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8 A 12 - Propriedade Industrial - Resumo Completo MD

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PROPRIEDADE INDUSTRIAL

I INTRODUO: O tema propriedade industrial, muitas vezes referido como MARCAS E PATENTES, deve ser antes de mais nada situado como um ramo especfico do direito comercial para facilitar o processo de compreenso dos temas a ele inerentes. O direito comercial, hoje evoludo teoricamente para o denominado direito empresarial, trabalha com a resoluo dos problemas relacionamentos aos empresrios e s suas empresas. Sem dvida alguma um dos grandes problemas deste ramo do direito, como observaremos especificamente ao tratarmos dos variados tipos societrios, delimitar os valores dos bens no materiais. comum dizermos que o maior patrimnio de determinado estabelecimento comercial o seu nome, o seu currculo, a sua marca. A verdade que toda e qualquer empresa detm alm de seus bens materiais (mveis, imveis, estoque, etc) inmeros bens imateriais. O conjunto de bens imateriais que as empresas possuem recebem genericamente a denominao de Propriedade Intelectual. Esta denominao decorre justamente da imaterialidade dos bens, ou seja, decorre do fato de que todas elas so produto do intelecto humano, da criatividade dos empresrios e seus empregados. Elas compreendem assim todas as invenes, sinais distintivos (marcas), obras cientficas, artsticas, literrias e outras. Esses bens imateriais podem ser divididos em dois grupos, que recebem tratamento jurdico distintos em nosso ordenamento. O primeiro grupo tratado pelo direito autoral, compreendendo as criaes no terreno da arte e da cincia, enquanto o segundo grupo, objeto de nossa matria, tratado pelo direito industrial, compreendendo as criaes no campo da indstria e do comrcio. Os pontos de confluncia entre os dois sub-ramos so os seguintes: ambos tem a mesma natureza (direito patrimonial e real); mesmo objeto (material da criao intelectual nas artes e/ou cincia e na indstria e/ou comrcio); mesmo fundamento filosfico (teoria da propriedade); mesma

exigncia de resultado pecunirio (o lucro proporcionado pela criao); o mesmo fundamento moral (reconhecimento da autoria). - Natureza: A natureza, em seu sentido jurdico, so os conjuntos de fatores inerentes ao objeto do estudo, ou seja, so as caractersticas bsicas e fundamentais do instituto jurdico sob enfoque. Assim pode se dizer que a natureza do direito autoral e do direito industrial so os mesmos, pois ambos guardam as mesmas caractersticas fundamentais, quais seja, a patrimonialidade do direito (dado ter eminente carter econmico) de carter real. Tratam se de uma propriedade mvel, em regra temporria e resolvel, que tem por objeto uma coisa ou bem imaterial. (Direito Industrial. Luiz Otvio Pimentel. Sntese. P. 127) - Objeto: O objeto tanto do direito autoral quanto o direito industrial a criao intelectual do homem. a produo criativa surgida a partir da capacidade de inovao dos indivduos. Vale aqui dizer que essa capacidade constitu-se o nico meio de aquisio do direito de propriedade deste determinado bem. - Fundamento Filosfico: Todo direito existe tendo sua criao fundada em um determinado pensamento filosfico. O direito vida tem um fundamento filosfico definido e inegvel, surgido desde que o homem homem. As criaes intelectuais buscam seu fundamento filosfico justamente no direito da propriedade, que defende que cada indivduo responsvel por aquilo que foi capaz de desenvolver no sendo lcito o locupletamento por terceiros daquilo que foi desenvolvido por outrem. - Fundamento Pecunirio: Ao se discutir o fundamento e a exigncia pecuniria h de se perceber que tanto no direito autoral quando no direito industrial h a exigncia de proveito econmico. A teoria da propriedade se desenvolveu de forma a no ser entendida como irrestrita e absoluta. Hoje se fala em exerccio social da propriedade. Sendo assim no se pode duvidar que o fundamento

filosfico da propriedade sofre, tambm no campo do direito autoral, a limitao da necessidade do exerccio de forma a possibilitar o crescimento social. Por isso exige-se que os detentores deste direito os explorem comercialmente por determinado perodo para que posteriormente caiam em domnio pblico. - Fundamento Moral: Por fim existe ainda a comunidade no que tange ao fundamento moral da proteo ao direito autoral e industrial. Isso decorre do fato de que moralmente ao inventor deve ser reconhecida a inveno. Outro no pode vincular seu nome inveno que no concebeu. A importncia destes pontos de confluncia dos sub-ramos do direito intelectual encontra-se justamente no fato de que, apesar de serem estudados e tratados legislativamente de maneira absolutamente distinta, os princpios gerais so os mesmos, os nortes de ambos os direitos devem ser aplicados da mesma forma. Mas existem diferenas entre um e outro ramo que devem ser bem destacadas. Vejamos as principais: - Ramo do direito a que se sujeita: A primeira grande diferena entre o direito autoral e o direito industrial est nos princpios jurdicos a que se sujeitam. Enquanto o direito industrial est vinculado diretamente ao direito comercial, sujeitando-se a seus princpios fundamentais, o direito autoral sujeita-se aos princpios fundamentais do direito civil. Assim um contrato de autorizao de uso dos direitos autorais ser regido pela boa-f, autonomia da vontade, exigncia de formalizao, etc. J o direito industrial tem seus contratos como onerosos, comosplitos, dinmico, liberal. A conseqncia prtica desta diferenciao sentida no momento em que surge a necessidade de se interpretar determinado contrato. A maneira de se interpretar um contrato comercial absolutamente distinta da forma de se interpretar um contrato civil.

- Origem do direito: Outra diferena substancial entre o direito industrial e o direito autoral est justamente no fato de que o primeiro decorre de um ato administrativo. Assim, a marca de determinada empresa s estar a salvo a partir do momento em que o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) emitir o seu certificado de registro. O que h de se perceber que o a certificao do registro mais do que simplesmente ser um ato administrativo, ela tem um eminente carter constitutivo de direito. Logo se o autor de determinada marca deseja ter inquestionvel direito sobre ela dever antes de qualquer outro registrar a mesma. A partir do registro o direito passa a ser reconhecido. A conseqncia que o titular do direito de propriedade sobre determinada marca no necessariamente o seu criador, aquele que o concebeu. Importa, para o direito industrial, quem inicialmente se dirigiu ao INPI e registrou a marca. Diferente ocorre com o direito autoral. Este no depende do registro em qualquer rgo administrativo para ser tutelado pelo direito. O autor no depende de registrar primeiro que outrem sua obra. Restando provado que foi ele o efetivo criador do direito, no haver discusso quanto ao seu direito, mesmo tendo terceiro registrado anteriormente a obra como sendo de sua natureza. Assim, qualquer ato administrativo de registro de direito autoral meramente declaratrio, ou seja, no constitui o direito em si, simplesmente o declara. - A extenso da tutela: A terceira distino entre o direito autoral e o direito industrial assenta-se na extenso da tutela conferida ao direito. Neste rumo h de se esclarecer que o direito industrial mais do que proteger simplesmente a obra do autor da forma em que foi externada, protege todo o seu contedo. Cite-se o exemplo de um determinado processo industrial: no protege-se nica e exclusivamente o processo da forma em que foi registrado, mas tambm todas as possveis variaes que possam ser feitas sem que se altere o fundamento da criao antes realizada. O direito autoral, ao contrrio, no protege a idia em si, mas to somente a forma pela qual ela se externa. A melhor forma de se entender tal situao exemplificando: Imagine que um autor escreva um livro em que o

tema central seja um assassinato em um escritrio de advocacia em Nova York cometido por um brasileiro menor de 16 anos. Um ano aps a publicao, outro autor poder escrever exatamente a mesma estria, desde que no reproduza trechos daquela estria antes publicada. Como dito, no direito autoral no importa a idia, o contedo, mas a forma pela qual ela se externa. Estas ento as diferenas bsicas entre o direito autoral e o direito industrial, ambos espcies do gnero direito intelectual. II HISTRICO LEGISLATIVO DO DIREITO INDUSTRIAL: A histria do direito industrial tem incio na Inglaterra. O fato que na poca dos feudos os mercados eram distribudos pelos Monarcas sempre por regies e tendo como critrio a amizade do prncipe, rei ou outros membros da Nobreza. Em 1623, com o Statute of Monopolies pela primeira vez privilegiou-se com o monoplio o inventor, o pesquisador, usando critrios como inovao tcnica, utenslios e ferramentas de produo. Alguns chegam a apontar que uma das razes que fizeram a Inglaterra se destacar com a revoluo industrial foi justamente esse incentivo a pesquisa e ao desenvolvimento criado a partir do desenvolvimento de monoplios fundados na pesquisa e na inovao tecnolgica. Aps a Inglaterra, a segunda norma que criou como regra a proteo ao real inventor foi a Constituio Americana, que atribuiu aos Congressistas o poder de estabelecer regras de proteo temporria aos inventores. O grande passo, contudo, para o estabelecimento efetivo das regras de proteo ao direito da propriedade industrial foi a criao em 1.883 da Unio de Paris, conveno internacional, da qual o Brasil partcipe desde o seu incio, e cujo objetivo foi estabelecer os princpios gerais da disciplina da propriedade industrial. A conveno foi revista em 1900, 1911, 1935, 1934, 1958 e 1967. desta conveno que pode se extrair os bens jurdicos tutelados pela propriedade industrial. Ela estabelece em seu artigo 1 que:

a proteo da propriedade industrial tem por objeto as patentes de inveno, as marcas de fbrica ou de comrcio, as marcas de servio, o nome comercial e as indicaes de provenincia ou denominaes de origem, bem como a represso da concorrncia desleal. No que pese o Brasil ter sido um dos primeiros signatrios da Unio de Paris, nossa histria de proteo ao direito industrial bem anterior a isso. J em 1.809 o Prncipe Regente j estabelecia decreto protegendo as invenes que contivessem dois requisitos: novidade e utilidade. Posteriormente em 1.824, em nossa primeira Constituio, o artigo 179, XXVI, assegurou aos inventores a propriedade de suas descobertas e desenvolvimentos. bem verdade que este mesmo artigo estabeleceu um privilgio temporrio ou a recompensa pecuniria. Assim, poderia o governo, em entendendo necessrio tornar a inveno um bem pblico, estabelecer uma recompensa ao inventor. Essa mesma regra foi mantida no artigo 72, 25 da Constituio de 1891 e no artigo 113, item 18 da Constituio de 1.934. Em 1.937 houve um retrocesso nesta proteo, com a no incluso de texto expresso de proteo do direito industrial na Constituio. Mesmo assim no se duvida que a proteo continuava a existir: primeiro sob a gide do genrico princpio da propriedade, defendido expressamente naquela constituio; e ao depois porque o Decreto 24.507 de 1934 havia sido implicitamente recepcionado. A Constituio de 1.946 manteve a regra da exclusividade ou da recompensa justa, em seu 17 do artigo 141. A Constituio de 1.967 e 1.969 inovou ao no estabelecer expressamente a possibilidade de compensao em sendo necessria a divulgao da inveno. A mesma linha foi seguida pela Constituio de 1.988 que trouxe a seguinte redao: Art. 5 XXIX - A lei assegurar aos autores dos inventos industriais privilgio temporrio para sua utilizao, bem como proteo s criaes industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do pas. Veja que as regras constitucionais vigentes mantm a mesma diretriz legislativa existente desde a primeira constituio brasileira. A grande

diferena ocorrida, entretanto, decorre do fato de que atualmente no se permite a recompensa em funo da divulgao da inveno. Conseqncia prtica desta conceituao constitucional a impossibilidade de limitao ou reduo da proteo ao direito industrial por meio de regras infraconstitucionais. Neste rumo de ser ressaltado, inclusive, que a Constituio vigente estabeleceu a proteo propriedade industrial no captulo dos direitos e garantias individuais, sempre definidos pelos constitucionalistas como clusulas ptreas, impassveis de limitao inclusive em casos de emendas Constituio. Assim a nica limitao ao direito de propriedade industrial deveria ser sua temporiedade, o que alis a diferencia de maneira expressiva do direito de propriedade genrico. Ocorre, entretanto, que enfrenta-se grande problema na interpretao das legislaes infra constitucionais. Ao estabelecer o legislador constituinte que essa proteo deveria respeitar o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do pas deixou grande margem de discricionaridade ao legislador infra constitucional, que criou limitaes ao direito de propriedade industrial nas regras estabelecidas em 96 atravs da Lei 9.279/96, que passar a ser objeto de anlise. III PROPRIEDADE CLASSIFICAO: INDUSTRIAL CONCEITO E

As definies conceituais do direito industrial so trazidas no seguinte sentido: A propriedade industrial um episdio da propriedade intelectual que trata dos bens imateriais aplicveis nas indstrias. Aborda assuntos referentes s invenes, aos modelos industriais, s marcas de indstria ou de comrcio e represso concorrncia desleal. Di Blasi. O conjunto dos institutos jurdicos que tm por fim previnir e reprimir a concorrncia desleal no comrcio e nas indstrias. Cerqueira. O direito industrial a parte do direito que trata dos fenmenos jurdicos de um determinado sistema econmico, focalizando o fator de produo tecnologia e as relaes decorrentes da sua

utilizao no mercado. Sob o ngulo do direito positivo um conjunto de normas que disciplinam as atividades econmicas que tm por objeto a tecnologia e as relaes de concorrncia das empresas, quando estas relaes tm a tecnologia por objeto. Luiz Otvio Pimentel. O direito industrial a diviso do direito comercial que protege os interesses dos inventores, designers e empresrios em relao s invenes, modelo de utilidade, desenho industrial e marcas. Fbio Ulha Coelho. O conceito de Ulha Coelho talvez seja aquele que mais nos interesse. A verdade que os conceitos citados partem de duas premissas: a primeira a definio a partir do ramo do direito em que se situa; e a segunda a definio a partir do conceito de direito como um conjunto de normas. Quanto utilizada a primeira definio conceitua-se o direito industrial como sendo um ramo da propriedade intelectual. Quando conceituado como conjunto de normas, fica estabelecida a classificao dos bens jurdicos tutelados. Veja que a definio de Di Blasi e Coelho classifica o direito industrial para conceitua-lo. o ramo que protege os interesses dos autores em relao s invenes, modelos de utilidades, desenhos industriais e marcas. Assim a compreenso do conceito citado passa sem dvida pela definio dos bens jurdicos que o mesmo regula protegendo-os. III.1 Classificao: O direito industrial classificado a partir do tipo de registro que venha a receber: Existem bens passveis de receberem patentes, e existem bens passveis de registro, ambos juntos ao INPI, como citado anteriormente. So patenteveis as invenes e os modelos de utilidades e registrveis os desenhos industriais e as marcas. a) Invenes: Dos quatro bens tutelados pelo direito industrial o nico que no encontra definio expressa na legislao a inveno. Tal situao decorre do prprio histrico da legislao que em momento algum definiu o termo de

forma expressa e tambm da real dificuldade em genericamente conceituar o termo. Genericamente todos sabem o que o significado de inveno (algo novo, algo que antes inexistia criado a partir do esprito humano). A legislao ao invs de definir conceitualmente o que vem a ser inveno ela explicita casos em que no se poderia considerar como inveno. Assim o faz no artigo 10 da Lei 9.279/96, disposto nos seguintes
termos: Art. 10 No se considera inveno nem modelo de utilidade: I descobertas, teorias cientficas e mtodos matemticos; II concepes puramente abstratas; III esquemas, planos, princpios ou mtodos comerciais, contbeis, financeiros, educativos, publicitrios, de sorteio e de fiscalizao; IV as obras literrias, arquitetnicas, artsticas e cientficas ou qualquer criao esttica; V programas de computador em si; VI apresentao de informaes; VII regras de jogo; VIII tcnicas e mtodos operatrios ou cirrgicos bem como mtodos teraputicos ou de diagnstico, para aplicao no corpo humano ou animal; e IX o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biolgicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biolgicos naturais.

Mais importante do que saber definir o que a inveno, saber distinguir se esto ou no presentes os requisitos indispensveis para se configurarem a patenteabilidade da inveno, tema que ser tratado mais adiante ao estudarmos o sistema da patenteabilidade propriamente dito. b) Modelos de utilidade: O modelo de utilidade o que podemos chamar de aperfeioamento da inveno. J foi chamado de pequena inveno. A lei de propriedade industrial o define no artigo 9 assim disposto: Art. 9 - patentevel como modelo de utilidade o objeto de uso prtico, ou parte deste, suscetvel de aplicao industrial, que apresente nova forma ou disposio, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricao.

Como exemplo podemos citar uma cadeira. Sem dvida uma cadeira algum dia foi objeto de inveno e patente. Uma cadeira recoberta de espuma no poderia ser considera um modelo de utilidade, pois no decorreria de um ato inventivo que resultasse em melhoria funcional. Ela continuaria, sem dvida alguma, tendo exatamente a mesma utilidade funcional. No entanto, no momento em que se criou a possibilidade de fazer uma cadeira de balano ou mesmo uma cadeira reclinvel aumentou-se a utilidade da cadeira e esta modificao na utilidade poderia ter sido patenteada. bem verdade que existe um elemento de certa forma subjetivo em toda esta diferenciao entre modelo de utilidade e inveno. H de se considerar que a lei define com clareza o que vem a ser modelo de utilidade e no define a inveno. Assim, sempre que houver uma dificuldade em se estabelecer se determinado engenho um modelo de utilidade ou uma inveno dever o mesmo ser enquadrado no segundo bloco, ou seja, dever ser enquadrado como inveno. c) Desenho Industrial: O artigo 95 da Lei de Propriedade Industrial assim define o desenho industrial: Art. 95 Considera-se desenho industrial a forma plstica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configurao externa e que possa servir de tipo de fabricao industrial. Verifica-se que o desenho industrial trata de forma plstica ornamental diferenciadora de algo til. Entendo que a melhor forma de conceituar um desenho industrial traando um exemplo: os desinfetantes para sanitrios eram sempre retos. Desenhou-se ento um novo produto em que o vasilhame que o armazenava era em forma de bico de pato. No melhorou a utilidade do desinfetante nem permitiu uma melhora em sua performance. A nica diferena ficou na forma em que o mesmo passou a se apresentar, com um novo visual, um novo desenho industrial. Vale aqui dizer que a diferena entre o desenho industrial e o modelo de utilidade a futilidade do primeiro. Enquanto o modelo de

utilidade e a adio a inveno agregam valor ao produto que se est melhorando ou desenvolvendo, o desenho industrial nada melhora, ftil. Nessa caracterstica assemelha-se s obras de arte que so objetos fteis, utilizados apenas como bens de valor pessoal, de enfeite. A diferena, alis, entre as obras de arte e os desenhos industriais que neste ltimo o bem em si tem alguma utilidade (apesar do desenho lhe transformar sem acrescentar outros valores) ao passo que a obra de arte no tem qualquer valor efetivo, prtico. d) Marca: O quarto bem tutelado pela propriedade industrial so as marcas, definidas pela legislao no artigo 122, in verbis: So suscetveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptveis, no compreendidos nas proibies legais. (artigo 122) O que importa diretamente no conceito estabelecido na legislao que s so determinados como marcas os sinais visualmente distintivos, ou seja, os sinais visuais. Neste rumo h de se ressaltar que os sinais sonoros, ainda que identifiquem produto ou servio no poder jamais ser de qualquer forma registrado como marca. No significa tal fato que esses sinais sonoros distintivos no so protegidos. So protegidos, mas pura e simplesmente pelas regras de proteo a concorrncia, e no pelas regras da propriedade industrial. Neste tpico ainda importante trazer classificaes das marcas: Classificao quanto a forma: - nominativas: as marcas nominativas so aquelas compostas nica e exclusivamente de um nome (Saraiva, Dialtica de Direito Tributrio, Revista de Direito de Empresa); - figurativa: so aquelas em que a marca um smbolo, uma denominada logo marca Ex: A gravatinha da chevrolet, o leo da Peougeout, ete; - mista: as marcas so formadas usualmente por letras desenhadas e especficas. O exemplo maior a Coca-Cola, que trs os Cs de maneira bastante desenhadas.

Classificao quanto a designao: O artigo 123 da Lei da Propriedade Industrial classifica as marcas quanto a sua designao, a saber: - marcas de produtos ou servios: as marcas de produtos os servios so utilizadas para conectar o sinal distintivo diretamente ao produto ou servio prestado. So as mais comuns; - marcas coletivas: so aquelas utilizadas para estabelecer que determinado produto est sendo fornecido por agente vinculado a determinada associao (selo de associao Findes por exemplo); - marcas de certificao: so aquelas utilizada para estabelecer que o produto est sendo fornecido com o atendimento a determinadas regras tcnicas pr-estabelecidas. (exemplo clssico: Iso). As marcas coletivas e de certificao guardam algumas similaridades e diferenas que devem ser ressaltadas. A primeira semelhana o fato de que ambas procuram transmitir aos adquirentes a idia de que o produto tem qualidade superior por seguir determinadas regras tcnicas ou pelo fato de que o produtor segue padres de qualidade pr-estabelecidos. A segunda semelhana a necessidade indispensvel de estabelecimento de regras para utilizao das marcas, os regulamentos das marcas, que tanto as coletivas quanto as de certificao precisam ter. A ltima semelhana a inexigibilidade de licena. Qualquer um que preencha os requisitos estabelecidos no regulamento poder utilizar das marcas. As diferenas dizem respeito a natureza do titular do registro. Nas marcas coletiva o titular ser uma associao empresarial ou sindical que congregue empresrios de uma regio, ou de uma especfica ideologia empresarial (ecologistas, etc), enquanto nas de certificao ser o titular um agente que tenha por objetivo controlar a qualidade tcnica dos produtos. Ressalta-se que em ambos os casos o direito de coibir as utilizaes indevidas da entidade que detenha o direito a marca e nunca daqueles que isoladamente possuem o direito de utiliza-la. IV O SISTEMA DE PATENTES:

Como bem salientado anteriormente, os direitos industriais so divididos em dois grandes ramos: os patenteveis e os registrveis no INPI. Os bens passveis de serem patenteados so as invenes e os modelos de utilidade, ambos j conceituados. Como tambm j salientado anteriormente o importante no definir se os bens so exatamente invenes ou modelos de utilidade. O importante sem dvida alguma definir se essas invenes so ou no patenteveis. Por isso ser imprescindvel o estudo do sistema de patentes`. IV.1 Caractersticas Indispensveis: Quando se fala em sistema de patentes, a primeira coisa a se estabelecer com clareza so as caractersticas indispensveis a qualquer inveno para ser passvel de receber uma patente. Quatro so as caractersticas: a) inovao novidade: para que determinado invento seja passvel de receber uma patente ele deve ser inovador (por mais redundante que isso possa parecer). O fato que o conceito jurdico de inovao no to simples quanto se parece. Para ser inovador o invento deve estar fora do estado da tcnica (artigo 11 da LPI). O estado da tcnica o conhecimento conjunto de um ou vrios cientistas especializados na matria objeto da patente. O raciocnio que se os experts no assunto no conhecem o invento apresentado para receber a patente, obviamente o mesmo inovador, uma novidade. Passar a estar no estado da tcnica a partir do momento em que for colocado ao pblico por qualquer meio, seja oral (palestras), seja formal (documentos escritos e publicados). H de se estabelecer, neste rumo, o conceito do perodo de graa. O perodo de graa ser sempre de 12 (doze) meses a contar da data do depsito do pedido de registro no INPI. Assim no se considerar no estado da tcnica o material publicado ou divulgado pelo prprio autor, desde que aps esta divulgao e at doze meses ele requeira a patente sobre a inveno. Tambm no se considerar no estado da tcnica se no mesmo perodo houver uma publicao por algum que no esteja autorizado a fazer ou tenha sido pedido o registro por algum que usurpou a criao intelectual (artigo 12).

b) Atividade Inventiva: A exigncia de atividade inventiva meio que uma decorrncia da novidade. O fato que a atividade inventiva exige que a patente seja concedida a algum deve observar que o invento no decorre logicamente do estado da tcnica. Assim, se determinados experts conseguirem entender que a novidade decorre logicamente de algo que j conheciam, no ter ocorrido atividade inventiva. Deve portanto ser algo que no decorra logicamente dos conhecimentos anteriormente previstos. c) Aplicao Industrial: Alm de ser uma novidade e decorrer de uma atividade inventiva, com os conceitos jurdicos anteriormente abordados h de ser passvel de produo industrial. Isso significa que no haver possibilidade de ser patenteado algo que seja muito avanado ou algo que seja intil. Essa industriabilidade no leva em considerao aspectos econmicos, viabilidade ou no de ser produzido em larga ou pequena escala. A considerao est sempre vinculada a possibilidade material de produo. Exemplos: inveno de uma roupa protetora da viagem com desmaterializao corporal. No se conseguiu fazer a desmaterializao corporal, logo uma inveno que no pode ser industrializada. d) Desimpedimento: O ltimo requisito indispensvel para a patenteabilidade o desimpedimento legal. Existem algumas invenes que no podem ser patenteadas por real interesse pblico. Elas esto atualmente estabelecidas no artigo 18 da LPI, a saber: Art. 18 No so patenteveis: I o que for contrrio moral, aos bons costumes e segurana, ordem e sade pblicas; II as substncias, matrias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espcie, bem como a modificao de suas propriedades fsicoqumicas e os respectivos processos de obteno ou modificao, quando resultantes de transformao do ncleo atmico; e III o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgnicos que atendam aos trs requisitos de patenteabilidade novidade, atividade inventiva e aplicao industrial previstos no art. 8 e que no sejam mera descoberta. IV.2 Prioridade Internacional (art. 16 e 17)

Como ressaltado em tpicos anteriores, o direito da propriedade industrial , por regra, um direito internacional. Tanto assim que um de seus principais instrumentos de regulao a Conveno Internacional de Paris (Unio de Paris). Uma das provas da internacionalidade das matrias tratadas sob este tpico justamente o que denomina-se PRIORIDADE INTERNACIONAL PARA OBTENO DAS PATENTES. O fato que no caso de haver mais de um depositante de pedido de patente para mesma inveno, o direito ser garantido a quem primeiro realizou o depsito. Neste sentido, sem residual de incerteza, o direito de prioridade internacional tambm atua. O efeito deste princpio justamente dotar o depositante de inveno da prioridade para obteno da patente no s no pas no qual se realizou o depsito, mas tambm e principalmente, em todos os demais pases signatrios da Conveno de Paris. Funciona da seguinte maneira: o inventor da cadeira faz o pedido de depsito da inveno no Brasil, com protocolo no INPI. A partir deste momento, o depositante ter a prioridade para obteno da mesma patente em todos os demais pases signatrios, ou seja, se aps esse pedido de patente outros inventores tentarem obter a patente do mesmo produto em outros pases, poder tal pedido ser impugnado pelo detentor do direito no Brasil, desde que o mesmo prove que seu pedido feito junto ao INPI precede ao realizado em outros pases. A impugnao ser feita justamente em funo da prioridade que o mesmo tem em outros pases signatrios do tratado. H de se esclarecer que para ter o real efeito, o pedido de patente no outro pas dever ser feito de forma indispensvel no prazo de 12 (doze) meses a contar da data do pedido de patente no Brasil no pas em que se pleiteia a prioridade. Passado este perodo o direito de prioridade deixar de existir. A prioridade internacional faz com que o depsito. IV.3 Prazo de Vigncia das Patentes Na aula anterior tambm foi especificamente comentado que o direito industrial um direito de natureza real, especificamente um direito de propriedade. Ocorre que uma de suas caractersticas bsicas, fundamentais e inquestionveis o fato de ser uma propriedade resolvel, ou seja, ser uma

propriedade temporria. Esse fato inclusive mencionado especificamente no artigo 5 da Constituio Federal. Indispensvel, portanto, mencionar qual o perodo de validade dos monoplios estabelecidos pelas patentes. Vejamos! As invenes tm prazo de durao de 20 (vinte) anos, contados da data do depsito e os modelos de utilidade tem prazo de 15 (quinze) anos contados da data do mesmo depsito. H de se acrescentar o seguinte: no existe um prazo pr-estabelecido para o trmino do processo de concesso de patentes no INPI. Muito pelo contrrio, os processos de concesso podem levar inmeros anos. Assim a regra estabelecida nos artigos 40 e seguintes determinam que o prazo mnimo de concesso ser de 10 (dez) anos para as inveno e de sete anos para os modelos de utilidade. Logo o prazo ser o que for maior, o de 20 anos contados do depsito ou dez da concesso da patente para as invenes ou de 15 anos contados do depsito ou sete da concesso para os modelos de utilidades. IV.4 A Patente e os Direitos do Titular Matria de anlise importantssima aquela que trata da definio dos direitos conferidos ao titular de determinada patente, ou seja, a matria que estabelece o que o titular da patente pode ou no fazer em razo da obteno da mesma. O artigo 42 da Lei 9.279 estabelece: Art. 42 A patente confere a seu titular o direito de impedir terceiro, sem seu consentimento, de produzir, usar, colocar venda, vender ou importar com estes propsitos. Percebe-se assim que somente o titular da patente poder realizar qualquer tipo de explorao econmica sobre o bem patenteado. Somente ele poder utilizar sua inveno. Qualquer um pode, entretanto, utilizar a inveno de forma particular, com carter meramente intelectual e no econmico, sem lhe poder ser exigida qualquer tipo de indenizao. A nica exceo a regra anteriormente expressa so os casos especficos de concesses (contratos de licenciamento) onde o prprio autor e titular da inveno permitir, sempre em troca de recompensa financeira, que

terceiro utilize seu invento para fins eminentemente econmicos. Terceiro que utilize tal invento sem sua autorizao estar afrontando o direito industrial tornando-se passvel de impugnao econmica (aes de indenizaes). H de se acrescentar que o direito de ao somente conferido ao titular da patente, no sendo outorgado a qualquer outro. Significa dizer que no compete ao INPI qualquer funo de fiscalizao. Sua funo de nica e exclusivamente controlar o fornecimento de patentes e no fiscalizar sua funo. o detentor do direito que dever adotar medidas judiciais cabveis para proteger seus interesses. No que toca a esta proteo a legislao de 96 foi clara ao estabelecer no artigo 42 uma inverso do nus da prova no que tange a utilizao ou no dos bens patenteados. O fato que se pensarmos em uma patente de processo, torna-se quase impossvel ao detentor da patente provar que terceiro est produzindo determinado produto utilizando do processo por ele patenteado. Ora, o que aparece sempre o produto e no o processo que foi utilizado para sua produo. Sendo assim a lei inverte o nus fazendo com que em cada impugnao judicial o requerido demonstre que o seu produto no fabricado com a utilizao do processo industrial j patenteado. Deve ser frisado que o direito do titular da patente s poder ser oposto a terceiros a partir do momento em que for realizado o registro, ou seja, a partir do momento em que a patente for realmente concedida, mesmo que anos antes disso o INPI j tenha feito a publicao devida. Ocorre, entretanto, que no momento em que for concedida a patente a mesma retroagir at a data do protocolo do pedido. Assim todos aqueles que passaram a utilizar a inveno aps esta data podero sofrer sanes judiciais (indenizaes por infrao ao direito de propriedade). O problema passa a merecer melhor anlise quando se admite que algum utilizava determinada inveno mesmo antes do protocolo do pedido de patente. o chamado usurio anterior. Esta figura est estabelecida no artigo 45 da Lei, que o protege permitindo que continue utilizando a mesma forma que vinha fazendo. O problema que a patente, se existe o usurio anterior, no deveria sequer ter sido deferida, haja vista que se algum a utilizava ela j era de domnio pblico, no contendo portanto o indispensvel requisito da novidade. Logo, entendermos ser de total inutilidade tal figura.

Ainda no que tange aos direitos que o titular exerce sobre sua inveno, de se ressaltado e ressalvado que ele se exaure a partir do momento em que colocado no mercado. Uma caneta patenteada, por exemplo: o inventor, ao produzir a caneta ou a permitir que determinada industria a produza, receber royalties quando for efetuada a venda. No entanto se a pessoa que comprou a caneta desejar revende-la nada lhe poder ser exigido a ttulo de royalties. Logo o direito se exaure no momento em que colocado no mercado. IV.5 O Dever de Explorao Nosso ordenamento jurdico estabeleceu a obrigatoriedade de explorao mercantil do objeto patenteado. A realidade que ao titular da patente concedido o privilgio de explorao isolada da inveno. Em contrapartida exige-se que esse titular efetivamente utilize tal direito, ou seja, que ele efetivamente explore a inveno atendendo as demandas de mercado. Essa obrigao indiscutvel. A discusso surge no momento em que se comea a se questionar se a simples importao de produtos para atendimento ao mercado interno supre o requisito de explorao comercial do produto. Alguns entendem que sim, mas a maioria a doutrina assente ao afirmar que a parcela da sociedade atendida pelos bens importados no deve ser computada no momento de se definir se o proprietrio est ou no utilizando a inveno da maneira exigida pela legislao. O fundamento para essa negativa um s. A Constituio Federal ao estabelecer a existncia de um direito industrial, afirmou em seu prprio texto que ele levaria em considerao o interesse pblico e o desenvolvimento econmico e tecnolgico do pas. Assim, dizem os doutrinadores, as invenes devem sofrer processo de industrializao dentro de nosso prprio territrio, criando empregos e mantendo recursos em solo nacional, ao invs de remete-los para o exterior. Isso seria o contedo do desenvolvimento econmico mencionado na ordem constitucional. bem verdade que a atual lei no tratou especificamente e explicitamente do dever de explorao. O fez apenas indiretamente ao estabelecer a licena compulsria e a caducidade, institutos que sero verificados a seguir.

IV.6 As licenas Compulsrias: O ordenamento jurdico nacional estabeleceu que as exclusividades derivadas dos registros de patentes seriam sempre utilizados de forma a permitir o desenvolvimento econmico e tecnolgico do pas. Para tanto criou a necessidade de que o detentor da patente explorasse industrialmente, com capacidade de atendimento total ao mercado consumidor, da inveno realizada. O detentor da patente poder fazer tal explorao de duas maneiras: diretamente ou atravs da concesso do direito de explorao da inveno patenteada, no que denomina-se contrato de licena! Esses contratos de licena aperfeioam-se independentemente de qualquer formalidade especfica. No entanto, para que possam ser oponveis terceiros devem ser registrados no INPI, como determina o artigo 211 da LPI que assim determina: Art. 211 O INPI far registro dos contratos que impliquem transferncia de tecnologia, contratos de franquia e similares para produzirem efeitos em relao terceiros. Vale dizer no tocante aos contratos de licena que estes so os instrumentos que permite a transferncia de tecnologia dos pases desenvolvidos para os pases em desenvolvimento, como o caso do Brasil. So estes os mecanismos que determinam entre outras coisas o pagamento de royalties para os pases exportadores de tecnologia. Os contratos de licena via de regra so apenas levados ao INPI para registro, j estando com todas as suas clusulas estabelecidas e determinadas. Ocorre, entretanto, que podem haver situaes em que o detentor da patente no consegue explorar diretamente o objeto da patente e tambm no consegue obter interessado em firmar contrato de licenciamento. Neste caso a LPI inovou ao criar o instituto da OFERTA DE LICENA. Atravs deste instituto passou o INPI a poder intermediar a concesso da licena de explorao. O INPI, aps solicitao do detentor da patente, funciona como divulgador do interesse do detentor de firmar contrato de licena. Aps a divulgao se surgir algum interessado passar o INPI a ser uma espcie de juiz, determinando entre outras condies o preo a ser pago pelo contrato de licena caso no haja acordo entre o detentor da licena e o interessado.

No sendo possvel ao detentor da patente explorar direta ou indiretamente a inveno patenteada poder ser determinada a CONCESSO DE LICENA COMPULSRIA. A verdade que a legislao estabeleceu algumas situaes em que o detentor da patente ser obrigado a aceitar o estabelecimento de licenas. Assim o fez no artigo 68, in verbis: Art.68 O titular ficar sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder econmico, comprovado nos termos da lei, por deciso administrativa ou judicial. 1 - Ensejam igualmente licena compulsria; I a no explorao do objeto da patente no territrio brasileiro por falta de fabricao ou fabricao incompleta do produto ou, ainda, a falta de uso integral do processo patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade econmica, quando ser admitida a importao; ou II a comercializao que no satisfizer as necessidades do mercado. V-se, pela redao do texto, que no apenas uma a hiptese de concesso das licenas compulsrias. Sem dvida so mais de uma as possibilidades. Vejamos cada uma delas: - Exerccio Abusivo dos Direitos da Patentes: A primeira hiptese de concesso de licena compulsria encontra-se estabelecida no caput do artigo e trata do abuso econmico do detentor da patente. O fato que se o detentor da patente a estiver utilizando de maneira a infringir as regras de mercado, manipulando preos, ou agindo de qualquer outra forma a impedir que a inveno seja plenamente aproveitada pela sociedade brasileira. Lembra-se que a determinao de represso ao abuso do poder econmico constitucional, quando o artigo 173, 4 determina que seja vedada a dominao dos mercados, a eliminao da concorrncia e o aumento arbitrrio dos lucros. de se observar que esta licena compulsria para ser concedida dever basear-se em deciso judicial ou do CADE. O fato que no compete ao INPI afirmar a existncia de exerccio abusivo do direito de patente. A competncia para impedir o exerccio abusivo do direito de patente do CADE ou do judicirio. Portanto, ao ser requerida a licena compulsria com

fundamento no caput do artigo 68 dever integrar o pedido a deciso judicial ou do CADE que afirme o exerccio abusivo do direito. - Falta de Explorao Completa do Direito de Patente: A segunda hiptese de concesso do direito de licena compulsria a explorao incipiente do objeto patenteado. Como afirmado anteriormente, obrigatria a explorao efetiva e completa do objeto patenteado. Cabe ao detentor da patente explorar, direta ou indiretamente, de forma a atender perfeita e plenamente as demandas de mercado o objeto patenteado. Se assim no fizer poder ser obrigado a conceder a licena compulsria de explorao. Quando a licena compulsria for requerida com base na falta de explorao caber ao titular da patente provar que explora plenamente o produto patenteado, ou seja, estabelecida uma inverso ao nus da prova. No cabe ao requerente da licena provar que no h a explorao completa, mas sim ao titular da patente provar que a explora. Convenha-se seria de extrema dificuldade a prova da no explorao. Quem tem os dados concretos que podem provar a explorao o titular da patente e no quem no a possu. Assim, para facilitar a concesso da licena compulsria inverteu o nus da prova nestes casos. Vale acrescentar que a licena compulsria aqui trabalhada s poder ser requerida se no prazo de trs anos aps a concesso da patente, prazo que ter o titular da mesma para conseguir sua plena explorao. - Casos de Emergncia Nacional ou Interesse Pblico: O terceiro caso de concesso de licena compulsria est prevista no artigo 68 a saber: Nos casos de emergncia nacional ou interesse pblico, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado no atenda a essa necessidade, poder ser concedida, de ofcio, licena compulsria, temporria e no exclusiva, para a explorao da patente, sem prejuzo dos direitos do respectivo titular.

Como se observa da redao do texto legal permitida a concesso de ofcio de licena compulsria em casos de declarao de emergncia nacional ou interesse pblico. Tendo o poder executivo declarado tal situao, por exemplo, numa questo referente remdios, dever o INPI conceder de ofcio a licena compulsria. - Casos de Dependncia de Patentes: A ltima hiptese de concesso de licena compulsria encontrase no artigo 70 da LPI. Este artigo trata da licena compulsria em casos de dependncias entre patentes. O fato que quando uma patente depender da outra para ser comercializada, poder o titular desta obter concesso compulsria daquela e vice versa. Exemplificando: um remdio contra dor de cabea tem uma efeito colateral ligado nusea. Outro inventor consegue retirar esse efeito colateral e patenteia a inveno. Neste caso o inventor do remdio poder ter a licena compulsria e aquele que conseguiu retirar o efeito colateral tambm poder ter a licena compulsria da inveno posterior. Os requisitos fundamentais para a concesso deste tipo de licena a real dependncia entre uma e outra patente, a segunda patente configurarse uma substancial progresso tcnico em relao a patente anterior, e no haver acordo entre os detentores de patente. OBSERVAO: EM TODOS OS CASOS DE LICENA COMPULSRIA ESTA SER SEMPRE REMUNERADA, DE FORMA A SALVAGUARDAR OS DIREITOS DO INVENTOR. IV.7 A extino das Patentes: O artigo 78 determina a extino das patentes nas seguintes hipteses: - expirao do prazo de vigncia; - renncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros: o fato que no poder o titular renunciar ao direito se houver terceiros licenciados voluntariamente;

- caducidade: A caducidade a extino da patente em razo da falta de explorao do mesmo. Veja que obrigatria a explorao no pas do objeto da patente. Sendo assim, se no for iniciada sua produo no prazo de dois anos contados da data da concesso da licena compulsria, no for a mesma capaz de sanar o abuso ou desuso da patente. - Falta de pagamento da anuidade: o titular da patente dever pagar anuidade a partir do terceiro ano da data do depsito; - Falta de procurador brasileiro: os estrangeiros pessoa jurdica ou fsica devero necessariamente ter procurador constitudo com domiclio no Brasil. V AS MARCAS E O DIREITO INDUSTRIAL: Anteriormente, ao definirmos os bens jurdicos tutelados pelo direito industrial, estudamos especificamente os conceitos de marcas e a classificao das mesmas. Mencionamos ainda aquilo que a legislao impedia de ser registrado sob o signo de marca. A partir de agora estaremos estudando aspectos especficos ligados marca e sua proteo legal. V.1 As marcas e os nomes empresariais: Ao estudarmos o sistema jurdico de proteo s marcas, o primeiro aspecto que deve ser abordado a diferenciao entre o nome empresarial, o nome fantasia e a marca, especificando a proteo que cada um recebe. Apesar de muitas vezes ser passvel e at mesmo compreensvel a confuso entre os trs conceitos, h de se perceber que eles no so a mesma coisa. O nome empresarial o nome atravs do qual o comerciante, seja pessoa fsica isoladamente, seja pessoa jurdica, assume direitos e obrigaes. o nome efetivo da empresa. O nome sob o qual a mesma fica registrada no CNPJ entre outros rgos. O ttulo empresarial ou o nome fantasia o nome atravs do qual a empresa se apresenta perante o cliente, o nome de fachada, nome de apresentao da empresa. A marca, por seu turno, muito mais do que o nome de fachada, o conjunto de efeitos visuais que ligam determinado nome a uma certa empresa ou produto. o nome de fachada, mais os desenhos e estilos utilizados na definio deste nome.

A melhor forma de se compreender tal diferenciao sem dvida a exemplificao: a empresa Mesbla tinha o nome empresarial definido como MESBLA S/A e como tal assumia obrigaes e direitos; o nome fantasia era simplesmente MESBLA e a marca registrada no INPI tambm era MESBLA. Neste exemplo os nomes e a marca se confundiam. Outro exemplo: TECIDOS LUNDGREN S/A o nome comercial da Casas Pernambucanas, nome fantasia. A marca casas pernambucanas estilizado. Vale frisar que a marca defendida pelo sistema da lei 9.279/96 enquanto o nome defendido pelas regras do registro das sociedades nas juntas comerciais, hoje em parte tratado pelo Cdigo Civil vigente. Vale dizer que a marca s passar a ser juridicamente protegida a partir do registro no INPI como j afirmado anteriormente. J o nome comercial passa a ser protegido a partir do momento em que for registrado nas Juntas Comerciais. O ponto de proteo que se coloca sempre o seguinte: No se poder permitir que terceiro utilize como nome empresarial marca registrada anteriormente por terceiro, ou vice versa. Isso no genrico. Haver de se verificar se o segmento de atuao o mesmo e se a utilizao possibilita o aproveitamento da marca j registrada em face do mercado consumidor. Em outras palavras: se no h como se confundir a marca com o nome comercial no h que se falar em impedimento de utilizao de um ou de outro. Existem as excees que tratam das marcas de alto relevo ou notoriamente conhecidas, como adiante se observar. V.2 A Especificidade do Registro: Uma das questes mais importantes e polmicas no que tange ao registro de marcas junto ao INPI a Especificidade do Registro. O fato que no se poder registrar a marca pura e simplesmente para proteger um interesse futuro qualquer. Exige-se que o requerente do registro prove que atua efetiva e licitamente no ramo do negcio que se pretende registrar. E isso indispensvel, conforme determina o artigo 128, in verbis: Art. 128. Podem requerer o registro de marca as pessoas fsicas ou jurdicas de direito pblico ou de direito privado. 1 - As pessoas de direito privado s podem requerer registro de marca relativo a atividade que exeram efetiva e licitamente, de

modo direto ou atravs de empresas que controlem direta ou indiretamente, declarando, no prprio requerimento, esta condio, sob as penas da lei. A prova de tal atividade feita normalmente atravs da apresentao do contrato ou estatuto social indicando a atividade exercida pela sociedade que pleiteia o registro da marca. Outra observao que tal exigncia tambm ser feita das marcas registradas anteriormente a atual LPI no momento em que forem sendo requeridas as renovaes. Tal exigncia decorre do fato de a lei limitar de maneira especfica a concesso das marcas. Assim o faz atravs do princpio da especialidade. Esse princpio determina que a proteo conferida s marcas, de maneira geral, no se aplica indistintamente a qualquer outro produto ou empresa vedando sua utilizao. Elas se aplicam nica e exclusivamente aos produtos para os quais foram requeridos seus registros. Veja que o prprio artigo 123 da LPI que define as marcas de produto e servio diz: aquela usada para distinguir produto ou servio de outro idntico. Neste sentido se verifica que as marcas ligam o nome a produtos especficos. Um exemplo da problemtica decorrente desta especialidade: Existem duas empresas com o nome Perim. Uma est sediada no sul do Estado (Cachoeiro de Itapemirim e adjacncias) e a outra sediada na Grande Vitria. A marca Perim est registrada para uma empresa em inmeros produtos e para outra em outros tantos. Assim foram concedidas licenas mtuas. V-se, claramente, no caso citado a aplicao do problema da especificidade. V.3 O direito dos Revendedores: O direito dos titulares das marcas impedirem que terceiros a utilizem flagrante. Contudo, no se poder permitir que eles impeam a utilizao das marcas nos seguintes casos: - utilizao na revenda ou distribuio: os distribuidores de produtos de uma marca no podem ser impedidos de divulgar o s produtos que

vendem atravs da colocao da marca do titular (ex: revendedores chevrolet); - utilizao em acessrios: se determinada fbrica produz uma pea para um produto final, no se pode impedir que a marca deste produto final seja aposta na pea produzida por outra empresa (ex: peas para automveis); - livre circulao aps primeira venda: o direito do detentor da marca, como nas patentes, se extingue a partir do momento em que ele ou algum por si autorizado coloca o produto no mercado; - utilizao no comercial: no se limita a citao de marcas em obras, discursos ou qualquer outra ao de carter no comercial, desde que no se prejudique a imagem da marca (ex: citao de marca em sala de aula). V.4 Marcas de Alto Renome e Marcas Notoriamente Conhecidas: Outra questo relevantssima no que tange s marcas a questo das marcas de alto renome e notoriamente conhecidas. As marcas de alto renome esto tratadas no artigo 125 da LPI que assim diz: Art. 125 marca registrada no Brasil considerada de alto renome ser assegurada proteo especial, em todos os ramos de atividade. Como se verifica da redao do dispositivo legal, as marcas de alto renome registrada no Brasil possuem uma proteo especial: recebem um registro genrico, para todos os ramos de atividades. O registro quando concedido ser mencionado especificamente como sendo de uma marca de alto renome. Para que receba tal registro especial a marca dever ser necessariamente notria. Ela dever ser conhecida no apenas por profissionais especficos do ramo, mas por qualquer um, sendo amplamente divulgada. Cabe justia e ao INPI estabelecer quando a notoriedade ser suficiente para que seja detido pelo titular a qualificao de marca de alto renome.

O objetivo desta proteo genrica impedir que terceiros se aproveitem do nome amplamente conhecido. Imagine-se a marca Cola-Cola. O mundo inteiro conhece. Sendo assim no seria possvel permitir que fosse utilizada em outros ramos que no o de refrigerante, sob pena se estabelecer no mnimo uma concorrncia desleal. A marca notoriamente conhecida tratada pelo artigo 126 que diz: Art. 126 A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6 bis (I), da Conveno da Unio de Paris para proteo de Propriedade Industrial, goza de proteo especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil. A regra da marca notoriamente conhecida estabelece que as marcas notoriamente conhecidas e no registradas no Brasil tambm estaro protegidas, impedindo-se a utilizao por terceiros no ramo de atividade especfica. Imagine, por exemplo, se a marca Chevrolet no estivesse registrada no Brasil. Poderia um espertalho tentar registrar tal marca???? bvio que no. Sem dvida o instituto citado no artigo 126 impediria tal registro para as atividades automobilsticas, tendo em vista que a mesma notoriamente conhecida em todo o mundo como sendo de uma empresa fabricante de automveis. V.5 Prazo de Vigncia do Registro das Marcas: O prazo de vigncia do registro das marcas de 10 (dez) anos, contados da data da sua concesso, sendo prorrogvel por iguais e sucessivos perodos. Significa dizer que no h limitao quanto ao tempo em que a mesma poder ser utilizada. Ela ser utilizada indefinidamente desde que a cada perodo seja pedida a renovao. O pedido dever ser formulado no curso do ltimo ano de registro ou em at seis meses aps o trmino. V.6 Extino das Marcas:

O artigo 142 estabelece as razes da extino dos direitos sobre as marcas. - Expirao de prazo: uma vez terminado o prazo de registro e se no ocorrer a renovao, extinguir o direito do titular sobre as marcas. - renncia: renunciando o titular da marca, a mesma cair em domnio pblico; - Falta de procurador brasileiro: os estrangeiros pessoa jurdica ou fsica devero necessariamente ter procurador constitudo com domiclio no Brasil. - Caducidade do Direito: O artigo 143 determina que as marcas caducaro se no prazo de 5 (cinco) anos contados da data da concesso a utilizao da mesma no tiver sido iniciada, ou se a utilizao for interrompida por prazo maior do que cinco anos. Aqui tambm aplicase a regra da inverso do nus da prova. Veja que uma das diferenas entre as patentes e o registro de marcas e desenho industrial, o fato de que no h pagamento de anualidade. No caso de direito titular a registro que o pagamento de taxas so feitos nica e exclusivamente quando se trata de renovao ou pedido de concesso de registro. Da no se incluir o no pagamento de anualidade como forma de extino das marcas. VI DESENHO INDUSTRIAL: VI.1 Do prazo do Desenho Industrial: O registro do desenho industrial tem prazo de validade de 10 (dez) anos, sendo renovveis por trs perodos de 5 (cinco) anos cada. VI.2 Proteo decorrente do Registro: As protees do desenho industrial so as mesmas conferidas s patentes. VII PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO:

Os procedimentos administrativos de registro sero tratados especificamente. VII.1 Concesso de Patentes: Os pedidos de concesso de patentes devero conter, a teor do disposto no artigo 19, os seguintes requisitos: - requerimento de depsito (documento modelo fornecido pelo prprio INPI); relatrio descritivo: pea fundamental do requerimento. Ele deve descrever minuciosamente a inveno, permitindo que qualquer interessado possa seguindo aquelas anlises criar o objeto sobre o qual se requer a patente. Se do relatrio descritivo no for possvel a construo do objeto da patente a mesma dever ser declarada nula. No relatrio se descreve o processo de obteno do produto objeto da patente; - reivindicaes: as reivindicaes o texto que determinar o verdadeiro objeto da patente. O requerimento determina o tipo de patente requerido. O relatrio determina a forma de se construir o objeto. As reivindicaes determinam o objeto ou objetos sobre os quais se deseja a patente; - desenhos: se o objeto contiver desenhos (modelos de utilidade por exemplo) devem eles ser anexados; - resumo: relatrio resumido do relatrio e das reivindicaes; - comprovante de pagamento: comprovante de pagamento da taxa de depsito. Uma vez feito o requerimento, ser o mesmo analisado em seus aspectos formais. Se no estiver formalmente correto, mas contiver dados mnimos, poder o INPI indicar as modificaes necessrias, intimando o requerente a supri-las no prazo improrrogvel de trinta dias. Cumpridas as exigncias formais, o pedido ficar inerte pelo prazo de 18 (dezoito) meses, aps o que ser o mesmo publicado recebendo a indispensvel publicidade. Esse prazo utilizado para que o titular da patente j comece a analisar o mercado verificando a possibilidade de produo em escala industrial. Poder o requerente pedir a antecipao da publicao.

Aps a publicao, entendendo o requerente ser interessante efetivamente obter a patente, far, em at trs anos do depsito, o requerimento de anlise de mrito. A partir de ento podero terceiros fornecer dados ao INPI para subsidiar a anlise do pedido, mas no haver impugnao de espcie alguma. Na anlise do mrito o INPI poder fazer percia, requerer informao a especialistas, etc. Dever assim analisar as presenas dos requisitos das invenes. Feito o exame, em sendo o mesmo indeferido, poder o requerente interpor recurso no prazo de 60 (sessenta) dias para o Presidente do INPI, ltimo recurso cabvel na esfera administrativa. Em sendo deferido o pedido, terceiros interessados podero, em at 180 dias, igualmente pleitear administrativamente a nulidade da patente. Ser ento intimado o titular para responder ao pedido de nulidade. Os tcnicos do INPI aps a resposta emitiro parecer, respondendo o Presidente pelo julgamento da causa. Esse o procedimento. VII.2 Procedimento de Registro de Desenho Industrial: O pedido de registro de Desenho Industrial conter: - requerimento (documento modelo fornecido pelo prprio INPI); - relatrio descritivo (se for o caso): o desenho industrial normalmente no tem processo, apenas uma figura, uma modificao visvel; - reivindicaes (se for o caso): a especificao do registro ser o prprio objeto; - desenhos ou fotografias: seriam os desenhos ou fotografias do prprio objeto do registro; - campo de aplicao: determinao do campo de utilizao do desenho industrial (utilidade do bem redesenhado); - comprovante de pagamento de taxa do depsito. Uma vez feito o pedido ser o mesmo formalmente analisado. Se no estiver presente todos os requisitos, o INPI poder intimar o depositante para sanar os vcios em 5 (cinco) dias.

Presentes os requisitos ser o mesmo imediatamente publicado, salvo se o depositante requerer dilao da publicao pelo prazo de at 18 (dezoito) meses. Uma vez publicada a concesso do registro automtica. S haver anlise do mrito do pedido se o titular o requerer durante a vigncia do registro. Terceiros podero requerer a nulidade do registro no prazo de cinco anos contados da data da publicao e da automtica concesso do registro. Se a impugnao for feita no prazo de 60 (sessenta) dias da data da concesso ele ter efeito suspensivo. VII.3 Procedimento para Registro de Marca. O pedido de processamento de marca mais simples, contendo os seguintes requisitos: - requerimento (modelo fornecido pelo INPI); - etiqueta: essa etiqueta seria a prpria marca que por definio um sinal visual; - comprovante de pagamento. Uma vez feito o requerimento ser analisado formalmente o pedido. Se no estiver formalmente correto o INPI poder exigir alteraes que devero ser feitas no prazo de cinco dias. Estando formalmente corretos, os pedidos sero publicados imediatamente abrindo-se prazo de 60 (sessenta) dias para impugnaes de terceiros. Se houver impugnao o requerente ser intimado para responder a impugnao. Feito tal resposta o pedido ser analisado pelo INPI que poder fazer exigncias de exames para verificar a presena dos requisitos das marcas. Feita a anlise o pedido ser deferido ou no. Sendo deferido ou indeferido caber recurso ao Presidente do INPI. Deferido definitivamente, abre-se por mais cento e oitenta dias o prazo para novas impugnaes. Sendo feitas o titular do registro ter sessenta

dias para responder, aps o que ser proferida deciso pelo Presidente do INPI.

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