(Luthieria) Avaliação de Madeiras Amazônicas para Utilização em Instrumentos Musicais
(Luthieria) Avaliação de Madeiras Amazônicas para Utilização em Instrumentos Musicais
(Luthieria) Avaliação de Madeiras Amazônicas para Utilização em Instrumentos Musicais
Relatrio Final
Orientando: Ricardo Faustino Teles rfteles@gmail.com Matrcula: 02/39020 Curso: Engenharia Florestal Instituio de Ensino: Universidade de Braslia UnB Orientador: Mrio Rabelo de Souza mario.souza@ibama.gov.br Unidade: Laboratrio de Produtos Florestais LPF Perodo: agosto de 2004 a julho de 2005 Contatos: Fone: 61 3316 1533
INTRODUO
O Brasil, apesar de seu tamanho e magnitude de suas florestas, no se caracteriza como um grande produtor e exportador de instrumentos musicais. Isso se deve a um certo tradicionalismo por parte dos fabricantes e luthiers de instrumentos musicais que utilizam uma pequena quantidade de madeiras, as quais tem seu uso para partes especficas em cada instrumentos. Esse tradicionalismo junto com a escassez dessas poucas espcies tem onerado significativamente o valor dessas madeiras no mercado internacional, cotado em dlar, e, levando assim as indstrias e fabricantes em todo o pas a uma busca por espcies alternativas. comprovado que o mercado brasileiro de instrumentos musicais est em constante crescimento, tanto em consumo como em produo, levando assim a essa busca imediata (SOUZA, 1983; ANAFIM, 2003). Os fabricantes de instrumentos musicais se organizam em duas associaes: a ANAFIM - Associao Nacional dos Pequenos e Mdios Fabricantes de Instrumentos Musicais, com 39 associados e a ABEMSICA Associao Brasileira da Msica, com 65 fabricantes associados (ANAFIM, 2003). Apesar de existir pouca produo de trabalhos cientficos nessa rea no Brasil, o Laboratrio de Pesquisas Florestais (LPF) e o Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do estado de So Paulo (IPT) foram pioneiros em classificar as espcies brasileiras para a utilizao em instrumentos musicais. Entretanto, os trabalhos desenvolvidos estavam dentro de um pequeno universo (menos de 100 espcies) e hoje j so quase 300 espcies estudas somente no LPF. Nos trabalhos feitos anteriormente, as propriedades fsicas (densidade e contraes), mecnicas (mdulos de elasticidade e ruptura) bem como caracteres gerais das madeiras (textura, gr e figura) limitavam o nmero de espcies estudas. Eram apenas analisadas madeiras com gr regular, textura de mdia a fina e contrao volumtrica abaixo de 15,9%. O presente trabalho tem por objetivo estudar e avaliar acusticamente 59 espcies florestais para a utilizao em instrumentos musicais.
REVISO BIBLIOGRFICA
O Brasil possui a segunda maior cobertura vegetal do mundo e a mais importante floresta tropical do globo. Apesar dessa vasta diversidade, ele no se caracteriza como um grande exportador de instrumentos musicais. Isso se deve a utilizao de espcies importadas, raras e bem conhecidas em todo o mundo, principalmente pelas suas excelentes propriedades fsicas, mecnicas e acsticas e alm de serem usadas a sculos por luthiers e fabricantes de instrumentos musicais. No Brasil, espcies como o jacarand-da-bahia (Dalbergia nigra) e o mogno (Swietenia macrophylla) so utilizadas em diversos tipos de instrumentos de corda, o pau-brasil (Caesalpinea echinata) utilizado em arcos de violinos apesar dessas espcies se apresentarem ameaadas de extino (ANAFIM, 2003; SOUZA, 1983). Hoje existe no mercado brasileiro de instrumentos musicais uma procura por espcies alternativas s madeiras importadas, uma vez, que o avano nos preos dessas madeiras, cotadas em dlar, tem efeito imediato no valor final do produto. Em estudos realizados por SOUZA (1983); SLOOTEN & SOUZA (1993); FAGUNDES (2003); FERNADES (2004) e TELES (2004), ficou comprovado que as 2
Empresas nacionais como a Liverpool j esto usando algumas madeiras amaznicas, como o ip (Tabebuia sp.), e o jatob como espcies alternativas ao hickory. 3
Sobre as propriedades ideais para as madeiras utilizadas em instrumentos musicais, citam-se (SOUZA, 1983; BUCUR, 1995): Tampo harmnico a tbua harmnica: Baixa massa especfica, alto mdulo de elasticidade, gr direita, boa trabalhabilidade, boa estabilidade dimensional, boa para colagem e bom acabamento final. Fundo: No muito pesada, sem restries quanto s propriedades mecnicas, boa trabalhabilidade, boa para colagem, bom acabamento a boa estabilidade dimensional. Corpo de obo a clarineta: Boa estabilidade dimensional, textura fina, gr direita, bom peso, bom acabamento, fcil de furar a tornear e, preferencialmente de cor negra. Corpo de flauta a fagote: No muito pesada, textura fina, boa estabilidade dimensional, gr direita, bom acabamento, fcil de furar e tornear. Arco para violino: Alto mdulo de elasticidade em flexo (acima de 200.000 kgf/cm), gr direita, textura fina, alta resistncia ruptura em flexo. Detalhe importante deve ser observado quanto ao fundo dos instrumentos de corda, pois este, apesar de no exigir madeiras com propriedades muito especiais, exige que sua freqncia natural de vibrao esteja entre meio a um tom acima, em relao ao tampo. Para atender a esta caracterstica, deve-se observar no s a madeira, mas tambm as suas dimenses, pois a freqncia natural de uma placa de vibrao funo das propriedades da mesma e de suas dimenses.
PROPRIEDADES ACSTICAS
Segundo SLOOTEN; SOUZA (1993), os princpios de ressonncia e as propriedades de radiao do som na madeira foram aplicados durante sculos na construo de instrumentos musicais em madeira, antes mesmo de serem cientificamente comprovados. Atualmente, as propriedades acsticas da madeira so conhecidas e podem ser devidamente investigadas. O mtodo de vibrao forada o mais utilizado para se determinar a freqncia natural de vibrao (fr) e o decaimento logartmico (DL). Segundo 4
HEARMON (1968), ele funciona da seguinte maneira: a amostra suportada por um fio ou linha nos seus pontos nodais, e tm pequenas chapas de metal ferroso fixadas nas suas extremidades. Prximos s chapas ficam dois transdutores, um deles alimentado com corrente alternada para excitar as vibraes, e o outro serve como detector da resposta da amostra. A freqncia da corrente eltrica variada at que se atinja um ponto mximo de vibrao; quando atingida esse ponto mximo a freqncia natural de ressonncia da amostra obtida. De acordo com Hearmon: DL =
* f
3 * fr
onde, fr a freqncia de ressonncia e f o diferencial da freqncia entre os dois pontos diretamente opostos, acima e abaixo do ponto de ressonncia, no qual a amplitude de vibrao cai para a metade do valor do ponto de pique de ressonncia com a freqncia de meia amplitude f e f. Outros mtodos foram utilizados por SOUZA (1983) que consistiam no mtodo acstico, mtodo de comparao direta e o mtodo estatstico. O mtodo acstico, destinado a instrumentos de cordas, foi proposto por KOLLMAN (1968) a partir da seguinte observao: a madeira, apesar de possuir 1/10 a 1/20 da densidade dos metais em geral, tem uma velocidade de propagao sonora semelhante aos mesmos. Ento se definiu um parmetro que chamou de resistncia onda sonora (W), e que, quanto menor, melhor ser a qualidade acstica do material.
W = * v = E = E
onde, W= resistncia propagao sonora, = densidade, v= velocidade de propagao sonora, E= mdulo de elasticidade. O mtodo de comparao direta consiste numa comparao direta de todas as propriedades mensurveis para a classificao. No terceiro mtodo ou mtodo estatstico, comparam-se mais precisamente as espcies. Este mtodo desenvolvido por CAILLIEZ (1976) utiliza a anlise estatstica denominada Anlise das Componentes Principais. Neste mtodo, tanto as grandezas mensurveis como as no mensurveis (gr, brilho, cor, etc.) podem ser analisadas.
TESTE ACSTICO
Os testes acsticos foram realizados no Laboratrio de Produtos Florestais (LPF) e o mtodo de vibrao forada, proposto por Heramon (1968), foi o utilizado para se determinar a freqncia natural de vibrao (fr) e o decaimento logartmico (DL) de 49 espcies madeireiras. Para a realizao do teste acstico foi utilizado um aparelho composto de um sensor e um excitador, ambos eletromagnticos, em cada uma de suas extremidades. O excitador emitia uma onda sonora senoidal em forma de sinal progressivo em um intervalo de 120 a 240 Hz durante um intervalo de 150 segundos, com amplitude constante e uma variao na freqncia de 0,01Hz, a qual era gerada com o auxilio do software Cool Edito Pro II. O sensor recebia a vibrao transmitida atravs das amostras de madeiras (dimenses 30 x 2 x 0,3 cm Figura 1). No software, a onda obtida pela ressonncia da amostra com o sinal, era registrada em um dos canais de gravao de udio do programa. Utilizaram-se dois 6
suportes de fios de algodo que ficaram posicionados a 10 cm das extremidades de forma que a harmnica fundamental da madeira fosse captada. Todo o sistema era controlado por um microcomputador PC AMD Duron 1400 com 256 MB de memria RAM. A Figura 2 ilustra o esquema do equipamento utilizado. O volume de captao e altura do captador foi mantido constante para todas as amostras. O teste possui um funcionamento simples: o excitador, ao emitir o sinal, faz com que a amostra de madeira vibre a uma freqncia progressiva e, quando a freqncia do sinal se iguala freqncia de ressonncia da madeira, a amostra entra em ressonncia. Com isso o detector capta a freqncia de ressonncia da amostra e gera um grfico com o pico de ressonncia caracterstico de cada madeira (Figuras 3 e 4).
30 cm cm 2,0 cm 0,3 cm
Madeiras para gaitas A seleo de madeiras para gaitas diatnicas seguiu o critrio da trao perpendicular s fibras acima de 30 kgf/cm. Essa caracterstica evita que os dentes (pinos) dos corpos das gaiatas quebrem durante a usinagem. As espcies que no possuam dados de trao perpendicular s fibras foram classificadas com base em suas grs. Madeiras com gr cruzada, reversa, obliqua, entrecruzada, direita a revessa, direita a cruzada e direita a ondulada entraram nessa seleo. A trabalhabilidade uma caracterstica importante para a fabricao do corpo do instrumento, sendo necessrio corta e furar bem, sem dificuldades. Como a gr no foi fator de excluso ficou garantido que espcies excludas em outras classificaes para instrumentos pudessem ser includas. Madeiras para instrumentos de sopro Para clarineta foram selecionadas as espcies que apresentaram alta massa especfica, acima de 0,75 kgf/cm2, gr direita, textura de mdia a fina, cor escura, com bom acabamento, excelente torneamento, furao e perfurao, e estabilidade dimensional. Para flautas e fagotes a seleo foi baseada na comparao com o maple. Foram selecionadas inicialmente espcies que possuam gr direita e textura fina. Madeiras para percusso: baterias, conga e bongs A seleo das madeiras para percusso foi baseada na comparao com o maple e o mogno. Foram selecionadas madeiras com massa especfica acima de 0,32 kgf/cm, decaimento logartmico abaixo de 0,030, freqncia natural de vibrao sonora abaixo de 180 Hz e velocidade de propagao sonora acima de 4000 m/s. Madeiras para baquetas As madeiras para baquetas foram selecionadas comparando-se com hickory. Foram selecionadas as que possuam massa especfica acima de 0,62 kgf/cm, resistncia ao impacto acima de 1500 mm, gr direita a ondulada, textura de mdia a fina, possuir bom torneamento e acabamento, e ter aparncia uniforme.
Bahia e Pernambuco. O Estado de So Paulo representa 58% do mercado da msica e a regio Sul cerca de 19% (ANAFIM, 2003). O Quadro 1 apresenta composio da indstria de instrumentos musicais, equipamentos de som e acessrios do Brasil. Quadro 1. Composio da Indstria de Instrumentos Musicais, Equipamentos de Som e Acessrios do Brasil. Segmentos Instrumentos musicais Sopro Instrumentos Bartonos, bombardes, clarinetas, cornetas, euphonium, flautas, flugehorn, melofones, pios, saxofones, saxhorn, trompetes, trombones, trompas e tubas. Bandolins, banjos, cavaquinhos, contrabaixos, guitarras, harpas, violas, violinos, violes e violoncelos. Cravos, pianolas, pianos e teclados. Agogs, baterias, caixas, castanholas, chocalhos, cucas, maracs, pandeiros, pratos, reco-recos, surdos, tambores, tamborins e xilofones. Acordeom, acordeom cromtico, bandnion, gaitas e sanfonas e suas variaes (gaita escocesa, a concertina e as harmnicas). Arcos de violino, cordas, afinadores, tarraxas para instrumentos de corda, capas para teclados, capas em geral, estojos e peles para instrumentos de percusso. Amplificadores, cabos, caixas acsticas, estantes para suporte de instrumentos musicais microfones, microfones para instrumentos artsticos, pedais, pedestais para microfones, processadores de som, suportes para partituras e trips para microfones.
Fole Acessrios e partes dos instrumentos Equipamentos de som (udio), iluminao e afins
Fonte: ANAFIM, 2003. Segundo Abemusica (2005); ANAFIM (2003), a regio sudeste a que mais comporta as empresas de instrumentos musicais com mais de 65% de indstrias e fabricantes, seguido pela regio sul, logo aps a regio nordeste e por fim a regio centro-oeste. A Tabela 1 mostra o nmero de estabelecimentos e postos de trabalho da indstria de instrumentos musicais no pas.
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Tabela 1. Estabelecimentos e postos de trabalho da indstria de instrumentos musicais. Nmero de Regio Nmero de empregos estabelecimentos Centro-oeste Nordeste Sudeste Sul 4 16 1886 168 0,2% 0,8% 90,9% 8,1% 100,0 1 3 71 16 91 1,1% 3,3% 78,0% 17,6% 100,0
No segmento de sopro de metal destaca-se a tradicional empresa Weril, nica fabricante brasileira, localizada em Franco da Rocha, SP, que planejava produzir a partir do ano de 1998 cerca de 32 mil instrumentos de sopro e percusso. Esta empresa aps trs tentativas de exportaes na Feira Internacional de Frankfurt, Alemanha, percebeu a necessidade de investir em tecnologia e adoo de processos modernos de produo e gesto. Hoje a principal exportadora de instrumentos musicais e mantm um depsito nos Estados Unidos, pas no qual possui uma parceria com a DEG Music Products. Seus principais mercados so os Estados Unidos e a Alemanha. Em Santa Catarina, na cidade de Blumenau, localiza-se a octogenria Harmnica Catarinense (antiga Hering de 1923). Esta uma das quatro principais fbricas de gaitas no mundo, sendo a alem Hohner a mais antiga (1857). Exporta mais de 40% da sua produo de gaitas para os Estados Unidos, Europa e Amrica do Sul e possui acordos comerciais com empresas japonesas e norte-americanas. Na rea de pianos a empresa Fritz Dobbert nica na Amrica Latina, embora suas exportaes no passem de 2% de seu faturamento. A empresa Di Georgio a mais expressiva na rea de produo de violes no pas comercializa 77 mil instrumentos por ano sendo que 700 desses so exportados por ms. Os violes correspondem a 70% dos instrumentos comercializados em lojas de instrumentos musicais. No Brasil a empresa mais expressiva no ramo de instrumentos musicais Giannini, com fbrica localizada no estado de So Paulo. A empresa foi pioneira na fabricao de instrumentos musicais acsticos no pas e hoje lder de mercado. Com a visita feita 21 Feira Internacional da Msica EXPOMUSIC foi possvel verificar que alguns fabricantes de instrumentos musicais j esto aderindo utilizao de madeiras alternativas para confeco de seus instrumentos e partes dos instrumentos. A empresa de guitarras e violes Tagima j utiliza o marup em corpos de guitarras, substituindo assim o ash e o maple. J a empresa Nhureson, que produz violinos e violoncelos j testou o ip para produo de arcos, obtendo excelentes resultados, e tambm o ip-roxo e o amarelo, marup, araucria e a grevilha em tampos e laterais resultando em instrumentos de boa qualidade. J a empresa de baquetas Liverpool j utiliza o ip, abiu e o jatob em escala comercial e pretende testar o freij e o roxinho. A empresa Fox foi a que apresentou uma maior quantidade de testes em instrumentos com madeiras alternativas. A empresa j utiliza o marup e a imbuia para tampos de violes e corpos de instrumentos de
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corda. Utiliza brana, ip-preto e gombeira e afirma ter obtido excelentes resultados, principalmente com relao trabalhabilidade das madeiras.
Gaitas diatnicas: A madeira deve possuir boa resistncia trao perpendicular s fibras (acima de 30 Kgf/cm). Este requisito ir garantir que os pinos do pente no iro se quebrar durante a usinagem. Em geral as espcies com gr irregular (cruzada) possuem essa propriedade. A madeira deve ter boas caractersticas de usinabilidade, como, cortar bem e furar sem dificuldades. Baquetas: Para baquetas o estudo foi feito por comparao com o hickory (Carya spp.). A densidade deve variar em torno de 0,75 g/cm3, gr direita, resistncia ao impacto acima de 1.600 mm, madeira com aparncia uniforme, fcil para secar e boa para tornear. Percusso: Baterias, Conga e Bongs As madeiras mais utilizadas em percusso so o maple (Acer sp.) e o mogno (Swietenia macrophylla). Com isso as principais caractersticas so: massa especfica acima de 0,50 g/cm3, decaimento logartmico abaixo de 0,030, freqncia de ressonncia acima de 150 Hz e velocidade de propagao sonora acima de 4.000m/s.
NOME COMUM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Aoita-cavalo Amap Amap doce Amarelo / Garapa Amarelo / Garapa Amescla Anani Andiroba Andiroba
NOME CIENTFICO Lueheopsis duckeana Burret Chrysophyllum sp. Brosimum parinarioides Ducke Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Trattinnickia burseraefolia (Mart.) Willd. Symphonia globulifera L.f. Carapa guianensis Aubl. Carapa guianensis Aubl. Hymenolobium petraeum Ducke Erisma uncinatum Warm. Cedrela odorata L. Amburana acreana (Ducke) A.C.Sm. Copaifera reticulata Ducke Buchenavia grandis Ducke Dipteryx polyphylla Huber Onychopetalum amazonicum R.E.Fr Roupala montana Aubl. Vatairea cf. paraensis Parkia paraensis Ducke Piptadenia suaveolens Miq. Cordia goeldiana Huber Swartzia leptopetala Benth. Micropholis venulosa (Mart. & Eichler) Pierre Clarisia racemosa Ruiz & Pav. Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols. Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez Dalbergia spruceana Benth. Hymenaea courbaril L. Allantoma lineata (Mart. ex O.Berg) Miers Ocotea rubra Mez Platymiscium ulei Harms Manilkara huberi (Ducke) Chevalier Qualea paraensis Ducke Simarouba amara Aubl. Swietenia macrophylla King
FAMLIA Tiliaceae Sapotaceae Moraceae LeguminosaeCaesalpinioideae LeguminosaeCaesalpinioideae Burseraceae Guttiferae Meliaceae Meliaceae LeguminosaePapilionoideae Vochysiaceae Meliaceae LeguminosaePapilionoideae LeguminosaeCaesalpinioideae Combretaceae LeguminosaePapilionoideae Annonaceae Proteaceae LeguminosaePapilionoideae LeguminosaeMimosoideae LeguminosaeMimosoideae Boraginaceae LeguminosaePapilionoideae Sapotaceae Moraceae Bignoniaceae Lauraceae LeguminosaePapilionoideae LeguminosaeCaesalpinioideae Lecythidaceae Lauraceae LeguminosaePapilionoideae Sapotaceae Vochysiaceae Simaroubaceae Meliaceae
LOCALIZAO Manaus Tapajs Manaus Tapajs Tapajs Tapajs Tapajs Tapajs Tapajs Tapajs Tapajs Manaus Manaus Manaus Tapajs Tapajs Manaus Tapajs Tapajs Tapajs Manaus Tapajs Tapajs Manaus Tapajs Tapajs Tapajs Manaus Tapajs Manaus Tapajs Manaus Tapajs Tapajs Manaus Manaus
10 Angelim-pedra 11 Cedrinho 12 Cedro 13 Cerejeira 14 Copaba 15 Cuiarana / Mirindiba 16 Cumar 17 Envira preta 18 Faeira 19 Fava-amargosa 20 Fava-arara tucupi 21 Faveira-de-folha-fina 22 Freij verdadeiro 23 Gombeira 24 Grumixava Guariba/ Oiticica 25 amarela 26 Ip 27 Itaba-amarela 28 Jacarand 29 Jatob 30 Jequitib-cedro (35) 31 Louro-vermelho 32 Macacaba 33 Maaranduba 34 Mandioqueira 35 Marup 36 Mogno
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37 Morotot 38 Muiracatiara 39 Muiracatiara 40 Munguba gr terra firme 41 Murur 42 Par-Par 43 Pequiarana 44 Quaruba-rosa 45 Tanibuca 46 Tatajuba 47 Tauari-amarelo 48 Tauari-branco 49 Tauari-rosa
Schefflera morototoni (Aubl.) Decne. & Planch Astronium lecointei Ducke Astronium lecointei Ducke Eriotheca longipedicellata (Ducke) A.Robyns Brosimum acutifolium Huber Jacaranda copaia (Aubl.) D.Don Caryocar glabrum (Aubl.) Pers. Vochysia maxima Ducke Terminalia amazonica (J.F.Gmel) Exell. Bagassa guianensis Aubl. Couratari oblongifolia Ducke & R.Knuth Couratari guianensis Aubl Couratari stellata A.C.Sm.
Araliaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Bombacaceae Moraceae Bignoniaceae Caryocaraceae Vochysiaceae Combretaceae Moraceae Lecythidaceae Lecythidaceae Lecythidaceae LeguminosaeCaesalpinioideae Myristicaceae Bixaceae Aceraceae Pinaceae Pinaceae
Manaus Tapajs Manaus Manaus Manaus Manaus Tapajs Tapajs Tapajs Tapajs Manaus Manaus Manaus Manaus Tapajs Manaus Exterior Exterior Exterior
50 Taxi preto folha grande Tachigali myrmecophila Ducke 51 Ucuba-da-terra-firme 52 Urucu da mata 53 Maple (tiro) 54 Pinho de riga Spruce/ abeto pinho 55 sueco Virola cf. michelli Bixa arborea Huber Acer sp. Pinus sylvestris L. Picea abies (L.) Karst.
As propriedades fsicas e mecnicas das espcies selecionadas esto presentes na Tabela 3. A Tabela 4 apresenta os dados de trabalhabilidade, trao e resistncia ao impacto. Os dados de caracteres gerais e anatmicos das espcies selecionadas esto presentes no Anexo I. Tabela 3. Propriedades fsicas e mecnicas das espcies selecionadas.
Propriedades Fsicas Nome comum Massa especfica (g/cm) 0,64 0,57 0,83 0,44 0,58 0,59 0,59 0,46 0,53 0,47 0,62 0,72 0,83 0,64 0,77 0,78 Contrao (%) RADIAL 4,7 4,5 4,4 5,1 4,5 4,4 4,1 3,6 4,0 2,9 4,1 4,7 6,0 3,9 6,3 4,8 TANG 9,3 7,7 8,5 7,2 7,9 8,1 6,3 8,7 6,2 5,4 8,2 7,4 7,0 8,7 12,3 9,8 VOL 13,7 12,6 14,0 11,8 13,2 12,6 10,1 12,9 11,6 8,2 12,5 12,2 13,1 12,7 18,0 14,0 T/R 1,98 1,71 1,93 1,41 1,76 1,84 1,54 2,42 1,55 1,85 2,00 1,58 1,16 2,23 1,95 2,04 Propriedades Mecnicas Flexo esttica Dureza janka seca (kgf/cm) (kgf) MOR 1271 1043 1278 654 1114 1093 1115 892 768 785 1179 976 1485 1265 1614 1513 MOE 138000 115000 143850 112000 140000 120000 118000 110000 99000 88000 123000 107000 148000 140000 173000 153000 PAR 973 734 470 680 841 781 590 762 520 867 1352 1188 822 976 934 TRANS 817 567 316 571 640 590 394 623 399 664 1094 1233 695 984 986
Aoita-cavalo Amap Amap-doce Amarelo / Garapa Amescla Anani Andiroba Angelim-pedra Cedrinho Cedro Cerejeira Copaba Cuiarana / Mirindiba Cumar Envira-preta Faeira Fava-amargosa
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Fava-arara tucupi Faveira-de-folha-fina Freij-verdadeiro Gombeira Grumixava Guariba/ Oiticica amarela Ip Itaba-amarela Jacarand Jatob Jequitib-cedro Louro-vermelho Macacaba Maaranduba Mandioqueira Marup Mogno Morotot Muiracatiara Munguba-gr-terra-firme Murur Par-Par Pequiarana Quaruba-rosa Tanibuca Tatajuba Tauari-amarelo Tauari-branco Tauari-rosa Txi-preto-folha-grande Ucuba-da-terra-firme Urucu-da-mata
0,44 0,77 0,48 0,83 0,67 0,60 0,89 0,68 0,92 0,76 0,53 0,55 0,74 0,89 0,66 0,38 0,52 0,41 0,79 0,45 0,67 0,31 0,61 0,49 0,80 0,70 0,50 0,52 0,65 0,56 0,50 0,32
3,5 4,5 4,1 5,8 4,7 3,1 4,7 3,0 4,2 3,4 3,0 3,2 2,6 6,7 6,0 2,6 2,9 6,7 4,6 4,5 5,0 5,4 3,9 4,0 5,2 4,1 4,2 3,6 5,8 4,1 4,6 2,6
7,6 7,8 6,6 10,5 9,7 6,2 6,3 6,8 8,1 7,7 5,7 7,9 4,6 9,4 11,4 5,9 4,7 9,1 7,6 9,8 9,1 8,2 8,7 8,8 7,8 5,8 6,6 4,1 7,8 7,3 8,3 6,0
11,9 12,7 10,6 17,1 14,0 10,0 10,1 10,1 12,7 11,4 9,8 11,2 6,6 15,0 18,1 8,8 7,2 15,7 11,9 14,9 14,1 13,9 11,8 12,1 12,8 9,5 10,9 10,4 13,4 11,1 13,7 9,1
2,17 1,73 1,61 1,81 2,06 2,00 1,34 2,27 1,93 2,26 1,90 2,47 1,77 1,40 1,89 2,27 1,62 1,36 1,65 2,18 1,82 1,52 2,23 2,20 1,50 1,41 1,57 1,14 1,34 1,78 1,80 2,31
399 785 608 1018 799 1480 532 1253 504 342 911 1532 830 439 435 489 891 630 1463 336 817 560 1166 1007 589 665 895 762 472 396
337 733 452 780 624 1406 554 1116 523 343 914 1464 709 267 517 358 978 469 1377 192 745 481 1014 753 469 516 710 562 671 198
1110 1726 1113 1193** 1399 1171 794 1039 1729 1190 664 562 725 1391 895 1402 562 806 930 1489 1269 847 1061 1367 1070 972 555
124000 131000 108000 159000 130000 109000 106000 142000 128000 82000 66000 113000 153000 106000 145000 89000 141000 114000 143000 118000 111000 117000 146000 112000 121000 77000
MOR - mdulo de ruptura; MOE - mdulo de elasticidade; PAR paralela; TRANS transversal
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regular fcil difcil fcil excelente regular regular fcil/excelente fcil fcil fcil fcil fcil difcil fcil fcil
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42 46 49 24
difcil fcil/bom -
Fonte: http://www.ibama.gov.br/lpf/madeira; SLOOTEN & SOUZA, 1993; IBDF, 1988; MAINIER & CHIMELO, 1989.
TESTE ACSTICO
A Tabela 5 apresenta o resultado dos testes acsticos das espcies selecionadas. Os valores apresentados so valores mdios encontrados para cada espcie. Tabela 5. Propriedades acsticas das espcies selecionadas.
Propriedades Acsticas Nome comum Aoita-cavalo Amap Amap-doce Amarelo / Garapa Amarelo / Garapa Amescla Anani Andiroba Andiroba Angelim-pedra Cedrinho Cedro Cerejeira Copaba Cuiarana / Mirindiba Cumar Envira-preta Faeira Fava-amargosa Fava-arara tucupi Faveira-de-folha-fina Freij-verdadeiro Gombeira Grumixava Guariba/ Oiticica amarela Ip Itaba-amarela Jacarand Jatob Jequitib-cedro Louro-vermelho Velocidade de propagao - C (m/s) 4644 4492 4163 4163 5045 4913 4510 4510 4472 4890 4322 4327 4454 3855 4223 4677 4740 4429 5157 4172 4655 4604 4546 3837 3985 4574 4953 4452 Freqncia natural de vibrao - Fr (Hz) 159,8 169,2 169,2 166,1 151,6 166,1 176,5 174,1 189,1 175,8 179,7 149,0 177,2 196,4 188,3 158,5 193,2 188,5 190,1 179,6 167,3 193,6 200,0 169,1 181,1 175,0 159,3 183,6 155,4 152,0 Decaimento logartmico (DL) 0,031 0,029 0,029 0,020 0,034 0,028 0,017 0,025 0,018 0,029 0,020 0,029 0,024 0,026 0,019 0,020 0,024 0,024 0,016 0,027 0,026 0,019 0,016 0,018 0,023 0,017 0,031 0,016 0,030 0,033
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Macacaba Maaranduba Mandioqueira Marup Mogno Morotot Muiracatiara Muiracatiara Munguba-gr-terra-firme Murur Par-Par Pequiarana Quaruba-rosa Tanibuca Tatajuba Tauari-amarelo Tauari-branco Tauari-rosa Taxi-preto-folha-grande Ucuba-da-terra-firme Urucu-da-mata
3785 3994 4404 4645 3563 5250 4401 4401 4853 4652 5358 4808 4823 4228 4106 4712 4743 4739 4472 4919 4905
163,6 169,8 173,9 167,9 166,6 207,3 172,6 174,6 175,1 194,3 198,7 145,3 152,6 160,8 161,6 176,3 206,0 182,7 176,2 185,0 173,2
0,021 0,025 0,020 0,027 0,027 0,026 0,016 0,023 0,026 0,024 0,029 0,037 0,031 0,024 0,027 0,027 0,024 0,026 0,026 0,026 0,027
O resultado encontrado foi satisfatrio, com resultados bem prximos aos dos obtidos por SOUZA (1983); SLOOTEN & SOUZA (1993). A freqncia natural de vibrao das amostras variaram de 145,3 a 207,3 Hz, com desvio padro igual a 15,10. O decaimento logartmico variou de 0,016 a 0,037 com desvio padro igual a 0,005 e a velocidade de propagao sonora variou de 3553 a 5358 m/s com desvio padro igual a 352. Foi possvel observar que ocorrem variaes acsticas dentro de uma mesma espcie proveniente de regies diferentes, como no caso das espcies amarelo/garapa, andiroba e muiracatiara. O decaimento logartmico foi a caracterstica que mais variou dentro de uma mesma espcie. Esse resultado pode ter ocorrido devido a diferenas de posio de corte das tbuas e at mesmo devido a caractersticas fenotpicas de cada indivduo. Na anlise de freqncia e decaimento logartmico para amostras com corte tangencial foi possvel observar que no h diferena significativa entre os valores encontrados com os valores das amostras com corte radial. Entretanto, as amostra com corte tangencial apresentaram defeitos de processamento, apresentando empenamentos que dificultaram a realizao dos testes acsticos. Foi feito uma anlise estatstica visando conhecer o grau de correlao entre as propriedades fsicas e acsticas e entre as propriedades mecnicas e acsticas. Segundo BARDUCCI & PASQUALINI (1948) e HAINES (1979) apud BUCUR (1995), madeiras com altos valores de velocidade de propagao sonora paralela s fibras geralmente so madeiras de baixa massa especfica. Essa caracterstica foi comprovada com as madeiras tropicais estudadas, sendo significativa a correlao entre massa especfica e velocidade de propagao sonora, e massa especfica e decaimento logartmico e decaimento logartmico e freqncia, e no significativo com massa especfica e freqncia. (Quadro 2). O Anexo II apresenta os grfico das anlises.
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DENS
VEOCIDAD
FREQ
MOE
DEC
**. Correlao significativa ao nvel de 1%. Correlao significativa ao nvel de 5%. *. Dens massa especfica; Velocidad velocidade de propagao sonora; Freq freqncia natural de vibrao; MOE mdulo de elasticidade; DEC decaimento logartmico.
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Madeiras para guitarras eltricas e contrabaixos As madeiras selecionadas para cada parte do instrumento esto presentes na Tabela 8. Para o corpo do instrumento a cor da madeira no uma caracterstica de extrema importncia, pois grande parte dos fabricantes de guitarra e contrabaixo pintam as madeiras. Com isso, as propriedades mecnicas e acsticas so de suma importncia para a qualidade do instrumento. O peso do corpo no pode ser muito alto, logo foram selecionadas madeiras com baixa massa especfica, entre 0,35 a 0,65 g/cm3, velocidade de propagao sonora acima de 3400 m/s e baixo decaimento logartmico. Entretanto, grande parte das espcies selecionadas apresentou decaimento logartmico mediano, entre 0,023 e 0,027. Com relao aos caracteres anatmicos selecionaram-se madeiras com textura variando de mdia a fina, e gr direita. Para o brao do instrumento selecionou-se madeiras com MOE entre 88000 e 146000 kgf/cm2, dureza janka entre 520 e 950 kgf, freqncia entre 150 e 200 Hz, decaimento logartmico prximo a 0,025, velocidade de propagao sonora acima de 4000 m/s, gr direita e textura de mdia a fina. A cerejeira foi mantida por apresentar propriedades mecnicas e acsticas que se enquadram dentro do critrio de seleo e por ser fcil de encontrar no mercado. Para escalas foram selecionadas madeiras escuras, com caractersticas fsicas e mecnicas prximas ao bano, e madeiras claras, com caractersticas prximas ao maple. Foram selecionadas madeiras com massa especfica acima de 0,67 kgf/cm2, MOE acima de 106000 kgf/cm2, velocidade de propagao sonora acima de 3800 m/s. A trabalhabilidade outro fator de suma importncia para as escalas, sendo assim, foram selecionadas madeiras fcil de plainar e serrar. A muirapiranga foi uma espcie mantida por apresentar colorao avermelhada, contribuindo assim para a esttica do instrumento. Tabela 8. Madeiras selecionadas para uso em guitarras eltricas e contrabaixo. Guitarra e Contrabaixo Corpo Brao Escala Amap-doce Amap-doce* Envira-preta Anani Anani Gombeira Andiroba Andiroba* Grumixava Cedrinho Cedro Ip Cedro Cerejeira Jacarand Copaba Copaba Jequitib-cedro Freij-verdadeiro Envira-preta Macacaba Marup Itaba-amarela Maaranduba Mogno Jequitib-cedro Muiracatiara Munguba-gr-terra-firme Louro-vermelho Murur Tauari-amarelo Tauari-rosa Tauari-branco Ucuba-da-terra-firme Urucu-da-mata Obs.: Os asteriscos referem-se a madeiras que foram ressalvas.
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Madeiras para instrumentos de sopro: Clarineta, obos, flautas e fagotes Foram selecionadas 7 espcies que apresentaram alta massa especfica, acima de 0,75 kgf/cm2, gr direita, textura de mdia a fina, cor escura, com bom acabamento, excelente torneamento, furao e perfurao, e estabilidade dimensional. Duas espcies foram ressalvas, a muiracatiara, por apresentar colorao mais clara que as demais, e a faieira por, embora possuir contrao volumtrica alta (18,0%) e textura grossa, foi mantida por possuir excelentes caractersticas acsticas. Para flautas e fagotes a seleo foi baseada na comparao com o maple. Foram selecionadas inicialmente espcies que possuam gr direita e textura fina. Logo aps, critrios fsicos e acsticos foram analisados, sendo selecionadas madeiras com massa especfica entre 0,41 a 0,65 kgf/cm 2, contrao volumtrica abaixo de 14,0%, freqncia natural de vibrao abaixo de 210 Hz, decaimento logartmico abaixo de 0,030 e velocidade de propagao sonora acima de 4000 m/s. A trabalhabilidade foi um critrio de eliminao, mantendo apenas madeiras com bom acabamento, torneamento, furao e perfurao. As espcies selecionadas esto presentes na Tabela 9. Tabela 9. Madeiras classificadas para instrumentos de sopro. Instrumentos de sopro Clarinetas e Obos Flautas e Fagotes Espcies Faeira* Cedro Gombeira Envira preta Ip Jequitib-cedro Jacarand Tauari-amarelo Macacaba Murur Maaranduba Par-Par Muiracatiara* Copaba Tauari-branco Ucuba-da-terra-firme Urucu-da-mata Grumixava Itaba-amarela Obs.: Os asteriscos referem-se a madeiras que foram ressalvas. Madeiras para corpo de gaitas diatnicas A Tabela 10 apresenta as madeiras selecionadas e as principais caractersticas necessrias para o instrumento.
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Tabela 10. Madeiras selecionadas e caractersticas analisadas para a confeco de corpo de gaitas diatnicas. Espcie Aoita-cavalo Louro-vermelho Amap-doce Macacaba* Amarelo / Garapa Maaranduba Amescla Mandioqueira* Andiroba Mogno Angelim-pedra Morotot Copaba Muiracatiara Cuiarana / Mirindiba* Munguba-gr-terra-firme Cumar* Murur Faeira Pequiarana Fava-arara tucupi Quaruba-rosa Faveira-de-folha-fina Tanibuca Freij-verdadeiro Tatajuba Grumixava Tauari-amarelo Ip Tauari-branco Itaba-amarela Tauari-rosa Jatob Taxi-preto-folha-grande* Jequitib-cedro Ucuba-da-terra-firme Obs.: Os asteriscos referem-se a madeiras que foram ressalvas. Madeiras para percusso: baterias, conga e bongs A Tabela 11 apresenta as espcies selecionadas para os instrumentos. Tabela 11. Espcies selecionadas para percusso. Percusso - Baterias, Conga e Bongs Espcie Amap-doce Maaranduba Amescla Marup Andiroba Mogno Cedro Munguba-gr-terra-firme Fava-arara-tucupi Tatajuba Faveira-de-folha-fina Tauari-amarelo Jatob Taxi-preto-folha-grande Urucu-da-mata Madeiras para baquetas Ao se comparar as espcies selecionadas com o hickory, duas espcies ficariam de fora da seleo, a copaba e o murur. Entretanto as mesmas entraram por possuir valores de resistncia ao impacto bem prximo ao do hickory e tambm excelentes caractersticas de trabalhabilidade. A Tabela 12 apresenta as madeiras selecionadas para o uso em baquetas, bem como as propriedades necessrias para o instrumento. 24
Tabela 12. Madeiras selecionadas para baquetas e suas principais caractersticas. Espcie Copaba* Itaba-amarela Envira preta Jacarand Gombeira Maaranduba Grumixava Muiracatiara Ip Murur* Obs.: Os asteriscos referem-se a madeiras que foram ressalvas.
CONCLUSO
As espcies estudadas apresentaram excelentes resultados acsticos quando comparadas com espcies tradicionalmente conhecidas. Foi possvel observar que ocorrem variaes acsticas dentro de uma mesma espcie proveniente de regies diferentes, como no caso das espcies amarelo/garapa, andiroba e muiracatiara. O decaimento logartmico foi a caracterstica que mais variou dentro de uma mesma espcie. Esse resultado pode ter ocorrido devido a diferenas de posio de corte das tbuas e at mesmo devido a caractersticas fenotpicas de cada indivduo. Os resultados obtidos mostram que as espcies nativas amaznicas selecionadas so potencialmente aptas para a fabricao de instrumentos de qualidade. Entretanto, para uma melhor elucidao dos resultados necessrio fabricao de instrumentos acabados com diversas combinaes possveis de espcies por partes dos instrumentos, e tambm testes prticos com msicos e profissionais da rea. Deve-se ressaltar ainda que esta seleo no um critrio definitivo para a escolha de uma espcie para a fabricao do instrumento, e sim, um indicativo de sua potencialidade. Com a visita feita 21 Feira Internacional da Msica Expomusic foi possvel observar que j existe uma predisposio dos fabricantes de instrumentos musicais procura de madeiras alternativas. Muitas empresas afirmam ter obtidos instrumentos de excelente qualidade utilizando madeiras amaznicas. Entretanto, a indisponibilidade dessas madeiras no mercado dificulta a produo de instrumentos, uma vez que as serrarias no dispem de volume suficiente para atender a demanda das empresas.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Aoita-cavalo Amap Amap doce Amarelo / Garapa Amescla Anani Andiroba Andiroba Angelim-pedra Cedrinho Cedro Cerejeira Copaba Cuiarana / Mirindiba Cumar Envira preta Faeira Fava-amargosa
no no no no
faixas radiais largas e contrastadas aspecto fibroso devido contraste revessa grossa parnquima e fibras CARACTERSTICAS GERAIS E ANATMICAS GR direita a cruzada TEXTURA mdia FIGURA RADIAL linhas vasculares destacadas
BRILHO ausente
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Faveira-de-folha-fina Freij verdadeiro Gombeira Grumixava Guariba/ Oiticica amarela Ip Itaba-amarela Jacarand Jatob Jequitib-cedro (35) Louro-vermelho Macacaba Maaranduba Mandioqueira Marup Mogno Morotot Muiracatiara
cruzada irregular direita a revessa direita direita a ondulada cruzada revessa direita ondulada direita cruzada direita direita a cruzada direita a ondulada direita oblquoa direita direita a irregular direita
mdia mdia fina fina mdia fina mdia mdia a fina mdia mdia mdia fina fina grossa mdia mdia mdia
linhas longitudinais causadas pelos anis faixas longitudinais causadas pelos anis ausente ausente faixas longitudinais irregulares causadas pela gr ausente faixas longitudinais causadas pelos anis, gr, destaque das linhas vasculares aspecto fibroso devido contraste parnquima e fibras, destaque das linhas vasculares linhas longitudinais causadas pelos anis linhas longitudinais causadas pelos anis ausente linhas longitudinais causadas pelos anis pouco destacada causada pelas linhas vasculares aspecto fibroso devido contraste parnquima e fibras, destaque das linhas vasculares pouco destacada, causada pelas linhas vasculares e contraste de raios ausente
macia macia dura macia moderadament e dura dura moderadament e dura dura dura moderadament e dura macia macia dura dura macia moderadament e dura macia dura RESISTNCIA AO CORTE MANUAL dura macia dura macia sim, cristais sim (cristais) no sim, cristais sim, cristais
sim, slica
distintos pouco distintos indistintos pouco distintos indistintos pouco distintos indistintos distintos indistintos distintos DISTINO CERNE E ALBURNO distintos indistintos distintos indistintos
marrom-avermelhado rseo-acastanhado marrom-amareloplido marrom plido marrom-vermelho escuro bege-amarelado claro branco-amarelado marrom-avermelhado branca vermelho-amarelado
moderado moderado fraco forte ausente ausente moderado acentuad o moderado ausente
raios contrastados linhas longitudinais causadas ondulada mdia pelos anis CARACTERSTICAS GERAIS E ANATMICAS GR ondulada direita a cruzada direita direita TEXTURA mdia mdia mdia mdia FIGURA RADIAL linhas longitudinais causadas pelos anis linhas longitudinais causadas pelos anis faixas longitudinais de cores disitntas ausente
29
Pequiarana Quaruba-rosa Tanibuca Tatajuba Tauari-amarelo Tauari-branco Tauari-rosa Taxi preto folha grande Ucuba-da-terrafirme Urucu da mata
indistintos pouco distintos pouco distintos distintos indistintos indistintos indistintos indistintos indistintos indistintos
ausente ausente
mdia mdia mdia mdia mdia mdia mdia mdia mdia a fina mdia
moderado acentuad entrecruzada o ausente fraco fraco acentuad o direita direita direita cruzada direita direita
pouco destacada causada pelas linhas vasculares linhas longitudinais causadas pelos anis ausente linhas vasculares destacadas linhas longitudinais causadas pelos anis ausente linhas longitudinais causadas pelos anis linhas longitudinais causadas pelos anis raios destacados linhas longitudinais causadas pelos anis
sim, cristais no
dura macia
Fonte: Banco de dados LPF / IBAMA (http://www.ibama.gov.br/lpf/madeira); IBDF (1981); IBDF (1988); IBAMA (1997); MANIERI & CHIMELO (1989).
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ANEXO II Grficos de correlao entre propriedades fsicas, mecnicas e acsticas. Freqncia (Hz)
210 200 190 180 170 160 150 140 ,3 ,4 ,5 ,6 ,7 ,8 ,9 1,0 Observed Linear Logarithmic Quadratic
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Figura 2. Grfico de correlao entre velocidade de propagao sonora e massa especfica. Continuao ANEXO II. Decamento logartmico (DL) ,04
,03
,02
,01 ,3
,4
,5
,6
,7
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