Inteligência Sexual (Martin Portner, Editora Gente, 1999)
Inteligência Sexual (Martin Portner, Editora Gente, 1999)
Inteligência Sexual (Martin Portner, Editora Gente, 1999)
Martin R. Prtner
contato@martinportner.com.br
Introduo 1. Engano virtual 2. Quando o prazer remdio para a angstia 3. Ruim com alas, pior sem elas 4. Emoes precisam de palavras 5. O maior aliado do homem a amgdala cerebral 6. Cuidado, pntano de lembranas frente! 7. O orgasmo consome mais do que s a excitao 8. A construo da pirmide sexual 9. O Viagra natural do empreendedor bem sucedido X. Performance sexual e carreira Notas
Introduo
Inteligncia que a Sexual foi escrito com dois pela ser
objetivos em mente. O primeiro demonstrar sexualidade Qualquer para pessoa mais pode influenciada pessoa ou ser pode para inteligncia. inteligente, qualquer
menos,
dependendo de vrios fatores. Da mesma forma, sexualmente inteligente, o que por sua vez depende de foras dispostas mais perto ou mais longe de sua vontade. muito arraigada a impresso que a
sexualidade inata e que pouco h para se fazer durante o amadurecimento a no ser aprender a transar. Passam-se os anos e vem os problemas em geral na parte adulta da vida, tornando pequenas as salas de espera dos especialistas em conserto sexual. Nessa hora quer-se informao boa informao, mas a maior parte dos livros sobre o assunto dedica-se ao b-
a-b da sexualidade ou s diferentes maneiras de fazer sexo. Esse livro no pretende ensinar como se comportam os rgos sexuais ou como se deve fazer para melhor empreg-los. Questes complexas, como a identidade sexual e seus desvios, foram deliberadamente deixadas de lado. Abordar a sexualidade como algo que pode fatigar normalmente cedo ou tarde na vida j me pareceu Decidi empreitada manter-me suficientemente longe da difcil. de armadilha
pretender tornar uma coisa inteligente se ela no est preparada para funcionar com os requisitos debruar-me essenciais. sobre o Escolhi, que portanto, ser significa
sexualmente inteligente, quais as vantagens de s-lo e como possvel empregar a inteligncia para melhorar o desempenho sexual na fase madura da vida. Esses tpicos so esmiuados nos primeiros seis captulos. A segunda questo a relao entre trabalho e sexualidade. Mais especificamente, sobre como
o sujeito encara o seu trabalho ou profisso, e a influncia que isso tem sobre sua performance sexual. E, tambm, o efeito contrrio: a imensa diferena na produtividade quando se trabalha estando sexualmente feliz. Meu ponto de partida foi desconfiar da ligao entre sexo e trabalho da forma como ela freqentemente nos negcios. veiculada Mais de pela uma mdia, vez que insiste em atribuir a falncia sexual ao insucesso encontrei ncoras de telejornais sublinhando que pocas de vacas magras rondavam a virilidade dos homens de negcios. Mas que tal aventurarmonos pelo lado contrrio? Sustentarei ao longo desse livro que ou por para uma performance pode a idias sexual ser boas a e energia insuficiente responsvel necessria inadequada enfraquecer empreender
consistentes. Essa forma alternativa e arrojada de encarar o problema, ancorada em conceitos atuais do funcionamento do crebro e da mente
do homem, o eixo dos quatro captulos finais do livro. Qualquer tema em conexo com a sexualidade empolgante. Nada melhor do que ler ou falar sobre sexo. Inteligncia Sexual, entretanto, tem a misso de mergulhar na trama fsica do crebro para mostrar como os neurnios do sexo e da inteligncia se entrelaam. Essa necessidade involuntariamente resseca o tema. Procurei circund-lo criando um estilo prprio para a apresentao. Dessa forma, trechos que descrevem certas preciosidades do funcionamento cerebral o que compele ao uso de alguns termos provenientes da esfera das cincias, necessrio sexualidade cujo emprego final capaz do de cada vez mais esto o nesse milnio
entremeados com exemplos prticos de como a influenciar comportamento das pessoas. A maior ou menor assimilao dos assuntos expostos baseia-se fortemente em tolerar essa alternncia. Por isso, a leitura de Inteligncia Sexual no deve ser do
tipo quando se l algo para anotar observaes; deve ser do tipo quando se l algo para ver que espcie de pensamentos ou reflexes brotam de quem resolve embrenhar-se no tema. Ao leitor, recomendo pacincia. Se algo no parecer claro no primeiro momento, siga adiante. Deixe o detalhe pelo conjunto. Leia devagar, sem perder o ritmo. O melhor teste para ver se determinado conjunto ficou claro ver se o ttulo adquiriu outra perspectiva ao termin-lo. Evite comear pelo meio; os captulos precedentes foram encadeados com os que se seguem para permitir entender como a mente humana, nos recnditos do crebro, afeta o desempenho sexual. H mais coisas ligando sexo e trabalho do que se supunha. Quem descobri-las pode ser recompensado com uma vida sexual prazerosa, empreendimentos frteis, felicidade famlia. Uma palavra final aos executivos, no casamento e prosperidade na
para quem em boa parte esse livro foi escrito. H muito mais em business do que qualidade total e reengenharia. Tom Peters, em visita ao Brasil, disse, em bom tom, que o problema no tirar novas idias da cabea; o problema tirar as velhas. Eu tambm acho. A questo , como fazer isso? Uma vez que determinadas idias ou atitudes encontram endereo nas clulas da memria, elas no tm como de l ser extradas. Ou tem? Inteligncia Sexual oferece uma resposta a essa pergunta. Boa leitura! Martin R. Prtner fevereiro de 1999
1 ENGANO VIRTUAL
Inteligncia Sexual um livro que trata de trs qualidades. Da sexualidade, que todos possumos; da inteligncia, que em geral pensamos ter; e da inteligncia sexual, que poucos sabem que temos. Parece difcil ligar a sexualidade inteligncia primeira vista, mas muita coisa pode parecer difcil na aparncia. Ao contemplarmos uma bela escultura logo pensamos na dificuldade exigida para esculpi-la; por outro lado, se imaginarmos que tudo o que necessrio ter o bloco e dele retirar o que est sobrando, fica mais fcil assimilar o produto final. Quando a mente economiza o espao do espanto, sobra mais para apreciar a obra. Eu no tinha sequer ouvido falar de
inteligncia sexual
at o inverno de 1997,
quando encontrei, meio por acaso, o doutor Porto Walther. Estvamos em um congresso sobre qualidade de vida e ambos tnhamos funes como palestrantes em mesas-redondas distintas. Pouco sabamos um do outro, o que no evitou que em um dos intervalos nos sentssemos para um caf. O que voc acha da inteligncia sexual?, ele perguntou. Inteligncia sexual? As palavras, juntas, soaram estranhas. Mas o tema retornaria com tanto vigor nas conversas que mantivemos nos dias seguintes que eu me espantaria de no ter pensado nele antes. Freqentvamos as salas de reunies e, depois, o caf do centro de convenes. Durante esse perodo pensamos, perguntamos, respondemos, debatemos e argumentamos sobre a inteligncia sexual. Embora Porto Walther tivesse idias absolutamente genunas sobre esse tema, ele no as havia expressado em nenhuma outra oportunidade. Eu, de minha parte, encontrava
no tema uma inexplicvel familiaridade, o que muito me ajudou para compreender o extenso poder da inteligncia sexual sobre a vida dos homens. Semanas mais tarde, quando um sorriso de satisfao chegara para desenrugar minhas sobrancelhas meditativas, eu sabia que era chegada a hora do texto ir para o papel. No seria tarefa das mais fceis no por falta de material, havia de o suficiente, em mas pela necessidade convert-lo informaes
simples, de modo que o problema pudesse ser compreendido no mesmo compasso em que era explicado. Uma coisa dizer que algum hipertenso, outra dizer "sabe, o Lcio, ele est com a presso alta". Da primeira para a segunda, a informao foi a um s tempo simplificada menos tcnica e enriquecida, porque ficou mais pessoal. O problema maior para quem decide explorar esse livro ser compreender como pode a sexualidade afinal um atributo inato do ser
humano com
ser
entendida est
pelo
prisma desde
da o
inteligncia. A sexualidade de todos ns opera autonomia, presente nascimento e, na hora apropriada, aflora sem que seja preciso pensar a respeito. O que seria, pois, uma sexualidade inteligente? Esperteza de performance, conhecimentos sobre anatomia, interpretaes intrincadas de comportamento? Nenhuma dessas, para comeo de conversa. Mas teremos que prosseguir por partes. No homem, aliana sexualidade reside na e inteligncia, embora dois autnomas, esto entrelaadas. O segredo dessa comunicao entre gigantes cerebrais: o setor que manipula as informaes (inteligncia) de um lado e zonas que operam o desejo (sexualidade) do outro. Por ocasio do trmino de nosso amadurecimento pessoal, a gentica empurra e o aprendizado d o acabamento de uma estreita ponte de clulas especializadas que tem por misso operar a comunicao entre essas reas.
Contudo, no se nasce com essa ponte; h quem a tem, h quem no. V l, podemos dizer que seus alicerces so inatos, mas o vo precisa ser assentado. Quem no tiver desenvolvido uma sexualidade inteligente de forma natural precisar empenhar-se em model-la, tarefa moderadamente difcil para alguns, herclea para outros e literalmente intransponvel para muitos. verdade que pode haver sexo sem
inteligncia, e que algum inteligente pode prescindir de sexo. Est tudo bem at a, mas no disso que estamos tratando. Trata-se do fato que s pessoas sexualmente inteligentes dada a possibilidade de uma vida sexual do espontaneamente prorrogada para alm
tempo normal assegurado por natureza. Alguns tero que contentar-se com a carga original da bateria biolgica: quando acabar, acabou. Por diferentes razes, homens e mulheres expostos a um conjunto insuficiente de estmulos ao longo do amadurecimento no
tero como aperfeioar a sexualidade alm de um funcionamento bsico. como algum que aprendeu a ler mas, por no ter-se dado ao hbito da leitura, no tem como compreender a linguagem sutil de uma metfora. H um tempo ocorre, na em vida, que quando ela pode essa ser
insuficincia
revertida, mas isso nem sempre possvel. Somente quando a sexualidade assentada sobre base inteligente pode formar-se, mais adiante, uma espcie de bomba de irrigao que fertiliza o solo de reas cerebrais insuspeitas de possurem relao com a sexualidade. Na poca apropriada, surgiro caractersticas marcantes em qualidades pessoais como criatividade, vereda dos ambio, comportamento, mpeto e pertincia,
julgamento. E, para aqueles que seguirem pela empreendimentos, transparecer, como veremos, elementos diferenciadores que selecionaro os empreendedores de sucesso. H, sobre todas as outras, uma vantagem primordial conferida quem construiu e
habituou-se
usufruir
de
boa
inteligncia
sexual: a possibilidade de entregar-se ao ato sexual repetidas vezes sem que seja necessrio ater-se performance. No ater-se performance no se iluda, essa descrio
simplista exige sexualidade construda sobre base slida e larga, ao mesmo tempo a senha para uma relao sexual bem sucedida e a recompensa para quem bem dotado de boa inteligncia sexual. Voltil, a inteligncia sexual no algo que pode ser agarrado, adquirido por conhecimento, tampouco polido pela experincia bruta; mas quando possuda, qualidade que vale ouro para o resto da vida. Alm de equilibrar o comportamento, azeitar a comunicao pessoal, manter a harmonia da economia corporal e garantir sade e longevidade, propicia, como exploraremos, o andaime a partir do qual o homem poder desenvolver vrios andares de empreendimentos bem sucedidos.
O assentamento da sexualidade, ao trmino da adolescncia, organizado por um conjunto de hormnios glandulares e cerebrais. Ao final do crescimento do corpo, as glndulas sexuais sinalizam hora. No ao h relgio biolgico que o amadurecimento dos rgos sexuais alcanou a verdadeiramente nenhuma garantia que a sexualidade prosseguir sendo aprimorada depois dessa fase; essa garantia depende de alianas especiais desenvolvidas na intimidade polimento dessas do das crebro relaes vem da durante parceria anos entre de Uma o interpessoais.
alianas
planejamento de aes futuras e o repertrio de experincias passadas. Esse mecanismo cerebral no surge da noite para o dia. Vem aos poucos, funcionando no varejo, embrulhado nas pequenas coisas do diaa-dia e assemelhando-se a pequenos pacotes em que o contedo planejado mas o embrulho pode ser inesperado.
Ao examinarmos como isso funciona veremos que o segredo de ser sexualmente inteligente consiste em possuir determinados apetrechos dentro do que me acostumei a chamar de uma caixa de neuroferramentas. Essas, uma vez usadas, possibilitam vida sexual prazerosa, prolongada e recompensadora. H quem desdenhe o destino do desempenho sexual na poca em que ele est em alta. A tendncia pensar que, uma vez funcionando bem, no h com o que se preocupar. No verdade. Consultrios de especialistas esto cheios de homens que fariam qualquer coisa para reconquistar o desempenho sexual perdido, e que h no muito tempo estava em seu apogeu! No muito difcil perceber como homens e mulheres sexualmente desinteligentes acabam compelidos a procurar por uma forma de inteligncia sexual fora deles. No h exemplo melhor desse comportamento no final do milnio seno a corrida em busca de excitao sexual na
Internet, onde navegadores sexuais exploram a rede para encontrar o que intuem existir em algum lugar. O que procuram existe, mas isso precisa estar dentro deles mesmos. Ou ento no existe. No h meio termo. A inteligncia sexual mas pode ser agradavelmente desfrutada, dar muito, muito trabalho para pode
descobrir se em determinada pessoa ela est ativamente presente, ou se existe em estado latente, adormecido. Sexo na Internet qualquer coisa como deliciar uma pizza virtual: a inundao dos sensores de cheiro, gosto e viso substituda por imagens. vida Em qualquer forma um a de ns, a do intermitente porm constante excitao desses sensores afora biblioteca paladar e do olfato, sem o que somos ignorantes de cheiro e de gosto. O encadeamento entre sentir o gosto e o mastigar, a ateno dada em tempo real a cada bocado, a busca de uma boa conversa ou a essa deliciosa seduo que acompanham experincia fisicamente
prazerosa so substitudas por uma excitao originada na curiosidade da imagem que est para ser desvendada. A excitao visual gera um tipo de prazer que culmina com a satisfao de ver saciada uma expectativa pr-formada. Mas tudo ocorre dentro da mais perfeita imobilidade: qualquer interao ter que se dar exclusivamente atravs dos movimentos que comandam o teclado e o mouse! Do ponto de vista da riqueza interna existente em cada um de ns, a imobilidade no leva a nada porque o produto interno bruto das experincias individuais exteriorizado atravs de um matiz que d colorido a aes concretas. A finalidade dessa colorao estabelecer uma comunicao paralela com o que est sendo dito ou demonstrado. por isso que, em maior ou menor profundidade, todos compreendemos o que est subentendido nas aes ou nas palavras dos outros, alm do planejadamente dito ou demonstrado. No se pode perceber sarcasmo simplesmente pelo conjunto de
palavras em uma frase; elas precisam ser ditas com determinada entonao e, alm disso, necessrio estabelecer um sutil porm profundo contato visual com quem as diz. preciso observar a face e os gestos de quem fala ou faz alguma coisa. No caso da experincia virtual, no existe essa impregnao: ela solitria. Dela, o que fica so as caractersticas das imagens e o teor das informaes. A memria no resulta enriquecida por um matiz vivencial que possa depois ser usado para impregnar aes futuras. No havendo interao nem impregnao, o crebro no poder registr-la como experincia. Tudo o que sobra so bits de informao. Desta forma, a terceirizao da sexualidade pela comunicao virtual leva a resultados decepcionantes porque impede o acoplamento entre os mecanismos sexuais, as idias que levam ao planejamento futuro e o repertrio das experincias anteriores.
Cezar era um rapago de vinte e quatro anos que costumava navegar diariamente pelas salas de chat da Internet. Numa dessas vezes, ocorreu de chatear com uma certa Elaine. Conheceramse trocando linhas descompromissadas sobre pequenas bobagens ("ento, o que ests fazendo hoje?", "no sei, ainda no comecei a pensar . . ."). Depois de uns dias, trocavam-se e-mails, e as palavras soltas do chat foram se transformando em pequenas fotografias daquilo que cada um gostava ou do que no gostava. A cada dia, Cezar falava mais de dentro da alma, dava mais seriedade aos curtos textos que iam e vinham. Passara a valorizar pequenas coisas escritas por Elaine, lia nas entrelinhas. Imaginava, a partir de detalhes, como ela seria na vida real, e em pouco tempo nada mais lhe era to importante seno pensar nela. Um dia, apresentou explicitamente seu desejo: gostaria de conhec-la. Que tal encontrarem-se na feira de informtica? Elaine aquiescera. Fez questo que o encontro fosse no estande da Priscus Info, numa das pontas do pavilho C.
J passava mais de duas horas do horrio marcado para o encontro quando Cezar perguntou para aquela senhora atendendo as pessoas que transitavam pelo interior da Priscus se nenhuma moa havia chegado ali e esperado por ele. Dissera que ela se chamava Elaine, tinham se conhecido pela Internet e haviam marcado um encontro ali, nessa hora. Muito prazer Cezar, eu sou Elaine. Ficaram bons amigos, trocavam e-mails com freqncia, mas Cezar nunca se esquecera do espanto sofrido na feira.
Nas
etapas
finais
do
aprimoramento
da
comunicao interpessoal de todos ns, nasce formalmente o desejo da conquista. Esse desejo, primeiro em preto-e-branco, vai se transformando para focalizar-se sobre a pessoa que passa a ser gostada, desejada ou amada. Os recursos de comunicao de que dispomos para alcanar as intenes do desejo so
essencialmente processos cerebrais, mas eles esto sob a forte influncia das substncias qumicas mas ou hormonais devido a produzidas outras, pelo a organismo. Em parte devido a essa influncia tambm como aprendizagem dentro da famlia, a da escola e a que vem pela longa e contnua exposio mdia, aparelho sexual. o de Como objetivo final desse ser de aprimorado o encontro todas as comunicao
conseqncia
nuances, expectativas e recursos disponveis em cada um, o encontro sexual equilibra-se em uma corda amarrada em dois pilares: a antecipao do sucesso e o risco do fracasso. O sucesso da experincia embutida no
encontro sexual depende desses pilares. Se bem sucedida, a experincia confere dose extra de excitao e, de presente, gera segurana; se fracassada, haver decepo. A decepo, em seu turno, poder no conduzir caso de depresso, experincias especialmente
motriz que sacudir as etapas vindouras, nunca se sabe. Mas tudo isso precisa ser real. Na condio virtual no h incerteza; h a certeza fincada no anonimato, sem risco de perder, nem o que comemorar. O eventual sucesso ser, de qualquer forma, sempre virtual. Para comeo de conversa, ento, inteligncia sexual uma qualidade que resulta do uso de certas ferramentas em tempo real. Precisamos, portanto, dar uma boa olhada nessa caixa e examinar o que exatamente ela contm.
Porto Walther, ou Pev como passei a chamlo, desses mdicos com um p na cincia e outro no cho da vida. Adora falar sobre coisas ligadas ao funcionamento do crebro e da mente, sempre buscando a forma mais simples de explicar coisas complexas e dando significado mais claro aos palavres do jargo mediqus. Pev afirma que a sexualidade envelhece. No a ns, diz, mas a ela prpria. Participando de mesas-redondas sobre uma vez discordara sexual imortalidade sexualidade, mais de sobre a ingnua pelos defendida
otimistlogos de planto que dizem que sexo no tem idade. Enunciara certa vez:
Sexualidade pode no envelhecer, mas o desempenho sexual envelhece. Pode perdurar, com o avanar da idade, desde que sejam mantidos desobstrudos os labirintos pelos quais o desejo enviado aos mensageiros das aes sexuais e por onde os estmulos trafegam de volta, abastecendo-nos de boas sensaes. O problema que isso requer um contnuo e eficiente mecanismo de retirada de calia sexual depositada com o passar dos anos. E esse mecanismo precisa ser aprendido, pois no est includo na cesta bsica de garantias conferidas no nascimento. Mark Twain dissera que a mulher
sexualmente competente dos sete anos ao final da vida. O Impotence Institute of America confirma esse pensamento intuitivo com dados estatsticos. O IIA informa que, alm de as mulheres norte-americanas estarem satisfeitas com sua vida sexual, elas esperam poder prolong-la at os 75 anos de vida. O problema, arremata o Instituto, que essa expectativa no
ser correspondida pelos homens, de vez que aos 70 anos de idade 50% deles estaro impotentes! Citando eminente pesquisador do The New York Hospital-Cornell rapidamente Medical aps os Center, o IIA dos informa que a capacidade sexual do homem declina meados cinqenta anos, e alcana a metade dos homens em seus 70. O Male Sexual Dysfunction Institute de Chicago confirma que entre 10 e 20 milhes de homens norte-americanos apresentaro desempenho sexual deteriorado neste final de milnio, embora o prestigioso British Medical Journal tenha estimado esse nmero em 30 milhes! Das histrias que recordo ter ouvido em minha prtica clnica, afirma Pev, poucas vezes ouvi falar em genuno declnio do desejo ou da capacidade para o ato sexual em mulheres de cinqenta ou mais anos. Quando isso acontece, em geral h uma razo por trs. Pode ocorrer por adoecimento, o que retira a vontade de
entregar-se
sexualmente.
Algumas
tiveram
formao muito rgida e repressora, e julgam que seu tempo j passou no acham certo pensar nessas coisas em sua idade. Outra causa freqente que o declnio sexual acompanhe o do marido, achando que no seria justo dele exigir o que ele no pode lhe dar. Tampouco permite-se sonhar com outro homem; ama seu marido, de entre impotente qualquer esses ou um, fatores, no. ou Em da deixa conseqncia combinao
esmorecer seu desejo sexual. Completa Pev: definidamente muito raro, no havendo causa subjacente, encontrar-se mulher de meiaidade para mais com o desejo sexual apagado. Trabalhando fora ou sendo dona-de-casa,
tendo criado seus filhos, apegada ao marido ou no, raramente uma mulher perde a chama sexual. Longe disso; cuida para permanecer atraente, fica atenta ao corpo, conserva o olhar
indagador e um sorriso pronto por detrs das eventuais rugas e, acima de tudo, mantm as palavras temperadas por tonalidades que deixam entrever a presena de vida. J o contrrio no verdadeiro. freqente encontrar homens que afirmam mesmo, amar mas suas que pela que mulheres, no razo torna que isso desejando-as am-las falha a amar lhes sua conseguem
sexualmente engrenagem
possvel:
excitadamente,
materializando
excitao
pelo tempo suficiente para que ela compartilhe plenamente da relao. Nessa idade muitas mulheres experimentam a relao sexual com mais sabor. Sua performance mais cheia, ou mais solta. H nelas maior predisposio em apreciar o que antes no era facilitado. vivo, Mulheres de mais idade, vivas ou flor da pele. Basta lhes ver que o as vivendo separadas do marido, tm um desejo aproveitamento das regras sociais,
indesejados e reala os dotes do olhar e falar, os adornos que as enfeitam, o charme da linguagem de timbre umedecido, o olhar curioso e penetrante, e o sorriso abundante por qualquer coisa minimamente engraada. Contudo, o desempenho sexual envelhece e, por motivos ainda no bem esclarecidos, de forma mais explcita no homem do que na mulher. Como em todas as partes do organismo, esse envelhecimento em de certa pode medida, ser detido, mas da Essas somente presena dependendo
condies
favorveis.
condies so genricas, das quais todos j ouvimos falar (boa alimentao, caminhadas, uma vida longe do estresse), mas h aquelas especificamente ligadas ao desempenho sexual. Dessas, pouco se ouve falar. Quem sobre isso sabe, parece deter um monoplio. Nas rodas de homens aposentados ouve-se vez por outra que fulano, mesmo aos setenta, ainda d conta uma vez por semana! So feitos comentados como raros, que acontecem com
alguns poucos privilegiados. Homens de idade, quando juntos, freqentemente falam sobre isso na forma de brincadeiras, ou de piadas picantes. Muitos acrescentam, de um jeito para deixar mostra uma vida alegadamente saciada nos prazeres da sexualidade, que h muito no tm apetite nem relao sexual. Outros, com olhar derrotado, afirmam no ter chegado l ainda, como se essa parte da vida devesse t-los alcanado mais cedo, poupando-os do sofrimento do declnio! Alguns poucos, poucos mesmo, afirmam amar suas mulheres, e estes parecem estranhos no grupo. No por acaso que o homem que ama sua mulher afetiva e sexualmente raramente embora encontrado nesse grupo. Em geral, homens sexualmente qualidades menos inteligentes tenham boa interao social e outras tantas preferem interagir em grupos. O homem com melhor performance sexual mais afetivo, apega-se famlia e cria dentro dela seu crculo de confidncia. Sente-se hominizado,
chefe de sua pequena tribo por assim dizer, mas no se sente compelido a compartilhar esse status com quem imagina ser, tanto quanto ele, chefes de outras pequenas tribos. Sexo inteligente compartilhado com a
Seu Arnaldo, dono da banca de revistas na praa da Estao, costumava sentar-se com o cotovelo para fora da janela em seu lugar atopetado de revistas e jornais. Dali fitava o pequeno grupo de homens aglomerados em torno do velho banco desbotado pelos aposentados do local. Suspirava e pensava no motivo pelo qual seu cunhado Estevo fazia tanta questo em divertir os demais com seu infortnio. J ouvira antes a descrio do buqu de flores do campo semanalmente reposto na pequena sala do apartamento onde ocasionalmente ele e sua mulher se deliciavam com uma boa garrafa do Dal Pizol. Viam a novela
para,
depois,
com
poucas
palavras,
encontrarem-se no pequeno chuveiro ao lado do quarto. O clima era suavemente picante e todos suspiravam pequenos Estevo. O problema, dizia o Estevo para os amigos, que depois, na cama, o barulho da televiso dos vizinhos to insuportvel que no h quem agente! Demonstrava aos colegas de claque, na praa, em gestos, como sua virilidade despencava da firmeza do antebrao rgido para o punho flcido. Sua risada confundia-se com a dos outros, como se isso aplacasse o sofrimento do ver-se impotente. J Estevo por mais de uma vez pegara o cunhado Arnaldo no telefone convidando a mulher para uma cerveja no final do expediente. Arnaldo deleitava-se com a possibilidade de, no caminho de casa, passar pelo motel do grande e ao ouvir a parte em que os ainda firmes seios de Laura
carvalho, e convid-la para passar umas horas com ele na cama. Dizia vislumbrar a pequena calcinha branca escondida entre as coxas alvas, sem poder deixar de sentir a excitao lhe contrair os msculos das pernas. Estevo desprezava essa atitude; dizia que Arnaldo era um sem-vergonha, no se importava com nada, s pensava em transar. Ele e Laura tinham tanto tempo de casados que aqueles detalhes, os barulhos, atrapalhavam, no tinha jeito!
Sexo pode ser caminhar por uma alameda de rvores frondosas, mas pode incluir armadilhas deixadas pelo cho; essas fazem com que eventos no-sexuais sejam atrados para a rede sexual. Alguns homens so capazes de ouvir ou captar detalhes durante a relao sexual que nunca so percebidos pela parceira nem por outros homens na mesma situao. Uma vez instalado esse padro de ateno, no h remdio, dissera Pev. Cria-se um curtocircuito, uma espcie de ala entre
agrupamentos distintos de clulas cerebrais, uma ligao entre duas coisas que deveriam operar de forma independente. A intromisso dessa ala de contato a cada vez que o crebro desloca uma quantidade de energia para relembrar uma sensao j experimentada faz com que uma frao seja desviada na direo da zona encarregada de monitorar as condies externas. No decurso da experincia, essa frao desviada far falta e impedir a passagem do prestar ateno ao redor para o prazer propriamente dito. Prossegue: dessa forma que estmulos no-sexuais so trazidos ateno. Os sistemas de anlise que monitoram o que est ocorrendo ao redor devem, em determinado momento, ser abafados, do contrrio as sensaes internas no tero como ser plenamente percebidas. Como os sensores corporais (de viso, tato, posio corporal, cheiro etc) no podem
simplesmente ser desligados, o crebro que tem de controlar o fluxo da ateno para este ou aquele evento. Mas para que o estado de abafamento das coisas no-sexuais na hora do encontro sexual funcione, deixando a ateno livre para estmulos prazerosos, um curtocircuito ou atalho entre esses dois sistemas nunca dever ter sido desenvolvido. Uma vez tendo sido, seja por que razo, estar automaticamente operante, permitindo fuga de energia pela ala. A existncia dessas alas cerebrais implica, quase sempre, no predomnio do pensamento. O pensamento, apesar de todas as suas vantagens, fator pernicioso nessa hora, impedindo ou dificultando a ligao entre os mecanismos de consulta memria e o repertrio de experincias vividas. Esse repertrio consiste das lembranas e das sensaes originalmente atreladas a elas. Quanto maior o nmero de alas, maior o nmero de processos de pensamento trabalhando contra as lembranas.
O pensamento portanto tem notria capacidade de Faz esmorecer com a energia quando aes do cotidiano procuram coisas similares do passado. que sensaes anos cuidadosamente de existncia arquivadas durante
permaneam inacessveis de serem relembradas e reutilizadas. E como ter uma conta bancria com muito dinheiro e esquecer a senha para acess-la. A possibilidade de deixar com que eventos aparentemente inexpressivos do cotidiano possam brincar com memrias consiste, como veremos, num dos ingredientes fundamentais de uma sexualidade inteligente. Disse Porto Walther: Boa inteligncia sexual requer uma pitada de pensamento e uma caldeirada de motivao. Sexo inteligente saber aproveitar o apetite sexual quando ele surge. como deixar uma espcie de saudade sexual aparecer vez por outra.
Vejamos o exemplo da saudade. Trata-se de um sentimento cuja lembrana provoca sensao de n no peito e vontade de chorar. Muitas vezes, quem sofre uma perda levado a tentar controlar essas manifestaes. A maneira mais habitual de se fazer isso desviando o pensamento essas para o que estiver mais imediatamente volta. Com o intuito de afastar manifestaes viscerais (lacrimejar, sensao de engasgo, dor no peito), recorre-se ao expediente de afastar a imagem ou a idia que d origem a esse estado. Sufoca-se a emoo pela garra do pensamento. No futuro, no ser diferente: a cada vez que a saudade retorna, a ateno prontamente tentada a examinar o contedo do que acontece volta. Certa vez um homem de meia-idade
relatava como havia sido dura a morte do pai, descrevera Pev. Quando perguntei por que, ele esclareceu-me que morte seguiu-se enorme confuso, pois no havia como localizar o carro fnebre que trasladaria o pai para o velrio.
Essa
resposta
pode
ser
coerente,
mas
certamente no era a esperada. A morte foi dura porque provocou enorme sensao de perda. Deveria poder ser relembrada como tal, e no associada ao problema de traslado. A lembrana dessa memria compelir substituio da sensao de dor, da saudade ou a lgrima, pela ateno ao exterior. Ao final da consulta, o paciente olhara vrias vezes para o relgio, com o pensamento voltado para ir embora. Era um comportamento automtico, ele no se dava conta disso. Refletia a ala sendo posta em ao. Durante conhecida a infncia, a muito de comum o
surgimento de alas desse tipo. Uma bem tendncia determinadas pessoas reagirem com irritao fome. A fome decorre de um mecanismo utilizado pelo crebro para garantir a estocagem de energia pela ingesta de alimento. O beb, quando chora de fome e saciado pelo leite materno, registra
essa saciedade nas clulas da memria. Esse registro se d incansavelmente a cada mamada. No crebro, isso corresponde aos caminhos de um parque. Um urbanista dissera certa vez que os parques no deveriam ter seus caminhos planejados, tempo eles nem pavimentados. sido Deixa-se o parque gramado, sem caminhos, e em pouco tero traados pelos transeuntes. O parque ter trilhas em nmero e dimenses nem maior nem menor do que o necessrio. clulas, No crebro, quanto ela mais se vezes torna determinada experincia sulca uma trilha de mais facilmente rememorvel. Mas, se o sulcamento ocorrer simultaneamente com o de outro evento em curso naquele momento, a recordao de um necessariamente recordar o outro. Muitas mes uma amamentam fase de seus bebs
estado faz com que a me aninhe seu beb com ligeiramente agitam bruscos o beb Esses acionam
sensores de posicionamento do corpo no espao. Os de sensores, queda ainda imaturos, Uma vez no sabem diferenciar pequenos desequilbrios da sensao iminente. acionados, estabelecem ligao direta com o sistema de alarme, que responde ativando os msculos que estendem braos e pernas para a eventualidade de cair no cho. A sensao de saciedade, em vez de ser registrada singularmente, estocada junto com a experincia de alarme. Essa experincia secundria fica ligada original, de saciedade. A ligao entre elas tanto mais fortemente arquivada quanto maior tiver sido o nmero de experincias saciedade-alarme. Com o passar dos anos, a ala original pode ter seu padro transformado, incorporando novas formas de expresso, mas nunca posta de lado. Com oito anos de idade a criana poder reagir fome com exasperao motora, na forma de irrequietude incontrolvel. Depois, na adolescncia, aprende que a exasperao motora gera pouco em termos de resultado para
a saciedade. Nessa altura, os atos motores j passaram a ser acompanhados ou substitudos pela comunicao verbal. No adulto, busca do alimento sobrepe-se uma linguagem refinada, racional, freqentemente spera, criando atrito com quem cerca o faminto marcado pela ala entre fome e agitao. A ala nunca deixou de existir: da reao de alarme passou para a irrequietude motora e dessa para fala spera e ferina. No fundo a mesma reao de outrora, que a cada etapa da vida robustecida de mais (e mais eficientes) clulas nervosas. Adultos, com justa razo, reagem com
incredulidade quando algum com apetite tem comportamento to estranho. Pev fala do pior momento: a indeciso na busca da saciedade, por exemplo, no caminho de jantar fora: O faminto j tem, nessa hora, sugesto pronta; d a impresso de ser criativo e de ter boas idias, mas na verdade trata-se da rodagem de um script.
Quando algum resolve interpor dvida no roteiro, sugerindo quem sabe onde aquele novo restaurante, sabe, aquele que saiu no jornal na outra semana . . ?, no se trata nada menos do que o salutar expediente de procurar comer com prazer. Para muitos, o exerccio da escolha do menu a melhor parte da experincia. Mas para o faminto, a mudana do menu vem acompanhada do fatdico acrscimo de tempo para chegar saciedade. Isso dispara a velha ala de alarme, trazendo irrequietude motora e verborragia. O prazer do apetite substitudo pelo destempero verbal. No fundo, trata-se de um mecanismo que deixa o faminto impotente, incapaz de assistir saborosa ativao dos sensores gustativos, visuais e de cheiro. O alimento ingerido como remdio para a angstia. Serve primeiro a essa funo e, depois, de estocar energia. Verso desinteligente da comunicao entre o crebro e o organismo!
Quem me l agora no ser surpreendido por saber que a o desenvolvimento de uma boa inteligncia sexual ainda mais marcado pela formao de alas desse tipo. D para desconfiar. Ressalvadas as devidas propores, o amadurecimento sexual o perodo mais terrvel do assim desenvolvimento. se o que Mas ser, acontecer sim, fosse surpreendido ao saber que no seria to terrvel devesse meramente evitar as alas, mas o fato que a passagem pelas alas necessria, inevitvel e mesmo muito desejvel. Durante o desenvolvimento, deve-se
necessariamente passar pela formao de alas, afirma Pev com convico. A ala representa um pequeno animal bravio; seu adestramento o promover condio de interagir com o dono. Quando Pev pela primeira vez me dissera que homens com o comportamento marcado pela presena de alas tinham maior chance de temperar sua vida sexual com mais qualidade, me senti como que apertado por uma grande
contradio. Procurei aplacar minha angstia perguntando-lhe como se havia chegado a essa concluso aparentemente to paradoxal. Pev, naquela hora, fizera longa pausa. Ele parecia precisar fazer com eu assimilasse, da forma mais direta porm convincente possvel, que alm de poder envelhecer mais depressa do que a mulher, o homem aproveita-se menos de sua inteligncia sexual. A associao entre as duas coisas pode ser devastadora. Pev decidira por no me responder
diretamente, e sim contar a histria de dois homens que se queixavam do mesmo tipo de problema. Pediu-me que opinasse sobre o que eu pensava ser diferente entre um e outro. Relato as histrias ao meu leitor tal qual eu as ouvi.
Pev perguntara a Pedroso, de quarenta e poucos anos, o que o trouxera ali: Bem, fui ao especialista, que solicitou vrios exames. Estou aqui por causa de um deles. Fui encaminhado para sua avaliao. Muito bem. E qual a sua queixa? Percebi que nos ltimos tempos minha ereo no dura mais tanto quanto durava. Sabe, minha relao com minha mulher sempre foi muito boa, e continua sendo. Minha ereo podia durar vinte minutos ou mais, mas agora pode terminar com dez. Voc considera a rigidez do pnis dos dez minutos boa? Muito boa. Recentemente tenho ficado mais preocupado, no sei se uma coisa psicolgica,
e quando penso nisso parece que a mesmo que no funciona. Ento alm da ereo no perdurar, pode ocorrer que ela falhe? como eu disse, doutor. Minha mulher e eu temos um relacionamento muito bom, nunca tivemos problemas. Mas se eu ficar preocupado com alguma coisa, isso pode repercutir sobre minha ereo. No outro domingo, estvamos no stio e foi muito bom, consegui duas vezes. Me recordo, tambm de uma outra vez que, embora meio estranho, foi muito bom. Como foi? Ns estvamos viajando, quando houve um acidente na estrada. Nada srio, ningum se feriu, mas todos ficamos muito assustados e tensos. Decidi que ficaramos em um hotel naquela noite. Incrvel, naquela vez praticamente passamos a noite transando, sem problemas de nenhum tipo.
Pev era um especialista que possua knowhow no registro de determinadas voltagens corporais tambm (REVOC), sobre a posicionando superfcie do pequenos pnis. Era discos de metal no dorso e na palma da mo, e procedimento de rotina em todos os pacientes que vinham para esse tipo de avaliao. Esses discos estavam conectados a um equipamento de leitura eletrnica cuja funo era essencialmente a de ampliar as minsculas diferenas de corrente eltrica que um dos discos percebia em diferena resulta relao ao outro. Essa um grfico que em
desenhado por uma espcie de sismgrafo sobre uma fita de papel que se desloca lentamente, formando um trao ondulante. As ondulaes podem ser altas ou baixas, arredondadas ou pontiagudas; podem ser rarefeitas ou simplesmente inexistir. Os vinte centmetros de papel que continham os cerca de cinco minutos do REVOC de Pedroso
mostravam um trao liso, elegante, sem altos nem baixos. Veja, disse Pev algo enigmtico, o registro limpo, sem ondulaes. To estril quanto a descrio de sua queixa. Surpreso, argumentei que a descrio tinha pelo menos um ponto alto, a incluso da histria do acidente. Antes que eu pudesse fazer mais perguntas Pev continuou, agora com a histria de Maurcio.
Ento, o que lhe traz aqui? O negcio est ficando srio, doutor. Tenho falhado muitas vezes para ser uma coisa normal. Preciso compreender o que est se passando comigo, ento fui ao especialista, para me submeter a todos os exames e verificar a causa do problema. Ele me encaminhou para c. E qual esse problema?
um problema de ereo . . . e s vezes de desejo tambm. Simplesmente quando vou para a cama com minha mulher no consigo ter uma ereo ou, se a tenho, ela desanda como uma barraca de lona! E ainda por cima tenho me surpreendido com ocasies em que no tenho a menor vontade de transar. E isso nunca me acontecia antes. Ocasionalmente, tudo pode iniciar com uma ereo boa . . . Sim, mas no tenho garantia nenhuma de que ela vai persistir. Fico tenso o tempo todo. J me peguei com a ereo desandando simplesmente porque fiquei pensando se ia agentar ou no! . . . mas pode acontecer que alguma coisa ao redor o perturbe? Ah sim, tudo perturba, qualquer coisa pode me perturbar. Acho que sou . . . como se diz . . . uma espcie de sensitivo. Dia desses fomos jantar com um grupo de amigos e l estava
aquele casal com um beb, que devia ter uns dois meses de idade, estava em um moiss. L pela tantas, no sei porque cargas dgua, disse para minha mulher que aquele beb no era filho dele. Quer dizer achei, ou melhor, tinha certeza que o cavalheiro que estava ali no era o pai da criana. Toda a ateno, todos os movimentos, toda a preocupao vinham da me. Ele no podia ser o pai da criana, simplesmente no lhe dera ateno. E sabe o que mais? Depois fiquei sabendo que de fato no era, ela estava recm-separada e tinha vindo acompanhada do amigo.
Pev colocara seus culos de ler e sublinhara com o indicador toda a extenso do trao, da esquerda at a direita, demonstrando no haver sequer pequeno espao em linha reta onde no houvesse enormes deflexes para cima e para baixo. Tratava-se de dois homens cujas histrias eram de alguma forma opostas a julgar pela
seriedade
importncia
com
que
Pev
ressaltava o trao liso em um e o interrompido por altos-e-baixos no outro. Imaginava o que significavam minha parte. Hum, algumas coisas me chamaram a ateno no caso Pedroso. Sim . . . Ele minimiza a situao. Faz parecer com que se trate de uma perda de quantidade, de vinte para dez minutos . . . cinqenta porcento. Mas no faz aluso perda de qualidade da vida sexual, e at sublinha que em algumas situaes tudo vai muito bem. H uma distncia entre a aparente pequena dificuldade a que ele se refere e a energia despendida na investigao do problema. J Maurcio vai na direo oposta. Parece haver mais nfase, uma dose extra de drama naquilo que ele expe. Ele certamente est em dificuldades, mas no parece que a barraca vai cair! essas deflexes, quando me lembrei que ele aguardava uma anlise de
Voc est descrevendo a diferena com que os problemas de cada um so descritos. Pedroso tambm parece sublinhar a boa relao entre ele e sua mulher. Pode ser que seja, mas parece que ele quer enfatizar algo, trazendo respostas a perguntas que de fato no foram feitas . . . Um esforo na direo de fazer a coisa parecer de um certo jeito. . . Por outro lado, no me pareceu artificial a descrio do acidente, do susto e da forma surpreendente com que apesar de tudo ele foi capaz de ter uma relao sexual normal. Aqui temos uma aparente contradio a desfazer, mas o entendimento dessa situao requer conhecimento sobre os traos do REVOC. Os traados de que estamos falando so produto de uma mudana no estado de igualdade eltrica entre os sensores colocados sobre a pele. Medese a diferena de voltagem que ocorre debaixo de um dos discos em relao ao outro. Se h
diferena, digamos de um milsimo de milivolt, a pena deflete o trao para cima ou para baixo, dependendo da direo do deslocamento da diferena. Quando uma onda de diferena vem na direo do disco, o trao vai para cima e, quando se afasta, para baixo. Quanto maior a diferena, maior a deflexo. Quando a fora da diferena cessa, o trao volta a ser reto. do Qual corpo a razo para haver qualquer separados por cinco
diferena do contedo eltrico entre dois pontos humano centmetros em um dado instante no tempo? Quero dizer, o que quer dizer a presena dessas ondas na pele? A presena dessas ondas reflete a diferena de voltagem na pele, o que por sua vez depende de vrias coisas, entre as quais o estado de esprito da pessoa, alm da distncia versus a fora da onda. Quanto mais distante ou fraca a onda for, menor a chance de ser captada. A pele, que est bem debaixo dos discos, o principal gerador dos picos de diferena de
voltagem. As estruturas imediatamente sob a pele, como os msculos, tambm, mas esses precisam gerar diferenas mais intensas para que possam ser captadas. Sim, mas voc mencionou o estado de esprito. O que tem o estado de esprito a ver com a pele? A pele o escudo de proteo do
organismo, o tambor onde os sinais do mundo exterior martelam. A ressonncia desse impacto decodificada a cada centsimo de segundo pelo sistema nervoso, que decide se h motivo para atuar sobre os msculos dos membros, do tronco ou da face, e como de faz-lo. pode A ser sensibilidade modificada, dessa ressonncia
dependendo
influncias
originadas no sistema nervoso. A pele como a pele-do-tambor, quanto mais esticada maior a ressonncia ao impacto da baqueta e quanto mais frouxa, menor o rudo. A transferncia dessa regulagem de sensibilidade para a pele feita por um sistema especial de filetes de
nervos que viajam das profundezas cerebrais at a pele. Trata-se de uma qualidade nica porque em geral os feixes que saem do sistema nervoso na direo dos membros so usados para acionar msculos, que por sua vez movem membros ou segmentos. No esses; os nervos simpticos, como so chamados, nada movem, mas influem sobre a sensibilidade da pele. E como podem esses nervos simpticos serem mensageiros do estado-de esprito? A natureza, sabiamente, colocou o sistema de maior ou menor sensibilidade da pele no sob o controle da ateno, mas sob o das sensaes ligadas s experincias anteriores, o que vamos chamar de Sexa. Entendeu a natureza que guiando-se por elas o organismo estaria mais protegido de eventuais mudanas bruscas no exterior. As Sexa so em nmero to grande que suas possibilidades de ajuste fino so muito superiores s da ateno. Elas so estocadas em compartimentos especiais da memria, de onde muitas vezes no tem mais como sair pela
vontade ou pela ateno. No entanto, essa sada facultada aos nervos simpticos, e as informaes l contidas so utilizadas para
esprito, digamos a expectativa de que algo vai acontecer, pode repercutir na pele? Todo estado de expectativa tem origem nos estados primordiais do beb. Naquela poca, expectativa sinnimo de risco, e respondida com o acionamento das zonas de alarme. Isso promove retrao dos membros, choro, aumento da respirao e do batimento do corao. O movimento dos membros parte importante dessa resposta. Entretanto, durante o desenvolvimento do beb esses movimentos precisam sair da mera condio de retrao que no representa garantia eficiente para a sobrevivncia para a de explorao, mais apta a encontrar circunstncias favorveis ao desenvolvimento. Por isso, desde cedo os nervos que movem os membros tm razes conectadas
aos nervos que trazem as sensaes da pele, delas saindo. recebendo Dessa informaes forma, as imediatas sensaes polidoras e so dos precisas de como os movimentos esto se adestradas para serem
movimentos. Esta mudana ocorre depois dos 4 ou 5 anos de idade, quando a descarga do sistema de alarme deixa de ser direcionada para o interior do organismo. A descarga interna o fenmeno pelo qual ocorrem a acelerao dos batimentos do corao, o aumento da profundidade dos movimentos respiratrios, a parada dos movimentos intestinais e o aumento do dimetro das pupilas. Dessa idade em diante, essas reaes internas, chamadas viscerais, vo sendo substitudas por atitudes concretas voltadas para o exterior, para as quais as informaes provenientes da pele so altamente necessrias. Quanto maior a taxa de troca das reaes internas por atitudes externas, maiores as chances de sucesso na intercomunicao e, em decorrncia, para a sobrevivncia. Atitudes implicam em ajuste de comportamento, ao
passo que as descargas internas, na maioria das vezes, simplesmente atrapalham processos fisiolgicos. Essa troca naturalmente nunca completa, nem precisa ser. Em situaes de real perigo, ou que se assemelham a real perigo, as respostas primordiais de alarme so as que prevalecem. Eu j comeava a desconfiar que Pev no aplacaria minha curiosidade de como estadosde-esprito podem influenciar os estados de sensibilidade da pele. Ele parecia estar mirando para um ponto predeterminado. Aliviei a presso: Esse sistema de aumento da ressonncia da pele est ativado vinte-e-quatro horas por dia, seno no haveria sentido em tentar capt-lo pelo teste a que Pedroso e Maurcio se submeteram, certo? Esse sistema est em e por funcionamento reajustando alguma a
constante, segundo.
reavaliando Em situaes
desconfortveis, como o caso de submeter-se a determinado exame em um consultrio mdico, surge a experincia da expectativa. Esse estado acentua a ressonncia da pele. Por outro lado, os sistemas de avaliao das situaes correntes rapidamente informam da existncia ou no de perigo real e prontamente atenuam a sensibilidade quando no encontram motivo de alarme. Por isso, na sala de exames a reao reflete de o expectativa A tenso tende da e a desaparecer encontrada como serve rapidamente. pele
estado-de-base
termmetro das possibilidades de enfrentamento de situaes novas. Nesse caso podemos dizer que Pedroso, que apresentou um trao liso, tinha melhor possibilidades de ajuste para situaes novas, e Maurcio, com todos aqueles abalos, no? No, ao contrrio. . . Ao contrrio?! Como? Vimos que a reao de alarme est espelhada na pele. Se no ocorre grande perturbao porque no houve
necessidade de alarme. uma atitude mais adaptada para a situao, certo? Um leve sorriso confirmava que Pev esperava pelo curso tomado. Parecia, mesmo, satisfeito, embora me tivesse levado a um beco sem sada. Voc esqueceu que no a ateno que sensibiliza a pele, mas as Sexa. So as sensaes que desencadeiam a reao de alarme que energiza a pele. Muito antes de qualquer coisa ser percebida pela ateno, e que essa possa deflagrar uma inteno de alarme, as sensaes captadas do meio-ambiente j foram escrutinadas em detalhes no setor especial da memria que as abriga. de l que emerge a resposta que nos prepara ou no. de l que vem o sinal verde para que a ateno se concentre no meio-ambiente. De certa forma, somos enganados pela ateno. Pensamos que a ateno esteve todo o tempo presa ao que estava ocorrendo fora. Na verdade ela estava mas antes de nos fazer sentir atentos houve extensa pesquisa de comparao com as
sensaes havidas no passado. Isso feito muito rapidamente, e no nos deixa perceber que aconteceu. diferente da memria convencional, em que nos esforamos para
lembrar de alguma coisa. A memria das Sexa subliminar, trabalha por nossa ateno mas no deseja ser reconhecida por ela. Dependendo do que for encontrado, a resposta ser enviada pele, depois ateno. a pele que primeiro nos d a sutil sensao de algo estranho ocorrendo volta e nos pe em estado de alerta. Essa a base para a reao instintiva chamada de sexto sentido (um sentido a mais aos que alguma coisa tradicionais cinco: tato, viso, cheiro, audio e gosto e intuio), em percebida, sem ser claramente reconhecida. Bem, OK, as Sexa, e no a ateno, so as formadoras do estado-de-esprito e, atravs dos nervos simpticos, distribuem esse estado interno da mente por toda economia corporal. Est claro at a. Mas ainda parece obscuro porque a maior ativao desse complexo
sistema, e um maior estado de ocupao com essas Sexa, no deveria de certa forma atrapalhar a concentrao da qual a sexualidade necessita. O fio da meada ainda est enrolado. . . Pedroso no tinha Sexa para aquela
ambos, eu buscando o fio da meada e Pev me fitando. Eu tinha a sensao que alguma coisa dentro de meu crebro tinha entendido alguma coisa, mas no sabia bem o que era. Ele prosseguiu: A situao a que me refiro a do acidente. A anlise da situao exterior no encontrou em Pedroso vestgios de fragilidade, da medida de desproporo entre seus recursos e as foras fsicas envolvidas em uma coliso, de medo, da angstia de no sobreviver, enfim de qualquer sensao que tivesse conexo com a preservao da vida.
verdade. Mas a falta desse sentimento no parece ter tido impacto sobre a capacidade sexual de Pedroso. Pelo contrrio, parece uma forma espantosa de recuperao. Isso ocorre porque o sistema nervoso possui uma forma especial de comportamento, baseada em uma escalao hierrquica de funes. Durante o desenvolvimento do beb, coisas mais simples como explorar brinquedos com as mos vm antes, e faculdades mais complexas, como pedir pelos brinquedos, vo sendo adquiridas como depois. ocorre Quando nas h uma regresso, doenas
neurolgicas ou mentais, a mesma hierarquia, em sentido contrrio, obedecida. Porto Walther parte elucidava ou que quando
determinada
estrutura
deixava de
funcionar, desativada por leso ou simplesmente inexistindo, o sistema nervoso, para garantir um funcionamento mnimo, lanava mo da estrutura imediatamente inferior na escala de desenvolvimento. Por exemplo, os movimentos
finos da mo s so adquiridos depois que os movimentos que apiam o punho e controlam o antebrao estiverem implementados; esses por sua vez s so adquiridos depois dos que controlam o ombro, e assim por diante. A perda de um implica no uso do imediatamente anterior. Por isso, nas paralisias menos graves da mo muito comum em pessoas que tiveram derrame cerebral, que causam perda da escrita, a pessoa retm a possibilidade de levar alimentos boca. O mesmo fenmeno ocorre nos mecanismos emocionais. exteriores Quando no a anlise de eventos muito encontra contedo
aproximado no setor das Sexa, as atitudes passam a ser guiadas por experincias mais distantes e, na ausncia destas, por mecanismos rudimentares residentes na memria gentica, e no na aprendizagem. Pedroso, que apresentava um vazio onde deveria haver Sexa, resgatou um padro geneticamente disponvel de comportamento: o ato sexual. Fica por conta do
sistema excitao
nervoso em
promover situaes
um
estado
de
completamente
desprovidas de sentido ertico. De fato, no se trata de desejo sexual despertado por uma predisposio mental, mas de uma resposta automtica, visceral, a uma espcie de vazio, do no encontrar alternativa melhor em nenhum lugar. Isso explica como, entre outras coisas, um homem pode ter um desempenho sexual na vigncia redargi. Exatamente. Em um indivduo de estrutura psquica desarticulada, cuja sexualidade est estruturada sobre vazios erticos, a violncia mecanismo anti-ertico para qualquer homem de sexualidade equilibrada resulta acoplada ao funcionamento do aparelho sexual. A ereo movida pela conjuno (entre dois) corrompida pela subjugao (de um pelo outro). Isso quer dizer que Pedroso violento? de violncia, como no estupro,
No. Quer dizer que ele no possui um repertrio de Sexa suficientemente amplo para que eventos do presente encontrem vivncias passadas para se espelhar. Nesse momento passei a perceber por que a formao de alas pelo pensamento necessita de um repertrio de experincias. Trata-se de um mecanismo que primeira vista poderia ser visto como prejudicial, porque furta energia dos processos cotidiano, de qualificao das de eventos do do utilizando-se experincias
passado. Mas a explicao de Pev demonstrara que no era bem assim. Comeava a adquirir forma sua assero marcado verdade criao sua mas da que por as homens alas Sexa a o com tinham esto o nomau comportamento qualidade. envolvidas pensamento, ao longo na
maiores chances de uma vida sexual com mais que de alas com
ausncia no evita
incorporao das experincias sutis acumuladas vida funcionamento sexual. Ruim com alas, pior sem
elas, essa era a primeira concluso a que eu chegava ao defrontar-me com seus argumentos. A inteligncia sexual teria que erguer-se, de alguma maneira, a partir de um emaranhado de experincias prvias e das sensaes atreladas a elas. Enxerguei-me fazendo um soco no ar, de baixo para cima, murmurando Yes! A construo da sexualidade inteligente um processo de ter primeiro o novelo, e de lhe pr ordem depois.
Era a melhor coisa do mundo sentir o vento revolver o cabelo, passando com um zunido pelo ouvido. As rvores desfilavam velozes uma aps a outra. Olhar para cima era ainda mais emocionante, trazia a sensao da vertigem misturada ao faiscar dos raios de sol por entre as copas verdejantes das rvores. Era uma grande aventura, andar de bicicleta nas alamedas do parque da Redeno. Junto lagoa do parque, havia uma espcie de coreto onde bicicletas podiam ser alugadas. As bicicletas eram simples, a maior parte delas pintadas de azul, os pneus razoavelmente bem cuidados. O aluguel era de uma ou de meia-hora; em meia hora podia se fazer a volta completa no parque a ainda passear pelas lindas alamedas internas. Mas essa empreitada custava uns cobres, e no era fcil junt-los. Naquela vez, o passeio de bicicleta
fora diferente, mais tenso e nervoso, ao mesmo tempo em que mais prazeroso, pois eu havia subtrado uma nota de cinco cruzeiros da carteira no bolso de trs da cala de meu pai. A cala pendurada no respaldar da cadeira do quarto e a carteira sempre no mesmo bolso direito de trs ofereceram uma tentao que no pudera ser evitada. O aluguel da pequena bicicleta custara cinqenta centavos, mas o sonho e a grapete lanchados na padaria consumiram quase a metade do restante. Foi o maior passeio de bicicleta da vida! Todas as alamedas da Redeno foram exploradas e a pequena meia-hora daquele dia equivalera a toda infncia. Eu tinha 11 anos ento. Na volta, eu era esperado. O clima era pesado, meu pai em um canto da sala e minha me entre ele e eu. Ela me perguntou de imediato onde estava o dinheiro. Engoli a saliva seca e respondi que o havia gastado. Ela me perguntou como eu pudera fazer isso, era a nica nota de cinco cruzeiros da carteira, como
pudera
eu
peg-la
gast-la. uma a
Ouvi uma.
frases Como
carregadas,
despejadas
pudera eu ter sido to egosta, como pudera fazer isso com o dinheiro ganho com o suor do meu pai, depois minha me e meu pai discutiram entre si, o tom das vozes se elevara . . . e l estava minha orelha entre os dedos da mo forte de meu pai, sendo inapelavelmente torcida para trs. Sem que eu pudesse puxar a cabea, temendo que minha orelha se rasgasse, suportei os longos minutos de torcedura at que fui lanado para cima de minha cama em meu quarto, a porta fechada atrs. Havia custado caro o melhor e ento ltimo passeio de bicicleta de minha infncia. Quanto a meu pai, fora a ltima vez que me puxara a orelha. Era um sujeito taciturno, poucas vezes apelara para a violncia com qualquer um de casa. Mas at hoje sinto seus dedos na parte de cima do pavilho do ouvido.
O final da adolescncia encerra um perodo de transio entre a satisfao dos desejos a qualquer preo e o entendimento de que esses tm hora e regras para serem atendidos. O sermo, o puxo-de-orelha, corporalmente, o castigo so compreendidos mas precisam
sofrer uma traduo para serem entendidos internamente. Precisa haver uma converso do castigo corporal para o entendimento verbal, ou pelo menos uma tentativa. justo que tudo comece pela tempestade, afinal foi uma arte maldosa, mas ela precisa ser encerrada com a melhor assimilao possvel do que ocorreu. Quando isso no acontece, a experincia permanece para sempre como uma armadilha na zona das Sexa; a cada nova oportunidade a comunicao poder tropear nela. O relato acima fora feito por Maurcio, o homem franco impotente exagero de com o REVOC e contendo havia voltagem, que
descrito to vivamente o comportamento do aparente pai da criana na festa a que ele havia
comparecido.
Essa
revelao
no
fora
perguntada e de fato no precisava ser descrita. Havia dentro dele, porm, uma necessidade latente de relat-la, razo pela qual ela surgiu espontaneamente no final da conversa. Quando o dilogo re-escutado, percebe-se claramente que essa parte est desvinculada do ritmo de perguntas e respostas. Nos dilogos corriqueiros, frases soltas, aparentemente desconectadas do resto, so as que revelam a presena do emaranhado na zona das lembranas. No caso de Maurcio, pode haver outros, mas bastante provvel que este esteja na base de sua inteligncia sexual. Esses emaranhados corrente cerebrais de qualquer confusos, pessoa,
propensos a serem gratuitamente includos na comunicao desenvolvem-se desde os primeiros meses de vida e prosseguem de forma acelerada at o final da adolescncia. Esse desenvolvimento tem duas fases importantes: at os cinco ou seis anos de idade, e dos onze anos at o final da
adolescncia. A primeira fase a da elaborao fsica dos emaranhados. Nesta poca da vida as clulas nervosas conectam-se entre si formando circuitos bsicos que, quando acionados novamente na vida adulta, fazem o significado que tinham quando foram criados ficar mais prximos de serem lembrados. Na segunda fase, a adolescncia, ocorre um aprimoramento dessas formas de contato entre as clulas do por crebro, elas para um mecanismo seus empregado ampliar
emaranhados, que, por terem se tornado mais complicados, passam a ficar disfarados. Esse aprimoramento disfarado aparece na forma da verborragia ferina da pessoa em estado de fome, que substitui eficazmente o simples estado de agitao de alguns anos atrs. O disfarce se d s custas do avolumamento dos emaranhados cerebrais, cujo processo para estocar, retocar e salvaguardar as lembranas indesejveis consome cada vez mais energia.
Nos primeiros meses de vida, qualquer novo emaranhado geralmente conectado a uma situao que provoca alarme, porque a grande maioria das situaes que se apresentam so novas. Toda situao nova precisa, primeiro, ser explorada, decodificada em detalhes. Por isso recebida, no crebro, por um emaranhado temporrio ligado a uma preparao estratgica de fuga a chamada ligao de alarme. Mais adiante, esses emaranhados sofrem uma espcie de reconexo; diz-se, modernamente, que so reconfigurados. O processo da formao da reao de alarme no tem mais como ser revertido. Para ter seu efeito cessado, ela deve passar por um processo no menos complicado, que visa a transform-la em uma espcie de incio de prazer. Vejamos como isso funciona pois se trata de uma peachave para o aprimoramento da inteligncia sexual. O abandono do beb ao ser temporariamente separado de sua me quando ela vai trabalhar,
vai s compras ou simplesmente se ausenta uma das primeiras situaes universais geradoras de Sexa. Nessa hora, ao perceber que a me se prepara para deix-lo, inevitvel que o beb sinta terrvel angstia invadindo seus sensores. Quando a me tenta evitar essa situao fingindo desapego, o resultado ainda mais desastroso. Evitar a formao de Sexa pode ser uma situao momentaneamente mais tolervel, mas posteriormente prejudicial. Evitar, diminuir ou postergar a formao de Sexa so aes que impedem a organizao das clulas cerebrais em torno da matriz em torno da qual se assenta a histria de cada um. As Sexa formam a massa sobre a qual se assentam os tijolos da mente que, por sua vez, construiro as galerias das experincias individuais. Toda me privilegiada por no apresentar ansiedade excessiva de certa forma j sabe disso, e no deixa de se apegar ao filho pelo fato de perceber que ele se frustra nos momentos de separao. Os esforos da me se concentram
em apazigu-lo, incutindo nele a certeza que ela voltar. Ao retornar, demonstra que cumpre a promessa e refora a confiana nas coisas que diz. Dessa forma ela resolve o conflito: prometer e cumprir, dia sim e no outro tambm, abrindo a nascente que formar as vertentes por onde fluir a inteligncia emocional anos mais adiante. Essa a sada universal para substituir o desprazer infantil entre me e filho. o nico mecanismo pelo qual Sexa gerados atravs de alarme possam ser transformados em gatilhos originadores de vivncias prazerosas. Alm de desmanchar os primeiros, prepara o caminho para que esse desmanche possa ser aprendido e, depois, executado sozinho. Nas primeiras vezes, a completa incerteza do que ser de si na ausncia de sua me no evitar a angstia. Ela tampouco se dissolver nos primeiros retornos da me, e estar presente mesmo aps evidncia suficiente que ela retorna. Na verdade no se trata de dissolv-la. Trata-se de permitir
que ambas existam, deixando uma ser reposta pela outra. Dentro de algum tempo a expectativa da reunio opor-se- ao desprazer da separao. O fosso de tempo que separa as experincias praticamente de separao que e ele reunio surge. vai Esse diminuindo. A interrupo do desprazer se d assim mecanismo de substituio fundamental para o desenvolvimento mental do ser humano. Mais tarde, muitos adultos acabam por falhar em seus objetivos de vida por no saber adaptar-se s exigncias dos desafios. Geram-se as tenses. E est criado o caminho para uma vida emocionalmente instvel. Mas esse processo no lgico, com decises do tipo OK de agora em diante vou ser assim, e pronto. Esse adestramento emocional requer um estado de predisposio para aceitar mudanas e saber esperar por elas, evento aps evento. Disse-me Pev certa vez: Tempos atrs eu pasmava diante do grau de tenso que me assoberbava nas horas ou dias
que precediam uma palestra. Essa sensao terminava no exato instante que o compromisso se iniciava! E era s a palestra terminar para que eu fosse imediatamente preenchido por uma sensao de bem-estar. Dissera que quando passou a pensar no estado de recompensa que sabia que sobreviria aps uma palestra franca, desobstruda do medo de dizer coisas nas quais genuinamente acreditava, a tenso antes de falar em pblico era menor. No entanto, levou tempo para que a aproximao de uma palestra (incio da sensao de desprazer) fosse acompanhada da certeza que a recompensa (prazer) viria depois. Contara-me que poucos dias antes de uma palestra para um grupo de profissionais de sade ele ficara muito impressionado com o caso de uma menina doente que esperava por um transplante de rgo. O caso da jovem moa fora apresentado pela televiso. Ao final do quadro, o ncora que apresentava o programa recebe um pequeno comunicado por escrito. Ele
o l, e ao voltar o olhar para a cmera, informa que a menina acabara de falecer. Ao me sentir angustiado pela preparao de minha fala, me perguntava como me sentiria se minha vida dependesse dessa forma da generosidade de algum. O fato de estar vivo, com sade, e privilegiado por poder repassar informaes a outras pessoas, fazia com que minha tenso fosse imediatamente abrandada, o que durava muitas e muitas horas. Isso permitia com que Pev enxergasse de forma mais clara as coisas que ele queria transmitir na palestra. O prmio viria depois: A palestra transcorreu de tal forma que pude ler nos olhos da platia o vivo interesse pelo assunto! Nos estados de tenso, a compulso funciona na direo de manter o pensamento ligado s coisas mais corretas ou mais seguras de se dizer. Nesse caso, a comunicao corre srio risco de se dar em preto-e-branco porque ela
perde o colorido da comunicao emocional paralela. A platia, no estando angustiada, deixa seus sensores desobstrudos e dessa forma percebe o colorido emocional da fala, cedendo ao desinteresse quando a tnica da comunicao a impessoalidade. No h dvida que o segredo do adestramento desse tipo especfico de capacidade comea no colo da me. No evitando a angstia da separao, prepara alarme. Essa a razo de diferentes cenas, anos depois, porta da creche ou da escola. Algumas crianas largam de forma incrivelmente fcil a mo de sua me ou de seu pai para imediatamente correrem ao interior, iniciando a explorao de novidades. Elas sabem que haver prazer nas novas descobertas e sobrepassam a angstia de separao. J outras ficam presas ao o mas garantindo para sua progressiva Sexa substituio pelo prazer da reunio, a me beb armazenar desprovidas do acionamento desnecessrio de
temor de se verem abandonadas, e agarram-se aos que os querem deixar. Que embarao na frente dos outros pais e crianas! Sempre me perguntei a real causa desse embarao que me ou pai sentem quando isso acontece. Olham volta para ver se esto sendo flagrados e ficam envergonhadas da inadaptao do filho ou filha. No fundo, os mais velhos reconhecem que o sucesso do desprendimento dos mais jovens depende de como eles, os pais, os prepararam para isso, disse Pev. Algo parecido muito provavelmente ocorrera com eles prprios, poca de sua infncia. Essas coisas tendem a se repetir, e a sensao do embarao ou da vergonha advm do fato de que o que est acontecendo era de certa forma previsvel. Desculpe, no consegui evitar de acontecer o que parece se escutar desses pais se eles pudessem por seus pensamentos em voz alta. Ouve-se que a educao, especialmente o estudo superior, o melhor legado que pais
podem deixar para filhos. verdade. Mas esse legado deve ser antecedido de outro, o da capacidade de estar aberto para a comunicao emocional. As informaes essenciais sobre o mundo em que vivemos so incorporadas mente atravs do estudo, mas o conhecimento edificado a partir da capacidade de comunicao interativa com os outros. Conhecimento informao revestida de camadas de verniz emocional. Engana-se quem pensa que verniz s d brilho; ele protege, d personalidade e confere debaixo. uma Esse marca ao ncleo em escondido camadas revestimento
iniciado no bero e prossegue vida afora; como o estudo, nunca esquecido, mas precisa ser continuamente aprimorado. Uma das reas da vida de uma pessoa mais sensveis a esse aprimoramento sem dvida a esfera sexual. E, como veremos, a inteligncia sexual do homem desse depende simples quase que de integralmente mecanismo
reverso do perigo que as Sexa de alarme representam. Nos primrdios da vida sexual de todos, na fase onde se d o descobrimento do sexo, a presena ou no das Sexa pouco relevante. Isso ocorre porque o funcionamento sexual do menino ou da menina surge por de forma automtica, abastecido imperativos
biolgicos atrelados aos genes, sem depender de afeto ou mesmo da presena de tonalidades emocionais na comunicao. A necessidade de experimentao sexual surge to naturalmente quanto, por exemplo, a de explorar novas formas de atender os desejos do apetite. realmente notvel a transio da excitao estritamente biolgica para a ligada aos estados emocionais. Embora se possa dizer que a excitao de origem emocional tambm tenha base biolgica, ela se diferencia daquela por causa da interao consciente com o mundo exterior. O ligeiro estado de excitao de um menino de trs anos no banho, a agradvel
experincia da menina de oito cavalgando no joelho do pai, o adolescente que acorda de madrugada em plena ereo, de so, todas, So manifestaes biolgicas excitao.
programas cerebrais pr-instalados, acionados a partir de padres sensoriais que estimulam a sensao de prazer. Embora contem com a participao de pessoas ou objetos do mundo exterior, essas informaes sensoriais no tm atribuio consciente de significado. O mecanismo de atribuio faz com que, em ltima anlise, cada pessoa tenha uma forma particular de vivenciar determinado conjunto de informaes provenientes do mundo exterior. Esse conjunto poder encontrar, na memria, um padro similar previamente experimentado pelo crebro. Ocorre que muitos desses padres foram gerados antes dos 4 ou 5 anos de idade, quando ainda no haviam palavras suficientes para atrelar significado experincia. Na ausncia de palavras, prevalece a regra hierrquica do
sistema
nervoso,
que
nessa
hora
busca
significados imediatamente inferiores na escala evolutiva do crebro. No mundo fsico dos emaranhados cerebrais podem existir muitos padres com a criados diferena pelas no passado aqueles notavelmente no foram esses similares a padres em curso no momento que codificados palavras. Portanto,
padres passados muito provavelmente incluiro o acionamento de estruturas viscerais. Odores podem ser estranhamente experimentados como sinal de alarme na infncia, gerando aperto na barriga. No futuro, antes que novos odores possam produziro medo. Na vida adulta, denomina-se um determinado conjunto de informaes sensoriais proveniente do mundo exterior que inicialmente deflagra uma sensao interna, corporal, e no instante seguinte recebe atribuio consciente de adquirir uma reais situao significados, transitria eles onde
de
emoo.
experincia estmulos a
emocional do adulto constitui-se em uma trade seguinte equao: exteriores mais reaes internas igual
significados conscientes. Preste ateno: quanto maior o repertrio de estmulos capazes de completar esse circuito (muitos falharo, deixando a resposta pelo meio), quanto mais limitado for o componente interno, e quanto maior for o entendimento consciente da experincia, maior ser o leque de opes para a interao com o meio, tornando a experincia emocional um veculo de comunicao exterior (e no de sofrimento interior!).
Anos atrs, Elvira viajara de avio para So Paulo e, ao atravessar uma zona de turbulncia, fora tomada de sbita paralisia corporal, ao mesmo tempo em que era invadida por sensao de sufocao iminente. A pessoa ao lado, sem nenhum alarme, pousou sua mo sobre a dela e segurou-a de forma leve, porm firme. Elvira
sentira-se confortada, de forma dupla: pelo gesto amigo, e por no ter sido exposta com alarde para os outros passageiros. Comentava, depois, tranqilizada, com sua recm-chegada companheira de viagem, que quando era pequena e viajava com sua me e seu pai, em vrias ocasies tivera esse tipo de pavor. Esses episdios por sua vez acabavam por assustar a me, que procurava tranqiliz-la ao mesmo tempo em que provocava grande alarde entre os demais.
Nessa
altura
podemos
postular
que
inteligncia emocional o resultado do trfego em uma via de mo dupla, ligando estados internos em uma ponta com condies exteriores na outra, tudo orquestrado pela conscincia. Quanto mais fluida essa via, nunca emperrando, maior a aptido comunicativa. Essa mesma regra vale para o desempenho sexual, que no deixa de ser um vasto repertrio de contedo emocional. Sexo nada mais do que uma forma de linguagem (estados corporais) despertada por atributos do parceiro ou parceira (estmulos exteriores), vivenciados de forma consciente e com prazer. Quem tiver dificuldade na comunicao interior-exterior, estar dando os
primeiros
passos
para
desativar
parte
dos
recursos de sua inteligncia sexual. Nessa estrada de duas vias, que d acesso aos estados interiores e comunica o crebro com o exterior, O que trafega precisa continuamente ter resposta uma vasta quantidade de informaes por frao de tempo. imediata instantaneamente julgado; o que precisa ser guardado para depois postergado; e o que no interessa descartado. As informaes provm do exterior pelos sentidos; e as que tm origem no prprio do corpo do conta do estado das vsceras, das glndulas, da pele, dos msculos e dos tendes. A perfeita sincronia entre esses dois contedos vital para o funcionamento do ser humano. Na verdade, acontecimentos do mundo exterior no so o que mais importa; ao contrrio, o crebro se comporta como um rgo que avalia primeiramente as necessidades interiores e,
Stela eficiente
empresa. Era tida como pessoa de sucesso na vida profissional e pessoal. Casada, me de dois filhos, frias no exterior todo o ano, sorriso estampado na face, tudo demonstrava que ela apossara-se do perfeito estado de felicidade. Queixara-se, contudo, a Porto Walther, de experimentar uma sensao de vazio interior e de abrigar um sentimento de culpa ao ver as pessoas valorizarem-na tanto quando, internamente, ela percebia que alguma coisa estava deslocada. Sinto como se faltasse algo em minha vida, dissera com o olhar fosco. De todas as coisas que ela tinha vivido, Pev perguntou-lhe o que ela no faria de novo. rdeas No de me deixaria vida ser em dominada minhas por
Trabalhei muito para chegar onde estou. No tenho estrutura para ser uma pessoa qualquer. Olhar na janela, Stela descrevera a vida de
sua me ao lado do pai. Ela se dedicara integralmente, como esposa e dona de casa, e sentia-se igualmente amparada pelo marido. Stela descrevera como sua me fora grata por t-lo frente dos negcios e das preocupaes da famlia; era em grande medida a fonte do amor para que ela se dedicasse ao marido, casa e aos filhos. Tinha nele algum que a fazia sentir segura, preenchida.
Uma das mais complexas sensaes do ser humano, dissera Pev, a necessidade de preenchimento, um estado interno que tem origem no aplacamento do sentimento de abandono. Esse sentimento tem origem no momento em que as clulas primordiais abandonam as da me, em que o pequeno corpo indefeso deixa o
tero, em que partimos do colo materno rumo explorao do mundo, assim por diante. Durante toda a vida, sentimos necessidade de saber que fazemos parte da vida de algum, que parte de ns de certa forma indissolvel do outro. Por isso h, na vida a dois, uma indivisibilidade na dualidade, duas pessoas distintas que percebem certas coisas como se estivessem ligadas, uma autonomia inserida dentro da dependncia. Essa sensao, que vem do outro e completa uma espcie da vazio primordial, gera o sentimento de preenchimento. Em Stela, a falta desse da preenchimento resposta
aparece no olhar vazio, na sua queixa e no encaminhamento errneo pergunta formulada: quando perguntada sobre o que no faria de novo, respondeu descrevendo o que ela sempre evitara acontecer. Aparece, ainda, em sua semiconsciente descrio de como secretamente admirava a me, embora tivesse escolhido um modo de vida completamente diferente. Sinteticamente, habitava em Stela
uma necessidade, um sentimento inominado na forma de um no-preenchimento, que at ento no pudera encontrar no mundo exterior algo que pudesse lhe preencher. As regies em que essas informaes se entrelaam, no crebro, so distintas, assim como so distintas as quantidades do entrelaamento permitidas chegar conscincia. As informaes exteriores tm rpido e pronto acesso conscincia, especialmente as que exigem resposta imediata; mas as informaes de origem interior raramente so conscientes. Quando o so, em geral so por motivo de grande importncia, como no caso da dor, em que pode estar havendo dano iminente a determinado rgo. As informaes exteriores so imediatamente encaminhadas parte mais alta do crebro, onde esto mais plenamente em contato com a conscincia. No somente chegam s regies mais elevadas, mas so simultaneamente reenviadas para outras zonas de processamento
da mesma forma que um eco no canyon, onde cada reentrncia se encarrega de ressoar o som inicial. Em contrapartida, as que provm do interior do organismo dirigem-se em muito menor escala s camadas superiores, sendo restringidas s reas profundas; dessa forma, por se afastarem da camada exterior, so menos percebidas pela conscincia. Esse processo incessante. O enorme trfego pelas avenidas, ruas e becos cerebrais pode ser comparado a mirades de pontos luminosos deslocando-se a todo momento para todas as direes. O pesquisador John C. Eccles, que com sucesso descreveu esse intrincado funcionamento da mente no O Eu e Seu Crebro, formulou que essa intensa atividade cerebral gera efeito em um plano alm daquele fisicamente delimitado pelas clulas cerebrais. Uma coisa parecida com um redemoinho que tivesse o poder de mudar a energia do ar sobre a gua do rio. Eccles afirma que essa energia (a mente) est ativamente engajada em ler o que
mais lhe interessasse na multido de eventos ocorrendo entre as clulas do crebro. Ela selecionaria determinados eventos, de acordo com sua ateno e seus interesses, integrando o selecionado para fornecer a cada momento a unidade de experincia consciente. Essa experincia seria uma ao integradora que gera a sensao de conscincia. O plano dos estados de conscincia um mundo separado, mas indissoluvelmente conectado ao crebro, que lhe nutre e d morada. Essa dissociao difcil ou mesmo impossvel de se perceber ou se descrever fisicamente. Trata-se de um mundo virtual, visceralmente ligado atividade das clulas; ele existe conforme existem as clulas. Cessando a atividade dessa, cessa aquela. como se a cada milsima frao de segundo uma o mundo da dos conscincia percebesse fotografia
trajetos luminosos, concentrando-se ora aqui, ora ali, de acordo com seus interesses.
A varredura da conscincia se d sobre a totalidade da atividade cerebral, incorporando tudo aquilo que se origina do exterior e dos estados viscerais. de acordo com a interpretao conferida a essa atividade, a cada frao de instante, que a conscincia manipula a atividade de um outro tipo de clulas, aquelas que vo dar origem s aes. Essa a maneira pela qual, a partir de estados internos de necessidade, o indivduo promove alteraes nas condies exteriores, de modo a satisfaz-los. Quem tem fome primeiro levado a perceber o estado de necessidade e, depois, motivado a alimentar-se. O ponto chave do acoplamento entre a necessidade e sua satisfao o grau de penetrao no mundo da conscincia. Quanto mais percebidas necessidade e satisfao, mais harmnica a orquestrao conduzida pela conscincia. Quando a satisfao realizada de modo semi-automtico, e o alimento trazido sem que sua necessidade tenha sido plenamente percebida, muitas vezes acompanhada de
irritao ou pressa, a ao tem lugar sem ser monitorada pela conscincia. Tudo ocorre como se o holofote da conscincia estivesse em outra atividade qualquer, e a satisfao se processasse s escuras. Essa separao faz com que a finalidade primeira desse sistema satisfao dos estados internos mas no do organismo experimentada. seja A alcanada, necessidade
forma empobrecida, porque a conscincia no pde ser enriquecida de sua experincia, de suas cores, entonaes. Essa rida peregrinao pelos meandros nada fceis do funcionamento de nossa conscincia de da grande importncia da para que possamos sobre as conhecer seu ponto fraco. O tendo-de-aquiles soberania conscincia informaes que ascendem ao crebro deve-se presena de uma estrutura cerebral que, antes das informaes traarem as rotas da conscincia, recebe uma cpia em primeira mo de seu contedo. Essa rea, que se chama
amgdala cerebral por causa de sua forma, tem privilgios concedidos nem mesmo conscincia. Antes que as informaes recebidas possam formar um mosaico por onde possa rastrear o holofote da conscincia elas so lidas pela amgdala cerebral. A diferena entre essa leitura e a da
conscincia o grau de preciso para a atitude tomada depois de sua interpretao. Quando orquestrada pela conscincia, a manifestao sempre muito mais adequada porque leva em conta numerosos e detalhes que a vo partir se de completando comparaes tomando sucessivas corpo com
informaes
estocadas em um extenso banco de memrias. J a amgdala se espelha apenas em fragmentos daquilo que recebe embora sejam considerados fragmentos vitais, compara-os com uma memria muito menos extensa e pe em ao padres de resposta menos elaborados, que obedecem a mecanismos arcaicos de alarme.
Ambas
tm
capacidade
de
suscitar
coordenar atitudes. As aes orquestradas pela conscincia so predominantemente dirigidas ao exterior, necessidade pautadas decodificada especialmente em seus na comunicao, cuja finalidade atender uma mnimos detalhes por muitos milhes de neurnios. As aes levadas a cabo pela amgdala, por outro lado, nem sempre so claramente dirigidas ao exterior, batimento muitas do vezes e, tm de componentes forma geral, viscerais (choro, aumento da respirao e do corao) comunicam mal porque tm natureza ambgua e so processadas por um conjunto mais reduzido de neurnios cerebrais. uma resposta muito menos completa.
Glauco vivia feliz com sua mulher Sandra e seus trs filhos, crescidos e encaminhados na vida. Sentia-se sexualmente atrado por Sandra, mas mais de uma vez acontecera que ela se
aproximara dele de forma carinhosa, e ele fora surpreendido por uma reao esquisita. Se eu no estiver contemplando uma aproximao sexual em determinado momento e Sandra insinuar-se de forma abrupta, embora carinhosa, com um beijo na orelha e tateando sua mo delicada na parte de baixo, sinto imediata sensao de desprazer, cuja origem no tenho como explicar, descrevera ele a Porto Walther.
Pev reconheceria a a presena de uma resposta precoce da amgdala cerebral, que pressentia uma iminente situao de invaso, muito provavelmente similar a alguma outra, perpetrada h anos atrs. Houve poca em sua vida em que a relao sexual podia ser desprazerosa? Houve uma poca da minha vida, entre os vinte e trinta anos, no primeiro casamento, em que a relao sexual era precedida por longas e
extensas carcias de pele, em que minha mulher passava suavemente a mo sobre meu peito, barriga, braos e pernas. Aquilo era estimulante para ela, mas me causava um misto de ccegas e desprazer, que me levava a ficar em posio totalmente enrijecida, como que assustado. Levei muito tempo para comentar isso com ela, pois no queria constrang-la dizendo-lhe que o que era feito com inteno o carinhosa assunto, era experimentado com desagrado. Anos mais tarde, quando comentei sobre nosso casamento j estava chegando ao fim.
Para que a sexualidade seja exercida com elevado quociente de inteligncia preciso que haja, primeiro, boa e desimpedida entrada de informaes do exterior para o crebro. Segundo, preciso que a conscincia possa ter contato com as sensaes prprias do corpo, especialmente quando surgem pequenas zonas de excitao. Terceiro, embora o acesso amgdala seja inevitvel ela a guardi da
sobrevivncia e evita que informaes altamente desprazerosas ou prejudiciais alcancem regies mais elevadas e ocupem desejvel indevidamente que o a conscincia, acesso
conscincia seja o mecanismo predominante durante a maior parte do processo de interao com as pessoas. Quarto, altamente desejvel que as atitudes que se caracterizam por intensa comunicao com o mundo exterior sejam orquestradas pela conscincia exceo feita s situaes de emergncia, do tipo luta ou fuga, que sempre permanecero na seara da amgdala cerebral. Dessa forma, as atitudes estaro sintonizadas com as prprias necessidades e ao mesmo tempo no destoaro das de outras pessoas. Se a percepo e a satisfao dos desejos sexuais de forem com conduzidas esses pela conscincia acordo quesitos,
estar formado o caminho que levar qualquer pessoa a exercitar elevado grau de inteligncia sexual.
A atividade da amgdala cerebral , em boa medida, involuntria, e sujeita somente a regras prprias, codificadas geneticamente. H, no entanto, uma pequena parte da amgdala que se submete influncia das decises. Essa ponte construda durante as primeiras duas dcadas de vida. Por isso, na adultez j ser uma estrutura pronta, e propensa a ter pouca flexibilidade para ajustar-se a novos modelos. Felizmente, contudo, a amgdala cerebral est sujeita a pelo menos um tipo de controle: aquele que decorre das clulas que a comunicam com a regio pr-frontal do crebro. Na verdade, tratase de uma imposio: embora amgdala seja dado a primazia de esvaziar seu contedo sobre praticamente todos os circuitos que comandam o comportamento, ela, em troca, subordina-se parcialmente ao pr-frontal. Essa uma rea sumamente estratgica em nossas vidas, porque dotada de planejamento. Contudo, h uma regra essencial a ser obedecida: entre elas no pode haver conflito ou indeciso. O cdigo
gentico vem com informaes claras a esse respeito: em caso de dvida o desempate da amgdala.
Na primeira sexta-feira daquela primavera, Marco e Suellen comemorariam um ms desde que o desejo de flertar os havia aproximado. Tudo estava preparado para uma noite convidativa: champanha, msica suave, o cheiro da noite entrando pelo janelo aberto no quarto do apartamento de Suellen. Beijos prolongados combinavam com as roupas em desalinho jogadas no cho. Pouco depois, contudo, Marco passara a ser tomado por pequeno princpio de pnico ao perceber primeiro levemente, depois sem sombra de dvida e, em minutos, com a certeza de que tudo seria um fracasso que sua excitao no era transmitida para onde devia. Estava enamorado, apaixonado, desejoso, mas . . . onde estava sua ereo? No teve jeito, Marco trocou a excitao, primeiro pela confuso, depois pela irritao. Sem entender a
razo de sbita batida em retirada, Suellen ficou sumamente irada por ter que colocar panos frios em tamanha excitao! Eu sei que havamos examinado o quanto era importante que transssemos sem transgredir na questo do territrio, dizia Marco a Porto Walther dias depois, mas tudo se ajeitou de forma to convidativa no apartamento dela, que pensei estar seguro!
Marco havia separado-se de sua primeira mulher, e buscara ajuda em Porto Walther. Mais ou menos na mesma poca em que conhecera Suellen, examinava com Pev as formas pelas quais os homens demarcam territrios onde, por assim dizer, exercem suas prerrogativas de masculinidade. Suellen era tambm separada, muito rica, pertencia ao topo da pirmide social da cidade, e tinha uma atitude francamente esnobe para com as pessoas. Nada disso tinha a ver com Marco. Ele porm sentira-se atrado por uma espcie de fragilidade que julgava ter-se
apoderado dela. Conquistara-a pelo seu cuidado, sua proteo, e ela, sentindo uma relao totalmente nova com um homem que a protegia, lanara-se de corpo e alma a essa paixo. Marco e Pev examinaram juntos o preo cobrado quando determinadas atitudes vo de encontro a princpios individuais assentados. Ele realmente se via agredido pela atitude ostensiva de Suellen na presena de outros, mas ficava tocado pela meiguice a que ela se convertia quando estavam a ss. Em seu apartamento, assumia postura excessivamente austera com os empregados, quando no com os prprios filhos. O desconforto que isso causava promovia, em algum lugar dentro de Marco, a necessidade que essa relao pudesse se desenvolver fora desse ambiente. No fundo ele desejava reencontrar o mesmo clima existente quando eles se conheceram, o que tinha acontecido em outra cidade, em meio s frias de vero. Desejava especialmente, t-la fora do quarto ornamentado como se ela fosse uma espcie de
princesa a fizesse
herdeira.
Marco uma no
gostaria, mulher
em
sua
imaginao, de rapt-la para o um territrio que revelar-se justamente madura. de da Cedera, Suellen, contudo, envolvente quarto seduo infantil
princesa. O preo dessa transgresso veio na forma da negao de sua ereo! Pev ajudava Marco a erguer-se da derrota sofrida, mobilizando recursos que pudessem enriquecer a influncia do crtex pr-frontal. Ensinara-o que era preciso entender sentimentos escondidos e sobretudo respeitar as exigncias impostas por eles. A masculinidade tem por prerrogativa um qu de agressividade, e a conquista de uma mulher deve estar baseada em atitudes, no em palavras. Conduzi-la para fora de um ambiente rodeado por caprichos estilsticos adequado para embalar noites de sono mas nem de longe em sintonia com o estilo de Marco deveria ser uma condio satisfatria para evitar o boicote da amgdala cerebral!
Ento, o que temos hoje? Foi o fim de semana mais maravilhoso dos ltimos tempos, respondeu Marco a Pev! Suellen e Marco foram ao flat providenciado por ele na chegada para o fim-se-semana. Ela parecia no compreender bem a necessidade disso, j que seu apartamento ficava no longe dali. Amaram-se durante uma longa noite, sem que Marco precisasse pensar sobre sua excitao, deixando, de quebra, Suellen surpresa face ao que ela considerou incrvel performance. Ela nunca soube por que. Marco achou que no precisava explic-lo. E Pev achava que isso pertencia somente a Marco, na zona obscura ocupada pelo pr-frontal e a amgdala.
Trava-se entre essas duas reas uma espcie de dilogo, que no obstante precisa de um compasso apropriado. Exigir pronta submisso da amgdala impensvel, e um atalho que atenue sua influncia s ser obtida mediante
paciente negociao. No caso de Marco, as memrias condies passado, disponveis ambientais fragmentos para para de a amgdala a com indicavam que ceder no quesito submisso (s concretizar episdios conquista) significava estar em risco porque, no caractersticas similares impuseram sofrimento. No contexto, a ao da amgdala foi a de interromper a relao sexual. Dessa forma, o progresso a uma situao de sofrimento emocional ainda maior evitado. Quando a razo articulou uma negociao s claras com a amgdala, sem estratagemas a amgdala aceitando a mudana de territrio como condio vlida, e o pr-frontal admitindo que no iria adiante sob os caprichos de Suellen, um pde entregar-se ao outro com paixo e desejo. Esse processo pode exigir tempo e empenho. A negociao pode durar semanas e a profundidade das cedncias exigir ajuda de algum experiente. O nico quesito inegocivel a transparncia para a amgdala. Qualquer
tentativa mente,
de que
trapaa do procura
ter evitar
por a
resposta repetio
a de
perpetuao
mecanismo de
proteo da
qualquer cena mesmo de longe similar que causou o sofrimento primordial. Se a cena tem natureza sexual e se o protagonista do conflito o homem, a amgdala recorre negao da ereo. Muitos homens em situao similar de Marco optam por tentar novamente, do mesmo jeito, reincidindo na mesma armadilha. Quando as falhas vo se somando, alcanam o ponto em que o homem passa a sentir-se definitivamente impotente. Est instalado o solo que vai fertilizar a depresso e a apatia sexual. Por essa perspectiva, podemos considerar que o maior aliado sexual do homem sua amgdala. Pev considerava que isso podia ser difcil de aceitar, mas no de compreender. O mais afoito pensar que, se a ereo se vai, h alguma coisa de errado com ela (a ereo).
Engano, completa Pev. Quando a amgdala intercepta a ereo do homem, no h nada propriamente de errado com o fenmeno em si, exceto pelo fato que uma transgresso estava para ser perpetrada e foi prontamente contornada. A amgdala entende que a transgresso seria o erro, e o evita impedindo a progresso. Jogar do mesmo lado da amgdala usando o crtex pr-frontal como intermedirio para a negociao a maneira salutar, segura e sexualmente inteligente de sair do impasse.
Jeffrey, 45, solteiro depois de dois casamentos somente temporariamente bem-sucedidos, j h semanas estava flertando com duas mulheres ao mesmo tempo. Ambas eram sedutoras, bonitas e independentes. O corao pendia para Isabelle, meiga e romntica, que tinha trazido Jeffrey para perto do fogo da lareira de sua casa e sussurrado coisas ao seu ouvido. Contudo, o aventurar-se pelo destemido atrara Jeffrey aos braos de Olinda, mulher vistosa, que prometia prazeres indizveis. Certa noite, atendera ao convite de Olinda e fora sua casa. Aps o jantar, o vinho e os beijos no sof, embarcara com ela na cama, com desejo ardente e vontade de possu-la, mas . . . uma hora inteira havia se passado sem nenhuma excitao! Que situao!
Sara da casa de Olinda pelo rs do cho, ouvindo coisas do tipo que nada, isso no nada, da prxima vai dar tudo certo, voc vai ver. Mas na semana seguinte, na casa de Isabelle, tudo correu certo. A noite fora romntica embora Jeffrey nunca tivesse sido um sujeito admitidamente romntico, e a excitao seguira num crescendo impressionante, mesmo antes dele colar seu corpo ao de Isabelle. Fora a mais fantstica transa dos ltimos tempos. Como recompensa adicional ouvira, ainda, de Isabelle, que ele fora o homem que a tinha feito mais feliz em toda a sua vida! O resultado era que a cada vez que Jeffrey via Isabelle, mais romntico e . . . excitado ficava.
Para que o homem possa almejar uma vida sexual bem sucedida, curiosidade e senso de aventura s no so suficientes. Essa frmula certamente tem sucesso garantido na fase juvenil, ao embalo da fora bio-hormonal
quem quando
no
se nos
de anos e
uma um
noitada
espetacular
vinte-e-pouco, pouco de
bastava
bebida? Mas na vida adulta, o desempenho sexual precisa ser regiamente abastecido, no mais de curiosidade, sabor de aventura, desejo corporal ou necessidade de transgredir, mas de genuna excitao emocional, baseada no desejo de trazer algum para si e de penetrar sem reservas no mundo desse algum. E a bebida deve ser dosada com moderao, pois pode empurrar tudo na direo oposta! Sexo, na vida adulta, resultado de um processo de articulao. Para isso, vrios requisitos so necessrios. Tudo comea com conexes sexuais fisicamente intactas entre os genitais e o crebro. Essa parte, nada havendo atrapalhado, garantida pela gentica e por uma vida saudvel. Essa ligao estabelecida atravs de nervos especializados que comeam na pelve, vo coluna vertebral e, de l, alcanam o topo da nuca, na base do crebro,
nas cercanias de um pequeno mas importante agrupamento de clulas nervosas conhecido entre os neurocientistas como ncleo solitrio. Esse ncleo sai pronto da linha de produo ao nascermos e, depois, vai sendo aprimorado por hormnios glandulares e pelas substncias de transmisso entre as clulas nervosas. Desta forma, o arranque para o funcionamento sexual na infncia e adolescncia est garantido pelas ligaes fsicas inatas. Essa forma garantia inclui, no adolescente, o
desenlace da excitao pela ejaculao, que se a partir de estmulos aparentemente triviais (a viso das primeiras mulheres despidas em revistas pornogrficas, seguida do estmulo ttil repetitivo de friccionar o pnis para cima e para baixo, em demoradas duchas). H, tambm, suficiente sabedoria biolgica para
coroar esse processo com o fenmeno sensorial do orgasmo, na forma de troves e relmpagos trafegando por muitos milhes de clulas
nervosas, sensorial.
promovendo
verdadeiro
festim
A masturbao, quase sempre descoberta ao acaso pelo ou pela jovem, prova da prontido do sistema. Qualquer fonte de estmulo sensorial minimamente satisfatria promover excitao, seguida de ingurgitamento vascular dos genitais e, no contexto adequado, de orgasmo. Se o estmulo sensorial estiver acompanhado de alguma imaginao e nessa fase da vida geralmente est tanto melhor: o acoplamento comea a ganhar uma camada de verniz. Um pouco mais adiante algo entre os vinte e trinta e poucos anos completa-se, paralelamente, a maturidade emocional. Afloram os sentimentos, primeiro percebidos e, depois, no relacionamento amoroso, harmoniosamente misturados aos de quem vai ser dado a primazia de penetrar no mundo privado de nossa existncia. Essa unio d origem a sentimentos que, unificados e compartilhados, formam a base sobre a qual se assentar a vida a dois. A
maturidade emocional permitir controle sobre o fluxo de sentimentos, a melhor forma de explos pelas palavras, a hora de recu-los para entender sentimentos alheios e como adapt-los face s contingncias da realidade. Nessa etapa da vida, inicia-se a fuso entre os dois mecanismos descritos acima o sexual e o emocional, que se aprimoraram at ento de forma independente, embora no isolados, vizinhos pode-se dizer, um tocando nas margens do outro, sem se interpenetrar. O esforo agora partir do emocional, que deve puxar o topo do emaranhado sexual do ncleo solitrio para dentro do emocional. Isso no se d de forma meramente psicolgica, mas atravs das conexes fsicas entre clulas progressivamente atradas para dentro da arena de conexo. Geograficamente, essa arena est situada no limbo que separa as regies cerebrais mais interiores do manto cerebral o denominado sistema lmbico, ou limbo emocional. O
emaranhado solitrio deve ter suas sinapses aspiradas para dentro do limbo emocional, da mesma forma com que o surfista engolfado pelo tubo formado pela grande onda havaiana! Essa fase ao mesmo tempo complexa e simples. Uma porque requer complicada sinalizao para a migrao das clulas nervosas de um ponto para outro; outra porque, para isso acontecer, tudo o que exigido a presena de contedos emocionais durante o processo de amadurecimento. A lapidao dessas conexes entre as clulas cerebrais depois do nascimento apia-se na migrao das clulas e no crescimento de seus prolongamentos. Quando uma clula se conecta a outra, o que ocorre que seu terminal migra na direo daquela e ambas estabelecem contato fsico. Passam a funcionar em dupla, em trios, depois em circuitos de vrias clulas e, finalmente, em extensos sistemas constitudos por milhares de clulas interconectadas. Quando uma clula ativada, a ativao repassada
para todas as outras pertencentes ao circuito. Esse movimento gera uma zona de redemoinho que no escapa varredura da conscincia. Nessa hora, seu significado incorporado e passa a ser entendido. Os dois mecanismos bsicos a migrao e a sinapse formam uma reserva de mercado destinada a garantir o funcionamento das clulas em harmonia. A forma mais eficiente que a natureza
encontrou para garantir o funcionamento dos mecanismos de expanso dos territrios das clulas baseia-se no seu franco excesso no nascimento. Paradoxalmente, com exceo das que esto sob forte influncia gentica para desenvolverem-se integralmente depois do nascimento, as clulas nervosas iniciam um movimento de regresso, que levar muitas morte. Por incrvel que possa parecer, as clulas cerebrais, mesmo no incio, de fenecem terem s milhares, prontas e depois sido
do sistema nervoso esto, em tese, condenadas morte, salvo se forem resgatadas por um de dois mecanismos disponveis: a garantia gentica para desenvolverem-se, independente de quais conexes estiverem ocorrendo volta; ou o chamamento para uma conexo com outras clulas que j obtiveram sua garantia. Clulas acelerao se essenciais, ou que recebem dos por
incumbncia o controle de rgos vitais, como a diminuio ou esto batimentos cardacos, no dependem da lei da selva onde ou conectam condenadas degenerao. Portanto, essas ficaro em ao, pelo resto da vida. Todas as outras precisam conquistar essa garantia sinapticamente. O pesquisador Hamburguer verificou, em
experincias conduzidas em laboratrio, que cerca de 22 mil clulas so alocadas para comandar o msculo da coxa posterior de embries de galinha. A misso dessas clulas estabelecer a conexo que vai comandar os movimentos da coxa, garantindo a mobilidade
da
galinha as
adulta. demais
metade desse contingente de clulas atinge esse objetivo, caminho. Quando se administra curare ao embrio da galinha, o nmero de clulas perdidas ainda maior. Isso se deve ao efeito paralisante do curare que impede que as clulas neuronais sejam puxadas em sua direo. O efeito oposto, a estimulao fisioterpica do msculo, reduz a perda neuronal, agindo como um chamamento s clulas. Esses valiosos experimentos demonstram a ntima ligao entre tarefa e sobrevivncia nos processos neurolgicos. A necessidade de ter que realizar uma determinada funo guia o aporte das clulas para controlar essa funo. Da para a frente estabelece-se um compromisso que dura a vida afora, pois no s a instalao mas tambm a continuidade das tarefas dependem da continuidade da ligao entre aquele que executa e o que comanda.
Os estudos do psicanalista infantil Ren Spitz, nos anos 40, demonstraram eficazmente como essa relao entre estmulo e resposta interfere na vida do ser humano. Ele avaliou crianas que idade de bebs haviam sido deixadas em uma creche para filhos de mes prisioneiras, e comparou seu comportamento ao de bebs que haviam sido abandonados e depois recolhidos para uma creche governamental para bebs rfos. As condies de higiene, nutrio e amparo eram muito similares nas duas instituies, exceto pelo fato de que as crianas rfs eram cuidadas por enfermeiras o tempo todo, ao passo que os filhos e filhas de mes prisioneiras recebiam visitas nos horrios estipulados. As mes prisioneiras, por terem pouco tempo de contato com os filhos, eram muito afetuosas com seus bebs no pouco tempo em que estavam juntos. Uma outra diferena dizia respeito ao grau de alcance visual das crianas; filhos e filhas de mes prisioneiras tinham beros que no eram revestidos por
lenis em suas guardas laterais e, portanto, podiam ver o que se passava volta. Spitz acompanhou o crescimento dos bebs. No final do primeiro ano, as crianas da creche de mes prisioneiras muito ainda atingiram escores aos ponto de das de desenvolvimento diferena era superiores maior, ao
crianas abandonadas. Aos dois anos de idade, a praticamente no haver diferena dos escores de desenvolvimento entre essas crianas e aquelas criadas normalmente em casas de famlia. Crianas nessa idade so ativas, gostam de brincar pessoas contraste, e a comunicam-se que somente esto duas intensamente familiarizadas. das vinte e com Em seis
crianas da creche para bebs abandonados foram capazes de andar e falar entre o segundo e terceiro anos de vida, mostrando enorme retardo no desenvolvimento dessas funes. Em essncia, Ren Spitz demonstrou que a privao sensorial e afetiva tem conseqncias catastrficas no desenvolvimento infantil.
Embora mais lenta nos anos da adultez, esse mecanismo de exigncia e adaptao prossegue dos primeiros dias at o fim da vida. A exigncia para executar determinada funo ou tarefa faz com que o crebro responda, em seu devido tempo, com a criao de novos prolongamentos, fazendo surgir contatos entre clulas onde no havia nenhum. Persistindo a tenacidade, circuitos inteiramente novos so implementados para dar cabo aos desafios que vo surgindo. Da mesma forma, necessrio sobrepassar sem privao sensorial e afetiva a fase na qual as clulas do circuito sexual primrio devem ter suas conexes puxadas para dentro do limbo emocional. A inteligncia sexual vai depender inteiramente disso. Mas a qualidade dos estmulos que orientam o trfego atravs desses circuitos celulares sero diferentes para meninos e meninas. Para isso, os pais desempenharo um papel muito importante. Por causa disso pode-se dizer sem medo de errar que, depois da
gentica,
os
pais
tem
papel
crucial
no
desenvolvimento da inteligncia sexual. Os estmulos para a menina so, em geral, sempre pai se eficazes, esmeram as desde em que positivamente e carinho, da afetivos. Isso quer dizer que quando a me e o cuidados do estimulando qualidades sorriso,
afabilidade e da comunicao afetiva com outras crianas e com os adultos da famlia, a menina seguir um curso das apropriado emoes e para o da desenvolvimento
sexualidade. No h, como regra, necessidade de atitudes de cerceamento. A imposio de atitudes de cerceamento durante a educao (xingamentos acompanhados de demonstrao como tal coisa deve ou no ser feita, deixar de castigo, privar de recompensas etc) necessria para a definio de limites, de acordo com regras que marcam a estrutura de determinada famlia. No pareceria haver, em uma primeira anlise, relao entre atitudes de cerceamento e desenvolvimento da sexualidade.
Mas no no caso do menino. Nele, haver a necessidade de um mecanismo adicional, que possui carter de cerceamento, embora sem, em nenhuma hiptese, deixar de ser afetivo. Meninos e meninas processos como o tm, do incio da vida, aleitamento, a contnua
ntima ligao com a me, que decorre de superviso para evitar com que se machuquem, o ensinar dos primeiros passos, dos primeiros vocbulos e assim por diante. A menina, depois, prossegue linearmente espelhando-se na me para formar seu prprio carter, incluindo seus atributos de feminilidade. O menino, no entanto, em determinada etapa do desenvolvimento precisar do auxlio do pai para diferenciar-se de sua me, o que equivale a um sobressalto na linearidade da dependncia materna. Trata-se de um processo gestual bastante complicado, embora residente na bagagem instintual do homem.
Gregor chegaria logo em casa, mas antecipou sua chegada com um telefonema mulher que, a essas alturas, j deveria estar esperando por ele. Luciano, seu filho, atendeu e ficou feliz ao saber que o pai viria. Passou o telefone me, que dissera ter acabado de sentar-se poltrona deles para esper-lo. Como muitas outras vezes, Gregor instintivamente adivinhara a hora em que ela tinha terminado seus afazeres! Hallo, todo mundo, chave disse Gregor ao
terminar de
tirar a
da fechadura e
encostar a porta da frente, para escutar hallo, estamos aqui. Aqui era a pequena antessala do quarto, pensou Gregor, l. entrando e encontrando-os exatamente Beijou-os.
Luciano, completando quase 5 anos, estava eufrico para mostrar o desenho em lpis-decera que ele e a me, Lisa, estavam aprontando. Na verdade, o desenho era de Luciano, mas Lisa ajudara-o mais a torn-lo do algo mais ele gracioso, adquirira mostrando que, ao carregar menos nas cores perifricas desenho,
aspecto
melhor
de
profundidade.
Quando
Luciano perguntou o que profundidade?, Gregor alou-o do cho para o colo e disse: como teu desenho vai ficar depois que voc aprender a usar os lpis-de-cera que a mame est ensinando, disse sorrindo, levandoo para fora, enquanto o olhar de Luciano voltava-se sua me, indagando por que uma voz de dentro lhe avisava que sesso de desenho estava para ser terminada.
Crianas
tm
o dom
de
saber quando
comear a fazer algo que sabem vai atrair a ateno do pai ou da me quando o outro est para entrar no crculo.
Gregor disse a Luciano que era hora de a me e o pai conversarem depois do trabalho, o que no foi recebido de pleno agrado. Ele e Lisa sentaram na poltrona predileta na sala de tev, aninharam-se, perguntaram-se como tinha sido
tarde,
observ-los. Ele olhava ora para a televiso, ora para eles, virando o canto dos olhos e o lbio inferior, desaprovando a franca intromisso em seu momento predileto do dia. Pensava no porqu da atrao de sua me por seu pai seu pai afinal, a me era dele, ela deveria ter mais ateno para com seu filho! Gregor disse: Meu filho, amanh sbado. Vou trazer a lenha para usarmos na lareira durante a semana. Vou at a serraria e, na volta, vou comprar vinho e refrigerantes. Voc no quer vir comigo? O lbio esticou-se, transformando-se em
sorriso gostoso estampado na face de cachos loiros esparramados sobre a testa. A mente viajou para a gostosa casa de bebidas, onde tambm havia chocolates, biscoitos, guloseimas ... Em um pulo, saltou do canto onde estava, jogou longe o mau humor, aquiesceu sem nem mais olhar para a me, e zuniu na direo do
quarto, imaginando que amanh era sbado, dia de grandes acontecimentos, era preciso falar como o Diego, filho da famlia da casa o lado, tinham que combinar sobre o que fariam tarde, e depois sobre...
distanciamento
me-filho
obtido
por
pequenos mas sucessivos episdios pelos quais o menino desconfia que seu comportamento amoroso colide com o do pai. Na medida em que percebe que a escolha da me de estar junto do pai, nas horas de lazer como nas discusses que definem os rumos da vida da famlia, passa a se sentir restringido ou cerceado nessa escolha. Como a me pode ficar ambivalente nessa hora, o pai a auxilia, apresentando-a, para o filho, como sua parceira nas pequenas e grandes coisas do dia-a-dia. Ao perceber-se em situao de antagonismo em relao me, gradativamente incutida no menino uma meta espelhada no pai, o que faz brotar nele sucessivos padres de comportamento parecidos
aos
do
pai.
No
futuro,
esses
padres
de
comportamento o orientaro a ser atrado por figuras femininas substitutivas me. Eles contm as Sexa, que so to necessrias mas podem ser to complicadas de manobrar! Esse movimento , no menino, decisivo para que o entranhamento do emaranhado solitrio para dentro do limbo emocional seja diverso do da menina. Essa articulao precisar se fazer com um leve mas definido qu de agressividade no menino. Parte desses traos j transferida para o menino de forma automtica; trata-se de uma transferncia qumica de memria. Desde o nascimento j esto presentes padres comportamentais de agressividade no menino, que foram de muita importncia para assegurar a sobrevivncia da humanidade h milnios. Quando o limbo procura vivncias do passado cujo significado pode ser til para interpretar uma ao do presente, so as memrias do desenvolvimento infanto-juvenil que so primariamente revolvidas mas no somente
elas.
Memrias
ao e
nascimento, eficazmente so
ligadas a eventos que retrataram formas de comportamento agrupamentos empregadas na garantia da sobrevivncia de tambm disponibilizadas para as aes do presente. Essa garantia transmitida geneticamente atravs de cdigos guardados no DNA, depois reproduzidos na intimidade cerebral. Fragmentos do cotidiano. residentes Esses nos arquivos da
memria so ativamente empregados nas aes fragmentos encontram expresso completa quando so revestidos pelas aes do presente. Um fragmento de definida importncia para os padres de comportamento masculino o da agressividade. Trata-se de fora que transforma
determinados aspectos do comportamento, sem tirar-lhe o objetivo, mas mudando-lhe a forma. Essa fora reveste-se do mpeto com que um conjunto de aes deflagrado, transparece na determinao por detrs de aparente concesso,
robustece
tonalidade
da
voz,
embora
mantendo o contedo gentil da mensagem. No dilogo, faz com que se crispe o semblante, procurando a suavidade da linguagem da mulher e, ao ter em mente conquist-la, despoja o homem dos maneirismos do trivial, fazendo com que apaream qualidades verdadeiras. Diz-nos depois, o Aurlio sobre agressividade: para o
dinamismo, atividade, energia, fora, para, acrescentar: disposio desencadeamento de condutas hostis . . .. A primeira conotao de agressividade, portanto, a que corresponde a um estado de nimo para ir luta, vencer, aprender. A agressividade aspecto inato, presente em muitos dos padres de comportamento do homem. Diz Pev: Muitas vezes o sujeito perde a cabea e culpa a agressividade. Nesse caso, no se trata de agressividade mas de impulsividade, o que diferente. O sujeito impulsivo quando foi pouco
agressividade construtiva, pe em ao um estado de desequilbrio que busca o desenlace. E sintetiza: atravs da agressividade que a vida d certas guinadas, como quando escutamos algo do tipo desta vez eu vou arregaar as mangas para... Lidar de forma aguerrida no trato com as coisas da vida reflete disposio para conquistla, e faz parte do repertrio de atitudes do ser humano. impulsiona conquistas: apresenta inalienvel, momentos A agressividade no essa que que trabalho, no a mola hobby, que suas nas as pessoas na direo de
amizades, em relao famlia. No homem, caracterstica tem voz em a caracterizam adicional, muitos relao dos do
empreguem o termo conquista ao pretender o amor de uma mulher. Na base da conquista, est a ferramenta da agressividade. A
agressividade nunca fim em si mesma; tratase de uma qualidade, uma energia natural, uma fora das sinapses do crebro, produto do fluxo dos emaranhados antigos de clulas nervosas, que deve ser utilizado como ferramenta de competio, apropriadas. estupidez, modifica na forma, quantidade no e hora Agressividade embrutecimento, de forma leve violncia,
falta de bom-senso. Agressividade pitada que personalidade determinado comportamento. um trao, no o projeto; aliado, e no defeito. Confidencia Pev que reduziu-se a
quantidade e a qualidade da agressividade do homem nos dias de hoje. A agressividade ou virilidade s entra em cena na ou presena das recprocas Ambas quando a se o suavidade, a feminilidade. como acontece
completam, mas a agressividade jamais atropela suavidade, abrutalhado usa de prerrogativas fsicas para sobrepujar a mulher.
A conquista requer, no homem, um conjunto de qualidades emocionais que faz a postura perante a mulher ser marcada pela disposio, pelo adiantamento, por mostrar caminhos. O homem agressivo assume o risco da abordagem, inicia uma conversao, procura cativar. Se a empreitada resultar em fracasso, ele busca em sua reserva emocional o leniente para suportar o nus da frustrao. O fato que no arquivo de memrias da agressividade do limbo do homem no h prateleiras para a passividade. O homem objeto de aceite, no de conquista, reconhece Pev; mulher cabe conhec-lo, desvend-lo, am-lo. Se seu corao no for despertado pelas qualidades do homem, ela dele pode afastar-se, desconsider-lo ou desprez-lo. Esse processo no minimiza a mulher,
conferindo a ela um papel de passividade. Ao ser feminina, a mulher luta por seu objetivo tanto quanto o homem. Ambos empregaro as foras inatas da natureza, envelhecidas no carvalho do
desenvolvimento,
para
conquistarem
felicidade. As posies de um e outro so simplesmente desiguais, mas a desigualdade de gnero no fere a dignidade. Prossegue Pev: Homens e mulheres no so iguais, por dentro ou por fora, para comeo de conversa. So diferentes em extensa gama de atributos, embora compartilhem de muitas maravilhas. O homem, ao exercer sua virilidade, no avilta a dignidade feminina, pelo contrrio, valoriza-a, porque distingue-a de si prprio e reconhece nela a presena de valores que ele jamais poder experimentar. Nos tempos modernos, correta, o muitos que em homens muitas
entenderam que precisaram adotar uma postura politicamente situaes assume certa forma de docilidade emocional. Nessas situaes, expressa-se um comportamento para o qual no h um padro emocional correspondente na memria ancestral. Resume Pev:
Esses comportamentos adaptativos podem ser bem aprendidos, imitados, decorados, tudo graas ao recurso cerebral palavra, mmica e ao gestual, mas no so ancorados em experincias emocionais guardadas na memria. Mais adiante, esse adestramento do repertrio de palavras e atitudes logicamente elaboradas acaba por minguar a memria dos instintos. Em decorrncia, desflavoriza-se a agressividade masculina; a virilidade entorpecida anestesia a excitao. Na ponta final desse represamento, encaixam-se as disfunes sexuais: o embotamento do desejo, a ejaculao precoce, a no-transmisso da excitao para a ereo, ou seu desabamento por desnecessrios estados de alarme. No processo do de amadurecimento necessrio da a
sexualidade
homem
orquestrao de um conjunto de fatores. Quando esses fatores so alinhados, um aps o outro, durante o desenvolvimento, est lastreada a base para a inteligncia sexual. Esse o
processo
de
provimento
da
caixa
de
neuroferramentas que mais adiante possibilitar a flexibilidade necessria para as mudanas de curso. Qualquer pessoa j poder ter experimentado frustrao ao faltar a ferramenta adequada para determinada tarefa. A ausncia ou inadequacidade de ferramentas frustrante porque impede a progresso na direo de concluir a tarefa. A caixa de neuroferramentas da sexualidade deve comear pelas ligaes que conectam os genitais ao ncleo solitrio. A gentica garante seu funcionamento desde cedo. Mais adiante, a menina ou o menino, nos seus primeiros contatos com a vagina e o pnis, passaro a descobrir sensaes agradveis. Tambm na infncia tero abundncia de sentimentos, que sero experimentados nas relaes com os pais, avs, amigos e professores. O menino, ainda em tenra idade, acresce a esse conjunto o dolorido mas necessrio corte infantil de sua me, o que
mais adiante vai possibilit-lo ombrear-se ao pai. Esses processos vo acontecendo de forma mais ou menos simultnea. O limbo emocional se enriquece ao mesmo tempo que vai puxando os circuitos fsicos da sexualidade para dentro de suas conexes. O resultado que o trfego envolvendo as clulas do circuito sexual conecta-se ao dos sentimentos, no interior do limbo. Dessa forma, embora muitos sentimentos possam manifestar-se sem despertar instintos sexuais, o contrrio no deve ser proporcional, isto , os instintos sexuais a devem surgir O preferivelmente atrelados sentimentos.
funcionamento cerebral engendra um nmero cada vez maior de zonas de tangncia, de forma que o despertar de um possibilite que o outro fique em ponto de ser encontrado pela varredura da conscincia. Esse engendramento permite, na vida adulta, que a vida sexual seja lastreada nas Sexa. A excitao sexual promove disparada de
centelhas em clulas nervosas que, por terem acesso ao limbo emocional, despertam sentimentos. Na direo contrria, ocorre ao mesma coisa. Quando as experincias do mundo exterior despertam sentimentos de aproximao, as conexes fsicas com as clulas do emaranhado solitrio abrem as comportas para uma excitao sexual, que nasce de forma espontnea. Essa ligao mtua uma representa qualidade entre os
primorosa.
autoestrada
sentimentos e a excitao sexual, empregada em todos os instantes de uma vida saudvel, ajustada e feliz. Permite, em primeiro lugar, que a sexualidade se transforme em veculo de expresso de sentimentos. Essa interconexo conduz, tambm, ao funcionamento reverso, dando origem conscincia que determinado sentimento pode estar desacompanhado ou acompanhado de excitao sexual. A excitao sexual no se manifesta de forma indistinta, em resposta a qualquer fluxo emocional. Ela se
manifesta
de
acordo
com
contedo
das
ligaes do limbo. Esse contedo no pode ser explorado, de antemo, pela conscincia; pode, depois de experimentado, ter seu contedo aprimorado, emocional perceber a uma esteja vez em se, que curso. a S de antes, experincia podemos qualquer tivermos de
presena diferentes
formas
As emoes, os sentimentos e as sensaes ligadas s experincias afetivas do passado formam, portanto, o arcabouo das alas entre as sensaes ligadas s experincias anteriores, as Sexa. Sabemos, contudo, que parte delas est ligada ao mecanismo de alarme. A quantidade dessas ligaes depende de como as reaes de alarme foram vivenciadas na infncia e com que de tipos de experincia na foram condensadas, como a que ocorre quando a sensao saciedade mamada acompanhada do medo de cair do colo da me.
Em funo da guinada que o menino sofre poca do desprendimento infantil de sua me incio do processo que vai garantir uma comunicao futura contendo doses sadias de agressividade, h perigo escondido sob o manto das Sexa devido ao possvel predomnio daquelas que acionam alarme. A presena das Sexa de qualquer tipo reflete que o processo de aspirao do emaranhado solitrio para o interior das rotas do limbo foi eficaz. Entretanto, as que tiverem sido condensadas exercero agressividade. com experincias presso e para de alarme a so definida anular
Alarme
agressividade
antagnicos dentro do limbo, mas a ltima tem primazia sobre qualquer outra porque o alarme o mecanismo mais eficazmente associado sobrevivncia. Em condies normais, doses sadias e adequadas ao redor de no agressividade promoverem manifestam-se livremente somente quando os acontecimentos
nenhuma associao na memria com eventos que em alguma poca desencadearam alarme. Quando experincias de alarme ocorreram de forma muito intensa durante os meses de aninhamento do beb no colo da me, forma-se verdadeiro pntano de Sexa de alarme no limbo emocional. intensa Na vida adulta, corporal momentos com a de proximidade figura
feminina sero interpretadas como reedio das primeiras, desencadeando impreterveis respostas de alarme. Nesse caso, a quantidade excessiva dessas Sexa pem a perder a riqueza das conexes do duo sexualidadeemoes. Situaes de conforto e atrao sero impiedosamente torpedeadas e o que pior, de forma cada vez mais eficiente, terminando com as sensaes de conforto e excitao cada vez mais perto de seu nascedouro. Quando a quantidade de alas de alarme pequena, a possibilidade de reedio de qualquer uma delas maior. Nesse caso, o homem tem possibilidade de manifestar mais
livremente aumentando
seus as
dotes chances
de
agressividade, de xito no
acoplamento entre emoo e afeto. Em algumas oportunidades, porm, mesmo no indivduo com supremacia de Sexa afetivas sobre as de alarme, essas foras podem mudar de direo. Nessa excepcional circunstncia, instala-se o cessamento da excitao. Essa , s vezes, a nica manifestao da reedio de uma situao de alarme porque, biologicamente, ela sempre inicia pela cessao de quaisquer excitaes em curso. s vezes, nada mais ocorre do que a simples cessao da excitao sexual (motivo suficiente para causar grande embarao!). Somente em situaes de grande similitude com perigo ou que efetivamente contenham real perigo que a manifestao de alarme se torna mais complexa, passando a incluir sintomas viscerais, como o aumento do batimento cardaco, a transpirao fria, o enodoamento do peito, o embrulhamento do
estmago at a desfocalizao da viso e a sensao de desfalecimento. No indivduo dotado de supremacia de Sexa afetivas, mas que incorre em um pequeno episdio de alarme, instala-se uma situao peculiar. A pequena e circunscrita experincia que causou a reedio do alarme, cessando a excitao e criando o embarao, pode agigantarse e transformar-se em alarme persistente, reeditada em episdios seguintes. A seqncia se repete e, fortificando-se a cada episdio, promove mais medo para a seguinte, e assim sucessivamente. Repetindo-se um nmero suficiente de vezes, instala-se uma espcie de regresso, onde o indivduo remetido ao pntano alarme. movedio sustentado por Sexa de
Carlos cidade.
Augusto Os
procurara
Porto
Walther haviam
encaminhado por um conhecido especialista da exames realizados esquadrinhado todas as reas, da medio do
nvel dos hormnios testiculares no sangue at a avaliao da fora de propulso do sangue no interior do pnis durante a ereo provocada pela injeo de uma substncia ativa. Todos os exames foram encontrados normais. Um perfil psicolgico tinha demonstrado tratar-se de um homem que se dedicava arquitetura com zelo e eficincia. Era tido em alta estima pelos colegas de trabalho e considerado um amigo disponvel nos momentos de dificuldade. Todos eram unnimes em reconhecer que ele era enrgico nas horas em que a produtividade da equipe devia aparecer. No se atrasava, no resmungava para pequenos contratempos e nas reunies era quase sempre quem tinha a soluo certa para problemas dos mais variados tipos. Casado, dedicava o tempo livre mulher e ao filho, ambicionando um dia tornar-se uma celebridade em sua profisso. Sonhava em ser chamado para projetar um novo museu em Paris ou Nova York, quando poderia se mudar com
toda
famlia
lhes
proporcionar
que
realmente achava que a vida tinha de bom. Carlos Augusto era um sujeito discreto e refinado. Nas freqentes reunies que mantinha com a diretoria, em So Paulo, era visto em lugar nenhum exceto no hotel e nos corredores da empresa. Cordial, no se furtava a uma boa conversa, era espantosamente franco e capaz de finalizar um bate-papo com destra semcerimnia, anunciando que era hora de fazer algo que tinha deixado para aquela hora. Quando Larcia mencionou um drinque no novo shopping, ao lado da sede da empresa, consultou o relgio e viu que ainda tinha um tempo at a hora de recolher-se ao hotel. O vo para casa era no dia seguinte pela manh e, como dessa vez ele havia se sado de forma simplesmente espetacular na reunio que definiu o lanamento do prximo projeto, nada melhor do que comemorar o acatamento de suas idias. Ele havia sido simples, mas direto, e espelhara
com habilidade o que o consumidor esperava da empresa. No elevador, observou Larcia por um
instante. Ela era arquiteta da equipe carioca da empresa, e costumava ter uma participao muito discreta nas reunies. Larcia era bem diferente de sua mulher; os longos cabelos negros caam retos atrs e dos lados e abriam-se como uma cortina sobre a testa, deixando entrever uma pele branca e bem cuidada. O vermelho do batom era vivo, marcado a risco forte de lpis no contorno externo. O tailleur preto desenhava seu corpo com charme; a saia justa cingia-lhe as pernas altas e bem feitas, escondidas sob meias-calas que pareciam cintilar levemente. As mos delicadas e longas eram sulcadas por tendes que sobressaam sob a pele. Os dedos terminavam em unhas limpas, protegidas por esmalte salmo suave. Normalmente Carlos Augusto tratava homens e mulheres de maneira indistinta durante as viagens de negcios. Era corts, amvel, mas
no escapava de ningum seu cuidado em manter o tema da conversa o mais perto possvel do objetivo, do prtico. Adjetivos eram enfeites desnecessrios, dizia com freqncia. Ele estava impressionado. O drink caribenho solicitado sem titubear ao maitre do The Rum Inn; as perguntas feitas de forma direta, com direito a esperar pelas respostas fitando dentro de seus olhos; e a sonora gargalhada com o alvo pescoo arqueado para trs indicavam que ela definitivamente no estava mais para nenhuma reunio formal. Carlos Augusto ficara mudo quando ela lhe perguntara sem piscar nem sorrir: Vamos tomar nosso segundo drinque em meu apartamento. Estou morrendo de vontade de saber se verdade que debaixo dessa gravata esconde-se o peito louro de que ouvi falar. O zunido da cabine do airbus no vo das 9 de volta para casa parecia magnetiz-lo. Carlos Augusto, com o olhar fixado em algum ponto nas
nuvens algodoadas, recordava metodicamente, passo a passo, todos so momentos desde que aceitara o convite de Larcia. Ela tinha sido perfeita em tudo, agradara-o, incentivara-o, dera o melhor dela. Por que ento ele no fora capaz de corresponder, falhando fragorosamente na hora de mostrar que ele era bem mais do que o homem do simptico novelo de cabelos louros no peito? At agora sentia a vergonha revolver-lhe as entranhas ao lembrar a sensao do pnis semi-rgido driblado ao ponto da inrcia! Fitando o cu azul com a testa encostada na pequena janela sobre a asa, pensava no haver dvida que isso acontecera pelo fato de ter-se casado to cedo e ter tido to pouca experincia com mulheres verdadeiras, essas que do de dez a zero em qualquer outra. Achava, agora, de pouca valia nunca ter tido um s problema desses com sua mulher. Ela cansara de lhe dizer que ele era um grande amante, um homem maravilhoso na cama, que a deixava muito feliz e satisfeita, mas isso de pouco adiantava agora.
De nada, tambm, ajudaram as palavras de Larcia, dizendo que isso podia acontecer aos verdadeiros homens, que isso mostrava que ele era um homem ntegro, com sentimentos. O maior consolo, no fundo, fora escutar que ela se sentia atrada a ele tanto quanto antes, alis, sentia ainda maior desejo de se reencontrarem uma outra vez, sem aquele clima de surpresa da noite passada. Nas prximas semanas, de volta ao trabalho e mulher, duas coisas haviam mudado. Carlos Augusto comunicava-se cada vez mais por fax com a matriz, detalhando suas idias o melhor que podia e adiando qualquer reunio de trabalho, enfatizando que no havia arestas de discordncia para serem aplainadas. E, para sua mulher, embora ela no tivesse lhe perguntado nada, garantia que as falhas na cama nas ltimas duas semanas decorriam de dificuldades no trabalho. Explicava que era necessrio que ele se concentrasse por durante um tempo no destino da empresa, que a situao no estava
muito fcil e lembra, desde aquela viagem para So Paulo, quando percebi em que p as coisas andavam, a situao da empresa era mais importante para todos ns. To sbita fora a instalao de seu problema, sem ser antecedido por nenhuma outra causa estafa, estresse, essas coisas que Carlos Augusto tinha sido convencido por sua mulher que podia tratar-se de um problema fsico. Afinal, esses problemas parecem ser comuns hoje em dia, ela at teria lido uma reportagem no jornal local sobre algo parecido com fuga venosa, um problema das veias do pnis. De fato, de os problemas como emocionais dificuldade costumavam de memria, aos filhos, instalar-se junto com outros sintomas clssicos estresse, de irritabilidade, brigas freqentes em casa e com colegas trabalho, desateno coisas do tipo que ele no apresentara. Assim, podia, de fato, haver um qualquer problema com as veias internas do pnis.
O exame do ecodoppler mostrou que as veias esto em estado perfeito, disse a Porto Walther da primeira vez em que se encontraram. Veias, artrias, o tecido chamado de
cavernoso, os hormnios, as ligaes eltricas dos nervos estavam, todos, em perfeito grau de funcionamento. A presso arterial estava normal, Carlos Augusto no apresentava fatores de risco para doenas cardacas, no era diabtico nem sedentrio, os exames de colesterol e os outros estavam normais, e o especialista tinha dito que ele tinha o perfil de um sujeito jovem e saudvel. Mas que sujeito jovem e saudvel esse que no consegue excitar-se de forma decente da noite para o dia!? Pev era perspicaz no uso das palavras como fonte de revelao do estado interno da mente. No consegue excitar-se de forma decente, ele dissera. O que queria dizer decente? Ser que ele se excitaria melhor se comportasse de forma indecente? Mas isso ficaria para depois. O que
importava agora era a anlise do REVOC. A fita de metro e meio com os traados estava em sua mo. Era impressionante o nmero de altos e baixos. Eles passavam longe do limite de 10 por minuto, de fato beiravam os 40. Ao respirar, aumentavam, tornavam-se mais longos e mais robustos, passando da casa dos 4 milivolts. Ao falar, respondendo perguntas simples como tens um bom sono, sentes-te descansado pela manh?, o registro era invadido por barragem ainda maior de potenciais complexos, um colado ao outro, fazendo com que a linha reta de base no mais voltasse ao estado de repouso, permanecendo ou para cima ou para baixo, mesmo que a resposta fosse sim, at que essa parte no est alterada, durmo direto e acordo bem pela manh. Estava claro, segundo Pev, que a aventura sexual de Carlos Augusto fora torpedeada pela reedio de uma potente Sexa de alarme. Ele era um sujeito de base sexual razoavelmente
bem constituda, no era do tipo preso ao pntano de armadilhas que se instala no territrio comandado pela amgdala. Afiguravase, de fato, uma situao que decorria de Sexa do tipo simples, que fora, depois, submetida, a um efeito multiplicador. O fator gerador das Sexa de alarme
geralmente de natureza simples, mas o efeito pode ser devastador. Pntanos mentais repletos de Sexa de alarme originados em lembranas mltiplas ou em lembranas simples mas que tiveram mecanismo multiplicador devido a desastres recentes e sucessivos resultam em efeito final exatamente igual: a cessao da excitao. Esse funcionamento orquestrado e
conduzido pela amgdala cerebral. Mas h uma diferena crucial entre os dois tipos. Na situao de Sexa com origem em muitas lembranas, o mecanismo de ajuste a partir da zona pr-frontal do crebro tem menos condies de influenciar a amgdala do que na situao de Sexa de origem
simples
com
repeties
sucessivas.
Nessa
ltima, o problema mais focalizado e o processo de negociao entre a amgdala e o pr-frontal tem mais condies de xito. A rea pr-frontal uma regio ligada ao pensamento lgico. Trata-se da maior estao mental para o planejamento das atividades futuras. H farta evidncia cientfica acumulada demonstrando que existe na rea pr-frontal, por um lado, enorme aparato para acomodar a chegada das informaes, tanto externas como do interior do organismo, e, de outro, ntima associao com as clulas cerebrais que comandam as aes atravs dos movimentos. Experimentos sofisticados demonstraram que as se clulas com a nervosas chegada do de crtex pr-frontal que aumentam a freqncia de disparo ao depararinformaes contenham novidade. Esse aumento persiste mesmo aps a novidade ser retirada de cena. Experimentos desse tipo levaram noo de que a rea pr-frontal lida com tarefas que exigem
um mecanismo de espera entre a chegada de informaes novas e a produo da resposta mais apropriada a elas. Estmulos que informam algum tipo de mudana nas condies correntes podem melhor ter ao seu que a processamento ser tomada de do uma posto possam das em ser mais suspenso at apreciadas. complexas todas as implicaes da
Trata-se qualidades
comportamento
humano. A possibilidade de retardamento evita a necessidade de cursos de ao imediatos e permite que o conhecimento adquirido pela experincia possa ser de uso para promover aes mais eficazes. A ausncia dessa caracterstica verificada; e o os Harold pde ser
doutores Rosvold de
Goldman-Rakic
mecanismo
retardamento na zona pr-frontal era anulado pelo bloqueio das clulas da regio pr-frontal com o uso da droga hidroxidopamina.
Estudos muito interessantes foram conduzidos pela Dra Brenda Milner nos anos 40, poca em que cirurgias de lobotomia estiveram em voga. O objetivo da lobotomia era seccionar as conexes entre a rea pr-frontal e as demais regies do crebro, anulando o comportamento agressivo de pacientes que representavam ameaa para a sociedade. A doutora Milner teve o especial interesse em avaliar o grau de inteligncia comunidade de pacientes que que haviam o nvel sido de operados. Encontrou para grande surpresa da cientfica inteligncia do paciente lobotomizado era o mesmo de antes da cirurgia. Os pacientes estavam mesmos aplicados. Brenda Milner submeteu esses homens ao Teste de Escolha de Cartas de Wisconsin, em que paciente deveria arranjar as cartas em grupos de acordo com um critrio pr-definido definidamente escores de desmotivados, aos testes desprovidos de iniciativa, mas mantinham os inteligncia
(como a cor ou o tipo de desenho na carta). Ela verificou que o arranjo de cartas era feito de forma correta pelos pacientes lobotomizados, mas, ao trmino da primeira rodada, eles eram incapazes de rearranj-las de acordo com um novo critrio. Mesmo informado que o arranjo seguinte estava errado, o paciente lobotomizado persistia arranjando-as na mesma ordem. Esse padro, conhecido como perseverao, indica que, em condies normais, cabe rea prfrontal atualizar as informaes armazenadas para no perder a linha de ao por onde os movimentos futuros sero traados.
Esses
experimentos
demonstram
importncia da zona pr-frontal, especialmente sua influncia no planejamento de aes futuras. O exerccio da sexualidade nos tempo atuais no poderia ser melhor exemplo de planejamento futuro. O que ter a zona pr-frontal do crebro a ver com isso? E como podemos utilizar os recursos da zona pr-frontal na construo de uma inteligncia sexual slida?
S A EXCITAO
Pode-se dizer que a natureza e a gentica nos legaram trs ferramentas-chave na caixa prfrontal do crebro. A primeira implementa o dilogo com a amgdala, estratagema que permite frear o mpeto das respostas imediatas. A segunda que tambm necessria para a execuo da anterior fornece um mecanismo para reter, por perodos variveis de tempo, as informaes recebidas; e a terceira, na forma de um refinamento da segunda, aloca maior capacidade de conexo entre as clulas, para que elas possam adaptar-se rapidamente a novos conjuntos de instrues. Esse conjunto de neuroferramentas aquele particularmente envolvido nas situaes que exigem uma tomada de deciso. Frear, reter e
modificar instrues so, nas mos de qualquer planejador, as ferramentas necessrias para uma boa deciso. Essas preciosidades da conexo do pr-frontal com a amgdala para cerebral todos. so As legadas conexes geneticamente
essenciais para o dilogo entre o pr-frontal e a amgdala esto presentes em todo ser humano, indistintamente. Essas ferramentas podem, ao longo da vida, permanecer em seu estado herdado simples, de natureza bruta, ou podem ser desenvolvidas, aperfeioadas, utilizando-se a experincia individual como motor propulsor. A questo saber como fazer isso. Para quem almeja os benefcios de uma sexualidade legado, para plena, uma a transformao seu estado dessas simples, ser neuroferramentas de
condio
pujante
essencial. Cada um pode transformar-se em um Da Vinci da prpria sexualidade, um Van Gogh da inteligncia sexual. Contudo, essas
qualidades no vm pela gentica, no se pode contar com elas de graa; a semente vem, mas no garantia suficiente. Caindo em solo propcio, fertiliza; do contrrio, estagna. A principal arena onde essa propulso desenvolvida experincia trabalho. mente! A propriedade de analisar informaes que conduzam a decises seguras faz da rea prfrontal espao de grande atividade durante as horas de trabalho. na Qualquer de profisso est baseada converso informaes no , a paradoxalmente, principal arena a da para de sexual; Veremos
implementar a peformance sexual do homem o como. Lembre-se economizar o espao que o espanto ocupa na
previamente aprendidas em aes concretas. Tanto faz se as pessoas trabalham organizando pilhas de papis, alimentando planilhas em terminais de computador, atendendo pessoas no balco pblico, desenhando na prancheta, perscrutando exames de laboratrio de doentes,
esgrimindo argumentos para o jri, e assim por diante. Na base de todas essas tarefas esto pequenas mas contnuas operaes de apreciao e deciso. Os processos de deciso so baseados em informaes provenientes de inmeras fontes. O mdico contrasta os resultados dos exames de seu paciente com informaes adquiridas ao longo do aprendizado; compara-as, tambm, com os resultados obtidos em outros exames, com as queixas descritas pela pessoa e com alteraes encontradas no exame corporal. Todo trabalho, mesmo o de caractersticas menos complexas, como o desempenhado pelo pedreiro, pelo padeiro e pelo artfice, consiste em obter aes (paredes, pes, materiais) pela aplicao do conhecimento. O fator comum em todos eles a assimilao prvia de um conjunto de informaes para a sua aplicao em situaes correntes. Toda atividade profissional exige o constante acionamento da rea pr-frontal. Algumas
atividades
profissionais
tm
natureza
mais
complexa do que outras. Embora a natureza do trabalho seja essencialmente a de manipular conhecimentos, influenciada sua complexidade somente pelo pode teor ser da no
informao, mas por seu contedo emocional. Durante o trabalho do mdico muitas vezes necessrio escutar a forma com que as queixas so formuladas. so O mdico experiente paciente, d importncia preferncia com que determinadas palavras escolhidas pelo entonao de sua voz e se a mmica ou a linguagem corporal esto em sintonia com o que elas dizem. Tudo com o intuito de obter indcios que permitam determinar se os sintomas tm origem em conflitos pessoais, da famlia, ou em situaes de sofrimento, como pela perda recente de pessoa querida. Esse tipo de escuta tem carter emocional, porque requer que o profissional tenha uma atitude menos centrada no que est sendo dito para poder atentar ao como est sendo dito.
Essa atitude, via de regra, percebida pelo paciente, e se transforma no instrumento que permite mtua. estabelecer um Para o instintivas clima de so confiana essas no terapeuta experiente, essenciais
percepes
processo da escuta. A escuta tanto melhor quanto maior o fluxo emocional, desde que os mecanismos da conscincia sejam apurados em decodificar as experincias emocionais relatadas. A mesma coisa acontece quando o juiz aprecia os diversos aspectos de um caso em litgio. Sentenas diferentes so proferidas a partir de escutas diferentes por juzes diferentes, o que demonstra a presena do matiz subjetivo. O xito de um profissional como o executivo medido, entre outras maneiras, pela eficcia com que o esforo dos membros de sua equipe convergem na direo de um objetivo comum. Muitos consultores empresariais de sucesso baseiam suas previses apoiados em opinies intuitivas. Essa forma no nem menos nem mais eficaz do que aquela obtida pela anlise
objetiva de planilhas com dados numricos mas, por ser lastreada em anos de experincia, muito valorizada pelos executivos que buscam os gurus da economia pra orient-los em suas decises. A boa atividade de trabalho aquela que se baseia devem em ser conhecimento realizadas; a e experincia. experincia O conhecimento indica como determinadas tarefas tem contedo emocional ou intuitivo, e gera uma espcie de aprovao para o rumo que a coisa est tomando. Esses fatores intuitivos em geral tm a proporo de complemento, embora como o bom tempero na comida tenham capacidade de mudar o produto final. A jornada de trabalho do executivo ou do empreendedor raramente consiste de uma atividade lgica constante, ininterrupta. A mente precisa, a intervalos regulares, voltar-se para contedos mais ricos do ponto de vista emocional. Prova disso a reao mental ao cansao. O que faz um executivo cansado, no
escritrio?
Comea
fazer
outra
tarefa?
Raramente algum descansa de uma atividade centrada em dados trabalhando com outra, mesmo mente que passear de tipo por diferente. coisas Mais provavelmente, ele cruza os braos e deixa a agradveis, com a relembrando momentos prazerosos
mulher, a famlia, o fim de semana passado, qualquer coisa que lhe distraia afetivamente. Os executivos japoneses tentaram uniformizar essa distrao introduzindo a prtica de exerccios fsicos entre os trabalhadores de suas empresas. Quebrar a rotina do pensamento lgico atravs de exerccios, alm de aglutinar as pessoas em torno de um objetivo, promove o bem-estar individual. Essa sensao de bemestar considerada preciosa pelos atletas ou por quem se dedica atividade fsica para manterse em forma. Trata-se de um mecanismo natural, decorrente da produo de endorfina pelo organismo. A endorfina fabricada pelas clulas cerebrais tem um poderoso efeito de
reinicializao, fazendo com que as atividades do organismo voltem ao seu ponto de partida, recarregadas de nimo e energia. Nas empresas de vanguarda, especialmente no setor de informtica, onde os empregados sujeitam-se a longas horas de trabalho numrico ou empregando linguagens complexas (de programao), observa-se uma tendncia na direo de emocional. americana imprensa valorizar formas de recompensa Determinada foi recentemente seus porque empresa destacada funcionrios nortepela podiam
trazer animais de estimao para o trabalho. A direo da empresa explicou que sentindo-se valorizados, todos trabalhavam melhor. Em outra, os funcionrios podiam trazer sua roupa para lavar tarefa tradicionalmente relegada ao domstico, onde uma equipe prontamente se encarrega de devolv-las limpas e passadas. A preocupao dos dirigentes da empresa moderna comea a deslocar-se na direo da remunerao financeira acrescida do cuidado ao
bem-estar
emocional.
Em
contrapartida,
funcionrio sente-se mobilizado pela empresa, o que o desperta para retribuir atravs de seu empenho pessoal leia-se emocional! O empregado levado a vestir a camiseta do empreendedor, sonho de qualquer pequena ou grande empresa que almeja ser bem-sucedida no mercado. Atualmente, o conforto emocional do
trabalhador valorizado de forma diferente de anos atrs, quando era percebido como algo que distraa o funcionrio. Estima-se que dentro de poucos anos a maior parte da populao ativa dever trabalhar em home offices abastecidos de linhas de telecomunicao. Teremos casas onde pessoas trabalharo interconectadas entre si e com a sede da empresa, podendo ela prpria ser uma delas. Em um futuro no muito distante, empresas que necessitarem de funcionrios em suas sedes definitivamente precisaro introduzir idias inovadoras para retir-los de seus lares.
Essas
idias
muito
provavelmente
viro
lastreadas em recursos emocionais. Os recursos emocionais partir das podem no precisam, das em
lideranas constituir-se
iniciativa pessoal. No obstante, os executivos das empresas devero ou precisaro investir em formas que facilitem o uso dos recursos emocionais prprios por seus funcionrios. Na outra face da moeda, os dirigentes devero lastrear seus prprios recursos emocionais, de forma a poder gerenciar esse processo. O uso de atividade fsica na empresa
sabidamente promove bem-estar. necessrio, porm, que a atividade fsica no seja vista somente como algo que faz bem sade pois isso pode ser interpretado como algo para fazer o empregado ter mais sade para a empresa. A atividade fsica deve ser individualmente percebida como fonte de prazer. Uma vez tocado pelo prazer que a atividade fsica proporciona, a pessoa passa a exercitar-se. No antes.
Do ponto de vista biolgico, a sensao de bem-estar corporal e mental tem origem na sntese e distribuio de uma substncia pelo crebro, a endorfina. A liberao da endorfina, por sua vez, precedida pelo consumo de energia: nesse caso, a utilizao de combustvel pelas produtos sntese clulas finais de musculares. distribudos ocorra. Determinados pela Os corrente agentes
sangunea agem como sinalizadores para que a endorfina intermedirios so formados a partir da queima do combustvel muscular, e so os responsveis indiretos pela sensao de bem-estar propiciada pelo exerccio fsico. o Para msculo glicognio. disponibilizar se prepara o combustvel cadeias celular,
amarrando molculas de glicose em longas denominadas Quando exerccio fsico inicia, as fraes de glicose do glicognio so novamente cindidas, liberando as unidades necessrias para a queima de energia. O que ocorre, de fato, um processo de construo em uma ponta do sistema
(encadeamento das unidades de glicose em cadeias de glicognio), seguido pela reduo ao estado anterior a desconstruo na outra. A desconstruo do glicognio resulta em queima de combustvel, o que significa exerccio fsico em andamento; promove quando a completado, de esse uma processo instalao
agradvel sensao de prazer, na forma da sntese e distribuio de endorfina. O incio da desconstruo do glicognio
muscular requer esforo mental, porque ocorre na ausncia de uma sensao agradvel ou prazerosa ( difcil tomar a deciso de acordar cedo e iniciar a caminhada pela manh!). Para vencer a inrcia, o sistema nervoso recorre lembrana registrada ocorreu da na nas sensao memria. de prazer que foi que Esse arquivamento
oportunidades
anteriores
geraram a sensao de prazer. Graas funo da memria, permanece alavancada atividade uma propenso dessa repetio da Essa geradora sensao.
propenso reforada a cada exerccio e, dentro de algum tempo, a simples meno de no exercitar-se em determinado dia vem acompanhada da sensao da falta de alguma coisa a recompensa prazerosa mediada pela endorfina cerebral. Essa seqncia construo-desconstruo necessria para trazer diversos sistemas do organismo a uma espcie de ponto de partida. Em algumas funes do corpo esse processo automtico; em outras, como na atividade fsica, ela depende do empenho prprio da pessoa. Outra forma de construir-para-desconstruirdepois representada pela relao sexual. Assim como na atividade fsica, onde ocorre sntese de endorfina na cadeia final do processo de gasto energtico, na relao sexual sntese de mltiplas elas entre a h elaborada substncias prpria
neurotransmissoras,
estado
de
recompensa;
esse
estado
est
condensado na sensao do orgasmo. A construo da excitao sexual atinge seu ponto mais ele elevado se no orgasmo; no nesse da momento constitui agente
desconstruo da excitao, permitindo que o organismo se partida. Pensamentos aparentemente iguais so prepare para novo ponto de
percebidos de forma diferente, dependendo se so vivenciados na excitao que surge, ou quando ela esvai, no orgasmo. O orgasmo tem a qualidade de esvaziar contedos de pensamento, por assim dizer. uma fase em que todas as atividades mentais esto exauridas. Faa e experincia e procure pensar em algo que requeira algum planejamento logo aps o orgasmo. A impresso ser que o pensamento tende a sair de foco e vai requerer esforo para retomar o fio de meada. Isso ocorre porque o processo de desconstruo sexual que acabou de
ocorrer levou consigo determinadas partes da cadeia do pensamento! Se isso ocorre dessa forma, porque o mecanismo de desconstruo do ato sexual pelo orgasmo no se restringe excitao. Muita coisa, alm de excitao, faz parte da construo do desejo sexual. Aqui reside o segredo da inteligncia sexual: desconstruir o desejo, no s a excitao!
Andr Pedro acordara do pequeno sono de no mais de quinze minutos, tendo sobre seu ombro esquerdo leve, a mulher com quem sobre h os poucos lenis minutos fizera amor profundamente. Sentia-se exaurido, espraiado marfim bem cuidados por Sylia, sua mulher. Ainda na cama, olhos fechados, sentia um vislumbre de energia, um horizonte de cores pastis que passava na frente de seus olhos. Ao abri-los, no sem esforo, no enxergava coisa alguma, sua mente no lhe deixava fixar em nada, muito embora sentisse vontade de ver ou sentir alguma coisa. Nada havendo para enxergar ou sentir, o negcio era mesmo pular da cama e tomar o
chuveiro morno da manh. Nada melhor, depois de extravasar seu amor pela mulher, do que deixar a gua correndo pelo cabelo, sem se preocupar com os respingos para fora do box. Gravata com n ajeitado por Sylia, jornal debaixo do brao de um lado e pasta do outro, saa para o dia de trabalho. Andr Pedro era um sujeito que aproveitava sua felicidade. Manifestava extraordinria energia ao comunicar-se com seus colegas na corretora, irradiava simpatia a maior parte do tempo e raramente era encontrado desalinhado. Ficava levemente ansioso por ocasio das reunies com a diretoria, especialmente quando surgia alguma oportunidade de elaborar uma estratgia nova, que pudesse atrair novos clientes corretora. Naquela manh ele se empenhara no seu aplicativo de efeitos grficos por computador para produzir diapositivos que projetaria na reunio da tarde. Imprimira-os direto sobre o filme, que seria revelado e montado durante o
almoo, e tudo estaria pronto para a reunio que a chefia denominara "Idias", uma aluso ao fato de que o planejamento para o ano seguinte j comeara. O pessoal gostou muito da proposta de encarar o trabalho da corretora baseado na perspectiva que o produto da empresa deve ser mostrado como um beb que requer muito cuidado e pouca exigncia!, comentara Andr Pedro com Sylia naquela noite. Quando mostrei o beb engatinhando naquele carpete fofo cinzaclaro, s de fraldas, com sorriso feito de gengiva olhando diretamente para o espectador, no me escapou o leve sorriso e o brilho do olhar do diretor de marketing. Sylia compreendia o quanto ele se sentia feliz. Ela prpria era invadida por uma sensao de contentamento e conforto. Falando nisso, disse Andr Pedro a Sylia, passando a pontinha da lngua na parte de cima de sua orelha bem ligeiro para que ela no reclamasse da umidade que s vezes ficava,
falando
em
beb,
quando
que
nossa
menininha . . . L vem voc de novo, escolhendo o sexo de nosso ou nossa filha, disse ela rindo e tirando os olhos do papel em que pintava com aquarela seu tema predileto, as pequenas conchas do mar sobre a areia molhada. Ao deitarem, mais tarde, Andr abria os olhos para tentar ver as cores pastis que sentia passarem em claro sua frente. Via um horizonte de cu limpo rasgado por borres vermelhos e amarelos e uma extensa praia verde, com pouca areia. Na parte de baixo, junto ao mar azul, havia muita grama. A praia era em forma de enseada, apertada entre o mar e duas montanhas. Seria o lugar de seus sonhos, onde ele e Sylia morariam anos mais frente, e desenvolveria os projetos sobre os quais tanto acalentavam? Andr deslizou sua mo sobre o lenol e alcanou as coxas de Sylia, aquecendo-a entre elas. Sylia j ressonava levemente. Andr Pedro
fechou
os
olhos
sobre
praia
verde
das
montanhas.
mecanismo de
no
orgasmo
em cada
si
um uma
processo formidvel. So necessrios alguns milhes clulas nervosas, propelindo determinado evento, para que a conscincia obtenha uma fotografia final da constelao de fenmenos fsicos por trs do orgasmo. Esses eventos so primeiro captados do
mundo exterior ou do interior do organismo, e so transformados em fenmenos sensoriais que viajam na direo do manto superior do crebro. So fenmenos de todo o tipo: da pele de reas sexuais como no-sexuais, dos rgos dos sentidos, dos setores da imaginao, das paredes das estruturas ocas do interior do organismo, de todos os lugares. No crebro, a complexidade, inimaginavelmente ligaes entre as a velocidade abrangente clulas so e varridos o das e alcance
cada
frao
de
instante
pela
de
cada
unidade
dessa
colcha
especializada fornecer o combustvel sensorial para a construo da excitao. Essa construo tem o formato de uma pirmide, iniciando pelo assentamento da base e afunilando na direo do cume. Na medida em que a excitao vai se completando, a proximidade do pico faz com que a construo se acelere. Mas o incio, a montagem da base, crucial, pois nessa etapa as camadas devem ser assentadas de forma lenta porm slida. O final rpido, da mesma forma que o enchimento de uma garrafa alcana o gargalo. Assemelha-se forma antigamente empregada para o enchimento do tanque de combustvel de automveis. No incio, o frentista permite-se olhar o movimento volta, depois deixa sua concentrao fixar-se no bico da bomba para, no final, colar o ouvido boca do tanque e esperar pelo assovio caracterstico do combustvel
prestes a transbordar. Essa a hora de largar o gatilho. Quando muito, alguns poucos esguichos a mais, sob olhos atentos, para arredondar centavos. O orgasmo representado por um rudo semelhante, onde o volume do tanque substitudo pelo trfego da excitao nas clulas cerebrais. O orgasmo a fulgurante sensao do preenchimento do topo da pirmide que, no instante seguinte, d vazo a um esvaziamento completo. A tenso at ento acumulada subitamente descarregada, e as clulas so esvaziadas de seu contedo. imobilizado. O andaime construdo desprovido de seu arranjo, fica momentaneamente Depois, lentamente reiniciado, da base ao topo, e o processo vai se perpetuando, o final de um sinalizando o comeo de outro. Curiosamente, a construo dessa pirmide de excitao no percebida desde o princpio. Na verdade, no momento em que percebida, sua base j foi posta, a construo vai meio-caminho
andado. O momento da percepo o da sinalizao conscincia para que ela possa engajar-se ativamente em escalar a excitao. Nesse momento, intenes conscientes so postas em movimento para aument-la, o que significa conduzir relao sexual. Fazer amor constitui-se na fase intermediria da pirmide, precedido pela base em uma ponta e completado pelo orgasmo na outra. Contudo, a base da excitao composta por camadas de informaes pr-sexuais, em um patamar anterior percepo que h uma excitao em curso. As primeiras camadas da pirmide sexual iniciam-se muito antes de qualquer excitao consciente. O surgimento da excitao j indica o incio da fase intermediria, que culmina com a relao sexual; e as preliminares da relao sexual so o incio do fim, quando a excitao desemboca no funil que leva ao orgasmo. O orgasmo, em seu turno, desconstri toda a excitao, deixando o organismo e a mente exauridos.
A percepo da excitaoque ocorre na forma de uma idia imaginria sobre como preparar um estado propcio para a relao sexual surge depois que a base pr-sexual tiver sido assentada. Quando a relao sexual propriamente dita inicia, a base e a excitao j tero sido providas, levando cascata que despenca no orgasmo. um fenmeno complexo, sub-reptcio, passo a passo, cujas fases no tm fronteiras definidas, tramado nas profundezas final. O orgasmo uma desconstruo que cerebrais, tecendo milimetricamente a teia que conduz exausto
compromete os limites da conscincia. No toa que na literatura francesa foi denominado de petite mort um passo antes da perda definitiva da conscincia! A excitao sexual e o orgasmo so processos conduzidos de forma semelhante a uma marcha onde, se no forem atrapalhados, os passos so dados sem que seja necessrio pensar sobre
eles. A base da pirmide tampouco requer ateno para sua construo; em contrapartida, apresenta uma diferena fundamental em relao s outras etapas: a nica fase que incorpora eventos no-sexuais e, portanto, passvel da influncia por outros setores da mente. A base consiste em lento e gradual processo de preparao. Pequenos eventos, mnimos episdios, delicadas tramas agitam-se nas horas do dia; depois, nas horas de calmaria, so decantados. como um recipiente com lquido e ervas agitado; quando a infuso alcanar o estado de repouso, as ervas estaro depositadas no fundo. A base da excitao consiste em preparar uma espcie de tapearia, formada a partir de fios tranados sobre uma tela. Os fios so os eventos do presente e a tela, as Sexa. Assemelha-se a uma instalao de arte, onde so eventos aparentemente desconexos assentados
outros vazios. Somente o desenho final produz nexo suficiente. As peas constituem percepes, idias, coisas de dentro que so sendo mexidas por outras de fora, coisas escutadas, vistas, sentidas, que vo despertando elos internos, memrias guardadas e lembranas que vo sendo recolhidas uma a uma. A principal fonte de material que alimenta a base da excitao est longe da esfera sexual. O material empregado para tecer a base da excitao no provm de excitao propriamente dita; os constituintes essenciais provm da jornada de trabalho. Do ambiente de trabalho so recolhidas as peas que so misturadas s Sexa para formar a base da pirmide de excitao. No qualquer evento que soma para essa finalidade. Tambm no necessrio que seja um evento muito especfico, e no precisa guardar nenhuma relao com nada ertico; pequenos detalhes, aparentemente triviais, so
os
que
contam.
Mas
um
ingrediente
primordial necessrio para que vivncias da jornada de trabalho possam assentar-se sobre as Sexa e formar a base da pirmide sexual do homem; este ingrediente a agressividade. No somente necessrio a vivncia de atitudes marcadas por agressividade mas, tambm, o seu encaixe com as Sexa marcadas no perodo da agressividade infantil. Estando ambas presentes, uma busca a outra, e est fertilizada a base sobre a qual se erguer a excitao. O engendramento da agressividade no
cotidiano de trabalho advm de um substrato cuja origem data de muitos milnios atrs, onde o trabalho do homem exigia o melhor da agressividade. Na poca em que a alimentao era escassa e as provises no passavam de dias, no mximo para poucas semanas, as famlias dividiam suas responsabilidades. s mulheres cabiam funes junto moradia cuidar da prole, organizar a horta, cerzir a
vestimenta e, aos homens, sair cata de alimento base de protena: a caa, a pesca, providenciar suprimentos na forma de ferramentas e armas, e organizar a defesa dos territrios. A diferena entre essas atividades que dos homens da tribo era exigida uma espcie de propenso para poder levar a cabo sua tarefa, uma disposio resoluta de alcanar o objetivo, o propsito de vencer, subjugar e conquistar: em suma, a agressividade. O trabalho das mulheres, igualmente
necessrio e fundamental para a sobrevivncia das famlias, requeria pacincia, perseverana e habilidade, agressividade, mas no agressividade. com A combinada informaes
pertinentes tcnica da caa ou da pesca, cuidadosamente passada de gerao em gerao para que no resultasse perdida, era a principal garantia de sobrevivncia das famlias. Dessa poca para c modificaram-se os
o no as
registro limbo
ancestral cerebral,
engrenagens
emocionais
necessrias para a sobrevivncia. Esse resduo ancestral proporciona a base instintual que incita a ganhar o dia de trabalho e, depois, retornar famlia. A jornada de trabalho de mas qualquer deve ser
trabalho no pode ser realizada de forma mecnica, semi-automtica, encarada como algo que possa promover uma conquista a cada etapa. O trabalho precisa estar impregnado de algo intuitivo, prprio, vivo, para livr-lo da abstrao e da mera seqncia repetitiva alguma de esforos. repetitivas Mesmo precisam tarefas ser, com de o aparentemente imprevisvel. Durante a rotina das tarefas necessrio criar pontos de tangncia no risco, assevera Pev. Sempre precisa existir um componente de novidade no que pode acontecer mais adiante.
maneira,
contaminadas
Desse desempenho dependem o sucesso do que est sendo feito agora e a relao sexual de amanh. A sobrevivncia, h muitas centenas de anos, era tremendamente instvel, mudando a cada dia, a cada hora. De um minuto para outro, uma famlia podia perder o homem que a sustentava. Hoje em dia no mais assim, mas na maioria das famlias o homem ainda sai para o dia de trabalho para conseguir seu sustento e o de sua famlia. Essas memrias ancestrais e os circuitos neurolgicos formados por elas ainda esto vivas dentro da mente do homem. Se no forem exercitadas no importa a forma de adaptao, h amplas possibilidades de torn-las presentes e teis nos dias de hoje elas adormecero e, com elas, os mecanismos que regulam comportamentos como o da sexualidade. O sujeito que trabalha flexibilizando o que acontece em sua jornada, transformando-a em fatias onde h espao para o imprevisvel,
trabalha em prol da construo de sua base sexual. Pev, algo solene: A agressividade no comporta postura de intransigncia para com seu semelhante, mas exige respeito ao cumprimento das leis. Junto com a imprevisibilidade para o que vem adiante, necessrio conjugar certa inflexibilidade no seguimento das leis. Essa inflexibilidade tem a ver com um conjunto de normas: as da cultura, da sociedade, da empresa. Essas normas devem ser obedecidas, no atropeladas. Em se tratando de normas ou leis adequadas, elas devem ser seguidas; se no forem adequadas, elas devem ser modificadas, mas no pelo seu descumprimento. A imprevisibilidade deve, portanto, ser exercida dentro dos corredores delimitados pelas normas. As normas no devem abafar o comportamento, como acontece na apatia; devem reger a largura da faixa onde haver espao para o imprevisvel.
As normas ou leis que regem as relaes entre os sua profissionais da instituio precisam do contrrio ela ser no integralmente adotadas pelo homem que exerce agressividade, funcionar. Mas no pode haver imposio de cima para baixo e exigncia no cumprimento de leis individuais, formadas por lderes despreparados; essas tampouco surtiro efeito. Na cadeia hierrquica da empresa, a palavra do lder no para ser contestada, exceto pelo caminho das leis e das normas; mas, seguramente, os caminhos que levam deciso permitem opinies e apartes. Transmitir opinies e trabalhar para que sugestes sejam percebidas como solues equivalem agressividade da caa de outrora. Trata-se de encontrar caminhos de voz junto liderana, que levem ao sucesso conjunto da equipe. Esse tipo de atitude tem formidvel impacto em amalgamar a agressividade no interior do limbo emocional, porque agrega valor de competitividade, de
importncia pessoal na obteno do objetivo comum. O sujeito que exerce a caa ancestral no territrio do trabalho retorna famlia com o limbo enriquecido de da agressividade Essa dos caadores outrora. agressividade, poder
forjada na competio de idias entre seus pares, molda a base sobre a qual sexual. Diz Pev: A agressividade natural do homem em seu ambiente de trabalho possibilita a transio para um comportamento de proteo e afabilidade com a mulher e a famlia. No h nada melhor do que um homem que ama ternamente sua mulher mas um gigante aguerrido de idias e aes no trabalho. No tenho notcia de ter encontrado homem assim queixando-se de mau funcionamento sexual. Em compensao, os arquivos da clnica esto repletos de casos de homens subservientes, desprovidos de poder assentar-se, depois, a pirmide da excitao
criativo no trabalho, mas agressivos no trato com a mulher e filhos. Depois de pausa medida, arremata: Ouvi certa vez que o sujeito que diz ser o patro da casa, mente coisas. Contudo, incompetncia no trabalho no causa de impotncia sexual, como muitos podem ser levados a acreditar. Ambos so decorrentes de um mesmo fator causal, o desencontro de correntes no limbo emocional. De nada resolve, de um dia para outro, transformar-se no homem que passa a brigar com todo mundo no trabalho. O processo vai precisar iniciar-se em outro nvel, no patamar final para a construo da inteligncia sexual de cada indivduo. tambm sobre outras
homem
que na
emprega de
quotas trabalho
de em
agressividade resultados,
jornada
esgrimindo idias, inovando aes, buscando tentando transform-los plataformas de onde possam emergir polticas viveis para a instituio vai criando condies para o surgimento de uma vibrao interna, um estado de satisfao ntima. Esse estado de satisfao a chave para a construo da base da pirmide de excitao. um estado de esprito que deve ser deixado vagando pelos corredores da mente. Constitui-se em um n na tela da tapearia; quando outros tiverem sido cerzidos, forma-se uma figura mental, na forma da conscincia da conquista perpetrada. Nasce um sentimento de galhardia,
muito conhecido pelos homens de competio, que se dedicam s vezes por meses ou anos para conquistar um prmio ou o reconhecimento. Quando os sentimentos de satisfao pela conquista de pequenas metas so deixados vagando pelos corredores da mente, eles so recolhidos pela conscincia, que os liga s Sexa disponveis para leitura. Trata-se de denso processo de reconhecimento e um complicado sistema de encaixar umas coisas com as outras. Este mecanismo que compreende satisfao, busca e encaixe forma a base da pirmide de excitao sexual. J paramos alguma vez para pensar por que em determinados dias o homem chega em casa com o apetite sexual despertado, sem que tenha sido exposto a nenhum evento ertico?, pergunta-se Pev. E responde:
Isso ocorre devido percepo que alguma coisa foi excitao doses posta em ebulio, um incio da mas que ainda de no tem sabor foram
completo de excitao. Esse estado indica que adequadas agressividade costuradas com vivncias pessoais e ancestrais guardadas na memria, formando um tecido no presente. No outro lado da moeda, comum encontrarse a excitao liquidada no homem que chega em casa derrotado pelo dia de trabalho recheado de reveses, sem que tivesse se originado nenhum no pequeno episdio de satisfao ou necessariamente incessante, pela significa seqncia uma de
ganho pessoal. A excitao no emerge, o que anormalidade; o anormal se caracteriza por sua repetio insucessos, pela sistemtica derrota na criao de estados de recompensa interior na jornada de trabalho, pela anulao da agressividade no processo da expresso da produtividade pessoal. Pev, categrico:
Quando a excitao sexual se alimenta da sensao de poder, tanto o surgimento da excitao pelo sucesso, como o inverso, a prostrao sexual refletem uma provocada pelo insucesso, uma espcie de aberrao,
perverso, na qual a excitao seduzida pelo poder. Homens com dimenses emocionais e sexuais apropriadas estabelecem uma relao interior com a excitao baseada no sucesso pessoal. O sucesso deve ser a recompensa do esforo a partir de atributos pessoais e no uma imagem exterior na qual a excitao se confunde com a exibio de algo conquistado. Quando o homem robustecido pela sensao da conquista de objetivos, na qual empregou padres de agressividade implementando condies para a ocorrncia do imprevisvel, sem perder de vista os limites impostos pelas leis, ele deseja compartilhar esse estado. Busca esse estado de satisfao, completar
pessoais
de
conquista
da
pessoa
amada,
trazendo-a para perto de si, buscando em seu estado prprio de satisfao a energia para despert-la. A agressividade, agora, cede espao leveza, ao cuidado, transformada em desejo e possibilita o comeo da verdadeira relao sexual. Portanto, a construo da base pela
agressividade precede a da excitao sexual. Quando a excitao se instala, na seqncia de um estado de recompensa ela emocional desemboca pela em agressividade exercida,
relao sexual e culmina com o orgasmo. A forma e as particularidades da entrega durante o ato sexual pertencem cada dupla, e tem coloridos infinitamente variados. O orgasmo universal e, embora tenha sua percepo descrita de modo diferente em cada ser humano, uma propriedade fisiolgica do organismo e tem funcionamento comum em todos. O orgasmo um fenmeno neurolgico que se utiliza de um mecanismo de descarga das
clulas cerebrais. Esse descarregamento envolve as clulas que permaneceram em estado parcial de ativao atravs das ligaes de encaixe que a mente conseguiu realizar. Essa ligao promoveu microestados de satisfao a partir de vivncias de agressividade do presente, que encontraram um estado em espelho nas Sexa do passado disponveis para leitura. Caracteriza-se por descarregar a energia de um grande contingente de clulas cerebrais abarcadas pela conscincia, no limite de esvaziar a ela prpria. Entretanto, descarregado est vazio, e o por um definio, estado s pode tiver ser sido
que
carregado antes. No h como descarregar o que pode-se que descarregar somente estiver parcialmente parcialmente
carregado. Se as clulas esquadrinhadas pela conscincia estiverem desprovidas de contedo de excitao, nada tero para descarregar. Homens na meia-idade j podero ter-se deparado com a maior dificuldade em alcanar a ejaculao pela masturbao (como o caso ao
ter
que
se
submeter
ao
exame
de
espermograma, em que o sujeito enviado para um cubculo no laboratrio com um frasco de plstico na mo!). Isso ocorre porque, nesse caso, deve-se recorrer a uma experincia sexual solitria, exclusivamente sensorial do alimentada pnis e pela pela manipulao imaginao.
O aparato mental
reconhece a
excitao de cunho sensorial, mas sabe que est sendo enganado, porque uma experincia solitria, desafetiva. A sensao do orgasmo na masturbao do adulto sempre incompleta porque se trata de uma descarga, e no de uma verdadeira desconstruo sexual. A experincia do orgasmo na relao sexual afetiva nica porque desmobiliza muito mais elementos do que somente a excitao de partes do corpo. O orgasmo, em poucos segundos, consome a excitao cuja montagem pode ter exigido dias, ou semanas. Trata-se do mais elaborado mecanismo de desconstruo disponvel na economia corporal, uma imploso
cuidadosamente perfeita. Traz a excitao de todos os subsistemas cerebrais envolvidos a um nvel zero. Transforma as clulas carregadas de pulsao em receptculos vazios. A polarizao eltrica dos incontveis neurnios cerebrais mobilizados retorna ao repouso. O sistema volta a um estado de recomeo. Nessas condies, a sexualidade se encontra reinicializada, e voltar a operar a partir da estaca zero. Dessa forma, a sexualidade frutfera depende de um complexo processo de construo e desconstruo. Para isso, necessrio conjugar a agressividade em uma ponta com a excitao na no outra. So da coisas diferentes e e noa da superponveis; a excitao no experimentada contexto agressividade exercida no nem agressividade momento
excitao sexual. Ambas so independentes, mas necessrias uma a outra. Em essncia, a expresso da agressividade gera uma sensao de satisfao, que alcana a conscincia aps sucessivos episdios; ao ser
imbricada com memrias anteriores, permite o nascedouro do estado de excitao. A construo prossegue, buscando o compartilhamento da excitao com a mulher para onde convergem os anseios afetivos do homem, para a mulher que ele ama. A edificao passa a ser do casal, e tem carter afetivo e sexual. Prossegue nas carcias, avana pelas preliminares e alcana o enlace genital. Ao ser totalmente edificada, essa pirmide da excitao inunda os sensores e atinge o pice. No momento do clmax, o orgasmo, em um processo de extraordinria sublevao, desconstri a excitao penosamente construda, reduzindo-a aos nveis iniciais. Desse ponto em diante a excitao pode ser reconstruda, necessitando, novamente, doses sadias e equilibradas de agressividade. Trata-se de um ciclo sem comeo ou final; o orgasmo ao mesmo tempo o fim de uma excitao e o comeo de nova. A agressividade, por outro lado, s pode ser deflagrada mediante baixos nveis de excitao.
Adverte Pev: Algumas pessoas tm em mente que o ato sexual uma espcie de descarga. No exatamente isso, diz; o ato sexual uma forma elaborada de construo. A descarga um mecanismo fsico, celular, que o sistema nervoso emprega para retirar a energia das clulas, de forma que elas possam reacumul-la depois. Incorporando o afeto, os sentimentos, o amor pela mulher que compartilha de sua vida, a descarga se transforma em uma desconstruo. Outros podem pensar que essa construo emprega somente estmulos de natureza ertica. Entretanto, o sistema nervoso no pode se dar a esse luxo: O erotismo est largamente baseado em aspectos socioculturais, diz Pev. O que ertico para alguns, pode no ser para outros, especialmente quando se comparam civilizaes ou sociedades diferentes.
Do ponto de vista biolgico, a excitao precisa ser construda com maior variedade de elementos, incluindo comportamentos que nascem do prprio indivduo. Ertico algo que vem de fora, impacta os rgos dos sentidos, transiente; excitao um estado que emana do interior. As aes humanas formam comportamentos com componentes complexos; uns visam ao objetivo, ao passo que outros servem de enfeite. Os primeiros executam a ao propriamente dita, os para outros alimentar so a sinalizadores empregados
excitao. O enfeite comportamental primordial do homem a agressividade, que reveste suas aes e permite a construo da excitao. O erotismo , na maioria no das vezes, da
insuficiente para uma excitao prolongada. A exceo regra o ocorre jovem despertar sexualidade o erotismo tem Mas no excitao homem
instantnea ao erotismo, e s vezes nem mesmo necessrio. maduro, que vai basear sua sexualidade com a
mulher que ama, onde a novidade precisa ser recriada a cada dia, a excitao vai precisar ser lastreada em comportamentos. O erotismo, no adulto, apia-se em condies preexistentes; juntas, conduziro construo da excitao e ao exerccio da sexualidade. Isolado, o erotismo apia-se no vazio comportamental, sem ter como ser propelido na direo de um relacionamento sexual maduro, prolongado e perpetuante. Na opinio clnica de Pev: A queixa mais freqente dos homens que procuram atendimento mdico para impotncia sexual a desistncia da ereo. A ereo inicia, mas no se mantm por tempo suficiente. No meio mdico essa condio conhecida por dificuldade de manuteno da ereo. uma linha divisria importante para os especialistas, porque a ereo que se inicia mas no se mantm indica que, apesar do problema, todos os sistemas fsicos so normais. E marcante, em muitos desses homens, a descrio de que a
ereo comea a se desfazer no momento da penetrao vaginal. Em uma certa poca aventou-se que a
mudana de posio (como o virar-se do estado de costas para a posio de estar por cima) poderia causar uma sbita modificao da nutrio sangunea do pnis e desmanchar a ereo, mas nada ficou comprovado. certo que alguns homens na faixa de 60-70 anos podem apresentar interrupo do fluxo sanguneo por artrias penianas parcialmente endurecidas pela arteriosclerose. Essa queixa, contudo, pouco encontrada nessa idade, parecendo ocorrer com mais freqncia em homens muito mais jovens, com artrias permeveis. Arremata Pev: O problema que o virar-se para penetrar representa o momento simblico do teste da virilidade. Para homens que viveram ou vivem um estado de impotncia com altos e baixos, esse um momento de verdadeiro pavor.
Nessa hora, uma espcie de chave-geral desligada em algum lugar nos recnditos da mente. O encontro costuradas das com vivncias as Sexa de da agressividade
histria pessoal e ancestral que, ao no surgirem na combinao certa, ou no surgirem de forma nenhuma, desligam o estado de excitao da mesma forma com que se corta a energia eltrica de um motor. A chave dessa situao que a excitao originada e mantida pelo erotismo insuficiente para alavancar a ereo durante o transcurso completo da relao sexual. Isso ocorre devido a uma situao muito peculiar na ligao entre a mente e o pnis do homem. A estrutura interna do pnis, constituda por uma espcie de esponja, tem seu funcionamento regulado por substncias prprias. Essas tm o poder de alterar o volume de sangue que permitido entrar na esponja, e de ret-lo pelo tempo necessrio para o trmino da excitao. A excitao um fenmeno mental, e o pnis s
tem como saber desse estado se for informado pelos prolongamentos nervosos do crebro que abastecem a esponja peniana. Essa conexo se d atravs dos nervos que conectam o pnis medula espinhal, repassando ereo os estados de excitao originada na mente. Uma substncia qumica chave encontrada naturalmente no interior do pnis chama-se guanil-monofostato cclico (GMP). Trata-se de um produto bioqumico fabricado pelos nervos em resposta excitao. Sua funo acionar as comportas que permitem a ereo; uma vez abertas, as comportas so assim mantidas, prolongando o estado de ereo desde que o GMP permanea ativado. Quando a excitao surge, o GMP
prontamente acionado, ativando as comportas. Entretanto, se o nvel de excitao cai, ao sabor dos acontecimentos em curso na mente, o padro da transmisso pelos nervos espinhais se altera. Essa perturbao retransmitida aos terminais no pnis, promovendo um baque na
produo de GMP. Ao perceber que o GMP reduzido, as comportas se fecham e a esponja peniana esvazia. O retorno ao estado ertil pode acontecer, no instante seguinte mesmo, desde que haja retomada da sntese do GMP. A garantia para a presena de um maior nvel de GMP peniano proporcionado por uma excitao em ligeiro excesso, afiana Pev. Essa quota extra, no entanto, fornecida pelo comportamento, sensores, excitao tem tem e no pelo erotismo. do Isso a A sua ocorre porque o erotismo, ao impregnar os vida mais em curta que ancorada mais comportamentos. porque
excitao promovida a partir de comportamentos efeito duradouro sinalizao permanece sinalizaes mais por mais tempo nas eficazes dependem
clulas cerebrais. No se trata de mgica; as especificamente do nmero de clulas nas alas. Uma ala constituda de 10 mil clulas tem sinalizao mais consistente e duradoura do que aquela que contiver mil.
As impregnaes sensoriais so em geral constitudas por alas relativamente simples e por isso tm um efeito evanescente. As alas comportamentais contudo so muito mais complexas, porque envolvem o entrelaamento do sensorial com a expresso do sujeito. Um homem maduro em condies habituais no tem facilidade de obter uma excitao simplesmente imaginando-se em uma cena ertica com Madonna. Entretanto, a situao diferente se ele estiver afetivamente atrado por algum que julga ter semelhana com Madonna. A excitao mais garantida e ao mesmo tempo mais duradoura. Alas pela do que sensoriais conscincia; as sensoriais assim como e, como as portanto, as alas mais
comportamentais so continuamente varridas comportamentais tm maior nmero de clulas contedo para mostrar, tero mais condies de sustentar os estados de excitao.
A presena de maiores ou menores nveis de GMP peniano tem proporo direta com a largura da base da pirmide de excitao. Enfatiza Porto Walther: Como esse lastro em larga medida engendrado pela agressividade, pode-se dizer, sem medo de errar, que o combustvel que mantm a ereo na fase madura da vida sexual advm da agressividade comportamental, e no do erotismo. Isso explica por que a queixa mais freqente de homens com disfuno sexual a dificuldade de manter a ereo durante a relao sexual. A ereo, ancorada no primeiro momento pela novidade ou pelo ertico, no encontra, no prosseguimento, encontrar ou evidncia ancoradouro que a ereo A em daquele excitao comportamentos. A leitura das alas falha em instante instrumento do desejo de horas, dias semanas predecessoras. assentada no desejo do homem viril, que busca a intimidade da mulher que ama, gera erees
imbatveis. A ereo sustentada pela novidade dura enquanto dura a novidade; e no terreno ertico, nada prolongadamente novo para o homem maduro! Em muitos modelos ouve-se uma de terapia de
comportamental
espcie
instruo. Ela ensina que, durante a relao sexual, o homem com propenso a perder a ereo deve abster-se de prestar ateno a acontecimentos externos, ou a distrair-se. Ora, os homens que se queixam de dificuldade de excitao so justamente os que alegam no poder evitar distrair-se. Eles dizem que as idias, o medo e o pnico vm de qualquer jeito. Por outro lado, homens viris, em pleno decurso da excitao sexual, j experimentaram poder ficar conectados podendo a acontecimentos que os sem cercam, mesmo sabore-los,
perder a ereo. A diferena que, nesses, a ereo est ancorada no propsito, o que gera um estado de excitao em excesso ao minimamente necessrio para a produo inicial
e manuteno do GMP. No outro extremo, a base da excitao to precria que parece que vai desandar menor desfixao da mente na cpula. O sujeito entra na relao sexual desconfiado que o medo est sua espreita; por isso, na maioria das vezes a excitao se vai, impiedosamente. O problema reside no fato de que, nos homens cuja excitao est baseada mais no ertico e menos na agressividade, a produo de GMP endgena pequena, no limite, ou ento insuficiente para a plena relao sexual. Esse o contexto onde acreditam
especialistas um fator externo poder ser necessrio para a correo da situao criada; algo que estimule por fora a produo de GMP para dar curso a uma ereo suficiente. Esta a situao onde se encaixa o Viagra (o cloridrato de sildenafil, da Pfizer Inc.), que promoveu tremenda comoo no ano de seu lanamento. O Viagra age inibindo o desmobilizador do GMP, uma substncia denominada fosfodiesterase
(FDE). O mecanismo sutilmente diferente num e noutro caso. Nveis elevados de GMP gerados a partir de uma excitao em ligeiro excesso inibem a degradao do GMP pela presena em excesso de GMP. Chamamos isso de retroalimentao positiva, porque a presena de uma substncia estimula a fabricao de mais quantidades dela prpria. Isso ocorre porque a FDE sensvel queda do GMP e s entra em atividade quando percebe sua reduo. Quando a excitao cai, cai o nvel de GMP; nesse caso, a FDE acionada para remover o restante. As nicas formas de mant-la fora de atividade so os elevados nveis de GMP promovidos pela excitao ou o bloqueio da FDE atravs de uma substncia inibidora externa, como o Viagra. Homens que desenvolveram no Viagra, uma fonte base de
excitacional lastreada no erotismo, e menos na agressividade, tero, prolongamento da performance ertil. Por outro lado, homens que misturam doses comportamentais notadamente de
agressividade ao erotismo, desenvolvem, por assim, dizer, um natural Viagra de endgeno. inibio Esse da mecanismo
fosfodiesterase se d de forma cem por cento natural, s custas da ativao e manuteno de nveis altos de GMP pela excitao comportamental. H, seguramente, vantagem no emprego do Viagra endgeno. Primeiro, ocorrendo de forma natural, ele est disponvel na hora em que for necessrio, ao passo que na forma artificial o remdio precisa ser tomado cerca de uma hora antes. Isso pode aparentemente significar pouca coisa; algum h de conjeturar que ingerir um comprimido algum tempo antes da relao sexual necessariamente no atrapalha o que vem depois. Srio engano, corta Pev: O problema se instala quando a conscincia capta o significado sub-reptcio da manobra. Da constatao ao acionamento dos mecanismos ligados amgdala cerebral s um passo.
Argumentei com Pev que o acionamento da amgdala apagando a excitao e desandando a freqncia das mensagens enviadas pelos nervos ao pnis nesse momento irrelevante; a ereo est garantida pelo aprisionamento da FDE. Bastar um pequeno componente ertico para dar partida ao GMP e a ereo estar protegida da desativao pela inconveniente FDE. A relao sexual propriamente dita seguir um transcurso ou normal, no independente de da presena sentimentos,
comportamentos ou excitao. Pev completou, um pouco malvolo, que dever, tambm, haver orgasmo. Probabilidades so, inclusive, que o tempo para alcanar o orgasmo seja mais prolongado, beneficiando a parceira. Isso ocorre porque, primeiro, no h mais motivo para ansiedade, nenhuma fora indesejvel poder perturbar a expresso da virilidade; e, segundo, a relao sexual baseada no ertico precisa de uma estimulao mais
prolongada para compensar a ausncia de outras fontes (comportamentais) de excitao. O prolongamento do tempo para a ejaculao e orgasmo , na maioria das vezes, bem-vindo, porque permite a satisfao da parceira atravs de orgasmos mltiplos o que talvez ela jamais pudesse experimentar com seu homem sem Viagra. Havendo orgasmo, haver, tambm,
desconstruo da pirmide de excitao. Mas aqui reside o entrave dessa situao de soluo aparentemente simples. Na ausncia de expresses de agressividade a excitao ser menor e poder resultar defeituosa. Uma vez defeituosa, sua desconstruo causar menor revoluo, um menor efeito de desconstruo da imensa energia mobilizada pelo orgasmo. difcil encontrar algum que faa uso do Viagra e que manifeste, genuinamente, a mesma sensao de orgasmo do que antes. A maior satisfao de quem utiliza o Viagra est na exultao de ter correspondido altura, de no
ter falhado. Mas a maior satisfao de quem se utiliza de seu prprio Viagra endgeno vem da exausto promovida pela desconstruo sexual no orgasmo. Essa a segunda e definitiva vantagem do Viagra endgeno. Ele permite um englobamento maior de elementos na pirmide de excitao e, por conseguinte, de a possibilidade em as de um uma maior a do ao desconstruo mais ampla. Ao promover um estado reinicializao de clulas limpar cerebral permite contingente desconstruo funcionamento cerebrais, reas ligadas
relacionamento interpessoal. O ciclo reinicia, agora com possibilidades de incluir a totalidade dos comportamentos do homem, sem ignorar as foras ocultas legadas pela memria ancestral, pela memria pessoal e pelos efeitos criados pelos episdios de homem se torna, satisfao no trabalho. O novamente, frtil para
na jornada de trabalho. Ao assim proceder estar, novamente, iniciando a base da excitao que o levar a aproximar-se da mulher que ama, e no do balco da farmcia. Sem Viagra, o homem est merc da amgdala cerebral. Quando a amgdala se rebela, na proximidade de uma experincia sexual, a excitao apagada pela desmobilizao da ereo. No entanto, a amgdala no se rebela sem razo e, em um homem de pensamento articulado e boa auto-estima, as mensagens da amgdala so objeto de valor. A resoluo do impasse se dar pela negociao entre a amgdala (puramente emocional) e o pr-frontal (predominantemente racional). O uso do Viagra promove um atalho por fora desse sistema. Garante a ereo e a performance do momento mas, a mdio prazo, garantir o esvaziamento da inteligncia sexual.
Quando o homem enfrenta a desmobilizao de sua excitao e reconhece que ela ocorreu porque deixou de agir de forma inteligente ele se prepara para ser sexualmente inteligente. Sob a desmobilizao da ereo do homem maduro existe uma pirmide de excitao que foi inadequadamente montada. O exame da situao a nica arma que permite investigar onde essa inadequao se deu. Esse exame necessita estar livre, pelo menos parcialmente, da influncia do emocional e, para tanto, requer o uso das atribuies da zona pr-frontal. A nica sada negociar diligentemente e . . . trabalhar. Nas questes inerentes sexualidade, de nada resolve matutar sobre por que isso aconteceu comigo? A sada sempre se d na direo de como vou me comportar para sair
dessa. Embrenhar-se no trabalho ativo, no qual o homem envolve novas sua capacidade criativa, abrindo perceber, frontal e o possibilidades, fazendo-se genuinamente de termos de
tornando-se estabelecimento
empreendedor, permite o fortalecimento do prnegociao com a amgdala, para que desse ponto em diante possam surgir novos estados de excitao. de ficar pasmo, vez por outra, como no dia-a-dia do trabalho podem na
empreendedores aparentemente habituados a reveses derrota entregar-se de forma relativamente fcil a uma sexual. Consideram-se forjados dificuldade de seus empreendimentos, mas qualquer pequena dificuldade emocional revelase um obstculo intransponvel. Quase sempre, da quando um fracasso precoce na da
montagem da pirmide de excitao sobrevm acompanhado pode-se desistncia atravs da ereo, de ejaculao precoce, ou de ambas, revert-lo negociao
interna,
luz
clara,
onde
as
exigncias
emocionais da amgdala so decodificadas e satisfeitas com o auxlio do pr-frontal. O empreendedor que se mantiver altura dessa negociao promove sua inteligncia sexual a um patamar elevado e ter como recompensa vida sexual duradoura. Vida sexual duradoura no quer dizer no ter reveses, diz Pev; significa entender sua origem, absorv-los, incorpor-los ao cotidiano da vida e saber contorn-los no futuro. A verdadeira aos desinteligncia reveses, Essa que sexual acabam divide por os
entregar-se poder
constituir um fosso pelo qual o homem no ultrapassar. barreira homens com suficientes alas comportamentais naqueles que a contornam e naqueles que, ao encontr-las, tornam-se incapazes de suportar as desmobilizaes da excitao. Ficam deriva, sem saber que, em algum lugar, possuem o sextante necessrio para navegar. So homens
que poderiam desenvolver mais plenamente sua inteligncia sexual. O empreendedor que pretende transpor a apatia que se instala aps um episdio de desmobilizao da ereo precisa, primeiro, fazer um diagnstico. Segundo, avaliao do defeito, precisar fazer uma anlise da reserva disponvel, para no incorrer no problema de tentar melhorar uma mquina que alm de no funcionar bem no tem o seu defeito conhecido. Ningum razoavelmente inteligente manda consertar alguma coisa sem antes saber o que no est funcionando. Depois, cabe saber se h como reparar, se vale a pena reparar e quanto isso custa. A mesma coisa ocorre com os enguios da performance sexual do empreendedor. O tipo do problema tem que ser entendido primeiro e, depois, seguido da apreciao das reais possibilidades de enfrentamento do problema. Nessa arena no possvel falar em reposio; no h como repor mecanismos cerebrais
altamente intrincados. A nica sada melhorar a performance atravs de meios prprios. O divisor de guas a presena, em nmero significativo, das Sexa para que o prfrontal possa fazer uso delas, diz Porto Walther. O empreendedor que as possuir ter como prosseguir, do contrrio, ter de permanecer onde sua capacidade o deixar. Essa capacidade ditada pelas Sexa que no contm alarme, aquelas que guardam momentos de recompensa associados a eventos sensoriais cuja lembrana evoca sensao agradvel, de bem-estar, ou mesmo de superioridade, at mesmo de leve excitao. Quando despertadas por mnimos eventos do presente desde que promovam satisfao, comeam a formar a base da pirmide de excitao. O ambiente de trabalho demarcador de momentos. Cercado de eventos aparentemente desprovidos de significado emocional, beirando o trivial, no ambiente de trabalho que surgem as nascentes das sensaes de satisfao, que
acordam
outras,
recebendo
afluentes
transformando ribeires em rios de significado. Recordo-me de um paciente que descreveu tipicamente essa associao, atalha Porto Walther. Ele trabalhava em uma empresa de peas para embarcaes. Me dissera, uma vez, ao relembrar seu trabalho no polimento de uma chapa metlica que depois se transformaria no revestimento da lateral de um barco pesqueiro, que vez por outra a tarefa lhe produzia uma sensao esquisita, que ele melhor descrevia como se estivesse poca dos vikings. Imaginava-se na manufatura de seu prprio barco, que o levaria a territrios longnquos para serem povoados por eles e suas famlias. O que comeara como uma tarefa rotineira de trabalho pareceu estabelecer uma conexo com a famlia. Perguntei-lhe por qu. Ele respondeu que sentia satisfao ao fazer o que fazia; a pea era sempre a mesma, mas parecia algo sempre
novo. Como as novas terras que os vikings exploravam. Acrescentara, depois, que explorar o novo s fazia sentido se houvesse um coletivo, se outras pessoas dissera, tivessem quando a lugar no resultado do corpo da era empreitada. Sentia-se exultante em dias assim, superfcie tomada de boas sensaes, de uma forte energia e da certeza de bem-estar. Determinadas idias, pensamentos ou aes mobilizam associaes entre o presente e as memrias forma de adormecidas. palavras Essa constituem possam as ser Sexa, que em boa parte no existem mais na para que descritas. Elas se referem a eventos sentidos outrora e que no foram armazenados na forma de palavras ou pensamentos, mas em estados de sensao corporal. Esses estados no so plenamente traduzveis em linguagem e, para serem trazidos tona, precisam de episdios do presente que lhes toquem, lhes acordem, lhes reeditem, para que possam ser novamente
sentidos.
Isso
acontece
somente
quando
atividades da rotina so contaminadas pela criatividade; dessa forma tornam-se fontes de sensaes. Essa a razo pela qual determinados dias trazem a mesma sensao de bem-estar promovida pela endorfina do exerccio fsico, embora no houvesse motivo aparente. Mas o motivo est l, muitas vezes no consciente, e nem necessrio que seja. Quando a conscincia varre os eventos em movimento pelo crebro, ela mobiliza sensaes em pequenos nichos aqui e ali, deixando-os em estado de semiconscincia. Eles no causam exploso, por isso no so imediatamente trazidos mente, porm ficam ligados, em estado semi-ativado, o que comea a constituirse na pirmide de excitao. Esses precisam qualquer eventos guardar no so excitantes, relao nem o
qualquer so
com
eventos que sero aproveitados em uma mistura capaz de desembocar em excitao. Homens bem aparelhados de Sexa alimentam durante boa parte do tempo sem saber uma espcie de ciclo. Em uma ponta est a satisfao sexual e, na outra, a satisfao com aquilo que produzido no trabalho. O sucesso de um o combustvel do outro. O bem-sucedido, atravs de posies ou intenes que descobrem sua agressividade, cria elementos que o permitem construir a excitao. Essa ser incorporada postura do homem que ama a sua mulher, acrescentada do afeto e carinho despertados junto com ela, agigantada na premncia da necessidade de estar intimamente junto dela e extravasada na delcia do orgasmo. Esse rito impregnado de segurana, no d margem a incertezas. Reinicia-se indefinidamente, sem jamais perder o mpeto. Vez por outra ouo falar em rotina sexual no casamento, diz Pev. Na verdade, assevera, a fadiga sexual de um casal s se implanta quando
se instala a fadiga da criatividade no-sexual. Esse atributo o de afugentar a rotina nosexual pertence ao homem. Pev sexual, advertia embora que haja no h propriamente espao para
necessidade de criar novas formas de relao muito romantismo, novas cenas, novas formas de despertar; essa permanece sendo a mesma. O que imperativo que se renovem os eventos despertadores Uma vez de Sexa, para que possam ser mobilizar a excitao de origem no-sexual. formada, essa excitao naturalmente capturada pela excitao genital e uma relao sexual igual da vez anterior mas renovada em sua base ter curso. Sexo no precisa ser diferente, a cada vez, para ser bom. A forma de evitar a rotina sexual no quebrando a rotina no sexo; quebrando a rotina no trabalho, diz Pev com incorrigvel certeza. Rotina no trabalho, contudo, um defeito que se instala sob a sombra da insatisfao sexual. O
orgasmo, alm de satisfazer os sensores com uma inundao de prazer, cumpre a funo de consumir a excitao criada. A excitao que antecede a relao sexual precisa ser desconstruda para dar origem a pequenas ondas de agressividade. Pev completa: A excitao, quando no desmobilizada, exerce efeito txico, que se manifesta em vrias direes. Torna o indivduo tenso, irritvel, prejudica paralisa o a sono, impede a e concentrao, deforma a criatividade
agressividade. A diminuio do orgasmo instala-se, no Um por esvazia pirmide orgasmo impotncia. a de inadequado A ou
homem, por via da falncia da ereo, pela impotncia. conhecida sua Se vez a incompleto o principal adubo da erva-daninha impotncia E sem realimenta-se e traz a apatia sexual, que por agressividade. excitao agressividade no h como erguer a excitao. permanece inerguida, no h como esperar o surgimento e
principalmente a manuteno da ereo. Para a relao sexual eficaz, o nvel de excitao comportamental do homem precisa estar pelo menos minimamente incio. Pev afirma que o mais comum, hoje em dia, o homem impotente que busca auxlio centralizando a busca na ereo perdida. Poucos esto centrados na excitao perdida e muito menos ainda na agressividade em perdida. que H a relutncia, tambm, aceitar elevado antes de seu
recomposio da ereo deva ser feita tirando-a do foco. Homens impotentes querem voltar a transar o mais rapidamente possvel. Mal sabem que a soluo est na arena da agressividade. Criar condies para o surgimento de atitudes mais agressivas no trabalho e re-apaixonar-se por sua mulher so os ingredientes para reconstruir a excitao e comear o processo de descontrui-la. Esse ser o desafio do empreendedor no incio do novo milnio. H evidncia suficiente
apontando para um nmero cada vez maior de atividades conjuntos desempenhadas de pessoas por ao pequenos invs das
megacorporaes. As corporaes, as empresas, as instituies, vo precisar competir no com a solidez financeira das pequenas empresas, mas com a criatividade que advir delas. O guru futurista John Naisbitt estampou isso no ttulo de seu livro Global Paradox: The Bigger the World Economy, the more Powerful Its Smallest Players [Paradoxo Global: Quanto Maior a Economia Global, Mais Poderosos So Seus Menores Participantes, Editora Campus]. Peter Drucker j disse, repetidamente, que a menor empresa a que est com tudo. Esther Dyson, presidente da Edventure
Ventures, diz no saber como vai funcionar mas que, por volta de 2004, haver um equilbrio de foras se entre criadores em e gerentes, dos e entre funcionrios e donos de empresas. Essa fora vai deslocar favor colaboradores individuais. Isso vai dar aos funcionrios o
controle das negociaes com os empregadores embora eles ainda no tenham conscincia disso, diz Esther. Os pequenos empreendedores sero os
grandes no milnio que se aproxima. Esse movimento, no entanto, vai fazer com que eles se agrupem em torno de pequenas ilhas. Ser freqente o trabalho em home offices e ainda mais freqente que o trabalho seja desenvolvido em contato estreito com as mquinas das informaes. O empreendedor do milnio produzir e
distribuir seu produto pela Internet. Ter no computador a ferramenta para a criao e, na Internet, a estrada para transportar informaes e softwares. Ter na world wide web a vitrine onde poder expor seus produtos e a fonte de onde adquirir informaes para sua matriaprima. A intercomunicao com outros ser de forma cada vez mais rpida, eficiente e distante, via correios eletrnicos videoenriquecidos que faro distncias parecer inexistentes.
A questo que se impe nessa fase : se o exerccio da agressividade entre pares durante a jornada de trabalho essencial para formar a base da pirmide de excitao, como ser possvel obt-la se a tendncia moderna vai na direo de uma participao interpessoal cada vez menor no trabalho? os De onde o de empreendedor obter microestados
satisfao? Como ser possvel exercitar os msculos da agressividade, fundamental para que o homem possa retomar sua base excitacional, exercer plena virilidade e gozar de boa sexualidade? um erro pensar que a comunicao interpessoal no milnio da cibercomunicao ser menor, refuta Porto Walther. O que vai ocorrer uma modificao na forma. Toda a concepo da Internet baseada no interesse de aproximar as pessoas entre si. No futuro, a comunicao entre pessoas muito distantes vai permitir que elas se tornem muito prximas. A vdeo-conferncia ser simplificada. As pessoas
tero contato visual e auditivo to prximo que a comunicao prover terreno frtil para o desenrolar da agressividade ideativa entre cibercolaboradores. De fato, o que interessa, ponderei, que a agressividade agressividade demonstrada propele seja refletida idias na ou forma de estados de satisfao. Quando a novas posicionamentos, a idia ou o posicionamento so direcionadas para o interlocutor, mas a motivao permanece em quem as promove. verdade. A agressividade no interessa ao outro. Interessa a quem a produz. Agora, o interlocutor, essenciais ou para as pessoas envolvidas, so que exista a troca. O
empreendedor no revela agressividade para si mesmo. Ele precisa e ter, mesmo via Internet e pelos mercados virtuais do intercmbio, da interao com tambm, o os outros. Ele prprio ser, elemento interativo para a
grande
Dessa
forma,
os
verdadeiros Ao se
empreendedores do milnio sero homens com capacidade comunicativa. comunicarem de forma eficaz, tero sucesso no s ao alcanar seus objetivos como tambm ao exibir seus dotes de agressividade ideativa. A questo residir muito na energia
consumida nesse empenho mas, tambm, nos dotes inatos que o homem herda e usa no trato aguerrido das coisas do trabalho. O empreendedor com um modelo de comunicao agressiva herdeiro de amplos corredores de Sexa. Usando sua mente intuitiva poder explor-los para si prprio. Podemos afirmar que essencial para o empreendedor muitas oposto. Os executivos, reais, gerentes, ser planejadores, intuitivos. O vezes moderno os que ele seja mais o intuitivo do que lgico, quando, no passado, headhunters buscaram
julgamento intuitivo participar da direo, do rumo dos eventos. Os homens do mundo dos negcios precisaro saber aferir as tendncias de mercado de acordo com as tendncias encontradas dentro deles mesmos. Isso no tarefa fcil, exceto para o empreendedor que goza de sexualidade ajustada. E este exercita sua agressividade ideativa sem dificuldade, goza de uma estrutura cerebral pr-frontal com ampla proximidade empreendedor junto ser um amgdala. engenheiro sexual e Esse da um
Isso me faz pensar que voltamos ao ponto de partida: vale a pena que a vida seja revestida do maior nmero possvel de alas, para que a sexualidade possa ser plenamente exercitada. Mas vez por outra poder haver dificuldade! Como foi o caso de Marco, recorda? Ao pretender traar a relao com Suellen passando por cima das convices internas, perdeu a
bssola que norteava seu comportamento. Marco tem pleno reservatrio de agressividade, o problema no reside a. Reside no fato de que a satisfao da qual Marco era possudo era barrada em seu extravasamento afetivo com Suellen. Ao converter sua agressividade natural em afeto mulher pretendida, ele colocava suas necessidades (de gostar sua moda) de lado, cedendo a caprichos estranhos a ele. Esse tipo de atitude no tolerada pela amgdala cerebral, que volta-se ao recurso de cessar qualquer excitao em curso. Marco pde recompor-se atravs da
negociao interna. Ao reformular a questo do ambiente, sentiu-se gerador de novos rumos. Ela, por seu lado, no tivera dificuldade em aquiescer, e as coisas mudaram de figura mais facilmente do que se imaginava. O fluxo de excitao de Marco prontamente retornou ao normal. Marco tem o perfil do empreendedor bemsucedido. Sei que ele tem o cargo de
coordenador de uma equipe de divulgao e venda de tecnologia na rea mdica. Caracteriza-se pela tenacidade com que luta por idias diferentes em relao s tradicionalmente vigentes no mercado, exercita-as com diligncia e sabe esperar com pacincia por resultados. Esbanja talento e agressividade. Por outro lado, penso que a relao com Suellen, apesar de ter frutificado momentaneamente, tem pouca possibilidade de prosperar. Achei que Marco tinha encontrado trapiche seguro forma, em Suellen, argumentei. Afinal, a demarcao de um novo territrio foi, de certa o caminho pelo qual sexualidade e afetividade puderam ser alinhados no mesmo par. Qual a razo da expectativa pessimista? outro, Trata-se de pessoas por de personalidade diferenas.
diferente, momentaneamente atrados um ao provavelmente suas Pessoas diferentes, em determinados contextos, atraem-se mais do que homem e mulher de perfil mais aproximado. Apaixonar-se um
processo que precede o conhecer-se um ao outro. No caso de Marco e Suellen, a paixo dever conduzir constatao de que as diferenas sero mais obstculo do que convite vida em comum. Haver a necessidade de ateno constante questo dos territrios. A relao no resiste a um monitoramento muito intenso desse tipo, salvo notrias excees. Essa uma questo importante para o homem que, a despeito de apresentar grande nmero de Sexa e boa comunicao entre o pr-frontal e amgdala, depara-se com uma situao em que ele pode perder o fluxo da excitao. Ela pode ser revertida pela negociao eficaz, como foi no caso de Marco e Suellen. Marco, no entanto, precisar avaliar o quanto est confortvel com uma relao em que esse monitoramento precisa ser constante. A negociao entre o prfrontal e a amgdala recurso eficaz, mas certamente apresentar fadiga. A impresso que estou desenvolvendo que o homem de sexualidade bem constituda,
de bom nmero de Sexa e boa intercomunicao entre o pr-frontal e a amgdala cerebral deve, no obstante, saber escolher. Se a escolha recair sobre uma relao em que h momentos de descontinuao posteriormente da por excitao, negociao, reparadas h a
possibilidade de fadiga mais adiante. Por outro lado, a escolha poder recair sobre a mulher que apresenta, como elemento de equilbrio, madura dose de feminilidade. Feminilidade e agressividade viril so os opostos que se atraem; juntos, permitem um convvio de eterna construo e desconstruo da excitao, abrindo caminho para uma vida sexual feliz e duradoura. Trata-se da cena perfeita. Homem e mulher com condies de se completarem pelo fato de terem recursos diferentes; as diferenas, ao contrrio de representar obstculo, so as alavancas da atrao sexual, do orgasmo e do processo de reconstruo da excitao.
Em harmonia, para ambos. No caso do homem, ela se estende da cama ao escritrio, sem se misturarem. O trabalho palco das microdemonstraes de agressividade ideativa entre os pares, no de erotismo; a relao com a mulher palco de afeto e excitao, e no da pseudo-agressividade vida um presente. Nesse caso, porque Maurcio, o segundo da dupla de homens impotentes no sobre quem boa falamos no comeo, apresentava estpida dos homens despreparados. Quando isso funciona assim, a
performance sexual j que apresentava boa base em termos de Sexa? Maurcio possua boa base de Sexa, verdade. questo Isso contudo fica transparente no em sua da comunicao e tambm no exame REVOC. A esbarra problema quantidade versus qualidade. Possuir Sexa em nmero exuberante de vital qualidade, mas no tudo. A dificuldade comea quando uma frao muito expressiva de Sexa corresponde a
alas de alarme. As Sexa de alarme reportam diretamente caracterizam, amgdala cerebral por um e tipo se de fisicamente,
ligao muito firme entre as clulas. Esse tipo de conexo muito utilizado pelo crebro para ligaes que devem ser mantidas em definitivo vida afora e, portanto, indesconectveis pela negociao com o pr-frontal. Percebe-se que se trata de pessoa de qualidades e, me pareceu, de sensibilidade acurada. Por que deveria ser ele um homem onde predominam as Sexa que causam alarme? Nunca se sabe com certeza em quem as Sexa de alarme predominaro. Entretanto, isso fica claro no REVOC. A exuberncia de exploses de potenciais cruzando corporal indica a do que o linha indica a de retransmisso com esse perfil estado
desassossego da amgdala cerebral. O exame sujeito est permanentemente em estado de alarme. Nessas condies, fica muito mais fcil para um evento
do
meio
ambiente
encontrar
amgdala
possibilidade de haver uma interrupo do fluxo de excitao. E sem ela, no h como elaborar a pirmide completa, o que acaba por repercutir no orgasmo. A deficincia de orgasmo conduz menor desconstruo da energia residente nas clulas cerebrais. Essa desconstruo em menor escala permite a permanncia de um resduo, que se concentra nas clulas das reas responsveis pela comunicao. O indivduo com um padro inconstante de excitao, que descarregada de forma pouco eficaz, suscetvel a ser intoxicado por ela. A intoxicao excitacional promove um estado de paralisia: ela no prossegue pela via sexual porque impede a ereo do homem, e, ao no ser renovada, impede a revitalizao da agressividade.
empreendedor
preso
amgdala
hipervigilante deve acima de tudo negociar pelo pr-frontal... ... e manter fluida a via da comunicao agressiva no trabalho. Vejo, com freqncia, confuso entre os lados, agressividade uma e agitao. O repleta de empreendedor hiperativo, que corre para todos articula agenda compromissos, sai de uma reunio para outra, convoca no excessivamente um empreendedor subalternos agressivo; para, um repetidamente, lhes delegar as mesmas funes, empreendedor agitado. Essas aes refletem a toxicidade da excitao. O sistema nervoso trabalha semi-paralisado. No h uma excitao genuinamente sexual e no h produo criativa no trabalho. A excitao, na forma de agitao mental e locomotora, intoxica e paralisa. No trabalho, o sujeito fica preso rotina, repetindo as mesmas coisas; sexualmente fica preso condio de ver sua excitao ser desencadeada pelo erotismo. Nessas
circunstncias a ereo, por ser provocada por uma excitao insuficiente para mobilizar quantidades expressivas de GMP, presa fcil de desistncia. O sujeito sucumbe impotncia. Assim, a sada ir busca de Sexa autnticas. Pedroso, contudo o sujeito da potncia ativada aps o acidente na estrada!, um sujeito desprovido de Sexa. Nesse caso, no ocorrer uma condio em que a amgdala cerebral possa ser genuinamente desafiada. Na verdade, nesses homens ela adormecida, pouco influi em termos de apagamento da excitao. O problema dos homens desprovidos de Sexa no o efeito molestador promovido pelas Sexa de alarme, mas simplesmente o efeito negativo de sua ausncia. As Sexa constituem a base da excitao comportamental, que advm de comportamentos com contedos de agressividade. com que ou com Esses memrias exprimem a memrias comportamentos pessoais, arcaicas, com que agressividade mesclam-se memrias infantil,
promovem
comportamentos
inatos
de
agressividade no ser humano. Se as Sexa inexistirem em grau suficiente, deixaro a excitao merc do erotismo. Exato. Do erotismo, simplesmente, ou de um mecanismo que envolve aprendizagem. O homem, durante seu desenvolvimento, aprende como se comportar, imita determinadas posturas que julga apropriadas. to grande a influncia da mdia que fcil para qualquer um ensinarse a ser glamouroso. Para muitos homens desprovidos de Sexa, o comportamento sexual uma questo de aprendizado. Esses homens tm marcada tendncia a serem afetivamente contidos, adequados, bem-comportados. Como conseqncia, deixam de ter um comportamento dotado da agressividade inata, e passa a ser em grande medida um comportamento aprendido, decorado. Nesse caso, pode a base ser da pirmide de com
excitao
construda
comportamentos aprendidos?
Em
alguma
medida,
sim.
Homens
desprovidos de Sexa tm um funcionamento sexual muitas vezes normal, prolongado at os quarenta ou mesmo cinqenta anos. O problema surge quando algum lhes diz que alguma coisa neles no funciona. Geralmente a parceira que, em plena crise da maturidade do casal, aps 15 ou 20 anos de casamento, diz em alto e bom tom que o marido que frio, no tem sentimentos e, pior, que ela nunca teve a satisfao sexual sempre desejara ter. Despeja que sexualmente infeliz e que a vida inteira foi assim. Alveja seu marido no tendode-aquiles da superioridade, quando ele julgava que tinha aprendido a transar com sua mulher de forma plenamente eficiente. A partir desse momento mecanismo cria-se, na estrutura que mental do homem desprovido de Sexa, uma brecha no lgico, martela permanentemente que ele impotente. Sua base de funcionamento sexual, at ento fria mas logicamente articulada, resulta totalmente desarticulada. As experincias sexuais que se
seguem no podero mais ser as mesmas. A cada novo episdio, surgir a dvida, na forma da negao da capacidade de promover prazer. A constatao de que a competncia, at ento apenas aparente, promove um desabamento da certeza e da segurana. As possibilidades de crescimento sexual praticamente se encerram. O empreendedor desprovido de Sexa tem, por conseguinte, frgeis condies de participar de um processo criativo, dinmico e agressivo em sua jornada de trabalho. O empreendedor desprovido de Sexa, em geral, escolhe uma atividade cuja carreira garantida pela rotina. Ele rejeita precocemente a inovao. certo que nem todos os empreendedores podem ser inovadores, h lugar para todos e no somente para o criativo. Em muitas empresas ou instituies, h amplo espao para a atividade repetitiva, burocrtica, ou mesmo de preciso, em que necessrio grande capacidade de concentrao para evitar erros. Ocorre uma espcie de adaptao, em que
o homem dotado de uma amgdala silente habitua-se a uma jornada de trabalho descriativa. Evita ter que se submeter aos ritos da criatividade; escolhe o trabalho numrico, a jornada mental, o processamento cognitivo, o uso das habilidades que foi capaz de aprender e desenvolver. Na vida do homem desprovido de Sexa tudo vai bem at o dia em que ele desafiado em sua performance sexual ou em sua capacidade criativa. Finaliza Pev: Todos os trs tipos primordiais de homens que analisamos aqui tm seu tendo-de-aquiles; todos podero um dia ser desafiados. O homem desprovido de Sexa falha quando solicitado a desempenhar de uma forma que no conhece. O homem com Sexa predominantemente de alarme no consegue impedir que a amgdala torpedeie seu estado de excitao. Mesmo o homem com Sexa de contedo apropriado pode, em determinado momento, sentir-se impotente
para negociar com uma amgdala que restringe o acesso de determinada situao. A sexualidade de cada um est portanto restrita capacidade de cada um. A mesma coisa ocorre com a inteligncia. A inteligncia , em larga medida, inata; pode, em alguns, ser desenvolvida e aproveitada, em outros no. O vigor da excitao pode, igualmente, ser desenvolvido, mas requer a presena de uma forma elaborada de inteligncia, que permite a negociao de um novo conjunto de instrues com a amgdala cerebral pela zona pr-frontal. Essa , em sntese, como trabalha a inteligncia sexual. Quem a tem, viver com prazer e galhardia. Quem no, mas seguir os passos expostos aqui, chegar l. Aquele que despossuir boa breve, inteligncia sexual, ou abrir mo de reaviv-la, ficar confinado a biolgica. Foi como encerramos nosso encontro, no uma vida sexual
inverno de 97. Foram as ltimas palavras que ouvi de Porto Walther. Decidimos, naquele dia,
que eu transcreveria as idias que havamos discutido. O livro teria por ttulo Inteligncia Sexual; o subttulo A Qualidade Invisvel do Empreendedor deixaria claro que a inteligncia sexual arma preciosa para o empreendedor. Ela no sentido da excitao invisvel, no aparece durante a jornada de trabalho, opera por trs do cenrio principal, mas sem dvida a responsvel por seu sucesso. A intimidade da relao o cenrio em que a inteligncia sexual se mostra com toda a pujana, salvaguardando uma sexualidade margem da rotina por muitos e muitos anos. O contedo das linhas aqui narradas pretende conduzir certeza que a inteligncia sexual qualidade inata, garantida por natureza,mas que requer contnua lapidao, pode ser desenvolvida. Como se diz popularmente, ao ter a faca e o queijo na mo, corte a fatia que melhor aprouver. Quem quiser uma larga fatia de inteligncia sexual para si, siga os passos descritos. V a caa, no no sentido ancestral,
nem no moderno, mas no empregado ao longo desse livro. Sua principal arma a jornada de trabalho, sua munio, a agressividade e seu alvo, a criatividade. Com esses atributos, desenvolva e mantenha uma vida sexual feliz e, na carreira profissional, colha empreendimentos de garantido sucesso!
Notas
1. As informaes referentes ao Impotence Institute of America Hospital-Cornell Medical e ao The New York Center, ambos na
3. A referncia ao British Medical Journal foi obtida na edio de 11 de Abril de 1998 (BMJ 316:1111, 1998). 5. Grande base para minha prpria compreenso do mecanismo da conscincia da mente foi obtida do livro O Eu e Seu Crebro, escrito por Karl R. Popper e Sir John C. Eccles (Editoras Universidade de Braslia e Papirus, 1991). 4. Os resultados dos experimentos realizados pelos doutores Viktor Hamburer e Ronald
foram do
relatados
no
livro
Principles M. Jessel
Science, editado por Eric R. Kandel, James H. Thomas Elsevier, 1991). Thomas M. O captulo 59 (Neuronal toda a literatura
Survival and Synapse Formation), escrito por Jessel, revisa cientfica pertinente. 6. As referncias aos trabalhos do psicanalista Ren Spitz foram obtidos do captulo 60 da obra referida em (4). O captulo Early Experience and the Fine Tuning of Synaptic Connections foi escrito pelos doutores Eric R. Kandel e Thomas Jessel. 7. Os experimentos sobre a conexo amgdala e o crtex pr-frontal (doutores Patricia GoldmanRakic e Harold Rosvold) e sobre os pacientes lobotomizados (doutora Brenda Milner) foram referidos no captulo 53 (Localization of Higher Cognitive and Affective Functions), escrito por Irving Kupfermann.
8.
De
Mark
Twain,
arguto
observador
do
comportamento humano: A inteligncia do homem como p explosivo no interior do crebro. Mas ele no pode por-se em ignio sozinho, esse elemento precisa vir de fora. (em Notebook). 9. Igualmente de Mark Twain e moto inspirador desse livro: Dos sete anos velhice, a mulher est sempre pronta e to competente quanto o candelabro que recebe a vela. O homem, porm, aps o nvel os de temporariamente competente; maiores e
cinqenta, sua performance cai de qualidade, os intervalos tornam-se satisfao no grande coisa para nenhum dos dois. Sua bisav, contudo, est como nova! (em Letters from de Earth).