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GASOMETRIA - Seminário

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Maria de Lourdes Leite de Almeida 7 semestre Fisioterapia Anhanguera Educacional GASOMETRIA A avaliao do estado cido-bsico do sangue feita na grande

nde maioria dos doentes que so atendidos em UTI, qualquer que seja a doena de base; essa avaliao fundamental, pois, alm dos desvios do equilbrio cido-base (EAB) propriamente dito, pode fornecer dados sobre a funo respiratria e sobre as condies de perfuso tecidual. O diagnstico das alteraes do EAB feito pela anlise dos valores obtidos pela gasometria sangnea. Definio: A gasometria consiste na leitura do pH e das presses parciais de O2 e CO2 em uma amostra de sangue. A leitura obtida pela comparao desses parmetros na amostra com os padres internos do gasmetro. Escolha da amostra: Essa amostra pode ser de sangue arterial ou venoso, porm importante saber qual a natureza da amostra para uma interpretao correta dos resultados. Para avaliao da performance pulmonar, deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informar a respeito da hematose e permitir o clculo do contedo de oxignio que est sendo oferecido aos tecidos. No entanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metablica, isso pode ser feito atravs de uma gasometria venosa. Como realizado o exame: O exame realizado por meio da coleta de uma amostra de sangue de uma artria ou veia. Utilizando uma agulha pequena, a amostra pode ser coletada da artria radial no punho, da artria femoral na virilha ou da artria braquial no brao.

Artria Radial Como se preparar para o exame: No necessria nenhuma preparao especial. Se a pessoa que vai se submeter ao exame estiver recebendo oxignio, a concentrao deste deve permanecer constante durante 20 minutos antes da realizao do procedimento. Se o exame for realizado sem a administrao de oxignio, este deve ser desligado 20 minutos antes da coleta da amostra a fim de que se possa garantir resultados precisos para o exame. realizado a Prova de Allen. Objetivo: Verificar a permeabilidade do arco palmar e seu enchimento pela artria ulnar. Mtodo: Compresso das artrias radial e ulnar junto ao punho, orientando-se o paciente para abrir e fechar a mo cinco vezes, em mdia, observando-se a mudana de sua colorao, para palidez.

Material: seringa heparinizada 3 a 5 ml; agulha hipodrmica de pequeno calibre (22 a 25g); antisptico local. Tcnica: Palpao e localizao do pulso radial junto ao punho e prximo ao processo estilide do radio; Antisepsia do local; Introduzir o bisel voltado para cima, num ngulo de 60 a 90 em relao artria radial, aprofundando a agulha at que haja fluxo fcil de sangue na seringa; Compresso do local por 5 a 10minutos.

O que se sente durante o exame: Uma agulha ser introduzida na artria atravs da pele. Pode haver uma ligeira cibra ou latejamento no local da puno. Parmetros e valores normais * Gasometria Arterial: retirado do sangue arterial (portanto rico em O2); exame indicado aos portadores de doenas pulmonares e cardiolgicas, auxilia no diagnstico de acidoses e alcaloses metablicas e sistmicas, tendo indicao aos pacientes com problemas crnicos e agudos respiratrios, pacientes com problemas crnicos e agudos cardiolgicos e tambm aos pacientes nefropatas (doentes renais). Parmetros pH PaCO2 PaO2 HCO3 BE SaO2 (saturao de oxignio) Valor de referncia 7,35 a 7,45 35 a 45 mmHg 80 a 100 mmHg 21 a 28 mEq/L -2 a + 2 mEq/L 95 a 100%

pH : Alterao sugere desequilbrio no sistema respiratrio ou metablico. Um pH normal no indica necessariamente a ausncia de um distrbio cido-bsico, dependendo do grau de compensao. O desequilbrio cido-bsico atribudo a distrbios ou do sistema respiratrio (PaCO2) ou metablico.

PaO2: Presso parcial de oxignio no sangue; exprime a eficcia das trocas de oxignio entre os alvolos e os capilares pulmonares. PaCO2: A presso parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficcia da ventilao alveolar. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente est hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele est em Alcalose Respiratria. Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente est hipoventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele est em Acidose Respiratria. HCO3: Quantidade de bicarbonato encontrado no sangue arterial. As alteraes na concentrao de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilbrios cido-bsicos por distrbios metablicos. Se o HCO3 estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente est em Alcalose Metablica. Se o HCO3 estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente est em Acidose Metablica. BE (Base excess): Sinaliza o excesso ou dficit de bases dissolvidas no plasma sanguneo. SaO2 (%): Contedo de oxignio / Capacidade de oxignio; corresponde relao entre o contedo de oxignio e a capacidade de oxignio, expressa em percentual.

Alteraes gasomtricas Acidose Respiratria pH Reteno de CO2 Hipoventilao Pulmonar Estmulo do centro respiratrio Exemplos: obstruo das VA; atelectasia; pneumonia; VM inadequada; SARA; fibrose Compensao: aps 12 a 48 hs eliminao renal de HCO3 Regra Prtica pH: acidose 7,35 normal PaCO2: alcalose 35 normal HCO3: acidose 22 normal Compensao: eliminao renal de HCO3 Alcalose Respiratria pH de CO2 Hiperventilao Pulmonar Freqncia respiratria elevada Exemplos: dor; hipoxemia; VM inadequada; ansiedade; leso SNC Exemplos: administrao excessiva de aspirina; insuficincia renal; parada cardio respiratria Compensao: hiperventilao Exemplos: administrao excessiva de HCO3; perda do cido clordrico; uso excessivo de diurticos Compensao: depresso respiratria incomum 7,45 alcalose 45 acidose 28 alcalose Exemplos: insuficincia respiratria; fadiga muscular; produo do cido ltico Exemplos: hiperventilao em VMI; perda do suco gstrico por vmito Acidose Metablica pH Bicarbonato (HCO3) baixo Reserva de bases diminuda Alcalose Metablica pH Excesso de Bicarbonato Reservas de base aumentada Acidose Mista pH PaCO2 HCO3 Alcalose Mista pH PaCO2 HCO3

* Gasometria venosa: retirado do sangue venoso (portanto pobre em O2); exame indicado aos portadores de doenas renais (nefropatas) til na identificao de problemas do mecanismo de tampo cido-bsico, presente em doentes renais. Os valores normais do pH e dos gases do sangue referidos no exame dos principais distrbios do equilbrio cido-base, referem-se ao sangue arterial, j oxigenado e modificado nos pulmes ou nos oxigenadores. O sangue venoso, que conduz os restos metablicos celulares, coletados no sistema capilar, tem valores diferentes, e no menos importantes. A anlise do sangue venoso normal, deve mostrar os seguintes resultados: Parmetros pH PaCO2 PaO2 HCO3 BE SO2 (saturao de oxignio) Valor de referncia 7,27 a 7,39 40 a 50 mmHg 35 a 40 mmHg 22 a 26 mEq/l 2,5 70 a 75

Duas informaes prticas podem ser obtidas pela anlise da gasometria venosa: A PaO2 venosa quando comparada com a PaO2 arterial d uma idia do dbito cardaco (diferena arteriovenosa grande com a PaO2 venosa baixa significa baixo dbito, com os tecidos extraindo muito o oxignio da hemoglobina pelo fluxo lento, sendo esta uma situao ainda favorvel para se tentar a reverso de um estado de choque). A diferena arteriovenosa pequena com progressivo aumento da PaO2 venosa indica um "shunt" sistmico, isto , um agravamento das trocas teciduais. Portanto, o principal dado fornecido pela gasometria venosa a PaO2. As alteraes que ocorrem no sangue venoso, durante a perfuso, independem da funo do oxigenador. O sangue venoso reflete o estado do paciente. Disso decorre a importncia da sua monitorizao. As alteraes do sangue venoso nos informam sobre a adequcia do fluxo sanguneo e sobre o estado do consumo de oxignio pelo paciente. A gasometria venosa reflete a adequcia da perfuso, atravs do pH, PaCO2, PaO2 e a saturao de oxignio (SaO2). Devemos lembrar o fenmeno denominado paradoxo arterio-venoso que pode ser bem apreciado no exemplo abaixo, em que s amostras foram coletadas no mesmo momento: Gasometria arterial: pH=7,50 PaCO2=30 mmHg Gasometria venosa: pH=7,30 PaCO2=50 mmHg O sangue arterial reflete uma alcalose respiratria, enquanto o sangue venoso reflete uma acidose respiratria. Nesse caso do exemplo a saturao do sangue venoso estava satisfatria (< 75%). Este paradoxo ocorre em virtude de inadequada perfuso tissular. O resultado o somatrio de um pequeno aumento da produo de CO2 com a diminuio da remoo do CO2 produzido. Esses dois fatores em conjunto elevam a presso parcial do CO2 (PaCO2) no sangue venoso. Essa alterao corrigida pelo aumento do fluxo da perfuso. Se a situao for ignorada (quando no se monitoriza a gasometria venosa) h produo de lactato que acrescenta um componente metablico acidose existente. Se a produo de lactato intensa, pode haver dificuldade para retirar o paciente de perfuso. Para saber se os tecidos do paciente esto adequadamente oxigenados e perfundidos feito uma gasometria venosa. Em um oxigenador, os mecanismos de transporte, difuso e trocas do CO2, so sempre mais simples e rpidos que os do oxignio, no pulmo e nos oxigenadores. Desse modo, em qualquer oxigenador, a avaliao das trocas gasosas pode ser feita apenas em relao ao oxignio. Se esta estiver adequada, as trocas de dixido de carbono, certamente tambm estaro. A capacidade de transferir oxignio de um oxigenador pode ser medida. Esta determinao constitui um importante parmetro na avaliao do oxigenador. O clculo baseado na diferena artriovenosa de oxignio. A frmula para o clculo : Transferncia de O2 = (SaO2 - SvO2) (1,34 x Hb) x fluxo (l/min)

Esta frmula consiste na diferena entre a capacidade de oxignio do sangue arterial e venoso, multiplicada pelo fluxo de sangue. Como a saturao de oxignio do sangue arterial normal 99-100% e a saturao do sangue venoso normal, durante a perfuso de 70-75%, podemos usar a frmula acima para calcular o fluxo de sangue necessrio para transportar e liberar nos tecidos a quantidade adequada de oxignio. * Gasometria mista: excesso de CO2 e bicarbonato. * Gasometria compensada: pH normal, o rim compensa, d o seu equilbrio. * Clculo da frao inspirada de oxignio (FiO2) (para calcular a Fio2 ofertada): L x 4 = + 21% Exemplo: 2 L x 4 = 8 + 21% = 29 * Clculo da PaO2 ideal: 109 (idade x 0,4) Exemplo: 109 (85 x 0,4) = 109 34 = 75 mm Hg Normal\; 80 a 100 Se estiver com menos: hipoxia ( oxignio). Se estiver com mais: oxignio.

Referncias Bibliogrficas: PRESTO, B. L. V.; PRESTO, L. D. N.. Fisioterapia Respiratria: Uma nova viso. Ed.Bruno Presto Rio de Janeiro 2003. Alteraes do equilbrio cido base - Vol I 323; 324 Fundamentos da circulao extra corprea. VIEGAS, C.A.; Gasometria arterial; J Pneumol 28(Supl 3) outubro de 2002. MOTA, I.L., Distrbios do equilbrio cido bsico e gasometria arterial: uma reviso crtica; fev/2010. SILVA, A.C.S.; Interpretao e quando intervir; 25/02/2009. PRB vora; CL Reis; MA Ferez; DA Conte & LV Garcia; DISTRBIOS DO EQUILBRIO HIDROELETROLTICO E DO EQUILBRIO ACIDOBSICO: UMA REVISO PRTICA; Medicina, Ribeiro Preto, 32: 451-469, out./dez. 1999.

vora PRB, Garcia LV. Equilbrio cido-base. Medicina (Ribeiro Preto) 2008; 41 (3): 30111.

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