natureza vibrtil. Em seguida, pela influncia direta da ao de foras anmicas, que s necessitam essa paridade de direo das impulses volitivas, pelas quais esto animadas, para serem imediatamente ligadas, de maneira praticamente independente do espao e do tempo. Contudo, tambm muito humano querer, no campo dos sentidos fsicos, sentir-se mutuamente prximos e perceptveis, quando se est aparentado por laos de um alvo comum... Seno a maioria, muitos sentem sua coragem e sua f robustecidas, quando, ao longo do "caminho" podem, uma vez por outra, ter contato com seus companheiros da caminhada...

O caminho da Vida espiritual se torna mais fcil de ser percorrido, quando dois seres, estando comprometidos no mesmo ideal, so tambm associados na vida exterior e caminham lado a lado. Por conseguinte, cada um que neste assunto recebeu direitos e poder de ensinar, dever repetir a palavra do Mestre sublime de Nazar: "L onde dois ou trs estiverem reunidos em meu "nome", eu estarei no meio deles". Mas nunca deve ser excedido esse limite, cada vez que se renem para transmitir em palavras de linguagem comum, as experincias de suas almas. com conhecimento de causa que esse nmero restrito exigido! Todo agrupamento mais numeroso leva ao salutar, somente, quando se trata da troca de impresses verbais das experincias da alma e quando fica constitudo pela mltipla "comunho" de "binrios" e "ternrios" e, quando cada uma dessas "clulas" de dois ou trs associados estiver edificada na base da franca afinidade pessoal de seus componentes; ento, neste caso, sem que seja preciso um "juramento" especial, sua indestrutibilidade garantida desde a formao. Mas, quem caminha em busca da Verdade, jamais deve se agrupar em sociedades"; pois nenhuma delas pode vingar sem que seja susceptvel de impingir uma crena obrigatria, e nada impede tanto o desenvolvimento da alma como um constrangimento exterior qualquer. Toda "sociedade" a formao de um sqito fnebre de sua prpria f defunta! Enquanto viva e atuante, a f cr e pode ainda, por um tempo limitado, suportar mesmo o mal corrosivo que uma "comunidade de fiis". Mas, logo que murcha qual flor devastada por alforra, cai sobre si mesma, e esses que pela "comunidade" crem aviv-la, cavam, por eles prprios, a sepultura dela. Pelo contrrio, ser de grande ajuda para muitos peregrinos reunirem-se, por vezes, em "clulas" de duas ou trs pessoas, isoladamente ou em conjunto com outras "clulas" de tendncias anlogas, para falar das coisas que lhes foram dadas sentir e con- templar no caminho rumo Luz. . Mesmo nas profundezas mais inacessveis do Esprito, no h nenhuma razo vlida para "coibir" a comunicao entre vrias "clulas" de dois ou trs membros que ficarem em ligao externa, conquanto, bem entendido, semelhante ligao no degenere em "fundao de sociedade" com todo o seu cortejo de crenas obrigatrias e artigos de f que a acompanham. Pois, neste caso, a unio exterior desmembraria a unio interior!

Querendo, todavia, podes percorrer o caminho a ss contigo mesmo, ou ao lado de um ou dois companheiros, j que na escala da ficas sabendo que o Templo oculto te une a todos que, como tu, seguem o mesmo caminho. Os Irradiantes da Arquiluz so os verdadeiros Sacerdotes" desse Templo e todo o peregrino que sinceramente procura seguir o caminho" dentro de si, est colocado sob a sua direo infalvel, mesmo que no seu foro ntimo no possua iluminao prpria e ainda no possa reconhecer a mo que o guia. .. No se requer aqui, de ti, nenhuma f em uma ajuda da qual no pudesses ter prova. Pedimos apenas isto: a f em ti mesmo, pois ela imprescindvel no teu caminho. Quando tiveres conquistado esta f, que amide ters de reconquistar, ento, no demorars a sentir a verdade das minhas palavras. ' Os descobridores de novos continentes acreditavam no ntimo do corao, que alm das imensides dos oceanos havia terras e, em verdade, as acharam, porque tiveram f naquilo que buscavam. Igualmente tu, precisas crer, no mais ntimo de ti mesmo, que trazes em ti foras, capazes de situar-te num estado em que, deslumbrado, sentirs os sagrados arcanos do Templo latente na Terra. E indispensvel crer em tuas prprias foras, porque tua f desliga em ti essas mesmas foras, como tambm pode reduzi-las escravido. . . O que antecipadamente no crs seres capaz de fazer, ser de difcil realizao mais tarde! Alm do mais, ficars inacessvel a todo auxilio que te possa vir do Templo invisvel, at o dia em que lograres a f inquebrantvel de trazer dentro de ti as foras necessrias para obter esse auxlio.

KARMA Em ambos os reinos do mundo fsico, tanto no visvel quanto no invisvel, toda ao traz suas conseqncias, visveis como invisveis. Por ao" deves entender, aqui, todo impulso de tua vontade, todo pensamento e toda palavra. .. Ficars acorrentado s conseqncias de teus atos, at que tenhas unificado tuas foras anmicas e te tiveres unido ao teu Deus. Somente ento poders destruir as cadeias de conseqncias de tuas aes, caso queiras destru-las. Em tempos to remotos que transcendem a imaginao humana, foste unido a teu Deus como Ser" puramente espiritual, em estado espiritual de formao, entrelaado Vida Total da Substncia essencial que Esprito". Tambm todos os demais reinos, do lado invisvel do mundo fsico, domnio incomensurvel do Universo, eram acessveis tua vontade em ao e tu eras ento seu senhor. . . Um campo de ao se abriu para ti, que, do estado espiritual absoluto, te impelia para uma formao sempre mais densa. Chegaste assim ao limite, onde o invisvel fsico se condensa na matria slida, visvel. . Viste em ao as potncias aterradoras do caos eterno, fora em refluxo ao Nada absoluto, rgido, petrificou e sucumbiu hostil idade inveterada dessas foras para tudo o que . . . Jamais, entretanto, terias sucumbido se dantes, na vertigem insensata do teu prprio poder, no fosses decado do teu Deus. Assim ficaste abandonado a ti mesmo e perdeste teu mais alto poder. E te tornaste, ento, vtima do furor das foras inferiores que, sempre "hostis" e confinadas ao do retrocesso ao "Nada" absoluto, procuram aniquilar, involuindo para o Nada", tudo o que das esferas do Ser Eterno e puro se infiltre at elas: tudo o que sucumba" no seu tenebroso campo de ao.

Mesmo as foras que dantes dominavas e atravs das quais te seria fcil submeter s potncias, doravante hostis", de maneira a transforma-las nos fiis servidores da tua vontade, haviam se tornado demasiadamente grandes, demasiado esmagadoras para ti. . . Foste assim subjugado pelo terror das tuas prprias foras e que outrora dominaste. O pavor a elas faz-te aspirar a uma outra, uma nova forma de existncia no plano de matria densa, plano deste Universo, perceptvel aos sentidos e que dissimula essas po- tncias terrficas ao olhar de quem no sabe transpor as barreiras circundantes. Tua vontade, decada do alto Archote do Fogo Vivo, quis, ento, te arrastar para o Mundo da matria fsica. . . Estavas em tua casa" no Mundo das Causas", mas o medo fez-te expulsar para o Mundo dos efeitos". Esta a verdade velada no mito do Paraso" e da 'IQueda" dos Seres" em conseqncias do pecado original"! Antes dessa queda, j criaste teu karma", assim designam no Oriente a rvore genealgica de causas do destino de cada ser -pelo grau de afastamento" do teu Deus -pelo grau da vertigem insensata que te queria induzir a ver em ti um Deus". Eritis sicut D iis ". ..* O tempo determinado para nasceres na Terra, bem como a filiao genealgica onde isso deveria acontecer e as voltas do teu destino terrestre, tu mesmo os determinaste. Quando, de soberano que eras, pela fora do teu Deus, no Mundo do Esprito, decaste, para tornar-te escravo dos poderes inferiores, onde a toda ao se impe e deve impor as conseqncias, pelo fato de ele ser, apenas, um reflexo da ao, ests privado de poder fazer cessar, voluntariamente, no seu domnio, a cadeia do movimento perptuo de cau- sas e efeitos. Outrossim, o fato de nasceres neste planeta o efeito da tua primeira ao no dom nio das conseqncias inelutveis. Pois, em verdade, existem no insondvel espao sideral, incalculvel planetas habitados por Homens e seres que exteriormente se assemelham aos animais da Terra, e bem poderias ter tomado o teu invlucro animal em outro qualquer desses corpos celestes. Todos os seres, que vivem nos planetas habitados de outros sistemas solares, so entes, outrora decados do Esplendor, da mesma maneira que tu. . . Entre teus longnquos companheiros de viagem, encarnados na matria, h muitos mais felizes que tu, e outros profundamente mais infelizes. . . No tens, absolutamente, nenhuma razo para imagin-los com aspecto de monstros, pois a forma do corpo da besta humana no uma manifestao arbitrria que se produza unicamente no nosso pequeno satlite do sol, mas determinada por leis pre- cisas que

regem o conjunto do imenso Universo da matria fsica, e que, no fundo, so de origem espiritual. . . No se deve supor que a queda" do Esprito, do Mundo Substancial do Esprito Puro zona da influncia do Nada" absoluto, se tenha produzido somente na nebulosa aurora dos tempos. Pelo contrrio, essa queda" se produz sem cessar, desde a Eternidade e por toda a Eternidade, assim como o Cosmos de matria densa, no obstante a contnua alterao da sua evoluo, subsiste e subsistir eternamente em seu conjunto, proporcional ao Reino Eterno do Esprito, como reao extrema" desse ltimo. . . Contudo, h sempre um reduzido nmero de seres que nunca so arrastados queda" e de maneira nenhuma perdem" seu Deus". J os mencionei anteriormente, sob a denominao de Primognitos" ou Ancios", dos Irradiantes da Luz Inicial" e precisas saber, o que, alis, tua intuio j poderia ter dito a respeito, que: os esforos desses no decados", bem como os dosFilhos e Irmos" por eles formados, a fim de redimir os Homens, decados do ciclo luminoso do Mundo Espiritual e que se debatem nas malhas de animal idade, no se reduzem to-s nossa Humanidade terrestre. .. Em todos os planetas habitados do imenso Universo existem esses Auxiliares que permanecem na Vida consciente do Esprito Substancial e, que, para cada um desses Mundos, preparam, com a mesma finalidade, entre os decados temporrios, seus Filhos" e "Irmos" espirituais, por intermdio dos quais, nesta Terra, tambm procuram, agora, te atingir para tirar-te da angstia. Teu alvo, bvio, no tornares-te um desses "Filhos" ou "Irmos", pois agora seria tarde demais para isso. Esta aptido se revela logo aps o inicio da queda e somente por livre impulso da vontade individual. Vontade esta que necessita de uma "educao" que leva milnios e de uma "renncia", um sacrifcio, de igual lapso de tempo, encarnao do corpo fsico humano. . . O que se pede e espera de ti, apenas isto: que possas, durante teus dias terrestres, chegar ao conhecimento da esfera, donde te apartaste e para onde deves retornar. O "caminho" desse regresso aqui estamos para te indicar. Queremos reconduzir-te ao teu Deus, com o qual devers te unir novamente. Por mais baixo que tenhas cado, as foras, no seio das quais a Divindade se forma por si mesma, sem cessar, desde o estado em que sua ao ainda catica, at o seu modo de manifestao mais elevado, atuam em ti tambm, em mui alta forma de ao. . . Uma "chispa", pelo menos, de uma conscincia espiritual, ainda que distinta da tua conscincia cerebral, permanece latente em ti; e ela que, do alto, dirige essas foras; ela que a tua "conscincia". ..

Jamais poders perder essa "centelha", por mais baixo que venhas a cair nesta vida terrena! Mesmo que tua alma esteja "morta" para esta centelha, ela permanecer latente em ti, at que exales teu ltimo suspiro. . . E s ela conhece teu "karma". . . Podes melhorar ou piorar teu "karma", mas extinguir no o poders, antes de teres unificado as mltiplas vontades que, ainda hora presente, agem catica e contraditoriamente em ti. Quando todas essas vontades estiverem harmonizadas, na deslumbrante claridade do consciente espiritual que o teu verdadeiro, substancial e eterno "Esprito humano" em ti, ento teu Deus se "conceber" dentro de ti, e tu ento estars liberto do teu "karma", quer dizer, livre das cadeias de conseqncias do teu ato original, tendo te tornado Homem da Eternidade. Feliz de ti se, c na Terra, consegues esta realizao! Pois, se no a obtiveres, ento, mesmo depois de deixares teu despojo carnal, no ters a paz dentro de ti, seno quando tiveres achado a paz em teu Deus, consciente de tuas foras anmicas unificadas e convictas de ter ficado uno com a vontade delas. Ora, "l". bem possvel que isso dure muito, porque, ento, no poders melhorar teu "karma", como tambm no ters conscincia de ti mesmo em eterna Luz, enquanto a ltima conseqncia do teu ato original no se tiver esgotado. A sabedoria hindu exorta os Homens a no se criarem novo karma" e, em verdade, tal advertncia fruto do verdadeiro conhecimento! Saibas, porm, que no se quer apenas te prevenir contra um Karma funesto ! Jamais alcanars tua redeno no Reino do Esprito Substancial, sem que se tenha exaurido o ltimo impulso da essncia terrestre, provocado um dia por t. Por isso, procura com todas as tuas foras, enquanto estiveres aqui na matria, unir-te com teu Deus, para dessa forma cortares, pelo Seu Poder, as cadeias do teu "karma", a fim de que elas no mais te possam guardar no cativeiro, atravs dos eons. *Palavras da serpente tentadora Eva: Sereis como Deuses. ..(nota da tradutora)

GUERRA E PAZ Quem tiver observado a terrificante potncia e a inconcebvel singeleza da implacvel vontade de impulso das foras genticas do mundo manifestado de matria densa, no se deixar render pela iluso de que o Universo, sensoriamente perceptvel, encerra to-s a Harmonia do Esprito". Repara o icnumon, inseto himenptero que deposita seus ovos no seio da lagarta estripada viva, para que suas larvas venham a vlda, e estars a salvo, para sempre, dessa crena ilusria. O mundo dos sentidos fsicos a resultante da Fora Inicial* do Esprito no Mundo espiritual. Contudo, para se manifestar espiritualmente como Mundo espiritual, deve essa Fora Primeva, eterna e una, refletir-se nela mesma em prprios aspectos, infinitamente variveis e, uma vez plasmada em cada um desses aspectos como elemento do Arqui- ser, nele se afirmar de tal maneira que, cada um desses elementos se esforce para realizar unicamente a si mesmo, considerando todos os outros elementos do Ser como formas vazias, visto que nada conhece a no ser a si mesmo, em si mesmo, como elemento da Fora Inicial.* Em cada aspecto da Arquifora espiritual, todo "elemento do Ser Inicial" se torna, assim, causa, para que toda forma manifestada no campo da matria fsica, oriunda da sua ao, receba tambm impulso de viver s para si e de utilizar toda outra forma ma- lifestada s em benefcio da sua prpria existncia. Em cada elemento do Ser Inicial, a Fora Primria integral, seja nas formas mais inferiores ou nas mais altas formas manifestadas. De modo anlogo, toda energia fsica, toda forma materialmente manifestada, tende a se afirmar isoladamente, como se s a sua existncia e nenhuma outra mais, fosse vivel. A mais nfima clula, s afirma a si mesma; ainda que, provisoriamente, seja constrangida a servir, em comum, com mirades de suas congneres, a uma forma da vontade mais elevada

que, por seu turno, s d valor existncia da clula quando dela precisa, sujeitando-a a servir-lhe para sua prpria afirmao. O Universo manifestado o antpoda extremo do Esprito Substancial. A Vida do Esprito determina, em si mesma, a formao espiritual infinita dos elementos do Ser Inicial, cuja resultante, por sua vez, produz em ltima instncia, a manifestao de algum modo coagulada" da forma fsica, isto , a fora espiritual infinitamente dilatada" que, num estado de tolhimento e de impotncia relativa, fica presa s vontades da forma, rigidamente determinadas. Todavia, desse estado de absoluta dilatao e desse rgido desterro de extrema tenso, essas foras espirituais elevam-se de novo, atravs de poderosa atrao que sobre elas exerce a regio mais alta do Ser Esprito, surgindo em formas novas, menos densas e menos rgidas at que, atravs de inmeras metamorfoses, subtraiam mais e mais tenso que as dilatou, sendo, finalmente, arrebatadas ao seu estado original e integradas no epicentro da Vida do Esprito. . . Entretanto, o que percebemos por nossos sentidos fsicos, no representa os elementos do Ser Primordial em seus diversos graus de formao, mas to somente os resultados da ao das foras que criam esses elementos. . . Interiormente, porm, os elementos do Arqui-Ser tornam-se perceptveis para ns, como nossas prprias foras anmicas", em grau muito elevado da formao. .. Eis o ciclo eterno, perenemente renovado, da Vida do Esprito Substancial que extrai seu Ser" da sua prpria essncia! "Nutrindo-se" da sua prpria substncia, Ele se submerge Nele mesmo, a fim de emergir de novo e em seguida reabsorver-se em Sua Entidade Suprema, liberto de toda a rigidez de tenso da forma. unicamente merc desta Vida Eterna que, dentro do Esprito, Deus pode formar-se no Homem espiritual. Se no houvesse o micrbio, que talvez amanh comece a ninar teu corpo, este j no existiria, nem tua alma, nem a centelha do Esprito que revive em ti! Mas ento tambm no haveria a Vontade do Esprito que, outrora, em teu Esp rito tinha a formado teu Deus e, que, agora,'" de novo procura engendrar-se" em ti, como teu Deus!! No entanto, seja qual for a fria com que as foras do Universo se lanam umas contra as outras em luta sem trguas, no seu impulso irresistvel para se afirmarem, a natureza no conhece o dio insensato querer comparar o dio dos Homens com o instinto dos animais que tendem a destruir outros animais, porque eles, como cada forma que se quer afirmar e em cuja

manifestao vivem os elementos do Ser Primordial, querem, exclusivamente afirmar-se a si mesmos. O dio", pelo contrrio, a expresso da impotncia humana! E s na humana maneira de sentir, que podem ser encontradas certas formas de expresso de tendncias agressivas, prprias das bestas-feras, e que se caracterizam pelo dio; no sendo por isso, muito difcil de reconhecer o quanto se engana, aquele, que supe encontrar nos animais o mesmo sentimento de dio que se encontra no Homem. Mesmo no reino invisvel do Mundo fsico foi o Homem quem introduziu o dio, pois, at mesmo os mais atrevidos entre os outros seus inimigos do invisvel fsico, so incapazes desse sentimento; sendo que sua atitude hostil para com o Homem provm de razes essencialmente diferentes. . . Os mais horripilantes espritos malignos do invisvel fsico, foram, em outros tempos, Homens terrestres que, pela sua maneira de viver na Terra, se justiaram" por si prprios. Quanto mais alto se elevaram em sabedoria, anteriormente, tanto mais baixo caram, e muito aqum dos mais abjetos e miserveis Homens na Terra. E os "eons" devero passar antes que eles, finalmente, possam dissolver-se no aniquilamento total; antes, porm, procuraro arrastar para sua decadncia, tudo o que est ao alcance do seu dio. . . Mas mesmo esses autojustiados, profundamente arraigados no seu dio implacvel para com tudo que vive, so incitados a esse sentimento em razo da sua prpria impotncia. O poder, inversamente, o mais nobre triunfador sobre o dio. . . O Homem poderoso, consciente do seu poder, ama este poder que acaba por transform-lo em um Homem amante. Ora, o amor no tolera o dio! Quanto mais a Humanidade despertar para a conscincia do seu poder espiritual, em seus grupos celulares chamados "povos" e "naes", tanto mais o dio tender a desaparecer; pois, quem consciente do seu poder no inveja nenhum outro poderoso nem o poder deste; j que a inveja, freqentemente, uma evocadora do dio infernal. . Todas as guerras so engendradas pelo dio; aquele que no sabe odiar incapaz de ser guerreiro. E vs gritais ainda: "guerra a guerra"! Ora, eu vos aconselho: ser mais certo clamardes: "Desprezado seja, doravante, o dio!"

S quando o dio for objeto do vosso desprezo, vir o tempo em que sabereis tambm menosprezar a guerra! E s quando achardes indigno de estima a quem quiser resolver pelo massacre dos Homens, as divergncias, cuja soluo deveria partir da exposio de argumentos dos dois adversrios em conflito, perante a probidade dos juzes, somente ento, tereis o direito de vos glorificardes da vossa "dignidade humana"! Obviamente, sempre haver conflitos de opinio entre os Homens, pois, a tambm, h uma vontade que se ope a outra vontade, e toda vontade exclusiva em sua afirmao de si mesma. No Esprito humano, contudo, toda vontade capaz de reconhecer-se em outras vontades, e cabe ao Homem procurar conscientemente o ajuste que salvaguarde a paz, disciplinando sua vontade que, ento, no mais ser exclusiva, mas sim, respeitar tambm outras vontades. Enquanto cada ser humano no apagar o dio em si, essa via de disciplina da vontade jamais ser exeqvel para o Gnero Humano, a no ser em curtos perodos. As conseqncias sero, sempre, novas guerras, enquanto o ltimo vestgio de dio no tiver desaparecido dos coraes humanos. Todos os outros motivos para a guerra so superveis com a boa vontade s as ondas do dio arrastam a melhor das vontades em suas correntes para os abismos. . . Os contrastes e competies entre argumentos opostos servem para desenvolver energias e para ativar o fluxo da vida; mas, sem embargo, no devem levar guerra, assim como no deve matar, a pancadas seu adversrio vencido, o vencedor de um jogo. Mas, todo Homem na Terra, que procurar destruir em si mesmo o dio, travar a nica guerra justa",a guerra que tornar impossvel as guerras de morticnio! Contudo, rnesmo a supresso definitiva das guerras de carnificina pelo Esprito humano, no faria com que as foras contrrias, sempre ativas em toda a Natureza, unissem suas tendncias nica e mesma finalidade; isso porque, semelhante unificao seria o aniquilamento de todo o Universo exterior. . . O reino da "paz eterna" que tantos nobres espritos, no decorrer dos tempos, to ardentemente desejaram, no caber em partilha aos Homens terrestres que somos, a no ser depois desta vida terrena, quando nos reencontramos na Luz que unifica tudo o que dantes era a Ela unido. *Ou "Arquifora" espiritual, isto , a Fora Arcaica, Fora Primeva, Fora por Excelncia, eternamente Primordial, perpetuamente Original, donde promanam todas as energias dos trs Mundos Universo.

A UNIDADE DAS RELIGIES No ncleo de todas as doutrinas religiosas do Mundo existe: a ltima Verdade embora esse ncleo esteja, muitas vezes, encoberto por invlucros os mais estranhos. . . em vo e sem interesse discutir em qual delas a Verdade est em sua maior pureza. Quem souber cuidadosamente afastar os vus, acabar por encontrar em todas as verdadeiras "religies" a grande doutrina do eterno Homem-Esprito que, em outros tempos, foi uno com seu Deus e decaiu, porque em seu "Eu" Dele se afastou. Um "caminho" lhe ser indicado que o reconduzir a seu prprio "Eu" e, finalmente, nele reencontrar seu Deus. Todavia, por ser esta doutrina demasiadamente espiritual e simples para ser compreendida pelo Homem, mergulhado que est na complexidade do culto sensorial, ele, ento, urdiu em volta dessas profundas e ltimas Verdade, a nica doutrina de salvao, os mais estranhos entrechos, tanto que nessa pura teia de artifcios, cheia de presunes empavonadas, acabou por no mais saber distinguir a Doutrina da Verdade. Mas, por ter ainda conservado uma vaga lembrana daquilo que, sob a casca de frutos ro (dos dessa trama de fbulas, outrora lhe era perceptvel, ele se agarra com obstinao ao que chama de sua f, s formas artificiosas com as quais, em outros tempos, ele encobriu a Verdade e pelas quais deixou que ela ficasse totalmente poluda). Em muitas doutrinas elevadas das antigas religies encontra-se, com freqncia, a noo simblica de muitas maneiras repetida, sobre os poucos Homens-Espirito que no foram arrastados queda e que, de alguma forma, atuam nesta Terra, auxiliando seus irmos que vivem nas trevas, a fim de redimi-los, libertando-os das cadeias da animalidade terrestre. . .

As velhas lendas de carter religioso trazem-nos relatos sobre esses Auxiliares espirituais que se manifestavam, de quando em quando, mesmo no plano visvel e de como escolhiam entre seus irmos humanos os "justos", para serem mandatrios, os quais, por seu turno, deviam propagar a Luz" no seu ambiente terreno queles que as trevas sufocavam. . . Freqentemente, nota-se nesses escritos a referncia a um Santurio nos Altos Cumes, a um Monte da Salvao e a Montanhas Sagradas donde vem esse Auxlio. . . Essas palavras e muitas outras altamente significativas, acha-se, de fato, nos livros sacros de todas as antigas religies; mas hoje, infelizmente, no mais se atina com o significado daqui-lo que elas querem dizer. Amide se imagina tratar-se de imagens alegricas, ou melhor, de smbolos, e do que claramente inteligvel, forja-se, por autoridade prpria, interpretaes descabveis. No obstante, a sabedoria de todas as antigas religies originou-se dos ensinamentos dados ao Homem por alguns dos Grandes Seres que permaneceram Esp rito em eterna Luz... Estes ltimos elegeram os "Filhos e os "Irmos" entre os Homens da Terra, que, outrora, se esforaram em condensar a nica verdade, nas suas mais diversas formas, trazendo a Luz"a cada espcie particular da Humanidade, nas verses apropriadas a cada poca... E sua fora auxiliadora que trouxe todos esses enunciados. .. Esta a nica "fonte original" de que brotam todas as antigas, todas as verdadeiras religies da Humanidade terrestre! Mas, onde esto os instrutores dessas religies, que mesmo em nossos dias sabem o que dizem, quando se expressam em palavras de textos antigos?! Em nossos dias, como em tempos recuadssimos, os Grandes Auxiliares espirituais, nossos Irmos, no decados, vivem ainda na Terra em estado espiritual, na substncia eterna do Esprito e, como antigamente, tambm hoje, iniciam s Causas Primrias e na ltima Verdade preexistente todos aqueles que! Logo depois da "queda do seio da Luz", estiverem dispostos a se lhes tornar um dia "Filhos" e os "Irmos" no Mundo visvel da matria. .. A queda do Homem foi por demais profunda para que ele possa, sem um degrau intermedirio, ser acessvel aos Augustos, auxiliadores Espirituais, que nunca sucumbiram queda! por isso que preparam os Espritos humanos, susceptveis, para que, depois de nascerem na Terra, encarnados num corpo 1aterial, lhes sirvam desse degrau intermedirio". . . Nesses ltimos e atravs deles agem esses Auxiliares Superiores, a fim de que jamais a Humanidade desta Terra se veja privada do seu auxilio.

Jamais houve poca em que esses Irmos auxiliadores atuantes, encarnados, no tivessem existido. Em todos os povos se manifestaram. Quem tem ouvidos para ouvir, entender muitas coisas que, em cada poca, a carne e o sangue" no puderam revelar. Quem quiser chegar Verdade, devero prestar ateno essas coisas! Trar-lhe-o a compreenso de muitos enigmas e afastaro os mltiplos vus que ainda ocultam ao seu entendimento a ltima Sabedoria. No se precisa, alis, de muita sagacidade para distinguir os falsos profetas, aqueles que muito peroram, mas pouco tem para dizer, daqueles silenciosos instrutores, Irmos dos Irradiantes da Arquiluz. Em verdade, l, onde sobre as runas de antigo Templo se edifica uma nova seita, que at poder ser chamada pomposamente de religio", jamais devereis esperar: por trs de seus ritos, estejam ocultos os Irradiantes da Luz Inicial! Devereis, isto sim, acreditar na ao dos Prncipes do Abismo! No plano invisvel desse Mundo fsico; mesmo que preguem o amor" e faam soar ao longe, sentenas untuosas e grandloquas... O que tm para vos dar os Artesos da Luz, no , decerto, uma nova religio", mormente nesta poca, onde no mais conseguis vos desembaraar de religies" nem do quer que assim o chameis! , , contudo, a mesma Verdade que dormita nas profundezas das verdadeiras rel igies antigas. Basta desbastar seu ncleo para verdes em imagens novas, claramente compreensveis e apropriadas ao vosso tempo e ao porvir, o que, h muito, no soubestes mais explicar como sendo religio" e para que possais ainda venerar o que ocultam todas as verdadeiras religies. Quanto Verdade "nua", esta, nem aos Irradiantes da Arquiluz dado vo-lo apresentar.

Deveis descobrir por vs mesmos, em profundo silncio. Dentro de vs. . . Somente em vs, a suprema maravilha se torna Realidade!

S em vosso "Eu" podereis reencontrar, um dia, o que perdestes antes de vossos dias Terrestres! No sois apenas animais dotados de inteligncia superior, como vos considerais segundo vossa natureza e vossa histria. Em vs se oculta algo muito mais profundo e bem mais grandioso. Acostumei a restringir-vos ao pequeno vocbulo eu, Ora, ainda no sabeis o que esse "Eu" em vs; pois o "Eu" infinito e pode ser sentido em incalculveis graus da conscincia de ser. . . E cada um desses graus tem acima de si mais um grau superior da Vida dentro da Eternidade. . . Cada um desses graus" tem abaixo de si um nmero incalculvel de graus inferiores, talhados nas profundezas insondveis. . . Ora, viveis ainda como animais que no possuam o Eu, a despeito de vossa vida ser repleta de cincia e de arte e vossa existncia sobejamente saturada de gozos! Quando tiverdes conhecimento de vs mesmos, ento com um arrepio de horror que vos lembrareis dos dias agora vividos alegremente, frvolos de corao, como se s eles significassem e comportassem a totalidade do Ser. . .

A VONTADE RUMO LUZ Sei que para muitos leitores, essas linhas evocaro um Mundo que lhes causar impresso por demais estranha e capaz de perturba-las na concepo j formada a respeito do Universo, concepo qual sua crena se apega obstinadamente; de modo que eles

podero rejeitar com certa hostilidade o que, "no sem alguma inteno", procura agora atingi-los. Mas, totalmente impossvel que esta hostilidade impea a Realidade de permanecer tal como ela , o que ela sempre foi e haver de ser. Convm no se equivocar a respeito! Quem aqui fala, no um visionrio narrando seus sonhos estticos. Nem se expressa aqui um poeta descrevendo suas vises. O que nessas pginas se oferece, uma orientao segura a respeito da Realidade e cada palavra est baseada no sentido mais profundo da mesma!. Para aqueles que ainda no a puderam conhecer, apresenta-se uma oportunidade, e o "caminho" lhes fica assim indicado para adquirirem o Conhecimento que transcende e comporta em si todos os outros "conhecimentos". . Entretanto, cada um dos leitores far bem se, desde o incio, tiver em mente o fato de que os Estados Primrios de Transformao Espiritual, que este livro esclarece sob ngulos mltiplos e variados, so Realidades muito mais "efetivas" que tudo que no uso comum da linguagem humana se considera "real" e exercem sua ao constante, mesmo que o Homem nada saiba a respeito e mesmo que no queira reconhecer esta ao. . . Certamente, o fato de ouvir falar dessas coisas, provocar reaes em mais de um leitor. Todavia, se cada um procurasse, dentro de si, conhecer a Realidade , que serviria apenas seus prprios interesses, visto que no mais duvidaria de que sua concepo do mundo ilusria, ainda que, fiando-se na aparncia exterior, estime esta concepo muito real e, mesmo que as especulaes mentais lhe parecem j estarem iluminadas pela luz interior. A imobilidade um recuo, diz um ditado, mas, dentro da Verdade, a imobilidade muito pior do que recuo, pois, a marcha, mesmo a r, conduz a valores novos, que jamais atingiro, seja quem for, que, por indolncia, descuido ou teimosia, continue no renunciando a seu ponto de vista" em prol da busca. Ora, quem receia o recuo, tem tambm todas as razes de no se fiar em progresso, seno com certa circunspeo. . . No h, c embaixo, na Terra, progresso ilimitado! Toda evoluo humana est de algum modo submisso s leis e movimento das ondas! ' Os Homens hodiernos perderam a maior parte do saber e no do poder que seus long nquos antepassados acreditavam "inalienveis", e aquilo que esses ancestrais no sabiam ou no podiam conhecer seno de leve, em nossos dias chegou-se a possuir um saber e um poder bastante vastos.

A Natureza no tolera nenhuma estagnao! S frio ou quente ! Mas por seres apenas tbio cuspir-te-ei da minha boca"! assim que a Lei" eterna tem se expressado atravs dos tempos, e ainda hoje no mudou suas palavras. .. Quem espiritualmente permanece nas trevas, porque no tem Vontade de Luz! Ele bem gostaria" de andar na Luz da qual outros lhe falam, todavia ele ainda no' a quer! Do momento em que realmente a quiser, sem demora assumir o compromisso de seguir o caminho", rumo Luz! Se a Luz do Esprito for para ti um valor" a obter, no qual queira, custe o que custar, empregar todos os teus esforos, ento, certamente, um dia chegars Luz! Mas, enquanto uma venda espessa cobre tua viso espiritual, bvio, ser-te- impossvel ver"!

S tua Vontade, e no teu "desejo", pode arrancar essa venda grossa! Se trouxeres em ti a Vontade de Luz, sem dvida alguma conseguirs Luz, quer te aproximes dela como Homem prudente e frio, quer com todo o ardor do entusiasmo. Mas, um semiquerer no te levar a nada! No h em imensides infinitas, e alm de todos os astros, nenhum Deus exterior que possas atingir, nem que ele possa ouvir tuas splicas impotentes. . . Se que queres que teu Deus, acessvel unicamente no teu intimo, te envie Auxlio augusto, conforme a ordem preestabelecida que rege Seu Ser, procura ajudar-te a ti mesmo! Em teu " Eu" est a totalidade do "Ser", e tua aparncia externa, s tu mesmo, inconscientemente, a criar, tirando-a das foras do " Eu". Outrora, antes dos teus dias terrestres, te apartaste, por vontade prpria, do teu Deus, cessando de reconhec-lo em teu "Eu", porque, antes de tudo, a ti mesmo buscavas l, onde somente teu Deus podia estar. . . Assim "Deus" tornou-se para ti um "outro" e tu lhe ficaste 'desconhecido" ! Agora, na tua imaginao, divides o "Eu" em dois e supes que, tanto um "Eu" superior como o inferior se oculta em ti, ignorando a extenso do teu "Eu" nico indiviso e indivisvel.

Em verdade, no h nenhuma "superioridade" nem "inferioridade", mas todo o Infinito est latente em teu "Eu" nico que abrange, tanto as profundezas mais insondveis quanto as alturas mais inacessveis do Mundo do Esprito perene. . . Escolhers tu mesmo, e s podes "escolher" pela ao, o que queres que teu " Eu" -te revele a ti. . . Ento, no teu prprio Infinito, no epicentro do Ser totalizado por teu EU O teu Deus nascera outra vez ! E mesmo nessa ocasio, no comeo, ainda te sentirs um outro", at que, afinal, reconheas que Ele te possui inteiro, na Integridade indivisa do teu "Ser".

AS ALTAS ENERGIAS DO CONHECIMENTO Acreditastes em vosso progresso" e nem percebestes que na maioria das vezes estais girando em volta. Sem trguas vos esforastes para tudo dividir, tudo decompor, tudo analisar. E inegvel que por tais processos deveis ter acumulado conhecimentos mltiplos e conclu stes que este feito h de vos levar soluo de todos os enigmas da Natureza sensria. Porm, todo produto de uma decomposio, por seu turno, se decompe ao infinito; tudo que se divide, ainda pode ser infinitamente subdividido, e sempre descobrireis que, o que julgastes ser j o ltimo elemento de uma anlise, na realidade, apenas mais uma sntese. E eis que o limite de vossas investigaes fica demarcado pela contingncia terrena da vossa impotncia em transcender vossas decomposies, vossas subdivises, vossas anlises.

E o resultado dessas pesquisas est condicionado pela presso de suspenso das mesmas. No ignoro, obviamente, o que a Humanidade deve a semelhante sistema de investigaes e estou muito longe de querer de algum modo depreciar vossos mtodos intelectuais de pesquisas. Somente, vejo o anverso da medalha e constato que vos deixastes deslumbrar pelos resultados destas investigaes, o que vos faz afastar, mais e mais, de um outro sistema de pesquisa, devers, mais importante. . . Por vossos mtodos tendes feito descobertas maravilhosas inventado coisas admirveis. Mas isso no deveria seduzir-vos a ponto de acreditar poder, de maneira anloga, atingir algum dia, o conhecimento em domnios que, sendo imperceptveis a qualquer instrumento, eternamente se riro de toda essa fragmentao mecnica. Quando, em vossas pesquisas, chegardes enfim a determinar as nfimas partculas de uma criatura vivente, ficareis convencidos de terdes encontrado a soluo que vos possibilitar chegar a bvias concluses sobre os dados mecnicos e de considerar, em vosso entender, ter encontrado, descoberto ou inventado, definitivamente, as coisas fundamentais para vossa existncia terrena. Entretanto, a essncia original da criatura, assim solucionada, ficou para vs to desconhecida como dantes. Reconheo todo o valor de vossos trabalhos cientficos e os resultados que os podem fazer madurar. Somente, com isso, no vos aproximareis nem um passo da Coisa em si mesmo se conhecerdes todas as coisas do mundo visvel em suas mais nfimas partculas, inclusive a ordem maravilhosa delas, e, mesmo se nada ignorardes da propriedade e da ao dessas partculas, cujas energias aprendestes a dirigir de maneira a se comportarem segundo a vossa vontade. . . No sob a lente de microscpio que se pode achar a Coisa em si", e jamais um telescpio vos revelar o que um corpo celeste longnquo possui em si integrado". O instinto da busca vos congnito e pede ser atendido. Contudo, confiastes o cuidado da busca besta", vosso afim, o deixou levianamente, em penumbra crepuscular, atrofiar em vs as energias superiores da alma, que neste caso, poderiam vos servir, se penssseis em desenvolve-las. . . Eis que a besta afim" elabora seus mtodos intelectuais e constri instrumentos de preciso para estender ao infinito seu intelecto e suas investigaes, cujo resultado, obviamente, s pode levar a novos enigmas, diante dos quais tem que parar, desorientada. . .

Houve, entretanto, em tempos passados, Homens para os quais vossos mtodos de investigao teriam sido tolices, visto que, por unificao em si mesmos das mais altas foras da alma, sem o apoio de vossos instrumentos, resolveram os ltimos, os mais profundos enigmas. Atingiram eles o mago de todas as causas fundamentais, enquanto vs s sabeis estendlas na superfcie. . . Sabeis discutir sobre todos os fenmenos, como so e como aparecem, o porqu da sua ao, ora se produz, ora se desvia e de muitas outras coisas de maior ou menor relevncia tendes noo. Jamais, entretanto, conseguistes lhes chegar as bases fundamentais, pois essas que chamais causas , sempre so ainda efeitos de causas primrias, e por trs dela que se ocultam os verdadeiros fundamentos que ningum entre vs conhece por experincia... Ora, as foras da alma, quando aprenderdes a domina-las em vosso foro ntimo assim que elas querem ser dominadas, esclarecer-vos-o tambm sobre as causas fundamentais, porque elas so da mesma natureza que essas ltimas, embora sua ao se manifeste de modo diferente. . . Evidentemente, esse gnero de "causas" s pode ser demonstrvel queles que j sabem empregar as energias enquanto que vossas demonstraes so, decerto, mais fceis de obter, se bem que, tambm se tornam compreensveis para quem j assimilou as premissas nas quais se baseiam as provas, prprias aos vossos mtodos. Nenhuma energia se desenvolve a no ser pela ao. Assim sendo, se no empregardes desde j as foras da alma em pequenas coisas, elas jamais se fortalecero a ponto de vos revelar suas mais altas maravilhas. Trata-se aqui de aprofundar-se em muitas coisas s quais em verdade, valeria a pena que o Homem consagrasse a vida inteira, mesmo que essa vida durasse cem anos. . . Antes de tudo, vos imprescindvel o tornar-vos simples como as coisas fundamentais o so, a fim de que o mais simples possa revelar-se a vs. ISois demasiadamente complicados em vosso pensar para. Compreenderdes o Real no seu sentido mais profundo, sem primeiro, desaprender. Oxal a experincia terrena, acessvel todos, possa servir-vos de lio, a saber: Muitas coisas vos pareciam, no faz muito tempo, "supersties confusas" at que, pela prpria investigao, vos convencestes e que essas supersties tiveram seu fundamento num conhecimento, que, anteriormente, vos era fechado e que os crebros mais simples souberam encontrar o acesso. Tereis, por certo, muitos exemplos e assim eu posso abster-me de cita-los.

Outrossim, h ainda muitas coisas que, mesmo em nossos dias, se ocultam por trs das lendas e dos mitos, das crenas populares e das superties declaradas do povo, e que futuramente sero considerados fatos, oriundos de um conhecimento maduro. Se essas coisas ainda no so reconhecidas por aqueles que cientificamente procuram por outras vias, isso se deve complexidade incrvel da nossa mentalidade "profissional" moderna, que no mais quer se satisfazer com simples expostos, porque no mais capaz de aceit-los, j que seria obrigada a esquecer a parte muito considervel das disciplinas que lhe foram impostas desde os bancos escolares do "curso primrio". Eis por que tantas coisas permanecem como que "lacradas" s investigaes exteriores, e s a duras penas que se adquiriu algumas noes. s foras da alma, todavia, conquanto que sejam bastante desenvolvidas, nada de tudo isso poder ficar oculto. Cabe a vs decidir se vossos descedentes, somente em um longnquo porvir, iro inclinar-se constrangidos diante dos fatos, que podereis conhecer agora, ou se lhes havereis de querer legar um saber que no precisaro primeiramente retificar. . . O tal conhecimento, hoje submerso na lenda e supersties, tambm foi originado de Homens que sabiam empregar as foras da alma. Mas a obscuridade interior dos que sucessivamente chegaram, no mais permitiu, aos ltimos, entender o que lhes tinha sido deixado por seus antecessores. De sorte que a Verdade primitiva rapidamente foi invadida por joio daninho de fantasmagorias confusas e, somente a duras penas, ainda se consegue isolar sua pu reza original dessas confuses justapostas. Desta feita, para quem busca confiante e perseverantemente no imo da alma, jorraro as mesmas fontes nas quais se saciavam outrora os Sbios de longnquo passado; assim nele possuir, em toda a sua limpidez, aquilo que, sob o emaranhado de supersties, no mais reconhecvel, conhecendo-o pelo seu prprio saber. Mas, sem a busca perseverante em vosso foro ntimo, conduzida com o mesmo nimo e o mesmo af com os quais, hoje, vos entregais s investigaes exteriores -jamais podereis ter revelaes do poder das foras que em vs se ocultam. Sois amos e senhores das mais altas "energiais prodigiosas" e, no entanto, como escravos pelejais no mundo, para qualquer proveito mesquinho! As altas energias do Conhecimento, s quais me esforo por chamar a ateno, esto em cada ser humano. Entretanto, dormem um sono profundo, at que seu possuidor as desperte e as una pela sua vontade numa s e nica Vontade. . . A maioria dos seres humanos se dispe a seu ltimo sono, sem nunca haver suspeitado do tesouro que sua alma lhe ofereceu. . .

Feliz aquele que sabe, ainda em tempo, despertar em sua alma as altas energias do Conhecimento! Achar, pois, j na Terra, sua verdadeira Vida e no seu estado mortal conhecer a imortalidade. Ora, este o alvo final de todo o ensinamento espiritual; pois, para que serviria falar do Reino do Esprito que permanece eternamente alcanvel, se este fosse to distante das aptides vitais do Homem, que jamais o vislumbrasse durante sua vida na Terra?! S aquilo que no plano terrestre se nos torna em vivncia, profundamente sentida, poder guiar-nos quando vier o dia de abandonar este plano e determinar nossa Vida nova.

DA MORTE Aqui estamos no limiar obscuro que tero de passar os Homens ao se separarem permanentemente da Terra. Muitas promessas e muitas ameaas tm sido feitas a respeito do que nos espera alm desse umbral. No sei a que doutrina pertences. Mas, abstrao feita, todas elas, pressionadas pela experincia diria, esto de pleno acordo quanto a um ponto: jamais poders voltar neste corpo de hoje, uma vez o tenhas deixado. Alguns te afirmam que, futuramente, retornars em corpo novo, e forjam "regras" estupefacientes, segundo as quais dizem poder determinar a poca do teu futuro regresso Terra num outro corpo humano.

Outros se deixam aniquilar pela morte do corpo, para todo o sempre, e, fiando-se unicamente nas aparncias, sustentam que depois da morte nada fica do Homem seno rgido cadver, sem nada saber, que lhes possa fazer admitir, que esse Homem, de uma ou de outra maneira, esteja ainda em vida. Ambos os conceitos so por igual errneos! Tu mesmo s pouco provvel que retornes; mas ningum sabe quantas foras da alma conseguirs manter unificadas, quando vier o momento de deixares esta existncia na Terra. Aquelas que no tiveres integrado em vida, tero de abandonar, assim como o teu corpo; e, como as foras corpreas quando livres da sua forma temporal passam logo para outras formas de existncia, assim tambm as foras anmicas, deixadas aqui, have- ro de procurar outro campo para suas atividades, num outro Homem na Terra.

Em ti hoje, h muitas foras anmicas em ao que, outrora, antes dos teus dias terrestres, agiam em outros homens. da que surgiu a noo de classificar os Homens terrestres em "almas mais novas" e, em "almas mais velhas", conforme o tempo em que suas foras anmicas tenham estado ativas em outros seres humanos que antes deles viveram na Terra. . . Entre os Homens contemporneos que tm a mesma idade, a contar do dia em que nasceram, h muitos, cujas foras anmicas so bem mais "jovens" do que aquelas que so prprias aos homens maduros e, pelo contrrio, h outros, cujo nmero no menor, que possuem aos foras anmicas muito mais "velhas". . . Cada um desses casos, isoladamente, fcil de reconhecer na vida diria, porque a maneira de ser do Homem em questo difere consideravelmente da maioria dos seus contemporneos. H casos em que ele parece como que "deslocado" dentro da sua poca, e casos, onde exterioriza inclinaes prprias ao tempo apenas passado, ou s vezes tendncias caractersticas s de civilizao muito anterior daquela. Isto, alis, nada impede que, em ambas as categorias de Homens, independentemente da poca em que viveram, soubessem adaptar-se e agir conforme ela exige, inclusive, no raro, servissem de mediadores, transmitindo sua gerao grandes valores do passado. Durante tua vida no corpo terrestre a quantidade de energias que, temporariamente constituem tua alma", sempre varivel. Ora menor, ora maior nmero delas, est agindo em ti. . . A morte, tambm, no pode te separar de um ser humano com o qual tenhas sentido tua alma afim", sem que dele recebas "heranas" de algumas dessas foras anmicas. So

extremamente "raros, entre os Homens, aqueles que levam" a sua vida postmortem todas as energias que, em sua alma tiverem atuado, conseguindo assimilar todas elas, unificandoas com seu Deus... A maioria dos que "morrem" para a Terra, deixa atrs dela uma herana" considervel. Para uma viso espiritual, tua "alma" uma "nuvem" luminosa e vibrante, composta de incalculvel "pontos" de emanao resplandecente: so as tuas foras anmicas; e, durante tua vida na Terra, esta nuvem luminosa est em continua transformao.. . Todavia, no a grande abundncia das foras da tua alma que formam sua "riqueza", mas to-somente a unio em teu "Eu, em tua eterna Vontade oriunda do Esprito, das foras anmicas atuantes em ti. S as energias que tiveres integrado em tua alma, sero tuas para sempre, quando soar a hora de te despedires da Terra. . . Caso no te unires com teu Deus, aqui, na Terra, ento, depois da morte do teu corpo, tambm no sers unido com Ele! Vivers, ento, como "Eu" no Esprito que tudo permeia, sob uma forma espiritualmente substancial, e de acordo com o que adquiriste em Esprito durante tua vida no corpo terrestre, esta forma tomar "corpo" e, nela possuirs o poder mais ou menos forte de continuar a te realizar. . . Sob o augusto amparo sers guiado progressivamente no "caminho", at que teu Deus tome forma em ti. . . Porm o tempo que levar esta unio parecer-te- "eternidade", pois nesse estado espiritual do ser desencarnado, existe tambm algo similar sensao que temos aqui do tempo e do espao. . . Mas, j no ters, ento, o poder de transformar tua vontade o que ainda restou do tesouro de tuas foras anmicas, mediante as quais e nas quais a possibilidade de realizao espiritual exeqvel, nica e exclusivamente pela vivncia, no corpo carnal. Havers de te contentar por toda a eternidade, com as energias anmicas que soubeste unificar em ti durante tua vida na matria. . . E, no entanto, jamais nenhum "Eu" humano, por pauprrimo que seja em foras anmicas ao entrar na Vida do Esprito, a fim de continuar o "caminho" de regresso para Deus, sentir a menor "saudade" de retorno vida corporal, sejam quais foram os bens materiais que tiver deixado na Terra. . . Contudo, esse retorno existe, mas em outra forma e s em trs casos especiais:

Primeiro: deve-se submeter ao retorno aqueles que tiverem cometido alguma ao criminosa na ocasio em que viveram na Terra. . . Segundo: esses que impedi ram seu corpo de viver e sentir durante o tempo que lhes foi determinado, esperando deste modo poder substrair-se, pela morte, aos sofrimentos e quaisquer angstias que lhes pareciam insuportveis. . .

E por fim, aqueles cuja vida foi curta demais para poderem assimilar sua vontade quaisquer foras anmicas; de sorte que ficariam incapacitados de se sentir vitalmente em Esprito, se a possibilidade no lhes fosse oferecida pela segunda vez, tal como s a vida terrestre pode oferecer para que se adquira as foras anmicas. Pela mesma razo, isto tambm fica determinado para as duas primeiras categorias, ou seja, por toda parte onde se trate de um Eu" que em vida na Terra, embora bastante longa, no foi capaz de assimilar nenhuma fora da alma porque a bestialidade do seu veculo abafou toda a vontade de faze-la, ou de um Eu" que abdicou das foras j assimiladas e sucumbiu ao constrangimento mental de aniquilar seu veculo, quer dizer, o organismo que o representava e era provisoriamente seu. . . A todos aqueles a quem transmito esse ensinamento, de ora em diante, ser suficiente saber que s por sua prpria culpa sofrero pela segunda vez as misrias da vida no corpo terrestre, condicionados a todas as contingncias materiais fsicas. .. Como j dissemos, os Espritos humanos, prematuramente privados de seus organismos fsicos de automanifestao tm possibilidades de obt-los mais uma vez, e se pela ao das leis fsicas isso no fosse suficiente, at vrias vezes; o que, dado o caso igualmente vlido para ambas as categorias. Ora, esse fato deve ser aceito com corao pleno de gratido por todos que doravante, comeam a compreender o que a vida terrestre significa para o Esprito humano, outrora decado", o retorno Terra; pois, este fato o efeito decorrente do infinito Amor que abra tudo o que procede do Esprito, no obstante suas quedas mais profundas. .. Oxal cada um que lesse essas palavras, delas se impregnasse e as guardasse para poder reconhecer, cada vez mais e mais, que sua existncia terrena lhe confere o poder incrvel de determinar, por si mesmo, seu destino ulterior! A maneira como empregar esse poder indicada neste livro, que se esfora para o demonstrar. Todavia, ningum deve lamentar os que morrem para a Terra, aqueles que passam" sem terem tido possibilidade de chegar, durante sua vida terrena bastante longa, ao estado em que seu Deus neles nascesse", sem terem podido unir-se ao seu Deus com as foras anmicas integradas em seu Eu"!

Pois, em verdade, estes tambm esto englobados no eterno Amor! Eles encontram em todos aqueles que, em algum tempo conseguirem unir-se a seu Deus, os mais fiis Auxiliares, porque todas as foras anmicas se "tocam" no Reino do Esprito Substancial, e essas foras que os Unidos-em-Deus uniram na Terra, "transmitem" aqueles que ainda no "engendraram" seu Deus dentro do "Eu". Alis, esse auxlio dirigido simultaneamente pelos "No decados" que, no Reino do Esprito, reconduzem Luz os Espritos humanos outrora decados, assim como o fazem aqui na Terra, sempre que encontrem a vontade do "retorno". . . Procura, ainda em vida, atingir teu alvo supremo, mas no te aflijas por aqueles que no o atingiram ainda! Podes tambm lhes oferecer teu auxlio; se o fizer pleno de vivo amor! Todos eles algum dia estaro unidos contigo em seu Deus. . . Integrado em teu Deus, tambm sers um dia conscientemente unido a todos os que souberes abarcar em teu Amor!

DO ESPRITO Viveis em um Mundo em que o espiritual" produto do intelecto.

O que este Mundo designa por esprito" a dialtica de raciocnio, ou melhor, a virtuosidade da mente, cujos pensamentos so rapidamente concebidos em formar conceitos sobre coisas abstratas e inconcebveis com lgica surpreendente. Ora, para o Esprito" que Realidade Substancial e cuja Luz permeia os Mundos tudo que os Homens de hoje chamam esprito, nada mais do que mero instrumento de percepo das coisas deste mundo, aqui na Terra. .. O mundo em que viveis, nada conhece a no ser o instrumento" e cr possuir a obra". assim que o esprito do mundo" tornou-se o impostor da vossa alma"! Difcil ser opor resistncia a esse esprito" que vos domina e vos leva para onde lhe apraz levar! O Esprito, consciente de si mesmo, vivendo em sua prpria Luz, nada tem de flutuante, nada de impalpvel, nada daquilo que s dentro de uma crena devota pode ser sentido ou aceito. Ele no somente to real" como uma rvore, uma pedra ou uma montanha como um relmpago cortando negrumes, mas s nele que nossa conscincia da II Realidade" pode achar seu equivalente perfeito; equivalente este, totalmente impossvel de ser encontrado em qualquer parte da Terra. . . Ora, j que nenhuma coisa da realidade relativa se modifica pela idia que dela faz o crebro humano, como podeis Pensar que a Realidade absoluta possa de algum modo ser afetada por vossa iluso! Como as Imagens que tomastes, em nada modificam, em sua essncia, a mais nfima coisa terrestre, assim tambm o Esprito da Eternidade no absolutamente atingido por aquilo que vos convm chamar de "esprito" e continuardes chamando, at que em vs percebeis sua substancial essncia. .. Talvez que hoje, neste momento, creiais compreender minhas palavras, mas amanh, sem dvida, sereis de novo atordoados pelo "esprito" deste mundo. Quereis hoje dele vos libertar, para encontrar o real Esprito; receio, todavia, que amanh mesmo estejais ainda deslumbrados pelo "esprito" do intelecto. Hoje, no duvido de que achais j pressenti r alguma coisa da essncia substancial do Esprito; amanh, contudo, a pusilanimidade e a dvida derrocar-vos-o novamente e, renunciareis ao esforo da busca daquilo que vos parece, neste instante, quase "discernvel". Em todos os tempos tendes agido da mesma maneira, quando algum vos vem falar sobre o Esprito algum qualificado para falar a respeito do Esprito cuja Luz ilumina o Infinito, porque Nele viveu e pela prpria experincia, d'Ele pode trazer testemunho.

Quem sabe, talvez, haja entre vs, alguns poucos que, a despeito de tudo, estejam dispostos a empregar plenos esforos para chegar um dia a discernir a Realidade de que falo, em sua simplicidade grandiosa e sublime. A estes eu me dirijo, pois s para eles minhas palavras sero proveitosas. A vs que estais decididos a no mais dar ao "esprito" do intelecto a no ser aquilo que lhe pertence, para que ele no mais vos possa enganar a respeito do Conhecimento da essncia do Esprito eterno, a vs me dirijo e repito mais uma vez para que bem o graveis: O Esprito no uma coisa imaginria! O Esprito no a fora do pensamento! O Esprito Luz Vivente e Substancial que por sua prpria essncia! O Esprito permeia todas as Imensides e tudo vive da sua Vida, contudo, o Homem terreno no O pode achar em parte alguma a no ser: em si mesmo.

Ele e Vive, consciente de si, tanto em vs como em todo Universo infinito, penetrando-o de Vida. Ele no unicamente em vossos crebros ou em vossos coraes! Muito embora o corpo de Homem seja de natureza animal essa besta dissimula em si um misterioso organismo espiritual. .. Sois o "Templo" do Esprito, Esprito que em cada um de vossos membros, como em cada um de vossos rgos internos, tem seu tabernculo sagrado num altar invisvel. . . Enquanto no sentirdes a vs mesmos, em todo o vosso corpo, desde a ponta dos ps at o alto da cabea, no podereis sentir o Esprito, nem sereis, capazes de vos Integrar em vosso Deus. Essa sensao de vs mesmos atravs do corpo inteiro, que em si o santurio do Esprito h de ser vossa tarefa capital; o que, alis, j est implcito em tudo que at agora tive oportunidade de dizer, mesmo quando dito de maneira diferente. Aqui conveniente que eu fale de maneira uma tanto reservada.

Haveis de tornar-vos conscientes, no apenas pela ao do crebro ou apenas pelo "corao". O Consciente vive em vs, desde o mais intrnseco at o mais extrnseco do vosso corpo e, at, em cada uma das clulas davossa carne, embora no esteja ainda identificado com a conscincia de vos mesmos. . . Todavia, se quiserdes de fato perseverar nos vossos esforos podereis ento, pouco a pouco, encontrar em cada parte do vosso; corpo, o consciente que lhe prprio e, ao unificar assim o vosso eu consciente, podereis cont1ecer algo sobre vs mesmos que naquilo que sabeis pela cabea e, dentro dela, pelo crebro. Tomai cuidados, entretanto, para no estimular ou superexcitar os nervos, pois essa maneira de "conscincia" do vosso corpo, h muito j a conheceis e bem demais! Aquele, para quem o progresso no caminho no traz serenidade e lucidez maiores, no est na via segura' Se quiserdes atingir o alvo, deveis procurar com calma absolutas do corpo e da alma, dos nervos e dos pensamentos, sentir-vos em cada tomo do vosso corpo, a fim de assimilar a Arquifora* anmica que vos dada neste tomo e com ele. . .

No preciso, para esse fim, entregar-se a "exerccios" esquisitos e nenhum esforo violento necessrio, nem mesmo til! A tranqila sensao de vs mesmos atravs do corpo inteiro, a vos entregardes em paz a essa sensao, to freqentemente quanto vossa vontade e vosso tempo o permitam, trarvos-, aps algumas semanas ou meses, os primeiros frutos. Mas no esqueais de que unicamente a vs mesmos que deveis sentir em cada membro, e de maneira alguma, a esse membro em si! Quando puderdes assim, de dentro e de fora, e de cima abaixo "auto-sentirvos", ento, maravilhados e reconhecidos, plenos de gozo inefvel, sabereis o que esta vida terrena que, at chegar esse dia, vos vem parecendo ainda to "imperfeita". . . Vosso corpo inteiro passar ento por uma renovao insuspeitada. Aquele, a quem faltam membros do corpo, saiba, que todo membro existe em sua substncia espiritual, mesmo que nunca tenha existido fisicamente, subsiste contudo em sua forma espiritual, ainda que separado do corpo. No "corpo" espiritual no existem mutilaes!

Em seu "corpo espiritual", cada Esprito humano um ponto de convergncia de toda a beleza com a qual ele capaz de glorificar sua I'alma" e na qual esse "corpo" espiritual "se manifesta"; e aqueles que sabem "ver" em Esprito, vem nele somente aquilo que, mediante as foras da alma, j adquiriu forma; no percebendo nenhum defeito fsico que se manifesta no corpo denso, sendo este o mero produto da influncia da matria. Quando tiverdes chegado a esse ponto e sentido a vs mesmos, na totalidade do vosso corpo, como um todo indivisvel, ento sabereis deveras venerar o corpo, como o exterior do templo" que em si recata o Mistrio sagrado da Vida do Esprito to inacessvel ao olhar e ao ouvido, que s o Esprito do Homem, no caminho de regresso Luz da qual outrora se exilou, pode perceber e sentir. .. Todavia, antes de tudo, tereis de vos certificar se a vossa alma j atingiu esse estado de maturidade que permita ao Irmo espiritualmente mais "velho", que a est observando, servir-lhe de Guia e de Instrutor.

Sem seu auxlio, seria muito difcil algum de vs chegar, ~i jurante a vida na Terra, a ser consciente do Esprito Universal, mesmo que o "corpo do Esprito" j esteja sendo conscientemente sentido em vosso corpo carnal. Nenhum esforo ficar perdido, mas o prmio da Vitria' lo vos ser entregue seno quando chegardes ao termo do caminho, cuja direo s podereis encontrar sob a influncia de uma:: conduta espiritual interior. ':: Muitas coisas, entretanto, ser-vos-o acessveis s pelo fato de terdes perseverado. Quando em vs sentirdes, atravs de todo o corpo carnal, estardes em "corpo espiritual", comeareis naturalmente --sem que haja necessidade de qua1quer impulso da volio a "respirar" o Esprito, tanto em vs como em todo o Universo. Ora, para muitos, esse estado era de tal felicidade, que os satisfazia por muito tempo; reconhecendo eles no estarem, no momento, suficientemente preparados para vivncia vital mais elevada. . . Aceitai, todavia, sem receio, tudo o que vier e dai voto de confiana lei do Esp rito que no conhece nenhum arbtrio age sempre para o melhor de vossos interesses! O caminho ao "Intimo Oriente" vos est aberto s escncaras, e s da vossa lcida vontade depende o determinar quando se vos h de nele encaminhar. . . As regies do "Intimo Oriente" possuem muitas moradas ef" a todo peregrino sincero ser dado a sua -jamais a que pertence?~ a outrem. ..

As leis da eterna evoluo que vigoram a, no so menos rigorosas que as vigentes no mundo exterior. E nenhum Irradiante da Arquiluz tem o direito de transgredir essas leis! : Ele conhece-lhes, apenas, a natureza e a eficincia e sua ao se limita a uma nica finalidade: a de reconduzir os Homens que vivem atualmente na Terra, bem como as geraes vindouras a seu alvo supremo Felicidade. Para isto, serve a sua Anunciao! E por isto, vem-lhes em auxlio a lei do Esprito qual ele serve com todas as suas foras de devoo. . . Ele atua no imo do Esprito Arqui-Sendo* e age pelo poder do Esprito. .. Ora, do seio do eterno Esprito substancial, Deus distilado-se do Esprito se forma em todo ser humano que, com fervor se esfora para ir ao encontro do seu Deus, aguardando, esperando pacientemente o Dia em que estiver to preparado, que Ele nele possa "nascer". Deus Esprito, sendo, contudo o mximo das automanifestaes do Esprito! Formando-se a Si mesmo, o Esprito, em Sua mais elevada forma de Ser, revela-se - como "Deus"! *Causa das Causas, Ser Inicial Eterno, que ~ desde a Origem e por toda a Eternidade, sendo sem cessar na plenitude do Ser. *Quer dizer, a Fora Anmica Inicial, eternamente Original e Primordial.

O CAMINHO DA REALIZAO Escolhe, peregrino, desde teus primeiros passos, o caminho da verdadeira Luz. Pois ser muito fcil te perderes nos desvios e tomares o rumo sinistro da luzente e tentadora serpente, quando chegares ao sop da Grande Montanha que, em ltimo caso, tambm alcanvel por vias indiretas, ao invs de s-lo pelo caminho traado pelos Irmos da Luz Primordial, atravs do deserto. Contudo, nada te impedir de escolher esta via, se souberes, desde o incio, afastar da tua grande e pura Vontade todos os "de- sejos" inferiores. Pois, como poders "escolher" o nobre caminho da Sabedoria que leva aos vrtices resplandecentes, se, no final do atalho que atravessa o "deserto", ao se erguerem os picos escarpados que procurars escalar para atingir tua meta final, estiveres ainda carregado de desejos?! Sabe que para a viso da tua alma, a Luz da Verdade vir ento como um claro longnquo atravs da bruma, e que o atalho conducente Luz parecer-te- "interminvel "! Enquanto que, ao lado dele, a "senda de engano" leva a claridade brilhante, cintilante e bem perto de ti. . . Mas, essa "claridade" a fosforescncia traioeira da "serpente", cujo corpo brilhante de fogos multicolores enrosca o globo terrestre. . . Pobre de ti se cares em seu poder! Ela saber te fascinar pelas contores enfeitiadoras e ininterruptas da cabea de escamas fosforescentes e, quando, curioso, ficares bem ao seu alcance, ela te prender e no demorar a te devorar.

Podes tu, meu amigo, perceber o que a Verdade velada por smbolos quer te fazer compreender? Feliz tu s se souberes realmente "interpretar" os smbolos! Dir-te-o coisas profundas! Coisas que, em sua maior parte, se no fossem os smbolos, deveria ficar indizveis! Coisas que jamais se mostrariam em sua nudez! Contudo, tentarei aqui atingir tambm, aqueles para os quais os smbolos esto ainda "velados". Escuta, pois, outras palavras, mas sabe que dizem a mesma verdade!

Quando, peregrino, sentires pela primeira vez o mpeto de levantar os vus por trs dos quais pressintas ocultar-se a Verdade, um "Guia" ters sempre ao teu lado, vindo do Mundo da Luz que dever tornar-se tua "Ptria eterna". Sentirs a proximidade desse Guia sem saber exatamente o que provoca em ti essa sensao. Involuntariamente seguirs esse Guia. Entrars, ento, no "atalho" que atravessa o "deserto". O "deserto", todavia, est repleto de gros de areia criados pelo pseudoconhecimento dialtico dos crebros humanos. Milnios tm trabalhado nessa criao! Atravs do centro do "deserto", os Excelsos Mestres, competentes construtores de estradas, levantaram um slido dique pelo qual se percorre com passo seguro. . . Ao redor, estendem-se os montes de areia movedia do saber intelectual analtico, em rebolio constante, sem cessar modificando sua linha de ondulao terreno inseguro e perigoso para os ps daquele que por ele se aventurar. . . Mas, no dique que os Irradiantes construram para a alma, a passagem talhada na rocha. .. Nela te sentes seguro. . . E corajosamente avanas. . Por muito tempo ters de caminhar pacientemente, antes de chegar quele ponto muito importante, onde o dique de rocha macia, que atravessa as areias do deserto, alcana a "Grande Montanha", deixando de existir. .. E l, deves te decidir, pois, diante de ti se estendem dois caminhos que, de inicio, no sabers ao certo distinguir. Ora querers escolher um, ora outro.

Um, no obstante conduz aos altos cimos; o outro, aos abismos insondveis e s fendas traioeiras da montanha. . . A escolha de direo depende unicamente de ti !

Mas certamente sabers logo diferenciar o caminho que leva aos cumes, daquele que leva aos abismos, principalmente, se dantes teus ps j estava acostumado a pisar firme na "rocha", pois o caminho dos infernos escorregadio e inseguro. . . Estando j no atalho rochoso do dique, as coisas invisveis procuraro provar-te sua existncia. Mesmo assim, ainda no sabers perceber por quem so guiadas essas energias, cuja ao reconheces. Supes ainda, tratar-se de uma s e mesma vontade que anima todas as foras invis veis. Sabe, no entanto, que os reinos inferiores do invisvel possuem guias tambm inferiores. Sabe, tambm, que o mar e a terra no so categoricamente", separadas quanto o so, as energias inferiores, indistinguveis para os sentidos sensrios, que, formando e destruindo, trabalham no 'Mundo da matria" e as Altas Potncias do Esprito na suprema Luz ! Os dirigentes dos reinos inferiores so os mais temveis Inimigos da tua alma. Isto no , absolutamente, porque sua vontade os incita a Prejudicar tua alma, como a vontade cheia de dio dos condenados ao aniquilamento e que outrora foram Homens terrenos possuindo o mais alto conhecimento e tendo sucumbido queda nas trevas, mas sim, por causa das foras de atrao s quais dificilmente poders resistir se no fores isolado por Altas Potncias espirituais. Se, todavia, te aventurares por domnio que esto sob a influncia dos dirigentes inferiores, ento, poder-se- saber quem tu s. No caso da tua busca ser dirigida exclusivamente para o alto, para a limpidez eterna do Esprito, ento o Guia, sendo um dirigente das mais altas Potncias do Esprito, isolar-te-, tomando-te sob sua proteo. E sob esta proteo sabers escolher, sem vacilar, o atalho que te levar ao mais puro Conhecimento da Luz. Ento, atingirs a Vida em irradiao perptua nos cimos soberbos do Esprito.

Mas se para ti apenas questo de cincias ocultas, se unicamente procuras explorar o "oculto" com o objetivo de te apossares de novas energias para satisfao egosta de teus desejos, ento, sem que te apercebas, escorregars das mos do teu Guia. . .

Abandonado s tuas fracas foras, tornar-te-s presa das energias de atrao, que exercero sobre ti sua influncia de domnio dos dirigentes inferiores, atraindo-te para os abismos sombrios no eterno parir da matria. Talvez adquiras energias "ocultas", mormente se praticares abstinncia sexual rigorosa e te alimentares exclusivamente de vegetais; contudo, pobre de ti e, infelizes todos aqueles que carem em tuas mos, se adquirires tais energias' Porque os mesmos dirigentes inferiores so "Construtores da base" e destruidores de tudo que tende a se elevar, livre, acima dos fundamentos que eles consolidam. No te iludas, pensando que eles possam te ensinar os segredos do gnesis, como esperaram totalmente, muitos "aprendizes de feiticeiros'" " Eles vo, sobretudo, apoderar-se avidamente da tua vontade, porque as Potestades do Cosmos invisvel necessitam de agentes humanos quando querem agir sobre os centros de volio encarnados, e tu lhes servirs de destruidor, mesmo quando estiveres na iluso de edificar. Os dirigentes superiores, como os inferiores, pela sua influncia, s podem atingir a alma dos Homens, conquanto as unidades de volio humanamente encarnadas, lhes sirvam de "pontes" para este fim. . . Talvez agora pressintas o que quer dizer a doutrina do "Filho de Deus" que devia tornar-se "Homem" para "redimir" seus irmos humanos?' A maneira de agir das Potncias espirituais, seja essa ao provocada e determinada, em sua natureza, pelos mais altos ou pelos mais inferiores dos dirigentes, no conhece nenhuma restrio de tempo, nem nenhum obstculo de espao. . . Em nossos dias, as Potncias, que outrora foram incitadas e determinadas para agir, tanto por meio dos dirigentes superiores como atravs dos inferiores, esto ainda em ao no mundo anmico do Homem da Terra; embora centenas e milnios de anos terrestres se tenham passado antes que essas Potncias houvessem encontrado o caminho nos coraes atravs de um Agente humano.

Onde quer que este ltimo viva ou tenha vivido, o poder espiritual que age por seu intermdio, alcana todos aqueles que, estando j predispostos, possuam vibraes similares, mesmo que vivam na outra extremidade do globo terrestre ou ainda estejam por nascer numa gerao futura. . .

Mas, enquanto a caracterstica da alta direo espiritual indubitvel, visto que as Potncias do Esprito, acionadas por essa direo, agem resguardando cuidadosamente a liberdade individual do Homem, e alm do mais, realizam o Homem que lhes serve de ponte", fazendo dele Amo e Senhor das foras que atravs dele atuam; existe tambm a possibilidade de reconhecer os dirigentes inferiores, pois estes, pelo contrrio, sempre procuram escravizar todo aquele que consegue chegar ao por eles provocada; apoderando-se dele e o influenciando, mesmo quando nele sustentam a iluso de ser o senhor" das foras acionadas. . . O fim deste que serve de ponte" aos dirigentes inferiores a dissoluo" em noite tormentosa! Em compensao, aqueles que so as pontes" para os Condutores Augustos do Espirito, formam uma eterna e real Comunidade da Luz em Esprito, pois, em todos eles, uma estrela" foi acesa, a qual, formada da mais pura fora anmica do Esprito, ilumina por toda a eternidade as almas dos Homens na Terra. . . Muito v doutrina cerebral pretende levar-te a crer que o Homem, depois de muitas existncias terrenas, chega a uma evoluo cada vez maior. E esta doutrina expe tambm, que as pontes" so construdas por elas mesmas para que os grandes Instrutores espirituais possam por elas" atravessar e chegar aos Homens na Terra; e que essas pontes" nada mais so do que Homens que j viveram inmeras vidas terrestres e que por .seus prprios mritos alcanaram o termo supremo da evoluo, o qual todo ser humano dever um dia atingir. No creias em tais absurdos! Pois, arriscar-te-ias, facilmente, a ser vtima da quimera; e de um futuro Mestre", que j tivesses imaginado tornar-te, no sobraria seno um pobre escravo, iludido por sua prpria vaidade! Nem a todo Homem da Terra imposto o fardo que s deve ser levado por alguns que, outrora, logo aps a queda" da irradiao sublime, cheio de compaixo para com seus companheiros de desgraa, ofereceram-se como colaboradores dos Dirigentes do Esprito para simultaneamente serem "pontes" e "ponteneiros", ao servio do eterno Amor. .. S aquele que j foi mestre ponteneiro nos Reinos espirituais e isso bem antes da sua encarnao em corpo humano pode resistir, aqui na Terra, prova da "Maestria". . . E este, como Homem da Terra, saber somente que "ponte" e "mestre ponteneiro", no dia em que lhe for dado aproximar-se da Comunidade Irradiante dos seus Irmos espirituais, como algum que tambm passou, no plano terrestre, pela "prova da maestria" e a venceu. Ento, este "Filho" dos excelsos "Pais" em Esprito, ser admitido como "irmo" espiritual, por ter-se tornado um dos Irradiantes da Luz Inicial.

Mas todo Homem da Terra, seja qual for, poder tornar-se "irradiante" da Luz espiritual em Liberdade eterna, mesmo que receba a Luz como um planeta gravitando em torno do sol. No Reino da Luz ningum "inveja" o raio da ao de outrem, o qual lhe tenha sido confiado pelo nico, pelo eterno "Mestre" de todos os "Mestres". . . Todo ser humano que ingresse neste Reino, um Realizado, Liberto em si mesmo e sabe que a Realizao no lhe seria possvel, a no ser na forma prpria para ele. E s o efeito do teu desconhecimento da natureza, humana, far-te- aspirar, eventualmente, a uma forma de realizao espiritual, cuja condio no se manifeste no mago da tua individualidade. . . De que te serviria o esforo para alcanar um gnero de realizao que j esteja reservado a outrem?! Mesmo que tivesses achado a mais alta forma de realizao qual possa aspirar um ser humano, se no fosse seguramente a tua, seriam baldados os teus esforos em querer realizar-te... S realizando aquilo, que apenas a ti foi dado e realizando-te a ti mesmo, alcanars um dia essa Luz perptua cujo fulgor devers eternamente irradiar!

DA ETERNA VIDA Falar-vos-ei agora, da Luz" vivente; da eterna Vida" imorredoura, que flui atravs de todo ser humano.

Quero mostrar-vos a Luz que vive dentro de vs e ilumina vossos coraes' Vs, todos que desejais compreender o sentido da Vida, j estivestes tempo demais nos caminhos que s levam ao desengano. Ora, podereis acabar por "achar", se confiardes na palavra de quem a encontrou. Sois Reis que no conhecem seu prprio Reino' Dentro de vs est este Reino, e vossos olhares em vo se esforam ao procur-lo somente e sempre fora' Perguntais, sem obterdes resposta e, no entanto, perguntais sempre de novo: "Onde est a Terra que nos foi prometida"?' Acabamos ns, quando chegar o fim da nossa existncia, ou sobrevir nosso ser?" Vede: todos os que antes fizeram a mesma pergunta, esto em vs, em vosso reino interno" e, poderiam vos responder se a algazarra do mundo no vos tivesse tornado surdos. Vossa prpria alma o Reino dos Espritos", os que eternamente vivero convosco e em vs, Em vs mesmos abarcais o Infinito. . . Dentro de vs vive o que , o que foi e o que ser. . . Vosso Ser "Onipresente", no entanto, estais ainda acorrentados existncia, e no presente em vo esperais por aquilo que nunca vir. Credes ainda que o Reino da Paz to distante como os astros, enquanto ele vive dentro de vs e vs nele viveis. . . Todo aquele que conquistar este Reino, tornar-se- Rei absoluto por toda a etern idade' Assim como achais a contida toda a essncia Humana em sua eterna Vida espiritual, tambm sereis encontrados por todos que neles conquistaram esse Reino. o Reino nico dos Espritos, no entanto, a cada um dos inmeros seres que dentro deles o "conquistaram", pertencer-lhes- em sua totalidade. Cada qual "Rei" incontestvel desse Reino e seu reino a "Eternidade" -como se fosse o nico "Rei" en- tre os inmeros Reis do "Reino" que possui cada ser em plenitude da sua alma. . . No podereis conquistar o Reino dos Espritos fora de vs mesmos! S em vs Ele se torna acessvel para vs!

E se quiserdes procur-lo fora, ficareis desiludidos, pois tudo o que se pode achar fora do "Mundo da Eternidade", isto , do "Eu" intrnseco, uma experincia temporria, uma "imagem" efmera, como essa da vida terrena limitada que pela morte. . . L, onde a alma est consigo mesma, unida com seu "Eu" e dirigida por Ele, poder ser encontrado o "Reino" que eternamente permanecer vosso. L, deveras, no h mais decepes! L, em verdade, se possui a "Eternidade"! S o vosso "Eu" possuidor ilimitado desse "Reino"... Infinito o nmero dos "Reis" desse Reino, e cada um para quem Ele se tornou "Reinado", est unido, no seu ntimo, a todos aqueles que por direito sagrado cingem sua coroa. o nico Reino em que todos reinam. . . Isto no que um vivo junto ao outro, mas, um com o outro, um no outro, vivem todos aqueles, que l vivem, imortais! Assim como na Terra dizeis de algum que "vive" sua vida, quando, bem ou mal, ele goza ativamente, assim tambm l, "viver" sempre ao e a "vida" no a mera denominao de um estado de ser. L, a "vida" "Luz", de cujo seio o Ser espiritual brilha, da qual "vive"! Vs prprios sois "urdidos" no Mundo eterno dos Espritos, e a "Vida" flui atravs de vs sem que o saibais! Antes de qualquer coisa, ainda vos sentis em vosso "eu" como que refletidos no espelho de vossos "reflexos cerebrais", como se fsseis um ser individual independente. Ora, nada existe na Terra, nada no Universo inteiro, nada em Esprito, que possa ter sua I'Vida", e ser capaz de l'viv-la" s para si! Tudo o que "vive" est sempre unssono com toda a Vida! Cada ser individual" definitiva e incontestavelmente todo o Ser! Mesmo que no esteja dotado de conhecimento necessrio para sab-lo! Um ser individual s poder alcanar sua "redeno, ao se sentir vitalmente no Ser Total, liberto de toda outra "individualidade"! . No haver redeno possvel, enquanto no vosso "Eu", neste "Eu" que h de ser eternamente conquistado, no ficardes cnscios de que unicamente no Eu Total" ele se d a vs e se integra convosco por toda a eternidade!

No vosso "Eu" eterno, est a "Vida Total" e somente dentro desta "Vida que podereis achar os verdadeiros Eternos" - os eternamente Vivos! De h muito podereis t-los achado, se, em vossa obstinao e extravio, no tivsseis procurado sempre e somente l, onde nunca, jamais podero ser encontrados! intil o procurares penetrar nos domnios invisveis deste mundo da matria! Porque mais fcil a um desses que vivem no eterno vs "aparecer em carne e osso", em qualquer lugar, do que vir ao vosso encontro no invisvel fsico. . . Havereis de saber vos imergir no que eterno em vs, se quiserdes unir-vos conscientemente a todos os que j vivem na eternidade da Vida imorredoura!

NO ORIENTE QUE RESIDE A LUZ Muito poucos "ocidentais" pressentem a verdade quando ouvem falar dos "Homens Sbios do Oriente", a respeito dos quais, segundo a tradio antiga, foi conservada em cenculos fechados, e mantida por alguns nobres pesquisadores da Verdade. E entre aqueles que agora tm uma vaga impresso do que se trata, s a minoria no se deixa entregar s imaginaes insensatas, desde que passe a visualizar sua "intuio". No Oriente, no corao da sia, a lmina do pensamento foi afiada ao extremo. Tambm l j estiveram, h milnios, os Grandes Seres que encontraram o claro caminho da Verdade, alm de todo pensamento, Verdade que nada mais , seno absoluta Realidade; e nada tendo em comum com as imagens do pensamento que habitualmente, nos comprazemos em chamar de "Verdade" e que acreditamos possuir.

Sob a excelsa orientao, os primeiros "Irmos na Terra" acharam o caminho e atingiram a meta. . . Desde ento, com o auxlio dos seus sucessores, ensinam eles do Esprito ao Esp rito, aos peregrinos que julgam "maturos". Entrincheiraram sua Comunidade com "baluartes sagrados do silncio" e s acha acesso a ela, quem por eles reconhecido, e Esprito, como estando "maduro" para tornar-se Conhecedor em Esprito. Sabem que seu dom proveitoso somente queles cujos esforos, no caminho, esto chegando ao seu fim. Mas, para todos os seres humanos, eles enviam do seu meio, os Auxiliares Instrutores, e os enviaram, sempre, atravs de todas as pocas. . . No Ocidente, como no Oriente, sempre houve Irmos Atuantes". Nenhum sinal exterior distingue os Membros dessa Alta Comunidade. S eles reconhecem, e mais ningum, aqueles que lhe pertencem. Sua essncia espiritual est profundamente velada aos olhares profanos. Nenhum dos aqui referidos tentaria jamais se cercar dos fiis ou fundar uma Comunidade. Nunca nenhum deles fundou" ou instituiu" tais sociedades. O que em carter de Irmandades" tem surgido no Mundo, considerando-se a si prprios autoridade dos Irmos na Terra"e at dos excelsos Pais" em luz, no foi seno obra de almas insuficientemente amadurecidas que, pelo prematuro desabrochar dos sentidos internos, tornaram-se aptos percepo de alguma coisa do Oriente intrnseco, como que estar escutando atrs das portas, sem que, todavia, suas foras fossem suficientes para interpretar corretamente o que assim surpreendiam. bem raro, um dos irmos" evidenciar-se e proclamar abertamente seu carter diante dos seus semelhantes na agitao do mundo exterior; e para todo aquele constrangido a agir assim, este passo torna-se um amargo sacrifcio. Onde tais sacrifcios no so absolutamente necessrios, deve-se evit-los. Da, a discrio com a qual se envolve cada membro desse Cenculo, enquanto seu dever no lhe impuser a obrigao de dar a conhecer, s vezes disfaradamente, outras vezes em afirmaes claras, bem inteligveis, seu carter que, alis tambm no to fcil professar.

A Alta Comunidade dos Irradiantes, sobre a qual, antiqssima tradio de venerveis peregrinos da Verdade fala a respeito, chamando-a de Sbios do Oriente", coordenada apenas pela lei do Esprito. Seus membros no conhecem votos de ascetismo, nem juramentos de ordenao". A evoluo das foras espirituais no depende de fatores como esses. Contudo, o que exige a lei qual essas foras obedecem, bem mais rduo do que o ascetismo mais rigoroso ou a mais rgida via de penitncia. Se se quiser saber o que realmente um "Iniciado" dessa Comunidade, tem que se renunciar a muitas sugestes mentais a respeito e que, muito embora decorram de premissas exatas, s tocam o Homem nas zonas inferiores. Cada um deles, entretanto, reconhecer-vos- sem se deixar atingir por vossas "suposies errneas". No ser, alis, mediante vosso ouvido exterior que ouvireis seu "ensinamento", caso estejais com ele em relaes pessoais"! Os enunciados que, ocasionalmente, um Integrado no Esprito transmita em idioma do seu pas, no constituem seu "ensinamento". So meras "sugestes" que vos permitem encontr-lo de novo ou a qualquer outro da sua categoria, no ntimo de vs mesmos. Tambm suas palavras no devem ser "explicadas" ou analisadas pelo raciocnio, mas sentidas profundamente. Quando, todavia, estiverdes altura de serdes seus "discpulos", ento, em vosso prprio corao ele vos "falar"! Jamais, entretanto, procurar anuviar vossos sentidos pelos encantos fastidiosos do xtase, mas tudo far para suscitar em vs, ao lado dos sentidos corporais, novos sentidos, os espirituais. De incio, ouvireis seu "ensinamento" sem saber se, quem assim est "falando" em vs, o Amigo e Condutor da vossa alma ou se sois vs mesmos. Contudo, uma certa maneira de sentir, pura e nova, provocada por seu "ensinamento", no demorar a fazer-vos compreender que, o que "fala" em vs, a voz "sagrada", criando de chofre uma lucidez interior sem o apoio das palavras verbais. Esta percepo, no raro, totalmente inesperada e surpreendente, de uma clareza das coisas do Esprito, to lmpida, cujo brilho ultrapassa tudo o que o raciocnio lgico habitualmente

voz traz como claro, um sinal infalvel de que o verdadeiro ensi- namento j se procede em vs. . . O ensinamento" espiritual no , de maneira alguma, a "vontade de convencer", mas sim, o esclarecimento imediato do que dantes estava mergulhado em trevas. Assim, "fala" em vs um "Irmo" terrestre que j no precisa mandar as ondas sonoras do ar ao vosso ouvido carnal, a vos querer atingir "ensinando"; pois que encontrou abertos e receptivos coraes que nele confiam. . . Talvez, de incio, ainda no vos seja possvel "entender" tudo o que, dessa forma, recebeis; porquanto, mesmo percebendo algo claramente, nem sempre se est altura de discriminar, mentalmente, o que dessa maneira se assimilou. Aquietai-vos, se for este o caso, e no destruais o que est claro pelo raciocnio analtico! Procurai, antes de qualquer coisa, distinguir a "VOZ" que "fala" em vs das vozes enganadoras de vossa fantasia excitada. Sede calmos e serenos, como se se tratasse de observar em vs, coisas que tendes longo hbito de fazer! A voz do ''Instrutor", a princpio, to tnue como o mais sutil pensamento, uma sensao apenas perceptvel. Mas o Guia em Esprito no pronuncia uma s "palavra" na sua "linguagem" espiritual, sem que surja um "sentimento" que difcil descrever, mas que pode ser logo reconhecido, mesmo por quem o tenha sentido s uma nica vez. . . Nenhum "pensamento" prprio seja ele de natureza mais elevada, poder jamais criar este "sentimento" que o Esprito cria e no qual e pelo qual o Instrutor espiritual atua. proporo que aumentar a segurana com a qual sabereis distinguir a voz" de todas as vozes que no sejam da mesma tnica, ela vos "falar" cada vez mais nitidamente. At chegar a "hora suprema" em que todas as vossas dvidas, da menor at a ltima, vos deixaro definitivamente. Contudo, no sedes impacientes se no puderdes, s pressas, chegar primeira etapa! No sabeis se estais suficientes amadurecidos" para receber o "Ensinamento" com o devido proveito, e, aqui, s o Instrutor arca com a responsabilidade daquilo que d. A alguns a certeza vir mais cedo que a outros, mas ela vir certamente se, com toda a calma e com toda a confiana, vos entregardes ao ''Instrutor espiritual!

Mas no esqueais de que a verdadeira "Sabedoria" o "Conhecimento da Realidade" e que os verdadeiros Mestres da Sabedoria, quando ensinam, baseiam-se na Realidade. Realidade que no o que h de mais complicado no Ser, antes, o que h nele de mais simples. . . H energias mentais que procuram, constantemente, enganar, porque elas mesmas s vivem de mentiras. . . O Instrutor espiritual est longe dessas regies! Jamais vos trar testemunho que no seja o das coisas do Esprito, da Alma e da Eternidade. .. Por ele sabereis quem sois e o que, em Realidade, representa o Homem "em si", no Cosmos! Se depositardes confiana naquele que vos "ensina" em vosso ntimo, tornar-vos-eis to seguros como seguro ele ! Sua prpria segurana o transmitir-vos-, o seguro. Mas no faais perguntas ao vosso ntimo antes de soar a grande hora da certeza. E se no obstante o fizerdes, sucumbireis s energias mentais enganadoras, das quais acabo de vos falar. Outrossim, no ireis imaginar coisa alguma quanto natureza e ao aspecto fsico sob os quais vosso Instrutor espiritual vive, c, na Terra. E se conhecerdes um homem de quem sabeis estar integrado em Esprito, tomareis cuidado para no achar que este, por ser conhecido de vs, deva necessariamente ser vosso instrutor espiritual! No tendes necessidade de saber quem, do seio dos Irradiantes da Arquiluz, vos ensina espiritualmente e, esses que sabem, no vo-lo diro certamente. . . Dominai vossa fantasia, para no serdes levados, bem despertos, orla dos sonhos alucinantes e transviadores! A vida exterior do Instrutor espiritual uma coisa dele, pessoal; e ele no quer que se confunda o Esprito no seio do qual age, com a sua manifestao corporal, condicionada Terra. No quer que seus "discpulos" prestem sua "personalidade", tributos e honras que no cabem seno energia espiritual da qual ele se satura para cumprir seu dever. Ele apenas "ensina" a "Sabedoria" que chamam "Verdade" e que se revela ao "discpulo" como Realidade. . . "Ensina" ele em Esprito pelo poder do Esprito.

E cada um daqueles que tm as qualidades para "ensinar" desta forma, est ciente do que para ele por demais penoso, ou seja, que basta uma s imperfeio do exposto daquilo que eternamente real, para caracterizar a obra do Homem da Terra e que todo Irradiante da Luz Inicial apressar-se-ia em "queimar"as honras que poderiam, eventualmente, ser prestadas sua "personalidade no altar eterno ao qual serve, em virtude da sua ordenao espiritual.

F, TALISM E IMAGENS DE DEUS To simples como a Causa ltima so os derradeiros segredos da Natureza. No separes arbitrariamente, pelo raciocnio, aquilo que germina na mesma raiz e vers, por todos os lados, as mesmas leis. . . Ensinaram-te, entretanto, a edificar um segundo mundo, mundo sem base nem razo e esta edificao do ilusrio, surgida do nada, teus mestres denominaram: "a f". No dessa espcie de "f" que se trata, quando te falo da F! Nem tampouco aquela "f" necessria para a salvao da tua alma! Queremos abrir tua sensibilidade fora eterna que vive em ti e que, sem cessar, em atividade vivificante e constantemente criadora, capta as foras de tua vontade para condens-las numa determinada ao. A F a fora de criao em Esprito! A F cria as formas, atravs das quais a ao da tua vontade se manifesta!

A F modo de ao da Vontade! No podes, deveras, querer sem crer, pois uma vontade sem forma energia que escoa e, como tal, se desperdia sem produzir efeito. Mas, no momento em que ds tua Vontade uma forma precisa, atravs da tua F, ela se torna to poderosa que mesmo capaz de transformar o conjunto, aparentemente inaltervel, de elos do porvir, a ponto de os modelares, como em cera mole, segundo a forma da tua F. . .

Tua alma enlanguesce enquanto no sabes crer, e, em sua angstia, te arrasta superstio! A "Vida" da tua alma Vontade e toda vontade quer conquistar uma forma precisa, a fim de manifestar-se em ao. Se uma vez tiveres sentido o que deveras "a F", sabers ento realmente crer. .. Tua F o molde em que toma forma o teu destino, como um mineral em fuso! Tua F necessita de liberdade absoluta! S tu mesmo s a Norma da Tua F! tua imagem, a F forma teu Deus; assim como outrora, ela criou teus deuses. . . Sem a forma o divino na insondabilidade do Seu Ser. . . S quando formado, Ele se torna sondvel para ti. A ti e em ti se revela sob tua forma I Por conseguinte, no podes, de maneira alguma, mostrar teu Deus a teu irmo, pois em toda a eternidade, ele jamais vir a contemplar teu Deus. . . Poder ver a mesma Divindade, porm, formada imagem dele... No te iludas, pensando poder atrair um irmo para teu Deus, pois, caso ele se deixe levar, ir adorar uma "imagem", alheando -se do seu prprio Deus. Infinitos so os aspectos sob os quais se revela o Grande Uno, e ai daqueles infelizes que intentarem contestar-lhe uma sequer das Suas infinitas Formas! No mesmo instante em que reveles impudicamente a outrem, a imagem ntima do teu Deus, tu O perders!

No creias que entre os milhares de fiis, agrupados em torno de um Nome da Divindade qual cantam altos louvores, haja sequer dois verdadeiros devotos que Nele crem de maneira idntica. A F, entretanto, pode servir-se de cada um dos nomes dados a Deus ou ao Demnio. . . A energia plasmadora da F, que determina a tua vontade, a nica fonte de toda a ao "mgica". Magia "branca" e magia "negra'" so baseadas da mesma energia! Assim como a fora da natureza, que se revela num relmpago, torna-se til ao Homem, contanto que ele saiba capta-la numa Forma e ela se deixe prender e conservar em metais ou em recipientes, assim tambm a fora da Vontade, que achou sua forma pela F, se deixa reter em criaes da matria. . . Em todos os cultos e todos os povos, encontrars a crena em coisas "bentas", s quais se atribui poder sobrenatural. Escarneces dessa crena e a chamas "superstio". Se com isso tens em mente apenas apoucar as fbulas que, como a hera parasita, se entremeia as coisas sublimes, ento, tens toda a razo; mas, toma muito cuidado para no desprezares a Verdade que ai tambm se acha oculta! Cada coisa que, com a tua vontade, nitidamente formas e "carregas" pela f, torna-se um "talism". O efeito de semelhante "talism" deves ter experimentado muitas vezes, mesmo ignorando a causa dele e mesmo que nem de leve pudesses imaginar que por todos os lados te cercaste de "talism". . . O objeto , obviamente, um acumulador e guardio da energia que, embora livre em si, nele est retida. Esta energia no lhe prpria! Tua F formou tua energia e dirigiu-a, sem que o soubesses, para esse "receptor" que a guarda at ela se "descarregar". Tua F renovada "acumula" de novo o "talism" de tua fora, mesmo que no o considere como tal. . . Cada objeto que usares para que isto ou aquilo seja bem sucedido, ainda que esse objeto no seja absolutamente indispensvel tua ao, no o impede de ser, de fato, um "talism". Mesmo julgando-te "esclarecido" e zombando da "superstio", ouves falar de seres que usam tais objetos, plenamente conscientes do que fazem e convictos da sua eficcia constante e incontestvel.

Mas tu s mal avisado, enquanto que eles "sabem"! As imagens dos deuses no so outra coisa! Tanto o fetiche na choa de um selvagem, quanto a magnfica escultura do culto a Atenas. . . Tanto a imagem do "Santo" na catedral, quanto a esttua "milagrosa" na humilde capela de vetusto mosteiro. Todos eles so "portadores" da fora volitiva, condensada, de milhares de fiis que, pela "F, plasmaram sua vontade e souberam, com ela, impregnar a obra esculpida ou pintada. Mesmo alguns pobres vestgios materiais que pertenceram, real ou supos- tamente, a um "Santo Homem", tambm so com ela impregnados. E pela F dos que oram diante dessas imagens, que as energias ai acumuladas se "desprendem". De fato, ningum pode libertar essas energias se nelas no crer, pois s a F cria a alta tenso das correntes volitivas capaz de impelir essas energias, quando acumuladas e nitidamente formadas pela F, a flurem a tua vontade e, com esta, unidas, atuarem conforme a tua vontade. Contudo, no temos a menor inteno de te induzir a fazer uso dos "talisms" de todos os cultos. Tampouco queremos sugestionar-te a experimentar em ti mesmo a alta eficincia das imagens divinas ou "milagrosas", se bem que as devas poupar aos teus risos, se quiseres realmente conhecer a lei em virtude da qual elas se dignificam. Apenas esta "lei" deves conhecer e o que ela de possibilidade te oferece, deves saber tornar til tua vida diria. Tua fora da volio no sempre a mesma; todavia, se em teus perodos de vigor criaste "guardies" de tuas energias, ento, quando vierem momentos de fraqueza, vers verdadeiros prodgios" realizarem-se em ti. .. E cada objeto que gostas de manusear ou que se encontra diariamente tua vista, pode-se tornar um transmissor e vivificador das tuas foras volitivas, nas horas de menor enlevo, sendo-te possvel libertar, por esses "guardies" por ti criados, as foras de que nessas ocasies necessitares. . . De preferncia as coisas de grande beleza so as mais apropriadas para serem tais "acumuladores".

O que j deve sua existncia alta energia de formao, melhor poder conservar esta fora plasmadora. Rodeia-te dos tais objetos que, diariamente, s horas de enlevo, possas acumular de energias, saturando-os da mesma qualidade de fora volitiva, que te ser to necessria nas horas de fraqueza! Traze contidos esses objetos, seja para onde fores! Cr que lhes possas transmitir tuas melhores energias, e eles te devolvero to logo as precisares! Com efeito, tal crena no "presuno"! Ainda no desconfias quo real" so tuas foras volitivas e nem avalias o poder que terias em mos se soubesses pela F, "plasmar" tua Vontade! Entrementes, no destruas tua F com vs especulaes, procurando inquirir: qual a explicao psicolgica para esse fenmeno?! Se algum vier te falar a respeito de "auto-sugesto", no te deixes atordoar por semelhantes argumentos. Com tais palavras, coisa alguma pode ser "explicada"! Apenas faz surgir um novo vocbulo que, decerto, no define esta ao por altas energias determinada. A Natureza segue seu curso sem prestar ateno se tu podes ou no "explicar" a sua ao. A maneira pela qual ns vemos essas coisas, aqui est indicada em considerao dos fatos acima mencionados. Se o que dissemos verdade ou no, podes saber somente, fazendo disso experincia.

A MAGIA DA PALAVRA Saibas, peregrino, que para cada poca so necessrias diferentes foras mgicas" e no te surpreenda, se no constatares, atravs dos tempos, os mesmos prodigiosos resultados energticos! Aqueles, cuja tarefa consiste em distribuir" as energias, dirigem a corrente" pelos canais que fertilizam a Terra, l, onde ela estiver mais rida. . . Em nossos dias, pois, no deve esperar ver outra ao "mgica, seno a "Magia" da Palavra. A Palavra, no seu sentido mgico", o supremo das foras mgicas ... Viro tempos que s pelo poder da Palavra realizar-se-o coisas que parecero "milagres". . . Sim, verdadeiros "prodgios sero manifestados pela Palavra! "Prodgios bem mais estupendos do que aqueles que nos tempos passados eram considerados milagres! Dias viro, em que pela Palavra se faro as obras em cuja criao trabalham, hoje, milhares de mos e mquinas possantes. . . Os Homens, contudo, ainda esto muito longe desse porvir. Ainda no se sabe "proferir" a Palavra! Entretanto, mesmo em nossa poca sombria, a Palavra j se agita; pois, o percurso humano est chegando no limiar de uma dessas clareiras" que, mesmo na noite mais negra, fazem renascer a esperana no corao... Olha em redor de ti, at onde alcanar o teu olhar, e vers se manifestando em seus sintomas precursores, e mesmo em suas caricaturas, a magia energtica da Palavra! E, desta feita, os Homens comeam a perceber que a Palavra tem outro sentido alm do da simples transmisso de idias de crebro a crebro. Se fores sbio, sabers fazer caso dessas indicaes. Presta ateno Palavra! A procurar somente o seu sentidos ensinaram ensinaram-te a menosprezar a Palavra.

E assim te acostumaram a querer antes de tudo compreender" o significado, perdendo tu o dom mais precioso: teu nico sentido" espiritual, oculto", a faculdade de sentir as coisas. .. Se quiseres readquirir esse sentido oculto", ento te prepara, no somente para compreender as palavras segundo seu significado", mas, para desenvolver a sensao que o som e a formao das palavras provocam em ti! V, a Lei, e no uma autoridade arbitrria, que permite s palavras se tornar a fora mgica, captando a suprema energia mgica" na forma da Palavra, e nos prprios elementos delas. De sorte que, existem palavras, em todos os idiomas do mundo, que poderiam abalar montanhas, se a fora nelas contida fosse libertada. . . Existem palavras diante das quais teu "entender" impotente e, no entanto, no poders proferi-Ias sem que te formem "magicamente" a alma, mesmo que no saibas "pronunci-las" de modo conveniente para libertar todas as energias nelas contidas. . . Poder-se-ia dizer coisas maravilhosas sobre as palavras, mas te seria impossvel acreditar-me. No poders crer seno pela experincia! Reflete bem, meu amigo; tudo no Cosmos tem seu Ritmo e seu Nmero! No Ritmo e no Nmero, est baseada toda a Magia"! Quem encontra esses dois elementos, possui realmente a chave do cofre. ... No para estes que escrevo. Alis, nenhuma probabilidade existe de que essas palavras venham a cair sob o olhar de um deles. Mui poucos so os que tm encontrado a chave" e, esses poucos, s lem um nico e eterno livro cujas palavras so: Viver, e cujos versos: Transmutar. Alis, jamais poderei te 'explicar" o Ritmo e o Nmero do Universo.

Procuro, apenas, chamar a tua ateno para que compreendas valor da Palavra e possas Nela achar o que, entrementes, em vo te esforarias por encontrar sob outra forma.

S bastante atento Palavra e, no demorars a discernir verdadeiro do falso com respeito s coisas do Esprito! Toda a Sabedoria espiritual dirige-se para ti, no ritmo da eternidade. Todos os derradeiros fins trazem nmeros csmicos no seu pico, quando se manifestam revestidos de Palavras. Aqueles que pretendem que o sentido" de um livro sagrado", livro escrito por algum que sabe", pode revelar-lhes de antemo o seu mago, o mais recndito e inefvel da sua essncia, enganam-se profundamente. .. Pode o sentido" esclarecer-te algumas profundezas do terno fundamento, os ltimos fins, entretanto, e seus mais ntimos segredos devem ser sentidos na natureza, forma e valor das palavras! No creias, pois, que houvesse jamais algum iniciado no Ritmo e no Nmero" ao qual fosse indiferente o emprego da , palavra e misturasse Palavra com palavras! Os poetas procuram visar a beleza; os Videntes do Palavra terna ressonncia! O Vidente" reconhecvel, mesmo sendo poeta e no Poeta o Vidente" no ficar oculto quando se dissimula sob palavras poticas. Se quiseres aprender como sentir as palavras, ento, cada uma do teu idioma poder servirte de instrutor. . . Mas no procures sondar o significado", se desejas seguir esta via ! O sentido" no ficar muito tempo oculto, pois, ele quer a ti revelar-se. Ouve em ti as palavras pelas quais gostarias de instruir-te ! Em breve as ouvirs como se algum as tivesse proferido; esse o primeiro sinal de estares na via segura, para, em seguida, comeares a perceber em ti o prprio falar das palavras. Pois em verdade, a Palavra tem o poder de se proferir por si mesma. . . Tambm a Palavra da Eternidade se proclama" por si prpria, quando a souberes ouvir"! Por mais sutis que sejam as faculdades de "compreenso" do teu intelecto, no tens o direito de confundi-las, jamais, com o discurso sagrado da Palavra! Deixando a Palavra da Eternidade tornar-se viva em ti, ela se te revelar em sua ltima Sabedoria. ..

Contudo, no penses que te entregas a um jogo frvolo com o qual se brinca o primeiro dia, e depois, cansado, se abandona! Se quiseres que o ensinamento te seja realmente proveitoso, ters de treinar diariamente, sem trguas, at o dia em que sentires, em estremecimento profundo, a Palavra vibrar em ti. .. Somente, ento, sabers por experincia o que pode dizer a Palavra! Muitas portas se abriro, nas quais, agora, bates em vo. E "compreenders" ento, mais de um livro que ainda hoje est cheio de enigmas embaados. No te digo a respeito mais do que . .. Mos obra! Vai, com toda convico, atingir teu alvo! Os Tempos esto propcios para este trabalho. Poders muito obter, se em vez de pedir quiseres arriscar um pouco! Mas no esqueas: isso no uma brincadeira a que te entregues! S a perseverana constante poder te conduzir Vitria!

O APELO DO HIMAVAT Um sopro de saudade, uma aspirao pungente, perpassa atravs do Mundo, e toda alma que no estiver totalmente embrutecida, que for ainda capaz de germinar, sente-se profundamente comovida. Nas torrentes borbultlantes do sangue humano, submergiu essa descrena lassa que, em outros tempos, se presumia ser sinal de "bom gosto".

Agora, de novo "permitido" crer em coisas que no podem ser provadas por experimentos da cincia e no mais se zomba de quem compreende que o invisvel nos envolve e influencia, embora ainda no se tenha resolvido o seu enigma. .. De novo o "prodgio" quer tornar-se realidade e o reino da F alarga as fronteiras. Os Homens que, petrificados de alma, eram inacessveis a toda emoo espiritual, tornamse, sob os golpes da clava retumbante dos demnios em fria, verdadeiros "Viventes" e a massa dos indolentes que ainda dorme um sono profundo, j comea a se agitar. Cada dia que desponta, aproxima o despertar da sua alma. . . Os despertos, todavia, iro exigir resposta daqueles que, por tempos a fio, os mantiveram num sono profundo e voltaro as costas, com desprezo, para aqueles 'condutores" que, sendo incapazes de responder s perguntas, persistem piamente em traar limites para as mesmas. A Humanidade j est preparada para se reconhecer, enfim, parte integrante da Terra. Ela no mais quer sonhar com deuses sentados em nuvens e prximo est o raiar do dia em que, pela vez primeira, sentir o verdadeiro significado das palavras outrora dirigidas pelo Homem Deus: O Reino dos Cus tem se vos aproximado. . . Aqueles que se dizem servos do Ungido, compraziam-se, outrora, em levantar muralhas para proteger aqueles que, segundo as palavras do Augusto Mestre, trazem neles prprios o Reino dos Cus. . . Os seres que nunca atingiram o aqui to claramente expresso Reino", dentro de si, deram a si mesmos o direito, por assim dizer, mgico" --o qual devia sancionar sua mania de grandeza perante sua prpria conscincia -de dominar as almas de seus semelhantes. Barricaram-lhes as portas do Cu, tanto quanto eles mesmos estavam entrincheirados, dedicando-se a desvirtuar tudo o que visasse a Realidade, de tal modo, que s smbolos e frmulas sobraram, permitindo apenas sonhar com o Reino dos Cus; porque, decerto, bem sabiam que, para achar esse Rei no", no era preciso o seu auxlio. Quo tolos so todos aqueles que esperam, algum dia, ver os muros que aprisionam as almas, carem, cedendo finalmente ao seu ataque! por demais forte a massa da humana avidez de poderio que cimenta os tijolos dessa muralha! Inclusive to numerosa a quantidade daqueles que, em to- dos os tempos, querem sentir a muralha em torno de si, para que esta, algum dia, lhes possa ser removida.

Por demais acostumados escravido, perder-se-iam, se libertos! Poder-se-o, atravs dos milnios, modificar as frmulas e os smbolos que foram postos diante da muralha, a fim de que ela no aparea queles que empareda como o muro de um crcere; contudo, a muralha permanecer firme, enquanto o Homem, em sua cupidez de poderio, contar com a pusilanimidade do seu semelhante. E contra esse baluarte, fortificado por ameaas e promessas, estraalhar-se- cada qual que, antes do tempo, quiser interna ou externamente fazer uma brecha. . . H, todavia, uma possibilidade de escapar a esse cerco implacvel, sem derrubar a muralha. .. Aqueles que esto chegando ao despertar, crescero asas que lhes permitiro elevar-se bem alto, acima do cerco de constrangimento do poderio que, com tanta volpia, os teria mantido na sonolncia e sonho. Vemos aproximar-se o tempo do Despertar! A ns cabe guiar o vo dos que se lanam Liberdade, at que atinjam os picos nevados, os ensolarados e radiosos cimos do Himavat" da Grande Montanha". Ser, sem embargo, preciso muito auxlio, porque grandioso Despertar ir realizar-se. E no queremos que um s dos que se lanam, se perca em seu vo e, atordoado e esgotado, acabe por se abater no deserto. .. Ns, todavia, s podemos guiar o enxame central do grande vo dos Libertos, e todos os que nos desejam ajudar devem procurar os desviados para que no se deixem cegar pelo fausto dos fins ilusrios e no percam para sempre a direo do vo. A todos aqueles que desejam nos dar auxlio, com toda abnegao, lanado este apelo' Quem de todo corao comprometer-se a encaminhar os extraviados via segura, ter possibilidade e direito de ser para ns um auxiliar. Mas que seja um auxlio sbio e amoroso, pois ningum nos poder servir, se com seu auxl1io importunar o desviado. Coadjuvar de maneira correta : ficar frente do desgarrado, sem que haja necessidade de doutrinar, encontrando ele por sua prpria iniciativa, a boa direo. Vossa cooperao poder ser pouco visvel mas, se cada um de vs, levar uma s alma ao alvo, pagar dvida contrada antes dos tempos... Todavia, que permaneam afastados de ns, todos aqueles que se dispem a colaborar com nfase, imaginando poderem, com isso, se elevar acima de outros em dignidade e valor!

Que fiquem longe de ns, todos esses enfadonhos empertigados! Quem desejar ser de algum auxlio, deve se libertar de toda empfia! Levar seu amparo l, onde ele for necessrio, sem se vangloriar. . . No queremos saber seu nome, nem ouvir falar do seu auxlio! S no Reino do Esprito ser esta ao auxiliadora apreciada e somente no domnio espiritual, o auxiliador deve ser conhecido !

EUCARISTIA Uma vez, como mil vezes, O Grande Uno se d eterno Doador no entanto, sempre est em posse de Si mesmo. indivisvel O Eterno Uno Supremo! Quando Ele quer Se dar, d-se de todo. E em todas s vezes que assim Se tem dado,

nunca tem esgotado de dar a Si mesmo e sempre prossegue Seu, no total; pois,no uma s vez que O Grande Uno, eterno Doador, possui a Si mesmo.

Infinitamente Um possui a si mesmo em formas infinitas. Assim como Ele Uno no total de Seu Ser. em formas sem fim , mas sempre e s Um . assim somos ns, os Irradiantes em Sua Luz , unidos todos pluramente nUm s.

O grande Doador, Origem da Luz, Tu mesmo s "Luz"! No conheces "pecado" exceto este um: o de reter Teu Querer de querer sempre Se dar. Tu no queres seno mos abertas; coraes abertos prestes a receber; mos que, alegremente, aceitam; coraes que, benevolamente, recebem as ddivas Tuas. Tu ds a um e ds a outro riquezas, sem fim,

para que tanto um como outro, no se vejam privados do Teu rico dom. Quem Te conhece O Grande Doador desconhece a inveja.

Mais do que ele possa levar tens Tu a dar, e nunca se esgota Tua eterna riqueza. O eterno insatisfeito das ddivas Tuas, o Teu mais amado; a ele Te entregas inteiro a Ti mesmo. Tu bem podes dar, a todos doar, e nunca mais pobre sers a quem pede as ddivas Tuas. O Eterno!

Grande Doador!

EPILOGO H nove anos atrs, apareceu pela primeira vez, nas livrarias, uma edio do "LIVRO DO DEUS VIVO".* Durante todo esse tempo, no cessou de fazer no mundo inteiro muitos amigos, que se tornaram discpulos reconhecidos desses preceitos. Presentemente, aps cuidadosa reviso do texto, sua reedio est aqui concluda* O contedo da primeira verso no foi mudado. Entretanto, sob uma forma nova muita coisas foram apresentadas, pois, gradativamente se fazia notar que uma ou outra palavra do texto primitivo permitia interpretao ambgua. Alm do mais, verificou-se que certas passagens eram sumariamente esboadas, de sorte que se tornava tambm oportuno desenvolv-las. E por fim, cada palavra foi submetida a um novo exame para afastar qualquer possibilidade de interpretaes equ vocas* * *. A harmonia interior do conjunto exigia, independentemente da modificao de oraes, pr em relevo o essencial, mais fcil de se gravar na mente do leitor. E o fato de '/falar" a este ltimo no plano espiritual -como alis so todos os meus escritos obrigou-me a recorrer s astcias tipogrficas de natureza a despertar nele a ressonncia do discurso. Agradeo a todos aqueles que me indicaram o que ainda era necessrio ser esclarecido -pois, sentir a frase sabendo o que ela quer dizer, por experincia pessoal - uma coisa, e outra quando a mensagem deve ser refletida na imaginao de uma alma ainda Inexperiente.

Aqueles que pensam ter de empregar sua sagacidade para descobrir eventuais contradies nos meus escritos, faro melhor dizer por si mesmos, que pouco provvel que o que lhes parece ser um achado to importante, tenha podido me escapar mais do que a eles. No obstante, seria melhor, em seu prprio benefcio, discernirem o que lhes parece uma "contradio e considerarem o fato de eu ter tido boas razes para deixar manter as passagens cujas frases se prestam facilmente a contradio, at que se tornam discernveis, o que importa discernir. Tenho, entretanto, a retificar terminantemente o que ouvi falar na opinio geral, de que a nova verso seja superior primeira. Este novo texto, contudo, forma por assim dizer, uma baslica cuja obra agora ficou terminada em todos os seus pormenores, em confronto com o que era uma obra tosca qual faltavam vitrais e sobre os altares, as esttuas. Assim, revestido e completo em sua nova forma, "0 LIVRO DO DEUS VIVO" trar, sem dvida, um novo enriquecimento para todos os que, de h muito tempo, j o conheciam na sua primeira edio. Alguns milhares de leitores que aqui encontraram fora e estmulo, atestam, com gratido, ser este livro realmente necessrio em nosso mundo hodierno. Bno, Luz e Certeza -recebero aqueles que o souberem ler sem julgamento preconcebido e que o quiserem assimilar. Fim de outubro de 1927 * Edio alemde 1920. ** Edio alem de 1929. * * * Pelo qual o transcritor fez a reviso da edio francesa de 1929 para chegar ao texto da presente edio.