Departamento de Computao Trabalho de Concluso de Curso

LEONARDO SOARES DOLCI

Tecnologias de Telefonia Celular

Evoluo da Segunda Gerao Terceira Gerao

Londrina

2003

LEONARDO SOARES DOLCI

Tecnologias de Telefonia Celular

Evoluo da Segunda Gerao Terceira Gerao

Trabalho de concluso de curso apresentado ao Curso de Graduao em Cincia da Computao como requisito parcial obteno do ttulo de Bacharel. Orientador: Prof. Ms. Mario Lemes Proena Jr.

2003

LEONARDO SOARES DOLCI

Tecnologias de Telefonia Celular

Evoluo da Segunda Gerao Terceira Gerao

COMISSO EXAMINADORA

____________________________________ Prof. Ms. Mario Lemes Proena UEL Universidade Estadual de Londrina

Jr

____________________________________ Prof. Ms. Fbio Sakuray

UEL Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Dr. Jandira Guenka Palma

UEL Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 27 de maro de 2003

DEDICATRIA
Dedico este trabalho a meus amigos, parentes e professores, que me apoiaram e me incentivaram durante todo o curso, especialmente nos momentos de dificuldades.

RESUMO

A telecomunicao se faz presente na vida de quase toda a populao mundial, sendo esta uma rea em constante evoluo. Este trabalho trata de uma subrea especfica, que faz parte da rea de telecomunicaes, a rea de telefonia celular, que certamente um do segmentos que mais cresce, atualmente, no mundo. Pesquisas e investimentos macios esto sendo feitos para que as empresas consigam desenvolver tecnologias capazes de fornecer servios cada vez mais avanados e especficos para cada nicho de mercado. A rea de telefonia celular surgiu h trs dcadas, mas j passou por vrias mudanas, que foram caracterizadas pelas empresas como Geraes. Este trabalho ir apresentar uma viso geral, desde o surgimento das idias que levaram ao desenvolvimento, at o que h de mais avanado em telefonia celular. A primeira parte do trabalho aborda a Primeira Gerao, Segunda Gerao, 2.5G e a Terceira Gerao de telefonia. Na segunda parte, so abordados aspectos, como: evoluo das tecnologias utilizadas atualmente, pelas operadoras, at tecnologias mais modernas; informaes realistas sobre as tecnologias mais avanadas.

Palavras-chave: telefonia celular, TDMA, CDMA, GSM, GPRS, CDMA2000, EDGE, WCDMA, HSDPA.

ABSTRACT

Telecommunication is present in almost worldwide population, being an area in constant evolution. This work is about a specific subarea that makes part of the telecommunications area , the mobile telephony, that is certainly one of the segments that have the most growth in the world actually. Researchs and investments have been made to develop technologies capable to provide more advanced and specific services to each market. The mobile telephony area has been created 3 decades ago, but it passed through many changes, that were called by the enterprises as generations. This work shows a general view, it begins with the ideas that took to development and ends with the most advanced technologies in mobile telephony. The first part of this work approachs the First, Second, 2.5 and Third Generations of mobile telephony. The second part approachs the evolution of the most used technologies, by the operating companies nowadays, till the most advanced technologies and realistic informations about the aborded technologies.

Key-words: mobile telephony, TDMA, CDMA, GSM, GPRS, CDMA2000, EDGE, WCDMA, HSDPA.

SUMRIO

1 INTRODUO....................................................................................................................14 2 HISTRICO ANTERIOR PRIMEIRA GERAO...................................................16 3 PRIMEIRA GERAO (1G).............................................................................................17 3.1 INTRODUO...................................................................................................................17 3.2 PADRO AMPS...............................................................................................................17 4 SEGUNDA GERAO (2G)..............................................................................................21 4.1 INTRODUO...................................................................................................................21 4.2 TDMA TIME DIVISION MULTIPLE ACCESS .................................................................22 4.2.1 Introduo................................................................................................................22 4.2.2 O sistema TDMA .....................................................................................................22 4.2.3 Vantagens e desvantagens do sistema TDMA.........................................................26 4.3 CDMA CODED DIVISION MULTIPLE ACCESS ..........................................................26 4.3.1 Introduo ...............................................................................................................26 4.3.2 Tecnologia...............................................................................................................27 4.3.3 Processo de transmisso e recepo.......................................................................27 4.3.4 Spread Spectrum.................................................................................................28 4.3.5 Sincronizao..........................................................................................................28 4.3.6 A ao balanceamento.............................................................................................29 4.4 GSM................................................................................................................................29 4.4.1 Introduo................................................................................................................29 4.4.2 Servios....................................................................................................................29 4.4.3 SIM (Subscriber Identification Module) ................................................................30 4.4.4 Roaming internacional............................................................................................30 4.4.5 GSM no Brasil.........................................................................................................31 5 2.5 G.......................................................................................................................................32 5.1 INTRODUO....................................................................................................................32 5.2 GPRS (GENERAL PACKET RADIO SERVICE)...................................................................32 5.3 CDMA2000 1X...............................................................................................................35 5.3.1 Introduo................................................................................................................35 5.3.2 Dados sobre CDMA2000 1x....................................................................................35 5.3.3 TERMINAIS, PLACAS PARA PC E OUTROS DISPOSITIVOS CDMA2000.........36 5.3.4 CDMA2000 E ESPECTRO......................................................................................36 6 TERCEIRA GERAO (3G)............................................................................................37 6.1 INTRODUO....................................................................................................................37 6.2 EDGE..............................................................................................................................37 6.2.1 Introduo................................................................................................................37 6.2.2 Dados tcnicos sobre a EDGE................................................................................38 6.2.3 A situao atual da tecnologia EDGE.....................................................................40 6.2.4 Desenvolvimento de aplicativos e suporte...............................................................40 6.2.5 Situao de mercado para a tecnologia EDGE......................................................41

10

6.3 UMTS/WCDMA.............................................................................................................41 6.4 HSDPA ...........................................................................................................................45 6.5 CDMA2000 1X EV ....................................................................................................46 7 EVOLUO DA SEGUNDA GERAO TERCEIRA GERAO........................47 7.1 INTRODUO...................................................................................................................47 7.2 EVOLUO DA REDE TDMA ATRAVS DA TECNOLOGIA GSM......................................48 7.2.1 Evoluo..................................................................................................................48 7.2.2 A coexistncia das redes..........................................................................................51 7.2.3 Estratgias de transio..........................................................................................52 7.3 EVOLUO DA REDE CDMA ..........................................................................................53 7.3.1 Os passos para a 3G................................................................................................53 7.3.2 Vantagens................................................................................................................53 7.4 DADOS REAIS SOBRE A TERCEIRA GERAO...................................................................54 7.4.1 Introduo................................................................................................................54 7.4.2 Fatores Que Restringem as Transmisses em Banda Larga...................................56 7.4.2.1 Proviso de Potncia e Consumo de Bateria.....................................................56 7.4.2.2 Latncia.............................................................................................................57 7.4.2.3 Taxa de Erro de Bits..........................................................................................58 7.4.3 O Custo de Fornecer Taxas de Dados Tericas......................................................59 7.4.4 Uma Alternativa ao Modelo Comercial 3G com Elevada Taxa de Dados..............60 8 CONCLUSO......................................................................................................................62 REFERNCIAS.....................................................................................................................63

11

LISTA DE FIGURAS
FIGURA 3.1 - HANDOFF E ROAMING.............................................................................18 FIGURA 4.1 - CANAIS DE VOZ NA TECNOLOGIA TDMA, SENDO ALGUNS DELES UTILIZADOS COMO CANAIS DE CONTROLE...............................................22 FIGURA 4.2 - MODELO DE PROCESSAMENTO DE VOZ NO SISTEMA DIGITAL ...................................................................................................................................................23 FIGURA 4.3 - CAPACIDADE DE TRFEGO NO TDMA TRIPLICADA, COMPARADA AO AMPS.....................................................................................................24 FIGURA 4.4 - ESQUEMA DE UMA UNIDADE MVEL TDMA...................................24 FIGURA 4.5 - EVOLUO DO TDMA..............................................................................25 FIGURA 4.6 - PROCESSO DE TRANSMISSO...............................................................28 FIGURA 5.1 - ARQUITETURA GSM/GPRS......................................................................33 FIGURA 5.2 - EXEMPLO DA ESTRUTURA DE INTERVALOS DE TEMPO DA GSM/GPRS..............................................................................................................................34 FIGURA 6.1 - REDE DE RDIO MLTIPLA UMTS......................................................42 FIGURA 6.2 - SUBSISTEMA DE MULTIMDIA IP (IMS)..............................................44 FIGURA 7.1 - POSSVEL CAMINHO DE EVOLUO PARA AS OPERADORAS...48 FIGURA 7.2 - MODELO DE COBERTURA DE REDES NUMA FASE INICIAL DE IMPLANTAO....................................................................................................................50 FIGURA 7.3 - POSSVEL EXISTNCIA DE SISTEMAS DENTRO DE CADA FAIXA DE FREQNCIA ..............................................................................................................52

12

LISTA DE TABELAS

66.................................................................................................................................................4 TABELA 2.1- ESPECIFICAES DO PROTTIPO DYNA-TAC................................16 TABELA 6.1 - MODULAO E ESQUEMA DE CODIFICAO DA EDGE.............38

13

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FCC IMTS NTT NMT TACS AMPS E-AMPS FSK FDMA TDMA TIA CDMA GSM IVCD ITCD VSELP VOCODER SIM GPRS SMS MMS PCI PCM RAN ITU IMT-2000 EDGE WCDMA PDA CDPD

Federal Communications Commision Improved Mobile Telephone System Nippon Telephone & Telegraph Nordic Mobile Telecommunications Total Access Communications System Advanced Mobile Phone System Extended AMPS Frequency Shift Keying Frequency Division Multiple Access Time Division Multiple Access Telecommunications International Association Coded Division Multiple Access Global System for Mobile communications Initial Voice Channel Designed Initial Traffic Channel Designed Vector Sum Excited Linear Predictive Coding Voice Coder Subscriber Identification Module General Packet Radio Service Short Message Service Multimedia Message Service Protocol Capability Indicator Pulse Code Modulation Radio Access Network International Telecommunications Union International Mobile Telecommunications-2000 Enhanced Data rates for Global Evolution Wideband Code Division Multiple Access Personal Digital Assistent Cellular Digital Packet Data

14

INTRODUO

A rea de telefonia celular surgiu h cerca de trs dcadas e sua evoluo tem sido rpida. Os aparelhos (sistemas) de comunicao mvel tm sido de grande auxlio a todos os segmentos da populao, tornando-se indispensvel a uma grande parte da populao, o que tornou este mercado muito lucrativo e competitivo, levando as empresas a investirem muito em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias visando atender a cada segmento da populao. A grande motivao para este trabalho de concluso, que esta uma rea de grande interesse, alm de ser um mercado que est em expanso onde as possibilidades de pesquisa e trabalho so muito promissoras. No desenvolvimento deste trabalho sero utilizados muitos conceitos diretamente ligados a rea de computao, mesmo que trabalhados de forma um pouco diferente, mas mantendo os mesmos fundamentos. Os sistemas de telefonia celular funcionam como uma rede computadores, onde os aparelhos recebem e enviam informaes seguindo uma topologia que depender do padro utilizado. As informaes que sero transmitidas passam por vrias estaes at chegarem a uma central que faz o processamento das informaes e se encarrega de encaminh-las ao destino correto atravs das estaes at o destinatrio. Como na computao, as redes de telefonia seguem padres definidos atravs de protocolos e a grande dificuldade enfrentada pela rea de telecomunicaes mveis, assim como na rea de computao, conseguir desenvolver solues para garantir a interoperabilidade entre os diferentes protocolos para as transmisses de dados e voz . As empresas de telefonia celular buscam desenvolver tecnologias para aumentar a taxa de transmisso de dados, bem como a segurana e reduo de perdas nas transmisses, mesma meta a ser atingida na rea de computao. O contedo deste trabalho apresentado, seguindo a diviso criada pela rea de telecomunicaes, onde as grandes mudanas tecnolgicas que ocorreram nessa rea, foram divididas e classificadas com o termo geraes. Cada captulo ir abordar uma gerao. Ser dada uma nfase maior s geraes a partir da Segunda Gerao (2G), que so as geraes que esto em funcionamento atualmente. At a concluso deste trabalho, a ltima gerao existente a terceira gerao, mais conhecida como Terceira Gerao (3G). As geraes existentes que sero abordadas, seguindo uma cronologia, so: primeira gerao

15

(1G), segunda gerao (2G), 2.5G que uma gerao intermediria entre a segunda gerao e a terceira, e a terceira gerao (3G). Complementando este trabalho, o ltimo captulo ir abordar os caminhos possveis para as operadoras de Segunda Gerao (2G) evolurem para a Terceira Gerao (3G) e a real situao das tecnologias de Terceira Gerao.

16

HISTRICO ANTERIOR PRIMEIRA GERAO

O conceito de comunicaes mveis utilizando uma rede celular, nasceu em 1947, dentro dos laboratrios da Bell [BEL02], o departamento de pesquisa da AT&T, que era a nica operadora de telefonia na poca, nos Estados Unidos. O projeto inicial era invivel, devido dificuldade na disponibilizao de espectro de rdio, por parte do governo norteamericano. A partir de 1960, a Bell, em parceria com a Motorola, iniciou estudos na tentativa de colocar em prtica um sistema de comunicaes mveis. Em 1970, a FCC (Federal Communication Commision) [FCC02] definiu freqncias para serem utilizadas em sistemas mveis de rdio em terra. A partir deste acontecimento, teve incio a corrida ao desenvolvimento de um sistema de telefonia celular, que foi vencida pela Motorola, em Abril de 1973, quando o ento gerente da Motorola, Martin Coope, fez a primeira chamada de um telefone mvel atravs do prottipo Dyna-Tac. Os detalhes acerca do Dyna-Tac esto descritos na Tab. 2.1. Motorola Dyna-Tac Tamanho Peso Display Nmero circuitos 22,5 x 12,5 x 4,38 centmetros 1,134 Kg No possua de 30

Tempo de 35 minutos conversao Tempo recarga de 10 horas Conversar, ouvir e discar

Caractersticas

Tabela 2.1- Especificaes do prottipo Dyna-Tac A telefonia mvel foi introduzida no Brasil em 1972, por um sistema anterior tecnologia celular, um sistema de baixa capacidade, com tecnologia IMTS (Improved Mobile Telephone System). Instalado em Braslia, esse sistema continha apenas 150 terminais.

17

3 3.1

PRIMEIRA GERAO (1G) INTRODUO A partir de sua primeira gerao, o servio celular passou a funcionar

atravs da diviso de uma cidade ou regio em pequenas reas geogrficas denominadas clulas, sendo cada uma delas servida pelo seu prprio conjunto de rdios transmissores e receptores de baixa potncia. Quando a chamada de um celular alcana uma torre de transmisso e recepo, a mesma transferida para o sistema de telefonia fixa regular. Cada clula possui diversos canais, com o objetivo de prover servios para muitos usurios, simultaneamente. medida em que um usurio se movimenta na cidade, o sinal do seu telefone celular passa automaticamente de uma clula para outra, sem sofrer interrupo.

3.2

PADRO AMPS Em 1970, a AT&T props a construo do primeiro sistema telefnico

celular de alta capacidade que ficou conhecido pela sigla AMPS, ou seja, Advanced Mobile Phone Service (Servio Telefnico Mvel Avanado). Em 13 de Outubro de 1983, o primeiro sistema celular comercial, nos EUA, entrava em operao em Chicago. No entanto, a NTT (Nippon Telephone & Telegraph) [NTT02] havia se antecipado, colocando um sistema semelhante ao AMPS em operao em 1979, na cidade de Tquio, no Japo. Na Europa, a primeira gerao de sistemas celulares era composta de diversos sistemas. O NMT (Nordic Mobile Telecommunications), adotado por diversos outros pases alm dos nrdicos, o TACS (Total Access Communications System), no Reino Unido, Itlia, ustria, Espanha e Irlanda, o C-450 na Alemanha e Portugal, o Radiocom 2000 na Frana e o RTMS na Itlia. Todos esses sistemas eram bastante parecidos entre si, sendo que as principais diferenas concentravam-se no uso do espectro de freqncia e no espaamento entre canais. O AMPS, por exemplo, opera na faixa de 869-894 MHz para recepo e 824-849 MHz para transmisso; o NMT-450 opera na faixa de 463-468 MHz para recepo e 453-458 MHz para transmisso, enquanto o NMT-900 utiliza a faixa de 935-960 MHz para recepo e 890-915 MHz para transmisso. Com relao ao espaamento entre os canais, pode-se citar, por exemplo, o AMPS que adota 30 kHz, o TACS e vrios outros que adotam 25 kHz.

18

Essa primeira gerao de sistemas celulares caracterizava-se basicamente por ser analgica, utilizando modulao em freqncia para voz e modulao digital FSK (Frequency Shift Keying) para sinalizao. O acesso canalizao obtido atravs do FDMA (Frequency Division Multiple Access). O tamanho das clulas situa-se na faixa de 500 metros a 10 quilmetros, sendo permitido o handoff, procedimento de transferncia de uma chamada de uma clula para outra da mesma CCC (central de comutao celular), permitindo mobilidade ou handover, que permite a transferncia automtica de ligaes de uma clula para outra. Possibilita igualmente o roaming, transferncia automtica de ligaes entre sistemas, entre os diferentes provedores de servio, desde que adotem o mesmo sistema. Na Fig. 3.1 esto representados o Handoff e o Roaming.

Figura 3.1 - Handoff e Roaming No Brasil, a primeira gerao foi definida apenas em 84, quando deu-se incio anlise de sistemas, para a escolha de qual dos sistemas, de tecnologia celular, seria adotado, onde o padro escolhido foi o padro americano, analgico AMPS. O padro AMPS foi implantado, tambm, em todos os outros pases do continente americano e em alguns pases da sia e Austrlia. O padro AMPS introduzido obedecia rigorosamente formatao em uso nos Estados Unidos. Posteriormente, com o aumento da demanda, o Ministrio das Comunicaes expandiu a Banda de freqncia para o sistema mvel celular e utilizou o padro E-AMPS (Extended AMPS). A primeira gerao, sistema analgico, possua uma qualidade de servios muito inferior a do sistema digital, atualmente em uso, alm de no oferecer grandes servios

19

aos usurios, tais como, identificador de chamadas, servio de mensagens curtas, entre outros servios, como, identificador de chamadas, servio de mensagens curtas, entre outros servios, disponveis a partir da segunda gerao (2G). Este sistema est praticamente desativado pela rea de operao e manuteno das operadoras, devido sua baixa lucratividade. A seguir sero apresentados alguns dados tcnicos sobre o sistema AMPS: 1 - Uso de sinais analgicos em seu canal de voz na sua interface area e um usurio por canal de RF (Rdio Freqncia) 1.1 - (VCH) canais de voz onde trafegam: a) voz analgica: conversao b) tons de sinalizao: modulados em FM e transmitidos ou no juntamente com a voz. c) Surtos de dados: Modulados em FSK, com interrupo da transmisso da voz por cerca de 1/10 segundo para transmisso de dados. 1.2 - (CCH) Canais de controle trafegam: a) Pagging: busca de um usurio para receber uma chamada. b) Access: acesso de um usurio, para originar uma chamada. c) mensagens de overhead: dados gerais do sistema de interesse de todos os usurios (SID, SCC, DCC, ETC). 1.3 - Caractersticas de RF (Rdio Frequncia) canais de voz (VCH): modulao: FM, desvio:12KHz, Banda:30KHz, canalizao: EAMPS. canais de controle (CCH): modulao FSK, desvio:8KHz, taxa:10KBits/s, banda:30KHz, canalizao:EAMPS 1.4 - Tons de sinalizao: tom de 10KHz e desvio de FM de 8 KHz, transmitido sempre no sentido Mvel-Estao rdio base Sinalizaes: sinalizaes transmitidas durante o tempo em que a EM emite o tom de toque- fone no gancho. transmitido durante 1,8s quando a conversao finalizada fim de chamada. transmisso durante 15 a 50 ms, quando a conversao liberada para handoff.

20

O sistema AMPS exige que o nvel de sinal de recepo de um canal transmitido por uma ERB dentro de sua rea de servio seja, no mnimo, 18 db acima da soma das interferncias de canais, ou seja C/I = 18 db. Para poder discernir entre os canais de co-clulas, juntamente com o sinal, constantemente transmitida uma sinalizao que identifica a qual cluster pertence a clula de onde vem o sinal.

21

4 4.1

SEGUNDA GERAO (2G) INTRODUO A primeira gerao, que era analgica, com o passar do tempo comeou a

apresentar grande limitaes, tais como: limitaes de ocupao de espectro de freqncia, deficincia quanto ao sigilo das conversaes e a grande diversidade de padres analgicos adotado em diversos pases, o que imps ao mercado a necessidade de se buscar novos padres. A partir dos anos 80, foi desenvolvido o padro GSM ( Global System for Mobile Communications) [GSM02], padro digital de telefonia mvel celular de grande sucesso na Europa e que est sendo implantado em diversos pases. Na evoluo do padro AMPS, analgico, para o digital, surgiram duas tecnologias, a TDMA (Time division Multiple Access) [TDM02] e a CDMA(Coded Division Multiple Access) [CDG02]. Neste captulo, sero descritas as tecnologias da Segunda Gerao (2G) , seguindo uma ordem cronolgica referente implantao destas no Brasil. A primeira tecnologia a ser descrita ser a TDMA, que foi a tecnologia adotada pelas empresas, na poca estatais, e que mantinham o monoplio da telefonia celular. Depois ser descrita a tecnologia CDMA, que foi implantada posteriormente, atravs de concesso governamental a empresas privadas e, por ltimo ser descrita a tecnologia GSM, que apesar de existir e ser utilizada por diversos pases h algum tempo, s comeou a ser implantada no Brasil em 2002. Antes de prosseguir na descrio sobre as diferentes tecnologias, entenda a diferena entre banda A e banda B: as bandas A e B so diferentes faixas de freqncia de ondas de rdio. Estas freqncias so canais de transmisso de sinais. Os telefones celulares operam atravs de ondas de rdio em uma destas freqncias, com tecnologia analgica ou digital. As empresas que trabalham com a tecnologia TDMA, operam na banda A, enquanto que as empresas que trabalham com a tecnologia CDMA, utilizam a banda B. Estas faixas de freqncia so definidas por organizaes internacionais e nacionais que atribuem, a cada tipo de servio, um pedao de espectro (espao das ondas de rdio onde trafegam vrios servios: emissoras de televiso e rdios, comunicao entre avies e aeroportos e radioamadores). Esses pedaos de espectro so chamados de bandas de freqncias. Desta forma, um servio no pode invadir um outro, que esteja localizado em uma banda diferente. A telefonia mvel celular no Brasil utiliza a faixa de freqncia de 800 Mhz a 900 MHz, dividida em duas bandas, A e B.

22

4.2

TDMA TIME DIVISION MULTIPLE ACCESS

4.2.1 Introduo O sistema TDMA uma evoluo do sistema AMPS e foi implantado em 1988 com padro IS-54 pela TIA/CTIA , com a utilizao de canais de voz digitais e TDMA, que significa, acesso mltiplo por diviso de tempo. O sistema TDMA utiliza a tcnica de acesso digital, que utiliza multiplexao temporal, em que mais de um usurio pode utilizar o mesmo canal de voz, simultaneamente. 4.2.2 O sistema TDMA A norma IS-54, tambm chamada de DAMPS (Digital AMPS), que utiliza TDMA como tcnica de acesso, prev que at 6 usurios podem ocupar, simultaneamente, um mesmo canal de voz, porm, atualmente apenas 3 usurios o fazem. Os sistemas e aparelhos da tecnologia TDMA so chamados de dual mode TDMA/AMPS, pois funcionam tanto em modo analgico quanto em modo digital, dependendo da estrutura local. Na implementao do DAMPS, baseado no AMPS, foram adicionadas s clulas analgicas alguns canais de voz e um canal de localizao digital e as mensagens do canal de controle foram reprogramadas. Alguns destes canais de voz so usados como canais de controle. O canal de controle (CCH) possui as mesmas caractersticas de rdio freqncia do canal de controle AMPS, modulao: FSK, desvio:8Khz, taxa:10 Kbits/s, banda:30 Khz e canalizao:EAMPS. Devido ao aumento da capacidade de trfego pelo TDMA, um CCH por clula pode ser pouco, podendo ento serem utilizadas as bandas A e B como canais de controle. Na Fig. 4.1, so mostrados os canais de voz utilizados pela tecnologia TDMA.

Figura 4.1 - canais de voz na tecnologia TDMA, sendo alguns deles utilizados como canais de controle

23

As diferenas entre os canais de controle no TDMA em relao ao AMPS, so: o Bit PCI ( Protocol Capability Indicator), que era reservado no sistema AMPS, no TDMA setado em 1 quando a clula tem capacidade digital, a mensagem IVCD (Initial Voice Channel Designed) substituda pela mensagem ITCD (Initial Traffic Channel Designed). O canal de voz (VCH) no AMPS utilizava a modulao FM (Freqncia Modulada), j no TDMA so modulados segundo tcnicas digitais /4 DQPSK, o que significa que nos sistemas digitais, no ocorre mais o trfego de udio pelos canais de voz, apenas ocorrem o trfego de dados. A voz, aps algum tratamento, vai a um digitalizador baseado na lei do CCITT [ITU02], 8 bits por amostra, transformando-se em dados a 64 Kbps. Devido a voz humana possuir uma forte redundncia e embora seja grande o nmero de vocbulos, o nmero de vocbulos diferentes bem limitado, podendo-se criar alfabetos destes sons com suas seqncias de bits, criando um cdigo mais curto. Assim, no difcil criar algoritmos de compresso de voz que permitam transmiti-la a uma taxa menor que 64 Kbps. O algoritmo de compresso de voz especificado pela IS-54, que comprime os 64 Kbps em cerca de 8 Kbps, chamado de VSELP (Vector Sum Excited Linear Predictive Coding). Os codificadores existentes hoje (64 X 8 Kbps) permitem a transmisso de voz de um usurio em dois timesslots, limitando a utilizao do canal TDMA a 3 usurios, subutilizando a capacidade que de seis usurios, problema este que ser solucionado futuramente. Na Fig. 4.2 mostrado o modelo de processamento de voz, no sistema digital. A Fig. 4.3 mostra a diferena de capacidade de trfego, do AMPS para o TDMA.

Figura 4.2 - Modelo de processamento de voz no sistema digital

24

Figura 4.3 - Capacidade de trfego no TDMA triplicada, comparada ao AMPS Transmisso descontnua: A norma IS-54 [TIA02] permite que o aparelho pare de transmitir no canal de voz reverso, quando o usurio no estiver falando. Esta caracterstica chamada de DTX, permitindo economia de energia e liberao do canal para outros servios. Na Fig. 4.4 mostrado o esquema de uma unidade mvel TDMA.

Figura 4.4 - Esquema de uma unidade mvel TDMA

25

Sincronizao de VCH reverso: O aparelho deve possuir um circuito recuperador de relgio, baseado nas transmisses do canal de voz direto. Alm disto, deve possuir uma lgica que lhe permita, depois que receber o time-slot vindo da estao rdio-base, aguardar um tempo programado para fazer a transmisso no sentido reverso. Esse tempo de espera, quando no necessrio nenhum alinhamento de tempo, de 45 smbolos. A norma IS-54 foi substituda posteriormente pela norma Is-136 [TIA02], que tornou o TDMA totalmente digital com a adio do DCCH (canal de controle digital). o codificador de voz utilizado na norma IS-54 tambm foi substitudo por outro que apresentou maior qualidade de voz. A norma IS-136 trouxe novos servios como os de SMS (Short Message Service), que um servio que permite o envio e recepo de mensagens de at 160 caracteres atravs do centro de mensagens do operador do telefone, identificador de chamadas e outros. O IS-136 foi criado para estabelecer servio celular na faixa de 1.900 Mhz e introduziu novos servios programados. Com a implementao do IS-136B, que na verdade apenas um incremento da norma IS-136, novos servios foram includos, tais como: broadcast SMS, dados de pacotes, alm de outros. A figura abaixo, Fig. 4.5, mostra a evoluo da tecnologia TDMA.

Figura 4.5 - Evoluo do TDMA

26

4.2.3 Vantagens e desvantagens do sistema TDMA A grande vantagem e fator decisivo para o sucesso do sistema TDMA foi em relao ao custo de implantao, pois utilizou equipamentos que j estavam implantados na tecnologia analgica. A desvantagem do sistema TDMA que cada usurio tem um slot de tempo pr-definido. Entretanto, usurios mudando de uma clula para outra, no possui ainda um slot de tempo predefinido, e com isso, se todos os slots da clula estiverem ocupados, a ligao ser desconectada. Outro problema que ocorre com o TDMA a distoro de mltiplos caminhos, ou seja, um canal saindo de uma torre pode percorrer vrios caminhos. Se um caminho passa, por exemplo, por muitos prdios, antes de chegar ao seu destino, pode sofrer interferncia. Para diminuir a interferncia, colocado um limite de tempo no sistema.

4.3

CDMA CODED DIVISION MULTIPLE ACCESS

4.3.1 Introduo O padro CDMA foi criado pela TIA (Telecommunications Industry Association Committee) como IS-95 (International Standard) [TIA02], em 1993, e conhecido atualmente como cdmaOne. A sigla CDMA que significa Acesso Mltiplo por diviso de cdigo, o nome da tecnologia usada para comunicao sem fio em que o transporte das informaes ocorre por meio de ondas de rdio. O CDMA foi desenvolvido inicialmente para uso militar. O sistema gasta pouca energia; utiliza as freqncias disponveis de forma eficiente; simplifica o planejamento, pois todos os equipamentos transmitem e recebem na mesma freqncia; usa um exclusivo sistema de cdigos que permite receber o sinal desejado mesmo em condies adversas. O CDMA difere muito dos demais sistemas. No modo analgico AMPS, cada telefone usa um par de freqncias de rdio (canal) para comunicao, sendo um canal pra transmisso (Tx) e outro para recepo (Rx), j no sistema CDMA, todos os assinantes transmitem e recebem informaes utilizando o mesmo canal, ao mesmo tempo. A cada assinante atribudo um cdigo exclusivo. Para receber informaes de um assinante especfico, s conhecendo o seu cdigo.

27

4.3.2 Tecnologia O CDMA uma forma de spread-spectrum, uma famlia de tcnicas de comunicao digital que tem sido utilizada em aplicaes militares por muitos anos. O princpio central do spread-spectrum o uso do som como ondas portadoras e larguras de banda muito maiores do que as requeridas para comunicao ponto-a-ponto na mesma taxa de dados. Originalmente houveram duas motivaes: resistir ao esforo inimigo em derrubarem as comunicaes (anti-jam ou AJ), ou esconder o fato de que a comunicao estava mesmo acontecendo, s vezes chamada baixa probabilidade de interpretao (LPI). No sistema CDMA, os sinais de 60 assinantes so transmitidos, pela estao rdio base, na mesma freqncia da portadora, todos ao mesmo tempo. uma portadora mais larga de 1,25 MHz, que ocupa o espectro de seis canais AMPS, nesta estao rdio base, em grupos de 7 clulas. Os assinantes so distinguidos por um cdigo atribudo a cada um.

4.3.3 Processo de transmisso e recepo O sistema CDMA digital, isto , inicialmente a voz do assinante convertida em bits. O processo feito atravs do mtodo de converso PCM ( Pulse Code Modulation), a digitalizao da conversa resulta em 64.000 bits. No padro CDMA IS-95, o sinal PCM de 64 Kbps comprimido para um sinal de velocidade menor. Esta compresso feita pelo VOCODER (codificador de voz). A seqncia resultante do sinal codificado modula uma portadora fo produzindo um sinal que transmitido. No meio de transmisso, este sinal se junta a outros sinais modulados na mesma freqncia, porm utilizam sinais pseudo-aleatrios diferentes (falsa seqncia de cdigos aleatrios) em sua formao. A recepo se faz utilizando a mesma seqncia pseudoaleatria que foi utilizada na transmisso. No meio de transmisso, o canal desejado fica mergulhado sob os canais compartilhantes da mesma faixa espectral. Aps a correlao com a seqncia local correta, o canal desejado agrega-se tornando-se estreito e fica muito mais intenso. Com isso, ele emerge acima do nvel de conjunto de canais compartilhantes, que continuam espalhados. Em seguida, este canal desejado estreito passa por um filtro adequado sua largura de faixa estreita e a seguir demodulado. Na figura Fig. 4.6 mostrado o processo de transmisso de voz.

28

Figura 4.6 - Processo de transmisso

4.3.4 Spread Spectrum CDMA uma tecnologia spread spectrum, significa que ela espalha a informao contida em um sinal particular em uma largura de banda muito maior do que o sinal original. Uma chamada CDMA comea com uma taxa padro de 9600 bits/s. Esta ento espalhada para uma taxa transmitida de 1,23 Mbits/s. Espalhar significa que os cdigos digitais so aplicados aos bits de dados associados com usurios em uma clula. Estes bits de dados so transmitidos juntamente com os sinais de todos os outros usurios naquela clula. Quando o sinal recebido os cdigos so removidos do sinal desejado, separando os usurios e retornando a chamada para uma taxa de 9600 bits/s. Utilizaes tradicionais do spread spectrum esto em operaes militares. Por causa da largura de banda de sinal spread spectrum, ele muito difcil de comprimir, interferir e identificar. este um contraste para tecnologias usando uma largura de banda menor de freqncias. Desde que um sinal spread spectrum de banda larga muito difcil para detectar, ele aparece como nada mais que um fraco ascendendo no nvel de interferncia. com outras tecnologias, a potncia dos sinais concentrada em uma banda mais estreita, a qual torna-o mais fcil de detectar. Privacidade aumentada inerente na tecnologia CDMA, pois um simples receptor de rdio no ser capaz de interferir em conversaes digitais individuais fora da radiao RF em uma freqncia de banda.

4.3.5 Sincronizao Nos estgios finais da codificao da ligao de rdio da estao base para a mvel, o CDMA adiciona um especial pseudo cdigo aleatrio par o sinal que repete a si mesmo depois de uma quantidade de tempo finita. Estaes base, no sistema, distinguem-se

29

uma das outras pela transmisso de diferentes pores de cdigo num dado tempo. Em outras palavras, as estaes base transmitem verses offset do mesmo pseudo cdigo aleatrio. Para assegurar que os tempos offset usados permaneam nicos, as estaes CDMA devem permanecer sincronizadas a um tempo de referncia comum.

4.3.6 A ao balanceamento A cobertura da clula CDMA depende de como o sistema projetado. De fato, trs caractersticas dos sistemas primrios (cobertura, qualidade e capacidade), devem ser balanceadas para se chegar ao nvel de performance desejada. Em um sistema CDMA esto intrinsicamente inter-relacionadas. Mesmo capacidades mais altas podem ser obtidas atravs de alguns graus de degradao na cobertura e/ou qualidade. desde que estes parmetros esto todos interligados, operadoras no podem ter o melhor de todas as trs caractersticas.

4.4

GSM

4.4.1 Introduo O sistema GSM (Global System for Mobile Communications ) [GSM02] foi desenvolvido para solucionar um problema de falta de interoperabilidade entre os sistemas de telefonia celular existentes na Europa. O objetivo era proporcionar uma srie de servios atravs da utilizao de uma RDSI (Rede Digital de Servios Integrados). A implantao deste sistema, na Europa, se deu em 1991 e, desde ento, vrios pases da Amrica do Sul, sia e Austrlia tm adotado o GSM. Segundo a Associao GSM World [GSM02], mais de 70% dos usurios de celulares, no mundo, utilizam essa tecnologia em 179 pases. 4.4.2 Servios Principais servios suportados pelo padro GSM: a) servios de telefonia, incluindo fax, videotexto e telex. b) servios de dados com possibilidade de comunicao de dados por pacotes a taxas de at 9,6 Kbit/s. c) servios de RDSI suplementares, tais como: desvio de chamada, identificao de assinante chamador e servio de mensagens atravs do SMS (Short Message Service), que permite a

30

recepo de mensagens alfanumricas mesmo durante uma conversao e ainda permite transmitir, repetitivamente, mensagens ASCII para todos os assinantes.

4.4.3

SIM (Subscriber Identification Module) Outra grande inovao do sistema GSM o mdulo de identificao do

usurio, o SIM, com capacidade atual de 32 MB, que armazena desde o nmero da linha at a lista de contatos, passando pelas informaes sobre a conta do cliente, e um eficiente sistema anticlone. O SIM pode apresentar-se sob a forma de um carto de crdito ou de um plug-in que conectado ao terminal GSM. Sem o SIM, o terminal fica inoperante. A privacidade e segurana so outras caractersticas marcantes no padro GSM, devido ao SIM possuir um sistema nativo de autenticao que, a cada ligao recebida ou originada pela rede GSM ativa, atravs de senha pessoal, uma chave randmica de criptografia de 128 bits, mesmo sistema de segurana utilizado por bancos e sites de comrcio eletrnico na Internet. Alm da proteo no prprio chip, a nova rede refora ainda mais a segurana em suas comunicaes, porque, diferentemente da infra-estrutura das redes operantes no Brasil, TDMA e CDMA, a rede GSM 100% digital, o que quase impossibilita a fraude em aparelhos deste tipo, j que a clonagem de aparelhos celulares feita quando estes esto em modo analgico, o que no ocorre com o GSM, por ser totalmente digital.

4.4.4 Roaming internacional Outro atrativo de peso para a implantao da rede GSM a possibilidade de roaming internacional, j que a rede est implantada por todos os pases da Europa e nos continentes asitico e americano, incluindo a Amrica latina, onde o sistema funciona em seis pases. O usurio do sistema GSM pode carregar seu carto SIM, com o nmero de sua linha do Brasil, para funcionar em qualquer um dos pases onde a tecnologia estiver disponvel, pagando a tarifa extra de roaming em mdia, 25% mais cara do que o valor do pulso local. Mas, se o roaming um dos grandes atrativos da tecnologia GSM em todo mundo, no Brasil, por enquanto, ser um obstculo, pois as tecnologias de telefonia celular existentes, TDMA e CDMA no possibilitam roaming com o GSM, que pode levar o cliente GSM a ficar com o telefone mudo em diversos estados.

31

4.4.5 GSM no Brasil No Brasil, A ANATEL (Agncia Nacional de Telecomunicaes) divulgou a faixa de freqncia para a banda C, onde ser implantado o GSM, que ser de 1,8 GHz. As operadoras que inicialmente esto implantando a tecnologia GSM no Brasil so a Oi, que uma subsidiria da Telemar [TLM02], e a TIM (Telecom Itlia Mobile) [TIM02], as demais operadoras tm planos para implantao a mdio prazo, como a Sercomtel de Londrina, Paran. A TIM e a Oi prometem oferecer cobertura em todo territrio nacional, em um curto perodo de tempo. O sistema GSM permite a escolha da operadora de longa distncia para interurbanos, a partir do celular. Em algumas capitais, o sistema GSM j ir chegar com a 2.5G (Gerao intermediria entre a Segunda e a Terceira), que a tecnologia GPRS (General Packet Radio Service), que o protocolo que adiciona a comutao de pacotes em celulares GSM, tornando estes aparelhos capazes de realizarem transmisses de dados a 60 Kbps, podendo ser expandida at 115 Kbps, com duas grandes vantagens: conexo permanente com a Internet e cobrana por quantidade de dados transmitidos, o que barateia o acesso web por celulares e PDAs ( Digital Personal Assistent).

32

2.5 G

5.1

INTRODUO

As tecnologias apresentadas neste captulo, so as tecnologias de 2.5G, que recebem essa denominao por serem tecnologias que surgiram como complemento Segunda Gerao, tendo em vista sua otimizao e incremento para alcanarem a Terceira Gerao (3G). As tecnologias abordadas so: a GPRS e a CDMA2000 1x. Ambas as tecnologias proporcionam um grande ganho na capacidade na transferncia de dados em relao s tecnologias existentes na segunda gerao. A tecnologia GPRS surge como um complemento tecnologia GSM enquanto a CDMA2000 1x aparece como complemento tecnologia CDMA. A primeira tecnologia a ser abordada ser a tecnologia GPRS e, em seguida, ser abordada a CDMA2000 1x. Neste trabalho, o CDMA2000 1x ser abordado como tecnologia de 2.5G, porm existe uma controvrsia na rea de telecomunicaes, onde alguns tcnicos consideram a CDMA2000 1x como tecnologia de terceira gerao e outros a tratam como tecnologia de 2.5 G, como o caso da empresa Ericsson [ERI02].

5.2

GPRS (GENERAL PACKET RADIO SERVICE) A tecnologia GPRS encontra-se disponvel mundialmente em mais de 65

pases, com a proviso de servios de 141 operadoras que fornecem, em conjunto, mais de 85 modelos de aparelhos (julho 2002). Diversos analistas estimam que a venda de unidades ser superior a 100 milhes de aparelhos GSM/GPRS em 2003, fazendo com que a GPRS se torne a principal rede baseada em pacotes da prxima gerao. A GPRS a soluo de conectividade IP, baseada em pacotes, que suporta uma ampla gama de aplicaes direcionadas ao consumidor e s empresas. As redes GPRS funcionam como extenses celulares da Internet e proporcionam aos usurios acesso Internet, bem como s suas prprias organizaes, de qualquer lugar. Com taxas de rendimento de at 48 Kbit/s (80 Kbit/s com a GPRS CS3-4) utilizando-se dispositivos com quatro intervalos de tempo, os usurios possuem a mesma velocidade de acesso efetivo que um modem, mas com a convenincia de poder conectar-se de qualquer lugar.

33

Para entender a evoluo da capacidade de transmisso de dados, precisamos examinar rapidamente a maneira como estes servios de dados funcionam, a comear com a arquitetura da GPRS, descrita na figura abaixo (Fig. 5.1).

Figura 5.1 - Arquitetura GSM/GPRS A GPRS consiste, essencialmente, no acrscimo da infra-estrutura de dados de pacotes GSM. As funes dos elementos de dados so as seguintes: 1. O controlador da estao base direciona os dados de pacote para o ndulo de suporte da rea de servios GPRS ( Serving GPRS Support Node SGSN), um elemento autentica e verifica a localizao das estaes mveis. 2- O SGSN realiza, para dados as mesmas funes que o centro de comutao mvel realiza para voz. Existe um SGSN para cada rea de servio. 3- O SGSN encaminha os dados do usurio para o Ndulo de Suporte do Portal GPRS (Gateway GPRS Support Node - GGSN), que um portal para redes externas. Existe, geralmente um GGSN para cada rede externa (Internet). O GGSN gerencia tambm os endereos de IP, designando dinamicamente endereos de IP para estaes mveis enviarem suas transmisses de dados. Outro elemento importante o registro de localizao de base do servio (home)(HLR), que guarda as informaes da conta do usurio para servios tanto de voz como de dados. O que significativo que esta mesma infra-estrutura de pacotes pode ser usada para suportar servios de dados em redes EDGE ( Enhanced Data Rates for Global Evolution) e WCDMA (Wideband Coded Division Multiple Access), simplificando processos de atualizao de rede para as operadoras, no futuro.

34

Na conexo de rdio, a GSM utiliza canais de rdio na freqncia de 200 Khz, dividido em oito intervalos de tempo que se repetem a cada 4,6 msec, conforme demonstrado na figura abaixo (Fig. 5.2).

Figura 5.2 - Exemplo da Estrutura de Intervalos de Tempo da GSM/GPRS A rede pode ter canais de rdio mltiplos (denominados transceptores), operando em cada setor de clula. A rede designa funes diferentes para cada intervalo de tempo, tais como canal de controle de difuso, funes de comutao de circuitos, como chamadas de voz ou chamadas de dados por comutao de circuito, o canal de controle de difuso de pacotes (opcional) e os canais de dados de pacotes. A rede pode ajustar dinamicamente a capacidade entre as funes de dados e de voz e tambm pode reservar uma quantidade mnima de recursos para cada servio. Isto proporciona um trfego maior de dados quando o de voz for baixo ou mais trfego de voz, quando o de dados baixo, alm de minimizar o uso geral da rede. Com relao a desempenho de dados, todos os intervalos de tempo podem fornecer taxas de transmisso de dados ao usurio de cerca de 10 Kbit/s, utilizando esquemas de codificao 1 e 2, e a rede pode agregar at quatro desses, em conexo descendente (downlink), com aparelhos celulares atuais para fornecer ao usurio rendimentos de dados perceptveis de at 40 Kbit/s. Se houver mltiplos usurios de dados ativos em um setor de clula paralelo, eles compartilharo os canais de dados disponveis. Contudo, com o aumento da demanda por servios de dados, as operadoras podem atender aos clientes, designando um nmero crescente de canais para servios de dados, limitado apenas pelo total de espectro que tm disponvel e o planejamento de rdio. Com os esquemas de codificao 3 e 4, a GPRS possui maior flexibilidade sobre a maneira como a conexo de rdio distribui os bits de comunicao entre os controles de dados e de erro, resultando em maior rendimento, com qualidade de sinal superior. O resultado so taxas de rendimentos at 33% superiores e eficincia espectral cerca de 30%

35

maior. Os esquemas de codificao 3 e 4 so uma opo para as operadoras. Para elevar ainda mais o desempenho e a capacidade da GPRS, as operadoras podem empregar a tecnologia EDGE, que faz parte das tecnologias da Terceira Gerao (3G). Os Benefcios que a tecnologia GPRS trar so, a velocidade dados mais rpida, a mobilidade always on, conexo quase instantnea, a conexo a uma abundncia de dados ao redor do mundo, atravs da sustentao para mltiplos protocolos, incluindo o IP, e ser o primeiro passo para a implantao de servios de Terceira Gerao (3G).

5.3

CDMA2000 1X

5.3.1 Introduo A tecnologia CDMA 1xRTT (One Times Radio Transmission Technology) geralmente abreviada como CDMA2000 1X e algumas vezes como CDMA2000 1x. um padro de banda larga para celulares que permite at 144 Kbps na comunicao de dados, dez vezes mais que a velocidade hoje possvel em CDMA, 14,4 Kbps.

5.3.2 Dados sobre CDMA2000 1x A tecnologia CDMA2000 1x pode ser implantada em operadoras CDMA, que trabalhem, na faixa de freqncia de 800 MHz, 1900 MHz ou ambas, sem a necessidade de uma nova faixa de espectro. A evoluo para a tecnologia CDMA2000 requer placas de canal e atualizao de software para as estaes rdio-base da CDMA, alm do lanamento de aparelhos telefnicos para CDMA2000 1x. Como os aparelhos CDMA2000 1x so retroativamente compatveis com a infra-estrutura CDMA herdada, estar eliminada tambm a necessidade de aparelhos multmodo. A evoluo para servios CDMA2000 3G no est limitada s operadoras de CDMA atuais. A CDMA2000 atraente para s operadoras TDMA porque eles j utilizam o mesmo ncleo de rede baseada no padro ANSI-41 que s operadoras de CDMA. Para operadores de GSM, o padro de CDMA-MC para GSM MAP (IS-833) define a maneira pela qual a interface area da CDMA2000 pode operar na rede GSM MAP, fazendo desta uma abordagem econmica e tecnicamente vivel para a oferta de servios 3G em um prazo adequado. Alm de aplicaes mveis, a CDMA2000 tambm pode ser implementada num ambiente fixo de WLL (loop local sem fio).

36

Os servios CDMA2000 j foram desdobrados comercialmente, tomando a viso IMT-2000 em realidade. A SK Telecom, a LG Telecom e KT Freetel lanaram os primeiros sistemas 3G comerciais do mundo na Coria. Atualmente, as suas redes contam com mais de 5.000 estaes de base CDMA2000 desdobradas, apoiando mais de 6 milhes de assinantes. Lanamentos comerciais adicionais da CDMA2000 ocorrero na sia, Amrica Latina e Amrica do Norte mais para o fim de ano. 5.3.3 TERMINAIS, PLACAS PARA PC E OUTROS DISPOSITIVOS CDMA2000 Terminais CDMA2000 1x capacitados para 2.5G esto comeando a marcar presena no mercado. J se encontram disponveis modelos fabricados por Audiovox, Casio, Cyberlane, Ericsson, Hyundai CURITEL, Kyocera, LG Electronics, Motorola, Samsung, Sanyo, Sewon Telecom, SK TeleTech, Synertek, Toshiba e Tottori Sanyo. Alm de aparelhos de telefone, produtos de modem da AirPrime, AnyDATA, GTRAN, Novatel Wireless, Sierra Wireless e Yiso Telecom j foram lanados no mercado. Tambm existem planos para introduzir uma srie de outros dispositivos no futuro prximo, incluindo telefones CDMA2000 de baixssimo custo, PDAs, telefones de web, laptops, mesas grficas e NIU (unidades de interface de rede) para servios WLL. 5.3.4 CDMA2000 E ESPECTRO A CDMA2000 no est restrita somente banda defnida pela IMT (International Mobile Telecommunications); esta tecnologia foi definida para operar em todos os existentes espectros estabelecidos para telecomunicaes de tecnologia sem fio, maximizando portanto a flexibilidade para os operadores. Ademais, a CDMA2000 fornece servios 2.5G/3G enquanto ocupa uma pequena faixa do espectro (1,25 MHz por portadora), protegendo este recurso precioso para os operadores.

37

6 6.1

TERCEIRA GERAO (3G)

INTRODUO

As tecnologias de Terceira Gerao so padronizadas pelo ITU (Internationa Telecommunications Union) [ITU02], que atua como rbitro para os padres 3G. Ela no define a Terceira Gerao em termos de largura de canal ou alocao de espectro, mas de acordo com a taxa de transmisso de dados. Segundo a definio da ITU, a interface de rdio freqncia 3G capaz de aceitar taxas de dados iguais ou superiores a 144 Kbps. As opes de tecnologias para a terceira gerao so a EDGE, WCMA e HSDPA que so a evoluo da tecnologia de Segunda Gerao (2G) GSM, e a CDMA2000 1x ev que a evoluo da tecnologia de Segunda Gerao (2G), CDMA. A ordem de abordagem das tecnologias neste captulo ser, EDGE, WCDMA e HSDPA, relacionadas TDMA e GSM, e depois ser abordada a tecnologia CDMA2000 1x ev. Com a implantao da Terceira Gerao (3G) novos servios multimdia sero disponibilizados, tais como: transmisso de vdeo em tempo real, servios de MMS ( Multimedia Message Service), que a evoluo do SMS, permitindo o envio de mensagens com contedo de texto formatados, udio e vdeo, alm de outros servios. 6.2 EDGE

6.2.1 Introduo A tecnologia EDGE (Enhanced Data Rates for Global Evolution), uma tecnologia celular oficial 3G que pode ser empregada nas faixas de freqncia de 450, 850, 900, 1800 e 1900 Mhz. Uma otimizao poderosa para as redes GSM/GPRS. A EDGE aumenta as taxas de transmisso de dados em at trs vezes em comparao com a GPRS e duplica a capacidade de dados. Isto se d com a otimizao da interface de rdio, permitindo, ao mesmo tempo, que os outros componentes da rede permaneam inalterados. Na verdade, com as novas instalaes das tecnologias GSM/GPRS, a atualizao da rede para a EDGE pode ser realizada utilizando-se apenas um software. A rede GPRS que utiliza a interface de rdio EDGE tecnicamente denominada rede GPRS Ampliada, EGPRS (Enhanced GPRS), e a combinao das redes de acesso de rdio GSM e EDGE denominada GERAN. A EDGE

38

totalmente compatvel com a GPRS e qualquer aplicao desenvolvida para a GPRS funcionar com a EDGE. 6.2.2 Dados tcnicos sobre a EDGE A EDGE emprega trs tcnicas avanadas na conexo de rdio que permitem que a EDGE atinja uma eficincia espectral extremamente alta para servios de dados celulares de banda estreita (taxas de at 100 Kbit/s). A primeira tcnica o acrscimo de um novo esquema de modulao denominado 8-PSK (Octanary Phase Shift Keying) que permite que o sinal de rdio transmita trs bits de informao para cada smbolo de rdio, que corresponde a mudana momentnea de fase, amplitude ou freqncia para que a portadora do sinal codifique os dados binrios. Em comparao, a modulao GSM/GPRS utiliza o GMSK (Gaussian Minimum Shift Keying), que transmite um bit de informao por smbolo de rdio. A segunda tcnica so os esquemas mltiplos de codificao, em que a rede pode ajustar o nmero de bits utilizados para controle de erros baseado no ambiente de rdio. A EDGE possui cinco esquemas de codificao disponveis para 8-PSK e quatro esquemas para a GMSK, proporcionando at nove modulaes e esquemas de codificao diferentes. como mostra a tabela 1. A EDGE seleciona dinamicamente a modulao e esquemas de codificao timos para o ambiente atual de rdio. A terceira tcnica, no caso de blocos de dados serem recebidos por engano, a EDGE envia um incremento de dados para correo de dados em cada retransmisso, fazendo com que cada retransmisso tenha maior probabilidade de ser mais bem sucedida que a anterior. Este mecanismo extremamente eficaz que pode proporcionar um ganho de conectividade de cerca de 2 dB e garante o recebimento o mais rpido possvel dos dados corretos denominado redundncia incremental. Na tabela abaixo (Tab. 6.1), so apresentadas a modulao e esquema de codificao da tecnologia EDGE.

Tabela 6.1 - Modulao e esquema de codificao da EDGE

39

O rendimento por intervalo de tempo resultante da utilizao da EDGE pode variar de 8,8 Kbit/s sob condies adversas para 59,2 Kbit/s com uma relao portadorainterferncia (carrier-to-interference - C/I) muito boa. Em comparao, a GPRS proporciona 12 Kbit/s com o esquema de codificao 2 (esquema mais utilizado no momento) e 20 Kbit/s com o esquema de codificao opcional 4. Embora a EDGE possa teoricamente fornecer 59,2 Kbit/s em todos os intervalos de tempo, que somados resultariam em uma taxa de pico de 473,6 Kbit/s para a rede em todos os oito intervalos de tempo, as taxas reais para o usurio ficam geralmente entre 130 e 170 Kbit/s com dispositivos de quatro intervalos de tempo, mais de trs vezes maior do que a da GPRS. Ao enviar mais dados em cada intervalo de tempo, a EDGE tambm eleva a eficincia espectral em 150% em relao GPRS que utiliza os esquemas de codificao 1 e 2, e 100% em relao GPRS que utiliza os esquemas de codificao 1 a 4. A EDGE utiliza plenamente a capacidade do espectro de rdio disponvel. Nesse sentido, a EDGE uma tcnica to eficaz para expandir a capacidade de dados como o Codex de Taxa Mltipla Adaptvel (Adaptive Multi-rate - AMR) o para expandir a capacidade de voz. O resultado destas duas tcnicas trabalhando em conjunto a GSM se tornar uma tecnologia celular extremamente eficiente. A tecnologia EDGE se beneficia de C/I superior, em relao ao GPRS, e as taxas de dados superiores ocorrem em toda a rea de cobertura. Alm de melhorias no desempenho de rdio, a EDGE apresenta uma outra funo importante, a arquitetura de qualidade de servio utilizada pela UMTS ( Universal Mobile Telephone Service). Esta arquitetura se baseia no lanamento 99 de especificaes do 3GPP [3GP02]. Lanamentos sucessivos se beneficiam dessa base proporcionado suporte adicional para servios com telefonia de voz sobre IP e multimdia. Em relao instalao, a rede GSM pode alocar intervalos de tempo GPRS e EDGE nas camadas de reutilizao de 5/15 e 4/12 (significa que os canais de rdio disponveis so utilizados por quatro clulas, cada qual com trs setores, onde cada setor possui 1/12 do total de canais. Padro este que se repete a cada quatro clulas) bem como nas camadas de hopping (salto de freqncia) de 1/3 ou mesmo 1/1. Esta flexibilidade facilita o lanamento de servios de dados com uma certa quantidade de capacidade dados e a possibilidade de esta capacidade ser prontamente aumentada, se necessrio. Com a eficincia espectral e as capacidades da EDGE, bem como a eficincia espectral da GSM para servios de voz, as operadoras podem usar a tecnologia

40

GSM para fornecer uma ampla gama de servios de dados que atender seus clientes por um bom tempo. Alm da EDGE, as operadoras podem oferecer a sua oferta de servios de dados ainda mais com a tecnologia UMTS/WCDMA. 6.2.3 A situao atual da tecnologia EDGE A EDGE a tecnologia que ir complementar as estratgias de instalao futura da WCDMA e otimizar os recursos existentes de GSM/GPRS, como tambm permitir que as operadoras possam prestar servios 3G desde j. Esta tanto uma tecnologia de migrao, disponibilizada para otimizar os investimentos realizados nas tecnologias GSM e GPRS com o objetivo de proporcionar uma maior capacidade de rede e taxas de dados mais altas para o usurio final, como uma tecnologia que complementar as futuras redes WCDMA. Investimentos substanciais j realizados nas redes GSM atuais levaram o setor a questionar qual seria a melhor maneira de utilizar a infra-estrutura e as capacidades j instaladas e a melhor maneira de se preparar para novas instalaes de tecnologia no futuro. A capacidade da EDGE de utilizar os recursos existentes de infra-estrutura e espectro considerada um dos principais pontos positivos desta tecnologia, bem como um fator determinante importantssimo para sua utilizao. A utilizao da rede EDGE para proporcionar cobertura de alta velocidade fora das reas com capacidade WCDMA numa primeira etapa, como as principais reas metropolitanas, aumentar a adoo de servios e aplicativos 3G no mercado. O uso contnuo da EDGE para proporcionar servios otimizados em apoio cobertura WCDMA, talvez em reas com menor densidade de trfego de comunicaes, garantir o futuro da EDGE como uma tecnologia imprescindvel e colocar as operadoras de rede que empregam a EDGE em situao de vantagem no mercado. 6.2.4 Desenvolvimento de aplicativos e suporte Muitos dos aplicativos WCDMA conhecidos, baseado no que se sabe at o momento, sero adequados para uso na instalao da EDGE. Embora a EDGE venha a ter uma velocidade inferior na largura de banda superior para o usurio final, os nmeros do setor indicam que 90% dos usurios precisaro de 52Kb/s e apenas 10% precisaro de mais de que 164Kb/s. O termo esnobe de largura de banda tem sido usado para descrever os que acreditam que o acesso mvel deveria ser proporcionalmente mais rpido do que o acesso da

41

Internet que se tem em casa a grande maioria dos consumidores acessa a Internet atravs de um modem de conexo a uma velocidade inferior a 64Kb/s Embora a largura de banda para o usurio final seja um fator fundamental, a promoo do desenvolvimento de aplicativos baseados em padres tambm deveria ser considerado importante. Considerando que a EDGE uma tecnologia baseada no padro GSM, o desenvolvimento e suporte de aplicativos portanto aberto, reconhecido, padronizado e de natureza no proprietria. 6.2.5 Situao de mercado para a tecnologia EDGE Em 2002, setor de comunicaes testemunhou um aumento das atividade EDGE. Embora isto no se tenha traduzido em declaraes pblicas por parte de muitas operadoras de rede quanto s suas intenes de implementar a EDGE, este fato deveria ser visto como uma indicao positiva. Em meados de 2002, treze operadoras de rede em todo o mundo anunciaram a sua inteno de instalar redes EDGE. As primeiras operadoras de rede a tomarem esta medida tinham sede na Amrica do Norte. Com a herana da tecnologia TDMA, estas operadoras precisavam migrar em direo a uma plataforma de tecnologias mais amplamente adotada, a saber a GSM/WCDMA. Entretanto, por no haver disponibilidade imediata do espectro necessrio a proviso de todos os servios WCDMA na regio, decidiu-se adotar uma tecnologia complementar de alta velocidade que estava disponvel, que era a EDGE. 6.3 UMTS/WCDMA A UMTS (Universal Mobile Telephone Service) acumulou a grande maioria das novas licenas de espectro 3G, com mais de 100 operadoras em todo mundo com planos de instalar redes UMTS. Esta tecnologia emprega a tecnologia de acesso de rdio CDMA de banda larga. Os benefcios primordiais da UMTS incluem alta eficincia espectral, altas densidades de usurios e o suporte de aplicaes de dados com largura de banda alta. Alm disso, as operadoras podem utilizar a mesma rede central para suportar redes de acesso de rdio mltiplas, inclusive GSM, GPRS,EDGE e WCDMA. Esta mesma rede central utiliza os mesmos componentes como a GPRS. Isto se chama rede de rdio mltipla UMTS e proporciona s operadoras o mximo de flexibilidade para oferecer diferentes servios em toda a sua rea de cobertura. Na figura Fig. 6.1 mostrado o esquema de uma rede UMTS.

42

Figura 6.1 - Rede de rdio mltipla UMTS A rede de acesso de rdio UMTS consiste em estaes base de rdio (correspondentes aos sistemas de transceptores base GSM) que conectam aos controladores de rede de rdio (correspondentes aos controladores da estao base GSMs). Em redes com acesso tanto rede GSM como WCDMA,a rede pode passar os usurios de uma rede para a outra. Isso importante para gerenciar a capacidade e tambm para reas onde a operadora possui cobertura GSM contnua, mas apenas instalou a WCDMA em alguns locais. Alm disso, a rede pode selecionar a rede de acesso de rdio mais adequada para o usurio com base nas preferncias dele ou da carga corrente da rede. Enquanto que a GSM um sistema de espalhamento espectral baseado na diviso de tempo em combinao com o frequency Hopping (salto de freqncia), a WCDMA um sistema de espalhamento espectral baseado na seqncia direta. A WCDMA apresenta maior eficincia de espectro do que a GSM, mas na sua natureza de banda larga que se encontra a sua maior vantagem, a capacidade de traduzir o espectro disponvel em taxas de transmisso de dados mais altas. Isto resulta em flexibilidade no gerenciamento de vrios tipos de trfego, incluindo voz, dados de banda estreita e de banda larga. Embora a WCDMA seja considerada um sistema de diviso de cdigo, esta tecnologia na verdade uma combinao de acesso mltiplo por diviso de cdigo e acesso mltiplo por diviso de tempo. A WCDMA destina cdigos diferentes para canais diferentes, tanto para voz como para dados, e pode ajustar a quantidade de capacidade ou espao de cdigo para cada canal a 10 msec. A WCDMA cria canais de trfego com largura de banda maior mediante a reduo da quantidade de espalhamento, utilizando um cdigo mais curto.

43

Os usurios de dados de pacotes podem utilizar os mesmos cdigos e/ou intervalos de tempo que outros usurios ou a rede pode designar aos usurios canais e intervalos de tempo exclusivos. Uma melhoria em relao tecnologia GPRS que canais de controle que normalmente carregam os dados de sinalizao tambm podem carregar pequenas quantidades de dados de pacotes, que reduz o tempo de iniciao das comunicaes de dados. Na WCDMA, os canais de dados podem suportar at 2 Mbit/s de rendimento de dados. Embora o rendimento exato dependa do tamanho do canal escolhido pela operadora e do nmero de usurios ativos na rede, os usurios podem esperar rendimento de at 384 Kbit/s, que atender os requerimentos de quase todas as aplicaes orientadas para comunicao. Enquanto a EDGE uma tecnologia extremamente eficiente no suporte a usurios de largura de banda baixa, a WCDMA extremamente eficiente no suporte a usurios de largura de banda alta (100 Kbit/s ou mais). Em uma rede de rdio mltipla UMTS, as operadoras podem destinar canais EDGE para usurios de largura de banda baixa e canais WCDMA para outros usurios, otimizando dessa maneira o desempenho e a eficincia geral da rede, bem como maximizar o nmero de aplicaes de usurios que podem ser suportadas. Em comparao com a CDMA2000, a WCDMA apresenta algumas vantagens inerentes devido ao seu canal de rdio mais largo (5 MHz versus 1,25 MHz). A taxa de chip maior (3,84 Mcps em comparao a 1,22 Mcps) consegue suportar taxas de dados de pico maiores e apresenta a melhor mdia esttica de trfego, denominada eficincia de tronco. Para expandir ainda mais o nmero de aplicaes que podem operar com eficcia, a UMTS emprega uma arquitetura de qualidade de servio para dados que proporciona quatro tipos fundamentais de trfego, que incluem: 1. Conversa. Dados interativos em tempo real com largura de banda controlada e com atraso mnimo, tais como, vdeo conferncia e voz atravs do protocolo da Internet (voice-over - IP). 2. Fluxo Contnuo. Dados contnuos com largura de banda controlada e algum atraso, tais como, msica ou vdeo. 3. Interativo. Dados de ida e volta sem controle de largura de banda e com algum atraso, tais como, navegao na Internet.

44

4. De Fundo. Dados de prioridade mais baixa que so transmitidos como lote em tempo no real. A arquitetura proposta, disponvel tanto para as redes de acesso de rdio EDGE como WCDMA, envolve a negociao e priorizao do trfego na rede de acesso de rdio, na rede central e nas interfaces com as redes externas como no caso da Internet. Conseqentemente, as aplicaes podem negociar parmetro de qualidade de servios do incio ao fim, entre um terminal mvel e um sistema final fixo, atravs da Internet ou Intranets privadas. Esta capacidade essencial para expandir o mbito das aplicaes suportadas. Para provar um ponto, a ampliao da gama de aplicativos estimula o potencial de demanda e receita. Os mecanismos QoS (Quality of service) tambm so um aspecto importante para outra arquitetura UMTS denominada Subsistema de Multimdia IP (IMS), um mtodo centralizado em IP no qual a rede trata todo o trfego, seja de dados ou de voz, como se fosse trfego de IP e o direciona atravs de SGSN( Serving GPRS Support Node) e GGSN (Gateway GPRS Support Node). Isto efetivamente elimina o centro de comutao mvel. O IMS controla as funes de telefone e as sesses de multimdia usando o protocolo padro de iniciao da seo (SIP) da IETF (Internet Engineering Task Force) [IET02] e direciona o trfego de voz ou diretamente para a Internet, redes IP privadas, ou atravs de portais para redes de telefonia de comutao de circuito. O IMS faz parte dos lanamentos de especificaes 5 e 6 do 3GPP [3GP02] e estaro disponveis tanto para as rede de acesso EDGE como UMTS. A figura Fig. 6.2 descreve o Subsistema de Multimdia IP.

Figura 6.2 - Subsistema de Multimdia IP (IMS)

45

Os benefcios de se utilizar o IMS inclui o uso mais eficiente dos recursos do rdio, porque todas as comunicaes so tratadas no domnio do pacote, h maior integrao com a Internet, e uma infra-estrutura de custo mais baixo que baseada em blocos de IP a mesma para servios de voz e de dados. Isto permite que os servios de voz e de dados sejam fornecidos a um custo mais baixo e, portanto oferecidos a preos mais baixos, aumentando ainda mais a demanda e uso dessas redes.

6.4

HSDPA O HSDPA (High Speed Downlink Packet Access) uma otimizao da

WCDMA que proporciona capacidade de dados celulares com alta performance e taxas de pico de cerca de 10 Mbit/s. A HSDPA totalmente compatvel com a WCDMA e qualquer aplicao desenvolvida para a WCDMA funcionar com a HSDPA. A HSDPA aparece no lanamento 5 de especificaes do 3GPP [3GP02]. A HSDPA atinge altas velocidades atravs das mesmas tcnicas que amplificam o desempenho da EDGE em relao tecnologia GPRS. Estas tcnicas incluem o acrscimo de uma modulao maior como a 16-QAM, a codificao varivel de erros, e adaptao da conexo s condies de rdio do momento, ajustando a modulao e a codificao quando necessrio. Alm disso, a HSDPA usa um mecanismo de escalonamento eficiente que determina o usurio que receber mais recursos. Por fim, o HSDPA compartilha seus canais de alta velocidade entre usurios no domnio de tempo, que a tcnica mais eficiente. A HSDPA realiza todo o potencial da WCDMA na proviso de servios de banda larga e a capacidade definida de dados celulares com maior rendimento. Da mesma forma que a EDGE aumenta a eficincia de espectro em comparao tecnologia GPRS, a HSDPA tambm aumenta a eficincia de espectro em comparao com a WCDMA. A maior eficincia de espectro e a velocidade mais alta no apenas possibilita o uso de uma nova categoria de aplicaes, mas tambm suporta um nmero maior de usurios acessados rede, com a HSDPA, proporcionando mais que o triplo da capacidade WCDMA.

46

6.5

CDMA2000 1X EV A tecnologia CDMA2000 1x EV uma evoluo da tecnologia CDMA2000

1x e fornece velocidade mxima eficiente de at 2,4 Mbps em uma largura de faixa padro com freqncia de 1,25 MHz. Preparado para servios de dados de pacotes, a CDMA2000 1x EV incorporou uma arquitetura flexvel baseada nos protocolos IP que permitem execues flexveis, de alta-performance e custo-efetivo. Como uma soluo complementar para as redes que utilizam torres, antenas e equipamentos existentes da rede, a tecnologia de CDMA2000 1x EV permite s operadoras, influenciar seus investimentos de infra-estrutura e redes atuais de comunicao. CDMA2000 1x EV pode tambm trabalhar como um sistema autnomo usando o equipamento off-the-shelf (fora da estante) do backbone do IP. A tecnologia CDMA2000 1x EV compatvel com redes de IS-95A, de IS-95B e de CDMA2000 1x, permitindo que os fornecedores de servios existentes de CDMA obtenham uma capacidade mais elevada e desempenho superior otimizando as ondas de voz e os dados separadamente, servindo ambos as aplicaes da mesma rede. A tecnologia CDMA2000 1x EV dividida em duas categorias: a CDMA2000 1x EV-DO (Data only) e a CDMA2000 1x EV-DV (Data e Voice). A tecnologia CDMA2000 1x EV-DO oferece suporte, em canais de RF separados, a sinais de voz comutados por pacotes e dados de alta velocidade comutados por pacotes. O canal de voz facilita a manuteno da baixa latncia necessria para a transmisso de conversaes bidirecionais. O canal de dados exibe o roteamento flexvel e as vantagens de transmisso de baixo custo de uma rede em pacotes. A CDMA2000 1x EV-DO oferece taxas de dados tericas de at 2,4 Mbps. Em princpio, a utilizao de canais separados para voz e dados requer mais largura de banda que um canal combinado. Na prtica, porm, a desvantagem do espectro diminui medida que aumenta o trfego de dados. Isto vlido especialmente para as operadoras com maior nmero de faixas no espectro e elevados throughputs. A tecnologia CDMA2000 1x EV-DV (Data and Voice) oferece transmisso de dados e voz atravs da mesma portadora. J existe uma tecnologia que uma evoluo da CDMA 2000 1x EV, conhecida como CDMA2000 3x, que uma tecnologia que oferece servios de transmisso de voz e dados numa portadora de 5 MHz.

47

7 7.1

EVOLUO DA SEGUNDA GERAO TERCEIRA GERAO INTRODUO As mudanas que ocorreram na indstria de telecomunicaes envolvem

componentes locais de fundamental importncia. Os rgo reguladores, o cenrio econmico, a composio dos grupos acionistas e a entrada de novos concorrentes apontam para um cenrio de mudanas desafiador, exigindo solues prprias e especficas para cada operadora. A nica certeza a de que o usurio final continua a ditar o ritmo destas mudanas e a determinar sua extenso, gerando novas demandas por servios especialmente voltados comunicao mvel de dados. As operadoras vm se adaptando a esta demanda e adequando os seus servios medida em que estes comprovam um aumento na fidelidade do assinante e a criao de novos canais de receita. No entanto, esta preocupao constante em se antecipar s necessidades dos usurios precisa garantir que sejam feitos investimentos compatveis com o retorno esperado. O surgimento da Internet gerou uma demanda cada vez mais crescente por acesso a informaes de forma prtica e imediata. No mundo mvel, isso no diferente e torna-se cada vez mais importante a introduo de servios de transmisso de dados. Estimase que a prestao desses servios poder representar at 20% da receita, at o ano de 2005. Essa demanda por servios de transmisso implica uma necessidade de evoluir as redes mveis para que possam fazer essa transmisso em velocidades cada vez maiores, possibilitando e ampliando o leque de servios e aplicaes oferecidas ao usurio. O destino so as redes de terceira gerao (IMT-2000), hoje reconhecido atravs Multiple Access) e CDMA2000 1x EV, dentre outras. Operadoras em todo mundo esto investindo na aquisio de novas licenas para sistemas de terceira gerao. Estes sistemas comearam a entrar em operao no ano de 2002. Para atuar no mercado brasileiro de comunicao mvel de dados, as operadoras precisam evoluir suas atuais redes TDMA e CDMA para redes de 2.5G, preparando-se para a chegada das redes de 3G. As operadoras TDMA tm como potenciais das tecnologias EDGE (Enhanced Data rates for Global Evolution), WCDMA (Wideband Code

48

caminhos para evoluo, a tecnologia GSM ou atravs do CDMA e as operadoras CDMA j tm o caminho para sua evoluo, definido. Os caminhos possveis para a evoluo esto representados na figura abaixo (Fig. 7.1). .

Figura 7.1 - Possvel caminho de evoluo para as operadoras As operadoras TDMA tero dois grande desafio, independente da tecnologia adotada para a evoluo, durante a transio, um deles custo de implementar uma rede GSM ou CDMA separada, em paralelo com suas redes TDMA j estabelecidas, o outro o custo de utilizar essa rede separada para efetuar a transio para a Terceira Gerao. O primeiro caminho para evoluo que ser descrito, ser a evoluo das redes TDMA atravs da tecnologia GSM, depois ser descrito o caminho para evoluo das redes CDMA, caminho este que pode ser utilizado tambm pelas redes TDMA. A maioria das operadoras TDMA optaram pela evoluo atravs do GSM. As operadoras que ainda no escolheram o caminho para a evoluo de suas redes, esto analisando as vantagens e desvantagens de ambas, para que possam fazer a escolha mais vivel dentro do contexto de cada operadora.

7.2

EVOLUO DA REDE TDMA ATRAVS DA TECNOLOGIA GSM

7.2.1 Evoluo O grande atrativo para que as operadoras TDMA utilizem a tecnologia GSM a base de assinantes que utilizam a tecnologia, base esta estimada em 560 milhes, em

49

outubro de 2001 nmero j bastante superado, pois sua base de assinantes tem um crescimento mensal em torno de 20 milhes. Essa escolha far com que possa ser prestado o servio de roaming internacional com 171 redes GSM espalhadas nos 5 continentes. Do ponto de vista de investimento, o caminho GSM se mostra eficiente j que conta com grande economia de escala, ampla variedade e oferta de produtos e servios disponveis em todo o mundo, por se tratar de uma tecnologia, j implantada em outros pases h alguns anos. Sua implantao rpida e de baixo custo, j que aproveita-se em parte dos recursos j existentes na atual rede TDMA. A reutilizao dos sites torna a coexistncia das redes uma estratgia vivel na introduo do novo sistema. A melhor relao de custo benefcio ir ocorrer por causa da faixa adicional de freqncia, onde ir funcionar a rede GSM, a 1,8 GHz. Neste caso, a operao do sistema TDMA continua na faixa de 800 MHz, enquanto um sistema sobreposto GSM na faixa de 1,8 GHz entra em operao. A coexistncia dessas duas redes permite a segmentao do mercado de usurios, atravs da diferenciao dos servios prestados a cada um. A transio dos assinantes para o sistema GSM feita no passo definido pela estratgia da operadora, baseada na demanda observada pelos novos servios e a velocidade de implantao do sistema. A estimativa mundial de que at 2005, 65% dos assinantes mveis sero servidos por sistemas GSM/GPRS/EDGE/WCDMA. Para o consumidor, isso ir se traduzir em benefcios, tais como: eficincia significativa nos preos, ampla oferta de produtos e servios e rpido desenvolvimento de novos produtos. Para operadoras TDMA que decidirem por GSM na sua evoluo para 3G, um passo fundamental ser a introduo do GPRS. Essa tecnologia adiciona, de maneira rpida e eficiente, a capacidade de transmitir dados com taxas ao redor de 115 Kbps. um complemento da rede GSM que habilita a transmisso mvel de dados por pacotes. O prximo passo acrescentar a tecnologia EDGE, que a evoluo da tecnologia do rdio GSM para uma modulao mais eficiente (tambm conhecido como 8PSK). Essa evoluo tem um custo operacional bem reduzido j que tanto o core network (ncleo da rede) quanto as estaes rdio base so as mesmas, requerendo apenas a utilizao do software. Portanto, acrescentar EDGE na rede GSM proporciona uma evoluo natural e gradual , sem a necessidade de novo planejamento de rede ou introduo de novos sites. Alm disso, a rede de comutao de dados utilizada nos sistemas GPRS e EDGE a mesma

50

utilizada em sistemas WCDMA, podendo ser aproveitada durante todo o processo de evoluo. A tecnologia WCDMA, j implantada no Japo e em alguns outros pases, vista por muitos analistas como a tecnologia convergente, que ir unificar todos os padres existentes. Alguns dos fatores que levam os analistas a pensarem desta forma, so: a maioria das licenas no mundo foram concedidas para operadoras que j optaram pelo WCDMA e vrios fornecedores de equipamentos e tecnologia tm designado valores substanciais de seus investimentos para o WCDMA. No Brasil, o caminho de evoluo de GSM para WCDMA segue os padres definidos pelo ITU [ITU02]. A expectativa que o incio da implementao desses sistemas no Brasil ocorrer a partir de 2004. Provavelmente, teremos uma sobreposio de redes, j que a demanda por servios de 3G ser varivel, dependendo da localizao. A cobertura regional TDMA continuar disponvel oferecendo servios de voz, sendo que as regies metropolitanas passaro a contar com cobertura sobreposta GSM. Dentro das regies metropolitanas, nos centros de maior demanda, haver tambm uma sobreposio de sistemas EDGE e WCDMA oferecendo todos os servios de 3G nessas localidades especficas. A figura abaixo (Fig. 7.2) mostra esta evoluo de redes com pequenas reas de cobertura sobreposta que iro atender demandas especficas.

Figura 7.2 - Modelo de cobertura de redes numa fase inicial de implantao

51

7.2.2 A coexistncia das redes O cenrio brasileiro exige que se considere investimentos compatveis com a demanda dos usurios por novos servios. As redes TDMA existentes evoluiro gradativamente para redes 3G. Existir um perodo, varivel com a estratgia de investimento adotado pelas operadoras, em que as redes coexistiro. Ou seja, o ritmo da migrao tecnolgica acompanhar a migrao de usurios para a nova rede. Em paralelo, as solues TDMA devem estar disponveis para que as operadoras mantenham-se competitivas com sua rede existente. O foco destas solues ser de minimizar o CAPEX (custos de investimentos) e OPEX (custos operacionais), reter os atuais clientes da rede TDMA, aumentar o desempenho total do sistema, otimizar a eficincia do espectro de freqncias e possibilitar ganhos e bom posicionamento no mercado de comunicao mvel de dados. Uma concluso deste cenrio que o sucesso da migrao depender da maximizao da rede TDMA existente e, obviamente, do sucesso da implantao da nova rede. Operadoras migrando para GSM so capazes de minimizar o CAPEX atravs da reutilizao de parte dos investimentos feitos na rede TDMA. Uma considerao chave que na implantao de uma rede GSM sobreposta a cobertura rural e urbana das novas estaes rdio base so equivalentes s das rdio bases TDMA, eliminado a implantao de novos sites. Alguns fabricantes de Estaes rdio base GSM esto fabricando as estaes para simplesmente serem encaixadas nos sites TDMA existentes. Isso inclui reaproveitamento do equipamento do site (alimentador, fonte de energia, linhas de transmisso, torre e espao), reduzindo o custo e tempo de implantao do sistema. O maior grau de integrao e reutilizao de recursos entre duas redes pode ser obtido quando o mesmo fornecedor est envolvido, mesmo assim alguns fornecedores de equipamentos GSM garantem a interoperabilidade de seus sistemas com o de outros fornecedores. O GSM e o TDMA podem ser vistos como tecnologias complementares. As funcionalidades existentes nas duas tecnologias permitem tanto a integrao quanto a segmentao dos servios e assinantes. Por exemplo, o TDMA pode introduzir aos assinantes servios bsicos, enquanto o GSM fornece servios mais avanados. No entanto, possvel oferecer ao assinante TDMA transparncia com relao aos servios oferecidos na migrao para o GSM. Em Hong Kong, esta segmentao foi implementada com sucesso. A operadora oferece servios de comunicao mvel debaixo de trs marcas. Cada marca tem um pblico alvo especfico: profissionais, jovens e usurios tradicionais. Os dois primeiros esto na

52

rede GSM devido maior demanda por transmisso de dados e o ltimo na rede TDMA, j que a demanda maior , simplesmente, por voz.

7.2.3 Estratgias de transio No primeiro passo de evoluo com a introduo de GSM,a operadora poder sobrepor essa rede sobre a TDMA. Tendo isso em vista, as operadoras passaro por trs fases distintas, conforme as mudanas nas condies de mercado. Elas iro sair do atual modelo de negcios exclusivo TDMA para a introduo de GSM, ofertando servios baseados em ambas tecnologias e, finalmente, a dedicao completa no crescimento de redes e servios GSM. Operadoras TDMA iro passar por todas as trs fases. A forma e a durao de cada fase depende de fatores como, por exemplo, a disponibilidade de espectro. A figura abaixo (Fig. 7.3) mostra algumas opes de como as operadoras podero evoluir para GSM, de acordo com a disponibilidade de freqncia.

Figura 7.3 - Possvel existncia de sistemas dentro de cada faixa de freqncia Como exemplo, caso uma operadora TDMA tenha disponvel freqncias em 1,8 GHz, ela pode continuar operando TDMA exclusivamente em 800 MHz e introduzir servios GSM em 1,8 GHz. Outras condies no relacionadas a espectro iro influenciar a estratgia de evoluo. Condies estas vistas anteriormente, tais como: situao financeira, concorrncia, disponibilidade de telefones e outros.

53

7.3

EVOLUO DA REDE CDMA

7.3.1 Os passos para a 3G A via de migrao inicial para as operadoras de CDMA comea pela atual tecnologia CDMA (tambm conhecida como CDMA/IS-95 ou CDMA/IS-95-A), passando opcionalmente pela CDMA/IS-95-B (implementada apenas no Japo, na Coria e recentemente no Peru) e concluindo com a CDMA/IS-95-C ou CDMA 1xRTT. A evoluo para a tecnologia CDMA2000 1x requer placas de canal e atualizao de software para as estaes rdio-base O prximo passo na evoluo a CDMA2000 1x EV-DO (Evoluo Apenas Dados). Embora o cronograma de sua implementao ainda no esteja definido, a empresa de telefonia norte-americana Sprint antecipa sua disponibilidade comercial para 2003. A Sprint est cautelosa em sua adeso EV-DO, preferindo antes observar como o mercado de dados vai se desdobrar antes de assumir um compromisso. A tecnologia CDMA2000 1x EV-DV (Evoluo - Dados e Voz) deve ser implementada futuramente. A Motorola demonstrou essa tecnologia durante o primeiro trimestre de 2001 e j props um padro juntamente com a Nokia, a Philips Semiconductors e a Texas Instruments. 7.3.2 Vantagens Um dos atrativos utilizados pelos fornecedores de produtos e tecnologia, para atrair as operadoras TDMA, que a migrao da cdmaOne para a CDMA2000 1X e tecnologias posteriores oferece uma utilizao mais flexvel do espectro, se comparada s migraes de GSM para UMTS e de TDMA/IS-136 para UTMA atravs de GSM. Sob os conceitos atuais, o GSM no estar disponvel para as freqncias de 1900 e 2100 MHz alocadas para o UMTS. Este, por sua vez, no estar disponvel para as freqncias de 800, 900, 1800 e 1900 MHz alocadas para GSM. No entanto, as operadoras tm condies de implementar a tecnologia CDMA2000 1x EV-DO (e possivelmente tambm a EV-DV) nos espectros recm-atribudos de 1900 e 2100 MHz e/ou nos espectros j estabelecidos de 800 e/ou 1900 MHz. A maioria das operadoras dever implementar a tecnologia CDMA2000 1X em espectros j ocupados. Essa utilizao flexvel do espectro uma das vantagens da CDMA2000 1X. Ao permitir que as operadoras utilizem o espectro j em uso, ela pode poupar s mesmas os custos evidentes das licitaes por novas faixas no espectro 3G, ou exigncias na construo de redes. A Sucia, por exemplo, no taxa as licenas para 3G. No entanto, exige

54

que cada licenciado gaste o equivalente a US$ 3 bilhes ou mais na construo de redes que cubram todo o pas, em at dois anos a partir da concesso da licena. (O rgo regulador j reduziu essas exigncias, permitindo que o licenciado compartilhe at 70 por cento da infraestrutura de 3G). As operadoras que implementam a tecnologia CDMA2000 1X em seus espectros j ocupados no tiram proveito da capacidade adicional oferecida por um novo espectro. Essa desvantagem, porm, compensada at certo ponto por um algoritmo de codificao mais eficiente, includo na CDMA2000 1X. Esse algoritmo dobra a capacidade terica da cdmaOne, embora na prtica o ganho de capacidade fique prximo dos 50 por cento, sem degradao de voz. As tecnologias EDGE e UMTS tambm vo incluir um algoritmo de codificao mais eficiente, obtendo assim os ganhos de capacidade associados. A tecnologia GPRS, por sua vez, no capaz de oferecer ganhos de capacidade pelo fato de ser uma arquitetura de rede e no uma interface de RF. 7.4
DADOS REAIS SOBRE A TERCEIRA

GERAO

7.4.1 Introduo A indstria de sistemas mveis tem sido atormentada pelas suas prprias hiprboles. Seja ela impulsionada por exuberncia ou malcia, os press releases tanto dos fabricantes como das operadoras de redes suscitaram expectativas pouco realistas sobre o que a 2.5G e a 3G podem oferecer, em termos econmicos e comerciais, especialmente a curto prazo. Esse mantra dos press releases concentrou-se em taxas de 384 kbps ou maiores para os ambientes de pedestres e/ou mveis. Essas taxas iriam viabilizar os prometidos vdeo fullmotion e transmisses multimdia em tempo real. Essas taxas de dados no foram ainda oferecidas comercialmente, j que os custos ainda so um problema e as limitaes do ambiente de radiofreqncia (RF) do mundo real so bastante concretas. Elas so viveis em locais ou redes de teste ideais, onde um grupo de usurios amigveis, atuando em um espectro dedicado, garante mnima interferncia vinda do trfego de outras redes ou de condies geogrficas inconvenientes. No mundo comercial, porm, preciso levar em conta os custos e preciso transmitir os sinais de RF sob as condies imperfeitas de congestionamento de freqncias, rudo RF de fundo, condies geogrficas difceis e uma cobertura incompleta pelas redes. Sob tais condies, est ainda para ser comprovada a oferta comercial de uma largura de banda consistente e onipresente a 384 kbps. O fato surpreendente que a primeira rede comercial atingiu taxas prximas ao

55

ideal terico. A empresa SK Telecom (SKT), da Coria, lanou um servio de CDMA2000 1X em outubro de 2000 e no final de maio de 2001 j contava com 180 mil assinantes desse servio. A rede oferece taxas de dados de 120 kbps em um ambiente de RF ideal, mas os valores tpicos variam entre 70 e 90 kbps. As experincias efetuadas na Europa e as expectativas na Amrica do Norte so mais limitadas. Nas duas regies, os membros da indstria - em especial as operadoras de redes - esto comeando a reconhecer e confirmar que, embora o throughput e o potencial a longo prazo possam variar entre 115 kbps e 384 kbps, a realidade de curto prazo ir mostrar valores menores. No caso da CDMA2000 1X, Richard Lynch, o Vice-presidente Executivo e Diretor de Tecnologia da Verizon Wireless, a maior operadora de sistemas sem fio dos E.U.A., antecipa taxas de dados entre 30 e 40 kbps para sistemas mveis, a curto prazo, apesar da expectativa terica de 144 kbps. E no caso do GSM-GPRS, David Williams, Vicepresidente de Planejamento Estratgico da Cingular, a segunda maior operadora de sistemas sem fio dos E.U.A., antecipa taxas entre 20 e 30 kbps a curto prazo.apesar de uma expectativa terica de 115 kbps. Alguns observadores europeus acreditam que o GPRS possa atingir 50 kbps, enquanto outros consideram mais provvel um valor entre 20 e 40 kbps. Se pensarmos a longo prazo, as tecnologias vo amadurecer e as redes sero construdas, o que permitir a elevao das taxas de dados. At que chegue esse momento, porm, a vantagem da 3G no est nas taxas elevadas de dados, mas em sua arquitetura de comutao por pacotes. Como observamos na introduo, ao contrrio da comutao por circuitos, a comutao por pacotes permite um acesso por IP imediato e de baixo custo Web e enorme quantidade de aplicaes e servios disponveis a partir da mesma. Independentemente das taxas de dados que as diferentes tecnologias podero fornecer, as questes econmicas e comerciais iro incentivar as operadoras a oferecer taxas de dados menores. A empresa Nokia, um dos principais proponentes da 3G, "no acredita que a questo seja realmente a taxa de dados", e sim aplicaes e servios relevantes. Nos estgios iniciais da implementao do GPRS e EDGE, a Nokia v taxas de dados entre 20 e 30 kbps viabilizando "uma srie de aplicaes lucrativas logo no incio". Em suma, ao dirigir seu foco para taxas elevadas de dados, as operadoras de redes podem estar direcionando incorretamente seus recursos. Em um futuro previsvel, as principais questes na implementao da 2.5G e 3G estaro mais provavelmente centradas na relao custo-benefcio que certas taxas de dados podero oferecer para o fornecimento de

56

servios e aplicaes que os usurios iro utilizar, gerando portanto receita para as operadoras de redes. Vamos explorar esse ponto com mais detalhes na concluso deste captulo.

7.4.2 Fatores Que Restringem as Transmisses em Banda Larga Relao custo-benefcio parte, mltiplos fatores limitam as transmisses em banda larga no ambiente do mundo real. Muitos, mas no todos, derivam da imaturidade das tecnologias. Alguns fatores podero ser mais relevantes para uma interface de RF que para outra. Ao longo do tempo e com suficientes esforos de pesquisa e desenvolvimento, tais fatores sero superados. Enquanto isto no acontece, porm, esses fatores esto impedindo, de forma consistente, que seja atingida qualquer meta prxima s taxas de dados anunciadas. Abordamos rapidamente trs desses fatores a seguir - proviso de potncia e consumo de bateria, latncia e taxa de erro de bits. Essas abordagens no esgotam o assunto. Ao contrrio, elas exemplificam a gama de desafios que os fornecedores e as operadoras de sistemas sem fio devem superar, antes que as transmisses de banda larga em tempo real tornem-se uma realidade comercial.

7.4.2.1 Proviso de Potncia e Consumo de Bateria No caso do GSM, a voz convencional transmitida em uma "janela de tempo" a 9,6 kbps. A banda larga normalmente anunciada com taxas de at 384 kbps - ou seja, 40 vezes mais que 9,6 kbps. No importa qual seja a tecnologia de RF, essas transmisses exigem maiores provises de potncia e geram portanto maior consumo de bateria. Isto ir significar um problema para todas as novas tecnologias, embora em menor escala para CDMA2000 1X e UMTS, at agora, do que para GSM, GPRS e EDGE. A potncia de transmisso necessria para todas as tecnologias CDMA, incluindo CDMA2000 1X e UMTS (que tambm uma tecnologia CDMA), ajustada continuamente ao volume de bits que est sendo transmitido. Dessa forma, se em um determinado momento poucos bits estiverem sendo transmitidos, como em uma mensagem curta, menos potncia ser utilizada. E se mais bits estiverem sendo transmitidos, como em um videoclipe, tanto mais potncia ser empregada. Isto geralmente conhecido como taxa de dados varivel. Portanto, as tecnologias CDMA2000 1X e UMTS so mais eficientes no sentido em que alocam somente a potncia de RF necessria para fornecer os bits que esto sendo transmitidos. O consumo da bateria varia de acordo com a potncia utilizada. Assim

57

sendo, o consumo mdio da bateria sempre relativamente menor do que nas tecnologias diferentes de CDMA. As tecnologias GSM, incluindo GPRS e EDGE, tambm variam a potncia de sada em relao ao nmero de bits que est sendo transmitido. Entretanto, so menos flexveis na forma como adaptam a potncia de sada s taxas de bits. Em teoria, elas so capazes de acrescentar ou subtrair at oito janelas de tempo, de acordo com a natureza da transmisso. Devido a esse ajuste menos refinado da potncia de sada taxa de dados, o consumo de bateria normalmente mais elevado, quando comparado s tecnologias baseadas em CDMA que transmitem o mesmo contedo. Esse fenmeno parece estar ocorrendo na rede GPRS recentemente lanada pela BT Cellnet, cujos assinantes esto se queixando do consumo das baterias. 7.4.2.2 Latncia A latncia descreve o atraso de uma transmisso, desde o momento em que entra na rede at o momento em que deixa a mesma. Uma baixa latncia significa pequenos atrasos e uma latncia elevada, grandes atrasos. A latncia pode ocorrer tanto no aparelho telefnico como na prpria rede. Aquela que ocorre no aparelho ou entre ele e a estao rdio base denominada latncia de acesso. E a que ocorre a partir da estao base para a rede denominada latncia de rede. Uma baixa latncia essencial para transmisses em tempo real, que incluem conversaes por voz ao vivo (mas no mensagens por correio de voz, que so insensveis ao tempo) e vdeo bidirecional ao vivo (mas no videoclipes de entretenimento, que tambm no dependem do tempo). A latncia no um fenmeno exclusivo das redes de sistemas mveis. Ela conseqncia de todas as redes, terminais e dispositivos pelos quais as transmisses devem passar e todos os gargalos e atrasos com que essas transmisses se deparam. Em casa, os usurios das conexes de banda larga com a Internet enfrentam a latncia sob a forma de atrasos no download de web sites, durante os horrios de pico do trfego (em geral, no incio da noite e com clima instvel). Esses atrasos so devidos sobrecarga da largura de banda na periferia da rede. Mais importantes, porm, so os atrasos devidos sobrecarga da largura de banda no ncleo da rede. Digamos que um usurio de Nova York queira fazer o download de um site sediado em Seattle, por exemplo. De acordo com a carga de trfego e os custos de transmisso naquele momento, o download poder fazer o percurso Seattle - Los Angeles Denver - Houston - Chicago, chegando por fim a Nova York. Ele poder utilizar redes de

58

fibra de propriedade da Qwest, AT&T e/ou Verizon. Em cada ponto de comutao, e em particular na juno de cada rede, ele ir se deparar com atrasos e cada um desses atrasos tende a aumentar a latncia. Isto significa que mesmo se uma rede de sistemas mveis estiver configurada para oferecer uma baixa latncia, a operadora no poder garantir uma latncia reduzida para os usurios finais que utilizam seus aparelhos mveis para ter acesso a outras redes ou que empregam seus terminais em ambientes de RF com excesso de rudo e, portanto, com propenso a induzir latncia.

7.4.2.3 Taxa de Erro de Bits Os sinais de voz so menos suscetveis aos erros de transmisso ou taxas elevadas de erro de bits (BER) que os sinais de dados (tambm conhecidos como contedo "no-voz"). A razo dessa menor suscetibilidade provm da capacidade do crebro humano de reconstruir as partes faltantes das conversaes. Assim, mesmo que uma slaba ou at uma palavra seja perdida, o crebro ir inferir as informaes perdidas a partir do contexto da conversao e ir reconstru-la. Isto permite que as pessoas se comuniquem, mesmo com o rudo ou as interrupes presentes em chamadas de rdios mveis apenas marginalmente compreensveis. A transmisso de dados no oferece essa vantagem da reconstruo. Caso o contedo no-voz seja perdido, ele s poder ser recuperado (caso isto seja possvel) atravs de sofisticados algoritmos de correo de erros. Essas correes de erros, por sua vez, acrescentam cdigos extras s transmisses de RF, que reduzem a taxa real de dados (ou taxa de transmisso) do contedo desejado. Quanto maior o nmero de erros, tanto maior ser a correo de erros necessria e tanto menor ser a taxa de dados real. Assim sendo, em ambientes imperfeitos de RF qualquer tecnologia de RF ir fornecer apenas uma frao de sua taxa de dados terica de pico. Alm das queixas sobre o consumo excessivo de baterias em seu sistema GPRS, a BT Cellnet est enfrentando tambm throughputs menores que os esperados no mesmo, em alguns casos de apenas 8 kbps. Como j observamos anteriormente, medida que as demais operadoras forem seguindo o exemplo da BT, as taxas de dados menores que o esperado passaro a ser a regra e no a exceo. Em todo caso, cada uma dessas questes vlida para todas as tecnologias 3G e de transio. Ns as apresentamos como consideraes, que podero se mostrar teis para que as operadoras de redes avaliem suas alternativas de migrao.

59

7.4.3 O Custo de Fornecer Taxas de Dados Tericas Em um futuro previsvel, o custo de fornecer taxas de dados tericas ir se mostrar econmica e comercialmente insustentvel. De fato, oferecer algo prximo a uma taxa onipresente e consistente de 384 kbps em tempo real ir exigir enormes investimentos por parte das operadoras. No podemos esquecer tambm que as operadoras devem expandir a capacidade de RF para oferecer tais taxas de dados para o contedo no-voz, sem comprometer a capacidade de RF necessria para o transporte do trfego de voz convencional. Assim sendo, caso uma rede esteja no limite de sua capacidade, o acrscimo de recursos de dados ir comprometer a qualidade do servio para os usurios da voz convencional. Se o trfego de dados provocar a degradao do servio de voz, os assinantes desse servio sero alienados. No caso da CDMA2000 1X, no foi ainda divulgado o custo das redes capazes de transportar taxas elevadas de dados sem degradar a qualidade de voz. Os custos envolvidos com a tecnologia UMTS j foram divulgados, como conseqncia das disputas realizadas para se obter as licenas para 3G. Sem a utilizao de redes compartilhadas, tais custos seriam de US$ 400 por pessoa coberta, embora US$ 200 por pessoa coberta poderiam ser suficientes. Tais custos seriam de trs a cinco vezes maiores que os necessrios para se oferecer um servio de voz aceitvel. Para fins de comparao, os investimentos cumulativos de todas as operadoras dos E.U.A. (at sete por mercado), entre 1983 e dezembro de 2000, atingiu US$ 89,6 bilhes. Dada uma populao de 276 milhes, isto equivale a US$ 325 por pessoa coberta. Gastos de capital de US$ 200 a 400 por pessoa coberta so comercialmente inviveis, no momento. Se considerarmos a fuga de capitais da indstria de telecomunicaes, improvvel que a situao mude em breve. Portanto, em um futuro previsvel, as operadoras de sistemas mveis iro investir menos em infra-estrutura 3G do que o necessrio para se fornecer 384 kbps de modo onipresente e consistente. Isto, por sua vez, ir impedir o fornecimento do divulgado nirvana de vdeo full-motion e multimdia em tempo real. Isto significa que, a curto prazo, a relevncia comercial de uma 3G onipresente dever se originar de algo que no seja uma grande largura de banda. Em muitos aspectos, isto ir dirigir o foco para as perspectivas de custo da Nortel e as perspectivas de aplicaes e servios da Nokia. Outros fornecedores podero ou no concordar com tais perspectivas.

60

7.4.4 Uma Alternativa ao Modelo Comercial 3G com Elevada Taxa de Dados plausvel prever que o fornecimento geral de trfego banda larga sem fio ir se tornar comercialmente vivel a partir de 10 anos no futuro. Nos prximos cinco anos, porm, ou talvez um pouco mais, os elevados custos da infra-estrutura necessria iro impedir que as operadoras ofeream taxas de 384 kbps ou qualquer coisa prxima desse valor, de modo onipresente e consistente. Por esse motivo, ser impossvel oferecer, tambm de modo onipresente e consistente, vdeo full-motion e multimdia em tempo real. A viabilidade comercial da 3G no ir se originar do oferecimento de banda larga em grande escala. Na verdade, ela vir do fornecimento de um trfego econmico que combine voz e dados e de uma conectividade imediata, aberta e barata com a Internet. Esta ltima possibilidade ir proporcionar acesso a infinitas fontes de infinitos servios e aplicaes, muitos deles disponveis atravs de uma largura de banda relativamente estreita. O sucesso do I-Mode da NTT DoCoMo aponta para esse potencial. Apesar das taxas de dados de apenas 9,6 kbps, o I-Mode foi adotado pela maioria dos assinantes da DoCoMo. Dessa forma, a receita mdia por usurio (ARPU) aumentou 30 por cento ou mais. No queremos dizer com isso que uma taxa de dados de 9,6 kbps ser suficiente, porque com o tempo realmente no ser. medida que as redes 3G e suas proxies 2.5G forem sendo lanadas, elas iro permitir larguras de banda maiores que 9,6 kbps, ainda que com valores inferiores s taxas prometidas pela hiprbole da indstria. Como j mencionamos anteriormente, as operadoras que se pronunciaram sobre o assunto situam esses valores na faixa de 20 a 40 kbps. Em um futuro previsvel, isto poder emergir como um benchmark da indstria. Taxas de dados maiores sero consideradas um dividendo extra. At o momento, a SKT uma empresa singular, entre todas as operadoras do mundo, por ter sido a nica a realizar uma experincia significativa com a operao comercial de uma rede 3G. Com base nessa experincia, ela talvez esteja mais ciente e mais cuidadosa que outras operadoras sobre o compromisso existente entre o fornecimento de servios comercialmente viveis, por um lado, e elevadas taxas de dados, pelo outro. Como j vimos anteriormente, a SKT est agora fornecendo taxas entre 70 e 90 kbps a 180.000 assinantes comerciais da CDMA2000 1X. Isto, dentro de uma base de clientes que gira em torno de 12 milhes de pessoas. Apesar de sua grande realizao tcnica, a SKT entende que sero os motivos econmicos e no os tecnolgicos a limitar as taxas de dados oferecidas a seus clientes, em ltima anlise. A empresa observa que, com apenas

61

180.000 clientes 3G, ela no gerou trfego suficiente para que surjam problemas com sobrecarga ou implementao. Ela prev, no entanto, um inevitvel compromisso entre voz e capacidade de dados. Por essa razo, a SKT antecipa taxas de dados econmicas entre 30 e 50 kbps - ou seja, o que ser capaz de oferecer de forma econmica para cada cliente, mantendo ao mesmo tempo uma qualidade de servio aceitvel. A empresa acredita que a situao ser a mesma para qualquer tipo de rede, seja ela CDMA2000 1X, como a sua prpria, ou com tecnologia UMTS. Ela no v diferenas de custo entre as infra-estruturas dessas duas tecnologias 3G. O problema de 3G da SKT no tcnico e sim comercial, proveniente da necessidade de "converter servios 3G em receita". Para isso, est se empenhando em fornecer servios de voz e dados com qualidade "razovel", a fim de atender os clientes razoavelmente. A SKT percebeu que perigoso tentar oferecer taxas de dados elevadas e obter uma satisfao absoluta dos clientes ao mesmo tempo. Para conseguir ambos teria que investir pesadamente, reduzindo assim sua chance de lucro. Em suma, a SKT encara a questo central da 3G no como taxas de dados elevadas, mas como taxas de dados rentveis. Ela acredita que um enfoque nas taxas de dados e nas tecnologias que possam fornec-las desvia a ateno da questo bsica perseguida pela empresa - gerar lucros com o fornecimento de servios 3G. medida que outras operadoras reconhecerem e adotarem esse ponto de vista, elas podero mudar suas perspectivas de longo prazo. Ao invs de dirigir seu foco para um objetivo distante e comercialmente incerto das taxas de dados de 144 kbps ou mais, elas podero redirecionar o foco para o objetivo imediato e comercialmente rentvel das taxas de dados situadas entre 30 e 50 kbps.

62

CONCLUSO O desenvolvimento de tecnologias cada vez mais avanadas, na rea de

telefonia celular, alcanado em curtos espaos de tempo. As tecnologias mais modernas existentes atualmente fazem parte da chamada Terceira Gerao (3G) e esto implantadas apenas nos pases mais desenvolvidos, mas em muitos pases, como o caso do Brasil, as tecnologias implantadas ainda pertencem Segunda Gerao (2G). As operadoras e empresas desenvolvedoras de equipamentos de telefonia celular, que implantaram tecnologias da 2.5G e da Terceira Gerao (3G), em pases desenvolvidos, esto comeando a obter um retorno de seus grandes investimentos, pois o mercado est aderindo s novas tecnologias e servios, o que certamente far com que as empresas continuem a desenvolver e buscar aperfeioamentos e evolues constantes nestas novas tecnologias. Nos pases que utilizam tecnologias da Segunda Gerao (2G), na maioria subdesenvolvidos ou que esto em desenvolvimento, e que esto para migrar desta tecnologia para tecnologias mais modernas, enfrentam um grande problema, pois grande parte da populao tem um baixo poder aquisitivo, criando uma dvida, por parte das operadoras e desenvolvedoras de equipamentos de telefonia, quanto ao retorno dos investimentos em tecnologias, que sero muito altos. Nestes pases, a evoluo acontecer seguindo um ritmo imposto pelo mercado e no pela evoluo das tecnologias. A soluo encontrada pelas operadoras ser a de evoluir de suas tecnologias atuais, atravs da sobreposio de tecnologias, mantendo as tecnologias de Segunda Gerao (2G) e implantando as tecnologias mais avanadas, oferecendo estes servios apenas a nichos especficos de mercado, reduzindo, assim, os custos de implantao, at que o mercado passe a adotar as novas tecnologias, fazendo com que as tecnologias de Segunda Gerao (2G) no sejam mais utilizadas.

63

REFERNCIAS [BEL02] Bell Labs. Disponvel na Web dia 10/11/2002, no endereo: http://www.bell-labs.com/ [FCC02] Federal Communications Commission. Disponvel na Web dia 12/10/2002, no endereo: http://www.fcc.gov/ [NTT02] NTT DoCoMo, empresa de telefonia celular japonesa. Disponvel na Web dia 20/10/2002, no endereo: http://www.nttdocomo.com/ [3GA02] 3G Americas, grupo ligado a tecnologia GSM. Disponvel na Web dia 01/12/2002, no endereo: http://www.3gamericas.org/Portuguese/Technology_Center/WhitePapers/ [GSM02] GSM Association. Disponvel na Web dia 20/11/2002, no endereo: http://www.gsmworld.com/technology/index.shtml [CDG02] CDMA Development Group. Disponvel na Web dia 23/11/2002, no endereo: http://www.cdg.org/resources/white_papers.asp

64

[ITU02] International Telecommunications Union. Disponvel na Web dia 29/10/2002, no endereo: http://www.itu.int/home/ [TIA02] Telecommunications International Association. Disponvel na Web dia 28/10/2002, no endereo: http://www.tiaonline.org/standards [TLM02] TELEMAR. Disponvel na Web dia 02/12/2002 no endereo: http://www.telemar.com.br/ [TIM02] TIM Telecom Itlia Mobile. Disponvel na Web dia 03/12/2002, no endereo: http://www.tim.com.br/ [3GP02] 3rd Generation Partnership Project. Disponvel na Web dia 01/12/2002, no endereo: http://www.3gpp.org/ [IET02] Internet Engineering Task Force. Disponvel na Web dia 03/12/2002, no endereo: http://www.ietf.org/ [ERI02] Ericsson. Disponvel na Web dia 12/11/2002, no endereo: http://www.ericsson.com.br/

65

[TDM02] TDMA. Disponvel na Web dia 12/11/2002, no endereo: http://www.tdma.hpg.ig.com.br/ [3GS02] 3G.com.br inovaes para um novo milnio. Disponvel na Web dia 20/12/2002, no endereo: http://www.3g.com.br/ [HUG02] AMPS TDMA Principais Caractersticas e Diferenas. Elaborado por: Eng Hugo Braz Vaz de Melo, Eng Gutemberg Fernandes de Oliveira, Eng Luiz Otvio Borges Abrantes, Eng Rogrio Lima Conde, Eng Plcido Libnio Fernandes Telles Filho. Disponvel na Web dia 20/12/2002 no endereo: http://sites.uol.com.br/hugom/AMPS-TDMA/sld002.htm [TLM02] Webware telemoveis.com. Disponvel na Web dia 21/12/2002, no endereo: http://www.telemoveis.com/

[CDM02] Folha de dados 3G, publicado pelo CDMA Development Group, acessado em 11/11/2002 no endereo: http://www.cdg.org/technology/3g/resource/3G_fact_sheet_portuguese.pdf

66

[RYS02] Livro Branco para a 3G Amricas elaborado por Peter Rysavy (RYSAVY research) Aumento da Capacidade de Transmisso de Dados para a Evoluo da Tecnologia GSM para a UMTS, acessado em 21/11/2002 no endereo: http://www.rysavy.com [SHO02] GSM ou CDMA: Os desafios comerciais e tecnolgicos para as operadoras de TDMA. Uma anlise efetuada pelo Shosteck group publicada pelo CDMA Development Group, acessado em 21/11/2002, no endereo: http://www.cdg.org/technology/cdma_technology/shosteck/portuguese/cdg_shosteck_ wp_portuguese.pdf [SUP02] Suplemento do documento The TDMA Operator path to GSM (Ericsson, Setembro 2001)