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Aula 02

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CURSO ON-LINE ODONTOLOGIA LEGAL POLCIA CIVIL DO DF PROFESSOR GERALDO MIRANDA

Ol Futuro Expert, Hoje vamos tratar de um assunto muito interessante: Marcas de Mordida e Leses Corporais, assunto rotineiro na vida profissional de um Odonto-Legista. So os tpicos 4 e 5 do edital: 4. Marcas de mordidas: metodologias de coleta e estudo comparativo. 5. Crimes de leses corporais: art. 129 do CPB e as percias odontolgicas das leses do aparelho estomatogmtico. Como de costume as questes da aula de hoje sem os comentrios esto no final para vocs treinarem. Vamos comear! 1. MARCAS DE MORDIDAS: METODOLOGIAS DE COLETA E ESTUDO COMPARATIVO A nossa referncia para esse assunto o ltimo Manual (2011) da American Board of Forensic Odontology (ABFO), que usado nos IMLs do pas e claro, pelas Bancas de Concursos. A ABFO define marca de mordida com um padro representativo deixado em um objeto ou tecido causado por estruturas dentais humanas ou de animais. Na vtima deixam leses na pele causada pelo contato dentrio (com ou sem lngua e lbios) que mostram uma representao padro de estruturas orais. As marcas de mordida podem ser frequentemente observadas em homicdios, crimes sexuais e casos de violncia domstica. Usualmente o agressor morde a vtima, mas ocasionalmente pode ocorrer o contrrio. Segundo Arbenz (1988) os arcos dentrios podem atuar como instrumentos contundentes, bem como instrumentos cortocontundentes, podendo produzir sobre a pele humana leses de forma e gravidade diversas. A ltima classificao mais usada. O prottipo de marca de mordida humana uma

leso circular ou oval constituda por dois opostos simtricos em forma de arco separados em suas bases por espaos abertos (forma de parnteses). Seguindo a periferia dos arcos so encontrados uma srie

de escoriaes individuais, contuses, e / ou laceraes refletindo o tamanho,


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forma, arranjo e distribuio das caractersticas de classe do contato da superfcie da pele com a dentio humana. Mas ATENO pois h variaes que so citadas abaixo: 1. Leses Equimose central: quando encontradas, foram causadas por dois fenmenos: presso positiva dos dentes causando rompimento de vasos ou presso negativa da lngua causada pela suco. Abrases lineares, contuses ou estrias Mordida Dupla - (mordida dentro de uma mordida) Padres diferentes quando h roupa interposta Equimose lateral 2. Mordidas parciais (um arco, um ou poucos dentes, ou unilaterais) 3. Indistinta - fuso dos arcos: devido a presso excessiva sem mostrar as marcas individuais dos dentes - slida: o padro de marca de mordida no aparente porque a contuso e o eritema completam o centro deixando uma marca circular. - latente: mostrada apenas com tcnicas de imagem 4. Mordidas mltiplas. Leses observadas em marcas de mordida: abrases, contuses (manchas

roxas), laceraes, equimoses, petquias, avulso, recortes (depresses), eritema (vermelhido) e perfuraes. Vamos ver todos esses tipos de leso na aula 05. As caractersticas das marcas de mordidas so divididas em classe e individuais.
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caractersticas de

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1)

Caracterstica de classe: uma caracterstica, trao ou padro que distingue

as marcas de mordida de outros tipos de leses. Por exemplo, o achado de quatro contuses lineares ou retangulares uma caracterstica dos incisivos humanos ao passo que os caninos so de forma triangular ou estrelada. Suas dimenses variam em tamanho dependendo se dentes superiores ou inferiores, e se dentes decduos ou permanentes. Alm disso, o tamanho total da leso varia de acordo na dimenso do arco do suspeito. Assim, uma caracterstica de classe da marca de mordida identifica o grupo do qual ela se origina: humana, animal, peixe ou outras espcies.

2)

Caracterstica individual: uma caracterstica, trao ou o padro que

representa uma variao individual dentro de um grupo definido. Existem dois tipos de caractersticas individuais: - Caracterstica do arco: um padro que representa o arranjo dentrio na marca de mordida. Por exemplo, uma combinao de rotao dos dentes, giro-verso vestibular, lingual ou mesio-distal, alinhamento horizontal, tudo isso pode contribuir para a diferenciao entre os indivduos. - Caracterstica dental: uma particularidade ou trao na marca de mordida que representa uma variao do dente do indivduo. A reproduo precisa dessas caractersticas (desgaste incomum, chanfraduras, angulaes e fraturas) em

combinao com as caractersticas do arco contribuem para determinar se o suspeito realmente o autor da marca de mordida. O ponto mais importante que as marcas ou impresses deixadas pelos dentes possuem caractersticas individualizadoras incontroversas, que identificam a pessoa que provocou a leso, partindo-se do pressuposto de que a dentadura nica para cada indivduo. At mesmo gmeos apresentam variaes nas marcas de mordida pela ocluso e posicionamento dos dentes. Anlise das marcas de mordida O exame visual tem por objetivo caracterizar se se trata de uma marca deixada por uma mordida que apresenta as seguintes zonas, de fora para dentro:

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- equimose em rea difusa, mais ou menos intensa, limitando externamente a rea, provocada pela presso dos lbios. - escoriaes ou leses cortocontusas: marcas deixadas pelos dentes anteriores (raramente os pr-molares) onde podero ser observadas as

caractersticas individuais dos dentes. - equimoses de suco: provocadas pela lngua ou pelo vcuo criado pelo agente. Ao se examinar uma marca de mordida no se pode descartar a possiblidade de mordedura simulada, a potncia da mordedura (superficial ou profunda) e diagnosticar se a leses foram produzidas em vida ou pos-mortem. Termos que indiquem grau de confiana de que uma leso uma marca de mordida. 1) marca de mordida: Dentes criando o padro; outras possibilidades foram

consideradas excludas. 2) Sugestivo - O padro sugestivo de uma marca de mordida, mas no h evidncias suficientes para se chegar a uma concluso . 3) No uma marca de mordida os dentes no criam um padro. As mordidas causadas por animais domsticos (candeos, feldeos)

apresentam as seguintes caractersticas: so mais alongadas (forma de V), nunca tm vestgios de suco, maior profundidade das leses produzidas pelos caninos, apresentam laceraes frequentes, exibem marcas dos diastemas, prprios naturais, de cada espcie animal. Vejam essa questo. 1) FGV/Perito Legista Odontologia/PCRJ 2011 Uma leso apresenta, de dentro para fora, as caractersticas a seguir: equimose, escoriaes/leses corto-contusas e equimoses de suco. Sobre essa leso, correto afirmar que: (A) provavelmente trata-se de uma leso por mordedura de candeo. (B) provavelmente trata-se de uma leso por mordedura humana. (C) provavelmente trata-se de uma leso por arma branca. (D) provavelmente trata-se de uma leso por instrumento contundente com fio.
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(E) provavelmente trata-se se de uma leso por mordedura de feldeo.

RESPOSTA B. Como citado acima essas caractersticas so de marcas de mordida, assim exclumos as alternativas C e D. Vimos tambm que mordeduras de animais NUNCA apresentam suco, ento vamos eliminar as alternativas A e E. Assim, s sobra a alternativa B que a resposta. O animal morde sempre com mais intensidade, com golpes mltiplos, com movimentos e laterali lateralidade dade e, por isso, em geral produzem feridas multiangulares e com perda de substncia. Vejam a fotografia abaixo:

COLETA DE EVIDNCIAS NAS MARCAS DE MORDIDA 1) A) A marca arca de mordida na vtima Coleta de saliva com o uso de um swab

O objetivo coletar DNA da saliva do agressor que ficou depositado na pele da vtima. Deve ser realizada o quanto antes, pois o DNA se degrada ao longo do tempo e na presena de luz UV, gua do mar, calor extremo, solos cidos e a decomposio da pele. Se a mordida foi atravs das roupas, devem ser feitas tentativas para aproveitar a roupa para a anlise de DNA. O mtodo do duplo esfregao ir maximizar a quantidade de DNA recuperado. Um swab umedecido
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com gua destilada estril e friccionado com mdia presso na superfcie por um perodo de 7-10 segundos. Dentro de poucos segundos depois usar um segundo cotonete seco com uma leve presso para coletar a umidade que ficou do primeiro. Os dois swabs devem ser secos na temperatura ambiente e enviados para o laboratrio, ou inserido em um recipiente estril que ir permita a circulao de ar durante o armazenamento. Eles podem ser mantidos temperatura ambiente no prazo de 4-6 horas, ou sob refrigerao (no congelados), se forem armazenados por mais de 6 horas. Uma amostra de DNA da vtima tambm coletada j que clulas da vtima muitas vezes esto juntas com as do agressor. B) Documentao Fotogrfica A marca de mordida deve ser fotografada usando mquina digital e / ou convencional. Devem ser tomadas fotografias para orientao e fotografias aproximadas. As fotografias da marca devem ser tomadas com e sem escala. Quando a escala usada, ela deve estar no mesmo plano e adjacente marca de mordida. No caso de uma vtima viva pode ter interessante obter fotografias seriais das marcas de mordida. Uma escala muito usada a nmero 02 da ABFO que contm duas escalas mtricas, uma das quais na cor cinza, smbolos circulares e grades para correo de possveis distores. Veja uma fotografia em close de uma marca de mordida humana com o uso da escala da ABFO.

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C) Moldagem:

deve

ser

realizada

moldagem

da

superfcie da

mordida usando um material para moldagem de alta preciso e preparado de acordo com as instrues do fabricante. Usa-se um suporte adequado e rgido para evitar que a impresso sofra deformaes e posteriormente vazar em gesso. D) Amostras do tecido. No caso de cadveres parte do tecido pode ser retirado se isso fornecer alguma informao til. E) Mordidas sobre objetos. Alimentos perecveis como frutas ou queijos devem ser conservados em sacos de plsticos hermticos no refrigerador a 4 C. Como comentado acima colher saliva antes de qualquer manipulao da pea e realizar a moldagem. 2) Coleta de provas do suspeito Antes de coletar evidncias do suspeito, o perito deve ter o consentimento do periciando e anotar tudo isso em seu relatrio. As seguintes evidncias devem ser coletadas: A) Pronturio: obter o pronturio do suspeito sempre que possvel. B) Histria: obter a histria de qualquer tratamento subsequente ou prximo da data da mordida. C) Fotografias: realizar boas fotografias extrabucais que incluam vista da face e oclusal de e

perfil. Fotografias intra-orais

frontal, lateral,

quaisquer fotografias adicionais que possam fornecer informaes teis. Tambm til fotografar a abertura mxima com o uso de uma escala. D) Exame extra-oral: deve incluir a observao de tecidos moles e

e duros que podem influenciar a dinmica de morder, como o estado da articulao temporomandibular, assimetria facial, tnus muscular e o balanceamento da mordida. A mensurao da abertura da boca deve ser tomada, observando eventuais desvios na abertura ou fechamento, como bem como quaisquer desarmonias oclusais significativas. A presena de cicatriz facial ou evidncia de cirurgia deve ser observada, bem como a presena de pelos faciais. E) Exame intra-oral: Em casos em que foi coletada saliva da marca de mordida, deve tambm ser retirada uma amostra do suspeito. A lngua deve ser examinada em
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referncia ao tamanho e funo. Qualquer anormalidade, como anquiloglossia deve ser observada. A condio periodontal deve ser observada com especial referncia mobilidade e reas de inflamao ou hipertrofia. Alm disso, se os dentes anteriores esto ausentes ou fraturados deve ser determinado a quanto tempo existe esse condio. Recomenda-se que, quando possvel, realizar o odontograma a fim de realizar um estudo completo da dentio. F) Moldagens: Realizar pelo menos duas impresses de cada arco, utilizando materiais que atendam as recomendaes do fabricante. registrada. G) Amostras da mordida. Coletar as mordidas em lminas de cera. H) Estudos de modelos: os dentes e reas adjacentes dos tecidos moles dos modelos no devem ser alterados por escultura, recorte ou marcao I) Amostras de saliva. Uma amostra de DNA do suspeito pode ser necessria para permitir a comparao com qualquer evidncia biolgica na cena do crime. Diretrizes para anlise das marcas de mordida A relao interoclusal deve ser

Descrio da marca de mordida: O odontolegista deve registrar e descrever: 1. Dados de identificao ( nome, idade e sexo da vtima, nmero do processo, data do exame, nome do examinador (s),etc) 2. Localizao da marca de mordida localizao anatmica ou objeto mordido superfcie de contorno: (por exemplo, plano, curvo ou irregular) caractersticas das estruturas subjacentes e da pele 3. 4. 5. 6. 7. Forma (circular, oval, irregular) Cor (vermelha, roxa e amarela) Tamanho Tipo de leso (equimose, abraso, lacerao) Outras informaes (por exemplo, caractersticas tridimensionais, condies

incomuns, o tecido extirpado, transiluminao).

Aqui cabe uma observao apenas para que vocs saibam que h outros meios tecnolgicos para avaliao das mordidas, entre eles: lentes de aumento, microscopia eletrnica, registros dimensionais e enterometria grfica em planos. A
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tcnica de transiluminao utiliza as luzes forenses e luz ultravioleta que evidenciam fluidos biolgicos e outros detalhes no visveis a olho nu.

Comparao das marcas de mordida da vtima com o suspeito

1. Anlise Mtrica da mordida na vtima: realizada com as fotografias em escala com os modelos de gesso, as mordidas em cera e as transparncias. Compreende a medida da largura e comprimento de cada dente, avaliao do tamanho comparativo dos dentes, distncia entre as peas dentrias e tamanhho geral dos arcos. 2. Associao e comparao de padres que incluem a comparao fsica da forma da leso com a dos dentes do suspeito; orientao da marca, diferenciando a parte do arco superior com a do inferior, anlise de rotaes dentrias, verificao das posies relativas de cada pea no respectivo arco, registrar ausncia e distncia entre as peas, curvatura dos arcos e qualquer outra caracterstica. Os resultados para relacionar um suspeito marca de mordida so dados pelo seguintes termos: - o autor - o provvel autor - No excludo ser o autor - Excludo ser o autor - Inconclusivo Vamos realizar algumas questes 2) UEPB/Perito Odontolgo/SSPPB/2003 Na odontologia legal uma importante rea de estudo tem se destacado: o reconhecimento e interpretao de marcas e leses produzidas por mordidas humanas. A individualidade da dentio e a singularidade da mordedura, quando claramente evidenciadas, conferem a possibilidade do estabelecimento de identificaes criminais tanto da vtima como do agressor ou suspeito (MELANI apud SILVA, 1997). Identifique nos itens abaixo os que fazem parte do protocolo de procedimento para a coleta de evidncias de

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marcas de mordidas, sugeridos pela American Board of Forense Odontology (ABFO/1986). I. O registro fotogrfico, incluindo vrias tomadas intra e extra orais,

observando-se os arcos em ocluso e a mxima abertura da boca. II. III. IV. As moldagens dos arcos dentrios. Obteno de modelo de gesso a partir das moldagens realizadas. Registro da mordida em placa de cera, obervando-se as diversas relaes

interoclusais, para estudo da posio de mordida. V. O registro do quadro clnico odontolgico do suspeito e o tempo decorrido

entre a produo do ferimento e o exame. Esto corretos: A) B) C) D) E) Apenas I, II, III e V Apenas I, II, IV e V Apenas II e IV Apenas II e V I, II, III, IV e V

RESPOSTA E. O manual da ABFO referncia para casos de mordeduras humanas. Como mostrado acima, todas as alternativas esto corretas porque so procedimentos que esto dentro do protocolo preconizado pela ABFO. 3) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Acerca de marcas de mordida, assinale a opo incorreta. A) Os dentes de um leo so instrumentos perfurocontundentes. B) As mordidas caninas permitem comparao para fins de identificao do animal agressor. C) As marcas de mordida em alimentos devem ser fotografadas e moldadas. D) As marcas de mordida podem apresentar material gentico de quem a produziu. E) As marcas de mordida de prteses totais no servem para exame comparativo. RESPOSTA ANULADA. O CESPE sempre d a justificativa para as questes que anula. A justificativa para essa questo foi: H duas respostas que atendem

questo: A e E. Realmente a alternativa A est errada pois os dentes de animais agem como instrumentos cortocontundentes. A alternativa E tambm est errada

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pois as mordidas de prtese servem sim para exames comparativos. As letras B, C e D esto corretas conforme vimos anteriormente. Um cadver humano na fase gasosa da putrefao foi encontrado boiando nas margens de uma lagoa. Encaminhado ao IML, observaram-se observaram se vrias marcas de mordida nas pernas e a ausncia da mo direita. A guia de remoo de cadveres apontava que o cadver haveria sido atacado por jacars. Em face dessa situao hipottica, julgue os itens a seguir. 4) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Legista/PCRR/2003 Caso as referidas mordidas tivessem sido produzidas por dentes incisivos humanos em sua forma tpica, as leses deveriam d ser classificadas como cortocontusas. CERTO. . Os dentes funcionam como instrumentos cortocontundentes e deixam leses (ferimentos) cortocontusas.

5) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Legista/PCRR/2003 Fotografias de marcas de mordida com a utilizao de filtro amarelo ou verde so muito teis para realar tons de azul a roxo ou de vermelho, respectivamente, encontrados em equimoses. CERTO. Existem lentes ntes com filtros que so acopla acopladas na mquina fotogrfica e que bloqueiam alguns comprimentos de onda e permitem melhor visualizao do vestgio. Veja na fotografia abaixo os trs tipos de filtros mais usados (amarelo, laranja e vermelho).

As leses causadas por mordidas humanas so freqentemente relacionadas a um comportamento agressivo ou sexual. Tambm comum que o autor do ato

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agressivo seja mordido pela vtima, como um meio de autodefesa. Acerca desse assunto, julgue os itens que se seguem. 6) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 Os ferimentos resultantes de mordidas humanas ou de animais podem se tornar spticos e progredir para infeces sistmicas. As infeces bacterianas secundrias so as mais comumente associadas s mordidas humanas e podem incluir ttano, tuberculose, sfilis, histoplasmose e aquelas relacionadas a estreptococos e estafilococos. ERRADO. O incio da questo est correto pois toda mordida humana em princpio contaminada. Elas podem gerar infeces em geral polimicrobianas, por bactrias anaerbias, aerbias e facultativas. A questo errou quando se referiu histoplasmose como doena bacteriana que na verdade uma micose causada por um fungo.

7) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 Nas marcas de mordida, os incisivos humanos deixam marcas retangulares, os caninos, marcas puntiformes ou triangulares e os pr-molares so freqentemente associados a marcas que lembram a figura de um oito. CERTO. A marca deixada pelos incisivos corresponde com um retngulo alongado, as marcas dos caninos so de forma triangular ou estrelada. No caso dos prmolares apesar de mais raros deixam marcas em forma de oito por causa das cspides.

8) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 As maiores dimenses de marcas de mordida humana no ultrapassam 4 cm. As marcas podem ter formas redondas, ovais ou elpticas e apresentar, muitas vezes, uma rea de equimose no centro da amostra, caracterizando um ato de suco em uma mordida de carter sexual, sendo de extrema importncia para a interpretao de intento sexual do agressor. ERRADO. A primeira parte da questo est errada porque quando as marcas dos caninos maxilares so identificveis, a distncia entre esses elementos dentrios dever medir entre 2,5 e 4,5cm. Caso a medida seja inferior a 3,0cm, a mordedura pertence, provavelmente, a uma criana com a primeira dentio. A segunda parte tambm est errada pois no atribuio do perito identificar o intento ou a inteno do autor da agresso.

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9) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 A m ocluso de classe III de Angle pode causar o contato das superfcies palatinas dos dentes ntero-superiores, e no das bordas incisais, no material mordido. ERRADO. Isso aconteceria na classe II de Angle quando os dentes anteriores esto vestibularizados, assim realmente suas superfcies palatinas que entrariam em contato com a pele da vtima e no na classe III como afirma a questo. No vamos entrar nas subdivises da classe II, afinal de contas estamos fazendo uma prova de Odontologia Legal e no de Ortodontia.

A idade do trauma corresponde ao tempo transcorrido entre o acontecimento e a anlise dos tecidos danificados. A determinao confivel da idade das leses ante mortem associadas s marcas de mordida requer anlise histopatolgica e histoqumica para relacionar a leso ao tempo do alegado acidente. Considerando essa informao, julgue os itens a seguir. 10) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 No exame histopatolgico da leso realizado nas primeiras 8 horas ps-mordida, pode-se observar presena de polimorfonucleares neutrfilos. CERTO. Essa questo mais sobre processo inflamatrio do que marca de mordida. agresso tecidual se seguem imediatamente fenmenos vasculares mediados principalmente pela histamina. Em seguida tem incio a produo local de mediadores inflamatrios que promovem um aumento da permeabilidade capilar e tambm quimiotaxia, processo qumico pelo qual clulas

polimorfonucleares, neutrfilos e macrfagos so atrados para o foco da leso.

11) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 Nas primeiras 12 horas ps-mordida, pode-se observar no tecido examinado microscopicamente a presena de hemossiderina, que atribui leso a cor avermelhada. ERRADO. Nas equimoses das marcas de mordida ocorre uma sucesso de diversas tonalidades por causa da transformao da hemoglobina extravasada das hemcias em hematina e globina. A hematina transformada em hemossiderina e hematoidina. A hemossiderina s surge no terceiro dia e no nas primeiras 12 horas

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como diz a questo. Alm disso, a cor vermelha da leso causada pelo estravasamento de sangue dos vasos.

12) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 Por volta do dcimo dia aps a mordida, pode-se observar microscopicamente, no tecido examinado, o incio da formao de tecido de granulao com neovascularizao e fibrognese. CERTO. So os efeitos da cicatrizao tecidual a nvel microscpico.

2. CRIMES DE LESES CORPORAIS: ART. 129 DO CPB E AS PERCIAS ODONTOLGICAS DAS LESES DO APARELHO ESTOMATOGMTICO.

Define-se leso corporal como sendo uma ofensa integridade corporal ou sade de outrem, conforme o artigo 129 do Cdigo Penal. todo e qualquer dano ocasionado normalidade do corpo humano, quer do ponto de vista anatmico, quer do ponto de vista fisiolgico ou mental. Nas leses corporais o objeto da tutela penal a integridade biopsquica. As leses classificam-se pelo resultado, no importando o seu lugar, o que as produziu ou qual sua extenso. As leses corporais dividem-se em dolosas e culposas. Apenas as leses corporais dolosas classificam-se em leves, graves e gravssimas. A lei dispe se da leso corporal resulta (...) e relaciona quatro resultados que definem as leses graves e cinco resultados que definem as leses gravssimas. Por excluso, as leses no definidas pela lei so consideradas leves. Quando no h leso documentando a agresso (cuspida no rosto, bofeto, empurro etc.) temos as chamadas vias de fato.

CLASSIFICAO DAS LESES CORPORAIS SEGUNDO A QUANTIDADE DO DANO: - LEVES A leso corporal leve caracteriza-se por pequenos danos superficiais de pouca repercusso orgnica e de recuperao rpida. Seu conceito tido por excluso, isto , as leses leves no apresentam nenhum resultado estabelecido nos 1 , 2 e 3 , do art. 129 do CP. So represe ntadas freqentemente por danos superficiais comprometendo a pele, a hipoderme, os vasos arteriais e venosos capilares ou pouco calibrosos - ex.: o desnudamento da pele ou escoriao, o

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hematoma, a equimose, ferida contusa, luxao, edema, torcicolo traumtico; choque nervoso, convulses ou outras alteraes patolgicas congneres.

s passveis de tipificao, como as de natureza leve, so As leses dentrias aquelas de menor monta: ligeira luxao dentria, fraturas de pequena parte da coroa etc. Segundo o mestre Damsio E. de Jesus a perda de dentes estragados leso corporal leve (RT, 612:298). resultantes das consequncias ncias previstas pelo - GRAVES so os danos corporais resultante 1 : - incapacidade para as ocupaes habituais por + de 30 dias quando o ofendido no pode retornar a todas as suas comuns atividades corporais antes de transcorridos 30 dias, contados da data da leso. O conceito de ocupaes

inclua, , assim, qualquer habituais mais do que o trabalho, embora tambm o inclua recm-nascido, o atividade funcional habitual e nisto esto amparados o recm desempregado, o estudante e o aposentado. Essa incapacidade no tem que ser total, bastando unicamente o comprometimento de uma ocupao habitual que incapacite a vtima. O exame complementar, que sempre necessrio, um segundo exame pericial que se faz logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime e no da respectiva lavratura do corpo de delito, para avaliar o tempo incapacidade. A incapacidade deve cessar assim m que a vtima tenha de durao da incapacidade ondies razoveis de retornar a as s suas atividades sem nenhum prejuzo, mesmo condies ainda no totalmente convalescida. A cura funcional e no anatmica.

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- perigo de vida a probabilidade concreta e objetiva de morte (no pode nunca ser suposto, nem presumido, mas real, clnica e obrigatoriamente diagnosticado). a situao clnica em que resultar a morte do ofendido se no for socorrido adequadamente, em tempo hbil; ex.: hemorragia por seo de vaso calibroso, prontamente coibida; traumatismo cranioenceflico, feridas penetrantes do abdome, leso de lobo heptico, comoo medular, queimaduras em reas extensas corporais, colapso total de um pulmo etc. - debilidade permanente de membro, sentido ou funo

Membros: so os braos, antebraos, cotovelos, mos, dedos, coxas, pernas e ps. Sentidos: so a viso, audio, olfato, paladar e tato. Funo: o conjunto de atividades de um ou mais rgos, sistema ou aparelho que conduz a uma atividade padro (ex.: funo digestiva, mastigatria, respiratria).

Debilidade: no anulao da atividade, mas sim uma expressiva reduo da mesma.

Permanente: quando cessam os meios habituais de tratamento ou recuperao. A ablao ou inutilizao de um rgo duplo, mantido o outro ntegro e no abolida a funo, constitui leso grave (debilidade permanente). Assim, por exemplo, a perda de uma mo, de um pulmo ou de um olho, no significam perdas propriamente ditas, mas debilidade funcional, considerando-se que tais rgos contribuem no seu conjunto para uma funo. O conceito de rgo, sentido ou funo, dentro desta discusso, tem um significado fisiolgico e no anatmico. O que se cogita avaliar aqui uma determinada funo. Nas decises da Justia de terceiro grau, tem sido sempre dito que desclassificado o crime de leso corporal gravssima para grave, quando ocorre perda ou inutilizao apenas de um dos elementos componentes de determinada funo ou sentido, como o caso dos rgos duplos, em que h apenas a diminuio funcional no a sua perda. Em nosso pas, os autores colocam as perdas dentrias entre as leses causadoras de debilidade permanente, mas, nas situaes em que o elemento perdido j era destitudo e insero ssea, o juzo de debilidade deixa de existir, considerando que o elemento dentrio, ainda que presente na cavidade bucal, no teria condies de exercer qualquer funo, at mesmo esttica, porque nessas condies, provavelmente, apresentaria posicionamento anmalo no arco.

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- acelerao de parto consiste na antecipao quanto data ou ocasio do parto, mas necessariamente depois do tempo mnimo para a possibilidade de vida extrauterina e desencadeada por traumatismos fsicos ou psquicos. Na acelerao do parto, o concepto deve nascer vivo e continuar com vida, dado o seu grau de maturao; no aborto, o concepto expulso morto, ou sem viabilidade, se sobreviver. - GRAVSSIMAS - so os danos corporais resultantes das conseqncias previstas pelo 2 : - incapacidade permanente para o trabalho Permanente a incapacidade que sobrevm no instante em que cessam os meios habituais de tratamento. A lei diz claramente que a incapacidade diz respeito a qualquer tipo de trabalho, e no somente para o trabalho especificamente exercido pela vtima.

- enfermidade incurvel Incurvel aquilo que definitivo, em face de processos normalmente utilizados para a cura. - perda ou inutilizao de membro, sentido ou funo Nesse caso a graduao maior do que na debilidade permanente (leso grave). No h necessidade de um grau extremo de debilitao funcional, ou seja, a perda no precisa ser absoluta, basta que a funo fique praticamente intil (um vestgio funcional). Tanto faz a perda de membros, sentido ou funo como suas permanncias inteis. Em geral aceita-se que uma perda acima de 70 ou 80% caracteriza a perda ou a inutilizao de membro, sentido ou funo. Exemplos: pancada no rosto que arranca todos os dentes, perdendo a funo

mastigadora; cegueira dos dois olhos; traumatismo em bolsa escrotal que inutilize a funo reprodutora, paralisao das pernas.

- deformidade permanente Dois aspectos esto envolvidos: o carter permanente e a aparncia. O conceito enfocado o de gerar repugnncia pela perda de harmonia e no pelo feio ou bonito. Esse conceito varia de pessoa para pessoa, de acordo com o sexo, idade, profisso, cultura. A questo da aparncia h que ser vista no contexto cultural em que o indivduo vive. Cicatrizes, alteraes de formas, desvios, claudicaes expressivas, tudo isso poder constituir uma
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deformidade permanente, desde que seja aparente e afete o modo de vida da pessoa. A deformidade permanente pode ter um resultado devastador na vida do indivduo, pois estigmatiza, deforma a personalidade, a conduta e o comportamento de seu portador. No importa a parte do corpo em que esteja localizada a

deformidade, basta que ela possa eventualmente ser vista. Reconhece-se, sem discusso, a existncia de deformidade nos casos em que haja ocorrido a perda de todos (ou quase todos) os dentes. As perdas dentrias envolvendo elementos anteriores e, em alguns casos, mesmo posteriores, dependendo do tipo de sorriso do examinado, consubstanciam tambm como deformidade, pois trata-se de um dano esttico, visvel e no reparvel naturalmente e tambm fontico levando-se em conta a existncia de um grupo de consoantes oclusivas linguodentais (D, N e T) e fricativas labiodentais (F e V). Diferente ocorre com os dentes decduos que em que a perda no definitiva, assim melhor classific-la como sendo debilidade de funo esttica e portanto de natureza grave. O uso de prtese ainda que perfeita, que esconde a deformidade, um olho de vidro ou uma dentadura, perpetua a deformao. O agravamento existe, est camuflado, remediado, simulado. Vejam essa jurisprudncia: O fato de ter a vtima implantado uma ponte no lugar dos dentes perdidos na agresso que sofreu irrelevante para fins de tipificao penal da infrao. Ningum est obrigado a usar postios ou disfarces para favorecer a sorte do seu ofensor(TJSP-AC-RT693/339).

- aborto a interrupo da gravidez, normal e no patolgica, em qualquer fase do processo gestatrio, haja ou no a expulso do concepto morto, ou, se vivo, que morra logo aps pela inaptido para a vida extra-uterina. A QUEM COMPETE RECONHECER UMA LESO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE: ao julgador e no ao perito; a este compete to somente a descrio parcial da sede, nmero, direo, profundidade das leses etc. NO SO CONSIDERADAS LESO CORPORAL: a rubefao (simples e fugaz afluxo de sangue na pele, no comprometendo a normalidade corporal, quer do ponto de vista anatmico, quer funcional ou mental); o eritema simples ou queimadura de 1 grau (vermelhido da pele que desa parece em poucas horas, ou dias, mantendo a epiderme ntegra, sem comprometimento da normalidade

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anatmica, fisiolgica ou funcional); a dor desacompanhada do respectivo dano anatmico ou funcional; a simples crise nervosa sem comprometimento do equilbrio da sade fsica ou mental; o puro desmaio. QUESITOS OFICIAIS Existem os chamados quesitos oficiais, mas a autoridade responsvel pelo inqurito pode formular novas questes. As respostas aos quesitos no exame de leso corporal, como em qualquer relatrio, devem ser sempre incisivas, evitando-se expresses dbias. 1) Houve ofensa integridade corporal ou sade do paciente? 2) Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa? 3) A ofensa foi produzida com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum? (resposta especificada) 4) Da ofensa resultou perigo de vida? 5) Da ofensa resultou incapacidade para as ocupaes habituais por mais de 30 (trinta) dias? 6) Da ofensa resultou debilidade permanente de membro sentido ou funo; incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade incurvel, perda ou inutilizao de membro, sentido ou funo ou deformidade permanente? (resposta especificada) No caso necessidade de posterior exame complementar, os quesitos so: 1) O paciente acha-se curado das ofensas fsicas recebidas? 2) No caso negativo, quantos dias mais sero necessrios para sua completa cura? 3) Resultou em debilidade permanente de membro, sentido ou funo? 4) Resultou em perda ou inutilizao de membro, sentido ou funo? 5) Originou incapacidade permanente para o trabalho ou enfermidade incurvel? 6) Resultou em deformidade permanente?

CONCAUSAS Concausa: o conjunto de fatores, preexistentes ou supervenientes, suscetveis de modificar o curso natural do resultado de uma leso ao arrepio da vontade do autor.
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Concausas preexistentes So aquelas que j existiam antes da leso e so capazes de modificar o resultado. As concausas preexistentes so classificadas em anatmicas, fisiolgicas e patolgicas. a) Concausas preexistentes anatmicas So anomalias congnitas (m formao), como a patologia cistus inversus (rgos do lado contrrio). b) Concausas preexistentes fisiolgicas Referem-se ao estado de funcionamento, no momento da leso, de determinado rgo (ex.: o sujeito est com a bexiga cheia; se houver trauma pode estourar a bexiga, ao passo que se ela estivesse vazia, esse mesmo trauma no a afetaria). c) Concausas preexistentes patolgicas So os casos de hemofilia, diabetes, aneurisma etc. Concausas supervenientes Ocorrem depois, com o agravamento. Podem envolver impercia, negligncia, imprudncia, infeces etc. Peculiaridades da Percia em Odontologia A percia, em Odontologia, reveste-se de algumas caractersticas prprias que vo alm da mera constatao anatmica da leso, adentrando pelos caminhos funcionais. Quanto aos dentes, h necessidade de que a percia venha a distinguir com sutileza o valor de cada pea, levando em conta as suas funes mastigatria, esttica e fontica, de acordo com o interesse de cada exame. Assim, as leses dos dentes, com consequente perda total ou parcial dos mesmos, devem ser interpretadas como deformidade permanente em certos casos, e como debilidade permanente de funo e perda ou inutilizao de funo em outros. Justifica-se, pois, a apresentao dos valores estticos, mastigatrios e fonticos dos dentes.

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Hentze, in Michellis, apud Penna, para os 100% da integridade da funo mastigatria de cada dente, estabelece os seguintes percentuais para um hemi-arco (que representa apenas 25 % do total da arcada dentria, o total sendo 25 % X 4 = 100 %): Pea dentria Incisivo central Incisivo lateral Canino 1 pr-molar 2 pr-molar 1 molar 2 molar 3 molar % funcional mastigatrio 1% 1% 2% 3% 3% 5% 5% 5%

Alvaro Dria, in Raimundo Rodrigues, apud Arbenz, para os 100% da funo esttica, prope os seguintes valores para um hemi-arco (que representa apenas 25 % do total da arcada dentria): Pea dentria Incisivo central Incisivo lateral Canino 1 pr-molar 2 pr-molar 1 molar 2 molar 3 molar Percentual esttico 6% 6% 6% 5% 2% 0% 0% 0%

E quanto funo fontica, avalia-se em cada pea dentria uma perda percentual nos seguintes ndices para um hemi-arco (que representa apenas 25 % do total da arcada dentria):

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Pea dentria Incisivo central Incisivo lateral Canino 1 pr-molar 2 pr-molar 1 molar 2 molar 3 molar

Perda fontica 8% 8% 6% 2% 1% 0% 0% 0%

H outros que ainda consideram um coeficiente de antagonismo, como sendo um percentual de perda em relao diminuio da funo do dente que fica em seu sentido oposto, em face da reduo de sua funo. Para eles, esse valor chega a 50% daquele mesmo dente que falta. Por outro lado, observa-se na prtica que os peritos quando respondem aos quesitos relativos debilidade e perda funcional, nesse particular, levam em conta apenas os ndices mastigatrios relativos s peas dentrias lesadas, omitindo os coeficientes estticos e fonticos da vtima. Assim, Moreira (Paraba), prope um coeficiente integral para as leses dos dentes, que ele chama de ndice Geral de Leses Dentrias (IGLD), onde so compulsados todos os valores, referentes a cada uma das funes das peas dentrias, nas seguintes propores: 14423434 | 43432441 _____________________ 24423433 | 33432442 No que se refere aos prejuzos produzidos por agresso em prteses ou em dentes destas, trata-se de um dano coisa material, interessando to-s s questes de direito patrimonial (prejuzo econmico).

IGLD =

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Outro fato relevante: um traumatismo sobre a dentio temporria, que se completa em torno o de dois anos e meio, quando traumatizada em uma de suas peas, pode acarretar graves repercusses sobre o dente que est se formando, tais como hipoplasia do esmalte, malformao radicular, retardo ou ausncia da erupo, ocluso defeituosa, malformao da coroa, retardo ou parada na formao da raiz, entre outros. Vamos aos exerccios: No almoo de natal de 2001, Pedrinho, um garoto de sete anos de idade, portador da sndrome de Down, ao comer um pedao de peru com farofa que seu pai havia encomendado, mordeu uma pedra e luxou gravemente o dente 21, que precisou ser ferulizado aos adjacentes, em consultrio. Seu pai registrou ocorrncia policial e entrou com um processo pleiteando indenizao. No primeiro primeiro dia do ano seguinte, apesar de ser feriado, Pedrinho foi encaminhado ao Instituto Mdico Legal
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(IML) para ser submetido a exame pericial, que constatou imobilizao dentria e hiperemia com tumefao na mucosa gengival vestibular correspondente ao pice do dente lesado. Com base na situao hipottica apresentada acima, julgue os itens a seguir. 13) CESPE/ Odonto-Legista/PCRR/2003. Considerando que o exame pericial no tivesse permitido um prognstico definitivo, em funo da evoluo incerta do caso, os peritos deveriam ter solicitado que Pedrinho retornasse no dia 31/1/2002 para o primeiro exame complementar. ERRADO. O exame complementar dever ser realizado 30 dias da ocorrncia da leso e no 30 dias aps o primeiro exame. Se a leso ocorreu em 25 de dezembro de 2001 o exame complementar deveria ser feito em 25 de janeiro de 2002.

14)

CESPE/

Odonto-Legista/PCRR/2003.

Sendo

Pedrinho

estudante,

afastamento de suas ocupaes habituais por mais de trinta dias em decorrncia do incidente no estaria amparado por lei. ERRADO. Como j explicado ocupao habitual qualquer atividade funcional habitual e isso inclui o estudante.

15) CESPE/ Odonto-Legista/PCRR/2003. Mesmo se tivesse ocorrido perda do dente lesado, no teria havido, de acordo com a legislao vigente, perda das funes mastigatria e fontica. CERTO. Alguns autores consideram como perda da funo quando esta atinge mais de 70% (Genival Frana) ou 80% (Moacyr da Silva). Observando as tabelas acima podemos notar que a perda de um incisivo central (21) corresponde a perda de 1% da funo mastigatria e 8% da fontica, portanto, no houve perda das funes mastigatrias e fontica.

16) UNIVERSA/Perito Mdico-Legista/PCDF 2008. Em um exame de corpo de delito, os peritos no puderam responder quanto gravidade da leso e marcaram corretamente um exame complementar. Assinale a alternativa que contm a data marcada para o retorno. A) 30 dias aps a data da leso

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B) 30 dias aps o primeiro exame C) 15 dias aps a data da leso D) 25 dias aps o primeiro exame E) 40 dias aps a data do primeiro exame

RESPOSTA A. Veja esse artigo do CPP. Art. 168. Em caso de leses corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se- a exame complementar por determinao da autoridade policial ou judiciria, de ofcio, ou a requerimento do Ministrio Pblico, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 1o No exame complementar, os peritos tero presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficincia ou retific-lo. 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificao do delito no art. 129, 1o, I, do Cdigo Penal, dever ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime. 3o A falta de exame complementar poder ser suprida pela prova testemunhal.

17) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 A respeito de percias criminais em vtimas de agresses fsicas, assinale a opo correta. A) O perito no precisa da concordncia do periciando para realizar o exame. B) expressamente vedada a presena de acompanhantes no ambiente do exame. C) Caso o periciando apresente uma ferulizao dentria, recomenda-se um exame complementar. D) Caso algum procedimento odontolgico tenha sido realizado antes do exame, este se torna inviabilizado. E) A percia no pode ser realizada na residncia da vtima. RESPOSTA C A) ERRADO. Est na nossa Constituio que ningum obrigado a produzir

provas contra si mesmo. Assim, caso o periciando no concorde em realizar o exame o Perito no pode obrig-lo, mas deve anotar tudo em seu relatrio. B) ERRADO. Imagine uma criana, idoso ou deficiente que necessita da ajuda

de outra pessoa. claro que o exame pode ser feito na presena de acompanhante.
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C)

CERTO. Dentes que precisam de ferulizao tm um prognstico duvidoso

que pode estar incerto no momento do primeiro exame, ento correta a alternativa ao recomendar o exame complementar. D) ERRADO. Imagine um dente luxado ou avulsionado precisa urgentemente ser

ferulizado ou um ferimento que precisa ser suturado. Assim quando da realizao da percia j ter ocorrido a interveno de outro dentista. bom o dentista que primeiro atendeu a vtima fazer um relatrio descrevendo como a vtima se encontrava, o diagnstico e que procedimento realizou e anotar TUDO no pronturio. E) ERRADO. Pessoas acamadas e de difcil locomoo podem ser periciadas

em casa ou no hospital.

18) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Considerando a ilustrao acima, de um periciando que relatou que teve seus dentes anteriores ntegros fraturados em uma agresso fsica h 4 horas, assinale a opo correta. A) As avulses dentrias ocorridas comprometem a esttica do periciando. B) Fraturas dentrias no podem ser causadas por instrumentos contundentes. C) A gengiva do dente 11 demonstra que ele no sofreu fratura h 4 horas. D) O histrico do periciando verossmil. E) Nesse caso, houve perda da funo mastigatria. RESPOSTA: C A) ERRADO. A avulso quando ocorre a sada total do dente do alvolo, fato que no aconteceu, pois podemos perfeitamente ver os restos radiculares. B) ERRADO. Existem diversos instrumentos contundentes como martelo, cassetete, pedras, o prprio cho. Ora claro que esses instrumentos podem fraturar dentes.
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C) CERTO. No s a gengiva que est hiperemiada, hiperplsica, mas tambm os dentes esto com caractersticas compatveis com crie crnica e a polpa est visivelmente necrosada no 11, 12 e 21. Tudo isso mostra que essas fraturas no apresentam caractersticas de recentidade. D) ERRADO. Quando vocs forem fazer percia vo escutar as mais diversas histrias. por isso que o perito deve ser imparcial. claro que a histria que o periciando est contando mentira porque os sinais clnicos apontam um quadro incompatvel com leses recentes. E) ERRADO. No houve perda da funo mastigatria o que caracterizaria leso corporal gravssima. Se formos na tabela para % mastigatria veremos que a perda dos 4 incisivos somatiza diminuio de 4% funo mastigatria. 19) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Segundo o art. 129 do Cdigo Penal Brasileiro (CPB), a doutrina e a jurisprudncia, assinale a opo correta. A) As leses corporais podem ser divididas em dolosas ou intencionais. B) A debilidade permanente da funo mastigatria caracteriza uma leso corporal dolosa em gravssima. C) A perda dos incisivos centrais superiores caracteriza uma leso corporal dolosa em gravssima. D) Se, ao levar um soco, uma pessoa cai na rua e um caminho quase esmaga sua cabea, tem-se configurado perigo de vida. E) A perda do olho esquerdo caracteriza, em uma pessoa que enxerga bem do outro olho, uma leso corporal dolosa grave. RESPOSTA C A) ERRADO. As leses corporais so divididas em dolosas (com inteno) e culposas (sem inteno). Existem subdivises do dolo mas no vamos entrar nessa seara porque no faremos prova de direito penal. B) ERRADO. Debilidade permanente classificada como leso corporal grave e no gravssima. C) CERTO. A perda de incisivos caracteriza deformidade permanente por ser um dano esttico, visvel e no reparvel naturalmente. D) ERRADO. Entende-se por perigo de vida um conjunto de sinais e sintomas clinicamente demonstrvel de uma condio concreta de morte iminente, ou
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seja, uma ameaa imediata de xito letal. No pode ser condicionada a possveis resultados. So exemplos de perigo de vida: ferimentos de grandes cavidades, coma, asfixia, fratura alta da coluna e traumatismo crnioenceflico. E) ERRADO. Trago as palavras do Frana a amputao de um brao no leva perda da funo, no sentido de uma leso gravssima, mas a uma debilidade de funo, assim como a enucleao de um olho no quer dizer a perda de um rgo, mas uma debilidade funcional. Mesmo sendo o olho

anatomicamente um rgo, ele parte de uma funo e por ela se valoriza. O carter esttico no est a argudo. A banca classificou a perda de um olho como deformidade permanente por isso uma leso gravssima. 20) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Considerando um periciando no IML, de 14 anos de idade, vtima de espancamento com paus e facas, com fraturas mandibular e coronria recente em um incisivo superior cariado, assinale a opo correta. A) A leso de crie pode ser considerada uma concausa preexistente. B) No possvel estimar os tempos das fraturas pela percia. C) As leses por deslizamento do gume da faca so prfuroincisas. D) A fratura mandibular pode ser decorrente de uma leso incisa. E) O perito deve levar em conta a atividade profissional da vtima para quantificar o dano, conforme artigo do CPB. RESPOSTA A A) CORRETO. Concausas preexistentes so aquelas que j existiam antes da leso e so capazes de modificar o resultado. Ora um dente cariado est fragilizado, j possui uma leso crnica, uma cavidade talvez, isso logicamente vai deix-lo mais fragilizado e o risco de uma fratura por um trauma fica muito maior do que em um dente hgido. B) ERRADO. No precisamos ser especialistas em bucomaxilofacial para saber se uma fratura de mandbula recente ou no. A fratura recente vai apresentar todos os sinais e sintomas agudos como dor, edema, rubor e associada com leses extra-orais. As fraturas dentrias podem ser coronrias, radiculares, corono-radiculares ou cominutivas (vrios

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segmentos). Tambm podem ser horizontais, verticais ou oblquas, de acordo com a orientao do trao. As fraturas dentrias quando recentes apresentam caractersticas como sensibilidade, esmalte irregular, polpa sangrante, ou quando envolve a raiz pode mostrar sintomatologia aguda como abscessos e dor. C) ERRADO. Vamos ver isso na aula 05. Mas a resposta esta errada porque quando as leses pela faca so apenas por deslizamento do gume ela age como um instrumento cortante provocando ferimento inciso. Quando a faca atua por um mecanismo misto: penetram perfurando com a ponta e cortam com a borda afiada os planos superficiais e profundos ai sim ela causa ferimentos perfuroincisos. D) ERRADO. As leses incisas tm predominncia do comprimento sobre profundidade e ausncia de vestgios traumticos em torno da ferida, assim no podem fraturar a mandbula. So exemplos de instrumentos cortantes: a navalha, a lmina de barbear e o bisturi. E) ERRADO. Aqui a questo se refere a incapacidade permanente para o trabalho das leses corporais gravssimas. Acontece que essa situao quando o indivduo fica privado de exercer QUALQUER trabalho e no o trabalho especfico que desempenhava. Sendo assim, um cirurgio que perde a mo, um jogador de futebol que tem a perna amputada ou um pianista que sofre a inutilizao de um brao, genericamente, no esto incapacitados para o trabalho, pois sua potencialidade laborativa remanescente no os impede. 21) UNIVERSA/Mdico-Legista Gois/ 2010 Um indivduo normal, vtima de uma agresso fsica intencional, sofreu um traumatismo com perfurao do olho esquerdo e consequente extravasamento e no recebeu os cuidados devidos. Dessa forma, a leso apresentada, do ponto de vista jurdico, ser classificada como (A) leso corporal gravssima. (B) leso corporal grave. (C) leso corporal leve. (D) leso corporal grave ou gravssima, a depender de outros fatores no enunciados. (E) leso corporal leve ou grave, a depender de outros fatores no enunciados.
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RESPOSTA A. J fizemos uma questo do CESPE idntica a essa (questo 19 letra E). A UNIVERSA tambm classificou a perda de um olho como deformidade permanente por isso uma leso corporal gravssima. Vejam essas jurisprudncias:

- Quanto ao mrito, foi informado que a defesa sustenta a inocorrncia de leso


corporal gravssima, pois a vtima sofreu a perda de apenas um dos globos oculares, restando, portanto, o outro olho com o qual poderia enxergar. Entretanto, o voto preponderante asseverou que a natureza gravssima se justifica em virtude da deformidade permanente causada no rosto da vtima, fato comprovado por prova pericial. (TJDFT 20110020029953RVC, julgamento 28/03/2011). - Embora a perda de um dos olhos constitua "debilidade permanente do sentido" (III, 1, art. 129, do CP) da viso, conforme alegado pelo apelante, na espcie, alm da debilidade do sentido, a leso que a vtima sofreu resultou em "deformidade permanente" (III, 2, do art. 129, do CP) que facilmente constatada pela observao das fotografias da vtima, que est com um orifcio resultante da extirpao cirrgica do que restou do globo ocular. (ACR 3098780 PR 0309878-0)

Um idoso de 65 anos de idade submeteu-se a exame ambulatorial no IML logo aps 30 dias da ocorrncia de acidente automobilstico. O idoso apresentava andar claudicante, cicatriz hipocrmica e hipertrfica na face anterior de perna direita, consequente de traumatismo provocado pela alavanca de cmbio que o atingiu durante a coliso do veculo que dirigia. O idoso havia renovado sua carteira nacional de habilitao quinze dias antes do acidente e constava em seu pronturio que ele estava apto, sem restries para dirigir veculo automotor. A partir da situao acima apresentada, julgue os itens subsecutivos. 22) CESPE/Mdico-Legista/PCES/2011 Nessa situao, mesmo que a leso esteja em evoluo, o legista deve concluir o laudo nesse momento, visto que, no Cdigo de Processo Penal, no h previso de outros exames em tempo superior a trinta dias. ERRADO. A questo tem dois erros: primeiro que no se deve concluir uma leso em evoluo pois o perito deve avaliar a existncia de sequelas e suas

conseqncias. Segundo, que h previso de outros exames no artigo 181 do CPP:

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Art. 181. No caso de inobservncia de formalidades, ou no caso de omisses, obscuridades ou contradies, a autoridade judiciria mandar suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. Pargrafo nico. A autoridade poder tambm ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.

23) CESPE/Mdico-Legista/PCES/2011 O exame acima descrito configura exame mdico legal complementar, cujo objetivo consiste em evidenciar a resposta ao quesito relativo ao tempo de impossibilidade de exerccio de ocupaes habituais, que, juridicamente, possibilita a distino da natureza da leso, ou seja, se corresponde a leso leve ou grave. CORRETO. Entendimento do artigo 168 do CPP 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificao do delito no art. 129, 1o, I, do Cdigo Penal (que justamente a incapacidade para as ocupaes habituais por mais de 30 dias), dever ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.

Em uma tera-feira de carnaval, embriagado e sem utilizar capacete, Mrio acidentou-se com sua motocicleta. O delegado de polcia que acompanhou o caso requereu que Mrio realizasse exame de corpo de delito no IML. Mrio compareceu ao IML para o exame apenas no domingo de pscoa. Nessa ocasio, foi constatado: ausncia dos incisivos centrais superiores sem a respectiva prtese, presena de mancha hipocrmica em regio frontal esquerda, fixao intermaxilar e cicatriz irregularmente linear em regio zigomtica direita. Com base na situao hipottica acima, julgue os itens que se seguem. 24) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 A ausncia dos incisivos centrais

superiores no caracteriza, necessariamente, debilidade de membro, sentido ou funo causada pelo acidente. CORRETO. Mais uma historinha do CESPE, vamos extrair todas as informaes. Ele acidentou-se no carnaval e fez o exame na pscoa, portanto 40 dias depois, apresentando-se com ausncia do 21 e 11. Realmente perdas dentrias so leses causadoras de debilidade permanente, mas com 40 dias j houve cicatrizao e a percia no tem como afirmar se a perda ocorreu NECESSARIAMENTE acidente.
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pelo

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25) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Pelas caractersticas apresentadas, provvel que a leso frontal tenha sido produzida por instrumento contundente. CORRETO. Vendo o histrico podemos observar que se foi um acidente de moto e sem capacete, certamente o Mrio foi lanado do veculo e bateu o rosto no solo, no muro ou em outro veculo que fazem ao de instrumentos contundentes. Mas vamos analisar as leses: a leso na regio frontal foi uma escoriao que o resultado da ao tangencial de um meio contundente. quando ocorre o arrancamento da epiderme e desnudamento da derme e realmente quando da cicatrizao deixa uma rea despigmentada (hipocrmica).

26) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Pelas caractersticas apresentadas, provvel que a regio zigomtica tenha sido atingida por instrumento contundente. CORRETO. Vamos estudar na aula 05 que as feridas contusas tm bordas e vertentes irregulares e presena de pontes de tecido ntegro ligando as vertentes, ento faz todo sentido que a cicatriz irregularmente linear foi causada por um instrumento contundente. E vejam como a Banca no afirma categoricamente. Apenas diz provvel.

27) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 A constatao da fixao intermaxilar implicaria o laudo: debilidade de membro, sentido ou funo. ERRADO. A fixao intermaxilar consiste num mtodo conservador de tratamento em que a ocluso dentria guia a reduo fechada da fratura em que a mandbula imobilizada pela sua fixao na maxila, apresenta a desvantagem da imobilizao prolongada da mandbula levando um maior tempo para que o paciente retome suas atividades habituais, portanto, por si s a fixao intermaxilar no implica debilidade permanente.

Durante a extrao de um terceiro molar inferior, por imprudncia do cirurgio dentista na utilizao de uma alavanca reta, Carlos sofreu fratura mandibular com afastamento mnimo dos fragmentos. O dente foi extrado e o profissional procedeu fixao intermaxilar com barras de Erick. Carlos recuperou-se totalmente;

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entretanto, dois meses aps o fato, registrou ocorrncia policial. Em face dessa situao hipottica, julgue os itens subseqentes. 28) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 De acordo com o art. 129 do Cdigo Penal (CP), um eventual afastamento do paciente de suas ocupaes habituais por mais de trinta dias, em decorrncia do incidente, seria decisivo para o deslinde do processo penal. ERRADO. O processo penal pode-se iniciar independente da classificao da gravidade da leso.

29) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 O fato de a leso ter ocorrido durante o exerccio profissional, sem inteno de lesar e no envolvendo luta, diminui a pena a ser aplicada em um tero. ERRADO. Segundo o artigo 129 do CP, no o caso de diminuio de pena, veja: 4 Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domnio de violenta emoo, logo em seguida a injusta provocao da vtima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um tero. 30) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Sendo Carlos encaminhado percia odontolgica, o odonto-legista deveria requerer o seu pronturio odontolgico. CORRETO. J disse na aula 01 e volto a frisar: o pronturio odontolgico bem feito dever do cirurgio-dentista, o melhor meio de prova em demandas judiciais e o Perito deve requerer o pronturio.

31) UECE/Perito Odontologia/ PCCE 2003 No laudo relativo a um periciando com histrico de atropelamento com diversas escoriaes na face e perda dos dentes 11 e 12, podemos afirmar que houve: A) leso corporal leve B) debilidade de membro, sentido ou funo C) perigo de vida D) leso corporal grave RESPOSTA B. J vimos anteriormente que perda de dentes so leses causadoras de debilidade permanente. Os dispositivos legais que resguardam a tutela da integridade pessoal esto contidos no artigo 129 do Cdigo Penal brasileiro. Esse direito prescinde de
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qualquer atributo individual (idade, profisso, condio social), considerando-se que qualquer leso pessoal que limite a atividade e o potencial individual representa um dano que perturbar as relaes de convvio social. No que se refere a esse assunto, julgue os seguintes itens. 32) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 As leses dentrias podem ser tipificadas, segundo sua natureza, como leves (luxao dentria, fratura de borda incisal) ou graves, cujo restabelecimento necessita de mais de 15 dias, gerando incapacidade para as ocupaes habituais nesse perodo. ERRADO. Comeou bem, mas errou quando disse que o restabelecimento necessita mais de 15 dias, porque segundo o artigo 129 parag.1, I por mais de 30 dias.

33) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004

Uma leso corporal que resulte na

perda de todos os dentes pode ser enquadrada como enfermidade incurvel ou deformidade permanente. ERRADO. A perda de todos os dentes poder ser enquadrada como deformidade permanente (pois possui todos os requisitos: permanente, visvel, irreparvel, dano esttico de certa monta e causa impresso vexatria) E tambm como enfermidade incurvel porque poder levar o indivduo a uma ingesto deficiente de alimentos, alm da necessidade de cuidados peridicos para a manuteno do estado bucal. A questo uma pegadinha e o problema dela foi o portugus. O ou exclui enquanto na verdade era para ser circunstncias qualificadoras inclusivas. Para no deixar dvidas a Banca foi ao extremo dizendo que a perda foi de TODOS os dentes.

34) UFA/Perito Odontolgo/2004 No tratamento de canal, o cirurgio-dentista acidentalmente derramou hipoclorito de sdio (Soluo de Dakin) no olho do paciente, causando dores insuportveis e inflamao, que s passaram algumas horas depois. Tal leso dever ser classificada legalmente como: (A) Leso corporal gravssima. (B) Leso corporal grave. (C) Leso corporal leve. (D) Deformidade esttica. (E) Defeito fsico.

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RESPOSTA C. realmente uma leso corporal leve pois houve uma leso que se restabeleceu sem as conseqncias previstas no artigo 129 1o e 2o do CP. 35) UEPB/Perito Odontlogo/SSPPB/2003 Em um acidente ocorrido pela coliso entre um automvel e uma bicicleta conduzida por uma criana de 9 anos de idade, foi encontrada a condio ilustrada abaixo.

Em relao ao laudo pericial, analise as proposies: I. II. III. IV. V. Indica debilidade temporria da funo mastigatria e da funo fontica. Indica deformidade permanente intensa e importante dano esttico. Indica ocorrncia de dano psicolgico no periciando. Indica deformidade temporria e ocorrncia de dano psicolgico. Indica debilidade permanente da funo mastigatria e da funo fontica. Assinale alternativa correta: A) Esto corretas apenas as proposies II, III e V. B) Esto corretas apenas as proposies I, II e III. C) Esto corretas apenas as proposies I e II. D) Esto corretas apenas as proposies I e IV. E) Todas as proposies esto corretas. RESPOSTA A. No existe debilidade nem deformidade temporria, assim eliminamos as alternativas I e IV. A banca fez isso para confundir o candidato porque se tratava de uma criana de 9 anos. Todas as outras esto corretas. Para responder essa questo devemos saber cronologia de erupo (vamos ver isso na aula 3), mas vocs devem lembrar das aulas de Odontopediatria que os incisivos superiores erupcionam na faixa de 8-9 anos. Ora, como eles
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no esto na boca a questo deixa a entender que foram perdidos no acidente. J dissemos que perda de dentes so classificadas como debilidade permanente e a perda de dentes anteriores so classificadas como deformidade permanente por causa do dano esttico, por isso as alternativas II e V esto corretas. Quanto ao dano psicolgico Moacyr da Silva mostra que quando uma criana atingida, esse dano srio, j que poder ser motivo de brincadeiras, por vezes cruis, a respeito de sua aparncia e cita Deffez e Ambrosini (1982) que dizem que o tempo pode atenuar ou mesmo elidir o defeito esttico da criana, porm o dano psicolgico j poder estar estabelecido.

36) UEPB/Perito Odontlogo/SSPPB/2003 Do ponto de vista odontolgico, as leses corporais so passveis de tipificao seguindo em ordem crescente: as de natureza leve, de natureza grave e as de natureza gravssima. So consideradas leses dentrias ou leso do aparelho estomatontico: I. II. III. IV. V. Ferimentos de tecidos moles como gengiva e mucosa Distrbios da ATM Perda do osso alveolar Fraturas sseas mandibulares e maxilares Fraturas das pores coronrias dos dentes

So leses leves, graves e gravssimas, respectivamente, as proposies: A) B) C) D) E) I, II e III I, III e IV II, IV e V V, IV e III I, V e II

RESPOSTA E. I. Ferimentos de tecidos moles como gengiva e mucosa => LEVE, pois no h leso permanente. II. Distrbios da ATM => GRAVSSIMA, perda da funo mastigatria. Esse dado muito abrangente, item mal formulado, mas por eliminao vamos classific-la como gravssima.

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III. Perda do osso alveolar => GRAVE, se h perda de osso alveolar logicamente tambm haver perda de dentes. J vimos que perda de dentes debilidade permanente. IV. Fraturas sseas mandibulares e maxilares => GRAVE, pois causa incapacidade para as ocupaes habituais, por mais de 30 dias. A convalescncia nesse tipo de fratura dura em mdia 45 dias. V. Fraturas das pores coronrias dos dentes => GRAVE, debilidade pois para o exerccios das funes, os elementos dentrios requerem a presena de coroa ntegra.

37) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 A anlise comparativa de uma mordida humana com os modelos de gesso dos arcos dentais de um suspeito pode inocentlo. CERTO. Ora se anlise comparativa pode dar a autoria da marca de mordida claro que tambm pode inocentar o suspeito quando a anlise excludente.

Por hoje s pessoal, espero que tenham gostado. At a prxima aula. QUESTES DA AULA DE HOJE 1) FGV/Perito Legista Odontologia/PCRJ 2011 Uma leso apresenta, de dentro para fora, as caractersticas a seguir: equimose, escoriaes/leses corto-contusas e equimoses de suco. Sobre essa leso, correto afirmar que: A) provavelmente trata-se de uma leso por mordedura de candeo. B) provavelmente trata-se de uma leso por mordedura humana. C) provavelmente trata-se de uma leso por arma branca. D) provavelmente trata-se de uma leso por instrumento contundente com fio. E) provavelmente trata-se de uma leso por mordedura de feldeo. 2) UEPB/Perito Odontolgo/SSPPB/2003 Na odontologia legal uma importante rea de estudo tem se destacado: o reconhecimento e interpretao de marcas e leses produzidas por mordidas humanas. A individualidade da dentio e a singularidade da mordedura, quando claramente evidenciadas, conferem a possibilidade do estabelecimento de identificaes criminais tanto da vtima como do agressor ou suspeito (MELANI apud SILVA, 1997). Identifique nos itens abaixo os que fazem parte do protocolo de procedimento para a coleta de evidncias de marcas de mordidas, sugeridos pela American Board of Forense Odontology (ABFO/1986). I. O registro fotogrfico, incluindo vrias tomadas intra e extra orais, observando-se os arcos em ocluso e a mxima abertura da boca. II. As moldagens dos arcos dentrios. III. Obteno de modelo de gesso a partir das moldagens realizadas.
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IV. Registro da mordida em placa de cera, obervando-se as diversas relaes interoclusais, para estudo da posio de mordida. V. O registro do quadro clnico odontolgico do suspeito e o tempo decorrido entre a produo do ferimento e o exame. Esto corretos: A) Apenas I, II, III e V B) Apenas I, II, IV e V C) Apenas II e IV D) Apenas II e V E) I, II, III, IV e V 3) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Acerca de marcas de mordida, assinale a opo incorreta. A) Os dentes de um leo so instrumentos perfurocontundentes. B) As mordidas caninas permitem comparao para fins de identificao do animal agressor. C) As marcas de mordida em alimentos devem ser fotografadas e moldadas. D) As marcas de mordida podem apresentar material gentico de quem a produziu. E) As marcas de mordida de prteses totais no servem para exame comparativo. 4) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Caso as referidas mordidas tivessem sido produzidas por dentes incisivos humanos em sua forma tpica, as leses deveriam ser classificadas como cortocontusas. 5) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Fotografias de marcas de mordida com a utilizao de filtro amarelo ou verde so muito teis para realar tons de azul a roxo ou de vermelho, respectivamente, encontrados em equimoses. As leses causadas por mordidas humanas so freqentemente relacionadas a um comportamento agressivo ou sexual. Tambm comum que o autor do ato agressivo seja mordido pela vtima, como um meio de autodefesa. Acerca desse assunto, julgue os itens que se seguem. 6) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 Os ferimentos resultantes de mordidas humanas ou de animais podem se tornar spticos e progredir para infeces sistmicas. As infeces bacterianas secundrias so as mais comumente associadas s mordidas humanas e podem incluir ttano, tuberculose, sfilis, histoplasmose e aquelas relacionadas a estreptococos e estafilococos. 7) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 Nas marcas de mordida, os incisivos humanos deixam marcas retangulares, os caninos, marcas puntiformes ou triangulares e os pr-molares so freqentemente associados a marcas que lembram a figura de um oito. 8) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 As maiores dimenses de marcas de mordida humana no ultrapassam 4 cm. As marcas podem ter formas redondas,
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ovais ou elpticas e apresentar, muitas vezes, uma rea de equimose no centro da amostra, caracterizando um ato de suco em uma mordida de carter sexual, sendo de extrema importncia para a interpretao de intento sexual do agressor. 9) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 A m ocluso de classe III de Angle pode causar o contato das superfcies palatinas dos dentes ntero-superiores, e no das bordas incisais, no material mordido. A idade do trauma corresponde ao tempo transcorrido entre o acontecimento e a anlise dos tecidos danificados. A determinao confivel da idade das leses ante mortem associadas s marcas de mordida requer anlise histopatolgica e histoqumica para relacionar a leso ao tempo do alegado acidente. Considerando essa informao, julgue os itens a seguir. 10) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 No exame histopatolgico da leso realizado nas primeiras 8 horas ps-mordida, pode-se observar presena de polimorfonucleares neutrfilos. 11) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 Nas primeiras 12 horas ps-mordida, pode-se observar no tecido examinado microscopicamente a presena de hemossiderina, que atribui leso a cor avermelhada. 12) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 Por volta do dcimo dia aps a mordida, pode-se observar microscopicamente, no tecido examinado, o incio da formao de tecido de granulao com neovascularizao e fibrognese. No almoo de natal de 2001, Pedrinho, um garoto de sete anos de idade, portador da sndrome de Down, ao comer um pedao de peru com farofa que seu pai havia encomendado, mordeu uma pedra e luxou gravemente o dente 21, que precisou ser ferulizado aos adjacentes, em consultrio. Seu pai registrou ocorrncia policial e entrou com um processo pleiteando indenizao. No primeiro dia do ano seguinte, apesar de ser feriado, Pedrinho foi encaminhado ao Instituto Mdico Legal (IML) para ser submetido a exame pericial, que constatou imobilizao dentria e hiperemia com tumefao na mucosa gengival vestibular correspondente ao pice do dente lesado. Com base na situao hipottica apresentada acima, julgue os itens a seguir. 13) CESPE/ Odonto-Legista/PCRR/2003. Considerando que o exame pericial no tivesse permitido um prognstico definitivo, em funo da evoluo incerta do caso, os peritos deveriam ter solicitado que Pedrinho retornasse no dia 31/1/2002 para o primeiro exame complementar. 14) CESPE/ Odonto-Legista/PCRR/2003. Sendo Pedrinho estudante, o afastamento de suas ocupaes habituais por mais de trinta dias em decorrncia do incidente no estaria amparado por lei. 15) CESPE/ Odonto-Legista/PCRR/2003. Mesmo se tivesse ocorrido perda do dente lesado, no teria havido, de acordo com a legislao vigente, perda das funes mastigatria e fontica. 16) UNIVERSA/Perito Mdico-Legista/PCDF 2008. Em um exame de corpo de delito, os peritos no puderam responder quanto gravidade da leso e marcaram
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corretamente um exame complementar. Assinale a alternativa que contm a data marcada para o retorno. A) B) C) D) E) 30 dias aps a data da leso 30 dias aps o primeiro exame 15 dias aps a data da leso 25 dias aps o primeiro exame 40 dias aps a data do primeiro exame

17) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 A respeito de percias criminais em vtimas de agresses fsicas, assinale a opo correta. A) O perito no precisa da concordncia do periciando para realizar o exame. B) expressamente vedada a presena de acompanhantes no ambiente do exame. C) Caso o periciando apresente uma ferulizao dentria, recomenda-se um exame complementar. D) Caso algum procedimento odontolgico tenha sido realizado antes do exame, este se torna inviabilizado. E) A percia no pode ser realizada na residncia da vtima.

18) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Considerando a ilustrao acima, de um periciando que relatou que teve seus dentes anteriores ntegros fraturados em uma agresso fsica h 4 horas, assinale a opo correta. A) As avulses dentrias ocorridas comprometem a esttica do periciando. B) Fraturas dentrias no podem ser causadas por instrumentos contundentes. C) A gengiva do dente 11 demonstra que ele no sofreu fratura h 4 horas. D) O histrico do periciando verossmil. E) Nesse caso, houve perda da funo mastigatria. 19) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Segundo o art. 129 do Cdigo Penal Brasileiro (CPB), a doutrina e a jurisprudncia, assinale a opo correta. A) As leses corporais podem ser divididas em dolosas ou intencionais. B) A debilidade permanente da funo mastigatria caracteriza uma leso corporal dolosa em gravssima. C) A perda dos incisivos centrais superiores caracteriza uma leso corporal dolosa em gravssima. D) Se, ao levar um soco, uma pessoa cai na rua e um caminho quase esmaga sua cabea, tem-se configurado perigo de vida. E) A perda do olho esquerdo caracteriza, em uma pessoa que enxerga bem do outro olho, uma leso corporal dolosa grave.

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20) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Considerando um periciando no IML, de 14 anos de idade, vtima de espancamento com paus e facas, com fraturas mandibular e coronria recente em um incisivo superior cariado, assinale a opo correta. A) A leso de crie pode ser considerada uma concausa preexistente. B) No possvel estimar os tempos das fraturas pela percia. C) As leses por deslizamento do gume da faca so prfuroincisas. D) A fratura mandibular pode ser decorrente de uma leso incisa. E) O perito deve levar em conta a atividade profissional da vtima para quantificar o dano, conforme artigo do CPB. 21) UNIVERSA/Mdico-Legista Gois/ 2010 Um indivduo normal, vtima de uma agresso fsica intencional, sofreu um traumatismo com perfurao do olho esquerdo e consequente extravasamento e no recebeu os cuidados devidos. Dessa forma, a leso apresentada, do ponto de vista jurdico, ser classificada como A) leso corporal gravssima. B) leso corporal grave. C) leso corporal leve. D) leso corporal grave ou gravssima, a depender de outros fatores no enunciados. E) leso corporal leve ou grave, a depender de outros fatores no enunciados. Um idoso de 65 anos de idade submeteu-se a exame ambulatorial no IML logo aps 30 dias da ocorrncia de acidente automobilstico. O idoso apresentava andar claudicante, cicatriz hipocrmica e hipertrfica na face anterior de perna direita, consequente de traumatismo provocado pela alavanca de cmbio que o atingiu durante a coliso do veculo que dirigia. O idoso havia renovado sua carteira nacional de habilitao quinze dias antes do acidente e constava em seu pronturio que ele estava apto, sem restries para dirigir veculo automotor. A partir da situao acima apresentada, julgue os itens subsecutivos. 22) CESPE/Mdico-Legista/PCES/2011 Nessa situao, mesmo que a leso esteja em evoluo, o legista deve concluir o laudo nesse momento, visto que, no Cdigo de Processo Penal, no h previso de outros exames em tempo superior a trinta dias. 23) CESPE/Mdico-Legista/PCES/2011 O exame acima descrito configura exame mdico legal complementar, cujo objetivo consiste em evidenciar a resposta ao quesito relativo ao tempo de impossibilidade de exerccio de ocupaes habituais, que, juridicamente, possibilita a distino da natureza da leso, ou seja, se corresponde a leso leve ou grave. Em uma tera-feira de carnaval, embriagado e sem utilizar capacete, Mrio acidentou-se com sua motocicleta. O delegado de polcia que acompanhou o caso requereu que Mrio realizasse exame de corpo de delito no IML. Mrio compareceu ao IML para o exame apenas no domingo de pscoa. Nessa ocasio, foi constatado: ausncia dos incisivos centrais superiores sem a respectiva prtese, presena de mancha hipocrmica em regio frontal esquerda, fixao intermaxilar e cicatriz irregularmente linear em regio zigomtica direita. Com base na situao hipottica acima, julgue os itens que se seguem.

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24) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 A ausncia dos incisivos centrais superiores no caracteriza, necessariamente, debilidade de membro, sentido ou funo causada pelo acidente. 25) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Pelas caractersticas apresentadas, provvel que a leso frontal tenha sido produzida por instrumento contundente. 26) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Pelas caractersticas apresentadas, provvel que a regio zigomtica tenha sido atingida por instrumento contundente. 27) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 A constatao da fixao intermaxilar implicaria o laudo: debilidade de membro, sentido ou funo. Durante a extrao de um terceiro molar inferior, por imprudncia do cirurgio dentista na utilizao de uma alavanca reta, Carlos sofreu fratura mandibular com afastamento mnimo dos fragmentos. O dente foi extrado e o profissional procedeu fixao intermaxilar com barras de Erick. Carlos recuperou-se totalmente; entretanto, dois meses aps o fato, registrou ocorrncia policial. Em face dessa situao hipottica, julgue os itens subseqentes. 28) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 De acordo com o art. 129 do Cdigo Penal (CP), um eventual afastamento do paciente de suas ocupaes habituais por mais de trinta dias, em decorrncia do incidente, seria decisivo para o deslinde do processo penal. 29) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 O fato de a leso ter ocorrido durante o exerccio profissional, sem inteno de lesar e no envolvendo luta, diminui a pena a ser aplicada em um tero. 30) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 Sendo Carlos encaminhado percia odontolgica, o odonto-legista deveria requerer o seu pronturio odontolgico. 31) UECE/Perito Odontologia/ PCCE 2003 No laudo relativo a um periciando com histrico de atropelamento com diversas escoriaes na face e perda dos dentes 11 e 12, podemos afirmar que houve: A) leso corporal leve B) debilidade de membro, sentido ou funo C) perigo de vida D) leso corporal grave Os dispositivos legais que resguardam a tutela da integridade pessoal esto contidos no artigo 129 do Cdigo Penal brasileiro. Esse direito prescinde de qualquer atributo individual (idade, profisso, condio social), considerando-se que qualquer leso pessoal que limite a atividade e o potencial individual representa um dano que perturbar as relaes de convvio social. No que se refere a esse assunto, julgue os seguintes itens. 32) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 As leses dentrias podem ser tipificadas, segundo sua natureza, como leves (luxao dentria, fratura de borda incisal) ou graves, cujo restabelecimento necessita de mais de 15 dias, gerando incapacidade para as ocupaes habituais nesse perodo.

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33) CESPE/PERITO Odontologia/PF 2004 Uma leso corporal que resulte na perda de todos os dentes pode ser enquadrada como enfermidade incurvel ou deformidade permanente. 34) UFA/Perito Odontolgo/2004 No tratamento de canal, o cirurgio-dentista acidentalmente derramou hipoclorito de sdio (Soluo de Dakin) no olho do paciente, causando dores insuportveis e inflamao, que s passaram algumas horas depois. Tal leso dever ser classificada legalmente como: A) Leso corporal gravssima. B) Leso corporal grave. C) Leso corporal leve. D) Deformidade esttica. E) Defeito fsico. 35) UEPB/Perito Odontlogo/SSPPB/2003 Em um acidente ocorrido pela coliso entre um automvel e uma bicicleta conduzida por uma criana de 9 anos de idade, foi encontrada a condio ilustrada abaixo.

Em relao ao laudo pericial, analise as proposies: I. Indica debilidade temporria da funo mastigatria e da funo fontica. II. Indica deformidade permanente intensa e importante dano esttico. III. Indica ocorrncia de dano psicolgico no periciando. IV. Indica deformidade temporria e ocorrncia de dano psicolgico. V. Indica debilidade permanente da funo mastigatria e da funo fontica. Assinale alternativa correta: A) B) C) D) E) Esto corretas apenas as proposies II, III e V. Esto corretas apenas as proposies I, II e III. Esto corretas apenas as proposies I e II. Esto corretas apenas as proposies I e IV. Todas as proposies esto corretas.

36) UEPB/Perito Odontlogo/SSPPB/2003 Do ponto de vista odontolgico, as leses corporais so passveis de tipificao seguindo em ordem crescente: as de natureza leve, de natureza grave e as de natureza gravssima. So consideradas leses dentrias ou leso do aparelho estomatontico:
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I. II. III. IV. V.

Ferimentos de tecidos moles como gengiva e mucosa Distrbios da ATM Perda do osso alveolar Fraturas sseas mandibulares e maxilares Fraturas das pores coronrias dos dentes

So leses leves, graves e gravssimas, respectivamente, as proposies: A) B) C) D) E) I, II e III I, III e IV II, IV e V V, IV e III I, V e II

37) CESPE/Odonto-Legista/PCRR/2003 A anlise comparativa de uma mordida humana com os modelos de gesso dos arcos dentais de um suspeito pode inocentlo. GABARITO 1 2 B 11 E 21 A 31 B E 12 C 22 E 32 E

3 NULA 13 E 23 C 33 E

4 C 14 E 24 C 34 C

5 C 15 C 25 C 35 A

6 E 16 A 26 C 36 E

7 C 17 C 27 E 37 C

8 E 18 C 28 E

9 E 19 C 29 E

10 C 20 A 30 C

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