Revista EmbalagemMarca 104 - Abril 2008
Revista EmbalagemMarca 104 - Abril 2008
Revista EmbalagemMarca 104 - Abril 2008
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Primeiro movimento do Ciclo de Conhecimento:
Seminário Estratégico de Embalagens Flexíveis:
“Da Matéria-Prima ao Ponto-de-Venda”
Data: 12/05/2008
Local: Villa Noah – Espaço de Eventos – São Paulo, SP
Horário: das 8h00 às 19h00
Tema:
Por questões fiscais e cambiais, convertedores de ma; na outra ponta, são pressionados pela indústria usuária
embalagens flexíveis de países vizinhos estão abocanhan- por menores preços. O seminário analisará a estrutura da
do pedidos importantes que antes eram atendidos por indústria de embalagens flexíveis no Brasil, e apresentará
empresas nacionais. No mercado interno, transformadores caminhos de saída para essa situação que, no longo prazo,
são pressionados, numa ponta, pelos custos de matéria-pri- é prejudicial para todos os elos da cadeia.
Agenda:
08:00 - 09:00: Cadastramento e Welcome Coffee;
09:00 - 09:10: Abertura;
09:10 – 09:30: Panorama do Mercado de Flexíveis – A Ameaça Chinesa;
Fernanda Cavalleri, Ciba Expert Services / Pira International;
09:35 – 10:30: Desafios da Indústria de Flexíveis no Brasil
Sr. Synésio Batista da Costa, Presidente da Abraflex;
10:30 – 11:00: Coffee Break;
11:00 – 12:00: Matéria-Prima: Avaliação e Tendências de Mercado
Sr. José Ricardo Roriz Coelho, Presidente da Vitopel;
12:00 – 13:30: Almoço;
13:30 – 14:30: Painel Usuários – A Visão dos Grandes Compradores de Embalagens Flexíveis
• Sr. Moacyr Calligaris Jr., Diretor de Supply Chain da Nestlé Brasil
• Telma Gomes, Gerente de Negociação da Sadia S.A.
• Guillermo Rebolledo, Gerente de Compras de Embalagem América do Sul da Cadbury-Adams;
14:35 – 15:30: Varejo – A Interface entre o Consumidor e a Indústria
Sr. Paulo Lima, Diretor Conceito e Inovação e Mercadoria do Grupo Pão de Açúcar;
15:30 – 16:00: Coffee Break
16:00 – 17:00: A Visão do Governo: Ações Concretas e Soluções Possíveis
Sr. Miguel Jorge, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
17:00 – 18:30: Discussão entre os Palestrantes;
18:30 – 19:00: Entrega de Certificados e Café.
Patrocínio: Apoio:
EDITORIAL A ESSÊNCIA DA EDIÇÃO DO MÊS, NAS PALAVRAS DO EDITOR
S
utilizar este espaço como como a expressão explicita, pela diver-
um canal de diálogo com sidade plena dos canais.
nossos leitores, embo- Nesse quadro, o website da revista,
ra reconheçamos que ele com média de 35 000 visitas men-
acaba funcionando mais como um local sais, sua pioneira versão eletrônica
em que expomos unilateralmente nosso no segmento e ainda a e-newsletter
ponto de vista. Foi por isso que, já na enviada semanalmente a 13 000 assi-
primeira edição de EMBALAGEMMARCA, nantes respondem expressivamente à
criamos a seção Espaço Aberto, de nossa missão de levar à comunidade
extensão muito mais ampla que esta de embalagem informação qualificada
e na qual os leitores podem expor e de fato útil à sua atividade. O PRÊMIO
sem restrições suas opiniões, críticas e EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE
sugestões. EMBALAGEM e o CICLO DE CONHECIMENTO
Esse intercâmbio, com o aporte de EMBALAGEMMARCA, no qual se enqua-
valiosas idéias e observações, contri- dram os seminários programados para
buiu de forma decisiva para a constru- este ano, a ser inaugurado com o de
ção de uma revista especializada não embalagens flexíveis (ver página 46),
só comparável, mas superior mesmo são apenas mais dois passos destinados
a muitas existentes em países mais ao cumprimento daquela missão. Outros
avançados (e assim se entende por que serão dados em breve. Aguardem.
tanto procuram nos copiar por aqui). Até maio.
Ocorre que, no mundo multimídia atu-
al, o intercâmbio de informações, para Wilson Palhares
Diretor de Redação:
EMBALAGEMMARCA é Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br Público-Alvo
uma publicação mensal da Reportagem: redacao@embalagemmarca.com.br EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
Bloco de Comunicação Ltda. Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br
Rua Arcílio Martins, 53 ocupam cargos de direção, gerência e super-
Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br
CEP 04718-040 Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br visão em empresas integrantes da cadeia de
São Paulo, SP Departamento de arte: arte@embalagemmarca.com.br
embalagem. São profissionais envolvidos com
Tel.: (11) 5181-6533 Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br o desenvolvimento de embalagens e com poder
Fax: (11) 5182-9463 Assistente de arte: José Hiroshi Taniguti | hiroshi@embalagemmarca.com.br de decisão colocados principalmente nas indús-
www.embalagemmarca.com.br Administração: trias de bens de consumo, tais como alimentos,
Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br bebidas, cosméticos e medicamentos.
Filiada ao Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br
Departamento Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
João Tichauer | tichauer@embalagemmarca.com.br
Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br resguardado por direitos autorais. Não é
ILUSTRAÇÃO DE CAPA: TOM-B
Limpeza 8
Materiais “verdes” para household
tateiam apresentações ecológicas
Cafés 14 12 Memória
Stand-up pouches
fazem barulho no O valioso legado de Antonio
mercado de cafés Muniz Simas
solúveis
Sondagem
19 GNPD
Mintel analisa mercado
internacional de cafés
20 Entrevista
A briga de Karim Rashid
contra o establishment
Internacional 28
Garrafa de altíssimo luxo é a
nova jogada de marca de gim
Bazar 30
Toalhas de papel agora
têm cartuchos decorativos
Reportagem
de capa 36
Por meio de edições temáticas, latas
para bebidas rastreiam o consumidor
em festas, shows e promoções
42 Materiais
Nova promessa: o polipropileno de
subproduto do biodiesel
Chocolates 44
Lacta inova com embalagem
de tablete que permite
refechamento
52 Reciclagem
Embalagens de alimentos agora
podem ter PET reciclado
Cervejas 60
Garrafa exclusiva da AmBev provoca
reação das cervejarias concorrentes
62 Fechamentos
Cervejaria paulista adota rolha
metálica inédita no mercado nacional
Editorial 3
A essência da edição do mês, nas palavras do editor
Na web 6
O que a seção de notícias de www.embalagemmarca.com.br
e a e-newsletter semanal levam aos internautas
Espaço aberto 7
Opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores
Panorama 32
Movimentação do mundo das embalagens e das marcas
Painel gráfico 50
Produtos e processos da área gráfica para a produção de
rótulos e embalagens
Display 56
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
Almanaque 66
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
www.embalagemmarca.com.br
NA WEB
Uma amostra do que a seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal da
revista levam aos internautas.
sustentabilidade
Com base no Google Maps, a Tetra Pak está lançando o serviço Rota da
Reciclagem (www.rotadareciclagem.com.br), que indica pontos de coleta sele-
tiva de lixo e reciclagem de embalagens cartonadas assépticas (longa vida). O
site mostra onde ficam localizados pontos para entrega de materiais reciclá-
veis em todo o país.
decoração
A Kimberly-Clark Brasil
apresenta mais uma versão
do papel higiênico Neve:
Neve com Toque da Seda.
O novo produto, mais
macio e resistente, está dis-
ponível em embalagens de
4, 8, 12 e 16 rolos.
O
pano de fundo é a crescente
preocupação ambiental, que
tem conscientizado cada
vez mais os consumidores
de que seus hábitos de compra,
até mesmo os mais prosaicos, podem acabar
contribuindo para sérios danos à natureza, e
feito indústrias correr para anistiar seus pro-
dutos ou lançar novidades para aproveitar a
situação. Nesse contexto, algumas empresas
agora batalham para lembrar as pessoas
que a poluição de rios, córregos e represas
denunciada por espumas tem o dedo dos
Indemetal Sulgrafica
Papel cartão do cartucho é certificado (11) 4013-9600 (51) 2108-1313
pelo FSC, e Rosatex aventa alterações www.indemetal.com.br sulgrafica@sulgrafica.com.br
de material na bolsa plástica
Um desbravador
ANTONIO MUNIZ FURTADO SIMAS (1930 2008)
A
caixinha do leite Long, com a grande pétala estilizada
à frente. Os clássicos rótulos dos fósforos Pinheiro,
Olho, Beija-Flor e Moça, da Fiat Lux. O cartuchinho
amarelo de Mentex. Os invólucros da década de 80
dos embutidos e dos hambúrgueres da Sadia. O frasco
invertido da Loção Cremosa Johnson’s. As clássicas decorações
das latas do WD-40 e de Nescau. Daria para encher uma página ou
mais listando as embalagens projetadas por Antonio Muniz Furtado
Simas que ficaram imortalizadas na história do design brasileiro e na
memória dos consumidores.
Nascido em 1930 no Rio de Janeiro, esse filho de portugueses
açorianos bacharelou-se em Direito, mas enveredou pela comuni-
cação. Depois de passar por agências de publicidade como J.Walter
Thompson, Grant, Multi Propaganda e Standard nos anos 50, Muniz,
como era conhecido por colegas e amigos, decidiu ousar. Em 1o de
Os projetos gráficos das fevereiro de 1962, mesmo dia em que Jânio Quadros assumiu a Pre-
embalagens de Trakinas,
Mentex, Prestígio e Long: sidência da República, inaugurou, em São Paulo, a DIL (Desenho
algumas das centenas Industrial Limitada) tendo como sócios o suíço Jean Udry e o espa-
de criações de Muniz ao
longo de uma carreira de nhol Joaquín Castañer. Como primeira empresa a oferecer design
quase cinqüenta anos independente de embalagens no Brasil, e na América Latina, a DIL
enfrentou percalços iniciais. Mas decolou. “Jânio renunciou seis
meses depois. Nós, não”, Muniz gostava de dizer.
À frente da DIL, Muniz ajudou a consolidar a atividade de
designer de embalagens no Brasil ao longo das décadas de 60,
70 e 80. Participou do lançamento das marcas próprias do Pão de
Açúcar, com as quais ganhou por duas vezes o prêmio Clio Awar-
ds – pelas embalagens do Palmito PAP’s (1977) e dos detergentes
Zin D (1987). A partir dos anos 90, a DIL se tornou DIL Brands,
e passou a operar também na Argentina, no Chile e no México.
Muniz nunca descansou. Entre diversos outros importantes tra-
balhos mais recentes, ajudou a criar a marca Trakinas, da Kraft, e
os rótulos do Guaraná Brahma; desenhou para a Skol as primeiras
multipacks de papel cartão e os primeiros rótulos holográficos do
Brasil; e reformulou os frascos dos limpadores multiuso Veja, da
Reckitt Benckiser.
Em setembro do ano passado, Muniz recebeu pessoalmente os
dois troféus abiscoitados pela DIL Brands na cerimônia do 1º PRÊMIO
EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM. Foi um dos últi-
mos prêmios que recebeu em vida. Muniz morreu em Salvador, no
dia 28 de março, devido a um infarto. A DIL Brands segue em frente,
FOTOS: DIVULGAÇÃO
AÇÃO
MUNIC
DE CO
BLOCO
ADO /
S CUR
: CARLO
FOTOS
D
epois dos atomatados e das maio- Na opinião de executivos de algumas das
neses, vem se registrando no Brasil principais indústrias usuárias e fornecedoras
a generalização – embora longe de embalagens para café solúvel ouvidos por
da massificação, como ocorre em EMBALAGEMMARCA, parte dos quais não quer ter
grande número de países, incluindo seus nomes citados, a presença crescente dos
os vizinhos Argentina e Chile – do uso dos stand- SUP’s não representa uma ameaça de substi-
up pouches (SUP’s). Os saquinhos plásticos fle- tuição para as vendas em outras apresentações.
xíveis que se sustentam em pé já são vistos acon- Paulo Mero, gerente de Solúveis e Capuccinos
dicionando um leque de produtos cada vez mais da Sara Lee Cafés, dona das marcas Pilão, do
variado nas gôndolas de supermercados, como Ponto e Seleto, por exemplo, acredita que “tanto
cereais, condimentos, itens de limpeza domésti- o vidro quanto a lata e o stand-up pouch vão
ca e até risotos e outros pratos semi-prontos. O conviver no mercado, um não substitui o outro”.
avanço mais visível parece estar se dando agora Mas seu espaço já está garantido.
na área de cafés solúveis, onde surgem, mais do Na ausência de informações consolidadas
que como alternativa, como embalagens de refil das principais entidades relacionadas ao tema,
para potes de vidro e latas de aço. a Associação Brasileira da Indústria de Café
FOTOS: DIVULGAÇÃO
dantes. O produto é comercia- justo). Embalado em pote de Trade (comércio justo). Uma
na. Uma embalagem flexível lami-
lizado em cartuchos de papel vidro (com capacidade para 100 bolsa flexível multilaminada,
nada, impressa em rotogravura e
cartão impressos em offset. gramas) impressa em rotogravura e dota-
dotada de válvula de controle de
Produzidas com faca especial, decorado da de sistema de refechamento
pressão,
que lhes confere um visual dife- com rótulo com zíper plásti-
contém
renciado, plástico tipo co, acondiciona
36 unida-
as emba- wrap-around 300 gramas
des do
lagens se impresso em do produto.
produto
destacam rotogravura. A embalagem
(250 gra-
na gôndola. Completa o possui ainda
mas).
Cada caixa sistema de picotes para
contém 25 embalagem facilitar a aber-
sachês do uma tampa tura, dispen-
produto. plástica de sando o uso de
rosca. tesouras.
O Global New Products Database (GNPD) da Mintel acompanha lançamentos de produtos, tendências e inovações.
Para mais informações, visite www.gnpd.com ou ligue para a Mintel Internacional (+ 1 312 932-0600)
K
arim Rashid odeia o con- (embora não se furte de desenhar pro- trabalha na criação de embalagens para
servadorismo. Um dos dutos de luxo, como se vê na pág. 28 uma marca nacional, sobre a qual faz
mais badalados desig- desta edição). Rashid já criou mais de mistério. Rashid pousou mais uma vez
ners do mundo, esse 2 500 objetos entre móveis, roupas, por aqui no início de abril, contratado
anglo-egípcio de 47 anos eletroeletrônicos e jóias, e é cada vez para palestrar num evento da química
nascido no Cairo, criado no Canadá mais requisitado para projetar embala- Milliken ocorrido em São Paulo (veja
e residente em Nova York diz sen- gens. Prada, Carolina Herrera, Method, a pág. 42). Logo após a apresentação,
tir-se incomodado por ver diversos Kenzo, Ralph Lauren, Axe (Unilever) e deu a seguinte entrevista exclusiva a
produtos inexplicavelmente atados a Shiseido são algumas das marcas para EMBALAGEMMARCA.
padrões funcionais e estéticos ultra- as quais já concebeu apresentações de
passados, “que não fazem o menor produtos. Parecido a um peão gigante de xadrez,
sentido no mundo atual”. Geek con- Karim Rashid adora o Brasil. Já esteve o frasco translúcido que o senhor pro-
fesso, ele acredita que a tecnologia é diversas vezes no país. Desenvolveu jetou cerca de seis anos atrás para
subutilizada para criar bens de largo modelos da sandália Melissa para a os lava-louças da americana Method
consumo idealmente contemporâneos, Grendene, concebeu o projeto gráfico já se tornou um caso clássico de
isto é, encantadores, mas também con- do caderno de moda do jornal Folha marketing, por provar que produtos
venientes e acessíveis – ou “casuais e de S. Paulo e, meses atrás, abriu um de massa em regra pouco charmosos,
democráticos”, como prefere definir escritório na capital paulista. Agora, como os materiais de limpeza, podem
Perfume Amour,
de Kenzo
Lava-louças
da Method
Frascos “encaixáveis”
de fragrâncias dois-
em-um de Issey
Miyake
“Embalagem
maleta” para itens
de Issey Miyake
Linha Isa Knox,
da Celliance
Echo Nomad,
da Davidoff
Summer, da
Issey Miyake
Cosmético
da Prada
em cápsula
Cremes
da Prada Perfume de
Estée Lauder
O
design sempre foi um importante sustentá-
culo de marca para o gim Bombay Sapphire,
da Bacardi. Depois do seu lançamento, em
1987, o destilado firmou-se como mecenas
de concursos de design de objetos de vidro,
hoje prestigiadíssimos, e passou a apostar em campanhas
publicitárias tocadas por celebrados desenhistas industriais,
como o holandês Marcel Wanders, o suíço Yves Béhar e o
egípcio-inglês Karim Rashid. Este último, entrevistado nesta
edição de EMBALAGEMMARCA (veja pág. 20), assina o dese-
nho da embalagem de uma nova edição limitada do Bombay
Sapphire, a Revelation. Dada a luxuosidade da peça, soa a
menosprezo defini-la puramente como embalagem. Ela é na
verdade uma jóia gigante, com preço estipulado em redondos
200 000 dólares.
A “garrafa” Revelation é lapidada artesanalmente em
finíssimo cristal francês Baccarat. Com formato de pedra pre-
ciosa, possui dez faces principais, que aludem aos dez ingre-
dientes botânicos utilizados na fórmula do Bombay Sapphire.
A tampa da garrafa, também feita à mão com cristal, é ornada
por uma jóia com diamantes e safiras engastados, assinada
pela Garrard, conhecida como “a mais antiga joalheria do
mundo” e tutora das jóias da Coroa Britânica. Quanto ao gim
acondicionado na Revelation, nenhum charme especial. Trata-
se do mesmo dry gin das versões standard da marca.
Aeroportos: cristaleiras
A nova edição limitada de Bombay Sapphire é para poucos, e
não pelo preço. Somente cinco unidades da garrafa Revelation
foram produzidas, com diferentes arranjos das gemas precio-
sas em suas tampas.
Cada uma das integrantes do quinteto de garrafas ficará
exposta num grande aeroporto mundial. No dia 27 de março
último, a primeira delas foi alojada no aeroporto inglês de
FOTOS: DIVULGAÇÃO
negócios na cadeia
de embalagens.
“Garrafa” Revelation (ladeada, na foto,
por uma garrafa convencional de Bombay
Aguarde o próximo
Sapphire) é lapidada à mão em cristal
Baccarat e possui, no topo da tampa, jóia
com safiras e diamantes (no detalhe acima)
movimento do
Baccarat
www.baccarat.com
Karim Rashid
(11) 3045-6063
www.karimrashidbrazil.com
Ciclo de Conhecimento
EmbalagemMarca
www.embalagemmarca.com.br
ciclo@embalagemmarca.com.br
BAZAR
ÇÃO
LGA
DIVU
OS :
FOT
Com texturas especiais, papel
cartão “clona” couro e madeira (nos
detalhes). Abertura na face oposta à do
rótulo valoriza apelo das embalagens
como objetos decorativos
R
omper com apresentações paradig- M Design com processos de texturização de
máticas pode não só destacar pro- embalagens cartonadas realizados pela gaúcha
dutos nas gôndolas dos supermer- Box Print. “Utilizamos clichês de relevo no corte
cados, mas também libertá-los de e vinco que dão ao papel cartão empregado, um
certas amarras de consumo. Grande duplex da Suzano, aparências fidedignas de outros
fabricante de artigos de papel para asseio pessoal materiais”, explica Eliane Vargas de Campos,
e home care, a Melhoramentos Papéis aposta coordenadora comercial da convertedora. O cartu-
nessa teoria com a Kitchen Multi, linha que busca cho “de couro” tem superfície gofrada e até simula
emancipar a toalha de papel do habitat das cozi- costuras típicas de sofás; o “de madeira” reproduz
nhas, transformando-a – abstraia-se o trocadilho nós e vãos típicos de parquetes.
– num acessório cômodo para os demais cômodos As texturas especiais são valorizadas por um
das casas também. Para tanto, em vez de se apre- detalhe engenhoso. À moda das caixinhas dis-
sentar na tradicional forma de rolo com seções pensadoras adotadas por lenços descartáveis, os
picotadas, muitas vezes preso a suportes pelas cartuchos de Kitchen Multi contam com uma
donas-de-casa, a novidade baseia-se em folhas abertura picotada que, rompida, possibilita retirar
acondicionadas em cartuchos de papel cartão com uma a uma as toalhas de papel já cortadas. No
apelos decorativos. entanto, o orifício é posicionado na face oposta à
As duas primeiras caixas lançadas emulam, dos rótulos dos produtos. Desse modo, as “deco-
visual e tatilmente, aparências de couro e de Box Print rações comerciais” ficam escondidas na utilização
(11) 5505-2370
madeira, para adequar os produtos às paisagens de www.boxprint.ind.br das toalhas, valorizando seus apelos de bibelôs.
salas, deques, jardins e outros espaços domésticos. “Tudo converge para criar a idéia de uma emba-
M Design
Uma terceira opção, simulando fibra natural, para (11) 3839-0969
lagem inteligente”, sintetiza Renato Nishimura,
combinar com móveis de rattan, vime e junco, www.mdesign.art.br coordenador de criação da M Design. “Com essas
chegará em breve ao mercado. embalagens, a toalha de papel se descola da ima-
Suzano Papel e Celulose
Essa “clonagem” de outros materiais resulta 0800 055 5100 gem do uso pesado, para secar fritura ou limpar
da integração de projetos gráficos assinados pela www.suzanopapelecelulose.com.br chão, e adquire um perfil refinado”. (GK)
CONJUNTURA
Mesmo longe de ter sido fulgurante, o desempenho da indús- do, totalizando 195 711 empregos formais.
tria de embalagens em 2007 mostrou reação. A produção físi- Nas projeções de Quadros, a produção física da indústria de
ca cresceu 2,1% no ano passado, a maior taxa desde 2004, embalagens deve crescer 2,5% em 2008, derivando na recei-
gerando receita de 32,5 bilhões de reais, o equivalente a 1,4% ta de 34,2 bilhões de reais. “O mercado interno prosseguirá
do PIB brasileiro gerado no período. Os números constam do aquecido”, afirmou o economista. “A maior utilização da capa-
estudo anualmente encomendado pela Associação Brasileira cidade instalada favorecerá novos investimentos e a demanda
de Embalagem (Abre) ao Instituto Brasileiro de Economia da por embalagens irá crescer”. Veja abaixo a participação de
Fundação Getúlio Vargas (IBRE-FGV), e foram divulgados pelo cada tipo de material no faturamento total da indústria de
coordenador de análises econômicas deste último, Salomão embalagens em 2007.
Quadros, em evento realizado pela Abre, em São Paulo, no TÊXTEIS 931 1 602 VIDRO
fim de fevereiro. 2 271 PAPEL
MADEIRA 747 2,9%
De acordo com a varredura da FGV, as embalagens metálicas 5 523 METÁLICAS
4,9% 7%
foram a que apresentaram melhor desempenho em produção 2,3% 17%
física em 2007 (aumento de 5,20%), seguidas à distância 36,4%
pelas de plástico (+ 1,98%) e pelas de vidro (+ 1,38%). As 29,6%
importações de embalagens aumentaram 26,35% no ano pas-
sado, mas, contrabalançadas pelo aumento de 27,22% nas
PLÁSTICO 11 827
exportações, resultaram numa balança comercial superavitária 9 632 PAPELÃO/PAPELCARTÃO
FONTE: IBRE-FGV
em quase 100 milhões de dólares. O emprego na indústria de
embalagens registrou incremento de 4,3% no exercício passa- TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 533 (em milhões de reais)
MERCADO
SUSTENTABILIDADE IMPOSTOS
Cartuchos da Sadia:
chancela do FSC
ICMS em São Paulo de 18% para 12%, como forma de mini-
mizar os efeitos da guerra fiscal sobre as empresas paulistas,
FLEXÍVEIS
e a instituição de um IPI único de 5%. Segundo Mani, há uma
distorção provocada pela diversidade de alíquotas do IPI. Há
Nova promessa produtos não tarifados, outros com alíquota de 5% – alguns
para filmes “verdes” dos quais importados – e a grande maioria taxada em 15%. A
proposta da ABIEF não afetaria os produtos de alíquota zero,
Polietileno linear sustentável é mais
como é o caso das embalagens usadas na cesta básica.
uma inovação da Braskem
(Edson Pinto de Almeida)
Depois da alternativa produzida com etanol de cana-de-açú-
car ao polietileno de alta densidade convencional, a Braskem
anunciou a certificação do primeiro polietileno linear do mundo
feito com a mesma matéria-prima. Utilizado principalmente na
produção de filmes para embalagens flexíveis de alimentos, o
polietileno linear é formado não só por monômeros (moléculas
ILUSTRAÇÃO: JOSÉ HIROSHI TANIGUTI
Apoio Operacional
REPORTAGEM DE CAPA
Metamorfose geral
Cada vez mais utilizadas por cervejas e refrigerantes,
latinhas com decorações temporárias dão versatilidade
a marcas e abrem caminho para a chegada de inovações
Por Guilherme Kamio
F
estejado consultor em administra-
ção de marcas, o americano Martin
Lindstrom costuma defender em
artigos e palestras aquilo que chama
de “branding contextual”. Segundo
o guru, produtos de massa se fortalecem quando
exploram a empatia do consumidor, através de
ações instantâneas e diferenciadoras que refor-
cem sua percepção como elementos dinâmicos,
capazes de se adaptar a diferentes situações.
Apoiadas pelas latas de alumínio, a indústria
brasileira de bebidas tem feito a lição de casa
recomendada por Lindstrom.
Nunca o mercado nacional assistiu a
uma proliferação tão expressiva de edições
especiais de latas de refrigerantes, cervejas
e outras bebidas como nos últimos meses – e
já não são somente séries temporárias vincu-
ladas a megapromoções ou a “eventos macro”,
como carnaval, Natal ou verão. Até os acon-
O: TOM-B
tecimentos de impacto restrito, como rodeios,
aniversários de cidades, carnavais temporãos e
ILUSTRAÇÃ
shows são cada vez mais regados a latinhas com
decorações especiais, a eles alusivas.
Latas de alumínio são práticas para o consumo
individual de bebidas, inquebráveis e disputadas
FOTOS: DIVULGAÇÃO
significavam complicação para a nossa
aparelhagem”, lembra Roberto Santos,
gerente comercial da Crown Embalagens.
O que mudou? As três fabricantes de latas
de alumínio instaladas no Brasil – Rexam,
Crown Embalagens e Latapack-Ball – investiram
em upgrades de máquinas e principalmente em
capacitação de mão-de-obra, seguindo programas
de aperfeiçoamento industrial como o kaizen e o Acima e no rodapé da página anterior, rótulos temáticos produzidos pela Rexam para festas,
kanban japoneses. promoções, datas especiais, torneios e shows patrocinados pelos seus diversos clientes
As otimizações produtivas resultaram numa Além de estratégicas para a indústria de bebi-
queda significativa dos pedidos mínimos. Na das, as edições limitadas poderão cumprir impor-
Crown, a tiragem de partida de 1 milhão de uni- tantes papéis para os próprios fornecedores. Como
dades caiu pela metade alguns anos atrás e, hoje, é implicam em baixas escalas, elas são vistas como
de 200 000 unidades. “É o volume correspondente potenciais vetores no Brasil para sofisticados avan-
a uma carga, ou seja, um caminhão carregado com ços em impressão, que prometem conferir qualida-
25 paletes”, diz Santos. “A flexibilização vista em de fotográfica às estampas.
todo o setor de latas tem não apenas favorecido o Tais aprimoramentos resultam da difusão
surgimento de ações promocionais, como aque- da pré-impressão baseada no computer-to-plate
las que tradicionalmente fazemos para cervejas (CTP) – sistema que dispensa a fase da gravação
em rodeios no interior paulista, mas também as de fotolitos antes da confecção das chapas de
segmentações de linhas e a adoção por empresas impressão. Fundado num sistema de gravação de
pequenas e médias”. chapas a laser a partir de arquivos digitais, o CTP
propicia ganhos significativos de resolução, isto é,
Quinhão expressivo da quantidade de pontos por polegada na impres-
Mesmo na Rexam, líder do setor com capacida- são das latas. “Não se trata de um conceito novo
de que trisca as 10 bilhões de embalagens/ano para o ramo editorial ou para a impressão de outros
(contra tetos anuais de 2,6 bilhões de unidades tipos de embalagem, mas para latas, sim”, explica
da Latapack-Ball e de 2,1 bilhões de unidades da Santos, da Crown.
Crown), e na qual os pedidos mínimos giram na Uma das tecnologias vertentes do CTP na
Impressão da Ball baseada
casa do 1 milhão de latas, as edições limitadas seara de latas é a Illustration Impact, lançada pela em CTP, a Eyeris acaba
estão com tudo. De acordo com a fornecedora, Rexam na Europa em 2005 e agora também oferta- de estrear no mercado
americano
42% dos rótulos por ela introduzidos em 2007 da às indústrias de bebidas sul-americanas. “Numa
foram temáticos. Exemplos recentes de latas tem- analogia bastante simples, comparar o sistema
porárias supridas pela Rexam são as do Guaraná trivial de impressão flexográfica com a Illustration
Antarctica para o torneio de skate Oi Vert Jam, no Impact é como comparar o nível de detalhamento
Rio; as de Pepsi e da cerveja Nova Schin vincu- das telas de computador de dez anos atrás com o
ladas ao concerto gaúcho Planeta Atlântida; as da de hoje”, diz Renato Estevão, diretor comercial da
cerveja Bavária comemorativas aos 130 anos da Rexam na América do Sul. Na região, a novidade
marca; e as da Kaiser Copa, alusivas ao torneio de estreou no início do ano numa edição especial car-
futebol amador patrocinado pela Femsa. navalesca, de 15 milhões de unidades, da cerveja
Brahma produzida pela Cervepar, cervejaria da Brahma paraguaia com
AmBev no Paraguai. “Estamos negociando novas motivo carnavalesco foi
a primeira usuária da
aplicações desse recurso no Brasil, no Chile e na Illustration Impact da
Argentina”, anuncia o dirigente da Rexam. Rexam na América do Sul
Por ora, a Illustration Impact incide em gra-
vações de chapas feitas na Europa. Estevão, no
entanto, assegura que o tempo entre a aprovação
da arte pelo cliente e o início da produção local não
leva mais que quinze dias.
A expectativa, agora, é que a Crown
Embalagens e a Latapack-Ball também dispo-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
também funcionar como escoadouro no Brasil para a azul à medida que atingia a temperatura ideal Vivendo um boom,
consumo de latas está se
novos e sofisticados efeitos de acabamento. Um para consumo. aproximando da capacidade
aperitivo disso foi dado pela lata promocional de Além da tinta que avisa ao consumidor quando instalada no Brasil.
Crescimento ainda maior
Skol, com decoração alusiva à roda-gigante ins- a bebida está gelada, ferramentas já utilizadas com pode inibir uso de edições
talada pela AmBev no Forte de Copacabana para limitadas
êxito em outros países, como tintas que brilham no
homenagear o Dia de São Sebastião, padroeiro do escuro, vernizes de textura e gravações em relevo
Rio de Janeiro, no começo do ano. A impressão da também estão ao alcance das usuárias nacionais de
embalagem destacava uma seta que, constituída latinhas. Como muitas vezes dependem de tecno-
por tinta termocrômica, mudava da cor branca para logias e insumos caros, geralmente importados, e
D
epois de vários anos uma pesquisa realizada durante
de desenvolvimen- a fase de testes da embalagem,
to, a Ball Packaging no ano passado, mostrou que os
demandam mais tempo em acertos (com volumes Europe lança uma consumidores ouvidos elogiaram a
maiores de perdas), elas ainda estão restritas a alentadora inova- conveniência e a praticidade para
aplicações em baixa escala e com apelo de ação ção para bebidas carbonatadas: o consumo “on the go” (em movi-
estratégica de marketing – o perfil exato das latas a lata retampável. Graças a uma mento), além de outras qualidades
promocionais. nova tampa, denominada Ball da nova embalagem. O sistema de
Curiosamente, uma possível ameaça ao círculo Resealable End (Tampa Resselável abertura é invenção da holandesa
virtuoso vivido pelas latas com rótulos temáticos Ball), agora é possível refechar Bound2B.
é o melhor cenário econômico. De acordo com latas de aço e de alumínio depois O grande alvo da Ball
a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas da abertura inicial, prolongando as Packaging Europe com a lata dota-
de Alta Reciclabilidade (Abralatas), o aumento características ideais de consumo da do novo sistema de fechamento,
da renda e do crédito nos últimos dois anos abriu das bebidas. além dos refrigerantes, é o merca-
o leque de consumo das latas, gerando um cres- A Ball Resealable End é com- do de águas minerais gaseificadas
cimento acumulado de 25% em expedição. Em posta por uma tampa de alumínio e funcionais, dominado pelas gar-
2007, o consumo de bebidas em lata no país cres- integrada a um anel plano (“flat”) rafas de PET. Pesquisas realiza-
ceu 13,5%, elevando o consumo per capita anual de plástico. São dois discos – um das pela empresa detectaram que
do brasileiro para 64 latinhas e gerando vendas do lado de dentro e outro do lado os consumidores preferem latas
de 12,2 bilhões de unidades – aproximando-se da de fora da lata – que permitem a a garrafas plásticas para bebidas
capacidade instalada no Brasil de 14,4 bilhões de abertura graças a um movimento com gás devido à facilidade e à
latas/ano (veja o gráfico na página anterior). de rotação da parte externa. Para velocidade de resfriamento, mas
“Poderemos ter dificuldade em abastecer o fechar, basta retornar o anel para a acabam optando pelos recipien-
mercado, pois 2008 começou com um vigor ainda posição original (veja a foto). tes de PET pela possibilidade de
maior que o de 2007”, entende Jorge Bannitz, A primeira empresa usuária da retampamento. Rob Miles, vice-
diretor comercial da Latapack-Ball. O cenário lata retampável é a Coca-Cola da presidente de Vendas e Marketing
é claro: se a demanda pegar o elevador, o setor França. No fim de março, a empre- da Ball Europe, afirma que “a
poderá reprimir as edições pontuais. “É fato: tira- sa lançou o energético Burn em tampa resselável, aliada a outros
gens limitadas diminuem a velocidade de linha, latas de alumínio de 500 mililitros atributos, faz da lata a embalagem
reduzem a produtividade, eventualmente aumen- com o novo sistema de fechamen- ideal para bebidas carbonatadas e
tam o consumo de tintas e elevam as perdas”, diz to. De acordo com a empresa, gaseificadas”. (FP)
Santos. “Estamos estudando, desde já, meios de
Sistema, baseado em discos,
equacionar saltos da demanda com as necessidades mira bebidas carbonatadas
de promoções”. Fabricantes de bebidas, portanto,
poderão se ver diante de um dilema, tendo que
escolher entre não perder volume e não deixar de
fortificar suas marcas. É esperar para ver.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Abralatas Latapack-Ball
(61) 3327-2142 (11) 2171-2400
www.abralatas.com.br www.latapack.com.br
Crown Rexam
(11) 4529-1000 (21) 2104-3300 Ball Packaging Europe Bound2B
www.crowncork.com www.rexam.com www.ball-europe.com www.bound2b.com
R
esina termoplástica cada vez mais 2006, o desenvolvimento da novidade foi supor-
utilizada para a confecção de emba- tado por 2 milhões de reais, sendo 600 000 reais
lagens, o polipropileno (PP) contará provenientes da Financiadora de Estudos e Proje-
com uma opção “verde”, criada a tos (FINEP). As parceiras esperam obter o registro
partir de um subproduto do biodie- da patente da invenção até abril.
sel, a glicerina. O feito, pioneiro no mundo, é da O novo polipropileno surge não apenas como
Nova Petroquímica (antiga Suzano Petroquímica, mais uma opção de matéria-prima de origem
hoje controlada pela Petrobras), e resulta de estu- renovável para a produção de embalagens, mas
dos conjuntos da empresa com a Universidade também como solução para um passivo ambien-
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Iniciado em tal. Ocorre que encontrar destinos para a gli-
cerina vinha sendo motivo de preocupação de
Mais diáfano que nunca ambientalistas, pois a mistura obrigatória de
biodiesel ao diesel convencional irá gerar expo-
Novo clarificante promete aproximar PP ainda mais do vidro nencial excedente desse subproduto. Já para
Transparência tem sido um inegável este ano, com a entrada em vigor da taxa de 2%
apelo do polipropileno (PP) para a mol- de adição de biodiesel ao combustível fóssil,
dagem de embalagens rígidas e peças espera-se oferta saturada de 105 000 toneladas
técnicas. Esse atributo promete ser – o mercado atual para a glicerina é de 40 000
reforçado por uma novidade da ameri- toneladas anuais, consumidas principalmente por
cana Milliken Chemical, referência em
indústrias de cosméticos e de produtos de limpe-
clarificação e nucleação de resinas plás-
za. “Futuramente, esse resíduo seria um entrave
ticas. Em evento ocorrido no início de
Produtos fabricados com o novo clarificante para a produção do biodiesel”, comenta Pedro
abril em São Paulo, com a participação
de mais de 170 profissionais entre for- de energia e emissões gerais de CO2. O
Geraldo Boscolo, gerente de Tecnologia da Nova
necedores de materiais, transformadores novo clarificante não influi nos atributos Petroquímica, lembrando que a partir de 2013 a
e designers, a empresa apresentou seu de leveza, reciclabilidade, rigidez, resis- taxa de adição subirá para 5% – o que deverá
mais novo aditivo para clarificação de PP, tências ao envasamento a quente e à resultar num excedente de 250 000 toneladas de
o Millad NX-8000. ação de microondas, alta resistência quí- glicerina no Brasil.
“Trata-se de um clarificante que, para mica, barreira à umidade e versatilidade No entanto, até 2014 a Nova Petroquímica
espessuras maiores, pode proporcionar de processamento. pretende inaugurar uma fábrica para o PP de
redução de opacidade de até 50% em Neste último quesito, Cláudia entende glicerina, provavelmente com capacidade inicial
relação ao PP de alta transparência que o novo PPAT garante apelo premium para 100 000 toneladas/ano. “Serão investidos
(PPAT) até então conhecido”, explica no cotejo com resinas como polietileno,
cerca de 50 milhões de dólares nesse projeto”,
Cláudia Kaari Sevo, gerente de desenvol- PVC e poliestireno, nas moldagens por
antecipa Sinclair Fittipaldi, gerente de marke-
vimento de mercado da Milliken no Brasil. injeção, sopro – tradicional ou biorienta-
ting da petroquímica. “Trata-se de um produto
“Ele abre um novo patamar, inserindo o do (ISBM) – e termoformagem. As prin-
material numa faixa antes não ocupada, cipais fornecedoras de PP no mercado
premium, que chega para compor nossa família
aproximando-o da transparência referen- nacional, Braskem e Nova Petroquímica, BIOZ de ‘polímeros verdes’ e que irá agregar
cial do vidro.” já realizaram testes com o produto e valor ao produto transformado nacional, em tem-
A Milliken mostrou protótipos de peças devem ser consultadas para desenvol- pos em que a sustentabilidade e as alternativas
moldadas com o novo clarificante – como vimentos de embalagens com base em ambientalmente responsáveis são de grande inte-
mamadeiras, utensílios domésticos, resinas que já incorporem o novo aditivo. resse do mercado interno e externo.” (GK)
peças de aparelhos eletrônicos e potes “Estamos ansiosos para assessorar pro-
– e garante que a novidade proporciona jetos de novidades com altíssima trans- Braskem Milliken Nova Petroquímica
reduções significativas de peso, consumo parência”, diz a executiva da Milliken. (11) 3576-9000 (11) 3043-7170 (11) 3583-5917
www.braskem.com.br www.millikenchemical.com www.novapetroquimica.com.br
O
consumidor de chocolate em barras
Depois de aberta,
não precisa mais se preocupar com embalagem dos tabletes
a perda de sabor e textura depois pode ser refechada
até dez vezes
que a embalagem é aberta. Pelo
menos é o que garante a Kraft
Foods Brasil, com os novos invólucros dos table-
tes da Lacta. Baseada em pesquisas de hábitos
de consumo, a empresa apresentou um exclusivo
sistema abre-fecha para as embalagens de toda
a linha de barras de 170 gramas da Lacta. “O
consumidor de chocolates em tablete está acos-
tumado a comer uma fileira, dobrar e guardar o
restante”, afirma Larissa Diniz, gerente de Trade
Marketing Snacks da Kraft Foods Brasil. A Kraft
resolveu trazer para o Brasil uma novidade que
chegou há pouco tempo na Europa: o sistema
abre-fecha, na própria embalagem, sem selos
externos. A iniciativa atende ao desejo do con-
sumidor de poder fracionar o consumo de uma
barra de chocolate, com a praticidade de guardar terísticas modificadas”, informa Olinda Miranda,
o produto no próprio pacote sem perder o sabor. gerente de Inovação da Alcan Packaging, que
“A idéia do abre-fecha é trazer uma emba- produz as embalagens. De acordo com a exe-
lagem prática e funcional que permita curtir o Alcan Packaging cutiva, “a embalagem pode ser refechada, com
(11) 4512-7170
produto por mais tempo, podendo comê-lo e www.alcan.com.br garantia de qualidade, de cinco a dez vezes”.
guardá-lo protegido até uma próxima ocasião”, O layout das embalagens também foi alterado.
afirma o diretor de marketing de chocolates da Narita Design A Narita Design, responsável pelo trabalho, man-
(11) 3167-0911
Kraft Foods Brasil, Eduardo Nigro. www.naritadesign.com.br teve o logotipo branco e a embalagem na cor azul,
A Kraft é a primeira empresa da área de características da marca. Para facilitar a vida do
alimentos a utilizar esse tipo de embalagem no consumidor, o local de abertura da embalagem é
Brasil. “Para permitir que a resselagem aconte- indicado por setas. A agência criou uma faixa
ça foi utilizada uma cola que identifica cada tipo de chocolate pela cor,
aplicada a frio, com carac- já que a linha dos tabletes chega ao mercado
ampliada. Um splash, ilustrado com um
zíper, remete ao sistema abre e fecha da
embalagem. (FP)
Agenda:
08:00 – 09:00: Cadastramento e Welcome Coffee;
09:00 – 09:10: Abertura;
09:10 – 09:30: Panorama do Mercado de Flexíveis – A Ameaça Chinesa;
Fernanda Cavalleri, Ciba Expert Services / Pira International;
09:35 – 10:30: Desafios da Indústria de Flexíveis no Brasil
Sr. Synésio Batista da Costa, Presidente da Abraflex;
10:30 – 11:00: Coffee Break;
Q
11:00 – 12:00: Matéria-Prima: Avaliação e Tendências de Mercado uando EMBALAGEMMARCA decidiu
Sr. José Ricardo Roriz Coelho, Presidente da Vitopel; realizar o Seminário Estratégico
12:00 – 13:30: Almoço; “Embalagens Flexíveis: da Matéria-
Prima ao Ponto-de-Venda”, em que
13:30 – 14:30: Painel Usuários – A Visão dos Grandes
se debaterá a estrutura dessa indús-
Compradores de Embalagens Flexíveis
tria no Brasil, houve quem classificasse a ini-
• Sr. Moacyr Calligaris Jr., Diretor
de Supply Chain da Nestlé Brasil ciativa como “audaciosa”. Outros a taxaram de
• Telma Gomes, Gerente de Negociação da Sadia S.A. “ingênua”, e alguns de “temerária”, por colocar
• Guillermo Rebolledo, Gerente de Compras de em discussão assunto que é quase um tabu. O que
Embalagem América do Sul da Cadbury-Adams; nos estimulou a ir em frente foi que boa parte das
pessoas consultadas considerou a ação “muito
14:35 – 15:30: Varejo – A Interface entre o Consumidor e a Indústria
Sr. Paulo Lima, Diretor Conceito e Inovação oportuna” e “necessária”.
e Mercadoria do Grupo Pão de Açúcar; A opção por reunir diferentes elos da cadeia
produtiva de embalagens flexíveis para buscar
15:30 – 16:00: Coffee Break caminhos que ajudem a manter a saúde da indús-
16:00 – 17:00: A Visão do Governo: Ações Concretas e Soluções Possíveis tria nacional, entretanto, desde o início baseou-se
Sr. Miguel Jorge, Ministro do Desenvolvimento, numa única certeza: a revista EMBALAGEMMARCA,
Indústria e Comércio Exterior; dentro de sua mais nova iniciativa, o CICLO DE
17:00 – 18:30: Discussão entre os Palestrantes; CONHECIMENTO, está cumprindo seu papel de
levar ao mercado informação relevante para o
18:30 – 19:00: Entrega de Certificados e Café.
desenvolvimento dos negócios de embalagem
Miguel Jorge no Brasil. Atrevemo-nos a considerar o compro-
(esq.), Ministro do
Desenvolvimento, misso com esse posicionamento como corajoso.
Indústria e Lamentavelmente para o mercado, é inédito.
Comércio e José
Ricardo Roriz
Coelho, Presidente
da Vitopel, são
Cenário preocupante
algumas das O assunto em questão é delicado. Os converte-
presenças já
confirmadas no dores brasileiros de embalagens flexíveis vêm
evento enfrentando, cada vez mais, a concorrência de
Soluções viáveis
Problemas fiscais também ajudam a agravar o
cenário. Nossos vizinhos conseguem comprar
a resina brasileira a custos menores que os
encontrados no mercado local. Saídas para isso
passam por um entendimento entre todos os
www.embalagemmarca.com.br
integrantes da cadeia produtiva e, naturalmente, EMBALAGEMMARCA como “necessária”, “interes-
pelo Governo. Não se trata de buscar culpados, A nata do sante” e “pioneira”. E é justamente dessa parcela
de apontar dedos. Muito menos de se busca- do universo em discussão que vêm os palestran-
rem barreiras comerciais para as importações, mercado de tes (ver quadro na página 46) e congressistas já
uma solução que vai na direção contrária à da inscritos até o fechamento desta edição. Pode-se
abertura de mercado tão sonhada e defendida flexíveis estará dizer que a nata do mercado de embalagens flexí-
durante anos por boa parcela dos industriais veis do Brasil estará presente, no dia 12 de maio,
brasileiros. O que essa indústria precisa é de presente. no Vila Noah Espaço de Eventos, em São Paulo.
entendimento, com a consciência de que conces- A profundidade das discussões e a qualifica-
Será uma
sões no curto prazo podem ser necessárias para ção do público fazem do Seminário Estratégico
a preservação da saúde financeira no médio e no oportunidade “Embalagens Flexíveis: da Matéria-Prima ao
longo prazo. É exatamente essa a proposta do Ponto-de-Venda” uma oportunidade única para
seminário “Embalagens Flexíveis: da Matéria- única para toda a cadeia de embalagens. Seja para ajudar
Prima ao Ponto-de-Venda”. A presença confir- a construir conhecimento relevante para o setor,
mada do Ministro do Desenvolvimento, Indústria construir seja para criar relacionamentos com profissio-
e Comércio, sr. Miguel Jorge, abre um canal nais de primeiro escalão dessa indústria. Se as
conhecimento e
importante de mediação para incluir o tema na partes interessadas não se mobilizarem, como
elaboração da nova política industrial brasileira. fazer contatos sensibilizar o Ministro Miguel Jorge sobre a
relevância do assunto?
Oportunidade única
É verdade que, nessa empreitada, algumas pes-
soas se mostraram frias à iniciativa, e outras, de Seminário Estratégico
Matéria-
forma aberta ou dissimulada, obstruíram nosso “Embalagens Flexíveis: da
”
caminho. A maioria dos profissionais desse mer- Prima ao Ponto-de-Venda
cado, contudo, classificou essa ação da revista
Quando: 12 de maio
de Eventos
Onde: Vila Noah Espaço
Motivos não faltam Rua Castro Verde, 266 - São Paulo, SP
Trocar cartões com clientes e fornecedores é sempre importante. Mas veja por que Últimas vagas. ou
balagemmarca.com.br
os profissionais que atuam em diferentes elos da cadeia de embalagens flexíveis Informações: ciclo@em
rcella
devem ir ao Seminário Estratégico “Embalagens Flexíveis: da Matéria-Prima ao (11) 5181-6533, com Ma
Ponto-de-Venda”.
Convertedores
Trata-se de uma chance ímpar de entender o momento por que passa o mercado, Patrocínio:
e de extrair subsídios para montar uma estratégia capaz de fazer frente a esse
desafio. A presença maciça dos convertedores pode ajudar a sensibilizar os outros
elos da cadeia sobre o que vem ocorrendo. E, sobretudo, mostrará ao Ministro
Miguel Jorge a importância do setor.
A
de embalagem a buscar cada vez mais e melhor.
bertas as inscrições para a segunda edição do
Assim como o Programa Embala, concebido para
PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES estimular o setor, através de feiras de embalagens
DE EMBALAGEM, que culminará com a ceri- regionais, o PRÊMIO EMBALAGEMMARCA brindará aque-
mônia de premiação dia 1º de outubro de les que fazem do negócio de embalagem uma
2008, no Centro Fecomércio de Eventos, em atividade cada vez mais dinâmica e inovadora.
Desejamos aos organizadores e aos profissionais
São Paulo, tem sido crescente o número de consultas dos
participantes muito sucesso.”
interessados.
Dada a experiência bem sucedida da primeira edição, e Luiz Fernando Pereira,
conhecendo a tradição brasileira de deixar as coisas para os diretor da Greenfield Business Promotion
prazos finais, os organizadores manifestam total tranqüili-
dade quanto ao número de inscrições a ser feitas, projetadas Patrocínio Master Patrocínio Especial
para, de longe, ser bem maior do que as 130 de 2007 (com
mais de 400 itens apresentados). Lembram apenas que,
deixando para a última hora as inscrições, a exigüidade de
prazos é um fator que dificulta a análise dos cases pelos
jurados. E, no PRÊMIO EMBALAGEMMARCA, a qualidade da Apoio Operacional
inscrição e sua clareza são fatores que também pesam. Com
tempo disponível é sempre possível esclarecer dúvidas.
PAINEL GRÁFICO MERCADO DE CONVERSÃO E IMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAGENS
Edição:
Edição:Guilherme
Leandro Haberli
Kamio
Edição: FLÁVIO PALHARES flavio@embalagemmarca.com.br
D
eu no Diário Oficial da União do
último dia 27 de março. Pleiteada
há anos por indústrias e ambienta-
listas, a autorização para o uso de
resina PET reciclada na fabrica-
ção de novas embalagens foi enfim sancionada
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Com isso, o Brasil entra no time dos
países que permitem a reciclagem em circuito
fechado do PET utilizado para acondicionar
produtos alimentícios, ou seja, a recuperação
do material para emprego na mesma aplicação
original. Diversas nações européias, os Estados
Unidos e o Japão, entre outros países, incentivam
GAÇÃO
esse processo.
FOTOS: DIVUL
A decisão da Anvisa surge no bojo de uma
agenda comum sobre o tema firmada tempos
atrás com outros integrantes do Mercosul. A reso-
lução, publicada sob a sigla RDC 20/2008, esti-
pula a conformidade com uma série de parâme-
tros técnicos para que as embalagens produzidas
com o chamado PET PCR (de Post-Consumer
Recycled, ou “reciclado pós-consumo”, verten-
do-se ao português) sejam habilitadas. Além da
certificação do material, as embalagens com PET Autorização da Anvisa pode de embalagens de PET no Brasil.
dar novo destino a garrafas Antes que a liberação do PET PCR fosse
reciclado obrigatoriamente devem trazer uma descartadas. Melhorar
gravação informando que são produzidas com coleta, porém, permanece sacramentada, a Coca-Cola ventilou planos de
como desafio
material recuperado (veja o quadro). “Adotamos investir na chamada reciclagem bottle-to-bot-
procedimentos de validação normatizados tanto tle, que permite reutilizar PET de garrafas em
do FDA dos Estados Unidos quanto da União novas garrafas. Nos Estados Unidos, por exem-
Européia – European Food Safety Authority plo, a gigante em refrigerantes investe pesado
(EFSA) – como balizadores para o estabeleci- nessa tecnologia. Aliás, seja com o nome PET
mento de critérios básicos para a conformidade PCR ou R-PET, o PET reciclado de embala-
da segurança e aprovação de PET reciclado grau gens cada vez mais é utilizado mundo afora. No
alimentício”, explica Lucas Dantas, gerente de Reino Unido, as bebidas da Innocent e o suco
Ciência e Tecnologia de Alimentos da Anvisa. Ribena, da GlaxoSmithKline, recentemente ado-
A autorização inspira boas perspectivas em taram garrafas totalmente produzidas com PET
torno da adoção de práticas mais sustentáveis pós-consumo (veja EMBALAGEMMARCA nº 101,
para a cadeia de fornecimento e para as indús- janeiro de 2008). Geralmente, a resina recicla-
trias, principalmente os fabricantes de refri- da é empregada em pequenas proporções, pois
gerantes e de águas minerais. Juntos, eles são tende a ocasionar problemas de processabilidade
responsáveis por mais de 70% do consumo anual e de aparência – notoriamente uma turvidez em
Inclusão da expressão
FONTE: ANVISA
“PET-PCR” na embalagem
www.embalagemmarca.com.br
se sabe são três no Brasil: a baiana Bahia PET,
a pernambucana Frompet e a fluminense CPR
– precisarão se submeter a certificações com
critérios rigorosos.
Segundo Lucas Dantas, a Anvisa organizará
programas ostensivos de fiscalização, de modo a
evitar um temor: o uso dissimulado de material
pirata, não certificado. “Os estabelecimentos
estarão sujeitos às ações de inspeção, a critério
da autoridade sanitária nas esferas municipal,
estadual e federal”, diz o profissional da Anvisa.
“As indústrias de alimentos devem evitar o
uso de material clandestino, pois do contrário Linha de potes para Diferentemente das latas de alumínio, as
poderão expor a população a riscos por acondi- saladas da Huhtamaki tem embalagens de PET são consumidas princi-
alta transparência, mesmo
cionarem alimentos em embalagens que podem baseada em PET PCR palmente nos lares, na forma de garrafas de 2
estar contaminadas por agentes químicos ou litros. Por isso, muitas vezes são descartadas
microbiológicos”. pela população misturadas com outros tipos
Os pormenores da autorização (disponível de lixo, indo parar nos aterros – inviabilizando
para consulta no site da Anvisa) são importantes sua reciclagem. Ademais, por não propiciarem
para desmistificá-la. Sucede que uma grande economia fabril como as latinhas, que poupam
parcela da grande mídia interpretou o anún- Abipet considerável energia na produção a partir da
cio da Anvisa como solução (11) 3078-1688 reciclagem, as garrafas de PET são negociadas
para o conhecido passivo www.abipet.com.br no mercado sucateiro por um preço por quilo em
ambiental gerado pelo PET, Anvisa média cinco vezes menor que o quilo das latas de
ignorando que os volumes (61) 3448- 1000 alumínio (além disso, sua dificuldade de manu-
www.anvisa.gov.br
exponenciais de garrafas seio e compactação faz com que sejam malvistas
boiando em rios e entupindo Bahia PET pelos sucateiros).
bueiros decorrem da logís- (71) 3594-2000 O executivo da Abipet lembra que, mesmo
www.bahiapet.com.br
tica reversa deficiente des- diante das barreiras à coleta e do fato de nunca
sas embalagens. Segundo CPR ter podido mirar a produção de novas embala-
Hermes Contesini, coor- (21) 2679-1353 gens para alimentos, a reciclagem de PET vem
denador de relações com Frompet crescendo expressivamente no país, puxada por
o mercado da Associação (81) 3479-8150 utilizações da resina em produtos como fibras
Brasileira da Indústria do www.frompet.com.br
têxteis, tintas e tubos (em tempo: embalagens de
PET (Abipet), é impro- Huhtamaki PET reciclado não são novidades para produtos
vável que a reciclagem (41) 3661-1229 não-alimentícios, como materiais de limpeza). Em
www.huhtamaki.com.br
de PET seja catapultada 1994, somente 13 000 toneladas de PET, à época
de imediato, conforme o equivalente a 18,8% do consumo total da resina
sugeriram editoriais de no país, foram reciclados. Em 2006, ano do mais
jornais e reportagens de recente censo de reciclagem da Abipet, foram
TV tão logo o anúncio se recuperadas 194 000 toneladas de PET, ou cerca
concretizou. “A autoriza- de 51% do total consumido pelo mercado domés-
ção não soluciona o pro- tico. “Embora não signifique uma solução para
blema da falta de coleta as 184 000 toneladas não-recicladas, a decisão
apropriada”, ele aponta. da Anvisa é positiva por melhorar a imagem do
“A resolução é positiva Innocent (à esquerda
da página) brande ser
PET, que hoje é muito malvisto”, diz Contesini.
e importante, mas está a primeira no mundo a “Fornecedores e usuários de embalagens do mate-
acondicionar bebidas em
longe de significar uma garrafas totalmente feitas rial agora poderão trabalhar mais os apelos ecoló-
panacéia”. com PET reciclado gicos e o ‘marketing verde’.” (GK)
A colônia feminina Oniric de rosa fosco, feito pela stamping, é impresso pela
(uma alusão a onírico, rela- Solev. O cartucho de papel Kingraf. A Hardy Design assi-
tivo aos sonhos), nova fra- cartão, com detalhes em hot na o layout das embalagens. Hardy Design
(31) 3275-3095
grância da Água de Cheiro, www.hardydesign.com.br
chega ao mercado em
Kingraf
frascos de vidro de 90 (41) 3072-6262
mililitros. Fornecidas www.kingraf.com.br
pela Wheaton, as MBF Embalagens
embalagens têm a (44) 3220-6688
www.aptargroup.com
decoração feita em
serigrafia e pintura Solev
orgânica em dégradé. (19) 3935-6993
Mais visibilidade
Laxante troca frasco âmbar por transparente
Depois de um longo
período sendo comer-
cializado apenas em
garrafas de PET de 500
mililitros, o isotônico
Gatorade ganha uma
versão de 200 mililitros.
As novas embalagens
cartonadas assépticas
Tetra Brik Aseptic, da
Tetra Pak, têm o design
assinado pela Art 3.
A Unilever lança Hellmann´s Deleite, primeira embalagem de PET de 400 gramas da novi-
maionese do mundo à base de leite. O produto dade tem formato que lembra antigas garrafas
recebeu o maior investimento da empresa no de vidro para leite. O rótulo termoencolhível,
Brasil em alimentos nos últimos 40 anos: 50 fornecido pela Zanniello, tem projeto gráfico
milhões de reais. A Deleite tem em sua formu- criado pela Matriz Escritório de Desenho. A
lação 20% de leite em substituição ao óleo de tampa, produzida pela Plastamp, é azul escuro,
soja utilizado na maionese tradicional. O novo diferente da maionese regular, que tem a tampa
produto foi desenvolvido no Brasil após três vermelha. Outro diferencial é o selo “Minha
anos de pesquisas. Até o final do ano, a Deleite Escolha” estampado na embalagem. O selo
será encontrada também na Ásia, na África e adotado pela Unilever aparece nas embalagens
nos demais países da América Latina. de produtos que estão de acordo com reco-
Desenvolvida pela Amcor PET Packaging, a mendações internacionais de nutrição.
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30 mililitros de polêmica
AmBev lança garrafa de 630 mililitros e provoca reação de concorrentes
Por Flávio Palhares
D
esde que a AmBev anunciou a O lançamento reforça o temor das cervejarias
construção de uma fábrica de gar- concorrentes de que a AmBev – dona de cerca
rafas de vidro no Rio de Janeiro, de 70% do mercado nacional de cervejas – adote
no final de 2006 (ver quadro), o padrão de 630 mililitros em garrafas perso-
circulam boatos de que a cervejaria nalizadas para todas as suas marcas, deixando
vai trocar as embalagens retornáveis de 600 mili- de utilizar os vasilhames de 600 mililitros. A
litros – que também são utilizadas pelas outras preocupação se dá uma vez que todas as cerve-
cervejarias – por outras exclusivas. Em outubro jarias utilizam embalagens padronizadas de 600
de 2007 foi lançada sem estardalhaço, em Porto mililitros, o que facilita o sistema de envasamen-
Alegre, uma edição especial da Bohemia escura to, transporte e recolhimento dos cascos. Hoje,
em uma garrafa de 630 mililitros com o logotipo todos os fabricantes usam as mesmas embala-
da AmBev e um abridor de garrafas desenhado gens, alterando apenas o rótulo e a tampa.
em alto-relevo. A garrafa tinha alguns recortes A nova garrafa levou a Femsa e a Associação
diferenciados: o corpo e o gargalo mais afunila- Brasileira de Bebidas (Abrabe), que reúne
dos, e na parte inferior, também em alto-relevo, dez cervejarias, entre elas a Petrópolis e a
a inscrição “Qualidade AmBev”. Além disso, o Schincariol, a entrarem com representações junto
pescoço foi remodelado para ajudar a pegada na à Secretaria de Direito Econômico (SDE), vin-
hora de servir e evitar que o consumidor segure culada ao Ministério da Justiça, solicitando a
o corpo da garrafa. interrupção da venda da cerveja Skol em garrafas
Em março deste ano, a mesma garrafa che- de 630 mililitros.
gou ao Rio de Janeiro com a Skol, lançada com Os concorrentes da AmBev alegam que a prá-
grande campanha publicitária. Quando a AmBev tica é anticompetitiva, já que a garrafa exclusiva
anunciou a chegada da nova garrafa, os pontos- não poderia ser utilizada por outros fabricantes.
de-venda do Rio de Janeiro começaram a rece- Isso faria com que as cervejarias concorrentes
ber material informando que, após um período pagassem um preço mais alto por garrafas novas,
de troca dos vasilhames antigos pelos novos, já que o poder de negociação nas compras sem a
encerrado no final de março, os engradados de AmBev obviamente fica muito menor. “O obje-
Skol não poderiam mais receber garrafas de 600 tivo é preservar o sistema de garrafas retornáveis
Garrafa exclusiva da AmBev
mililitros, apenas as do novo modelo. causa rebuliço entre cervejarias que sempre existiu e beneficia toda cadeia, per-
A Itaipava baladeira
Petrópolis agora também tem uma
garrafa exclusiva para o público jovem
Depois da AmBev, com a Skol Beats, e da Femsa,
com a Kaiser Summer, chegou a vez de a Cervejaria
Petrópolis lançar um produto voltado ao público
jovem que freqüenta as baladas. Focada no público
de 18 a 25 anos, a Itaipava Fest segue o padrão
visual de suas duas “irmãs”: garrafas long-neck (350
mililitros) de vidro incolor com shape diferenciado.
A embalagem da Itaipava Fest não tem rótulo nem
contra-rótulo: a labareda que identifica a nova marca
é impressa em alto relevo na garrafa, junto com o
nome da cerveja. O layout da embalagem foi criado
pela SPO + Pantani, e o desenho estrutural ficou
a cargo da equipe da Saint-Gobain. O rótulo do
pescoço é impresso em papel metálico pela Gráfica
Rami. As rolhas metálicas brancas, com
o desenho da labareda em dourado, são produzidas
FOTOS: DIVULGAÇÃO
pela Tapon-Corona.
Puxou, abriu
Rolha metálica finlandesa
facilita a abertura de garrafas
de cervejas ribeiropretanas
T
radicional no ramo cervejeiro,
Ribeirão Preto voltou a produzir
cerveja. A cidade paulista ganhou
sua primeira fábrica, da Antarctica,
em 1911. Chegou a possuir três
grandes cervejarias, que acabaram fechando nos
anos 90. Em 2004, a canadense Molson, então
dona da Kaiser, engarrafou cervejas em solo ribei-
ropretano pela última vez, na antiga fábrica da
Antarctica. Agora, a Cervejaria Colorado reaviva
a tradição cervejeira da cidade. A empresa iniciou
no fim de 2007 o processo de engarrafamento das
cervejas Cauim, Appia e Índica, com sistemas
inéditos no Brasil de envasamento e fechamento
das garrafas de vidro âmbar de 600 mililitros,
fornecidas pela Vidroporto.
A Colorado utiliza uma envasadora fabricada
pela canadense Applied Bottling. É a primeira
máquina desse fabricante no país. O equipamento Rótulos têm ícones dispensam o uso do abridor, já que possuem um
tem capacidade para encher trinta garrafas por que remetem aos
ingredientes das
anel periférico, que funciona como alavanca.
minuto com dupla pré-evacuação e nivelamento cervejas Criados pelo designer americano Randy
por gás inerte. A Colorado conta ainda com duas Mosher (que também é especialista em cervejas
máquinas manuais desse mesmo fabricante, que Applied Bottling alternativas e autor do livro Radical Brewing) e
serão utilizadas para futuros lançamentos de cer- www.applied-bottling.com fornecidos pela Bic Label, os rótulos auto-adesi-
vejas sazonais ou de edições limitadas. vos têm ícones que identificam as cervejas – cada
Bic Label
A tecnologia de fechamento também é diferen- 0800-260434 uma com um toque de “brasilidade” em sua fór-
te das utilizadas pelas outras cervejarias brasilei- www.biclabel.com.br mula. A Cauim (pilsen composta por malte, lúpu-
ras. Já bastante difundida na Europa e em alguns Finn Korkki lo, levedura de baixa fermentação e mandioca)
países da América Latina, o sistema é fornecido www.finn-korkki.com tem folhas de mandioca desenhadas no rótulo; a
pela finlandesa Finn Korkki. As rolhas metálicas Índica (india pale ale de alta fermentação, elabo-
Randy Mosher Design
www.randymosherdesign.com rada com malte, lúpulo, fermento e rapadura) tem
o desenho do Taj Mahal; e a Appia (weissbier,
Vidroporto
formulada com maltes de trigo e cevada, lúpulo,
(19) 3589-3199
www.vidroporto.com.br levedura e mel) traz abelhas desenhadas.
Além das embalagens, o proprietário da
Colorado, Marcelo Carneiro da Rocha, orgulha-
se da água utilizada nas cervejas, originária do
FOTOS: DIVULGAÇÃO
FOTOS: DIVULGAÇÃO
por alto-relevo na garrafa
em serigrafia, que depois foi vendida para a Coca-Cola, que a âmbar. Em 1963, anúncio da
substituído por um alto-relevo. retirou do mercado. nova embalagem incolor