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Aula 06 - Direito Penal - Text.marked

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Direito Penal POLCIA FEDERAL (AGENTE DA PF)

Teoria e exerccios comentados


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AULA 06: DOS CRIMES CONTRA O PATRIMNIO


SUMRIO PGINA
Apresentao da aula e sumrio 01
I Introduo 02
II Do Furto 02
III Do Roubo e da Extorso 09
IV Da Usurpao 19
V Do Dano 22
VI Da Apropriao Indbita 26
VII Do Estelionato e outras Fraudes 32
VIII Da Receptao 47
IX Disposies Gerais 52
X Questes para praticar 53
XI - Questes comentadas 62
Gabarito 81

Ol, meus amigos concurseiros!

Hoje vamos estudar a respeito dos Crimes contra o Patrimnio.

Vamos ao trabalho!!!











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I INTRODUO

Os crimes contra o patrimnio esto previstos nos arts. 155 a 183 do
CP.
Estes delitos esto divididos em sete captulos:
Do Furto;
Do Roubo e da Extorso;
Da Usurpao;
Do Dano;
Da Apropriao Indbita;
Do Estelionato e outras fraudes;
Da Receptao

Existe ainda o captulo VIII, mas este no prev figuras tpico-penais,
apenas estabelece algumas regrinhas gerais aplicveis aos crimes contra
o patrimnio.
Vamos estudar os crimes contra o patrimnio dividindo-os de acordo
com os captulos do CP, para otimizarmos o aprendizado de vocs!


II DO FURTO


O bem jurdico tutelado no crime de furto APENAS o
patrimnio, ou seja, o furto um crime que lesa apenas um bem
jurdico. Entretanto, a Doutrina PACFICA ao entender que no se

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tutela apenas a propriedade, mas qualquer forma de dominao sobre a
coisa (propriedade, posse e deteno legtimas). Est previsto no art. 155
do CP:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.
1 - A pena aumenta-se de um tero, se o crime praticado
durante o repouso noturno.
2 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de recluso pela de
deteno, diminu-la de um a dois teros, ou aplicar somente a
pena de multa.
3 - Equipara-se coisa mvel a energia eltrica ou qualquer
outra que tenha valor econmico.
4 - A pena de recluso de dois a oito anos, e multa, se o
crime cometido:
I - com destruio ou rompimento de obstculo subtrao da
coisa;
II - com abuso de confiana, ou mediante fraude, escalada ou
destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
5 - A pena de recluso de 3 (trs) a 8 (oito) anos, se a
subtrao for de veculo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior. (Includo pela
Lei n 9.426, de 1996)

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SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.
SUJEITO
PASSIVO
Aquele que teve a coisa subtrada.
TIPO OBJETIVO
(conduta)
A conduta prevista a de subtrair, PARA SI OU
PARA OUTREM, coisa alheia mvel. O conceito de
mvel aqui tudo aquilo que pode ser movido de um
lugar para outro sem perda de suas caractersticas ou
funcionalidades. A coisa subtrada no pode ser de
propriedade do infrator, caso contrrio, no h furto,
podendo haver, se for o caso, EXERCCIO
ARBITRRIO DAS PRPRIAS RAZES (art. 345
do CP). Este um crime comum e genrico. Nada
impede que, em determinadas circunstncias, a
subtrao de coisa mvel alheia configure outro
crime, como ocorre, por exemplo, quando um
funcionrio pblico, no exerccio de suas funes,
subtrai bem da administrao pblico, hiptese na
qual teremos um PECULATO-FURTO (art. 312, 1
do CP). A maioria da Doutrina entende que a coisa
no precisa ter valor econmico significativo (embora
a ausncia de valor significativo possa gerar a
atipicidade da conduta por ausncia de lesividade).
CUIDADO! O cadver pode ser objeto do furto,
desde que pertena a algum (ex.: Cadver
pertencente a uma faculdade de medicina).
TIPO
SUBJETIVO
Dolo. No se admite na forma culposa. O agente
dever possuir o nimo, a inteno de SE APODERAR
DA COISA furtada. Essa inteno chamada de

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animus rem sibi habendi). No havendo essa
inteno, sendo a inteno somente a de usar a coisa
e logo aps devolv-la, teremos o que se chama de
FURTO DE USO, que NO CRIME. Se o agente
pratica o crime para saciar a fome (furto famlico), a
Jurisprudncia reconhece a excludente de ilicitude do
estado de necessidade (art. 24 do CP).
CONSUMAO
E TENTATIVA
O momento da consumao do delito muito
discutido na Doutrina, havendo quatro correntes. O
que vocs devem saber que o STF e o STJ adotam a
teoria segundo a qual o crime se consuma quando o
agente passa a ter o poder sobre a coisa, ainda que
por um curto espao de tempo, ainda que no tenha
tido a posse mansa e pacfica sobre a coisa furtada. A
tentativa plenamente possvel.

O 1 prev a majorante no caso de o crime ser praticado durante o
repouso noturno (aumenta-se de 1/3). Essa majorante s incidir se
ocorrer o furto em residncia e ocorrer no momento reservado ao repouso
noturno, que deve ser analisado em cada caso. Essa a posio
dominante.
O 2 prev o chamado FURTO PRIVILEGIADO, que aquele no
qual o ru possui bons antecedentes e a coisa de pequeno valor,
hiptese na qual o Juiz pode substituir a pena de recluso pela de
deteno, diminu-la de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente a pena de multa.
A Jurisprudncia vem entendendo como coisa de pequeno valor
aquela que no ultrapassa um salrio mnimo vigente.
Os Tribunais Superiores vem entendendo ser possvel a
aplicao do PRIVILGIO ao furto QUALIFICADO, por no haver
impedimento legal (Inf. 379 do STJ)

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J o 3 traz uma CLUSULA DE EQUIPARAO, estabelecendo
que se equipara a coisa mvel a ENERGIA ELTRICA ou qualquer outra
energia que possua valor econmico.
CUIDADO! O crime de furto de energia eltrica s ocorrer se o
agente se apodera daquilo que no est em sua posse, daquilo que
no seu. Se o agente altera o medidor de Luz (fraude), haver o
crime de estelionato.
O 4 e seus incisos, bem como o 5 do art. 155 estabelecem as
hipteses em que o furto ser considerado QUALIFICADO, ou seja, mais
grave, sendo previstas penas mnimas e mximas mais elevadas.
Vejamos as hipteses:
Destruio ou rompimento de obstculo subtrao da
coisa Aquela conduta do agente que destri ou rompe um
obstculo colocado de forma a impedir o furto: Ex.: Quebra de
cadeado. Se a violncia for exercida contra o prprio bem
furtado, no h a qualificadora (ex.: Quebrar o vidro do carro
para furtar o prprio carro). E se o agente quebrar o vidro
para furtar um MP3 player? Deveria incidir a qualificadora,
mas por equidade (proporcionalidade) a Jurisprudncia
vem entendendo que no incide a qualificadora, pois no
incidiria se o agente furtasse o prprio carro!
Abuso de confiana, fraude, escalada ou destreza No
abuso de confiana o agente se aproveita da confiana nele
depositada, de forma que o proprietrio no exerce vigilncia
sobre o bem, por confiar no infrator. Na fraude o infrator
emprega algum artifcio para enganar o agente e furt-lo. No
se deve confundir com o estelionato. No estelionato o agente
emprega algum ardil, artifcio para fazer com que a vtima lhe
entregue a vantagem. Aqui o agente emprega o artifcio para
criar a situao que lhe permita subtrair a coisa (ex.:
Camarada se veste de instalador da TV a Cabo para, mediante

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a enganao realizada, adentrar na casa e furtar alguns
pertences). Na escalada o agente realiza um esforo fora do
comum para superar uma barreira fsica (ex.: Saltar um muro
ALTO). Na destreza o agente se vale de alguma habilidade
peculiar (ex.: Batedor de carteira, que furta com extrema
destreza, sem ser percebido).
Chave falsa Aqui o agente pratica o delito mediante o uso
de alguma chave falsificada (pode ser um grampo de cabelo,
por exemplo). A LIGAO DIRETA EM VECULO NO
CONSIDERADA CHAVE FALSA!
Concurso de pessoas Nessa hiptese o crime ser
qualificado se praticado por duas ou mais pessoas em concurso
de agentes. SE O CRIME PRATICADO POR QUADRILHA
OU BANDO, a Doutrina entende que no se aplica a
qualificadora, mas os agentes respondem pelo CRIME DE
QUADRILHA OU BANDO TAMBM.
Furto de veculo automotor ( 5) que venha A SER
TRANSPORTADO PARA OUTRO ESTADO OU PARA O
EXTERIOR Aqui se pune, com a qualificadora, aquele que
furta veculo automotor que levado para longe (outro estado
ou pas). Visa a punir mais drasticamente aquelas pessoas
ligadas mfia do desmanche de veculos. CUIDADO! Se o
veculo no chegar a ser levado para outro estado ou pas,
embora essa tenha sido a inteno, NO H FURTO
QUALIFICADO TENTADO, mas furto comum
CONSUMADO, pois a subtrao se consumou.

Nos quatro primeiros casos a pena de DOIS A OITO ANOS, e no
ltimo caso a pena de TRS A OITO ANOS.
O art. 156 trata do FURTO DE COISA COMUM, vejamos:

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Art. 156 - Subtrair o condmino, co-herdeiro ou scio, para si ou
para outrem, a quem legitimamente a detm, a coisa comum:
Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.
1 - Somente se procede mediante representao.
2 - No punvel a subtrao de coisa comum fungvel, cujo
valor no excede a quota a que tem direito o agente.

O crime aqui , tambm, de furto, motivo pelo qual se aplicam as
mesmas consideraes relativas ao crime de furto comum.
No entanto, o crime aqui PRPRIO, ou seja, somente pode ser
cometido pela pessoa que possua uma daquelas caractersticas (seja
scio, condmino, etc). O sujeito passivo tambm s poder ser alguma
daquelas pessoas.
Vejam que a pena menor que a do furto comum, exatamente
porque a coisa no de outrem (alheia), mas comum, ou seja, tambm
do infrator.
Vejam, ainda, que se a coisa FUNGVEL, e a subtrao no
excede a quota-parte do infrator, no h crime.
Coisa fungvel aquela que pode ser substituda por outra da mesma
espcie, qualidade e quantidade, sem prejuzo algum (exemplo: dinheiro).
EXEMPLO: Imagine que trs pessoas so condminas de uma parcela em
dinheiro no valor de R$ 90.000,00, possuindo cotas iguais (trinta mil para
cada). Se um dos condminos furtar R$ 30.000,00 no comete crime,
pois a coisa fungvel (dinheiro) e o montante no excede sua cota-
parte.
A ao penal pblica, MAS DEPENDE DE REPRESENTAO
DA VTIMA.

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III DO ROUBO E DA EXTORSO

Aqui se tutelam, alm do patrimnio, a integridade fsica, mental e a
vida da vtima, pois as condutas no violam somente o patrimnio destas,
mas colocam em risco, tambm, estes bens jurdicos.
Vejamos cada um deles.

A) Roubo

Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, ou depois de
hav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de
resistncia:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.
1 - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtrada a
coisa, emprega violncia contra pessoa ou grave ameaa, a fim
de assegurar a impunidade do crime ou a deteno da coisa
para si ou para terceiro.
2 - A pena aumenta-se de um tero at metade:
I - se a violncia ou ameaa exercida com emprego de arma;
II - se h o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vtima est em servio de transporte de valores e o
agente conhece tal circunstncia.

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IV - se a subtrao for de veculo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior; (Includo
pela Lei n 9.426, de 1996)
V - se o agente mantm a vtima em seu poder, restringindo sua
liberdade. (Includo pela Lei n 9.426, de 1996)
3 Se da violncia resulta leso corporal grave, a pena de
recluso, de sete a quinze anos, alm da multa; se resulta
morte, a recluso de vinte a trinta anos, sem prejuzo da
multa. (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996) Vide Lei n
8.072, de 25.7.90

BEM JURDICO
TUTELADO
O patrimnio e a integridade fsica e psquica da
vtima.
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.
SUJEITO
PASSIVO
Aquele que teve a coisa subtrada mediante violncia
ou grave ameaa, ou ainda, depois de ter sido
reduzida impossibilidade de defesa.
TIPO OBJETIVO
(conduta)
A conduta prevista a de subtrair, PARA SI OU
PARA OUTREM, coisa alheia mvel, MEDIANTE
VIOLNCIA, GRAVE AMEAA, OU APS REDUZIR
A VTIMA A UMA SITUAO DE
IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA. Com relao
leso ao patrimnio, aplicam-se as mesmas regras
faladas em relao ao furto. Mas, por se tratar de
crime complexo (rene dos outros crimes: furto +
constrangimento ilegal), devemos analisar, ainda, sob
o aspecto da violncia ou grave ameaa pessoa. A

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violncia pode ser prpria, quando o agente aplica
fora fsica sobre a vitima, ou imprpria, quando
aplica alguma medida que torna a vtima indefesa
(Boa-noite-cinderela, por exemplo). Aqui o STF
entende no e aplicar o privilgio previsto para o
furto e nem o princpio da insignificncia.
TIPO
SUBJETIVO
Dolo. No se admite na forma culposa. O agente
dever possuir o nimo, a inteno de SE
APODERAR DA COISA furtada, MEDIANTE
VIOLNCIA, GRAVE AMEAA OU REDUO DA
VTIMA SITUAO DE IMPOSSIBILIDADE DE
DEFESA. No se admite na forma culposa. O roubo
de uso crime! Ou seja, o agente que rouba alguma
coisa para somente us-la e devolver, comete crime
de roubo. Parte da Doutrina entende, entretanto, que
nesse, caso, haveria apenas constrangimento ilegal
ou leses corporais, no havendo roubo (minoritrio).
CONSUMAO
E TENTATIVA
O STF e o STJ adotam a teoria segundo a qual o
crime se consuma quando o agente passa a ter o
poder sobre a coisa, aps ter praticado a violncia ou
grave ameaa. Se o agente pratica a violncia ou
grave ameaa, mas no subtrai a coisa, o crime
TENTADO.

O 1 traz a figura do roubo IMPRPRIO. O roubo imprprio
ocorre quando a violncia ou ameaa praticada APS A
SUBTRAO DA COISA, como meio de garantir a impunidade do crime
ou assegurar o proveito do crime.
EXEMPLO: Imagine que o agente subtraia uma TV de uma loja de
eletroeletrnicos. At a, nada de roubo, apenas furto. No entanto, ao ser

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abordado pelos seguranas, j do lado de fora da loja, tenta fugir e acaba
agredindo os seguranas, fugindo com a coisa. Nesse caso, diz-se que o
furto IMPRPRIO, pois a grave ameaa ou violncia posterior, e no
tem como finalidade efetivar a subtrao (que j ocorreu), mas garantir a
impunidade ou a posse tranquila sobre o bem.
O 2 prev majorantes (causas de aumento de pena), que se
aplicam tanto ao roubo PRPRIO (caput) quanto ao roubo IMPRPRIO.
Algumas observaes quanto s majorantes do 2:
O termo arma, no inciso I, considerado, pela Doutrina e
Jurisprudncia dominantes, QUALQUER INSTRUMENTO QUE POSSA
SER USADO COMO ARMA, independentemente de ter sido fabricado
para esse fim (faca, por exemplo).
Ainda com relao arma, a Doutrina e Jurisprudncia entendem
que deve haver o USO EFETIVO DA ARMA, no bastando que o agente
esteja portanto, ainda que ostensivamente, a arma (Luiz Rgis Prado
discorda).
O USO DE ARMA DE BRINQUEDO NO QUALIFICA O CRIME.
O inciso V traz a hiptese na qual a vtima privada de sua
liberdade, sendo mantida em poder do criminoso. Temos aqui, na
verdade, a questo do refm. Havendo utilizao de refm para garantir
sucesso na fuga, por exemplo, haver a causa de aumento de pena.
O 3, por sua vez, traz o que se chama de ROUBO QUALIFICADO
PELO RESULTADO MORTE (Leso corporal grave ou morte). No se
exige que o resultado tenha sido querido pelo agente, bastando que ele
tenha agido pelo menos de maneira culposa em relao a eles (pois a
redao do diz: se da violncia resulta...). Alm disso, no incide
essa QUALIFICADORA quando o roubo realizado mediante
GRAVE AMEAA.
Ao crime de ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO NO SE
APLICAM AS MAJORANTES DO 2.

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A segunda parte do roubo qualificado pelo resultado trata do
LATROCNIO, que o roubo qualificado pelo resultado MORTE. Ele
ocorrer sempre que o agente, VISANDO A SUBTRAO DA COISA,
praticar a conduta e ocorrer (dolosa ou culposamente) a morte de
algum. Caso o agente deseje a morte da pessoa, e, somente aps
realizar a conduta homicida, resolve furtar seus bens, estaremos diante
de um HOMICDIO em concurso com FURTO.
Quanto consumao do latrocnio, muitas correntes tambm
surgiram, mas atualmente prevalece no STF o entendimento de que o
crime de latrocnio se consuma com a morte da vtima, ainda que a
subtrao da coisa no tenha se consumado. Isso est na smula n 611
do STF:
Smula 610

H CRIME DE LATROCNIO, QUANDO O HOMICDIO SE
CONSUMA, AINDA QUE NO
REALIZE O AGENTE A SUBTRAO DE BENS DA VTIMA.

A ao penal, neste crime, PBLICA INCONDICIONADA.

B) Extorso

Art. 158 - Constranger algum, mediante violncia ou grave
ameaa, e com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econmica, a fazer, tolerar que se faa ou
deixar fazer alguma coisa:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.

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1 - Se o crime cometido por duas ou mais pessoas, ou com
emprego de arma, aumenta-se a pena de um tero at metade.
2 - Aplica-se extorso praticada mediante violncia o
disposto no 3 do artigo anterior. Vide Lei n 8.072, de
25.7.90
3
o
Se o crime cometido mediante a restrio da liberdade da
vtima, e essa condio necessria para a obteno da
vantagem econmica, a pena de recluso, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, alm da multa; se resulta leso corporal grave ou
morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, 2
o
e 3
o
,
respectivamente. (Includo pela Lei n 11.923, de 2009)

BEM JURDICO
TUTELADO
O patrimnio e a liberdade individual da vtima
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.
SUJEITO
PASSIVO
Aquele que teve a sua liberdade individual ou
patrimnio lesados pela conduta do agente. Pode ser
qualquer pessoa.
TIPO OBJETIVO
(conduta)
Aqui o constrangimento mero meio para a
obteno da vantagem indevida. O verbo
constranger, que sinnimo de forar, obrigar
algum a fazer o que no deseja. No se confunde
com o delito de roubo, pois naquele o agente se vale
da violncia ou grave ameaa para subtrair o bem da
vtima. Neste o agente se vale destes meios para
fazer com que a vtima LHE ENTREGUE A COISA,
ESPONTANEAMENTE, ou seja, deve haver a

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colaborao da vtima.
TIPO
SUBJETIVO
Dolo. No se admite na forma culposa. Se a
vantagem for:
Devida Teremos crime de exerccio arbitrrio
das prprias razes (art. 345 do CP);
Sexual Teremos estupro;
Meramente moral, sem valor econmico
Constrangimento ilegal (art. 146 do CP);
CONSUMAO
E TENTATIVA
O STJ entende que se trata de CRIME FORMAL, que
se consuma com o mero emprego da violncia ou
grave ameaa, INDEPENDENTEMENTE DA
OBTENO DA VANTAGEM VISADA PELO
AGENTE (smula n 92 do STJ).

O 1 traz uma causa de aumento de pena (1/3 at a metade), caso
o crime seja cometido por duas ou mais pessoas ou mediante o uso de
arma. Aplicam-se as mesmas observaes feitas no crime de roubo.
Tambm se aplica o disposto no 3 do art. 157 (roubo qualificado
pelo resultado), ou seja, ocorrendo leso grave ou morte, teremos o
crime de EXTORSO QUALIFICADA PELO RESULTADO, com as
mesmas penas previstas no 3 do art. 157 do CP.
O 3 do art. 158 representa uma inovao legislativa (realizada
em 2009) que criou a figura do SEQUESTRO RELMPAGO. A pena
mais elevada (seis a doze anos), e tambm se aplica o 3 do art. 157
(crime qualificado pelo resultado).
A ao penal no crime de extorso, em qualquer hiptese,
PBLICA INCONDICIONADA.

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O art. 160, por sua vez, cria a figura da EXTORSO INDIRETA,
que ocorre quando um credor EXIGE ou RECEBE, do devedor,
DOCUMENTO QUE POSSA DAR CAUSA INSTAURAO DE
PROCESSO CRIMINAL CONTRA ELE. Vejamos:
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dvida, abusando
da situao de algum, documento que pode dar causa a
procedimento criminal contra a vtima ou contra terceiro:
Pena - recluso, de um a trs anos, e multa.

Exige-se, nesse caso, o dolo especfico, consistente na inteno de
exigir ou receber o documento COMO GARANTIA DE DVIDA.
Necessrio, ainda, que o agente SE VALHA DA CONDIO DA VTIMA,
que se encontra em situao de fragilidade (desesperada, aflita), de
forma a exigir dela esta garantia abusiva.
O crime se consuma com a mera realizao da exigncia (nesse caso,
crime formal) ou com o efetivo recebimento (nesse caso, material) do
documento. A tentativa possvel.
A ao penal pblica incondicionada.

C) Extorso mediante sequestro

Art. 159 - Seqestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condio ou preo do
resgate: Vide Lei n 8.072, de 25.7.90
Pena - recluso, de oito a quinze anos. (Redao dada pela Lei
n 8.072, de 25.7.1990)

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1
o
Se o seqestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o
seqestrado menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
anos, ou se o crime cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei
n 8.072, de 25.7.90 (Redao dada pela Lei n 10.741, de
2003)
Pena - recluso, de doze a vinte anos. (Redao dada pela Lei n
8.072, de 25.7.1990)
2 - Se do fato resulta leso corporal de natureza grave: Vide
Lei n 8.072, de 25.7.90
Pena - recluso, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redao
dada pela Lei n 8.072, de 25.7.1990)
3 - Se resulta a morte: Vide Lei n 8.072, de 25.7.90
4 - Se o crime cometido em concurso, o concorrente que o
denunciar autoridade, facilitando a libertao do seqestrado,
ter sua pena reduzida de um a dois teros. (Redao dada pela
Lei n 9.269, de 1996)

BEM JURDICO
TUTELADO
O patrimnio e a liberdade individual da vtima
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.
SUJEITO
PASSIVO
Aquele que teve a sua liberdade individual ou
patrimnio lesados pela conduta do agente. Pode ser
qualquer pessoa.
TIPO OBJETIVO
(conduta)
O verbo (ncleo do tipo) seqestrar, ou seja,
impedir, por qualquer meio, que a pessoa exera seu

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direito de ir e vir. O CRIME OCORRER AINDA QUE
A VTIMA NO SEJA TRANSFERIDA PARA
OUTRO LOCAL. Aqui a privao da liberdade se d
como meio para se obter um RESGATE, que um
pagamento pela liberdade de algum. Embora a lei
diga qualquer vantagem, a Doutrina entende que a
vantagem deve ser PATRIMONIAL e INDEVIDA,
pois se for DEVIDA, teremos o crime de exerccio
arbitrrio das prprias razes.
TIPO
SUBJETIVO
Dolo. Exige-se a FINALIDADE ESPECIAL DE AGIR,
consistente na inteno de obter uma vantagem
patrimonial como resgate.
CONSUMAO
E TENTATIVA
O STF entende que se trata de CRIME FORMAL, que
se consuma com a mera privao da liberdade da
vtima, INDEPENDENTEMENTE DA OBTENO DA
VANTAGEM VISADA PELO AGENTE (informativo
n 27 do STF). A tentativa plenamente
possvel. TRATA-SE DE CRIME PERMANENTE,
QUE SE PROLONGA NO TEMPO, PODENDO
HAVER FLAGRANTE A QUALQUER MOMENTO EM
QUANTO DURAR A PRIVAO DA LIBERDADE.
Segundo o 1, a pena ser de DOZE A VINTE ANOS SE:
O sequestro dura mais de 24 horas;
Se o seqestrado menor de 18 anos ou maior de 60 anos;
Se o crime cometido por quadrilha ou bando;

Se do crime resultar leso corporal GRAVE ou morte, tambm
h formas QUALIFICADAS, cujas penas, nos termos dos 2 e 3

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do art. 159, sero de 16 a 24 anos e de 24 a 30 anos,
RESPECTIVAMENTE.
A Doutrina no unnime quanto quem possa ser a vtima da leso
grave ou morte. No entanto, a maioria da Doutrina entende que o
resultado (leso grave ou morte) qualifica o crime, QUALQUER QUE
SEJA A PESSOA QUE SOFRA A LESO, ainda que no seja o prprio
seqestrado, mas desde que ocorra no contexto ftico do delito de
extorso mediante sequestro.
O 4 prev a chamada DELAO PREMIADA, que uma
recompensa para o dedo-duro, ou seja, um abatimento na pena daquele
que delata os demais cmplices (reduo de 1/3 a 2/3). indispensvel
que dessa delao decorra uma facilitao na liberao do seqestrado
(Doutrina majoritria).
A ao pena ser pblica incondicionada.

IV DA USURPAO

Os crimes previstos neste captulo so pouco exigidos em provas de
concursos pblicos, motivo pelo qual abordaremos o tema de forma
menos aprofundada que os crimes anteriores, para que vocs no tenham
que estudar aquilo que no ser objeto de cobrana na prova.

A) Alterao de limites

Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer
outro sinal indicativo de linha divisria, para apropriar-se, no
todo ou em parte, de coisa imvel alheia:

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Pena - deteno, de um a seis meses, e multa.
1 - Na mesma pena incorre quem:
Usurpao de guas
I - desvia ou represa, em proveito prprio ou de outrem, guas
alheias;
Esbulho possessrio
II - invade, com violncia a pessoa ou grave ameaa, ou
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifcio
alheio, para o fim de esbulho possessrio.
2 - Se o agente usa de violncia, incorre tambm na pena a
esta cominada.
3 - Se a propriedade particular, e no h emprego de
violncia, somente se procede mediante queixa.

No crime previsto no caput do artigo aquele no qual o agente,
valendo-se do deslocamento ou supresso de alguma marca divisria,
BUSCA SE APODERAR de bem imvel que no lhe pertence (mas que
divisrio com o seu).
necessrio o dolo especfico, CONSISTENTE NA VONTADE DE
SE APODERAR DA COISA ALHEIA ATRAVS DA CONDUTA.
O 1 traz formas equiparadas, relativas conduta daqueles que
realizam a usurpao de guas alheias, mediante o desvio ou
represamento (inciso I) e a conduta daqueles que promovem a invaso,
mediante violncia pessoa, grave ameaa, ou concurso de MAIS DE
DUAS PESSOAS (mnimo de trs, ento), DE TERRENO OU
EDIFCIO ALHEIO, COM O FIM DE ESBULHO POSSESSRIO.

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Esbulhar a posse significa TOMAR A POSSE, retirar a posse de
quem a exera sobre o bem. Se o agente se valer de violncia, responde,
ainda, pelo crime relativo violncia.
A ao penal, em regra, PBLICA INCONDICIONADA. No
entanto, se a propriedade lesada for particular e no tiver havido
emprego de violncia, A AO PENAL SER PRIVADA (3 do art.
161).

B) Supresso ou alterao de marca em animais

Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - deteno, de seis meses a trs anos, e multa.

Aqui se pune a conduta do agente que retira (suprime) ou altera
marca ou sinal referente propriedade de gado ou rebanho alheio.
A Doutrina exige o dolo, mas no pacfica quanto necessidade de
dolo especfico (especial fim de agir).
O crime se consuma com a mera realizao da supresso ou
alterao da marca ou sinal, no havendo necessidade de que o agente se
apodere dos animais cujas marcas foram adulteradas.
No entanto, se o agente se apoderar dos animais, teremos o crime
de furto mediante fraude (art. 155, 4, II do CP), que absorve este
crime de usurpao. A tentativa plenamente possvel.
A ao penal ser sempre pblica incondicionada.


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V - DO DANO

Os crimes de dano so crimes nos quais no h necessidade de um
aumento patrimonial do agente, ou seja, no h necessidade que ele se
apodere de algo pertencente a outrem, bastando que ele provoque um
prejuzo vtima. Vejamos:

A) Dano

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - deteno, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Pargrafo nico - Se o crime cometido:
I - com violncia pessoa ou grave ameaa;
II - com emprego de substncia inflamvel ou explosiva, se o
fato no constitui crime mais grave
III - contra o patrimnio da Unio, Estado, Municpio, empresa
concessionria de servios pblicos ou sociedade de economia
mista; (Redao dada pela Lei n 5.346, de 3.11.1967)
IV - por motivo egostico ou com prejuzo considervel para a
vtima:
Pena - deteno, de seis meses a trs anos, e multa, alm da
pena correspondente violncia.

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O crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, tendo
como sujeito passivo o proprietrio ou possuidor do bem danificado. O
condmino pode ser sujeito ativo, mas se a coisa fungvel e o agente
deteriora apenas a sua cota-parte, no h crime, por analogia ao furto de
coisa comum (Posio do STF).
O tipo objetivo (conduta) pode ser tanto a destruio (danificao
total), a inutilizao (danificao, ainda que parcial, mas que torna o bem
intil) ou deteriorao (danificao parcial do bem) da coisa.
Pode ocorrer na forma COMISSIVA OU OMISSIVA, esta ltima, por
exemplo, quando um segurana v algum danificar o patrimnio que ele
deve zelar, e nada faz.
Exige-se o dolo. NO H CRIME DE DANO CULPOSO.
CUIDADO! O crime de pichao definido como CRIME CONTRA
O MEIO AMBIENTE (ambiente urbano), nos termos do art. 65 da Lei
9.605/98.
Alis, este crime de dano bastante genrico, ocorrendo apenas
quando no houver uma hiptese especfica.
EXEMPLO: Danificar objeto destinado a culto religioso. Esta conduta
configura o crime do art. 210 do CP.
O crime se consuma com a ocorrncia do dano. No havendo a
ocorrncia do dano, o crime ser tentado.
O 1 do art. 163 traz algumas formas qualificadas do delito, que
elevam a pena para seis meses a trs anos, patamares bem mais altos
que os do caput do artigo.
Se o dano praticado contra OBJETO TOMBADO pela autoridade
competente, em razo de seu valor histrico, artstico ou arqueolgico, o
crime ser o do art. 165 do CP:

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Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela
autoridade competente em virtude de valor artstico,
arqueolgico ou histrico:
Pena - deteno, deseis meses a dois anos, e multa.
No entanto, este artigo foi TACITAMENTE REVOGADO pelo art. 62,
I da Lei de Crimes Ambientais.

B) Introduo ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia,
sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte
prejuzo:
Pena - deteno, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Percebam que o final da redao do artigo menciona que
INDISPENSVEL A OCORRNCIA DE PREJUZO. Sim, pois a mera
conduta do agente, por si s, no causa dano. Aqui podemos ter o que se
chama de pastagem indevida, que aquela na qual se levam os animais
para outro terreno, de propriedade alheia, para pastar.
O crime comum e pode ser praticado na modalidade introduzir ou
deixar (manter) animais na propriedade alheia. O termo sem o
consentimento de quem de direito ELEMENTO NORMATIVO DO
TIPO PENAL. Se houver o consentimento, no h fato tpico.
O crime se consuma, como vimos, com a ocorrncia do efetivo
prejuzo. A Doutrina no pacfica quanto tentativa, mas a maioria
entende ser impossvel, ao argumento de que o tipo exige o dano, de

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forma que, ou ele ocorre, ou o crime sequer tentado ( o que
prevalece).

C) Alterao de local especialmente protegido

Art. 166 - Alterar, sem licena da autoridade competente, o
aspecto de local especialmente protegido por lei:
Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa.

Aqui temos a conduta daquele que altera os aspectos (internos ou
externos) de algum local que esteja protegido por lei (um bem tombado,
por exemplo). No h necessidade de deteriorao ou dano, mas
necessrio que o agente altere o aspecto (aparncia) do local.
No entanto, este artigo tambm foi revogado pela Lei de Crimes
Ambientais, que trouxe, em seu art. 63, normatizao acerca da conduta.

D) Ao Penal

A ao penal ser, em todos os crimes de dano, PBLICA
INCONDICIONADA. No entanto, se o crime o de dano simples (art.
163), ou se praticado por motivo egostico ou com prejuzo considervel
vtima (163, nico, IV), ou no caso de introduo ou abandono de
animais em propriedade alheia, o crime ser de AO PENAL PRIVADA:
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu pargrafo e
do art. 164, somente se procede mediante queixa.


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VI DA APROPRIAO INDBITA

Os crimes de apropriao indbita diferem dos crimes de furto e
roubo, pois aqui o agente POSSUI A POSSE SOBRE O BEM, mas se
RECUSA A DEVOLV-LO ou REPASS-LO a quem de direito. Ou
seja, aqui o crime se d pela INVERSO DO ANIMUS DO AGENTE,
QUE ANTES ESTAVE DE BOA-F, e passa a estar de m-f.

A) Apropriao indbita

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia mvel, de que tem a
posse ou a deteno:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
1 - A pena aumentada de um tero, quando o agente
recebeu a coisa:
I - em depsito necessrio;
II - na qualidade de tutor, curador, sndico, liquidatrio,
inventariante, testamenteiro ou depositrio judicial;
III - em razo de ofcio, emprego ou profisso.
Apropriao indbita previdenciria (Includo pela Lei n 9.983,
de 2000)


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Vejam que a coisa lhe foi entregue espontaneamente, e o agente
deveria devolv-la, mas no o faz. H, portanto, violao confiana eu
lhe fora depositada. O crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.
Trata-se, ainda, de crime genrico, podendo ser afastada sua
aplicao no caso de haver norma especfica, como ocorre no caso de
funcionrio pblico que se apropria de bens que lhe foram confiados em
razo da funo (crime de peculato, art. 312 do CP).
A posse que o infrator tem sobre a coisa deve ser DESVIGIADA,
ou seja, sem vigilncia, decorrendo de confiana entre o dono da coisa e
o infrator. Caso haja mera deteno, estaremos diante do crime de furto.
EXEMPLO: Caixa da loja que aproveita a distrao do dono para
surrupiar alguns reais do caixa. Temos aqui, crime de furto.
O elemento exigido o dolo, no se punindo a forma culposa.
O crime se consuma com a inverso da inteno do agente. A
inteno, que antes era boa (a de apenas guardar a coisa), agora no
to boa assim, pois se torna em inteno de ter a coisa como sua, se
apoderar de algo que lhe fora confiado. Trata-se, portanto, de crime
unissubsistente, sendo invivel a tentativa (embora Doutrina minoritria
entenda o contrrio).
O 1 traz causas de aumento de pena (1/3), quando o agente tiver
recebido a coisa em determinadas situaes especficas.

B) Apropriao indbita previdenciria

Art. 168-A. Deixar de repassar previdncia social as
contribuies recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma
legal ou convencional: (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)

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Pena - recluso, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Includo
pela Lei n 9.983, de 2000)
1
o
Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Includo pela
Lei n 9.983, de 2000)
I - recolher, no prazo legal, contribuio ou outra importncia
destinada previdncia social que tenha sido descontada de
pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do
pblico; (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)
II - recolher contribuies devidas previdncia social que
tenham integrado despesas contbeis ou custos relativos
venda de produtos ou prestao de servios; (Includo pela Lei
n 9.983, de 2000)
III - pagar benefcio devido a segurado, quando as respectivas
cotas ou valores j tiverem sido reembolsados empresa pela
previdncia social. (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)
2
o
extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuies,
importncias ou valores e presta as informaes devidas
previdncia social, na forma definida em lei ou regulamento,
antes do incio da ao fiscal. (Includo pela Lei n 9.983, de
2000)
3
o
facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
somente a de multa se o agente for primrio e de bons
antecedentes, desde que: (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)
I - tenha promovido, aps o incio da ao fiscal e antes de
oferecida a denncia, o pagamento da contribuio social

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previdenciria, inclusive acessrios; ou (Includo pela Lei n
9.983, de 2000)
II - o valor das contribuies devidas, inclusive acessrios, seja
igual ou inferior quele estabelecido pela previdncia social,
administrativamente, como sendo o mnimo para o ajuizamento
de suas execues fiscais. (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)

O sujeito ativo aqui o RESPONSVEL TRIBUTRIO, aquele que
por lei est obrigado a reter na fonte a contribuio previdenciria ao
INSS e repass-la, mas no o faz. O sujeito passivo a UNIO.
A conduta apenas uma: deixar de repassar, ou seja, reter, mas
no repassar ao rgo responsvel, os valores referentes s contribuies
previdencirias.
Trata-se de norma penal em branco, pois deve haver a
complementao com as normas previdencirias, que estabelecem o
prazo para repasse das contribuies retidas pelo responsvel tributrio.
O elemento subjetivo exigido o dolo, no se punindo a conduta
culposa, daquele que apenas se esqueceu de repassar as contribuies
recolhidas. No se exige o dolo especfico (Posio do STF, embora
existam julgados do STJ em contrrio).
O crime se consuma no momento em que se exaure o prazo para o
repasse dos valores. Tratando-se de CRIME OMISSIVO PURO, no
possvel o fracionamento da conduta, de forma que INCABVEL A
TENTATIVA.
O 1 traz formas equiparadas (assemelhadas), nas quais o agente
estar sujeito s mesmas penas previstas no caput do artigo.
Se o agente se arrepende e resolve a situao, declarando o dbito e
pagando o que for necessrio, ANTES DO INCIO DA AO FISCAL (a

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atividade desenvolvida pelo Fisco), estar EXTINTA A PUNIBILIDADE,
nos termos do 2 do art. 168-A.
Entretanto, o STF j decidiu que o pagamento, A QUALQUER
TEMPO, extingue a punibilidade (HC 85.452). Essa previso decorre do
art. 69 da Lei 11.941/09, que teria tacitamente revogado este do CP.
O 3 traz o chamado perdo judicial, ao afirmar que o Juiz poder
deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa (nesse ltimo caso
teremos um crime privilegiado) quando:
Ru seja primrio e de bons antecedentes;
Tenha promovido, aps o incio da execuo fiscal e antes do
oferecimento da denncia, o pagamento da contribuio social
devida; ou
O valor do dbito seja igual ou inferior ao estabelecido pela
previdncia como sendo o mnimo para ajuizamento das aes
fiscais.

Ora, se o valor insignificante para o Estado (previdncia social)
cobr-lo do indivduo, com muito mais razo ser considerado
insignificante para ensejar a punio penal.
Vem se entendendo que, neste ltimo caso (dbitos de valor
insignificante), o FATO ATPICO.

C) Apropriao de coisa havida por erro, caso fortuito ou fora
maior

Art. 169 - Apropriar-se algum de coisa alheia vinda ao seu
poder por erro, caso fortuito ou fora da natureza:

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Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa.
Pargrafo nico - Na mesma pena incorre:
Apropriao de tesouro
I - quem acha tesouro em prdio alheio e se apropria, no todo
ou em parte, da quota a que tem direito o proprietrio do
prdio;
Apropriao de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou
parcialmente, deixando de restitu-la ao dono ou legtimo
possuidor ou de entreg-la autoridade competente, dentro no
prazo de 15 (quinze) dias.

Aqui se pune a conduta daquele que se apodera de algo que no
seu, mas veio ao seu poder em razo de caso fortuito, fora maior, ou
erro, e no em razo da confiana depositada nele.
EXEMPLO: Imagine o caso de algum que entrega uma mercadoria
em local errado. Se aquele que recebeu a mercadoria por erro dela se
apropriar, comete este crime.
Se aplicam a este crime as demais disposies j faladas acerca do
crime de apropriao indbita.
O nico traz duas hipteses interessantes de apropriao indbita.
A primeira a da apropriao de tesouro, que pode ocorrer quando
algum se apodera da parte relativa ao DONO DO PRDIO (TERRENO)
NO QUAL FOI ACHADO O TESOURO.
A segunda hiptese a que muita gente no deve conhecer.
Tambm crime se apoderar de algo que foi achado, desde que esta

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coisa tenha sido perdida por algum, caso o infrator no entregue a coisa
achada em 15 dias.
Portanto, a mxima achado no roubado at que est certa, pois
no h roubo, mas poderamos alter-la para achado indebitamente
apropriado, rsrs.
O art. 170, por sua vez, estabelece que:
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Captulo, aplica-se o
disposto no art. 155, 2.

Ora, o art. 155, 2 trata da possibilidade do furto privilegiado,
quando ocorrerem determinadas circunstncias. Vejamos:

2 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de recluso pela de
deteno, diminu-la de um a dois teros, ou aplicar somente a
pena de multa.


VII DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES


Este captulo cuida dos crimes de estelionato e fraudes diversas, que
so aqueles nos quais h leso patrimonial, mas com a peculiaridade de
que o infrator se vale de algum meio ardiloso para obter a vantagem
indevida em prejuzo da vtima.
Vejamos cada um dos tipos penais:

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A) Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilcita, em
prejuzo alheio, induzindo ou mantendo algum em erro,
mediante artifcio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa.
1 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor o
prejuzo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art.
155, 2.
2 - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposio de coisa alheia como prpria
I - vende, permuta, d em pagamento, em locao ou em
garantia coisa alheia como prpria;
Alienao ou onerao fraudulenta de coisa prpria
II - vende, permuta, d em pagamento ou em garantia coisa
prpria inalienvel, gravada de nus ou litigiosa, ou imvel que
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
prestaes, silenciando sobre qualquer dessas circunstncias;
Defraudao de penhor
III - defrauda, mediante alienao no consentida pelo credor ou
por outro modo, a garantia pignoratcia, quando tem a posse do
objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa

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IV - defrauda substncia, qualidade ou quantidade de coisa que
deve entregar a algum;
Fraude para recebimento de indenizao ou valor de
seguro
V - destri, total ou parcialmente, ou oculta coisa prpria, ou
lesa o prprio corpo ou a sade, ou agrava as conseqncias da
leso ou doena, com o intuito de haver indenizao ou valor de
seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente proviso de fundos em poder
do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
3 - A pena aumenta-se de um tero, se o crime cometido
em detrimento de entidade de direito pblico ou de instituto de
economia popular, assistncia social ou beneficncia.

O bem jurdico tutelado aqui o patrimnio e a boa-f que se deve
ter nas relaes sociais. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo,
portanto, CRIME COMUM. O sujeito passivo pode ser tanto aquele que
foi enganado pela fraude do agente ou aquele que teve a efetiva leso
patrimonial (pois podem ser pessoas distintas).
O elemento subjetivo exigido O DOLO, e, alm dele, se exige a
finalidade especial de agir, consistente na inteno de obter vantagem
ilcita em detrimento (prejuzo) de outrem.
A vantagem perquirida pelo agente deve ser patrimonial (maioria da
Doutrina), embora haja Doutrinadores que entendam que pode ser
qualquer vantagem.

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Temos aqui outro crime genrico, que ter sua aplicao afastada
quando estivermos diante de um caso em que haja regulamentao em
norma penal especfica.
E se o agente fraudar concurso pblico? A conduta, que antes foi
considerada atpica pelo STF, atualmente se encontra tipificada no art.
311-A do CPP, includo pela Lei 12.550/11.
E se o agente praticar o estelionato mediante a utilizao de
documento falso?
O STJ entende que o agente responde pelo estelionato e pelo falso
em concurso material (art. 69 do CP). J o STF entende que o agente
responde pelos dois crimes, mas em concurso material. Uma terceira
corrente, menos aceita nos Tribunais, entende que o crime de falso
absorve o de estelionato, pois a pena daquele mais severa.
O crime somente se consuma com a efetiva obteno da vantagem
indevida com prejuzo a terceiro. A tentativa plenamente admissvel.
E se o agente obtm um cheque da vtima? O crime tentado
ou consumado?
Enquanto o agente no obtiver o valor prescrito no cheque, o crime
ainda tentado, apenas se consumando quando o agente obtiver o valor
constante no cheque (posio majoritria da Doutrina).
O 1 prev o ESTELIONATO PRIVILEGIADO, que aquele no
qual o agente PRIMRIO e o prejuzo DE PEQUENO VALOR.
Nesse caso, o Juiz pode reduzir a pena ou aplicar somente a pena de
multa, CONFORME O ART. 155, 2.
J o 2 prev diversas formas pelas quais se pode praticar o
estelionato, e, em todas elas, o agente responder pelas mesmas penas
previstas no caput. Algumas observaes devem ser feitas:
No inciso V (fraude contra seguro), o sujeito ativo o segurado
(infrator) e o sujeito passivo a seguradora, e no o prprio segurado,

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embora a coisa destruda seja sua, pois o prejuzo patrimonial, ao fim e
ao cabo, ser da seguradora, que dever pagar o prejuzo.
Essa a nica das modalidades equiparadas que constitui CRIME
FORMAL, pois se consuma com o emprego da fraude,
independentemente da obteno do recebimento da indenizao de
seguro.
J no inciso VI, temos o famoso cheque voador. Entretanto,
CUIDADO! Para que se configure crime, necessrio que o agente
tenha, de antemo, a inteno de no pagar, ou seja, o agente sabe que
no possui fundos para adimplir a obrigao contrada. Diferente da
hiptese na qual o agente possui fundos, mas, antes da data prevista
para o desconto do cheque, tem que retirar o dinheiro por algum motivo e
o cheque bate sem fundos. Isso no crime.
Se o agente repara o dano ANTES DO RECEBIMENTO DA
DENNCIA, obsta o prosseguimento da ao penal (smula 554 do STF).
A emisso de cheques sem fundos para pagamento de dvidas de
jogo NO CONFIGURA CRIME, pois estas dvidas no so passveis de
cobrana judicial, nos termos do art. 1477 do CC.
O 3 prev o chamado estelionato contra entidade de direito
pblico, que aquele cometido contra qualquer das instituies previstas
na norma penal citada. Nesses casos, a pena aumenta-se de 1/3.

B) Duplicata simulada

Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que no
corresponda mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade,
ou ao servio prestado. (Redao dada pela Lei n 8.137, de
27.12.1990)

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Pena - deteno, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Redao dada pela Lei n 8.137, de 27.12.1990)
Pargrafo nico. Nas mesmas penas incorrer aqule que
falsificar ou adulterar a escriturao do Livro de Registro de
Duplicatas. (Includo pela Lei n 5.474. de 1968)

Aqui se pune a conduta daquele que emite fatura, duplicata ou nota
de venda que no corresponda realidade. O sujeito ativo ser aquele
que emite o ttulo em desconformidade com a realidade. O sujeito passivo
ser o sacado, quando aceita o ttulo de boa-f ou o tomador, que
aquele desconta a duplicata.
Como esta redao foi dada pela Lei 8.137/90, excluindo a meno
anterior expedir ou aceitar duplicata que no corresponda, juntamente
com a fatura respectiva, a uma venda efetiva de bens ou a uma real
prestao de servio, parte da Doutrina entendeu que a emisso de
duplicata FRIA passou a ser fato atpico. Entretanto, a maioria da
Doutrina e o STF entendem que a emisso de duplicata fria no fato
atpico, pois se a lei pune a conduta daquele que emite uma duplicata em
desacordo parcial com a realidade, com muito mais razo este tipo penal
pune aquele que emite uma duplicata em COMPLETO DESACORDO
COM A REALIDADE.
O elemento subjetivo exigido o dolo, no existindo forma culposa.
O crime se consuma com a mera emisso do ttulo, no sendo
necessria sua colocao em circulao. Logo, mais dispensvel ainda a
efetiva obteno da vantagem. A tentativa possvel.
O nico traz a forma equiparada, que a daquela pessoa que
falsifica ou adultera o livro de registro das duplicatas. Embora seja um
crime de falsidade, a lei decidiu por bem coloc-la no Ttulo relativo aos
crimes contra o patrimnio. O sujeito passivo aqui o Estado!

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C) Abuso de incapazes

Art. 173 - Abusar, em proveito prprio ou alheio, de
necessidade, paixo ou inexperincia de menor, ou da alienao
ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles
prtica de ato suscetvel de produzir efeito jurdico, em prejuzo
prprio ou de terceiro:
Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa.

Tutela-se aqui o patrimnio destas pessoas que possuem uma
fragilidade maior, ou seja, que esto mais vulnerveis a serem
enganadas. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, mas o sujeito
passivo s poder ser uma das pessoas descritas no caput do artigo.
Na verdade, aqui no h propriamente fraude, mas abuso de uma
condio de vulnerabilidade, sendo, portanto, dispensvel o emprego de
algum meio ardiloso, pois a vtima bastante vulnervel.
O elemento subjetivo, mais uma vez, o dolo, no havendo forma
culposa. A lei no exclui a possibilidade de DOLO EVENTUAL.
O crime se consuma com a prtica do ato pela vtima, pouco
importando se o agente aufere o proveito ou se a vtima vem a ter efetivo
prejuzo (Posio do STF).

D) Induzimento especulao

Art. 174 - Abusar, em proveito prprio ou alheio, da
inexperincia ou da simplicidade ou inferioridade mental de

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outrem, induzindo-o prtica de jogo ou aposta, ou
especulao com ttulos ou mercadorias, sabendo ou devendo
saber que a operao ruinosa:
Pena - recluso, de um a trs anos, e multa.

Aqui temos um crime no qual tambm h abuso de uma condio de
vulnerabilidade da vtima. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O
sujeito passivo tambm pode ser qualquer pessoa, desde que se
enquadre numa das caractersticas estabelecidas (pessoa inexperiente,
mentalmente inferior, etc...).
A conduta muito similar anterior, com a diferena de que, aqui, o
agente no induz a vtima a praticar ato jurdico, mas a induz prtica de
jogo ou aposta, ou especulao com ttulos ou mercadorias, sabendo
OU DEVENDO SABER que a operao ser ruinosa.
O elemento subjetivo exigido o dolo, com a finalidade especial de
agir consistente na INTENO de obter proveito prprio ou alheio.
Quando a lei fala em devendo saber estabelece uma espcie de dolo
eventual em relao possibilidade de a operao qual a vtima foi
induzida ser ruinosa.
O crime se consuma com a prtica do jogo ou aposta ou com a
especulao, independentemente da obteno do proveito pelo infrator. A
tentativa plenamente possvel.

E) Fraude no comrcio

Art. 175 - Enganar, no exerccio de atividade comercial, o
adquirente ou consumidor:

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I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
falsificada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra:
Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.
1 - Alterar em obra que lhe encomendada a qualidade ou o
peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira
por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por
verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra
qualidade:
Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa.
2 - aplicvel o disposto no art. 155, 2.

Aqui se busca tutelar a boa-f nas relaes comerciais, bem como o
patrimnio daquele que for lesado. O sujeito ativo s pode ser aquele que
EXERA A ATIVIDADE COMERCIAL (com habitualidade e
profissionalismo), sendo sujeito passivo somente o consumidor ou
adquirente.
Parte da Doutrina entende que este artigo foi revogado pelas Leis
8.078/90 (Cdigo de Defesa do Consumidor) e 8.137/90 (Crimes contra a
ordem tributria, econmica e contra as relaes de consumo).
Entretanto, para a maioria da Doutrina, ele continua em vigor, e deve ser
aplicado como norma geral. Havendo enquadramento em norma
especfica, ficar afastada sua aplicao.
A conduta pode ser praticada mediante a VENDA (somente esta
forma comercial) de mercadoria FALSA OU DETERIORADA, desde que
tenha sido informado ao comprador que se tratava de mercadoria
verdadeira ou perfeita. Caso o consumidor saiba que se trata de

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mercadoria falsa ou com defeito, e tenha pagado o preo a menor,
sabendo disso, no h crime, pois no houve leso boa-f nos
contratos.
A segunda aquela na qual o agente entrega uma mercadoria
quando deveria entregar outra.
O elemento subjetivo somente o dolo, no havendo forma culposa.
O crime se consuma com a efetiva entrega ou venda da mercadoria,
atravs da fraude sobre a vtima. A tentativa admitida.
O 1 prev uma forma qualificada do delito, que ocorrer nas
hipteses ali previstas, cuja pena ser de UM A CINCO ANOS E MULTA.
J o 2 estabelece que se aplica o disposto no 2 do art. 155, que
nada mais que a aplicao do PRIVILGIO, referente possibilidade
de diminuio de pena ou aplicao somente da multa, nas hipteses em
que o ru seja primrio e a leso seja de pequeno valor.

F) Outras fraudes

Art. 176 - Tomar refeio em restaurante, alojar-se em hotel ou
utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para
efetuar o pagamento:
Pena - deteno, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Pargrafo nico - Somente se procede mediante representao,
e o juiz pode, conforme as circunstncias, deixar de aplicar a
pena.


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Aqui se pune a conduta daquele que se alimenta, se hospeda ou
toma transporte, cujo pagamento deva se dar ao final do servio
prestado, mas que NO DISPONHA DE RECURSOS PARA PAGAR.
O crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O
sujeito passivo tambm poder ser qualquer pessoa.
As expresses restaurante e hotel devem ser interpretadas de
maneira extensiva, de forma a abarcar motis, pousadas,
lanchonetes, bares, etc.
CUIDADO! O agente no deve dispor dos recursos necessrios. Caso
o agente disponha dos recursos e se recuse ao pagamento, por algum
motivo (ex.: m prestao do servio), no h crime. Na verdade, ainda
que o agente no possua nenhum motivo justo, apenas se negando ao
pagamento, no h crime, desde que tenha recursos para tal.
Mas e o que fazer se o agente no quiser pagar? O que resta
mover ao civil para cobrana dos valores devidos, nada mais.
O elemento subjetivo exigido o dolo, no se admitindo a forma
culposa. Se h erro sobre um dos elementos do tipo, como sabemos, no
h crime. Portanto, se o agente utiliza os servios, acreditando possuir os
recursos e, ao final, verifica que teve sua carteira furtada, ou que deixou
cair o dinheiro na rua, no pratica crime.
A consumao controvertida, mas a maioria da Doutrina entende
que o crime formal, consumando-se com a mera realizao das
condutas, independentemente de haver efetivo prejuzo ou do pagamento
posterior da conta. No entanto, h posies em contrrio. A tentativa
admissvel.
A ao penal PBLICA CONDICIONADA REPRESENTAO,
e o Juiz pode conceder o PERDO JUDICIAL, nos termos do nico
do artigo.


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G) Fraudes ou abusos na fundao ou administrao de de
sociedades por aes

Fraudes e abusos na fundao ou administrao de
sociedade por aes
Art. 177 - Promover a fundao de sociedade por aes,
fazendo, em prospecto ou em comunicao ao pblico ou
assemblia, afirmao falsa sobre a constituio da sociedade,
ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa, se o fato no
constitui crime contra a economia popular.
1 - Incorrem na mesma pena, se o fato no constitui crime
contra a economia popular: (Vide Lei n 1.521, de 1951)
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por aes, que,
em prospecto, relatrio, parecer, balano ou comunicao ao
pblico ou assemblia, faz afirmao falsa sobre as condies
econmicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo
ou em parte, fato a elas relativo;
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer
artifcio, falsa cotao das aes ou de outros ttulos da
sociedade;
III - o diretor ou o gerente que toma emprstimo sociedade ou
usa, em proveito prprio ou de terceiro, dos bens ou haveres
sociais, sem prvia autorizao da assemblia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da
sociedade, aes por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;

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V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crdito social,
aceita em penhor ou em cauo aes da prpria sociedade;
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balano, em
desacordo com este, ou mediante balano falso, distribui lucros
ou dividendos fictcios;
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa,
ou conluiado com acionista, consegue a aprovao de conta ou
parecer;
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX - o representante da sociedade annima estrangeira,
autorizada a funcionar no Pas, que pratica os atos mencionados
nos ns. I e II, ou d falsa informao ao Governo.
2 - Incorre na pena de deteno, de seis meses a dois anos,
e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou
para outrem, negocia o voto nas deliberaes de assemblia
geral.

A conduta prevista no caput do artigo visa a proteger o patrimnio e
a boa-f dos futuros scios da sociedade por aes. O sujeito ativo
SOMENTE PODE SER SCIO-FUNDADOR da sociedade por aes.
Sujeito passivo poder ser qualquer pessoa.
A conduta a de fazer afirmao falsa ou ocultar
FRAUDULENTAMENTE fato relativo sociedade por aes a ser
constituda. Portanto, so duas as condutas incriminadas no tipo penal do
caput.
O elemento subjetivo exigido somente o dolo, no se admitindo
forma culposa.

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O crime se consuma com a mera realizao das condutas (CRIME
FORMAL), sendo irrelevante a efetiva ocorrncia de prejuzo. A tentativa
admissvel somente na forma comissiva (Fazer declarao falsa...).
O preceito secundrio (aquele que prev a sano penal) diz que s
haver crime se o fato no constituir crime contra a economia popular. Na
verdade a Doutrina entende que os crimes contra a economia popular
tutelam a coletividade, as boas prticas na economia como direito de
todos ns e, portanto, o crime que afetasse pessoas incertas e
indeterminadas seria crime contra a economia popular, e aquele que
lesasse pessoas certas e determinadas seria este crime contra o
patrimnio.
O 1 prev as formas equiparadas, que no se referem mais
fundao da sociedade por aes, mas sua ADMINISTRAO.
Naquelas hipteses, sendo uma figura equiparada ao caput, aplicam-se as
mesmas penas.
O 2, por sua vez, trata da conduta do acionista que negocia seu
voto nas assemblias, com a finalidade de obter vantagem para si ou para
outrem. H necessidade, aqui, do dolo especfico, referente inteno de
obter vantagem atravs da negociao de seu voto.

H) Emisso irregular de conhecimento de depsito ou warrant

Art. 178 - Emitir conhecimento de depsito ou warrant, em
desacordo com disposio legal:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.


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O crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo ser o endossatrio do ttulo, que ignore a sua natureza
de ttulo emitido ilegalmente.
O conhecimento de depsito e o warrant so ttulo emitidos por
donos de estabelecimentos de guarda de mercadoria (geralmente, os
armazns-gerais) quando uma mercadoria deixada no estabelecimento,
de forma que este ttulo representativo dos bens ali deixados, podendo
ser negociado pelo depositante no mercado (pois possui valor
econmico).
A conduta a de emitir, ou seja, pr em circulao o ttulo, sem as
formalidades legais. Trata-se de norma penal em branco, pois deve ser
complementada por outra norma.
O elemento subjetivo exigido o dolo, direto ou eventual.
O crime se consuma com a mera emisso do conhecimento de
depsito ou warrant, no importando se h ou no prejuzo a terceiros. A
tentativa NO ADMITIDA, eis que o crime UNISSUBSISTENTE.

I) Fraude execuo

Art. 179 - Fraudar execuo, alienando, desviando, destruindo
ou danificando bens, ou simulando dvidas:
Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.
Pargrafo nico - Somente se procede mediante queixa.

Aqui se pune a conduta daquele que deliberadamente se desfaz dos
seus bens, seja alienando-os, desviando-os, destruindo-os ou
danificando-os, com a finalidade de FRUSTRAR A SATISFAO DO

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CRDITO QUE EST SENDO COBRADO EM SEDE DE EXECUO. A
conduta pode ser praticada, ainda, na modalidade de SIMULAO DE
DVIDAS.
O sujeito ativo o devedor que est sendo executado, e o sujeito
passivo ser o credor prejudicado na satisfao do seu crdito.
O elemento subjetivo exigido o dolo, consistente na vontade de se
desfazer dos seus bens ou simular dvidas, com a finalidade de frustrar a
solvncia do crdito de seu credor.
O crime se consuma quando o agente pratica efetivamente o ato de
alienao ou destruio do bem, ou simula a existncia das dvidas, no
importando se h o efetivo prejuzo.
CUIDADO! Este crime s poder ser praticado se J ESTIVER EM
CURSO A AO NO JUZO CVEL, E J TIVER SIDO O DEVEDOR
CITADO, conforme posio da Jurisprudncia.
A ao penal PRIVADA, nos termos do nico.


VIII DA RECEPTAO

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em
proveito prprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime,
ou influir para que terceiro, de boa-f, a adquira, receba ou
oculte: (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)
Receptao qualificada(Redao dada pela Lei n 9.426, de
1996)

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1 - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depsito, desmontar, montar, remontar, vender, expor venda,
ou de qualquer forma utilizar, em proveito prprio ou alheio, no
exerccio de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime: (Redao dada pela Lei n 9.426,
de 1996)
Pena - recluso, de trs a oito anos, e multa. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)
2 - Equipara-se atividade comercial, para efeito do
pargrafo anterior, qualquer forma de comrcio irregular ou
clandestino, inclusive o exerccio em residncia. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)
3 - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
desproporo entre o valor e o preo, ou pela condio de quem
a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
(Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)
Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa, ou ambas as
penas. (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)
4 - A receptao punvel, ainda que desconhecido ou isento
de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)
5 - Na hiptese do 3, se o criminoso primrio, pode o
juiz, tendo em considerao as circunstncias, deixar de aplicar
a pena. Na receptao dolosa aplica-se o disposto no 2 do
art. 155. (Includo pela Lei n 9.426, de 1996)
6 - Tratando-se de bens e instalaes do patrimnio da
Unio, Estado, Municpio, empresa concessionria de servios

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pblicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no
caput deste artigo aplica-se em dobro. (Includo pela Lei n
9.426, de 1996)

A figura prevista no caput do artigo possui como sujeito ativo
QUALQUER PESSOA, sendo, portanto, crime prprio, exceto aquele que
participou do crime anterior, pois a obteno, pelo cmplice, da sua cota-
parte no delito, no configura o crime de receptao, sendo considerada
como PS-FATO IMPUNVEL (Ps-factum impunvel). O sujeito passivo
pode ser o terceiro de boa-f que adquire o bem sem saber ser produto
de crime ou a vtima do crime anterior.
A conduta (tipo objetivo) pode ser dividida em duas partes:
RECEPTAO PRPRIA (1 parte do caput do artigo)
Aqui o agente sabe que a coisa produto de crime e a adquire,
recebe, transporta, conduz ou oculta. NO NECESSRIO
AJUSTE, CONLUIO ENTRE O ADQUIRENTE (RECEPTADOR)
E O VENDEDOR (O QUE PRATICOU O CRIME ANTERIOR);
RECEPTAO IMPRPRIA (2 parte do caput do artigo)
Aqui o agente no adquire o bem, mas, sabendo que produto
de crime, INLUI PARA QUE TERCEIRO DE BOA-F O
ADQUIRA, RECEBA OU OCULTE.

E se a coisa for produto de ato infracional (praticado por
adolescente) e no crime. Haver o crime de receptao? A
Doutrina majoritria entende que sim.
Somente a coisa mvel poder ser objeto material do delito (Posio
adotada pelo STF).
O elemento subjetivo exigido o dolo, aliado ao dolo especfico,
consistente na inteno de obter vantagem, ainda que para terceira

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pessoa. Se no houver inteno de obteno de vantagem, mas mera
inteno de ajudar aquele que praticou o crime anterior, poderemos estar
diante do crime de FAVORECIMENTO REAL (art. 349 do CP).
A consumao, na RECEPTAO PRPRIA, se d com a efetiva
incluso da coisa na esfera de posse do agente (CRIME
MATERIAL). J a RECEPTAO IMPRPRIA CRIME FORMAL,
bastando que o infrator influencie o terceiro a praticar a conduta, pouco
importando se este vem a pratic-la ou no. A Doutrina s admite a
tentativa na receptao prpria (mas existem posies em contrrio).
A receptao QUALIFICADA est prevista no 1 do art. 180, e
traz uma srie de condutas que se assemelham RECEPTAO
PRPRIA, mas o artigo traz um rol de condutas bem maior.
A diferena na receptao qualificada , basicamente, que a conduta
deva ter sido praticada NO EXERCCIO DE ATIVIDADE COMERCIAL,
sendo, portanto, crime PRPRIO. A atividade comercial se equipara
qualquer forma de comrcio, ainda que irregular ou clandestino
(camels), nos termos do 2
O elemento subjetivo aqui tanto o dolo DIRETO QUANTO O DOLO
EVENTUAL, pois a lei usa a expresso deva saber.... Entretanto, h um
impasse. A receptao qualificada (mais grave) punida at mesmo
quando h apenas DOLO EVENTUAL, j a receptao simples (prpria e
imprpria) s punida a ttulo de dolo direto. Assim, teramos a
possibilidade de aplicar uma pena mais grave quele que apenas deveria
saber (embora no soubesse) que a coisa era produto de crime e uma
pena mais branda quele que SABIA ser produto de crime.
Os Tribunais esto bem divididos, ora julgando pela
inconstitucionalidade desta previso (do 1, relativa penalidade mais
grave), ora julgando pela constitucionalidade. No h posio definida
ainda.

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O 3 prev a receptao culposa, que ocorre quando o agente age
com imprudncia, adquirindo um bem em circunstncias anmalas, sem
atentar para o fato e que bem provvel que seja produto de crime.
O 4 estabelece que a receptao seja punvel ainda que seja
desconhecido ou isento de pena o autor do CRIME ANTERIOR.
Entretanto, deve haver prova da ocorrncia do crime anterior, ainda que
no se exija a condenao de qualquer pessoa por ele. Porm, se tiver
havido a absolvio no CRIME ANTERIOR, em razo do reconhecimento
da INEXISTNCIA DE CRIME, da existncia de circunstncia que exclui
o crime ou pelo fato de no constituir infrao penal, a receptao no
ser punvel.
O 5, por sua vez, trata do PERDO JUDICIAL E DO
PRIVILGIO. O perdo judicial pode ser aplicado somente
RECEPTAO CULPOSA, caso o ru seja primrio. Caso a receptao
seja dolosa, pode ser aplicada a norma prevista no 2 do art. 155 do CP
(que trata do furto privilegiado).
Por fim, o 6 nos traz uma causa de aumento de pena aplicvel
receptao SIMPLES, quando praticada em detrimento de bens das
entidades ali discriminadas. Nestes casos, a pena ser aplicada EM
DOBRO.



IX DISPOSIES GERAIS

Aquele que comete QUALQUER DOS CRIMES CONTRA O
PATRIMNIO isento de pena se pratica o fato contra:

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Art. 181 - isento de pena quem comete qualquer dos crimes
previstos neste ttulo, em prejuzo:
I - do cnjuge, na constncia da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legtimo
ou ilegtimo, seja civil ou natural.

A norma do inciso I se estende, tambm, queles que vivam em
Unio Estvel.
Os crimes contra o patrimnio so, em regra, DE AO PENAL
PBLICA INCONDICIONADA. No entanto, caso sejam praticados
contra determinadas pessoas, embora sejam punveis, sero
crimes de AO PENAL PBLICA CONDICIONADA
REPRESENTAO. Vejamos o que diz o art. 182 do CP:
Art. 182 - Somente se procede mediante representao, se o
crime previsto neste ttulo cometido em prejuzo:
I - do cnjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmo, legtimo ou ilegtimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Porm, se mesmo se enquadrando a vtima numa destas
circunstncias, o CRIME SER DE AO PENAL PBLICA
INCONDICIONADA nos seguintes casos:
Art. 183 - No se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime de roubo ou de extorso, ou, em geral, quando
haja emprego de grave ameaa ou violncia pessoa;

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II - ao estranho que participa do crime.
III - se o crime praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos. (Includo pela Lei n 10.741, de
2003)

Vejam, portanto, que se o crime praticado contra pessoa maior de
60 anos e se o crime de roubo ou extorso (ou praticado com violncia
ou grave ameaa em geral), no se aplica a regra dos arts. 181 e 182,
que, no primeiro caso, traz uma causa de imunidade absoluta (iseno de
pena) e, no segundo, que exige representao como condio de
procedibilidade da ao penal.
O inciso II, por sua vez, retira do raio de aplicao dos arts. 181 e
182, a figura do comparsa, ou seja, se duas pessoas praticam o delito, os
arts. 181 e 182 s se aplicam ao parente da vtima, e no ao seu
comparsa que no tenha vnculo com a vtima.
Meus caros, por hoje s! Espero que vocs tenham assimilado bem
a matria.
At a prxima!
Bons estudos pra vocs!
Um abrao, meus amigos!
Prof. Renan Araujo

Meus caros, chegou a hora de revisarmos e fixarmos a matria
estudada atravs da resoluo de questes que foram cobradas em
concursos recentes. Primeiro, faam uma espcie de simulado com as
questes sem os comentrios!
X EXERCCIOS PARA PRATICAR

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Ao final, confiram o desempenho de vocs analisando os comentrios
colocados em cada questo.
Bons estudos!

01 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)
Considere a seguinte situao hipottica.

Francisco, imputvel, realizou uma compra de produtos alimentcios em
um supermercado e, desprovido de fundos suficientes no momento da
compra, efetuou o pagamento com um cheque de sua titularidade para
apresentao futura, quando imaginou poder cobrir o deficit.Apresentado
o ttulo ao banco na data acordada, no houve compensao por
insuficiente proviso de fundos.
Nessa situao, o entendimento doutrinrio e a jurisprudncia
dominantes no sentido de que, no tendo havido fraude do emitente,
no se configura o crime de emisso de cheques sem fundos
(estelionato).

02 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)
Considere a seguinte situao hipottica.

Joo entregou a Manoel certa quantia em dinheiro para que, em prazo
determinado, a entregasse a uma terceira pessoa. Ao fim do prazo,
Manoel se apossou do montante, tendo se utilizado do dinheiro para
gastos pessoais.
Nessa situao, a conduta de Manoel caracteriza o crime de apropriao
indbita.

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03 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)
O roubo nada mais do que um furto associado a outras figuras tpicas,
como as originrias do emprego de violncia ou grave ameaa.

04 - (CESPE - 2007 - DPU - DEFENSOR PBLICO)
Cludio, com inteno de furtar, entrou no carro de Vagner, cuja porta
estava destravada, e acionou o motor por meio de uma chave falsa na
ignio do veculo, assim logrando xito em subtrair o veculo. Nessa
situao, e de acordo com a jurisprudncia do STJ, Cludio responde por
crime de furto simples.

05 - (CESPE - 2009 - TRE-MA - ANALISTA JUDICIRIO - REA
ADMINISTRATIVA)
Celso, desafeto de Arnaldo, proprietrio de uma agncia de veculos,
mediante grave ameaa, visando obter indevida vantagem econmica,
constrangeu Mrcia, estagiria da agncia, com 16 anos de idade, a lhe
entregar documento que poderia dar ensejo a processo criminal contra
Arnaldo.
Nessa situao hipottica, Celso cometeu o crime de
A) extorso indireta.
B) ameaa.
C) extorso.
D) exerccio arbitrrio das prprias razes.
E) abuso de incapazes.

06 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)
Tlio furtou determinado veculo. Quando chegou em casa, constatou
que no banco de trs encontrava-se uma criana dormindo. Por esse

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motivo, Tlio resolveu devolver o carro no local da subtrao.
Com relao a essa situao hipottica, assinale a opo correta.
A) Tlio cometeu furto, sendo irrelevante a devoluo do veculo na
medida que houve a consumao do crime.
B) Tlio praticou furto, mas dever ter sua pena reduzida em face do
arrependimento posterior.
C) Tlio cometeu furto e sequestro culposo, ficando isento de pena em
face do arrependimento eficaz..
D) Tlio dever responder por roubo, pois o constrangimento liberdade
da vtima caracteriza ameaa..
E) Tlio no praticou crime, posto que, ao devolver voluntariamente o
veculo, tornou a conduta atpica em face da desistncia voluntria.

07 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)
Nilo, do interior da penitenciria em que se encontra preso, ligou para
Ctia e exigiu que a mesma comprasse determinada quantidade de
cartes para telefone celular sob pena de que se no o fizesse, mandaria
matar seus filhos. Intimidada e com receio de que as ameaas se
concretizassem, Ctia cumpriu a exigncia. Na situao apresentada,
Nilo praticou o crime de
A) roubo.
B) furto.
C) extorso.
D) apropriao indbita.
E) estelionato.

08 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)

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O furto privilegiado no se confunde com a aplicao do princpio da
bagatela, pois, ao contrrio do que se d nas hipteses de aplicao
deste ltimo, no h excluso da tipicidade, e mantm-se presentes os
elementos do crime, ainda que a pena ao final aplicada seja to somente
de multa.

09 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)
No crime de apropriao indbita, o agente consegue ou recebe a posse
ou deteno do bem mvel de outrem j inicialmente de forma
clandestina, e o crime se consuma quando logra ter a posse tranquila do
objeto material do crime.

10 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)
No crime de estelionato, a fraude, ou ardil, usada pelo agente para que
a vtima, mantida em erro, entregue espontaneamente o bem, enquanto,
no furto mediante fraude, o ardil uma forma de reduzir a vigilncia da
vtima, para que o prprio agente subtraia o bem mvel.

11 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)
O uso de violncia ou grave ameaa pessoa elementar dos tipos de
roubo e de extorso, razo pela qual o emprego de arma no causa de
aumento de pena desses particulares delitos, estando subsumido s
formas simples dos crimes.

12 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)

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A imputao, no crime de receptao, em qualquer de suas formas, s
se dar se houver prova de que o agente tinha cincia de que o bem
objeto do delito era produto de crime, inadmitindo-se a presuno nesse
sentido.

13 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO CRIMINAL - ESPECFICOS)
Determinado agente subtraiu, sem violncia, a carteira de um pedestre.
No entanto, logo depois da ao, empregou violncia contra a vtima a
fim de assegurar a deteno definitiva da carteira. Nessa situao, o
agente dever responder pelo delito de furto, pois a violncia s foi
empregada em momento posterior subtrao.

14 - (CESPE - 2010 - TRE-BA - TCNICO JUDICIRIO - SEGURANA
JUDICIRIA)
Para que o crime de extorso seja consumado necessrio que o autor
do delito obtenha a vantagem indevida.

15 - (CESPE - 2009 - PC-PB - AGENTE DE INVESTIGAO E
AGENTE DE POLCIA)
Jnior, advogado, teve o seu relgio furtado. Dias depois, ao visitar uma
feira popular, percebeu que o referido bem estava venda por R$ 30,00.
Como pagou R$ 2.000,00 pelo relgio e no queria se dar ao trabalho de
acionar as autoridades policiais, Jnior desembolsou a quantia pedida
pelo suposto comerciante e recuperou o objeto.
Nessa situao hipottica, Jnior
A) agiu em exerccio regular de direito e no deve responder por nenhum
delito.
B) no praticou delito, pois o bem adquirido j era de sua propriedade.
C) praticou o delito de receptao.

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D) praticou o delito de estelionato.
E) praticou o delito de exerccio arbitrrio das prprias razes.

16 - (FCC - 2011 - TRT - 1 REGIO (RJ) - TCNICO JUDICIRIO -
SEGURANA)
Ccero entrou no automvel de Augustus e subtraiu-lhe um computador
porttil que estava no banco traseiro. Augustus percebeu a ao
delituosa e perseguiu Ccero, com o qual entrou em luta corporal. No
entanto, Ccero causou ferimentos leves em Augustus, e conseguiu fugir
do local, de posse do aparelho subtrado. Ccero responder por crime
de
A) roubo imprprio.
B) furto simples.
C) furto qualificado pela destreza.
D) furto e de leses corporais.
E) apropriao indbita.

17 - (FCC - 2011 - TJ-AP - TITULAR DE SERVIOS DE NOTAS E DE
REGISTROS)
Mara, empregada domstica, subtraiu joias de sua empregadora Dora,
colocando-as numa caixa que enterrou no quintal da residncia. No dia
seguinte, porm, Dora deu pela falta das joias e chamou a polcia que
realizou busca no imvel e encontrou o esconderijo onde Mara as havia
guardado. Nesse caso, Mara responder por
A) apropriao indbita.
B) furto tentado.
C) furto consumado.
D) roubo.

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E) estelionato.

18 - (FCC - 2011 - TRE-RN - ANALISTA JUDICIRIO - REA
ADMINISTRATIVA)
Paulo fez uma ligao clandestina no relgio de seu vizinho e subtraiu
energia eltrica para a sua residncia. Paulo
A) no responder por crime contra o patrimnio, pois a energia eltrica
bem de uso comum.
B) responder por crime de estelionato.
C) responder por crime de furto.
D) responder por crime de roubo.
E) responder por crime de apropriao indbita.

19 - (FCC - 2010 - TRT - 8 REGIO (PA E AP) - ANALISTA
JUDICIRIO - EXECUO DE MANDADOS)
Paulo postou-se em frente a um restaurante e apresentou- se como
manobrista a um fregus que chegou para jantar. Entregou-lhe um papel
com um nmero e recebeu deste as chaves o veculo, do qual se
apossou, fugindo do local. Paulo responder por crime de
A) apropriao indbita.
B) estelionato.
C) furto qualificado pela fraude.
D) furto simples.
E) furto com abuso de confiana.

20 - (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO -
PRIMEIRA FASE)

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Pedro, no observando seu dever objetivo de cuidado na conduo de
uma bicicleta, choca-se com um telefone pblico e o destri totalmente.
Nesse caso, correto afirmar que Pedro
A) dever ser responsabilizado pelo crime de dano simples, somente.
B) dever ser responsabilizado pelo crime de dano qualificado, somente.
C) dever ser responsabilizado pelo crime de dano qualificado, sem
prejuzo da obrigao de reparar o dano causado.
D) no ser responsabilizado penalmente.

21 - (FGV - 2008 - TJ-MS - JUIZ)
So crimes contra o patrimnio:
A) roubo, furto, estelionato e leso corporal.
B) roubo, furto, estelionato e usurpao de guas.
C) roubo, furto, estelionato e peculato.
D) roubo, furto, estelionato e moeda falsa.
E) roubo, furto, estelionato e injria.



XI QUESTES COMENTADAS


01 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)
Considere a seguinte situao hipottica.

Francisco, imputvel, realizou uma compra de produtos
alimentcios em um supermercado e, desprovido de fundos

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suficientes no momento da compra, efetuou o pagamento com
um cheque de sua titularidade para apresentao futura, quando
imaginou poder cobrir o deficit.Apresentado o ttulo ao banco na
data acordada, no houve compensao por insuficiente proviso
de fundos.
Nessa situao, o entendimento doutrinrio e a jurisprudncia
dominantes no sentido de que, no tendo havido fraude do
emitente, no se configura o crime de emisso de cheques sem
fundos (estelionato).
COMENTRIOS: A Jurisprudncia entende que para que se configure o
crime previsto no art. 171, 2, VI do CP necessrio que o agente,
deliberadamente, emita o cheque sabendo que no h proviso de
fundos. Alm disso, parte da Jurisprudncia entende que a simples
emisso de cheque ps-datado desnatura o cheque, tornando o fato, por
si s, atpico.
Portanto, a alternativa est CORRETA.


02 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)
Considere a seguinte situao hipottica.

Joo entregou a Manoel certa quantia em dinheiro para que, em
prazo determinado, a entregasse a uma terceira pessoa. Ao fim
do prazo, Manoel se apossou do montante, tendo se utilizado do
dinheiro para gastos pessoais.
Nessa situao, a conduta de Manoel caracteriza o crime de
apropriao indbita.
COMENTRIOS: O crime de apropriao indbita um crime contra o
patrimnio que se verifica quando o agente, tendo recebido, de boa-f, a
coisa, se recusa a entreg-la quando validamente lhe solicitado,

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havendo, pois, inverso do animus, da inteno do agente, que passa a
agir como se dono da coisa fosse. Vejamos a redao do art. 168 do CP:
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia mvel, de que tem a
posse ou a deteno:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.

O fato narrado na questo traz exatamente uma conduta de apropriao
indbita e, portanto, a afirmativa est CORRETA.

03 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA)
O roubo nada mais do que um furto associado a outras figuras
tpicas, como as originrias do emprego de violncia ou grave
ameaa.
COMENTRIOS: O roubo um crime complexo, pois resulta da juno
de dois delitos autnomos, o furto + a violncia ou grave ameaa.
Vejamos a redao do art. 157 do CP:
Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, ou depois de
hav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de
resistncia:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.

Assim, a alternativa est CORRETA.

04 - (CESPE - 2007 - DPU - DEFENSOR PBLICO)

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Cludio, com inteno de furtar, entrou no carro de Vagner, cuja
porta estava destravada, e acionou o motor por meio de uma
chave falsa na ignio do veculo, assim logrando xito em
subtrair o veculo. Nessa situao, e de acordo com a
jurisprudncia do STJ, Cludio responde por crime de furto
simples.
COMENTRIOS: Embora, neste caso, no tenha havido a incidncia da
qualificadora de destruio ou rompimento de obstculo, prevista no art.
155, 4, I do CP, incide a qualificadora do uso de chave falsa, prevista
no art. 155, 4, III do CP:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
4 - A pena de recluso de dois a oito anos, e multa, se o
crime cometido:
(...)
III - com emprego de chave falsa;

Portanto, a afirmativa est ERRADA.

05 - (CESPE - 2009 - TRE-MA - ANALISTA JUDICIRIO - REA
ADMINISTRATIVA)
Celso, desafeto de Arnaldo, proprietrio de uma agncia de
veculos, mediante grave ameaa, visando obter indevida
vantagem econmica, constrangeu Mrcia, estagiria da agncia,

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com 16 anos de idade, a lhe entregar documento que poderia dar
ensejo a processo criminal contra Arnaldo.
Nessa situao hipottica, Celso cometeu o crime de
A) extorso indireta.
B) ameaa.
C) extorso.
D) exerccio arbitrrio das prprias razes.
E) abuso de incapazes.
COMENTRIOS: Esta questo perniciosa! Aparentemente, parece que
estamos diante do crime do art. 16 do CP (extorso indireta). Vejamos:
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dvida, abusando
da situao de algum, documento que pode dar causa a
procedimento criminal contra a vtima ou contra terceiro:
Pena - recluso, de um a trs anos, e multa.

No entanto, para que se configure este delito, imprescindvel que o
agente exija ou receba o documento COMO GARANTIA DE DVIDA, o
que no ocorreu no caso em apreo.
Portanto, no presente caso tivemos apenas o crime de extorso, previsto
no art. 158 do CP:
Art. 158 - Constranger algum, mediante violncia ou grave
ameaa, e com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econmica, a fazer, tolerar que se faa ou
deixar fazer alguma coisa:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.


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Desta forma, a alternativa correta a letra C.


06 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)
Tlio furtou determinado veculo. Quando chegou em casa,
constatou que no banco de trs encontrava-se uma criana
dormindo. Por esse motivo, Tlio resolveu devolver o carro no
local da subtrao.
Com relao a essa situao hipottica, assinale a opo correta.
A) Tlio cometeu furto, sendo irrelevante a devoluo do veculo
na medida que houve a consumao do crime.
B) Tlio praticou furto, mas dever ter sua pena reduzida em face
do arrependimento posterior.
C) Tlio cometeu furto e sequestro culposo, ficando isento de
pena em face do arrependimento eficaz..
D) Tlio dever responder por roubo, pois o constrangimento
liberdade da vtima caracteriza ameaa..
E) Tlio no praticou crime, posto que, ao devolver
voluntariamente o veculo, tornou a conduta atpica em face da
desistncia voluntria.
COMENTRIOS: Como Tlio teve a posse do bem furtado, o crime se
consumou, devendo Tlio responder por crime de furto na modalidade
consumada (art. 155 do CP). No entanto, em razo de ter procurado
diminuir as consequncias de seu ato, ocorreu o que se chama de
arrependimento posterior que, conquanto no exclua o crime, atenua a
pena. Vejamos:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violncia ou grave ameaa
pessoa, reparado o dano ou restituda a coisa, at o recebimento
da denncia ou da queixa, por ato voluntrio do agente, a pena

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ser reduzida de um a dois teros. (Redao dada pela Lei n
7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a alternativa correta a letra B.

07 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLCIA)
Nilo, do interior da penitenciria em que se encontra preso, ligou
para Ctia e exigiu que a mesma comprasse determinada
quantidade de cartes para telefone celular sob pena de que se
no o fizesse, mandaria matar seus filhos. Intimidada e com
receio de que as ameaas se concretizassem, Ctia cumpriu a
exigncia. Na situao apresentada, Nilo praticou o crime de
A) roubo.
B) furto.
C) extorso.
D) apropriao indbita.
E) estelionato.
COMENTRIOS: O crime praticado por Nilo se amolda previso tpica
contida no art. 158 do CP (extorso). Vejamos:
Art. 158 - Constranger algum, mediante violncia ou grave
ameaa, e com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econmica, a fazer, tolerar que se faa ou
deixar fazer alguma coisa:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.

No h que se falar em estelionato, pois no houve fraude, nem roubo e
furto, pois o bem fora entregue pela prpria vtima, o que descaracteriza

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estes delitos. Tambm no h que se falar, de maneira alguma, em
apropriao indbita, pois haveria necessidade de recebimento da coisa,
de boa-f, e alterao do animus do agente, que passaria a ter a coisa
como sua.
Portanto, a alternativa correta a letra C.

08 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)
O furto privilegiado no se confunde com a aplicao do princpio
da bagatela, pois, ao contrrio do que se d nas hipteses de
aplicao deste ltimo, no h excluso da tipicidade, e mantm-
se presentes os elementos do crime, ainda que a pena ao final
aplicada seja to somente de multa.
COMENTRIOS: O furto privilegiado ocorre quando o ru primrio e o
objeto furtado de PEQUENO VALOR. Vejamos o que diz o art. 155,
2 do CP:
2 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de recluso pela de
deteno, diminu-la de um a dois teros, ou aplicar somente a
pena de multa.

Nos crimes de bagatela h a aplicao do princpio da insignificncia,
pois o objeto furtado no de pequeno valor, mas de VALOR
INSIGNIFICANTE, conduzindo atipicidade da conduta.
Portanto, a afirmativa est CORRETA.

09 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)

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No crime de apropriao indbita, o agente consegue ou recebe a
posse ou deteno do bem mvel de outrem j inicialmente de
forma clandestina, e o crime se consuma quando logra ter a
posse tranquila do objeto material do crime.
ERRADA: No crime de apropriao indbita o agente recebe a coisa de
boa-f, mediante confiana daquele que lhe entrega o bem e, de incio,
possui a inteno de devolv-la. No entanto, em dado momento, ocorre
o que se chama de alterao do animus (inteno) do agente, que passa
a agir como se fosse dono da coisa, no tendo mais a inteno de
devolv-la. Vejamos o que diz o art. 168 do CP:
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia mvel, de que tem a
posse ou a deteno:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.

Portanto, a afirmativa est ERRADA.

10 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)
No crime de estelionato, a fraude, ou ardil, usada pelo agente
para que a vtima, mantida em erro, entregue espontaneamente o
bem, enquanto, no furto mediante fraude, o ardil uma forma de
reduzir a vigilncia da vtima, para que o prprio agente subtraia
o bem mvel.
COMENTRIOS: No crime de estelionato, a fraude o meio utilizado
pelo agente para que a vtima, enganada, lhe entregue a vantagem
indevida. J no crime de furto qualificado pela utilizao de fraude, o
agente emprega o ardil, a fraude, de forma a fazer com que a vtima
diminua sua vigilncia sobre o bem, facilitando, desta forma, a conduta
do larpio. Vejamos o art. 155, 4, II do CP:

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Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
4 - A pena de recluso de dois a oito anos, e multa, se o
crime cometido:
(...)
II - com abuso de confiana, ou mediante fraude, escalada ou
destreza;

Portanto, a alternativa faz a exata diferenciao entre uma conduta e
outra, de forma que a afirmativa est CORRETA.

11 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)
O uso de violncia ou grave ameaa pessoa elementar dos
tipos de roubo e de extorso, razo pela qual o emprego de arma
no causa de aumento de pena desses particulares delitos,
estando subsumido s formas simples dos crimes.
COMENTRIOS: O uso de violncia ou grave ameaa, de fato,
elementar destes dois delitos. No entanto, o uso de arma, em razo da
maior potencialidade lesiva e poder de intimidao, causa de aumento
de pena destes crimes. Vejamos o que diz o CP:
Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, ou depois de

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hav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de
resistncia:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
2 - A pena aumenta-se de um tero at metade:
I - se a violncia ou ameaa exercida com emprego de arma;

Art. 158 - Constranger algum, mediante violncia ou grave
ameaa, e com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econmica, a fazer, tolerar que se faa ou
deixar fazer alguma coisa:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.
1 - Se o crime cometido por duas ou mais pessoas, ou com
emprego de arma, aumenta-se a pena de um tero at metade.

Friso que esta arma pode ser qualquer instrumento, seja ou no
fabricado com a nica finalidade de servir como arma (uma faca, por
exemplo).
Portanto, a afirmativa est ERRADA.

12 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCPICO -
ESPECFICOS)
A imputao, no crime de receptao, em qualquer de suas
formas, s se dar se houver prova de que o agente tinha cincia

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de que o bem objeto do delito era produto de crime, inadmitindo-
se a presuno nesse sentido.
COMENTRIOS: O crime de receptao possui trs formas: simples,
qualificada e culposa. Na primeira se exige o dolo direto, devendo o
agente saber que est adquirindo produto de crime. Vejamos o art. 180
do CP:
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em
proveito prprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime,
ou influir para que terceiro, de boa-f, a adquira, receba ou
oculte: (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)

J na receptao qualificada, a lei admite a punio daquele que age
com DOLO EVENTUAL, pois incrimina a conduta daquele que pratica a
conduta, ainda que no saiba da origem dos produtos, desde que DEVA
SABER...Vejamos o 1 do mesmo artigo:
1 - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depsito, desmontar, montar, remontar, vender, expor venda,
ou de qualquer forma utilizar, em proveito prprio ou alheio, no
exerccio de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime: (Redao dada pela Lei n 9.426,
de 1996)
Pena - recluso, de trs a oito anos, e multa. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)


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Por fim, na modalidade culposa, se pune a conduta daquele que pratica a
conduta por imprudncia, sem analisar corretamente as circunstncias, o
que poderia fazer com que fosse verificada a grande possibilidade de
serem os produtos derivados de crime. Vejamos o 3 do artigo:
3 - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
desproporo entre o valor e o preo, ou pela condio de quem
a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
(Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)
Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa, ou ambas as
penas. (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)

Portanto, a afirmativa est ERRADA.

13 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO CRIMINAL - ESPECFICOS)
Determinado agente subtraiu, sem violncia, a carteira de um
pedestre. No entanto, logo depois da ao, empregou violncia
contra a vtima a fim de assegurar a deteno definitiva da
carteira. Nessa situao, o agente dever responder pelo delito
de furto, pois a violncia s foi empregada em momento posterior
subtrao.
COMENTRIOS: Aqui temos o que se chama de ROUBO IMPRPRIO,
pois o agente, embora no tenha se utilizado de violncia ou grave
ameaa para realizar a subtrao da coisa, o faz para garantir a
impunidade ou o proveito do crime. Vejamos o que diz o art. 157, 1 do
CP:
Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, ou depois de

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hav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de
resistncia:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.
1 - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtrada a
coisa, emprega violncia contra pessoa ou grave ameaa, a fim
de assegurar a impunidade do crime ou a deteno da coisa
para si ou para terceiro.

Portanto, a afirmativa est ERRADA.

14 - (CESPE - 2010 - TRE-BA - TCNICO JUDICIRIO - SEGURANA
JUDICIRIA)
Para que o crime de extorso seja consumado necessrio que o
autor do delito obtenha a vantagem indevida.
COMENTRIOS: O crime de extorso considerado FORMAL,
consumando-se com a realizao da conduta pelo agente, sendo
irrelevante, para fins de consumao, o efetivo recebimento da
vantagem exigida.
Portanto, a afirmativa est ERRADA.

15 - (CESPE - 2009 - PC-PB - AGENTE DE INVESTIGAO E
AGENTE DE POLCIA)
Jnior, advogado, teve o seu relgio furtado. Dias depois, ao
visitar uma feira popular, percebeu que o referido bem estava
venda por R$ 30,00. Como pagou R$ 2.000,00 pelo relgio e no
queria se dar ao trabalho de acionar as autoridades policiais,
Jnior desembolsou a quantia pedida pelo suposto comerciante e

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recuperou o objeto.
Nessa situao hipottica, Jnior
A) agiu em exerccio regular de direito e no deve responder por
nenhum delito.
B) no praticou delito, pois o bem adquirido j era de sua
propriedade.
C) praticou o delito de receptao.
D) praticou o delito de estelionato.
E) praticou o delito de exerccio arbitrrio das prprias razes.
COMENTRIOS: Nesse caso Jnior praticou o crime de RECEPTAO,
pois adquiriu produto que SABE ser objeto de crime, nos termos do art.
180 do CP:
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em
proveito prprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime,
ou influir para que terceiro, de boa-f, a adquira, receba ou
oculte: (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996)
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa. (Redao dada
pela Lei n 9.426, de 1996)

Pode parecer estranho, mas mesmo o antigo proprietrio pode ser sujeito
ativo deste crime, conforme posicionamento majoritrio da Doutrina, pois
a conduta correta seria denunciar o infrator s autoridades. A conduta de
Jnior contribuiu para que a infrao penal praticada continuasse impune
e, ainda, se tornasse lucrativa para o infrator.
Portanto, a alternativa correta a letra C.


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16 - (FCC - 2011 - TRT - 1 REGIO (RJ) - TCNICO JUDICIRIO -
SEGURANA)
Ccero entrou no automvel de Augustus e subtraiu-lhe um
computador porttil que estava no banco traseiro. Augustus
percebeu a ao delituosa e perseguiu Ccero, com o qual entrou
em luta corporal. No entanto, Ccero causou ferimentos leves em
Augustus, e conseguiu fugir do local, de posse do aparelho
subtrado. Ccero responder por crime de
A) roubo imprprio.
B) furto simples.
C) furto qualificado pela destreza.
D) furto e de leses corporais.
E) apropriao indbita.
COMENTRIOS: Aqui temos o que se chama de ROUBO IMPRPRIO,
pois o agente, embora no tenha se utilizado de violncia ou grave
ameaa para realizar a subtrao da coisa, o faz para garantir a
impunidade ou o proveito do crime. Vejamos o que diz o art. 157, 1 do
CP:
Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, ou depois de
hav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de
resistncia:
Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.
1 - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtrada a
coisa, emprega violncia contra pessoa ou grave ameaa, a fim
de assegurar a impunidade do crime ou a deteno da coisa
para si ou para terceiro.

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Portanto, a alternativa correta a letra A.

17 - (FCC - 2011 - TJ-AP - TITULAR DE SERVIOS DE NOTAS E DE
REGISTROS)
Mara, empregada domstica, subtraiu joias de sua empregadora
Dora, colocando-as numa caixa que enterrou no quintal da
residncia. No dia seguinte, porm, Dora deu pela falta das joias
e chamou a polcia que realizou busca no imvel e encontrou o
esconderijo onde Mara as havia guardado. Nesse caso, Mara
responder por
A) apropriao indbita.
B) furto tentado.
C) furto consumado.
D) roubo.
E) estelionato.
COMENTRIOS: No caso em tela houve FURTO CONSUMADO, eis que
a agente (Mara) chegou a ter a posse sobre os bens, ainda que estes
estivessem dentro da propriedade da proprietria, mas j no estavam
mais sob a posse dela.
O crime de furto se consuma com a posse efetiva sobre os bens furtados,
pouco importando se eles saram ou no de perto da vtima.
Portanto, a alternativa correta a letra C.

18 - (FCC - 2011 - TRE-RN - ANALISTA JUDICIRIO - REA
ADMINISTRATIVA)
Paulo fez uma ligao clandestina no relgio de seu vizinho e
subtraiu energia eltrica para a sua residncia. Paulo

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A) no responder por crime contra o patrimnio, pois a energia
eltrica bem de uso comum.
B) responder por crime de estelionato.
C) responder por crime de furto.
D) responder por crime de roubo.
E) responder por crime de apropriao indbita.
COMENTRIOS: No caso em tela Paulo responder pelo crime de furto,
pois praticou a subtrao de coisa alheia mvel, nos termos do art. 155
c/c com seu 3 do CP:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:
Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.
(...)
3 - Equipara-se coisa mvel a energia eltrica ou qualquer
outra que tenha valor econmico.
Portanto, a alternativa correta a letra C.

19 - (FCC - 2010 - TRT - 8 REGIO (PA E AP) - ANALISTA
JUDICIRIO - EXECUO DE MANDADOS)
Paulo postou-se em frente a um restaurante e apresentou- se
como manobrista a um fregus que chegou para jantar.
Entregou-lhe um papel com um nmero e recebeu deste as
chaves o veculo, do qual se apossou, fugindo do local. Paulo
responder por crime de
A) apropriao indbita.
B) estelionato.
C) furto qualificado pela fraude.

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D) furto simples.
E) furto com abuso de confiana.
COMENTRIOS: No crime de estelionato, a fraude o meio utilizado
pelo agente para que a vtima, enganada, LHE ENTREGUE A
VANTAGEM INDEVIDA (no caso, o veculo). J no crime de furto
qualificado pela utilizao de fraude, o agente emprega o ardil, a fraude,
de forma a fazer com que a vtima diminua sua vigilncia sobre o bem,
facilitando, desta forma, a conduta do larpio, que ir SUBTRAIR O
BEM.
No caso em tela, como no houve subtrao, mas entrega voluntria da
coisa pela vtima, em razo da fraude perpetrada pelo agente, temos
ESTELIONATO.
Portanto, a afirmativa correta a letra B.

20 - (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO -
PRIMEIRA FASE)
Pedro, no observando seu dever objetivo de cuidado na
conduo de uma bicicleta, choca-se com um telefone pblico e o
destri totalmente.
Nesse caso, correto afirmar que Pedro
A) dever ser responsabilizado pelo crime de dano simples,
somente.
B) dever ser responsabilizado pelo crime de dano qualificado,
somente.
C) dever ser responsabilizado pelo crime de dano qualificado,
sem prejuzo da obrigao de reparar o dano causado.
D) no ser responsabilizado penalmente.

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COMENTRIOS: O crime de dano s punvel quando a conduta
praticada pelo agente dolosa, no havendo previso de forma culposa
do delito.
Assim, a questo deve ser definida meramente na esfera civil, no
havendo responsabilizao na esfera criminal.
Portanto, a alternativa correta a letra D.

21 - (FGV - 2008 - TJ-MS - JUIZ)
So crimes contra o patrimnio:
A) roubo, furto, estelionato e leso corporal.
B) roubo, furto, estelionato e usurpao de guas.
C) roubo, furto, estelionato e peculato.
D) roubo, furto, estelionato e moeda falsa.
E) roubo, furto, estelionato e injria.
COMENTRIOS: Os crimes contra o patrimnio esto previstos no ttulo
II da Parte Especial do CP. Este ttulo composto por 08 captulos, que
estabelecem diversos tipos penais, dentre eles os de furto (art. 155),
roubo (art. 157), estelionato (art. 171) e usurpao de guas (art. 161,
1, I).
Portanto, a alternativa correta a letra B.





GABARITO


1. CORRETA
2. CORRETA

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3. CORRETA
4. ERRADA
5. ALTERNATIVA C
6. ALTERNATIVA B
7. ALTERNATIVA C
8. CORRETA
9. ERRADA
10. CORRETA
11. ERRADA
12. ERRADA
13. ERRADA
14. ERRADA
15. ALTERNATIVA C
16. ALTERNATIVA A
17. ALTERNATIVA C
18. ALTERNATIVA C
19. ALTERNATIVA B
20. ALTERNATIVA D
21. ALTERNATIVA B

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