UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO DE BIOLOGIA DEPTO.

DE MORFOLOGIA DISCIPLINAS DE HISTOLOGIA

HISTOLOGIA I
ROTEIRO DAS AULAS PRTICAS

PELOTAS, 2012.

NDICE

MICROSCOPIA DE LUZ OU PTICA USO DO MICROSCPIO PTICO - FOCALIZAO CUIDADOS IMPORTANTES PARA COM O MICROSCPIO FUNCIONAMENTO DO MICROSCPIO PARTES DO MICROSCPIO PTICO TCNICA PARA OBTENO DE LMINAS TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO TEC. EPITELIAL GLANDULAR TEC. CONJUNTIVOS TEC. ADIPOSO TEC. CARTILAGINOSO TEC. SSEO OSSIFICAO SANGUE TEC. NERVOSO TEC. MUSCULAR

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MICROSCOPIA DE LUZ OU PTICA

O microscpio de luz o mais comum e o mais utilizado nas tcnicas rotineiras de laboratrio. A maioria dos microscpios pticos fornece um aumento de 1.000 vezes e atravs dele possvel observar estruturas de at 100 nm. As medidas mais utilizadas na microscopia o m (1mm/1000) e o nm (1m/1000). importante ressaltar que para uma boa imagem, alm do aumento necessria a nitidez da imagem, ou seja, a capacidade de observar estruturas individualizadas. A olho nu possvel observar estruturas individualizadas se elas tiverem, entre si, no mnimo 100 m de distncia e no microscpio de luz, 0,2 m de distncia. Tanto o aumento de imagem quanto a nitidez so fornecidos pelo conjunto de lentes, a ocular e a objetiva. Alm do conjunto de lentes, o microscpio possui vrios componentes que do o suporte mecnico e a iluminao. Os principais constituintes dos microscpios so: 1- P ou base sustenta todas demais peas 2- Brao liga a base parte superior do microscpio 3- Platina ou Mesa recebe o material (lmina) para a anlise. 4- Charriot dispositivo que prende e movimenta a lmina sobre a platina. 5- Parafusos do charriot localizam-se abaixo da platina, e servem para movimentar o charriot. 6- Cabeote, tubo ou canho suporta os tubos onde se localizam as oculares, a escala de ajuste de dioptrias e a da distncia interpupilar. 7- Revlver - disco que suporta as lentes objetivas. 8- Macromtrico - permite grandes avanos ou recuos da platina em relao objetiva. 9- Micromtrico - permite pequenos avanos ou recuos da platina em relao objetiva. 10- Oculares - lentes de aumento que se localizam prximas aos olhos do observador. 11- Objetivas - lentes de aumento que esto presas no revolver, prximas ao objeto de estudo (lminas histolgicas). Geralmente so de vrios aumentos (4X, 10X, 40X, 100X).
Observao: Explicao dos dados de uma objetiva de 100: 100 (aumento de 100 vezes) 1.25 (abertura numrica) 160 (extenso mxima do tubo para focalizao) 0.17 (espessura mxima da lamnula que pode ser utilizada) oil (deve utilizar leo de imerso).

12- Condensador lente que concentra o feixe luminoso em direo ao objeto (lmina histolgica). 13- Diafragma controla mecanicamente a entrada de luz para o condensador. 14- Filtro converte a luz de halognio em luz branca. 15- Fonte de luz lmpada halgena. 16- Seletor de intensidade luminosa regula a intensidade da luz.

USO DO MICROSCPIO PTICO - FOCALIZAO

Para focalizar um material sobre uma lmina histolgica necessrio seguir as seguintes regras:

1) Verificar se a objetiva de menor aumento est encaixada, se necessrio utilizar o revolver para encaix-la; 2) Verificar se a platina est abaixada, se necessrio utilizar o macromtrico para abaixar; 3) Verificar se o condensador est na posio mais elevada; 4) Verificar se o diafragma est totalmente aberto; 5) Colocar a lmina entre as presilhas do charriot, na platina, verificando se a lamnula est voltada para cima; 6) Centralizar o material da lmina no foco de luz; 7) Levantar a platina utilizando o parafuso macromtrico at visualizar o material e utilizar o micromtrico para pequenos ajustes de foco; 8) Movimentar o charriot atravs de seus parafusos, fazendo a anlise do corte histolgico; 9) Quando for necessrio utilizar um aumento maior, centralizar bem no campo histolgico a(s) estrutura(s) que se pretende aumentar, ajustar bem o foco e s depois mudar o aumento, girando o revlver; 10) No se deve abaixar a platina quando for trocada a objetiva, necessrio somente utilizar o micromtrico para ajustar o foco; 11) Para utilizar a objetiva de 100X: aps a focalizao correta nas objetivas menores, deve-se pingar uma gota de leo de imerso sobre a lmina e mudar para a objetiva de 100X, utilizando apenas o micromtrico para melhorar a focalizao; 12) Aps finalizar a anlise da lmina, encaixe a objetiva de menor aumento, abaixe a platina e desligue o microscpio. Caso utilizou o leo, limpe a objetiva de 100X com algodo e soluo 3:1 (lcool:ter). OBS.: Algumas pessoas possuem deficincias visuais em algum dos olhos. Para que os dois olhos vejam com a mesma nitidez, deve-se fazer os procedimentos de focalizao considerando apenas um olho e somente depois ajustar o foco para o outro olho, girando-se a ocular correspondente. Cada pessoa tem uma distncia entre os olhos (distncia interpupilar), portanto deve-se ajustar a distncia entre as lentes oculares para uma melhor visualizao, separando ou aproximando as oculares.
CUIDADOS IMPORTANTES PARA COM O MICROSCPIO

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NO coma ou beba no laboratrio; NO deixe material sobre a bancada onde esto os microscpios; NO arraste o microscpio; NO movimente o macromtrico com as objetivas de 40x e 100x; NO limpe as oculares e objetivas com papel higinico; NO toque nas objetivas; NO utilize a objetiva de 40x quando estiver utilizando leo de imerso; NO abaixe a mesa para mudana de objetiva.

FUNCIONAMENTO DO MICROSCPIO

A luz enviada por uma fonte; atravessa o condensador; espalhada uniformemente sobre a lmina; atravessa o material que est sobre a lmina; incide na lente objetiva, onde formada uma imagem maior e invertida. A imagem atravessa a ocular, onde aumentada. Deste modo, a imagem final ser maior e invertida em relao ao objeto. O aumento ou a capacidade de ampliao da imagem dado pela combinao de lentes, ou seja, o produto dos aumentos individuais das lentes objetivas e oculares. Por exemplo, se a objetiva utilizada de 10X (dez vezes) e a ocular de 10X, o aumento final de 100X (10x10).

Quanto maior o aumento, menor ser a abrangncia da rea observada na lmina, por exemplo: no aumento de 100X o campo observado de 1.500 m; no aumento de 400X, o campo de 375 m e no aumento de 1000X, o campo de 150 m. Por isso, antes de iniciar a anlise da lmina necessrio centralizar o material no campo de observao (campo histolgico). O poder de resoluo de um microscpio a capacidade deste em fornecer imagens ntidas. Ele inferido de uma forma indireta, tendo como base o limite de resoluo. Quanto menor o limite de resoluo de um microscpio, maior o seu poder de resoluo. O limite de resoluo corresponde a menor distncia que deve existir entre dois pontos, de modo que ainda apaream individualizados na imagem formada pelo sistema de lentes. Ele calculado pela seguinte frmula: LR= K. AN

Onde: K= 0,61 (constante); = comprimento de onda (luz ou feixe de eltrons); luz branca= 550 nm ou 0,55 m AN= n.sen (abertura numrica da objetiva). Este valor est na objetiva. n= ndice de refrao do material que est entre a lamnula e a objetiva Ar= 1, leo de imerso= 1,52 = metade do ngulo de abertura da objetiva

O valor da AN depende do ndice de refrao do material que est entre a lmina e a objetiva. Para todas as objetivas o material o ar, apenas para as objetivas de 100X que o material deve ser o leo de imerso. O fato do valor do ndice de refrao do leo (1,52) ser maior que do ar (1,0), permite uma maior nitidez do material na objetiva de 100X, pois quanto maior o ndice de refrao, maior a AN, menor o limite de resoluo e quanto menor o limite de resoluo, menor pode ser a distncia entre dois pontos para que eles apaream individualizados. A espessura dos cortes, por mais fina que seja, abrange mais de uma regio que aquela que est sendo observada no plano focal. A distncia entre as regies imediatamente acima e abaixo do plano focal, que permanecem simultaneamente em foco, chamada de profundidade de campo. Para observar essas diferentes regies basta mexer no micromtrico, abaixando ou subindo a mesa. A profundidade proporcional ao valor da AN (abertura numrica). Quanto maior o aumento da objetiva, maior a AN e consequentemente menor a profundidade de campo possvel de ser observada.

MICROSCPIO PTICO

TCNICA PARA OBTENO DE LMINAS (preparados histolgicos permanentes)

Sob este ttulo, estudaremos os passos para a obteno de um preparado histolgico permanente, denominado lmina histolgica, que sero descritos a seguir: 1. Colheita do material - a obteno da pea, por bipsia ou necropsia. 2. Fixao - o tratamento assim denominado visa impedir a destruio das clulas por suas prprias enzimas (autlise), ou bactrias. Este tratamento feito imediatamente aps a retirada do material (bipsia), ou at antes (fixao por perfuso do animal). A fixao visa ainda endurecer os tecidos, tornando-os mais resistentes e favorveis s etapas subsequentes da tcnica histolgica. Resumindo, pode-se dizer que a fixao o tratamento da pea histolgica a fim de que possamos observar ao microscpio os componentes teciduais, com a morfologia e a composio qumica semelhantes s existentes no ser vivo. A fixao pode ser feita por processos fsicos ou qumicos. A fixao qumica, mais usada em Histologia, feita por fixadores que podem ser simples ou compostos. Como exemplo de fixador simples temos o formol e, de composto, citamos o lquido de Bouin (uma mistura de formol, cido pcrico e cido actico). 3. Desidratao - visa retirar a gua dos tecidos, a fim de permitir a impregnao da pea com parafina. Para isto, a pea submetida a banhos sucessivos em lcoois de teor crescente (ex.: lcool a 70%, 80%, 90% e 100%). 4. Diafanizao - visa impregnar a pea com um solvente de parafina. O mais usado o xilol. 5. Impregnao pela parafina fundida - tem a finalidade de permitir a obteno de cortes suficientemente finos para serem observados ao microscpio. Para isso os tecidos devem ser submetidos a banhos de parafina a 60C, no interior da estufa. Em estado lquido, a parafina penetra nos tecidos, dando-lhes, depois de solidificada, certa dureza. 6. Incluso - a passagem da pea que estava na estufa para um recipiente retangular (forma) contendo parafina fundida que, depois de solidificada temperatura ambiente, d origem ao chamado bloco de parafina. A incluso pode tambm ser feita com celoidina, gelatina ou resorcina epxi, sendo estas ltimas usadas para microscopia eletrnica. 7. Microtomia - a etapa em que se obtm delgadas fatias de peas includas na parafina, atravs de um aparelho chamado micrtomo, que possui navalha de ao. A espessura dos cortes geralmente varia de 5 a 10 um (micrmetros). (1 um = 0,001 mm) 8. Extenso - os cortes provenientes da microtomia so enrugados. Para desfazer estas rugas, so esticados num banho de gua e gelatina a 58C, e pescados com uma lmina. Leva-se ento, estufa a 37C, por 2 horas, para que se d a colagem do corte lmina, pela coagulao da gelatina contida na gua quente. 9. Colorao - tem a finalidade de dar contraste aos componentes dos tecidos, tornando-os visveis e destacados uns dos outros. Para realiz-la, so observados 3 itens: a) Eliminao da parafina - por meio de banhos sucessivos em xilol, benzol ou toluol. b) Hidratao - executada quando o corante utilizado solvel em gua. Deve ser gradativa, com lcoois de teor decrescente, para evitar o rompimento dos tecidos. c) Colorao - os corantes so compostos qumicos com determinados radicais cidos ou bsicos que possuem cor, e apresentam afinidade de combinao com estruturas bsicas ou cidas dos tecidos. Rotineiramente, usa-se hematoxilina, corante bsico, que se liga aos radicais cidos dos tecidos, e eosina, corante cido que tem afinidade por radicais bsicos dos tecidos. Os componentes que se combinam com corantes cidos so chamados acidfilos e os componentes que se combinam com corantes bsicos so chamados basfilos. Por exemplo, os ncleos das clulas, onde predominam substncias cidas (DNA), so basfilos, ou seja, coram-se pela hematoxilina (corante bsico de cor roxa); por sua vez, o citoplasma, onde predominam substncias bsicas (protenas estruturais), acidfilo, corando-se pela eosina (corante cido de cor rosa). 8

10. Desidratao - visa retirar a gua, quando os corantes utilizados forem solues aquosas, a fim de permitir perfeita visualizao dos tecidos, pois a gua possui ndice de refrao diferente do vidro, e ainda prevenir a difuso dos corantes. Para isto usam-se banhos em lcoois de teor crescente. 11. Diafanizao - a diafanizao feita com xilol, a fim de tornar os cortes perfeitamente transparentes. 12. Montagem - a etapa final da tcnica histolgica, e consiste na colagem da lamnula sobre o corte, com blsamo do Canad, que solvel em xilol e insolvel em gua. A lamnula impede que haja hidratao do corte pela umidade do ar ambiente, permitindo ento que estas lminas se mantenham estveis por tempo indefinido. Aps a montagem, levam-se as lminas estufa, para secagem do blsamo do Canad.

Figura 1. Etapas da Tcnica Histolgica:

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Figura 2. Diferentes planos de cortes histolgicos:

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Figura 3. Diferentes planos de cortes histolgicos (continuao):

(Fonte das figuras 1, 2 e 3 : Bacha & Wood, 1991)

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TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO

LMINA A - Clulas epiteliais planas descamadas (Mucosa oral, HE) Estas clulas foram coletadas da mucosa oral e estendidas sobre a lmina (esfregao). Elas esto isoladas, pois so clulas de escamao, ou seja, clulas superficiais que soltaram-se do tecido. Foi feita a colorao com hematoxilina e eosina (HE). Para uma boa observao, deve-se procurar uma clula isolada. Esta clula tem a forma achatada, plana e com um contorno irregular. O citoplasma volumoso e constitudo principalmente por protenas bsicas. Pelo fato do citoplasma ser bsico, ele tem afinidade pelo corante cido, que a eosina. A eosina tem colorao rosada e impregna o citoplasma, que fica ento rosado. As estruturas que se coram pelos corantes cidos so denominadas acidfilas ou eosinfilas (filo = afinidade). O ncleo redondo e central; constitudo principalmente por cidos nuclicos. Por ter carter cido, o ncleo tem afinidade pelo corante bsico, que a hematoxilina, de cor roxa. As estruturas que se coram por corantes bsicos so basfilas. LMINA A7 - Tecido epitelial de revestimento pavimentoso simples (Feixe vsculo-nervoso, HE) Esta lmina apresenta um corte transversal de um feixe contendo vasos sanguneos e nervos, circundados por tecido conjuntivo e/ou adiposo. Os vasos so as estruturas ocas que aparecem no corte, ou seja, estruturas que apresentam uma cavidade interna ou luz. Este tecido localiza-se revestindo internamente os vasos sangneos, ficando, portanto, em contato direto com o sangue circulante. Est constitudo por uma s camada de clulas planas; como o citoplasma destas clulas muito fino, no pode ser visualizado, sendo observados apenas os ncleos, que so achatados, acompanhando o formato das clulas. Nos vasos, este tecido denominado de endotlio, mas quando o mesmo tecido encontra-se revestindo as cavidades naturais do corpo (peritoneal, pericrdica e pleural), recebe o nome de mesotlio. LMINA B6 - Tecido epitelial de revestimento pavimentoso simples (Polpa dental, HE) Nesta lmina pode-se observar muitos vasos sangneos, de vrios calibres, circundados por tecido conjuntivo frouxo. Alguns destes vasos aparecem com sangue dentro, outros esto vazios. Observar o endotlio destes vasos, conforme descrio da lmina anterior (A7). LMINA Q1 - Tecido epitelial de revestimento cbico simples (Tbulos do rim, HE) Este tecido encontra-se revestindo cada um dos tbulos renais, que esto distribudos por todo o rgo. Este epitlio simples e cbico, isto , apresenta uma s camada de clulas cbicas. classificado pelo formado redondo dos ncleos, que se dispem em uma nica camada. Nos tbulos que esto na regio da papila renal, pode-se observar os limites celulares de cada clula epitelial. LMINA A3 - Tecido epitelial de revestimento cilndrico simples (Vescula biliar, HE) Encontra-se revestindo internamente o rgo. Este tecido epitelial classificado como cilndrico porque as clulas so de formato cilndrico, e simples porque constitudo por uma nica camada de clulas. Nesta lmina caracterstico o posicionamento basal dos ncleos, indicando o polo nutritivo dessas clulas, tambm chamado de polo basal, pois est em contato direto com a lmina basal. LMINA C1 - Tecido epitelial de revestimento pseudo-estratificado cilndrico ciliado com clulas caliciformes (Traquia, HE) Encontra-se revestindo a luz da traquia. Este epitlio formado por uma nica camada de clulas com alturas diferentes, mas a maioria cilndrica e ciliada. Os seus ncleos aparecem em vrias alturas, o que d a falsa idia de estratificao, ou seja, parece que o tecido tem vrias camadas. Na realidade, todas as clulas tocam na membrana basal, embora nem todas alcancem a superfcie. As que alcanam a superfcie so cilndricas e ciliadas ou so clulas caliciformes. As caliciformes no apresentam clios, pois so clulas secretoras, e aparecem com o citoplasma claro, no corado por HE, localizando-se entre as outras clulas epiteliais. Este tipo de epitlio caracterstico das vias areas superiores. LMINA K1 Tecido epitelial de revestimento pavimentoso estratificado no-queratinizado (Esfago, HE) Este tecido est localizado revestindo a luz do esfago. classificado como estratificado porque apresenta vrias camadas ou estratos de clulas, e pavimentoso porque as clulas da camada superfi cial apresentam-se pavimentosas ou planas. No-queratinizado significa que no h queratina acima das clulas superficiais. Pode-se observar que a camada basal de clulas, que est em contato com a lmina basal, formada por clulas altas, quase cilndricas, e que as camadas intermedirias so formadas por 13

clulas que vo gradualmente se tornando mais baixas, at ficarem planas na camada superficial. A camada basal do tecido tambm chamada de camada germinativa, pois s nela as clulas sofrem mitose para renovao do tecido. LMINA S2 Tecido epitelial de revestimento pavimentoso estratificado queratinizado (pele espessa almofada plantar de gato, HE). Este tecido encontrado revestindo externamente a pele, constituindo a chamada epiderme. classificado como estratificado por apresentar vrias camadas ou estratos de clulas, e pavimentoso porque as clulas da camada superficial apresentam-se pavimentosas ou planas. Queratinizado significa que h queratina na superfcie do tecido. A queratina, protena produzida pelas prprias clulas epiteliais, aparece como uma camada muito acidfila disposta sobre as clulas mais superficiais do epitlio queratinizado, e muitas vezes pode-se descolar do tecido devido tcnica histolgica. Pode-se observar que a camada basal de clulas, que est em contato com a lmina basal, formada por clulas altas, quase cilndricas, e que as camadas intermedirias so formadas por clulas que vo gradualmente se tornando mais baixas, at ficarem planas na camada superficial. A camada basal do tecido tambm chamada de camada germinativa, pois s nela as clulas sofrem mitose para renovao do tecido. Este epitlio semelhante ao da pele fina do lbio (L1), mas apresenta um maior nmero de camadas de clulas e a camada de queratina mais espessa. LMINA L1 - a) Tecido epitelial de revestimento pavimentoso estratificado no-queratinizado (Face interna do lbio - mucosa) b) Tecido epitelial de revestimento pavimentoso estratificado queratinizado (Face externa do lbio - pele) (Lbio, HE) Estes tecidos so classificados como estratificados por que apresentam vrias camadas ou estratos de clulas, e pavimentosos porque as clulas da camada superficial apresentam-se pavimentosas ou planas. No-queratinizado significa que no h queratina acima das clulas superficiais, e queratinizado, que h queratina na superfcie do tecido. A queratina, protena produzida pelas prprias clulas epiteliais, aparece como uma camada muito acidfila disposta sobre as clulas mais superficiais do epitlio queratinizado, e muitas vezes pode-se descolar do epitlio devido tcnica histolgica. Pode-se observar que, nos dois tecidos, a camada basal de clulas, que est em contato com a lmina basal, formada por clulas altas, quase cilndricas, e que as camadas intermedirias so formadas por clulas que vo gradualmente se tornando mais baixas, at ficarem planas na camada superficial. LMINA A5 - Tecido epitelial de revestimento de transio ou polimorfo (Bexiga, HE) frequentemente considerado um epitlio estratificado, porque parece ter mais de uma camada de clulas. No entanto, atualmente alguns autores classificam este tecido como pseudo-estratificado, pois alegam que todas as clulas alcanam a membrana basal, o que no visvel ao microscpio ptico. A forma das clulas, principalmente da camada superficial, modifica-se de acordo com o estado fisiolgico do rgo, por isso denominado polimorfo ou de transio. Na bexiga vazia, como o caso desta lmina, as clulas epiteliais superficiais ficam arredondadas e grandes. Se forem feitas lminas de uma bexiga cheia, as clulas superficiais apresentaro formato achatado. Os limites celulares so bem visveis, devido presena de grande quantidade de glicoclix entre as clulas deste epitlio. Na superfcie do tecido pode-se observar, em vrios pontos, uma substncia acidfila, que nada mais do que um acmulo de glicoclix.

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TECIDO EPITELIAL GLANDULAR

LMINA C4 - Glndula excrina unicelular: clula caliciforme (Traquia, PAS) A tcnica do PAS (cido peridico de Schiff) permite evidenciar a clula caliciforme com o material sintetizado em seu interior e que, ao sair, ir constituir a secreo dessa glndula, o muco. Como o muco constitudo por polissacardeos, ele PAS positivo, corando-se de prpura com esta tcnica (colorao vermelho-arroxeada ou vinho). As clulas caliciformes esto colocadas entre as do epitlio de revestimento, e distinguem-se das demais por tomarem uma colorao prpura, contrastando com as clulas vizinhas, que no se coram com o PAS. A forma destas glndulas, como o prprio nome diz, a de um clice. Como cada glndula composta por apenas uma clula epitelial secretora, ela classificada como glndula excrina unicelular. Em algumas preparaes, pode-se encontrar, sobre os clios do epitlio de revestimento, o produto de sntese destas glndulas, o muco, corado em prpura. Apesar de ser excrina, esta glndula no apresenta ducto, ela intra-epitelial e se abre diretamente na superfcie do epitlio de revestimento que a contm. Os ncleos das clulas apresentam-se corados de roxo pela hematoxilina. Nesta lmina pode-se observar, ainda, a membrana basal do epitlio de revestimento, que tambm PAS positiva, corando-se de prpura com esta tcnica, por apresentar polissacardeos. LMINA K5 - Glndula excrina tubulosa simples (Intestino grosso, HE) Estas glndulas tm a forma tubulosa, por semelhana a um tubo, e so constitudas por invaginaes do epitlio de revestimento para o interior da parede do rgo. Cada glndula um tubo que desemboca no epitlio de revestimento, e este tubo sustentado por tecido conjuntivo. Entre as clulas que formam o epitlio secretor desta glndula, h muitas caliciformes, mas a sua secreo no evidenciada devido tcnica utilizada, notando-se ento, a sua imagem negativa (em branco). A glndula no tem uma direo uniforme, por isso nesta preparao aparecem tanto cortes transversais, como oblquos e longitudinais, devendo ser analisados todos os tipos de cortes. O corte longitudinal semelhante a um dedo de luva, enquanto o transversal apresenta-se circular. LMINA K18 - Glndula excrina tubulosa simples (Intestino grosso, tricrmico de Heidenhain-Azan) Lmina semelhante K5, mas as clulas caliciformes aparecem coradas de azul ou esverdeadas. Observar que nesta lmina, as glndulas tubulosas aparecem, em sua maioria, cortadas longitudinalmente. LMINA L1 - Glndula excrina tubulosa simples enovelada (Sudorpara) e Glndula excrina acinosa simples ramificada (Sebcea) (Pele do lbio, HE) Para a observao destas glndulas, deve-se inicialmente localizar a zona do lbio constituda de pele, isto , aquela que apresenta epitlio queratinizado. Logo abaixo deste epitlio h tecido conjuntivo com pelos, glndulas sebceas e sudorparas. A glndula sudorpara tem a forma de um tubo sinuoso, enovelado. O corte histolgico no acompanha as sinuosidades da glndula, e secciona diversas vezes cada tubo. Cada seco do tubo glandular aparece com a parede formada por uma nica camada de clulas epiteliais cbicas rodeando um espao interno (luz ou lmen), onde a secreo de cada clula lanada. Este tubo desemboca na superfcie epitelial queratinizada (superfcie da pele), de onde foi originado. Quanto ao modo de extruso do produto secretado pelas clulas, esta glndula pode ser apcrina ou mercrina, dependendo da localizao e/ou espcie animal. A glndula sebcea uma glndula acinosa simples ramificada, e apresenta um aspecto macio, j que a luz no aparece. constituda por clulas claras, bem delimitadas, cheias de gotculas de lipdios, cada uma apresentando um ncleo redondo e central. Seu ducto excretor desemboca geralmente em um folculo piloso. Quanto ao modo de extruso do produto secretado pelas clulas, esta glndula holcrina. LMINA S2 - Glndula excrina tubulosa simples enovelada (Sudorpara) (Pele espessa, almofada plantar de gato, HE) Nesta lmina, as glndulas sudorparas so as nicas glndulas presentes, por isso sua identificao fica facilitada, em relao L1. Na pele espessa tambm no existem folculos pilosos. LMINA L6 ou L9 - Glndula excrina acinosa composta (Partida, HE) Neste corte observa-se uma grande quantidade de unidades secretoras formadas por tecido epitelial glandular. Estas unidades secretoras so de forma acinosa (arredondada), e por isto podem ser chamadas simplesmente de cinos. A luz destes cinos, como muito pequena, no pode ser visualizada. Entre os cinos, que so os componentes mais numerosos da glndula, podem ser vistos ductos intralobulares (dentro dos lbulos), que so pequenos, e extralobulares (fora dos lbulos), que so grandes. Todos os ductos apresentam luz visvel; quanto mais calibroso for o ducto, maior a sua luz. Como os ductos 15

so ramificados, permitem classificar esta glndula como composta. A ramificao dos ductos s pode ser visualizada nos seus cortes longitudinais. Os cinos e ductos vo constituir o parnquima, que est dividido em lbulos por septos de tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo, por sua vez, chamado de estroma. LMINA L8 - Glndula excrina tbulo-acinosa composta (Glndula salivar mista, HE) Esta glndula constituda por unidades secretoras em forma de cinos ou tbulos, por isso ela classificada como tbulo-acinosa. Seus ductos so muito ramificados, por isso esta glndula composta. Suas unidades ou pores secretoras so de trs tipos, em relao composio qumica da secreo produzida em cada uma: a) poro secretora serosa - constituda por clulas piramidais, que possuem na sua regio basal um ncleo arredondado e muita basofilia, devido a grande quantidade de ribossomos. A regio apical de cada clula possui gros de zimognio, que contm pr-enzimas; portanto, a secreo serosa uma secreo rica em protena, sendo fluda. A luz de uma poro secretora serosa to pequena que no aparece ao microscpio ptico. b) poro secretora mucosa - constituda por clulas piramidais que apresentam um ncleo achatado contra a membrana plasmtica da regio basal. O citoplasma fica muito claro porque est cheio de muco, uma secreo glicoprotica e viscosa que no se cora bem com HE. Os limites celulares podem ser observados, assim como a luz do cino, que geralmente ampla. c) poro secretora mista - formada por uma parte principal mucosa, ao redor da qual h uma meialua constituda por clulas serosas. A secreo deste tipo de poro secretora , portanto, constituda por muco associado a pr-enzimas, sendo semi-viscosa. Cada poro secretora desemboca em um ducto, que na sua parte inicial tem um dimetro muito pequeno, e constitudo por clulas epiteliais cbicas que possuem ncleos redondos. As pores secretoras e seus pequenos ductos esto agrupadas em lbulos, que esto separados entre si por septos de tecido conjuntivo. Por isso, estes ductos so classificados como intralobulares, ou seja, ductos que esto dentro dos lbulos. Os ductos intralobulares vo gradativamente aumentando de calibre, at desembocarem em ductos grandes, que podem apresentar mais de uma camada de clulas epiteliais, cbicas ou cilndricas, e se localizam fora dos lbulos, nos septos de tecido conjuntivo, sendo por isso denominados de ductos extralobulares ou excretores. Estes ductos apresentam uma luz geralmente muito grande, e so rodeados por muito tecido conjuntivo. Vrios ductos excretores se renem em ductos ainda maiores que se abrem na cavidade bucal, onde lanam a secreo desta glndula, a saliva. Quanto maior for o calibre do ducto excretor, mais altas so as suas clulas epiteliais de revestimento, e maior o nmero de camadas que apresentam. As pores secretoras e ductos constituem o parnquima da glndula (parte epitelial), enquanto que o tecido conjuntivo constitui o estroma (parte conjuntiva). LMINA O2 - Glndula endcrina vesicular ou folicular (Tireide, HE) Nesta glndula, as clulas esto organizadas em forma de vescula, ou seja, as clulas secretoras formam a parede de estruturas esfricas, denominadas de vesculas ou folculos, dentro das quais fica armazenada a secreo produzida. A parede de cada vescula constituda por uma nica camada de clulas cbicas, as clulas secretoras. A secreo armazenada dentro da vescula cora-se de rosaalaranjado, sendo denominada de colide. Ao redor das vesculas esto capilares sanguneos, no visualizados, que ficam em contato ntimo com as clulas secretoras. Os hormnios so armazenados no colide, numa forma inativa, e, quando necessrio, so reabsorvidos pelas prprias clulas secretoras e transferidos para a circulao sangnea dos capilares adjacentes. - Glndula endcrina cordonal (Paratireide, HE) A paratireide encontra-se dentro ou ao lado da tireide, dependendo do corte histolgico. formada por clulas secretoras cbicas que se dispem lado a lado formando cordes irregulares, podendo ser observado o alinhamento dos seus ncleos redondos. Entre estes cordes encontram-se capilares, dificilmente visualizados, de modo que todas as clulas secretoras esto em contato ntimo com capilares sanguneos.

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TECIDOS CONJUNTIVOS

LMINA B6 ou H7 - Tecido conjuntivo frouxo (Polpa dental, HE) Nesta lmina, o tecido que predomina o conjuntivo frouxo, e as estruturas mais evidentes so vasos sangneos de vrios tamanhos, com ou sem sangue no seu interior. Neste tecido existem todos os elementos estruturais tpicos do tecido conjuntivo propriamente dito. Podem existir todos os tipos de clulas do conjuntivo, mas as mais comuns so os fibroblastos e os macrfagos. As fibras encontradas no tecido conjuntivo frouxo so de trs tipos: elsticas, colgenas e reticulares. As colgenas so as mais freqentes, dispondo-se entre as clulas em feixes finos, corados em rosa, dando ao tecido um aspecto delicado e homogneo. Para a visualizao dos outros dois tipos de fibras h necessidade de tcnicas especiais, como tambm para visualizar a substncia fundamental amorfa, que no bem preservada pela tcnica histolgica. O tecido conjuntivo frouxo tem um aspecto delicado e uma colorao suave, se for comparado ao denso. LMINA L1 - Tecido conjuntivo denso no-modelado (Mucosa do lbio, HE) Este tecido encontra-se abaixo da mucosa do lbio (lado que apresenta epitlio de revestimento pavimentoso estratificado no-queratinizado). Neste tecido, h predominncia de fibras colgenas em relao aos outros componentes, por isto ele classificado como denso. Estas fibras se dispem em feixes grossos, e como h feixes em todas as direes, classificamos este tecido como no modelado. Como as fibras colgenas formam feixes grossos e irregulares, este tecido tem um aspecto grosseiro, se for comparado com o conjuntivo frouxo. As clulas mais freqentes so os fibroblastos, que sintetizam as fibras colgenas. Os feixes de fibras colgenas so acidfilos, portanto, se coram em rosa. O tecido conjuntivo denso tem um aspecto grosseiro e uma colorao forte, se for comparado ao frouxo. LMINA B8 - Tecido conjuntivo denso modelado (Tendo, HE) Este tecido encontrado nos tendes, por isto, pode ser chamado tambm de tendinoso. Ele classificado como denso, porque o componente que predomina so as fibras colgenas. Estas fibras so grossas e se apresentam organizadas paralelamente, em uma nica direo, por isso este tecido classificado como modelado. Entre os feixes de fibras colgenas, que so os elementos predominantes, notam-se fibroblastos dispostos em fileiras paralelas. Estes fibroblastos tem ncleo alongado, sendo o seu citoplasma dificilmente visualizado, por ser muito delgado e tambm por tomar a mesma cor rsea das fibras colgenas. Os ncleos mais grossos so de fibroblastos ativos, e os mais finos so de fibroblastos inativos, denominados de fibrcitos. LMINA T2 - Tecido conjuntivo mucoso (cordo umbilical, HE) No tecido conjuntivo mucoso h predomnio acentuado de substncia fundamental amorfa, que pode ter sido parcialmente dissolvida pela tcnica histolgica. O predomnio de substncia fundamental amorfa, que constituda por proteoglicanas cidas, confere uma certa basofilia ao tecido, que fica azulado com esta colorao. Existem poucas fibras colgenas, difceis de identificar. Tambm podem existir poucas fibras elsticas e reticulares, que no podem ser visualizadas por no se corarem com HE. So observados alguns fibroblastos. Trs grandes vasos sangneos atravessam o cordo umbilical. Neste rgo, o tecido mucoso conhecido como gelia ou gelatina de Wharton. LMINA I3 - Tecido conjuntivo reticular linfide e Clula reticular (Linfonodo, HE) Este rgo apresenta, na sua periferia, uma cpsula de tecido conjuntivo, que aparece como uma faixa bem corada em rosa, por fora da qual pode haver tecido adiposo. Para se visualizar a clula reticular, deve-se procurar uma estreita regio mais clara, situada logo abaixo da cpsula conjuntiva. Ela tambm pode ser visualizada nas regies mais claras do centro do rgo. A clula reticular bastante pequena, tem um ncleo ovalado e claro e apresenta prolongamentos citoplasmtico acidfilos que se tocam com os das clulas prximas, formando assim um retculo. Neste retculo existem tambm fibras reticulares, produzidas pelas prprias clulas reticulares. Estas fibras no podem ser visualizadas com esta tcnica. Distribudos por cima desta rede de clulas e fibras, neste tecido reticular, esto os linfcitos, formando o tecido reticular linfide. Nas regies do rgo onde se concentram os linfcitos, impossvel a visualizao das clulas reticulares, pois elas esto cobertas pelos linfcitos. A clula reticular pode ser considerada um fibroblasto modificado. LMINA D4 - Tecido conjuntivo reticular mielide e megacaricito (medula ssea, HE) Nesta lmina pode-se observar, no interior do canal medular deste osso longo em formao, o tecido reticular mielide, que constitui a medula ssea vermelha. Ele formado por fibras reticulares, clulas 17

reticulares e muitas clulas da linhagem sangunea, em diferentes estgios de desenvolvimento. As fibras reticulares no so visualizadas nesta lmina, pois no se coram com HE. Devido quantidade de clulas presentes, muito difcil a sua identificao. A clula mais facilmente identificvel, que se destaca entre as outras, o megacaricito, uma clula gigante, arredondada, com ncleo lobulado e citoplasma acidfilo, que d origem s plaquetas do sangue. LMINA K17 ou K3 - Clulas do tecido conjuntivo frouxo (Intestino delgado, HE) Esta lmina mostra um rgo tubular, cortado transversalmente, cuja luz irregular est revestida por epitlio cilndrico simples. Abaixo deste epitlio encontramos o tecido conjuntivo frouxo, que neste rgo apresenta muitas clulas de defesa descritas a seguir. Plasmcito - uma clula ovalada que apresenta um ncleo excntrico, arredondado, com a cromatina disposta radialmente, dando muitas vezes o aspecto de roda de carroa ao ncleo. O citoplasma bem visvel, facilitando a identificao desta clula. Linfcito - uma clula arredondada e muito pequena. Apresenta um ncleo bem corado (cromatina condensada) que ocupa praticamente toda a clula. O citoplasma dificilmente ser visualizado, por ser muito escasso. Esta clula facilmente identificada pela cor e o formato do ncleo (redondo e escuro), j que o citoplasma no pode ser visto. Fibroblasto uma clula que apresenta ncleo alongado e citoplasma estrelado, ou seja, com prolongamentos citoplasmticos. Como o citoplasma adquire colorao semelhante a das fibras colgenas, dificilmente visualizado. Portanto, a clula identificada pelo seu ncleo, que apresenta-se alongado, claro e com um ou mais nuclolos visveis. Tambm podem ser visualizados, eventualmente, outros leuccitos (eosinfilos e neutrfilos) e macrfagos. Estes ltimos so identificados pelo ncleo em forma de rim. LMINA B4 - Macrfagos (Bao, colorao intravital com tinta da China (preta) e ltio carmim (vermelho); colorao nuclear com hematoxilina) Os ncleos de todas as clulas desta lmina aparecem corados em lils, pela hematoxilina. No foi utilizada a eosina. Os macrfagos so clulas conjuntivas com grande capacidade fagocitria. Sua morfologia muito varivel e depende do estado funcional, o que dificulta a sua identificao nas lminas coradas por tcnicas comuns como HE. Para a identificao destas clulas, aproveitada a sua atividade fagocitria. Injeta-se no animal vivo um ou mais corantes. Os corantes so, ento, fagocitados pelos macrfagos, acumulando-se no citoplasma destes sob a forma de grnulos. O bao , ento, removido, fixado e processado normalmente pelo mtodo de incluso em parafina, sendo as lminas obtidas coradas somente com hematoxilina. Como os grnulos contendo os corantes fagocitados pelos macrfagos so bem visveis ao microscpio ptico, aparecendo em negro e/ou vermelho, sua presena determina a perfeita localizao do citoplasma dos macrfagos. LMINA L1 - Fibras colgenas (Mucosa do lbio, HE) No tecido conjuntivo que se localiza sob a mucosa do lbio, as fibras colgenas aparecem como feixes acidfilos (avermelhados), em vrias direes. Portanto, estes feixes aparecem cortados transversalmente, longitudinalmente e obliquamente. LMINA B2 - Fibras colgenas (Lngua, Picrosirius-Hematoxilina) As fibras colgenas aparecem nesta lmina como filamentos avermelhados, rodeando as clulas musculares que esto coradas em amarelo. LMINA H5 - Fibras elsticas (Aorta, resorcina-fucsina) As fibras elsticas so bem observadas na parede das artrias de grande calibre. Quando usada a tcnica de resorcina-fucsina, elas coram-se em prpura ou roxo. Estas fibras so notadas pela forma sinuosa com que aparecem, sendo mais grossas do que as reticulares. Esta tcnica de colorao cora apenas a elastina, por isso os demais componentes teciduais da parede desta artria no so visualizados. LMINA B5 - Fibras reticulares (Fgado, impregnao argntica: pela prata) Estas fibras so identificadas pela colorao negra que tomam, quando coradas por sais de prata, e pela sua disposio numa verdadeira rede, sendo muito delicadas. Seu dimetro pode ser comparado ao das fibrilas colgenas. Os demais componentes teciduais deste rgo no se coram bem pela prata, ficando amarelados ou amarronzados.

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TECIDO ADIPOSO

LMINA B7 - Tecido adiposo unilocular (HE) As clulas do tecido adiposo unilocular apresentam os ncleos rechaados para a periferia, circundados por pequenas pores de citoplasma, como se fosse um anel em torno do vacolo deixado pela gotcula de gordura neutra, que dissolvida pela tcnica histolgica. Elas so esfricas, mas como esto comprimidas entre si, podem adquirir um formato polidrico. Este tecido muito vascularizado, mas como suas clulas so muito grandes, s podem ser vistos os vasos maiores, sendo difcil a visualizao dos capilares, que praticamente desaparecem entre as enormes clulas adiposas. Nesta lmina, tambm podem ser encontradas algumas clulas adiposas multiloculares, entre as clulas do tecido adiposo unilocular. LMINA I5 - Tecido adiposo multilocular (Periferia do timo, HE) Este tecido pode ser encontrado na periferia do timo. As clulas do tecido adiposo multilocular apresentam numerosas gotculas de gordura no citoplasma, e seu ncleo redondo e excntrico, o que torna fcil diferenci-las das clulas adiposas uniloculares.

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TECIDO CARTILAGINOSO

LMINA C1 - Tecido cartilaginoso hialino (Corte transversal de traquia, HE) Este tecido encontra-se no meio da parede deste rgo, constituindo anis em forma de C. Ele envolvido pelo pericndrio, que um tecido conjuntivo denso. No pericndrio esto as clulas condrognicas, que do origem aos condroblastos, e os condroblastos (semelhantes aos fibroblastos), que so as clulas jovens do tecido cartilaginoso. So os condroblastos que se diferenciam em condrcitos e produzem a substncia intercelular (matriz). A matriz constituda por fibrilas colgenas do tipo II e substncia fundamental amorfa, composta por proteoglicanas cidas. Os condrcitos ficam confinados numa cavidade dentro da matriz, denominada de lacuna ou condroplasto. Freqentemente, os condrcitos esto retrados devido tcnica histolgica, no ocupando toda a lacuna. Cada lacuna delimitada por uma rea mais basfila chamada matriz territorial, com poucas fibrilas colgenas e maior quantidade de substncia fundamental amorfa. Quando vrios condrcitos aparecem em grupos, originados de uma mesma clula genitora por sucessivas mitoses, o que geralmente ocorre no centro da cartilagem, recebem o nome de grupo isgeno coronrio. LMINA C4 - Tecido cartilaginoso hialino (Corte transversal de traquia, PAS) Esta lmina igual C1, s mudando a colorao. A tcnica de PAS evidencia os polissacardeos que compem a substncia fundamental amorfa, que adquire uma colorao prpura. Nesta lmina pode-se observar, ao redor das lacunas com os condrcitos, a matriz territorial, que adquire uma colorao mais escura, por ter uma maior concentrao de polissacardeos. LMINA C2 - Tecido cartilaginoso elstico (Epiglote, Resorcina-Fucsina) Este tecido semelhante ao cartilaginoso hialino, possuindo os mesmos componentes: clulas condrognicas e condroblastos no pericndrio e condrcitos em lacunas dentro da matriz. Leva o nome de elstico porque sua matriz, alm de apresentar fibrilas colgenas do tipo II e substncia fundamental amorfa, contm fibras elsticas, que so evidenciadas por esta tcnica de colorao, adquirindo a colorao arroxeada. Em geral, neste tecido os condrcitos so bem maiores do que os do tecido cartilaginoso hialino, mas tambm se encontram retrados, devido tcnica histolgica, no ocupando toda a lacuna. LMINA C3 - Tecido cartilaginoso fibroso (Disco intervertebral, HE) O tecido cartilaginoso fibroso possui, basicamente, os mesmos componentes do tecido cartilaginoso hialino, porm com duas diferenas importantes: 1) H uma predominncia marcante de fibras colgenas do tipo I, formando feixes grossos acidfilos. Estes feixes so bem visualizados nesta lmina, e aparecem em cortes transversais, longitudinais e oblquos. 2) Ausncia do pericndrio. Pode ser observada a presena de alguns grupos isgenos axiais, ou seja, grupos isgenos formados por condrcitos alinhados. A visualizao dos condrcitos em lacunas a nica maneira de diferenciar este tecido do conjuntivo denso, visto que, em menor aumento, so muito semelhantes.

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TECIDO SSEO

LMINA D4 -

Tecido sseo primrio (Osso longo) (Tcnica de preparao: desmineralizao + HE) Nesta lmina, ao contrrio da D1, foi removida a parte mineral da matriz ssea, permanecendo somente a parte orgnica. Aparecem as trabculas sseas, constitudas por matriz ssea, e as cavidades situadas entre elas. Estas cavidades esto preenchidas pela medula ssea vermelha ou pelo tecido conjuntivo frouxo osteognico. As trabculas se destacam pela forte colorao vermelha que apresentam. So trs as clulas do tecido sseo que podem ser visualizadas nesta lmina: 1. Osteoblastos: so clulas jovens, que apresentam a capacidade de produzir a parte orgnica da matriz ssea. Elas esto localizadas na periferia das trabculas, uma ao lado da outra, lembrando um epitlio de revestimento simples. Quando esto em atividade so cubides, mas quando em estado pouco ativo so achatadas. Estas clulas, associadas a uma delicada rede de fibras reticulares, no visualizadas, constituem o endsteo. 2. Ostecitos: So clulas situadas no interior da matriz, ocupando lacunas (osteoplastos), das quais partem canalculos que se anastomosam com os canalculos de lacunas vizinhas. Estes canalculos so muito finos, no podendo ser visualizados. Os ostecitos tm a forma de amndoa e aparecem retrados, devido tcnica histolgica. 3. Osteoclastos: So clulas globosas, gigantes e polinucleadas (de 6 a 60 ou + ncleos), que aparecem nas superfcies das trabculas sseas, e participam do processo de reabsoro desse tecido. So melhor visualizados na proximidade das epfises, onde se destacam por apresentarem colorao bem acidfila (vermelha). Os osteoclastos, freqentemente, provocam depresses na matriz, que so denominadas lacunas de Howship. Firmemente aderido superfcie externa da difise deste osso, encontramos o peristeo, geralmente constitudo por duas camadas: uma mais externa, onde predominam as fibras colgenas, e a outra mais interna, na qual a populao celular mais evidente, sendo constituda principalmente por clulas osteognicas, que apresentam morfologia semelhante a dos fibroblastos. LMINA D1 - Tecido sseo secundrio ou Haversiano (Corte transversal da difise de um osso longo Tcnica de preparao: Desgaste) OBS.: Como esta lmina no corada, deve ser olhada com o condensador abaixado e com pouca luz, para se obter maior contraste. Este tipo de tecido sseo muito bem estudado nas difises dos ossos longos. As lamelas (camadas de matriz ssea) se dispem da maneira tpica, constituindo os sistemas de Havers, os intermedirios e os circunferenciais, externo e interno. Nesta preparao, foi removida toda a parte orgnica do tecido, permanecendo s a parte mineral. Portanto, foram removidas as clulas, o colgeno da matriz, o peristeo e o endsteo. Os sistemas de Havers so formados por lamelas concntricas, apresentando no centro os canais de Havers, onde havia tecido conjuntivo com vasos e nervos. Os canais de Havers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfcie do osso atravs dos canais de Volkmann, transversais ou oblquos ao eixo longo do osso. Os sistemas intermedirios esto situados entre os de Havers, e representam restos de antigos sistemas de Havers que escaparam reabsoro, durante o crescimento e remodelao do osso. O sistema circunferencial externo formado por lamelas paralelas entre si, localizadas na superfcie externa do osso, prximas ao peristeo. O sistema circunferencial interno tambm possui lamelas com a mesma disposio paralela, porm se localiza junto cavidade medular, em relao com o endsteo. Como neste tipo de preparao a substncia orgnica se perde totalmente, permanecendo apenas a inorgnica, as lacunas onde se localizavam os ostecitos esto vazias, cheias de ar, aparecendo em negro (lacunas ou osteplastos). O mesmo acontece com os canais vasculares.

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OSSIFICAO

LMINA D4 -

Ossificao endocondral (Osso longo) (Tcnica de preparao: desmineralizao + HE) Esta a ossificao que ocorre a partir de um molde de tecido cartilaginoso hialino. Nesta lmina encontramos um osso longo em formao, cuja difise apresenta tecido sseo primrio, e cujas metfises esto, neste momento, sofrendo o processo de ossificao endocondral, o que pode ser evidenciado na estrutura denominada de disco epifisrio. Este disco responsvel pelo crescimento do osso longo em comprimento. O disco epifisrio apresenta cinco zonas distintas, que so, a partir da epfise: 1. Zona de cartilagem em repouso ou de cartilagem hialina normal Regio onde o tecido cartilaginoso hialino se apresenta sem qualquer alterao morfolgica. 2. Zona de cartilagem em crescimento, ou zona de multiplicao dos condrcitos, ou ainda zona de cartilagem seriada Os condrcitos sofrem vrias divises mitticas, formando fileiras ou colunas paralelas de clulas achatadas (semelhantes a pilhas de moedas), chamadas grupos isgenos axiais. 3. Zona de hipertrofia Os condrcitos ficam muito volumosos e a matriz fica reduzida a tabiques delgados entre as clulas hipertrficas. 4. Zona de calcificao da matriz cartilaginosa Os delgados tabiques de matriz cartilaginosa se mineralizam, o que resulta na morte dos condrcitos. Nesta regio podemos observar lacunas vazias, circundadas por matriz cartilaginosa calcificada, que se apresenta com acentuada basofilia. 5. Zona de ossificao Nesta zona h a invaso de vasos e clulas osteognicas, que se dispem nos espaos deixados pelos condrcitos mortos. As clulas osteognicas do origem a osteoblastos, que iniciam a deposio de matriz ssea sobre os restos de matriz cartilaginosa calcificada. Portanto, nesta zona observamos trabculas sseas em formao, que possuem matriz cartilaginosa mineralizada basfila (azulada) na parte central. Nesta lmina pode-se observar ainda, na difise, ossificao intramembranosa, a partir do peristeo que envolve externamente a difise. As clulas osteognicas da camada mais interna do peristeo do origem a novos osteoblastos, que iniciam a sntese de matriz ssea. Atravs da ossificao intramembranosa, os ossos longos crescem em espessura. Nas trabculas sseas formadas a partir da ossificao intramembranosa, no existe uma faixa central azulada, como naquelas formadas por ossificao endocondral. Em algumas trabculas se nota uma faixa perifrica estreita e mais clara, que formada por matriz ainda no calcificada, denominada de osteide. A matriz mais interna mais corada, correspondendo matriz j calcificada. Na regio onde est havendo ossificao intramembranosa, mais fcil localizarmos osteoblastos ativos, portanto, bem altos, ao redor das trabculas, porque esta uma regio onde est havendo sntese ativa de matriz ssea. LMINA D3 - Ossificao intramembranosa (Calota craniana, HE) Esta ossificao se d a partir de uma membrana de natureza conjuntiva, que neste caso mesnquima, um tecido conjuntivo embrionrio, rico em clulas indiferenciadas. As clulas mesenquimais se diferenciam, originando primeiramente clulas osteognicas e, a seguir, osteoblastos, que produzem matriz ssea, fazendo surgir assim as espculas sseas. As espculas sseas so trabculas sseas muito finas, constitudas de matriz rodeada por osteoblastos. Dentro da matriz encontramos ostecitos em lacunas. Na periferia da espculas ou entre elas podero ser encontrados osteoclastos, que so clulas grandes e multinucleadas. Em algumas espculas se nota uma faixa perifrica estreita e mais clara, que formada por matriz ainda no calcificada, denominada de osteide. A matriz mais interna mais corada, correspondendo matriz j calcificada. Na zona prxima s espculas, o conjuntivo mesenquimal j se diferenciou um pouco e apresenta um aspecto mais frouxo, mais claro, com clulas mais afastadas e com muitos vasos. Pode ser, nesta zona, denominado tecido osteognico. Na borda convexa deste corte de calota craniana (ver com objetiva de pequeno aumento) observamos que o mesnquima est se organizando para constituir o peristeo, com clulas dispostas paralelamente superfcie. Mais externamente ao peristeo, e desgarrado dele, encontramos msculo esqueltico.

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SANGUE LMINA DE ESFREGAO DE SANGUE (corante: Wrigth) Para esta observao, utilizamos a objetiva de imerso (100x), que resulta em um aumento final de 1000x, necessrio para a identificao dos elementos figurados do sangue. Quando se focaliza com a objetiva de imerso, existe o risco de que esta encoste na lmina, causando avarias em uma delas ou em ambas (no esfregao de sangue no utilizamos lamnula). Para se evitar isto, coloca-se em posio a objetiva de imerso, afastada do preparado, e em seguida, sobre a lmina, exatamente abaixo da objetiva em posio, coloca-se uma gota de leo de cedro. Agora, olhando pelo lado, aproxima-se a platina at que a objetiva encoste no leo. Observando-se pela ocular, utiliza-se o parafuso micromtrico, at que o campo entre em foco. 1. Hemcias ou eritrcitos (de 4,5 a 5,5 milhes/ml de sangue) Apresentam uma forma de disco bicncavo circular, no possuindo ncleo nos mamferos. Nas aves, anfbios, rpteis e peixes possuem ncleo e a forma da clula diferente. As hemcias coradas e vistas de cima tem a sua parte central mais clara, isto decorre do fato da clula ser mais delgada nesta rea, em virtude da forma de disco bicncavo que apresenta. 2. Leuccitos (de 5 a 10 mil/ml de sangue) Podem ser classificados em granulcitos, com grnulos especficos no citoplasma, e agranulcitos, sem granulaes especficas citoplasmticas. 2.1. Granulcitos a) Neutrfilos (de 55 a 65%): o ncleo de um neutrfilo apresenta at 5 lbulos, unidos por finas pontas de cromatina. Quando a clula muito jovem, o ncleo no segmentado em lbulos, possuindo a forma de bastonetes curvo. Neste caso, o neutrfilo chamado de bastonete. O citoplasma apresenta granulaes bastante finas, que em geral apresentam cor salmo ou bege. b) Eosinfilos (de 2 a 3%): seu ncleo apresenta, geralmente, dois lbulos, mas pode apresentar mais. No citoplasma, notam-se grandes granulaes de cor vermelha ou alaranjada. c) Basfilos (de zero a 1%): so os mais difceis de serem encontrados, devido sua pequena porcentagem no sangue de indivduos normais. O ncleo irregular, em forma de S e totalmente mascarado pelas granulaes citoplasmticas grandes e irregulares, coradas em azul escuro ou roxo. 2.2. Agranulcitos a) Linfcitos (de 25 a 35%): so os menores leuccitos, sendo que seu ncleo ocupa quase toda a clula, ficando uma pequena poro de citoplasma, de cor azul claro, sua volta, que geralmente no visvel. O ncleo apresenta cromatina bem condensada, portanto bem escura, e no segmentado, sendo esfrico, de modo geral. b) Moncitos (de 4 a 8%): so as maiores clulas sangneas. Apresentam um ncleo riniforme ou oval, e, em alguns casos, em forma de ferradura. A cromatina dispe-se numa rede de granulaes e flocos, de textura mais delicada que a do ncleo dos linfcitos, dando a impresso de o ncleo estar apagado ou mais claro do que o ncleo dos linfcitos. Seu citoplasma azul claro e, ao contrrio dos linfcitos, abundante. 3. Plaquetas (de 150 a 300 mil/ml) As plaquetas so fragmentos do citoplasma de grandes clulas de medula ssea denominadas megacaricitos. So corpsculos anucleados esfricos, ovais ou alongados. Nos esfregaos corados tendem a aparecer em grupos. LMINA H7 - Elementos figurados do sangue (Polpa dental, HE) Este preparado apresenta tecido conjuntivo frouxo com muitos pequenos vasos sangneos. Muitos destes vasos apresentam clulas sangneas na sua luz. As hemcias aparecem como esferas acidfilas, sem ncleo. Os granulcitos, em geral, podem ser identificados pelo seu ncleo lobulado. Os agranulcitos so reconhecidos por apresentarem ncleo no-lobulado. Alguns vasos podem apresentar em sua luz uma substncia de aspecto mais ou menos homogneo, corada em rosa: so protenas plasmticas coaguladas, que aparecem coradas pela eosina. LMINA L9 - Hemcias de perfil: forma bicncava (Glndula partida, HE) Nesta lmina devemos encontrar, primeiramente, os vasos sangneos. Dentro deles, podemos visualizar leuccitos e, nos capilares sangneos cortados longitudinalmente, hemcias enfileiradas uma atrs da outra, de perfil. H tambm vasos maiores com hemcias e leuccitos. Os granulcitos apresentam ncleo lobulado, e os agranulcitos, ncleo regular, sem lbulos. 23

TECIDO NERVOSO

LMINA G2 - Tecido nervoso - SNC (Sistema Nervoso Central) (Medula espinhal, Hematoxilina frrica) Nesta lmina observamos duas regies distintas, uma central, correspondente substncia cinzenta, com a forma da letra H, e outra perifrica, correspondente substncia branca. Na substncia cinzenta (H medular) encontramos: corpos celulares dos neurnios, com granulaes de Nissl no citoplasma (acmulos do REG e polirribossomos livres). Cada clula tem um ncleo grande e claro cujo limite nem sempre evidenciado. O nuclolo visualizado como um ponto redondo e escuro; ncleos de clulas da neurglia (astrcitos protoplasmticos, oligodendrcitos e micrglia); fibras amielnicas, dificilmente visualizadas.

O orifcio do H medular o canal ependimrio, revestido pelas clulas ependimrias, pertencentes a neurglia. Na substncia branca (regio perifrica da medula) encontramos, principalmente, fibras nervosas mielnicas. Estas aparecem como pequenos crculos vazios (devido dissoluo da mielina), que apresentam em seu interior um ponto escuro correspondente ao axnio. Nesta regio da medula, tambm so visveis ncleos de clulas da neurglia (astrcitos fibrosos, oligodendrcitos e micrglia), que no podem ser diagnosticados com esta tcnica. LMINA A7, H2 ou H3 - Tecido nervoso: Nervo - SNP (Sistema Nervoso Perifrico) (Corte transversal de feixe vsculo-nervoso, HE) O nervo um conjunto de feixes de fibras nervosas fora do SNC, ou seja, no SNP. Nesta lmina so observados alguns nervos e vasos sangneos. Cada nervo aparece como uma estrutura circular macia, envolta externamente por uma bainha de tecido conjuntivo denso, que denominada de epineuro. Podemos observar que o epineuro mantm juntos vrios feixes de fibras nervosas, que aparecem em forma circular, pois foram cortados transversalmente. Cada feixe tem um limite bem definido, constitudo por uma estreita bainha de tecido conjuntivo denso, que recebe o nome de perineuro. Dentro de cada feixe esto as fibras nervosas. Cada fibra constituda por um axnio e sua bainha envoltria, formada por clulas de Schwann. Ela visualizada, em corte transversal, como um ponto rosado, o axnio, rodeado por uma zona clara, no corada, ocupada anteriormente pela mielina, que foi dissolvida nesta preparao. Cada fibra nervosa circundada por uma bainha de tecido conjuntivo frouxo, que recebe o nome de endoneuro. Entre as fibras nervosas encontram-se ncleos, que podero pertencer a clulas de Schwann ou a fibroblastos do endoneuro. LMINA G3 - Neurglia: Astrcitos (Cerebelo, impregnao pela prata) Nesta preparao observamos astrcitos protoplasmticos e fibrosos, corpos celulares de neurnios e vasos sangneos. Diferentemente da medula nervosa, no cerebelo a substncia cinzenta se localiza na periferia, enquanto que a substncia branca ocupa a poro central. Astrcitos Protoplasmticos: Situam-se na substncia cinzenta, portanto esto prximos a corpos celulares de neurnios. Caracterizam-se por apresentarem prolongamentos curtos, espessos e muito ramificados, que lhes do um aspecto grosseiro. Astrcitos fibrosos: Situam-se na substncia branca, portanto distantes dos corpos celulares de neurnios. Caracterizamse por apresentarem prolongamentos longos, delgados e pouco ramificados, que lhes do um aspecto mais delicado do que o dos astrcitos protoplasmticos. Tanto nos astrcitos protoplasmticos como nos fibrosos, alguns de seus prolongamentos se espessam na poro terminal, formando uma dilatao que envolve a parede endotelial dos capilares sangneos. Essas dilataes se chamam ps vasculares.

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LMINA G4 - Cerebelo (Colorao: Bielschowsky) Este rgo apresenta a superfcie com dobras constitudas de substncia cinzenta (mais externa) e substncia branca (mais interna). Na substncia cinzenta, conseguimos distinguir trs camadas, de fora para dentro: a) b) c) camada molecular - de aspecto claro, com poucas clulas que aparecem com colorao escura. camada de clulas de Purkinje - estas clulas so neurnios muito volumosos, que apresentam citoplasma claro com ncleo e nuclolo evidentes. Algumas vezes pode-se observar o incio da ramificao dendrtica dirigida para a camada molecular. camada granulosa - constituda de neurnios muito pequenos denominados gros do cerebelo, cujos ncleos aparecem em colorao escura. A substncia branca tem um aspecto fibroso, com algumas clulas da glia. LMINA G5 - Neurnio piramidal (Crtex cerebral, HE) Nesta preparao, observa-se vrios neurnios que compem as camadas do crtex cerebral, mas no possvel distinguir estas camadas. Os neurnios piramidais apresentam o corpo celular em forma de pirmide, e so clulas grandes, o que permite a sua fcil visualizao. LMINA 03 - Gnglio do sistema nervoso autnomo - SNP (Cpsula da adrenal, HE) Os gnglios so aglomerados de corpos celulares de neurnios, localizados fora do SNC e associados a nervos. Nesta lmina, devem ser procurados, em menor aumento, na periferia do rgo, onde aparecem como estruturas circulares e macias, podendo ser confundidos com nervos. S podemos diferenci-los dos nervos no maior aumento, quando visualizamos os corpos celulares dos neurnios. Cada gnglio revestido por uma cpsula de tecido conjuntivo denso. Os corpos celulares dos neurnios, no interior do gnglio, so geralmente grandes e apresentam ncleo e nuclolo visveis. No citoplasma h uma fina granulao basfila que corresponde aos corpsculos de Nissl. Os corpos celulares dos neurnios so envolvidos por pequenas clulas cubides denominadas de clulas satlites. Mais ex ternamente a estas clulas existem fibras nervosas. H tambm tecido conjuntivo que se continua com o da cpsula. LMINA K3 - Plexo mioentrico - sistema nervoso autnomo (Intestino delgado, HE) Este plexo localiza-se mergulhado no tecido conjuntivo que est entre as duas camadas da tnica muscular deste rgo. Os neurnios que compem o plexo apresentam ncleo grande e claro, com nuclolo evidente. Podem ser observados um ou mais neurnios no meio do conjuntivo.

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TECIDO MUSCULAR

LMINA L5 - Tecido muscular estriado esqueltico (Lngua, HE) Nesta lmina, o tecido muscular aparece cortado em diversos planos. A clula muscular estriada esqueltica (fibra muscular) apresenta forma cilndrica, polinucleada, com os ncleos situados na periferia da clula. A disposio perifrica dos ncleos pode ser melhor constatada nos cortes transversais. Nas clulas cortadas longitudinalmente, podem ser evidenciadas as estrias transversais, que aparecem como linhas claras e escuras intercaladas (observar com o condensador abaixado e com o diafragma fechado). Num corte transversal pode-se observar, dentro de cada clula, as miofibrilas, que aparecem como pequenos pontos acidfilos. Pode-se observar o tecido conjuntivo que envolve um feixe de fibras musculares (ou o espao deixado pela retrao deste tecido), denominado perimsio. O endomsio o tecido conjuntivo que envolve cada uma das fibras (s vezes s se identifica o espao originado pela retrao do endomsio). O epimsio, que mantm juntos vrios feixes de fibras musculares, no pode ser observado nesta lmina. LMINA F3 - Tecido muscular estriado esqueltico (Lngua - Hematoxilina fosfotngstica de Mallory) Esta lmina deve ser observada com maior aumento, condensador abaixado e iluminao moderada. Ela utilizada para melhor visualizao das estrias transversais deste msculo, porque o corante empregado as evidencia. Nas clulas cortadas mais longitudinalmente podem ser observadas as estrias transversais, e nos cortes transversais, as miofibrilas, que aparecem como pequenos pontos. s vezes possvel distinguir o endomsio e o perimsio (ou o espao deixado por eles). LMINA B2 - Endomsio e Perimsio (Lngua, Picrosirius-hematoxilina) Nesta preparao, o tecido conjuntivo cora-se em vermelho, o que nos permite, s vezes, visualizar uma delgada membrana conjuntiva, que recebe o nome de endomsio, envolvendo cada fibra muscular estriada esqueltica. As fibras musculares apresentam colorao amarelada. Quando o tecido conjuntivo mais espesso, e rene vrias fibras, formando um feixe de fibras, denominado de perimsio. LMINA F4 - Tecido muscular estriado cardaco (Corao - Hematoxilina fosfotngstica de Mallory) Nesta preparao, deve-se procurar as clulas musculares em cortes longitudinais. A fibra cardaca possui 1 a 2 ncleos centrais, raramente visualizados, e estrias transversais (linhas claras e escuras). Apresenta uma estriao transversal mais grossa e mais corada, que o ponto de unio entre clulas adjacentes, denominada disco intercalar ou trao escalariforme, porque sua disposio muitas vezes lembra os degraus de uma escada. A fibra cardaca, quando vista em corte transversal, deixa perceber o ncleo central e uma regio perinuclear mais clara. Entre as clulas cardacas existe tecido conjuntivo com capilares sangneos. LMINA K3 ou K17 - Tecido muscular liso (Intestino, HE) Nesta lmina, deve-se procurar o tecido muscular na camada mais externa do rgo. O tecido muscular liso aparece em duas camadas: uma em corte longitudinal (a mais interna) e a outra em corte transversal (a mais externa). Estas clulas musculares so revestidas e mantidas juntas por uma rede fina de fibras reticulares, que no podem ser visualizadas. A clula muscular lisa fusiforme, seu ncleo nico central e em forma de charuto, e a clula no apresenta estrias transversais, o que pode ser observado em cortes longitudinais. Em cortes transversais, as clulas musculares lisas apresentam-se como estruturas circulares ou poligonais com ncleo central. Muitas vezes, o ncleo no visto, pois o corte no passou pelo centro da clula.

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