Desenvolvimento de Amaciante Teoria
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Desenvolvimento de Amaciante Teoria
Anpolis, Brasil. Habilitao Pedaggica em Qumica, pela Universidade Estadual do Vale do Acara, Cear, Brasil. chelryquimica@yahoo.com.br
RESUMO Tendo em vista a preocupao em ganhar destaque e aceitao no mercado, a Teclimp desenvolveu um novo amaciante de roupa, melhorando seus aspectos quanto maciez, odor, composio qumica e processo de formulao. Este estudo relata como foi o desenvolvimento do novo amaciante de roupa e a poltica de qualidade empregada em todas as etapas do processo operacionais. Palavras chaves: amaciante, formulao, qualidade.
Development of a new fabric softener ABSTRACT Due to the preoccupation in gaining prominence and acceptance in the market, Teclimp developed a new fabric softener, improving its aspects of softness, odor, chemical composition and formulation process. This study reports how the development of new fabric softener and quality policy used in all stages of operations. Keywords: softener, formulation, quality. INTRODUO Amaciante de roupa um produto utilizado para tornar os produtos txteis mais flexveis e obter uma determinada maciez desejada. (BRASIL, 1995). Foi introduzido no Brasil na dcada de 70, desde ento, vem conquistando os consumidores e aprimorando sua qualidade. Quando utilizado sabos na lavagem de roupas as fibras das superfcies dos tecidos so reduzidas a um extremo estado de desordem, especialmente no caso das fibras naturais. Durante a subsequente secagem em temperatura ambiente, isto , quando so secas em regies internas das casas, estas condies tambm tornam os tecidos com o passar das lavagens, speros. A adio de amaciante no final do enxgue faz com que os tecidos fiquem com sensao de maciez, conferindo-lhes propriedades dinmicas. Isto impede o acmulo de cargas eletrostticas em fibras sintticas, eliminando caractersticas desagradveis, como a propriedade de grudar em vrios objetos, barulhos tipo estalos e atrao por sujeira. (ULLMANS, 1987)
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De acordo com ULLMANS (1987), os principais ingredientes ativos que esto disponveis nos amaciantes de roupas so os surfactantes catinicos de quaternrios de amnio conhecidos como base. A formulao de produtos com alta quantidade desses materiais ativos requer um sistema de balanceamento de emulsificantes selecionados. Alm dos compostos de amnio e imidazolinas clssicas, cresce o nmero de outros surfactantes catinicos com propriedades de amaciamento que so descritos na literatura de amaciantes concentrados, como derivados de poliamnios bisimidazolinas e alquilpiridinas, bem como certos polmeros catinicos. O Cloreto de Dialquilmetilamnio um surfactante catinico de cadeia longa geralmente com quatorze a dezoito carbonos na cadeia, este composto um dos surfactantes mais utilizados na formulao de amaciante de roupa, e que exibe extraordinrio poder de adsoro com respeito as mais variadas superfcies. A composio bsica dos compostos quaternrios de amnio de 75% de cloreto de dialquildimetilamnio, 12,5% de 2-propanol e gua, com pH entre 5,5 a 6,5. Em condies normais de temperatura e presso ele estvel, fora destas condies pode ser decomposto em compostos de amnio e de nitrognio, bem como os compostos como cloreto de alquila e metila. (CLARIANT, 2004) Existem outros compostos utilizados como surfactantes em amaciantes no mercado, dentre eles esto o cloreto de cetil-trimetil amnio muito usado com espessante, tem geralmente cadeia de dezesseis a cinquenta carbonos e proporciona baixa maciez comparada com as bases de quaternrio de amnio mais solveis em gua. (BECKER, 2000) Os amaciantes de roupas possuem em sua composio os conservantes que atuam como bactericidas. Na verdade eles no eliminam as bactrias, apenas inibe a sua reproduo. O formaldedo o conservante mais utilizado em soluo aquosa com cerca de 27% em peso, contendo metanol como preservativo contra polimerizao. encontrado na forma de lquido incolor ou gs, com odor penetrante e irritante que possui incompatibilidade com oxidantes fortes, cidos, fenis e uria. (ENVIRON, 2004) As fragrncias so compostas odorficas, encontradas principalmente na forma de leos essenciais, utilizados para conferir odor s roupas aps as lavagens. De acordo com SHEREVE e BRINK (1980), as fragrncias so extradas principalmente de plantas, em especial pelas laurceas, mirtceas, labiadas, rutceas, etc. Os leos de essncias so constitudos principalmente por compostos orgnicos como steres, lcoois, aldedos, cidos, fenis, cetonas, lactonas, terpenos e hidrocarbonetos. Esses leos so misturados a fixadores, substncias responsveis por retardarem e uniformizarem a velocidade de evaporao dos diversos constituintes odorficos. Os fixadores mais usados so os provenientes de secreo de animais, produtos resinosos, leos de essncias e substncias sintticas. Para dar um aspecto mais chamativo ao produto, so usados corantes. Os principais corantes em amaciantes de roupas so os corantes polimricos, estes so solveis em gua possibilitando uma melhor estabilidade da disperso coloidal do
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amaciante, alm de no manchar os tecidos, sendo de fcil uso e livre de metais pesados. A seleo do corante depende da sua estabilidade em diversas faixas de pH do amaciante. O mais recomendado para a cor azul o Royal Blue. (CLARIANT, 2004) AKZO (2001), afirma que na preparao do amaciante de roupa podem surgir alguns problemas como aerao, um fenmeno que ocorre devido excessiva velocidade de agitao, ocasionando a agregao de bolhas de ar dentro do produto, o que provoca perca do volume no frasco aps o envase e perda de viscosidade. Para solucionar este problema deve-se ajustar uma melhor velocidade de agitao durante a produo. Outro problema encontrado a presena de grumos, pequenas partculas slidas resultante da m disperso da base, indicam nesse caso o ajuste da velocidade ou o controle da temperatura da gua em torno de 35-40C. A viscosidade uma propriedade importante na formulao do amaciante, ela mede a resistncia de movimento do fludo e pode ser medida atravs das foras de arraste entre duas placas. (COSTA, 2003) A determinao da viscosidade de lquidos , em geral, realizada medindo-se o tempo que certo volume de lquido gasta para escoar atravs de um orifcio ou tubo capilar. Os aparelhos mais comuns utilizados so os viscosmetros de Saybolt, de Brookfield (cilindros rotativos), de Ferranti-Shirley (cone e placa), de Engler ou Ostwald e Copo Fort. (COSTA, 2003) A alta viscosidade pode impedir que o produto saia do frasco, devido presena dos espessantes e a excessiva agitao no processo. A viscosidade baixa ocorre pela presena de eletrlitos na gua, principalmente ferro, alta temperatura da gua, adio de aditivos na formulao como solubilizantes, extratos e perfumes. (AKZO, 2001) Outro aspecto indesejvel na produo do amaciante, segundo AKZO (2001), a separao de fases, esta se d devido m disperso da base que proporciona presena de grumos e consequentemente a separao do amaciante em duas fases. A presena de compostos no inicos e espessantes tambm pode ocasionar esse aspecto. Para melhorar o processo de disperso recomenda-se evitar a adio de coadjuvantes e controlar a agitao. Portanto a base utilizada na produo do amaciante interfere de forma significativa no resultado final do produto. Uma base de m qualidade pode at alterar o cheiro do perfume utilizado. As matrias primas para a produo da base devem apresentar alto grau de pureza. As cadeias alqulicas devem ser hidrogenadas para que no haja ligaes duplas e triplas, evitando, assim a oxidao. tambm importante observar que durante o processo, o valor do pH deve estar entre 5-6, sendo o mnimo 3,0 de acordo com a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade-ANVISA (BRASIL, 2005).
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Conforme a BRASIL (2004), cada componente ativo ou no, pode afetar a estabilidade do produto. Variveis relacionadas formulao, ao processo de fabricao, ao material de condicionamento e s condies ambientais e de transporte podem influenciar na estabilidade do produto. De acordo com a origem, as alteraes podem ser classificadas como extrnsecas (quando determinadas por fatores externos), ou intrnsecas (quando determinados por fatores inerentes formulao). Refere-se a fatores externos os quais o produto est exposto, tais como tempo, temperatura, luz e oxignio, material e condicionamento, microrganismos e vibrao. J os fatores intrnsecos so aqueles relacionados prpria natureza das formulaes e, sobretudo interao de seus ingredientes entre si e/ou com o material de acondicionamento. Resultam em incompatibilidade de natureza fsica ou qumica que podem, ou no, ser visualizada pelo consumidor. METODOLOGIA O amaciante de Roupa Teclimp foi reformulado pelo Controle de Qualidade da empresa no ano de 2004, devido solicitao da Diretoria em melhorar o produto, pois este no estava tendo muita aceitao no mercado. A reformulao do amaciante seguiu os padres tcnicos exigidos pela ANVISA. A composio do novo amaciante consistiu em 4% base de surfactante catinico cloreto de dialquilmetilamnio, gua temperatura ambiente, 0,001% formaldedo, fragrncia e corante p Royal Blue. Quadro-1 Propriedades fsicas e qumicas do Cloreto de Dialquilmetilamnio. Estado fsico do material a 20 C Cor Odor Ponto de fuso Ponto de ebulio Ponto de Fulgor/Combustibilidade (C) Presso de vapor (hPa) Densidade (Kg/m3) Solvel em Fonte: CLARIANT, 2004 Pastoso Creme Caracterstico ao 2-propanol 34 a 38 80 12 25 a 50 65 a 50 2-propanol
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A preparao se resume em misturar a base, gua, formaldedo, corante e a essncia atravs de uma bomba de fluxo positivo por um perodo de 4 horas. E deixando seguida em repouso por 12 horas, a fim de verificar h formao de grumos, espuma ou separao de fase que podem atrapalhar a produo do amaciante. Em seguida realizou compatibilidade com a base. os testes fsico-qumicos: viscosidade, pH e
Para medir a viscosidade do amaciante coletou trs amostras, sendo uma do incio, meio e do final do processo de envase. Utilizou o viscosmetro Copo Fort fuso 4 para medir o tempo de escoamento do amaciante pelo orifcio. A viscosidade foi calculada em Centis-Stocks atravs da equao que utiliza dois parmetros: [y, z] e o tempo, t: y=0,037. t. 60 z=4/ t. 60 100%. (y z) = viscosidade em Centis-Stocks O pH foi medido pela fita pHmtrica. A compatibilidade da base foi observada durante 60 dias verificando se houve separao de fases, formao de espuma, clareamento da amostra e aparecimento de odor desagradveis. RESULTADOS E DISCUSSO O Amaciante de Roupa um produto destinado a conceder maciez roupa aps a lavagem, sendo constitudo de base (Cloreto de Dialquildimentilamnio 75%), conservante, essncias e gua. O processo de formulao consiste em uma pr-emulso da base do amaciante insolvel em gua, com o objetivo de fazer com que micelas formadas sofram expanso da sua estrutura formando micelas em multicamadas carregadas positivamente, constitudas de gua e base em sua composio intramolecular. Aps a pr-emulso, a pasta viscosa formada passa por um processo de agitao mecnica. A viscosidade uma propriedade importantssima no amaciante de roupa. Ela est relacionada com o tempo de agitao da amostra. A agitao excessiva pode diminuir as micelas em multicamadas carregadas positivamente, dispersando assim a emulso tornando o produto menos resistente ao cisalhamento. J a pouca agitao proporciona a m disperso da base e conseqentemente a formao de grumos. O novo produto teve um aumento da viscosidade em aproximadamente 50%, em virtude do processo de formulao, que combinou uma agitao no to rigorosa e um tempo de homogeneizao adequado. Anteriormente se fabricava um produto com 67 centi-stocks; aps a formulao o novo amaciante passou a ter 99,9 centi-stocks, gastando quarenta e cinco segundo para escoar pelo orifcio do Copo
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Fuso 4. Comparando com os lderes de mercado que apresentam viscosidade na faixa entre 100 a 130 centi-stocks, apresentou um resultado satisfatrio. O controle de agitao foi essencial para reduzir a agregao de bolhas dentro do produto que criava uma camada de espuma. Outro fator que reduziu a formao de espuma foi o processo de envase, orientou-se fazer de forma lenta e deixando o escorrer primeiramente pelas paredes do frasco e no caindo direto no fundo da garrafa. Atravs desses cuidados possibilitou resolver um dos maiores problemas que tinha o Amaciante Teclimp, que era a formao de uma camada de espuma aps o envase, isso trazia uma imagem negativa ao produto. Outro aspecto importante analisado foi disperso da base, que pode ocasionar a separao de fases desestabilizando a emulso. O no adicionamento de espessantes e aditivos podem ter contribudo para a estabilizao da emulso. O pH do amaciante de roupa deve ser no mnimo de 3,0, no tendo um valor mximo de referncia. (BRASIL, 2005). O valor encontrado do novo amaciante de roupa TECLIMP foi de 5,5, portanto encontra-se na faixa admitida. J maciez est relacionada com a interao do Cloreto de Dialquildimetilamnio com o tecido, conferindo um alinhamento dos fios do tecido. Portanto o novo Amaciante de Roupa passou por um novo processo de formulao obtendo: uma melhor viscosidade, ausncia de espuma aps o envase, boa disperso com a base, estabilidade na emulso, e um bom resultado quanto maciez. CONCLUSO O desenvolvimento de um Novo Amaciante de Roupa possibilitou Teclimp destacar no mercado de produto de limpeza e satisfazer s exigncias dos consumidores, envolvendo muito mais que as questes econmicas. Para que o lanamento tivesse sucesso foi necessria uma poltica de qualidade de desenvolvimento do produto em todos os processos operacionais. A qualidade do produto foi verificada na sua elaborao, na anlise do produto acabado e na sua aceitabilidade. Portanto o novo amaciante de roupa foi desenvolvido atravs de um processo de formulao que pode melhorar sua eficincia e seu aspecto, atendendo as exigncias normativas das boas prticas de fabricao. A anlise do produto acabado possibilitou verificar o pH, importante para estabilidade da emulso, a viscosidade do amaciante, existncia ou no de separao de fases, e a cor que interfere na preferncia do consumidor. BIBLIOGRAFIA AKZO, Nobel. Tecnologias para formulao de Amaciante . Surface Chemistry, 2001.
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BECKER, R. Os tensoativos seu emprego na indstria cosmtica . 1 ed. So Paulo. Henkel do Brasil Indstria Qumica Ltda., 2000. BRASIL. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade. Portaria n 57 11 de Junho de 1995, ISO 862/84-134 . Disponvel em: www.abipla.org.Br/legisl//p57-95.htm, acessado em 15 de novembro de 2004. CLARIANT Comrcio Ltda. Especificaes: Quaternrio de Amnio , 2004. COSTA, O. Principais propriedades dos fludos. Anpolis, 2003. ENVIRON. Formaldedo. Disponvel em: http://www.environlab.com.br, acessado em 15 de outubro de 2004. ULLMANS. Enciclopdia of Industrial Chemistry, completamente revisada, VCH Publishers, 5 Ed. New York, pg. 317-381, 1987. Disponvel em: www.pcserver.iqm.unicamp.br/~wbh/cursos/qg661/trabalho22.html, acessado em 12 de agosto de 2004. SHREVE, R. N; BRINK JR, J.A; Indstria de Processos Qumicos . 3 ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Dois, 1980.
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