Mulher Esqueleto
Mulher Esqueleto
Mulher Esqueleto
vão
querer se amar. De repente, a Mulher-esqueleto é fisgada por acaso. Algo no
relacionamento começa a diminuir e cai em entropia. Com freqüência, o
doloroso
prazer da excitação sexual se abranda, um passa a perceber o lado frágil e ferido
do
outro, ou ainda um deixa de ver o outro como "material digno de admiração", e
é aí
que a velha careca e de dentes amarelos vem à tona.
Parece tão repulsivo, mas esse é o momento perfeito em que se apresenta uma
verdadeira oportunidade de demonstrar coragem e de conhecer o amor. Amar
significa ficar com. Significa emergir de um mundo de fantasia para um mundo
em
que o amor duradouro é possível, cara a cara, ossos a ossos, um amor de
devoção.
Amar significa ficar quando cada célula nos manda fugir.
racionalizar seu medo dos ciclos de amor da vida-morte-vida. Eles dizem "Posso
me
dar melhor com outra pessoa", "Não quero renunciar a meu (preencha a lacuna)
___", "Não quero mudar minha vida", "Não quero encarar minhas feridas, nem
as de
ninguém mais", "Ainda não estou pronto" ou ainda "Não quero ser
transformado sem
primeiro saber nos ínfimos detalhes como vou ficar/me sentir depois."
Amar os prazeres
é fácil. Já amar de verdade exige um herói que consiga controlar seu próprio
medo.
dos ossos.
Para encarar a Mulher-esqueleto, ninguém precisa assumir o papel do herói
intergaláctico, entrar em conflito armado, nem mesmo arriscar a vida na selva.
Basta
que se queira desemaranhá-la. Esse poder do conhecimento da natureza da
vidamorte-
vida aguarda os amantes que superam a fuga, que se esforçam para
ultrapassar o desejo de se sentir em segurança.
Existe uma prudência que é verdadeira, quando o perigo está por perto, e uma
prudência que não tem justificativa e que se origina de algum ferimento
anterior.
Esta última faz com que os homens ajam de modo irritadiço e desinteressado
mesmo
quando eles sentem que gostariam de demonstrar carinho e afeio. As pessoas
que têm
medo de "ser ludibriadas" ou de "entrar num beco sem saída" — ou que não
param de
vociferar seus direitos de querer "ser livre" — são as que deixam o ouro escapar
por
entre os dedos.
natureza
da vida-morte-vida não só nos ensina a acompanhar esses ciclos na dança, mas
nos
mostra que a solução para o mal-estar está sempre no contrário. Portanto, novas
atividades são a cura para o tédio; a intimidade é a cura para a solidão; a solidão
éa
cura para a sensação de falta de espaço.