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Segurito 77

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Manaus, Fevereiro 2013 Edio 77 Ano 7

Mensagem ao Leitor
Prezados Prevencionistas, Algum tempo atrs pensei em fazer um jornalzinho para passar aos alunos informaes interessantes sobre a Segurana do Trabalho. No incio praticamente no escrevia, apenas compilava textos de bons livros, a trs anos comecei a distribuir pela internet e a escrever a maior parte das edies. A aceitao do jornal via e-mail foi mantendo a motivao e nesta edio com mais de 7000 e-mails enviados e divulgao em diversos sites o Jornal Segurito completa 07 anos. Para comemorar a data entrei em contato com alguns dos leitores ilustres que me enviaram textos para compor um Segurito de aniversrio. Um abrao e obrigado, Prof. Mrio Sobral Jr.

Sempre em Frente

BOA LEITURA
Este livro apresenta a experincias de trs profissionais. Trazendo embasamento terico e prtico de diversos assuntos, com texto didtico e excelente apresentao grfica, tornando a leitura mais agradvel.

osso segmento cresceu nos ltimos tempos, mas ainda permanece truncado em face do comportamento de nossa gente profissional, pois falta boa vontade e seriedade, precisamos acordar e mostrar interesse pelo segmento profissional, fato que desmotiva e emperra nosso crescimento, precisamos sair do comodismo, leitura e dinamismo fazem parte. Independentemente da situao, ser e estar na condio de Tcnico, sou prevencionista e isso faz a grande diferena, pois somos todos prevencionistas independente de nossa atuao, pois fazemos e somos parte do SESMT e, precisamos uns dos outros, esse importante elo necessrio, pois mantm viva essa grande corrente que tem a responsabilidade incontestvel de trabalhar a vida dos trabalhadores. Para sermos melhores, devemos ser mais responsveis, vestindo a camisa da preveno em prol do universo que nos rodeia.

Cludio Antonio Dias de Oliveira, Tcnico Segurana do Trabalho, Bacharel em Cincias Jurdicas, Palestrante e Editor do Jornal Semanal O Prevencionista. (solicite o jornal pelo e-mail: claudio3214@yahoo.com.br).

Preveno e Controle de Risco em Mquinas Equipamentos e Instalaes Ed. SENAC So Paulo Armando Campos, Jos da Cunha Tavares e Valter Lima

Todo eletricista deve ganhar adicional de insalubridade?


o dia 08 de dezembro de 2012, entrou em vigor a Lei 12.740 (que alterou o art. 193 da CLT), revogando a Lei 7.369/1985, que versava sobre o adicional de periculosidade em trabalhadores expostos eletricidade (obs.: no site do Palcio do Planalto, essa lei j aparece como revogada). Por sua vez, essa lei "era" regulamentada especificamente pelo Decreto 93.412/1986. Nos parecia razovel admitir que se a lei foi revogada, o decreto que a regulamentava tambm tivesse sido. No entanto, constatamos em 07/01/13, no site do Palcio do Planalto, que esse mesmo decreto aparece como vigente, apesar da revogao da Lei 7.369/1985. O anexo desse decreto delimita quem pode (ou no) receber adicional de periculosidade em virtude da exposio eletricidade. Com a revogao da Lei 7.369/1985, teoricamente, fica valendo somente a genrica redao do novo art. 193 da CLT, que assim coloca: So consideradas atividades ou operaes perigosas, na forma da regulamentao aprovada pelo Ministrio do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou

Piadinhas
Disse ao mdico que estava me sentindo gordo e feio. Ento perguntei o que eu tinha. E ele me respondeu: - Razo! A coroa diz ao garoto: - Do que voc mais gosta em mim? Do meu rosto angelical ou do meu corpo magnfico? - Do seu senso de humor

mtodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposio permanente do trabalhador a: (...) energia eltrica. Ao descrever apenas energia eltrica, o novo art. 193 da CLT aumentou a abrangncia dos profissionais que fazem jus ao adicional de periculosidade em virtude dessa exposio. Tudo nos leva a crer (por uma questo de interpretao literal do novo texto celetista), que a partir de agora, independente de ser um sistema eltrico de potncia (SEP) ou sistema eltrico de consumo (SEC); independente da voltagem da rede eltrica, enfim, nada disso importa: o trabalhador ter direito ao adicional de periculosidade. No entanto, por cautela, bom que aguardemos um posicionamento definitivo do Judicirio (e esperamos que isso ocorra logo) quanto a seguinte pergunta: o novo art. 193 da CLT revoga (de fato e de direito) o antigo Decreto 93.412/1986? Bons debates ho de vir. Um forte abrao, e um incrvel 2013 para todos ns!

A prtica leva perfeio

Marcos Henrique Mendanha Mdico do Trabalho e Advogado.

Mensagem do Cosmo
No stimo aniversrio do Jornal Segurito muito oportuno citar a importncia do conhecimento como base para uma preveno de acidentes verdadeira e eficaz. Espero que este informativo na minha forma de ver muito til siga por muitos anos sendo uma ferramenta prevencionista simples e importante como sempre foi.

Cosmo Palsio Tcnico de Segurana do Trabalho - Coordenador do e-group SESMT.

Para sugestes ou crticas : Prof. Mrio Sobral Jr. sobraljr27@ibest.com.br

JORNAL SEGURITO

DICA DE GEST STO GESTO EM SST


Uma forma dos trabalhadores conhecerem os riscos ocupacionais (ambientais, ergonmicos, psicossociais, de acidentes) gerados no processo produtivo fazendo o treinamento da CIPA. Este deve ser realizado anualmente para os indicados e eleitos e dever ser repetido quando o trabalhador for novamente indicado ou reeleito ou mesmo quando o indicado ou eleito j houver feito o curso anteriormente, em outro estabelecimento ou em outra empresa. Assim a dica de gesto trocar todo ano os indicados para CIPA, e num curto prazo a empresa ter uma maior massa crtica em Segurana e Sade no Trabalho SST. Esta dica vale para os designados da CIPA.

FATOR DE PROTEO ATRIBUDO E FATOR DE VEDAO


de que se espera alcanar O nveluso proteoequipamento de proteo durante o de um respiratria indicado pelo Fator de Proteo Atribudo (FPA). Os valores podem ser encontrados na Tabela 1 do PPR - Fundacentro. Assim, por exemplo, o FPA de um respirador do tipo semifacial com filtro igual a 10. Esse valor indica que, se o respirador for selecionado e usado dentro das recomendaes do Programa de Proteo Respiratria (PPR), a concentrao do contaminante no ar que est dentro da pea semifacial, e que ser inalado pelo usurio, ser no mnimo, 10 vezes menor que a existente no ar contaminado. bom estado e funcionando corretamente (manuteno, higienizao, guarda); 7) o usurio deve receber treinamento sobre os riscos respiratrios a que esta exposto e o modo correto de uso do respirador; 8) proibido o uso de respirador com vedao facial por usurios que apresentem pelos faciais na zona de selagem. Portanto, o FPA um objetivo a ser alcanado e no uma certeza de sucesso. Dos oito itens citados, o que tem provocado surpresa entre os profissionais de segurana a realizao do ensaio de vedao quantitativo, previsto no Anexo 5 do PPR - Fundacentro, utilizando o instrumento denominado Portacount. Esse mtodo quantifica a selagem do respirador no rosto do usurio, baseado no Fator de Vedao, enquanto o mesmo executa 7 exerccios (que simulam as condies de uso, cada um com durao de um minuto), de acordo com o procedimento previsto no Anexo 5 do PPR - Fundacentro. Para o respirador semifacial o Fator de Vedao 100. Isto significa que durante a realizao dos exerccios, a concentrao do aerossol de teste dentro da pea facial deve ser no mnimo 100 vezes menor que a existente fora. Este mtodo responde de modo irrefutvel s perguntas: este respirador tem o formato e o tamanho (pequeno, mdio, grande) adequado ao rosto do usurio?, ou o respirador o adequado mas est colocado na posio correta?.Temos empregado com sucesso o Portacount em treinamentos, como uma ferramenta de convencimento dos profissionais de segurana e usurios sobre a importncia da realizao do ensaio de vedao, e portanto,no alcance do nvel de proteo previsto pelo FPA.

Armando Campos Engenheiro de Segurana do Trabalho e Diretor da ADMC Consultoria

Piadinhas
Ele era to feio que quando foi comprar a mscara para o carnaval o cara vendeu s os elastiquinhos. Se passando lcool nas mos voc fica imune a vrias bactrias, bebendo ento... voc fica quase imortal.

Essas recomendaes do PPR, na prtica, significam que: 1) o respirador e filtro, quando existente, devem ser adequados ao risco, isto , selecionados de acordo com o citado documento da Fundacentro; 2) a pea facial do respirador selecionado no item anterior deve vedar de modo aceitvel no rosto do usurio, o que deve ser verificado pela realizao do Ensaio de Vedao; 3) o respirador deve estar colocado corretamente no rosto, o que verificado pela realizao do teste de presso positiva ou negativa; 4) o trabalhador deve utilizar o respirador durante todo o tempo que estiver na rea contaminada; 5) o usurio deve ter condies fsicas e psicolgicas que permitam o uso desse EPI, o que exige alguns cuidados no exame mdico; 6) o respirador deve estar em

Maurcio Torloni Doutor em Engenharia Qumica e Consultor em Proteo Respiratria mtorloni@uol.com.br e Maurcio Torloni Filho Engenheiro de Segurana do Trabalho e Higienista - mauricio.filho@twabrasil.com.br

SEGURANA TAMBM NA DOCUMENTAO MDICA


reas da da A sOcupacionalSegurana no Trabalho e em Sade andam de mos dadas toda empresa de boa qualidade. Assim, tanto o Mdico do Trabalho como o Engenheiro de Segurana e mesmo o Setor Jurdico, tm que dar ateno aos documentos que envolvam o sigilo das informaes para que no ocorram contratempos. Uma vista simples do Cdigo de tica Mdica, artigos 73-78 ser esclarecedora. fundamental o cuidado que toda a equipe deve ter no recebimento, avaliao e aceitao de atestados, encaminhamentos, relatrios, resultados de exames, recibos de EPIs, pois infelizmente existe boa porcentagem de m-f e de fraudes desses documentos, com consequncias desastrosas imediatas ou mesmo tardias em processos trabalhistas. Ainda quanto documentao, frequente o Setor de Produo no comunicar ao RH mudanas de funes e tarefas, dificultando a posterior emisso do PPP e das descries para fins periciais. De mesma forma, nos casos de acidentes, ocorrem descries genricas, sem documentao fotogrfica (tanto do local, da mquina e da leso imediata), dificultando a emisso da CAT. Idem para os acidentes de trajeto. Quanto ao pronturio mdico propriamente dito, nunca demais se exigir do mdico do trabalho que coloque data e horrio da consulta, letra legvel, carimbo, motivo da consulta, conduta mdica, encaminhamentos, resultados de exames, fatores extra-laborais e sugestes de alteraes de tarefas, em impresso prprio e com assinatura do trabalhador. O exame admissional ter todo um ritual prprio da cada empresa, porm o exame demissional dever se referir a todos os antecedentes mdicos importantes do perodo de emprego (acidentes, cirurgias, afastamentos, doenas concomitantes, atividades de lazer e queixas do momento), pois tudo isso ser a base da fundamentao dos frequentes embates jurdicos trabalhistas e ticos.

Escolha a sua arma!

Luiz Philippe Westin Cabral de Vasconcellos, Mdico Perito, Jundia, SP.

JORNAL SEGURITO

Dicas para o TST recm formado


m todas as profisses, quando chega a hora de estrear no primeiro emprego a novela a mesma, estudei, mas estou inseguro para atuar. Ora, se fiz um bom curso e um bom estgio lgico que at terei problemas, mas s at me adequar realidade da empresa e da profisso. importante lembrar que o profissional em segurana do trabalho tem que se apoiar nas normas e leis, fazendo assim sempre ter mais chances de acertos.

Passivos de um Acidente
os Segurito taxista aos fins de semana e no domingo que vem iria fazer a prova da segunda fase de um concurso em que foi pontuado na primeira fase. Durante a semana trabalha na empresa Di Tudo Ltda. aonde, na sexta passada, sofreu um acidente do trabalho e precisar ficar afastado da empresa por alguns meses. Como entende que a empresa no est lhe amparando adequadamente, contratou um advogado e ir processar a Di Tudo solicitando danos emergentes, lucros cessantes, dano moral, dano esttico e dano pela perda de uma chance. Como que , professor? Apesar da histria fictcia, importante termos uma noo em relao s frequentes reclamaes trabalhistas. Vejamos o que significa cada termo: Dano Emergente: est relacionado quilo que o lesado perdeu efetivamente (Ex: dinheiro perdido durante perodo de afastamento, tratamento mdico e demais despesas). Lucro cessante: a consequncia do ato danoso sobre o patrimnio da vtima, aquilo que a vtima deixar de lucrar (ex; dinheiro dos fins de semana como taxista).

Exercendo a profisso - Conhea a sua empresa: Ande em todos os setores da empresa, conhea os superiores de cada setor. Tcnico em Segurana do Trabalho tem que saber se relacionar para poder contar com opinies e conselhos de todos. - Grau de Risco: importante conhecer o Grau de Risco principal e os secundrios, isso ajuda na hora de tomar decises. - Faa-se conhecer: importante que todos saibam que o novo TST da empresa, para isso at Emails e comunicados internos na empresa servem. - CIPA: Procure contato imediato com os

cipeiros se a empresa tiver. A CIPA um aliado muito importante em favor do sucesso da gesto de segurana do trabalho na empresa. Por isso procure conversar muito com eles, e avalie cada proposta ou sugesto que fizerem. Documentao: Procure saber se os programas da empresa esto em dia. O PPRA merece ateno especial, pois no caso de fiscalizao normalmente o primeiro documento solicitado. Veja se o PPRA atual da empresa atende a realidade atual , veja tambm se o cronograma de aes est sendo cumprido, se no estiver coloque isso como prioridade. - Verifique se os EPIs da empresa atendem as normas e a realidade do risco da empresa, e se esto em ordem. O profissional de sucesso aquele que consegue resolver o problema usado os meios reais, no os imaginveis. Nossa profisso visa encontrar solues reais e no somente apontar problemas. Esquea o seu anterior: No culpe ningum pelos problemas que encontrar na empresa. Caso no houvesse problemas no precisariam de voc. Somos contratados exatamente para isso. - Documente suas aes: Se tem uma coisa que estou aprendendo a duras penas o valor dos Emails na organizao do meu trabalho na empresa.

Nestor W. Neto Tcnico de Segurana do trabalho Criador e editor do Blog http://segurancadotrabalhonwn.com


Dano moral: leso de direitos no patrimoniais que afeta o sossego, a autoimagem, a honra, a privacidade e a dignidade da vtima, expressando-se por meio de tribulao, mgoa, angstia, vexame, etc. Dano Esttico alterao corporal morfolgica interna ou externa que cause desagrado e repulsa no s para a pessoa ofendida, como tambm para quem a observa. Dano pela perda de uma chance: dano decorrente de uma condio que apesar de no poder se afirmar com certeza de que seria obtida, havia uma alta probabilidade neste sentido (o Jos tinha a possibilidade de passar em um concurso que j havia passado bem colocado na primeira fase). No ter direito ao valor total do que foi perdido, pois no era uma certeza, mas sim em uma avaliao proporcional a esta possibilidade.

Cuidando da Semente
nquanto tcnico e educador na rea de SST eu sempre tive um sonho que queria ver realizado. Desde a dcada de 90 integrei grupos de trabalho formados por tcnicos tanto do Ministrio do Trabalho e Emprego quanto da Fundacentro com o objetivo de inserir contedos sobre Segurana e Sade no Trabalho nos planos de cursos e disciplinas do ensino fundamental. Assim foram bem planejados e testados vrios projetos dentre os quais destaco: A Escola do Futuro Trabalhador e o Aprendendo com a Natureza, mas, infelizmente, veio a burocracia oficial com as suas doses de inveja aliada politicagem e conseguiu engavetar essas boas iniciativas.

poderia chamar muita ateno, seno o projeto teria o mesmo destino dos anteriores. No primeiro semestre de 2011 realizei reunies com representantes do Cerest-DF e da Secretaria de Estado de Educao do DF e lancei o desafio de realizarmos, ao menos uma vez por ms, a ttulo de experincia, atividades extraclasses com alunos do 8 e 9 ano do ensino fundamental, haja vista a proximidade com o mundo do trabalho. Ento veio tona o projeto Segurana e Sade no Trabalho na Educao Bsica com o objetivo de disseminar informaes e conhecimentos para professores e alunos. Esta experincia educativa por enquanto vai vingando e j estamos entrando agora em 2013 para o terceiro ano. So realizadas atividades extraclasse uma vez por ms no auditrio da Fundacentro-DF, tanto no perodo matutino quanto no vespertino, o Cerest-DF fornece o nibus e a Diretoria de Ensino Fundamental da SEEDF seleciona as escolas pblicas. Tudo feito em parceria e num ritmo dinmico. Os relatrios de avaliao mostram o quanto tem sido aceito por professores e alunos. Pelo xito dessa experincia continuo acreditando que na rea de SST: Se semearmos bem a semente no necessitaremos no futuro desentortar rvores!.

Mrio Sobral Jr Eng. de Seg. do Trabalho

Piadinhas
Estava to carente que quando abriu a geladeira e a luz acendeu achou que fosse uma festa surpresa... ramos to pobres que a minha me obrigava a comer sopa com garfo, para sobrar caldo para o irmo seguinte.

Agora em 2011 resolvi colocar em prtica uma nova ideia no campo do ensino de SST para adolescentes, mas tomei o cuidado, pois no

Luiz Augusto Damasceno Brasil, Educador e Tecnologista Snior da Fundacentro-DF Informaes sobre o projeto podem ser obtidas pelo E-mail ladbrasil@gmail.com

JORNAL SEGURITO

Contra o tempo P arece at tema os prazos Holllywoodiano, de filme mas a verdade que da NR-12 para
as empresas adequarem suas mquinas esto chegando ao fim. Entretanto nem tudo est perdido. Teoricamente se as mquinas da sua empresa no geram RISCO GRAVE e IMINENTE de acidentes ainda possvel realizar a adequao das mesmas at 24 junho de 2013, segundo a portaria SIT N 197, DE 1712-2010. Mas como saber se a mquina se enquadra nesta situao?

Ponha a pulga atrs da orelha


cada dia que passa a legislao de segurana do trabalho fica mais rgida e completa. No entanto, mesmo que acreditemos na reduo dos acidentes utpico acreditar na sua eliminao. Mas porque isto acontece? No aceitvel acreditar que o trabalhador tenha a inteno de se machucar ou o empregador de machuc-lo. Na verdade, todos sabem algo sobre os riscos envolvidos, mas acreditam que no ir acontecer com eles, seja porque so experientes, religiosos, safos, etc. Nesta hora so diversos os argumentos. E dentre os vrios motivos que levam a um acidente, um bem interessante, a falta de medo. Como assim, professor? Por exemplo, se voc tem medo de altura, mas precisa realizar alguma atividade nesta situao, dificilmente ir cair, exceto em situao de pnico extremo. Isto ocorre porque voc redobra a sua ateno, mas se voc no tem medo, acaba relaxando e se expondo. No caso do trabalho em altura, vrias situaes podem ocorrer, uma tbua solta, uma pedra que nos faa escorregar, um piso escorregadio,

desequilbrio devido queda de algum material, andaime sem total estabilidade, tbuas sem resistncia ideal, talabarte com desgaste, dentre vrias outras situaes possveis.

Para isso necessrio realizar a avaliao de risco da mquina. Com ela ser possvel classificar o risco da mquina e identificar os pontos de perigo, que por sua vez devero ser protegidos fisicamente ou por sistemas de segurana (ex: cortina de luz, chaves de segurana, vlvulas de segurana, etc). Aps a avaliao de risco as etapas que se seguem so as de projeto de segurana e implementao das protees cujo objetivo definir o que ser melhorado na mquina e a integrao dos sistemas de segurana projetados, respectivamente. Mas fique atento! Implementar sistemas de segurana nas mquinas no como montar uma rvore de natal em que voc pe uma bolinha aqui e outra ali. necessrio obedecer normas tcnicas de instalao como a NBR 5410, por isso solicite ao prestador de servio ou profissional responsvel a emisso de ART (Anotao de Responsabilidade Tcnica) tanto da avaliao de risco quanto das fases de Projeto/ implementao. Receita para sair do fundo do poo: 1 Realize o Inventrio das mquinas conforme as exigncias do item 12.153 da NR-12; 2 Elabore um Plano de ao priorizando as mquinas por criticidade (mais perigosas); 3 Estabelea prazos os mais curtos possveis e implemente as aes. Caso a sua mquina esteja enquadrada como de RISCO GRAVE e IMINENTE haja rapidamente, pois nesses casos existe grande probabilidade de acidentes e a legislao implacvel (no determina prazos) podendo a autoridade fiscal do trabalho, inclusive, interditar a mquina Essas dicas acima no garantem imunidade, pois cabe autoridade fiscal do trabalho aceitar ou no os planos de ao, mas apresentar um trabalho j iniciado bem melhor que no apresentar nada. Bom trabalho!

No entanto, basta um segundo de total auto confiana, como por exemplo, no realizar a diria inspeo do cinto e do andaime que estar utilizando e o acidente pode ocorrer. Ento precisamos deixar o trabalhador seguro, porm fazer com que ele saiba todos os riscos envolvidos, ou seja, colocar uma pulga atrs da orelha, que o faa manter a ateno mnima necessria para realizar sua atividade sem acidentes.

Mrio Sobral Jr Eng. de Seg. do Trabalho

Quando o vero o ano todo M anaus uma cidade quente, com Exposio Ocupacional - TLVs(2012), mdia anual de temperatura elevada. A
exposio ao calor depende diretamente das condies climticas locais, havendo variao durante o dia, ms e ano, ficando impossvel se caracterizar a exposio com preciso por meio de amostras instantneas.

Dayglis Silva Tc. de Seg. do Trabalho e Consultor em Proteo de Mquinas dayglis@ibest.com.br

A NR-15 da Portaria 3.214/78 foi clonada dos limites de tolerncia da ACGIH de 1976. Os limites da ACGIH so atualizados anualmente e a Legislao Brasileira parou no tempo. Quando se criou o Anexo 3 da NR-15, utilizouse um limite estabelecido para os EUA, e em nenhum momento houve preocupao em adapt-lo s diferentes regies brasileiras. Atividades desenvolvidas cu aberto, ou sobre influncia direta da carga solar, nas regies sul e sudeste, so muito mais amenas do que as desenvolvidas na regio norte. No se poderia estabelecer um limite de tolerncia nico para todas as regies brasileiras. Em face disso, qualquer atividade desenvolvida cu aberto na cidade de Manaus, em dia ensolarado, no perodo mais desfavorvel (12:00 s 15:00h), ultrapassar o limite de tolerncia estabelecido pela NR-15. A prpria ACGIH em seu Livreto de Limites de

reconhece que para indivduos aclimatados, alm do monitoramento ambiental, deve-se avaliar a sobrecarga fisiolgica, que a resposta fsica global resultante da sobrecarga trmica. Essas respostas fisiolgicas destinamse a dissipar o excesso de calor do corpo. Cita ainda que o julgamento profissional mostra-se especialmente importante na avaliao do nvel de sobrecarga trmica e sobrecarga fisiolgica por calor (pg. 229 a 241). Caso ocorram os sintomas, considera-se que houve sobrecarga fisiolgica do trabalhador exposto. Do ponto de vista deste autor, os trabalhadores da Regio Norte so aclimatados para trabalhos em IBUTG em torno de 34C, que o comumente encontrado na cidade de Manaus entre 12:00 e 15:00 (desde que estejam protegidos contra os efeitos da radiao ultravioleta e infravermelha), sem apresentarem os sintomas de sobrecarga fisiolgica. Houve falha tcnica do MTE ao considerar um limite de tolerncia estabelecido para o Hemisfrio Norte, como padro para todas as regies do Pas. Os limites constantes do anexo 3, so viveis na regio sul e sudeste onde a temperatura mxima do ar chega aos 25 C, diferente do Amazonas onde atinge normalmente 36C. Este autor ento questiona, qual a soluo? Qual a medida de controle adequada? Climatizar toda a cidade? Proibir o trabalho a cu aberto ou sobre influncia direta da carga solar, pois a exposio mxima permitida pela NR-15 de 32,2C?. Como laboraro os agentes de trnsito? Carteiros? Empregados da construo civil? Fica a interrogao para cada um de ns, profissionais de SST, respondermos.

Guilherme Abtibol Caliri - Eng. de Seg. do Trabalho e Higienista Ocupacional

JORNAL SEGURITO

LAUDO AMBIENTAL LTCAT?


laudo ambiental pode ser produzido sob quatro diferentes enfoques: (1) trabalhista (PPRA e insalubridade); (2) previdencirio (LTCAT); (3) judicirio (percias de insalubridade) e (4) higiene do trabalho. Via de regra, um nico laudo ambiental no se prestaria a finalidades distintas, especialmente trabalhista e previdenciria em razo dos agentes e critrios adotados na avaliao ambiental, recomendando-se a elaborao de documentos diversos para PPRA e LTCAT. A Previdncia Social apena as empresas que no possuem LTCAT ou possuem o documento em desacordo com os critrios previdencirios, com multa e arbitramento do SAT Suplementar para todos os segurados, cabendo empresa prova em contrrio, a qual fica prejudicada em razo da deficincia considerada do documento ( nico do art. 233 do Decreto n 3.048/99). Abaixo apresentados quadro comparativo mostrando as diferenas na elaborao de um laudo ambiental para efeitos trabalhistas, previdencirio, judicirio e higiene do trabalho. CRITRIO AVALIADO DOCUMENTO TRABALHISTA Trabalhador / empregado PPRA / LAUDO DE INSALUBRIDADE AGENTE NOCIVO SADE / AGENTE INSALUBRE ANEXOS DA NR-15 85 dB(A) PREVIDENCIRIO Segurado LTCAT JUDICIRIO Reclamante / autor LAUDO PERICIAL AGENTE INSALUBRE ANEXOS DA NR-15 85 dB(A) HIGIENE Trabalhador LAUDO AMBIENTAL AGENTE TLVS DA ACGIH 85 dB(A)

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AGENTE

AGENTE NOCIVO ANEXO IV DO DECRETO N 3.048/99 80 dB(A) at 05/03/97 90 dB(A) a partir 06/03/97 85 dB(A) a partir de 19/11/03 5

Manual de Proteo Respiratria Maurcio Torloni e Antnio Vladimir Vieira

LEGISLAO RUDO FATOR DUPLICATIVO DE DOSE

5 Qualquer fonte. A dvida persiste em razo da Lei anterior, n 491/65, que previa somente fonte artificial ANEXO 3 DA NR-15

FONTE DE CALOR

Somente fonte artificial

Qualquer fonte

Qualquer fonte

CALOR

ANEXO 3 DA NR-15

ANEXO 3 DA NR-15

RADIAES IONIZANTES

ANEXO 5 DA NR-15

NHO-05 e ANEXO 5 DA NR-15


ANEXO IV DO DECRETO N 3.048/99. Somente para trabalhos em caixes ou cmaras hiperbricas, trabalhos em tubules ou tneis sob ar comprimido e operaes de mergulho com o uso de escafandros ou outros equipamentos.

ANEXO 5 DA NR-15

TLVS DA ACGIH ou ANEXO 3 DA NR-15 TLVS DA ACGIH ou ANEXO 5 DA NR-15

Agentes Qumicos na Higiene Ocupacional Antonio Carlos Vendrame

PRESSES HIPERBRICAS

ANEXO 6 DA NR-15

ANEXO 6 DA NR-15

No h previso

RADIAES NOIONIZANTES

ANEXO 7 DA NR-15 Somente para laser, ultravioleta e microondas ANEXO 8 DA NR-15 ISO 5349 para mos e braos e ISO 2631 para corpo inteiro ANEXO 9 DA NR-15 ANEXO 10 DA NR-15 ANEXO 14 DA NR-15 ANEXOS 11, 12 e 13 DA NR-15

No concede aposentadoria especial

VIBRAES

ISO 5349 para mos e braos e ISO 2631 para corpo inteiro. Somente para trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumticos. No concede aposentadoria especial No concede aposentadoria especial ANEXO IV DO DECRETO N 3.048/99 ANEXO IV DO DECRETO N 3.048/99

FRIO UMIDADE RISCO BIOLGICO AGENTES QUMICOS

ANEXO 7 DA NR-15 Somente para laser, ultravioleta e microondas ANEXO 8 DA NR-15 ISO 5349 para mos e braos e ISO 2631 para corpo inteiro ANEXO 9 DA NR-15 ANEXO 10 DA NR-15 ANEXO 14 DA NR-15 ANEXOS 11, 12 e 13 DA NR-15

TLVS DA ACGIH

Medicina do Trabalho e Percias Mdicas Marcos Henrique Mendanha

TLVS DA ACGIH

TLVS DA ACGIH No h previso No h LT expresso TLVS DA ACGIH

A Simulao na Percia Mdica Luiz Philippe Westin Cabral de Vasconcellos

Antonio Carlos Vendrame Engenheiro de Segurana do Trabalho e Perito Judicial

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