GUINSBURG, J. Romantismo, Historicismo e História. In. O Romantismo. Editora Perspectiva
GUINSBURG, J. Romantismo, Historicismo e História. In. O Romantismo. Editora Perspectiva
GUINSBURG, J. Romantismo, Historicismo e História. In. O Romantismo. Editora Perspectiva
Editora Perspectiva
O Romantismo surgiu como uma resposta ao Iluminismo, na medida em que, os avanos democrticos, ou pela democracia, cobraram um preo muito alto s pessoas, suscitando questionamentos quanto s suas validades. Ele refletiu-se em todos os campos da arte. Quem estuda as manifestaes artsticas e as idias que as alimentaram ou cercaram, sobretudo nos sculos XIX e XX, depara-se imediatamente com a palavra romantismo. como se tudo o que foi criado nos ltimos duzentos anos, obra de literatura, pintura, teatro, escultura, arquitetura, houvesse surgido do confronto e da unio com este esprito mgico, que, buscando as esferas mais profundas do homem, reptou o consagrado, o estabelecido, o modelado aparentemente desde e para todo o sempre, efetuando uma revoluo fundamental na conceituao e na realizao de todas as artes, mesmo daquelas que no sentiram ou expressaram de modo imediato ou feliz os efeitos da fermentao romntica.1
Pode ser representado em vrios estilos e expressar qualquer um deles. Apresentase como evento scio-cultural com data pr-definida para surgir e trazer respostas aos desafios da poca. O romantismo singular e plural. um fato histrico e marca a importncia da conscincia histrica. Seu trao romantizado no caracteriza uma identidade. Ele derrubou a ideia teolgica de cronologia e a percepo clssica de Histria. O romantismo inverte a noo de Histria e refora o ponto de vista de Vico, defendendo uma scio-Histria, uma sociedade civil e um historicismo. O discurso histrico abandona seu aspecto descritivo e repetitivo e torna-se informativo e interpretativo. O Iluminismo trouxe contribuies como as idias de povo, nao, massa, opinio pblica, classe, sendo que sua expresso mxima atribuda ao romantismo.
Transparece, portanto, quo longe, mesmo quando bastante peto, se encontram ainda as Luzes, pelo menos em formulaes mais especficas ou positivas na ordem das
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atribuies causais sobre as origens e motores histricos, de concepes ou idias-fora como nao, povo, massa, opinio publica, classe e outros agentes histricos, polticos, sociolgicos, econmicos, culturais e ideolgicos que so tidos como fonte dos processos, dos dinamismos, dos movimento, das conscincias, dos espritos e das vontades coletivas que surgiram em praa pbica com o Revoluo Francesa e, mais especialmente, com o Romantismo.2
O ser dotado de corpo e alma. De alma mais do que corpo. O Romantismo prega mundos, comunidades que tm antes cultura do que civilizaes. O Romantismo social gera, a partir de seu sincretismo idealista, alguns dos principais conceitos operativos no s do Socialismo Cientfico de Marx e Engels, mas da Sociologia. A busca do Romantismo est sempre alm, ou seja, suas preocupaes esto no passado ou no porvir, nunca no momento atual da sociedade. Entretanto, aproximase dos problemas reais, do mundo real. A Histria faz-se real e acontece, integrando o desenvolvimento dos povos, sendo histrico e temporal. O resultado prtico dessa corrente de pensamentos e aes que o homem passa a ser o centro de si mesmo. O Romantismo rompeu com o passado prximo da Idade Mdia. Ele fruto das Revolues Francesa e Industrial. Esses acontecimentos geraram processos que resultaram na sociedade moderna (ideais sociais). De 1770 a 1848, vrias revolues agitaram a Europa, tendo em comum o cunho das motivaes sociais. O fundo geral de tais revolues aponta causas ligadas prpria estrutura da sociedade, ao desenvolvimento econmico e s conjunturas polticas do tempo3.
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Ibidem. p. 14 Ibidem. p. 25