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Os Vencedores e o Reino Milenar - Arcadio Sierra Dias

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OS VENCEDORES

E O REINO MILENAR
Por: ARCADIO SIERRA DAZ
Traduo: Irmos da cidade de Alegrete-RS
Publicaes Crists
Bogot, D.C., Colmbia, Amrica do Sul
E-mail do autor: arcamarina@hotmail.com
E-mail do tradutor: filho.varao@hotmail.com
Este o segundo volume da trilogia formada por "A Igreja de Jesus
cristo, Uma Perspectiva Histrico-Proftica" e "Os Conclios
Ecumnicos, !otas de "odap".
CONE!DO
Introduo.................................................................... 03
"# Os $e%cedores e a sal$ao..................................... 06
As trs partes do homem
As trs etapas da salvao
As trs classes de homens
A primeira promessa
&# Os $e%cedores e a cru'............................................ 27
A carne e a cruz
Pedro e a Cruz
Um Jac tratado por Deus
Para qu crucificar a carne?
Novidade de vida
As coroas dos vencedores
A segunda promessa
O vencedor no sofrer o dano da segunda morte
A salvao em Hebreus
A graa e o governo de Deus
A segunda morte
(# Os $e%cedores e o mu%do........................................ 58
1
As minorias de Deus
O mundo se ope ao Pai
O amor alma
Terceira promessa
O man escondido
)# Os $e%cedores e as obras........................................ 67
Um evangelho de obras?
A salvao e as boas obras
Castigo temporrio dos crentes: Trevas exteriores - Aoites - A Geena
de fogo - Crcere
As quatro etapas da obra de Cristo
O vencedor e as recompensas
Jesus cristo, O fundamento
Materiais da construo
Quarta promessa
A estrela da manh
*# Os $e%cedores e a +ustia........................................ 96
O pecado e os pecados
A justia de Deus
Nossa justia objetiva
Nossa justia subjetiva
Quinta promessa
Vestiduras brancas
No sero apagados os nomes dos vencedores
Seus nomes sero confessados diante do Pai
,# Os $e%cedores e a Igre+a......................................... 109
Os vencedores ante o fracasso da Igreja
O vinho novo necessita de odres novos
A armadura de Deus: O cinto da verdade - A couraa da justia O
calado do evangelho - O escudo da f - O capacete da salvao - A
espada do Esprito - A orao - O manto da humildade - O amor.
Sexta promessa
Colunas no templo
O nome de Deus
O novo nome de Cristo
-# Os $e%cedores e o ribu%al de Cristo....................... 131
O tribunal de Cristo: a) O tempo do juzo; b) O lugar do juzo; c)
Pessoas julgadas.
2
Trs parbolas de juzo: a) do servo mal; b) das virgens; c) do servo
negligente.
As trs etapas de nossa ressurreio: Ressurreio do esprito -
Ressurreio da alma - Ressurreio do corpo.
Os vencedores e o arrebatamento da Igreja: Quanto ao conhecimento
do tempo do arrebatamento - Quanto ao tempo do arrebatamento e a
participao no mesmo: 1. Ps-tribulacionismo, 2. Pr-tribulacionismo,
3. Os dois arrebatamentos.
Diferena entre a salvao e o reino
As bodas do Cordeiro
Stima promessa
.# O rei%o messi/%ico %a 0ers0ecti$a 0ro12tica............... ",(
Bibliografia
INTRODUO
De onde veio a idia de escrever este livro? Desde o ano de 1993, o
Senhor esteve me inquietando de maneira insistente a fim de que
escrevesse uma anlise histrico-proftica das sete cartas do
Apocalipse, assunto que o Senhor me permitiu realizar em meu livro
"A Igreja de Jesus Cristo, Uma Perspectiva Histrico Proftica",
terminado em 1998. No segundo captulo deste livro, ao fazer a
anlise da carta a Esmirna, e particularmente do versculo 11 de
Apocalipse 2, sobre o relacionado com a promessa do Senhor de que
os vencedores no sofrero dano da segunda morte, por ser um tema
pouco conhecido nos meios cristos convencionais, senti a necessidade
de realizar um estudo mais profundo e explicativo do assunto. E mais,
alguns dos poucos pregadores que conhecem este tema, tendem a se
esquivar do assunto. Pensei ser possvel que muitos leitores
desejassem se aprofundar mais sobre isso, a fim de perceb-lo
melhor, e outros sensivelmente pela fome que desperta um tema to
controvertido, mas to importante e conveniente para nosso andar
com o Senhor.
Ao ler as sete cartas dos captulos 2 e 3 de Apocalipse, uma das mais
profundas impresses que se costuma ter que os vencedores que ali
3
menciona o Senhor pertencem a uma classe parte e exaltada de
crentes, dotados de certos poderes extraordinrios e dons que no
tem os irmos comuns. Mas, queridos irmos, o vencedor est longe
de pertencer a uma elite especial de crentes; ao contrrio, o cristo
normal e bblico; o apartado do mundo para o servio e adorao ao
Senhor. O que acontece que nos tempos que vivemos, a Igreja tem
se "laodiceiado, e se tem por normal os irmos que se mantm
crianas na f, imaturos e carnais. Se com a ajuda e a luz do Esprito
Santo analisarmos detidamente os textos bblicos veremos que o
vencedor o crente consciente de sua condio de soldado de Cristo.
Romanos 8 nos fala dos cristos normais, espirituais, os guiados pelo
Esprito de Deus, predestinados para ser feitos conforme a imagem de
Cristo; de pronto diz no versculo 37: "Antes, em todas estas coisas
somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou".
Em Efsios 6:10-18, encontramos a armadura do vencedor, do soldado
de Cristo; mas no outra coisa seno a armadura do crente normal.
O Senhor no quer que sejamos outra coisa. Nossa luta contra
poderosos principados das trevas, contra Satans; e se no estamos
vestidos com essa armadura, nosso andar cristo de derrota; e em
derrota no podemos apagar os dardos de fogo do maligno. O escudo
da f normal de um verdadeiro crente a de um vencedor. bom que
os demais santos orem por ns, e ns pelos demais santos; mas o
escudo da f de outro, dificilmente poder me servir. Se analisares
toda essa armadura, vers que ningum pode vesti-la por ti.
A Palavra de Deus diz que sem f impossvel agradar a Deus; de
maneira que o que trabalha por f, um filho de Deus normal, no
necessariamente um gigante. A lista que aparece em Hebreus 11 de
pessoas normais iguais a ns, que sensivelmente creram em Deus, e
pela f alcanaram bom testemunho. Vejo nas palavras do apstolo
Paulo, a sinceridade e segurana de algum que sabia perfeitamente
quem era o Senhor em quem havia crido; e com essa confiana diz:
"Quanto a mim, estou sendo j oferecido por libao, e o tempo da
minha partida chegado. Combati o bom combate, completei a
carreira, guardei a f" (2 Tm. 4:6-7).
No nossa inteno esgotar o tema, e sim contribuir em algo que
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muitos de nossos irmos possam experimentar um despertar em
muitas verdades bblicas a respeito, e introduzirem-se nas pginas das
Escrituras, que lhes estaro guiando a uma vida mais ntima com o
Senhor. Aqui neste curto trabalho abundam as citaes bblicas,
muitas vezes transcritas quase sem comentrio algum; porque mais
que nossas palavras e comentrios, nosso interesse que nos fixemos
no que nos diz a Palavra de Deus, e lhe ponhamos toda a ateno. A
Bblia contm algumas verdades importantes, fundamentais, e muito
pouco conhecidas, e uma delas relacionada com o tribunal de Cristo
para julgar as obras da Igreja. Porque esta verdade no conhecida?
Porque os crentes fogem a tudo o que cheira juzo de sua conduta; e
em razo de ser esquivada, esta verdade tem sido esquecida nestes
tempos, e tem sido desconhecida e terrvel. Mas nosso dever
restaurar os ensinamentos contidos neste livro e abrir as portas destas
verdades. Este o caminho de um verdadeiro vencedor.
Recorde-se, alm disso, que Deus tem falado por meio de Seu Filho, e
tudo o que analisamos atravs deste livro do que tem falado o
Senhor Jesus Cristo e pregaram os apstolos, do que quis o Esprito
Santo que ficasse registrado no Novo Testamento acerca de temas to
fundamentais como os vencedores, o tribunal de Cristo, o juzo das
obras da Igreja, as recompensas e os castigos; e o reino milenar, tudo
no marco do que a Palavra de Deus chama a "doutrina dos apstolos.
Isto no algo novo, pois algo que est registrado na Bblia desde
os tempos primitivos da Igreja.
Arcadio Sierra Daz
5
1.OS VENCEDORES E A SALVAO
(1a. parte)
As Trs Partes do Homem
Para compreender melhor o que significa ser um cristo vencedor,
necessrio conhecer que o homem est composto, no de duas, mas
de trs partes: esprito, alma e corpo.
Quando Deus fez o homem, varo e mulher, o fez pensando em Seu
Filho, e pensando na Igreja, porque no era bom que Seu Filho
estivesse s, mas que tivesse uma esposa idnea; Deus fez o homem
para chegar a ter uma famlia, um lugar, e edificar uma casa para
morar eternamente; e Deus fez o homem com um propsito definido e
dotado das partes convenientes para que pudesse cumprir esse
propsito. Deus queria que o homem fosse semelhante a Cristo. Diz
Gnesis 2:7:
"nto, formou o !"#$% &eus ao homem do p' da terra e lhe
soprou nas narinas o f(lego de vida, e o homem passou a ser alma
vivente".
Analisando um pouco, vemos que do p da terra formou o corpo do
homem; em sua narina soprou flego (hebraico nes#amaj, vento,
esprito) de vidas (no original est no plural, ja$im), porque ao soprar
o es03rito e reagir com o corpo, teve origem a alma, e o homem veio
a ser ento um ser vivente (hebraico nep#es# #a$a#, ser vivente ou
alma vivente). Portanto, na regenerao o homem veio a ter vrias
classes de vidas: vida biolgica (no corpo), vida psquica (na alma) e
vida %o ou pneumtica (no esprito), que a vida divina, a vida no
criada, a vida eterna que nos deu Deus no dia de nossa regenerao,
pois sem a vida do Senhor, o esprito humano existe mas no tem vida
divina. Lemos em 1 Tessalonicenses 5:23:
"$ mesmo &eus da pa) vos santifique em tudo* e o vosso esp+rito,
alma e corpo sejam conservados +ntegros e irrepreens+veis na vinda de
nosso !enhor ,esus Cristo"
6
"-orque a palavra de &eus viva, e efica), e mais cortante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra at ao ponto de dividir
alma e esp+rito, juntas e medulas, e apta para discernir os
pensamentos e prop'sitos do corao" (Hb. 4:12).
Nestas citaes e em outros lugares da Bblia, vemos que Deus nos
fez, seres humanos, dotados de trs partes ou princpios bem
diferenciados, que so: esprito, alma e corpo; partes com as quais
estamos capacitados para ter relao com Deus e os seres espirituais,
conscincia de ns mesmo e comunicao com o mundo que nos
rodeia, respectivamente. Mediante os sentidos do corpo biolgico e
suas operaes vitais nos comunicamos com as coisas fsicas;
mediante a alma temos conscincia de ns mesmos, pois na alma
esto assentadas o conjunto de funes psquicas prprias de nosso
ego, e que determinam nossa personalidade, tais como a mente que
gera os pensamentos, a vontade para tomar as determinaes, e as
emoes, que esto relacionadas com o amor, o dio, a tristeza, a
alegria, a amargura, o gozo, a introspeco, etc...; ou seja, a mente
determina o que penso, a emoo o que sinto e a vontade o que
quero. Mediante o esprito temos comunicao com Deus; quando
somos regenerados pelo Esprito de Deus com base no haver crido na
obra redentora do Senhor Jesus na cruz. Uma vez que temos crido,
somos regenerados, nascidos de novo no Esprito, porque Deus nos faz
partcipes de Sua vida eterna, de Sua natureza divina (2 Pedro 1:4), e
vem morar em nosso esprito por Seu Esprito. Nosso esprito humano,
para ter esta relao ntima com Deus, est provido de certas
faculdades tais como a intuio, a conscincia e a comunho.
O Esprito Santo mora no esprito do crente. O esprito humano foi
projetado para que more nele o Esprito de Deus. Diz em Romanos
8:9-10: ".'s, porm, no estais na carne, mas no sp+rito, se, de
fato, o sp+rito de &eus habita em v's. , se algum no tem o
sp+rito de Cristo, esse tal no dele. !e, porm, Cristo est em v's,
o corpo, na verdade, est morto por causa do pecado, mas o esp+rito
vida, por causa da justia". De conformidade com a Palavra de Deus,
temos sido feitos assim pelo Senhor, para que dentre todos os
homens, os que crem no Senhor Jesus Cristo, os redimidos pela obra
do Senhor Jesus na cruz, e ressurreio e ascenso, e que compem a
7
Igreja, seja um templo santo de Deus; e o Senhor Jesus est
edificando esse tabernculo entre ns os redimidos. /"o sabeis que
sois templo de &eus, e que o sp+rito de &eus habita em v's0" (1 Co.
3:16). O Novo Testamento fala da construo do tabernculo
verdadeiro. Por exemplo, Efsios 4:11-12 diz: "11 e le mesmo
2Cristo3 constituiu a uns, ap'stolos* a outros, profetas* a outros,
evangelistas* a outros, pastores e mestres, a fim de aperfeioar aos
santos para a obra do ministrio, para a edificao do corpo de Cristo".
No Antigo Testamento encontramos um tipo, ou uma maquete ou
figura deste verdadeiro templo do Senhor. Essa figura a encontramos
no tabernculo, ou templo porttil que Yahveh ordenou Moiss que lhe
fizessem no deserto; e mais tarde no templo que Salomo lhe
construiu em Jerusalm. No livro de xodo encontramos em detalhe a
descrio do tabernculo, o qual constava de trs partes principais: o
trio, o Lugar Santo e o Lugar Santssimo.
Ns, a Igreja, no Novo Testamento somos o verdadeiro tabernculo
que Deus est construindo para Sua morada eterna. Somos o
verdadeiro templo de Deus. Se compararmos as trs partes do homem
com as trs partes principais do tabernculo, encontramos suas
correspondentes similaridades. At o trio tinham acesso todas as
tribos dos israelitas e mesmo gentios proslitos; era a parte mais
aberta do templo; corresponde a nosso corpo, que a parte mais
externa de nosso ser, por meio do qual nos comunicamos com tudo o
que nos rodeia por meio dos sentidos.
No Lugar Santo do tabernculo s podiam entrar os sacerdotes, e
comparado com nossa alma, que a parte que segue ao corpo, a qual
j no pode ser penetrada por outros seres; a alma tem sua
intimidade, a intimidade de nossa prpria personalidade. No Lugar
Santo do tabernculo estava o candeeiro de ouro, a mesa e os pes da
proposio e o altar de ouro de incenso. At ali podiam entrar os
sacerdotes a ministrar ao Senhor, e oferecer-lhe azeite, incenso e po;
mas no o resto dos israelitas. Em nossa alma residem, como temos
dito, nossa vontade humana, nossa mente e as emoes, que
caracterizam nossa personalidade e individualidade, e at onde, em
condies normais, no tem acesso as demais pessoas, como se
8
podem fazer com nosso corpo por meio dos sentidos: viso, olfato,
paladar, audio, tato.
Mas no tabernculo havia uma terceira parte ainda mais ntima, o
Lugar Santssimo, onde estava a arca do pacto de madeira de accia,
coberta de ouro por todas as partes, e dentro da qual estava uma urna
de ouro que continha um pouco de man, a vara de Aro que havia
florescido; e as tabuas do pacto trazidas do Monte Sinai por Moiss.
Em cima da arca estavam dois querubins de glria, que cobriam com
sua sombra o propiciatrio; ou seja, a tampa da arca, onde era
oferecido o sangue dos sacrifcios. Estes querubins eram guardies da
glria e da justia de Deus, e velavam, simbolicamente, que o sumo
sacerdote se aproximasse do propiciatrio no sem sangue. Mas
analise o leitor as seguintes palavras de Hebreus 9:7-8:
"4 mas, no segundo (aqui se refere ao Lugar Santssimo do
tabernculo) , o sumo sacerdote, ele so)inho, uma ve) por ano, no
sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignor5ncia do
povo,6 querendo com isto dar a entender o sp+rito !anto que ainda o
caminho do !anto 7ugar no se manifestou, enquanto o primeiro
tabernculo continua erguido".
No Lugar Santssimo no podia entrar ningum; era o lugar central e
mais ntimo do tabernculo; ali s podia entrar o sumo sacerdote uma
vez ao ano, no Yon kippur, o dia da expiao, que era o dia dcimo do
ms stimo judeu. O Lugar Santssimo estava separado do Lugar
Santo por meio de um vu, tipo do vu que separa aos homens de
Deus, e enquanto no haja revelao ou se rasgue o vu, o homem
no tem capacidade para conhecer a Deus nem a Seu Cristo. No Lugar
Santssimo se manifestava a glria de Deus, a Shekin, a habitao ou
presena de Deus. Nosso esprito o Lugar Santssimo de nosso ser
humano, feito por Deus para Sua habitao. Assim o Senhor faz Sua
habitao corporativa, Sua Igreja. Logo diz nos versculos 9 e 10:
"8 isto uma parbola para a poca presente* e, segundo esta, se
oferecem tanto dons como sacrif+cios, embora estes, no tocante 9
consci:ncia, sejam inefica)es para aperfeioar aquele que presta culto,
1; os quais no passam de ordenanas da carne, baseadas somente
em comidas, e bebidas, e diversas ablu<es, impostas at ao tempo
oportuno de reforma".
9
Diz aqui a Palavra de Deus que chegaria um tempo de reformar as
coisas, e que o antigo tabernculo apenas smbolo para o tempo
presente. Smbolo de qu? Do verdadeiro templo de Deus, Sua Igreja,
a vida corporativa da Igreja. Para entender o delicado tema da
doutrina bblica da salvao necessrio, pois, fazer uma clara
diferena entre o corpo, a alma e o esprito no homem. Se no se faz
uma clara diferena sobre isto, a confuso grande. No confundas a
alma e o esprito. O homem um ser tripartido. Qual o objetivo de
Deus ao fazer o homem composto de trs partes? A respeito, a Bblia
diz em Zacarias 12:1:
" !entena pronunciada pelo !"#$% contra =srael. >ala o !"#$%, o
que estendeu o cu, fundou a terra e formou o esp+rito do homem
dentro dele ".
Aparece o esprito do homem como se para Deus fosse o mais
importante de toda sua criao. Vai do maior ao menor: do cu e sua
imensido concentra sua ateno na pequenez da terra, e logo no
esprito do homem. O Senhor tem um especial interesse no esprito do
homem.
O esprito o lugar secreto do Senhor, onde a luz Deus; ali o homem
se une e se comunica com Deus. As funes do esprito so: a
co%sci4%cia, ou seja, a luz e guia de Deus para discernir o bom do
mal, independentemente de todo conhecimento da mente e opinies
exteriores (Romanos 8:16); a i%tuio, que se relaciona com a voz e
o ensinamento de Deus no esprito humano para perceber os
movimentos do Esprito Santo e as revelaes de Deus (Atos 18:25); e
a comu%5o, por meio da qual adoramos e servimos a Deus no
esprito e temos intimidade com Ele (Joo 4:23; Romanos 1:9).
A alma o eu da pessoa, pois ali est a sede de sua personalidade,
dado que o assento da mente (pensamentos), vontade (faculdade de
decidir), de onde emana sua responsabilidade e seu poder de deciso,
e as emoes da alma, que so seus afetos, seus sentimentos e suas
paixes; ou seja, nossas simpatias e antipatias. Na alma esto todas
as faculdades que determinam nossa individualidade e nossa
personalidade. A alma, como sede da vontade e personalidade do
homem, enlaa e fusiona o corpo com o esprito, e por meio da alma o
esprito pode submeter o corpo a sua obedincia, a fim de sublim-lo.
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Mas pode suceder o contrrio, por meio da alma o corpo pode atrair ao
esprito para que ame ao mundo e as coisas que esto no mundo. Mas
o anterior depende da vontade do homem, assentada na alma.
O cristo deve ter clareza, e saber diferenciar e separar as funes do
esprito e as da alma; no confundir, por exemplo, os meros
pensamentos da alma com a intuio do esprito (Hebreus 4:12).
Antes da queda do homem, o poder da alma estava totalmente sob o
domnio do esprito. O esprito era o amo, a alma era apenas o
administrador, e o corpo era o servo. Isto temos que ter presente para
compreender tudo o relacionado com nossa salvao, e a vitria ou
derrota no andar com o Senhor.
OS VENCEDORES E A SALVAO
As trs etapas da salvao
A Bblia diz que o homem que Deus criou caiu em desobedincia e veio
a ser escravo do pecado. A antiga serpente, o diabo, o tentou e ele
pecou. Primeiro o diabo enganou a mulher, e ela comeu da rvore do
conhecimento do bem e do mal; a estratgia era fazer-lhe crer que
seria como Deus, que seria independente de Deus; logo comeu o
homem deliberadamente, pelo afeto que tinha sua mulher. Foi ento
quando o esprito do homem ficou sem vida. Quando Satans fez o
homem cair, comeou a trabalhar de fora para dentro; comeou pela
carne, usou os sentidos do corpo, a emoo da alma, com o qual se
apoderou da vontade; inchou a alma e deu um golpe to forte ao
esprito, que o matou. Assim segue trabalhando o diabo na
humanidade. Em contrapartida o Senhor trabalha de dentro para fora.
Seu labor comea no esprito, e de acordo com o fortalecimento do
homem interior, vai iluminando a alma em sua mente, com influncia
estimulante em suas emoes, a fim de que a vontade do homem
exera domnio sobre seu corpo, at lograr que o corpo obedea ao
esprito e se faa a vontade de Deus, que j veio morar no esprito. O
Senhor Jesus j fez a obra na cruz, mas devemos ter em conta que a
11
salvao completa, a que integra as trs partes do homem, consta de
justificao, santificao e redeno, e que a justificao est
relacionada com a salvao do esprito, a santificao com a salvao
da nossa alma humana, e a redeno com a salvao de nosso corpo.
Na medida em que a vida de Deus em Cristo se vai alargando e
fortalecendo em ns, se vai incrementando o raio de ao na salvao
do homem. Depois da queda, o homem foi evoluindo negativamente
at converter-se totalmente em carne (Gnesis 6:3), e a carne no
pode herdar o reino de Deus (1 Corntios 15:50), nem pode salvar-se
por si mesma. Do anterior se deduz que a salvao completa um
processo que requer trs etapas.
A salva ! esp"r#t .
Assim como o homem tem trs partes, cada uma dessas partes tem
seu tempo de salvao. O homem herda de Ado um esprito morto,
um corpo que envelhece at a morte, e uma alma inclinada carne,
saturada de maldade, depravada, incapaz de fazer o bem e obedecer
vontade de Deus. Nossa salvao tem, pois, trs etapas. O dia que
cremos em Cristo como nosso Salvador, salvo o esprito, e o Esprito
de Deus vem morar em nosso esprito eternamente. "1? eu rogarei
ao -ai, e ele vos dar outro Consolador, a fim de que esteja para
sempre convosco,14 o sp+rito da verdade, que o mundo no pode
receber, porque no no v:, nem o conhece* v's o conheceis, porque
ele habita convosco e estar em v's. " (Joo 14:16-17). A salvao do
esprito est relacionada com a justificao e regenerao. Em
Romanos 8:10,16 lemos: "1; !e, porm, Cristo est em v's, o corpo,
na verdade, est morto por causa do pecado, mas o esp+rito vida,
por causa da justia.... 1? $ pr'prio sp+rito (o Esprito Santo)
testifica com o nosso esp+rito 2o humano3, que somos filhos de
&eus."o sp+rito da verdade, que o mundo no pode receber, porque
no no v:, nem o conhece* v's o conheceis, porque ele habita
convosco e estar em v's." (Joo 14:17). Deus est construindo Seu
templo com o objetivo de habitar nele; mas para que o templo seja
construdo, o primeiro que deve ser construdo no tabernculo a arca
no Lugar Santssimo (xodo 25:10); ou seja, a salvao de nosso
esprito para que possa morar Cristo em ns. A arca do pacto que
12
estava no Lugar Santssimo do tabernculo era smbolo de Cristo, pois
a arca do pacto no tabernculo uma analogia de Cristo formado na
Igreja, que Seu templo.
Lembremos sempre que quando se fala da salvao do esprito, h
dois elementos importantes a considerar: (1) a Palavra de Deus
sempre se refere a ela como um presente no merecido, e (2) sempre
fala em tempo passado. Medita nas seguintes citaes bblicas, ainda
que h mais.
"@ Aendito o &eus e -ai de nosso !enhor ,esus Cristo, que nos tem
abenoado com toda sorte de b:no espiritual nas regi<es celestiais
em Cristo,B assim como nos escolheu nele antes da fundao do
mundo, para sermos santos e irrepreens+veis perante ele* e em amor
C nos predestinou para ele, para a adoo de filhos, por meio de
,esus Cristo, segundo o beneplcito de sua vontade" (Efsios 1:3-5).
"1 le vos deu vida, estando v's mortos nos vossos delitos e
pecados... B Das &eus, sendo rico em miseric'rdia, por causa do
grande amor com que nos amou,C e estando n's mortos em nossos
delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, Epela graa sois salvos,
? e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fe) assentar nos
lugares celestiais em Cristo ,esus...
6 -orque pela graa sois salvos, mediante a f* e isto no vem de
v's* dom de &eus*F no de obras, para que ningum se glorie. "
(Efsios 2:1,4-6,8-9).
"11 o testemunho esteG que &eus nos deu a vida eterna* e esta
vida est no seu >ilho.1H Aquele que tem o >ilho tem a vida* aquele
que no tem o >ilho de &eus no tem a vida" (1 Joo 5:11-12).
"HF -orquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou
para serem conformes 9 imagem de seu >ilho, a fim de que ele seja o
primog:nito entre muitos irmos.@; aos que predestinou, a esses
tambm chamou* e aos que chamou, a esses tambm justificou* e aos
que justificou, a esses tambm glorificou.@1 Que diremos, pois, 9
vista destas coisas0 !e &eus por n's, quem ser contra n's0
@H Aquele que no poupou o seu pr'prio >ilho, antes, por todos n's o
entregou, porventura, no nos dar graciosamente com ele todas as
13
coisas0@@ Quem intentar acusao contra os eleitos de &eus0 8 &eus
quem os justifica.@B Quem os condenar0 8 Cristo ,esus quem
morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual est 9 direita de &eus e
tambm intercede por n's.@C Quem nos separar do amor de Cristo0
!er tribulao, ou angIstia, ou perseguio, ou fome, ou nude), ou
perigo, ou espada0@? Como est escritoG -or amor de ti, somos
entregues 9 morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para
o matadouro.@4 m todas estas coisas, porm, somos mais que
vencedores, por meio daquele que nos amou.@6 -orque eu estou bem
certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os
poderes,@F nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra
criatura poder separarJnos do amor de &eus, que est em Cristo
,esus, nosso !enhor." (Romanos 8:29-39).
A Bblia diz que a salvao um presente de Deus, que ningum tenha
merecido nem pode fazer algo para receb-la; o recebe pela f, e a
prpria f quem nos d Deus. Se o homem fora o autor e gerador da
f, teria algo de qu gloriar-se na relao com sua salvao. No h
ningum que faa o bem 1. O Pai quem nos revela a Seu Filho Jesus
Cristo, por Seu Esprito, o qual quem nos d a convico e a
capacidade de arrepender-nos. O homem por si mesmo no tem luz
nem capacidade para escolher ao Senhor Jesus; ningum o pode fazer.
O homem no pode dar do que no tem; ainda a iniciativa da salvao
provm de Deus. Diz Mateus 7:18: ""o pode a rvore boa produ)ir
frutos maus, nem a rvore m produ)ir frutos bons". Ningum por si
s tem a capacidade para entender o que Deus diz. Em Joo 8:43,
lemos: /Qual a ra)o por que no compreendeis a minha linguagem0 8
porque sois incapa)es de ouvir a minha palavra". Deus pe no homem
a capacidade de crer em Jesus. Por favor, medite nos seguintes
versculos bblicos:
"porque &eus quem efetua em v's tanto o querer como o reali)ar,
segundo a sua boa vontade." (Fp. 2:13).
", ouvindo eles estas coisas, apa)iguaramJse e glorificaram a &eus,
di)endoG 7ogo, tambm aos gentios foi por &eus concedido o
arrependimento para vida./ (Atos 11:18).
14
""ingum pode vir a mim se o -ai, que me enviou, no o trouKer* e eu
o ressuscitarei no Iltimo dia" (Joo. 6:44).
"1C Das v's, continuou ele, quem di)eis que eu sou01? %espondendo
!imo -edro, disseG Lu s o Cristo, o >ilho do &eus vivo.14 nto,
,esus lhe afirmouG AemJaventurado s, !imo Aarjonas, porque no
foi carne e sangue que to revelaram, mas meu -ai, que est nos
cus." (Mateus 16:15-17).
Essa salvao, a eterna, a do esprito, no est condicionada a obra
alguma de nossa parte, nem boa nem m, e dela no nos separar
nem o presente nem o porvir 2. Um morto no pode ter vida por si
mesmo; quem da vida Deus, tanto a biolgica, como a psquica, e
quanto mais a eterna, a do Esprito (em grego, zo). " a v's outros,
que estveis mortos pelas vossas transgress<es e pela incircunciso
da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os
nossos delitos" (Cl. 2:13). Esta salvao corresponde ao esprito; e
dessa salvao h de se ter absoluta segurana. Diz Romanos 8:1-2:
"1 -aulo, servo de ,esus Cristo, chamado para ser ap'stolo, separado
para o evangelho de &eus, H o qual foi por &eus, outrora, prometido
por intermdio dos seus profetas nas !agradas scrituras,".
Aqui a Palavra se refere a uma condenao subjetiva, pois se refere a
uma derrota da lei do pecado por parte do Esprito de vida que j mora
no esprito da pessoa salva objetivamente pela obra de Cristo na cruz.
Diz Romanos 10:8-10:
"6 -orm que se di)0 A palavra est perto de ti, na tua boca e no teu
corao* isto , a palavra da f que pregamos. F !e, com a tua boca,
confessares ,esus como !enhor e, em teu corao, creres que &eus o
ressuscitou dentre os mortos, sers salvo.1; -orque com o corao se
cr: para justia e com a boca se confessa a respeito da salvao".
Cristo a Palavra vivente e glorificada que vem morar em nosso
corao quando pela f o recebemos, crendo em Sua vida de
ressurreio. Quando cremos que Deus levantou dos mortos a Jesus,
implicitamente manifestamos que o Verbo de Deus se encarnou, viveu
como qualquer humano (exceto que no pecou), morreu por ns, e
15
ressuscitou e foi glorificado; s crendo que Ele foi glorificado, podemos
confessar que Jesus Cristo o Senhor. Ao crer somos justificados
diante de Deus, mas ao confess-lo somos salvos diante dos homens;
quando invocamos e proclamamos o nome e o senhorio do Senhor
Jesus, somos salvos mesmo de prises e problemas temporrios.
A salva !a al$a .
A alma tambm deve ser salva. A salvao da alma se relaciona com
a santificao. Devemos ocupar-nos da salvao de nossa alma, de
nosso eu, com temor e tremor. "Assim, pois, amados meus, como
sempre obedecestes, no s' na minha presena, porm, muito mais
agora, na minha aus:ncia, desenvolvei a vossa salvao com temor e
tremor" (Filipenses 2:12). como escaparemos n's, se
negligenciarmos to grande salvao0" (Hb. 2:3a). A salvao eterna,
a do esprito, um presente no merecido, por graa, aplicando uma
f que tambm nos d Deus, para o qual no necessrio que
intervenha nossa conduta e nossas obras; mas a salvao da alma
tem a ver com obras; devemos ocupar-nos na salvao de nossa alma,
porque a alma a que peca. "a alma que pecar, essa morrer."
(Ezequiel 18:4b).
Quando fala da salvao do esprito, a Palavra de Deus fala no
passado; mas quando se trata da salvao da alma, usa o verbo no
tempo presente. "-ortanto, despojandoJvos de toda impure)a e
acImulo de maldade, acolhei, com mansido, a palavra em v's
implantada, a qual poderosa para salvar a vossa alma." (Tiago
1:21). Se tivermos em conta que a salvao do esprito no por
obras, note o que diz a seguinte citao relacionada com crentes: "1F
Deus irmos, se algum entre v's se desviar da verdade, e algum o
converter,H; sabei que aquele que converte o pecador do seu
caminho errado salvar da morte a alma dele e cobrir multido de
pecados." (Tiago 5:19-20). Aqui se trata de crentes extraviados,
salvos no esprito, mas no na alma.
Em 2 Corntios 4:16, a Escritura diz que um crente consta de um
homem exterior e um homem interior. Podemos explic-lo
superficialmente assim: Assim como uma pessoa normal est
composta de um corpo, que seu rgo, que a parte fsica, e de
16
uma alma, que a parte espiritual (como sua vida e pessoa), por
explic-lo assim, de maneira similar o homem exterior do crente est
composto de corpo como seu rgo fsico e de alma como sua vida e
pessoa; e o homem interior est formado pelo esprito humano
regenerado e habitado por Deus como sua vida e pessoa, e de alma
renovada como seu rgo. O apstolo Paulo ora ao Pai a fim de que
esse homem interior dos efsios, onde j mora Deus por Seu Esprito,
seja fortalecido com poder "para que habite Cristo pela f em vossos
cora<es". Nisto vemos que primeiro recebemos a salvao em nosso
esprito, e que logo Deus comea a trabalhar conosco na salvao da
nossa alma, que se relaciona com nosso corao. A conotao bblica
de corao nossa alma humana mais a conscincia de nosso esprito.
Quando a salvao comea a fluir do esprito alma pela ao
subjetiva do Esprito Santo em ns, comeamos a experimentar um
processo de mudana, de carnais a espirituais, e o Senhor Jesus vem
habitar em nossos coraes, a sentir-se realmente em sua casa; o
Senhor se apossa de nosso ser com toda confiana. A partir desse
momento, e com todos os irmos unidos corporativamente
comeamos a compreender todas as dimenses do Senhor, a conhecer
melhor ao Senhor, a entender Qual Seu propsito. Coisas que nossa
carnalidade no nos permitia compreender. Na medida em que o
Senhor Jesus habite confiadamente em nosso corao, melhor
poderemos conhecer o corao Dele.
Por tanto, necessrio que nosso homem interior, j salvo, seja
fortalecido com o poder do Esprito Santo, para que em conseqncia
habite Cristo pela f em nossos coraes, que outra forma bblica de
chamar a alma junto com a conscincia (cfr. Efsios 3:16,17), e
chegue a ser Ele vivendo em ns e no ns mesmos (cfr. Glatas
2:20). Quando isto ocorrer, temos sido aperfeioados pelo Senhor,
temos salvado nossa alma. O espiritual depende de Deus; o anmico
independentista, do homem, e por tanto deve ser trabalhado pelo
Esprito Santo com a colaborao do homem, porque a queda fruto
de uma rebelio em busca de independncia.
Para salvar o esprito s temos que crer, e mesmo esta f nos dada
por Deus; mas para salvar a alma h de se cumprir certos requisitos.
Quais? Por exemplo, negar-se a si mesmo, obedecer ao Pai, tomar a
cruz a cada dia e seguir ao Senhor Jesus. No captulo 16 de Mateus
vemos que o apstolo Pedro j era salvo, j havia recebido a revelao
17
do Pai de que o Senhor Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivente, j
era uma pedra viva para a edificao da Igreja, e, entretanto tinha
que trabalhar na salvao de sua alma. Pedro tinha muito amor
prprio, muita confiana em suas prprias foras e capacidades, no
estava disposto a passar por nenhum sofrimento; no podia
compreender a obra de Deus em Cristo. Para Pedro a obra da cruz era
uma loucura, e at mesmo Satans fala por sua boca para dizer ao
Senhor: "HH -edro, chamandoJo 9 parte, comeou a reprovJlo,
di)endoG Lem compaiKo de ti, !enhor* isso de modo algum te
acontecer.H@ Das ,esus, voltandoJse, disse a -edroG Arreda,
!atansM Lu s para mim pedra de tropeo, porque no cogitas das
coisas de &eus, e sim das dos homens.HB nto, disse ,esus a seus
disc+pulosG !e algum quer vir ap's mim, a si mesmo se negue, tome
a sua cru) e sigaJme.HC -orquanto, quem quiser salvar a sua vida
perd:JlaJ* e quem perder a vida por minha causa achJlaJ.H? -ois
que aproveitar o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua
alma0 $u que dar o homem em troca da sua alma0 (Mateus 16:22-
26). A salvao eterna depende da vontade de Deus, mas para seguir
ao Senhor e andar com Ele, devemos preencher certos requisitos como
negar-nos a ns mesmos, no centrar-nos em ns mesmos nem em
nossa prpria forma de pensar, seno buscando estar de acordo com a
mentalidade de Deus. O que ns somos est em nossa alma; de
maneira que devemos ocupar-nos na salvao de nossa alma. Diz
Lucas 21:19: "Com vossa paci:ncia ganhareis vossas almas/.
Como veremos depois, a salvao do esprito eterna, tem a ver com
o novo cu e a nova terra; mas a salvao da alma se relaciona com
nossa atual conduta, com nossas obras, e tem a ver com o reino dos
cus no milnio. Nossos atos hoje e nosso grau de sofrimento e
adversidade, decidem nossa participao no reino; e da que, depois
de falar do juzo da Igreja, Pedro diz: "16 , se com dificuldade que
o justo salvo, onde vai comparecer o +mpio, sim, o pecador01F -or
isso, tambm os que sofrem segundo a vontade de &eus encomendem
a sua alma ao fiel Criador, na prtica do bem." (1 Pedro 4:18,19). Diz
o irmo Watchman Nee:
"A sal$ao do es03rito 2 ter $ida eter%a6 e%7ua%to 7ue a
sal$ao da alma 2 0ossuir o rei%o# 8O es03rito 2 sal$o
media%te o 9ato 7ue Cristo le$ou a cru' 0or mim: a alma 2
sal$a 0elo 1ato 7ue eu le$e a cru';# 8O es03rito 2 sal$o 0elo 1ato
18
7ue Cristo d< sua $ida 0or mim: a alma 2 sal$a6 0or7ue eu %ego
a mim mesmo e sigo ao Se%5or; (=atc5ma% Nee# A Sal$ao da
Alma# C>IE- "??@# 0<g# ",).
A salva ! %rp .
A salvao do corpo no futuro, quando ocorrer a ressurreio da
Igreja, e se relaciona com a redeno. Para v-la na Bblia, nos basta
uns poucos versculos. "H; -ois a nossa ptria est nos cus, de onde
tambm aguardamos o !alvador, o !enhor ,esus Cristo,H1 o qual
transformar o nosso corpo de humilhao, para ser igual ao corpo da
sua gl'ria, segundo a eficcia do poder que ele tem de at subordinar
a si todas as coisas." (Fp. 3:20-21). "11 !e habita em v's o sp+rito
daquele que ressuscitou a ,esus dentre os mortos, esse mesmo que
ressuscitou a Cristo ,esus dentre os mortos vivificar tambm o vosso
corpo mortal, por meio do seu sp+rito, que em v's habita."
(Ro. 8:11). "H@ no somente ela, mas tambm n's, que temos as
prim+cias do sp+rito, igualmente gememos em nosso +ntimo,
aguardando a adoo de filhos, a redeno do nosso corpo." (Ro.
8:23).
Haver um tempo no futuro em que gozaremos de uma completa
salvao. Diz 1 Pedro 1:5: "C que sois guardados pelo poder de &eus,
mediante a f, para a salvao preparada para revelarJse no Iltimo
tempo.".
Tambm em Romanos 5:9 nos fala de uma justificao em tempo
passado e de uma salvao futura, quando diz: "Logo, muito mais
agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira.". De acordo com isto, fcil concluir que nossa salvao tem trs
tempos, a saber: passado, presente e futuro. Como j temos visto, o
crente em Cristo, no passado j tem sido redimido da culpa e pena do
pecado, mas no tempo presente est se livrando do poder do pecado;
e no futuro, quando se efetuar a ressurreio, ser livrado de sua
presena, e assim ser perfeitamente conformado imagem do Filho
de Deus, que nosso Redentor.
19
OS VENCEDORES E A SALVAO
As trs classes de homens
Na Bblia se diferenciam trs classes de homens: os judeus, os gentios
e a Igreja. Mas, alm disso, encontramos outras trs classes, que em
princpio so duas, os crentes e os incrdulos, mas os crentes se
dividem por sua vez em carnais e espirituais; de maneira que temos o
homem natural, o crente carnal e o crente espiritual.
O &$e$ 'at(ral .
A Palavra de Deus chama ao incrdulo de homem natural, incapaz de
perceber as coisas de Deus. Diz 1 Corntios 2:14:
" 1B $ra, o homem natural no aceita as coisas do sp+rito de &eus,
porque lhe so loucura* e no pode entend:Jlas, porque elas se
discernem espiritualmente. ".
Este homem natural o homem psychiks, dominado por sua psiqu,
ou alma natural que, como temos dito, o princpio vital ou de
individualidade, assento de seu carter. o homem cado, admico,
nascido uma s vez, morto em delitos e pecados, ou que segue a
corrente deste mundo por caminhos de completa obscuridade, sem
Deus e sem esperana. O prncipe de este mundo tem cegado o
homem natural, no regenerado; este tem a mente entenebrecida. Na
queda do homem, a alma deliberadamente se ops autoridade do
esprito, e o resultado que no teve em realidade nenhuma
independncia, seno que chegou a escravizar-se ao corpo com suas
paixes e desejos. Meditemos nos seguintes versculos:
" @ Das, se o nosso evangelho ainda est encoberto, para os que se
perdem que est encoberto,B nos quais o deus deste sculo cegou o
entendimento dos incrdulos, para que lhes no resplandea a lu) do
20
evangelho da gl'ria de Cristo, o qual a imagem de &eus " (2 Co.
4:3-4).
" para lhes (os gentios) abrires os olhos e os converteres das trevas
para a lu) e da potestade de !atans para &eus, a fim de que
recebam eles remisso de pecados e herana entre os que so
santificados pela f em mim " (At. 26:18).
" obscurecidos de entendimento, alheios 9 vida de &eus por causa da
ignor5ncia em que vivem, pela dure)a do seu corao" (Ef. 4:18).
H um vu como obstculo que impede que o homem entenda a Deus.
O homem no regenerado nem entende o bem nem o deseja. Mesmo
os judeus, sendo eles o povo terreno escolhido para manifestar Deus,
o povo dos pactos, o povo por meio do qual o Senhor nos deu as
Escrituras, o povo por meio do qual nasceu nosso Salvador, ainda eles
no podem ver por esse vu. Lemos em 2 Corntios 3:13-15:
" 1@ no somos como Doiss, que punha vu sobre a face, para que
os filhos de =srael no atentassem na terminao do que se
desvanecia.1B Das os sentidos deles se embotaram. -ois at ao dia
de hoje, quando fa)em a leitura da antiga aliana, o mesmo vu
permanece, no lhes sendo revelado que, em Cristo, removido.1C
Das at hoje, quando lido Doiss, o vu est posto sobre o corao
deles. ".
Se o Senhor Jesus no tira esse vu, continuam na obscuridade, seja
judeu ou gentio; vendo no vem, e ouvindo no ouvem, porque so
coisas do esprito, que no se podem ver nem ouvir com os sentidos
naturais, nem entender com a mente natural da alma.
os no regenerados no podem agradar a Deus. Diz Romanos 8:7-8:
" 4 -or isso, o pendor da carne inimi)ade contra &eus, pois no est
sujeito 9 lei de &eus, nem mesmo pode estar.6 -ortanto, os que
esto na carne no podem agradar a &eus. ".
necessrio que Deus abra o corao do homem, a fim de que possa
compreender a mensagem do evangelho. O vemos na cidade de
21
Filipos, com ocasio de um ensinamento que compartilhava Paulo
margem de um rio.
" Certa mulher, chamada 7+dia, da cidade de Liatira, vendedora de
pIrpura, temente a &eus, nos escutava* o !enhor lhe abriu o corao
para atender 9s coisas que -aulo di)ia. " (At. 16:14).
Quando o homem quer ser bom por si mesmo, no tem capacidade de
ser. O homem trata de ser bom, mas no pode; e em um esforo por
parecer melhor diante da humanidade e de sua prpria conscincia, o
homem com freqncia no comete o pior, ou pode ser que em
ocasies no chegue a ser todo o mal possvel, mas isso se deve a que
Deus, em Sua misericrdia, tem provisto de um testemunho de Si
mesmo. O homem leva o testemunho de Deus em sua prpria
conscincia; mas isso no significa que em ocasies o homem bom.
Diz a Escritura que "o que de &eus se conhece lhes manifesto, pois
&eus o manifestou" (Ro. 1:19; ver tambm Atos 14:17). Ento,
segundo isto, e de acordo com Romanos 2:14, o homem por si mesmo
faz um bem relativo.
O %re'te %ar'al .
Diz em 1 Corntios 1:18: "-orque a palavra da cru) loucura aos que
se perdem* mas aos que se salvam, isto , a n's, poder de &eus".
Este versculo se refere aos incrdulos, mas em algo tambm se pode
aplicar aos crentes carnais. A palavra da cruz (o evangelho) uma
loucura para a humanidade no regenerada, devido a que sua mente
est submergida nas trevas da ignorncia, a superstio e o engano. A
sabedoria do mundo no pode nem sequer mais ou menos vislumbrar
a obra de Deus a favor dos homens. A palavra da cruz e a sabedoria
de Deus esto inteiramente relacionadas com Jesus Cristo, o Filho de
Deus. Ainda no cristo carnal, o autntico evangelho, o que enfatiza a
cruz de Cristo, no bem compreendido; porque h duas maneiras de
andar do povo cristo: uma carnal e a outra espiritual. Falemos
agora do cristo carnal. Por exemplo, em Romanos 8:4, a Escritura faz
a diferena entre andar na carne e andar no Esprito, quando diz:
"Para que a justia da lei se cumprisse em ns, que no andamos
22
conforme a carne, seno conforme o Esprito". Logo os versculos
seguintes enfatizam essa diferena. Leiamos:
"C -orque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da
carne* mas os que se inclinam para o sp+rito, das coisas do sp+rito.?
-orque o pendor da carne d para a morte, mas o do sp+rito, para a
vida e pa).4 -or isso, o pendor da carne inimi)ade contra &eus, pois
no est sujeito 9 lei de &eus, nem mesmo pode estar.6 -ortanto, os
que esto na carne no podem agradar a &eus. " (vs.5-8).
A palavra "carne" no Antigo Testamento "basar em hebraico, e no
Novo Testamento "sarx em grego. O cristo carnal s vezes no se
diferencia muito do homem natural (psychiks) ou almtico, pois o
crente carnal (sarxkiks) no tem alcanado maturidade nem
submisso plena a Cristo; com freqncia dominado ainda por sua
natureza carnal, porque participa do carter da carne. Disse Paulo aos
irmos corntios:
"1 u, porm, irmos, no vos pude falar como a espirituais, e sim
como a carnais, como a crianas em Cristo.H 7eite vos dei a beber,
no vos dei alimento s'lido* porque ainda no pod+eis suportJlo. "em
ainda agora podeis, porque ainda sois carnais.@ -orquanto, havendo
entre v's ciImes e contendas, no assim que sois carnais e andais
segundo o homem0B Quando, pois, algum di)G u sou de -aulo, e
outroG u, de Apolo, no evidente que andais segundo os homens0 /
(1 Co. 3:1-4).
Um crente carnal no tem a capacidade para desfrutar e experimentar
plenamente a vida do Senhor em ns. Hoje em dia muitos cristos
atribuem ao esprito o que na realidade apenas da alma; h muita
confuso sobre isso. Uma coisa receber os dons (1 Corntios 12:4-
11) do Esprito sem que necessariamente haja crescimento espiritual,
e outra viver e expressar o fruto do Esprito (Glatas 5:22-23), o que
j supe uma maturidade espiritual no crente. Os corntios, como bons
gregos, se interessavam pela sabedoria humana, e no haviam
passado a desejar alimentarem-se da sabedoria de Deus. Os corntios
haviam sido ensinados, mas no alimentados; pois o alimento se
relaciona com a vida e o ensinamento com o mero conhecimento.
s vezes costumamos pedi ao Senhor mais conhecimento das coisas e
23
muita sabedoria, e at chegamos a pedir que possamos ter a mente
Dele; mas o que faramos com esse conhecimento se Ele no habita
em Sua plenitude em nosso corao? Empregaramos esse
conhecimento com nossas habilidades e mesquinhez naturais, sem que
hajam passado pelo processo da cruz? Empregaramos esse
conhecimento com nossos sentidos extraviados pelas artimanhas do
diabo? Diz Paulo:
" H -orque )elo por v's com )elo de &eus* visto que vos tenho
preparado para vos apresentar como virgem pura a um s' esposo, que
Cristo.@ Das receio que, assim como a serpente enganou a va com
a sua astIcia, assim tambm seja corrompida a vossa mente e se
aparte da simplicidade e pure)a devidas a Cristo. " (2 Co. 11:2-3).
O que conhecer o Senhor? Conhecer ao Senhor mais do
conhecimento do que fez em Sua encarnao, em Seu ministrio
terreno, em Sua cruz. Conhecer ao Senhor envolve conhec-lo
intimamente; conhecer o que Ele pensa; conhecer Seu corao,
conhecer Seus segredos, Suas intimidades. Para que isso ocorra
devemos atender a Seu chamado, andar com Ele, e ter ntima
comunho com Ele, ser Seus amigos.
O %re'te esp#r#t(al .
De acordo com a Palavra de Deus h crentes maduros, espirituais
(pneumtiks) (Efsios 5:18), cuja vida est rendida ao Senhor, na
qual se reflete e expressa o fruto do Esprito.
" HH Das o fruto do sp+rito G amor, alegria, pa), longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade,H@ mansido, dom+nio pr'prio.
Contra estas coisas no h lei. " (Gl. 5:22.23).
A vontade do crente espiritual est sujeita vontade de Deus, porque
seu esprito est intimamente unido ao Esprito de Deus. O cristo cujo
homem interior tenha sido fortalecido e est Cristo habitando pela f
em seu corao, sabe por experincia o que ser cheio de toda a
plenitude de Deus; chega a se aprofundar at compreender que s na
perfeita expresso da unidade do Corpo de Cristo que se pode
24
entender como grande o nosso Deus, Seus propsitos, Seu amor e
Sua misericrdia para conosco. S o cristo espiritual chega a ser um
vencedor. Como determinar a maturidade espiritual de um crente?
Para que haja espiritualidade deve haver disposio no crente; a
espiritualidade no se adquire por inrcia. A maturidade espiritual
sempre se determina pela disposio de sacrificar nossos prprios
desejos, interesses e comodidades, em prol do reino dos cus e dos
interesses do Senhor e dos demais irmos, e essa disposio de
sacrifcio se traduz em que se deve pagar um preo, como as virgens
prudentes. Toda vez que nossa prioridade for ns mesmos e nossos
prprios interesses, somos virgens insensatas e andamos caminhando
em derrota.
A primeira promessa
Desde o primeiro sculo da Igreja, muitos irmos abandonaram o
primeiro amor (Apocalipse 2:4), e o melhor e primeiro amor o
Senhor em ns, no necessariamente aquele amor que sentimos
pelo Senhor nos dias em que fomos salvos, nessa lua de mel. Quase
sempre quando se acaba a lua de mel e comeam as provas, em
muitos h uma queda espiritual de grande envergadura. O Senhor nos
manda que venamos o abandono do primeiro amor. Em que sentido
haviam deixado o primeiro amor os irmos do primeiro sculo? Por
exemplo, muitos se deixaram fascinar, no pelo Amado habitando em
seus coraes, seno pelas doutrinas dos judaizantes (Glatas 3:1;
5:7; Colossenses 2:16, 20-21), pela filosofia mstica em sua relao
com o nascente gnosticismo e a adorao de anjos (cfr. Col. 2:8,18).
Passados os sculos, vemos muitos catlicos com seu corao
inclinado, no a Cristo e a Sua Palavra, seno ao papa romano e ao
que diz "a Igreja" (referindo-se Igreja Catlica). Um pode ter a
Cristo s de nome, mas sem ter amor nem afeto pessoal por Ele. Se
Cristo nosso primeiro amor, isso significa que seguimos nos
alimentando Dele como fruto da rvore da vida.
O homem caiu por haver crido em Satans e haver participado de uma
rebelio, por haver desobedecido e comido da rvore do conhecimento
do bem e do mal; mas o Senhor nos tem redimido e nos chama a que
25
sejamos vencedores. O homem comeu e desobedeceu, mas h uma
recompensa ao vencedor, e :
"darJlheJei que se alimente da rvore da vida que se encontra no
para+so de &eus. " (Ap. 2:7b).
A rvore da vida Cristo, nosso verdadeiro alimento. A Nova
Jerusalm vindoura ser o paraso de Deus no milnio. A rvore da
vida se apresenta como uma enredadeira que est a um e outro lado
do rio da gua da vida no meio da praa da Nova Jerusalm, a cidade
esposa do Cordeiro de Deus.
" u sou a videira verdadeira, e meu -ai o agricultor " (Jo. 15:1).
O comer da rvore da vida era o propsito original de Deus, e agora o
restaura com Sua redeno. um banquete oferecido pelo Senhor,
porque o caminho rvore da vida foi aberto de novo, um caminho
novo e vivo que nos abriu Cristo atravs do vu (Hebreus 10:19-20).
A histria tem demonstrado que a Igreja tem falhado com o Senhor, e
tem deixado de ser a expresso de amor de Deus; por isso que h
promessas para o indivduo vencedor. O homem caiu porque participou
na comida de algo que no tinham que comer, e que lhe trouxe a
runa. Mas ao comer da rvore da vida, restaurado a um lugar mais
privilegiado do que perdeu Ado. necessrio consolidarmos em nossa
vocao, abandonar o legalismo e a aparncia externa e alimentar-nos
de novo, de Cristo, desfrutar-lhe, voltando a Ele com o primeiro amor.
O Senhor nosso po da vida (Joo 6:35, 57). bom o conhecimento,
mas segundo Deus. No o mesmo que alimentar-se s de
ensinamentos doutrinais que de Cristo como nosso po da vida. Com
esta promessa o Senhor incentiva e estimula aos crentes para que no
deixem o primeiro amor, lhe sirvam sempre no amor e desfrutem ao
Senhor desde agora, e se far efetiva como galardo no reino milenar;
mas todo vencedor pode comear a desfrut-lo desde agora, porque a
vida da Igreja hoje um gozo antecipado da Nova Jerusalm. O
vencedor o cristo que se alimenta de Cristo hoje, e como
conseqncia a promessa que se alimentar do Senhor como rvore
da vida na Nova Jerusalm. Necessitamos vencer o abandono do
primeiro amor.
A grande maioria dos irmos no tem suficiente clareza sobre o reino
vindouro de Cristo, e raiz desse desconhecimento ignoram as
responsabilidades que se relacionam com eles e costumam confundir o
cu (vida eterna), com o reino. Desde agora, quero fazer afirmar que
26
os galardes so muitos diferentes da salvao. Os galardes, como
seu nome o indica, so prmios para os que trabalham, para os que
lutam, para os que obedecem, para os que negam a si mesmos, para
os que levam a cruz, para os que velam, para os vencedores, para
receb-los no reino milenar; em troca a salvao um presente de
Deus para seus escolhidos desde antes da fundao do mundo, e um
presente nem se ganha, nem se merece, nem se perde.
). OS VENCEDORES E A CRU*
A carne e a cruz
Uma vez salvo, o cristo vencedor deve levar a cruz e negar-se a si
mesmo. um mandamento do Senhor para os que voluntariamente o
querem seguir. O ensino da cruz no popular. O crente carnal evita
este ensino bblico; entretanto, as Escrituras dizem que todos ns os
que temos crido j fomos crucificados com Cristo; mas nosso velho
homem deve experimentar essa crucificao na realidade prtica, levar
e encarar a cruz em nossa alma, ou seja, viver essa experincia de
morte e ressurreio enquanto estamos nesta terra; do contrrio
vivemos uma vida vencida. Quando isto ocorre, com freqncia somos
dominados pelo pecado e por nossa prpria vida natural, e como
conseqncia no fazemos a vontade de Deus, e essa vida derrotada
nos enreda em pecados e em obras que voltaro a ns quando
regressar o Senhor, e teremos que dar conta dele. Se no aceitamos
levar a cruz agora, necessrio que sejamos tratados no futuro.
Um derrotado vencido pela carne, pelo mundo e por Satans. Tomar
a cruz obedecer a Deus e estar disposto a passar por todas as
situaes que Deus haja previsto que passemos. No mundo, a alma
tem seus deleites e seus prprios interesses, mas a cruz e o negar a si
mesmo rompe com esses vnculos, e a pessoa se submete vontade
de Deus. S o caminho da cruz nos leva a sermos verdadeiros
vencedores; mas muito poucos se animam a abrir a porta que conduz
a esse caminho. A vitria de Cristo nossa vitria, e devemos mant-
la e proclam-la. No significa que devemos ser crucificados de novo,
27
pois j fomos crucificados com Cristo. O sangue do Senhor se
derramou para expiar o que temos feito; para nosso perdo pelos
pecados cometidos e justificar-nos diante de Deus; mas no basta que
sejamos perdoados, pois h um problema em ns: herdamos de Ado
dentro de ns uma fora que nos escraviza; a fora do pecado; e por
isso que necessitamos da cruz, para tratar com o que somos; ento
a cruz, aplicada pelo Esprito, nos libera do poder do pecado, para que
no tenhamos que ser julgados pelo que fazemos.
O sangue de Cristo nos reconcilia com Deus, mas segue dentro de ns
um conflito do qual s nos pode livrar a cruz. A vitria do vencedor
no uma mera transformao em sua carne, seno a vida
ressuscitada de Cristo dentro dele. Aceitar a cruz uma vitria. Um
vencedor o crente que tem ido mais alm de aceitar a cruz s
objetivamente; o verdadeiro vencedor aquele que aceita a cruz
subjetivamente; aquele cuja cruz tem matado seu egocentrismo,
pois a tem aceitado subjetivamente; e necessrio que a cruz seja
aplicada nossa carne pelo Esprito Santo.
Diz o apstolo Paulo em Glatas 2:19 b-20:
" stou crucificado com Cristo*H; logo, j no sou eu quem vive, mas
Cristo vive em mim* e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo
pela f no >ilho de &eus, que me amou e a si mesmo se entregou por
mimN
Este um nvel muito avanado e importante no desenvolver espiritual
de um crente que tem negado a si mesmo e leva sua cruz a cada dia.
Devido a que na alma est a vontade do homem, a alma a que tem
que decidir se obedece ao esprito, e desse modo lograr sua unio com
o Senhor por Seu Esprito que mora no esprito do homem; em nosso
homem interior.
Lemos em Joo 3:6:
"$ que nascido da carne carne* e o que nascido do sp+rito
esp+rito".
Quando o homem regenerado no momento de crer no Senhor Jesus,
ele vem de ser meramente carne, e j em sua qualidade de crente
regenerado segue sendo carnal enquanto no houver experimentado
28
uma renovao em sua alma. Como se efetua essa renovao? A
renovao no consiste em modificar a carne. H muitas instituies,
mtodos, recursos humanos, terapias e filosofias terrenas que
pretendem modificar o comportamento do homem. Deus o que quer
fazer de ns no uma mera modificao de nosso comportamento,
seno uma nova criatura, uma criatura imagem de Cristo; mas a
nova criatura no se consegue por modificao, pois a carne de um
regenerado segue sendo a mesma corrupta que antes. Na
regenerao, Deus nos d Sua vida no criada, eterna, em nosso
esprito, mas nossa carne segue igual. O eu do homem segue intacto.
Mas a Bblia nos diz uma grande verdade em Romanos 6:6:
" sabendo istoG que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para
que o corpo do pecado seja destru+do, e no sirvamos o pecado como
escravos".
Se apesar disso teu velho ego segue igual, o Senhor nos exorta a que
levemos a cruz e neguemos o ego. Diz Lucas 9:23:
" &i)ia a todosG !e algum quer vir ap's mim, a si mesmo se negue,
dia a dia tome a sua cru) e sigaJme ".
O Que significa tomar a cruz? Diz Roland Q. Leavell: ">e$ar a cru'
7uer di'er mais 7ue sobre le$ar uma e%1ermidade com i%teire'a
ou so1rer uma desgraa com 1ortale'a# Ama cru' 2 algo 7ue
algu2m 0ode e$itar se assim o dese+a6 e 2 algo 7ue algu2m
aceita $olu%tariame%te 0or causa de Besus e a glCria de Deus#
Sig%i1ica obedi4%cia a Cristo6 mas i%clui muito mais# >e$ar a
cru' %o era um assu%to su0er1icial 0ara os do'e# Algu%s deles
c5egaram a eD0erime%tar a morte 0or meio da cruci1icao#
odos eles so1reram $iol4%cia 0or serem cristos6 $iol4%cia 7ue
0oderiam 5a$er e$itado se 5ou$essem e%trado em
com0romissos". (Rola%d E# >ea$ell# FGateusH o Rei e o Rei%oF#
Casa Iatista de Publicaes# "?..# 0<g# ?*).
Indubitavelmente a carne deve ser tratada pela cruz. A moda de hoje
o contrrio; que o crente evite o sofrimento e que se aprofunde nos
prazeres de uma vida fcil e mundana. Negar a si mesmo renunciar
s demandas, gozos e privilgios de nosso antigo ego e a nossa vida
anmica; negar-se mesmo como princpio de vida natural; no
necessariamente negar coisas, ainda que envolva negar aos prazeres
29
mundanos. Gozar de muitas coisas contrrio de levar a cruz.
Tenha-se em conta que os deleites terrenos acende a concupiscncia
de nossa carne. O Senhor sabe bem que o que nos espera com Ele no
reino incomparvel com tudo aquilo que nos atrai nesta vida terrena.
O Senhor Jesus, o Verbo de Deus, tinha tudo em Sua glria com o Pai,
e se despojou de tudo isso para poder abrir-nos o caminho para que
ns tambm o desfrutemos, desfrutemos o verdadeiro gozo eterno; o
Senhor no se importou no ter aqui nem uma pedra onde recostar Sua
cabea; nesse aspecto estava em pior condio que as aves do cu e
que as raposas do campo. Esta vida to curta como um suspiro, mas
suas atraes nos enervam de tal maneira que temos em pouco as
promessas de um Deus verdadeiro e confivel. Depois de fazer um
relato da luta entre os desejos da carne e a vida no Esprito, diz
Glatas 5:24:
"E os que so de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas
paixes e concupiscncias".
A crucificao da carne se traduz no quebrantamento do homem
exterior, da morte do gro de trigo, e isso necessrio para a
liberao e manifestao de nossa vida espiritual. A vida do Esprito
deve ser liberada. Diz Joo 12:24:
"m verdade, em verdade vos digoG se o gro de trigo, caindo na
terra, no morrer, fica ele s'* mas, se morrer, produ) muito fruto".
Esse gro de trigo o Senhor Jesus Cristo. Antes de sua morte tinha
Sua vida prisioneira em Seu corpo; no podia menos que estar em um
s lugar de cada vez; mas com Sua morte e ressurreio, a vida do
Filho unignito foi liberada e produziu muitos gros imagem do
primeiro, e veio a ser o primognito entre muitos filhos de Deus.
Assim como o gro de trigo, para dar fruto, deve cair na terra e
morrer, cada crente, para ser vencedor e produzir muito fruto, deve
morrer o seu "eu; sua vida natural (a dura casca exterior) deve
apodrecer e desaparecer, a fim de que libere a vida do esprito e seja
manifestado Cristo atravs dele.
Cristo na cruz tratou uma s vez com o pecado para que o pecado no
reine mais em ns, mas o Esprito Santo trata dia aps dia com o eu
30
por meio da cruz; entretanto, segue no crente uma luta entre a carne
e a vida espiritual. Os crentes que na prtica no vivem para Deus
seno para si mesmos, so considerados cristos anormais (1
Corntios 3:1-3); em troca os cristos espirituais, simplesmente so
cristos normais; j tem experimentado uma renovao que vem de
dentro para fora. A renovao experimentada na alma; um
processo mais ou menos prolongado; depende da dureza da natureza
da alma do crente. H plantas que no crescem devido a que lhes faz
falta a luz solar, ou umidade, ou nutrientes, ou tem parasitas; ou no
do muito fruto porque no as podam e limpam; isto contando com
que hajam sido semeadas em boa terra.
A maturidade leva seu tempo. Por via de regra, um cristo recm
nascido no pode evitar ser carnal, como um beb no pode evitar ser
beb, mas o pior que a maioria dos crentes permanecem carnais,
imaturos, crianas por toda a vida; eles tem medo da cruz, recusam
negarem a si mesmos, no querem pagar o preo; carecem de uma
disposio para o sofrimento; muito pelo contrrio, se encaminham
pela amizade com o mundo. Assim como uma pessoa natural tem
dado o passo para que por meio da cruz de Cristo se tenha regenerado
e tenha sido crucificada a sua carne, assim mesmo deve dar o passo
para que mediante o Esprito Santo tome sua prpria cruz, e passe de
carnal a espiritual, de derrotado a vencedor. Um crente carnal
dificilmente pode guiar a outro a Cristo, ou fazer algo que realmente
agrade a Deus. O carnal pode estar trabalhando na igreja; mas esse
trabalho pode resultar sendo obras mortas. As obras mortas no tem
nenhum mrito diante de Deus, por muito boas que paream aos olhos
dos homens. Indubitavelmente se queimaro quando o Senhor vier, e
o pior que nos impediro de entrar no reino se no nos
arrependermos a tempo.
O cristo carnal pode assimilar os ensinamentos, mas na mente.
" -orque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne*
mas os que se inclinam para o sp+rito, das coisas do sp+rito.
? -orque o pendor da carne d para a morte, mas o do sp+rito, para
a vida e pa).4 -or isso, o pendor da carne inimi)ade contra &eus,
pois no est sujeito 9 lei de &eus, nem mesmo pode estar."
(Ro.8:5-7).
31
Os cristos de Corinto tinham muito conhecimento e sabedoria, mas
na mente. A "insensatez da cruz" usada por Deus em troca da busca
de conhecimento. A Deus no se pode conhecer por abundncia de
conhecimento e sabedoria humana, seno por f atravs da cruz. Os
conhecimentos sem a cruz s chegam mente.
Pedro e a cruz
Consideremos o contexto de Mateus 16:13-28. Depois de haver
perguntado sobre a opinio dos homens acerca de Sua pessoa, o
Senhor se interessou em conhecer o que pensavam seus prprios
discpulos acerca de quem era Ele. Diz nos versculos 16-18:
" %espondendo !imo -edro, disseG Lu s o Cristo, o >ilho do &eus
vivo.14 nto, ,esus lhe afirmouG AemJaventurado s, !imo
Aarjonas, porque no foi carne e sangue que to revelaram, mas meu
-ai, que est nos cus.16 Lambm eu te digo que tu s -edro, e
sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno no
prevalecero contra ela ".
Simo, que significa uma palha dcil ao vento, dominado por seu
voluntarioso carter, quando veio ao Cristo, O Senhor trocou seu
nome, porque comeou a transform-lo, e em vez de Simo lhe
chamou Pedro, uma pedra (Jo 1:42), neste caso uma pedra viva para
a construo da casa de Deus (1 Pedro 2:5). Se no somos
transformados em pedras, no podemos ser edificados
apropriadamente, e no podemos ser edificados s nem em grupos
independentes; nossa edificao na comunho de todos os santos. A
transformao tem suas etapas, e em cada etapa encontramos lies
para aprender.
Aqui vemos tambm que sem a revelao divina no se pode conhecer
ao Senhor Jesus; e como s o Pai conhece o Filho, s se pode
conhecer o Filho pela revelao do Pai. A Pedro foi revelada, pelo Pai,
a identidade do Filho; logo o Filho revela a da Igreja, e lhe diz que a
partir desse momento Pedro faz parte da Igreja, uma pedra viva
para a edificao da casa de Deus, devido confisso que havia feito a
32
respeito do Filho. De maneira que Pedro j era um crente e membro
da Igreja, na economia de Deus. Apesar do anterior, era Pedro j um
crente maduro e vencedor? Vejamos.
De acordo com o seguinte contexto, Pedro estava longe de ser um
cristo maduro, sem ter em conta que depois ofereceu ao Senhor
defend-lo com sua espada, de no abandon-lo, mas j vemos que o
Evangelho nos diz que o deixou s e o negou. Dizem os versos 21-23:
" H1 &esde esse tempo, comeou ,esus Cristo a mostrar a seus
disc+pulos que lhe era necessrio seguir para ,erusalm e sofrer
muitas coisas dos ancios, dos principais sacerdotes e dos escribas,
ser morto e ressuscitado no terceiro dia.HH -edro, chamandoJo 9
parte, comeou a reprovJlo, di)endoG Lem compaiKo de ti, !enhor*
isso de modo algum te acontecer.H@ Das ,esus, voltandoJse, disse a
-edroG Arreda, !atansM Lu s para mim pedra de tropeo, porque no
cogitas das coisas de &eus, e sim das dos homens ".
Aqui vemos o crente Pedro sem entender para nada a cruz de Cristo e
menos sua prpria cruz. A Igreja no pode ser edificada sem
crucificao e ressurreio, e um crente carnal dificilmente pode estar
disposto a tomar a cruz. Tenhamos por claro que o homem natural e
Satans caminham e cavalgam juntos, e que o crente vencido no se
diferencia muito; e quando no temos a mente de Cristo, no
podemos cumprir o propsito de Deus, seno que somos pedra de
tropeo para o Senhor. A raiz destas consideraes se pode entender
as palavras do Senhor nos versculos 24 e 25:
" HB nto, disse ,esus a seus disc+pulosG !e algum quer vir ap's
mim, a si mesmo se negue, tome a sua cru) e sigaJme.HC -orquanto,
quem quiser salvar a sua vida perd:JlaJ* e quem perder a vida por
minha causa achJlaJ".
Esse negar a si mesmo, negar a velha natureza herdada de Ado. De
maneira, pois, que h duas classes de crentes: os que negam a si
mesmos e tomam sua cruz, e os que no o fazem. Pedro tinha que
perder a vida de sua alma, e tomar a cruz; Pedro estimava mais sua
vida natural que os propsitos de Deus; Pedro no podia entender,
todavia o plano de Deus, e a mente de Deus; era necessrio que Pedro
negasse a si mesmo e tomasse sua cruz. S se submete a Cristo um
33
crente vencedor.
Se a Igreja no se submete a Cristo, os demais seres no se
submetero, e s a cruz faz com que o nosso eu v minguando e
Cristo vai crescendo em ns, no mais ntimo de nosso ser.
Contemplamos a mulher samaritana de Joo 4; ela cria em Deus,
sabia da promessa de um Messias, e o esperava, mas sua vida estava
fundida em espessas trevas do pecado; buscava a solido e a
obscuridade, e no se atrevia a deixar-se ver a cara, pois a luz a
incomodava; sua conscincia no a deixava tranqila; sua conduta a
fazia caminhar por veredas torcidas; a carne a escravizava. Mas um
dia o Senhor foi a busc-la, e a esperou que viesse buscar gua no
poo de Jac. Ao ter o encontro com Cristo, Ele lhe deu de beber da
gua viva; foi algo penetrante que deu uma grande virada na vida
desta mulher, e j no teve mais sede, e deixando o cntaro, correu a
dar testemunho. Tambm ns, quando chegarmos a ser vencedores,
quando no nos importar mais o cntaro; o deixaremos de um lado
do poo, e correremos a proclamar que Jesus Cristo o Senhor. Mas
para isso necessrio que de nosso interior corram rios de gua viva.
Temos dito que ns, os crentes, j fomos crucificados com o Senhor,
mas agora o Senhor nos diz que devemos levar a cruz. Se nosso velho
homem j morreu na cruz, agora devemos neg-lo. Para que fazer
viver a um defunto que estorva a obra do Senhor? J o Senhor
ressuscitado vive dentro de ns, e ns Nele.
De havermos negado a ns mesmos e de havermos levado a cruz ou
no, depende nossa situao quando o Senhor regressar e tivermos
que comparecer ante Seu tribunal. Os versculos 26-27 dizem:
" -ois que aproveitar o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a
sua alma0 $u que dar o homem em troca da sua alma0H4 -orque o
>ilho do #omem h de vir na gl'ria de seu -ai, com os seus anjos, e,
ento, retribuir a cada um conforme as suas obras ".
A vida da alma a vida natural, a vida do ego. A vida psquica deve
ser tratada pela cruz, do contrrio seguiremos como Pedro em sua
situao de Mateus 16 e outros textos. Na hora mais amarga do
Senhor, Pedro e todos os amigos ntimos do Senhor o abandonaram; e
no s eles; ns fazemos o mesmo hoje em dia. No queremos
acompanhar o Senhor nesta hora crucial.
34
Um Jac tratado por Deus
Em Jac temos o exemplo de um crente astuto, no obstante haver
sido escolhido para a primogenitura desde antes de nascer; quando
todavia no havia feito nem bem nem mal. Especificamente e por
vontade de Deus foi escolhido, apesar de que ia ser uma pessoa de
carter forte, enganadora, calculista e egosta. O Senhor no nos
escolhe por sermos bons ou maus, pois todos somos maus. O Senhor
deu um destino prvio a Jac, mas para que Jac pudesse chegar a ser
um servo do Senhor, um homem til nas mos de Deus, um
verdadeiro vencedor, um homem obediente vontade de Deus, esse
"eu perverso de Jac devia morrer, devia passar pela cruz, at que
chegasse a negar-se a si mesmo. Diz Romanos 9:10-16:
" 1; no ela somente, mas tambm %ebeca, ao conceber de um s',
=saque, nosso pai.11 ainda no eram os g:meos nascidos, nem
tinham praticado o bem ou o mal 2para que o prop'sito de &eus,
quanto 9 eleio, prevalecesse, no por obras, mas por aquele que
chama3,1H j fora dito a elaG $ mais velho ser servo do mais moo.
1@ Como est escritoG Amei ,ac', porm me aborreci de saI.
1B Que diremos, pois0 # injustia da parte de &eus0 &e modo
nenhumM1C -ois ele di) a DoissG Lerei miseric'rdia de quem me
aprouver ter miseric'rdia e compadecerJmeJei de quem me aprouver
ter compaiKo.1? Assim, pois, no depende de quem quer ou de
quem corre, mas de usar &eus a sua miseric'rdia ".
A Escritura nos diz que antes que Jac nascesse j havia sido eleito
por Deus para, em Sua misericrdia, dar-lhe a primogenitura. Jac
jamais recebeu isto porque merecia; ao contrrio, seu prprio nome
Jac, significa Deus proteja, mas tambm o suplantador, o que toma
pelo calcanhar, ou seja, o que trama uma armadilha. A vida de Jac
esteve saturada de engano e de armadilhas; que muitas vezes vieram
contra ele. Apesar de que Deus se revelava e o protegia, Jac era o
tipo de crente voluntarioso e carnal, que devia ser tratado por Deus a
fim de que pudesse ser til nas mos do Senhor, para cumprir o
propsito de Deus. Deus tem um propsito eterno, e quer realiz-lo
35
com a igreja, mas com os obedientes, com crentes esforados em
quem possa confiar, que no amem a si mesmos, com lutadores, com
vencedores.
Jac quis tomar vantagem no plano de Deus, e depois de haver
enganado a seu pai e a seu irmo, se viu na necessidade de fugir. Em
Betel Deus se revelou, em sua fuga; e inclusive a Jac disse a Deus:
Se me prosperares, te darei o dzimo de tudo. Isso encerra algo de
negcio. Quis ter vantagem sobre Labo, de quem tambm foi
enganado desde o comeo, quando pediu a Raquel para casar-se. Mas
tarde houve uma luta entre Jac e Deus, mas Jac persistiu diante de
Deus at conseguir que Deus o abenoasse, e saiu vencedor, pois a
Palavra diz no verso 28:
"nto, disseG , no te chamars ,ac', e sim =srael, pois como
pr+ncipe lutaste com &eus e com os homens e prevaleceste".
(Leia Gnesis 32:22-32). Em Peniel, Jac viu o rosto de Deus e foi
livrada sua alma. O andar de Jac mudou depois dessa experincia. De
homem anmico passou a ser espiritual; foi desgarrado o tendo da
coxa, e ao ser desgarrado seu prprio andar, pode caminhar com
Deus, para cumprir propsitos eternos. Quando chegou a ser um
vencedor, Deus lhe mudou o nome. J no se chamaria mais Jac, o
suplantador, seno Israel, o que luta com Deus.
Morreu sua amada Raquel; logo foi enganado por seus prprios filhos;
desapareceu Jos, seu filho favorito; logo tambm teve uma amarga
experincia com Benjamim; tudo isso para qu? Era necessrio que o
Jac natural fosse tratado pelo Senhor; e esse trato do Senhor ia
transcorrendo em forma dolorosa. Uma coisa confiar nas destrezas
do Jac carnal, e outra confiar exclusivamente no Senhor.
Indiscutivelmente necessrio que sejamos iluminados, que possamos
ver o caminho pelo que caminhamos, e que estejamos confessando
nossa dependncia do Senhor e de Seu Santo Esprito.
Para que crucificar a carne
Muitos crentes so cheios do Esprito Santo quando crem, e vo
experimentando um crescimento normal de sua vida espiritual; vo
caminhando com Deus e preocupando-se pelas coisas de Deus. Mas
desafortunadamente a maioria dos cristos no se ocupam muito do
36
que interessa ao Senhor, seno de seus prprios interesses egostas e
carnais (Glatas 5:19); por isso o Senhor quer que a carne seja
crucificada subjetivamente. Na realidade histrica a carne j foi
crucificada no Glgota; o velho homem tem passado por esse
processo; de maneira que a criana carnal em Cristo deve ser
totalmente liberada desse domnio, para que cresa e possa andar
segundo o esprito. H quem persista nas obras da carne (inimizade,
divises, sectarismos, vcios, paixes e desejos), Deus diz que essa
carne foi crucificada; mas h crentes de almas cuja natureza muito
forte, e tem um carter muito difcil, nos quais o processo lento e
doloroso. A respeito diz o irmo Watchman Nee:
" A obra da cru' co%siste em su0rimir Ja%ularK: %o %os tra'
coisas6 mas as tira# Em %Cs 5< muitos res3duos: 5< muitas
coisas 7ue %o so de Deus e %o l5e re%dem %e%5uma glCria#
Deus 7uer elimi%ar todas estas coisas 0or meio da cru' 0ara
7ue assim c5eguemos a ser ouro 0uro# L< coisas 7ue %o
0ro$2m de Deus: %os temos co%$ertido em uma liga# Por isso
Deus tem 7ue utili'ar ta%to 0oder 0ara mostrar-%os estas
coisas 7ue 5< em %Cs 7ue 0ro$em do MeuN6 todas a7uelas coisas
7ue %o l5e 0ro0orcio%am %e%5uma glCria# Cremos 7ue se Deus
%os 1ala6 descobriremos 7ue tem 7ue ser elimi%adas muito mais
coisas 7ue as 7ue %os tem de ser acresce%tadas# Es0ecialme%te
a7ueles cristos cu+a alma 2 de %ature'a 1orte6 de$eriam
0e%sar %istoH 7ue a obra de Deus %eles 0or meio do Es03rito
Sa%to6 co%siste em elimi%ar coisas deles 0ara redu'i-los".
(=atc5ma% Nee# FA Igreja &loriosaF# C>IE# "?.-# 0<g# ",().
A carne no pode dar fruto que glorifique a Deus. O cristo deve
limpar-se de seus pecados apropriadamente. Diz Joo 15:2:
"Lodo ramo que, estando em mim, no der fruto, ele o corta* e todo o
que d fruto limpa, para que produ)a mais fruto ainda".
Devemos ter clareza de que no se exige que crucifiquemos de novo
nossa carne, pois j foi crucificada na cruz de Cristo. A crucificao da
carne tem que ser experimentada, e que essa morte na cruz tenha seu
efeito em ns. Essa prtica se d em colaborao com o Esprito
Santo. Diz a Palavra de Deus em Colossenses 3:5:
">a)ei, pois, morrer a vossa nature)a terrenaG prostituio, impure)a,
paiKo lasciva, desejo maligno e a avare)a, que idolatria".
37
Esse, pois, enlaa o versculo com os anteriores, em que diz que j
temos morrido e ressuscitado com Cristo. So duas realidades que vo
unidas: J fomos crucificados com Cristo, e Fazer morrer o terreno em
ns. Se crermos que temos sido mortos em Cristo, podemos fazer
morrer o terreno em ns. Isto se logra porque o Esprito Santo aplica a
morte da cruz a tudo o que tem que morrer. Diz Romanos 8:13:
"-orque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte* mas,
se, pelo sp+rito, mortificardes os feitos do corpo, certamente,
vivereis".
Entretanto, devemos estar sempre vigilantes, pois a carne, no fica
inutilizada pela crucificao conjunta em Cristo, ela contudo no fica
suprimida; ela segue existindo e, em quanto tiver oportunidade, se
pe em ao.
A mensagem da cruz no est sendo pregada, pois, com contadas
excees, est se pregando uma caricatura do evangelho. Ns dizemos
ver, mas em nossas faculdades naturais no podemos ver; pelo
contrrio, essas faculdades naturais nos impedem de ver a realidade.
Se Deus nos ilumina um pouco, ento constatamos nossa cegueira.
Afirmar que vemos, como no caso da igreja do perodo de Laodicia,
um orgulho farisaico. Quanto mais nos gloriamos e envaidecemos
dizendo que vemos, mais cegos somos; e quando j vemos
manifestada em verdade nossa cegueira, ento quando vamos
comear a ver. Paulo s pode ver as coisas de Deus quando ficou cego
fisicamente. necessrio restaurar a mensagem da cruz, e viv-la.
Quando no se vive a mensagem da cruz, vivemos para ns mesmos,
no para o Senhor. A cruz para por nela todos os dias, o que somos
e o que temos, o velho, o intil.
Dizem os apologistas da prosperidade no cristo, que o Senhor quer
ver-nos envoltos em uma vida regalada e aprazvel, sem problemas,
sem fome, sem preocupaes, sem perseguies, tudo bem; mas
Mateus 10:34-39 diz o contrrio:
" @B "o penseis que vim tra)er pa) 9 terra* no vim tra)er pa), mas
espada.@C -ois vim causar diviso entre o homem e seu pai* entre a
filha e sua me e entre a nora e sua sogra.@? Assim, os inimigos do
homem sero os da sua pr'pria casa.@4 Quem ama seu pai ou sua
me mais do que a mim no digno de mim* quem ama seu filho ou
38
sua filha mais do que a mim no digno de mim*@6 e quem no
toma a sua cru) e vem ap's mim no digno de mim.@F Quem acha
a sua vida perd:JlaJ* quem, todavia, perde a vida por minha causa
achJlaJ".
O Senhor no traz paz a uma terra em que Satans ainda seu
prncipe; por isso os vencedores esto em guerra contra Satans, e
este os ataca usando inclusive aos mesmos familiares de sua prpria
casa.
O Senhor tem que ser amado acima de todas as coisas. Essa espada
que se menciona no versculo 34, a vida cheia de tribulaes e dores
do sofrido e verdadeiro vencedor, o que caminha todo ferido pelo
caminho estreito traado por Cristo. O versculo 35 explica o 34. De
acordo ao verso 38, se trata de uma cruz; e tu ests em liberdade
para lev-la ou no. A cruz opcional, mas absolutamente necessria
para o que quer caminhar com Cristo. O fato de seguir ao Senhor e
obedecer-lhe te cria dificuldades, e tu podes voluntariamente escolher
sofr-las ou no. Como a de Cristo, toda cruz dos filhos de Deus
determinada e decidida pelo Pai, e ns escolhemos lev-la ou no.
Disso depende nossa participao no reino. Diz 1 Pedro 4:1,2:
"$ra, tendo Cristo sofrido na carne, armaiJvos tambm v's do mesmo
pensamento* pois aquele que sofreu na carne deiKou o pecado,H para
que, no tempo que vos resta na carne, j no vivais de acordo com as
paiK<es dos homens, mas segundo a vontade de &eus".
No que Deus quer que vivamos sofrendo, mas se devemos armar-
nos com uma disposio ao padecimento, devido a que estamos
imersos em uma batalha espiritual que tambm tem suas
repercusses e manifestaes em nossa vida natural. Crente que
recusa o sofrimento, no pode ser edificado. Deus pode salvar nossa
mente, de tal maneira que haja em ns a disposio a sofrer como
tambm Cristo padeceu. natural que nossa tendncia seja a de fugir
de todo sofrimento e a toda hora pedir ao Senhor que, por favor, nos
livre de todas as dificuldades e amarguras, pois no suportamos as
provas. Mas esta no foi a atitude do Senhor em Getsmani. Desde
que nasceu, o Senhor Jesus teve a disposio para sofrer. Ele sabia
que havia nascido para isso enquanto permaneceria no corpo mortal.
Por tanto, desde o dia em que nascemos no Esprito, e somos filhos de
39
Deus, deve ser nossa tarefa entregar-nos para o sofrimento. Essa a
verdadeira posio de um vencedor. Se escapares como um covarde
do sofrimento, ests desarmado e te vem a derrota. Irmo, enfrenta o
sofrimento. Quando a Palavra de Deus nos diz que no sejamos
carnais, luxuriosos, covardes, infiis, ou o que seja que dependa da
nossa velha vida natural, porque Ele nos pode salvar de qualquer
dessas demandas e pensamentos dos desejos carnais.
A Palavra de Deus diz que so bem-aventurados os que padecem
perseguio por causa da justia, os que esto dispostos a sofrer pela
verdade, pela justia, pela causa do Senhor e de Seu evangelho da
salvao; suas feridas e cicatrizes so as chaves de entrada no reino
dos cus. O sofrimento do crente mais meritrio que o dos anjos
quando eles participam em lutas contra o inimigo. Por que mais
meritrio? Porque os anjos conhecem a glria do Senhor e o que o cu
representa; ao passo que o crente estorvado por sua prpria carne,
por Satans e por um mundo atraente, e apenas v as coisas como
por um espelho; apenas vislumbra algo do que lhe espera, movido
pela f e a esperana, baseado nas promessas do Senhor, na
revelao das Escrituras e no pouco conhecimento que agora tem de
Deus e das coisas que Ele nos tem preparado. Sofrer pelo Senhor
uma honra que no dado a todos os crentes.
2A: OS VENCEDORES E A CRU*
!ovidade de vida
Diz Romanos 6:4:
40
">omos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo* para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela gl'ria do -ai, assim
tambm andemos n's em novidade de vida".
O contexto do captulo 6 de Romanos nos fala do batismo em sua
dupla conotao de ser introduzidos dentro do Corpo de Cristo pelo
Esprito e o de ser identificados com Cristo mediante o batismo nas
guas. Em qu nos identificamos com Cristo? Somos submersos em
Cristo para que sejamos parte Dele, depois de haver sido tomados de
nossa antiga posio no mundo de pecado e de trevas; agora somos
um com Ele em Sua morte e ressurreio. De Ado, de onde havamos
nascido, somos trasladados pelo batismo a nossa nova posio em
Cristo; e ao ser batizados em Sua morte, essa morte nos separa do
mundo, nos liberta de toda a fora de nossa velha natureza com sua
vida natural implcita, de nosso ego, de nossa carne, do poder satnico
das trevas; ou seja, tem cortado esse cordo umbilical que nos unia a
nossa velha histria e seus enredos, pois agora participamos com o
Senhor de Sua ressurreio. nossa primeira ressurreio, a do
esprito, que se traduz em novidade de vida.
Os versculos 4 e 6 nos falam de que nosso velho homem foi
crucificado com Cristo, de maneira que participamos tambm de Sua
sepultura pelo batismo, e logo experimentamos uma ressurreio, que
uma novidade de vida; passamos a ser parte do novo homem, que
Cristo; historicamente chegamos a ser novas pessoas, porque esta
primeira ressurreio do crente agora tambm subjetiva, nosso
esprito passou da morte vida. Mas logo vem um processo de
ressurreio em nossa alma, em nossa vida atual; at alcanar viver
uma vida de ressurreio, uma morte do velho homem herdado de
Ado, at que a sua vez nossa alma passe da morte vida. Nesse
processo vamos experimentando como espcie de uma transformao
progressiva pelo Esprito, de tal maneira que cada dia nos vamos
conformando mais imagem do Filho de Deus. uma verdadeira
metamorfose.
Nossa primeira ressurreio um ato histrico, e nossa segunda
ressurreio um processo atual no qual no podemos ficar
estancados, pois se trata de desenvolver nossa novidade de vida;
buscar que essa novidade de vida reine em ns e se expresse. No s
no batismo nos identificamos com Cristo, seno que o batismo s o
41
comeo dessa identificao. medida que crescemos em nosso
processo atual de novidade de vida, mais nos identificamos com o
Senhor Jesus e nossa ressurreio dar testemunho de quem somos, e
o Senhor se expressar atravs de ns. Diz o verso 5:
"-orque, se fomos unidos com ele na semelhana da sua morte,
certamente, o seremos tambm na semelhana da sua ressurreio".
O Senhor Jesus, como o gro de trigo, teve que morrer para poder dar
fruto; e ns, como o gro de trigo, estamos mortos com Ele, e como
estamos unidos com Ele organicamente, se produz um crescimento.
Vemos na agricultura que o broto que foi enxertado em uma rvore,
participa da vida, da seiva e das caractersticas da rvore. Ns agora
pelo batismo somos plantados juntamente com o Senhor; somos
enxertados Nele, de maneira que participamos de tudo o que Ele tem
experimentado: Sua morte, Sua sepultura, Sua ressurreio. Em
Romanos 11:24 diz que fomos cortados da oliveira brava (Ado) e
enxertados na boa oliveira, na oliveira cultivada (Cristo).
O batismo uma semelhana na qual participamos de tudo o que
Cristo e tem experimentado, mas tendo em conta que toda essa
experincia um processo atual. Recorde-se que tudo o de Deus,
includa Sua salvao, Sua vida em ns, Suas promessas, tudo se
recebe pela f, e se lhe da autonomia.
Pois bem, na medida em que o Esprito Santo me revela o valor que
tem para Deus o sangue vertido por Cristo em meu benefcio, Sua
morte substituta e Sua ressurreio, poderei eu ter conscincia da
importncia de levar minha cruz e viver a ressurreio em novidade de
vida. Ao nascer de Ado, recebemos tudo o que de Ado; ao nascer
em Cristo, recebemos e participamos de tudo o que de Cristo; no
obstante, devemos ter em conta que em Ado nascemos sendo
pecadores, o que se chama o "velho homem", e que o sangue de
Cristo me lava de todos os meus pecados, mas se faz necessria a
cruz para que esse velho homem seja crucificado.
As coroas dos vencedores
Apocalipse 2:10b diz:
42
"!: fiel at a morte, e darteJei a coroa da vida".
O Senhor diz ao vencedor: S fiel ainda que tenhas de morrer. Ser
crente no o mesmo que ser fiel. H crentes nos quais Deus pode
confiar e outros em que no. A vontade de Deus que todo crente
seja fiel; que Ele possa contar com todos ns.
Note que aqui o Senhor no fala de dar vida eterna, que um
presente, mas sim a coroa da vida, a qual se logra, no como um
presente recebido pela f, e sim adquirida por nossa fidelidade. O
Senhor havia dito aos vencedores da igreja em Esmirna:
""o temas as coisas que tens de sofrer. is que o diabo est para
lanar em priso alguns dentre v's, para serdes postos 9 prova, e
tereis tribulao de de) dias. !: fiel at 9 morte, e darJteJei a coroa
da vida".
Tiago 1:12 tambm menciona a coroa da vida para todos aqueles que
suportam as provas por meio da vida divina.
No podemos confundir a $ida eter%a com a coroa da $ida. A vida
eterna a recebemos de Deus de sua vontade, sem que seja mediadora
as obras de nossa parte, pois a vida de Deus em nosso esprito a
temos recebido por graa. Quem poder comprar a vida de Deus? Ele
corrige o que houver de mal em seus filhos para purificar-nos,
aperfeioar-nos e santificar-nos, mas no tira o que tem dado.
"porque os dons e a vocao de &eus so irrevogveis."(Ro. 11:29).
Em troca, para receber a coroa da vida devemos ser fiis at a morte;
ou seja, em caso de sofrer perseguies, estar dispostos a ser
sacrificados por causa do Senhor, se for necessrio. Ento a coroa
denota um prmio. como uma ressurreio sobressalente. Note que
em Hebreus 11:35 fala de uma melhor ressurreio para os mrtires:
"Dulheres receberam, pela ressurreio, os seus mortos. Alguns foram
torturados, no aceitando seu resgate, para obterem superior
ressurreio".
Lemos 1 Corntios 9:25-27:
43
"HC Lodo atleta em tudo se domina* aqueles, para alcanar uma coroa
corrupt+vel* n's, porm, a incorrupt+vel.H? Assim corro tambm eu,
no sem meta* assim luto, no como desferindo golpes no ar.H4 Das
esmurro o meu corpo e o redu)o 9 escravido, para que, tendo
pregado a outros, no venha eu mesmo a ser desqualificado".
Note que ainda temos lutas com ns mesmos.
Aqui fala de uma coroa i%corru0t3$el para aqueles que obtm
domnio sobre o velho homem e fazem morrer os hbitos do corpo; se
pode pregar as recompensas no reino, e algum, ainda que seja salvo
por graa mediante a f em Jesus Cristo, se no est em alerta, pode
ter a possibilidade de ser desqualificado, de ser indigno de receber o
prmio no reino. Esta coroa tem a conotao de que o vencedor
honrado publicamente por um servio distinguido.
Em 1 Tessalonicenses 2:19 diz:
"-ois quem a nossa esperana, ou alegria, ou coroa em que
eKultamos, na presena de nosso !enhor ,esus em sua vinda0 "o
sois v's0"
Paulo aqui fala de coroa com a conotao de que para os
ganhadores de almas para o Senhor.
Diz 2 Timteo 4:8:
", agora a coroa da justia me est guardada, a qual o !enhor, reto
jui), me dar naquele &ia* e no somente a mim, mas tambm a
todos quantos amam a sua vinda".
Aqui a Palavra de Deus fala de uma coroa de +ustia; ou seja, que
provm da justia do Senhor, mas atravs das obras do crente, a
todos os que amam a vinda do Senhor; isto tambm parte de sua
salvao.
Tambm em 1 Pedro 5:4 a Palavra de Deus diz:
"$ra, logo que o !upremo -astor se manifestar, recebereis a
imarcesc+vel coroa da gl'ria".
Deus promete uma coroa de glCria para os ancios (bispos) fiis, os
que tem boa disposio para apascentar o rebanho de Deus.
44
"e#unda promessa
O Esprito Santo quer que a Igreja no se esquea que o Senhor Jesus
foi crucificado por ns uma s vez, mas que ressuscitou glorioso; que
no tenhamos nenhum temor do que eventualmente tenhamos que
padecer por causa do Senhor e de Seu testemunho, pois Ele o
poderoso Deus que tem o controle de tudo o que ocorre no universo.
necessrio vencer a perseguio.
"-orque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo
presente no podem ser comparados com a gl'ria a ser revelada em
n's" (Ro. 8:18).
Nosso Deus santo e poderoso quer que nossa fidelidade a Ele seja
aperfeioada at a morte. O mais importante para um filho de Deus
deve ser a fidelidade ao Senhor em todas as circunstncias; vencer
todas as dificuldades pelo poder de Seu Santo Esprito. Tudo o que nos
acontece para nosso bem; Ele sabe tudo e ningum pode arrebatar-
nos de Suas mos. Ns mesmos somos os que nos afastamos Dele.
Temos que ser vencedores sobre a perseguio (Apocalipse 2:9-10), e
a perseguio inclui o sofrimento, a tribulao, os crceres, a pobreza,
as provas e as calnias dos religiosos. Para ser vencedores tem que se
amar ao Senhor e dar-lhe o primeiro lugar em todas as coisas,
inclusive p-lo por cima de nossa comodidade, de nossos bens, de
nossa fama, de nossos amores, de nossa famlia, e at de nossa
prpria vida. Quando damos ao Senhor a preeminncia em tudo,
freqentemente isso nos acarreta problemas e frices em nossos
prprios lugares. Sobrevm perseguies por parte de nossos parentes
e amigos, vm calnias e dedos acusadores por parte das sinagogas
de Satans; s vezes o Senhor nos guia a que devamos trabalhar e ter
comunho com irmos muito dominantes e intolerantes. Tudo isso nos
vai aperfeioando e nos vai convertendo em vencedores. Alguns
pensam que em nossa igreja local tudo manifestao de amor,
compreenso e harmonia, mas na prtica o Senhor utiliza todas essas
frices e at enfrentamentos com os irmos, para tratar conosco,
para descobrir nossos espritos.
$ vencedor no sofrer% dano da se#unda
morte
45
"Ao que vencer, no sofrer o dano da segunda morte" (Ap. 2:11).
O Senhor aqui fala a todos os crentes, e particularmente aos de
Esmirna. O que eles tm que vencer neste caso? Satans, o mximo
que pode nos causar, se o Senhor permitir, fazer uso da morte
contra ns, e ele pode usar os poderes do Estado e das instituies
religiosas de toda ndole, mesmo as eclesisticas de tipo cristo.
Vemos em toda a histria que h muitas instituies e organizaes
que pretendem ter o hereditrio direito de ser a legtima Igreja ou
povo do Senhor, e delas os vencedores recebem perseguio e
tribulao, ou pelo menos o menosprezo, difamao mediante libelos,
programas de rdios e outros meios. Isso a realidade da histria da
Igreja em todos os tempos, mas o Senhor j havia advertido. A vitria
aqui se trata da fidelidade ao Senhor at a morte. Satans sabe que
est derrotado, e Jesus Cristo j conquistou a vitria, o Filho de Deus,
mediante o derramamento de seu precioso sangue na cruz; vertido at
a morte, mas com o resultado de uma poderosa ressurreio e
gloriosa ascenso ao Pai nos cus, enviando logo Seu Santo Esprito e
dando vida Igreja, que Seu Corpo, a qual faz efetiva a sentena
contra Satans agora, e em especial aos vencedores. Irmo, se s
infiel terminas em derrota. Se fugires do sofrimento, foges de todo
compromisso que, inclusive, te pode levar at o martrio, ests em
derrota. Se amas mais a tua prpria vida e no ests disposto a
oferec-la pelo Senhor, sofrers o dano da segunda morte. Mas
Faamos uma curta analise destes conceitos.
Para entender isto fundamental que saibamos que h duas
categorias de crentes, os vencedores e os derrotados. Quando a
Escritura fala de vencedores, porque h cristos derrotados. Os
vencedores so os cristos que, no marco da Palavra de Deus, so
crentes espirituais normais, e os derrotados so os crentes carnais.
Um cristo carnal um crente anormal. Os crentes de ambas as
categorias so salvos pela eternidade, alguns sero salvos assim como
pelo fogo, ou seja, sendo castigados. Assim como no o mesmo a
vida eterna que a coroa da vida, tampouco se deve confundir a morte
eterna ou segunda morte, com o dano da segunda morte. Sofrer dano
da segunda morte se relaciona com o castigo temporrio no reino
milenar. Lemos em 1 Corntios 3:15:
" se a obra de algum se queimar, sofrer ele dano* mas esse mesmo
46
ser salvo, todavia, como que atravs do fogo".
Quando a Palavra de Deus diz que os vencedores no sofrero dano da
segunda morte, significa que os derrotados sim a sofrero. Sofrer um
castigo temporal na Geena, ou algum lugar parecido, sofrer dano da
segunda morte. No sofrero a segunda morte, mas se lhes causar
dano, dor. Que no sofrer a segunda morte nos diz Joo 10:27-28,
assim:
"27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheo, e elas me
seguem.28 Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecero, e ningum
as arrebatar da minha mo. /. / 39 E a vontade de quem me enviou
esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrrio,
eu o ressuscitarei no ltimo dia." (Joo. 6:39). "Dos que me deste no
perdi nenhum" (Joo. 18:9b).
Note que diz que no perecero jamais; no diz que o que se extraviar
pelo pecado, se perde eternamente. O crente que peca, ser julgado
por seu pecado e castigado, mas no perde sua salvao. A salvao
eterna no guarda nenhuma relao com nossas obras ou
comportamento (Efsios 2:8-9).
Ressurreio significa passar da morte para a vida. Como veremos no
captulo sete, o crente deve passar por um processo de ressurreio. O
normal que todo crente experimente trs ressurreies. Toda pessoa
humana nasce morta em pecado; quando cr, regenerado,
experimenta o novo nascimento. Isto a primeira ressurreio pessoal
de que j falamos. O esprito passa da morte vida quando cremos;
mas vem logo uma segunda ressurreio: a alma vai experimentando
sua ressurreio na medida em que nos ocupamos menos da carne e
mais do esprito. Na prtica esta uma ressurreio progressiva na
vida do crente, na medida em que caminha com Cristo. A terceira a
ressurreio gloriosa, ltima trombeta, quando vier o Senhor, que
a primeira das duas grandes ressurreies coletivas. quando ser
ressuscitado o corpo. Tambm em Apocalipse 20:6 diz:
"Aem aventurado e santo o que tem parte na primeira ressurreio* a
segunda morte no tem autoridade sobre eles, seno que sero
sacerdotes de &eus e de Cristo, e reinaro com ele os mil anos".
A diferena baseia-se em que a segunda morte condenao eterna, e
sofrer dano da segunda morte, s uma disciplina temporria,
durante a dispensao do milnio.
47
Se algum no purificado em sua alma nesse tempo, o ser na era
vindoura, durante o tempo do reino milenar, para que na eternidade
possamos estar com o Senhor, e sermos santos como Ele Santo. H
coisas no crente carnal que esto de baixo da maldio em Ado, que
devem ser tiradas, agora ou quando o Senhor vier e julgar Igreja.
Note que Paulo havia sido salvo eternamente quando ainda era um
perseguidor da Igreja, aps a viso que teve de Jesus cristo; e ele
sabia isso. Mas foi chamado a um trabalho, no para ser salvo, seno
para fazer a obra de Deus e poder entrar no reino. Ao analisar o
captulo 9 de 1 Corntios, vemos que Paulo se refere a seu trabalho em
relao com o reino, e no versculo 17 fala de que ter recompensa;
no 18 fala de galardo; no 24 fala de prmio; no 25 fala de receber
uma coroa incorruptvel. A manifestao do reino dos cus ser para
os cristos a manifestao de uma recompensa. No obstante, nos
versculos 26 e 27 diz:
"26 Assim corro tambm eu, no sem meta; assim luto, no como
desferindo golpes no ar.27 Mas esmurro o meu corpo e o reduzo
escravido, para que, tendo pregado a outros, no venha eu mesmo a
ser desqualificado".
Isto de ser eliminado ou reprovado, tem a conotao de ser
desqualificado, recusado ante o tribunal de Cristo, no digno de
receber o prmio, ainda que houvesse sido salvo eternamente por
graa mediante a f em Cristo.
J temos dito que uma coisa a vida eterna e outra a coroa da vida.
A vida eterna se recebe como um presente de Deus e a coroa da vida
depende de nossas obras. A coroa da vida somente a recebe quem for
fiel at a morte, o vencedor. Assim tambm encontramos o oposto
vida eterna, ou seja, A morte eterna, a segunda morte, o que a sua
vez diferente ao dano da segunda morte. Ento, quando, em que
tempo, se recebe a coroa da vida? Quando o Senhor vier, quando nos
reunirmos com Ele nas nuvens e comear Seu tribunal para julgar
Igreja e se d incio idade do reino dos cus, o milnio, e isso se
traduz em que o vencedor h de reinar com Cristo no reino de Deus.
Simultaneamente, o derrotado, o crente que no fiel at a morte,
ainda que no perca a sua salvao, entretanto, no recebe a coroa da
vida, seno que durante o milnio a tem perdida e submetido a
sofrer o dano da segunda morte, que pode ser uma espcie de
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"corretivo" nas trevas exteriores.
" 25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perd-la-; e quem
perder a vida por minha causa ach-la-. " (Mt. 16:25).
O homem natural, morto espiritualmente, pela graa de Deus, e
mediante a f no Senhor Jesus, recebe a vida eterna. Posteriormente,
quando voltar o Senhor, recebe a coroa da vida, sempre e quando for
vitorioso, fiel at o ponto de estar disposto a dar sua vida pelo Senhor.
Cap. 2B: OS VENCEDORES E A CRU*
A salvao em He&reus
A carta aos Hebreus constitui uma das primeiras amostras de defesa
(apologtica) da f crist e sua superioridade frente ao judasmo; e
por isso que ao largo de seu contexto contrape a aparncia e a
sombra do provisrio e terreno da lei mosaica, frente verdade
celestial e eterna de Cristo e a Igreja. Esta carta tem que ser analisada
em seu verdadeiro contexto. Leiamos Hebreus 5:11-14:
"11 A esse respeito temos muitas coisas que di)er e dif+ceis de
eKplicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir.1H -ois, com
efeito, quando dev+eis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido,
tendes, novamente, necessidade de algum que vos ensine, de novo,
quais so os princ+pios elementares dos orculos de &eus* assim, vos
tornastes como necessitados de leite e no de alimento s'lido.1@ $ra,
todo aquele que se alimenta de leite ineKperiente na palavra da
justia, porque criana.1B Das o alimento s'lido para os adultos,
para aqueles que, pela prtica, t:m as suas faculdades eKercitadas
para discernir no somente o bem, mas tambm o mal".
Estes ltimos quatro versculos do captulo cinco de Hebreus falam de
crentes imaturos, crianas espirituais, aos quais no se pode alimentar
seno com leite, com os rudimentos da doutrina da salvao e no
com alimento slido, porque so crianas. H crentes que passam toda
a vida, digamos, no primrio, quando deveriam ser j mestres de
outros, e no avanam, no saem dessas primeiras etapas dos seis
rudimentos da graa que esto enumerados nos dois primeiros
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versculos do captulo 6, que so o fundamento da vida crist, a saber:
(1) o arrependimento de obras mortas, (2) a f em Deus, (3) a
doutrina de batismos (abluo, lavagem), (4) a imposio de mos,
(5) a ressurreio, e (6) o juzo eterno. No podemos ficar nessa etapa
da graa; devemos crescer na palavra de justia, no conhecimento e a
vida do Senhor; devemos colaborar com o Senhor na edificao da
casa de Deus; devemos trabalhar com o Senhor na preparao do
reino dos cus. O Senhor o que trabalha em ns em nosso
crescimento espiritual, em nossa maturidade, mas no faz se ns no
cooperamos com Ele. Note que o captulo 6 conecta com um "por
isso". Leiamos o contexto de Hebreus 6:1-8:
" -or isso, pondo de parte os princ+pios elementares da doutrina de
Cristo, deiKemoJnos levar para o que perfeito, no lanando, de
novo, a base do arrependimento de obras mortas e da f em &eus,
H o ensino de batismos e da imposio de mos, da ressurreio dos
mortos e do ju+)o eterno.@ =sso faremos, se &eus permitir.
B 8 imposs+vel, pois, que aqueles que uma ve) foram iluminados, e
provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do sp+rito
!anto,C e provaram a boa palavra de &eus e os poderes do mundo
vindouro,? e ca+ram, sim, imposs+vel outra ve) renovJlos para
arrependimento, visto que, de novo, esto crucificando para si
mesmos o >ilho de &eus e eKpondoJo 9 ignom+nia.4 -orque a terra
que absorve a chuva que freqOentemente cai sobre ela e produ) erva
Itil para aqueles por quem tambm cultivada recebe b:no da
parte de &eus*6 mas, se produ) espinhos e abrolhos, rejeitada e
perto est da maldio* e o seu fim ser queimada ".
Aqui confirmamos que o autor fala a cristos em processo de
maturidade, que devem estar deixando os rudimentos e que devem
avanar e adentrar-se nas coisas profundas da vida no Esprito; isto
encerra o participar com o Senhor em suas realizaes, e alimentar-
nos Dele para um normal crescimento. Vemos, pois, que a o tema no
a salvao; do que trata a de progredir na maturidade espiritual e
no o retrocesso.
Se algum que uma vez tenha sido iluminado e gozado do dom
celestial (Cristo), participante do Esprito Santo e dos poderes do
mundo vindouro (poderes do reino milenar, que so os dons e poderes
50
do Esprito Santo), se recair e voltar atrs, no tem necessidade de
voltar a por o fundamento, crendo outra vez no Senhor Jesus, nem de
arrepender-se de novo de obras mortas, pois no pode ser outra vez
renovado para arrependimento; j tudo isso se fez uma vez e para
sempre.
Quando cremos em Cristo, Deus nos perdoou, nos justificou, nos deu
vida eterna, nos deu sua paz, nos deu segurana de nossa salvao.
Ento, o que acontece com essa pessoa? Pois sensivelmente que, em
vez de dar fruto ao ser alimentada e cultivada por Deus, deu espinhos
e abrolhos; ento essa pessoa reprovada, eliminada do reino, pois os
espinhos e abrolhos que produziu devem ser queimados. Essa pessoa
no perece para sempre, mas sofrer o dano da segunda morte.
Algum pode alegar contradio usando o texto de Hebreus 10:26-29,
que diz:
" H? -orque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de
termos recebido o pleno conhecimento da verdade, j no resta
sacrif+cio pelos pecados*H4 pelo contrrio, certa eKpectao horr+vel
de ju+)o e fogo vingador prestes a consumir os adversrios.
H6 !em miseric'rdia morre pelo depoimento de duas ou tr:s
testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Doiss.HF &e quanto mais
severo castigo julgais v's ser considerado digno aquele que calcou
aos ps o >ilho de &eus, e profanou o sangue da aliana com o qual
foi santificado, e ultrajou o sp+rito da graa0 ".
Aqui mostra o caminho de um apstata judeu. Levemos em conta todo
o contexto da carta aos Hebreus que, como seu nome indica, dirigida
aos cristos que antigamente professavam a religio judaica, com seus
sacrifcios de animais, tudo isso figura e sombra da verdade em Cristo;
eles vinham assistindo a suas reunies nas sinagogas. Onde se
reuniam depois que se convertiam? Nas reunies da igreja, pelas
casas com os irmos. A carta aos Hebreus foi escrita precisamente por
causa dos judeus que haviam se convertido ao cristianismo, os quais
muitas vezes no tinham estabilidade; estavam cheios de temores
pela continua intimidao, ameaas e acusao a que eram
submetidos pelos lderes das sinagogas, e inclusive pelos parentes e
achegados; de maneira que alguns temiam que os vissem nas
reunies da igreja, e muitos estavam ao ponto de regressar ao
judasmo.
51
Ao analisar cuidadosamente toda a carta aos Hebreus, e em particular
os captulos 9 e 10, vemos que o Senhor Jesus com Seu sacrifcio na
cruz aboliu os sacrifcios do antigo pacto, e nos abriu um caminho
novo e vivo para entrar no Lugar Santssimo, que agora no se trata
do templo de Jerusalm, figura do verdadeiro, seno o Lugar
Santssimo dos cus, onde est o Senhor sentado; porque Seu nico
sacrifcio vlido para sempre, em contraste com os sacerdotes, que
esto de p dia aps dia, oferecendo sacrifcios continuamente, que
nunca podem tirar os pecados. Quando o versculo 25 diz que "no
deiKando de congregarJse, como alguns tem por costume", significa
que o irmo hebreu que chegasse a deixar de congregar-se nas
reunies crists, equivalia voltar voluntariamente s reunies do
judasmo, ao antigo pacto, sinagoga; e isso o que significa "pecar
voluntariamente" do versculo 26, desprezando assim a verdade do
novo pacto e voltando aos sacrifcios de touros e cordeiros machos
que, na economia de Deus, j no podem tirar os pecados.
Vemos, pois, que o contexto fala da verdade, que todo o revelado na
carta; fala do novo pacto, em comparao com o antigo, que era a
sombra; fala do sangue do Senhor, em comparao com o sangue dos
animais; de maneira que se um irmo hebreu voltasse ao judasmo, j
no restaria mais sacrifcio por seus pecados, pois os antigos
sacrifcios j ficaram sem valor; guardar certos dias e preceitos ficou
sem valor; preferir certos alimentos ficou sem valor; reunir-se na
sinagoga ficou sem valor; preferir certos edifcios chamados templos e
certos lugares especficos, ficou sem valor. O vlido est em Cristo,
dentro da Igreja redimida, o Corpo de Cristo.
Levemos em conta que todos os sacrifcios do antigo pacto foram
substitudos pelo nico sacrifcio de Cristo; de modo que o sacrifcio
pelos pecados cessou para sempre; j no h mais sacrifcio. Algum
que voltasse ao judasmo, j no teria mais sacrifcio por seus
pecados, e o que lhe esperaria seria um terrvel castigo
dispensacional. No caso de que sua converso tenha sido autntica,
essa pessoa no perde a salvao, porquanto segue fazendo parte da
Igreja, conforme o versculo 30. O que um judeu, depois de haver
crido em Jesus, voltasse ao judasmo e voltasse a confiar nos
sacrifcios dos animais, significava pisotear ao Filho de Deus, e haveria
tido como comum o sangue de Cristo. Consideramos que se algum,
52
sendo crente, se volte a sua antiga religio e a seus dolos, ter algum
forte castigo dispensacional.
A #raa e o #overno de Deus
Para compreender melhor todo o relacionado com a salvao e o reino,
necessrio saber que Deus tem estabelecido no universo dois
sistemas que so, o sistema da graa e o sistema do governo de Deus.
Por exemplo, a criao do homem um ato do governo de Deus, e a
vida do homem sobre esta terra, suas aes, suas responsabilidades,
suas inter-relaes, suas prprias formas de governo e constituies,
requerem que se submeta ao governo de Deus, que obedea esses
princpios e d conta ante Deus de seus atos, agora ou diante do trono
judicial divino.
Satans caiu porque se rebelou contra o governo de Deus; logo caiu o
homem e pecou deliberadamente, rebelando-se tambm contra o
governo de Deus. Ento, e por essa causa, foi adicionado o sistema da
graa, para redimir e restaurar aos homens insubordinados e rebeldes,
pois de outra maneira jamais poderiam submeter-se ao sistema de
governo de Deus. Ningum que no tenha sido redimido o tem logrado
por seus mritos. Onde se encontram os redimidos e restaurados? Na
Igreja, de maneira que o sistema da graa se relaciona com a Igreja,
com a salvao, onde se espera que os filhos de Deus em Cristo se
submetam ao governo de Deus.
O governo de Deus atua desde a criao dos anjos; e quando Lcifer
se rebelou contra esse governo, foi expulso do cu. O governo de Deus
atuou no jardim do den ao por o homem a cargo do mesmo,
revestido de toda a autoridade para ele, mas expulsou dali quando
caiu; porm atuou Sua graa ao prometer-lhe um Salvador. O governo
de Deus atuou muitas vezes durante a peregrinao do povo hebreu
pelo deserto; e muitos caram debaixo do justo juzo de Deus e
pereceram no deserto, e no entraram na terra prometida. O governo
de Deus se ps de manifesto quando Davi pecou e representou mal o
governo de Deus, fazendo blasfemar os inimigos de Deus. Por Sua
graa, o Senhor perdoou a Davi de seu pecado. Mas a disciplina lhe
seguiu pelo resto de sua vida, primeiro com a morte do filho, fruto de
seu pecado com Bate-Seba, a mulher de Urias, e logo lhe sobreveio
53
que a espada (arma com a qual Davi havia feito o mal, a morte de
Urias) jamais se apartou da casa de Davi (2 Samuel 12:7-14). A Bblia
est cheia de exemplos.
Conforme o sistema da graa, o Senhor Jesus esteve nesta terra para
salvar aos homens, mas conforme a Palavra de Deus, Ele tambm
padeceu na cruz para estabelecer a autoridade de Deus e o reino dos
cus sobre a terra. essa mesma autoridade que recebeu Ado, mas
que ele a entregou ao maligno quando pecou. Essa autoridade
restaurada ao homem em Cristo, o ltimo Ado. "pregai que est
prximo o reino dos cus" (Mateus 10:7). Os homens no mundo no
conhecem o governo de Deus; isso s se conhece na Igreja, entre os
vencedores. H muitos irmos que ignoram isto.
O que acontece quando um crente no se submete ao governo de
Deus? Todo crente tem sido perdoado de seus pecados passados pela
graa. Mas a graa no tem posto de lado o governo, e os filhos so os
primeiros a dar o exemplo. Se tu, sendo crente, tu que representas ao
Senhor, pecas ou vives levianamente, no se submetendo ao governo
de Deus, fazes que blasfemem os inimigos de Deus, ests buscando
que te acontea como aconteceu a Davi. Se confessas teu pecado, Ele
fiel e justo para perdoar-te, mas o perdo da graa que tens
recebido de Deus, no muda Seu perdo de governo, no o afeta, e de
acordo com a gravidade de teu pecado, pode ser que sejas tratado
disciplinarmente. Moiss pecou, representou mal ao Senhor em
Merib, quando golpeou a rocha; Deus o perdoou, ele salvo;
apareceu na transfigurao do Senhor, mas no entrou na terra
prometida, por causa do perdo do governo.
Isto srio, irmos, de maneira que se um filho de Deus no alcana o
ser julgado e castigado pelo Senhor enquanto est aqui na terra, seu
pecado lhe alcanar diante do tribunal de Cristo em Sua vinda, na
ressurreio da Igreja, e ali ter a disciplina do caso. necessrio que
nos examinemos a ns mesmos luz e convico do Esprito.
"3 1 -orque, se nos julgssemos a n's mesmos, no ser+amos
julgados.@H Das, quando julgados, somos disciplinados pelo !enhor,
para no sermos condenados com o mundo" (1 Co. 11:31-32).
Quanto mais se entender e se viver o sermo do monte, quanto mais
humilde e pobre no esprito for o crente, mais podemos compenetrar
com o governo de Deus e mais nos sujeitarmos a ele. O mundo no
54
conhece isto, nem pode conhec-lo; queira o Senhor que o conhea e
o viva a Igreja. Nossa salvao pela graa de Deus em Cristo, mas
nossa conduta como crentes deve estar sujeita ao governo de Deus.
A "e#unda 'orte
Alm da coroa da vida, aos vencedores se lhes promete no sofrer o
dano da segunda morte. Em Apocalipse 2:10b diz:
"!: fiel at 9 morte, e darJteJei a coroa da vida".
Note que aqui o Senhor no fala de dar vida, seno a coroa da vida, a
qual se conquista, no como um presente recebido pela f, e sim
adquirido por nossa fidelidade. Alm da coroa da vida, aos vencedores
prometido o no sofrer o dano da segunda morte. Todos os homens,
tanto crentes como mpios, temos de experimentar a primeira morte,
que a morte fsica, a separao da alma do corpo. Diz em Hebreus
9:27:
" , assim como aos homens est ordenado morrerem uma s' ve),
vindo, depois disto, o ju+)o".
Tambm Cristo sofreu a primeira morte, para que todo o que Nele crer
no sofra a segunda morte nem o juzo dos mpios no grande trono
branco, depois de finalizado o reino milenar. Ento, o que a segunda
morte? A segunda morte a separao da pessoa de todo contato com
Deus e o resto da criao, e lanado em um lago de fogo para perdio
eterna. A Palavra de Deus diz em Apocalipse 20:14,15:
" 1B nto, a morte e o inferno foram lanados para dentro do lago de
fogo. sta a segunda morte, o lago de fogo.1C , se algum no foi
achado inscrito no 7ivro da .ida, esse foi lanado para dentro do lago
de fogo".
Quando ocorrer isto? Depois do reino milenar, quando os mortos
mpios forem ressuscitados, depois que forem julgados no juzo do
grande trono branco; uma vez terminada a sentena, sero laados no
lago de fogo, a Geena, e ali sofrero tormento eterno no corpo, alma e
esprito. Essa a segunda morte, para todos aqueles cujos nomes no
se acharem escritos no livro da vida do Cordeiro.
A Palavra de Deus nos diz que nenhum cristo sofrer a segunda
morte, ainda que, como temos dito; os cristos derrotados, os que se
unem ao mundo e amam ao mundo e as coisas do mundo, entretanto,
podem eventualmente sofrer dano temporrio da segunda morte
55
durante o reino milenar, nesse mesmo lugar onde estaro os
incrdulos do mundo. Como temos anotado, tem muitas partes na
Bblia que declaram que os crentes no sofrero a segunda morte.
Ento estimamos que houvesse uma marcada diferena entre o que
a segunda morte, que implica a condenao eterna, e sofrer dano da
segunda morte, que s temporrio. Por favor, leia o contexto sobre o
servo infiel em Lucas 12:41-48. Ali fala de aoites aos servos, e de
castigo temporrio no mesmo lugar onde estaro os infiis. O Senhor
jamais tem por servos aos que no lhe pertencem. No captulo quatro
estaremos dando detalhes das diferentes classes de disciplinas durante
a idade do reino.
No se trata de algum lugar chamado "purgatrio", pois a Bblia no
ensina essa doutrina nem esse lugar. Quando os religiosos inventaram
a doutrina do purgatrio se referiam salvao eterna e no ao reino.
O castigo temporrio a que se refere a Escritura, se refere ao reino e
no vida eterna. Mas voltando ao tema, temos que tambm os que
no resolvem a tempo seus problemas com os demais irmos da
igreja, podem ter suas dificuldades diante do tribunal de Cristo. Trata-
se de problemas na Igreja, de problemas entre os irmos,
sectarismos, dissenses, pleitos, dios, zelos religiosos e demais obras
da carne. Com a atual situao da Igreja, fcil arrumar esses
problemas com o simples fato de se mudar algum da comunho com
os irmos e ir reunir em outra congregao denominacional, e fazer-se
membro onde ainda no tenha tido esses problemas; mas, j esto
resolvidas essas coisas diante do Senhor? O Senhor diz aos crentes:
" H1 $uvistes que foi dito aos antigosG "o matars* eG Quem matar
estar sujeito a julgamento.HH u, porm, vos digo que todo aquele
que sem motivo se irar contra seu irmo estar sujeito a julgamento*
e quem proferir um insulto a seu irmo estar sujeito a julgamento do
tribunal* e 'uem l#e c#amar( )olo, estar* sujeito ao inferno de
fogo .H@ !e, pois, ao tra)eres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de
que teu irmo tem alguma coisa contra ti,HB deiKa perante o altar a
tua oferta, vai primeiro reconciliarJte com teu irmo* e, ento,
voltando, fa)e a tua oferta.HC ntra em acordo sem demora com o
teu adversrio, enquanto ests com ele a caminho, para que o
adversrio no te entregue ao jui), o jui), ao oficial de justia, e sejas
recolhido 9 priso.H? m verdade te digo que n+o sair*s dali,
en'uanto n+o pagares o ,ltimo centavo " (Mateus 5:21-26).
56
No contexto anterior, para o Senhor no h irmos fora da Igreja.
Qual o lugar desse castigo temporrio? Ali diz que o inferno de
fogo, e logo o repete no verso 30. Onde diz que temporrio? No
contexto dos versculos 25 e 26.
Somos salvos pela graa, no por cumprimento da velha dispensao,
mas para entrar no reino devemos cumprir a lei do reino, a que
complementa a antiga. A justia dos legtimos cristos deve ser
superior dos meros religiosos professos, que so os modernos
escribas e fariseus.
Algumas pessoas estaro tentadas a tomar estes ensinamentos
confundindo-os como se tratasse da apologia da doutrina romana do
purgatrio. Ns aqui no estamos ensinando nada que se relacione
com um lugar chamado purgat'rio, porque levamos em conta que o
ensinamento sobre a existncia do purgatrio trazida pelo
catolicismo romano das profundezas satnicas babilnicas, e no da
Bblia. O catolicismo romano historicamente desvirtuou a salvao
gratuita de Deus em Cristo e difundiu a espcie de que as pessoas
(inclusive os mpios) deviam pagar (comprar indulgncias, missas,
responsos e votos) para que pudessem sair do purgatrio e ter
salvao eterna. Por esse enganoso meio, os hierarcas desse sistema
religioso seguem obtendo abundantes ganncias. Isso todo mundo
sabe. Mas as Escrituras falam de que todo crente em Cristo foi
predestinado desde antes da fundao do mundo para ser salvo pela
graa, sem obras, gratuitamente, somente pela f na obra redentora
de Cristo na Cruz. um presente de Deus, imerecido. Mas quando
Cristo vier, depois da ressurreio, todo crente comparecer ante o
tribunal de Cristo para que sejam julgadas suas obras, j em sua
qualidade de crente e filho de Deus, sejam boas ou sejam ms.
Todo pai de famlia faz que no lar se respeitem certas normas de vida,
moral e de disciplina; quanto mais o Senhor. E quanto essas normas
so infringidas, o pai de famlia toma medidas. Se os filhos fazem o
bem, costuma haver presentes e motivaes, mas quando fazem o
mal, costuma haver dolorosas disciplinas. Isso diz a Bblia, por
exemplo, em Hebreus 12:3-11:
"@ Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha
oposio dos pecadores contra si mesmo, para que no vos fatigueis,
desmaiando em vossa alma.B $ra, na vossa luta contra o pecado,
ainda no tendes resistido at ao sangue C e estais esquecidos da
57
eKortao que, como a filhos, discorre convoscoG >ilho meu, no
menospre)es a correo que vem do !enhor, nem desmaies quando
por ele s reprovado*? porque o !enhor corrige a quem ama e aoita
a todo filho a quem recebe.4 8 para disciplina que perseverais 2&eus
vos trata como filhos3* pois que filho h que o pai no corrige06 Das,
se estais sem correo, de que todos se t:m tornado participantes,
logo, sois bastardos e no filhos.F Alm disso, t+nhamos os nossos
pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitvamos* no
havemos de estar em muito maior submisso ao -ai espiritual e,
ento, viveremos01; -ois eles nos corrigiam por pouco tempo,
segundo melhor lhes parecia* &eus, porm, nos disciplina para
aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.11
Loda disciplina, com efeito, no momento no parece ser motivo de
alegria, mas de triste)a* ao depois, entretanto, produ) fruto pac+fico
aos que t:m sido por ela eKercitados, fruto de justia ".
Cap. 3. OS VENCEDORES E O MUNDO
As minorias de Deus
H organizaes religiosas que se ufanam do grande nmero de
membros que enchem seus templos e livros de registros, e neles s
vezes baseiam o triunfo de determinada gesto ministerial.
Observamos na Palavra de Deus que o Senhor se deleita com poucas
pessoas, quando essas poucas pessoas lhe amam e lhe so fiis e
obedientes. O Senhor Jesus sempre considerou seus seguidores como
uma minoria; se as multides se contaminam com o mundo, ento Ele
quer uma minoria santa, seleta pelo Pai, leal, apartada de um mundo
dominado pelo pecado, a avareza, a cobia, o engano e as aparncias.
A esse seu pequeno grupo de eleitos, diz o Senhor em Lucas 12:30-
32:
"@; -orque os gentios de todo o mundo que procuram estas coisas*
mas vosso -ai sabe que necessitais delas.@1 Auscai, antes de tudo, o
seu reino, e estas coisas vos sero acrescentadas.@H "o temais, '
pequenino rebanho* porque vosso -ai se agradou em darJvos o seu
reino ".
58
Nas Escrituras Santas com freqncia se registram ocasies em que o
Senhor se decide pelas minorias. Por exemplo, antes do dilvio havia
muita gente. A cultura antediluviana havia desenvolvido o suficiente
como para que se fale de cidades habitadas por milhares de pessoas;
mas a maldade havia se multiplicado de tal maneira, que Deus decidiu
varrer de sobre a face da terra os homens que havia criado, porque a
terra toda estava corrompida. Dentre tanta gente s um homem, No,
achou graa ante os olhos de Yahveh*(1), e diz a Palavra de Deus em
1 Pedro 3:20: /... os quais, noutro tempo, foram desobedientes
quando a longanimidade de &eus aguardava nos dias de "o,
enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas,
foram salvos, atravs da gua ".
Tambm vemos outro caso no livro de Nmeros, com ocasio do envio
dos espias, durante a peregrinao do povo hebreu pelo deserto.
Havia necessidade, e por mandato de Yahveh, que se enviasse desde o
deserto a uns espias a que explorassem a terra de Cana; e da grande
multido que compunham os filhos de Israel depois que saram do
Egito e ia pelo deserto caminho terra prometida, Deus no permitiu
que Moiss enviasse a muitos, seno a um grupinho de selecionados
por nomes.
Diz em Nmeros 13:2 que Deus disse a Moiss: " nvia homens que
espiem a terra de Cana, que eu hei de dar aos filhos de =srael* de
cada tribo de seus pais enviareis um homem, sendo cada qual pr+ncipe
entre eles ".
Outro exemplo clssico encontramos no caso de Gideo. Nos tempos
dos juzes; quando Deus entregou o povo de Israel nas mos dos
medianitas, os israelitas clamaram a Deus, e o Senhor escolheu para
que os salvasse; um simples jovem da tribo de Manasss chamado
Gideo, do qual sabemos como pediu ao Senhor que lhe confirmasse
seu chamado mediante um novelo de l posto intemprie, a fim de
que o Senhor fizesse chover sobre o mesmo ou no; embora que a seu
derredor ocorria o contrrio. Foi tanta a confirmao e o respaldo que
recebeu do Senhor, que a seu chamado acudiram mais de trinta mil
israelitas; Mas ao Senhor no interessa muito essas grandes
multides, no seja que por serem muitos, por estarem bem armados,
por terem uma boa conta bancria e magnficas relaes com o
governo e com a sociedade, por ostentarem graus universitrios, se
louvem a si mesmos e no dem glria a Deus, pois Ele diz: " "o por
59
fora nem por poder, mas pelo meu sp+rito " (Zacarias 4:6); e ento
determina fazer uma seleo de uns poucos, como podemos ler em
Juzes 7:2-7:
" &isse o !"#$% a PideoG 8 demais o povo que est contigo, para
eu entregar os midianitas nas suas mos* =srael poderia se gloriar
contra mim, di)endoG A minha pr'pria mo me livrou.@ Apregoa, pois,
aos ouvidos do povo, di)endoG Quem for t+mido e medroso, volte e
retireJse da regio montanhosa de Pileade. nto, voltaram do povo
vinte e dois mil, e de) mil ficaram.B &isse mais o !"#$% a PideoG
Ainda h povo demais* fa)eJos descer 9s guas, e ali tos provarei*
aquele de quem eu te disserG este ir contigo, esse contigo ir* porm
todo aquele de quem eu te disserG este no ir contigo, esse no ir.
C >e) Pideo descer os homens 9s guas. nto, o !"#$% lhe disseG
Lodo que lamber a gua com a l+ngua, como fa) o co, esse pors 9
parte, como tambm a todo aquele que se abaiKar de joelhos a beber.
? >oi o nImero dos que lamberam, levando a mo 9 boca, tre)entos
homens* e todo o restante do povo se abaiKou de joelhos a beber a
gua.4 nto, disse o !"#$% a PideoG Com estes tre)entos
homens que lamberam a gua eu vos livrarei, e entregarei os
midianitas nas tuas mos* pelo que a outra gente toda que se retire,
cada um para o seu lugar ".
Com os 300 homens que ficaram com Gideo bastava; a glria seria
do Senhor. A Gideo e a seus 300 o Senhor deu trs coisas a cada
uno: Um cntaro de barro, esse nosso eu, somos vasos de barro;
mas dentro de esse cntaro de barro nos deu uma tocha acesa; esse
o fogo do Esprito Santo dentro de ns; e uma trombeta para dar som
de batalha, de juzo e de vitria. Ao romper o cntaro, ao negar-nos a
ns mesmos, o que se aproveita a luz do Senhor, de Seu Esprito, e
ao som da trombeta, temos a vitria sobre os inimigos do Senhor, do
reino e de nossa salvao. Deus escolheu em Gideo a algum que
confessou ser o mais insignificante da famlia mais humilde de toda a
tribo. Era um vencedor de arrancada. A Palavra do Senhor diz que o
esprito o que d vida e que a carne para nada aproveita. Alm
disso, diz que as palavras que nos fala o Senhor so esprito e vida.
Em muitas ocasies so palavras que nos parecem muito fortes, e no
queremos comprometer-nos. Como na ocasio em que o Senhor
declarava que Ele era o po de vida, e que o que no comesse Sua
60
carne e bebesse Seu sangue, no poderia permanecer Nele; diz que
muitos o abandonaram; no entenderam. Logo diz em Joo 6:66-67:
"Q vista disso, muitos dos seus disc+pulos o abandonaram e j no
andavam com ele.?4 nto, perguntou ,esus aos do)eG -orventura,
quereis tambm v's outros retirarJvos0 "
$ mundo se op(e ao Pai
Se a Igreja tem se comprometido com o mundo e tem falhado na
histria, Deus determina fazer o trabalho com um grupo de valentes
vencedores que lhes ama, lhe obedece, que negam a si mesmos e
levam sua cruz a cada dia. Em todos os tempos tem havido
vencedores; pouquinhos, mas tem havido. Diz 1 Joo 2:15-17:
" "o ameis o mundo nem as coisas que h no mundo. !e algum
amar o mundo, o amor do -ai no est nele*1? porque tudo que h
no mundo, a concupisc:ncia da carne, a concupisc:ncia dos olhos e a
soberba da vida, no procede do -ai, mas procede do mundo.14 $ra,
o mundo passa, bem como a sua concupisc:ncia* aquele, porm, que
fa) a vontade de &eus permanece eternamente ".
Aqui a palavra mundo denota o sistema, contrrio e oposto aos
princpios de Deus, estabelecido por Satans; e esse sistema tem
envolvido aos homens em todos os aspectos da vida humana como
so a poltica, o poder, a economia, a religio, a cultura, a educao, o
entretenimento e suas relaes sociais. Satans tem valido para ele
tanto da natureza cada do homem como do poder latente de sua alma
humana, criando um mundo supremamente sedutor, atraente e falso,
que enlaa por meio das concupiscncias e vaidades enganosas. Como
o diabo o criador, dono e manipulador desse sistema, tudo o que se
enreda a, est abaixo do sistema do maligno.
A Igreja tambm se tem visto enredada nesse emaranhado; mas
sempre tem havido vencedores que no amam o mundo e tem vencido
o maligno. O vencedor sabe perfeitamente que no deste mundo.
Diz em Joo 15:18-19: " !e o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do
que a v's outros, me odiou a mim.1F !e v's f(sseis do mundo, o
mundo amaria o que era seu* como, todavia, no sois do mundo, pelo
contrrio, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia /.
O que ama ao mundo, no ama ao Pai; mas o vencedor ama ao Pai e
luta com Cristo contra Satans.
61
/-ara isto se manifestou o >ilho de &eusG para destruir as obras do
diabo." (1 Jo. 3:8). Cristo trabalha com os vencedores para desfazer
as obras de Satans.
O mundo gira atravs de trs princpios que tem impulsionado a obra
de Satans: Os desejos da carne, que o intenso desejo do corpo, a
concupiscncia dos olhos, que tem a ver com os desejos da alma pelas
coisas que entram pelos olhos, e a soberba da vida, a qual se relaciona
com a jactncia e a prepotncia que envolve o amor s coisas
materiais e as posies e a glria dos homens. Tudo isso se
desvanece; mas Satans, todavia tem esse sistema mundial sob seu
comando e o manipula; e os homens que no tem a vida de Deus, que
esto mortos em seus delitos e pecados, seguem essa corrente
satnica. Esses trs princpios envolvem toda a atividade humana
deste sculo, chama-se economia, poltica, educao, o governo, a
cultura, o entretenimento em seus diferentes aspectos, a religio, em
fim, tudo. Diz em 1 Juan 5:19:
"!abemos que somos de &eus e que o mundo inteiro ja) no Daligno ".
E tambm em Efsios 2:1-3 diz:
"le vos deu vida, estando v's mortos nos vossos delitos e pecados,H
nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o
pr+ncipe da potestade do ar, do esp+rito que agora atua nos filhos da
desobedi:ncia*@ entre os quais tambm todos n's andamos outrora,
segundo as inclina<es da nossa carne, fa)endo a vontade da carne e
dos pensamentos* e ramos, por nature)a, filhos da ira, como
tambm os demais ".
A Igreja no est sob o maligno, mas sim sob o governo e a vida de
Deus; entretanto, a Igreja, ou melhor o cristianismo professo,
historicamente se uniu em matrimonio com o sistema mundial e tem
sido infiel ao Senhor. Por que tem sido infiel? Porque o Senhor nosso
esposo, e uma esposa infiel quando ama a algum fora de seu
legtimo esposo.
Diz o Senhor em Tiago 4:4:
"=nfiis, no compreendeis que a ami)ade do mundo inimiga de
&eus0 Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constituiJse
inimigo de &eus ". Qual , ento, a posio de vencedor frente ao
mundo? J que a Igreja tem falhado, os vencedores tomam a posio
de toda a Igreja, e vencem ao mundo; o vencem com a f no Filho de
Deus. Diz em 1 Joo 5:4-5:
62
"porque todo o que nascido de &eus vence o mundo* e esta a
vit'ria que vence o mundoG a nossa f.C Quem o que vence o
mundo, seno aquele que cr: ser ,esus o >ilho de &eus0" J todo filho
de Deus tem a vida divina em seu esprito; essa vida de Deus recebida
na regenerao, deve desenvolver-se em ns continuamente, o qual
nos d poder para vencer o mundo manipulado pelo diabo.
$ amor ) alma
Depois de declarar que para dar fruto tem que morrer, como o gro de
trigo, diz em Joo 12:25: "Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele
que odeia a sua vida neste mundo preserv-la- para a vida eterna".
Ns devemos perder a vida da alma, a casca que oprime o esprito, a
fim de andar em comunho espiritual com o Senhor e dar fruto, e
assim desfrutar, na ressurreio, do reino com o Senhor.
Mais de cem vezes encontramos no Novo Testamento, afirmaes no
sentido de crer para ser salvo, para ser justificado, para ter vida
eterna; tudo isso se refere salvao do esprito; entretanto, quando
se refere salvao da alma, a Bblia fala de sofrer com pacincia, de
trabalhar, de perder a alma para ganh-la. Pode ser que tu no
estejas pecando no sentido de estar praticando atos implicitamente
maus; mas deixas de obedecer ao Senhor por estar envolvido em
comprazer-te nos desejos e paixes de tua alma, ou comprazer-te com
as relaes de tuas amizades e parentes; podes estar amando tudo
isso mais que ao Senhor. Tem que decidir entre obedecer a Deus ou
obedecer e deleitar nossa alma. Ns no queremos que nossa alma
sofra, e s vezes isso nos interessa mais que obedecer ao Senhor.
Em que se deleita a alma? No que se deleita o mundo: Ter muitos
amigos e compartilhar com eles, ter dinheiro e am-lo mais que a
Deus, desfrutar de luxos, deleitar-se com a boa comida, luzir os bons
vestidos moda, tudo o relacionado com os exageros na beleza fsica,
as recreaes, as coisas suprfluas, os elogios dos homens, a fama, a
glria terrena, as vaidades. Tudo isso agrada a alma. O cristo deve
escolher entre o mundo e o reino milenar. O cristo j tem vida
eterna; seu esprito j est salvo, e certo que estar com o Senhor
na Nova Jerusalm; mas se no tem perdido sua alma nesta era, ir
perder quando o Senhor estabelecer Seu reino. Que lamentvel seria
que diante do Senhor tivssemos que reconhecer uma triste realidade
63
e admitir: Se, conhecamos ao Senhor, tnhamos conscincia que
ramos do Senhor, mas no vivamos para Ele seno para ns
mesmos, e todo o tempo que vivemos na terra o desperdiamos,
estvamos obscurecidos, com nossa viso posta em um mundo
atraente.
O mundo se relaciona tambm com as riquezas, o amor que se tenha
e o lugar que ocupem em nosso corao. De acordo com a prioridade
que ocupem as coisas em tua vida, assim teu andar com Deus,
assim o grau de comunho que tenhas com o Senhor, e assim a
motivao de tua orao. Diz a Palavra que da abundancia do corao
fala a boca, e isso mesmo pode se aplicar para nossa orao diria.
Qual tua motivao na orao? Priorizas teus prprios interesses ou
concedes ao Senhor o primeiro lugar? Qual a ordem de prioridades
em Mateus 6:33? Um crente vencedor um intercessor diante do Pai
pelos interesses do Senhor.
Lemos em Hebreus 11:24-26: " -ela f, Doiss, quando j homem
feito, recusou ser chamado filho da filha de >ara',HC preferindo ser
maltratado junto com o povo de &eus a usufruir pra)eres transit'rios
do pecado*H? porquanto considerou o opr'brio de Cristo por maiores
rique)as do que os tesouros do gito, porque contemplava o
galardo".
O crente vencedor tambm escolhe ser maltratado por causa do
Senhor e sofrer o vituprio de Cristo fora do acampamento. O que
significa fora do acampamento? Lemos em Hebreus 13:12-13: " -or
isso, foi que tambm ,esus, para santificar o povo, pelo seu pr'prio
sangue, sofreu fora da porta.1@ !aiamos, pois, a ele, fora do arraial,
levando o seu vituprio ".
De conformidade com o contexto, o Senhor Jesus foi sacrificado fora
da porta, fora do acampamento, e nos guiou ao caminho estreito da
cruz e do sacrifcio, e assim poder ter comunho com Ele mais alm do
vu, mais alm da mera aparncia religiosa, no Lugar Santssimo de
nosso esprito, onde est Ele morando por Seu Esprito.
Nos guia fora da cidade terrena e a organizao humana, em especial
nos afasta dessa labirntica organizao religiosa; envolvidos no
sistema religioso dificilmente podemos levar a cruz; samos do
acampamento para seguir a Jesus em Seus sofrimentos, em sincera
humildade, levando o vituprio de Jesus; o caminho da cruz. A est
o Glgota. Fora do acampamento desfrutamos a presena do Senhor e
64
escutamos que nos fala e nos guia, nos fortalece. Samos do desfrute
dos gozos do mundo e de nossa prpria alma, a desfrutar a Ele em
nosso Esprito.
Terceira promessa
"Quem tem ouvidos, oua o que o sp+rito di) 9s igrejasG Ao vencedor,
darJlheJei do man escondido, bem como lhe darei uma pedrinha
branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ningum
conhece, eKceto aquele que o recebe." (Ap. 2:17).
Em Prgamo a Igreja do Senhor se casa com o mundo, esse mundo
que segue a Satans, onde ele mora e governa. Mas necessitamos
vencer esse mundanismo. Os habitantes do mundo seguem uma
corrente contrria a Deus; a corrente de Satans, o prncipe deste
mundo. O Senhor nos tem chamado a sair dessa corrente e que nos
apartemos do mundo de pecado. Mas houve um momento da histria
em que a Igreja foi infiel ao Senhor unindo-se profundamente com o
mundo, em troca de aprovao oficial, de palcios e templos,
prebendas e jurisdies episcopais. Isso degenerou tanto que chegou o
momento em que era difcil diferenciar a igreja do Estado; a igreja
havia afianado sua morada na terra.
A partir de Constantino o Grande, a Igreja foi descendo dos lugares
celestiais em Cristo, e foi se acomodando em uma nova morada, na
terra, um lugar estranho para ela, onde satans tem seu trono. Dali
havia sido tirada pelo Senhor. A Igreja sofreu uma queda espiritual.
Em meio dessa situao, o Senhor opta por dirigir-se aos crentes
vencedores. Em todas as pocas tem havido vencedores na Igreja do
Senhor. Chama-lhes a que se abstenham de comer as coisas
sacrificadas aos dolos. Depois de tantos sculos, as massas continuam
sendo enganadas pelos que ainda seguem retendo a doutrina de
Balao. Balao significa destruidor ou corruptor do povo. A Palavra de
Deus diz que retm essa doutrina de idolatria e fornicao como um
tumor maligno. E o pior que no tratam de extra-lo, nem h
disciplina corretiva. Balao um indutor ao mal por antonomsia.
De que serve ter a verdade e no andar nela? Os cristos caram na
armadilha de tropeo. De pronto diriam: "Entremos no ambiente
pago para atrair aos homens, a nossos amigos. No vamos participar
de sua idolatria. Conheamos as doutrinas e os mtodos do inimigo
65
para venc-lo. Que triunfo que as altas esferas do governo e da
religio nos reconheam e nos respeitem!". Mas a amizade com o
mundo, como sempre, deu maus resultados. El mundo no deixa que
se fale do evangelho para ele, e em contrapartida foi arrastando
Igreja s prticas mundanas. Temos que pregar o evangelho, mas no
temos que nos contaminar com o pecado. H cristos que se unem ao
mundo, que amam o mundo e as coisas do mundo, e tudo isso o
convertem em sua modus vivendi.
$ man% escondido

O vencedor no se interessa pelo mundo, somente pelo Senhor; ele se
interessa em obedecer, levar a cruz e negar a si mesmo. Isso traz
sofrimento? "atravs de muitas tribula<es, nos importa entrar no
reino de &eus." (At. 14:22b). O vencedor no intimidado pela
perseguio, nem lhe atrai a adulao dos opulentos e poderosos
deste mundo, nem se inclina e se deixa seduzir ante o constante
convite a participar dos deleites deste mundo.
Ao vencedor, ao que no se contamina com as doutrinas
contemporizadoras de Balao e com o sacrificado aos dolos, o Senhor
lhe dar comer do man escondido na arca do pacto; escondido em
Cristo, quem est no Lugar Santssimo celestial. um man escondido
do mundo e dos crentes derrotados. Esse man do cu Cristo. Diz
em Joo 6:49-51: " .ossos pais comeram o man no deserto e
morreram.C; ste o po que desce do cu, para que todo o que
dele comer no perea.C1 u sou o po vivo que desceu do cu* se
algum dele comer, viver eternamente* e o po que eu darei pela
vida do mundo a minha carne".
H crentes derrotados que se deleitam com as coisas do mundo, e lhes
atrai de tal maneira que no podem viver sem elas. Estando nessa
condio, pensam que a maneira normal da vida do crente. Em
troca, no vencedor h outro deleite; um deleite imperecvel. Para eles
as ofertas mundanas no os convencem, porque h um motivo de
gozo inefvel, muito superior a todos os deleites mundanos juntos. Os
vencedores com freqncia buscam acercar-se confiadamente ao trono
da graa. Ali h ntima comunho com o Pai, pelo Filho e mediante o
Esprito Santo.
O man um alimento do cu, escondido do mundo; o mundo no
66
pode conhecer esse alimento. Assim mesmo os crentes derrotados o
desconhecem. um aspecto mais profundo de Cristo. Na medida que
o testemunho de Cristo progride em mim, conheo melhor ao Senhor a
cada dia; se me revela algo novo Dele. Cada dia tenho novas
surpresas para minha vida com o Senhor. No deserto, muitos israelitas
queriam comer carne em vez de man, e muitos sentiam saudades do
Egito. Mas devemos prosseguir a marcha em vitria, e se comemos do
man escondido, somos transformados em pedras brancas
(diamantes). maravilhoso que sendo feitos inicialmente de barro, ao
conhecer ao Senhor Jesus pela revelao do Pai, e haver crido em Seu
nome, Deus nos converte em pedras vivas de Seu templo santo; mas
quando somos vencedores, essas mesmas pedras so convertidas em
diamantes.
Cap. 4. OS VENCEDORES E AS O+RAS
Um evan#elho de o&ras
No primeiro captulo temos visto que a salvao no pelas obras, e
sim um presente eterno de Deus para os que Ele antes conheceu. Diz
em Romanos 8:29-30.
"-orquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou
para serem conformes 9 imagem de seu >ilho, a fim de que ele seja o
primog:nito entre muitos irmos @; aos que predestinou, a esses
tambm chamou* e aos que chamou, a esses tambm justificou* e aos
que justificou, a esses tambm glorificou ".
O verbo grego "preoegno, conhecer de antemo, no um simples
conhecimento prvio dos que seriam salvos, pois o Senhor enquanto
Deus, conhece previamente todas as coisas, e conhecia a todas as
pessoas que nasceriam na humanidade em todos os tempos, salvos ou
perdidos. Temos que levar em conta que todos estes verbos, para ns
os humanos, esto no tempo passado; que se trata de algo que Deus
j fez no passado, antes da fundao do mundo, quando os humanos
no haviam feito nem bem nem mal. Deus o Deus da eternidade; Ele
vive em um eterno presente; o tempo existe para ns os humanos,
no em Deus. Ento este conhecer previamente tem uma conotao
mais profunda que o simples conhecimento das coisas; um conhecer
67
intimamente com amor; amar a seus prediletos, a seus escolhidos.
Note que na mesma forma encontramos o verbo conhecer em Gnesis
4:1, quando diz:
" Coabitou2 conheceu3 o homem com va, sua mulher. sta concebeu
e deu 9 lu) a Caim ". O mesmo acontece em Mateus 1:24-25:
"&espertado ,os do sono, fe) como lhe ordenara o anjo do !enhor e
recebeu sua mulher.HC Contudo, no a conheceu, enquanto ela no
deu 9 lu) um filho, a quem p(s o nome de ,esus. ".
Tanto no caso de Ado como no de Jos, fazia j algum tempo que
eles conheciam as suas respectivas esposas, mas ali no fala desse
conhecimento e sim de uma relao de amor, de uma intimidade mais
alm do simples conhecimento pessoal; se trata de um conhecimento
profundo e pessoal. Assim nos conheceu Deus desde antes da
fundao do mundo.
De maneira que aos que antes conheceu dessa maneira predileta, os
predestinou para cham-los e justific-los. Esse chamamento de Deus
encerra uma preparao de todos os chamados, para que o Filho
unignito de Deus se converta em primognito de muitos irmos, que
conformam agora a famlia de Deus, porque agora tm a vida e a
natureza de Deus, e formam agora o Corpo de Cristo. O Senhor era o
Filho unignito, mas ao encarnar, morrer e ressuscitar, se converteu
tambm no primognito, dando-nos a vida eterna.
Sem que mencionemos o catolicismo romano, que a religio da
salvao pelas obras por antonomsia; tem se estendido no
protestantismo uma espcie de evangelho de obras, consistente em
ter que fazer coisas para que se v prorrogando em ns a salvao
sem considerar que, pela excelente obra de Seu Filho, Deus j nos tem
dado. Temos sido salvos pela cruz de Cristo. Proliferam por ai as
organizaes com listas de mandamentos e proibies, para que os
irmos as cumpram, e com o qual, talvez sem que tenha sido proposto
a eles, tem substitudo a autntica transformao subjetiva e vida no
Esprito. O que diz a Palavra de Deus?
"sabendo, contudo, que o homem no justificado por obras da lei, e
sim mediante a f em Cristo ,esus, tambm temos crido em Cristo
,esus, para que f(ssemos justificados pela f em Cristo e no por
obras da lei, pois, por obras da lei, ningum ser justificado." (Gl.
2:16).
H outras citaes bblicas que falam por si s: " e, por meio dele,
68
todo o que cr: justificado de todas as coisas das quais v's no
pudestes ser justificados pela lei de Doiss. " (Atos 13:39).
"que nos salvou e nos chamou com santa vocao* no segundo as
nossas obras, mas conforme a sua pr'pria determinao e graa que
nos foi dada em Cristo ,esus, antes dos tempos eternos" (2 Timoteo
1:9).
O cristo, que tem recebido sua salvao gratuita de Deus, deve
desenvolver sua vida espiritual; no ficar como uma criana; no deve
inclinar-se sob o guiar de sua natureza carnal, Mas crescer e chegar a
ser um vencedor. A criana no se preocupa pelas coisas profundas de
Deus, nem tem capacidade para perceb-las, seno que se baseia nos
rudimentos. Lemos em Glatas 4:3: "Assim, tambm n's, quando
ramos menores, estvamos servilmente sujeitos aos rudimentos do
mundo". De acordo com o contexto, uma criana e um escravo em
nada diferem; so escravos da lei, de obrigaes, de estatutos, de
rudimentos. Logo diz no versculo 9: "mas agora que conheceis a &eus
ou, antes, sendo conhecidos por &eus, como estais voltando, outra
ve), aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo, quereis
ainda escravi)arJvos0" quais so esses rudimentos? Por exemplo, nos
versculos 10 e 11 diz: "Puardais dias, e meses, e tempos, e anos.
11 %eceio de v's tenha eu trabalhado em vo para convosco".
Sutilmente se instituem mandamentos e cargas para os irmos;
proibies rudimentares na carne; instituies forosas de certos dias,
certas comidas e certas aparncias externas. O Senhor j despojou ao
inimigo, aos carcereiros, de todos os decretos que nos condenavam, e
triunfou sobre essas potestades (cfr. Colossenses 2:13-15); agora nos
tem feito servos Dele. Ainda que o crente deve vestir-se
decentemente, entretanto,as vestes de justia do crente no tem
relao com os trajes que colocamos, e sim com a vida de Deus em
ns e nossa obedincia a Ele. Leiamos em Colossenses 2:16-19:
"1? "ingum, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia
de festa, ou lua nova, ou sbados,14 porque tudo isso tem sido
sombra das coisas que haviam de vir* porm o corpo de Cristo.16
"ingum se faa rbitro contra v's outros, preteKtando humildade e
culto dos anjos, baseandoJse em vis<es, enfatuado, sem motivo
algum, na sua mente carnal,1F e no retendo a cabea, da qual todo
o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce
o crescimento que procede de &eus".
69
Ningum cresce espiritualmente obedecendo leis e estatutos de
outros, e menos dos que dizem ser muito espirituais e no so. Estas
pessoas dominam aos que seguem sendo crianas no esprito. Quem
se agarra no a pretendidas cabeas, seno verdadeira Cabea da
Igreja, o Senhor Jesus, experimentando a normal nutrio corporativa,
seu desenvolver espiritual verdadeiro, no aparente; essa pessoa
chega a ser um vencedor, e ningum o pode privar de seu prmio
como vencedor. A orao no deve ser uma carga, seno um deleite,
uma constante comunicao com o Ser que amamos, que palpita com
amor dentro de ns; um Ser maravilhoso que est se formando em
ns. As vezes chega-se a crer que pela quantidade, que quanto mais
oramos e lemos a Bblia, somos mais vencedores. Logo segue dizendo
nos versos 20-23:
" H; !e morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que,
como se viv:sseis no mundo, vos sujeitais a ordenanasGH1 no
manuseies isto, no proves aquilo, no toques aquiloutro,HH segundo
os preceitos e doutrinas dos homens0 -ois que todas estas coisas, com
o uso, se destroem.H@ Lais coisas, com efeito, t:m apar:ncia de
sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor
asctico* todavia, no t:m valor algum contra a sensualidade".
Um crente pode perfeitamente praticar certo ascetismo em seus
costumes morais, religiosos e rituais, e continuar sendo um menino ,
carnal, submetido a preceitos; mas pela Palavra e a experincia
sabemos que o cumprimento de preceitos no livra a sua alma dos
apetites da carne. Que diremos, por exemplo, do jejum? O jejum se
tem convertido em um legalismo; h muita gente que no sabe por
que esta jejuando; pelo simples fato de que o jejum esteja institudo
em sua congregao? possvel que se tenha chegado ao farisasmo a
respeito; como aquele homem que se jactava de que jejuava duas
vezes por semana (Lucas 18:12), quando a lei s lhe mandava uma s
vez ao ano, no dia da expiao (Atos 27:9; Levtico 16:29).
Lemos em 1 Timteo 4:1-3: " $ra, o sp+rito afirma eKpressamente
que, nos Iltimos tempos, alguns apostataro da f, por obedecerem a
esp+ritos enganadores e a ensinos de dem(nios,H pela hipocrisia dos
que falam mentiras e que t:m cauteri)ada a pr'pria consci:ncia,@ que
pro+bem o casamento e eKigem abstin:ncia de alimentos que &eus
criou para serem recebidos, com a<es de graas, pelos fiis e por
quantos conhecem plenamente a verdade". O Esprito Santo mora em
70
nosso esprito, onde nos fala e nos adverte que nos guardemos desses
espritos enganadores e da doutrina dos demnios que trabalham com
os mentirosos, aos quais a hipocrisia lhes tem cauterizado a
conscincia. O Esprito nos avisa desses ataques quando nosso esprito
est exercitado para escutar a voz de Deus.
O celibato e o ascetismo so doutrinas de demnios, posto que
atentam contra a continuidade e multiplicao da humanidade; o
mesmo que abster-se de certos alimentos necessrios para continuar
vivendo. Ningum mais santo que outro pelo fato de ser celibatrio
ou porque se abstenha de comer alguns alimentos. Pelo contrrio,
podem cair em armadilhas de severas tentaes. H falsos
ensinamentos religiosos que tem aparncia de piedade, que
aparentemente te impulsionam santidade por meio de tuas prprias
obras mortas, mas que no fundo so obstculos para o verdadeiro
fortalecimento espiritual.
Levemos em conta que no mercado religioso com freqncia se tem
por fundamental o que apenas se trata de rudimentos. Por exemplo,
diz em Romanos 14:3,5,17: " quem come no despre)e o que no
come* e o que no come no julgue o que come, porque &eus o
acolheu... C Rm fa) diferena entre dia e dia* outro julga iguais todos
os dias. Cada um tenha opinio bem definida em sua pr'pria mente..
14 -orque o reino de &eus no comida nem bebida, mas justia, e
pa), e alegria no sp+rito !anto ". Estas questes das comidas e dos
dias de observncia religiosa so assuntos menores e secundrios para
o Senhor, que nem salvam nem impedem a salvao. Se Deus tem
recebido algum mediante a obra de Seu Filho, ns tambm devemos
receber. Todos os que tm sido lavados pelo sangue do Senhor Jesus,
so nossos irmos. O reino de Deus j se manifesta hoje na Igreja,
que a esfera onde o Senhor exerce Sua autoridade nesta era; e o
que eu comer e beber no vai a detrimento da justia, a paz e o gozo
que me proporciona o Esprito Santo, e a relao que eu devo manter,
viver e expressar aos demais.
A salvao e as &oas o&ras
Por outro lado, levamos em conta que nossos pecados esto diante de
Deus, e tambm se fazem sentir em nossa conscincia acusadora; e
devido a isto, o homem tem inventado a salvao das boas obras. Para
71
qu? Para subornar a conscincia, a qual constantemente lhe acusa
que est condenado. Alguns tm inventado a teoria da balana, que
consiste na crena de que Deus vai pesar em uma balana as obras de
todos e cada um dos homens. Em um pratinho vai por as obras boas e
no outro as ms. Se as boas pesam mais, vai para o cu, e se pesam
mais as ms, ele vai para o inferno. Existem pessoas que enganam a
si mesmas pensando que suas obras tem algum mrito diante de Deus
como para que Ele as contabilize para salvar a pessoa.
Estamos na era da graa. O que significa isso? O que graa? A Bblia
declara que Deus amor (1 Joo 4:8): no meramente que ama,
seno que sua natureza amor. Ele ama o homem, e o vendo
necessitado e perdido, pe em ao Seu amor, e manifesta Sua
misericrdia; mas no fica na simples misericrdia, porque Ele sabe
que s isso no resolveria nossa miservel situao; de maneira que o
amor de Deus tem uma expresso que vai mais alm da sua
misericrdia, e a graa de Deus para com o homem. A graa a
obra de Deus em favor do homem necessitado, perdido, condenado.
No Antigo Testamento se fala da lei, que consiste nas demandas de
Deus para com o homem, para que o homem faa obras para Deus;
mas a graa, manifestada no Novo Testamento, o contrrio, a obra
que Deus faz em favor dos homens, e essa obra a faz em Seu Filho,
Jesus Cristo. Ele o Cordeiro de Deus que foi imolado desde antes da
fundao do mundo.
verdade que a partir do Conclio de Trento, o catolicismo romano
aprovou a aceitao da doutrina da graa e da f, para a salvao,
mas na prtica; o das obras havia se arraigado profundamente, tanto
que ainda hoje em dia se exalta a santidade de algumas pessoas, no
necessariamente com base na graa e obra de Deus a favor deles e
neles, seno nas obras e mritos deles mesmos, como se houvessem
conquistado a salvao e a exaltao com a ajuda de seus mritos
pessoais. Ento talvez me diro, acaso no chegaram a ser autnticos
vencedores? Isso s o Senhor sabe. Apesar do anotado acima do
Conclio de Trento, a teologia catlica na prtica segue sustentando
"7ue o sacri13cio de %osso Se%5or Besus Cristo %o 1oi su1icie%te
e e%to6 tem 7ue 1a'er o 0agar missas6 res0o%sos6 0e%it4%cias6
com0rar i%dulg4%cias6 medal5as6 etc#6 e tratar a todo custo de
agregar m2ritos 0ara a rede%o e a ga%5ar a Sal$ao 0or
obras"*(2). Ns simplesmente vemos as aparncias; s Deus conhece
72
a realidade das coisas, e no podemos julgar antes de que chegue o
dia do tribunal de Cristo, em Sua segunda vinda, onde e quando
nossas obras sero examinadas e julgadas. Deus no nos faz objetos
de Sua graa com base em nossos mritos pessoais; o contrrio,
estes obstaculizam a manifestao da graa de Deus; precisamente
nossa vida de pecado e perdio, que nos tem feito necessitados de
que a graa de Deus se manifeste. A graa de Deus tem seu
fundamento no amor e a misericrdia de Deus, manifestada pela obra
de Cristo na cruz do Calvrio.
OJ&K Baime Orti' Sil$a# FPerses Alteradas da Pala$ra de DeusF#
Ra%som Press I%ter%atio%al# "???# P<g# **#
Como no Tabernculo de Moiss, um vu separava o Lugar Santo do
Lugar Santssimo (xodo 26:33), assim o pecado um vu que nos
separa de Deus; por isso quando Ado pecou se escondeu de Deus. Foi
quando Deus comeou a buscar o homem, a cham-lo, pois o homem
jamais tem tomado a iniciativa de buscar a Deus; e quando Deus o
encontrou, o homem estava tapando sua nudez com folhas,
escondendo seu pecado com obras humanas de aparncia religiosa. E
assim tem sido todo o tempo. Mesmo os crentes, includos muitos dos
vencedores, vivem escondidos, nos falta transparncia diante dos
irmos e diante de Deus. Portanto, necessrio que nos despojemos
de toda falsa aparncia de piedade, de todo vu; necessrio que no
escondamos nada a ningum. Se aqui insistimos em esconder algo por
vergonha, l o saber todo o corpo dos crentes. O vu uma
artimanha da alma que no tem experimentado a cruz, para esconder
seu verdadeiro estado. Enquanto nosso vu no for de todo tirado, no
pode ser completada nossa restaurao. Como podemos ser
plenamente liberados de ns mesmos? Se ns no nos julgamos
agora, e levamos a cruz agora e nos negamos agora, o Senhor nos
julgar em Seu tribunal. Poucos crentes compreendem que nossa
salvao ainda no foi completada, e que ainda no andamos
plenamente na luz. Ningum pode andar na luz se no anda em unio
com o Senhor; em pleno acordo com Ele.
Muitos de ns vivemos muito ocupados fazendo muitas coisas boas
para o Senhor, mas muito poucos esto fazendo o que na realidade Ele
lhes tem chamado a fazer. H um constante chamamento do Senhor a
Seus servos, a que se ponham de acordo com Ele. Levemos muito em
73
conta que nenhum grupo religioso tem a exclusividade do Senhor.
Com freqncia costumamos moldurar muito mal ao Senhor;
desconhecendo Suas legtimas dimenses e Seu corao. Cada crente
deve viver como os trilhos da linha frrea; um trilho de nada serve se
falta o outro, e no crente um trilho se chama crer, e o outro, obedecer.
*asti#o tempor%rio dos crentes
No somos salvos por obras, mas no podemos ter participao no
reino vindouro seno pelas obras. Todas as nossas obras de agora
como filhos de Deus sero examinadas. Quando o Senhor vier julgar
nossas obras, sejam boas ou sejam ms; e de acordo com as
Escrituras, tem vrias categorias de crentes derrotados, logo tambm
h variao em relao ao castigo dispensacional milenar, a saber:
re$as eDteriores. Por exemplo, alguns no tm pecados no
resolvidos, esse no o problema deles; mas ainda assim no
trabalharam adequadamente, foram descuidados, ou no obedeceram
aos princpios para a edificao da casa do Senhor, e se fizeram algo,
o fizeram conforme a sua prpria vontade humana; estes iro para as
trevas exteriores; no tero parte nas festas de bodas do Cordeiro, e
estaro fora da resplandecente glria do reino, cheios de remorso e
sentimento de culpa. Consideremos alguns versculos. Diz Mateus
8:11-12: "11 &igoJvos que muitos viro do $riente e do $cidente e
tomaro lugares 9 mesa com Abrao, =saque e ,ac' no reino dos
cus.1H Ao passo que os filhos do reino sero lanados para fora, nas
trevas* ali haver choro e ranger de dentes".
Ainda que aqui se refere particularmente aos judeus, entretanto, nos
serve para sustentar que fora da resplandecente glria do reino dos
cus haver trevas, onde muita gente salva ser disciplinada, onde
haver remorso e terrvel dor por no haver feito as coisas bem, o
qual diferente do ser lanado no lago de fogo. Ser lanado nas trevas
exteriores no significa que a pessoa perea eternamente, mas que
castigada dispensacionalmente; o crente desqualificado e por no
haver vivido uma vida vencedora por meio de Cristo, no pode
desfrutar do reino durante o milnio. Diz em Mateus 22:13: " nto,
ordenou o rei aos serventesG AmarraiJo de ps e mos e lanaiJo para
fora, nas trevas* ali haver choro e ranger de dentes". Todo crente
74
chamado, mas poucos so escolhidos para receber una recompensa;
s o que vencer recebe recompensa. Tambm ao final da parbola dos
talentos, o servo intil lanado fora, nas trevas. "E o servo intil,
lanai-o para fora, nas trevas. Ali haver choro e ranger de dentes"
(Mt. 25:30). Aqui se v que no se julga a salvao do crente, a qual
no por obras, mas que se trata do juzo da fidelidade do servo
frente obra do Senhor. um castigo temporrio para um servo salvo
do Senhor.
Aoites. Em Lucas 12:35-40 vinha a Palavra falando do servo
vigilante; de pronto, nos versculos 41-48, fala da outra cara da
moeda, os servos negligentes, assim:
" B1 nto, -edro perguntouG !enhor, proferes esta parbola para n's
ou tambm para todos0BH &isse o !enhorG Quem , pois, o mordomo
fiel e prudente, a quem o senhor confiar os seus conservos para darJ
lhes o sustento a seu tempo0B@ AemJaventurado aquele servo a
quem seu senhor, quando vier, achar fa)endo assim.BB
.erdadeiramente, vos digo que lhe confiar todos os seus bens.
BC Das, se aquele servo disser consigo mesmoG Deu senhor tarda em
vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber e a
embriagarJse,B? vir o senhor daquele servo, em dia em que no o
espera e em hora que no sabe, e castigJloJ, lanandoJlhe a sorte
com os infiis B4 Aquele servo, porm, que conheceu a vontade de
seu senhor e no se aprontou, nem fe) segundo a sua vontade ser
punido com muitos aoites.B6 Aquele, porm, que no soube a
vontade do seu senhor e fe) coisas dignas de reprovao levar
poucos aoites. Das 9quele a quem muito foi dado, muito lhe ser
eKigido* e 9quele a quem muito se confia, muito mais lhe pediro".
Ali fala de aoites aos servos infiis, aos descuidados; e fala de castigo
a esses servos no mesmo lugar onde estaro os infiis e incrdulos do
mundo. Diz Hebreus 12:6: " porque o !enhor corrige a quem ama e
aoita a todo filho a quem recebe". O Senhor jamais tem por servos
aos que no lhe pertencem. O Senhor mesmo se submeteu ao Pai em
tudo e se fez servo, e em qualidade de servo no se ps a reclamar
direitos e posies de privilgio. O Senhor se submeteu a sofrer a cruz
sem que primasse sua prpria vontade e sim a do Pai. O que
corresponde a ns? Quais so os direitos que um crente deve
75
reclamar? A respeito diz John Nelson Darby: "Crer 7ue 0odemos
ma%ter %ossos direitos %este mu%do 2 es7uecer a cru' de
Cristo# No 0odemos 0e%sar em %ossos direitos at2 7ue os Seus
se+am reco%5ecidos6 0ois %o temos outros 7ue os Dele". (B#N#
DarbQ# Estudo sobre o >i$ro de A0ocali0se# >a Io%%e Seme%ce6
"?..6 0<g# )&.).
A Ree%a de 1ogo. Outros tm pecados no resolvidos; estes iro
ao fogo temporariamente. O que ter pecados no resolvidos? O
Senhor Jesus morreu na cruz e derramou Seu sangue para perdoar
todos nossos pecados passados, presentes e futuros, manifestos ou
no; e o pecador tem um Advogado diante do Pai, a Jesus Cristo o
Justo, e vence a Satans por meio do sangue do Cordeiro. Estamos j
justificados em Seu sangue (cfr. Romanos 5:9). Mas se podemos pecar
intencional e continuamente, sem arrepender-nos; sem que recusemos
nossos pecados; sem nem sequer tentar elimin-los. O pecador deve
reconhecer seu pecado e confess-lo, apartar-se e restituir. O sermo
do monte ilustra a respeito.
" H1 $uvistes que foi dito aos antigosG "o matars* eG Quem matar
estar sujeito a julgamento.HH u, porm, vos digo que todo aquele
que sem motivo se irar contra seu irmo estar sujeito a julgamento*
e quem proferir um insulto a seu irmo estar sujeito a julgamento do
tribunal* e quem lhe chamarG Lolo, estar sujeito ao inferno de
fogo.H@ !e, pois, ao tra)eres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de
que teu irmo tem alguma coisa contra ti,HB deiKa perante o altar a
tua oferta, vai primeiro reconciliarJte com teu irmo* e, ento,
voltando, fa)e a tua oferta.HC ntra em acordo sem demora com o
teu adversrio, enquanto ests com ele a caminho, para que o
adversrio no te entregue ao jui), o jui), ao oficial de justia, e sejas
recolhido 9 priso.H? m verdade te digo que no sairs dali,
enquanto no pagares o Iltimo centavo" (Mt. 5:21-26).
No contexto vemos trs classes de juzos escalonados de acordo
gravidade do ato e mencionados conforme o transfundo judeu dos
irmos que, nesse momento, escutavam ao Senhor. O primeiro juzo
se realiza na porta da cidade, onde se resolvem os assuntos menores
(Ge. 19:1,9; Rt 4:1-6; 2 Sm. 15:1-6); o segundo juzo era no Sindrio
ou tribunal supremo dos judeus, e o terceiro um juzo supremo, o de
Deus, uma de cujas penas pode ser na Geena de fogo. A Geena o
76
mesmo lago de fogo. Se no te reconcilias com teu irmo agora,
possvel que passes uma temporada larga no lago de fogo, at que
pagues o ltimo quadrante, at que teu corao seja limpo de todo
dio. No vais sofrer a segunda morte, mas te tocar um tempo.
Ns somos o povo do reino e temos um Rei que h de vir, e
compareceremos diante de Seu tribunal. Um filho de Deus no
necessariamente peca quando comete o ato, e sim quando em seu
corao j tem a inteno, o desejo, a atitude. Se no vivemos a
qualidade de vida espiritual que exige nossa condio de novas
criaturas, j estamos em perda, estamos derrotados. O contexto nos
diz que se trata de irmos da Igreja. Diz nos versculos 29-30: "HF !e
o teu olho direito te fa) tropear, arrancaJo e lanaJo de ti* pois te
convm que se perca um dos teus membros, e n+o seja todo o teu
corpo lan-ado no inferno .@; , se a tua mo direita te fa) tropear,
cortaJa e lanaJa de ti* pois te convm que se perca um dos teus
membros, e no v todo o teu corpo para o inferno ". Se algo muito
atrativo para mim e me traz oportunidade de pecado, com ele ofendo
a Deus e a outras pessoas, devo cortar com isso. Recomendamos
tambm ler Mateus 10:28; 18:9; 23:15,33; Marcos 9:43,45,47; Lucas
12:5.
Priso. De acordo com a gravidade de nossa condio espiritual,
assim seremos julgados quando vier o Senhor. Outros iro para o
crcere. Lemos em Mateus 5:24b-26: " vai primeiro reconciliarJte com
teu irmo* e, ento, voltando, fa)e a tua oferta.HC ntra em acordo
sem demora com o teu adversrio, enquanto ests com ele a caminho,
para que o adversrio no te entregue ao jui), o jui), ao oficial de
justia , e sejas recol#ido . pris+o .H? m verdade te digo que n+o
sair*s dali, en'uanto n+o pagares o ,ltimo centavo". Aqui o
caminho representa a era atual nesta terra, o juiz Cristo e o oficial
de justia o anjo, e possvel que a priso ou o crcere seja o lago
de fogo. Note que no se trata de condenao eterna; o servo vai sair
do crcere quando houver cumprido seu castigo, de acordo com a
magnitude da falta.
Diz Mateus 24:48-51: " Das, se aquele servo, sendo mau, disser
consigo mesmoG Deu senhor demoraJse,BF e passar a espancar os
seus companheiros e a comer e beber com brios,C; vir o senhor
daquele servo em dia em que no o espera e em hora que no sabe
77
C1 e castigJloJ, lan-ando-l#e a sorte com os #ipcritas * ali
haver choro e ranger de dentes ".
Observamos tambm que a Escritura nos revela aqui que o servo no
castigado eternamente, porm ter sua parte no mesmo lugar onde
iro os hipcritas; "somente um castigo dispensacional. Observe
que o servo crente, um santo, pois chama ao Senhor: "meu
Senhor", mas se ps a tratar mal aos irmos na f e a juntar-se com
gente mundana e a participar no que o mundo participa.
O cristo julgado por sua obedincia, por seu servio, por sua
fidelidade. O que caracteriza a um vencedor hoje? O cristo vencedor,
mais que trabalhar, serve, porque o servio genuno envolve o amor, a
disponibilidade, a compreenso, mas sobre tudo a obedincia. O que
trabalha sem amor, se vangloria, se envaidece. Quando Cristo tem a
preeminncia em tudo em nossa vida, lhe servimos com amor. Quando
Cristo tem a preeminncia em todas as tuas coisas, tanto nas
experincias doces como nas amargas, s vencedor, porque Cristo
nossa vida. Um crente no chega a ser pobre no esprito, ou humilde
ou amvel, porque meramente lhe so propostas estas coisas; sem
Cristo no podemos fazer nada bom. A carne no pode produzir algo
meritrio. Toda bondade carnal hediondez para o Senhor. No se
trata de que Ele nos complete no que nos faz falta; se trata de Sua
vida em ns. Por que s um vencedor? Porque tens te negado, j te
consideras dbil, tu j no vives; agora tua vida Cristo, tua fortaleza
Ele, e Cristo o que vence em ti. No momento em que comeares a
jactar-te (de poder espiritual, de tuas obras para o Senhor, por
exemplo), e confiar em ti mesmo, comeastes a ser um derrotado. Se
fores consciente de que s dbil e que no podes esperar de ti nada
bom, te consagras ao Senhor de maneira absoluta, pondo Nele toda a
confiana e f, e permitindo que seja o Senhor de toda tua vida e de
teu andar. O que negar a si mesmo? Leiamos uma magnfica,
simples e eloqente definio que nos proporciona o irmo Paul Cain:
"Gas o 7ue sig%i1ica morrer a ti mesmoS Am blo7ueio ou
i%terru0o do curso %ormal de tua $ida 0ela i%ter$e%o de
Deus6 isso 2 morrer a ti mesmo# Eua%do todos te es7uecem ou
te descuidam6 ou a 0ro0Csito te colocam de lado6 e tu %o
alime%tas tua dor6 %em 0ermites ao i%sulto ou ao des0re'o 1erir
teu i%terior6 se%o 7ue 0elo co%tr<rio6 co%sideras uma 5o%ra o
0oder so1rer 0or Cristo6 isso 2 morrer a ti mesmo# Eua%do ai%da
78
da7uele 7ue 1a'es bem 2 criticado6 e teus dese+os so
co%trariados6 teu co%sel5o des0re'ado e tua o0i%io
ridiculari'ada6 e e%treta%to assim tu te recusas a deiDar subir a
ira a teu corao e %o tomas %e%5uma i%iciati$a 0ara
de1e%der-te6 se%o 7ue aceitas tudo com 0aci4%cia e amor6 isso
2 morrer a ti mesmo# Eua%do %u%ca 1a'es 7uesto de ser citado
ou reco%5ecido 0or outros6 ou de di$ulgar tuas boas obras6
se%o 7ue $erdadeirame%te te%s 0ra'er em ser desco%5ecido6
isso 2 morrer a ti mesmo# Eua%do $4s a teu irmo 0ros0erar e
7ue suas %ecessidades se+am su0ridas6 e tu 0odes
5o%estame%te rego'i+ar-te com ele %o es03rito6 sem se%tir
i%$e+a6 %em 7uestio%ar a Deus6 a0esar de ter tuas %ecessidades
muito maiores 7ue as dele e estar em circu%st/%cias muito
mais deses0era%tes6 isso 2 morrer a ti mesmo# Eua%do 0uderes
receber correo e re0ree%so de 0essoas 7ue tem uma
estatura e maturidade me%or 7ue a tua6 e 0uderes submeter-te
5umildeme%te 0or de%tro e %o to some%te 0or 1ora6 sem 7ue
sur+a resse%time%to %em amargura em teu corao6 isso 2
morrer a ti mesmo". JPaul Cai%# /lerta para la Iglesia# Ge%sa+e
e% Ta%sas6 ASA6 diciembre#U?.#K#
Cap. 4A: OS VENCEDORES E AS O+RAS
As quatro etapas da o&ra de *risto
O Senhor est edificando sua casa; esse seu grande propsito. E
para isso Deus tem se revelado por etapas. Na Bblia vemos um
processo ascendente dessa revelao divina ao homem. No comeo,
quando o homem pecou, Deus disse ( serpente): "-orei inimi)ade
entre ti e a mulher, entre a tua descend:ncia e o seu descendente.
ste te ferir a cabea, e tu lhe ferirs o calcanhar." (Gn. 3:15). A
aparece um comeo de revelao de Deus para o curso da histria e
da economia divina. Essa serpente antiga se tem feito sentir na
histria da humanidade, e tem se desenvolvido tanto que chegou a ser
um grande drago com sete cabeas e dez chifres. Mas Deus tambm
vem desenrolando seus propsitos; e formou para si a nao de Israel,
por meio da qual manifesta-se ao mundo e d testemunho de sua
79
unidade, de seu poder, de sua palavra, de seus propsitos eternos, e
da encarnao de Seu Verbo. Enquanto manifestao do Filho de
Deus, o Salvador, podemos ver quatro etapas definidas:
Primeira eta0a . O Verbo divino estava com o Pai (Jo1:1,2); com
Ele estava eternamente. ""o princ+pio era o .erbo, e o .erbo estava
com &eus, e o .erbo era &eus.H le estava no princ+pio com &eus ".
Segu%da eta0a# Historicamente encarna por obra do Esprito Santo
em uma mulher hebria de uma famlia oriunda de Belm,
descendentes do rei Davi. "1B o .erbo se fe) carne e habitou entre
n's, cheio de graa e de verdade, e vimos a sua gl'ria, gl'ria como do
unig:nito do -ai/. 2 ,o 1G1B3 / H; nquanto ponderava nestas coisas,
eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do !enhor, di)endoG ,os,
filho de &avi, no temas receber Daria, tua mulher, porque o que nela
foi gerado do sp+rito !anto.H1 la dar 9 lu) um filho e lhe pors o
nome de ,esus, porque ele salvar o seu povo dos pecados deles "
(Mt. 1: 20-21). Cresceu como homem, batizado, exerce seu
ministrio pblico.
erceira eta0a. Submete-se morte na cruz, sepultado e
ressuscita ao terceiro dia; foi ascendido e glorificado. " Antes de tudo,
vos entreguei o que tambm recebiG que Cristo morreu pelos nossos
pecados, segundo as scrituras,B e que foi sepultado e ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as scrituras. " (1 Co. 15:3-4). ",esus, porm,
tendo oferecido, para sempre, um Inico sacrif+cio pelos pecados,
assentouJse 9 destra de &eus" (Hb. 10:12).
Euarta eta0a. Seu Esprito desce a morar em ns os crentes. " 1?
eu rogarei ao -ai, e ele vos dar outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco,14 o sp+rito da verdade, que o mundo
no pode receber, porque no no v:, nem o conhece* v's o conheceis,
porque ele habita convosco e estar em v's" (Jo. 14:16-17). " Lodos
ficaram cheios do sp+rito !anto e passaram a falar em outras l+nguas,
segundo o sp+rito lhes concedia que falassem" (At. 2:4). /"o sabeis
que sois santurio de &eus e que o sp+rito de &eus habita em v's0"
(1 Co. 3:16). Isto se reflete tanto no judasmo como no cristianismo.
". Para os judeus ainda no veio o Messias; se pode dizer que eles
80
seguem na primeira etapa. Os judeus crem que vir um Messias, mas
no Deus encarnado.
&. Com relao aos catlicos romanos, eles no sentem que so
moradas de Deus. algo completamente alheio a sua prtica religiosa
e ritual. Seus sacerdotes e telogos vivem e ensinam a segunda etapa.
(. As organizaes crists denominacionais em geral vivem a terceira
etapa. Com freqncia pedem que desa o Esprito Santo sobre eles.
). Mas h um grupo de irmos que vivem na quarta etapa. Somos
morada de Deus no Esprito. Agora Cristo est se formando em ns;
Ele nosso Senhor e Salvador, logo a Ele pertencemos, e tem vindo a
morar dentro de ns, em nosso esprito. Isso significa que temos crido
em Cristo como o fundamento da edificao da casa de Deus; mas o
que havia em ns antes de que isso ocorresse? Se ramos religiosos,
em que etapa estvamos? Para poder edificar sobre o nico
fundamento, primeiro tem que se destruir o que antes havia, derrubar
o velho, tanto a nvel pessoal como no institucional.
Por exemplo em Marcos 13:1,2 diz: " 1 Ao sair ,esus do templo, disseJ
lhe um de seus disc+pulosG DestreM Que pedras, que constru<esM
H Das ,esus lhe disseG .:s estas grandes constru<es0 "o ficar
pedra sobre pedra, que no seja derribada".
Talvez os discpulos esperassem que Jesus falasse algo elogioso do
que Herodes havia construdo e embelezado; mas no; para poder
edificar a igreja tem que se derrubar o judasmo; e no somente ao
judasmo, seno tambm a todos os sistemas que tem se desviado do
verdadeiro modelo da igreja bblica. Esse antigo templo de Jerusalm
j no podia dar morada a Deus, pois j se tratava somente da
sombra ou a maquete do que o verdadeiro edifcio (Hb 8:5: 10:1).
" -orque de &eus somos cooperadores* lavoura de &eus, edif+cio de
&eus sois v's" (1 Co. 3:9).
Quando Paulo disse "ns referia-se aos apstolos, neste caso como os
mestres de obra. "1 ele mesmo concedeu uns para ap'stolos,
outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores
e mestres,1H com vistas ao aperfeioamento dos santos para o
desempenho do seu servio, para a edificao do corpo de Cristo" (Ef.
4:11,12). Nessa edificao da casa de Deus, cada santo tem alguma
responsabilidade. Por que somos colaboradores de Deus? Porque
fazemos parte da casa de Deus, somos moradas de Deus e templo de
81
Deus. "1? "o sabeis que sois santurio de &eus e que o sp+rito de
&eus habita em v's014 !e algum destruir o santurio de &eus, &eus
o destruir* porque o santurio de &eus, que sois v's, sagrado " (1
Co. 3:16).
Destruir o templo de Deus dividi-lo. Ao entender uma pessoa que
somos o corpo de Cristo e templo de Deus, pode ver a realidade dessa
unidade, mas se busca a diviso, a est destruindo. O Senhor est
edificando sua Igreja, O fundamento j est posto, Cristo; uma
pessoa j tem o fundamento quando tem recebido a Cristo pela f. E
estamos "edificados sobre o fundamento dos ap'stolos e profetas,
sendo ele mesmo, Cristo ,esus, a pedra angular" (Ef. 2:20). No Novo
Testamento ns somos edificados tanto individual como
corporativamente. Somos um corpo e formamos o templo do Senhor.
$ vencedor e as recompensas
Uma vez mais deixamos claro que no temos que confundir a vida
eterna, ou salvao eterna, com o reino dos cus. No temos que
confundir o dom com o galardo. A vida eterna se recebe do Senhor
pela f, como um dom gratuito. No temos que fazer nada para
merecer a salvao eterna. Em troca o reino dos cus temporrio,
mil anos, e se ganha por obras. H de se trabalhar para merecer o
reino dos cus. Diz 2 Joo 8: "AcautelaiJvos, para no perderdes
aquilo que temos reali)ado com esforo, mas para receberdes
completo galardo". Isto significa que devemos estar vigilantes por
ns mesmos, para que no se arrune o fruto de nosso trabalho.
Tambm em Colossenses 3:24-25, nos diz a Escritura: " HB cientes de
que recebereis do !enhor a recompensa da herana. A Cristo, o
!enhor, que estais servindo*HC pois aquele que fa) injustia
receber em troco a injustia feita* e nisto no h acepo de
pessoas".
A Palavra do Senhor no registra nem uma nica vez que o reino dos
cus se recebe por graa por meio da f. Por exemplo, se leres as
bem-aventuranas em Mateus 5, encontrars que para entrar no reino
dos cus se necessita, entre outras coisas, ser pobres de esprito, e
sofrer perseguio por causa da justia; em troca a vida eterna se
recebe por f, imerecidamente, sem que algum deva fazer nada para
receb-la, nem bom nem mal; pelo contrrio, diz que no por obras
82
para que ningum se glorie.
No nos apelide de Nscios se no deixamos de repetir que a salvao
um presente de Deus; mas que tambm devemos trabalhar para
participar no reino. Se trabalharmos conforme o plano de Deus,
receberemos recompensa; mas se no trabalhamos, ou se o fazemos
na carne, receberemos castigo.
Jesus *risto+ o fundamento
Lemos em 1 Corntios 3:8-10: "$ra, o que planta e o que rega so
um* e cada um receber o seu galardo, segundo o seu pr'prio
trabalho.F -orque de &eus somos cooperadores* lavoura de &eus,
edif+cio de &eus sois v's.1; !egundo a graa de &eus que me foi
dada, lancei o fundamento como prudente construtor* e outro edifica
sobre ele. -orm cada um veja como edifica".
Nestes versculos a Escritura fala que o que trabalha recebe sua
recompensa, que como um incentivo para os servos do Senhor que
trabalham em Sua obra. Deus est trabalhando em Sua lavoura e ns
somos Seus colaboradores, porque a Igreja a terra cultivada por
Deus onde Cristo foi plantado; e essa terra tem de ser regada,
adubada, limpa, para que produza o fruto previsto na Palavra. Alm de
lavoura, a Igreja o edifcio de Deus, a casa de Deus, a qual est se
construindo; o Senhor est trabalhando nessa construo com a nossa
colaborao. Quem trabalha nessa edificao? Ns, uns mais que
outros, ainda que alguns no faam nada. Mas muitos trabalham
usando mtodos, planos e materiais que no so de Deus. Paulo ps o
fundamento, a base do ensinamento; as cartas de Paulo so a
revelao da Igreja. Cada um deve saber como edifica sobre este
nico fundamento da Igreja. Algum pode estar ocupado edificando
sobre o fundamento de Jesus Cristo, mas obedecendo, no a Palavra,
no ao evangelho, no s cartas de Paulo nem ao resto do Novo
Testamento, seno as outras diretrizes diferentes, outras correntes
doutrinais, outras tradies, idias, estatutos, leis e normas de
organizaes e lideranas de fatura humana. A casa de Deus
edificada pelo prprio Senhor; sem Ele toda edificao intil. Diz o
Salmo 127:1: "!e o !"#$% no edificar a casa, em vo trabalham os
que a edificam* se o !"#$% no guardar a cidade, em vo vigia a
sentinela".
83
'ateriais da construo
Seguimos lendo 1 Corntios 3: "-orque ningum pode lanar outro
fundamento, alm do que foi posto, o qual ,esus Cristo" (vv.11,12).
Na edificao da casa de Deus h um nico fundamento, que Seu
Filho Jesus Cristo, a pedra angular. Aqui figuram seis elementos com
os quais se est edificando. Os trs primeiros, ouro, prata e pedras
preciosas, simbolizam a Trindade divina: Pai, Filho e Esprito Santo. Os
trs ltimos, madeira, feno e palha, simbolizam o humano nessa sobre
edificao; o ltimo grupo se contrape ao primeiro, pois os
pensamentos do homem no so os de Deus. Deus quer edificar sua
casa com os trs primeiros elementos. O ouro se refere natureza
divina, vontade de Deus, o eterno, o que jamais se envelhece, o
mais glorioso; ao passo que a madeira a natureza humana, o que
perece. Por exemplo, no tabernculo o principal Cristo, a arca, a qual
estava feita de madeira de accia (a humanidade de Cristo) recoberta
de ouro (a divindade de Cristo). De maneira que caso se edifique em
ouro significa que se est obedecendo vontade de Deus consignada
no Novo Testamento; mas se em madeira, porque se est
obedecendo outras opinies; o que tem feito o cristianismo a partir
do sculo V desta era. Mas se seguimos ao Senhor Jesus, devemos
fazer sua vontade, e Ele veio fazer a vontade do Pai que o enviou.
"&isseJlhes ,esusG A minha comida consiste em fa)er a vontade
daquele que me enviou e reali)ar a sua obra." (Jo. 4:34).
Antes que o Senhor nascesse em carne, o Pai j tinha preparado tudo,
galxias, sistemas solares, mares, continentes, tudo o necessrio para
que homem pudesse viver na terra e se pudesse encarnar seu Filho e
salvar Igreja. Deus no vai deixar o cumprimento de seus propsitos
ao critrio dos homens. O primeiro Ado falhou, mas o segundo Ado
veio para vencer, a obedecer a Deus. A partir Dele, Cristo $eio
0re0arar 0ara Deus uma %o$a raa 5uma%a6 o $erdadeiro
5omem V imagem de Deus#
O Pai disse ao Filho o que devia fazer. "u nada posso fa)er de mim
mesmo* na forma por que ouo, julgo. $ meu ju+)o justo, porque
no procuro a minha pr'pria vontade, e sim a daquele que me enviou"
( Jo 5:30 ). Por que insiste o Senhor Jesus nisto? Para nos dar
exemplo de obedincia. "-orque eu desci do cu, no para fa)er a
84
minha pr'pria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.@F
a vontade de quem me enviou estaG que nenhum eu perca de todos
os que me deu* pelo contrrio, eu o ressuscitarei no Iltimo dia " (Jo.
6:38-39).
Voltemos a Efsios 2:19-22: "1F Assim, j no sois estrangeiros e
peregrinos, mas concidados dos santos, e sois da fam+lia de &eus,H;
edificados sobre o fundamento dos ap'stolos e profetas, sendo ele
mesmo, Cristo ,esus, a pedra angular*H1 no qual todo o edif+cio, bem
ajustado, cresce para santurio dedicado ao !enhor,HH no 'ual
tam0m vs juntamente estais sendo edificados para #a0ita-+o
de 1eus no Esprito ".
A que se refere aqui com o fundamento dos apstolos? Refere-se ao
Novo Testamento. Estamos em plena edificao do templo, e o Senhor
quer terminar esse edifcio com pessoas obedientes. Recorde-se que
cada um de ns uma pedra viva, com as quais o Senhor est
edificando sua casa. Ele no busca montes de pedras mortas, nem
sequer que haja montes de pedras por l e outras por c; Ele busca
que estejamos todos juntos para que possamos ser edificados. Quando
Pedro confessou que Jesus o Cristo, o Filho do Deus vivente, o
Senhor lhe disse: "Lambm eu te digo que tu s -edro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno no
prevalecero contra ela ". (Dt 1?G163
O que edifica a Igreja Cristo, e ns somos colaboradores; Ele
conosco e ns com Ele. Se no edificamos com Ele, s estaramos
edificando com madeira. J no seria Sua Igreja; de pronto estaramos
edificando nossas pequenas igrejas.
O que a Igreja? A palavra igreja vem do grego e22lesia (de eS, fora
de, e Slesis, chamamento). Usava-se entre os gregos esta palavra
para se referir a um corpo de cidados reunidos para considerar
assuntos de estado (At. 19:39). A igreja de Jesus Cristo (Mt. 16:18), a
qual seu corpo (Ef. 1:22; 5:22) toda a companhia dos redimidos
atravs da era presente. A Igreja universal do Senhor a mesma que
nasceu no dia de Pentecostes, dez dias depois de haver ascendido o
Senhor destra do Pai.
Ento vemos que nessa construo da Igreja, ns somos Seus
colaboradores, que estamos sobre edificando, "edificados sobre o
fundamento dos ap'stolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo ,esus,
a pedra angular" (f HGH;3. Essa sobre edificao, quando se faz sobre
85
o fundamento dos apstolos e os profetas, ou seja, de acordo com o
que eles pregaram e escreveram, deve ser em ouro, prata e pedras
preciosas, o qual a obra de Deus. Ali o ouro, o metal precioso por
excelncia, representa a natureza de Deus Pai, Sua vida, Sua glria,
Sua justia, Sua obra, Seus propsitos com a criao; a prata se
relaciona com a redeno, a obra do Filho, pelo preo designado pelo
Senhor (Zacarias 11:12; Mateus 16:15), e as pedras preciosas tem a
ver com a manifestao e obra do Esprito Santo na Igreja e na vida
de cada um de ns em particular. As pedras preciosas so carbonos
purificados e trabalhados atravs do tempo com alta presso e
temperaturas elevadas.
Infortunadamente, sobre esse mesmo fundamento, Jesus Cristo,
Freqentemente tambm costuma trabalhar por iniciativa prpria,
valendo-nos de nosso prprio ponto de vista, excluindo a vontade do
Senhor; se abandonam os princpios do fundamento apostlico, do que
eles deixaram registrado pela vontade de Deus, e quando aparecem
outros trs elementos que de alguma maneira se relacionam com os
trs primeiros: madeira, feno e palha. Se algum edifica em madeira,
que representa a natureza do homem, essa obra se destri, se
converte em lixo. Temos por exemplo, a arca do pacto. Foi feita de
madeira de accia recoberta de ouro, pois era um tipo de Cristo,
verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Tambm disse Joo o Batista
em Mateus 3:10: ", est posto o machado 9 rai) das rvores* toda
rvore, pois, que no produ) bom fruto cortada e lanada ao fogo".
Se algum edifica em feno, que uma planta de utilizao peridica,
essa sobre edificao tambm perece e no eterna em comparao
com a salvao eterna que nos assegurou o Senhor Jesus na cruz.
Por ltimo, pode ser que se edifique em palha, que so folhas secas,
mortas, que caem das rvores quando seus tecidos se murcham e j
no lhes chega seiva; isso simboliza as coisas de vistosa aparncia,
mas de uma fragilidade impressionante, so as coisas inteis e de
pouca sustncia, ainda que a ns parea que estamos fazendo muito
bem, especialmente nas palavras e promessas; ou essa demasiada e
intil frondosidade de algumas rvores e plantas; todo o intil com o
qual cremos que estamos agradando ao Senhor, desprezando o
verdadeiro trabalho do Esprito Santo em ns, comparado com as
pedras preciosas. A maturidade de um crente se d atravs de um
86
processo e um rduo trabalho do Esprito do Senhor em ns e conosco,
levando a cruz, negando-nos a ns mesmos, passando por provas.
Deus nos deu sua vida na regenerao, o ouro; tambm nos tem
redimido pela obra de Seu Filho, a prata, e tambm forja dentro de
ns as pedras preciosas, para que sejamos a imagem de Seu Filho.
Deus no troca as pedras preciosas por palha. A vida que Deus nos
tem dado no afetada pelo fogo. Os trs primeiros, o de Deus, so
materiais duradouros, e os trs ltimos so materiais combustveis,
perecveis, por quanto simbolizam a obra do homem. Continuando,
podemos tentar fazer uma comparao um pouco mais detalhada
entre os trs elementos de Deus e os trs elementos do homem:
Ouro. O ouro o primeiro elemento indicado para a sobre edificao
da igreja. O ouro se relaciona com a obedincia vontade do Pai. J
temos visto que o Senhor tem estabelecido e ordena que a edificao
de sua casa se efetue sobre o fundamento posto pelos apstolos e
profetas. "A muralha da cidade tinha do)e fundamentos, e estavam
sobre estes os do)e nomes dos do)e ap'stolos do Cordeiro" (Ap.
21:14). O testemunho dos doze apstolos do Cordeiro fundamental,
pois por meio deles o Senhor nos deixou no Novo Testamento os
detalhes sobre esta edificao do templo. O modelo, pois, da Igreja do
Senhor est no Novo Testamento. A edificao da igreja do Senhor
deve ser sobre a base da unidade do Esprito, no da carne; a unidade
s se pode realizar no amor na igreja de uma localidade. Obedecer
vontade de Deus para edificar a igreja, sobre edificar em ouro. O
ouro, portanto, se contrape madeira. O ouro e a madeira se juntam
na construo da arca do tabernculo, autntico tipo de Cristo,
verdadeiro Deus e verdadeiro homem. "Lambm faro uma arca de
madeira de accia* de dois c(vados e meio ser o seu comprimento,
de um c(vado e meio, a largura, e de um c(vado e meio, a altura.
11 &e ouro puro a cobrirs* por dentro e por fora a cobrirs e fars
sobre ela uma bordadura de ouro ao redor " (Ex. 25:10-11).
Esses dois versculos nos falam do centro do tabernculo. Agora ns
somos o tabernculo de Deus, e a arca (Cristo) a levamos dentro de
ns, em nosso lugar santssimo (nosso esprito regenerado).
Gadeira. A madeira o que se contrape ao ouro; a madeira a
natureza humana; o homem mortal. Mas nessa madeira vem Cristo a
87
morar e trazer o ouro da natureza divina. Cristo vai desenvolvendo em
ns. ", est posto o machado 9 rai) das rvores* toda rvore, pois,
que no produ) bom fruto cortada e lanada ao fogo" (Mt. 3:10).
No se refere s rvores do campo, seno aos homens que no do
fruto de arrependimento. Mateus 7:19 repete nas palavras do Senhor
Jesus. Ele quer que cada um de ns demos abundante fruto; mas fora
de sua vontade no podemos dar fruto. Deus quer que nos
capacitemos para um trabalho em sua obra. Ns em nossa vida
natural podemos ir adquirindo conhecimentos, escalando sucessos,
inclusive posies de onde nos enaltecemos; mas medida que Cristo
se forma em ns, o Esprito Santo vai nos mostrando que h dentro de
ns, e podemos ver os preceitos supersticiosos, os fundamentos
filosficos e religiosos. A religio do mundo se fundiu com a
cristandade; da Babilnia passou esse esprito a formar o papado
romano e do papado passou ao anglicanismo e dali aos batistas, aos
presbiterianos, etc. A igreja do Senhor ficou cativa em um
emaranhado de sistemas construdos com madeira, e o Senhor decidiu
tir-la dali, e continuar sua construo com ouro, prata e pedras
preciosas. Tudo o que no edifica a casa de Deus em unidade do corpo
de Cristo, construdo com madeira; e se queimar. Ns somos a
assemblia dos santos; somos santos porque temos sido apartados
para Deus. Na cristandade infiel tem se metido muito fundamento
filosfico, muito judasmo, muita construo de templos materiais,
muitas leis e preceitos estatutrios, muito nicolasmo, muita religio
babilnica, muita magia, comercializao com a Palavra de Deus,
visualizao, muito pense e faa-se rico. No comeo se formaram as
grandes denominaes em torno de doutrinas; hoje se organizam em
torno de lideranas e "ministrios".
Prata. Relaciona-se com o Filho de Deus, com a redeno na cruz.
Tipifica a vida do homem redimido; na prata estamos envolvidos os
redimidos; a sobre edificao com prata tem a ver com nosso andar
com Cristo. O Cordeiro de Deus est intimamente ligado com sua cruz.
Quando em Apocalipse Joo viu o trono de Deus, ali estava o Cordeiro
imolado. Os Atos mais relevantes da histria da humanidade so: a
encarnao do Verbo de Deus, sua crucificao e ressurreio no corpo
glorioso. Cristo ressuscitou para jamais voltar a experimentar a morte.
88
Durante seu ministrio Ele ressuscitou a Lzaro e a outros, mas eles
voltaram a morrer. Cristo est edificando atravs da cruz; se ns no
levamos nossa cruz e experimentamos a negao de nosso eu, no
podemos edificar com Cristo. Atravs desse processo h revelao em
nossas vidas, mas antes deve haver revelao do Pai acerca do Senhor
Jesus como Salvador; se no h revelao ningum pode crer em
Cristo. Quem Cristo para ti? Ningum busca ao Senhor; o Senhor o
que nos busca. Ele sempre toma a iniciativa, ns jamais.
Mateus 16:15: "3as vs, continuou ele, 'uem di%eis 'ue eu sou0"
Surge uma pergunta, qual a rocha que menciona o Senhor?
"%espondendo !imo -edro, disseG Lu s o Cristo, o >ilho do &eus
vivo.14 nto, ,esus lhe afirmouG AemJaventurado s, !imo
Aarjonas, por'ue n+o foi carne e sangue 'ue to revelaram, mas
meu Pai, 'ue est* nos cus". Conhecer quem Jesus uma
revelao do Pai. J que o Pai te revelou quem sou eu e tu o
confessas, ento "Lambm eu te digo que tu s -edro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno no
prevalecero contra ela". Agora deixas de ser Simo; agora s uma
pedra viva para a construo de minha casa. A construo no
material; uma casa espiritual. Sobre esta rocha, sobre o que acaba
de confessar Pedro "edificarei minha igreja". A est o fundamento. A
rocha Cristo, e Pedro uma pedra vida. "tambm v's mesmos,
como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes
sacerd'cio santo" (1 Pe. 2:5). Cristo a pedra viva, a pedra angular, e
ns somos pedras vivas em Cristo. Ns somos "edificados sobre o
fundamento dos ap'stolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo ,esus,
a pedra angular*H1 no qual todo o edif+cio, bem ajustado, cresce para
santurio dedicado ao !enhor,HH no qual tambm v's juntamente
estais sendo edificados para habitao de &eus no sp+rito" (Ef. 2:20-
22). O fundamento dos apstolos e profetas o Novo Testamento;
eles foram testemunhas da encarnao do Verbo de Deus, de sua vida
como homem, de sua morte, de sua ressurreio, de sua ascenso aos
cus. Uns anjos de Deus se apresentaram e lhes disseram: " .ar<es
galileus, por que estais olhando para as alturas0 sse ,esus que
dentre v's foi assunto ao cu vir do modo como o vistes subir" (At
1:11). O apstolo Paulo tambm o viu, e tambm foi levado ao
terceiro cu, e ali recebeu toda essa informao que nos transmite em
suas cartas; e Paulo foi apstolo, profeta, evangelista, pastor e
89
mestre.
Ento, quem sobre edifica? Os crentes em Cristo; mas essa sobre
edificao pode ser errada; alguns podem estar edificando com
madeira, feno e palha. De modo, pois que a sobre edificao com
prata tem a ver com o Filho, com a redeno; a prata tipifica a vida do
homem redimido, o andar com Cristo. Com a prata se paga um preo.
Jos, o filho de Jac, um tipo de Cristo; ele foi vendido como escravo
por seus prprios irmos por vinte moedas de prata (Gn 37:28). O
Senhor foi vendido por trinta moedas de prata, como est profetizado
em Zacarias 11:12-13 e seu cumprimento em Mateus 26:14-15.
A prata se relaciona com o fato de que nossa vida est unida ao
Senhor. Ele pagou o preo com seu precioso sangue. A prata tem a ver
com a vida de Cristo em ns. necessrio que Cristo se forme e
cresa em ns (Gl. 2:20); ns em Cristo j fomos cruz, por isso
agora necessrio que Ele viva sua vida em mim. Se no for assim,
no estou sobre edificando com prata. Se Cristo vive em mim, j eu
no vivo; o viver na carne (comer, dormir, trabalhar, falar), o vivo no
em minhas prprias iluses e interesses. Quanto mais viver Cristo em
mim, se vo de meus antigos costumes, porque Ele traz outros
costumes a nossas vidas. A edificao em prata, como em Cristo, pode
incluir em ns o sofrimento. "$ra, tendo Cristo sofrido na carne,
armaiJvos tambm v's do mesmo pensamento* pois aquele que
sofreu na carne deiKou o pecado,H para que, no tempo que vos resta
na carne, j no vivais de acordo com as paiK<es dos homens, mas
segundo a vontade de &eus. " (1 Pe. 4:1-2).
9e%o. Se no se edifica com prata, a contraparte negativa o feno. O
feno uma gramnea que simboliza o homem cado, o homem no
redimido, o homem carnal, no regenerado. Quando se trata de um
crente, um beb espiritual e nunca deixa de ser (1 Co. 3:2,3), de
maneira que sua edificao o faz em seus egosmos, mal carter,
ambies e avareza; pretenses de que pode tudo. Quando a vida de
algum no tem passado do velho homem, est na erva, no feno (1
Pe. 1:24); o homem velho atrai a glria dos homens. Muitas vezes o
homem gosta de receber a glria terrena, as palavras de aprovao,
as felicitaes. Mas o que assim trabalha tudo est fazendo em feno;
muitos vivem pendentes dos homens. A glria e o viver humano se
seca quando sai o sol (a vinda do Senhor), a flor cai (Tg. 1:9-11) e
90
perece. O verdadeiro tesouro deve ser o Senhor; os demais tesouros
causam cegueira e apartam de Deus. H uma grande diferena entre o
viver de Cristo e o viver carnal. Entre a prata e o feno podemos ver a
relao entre a erva e o viver de Cristo.
Pedras 0reciosas. Temos aqui a obra transformadora do Esprito
Santo em ns. Os crentes tm passado por um processo. O Pai nos fez
do barro da terra para viver neste mundo fsico (Gn. 2:7; Ro.
9:20,21); o Filho, ao crescer Nele, nos converteu em pedras vivas a
fim de viver em Sua casa e fazer parte dela (Jo. 1:42; Mt. 16:17,18; 1
Pe. 2:5), e o Esprito Santo veio a converter-nos em pedras preciosas
para entrar no reino e na Nova Jerusalm, a cidade celestial (Ap.
21:18-20; 2 Co. 3:18; Ro. 12:2). Como barro somos vasos; como
pedras vivas construdas somos casa, e como pedras preciosas
faremos parte da cidade de Deus. Na natureza as pedras preciosas se
formam atravs de um prolongado processo de altas temperaturas e
presses; algo parecido nos acontece. (Mt. 16:24) Ningum quer
submeter-se cruz, e negao de seu ego. Mas s a ao da cruz
aplicada pelo Esprito realiza essa transformao. Na Nova Jerusalm
no pode entrar nada que no seja precioso. Para ser precioso tem
que se pagar o preo.
Pal5a. o oposto pedra preciosa. Palha o que no tem vida, est
seca. A palha o trabalho e viver proveniente de uma fonte terrena.
o proceder de uma alma sem a devida transformao e vida por parte
do Esprito Santo. quando em nosso ser natural no somos pedras
seno barro. Tudo o que se constri com palha, quando no sai de
uma vida transformada pelo Esprito Santo, no est firme, se vai face
a qualquer corrente (Salmo 83:13); tudo se queima fcil (Isaas
33:11).
" Contudo, se o que algum edifica sobre o fundamento ouro, prata,
pedras preciosas, madeira, feno, palha,1@ manifesta se tornar a
obra de cada um* pois o &ia a demonstrar, porque est sendo
revelada pelo fogo* e qual seja a obra de cada um o pr'prio fogo o
provar.1B !e permanecer a obra de algum que sobre o fundamento
edificou, esse receber galardo*1C se a obra de algum se queimar,
sofrer ele dano* mas esse mesmo ser salvo, todavia, como que
atravs do fogo " (1 Co. 3:12-15).
91
Mas chega o dia do juzo da Igreja. O Senhor vir provar todas nossas
obras; vir a ver como utilizamos nossos talentos. O que sucede, pois,
com os que sobre edificam em ouro, prata, pedras preciosas, madeira,
feno e palha? Que o fogo provar tudo. Esse fogo o juzo. O fogo do
juzo do Senhor Igreja em Sua vinda; entra a provar se o que temos
sobre edificado tem sido em ouro, prata e pedras preciosas. Se for
assim, em tudo isso se sai vitorioso, e tem recompensa; uns mais,
outros menos, mas tem, e se entra a participar com o Senhor no
reino. Se for com ouro, prata e pedras preciosas; haver recompensa,
a qual o reino milenar. Mas ao chegar aos que tem edificado em
madeira, feno e palha, tudo muda. Mas se queimar a obra, sofrer
perda do reino, e entrar em uma disciplina. Haver, pois, um perodo
de pagar o preo assim como por fogo (Mt. 5:21-26). Ningum perde
a salvao, mas tudo isso se queima, pois nada disso foi conforme a
Deus. Ento o Senhor diz em sua Palavra:
"!e permanecer a obra de algum que sobre o fundamento edificou,
esse receber galardo*1C se a obra de algum se queimar, sofrer
ele dano* mas esse mesmo ser salvo, todavia, como que atravs do
fogo " (1 Co. 3:14-15).
Mateus 5:27-30. Se algo para mim de muita atrao e com ele peco,
devo cortar com ele. Est falando Igreja. Em Apocalipse 20:11-14
fala da segunda morte, o Geena. O lago de fogo o Geena. O juiz o
Senhor, os meirinhos so os anjos. Se no te reconcilias com teu
irmo agora, vais a passar uma temporada no lago de fogo at que
pagues o ltimo centavo.
Apocalipse 2:9-11. O que vencer no sofrer dano da segunda morte.
A primeira morte a morte fsica, a separao da alma do corpo. A
segunda morte a separao da pessoa de todo contato com Deus e
lanado no lago de fogo, a perdio eterna. Deve-se buscar viver uma
vida de obedincia e submisso ao Senhor para ser um vencedor e no
sofrer dano da segunda morte.
Com freqncia h diferena entre servir a Deus e trabalhar para
Deus. Diz o irmo Watchman Nee: "Guitos $o a0ressadame%te de
um lugar a outro 0ara co%seguir 1ama 0or suas obras# No cabe
dW$ida de 7ue tem reali'ado essas obras6 mas em realidade %o
tem ser$ido a Deus",*(1) pois efetivamente, no tm servido a
Deus, seno ao templo e a seus prprios interesses.
92
*(1) W. Nee. "O -lano de &eus e os .encedores". Ed. Vida. 1977. pg.
56.
,uarta promessa
" Ao vencedor, que guardar at ao fim as minhas obras, eu lhe darei
autoridade sobre as na<es,H4 e com cetro de ferro as reger e as
redu)ir a pedaos como se fossem objetos de barro*H6 assim como
tambm eu recebi de meu -ai, darJlheJei ainda a estrela da manh "
(Ap. 2:26-27).
Devemos vencer as trs grandes religies deturpadas que esto
reveladas no livro de Apocalipse: o judasmo, o catolicismo e o
protestantismo. Estas religies tm feito dano Igreja. Por qu?
Devido a que as religies tem se contaminado com mistrios e
princpios satnicos disfarados com a aparncia de verdades bblicas.
As organizaes religiosas de corte institucional, ao no guardar as
obras do Senhor, freqentemente se pervertem e se revestem de um
domnio mundano e temporrio, inclinadas a receber a glria dos
homens, e fazer as coisas abaixo outras diretrizes diferentes das do
Senhor. Mas o Senhor mostra outra alternativa ao crente: deixar esse
caminho autoritrio e dominante, deixar de morar na terra, onde o
diabo tem seu trono, e ocupar seu lugar nos lugares celestiais com
Cristo.
Por outro lado, hoje em dia, para o cristo h um grande perigo na
amizade e companheirismo com os mundanos. Pode ser que a
inteno seja s vezes atrair aos incrdulos. Isto, por inocente que
parea, sempre d pssimos resultados. Por que to trgico? Porque
as pessoas do mundo, em sua cegueira e obscuridade no permitem
que se lhes fale do evangelho; no lhes interessa, lhes estorva. Como
conseqncia os resultados so inversos: o cristo submerso em
uma luta frente a uma fora que o trata de arrastar aos vcios e
costumes prprios do mundo e do pecado, de onde j o Senhor o tem
tirado. Por isso o vencedor de Tiatira enfrenta s tentaes que a
mpia Jezabel lhes apresenta; o que faz com perseverana as obras
que agradam ao Senhor.
A carta apocalptica a Tiatira uma profecia que se cumpre com a
formao da Igreja Catlica Romana. Diz o irmo Lee: "Em Gateus
"(H(( o catolicismo 2 ti0i1icado 0or uma mul5er 7ue le$edou
93
Mtr4s medidas de 1ari%5aN6 7ue re0rese%tam todo o e%si%ame%to
acerca do eleme%to de Cristo em Sua 0essoa e obra# A Igre+a
CatClica aceitou o e%si%ame%to %eo-testame%t<rio6 mas a
le$edou# O 0o sem le$edura 2 di13cil de comer"*(2). O vencedor
receber autoridade sobre as naes, e as reger com cetro de ferro e
as far como cacos de barro, da mesma maneira que o Senhor Jesus
tem recebido potestade do Pai celestial no Salmo 2:8-9. Isto ocorrer
no reino messinico milenar, em que o crente fiel participar
plenamente no governo das naes, tanto na parte rgia como na
judicial. uma promessa de carter escatolgico. Em Lucas 19:16-17
diz: "Compareceu o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez.
17 Respondeu-lhe o senhor: Muito bem, servo bom; porque foste fiel
no pouco, ters autoridade sobre dez cidades.".
OJ&K =it%ess >ee# FOs Pe%cedoresF# >SG# 0<g# ,-#
Ento, aos vencedores de Tiatira Deus lhes promete governar, reinar e
reger as naes com Cristo no Reino vindouro. De acordo com Mateus
3:2, h dois mil anos veio Igreja o reino dos cus, mas pela
degradao da Igreja, o cristianismo convencional a aparncia do
reino dos cus descrita nas parbolas de Mateus 13. Os que vencem
ao sistema religioso, tambm se relacionam com o Filho varo TCom
vara de ferro as regers e as despedaars como um vaso de oleiroN
do Salmo 2:9. Quando estar os vencedores recebendo essa
autoridade de quebrantar as naes como vaso de barro? Durante o
futuro reino do milnio. Por que relaciona o Senhor as naes e o
sistema religioso dominante com vasilhas de barro? Voltemos ao livro
de Gnese.
Satans e seus seguidores querem imitar a edificao de Deus, na
construo da cidade terrena, Babilnia, e seu sistema poltico
religioso, no segundo Deus seno segundo o homem, no com
pedras, seno com tijolos (barro cozido modelado pelo homem). "
disseram uns aos outrosG .inde, faamos tijolos e queimemoJlos bem.
$s tijolos serviramJlhes de pedra, e o betume, de argamassa.B
&isseramG .inde, edifiquemos para n's uma cidade e uma torre cujo
tope chegue at aos cus e tornemos clebre o nosso nome, para que
no sejamos espalhados por toda a terra...." (Gn. 11:3-4). Os
sistemas religiosos do homem, tudo o que se encaminha face o
ecumenismo, tudo o que se aparta de Deus, construdo com tijolos
94
(barro cozido), destrutvel. Fazem-se um nome, com o agravante de
que um nome efmero, como todo o que no sai das mos de Deus.
Deus est edificando com os vencedores uma cidade celestial, a Nova
Jerusalm, a casa de Deus que a Igreja, com pedras vivas e
preciosas. O Senhor convida a vencer guardando as obras de Deus,
segundo o plano traado por Deus, de acordo com a maquete de Deus.
As obras dos homens s vezes so muito chamativas, Mas enganosas;
falta-lhes a autenticidade estampada na Palavra de Deus. O vencedor
um crente espiritual, e sabe captar quando as coisas no so de
Deus e as discerne pelo Esprito, e no se aparta da vontade de Deus.
Por isso receber a mesma autoridade para governar que recebeu o
Senhor Jesus do Pai. As obras da igreja apstata se realizam sob a
influncia de Satans.
A estrela da manh
"E lhe darei a estrela da manh " (Apo. 2:28).
Aos vencedores de Tiatira o Senhor promete dar-lhes a estrela da
manh. Qual essa estrela da manh? o Senhor Jesus mesmo. "Eu,
Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas s igrejas. Eu
sou a Raiz e a Gerao de Davi, a brilhante Estrela da manh" (Ap.
22:16).
Na astronomia, a estrela da manh Mercrio, o astro que se
vislumbra na hora mais obscura da madrugada, prxima sada do
Sol; como um anncio de que vem a luz do dia; e por essa razo o
relacionam com o deus romano do mesmo nome, e com o deus grego
Hermes, Arauto de Zeus, o pai dos deuses do Olimpo. Essa estrela da
manh s pode ser vista pelas pessoas que madrugam e estejam
atentas a contempl-la no firmamento. De maneira que podemos
entender que o Senhor Jesus Cristo, em sua segunda vinda e
manifestao gloriosa, ser a estrela da manh s para os irmos
vencedores, os que no andam adormecidos espiritualmente, e sim
velando e esperando a vinda do Senhor. Para o resto da Igreja, o
Senhor no ser a estrela da manh, mas quando despertarem de seu
sono, Ele ser como o sol quando j saiu para todos. S aos
vencedores no os surpreender a vinda do Senhor como ladro na
noite; ou seja, no os tomar por surpresa.
95
Cap. 5. OS VENCEDORES E A ,USTIA
$ pecado e os pecados
Para ter clareza sobre o real significado do que poderamos chamar
"nossa justia prpria frente verdadeira justia de Deus,
supremamente necessrio poder distinguir entre o que o pecado e os
pecados. O pecado uma lei ou poder ou principio que est dentro de
ns, em nossa carne, que controla nossos membros e que nos
impulsiona a cometer toda sorte de atos pecaminosos (cfr. Romanos
7:23), ou seja, os pecados. O pecado se relaciona com nossa vida
natural herdada de Ado (cfr. Ro 5:19), tanto que os pecados esto
relacionados com nossa conduta, nossas obras, nossos atos. Os
pecados so uma conseqncia do pecado que mora em ns. O pecado
gera os pecados. verdade que a lei do Esprito de vida em Cristo nos
livra da escravido dessa lei do pecado; no obstante, um crente pode
seguir servindo a Deus em sua mente, em seu desejo, mas com a
carne seguir servindo lei do pecado (cfr. Ro 7:25); de maneira que
um crente pode continuar com a tendncia de continuar pecando, e de
fato todo crente peca.
O que acontece com esses pecados dos crentes depois de serem
salvos? Se o crente os confessa e se aparta, lhe so perdoados por
Deus pela justia do Senhor Jesus (1 Jo 1:9); do contrrio, esses
pecados sero tratados por Deus nesta era da Igreja ou durante o
reino milenar, como estamos expondo no presente trabalho. H de se
ter presente que ainda que sejamos santos em Cristo, e temos
recebido uma salvao completa pela graa mediante a f no Senhor
Jesus, entretanto, seguimos sendo pecadores. Deus justo. Uma vez
somos salvos pela graa, entramos a ser Seus filhos e colaboradores,
e todo o resultado de nosso trabalho ser recompensado, mas assim
mesmo disciplinados se o resultado negativo.
No s basta tratar com os pecados em si, como a lascvia, auto-
estima, desafeto, infidelidade e muitos outros, tem que se tratar com
o pecado maior, o verdadeiro produtor de pecados; de faltas em nossa
conduta diria, e que seu tratamento s pode levar a cabo com a cruz
e uma ntima comunho com o Senhor Jesus, e relao de inteira
confiana, at que sejamos liberados do pecado, esse principio natural
herdado que nos faze pecar.
96
Entre os aspectos do perdo, o primeiro o perdo para salvao. Ao
salvar-nos, Deus nos perdoa eternamente; mas j como filhos de
Deus, voltamos a pecar, e isso no significa que perdemos nossa
salvao, mas se perdemos nossa comunho com Deus, de maneira
que necessitamos um novo perdo para restaurar a comunho com
Deus. Nossos pecados passados j tm sido perdoados; nossos
pecados presentes tambm podem ser perdoados se os confessarmos,
se nos arrependermos, apartando-nos da situao que nos tem
envolvido no pecado, fazemos a devida restaurao, reparando o dano
causado, em fim, arrumando devidamente nossos assuntos, e assim
restauramos nossa comunho com Deus; mas tenhamos em conta que
somos filhos de Deus e que, como tais, temos nossas
responsabilidades. De maneira que h perdo para salvao e perdo
para restaurar a comunho.
Quando os hebreus foram liberados da escravido do Egito pelo
sangue do cordeiro pascal, essa liberao foi irreversvel, jamais
voltaram escravido egpcia, mas depois, j como povo de Deus,
deviam estar oferecendo sacrifcios expiatrios por seus pecados. No
somos responsveis pela salvao que j temos recebido por graa,
porque um presente de Deus; nem tampouco Deus nos pede que
preservemos agora essa nossa salvao eterna com base em nossos
prprios mritos e nossas boas obras. A salvao um presente, no
um crdito que tenha que pag-lo depois; a salvao no como um
eletrodomstico comprado a crdito, que se no pagas s parcelas,
eles podem tir-la de ti. Tudo gratuito. Em Apocalipse 22:17b, diz: "
Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graa a gua da
vida". Nossas responsabilidades agora no se referem a nossa
salvao eterna, seno salvao de nossa alma com relao ao reino
milenar, s coroas, aos prmios e recompensas, ou a... A disciplina
dispensacional.
A -ustia de Deus
Levamos em conta que Deus no nos salva sem tratar com os pecados
conforme a lei, j que est por meio da Sua justia; ou seja, Deus nos
salva legalmente. Na cruz recaiu em Cristo todo o peso da lei de Deus,
e o Senhor Jesus veio ser nossa justia. Se Deus passasse por alto a
obra de Cristo na cruz para salvar-nos, violaria sua Justia. Deus quer
97
que nossa salvao seja totalmente ajustada lei. Qualquer que creia
em Seu Filho justificado por Deus; uma salvao sem sombra de
dvida, legal, aprovada, vicria. Muitos se esforam por buscar uma
salvao errada, fraudulenta, comprada com dinheiro ou com obras de
justia prpria. O faz assim Deus? No. Deus nos salvou "no por
obras de justia praticadas por n's, mas segundo sua miseric'rdia, ele
nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do sp+rito
!anto " (Tt. 3:5). Deus nos salva legalmente, mas nos salva tambm
aparte da lei. A lei de Deus nos condena, mas Deus nos salva por Sua
graa em Sua Justia. Desde antes da fundao do mundo, Deus se
comprometeu a nos salvar por meio de Seu prprio Filho. Diz
Watchman Nee:
FO 7ue 2 a +ustia de DeusS A +ustia de Deus 2 a ma%eira em
7ue Ele 1a'e as coisas# O amor 2 a %ature'a de Deus6 a
sa%tidade 2 a dis0osio de Deus e a glCria 2 Deus mesmo#
E%treta%to6 a +ustia 2 o 0rocedime%to de Deus6 Sua ma%eira e
Seu m2todo# Posto 7ue Deus 2 +usto6 Ele %o 0ode amar ao
5omem sC com seu amor# Ele %o 0ode co%ceder graa ao
5omem sC 0or7ue 7uer# Ele %o 0ode sal$ar ao 5omem 0or 7ue
Seu corao l5e disse# X $erdade 7ue Deus sal$a ao 5omem
0or7ue o ama# Gas Ele de$e 1a'4-lo co%1orme a Sua +ustia6 Seu
0rocedime%to6 Seu %3$el moral6 Sua ma%eira6 Seu m2todo6 Sua
dig%idade e Sua ma+estade". (=atc5ma% Nee# O E$a%gel5o de
Deus# omo I# >SG# "??)# 0<g#?@).
Vemos, pois, que Deus, para nos salvar, pelo fato de que nos ama,
no toma uma atitude tolerante frente ao pecado. Para salvar-nos, o
amor de Deus no trabalha sem justia. Os pecados dos homens
devem ser julgados. Enviando a Seu Filho, ao Senhor Jesus, a que
encarnasse e morresse por ns na cruz e carregasse os nossos
pecados, Deus satisfaz Seu amor e Sua justia. Para nos salvar, deve
haver um equilbrio entre o amor e a justia de Deus. De maneira que
enquanto a nossa posio de salvos e filhos de Deus, j ns fomos
julgados na cruz com Cristo. Ns recebemos a salvao como um
presente, mas Deus pagou um altssimo preo por esse presente.
No Antigo Testamento, o sumo sacerdote entrava uma vez ao ano no
Lugar Santssimo do tabernculo; ali estava a arca do pacto, em cuja
coberta, o propiciatrio, vertia o sangue dos animais sacrificados, para
achar graa de Deus por seus prprios pecados e os do povo. Agora
98
Jesus se tem convertido em propiciatrio e Sumo Sacerdote vez,
oferecendo Seu prprio sangue para que ns venhamos pela f a
Deus. Isto o fez Deus parte da lei; porque se Deus manifesta Sua
justia com base na lei, todos teriam que pagar com a morte eterna.
Quo desgraados seramos! No agradamos a Deus mediante nossa
prpria justia. O legalismo e o judasmo levam s pessoas a
estabelecerem sua prpria justia, mas a Palavra de Deus no aprova
este procedimento. Por exemplo, lemos em Romanos 10:3-4: "@
-orquanto, desconhecendo a justia de &eus e procurando estabelecer
a sua pr'pria, no se sujeitaram 9 que vem de &eus.B -orque o fim
da lei Cristo, para justia de todo aquele que cr:". H pessoas que
se esforam por praticar o bem a fim de apresentarem-se justos
diante de Deus; mas Deus tem estabelecido Sua prpria justia na
obra que Deus cumpriu em Seu prprio Filho, o Senhor Jesus, e a essa
justia devemos nos sujeitar a fim de sermos salvos.
Nossa prpria justia no suficiente; pelo contrrio, nossa prpria
justia nega a eficcia da obra do Senhor na cruz. Com base na obra
de Cristo na cruz, Deus nos d total confiana e segurana de que
somos salvos eternamente. Na obra de Cristo na cruz se manifesta a
justia de Deus a favor de ns. Ele tem se comprometido nele
firmemente por meio de um pacto eterno. Deus jamais invalida Seus
pactos.
!ossa -ustia o&-etiva
Nossa justia objetiva Cristo, e por Ele somos justificados diante de
Deus quando cremos. Ele morreu na cruz para que todo o que creia
Nele seja salvo, e todas as transgresses cometidas no passado so
perdoadas, e renascemos em nosso esprito, recebendo a vida de Deus
em ns. Lemos em 1 Corntios 1:30: " Das v's sois dele, em Cristo
,esus, o qual se nos tornou, da parte de &eus, sabedoria, e justia, e
santificao, e redeno". Tambm em Romanos 3:26 diz a Escritura:
" tendo em vista a manifestao da sua justia no tempo presente,
para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem f em
,esus". No Calvrio o Senhor nos justificou; agora vivendo em ns, Ele
nos faz justos. Cristo nossa justia diante de Deus por meio da f.
Lemos em Romanos 3:20-26: " H; visto que ningum ser justificado
99
diante dele por obras da lei, em ra)o de que pela lei vem o pleno
conhecimento do pecado.H1 Das agora, sem lei, se manifestou a
justia de &eus testemunhada pela lei e pelos profetas*HH justia de
&eus mediante a f em ,esus Cristo, para todos e sobre todos os que
cr:em* porque no h distino,H@ pois todos pecaram e carecem da
gl'ria de &eus,HB sendo justificados gratuitamente, por sua graa,
mediante a redeno que h em Cristo ,esus,HC a quem &eus prop(s,
no seu sangue, como propiciao, mediante a f, para manifestar a
sua justia, por ter &eus, na sua toler5ncia, deiKado impunes os
pecados anteriormente cometidos*H? tendo em vista a manifestao
da sua justia no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o
justificador daquele que tem f em ,esus".
Alguns buscam ser justificados diante de Deus observando a lei e
cumprindo mandamentos, mas vemos no verso 20 que isto
impossvel. Ento, como nos justificamos diante de Deus? Por meio da
f em Jesus Cristo, e o objetivo da f o prprio Cristo. A f como
uma semente semeada no homem, que o Esprito Santo faz
desenvolver para que o homem creia no Senhor Jesus, e seja
justificado pela obra de Cristo na cruz. Cristo a justia de Deus. No
h outra. No crer em Cristo nos separa de Deus eternamente. A
justificao que temos em Cristo se baseia na graa de Deus, e no
tem nada que ver com nossas prprias obras. O sangue de Jesus
Cristo nos tem justificado. Nunca temos tido nada a oferecer a Deus
que saia de ns, porque nada bom tem havido em ns diante de Deus;
de maneira que a Deus s podemos oferecer o sangue de Seu prprio
Filho, a qual o nico que nos pode justificar quando somos salvos. A
base para lutar e ser vencedor, o sangue do Senhor Jesus, em seu
justo valor, no nossa prpria justia nem mritos, nem progressos
espirituais. A justia objetiva se relaciona com a salvao do crente,
em tanto que a justia subjetiva se relaciona com a vida vitoriosa do
crente. A primeira tem a ver com a obra de Cristo na cruz, e a
segunda com a vida de Cristo em ns. A primeira precede e determina
a segunda.
!ossa -ustia su&-etiva
Somos chamados a ser a imagem de Cristo. Como se consegue isso?
Deus tem um nvel de vida que quer que ns vivamos, mas acontece
100
que ns no podemos viver. No temos essa capacidade; no
podemos viver o nvel de vida exigido por Deus. S Cristo pode viver.
Cristo vive esse nvel de santidade, de obedincia, de fidelidade, de
sofrimento. Cristo tido s vezes como um modelo para ns, mas ns
no temos capacidade para imit-lo; ningum pode imitar a Cristo.
Cristo o nvel de vida para o cristo normal, o vencedor. Ento,
quem pode satisfazer esse nvel de vida de Deus? O nico que pode
satisfazer essa demanda de Deus Cristo; de maneira que se no
Cristo vivendo Sua prpria vida em ti, tu nunca o logrars. Diz Paulo
em Glatas 2:20: " logo, j no sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim* e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela f no >ilho de
&eus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim ".
Isso de que h crentes que no pecam, no tem respaldo bblico nem
se cumpre na vida real. Todos somos pecadores, de modo que por ns
mesmos no podemos satisfazer a expectativa de Deus. O que fazer?
Nosso eu deve morrer; necessrio que seja Cristo vivendo em ns.
No se trata que eu viva como Cristo, que o imite, e sim que Cristo
esteja vivendo Sua vida em mim. "-orquanto, para mim, o viver
Cristo" (Fp.1:21), dizia Paulo; no minha prpria vontade, nem a lei,
nem os ritos, nem as obrigaes religiosas, nem meu mrito depende
de que seja membro de determinada religio; meu viver Cristo,
porque Ele e eu somos uma s pessoa; "no tendo justia pr'pria, que
procede de lei, seno a que mediante a f em Cristo, a justia que
procede de &eus, baseada na f" (Fp 3:9); ou seja, se meu viver
Cristo, no agrado a Deus por guardar alguma lei, nem por meus
esforos pessoais, seno por uma unio orgnica com Cristo por meio
de nossa f Nele.
Em Apocalipse 19:8 fala dos atos de justia dos santos. Ali diz: "pois
lhe foi dado vestirJse de linho fin+ssimo, resplandecente e puro. -orque
o linho fin+ssimo so os atos de justia dos santos ". Estes atos de
justia dos santos vencedores so subjetivos; isto s se logra pela vida
de Cristo no crente. Diz em Mateus 6:33: "buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino e a sua justia, e todas estas coisas vos sero
acrescentadas". A vida eterna se recebe pela f, pela graa de Deus
em Cristo, mas o reino se obtm cumprindo uns requisitos exigidos
pela justia do Pai. O reino de Deus tem seus prprios princpios,
muito mais estritos que os da antiga lei mosaica, a praticada pelos
escribas e fariseus. Diz em Mateus 5:20: "-orque vos digo que, se a
101
vossa justia no eKceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais
entrareis no reino dos cus". Esta nossa justia subjetiva,
relacionada com nossa ntima comunho com Cristo em ns. Quem
quer participar no reino dos cus, isso depende de sua prpria
vontade, que esteja disposto a permitir ao Esprito Santo que trabalhe
para que, uma vez perdida a nossa alma aqui, possamos comear a
viver a realidade do reino desde agora. Para participar no reino futuro,
necessrio estar participando desde agora em obedecer seus
princpios.
A vida religiosa dos fariseus aparece nas Escrituras revestida de
aparncia de piedade. Trata-se de meras vestiduras religiosas. A
hipocrisia se costuma revestir de aparncia de piedade. A Escritura
fala da manifestao nos ltimos tempos de homens amadores de si
mesmos; e por certo sero religiosos, porque 2 Timoteo 3:5 diz que
"tendo forma de piedade, negandoJlhe, entretanto, o poder. >oge
tambm destes.". O que acontecer com os crentes com aparncia de
piedade? Isso o contesta Mateus 7:21-23: "H1 "em todo o que me
di)G !enhor, !enhorM entrar no reino dos cus, mas aquele que fa) a
vontade de meu -ai, que est nos cus.HH Duitos, naquele dia, ho
de di)erJmeG !enhor, !enhorM -orventura, no temos n's profeti)ado
em teu nome, e em teu nome no eKpelimos dem(nios, e em teu
nome no fi)emos muitos milagres0H@ nto, lhes direi
eKplicitamenteG nunca vos conheci. ApartaiJvos de mim, os que
praticais a iniqOidade".
Note que para entrar no reino dos cus temos que fazer a vontade do
Pai celestial; no uma mera aparncia. Se no obedecemos, ou
simplesmente nos deleitamos em fazer nossa prpria vontade, no
seremos aprovados no dia do Senhor. H um af desmedido por
crescer em muitas coisas, mas o verdadeiro crescimento espiritual
experimentamos na medida em que minguamos.
Por que Deus nos tem escolhido? Diz a Escritura: "ntretanto,
devemos sempre dar graas a &eus por v's, irmos amados pelo
!enhor, porque &eus vos escolheu desde o princ+pio para a salvao,
pela santificao do sp+rito e f na verdade" (2 Ts. 2:13).
"B assim como nos escolheu nele 2Cristo3 antes da fundao do
mundo, para sermos santos e irrepreens+veis perante ele* e em amorC
nos predestinou para ele, para a adoo de filhos, por meio de ,esus
102
Cristo, segundo o beneplcito de sua vontade " (Ef 1:4-5). Deus Elege
as pessoas porque encontra nelas algo especial? No; em nossa
eleio o que entra em jogo a vontade e a graa soberanas de Deus.
Deus amor, e esse amor se pe em ao por sua misericrdia, vendo
o homem perdido, e manifesta sua graa em Cristo produzindo nossa
salvao. Deus tem misericrdia de quem quer ter misericrdia; Ele
soberano. Primeiro elege a Isaque ao invs de Ismael; logo a Jac ao
invs de Esa; e o Senhor escolhe a Jac com conhecimento de que ia
ser uma pessoa supremamente egosta; entretanto, lhe d as
promessas, o aperfeioa (Fp 1:6) e faz dele um instrumento espiritual
(Jo 6:39).
A ns nos conheceu em forma especial desde o princpio, e nos
predestinou; chegado o momento nos chamou, nos justificou por Seu
Filho e por ltimo nos glorificou. Agora vive em ns e quer
engrandecer-se em cada um de ns. Quando Cristo se engrandece em
ti, porque tua vida iluminada por Deus, e comeas a ver as coisas
como Deus as v.
A quinta promessa
"$ vencedor ser assim vestido de vestiduras brancas, e de modo
nenhum apagarei o seu nome do 7ivro da .ida* pelo contrrio,
confessarei o seu nome diante de meu -ai e diante dos seus anjos"
(Ap. 3:5). O versculo anterior faz parte da carta igreja local de
Sardes. Como profecia que ; Sardes representa o protestantismo, ou
seja, um cristianismo de sistemas mortos (Apocalipse 3:1b), onde tem
que vencer uma morte que no conclui, onde abunda a vida artificial, e
isso devido a que no protestantismo os membros do Corpo de Cristo
tm suas funes anuladas porque no h vida. Os membros que so
olhos, no vem; os que so ps, no caminham, esto atrofiados. Tu
podes observar uma congregao denominacional, e por grande e
numerosa que seja a membresia, a grande massa se contenta com
assistir reunio dominical, como quem assiste a missa; s so ativos
o pastor e uns poucos achegados. Ao haver se oficializado o nicolasmo
em Tiatira, posteriormente Sardes herdou que s o pastor e seus
convidados especiais podem falar nas reunies; os demais esto
restringidos porque so laicos; e todo membro do corpo que no se
usa, se vai atrofiando e suas funes vo se aniquilando, e se
103
experimenta uma morte que jamais termina. necessrio vencer a
morte espiritual.
Dentro dos sistemas religiosos do protestantismo prevalece um estado
latente de morte organizacional. As organizaes so sectrias, pois
rompem a expresso da unidade do Corpo de Cristo, ento, de fato
nascem mortas, sem a vida de Deus, mas individualmente os cristos
que agora fazem parte das mesmas, podem vencer essa situao e
andar de acordo com a vontade de Deus. Ao ser vencedor, ao ter a
disposio permanente de obedecer e ser fiel ao Senhor, o crente ser
objeto de um prmio no reino vindouro. De acordo com o andar nesta
era da graa, com a obedincia ao Pai, com o sofrimento por causa de
Cristo, com o renunciar o mundo e seus deleites, com a fidelidade ao
nome do Senhor Jesus Cristo e no a outro nome, assim ser a
retribuio na era do reino. Aqui aparecem trs recompensas para os
vencedores de Sardes, os do perodo que representa o sistema
denominacional: (1) Vestiduras brancas, (2) no sero apagados seus
nomes do livro da vida e (3) sero confessados seus nomes diante do
Pai celestial e Seus anjos.
.estiduras &rancas
Algumas pessoas em Sardes no tm contaminado suas vestiduras;
isso significa que seu andar e seu viver o tm feito na apropriada
aprovao do Senhor; no h contaminao de morte em suas
vestiduras. Se tu vives agora na vida de Cristo, e no contaminado
com a morte das organizaes protestantes, tens parte com Ele em
Seu reino. Pode que neste momento faas parte de una organizao
religiosa com nome, mas teu esprito esta em uma disposio de
comunho do Corpo de Cristo, em vigilncia, de fidelidade e
obedincia em teu andar com o Senhor. As do cristo so duas
vestiduras diferentes. A vestidura do verso 4, representa ao Cristo que
nos salvou, Cristo como nossa justia, que nos reveste de Sua justia,
que recebemos e que vem a ns dando-nos a vida de Deus, sendo
feito para ns justificao, redeno e salvao em forma objetiva; de
maneira que uma vestidura objetiva " Das v's sois dele, em Cristo
,esus, o qual se nos tornou, da parte de &eus, sabedoria, e justia, e
santificao, e redeno" (1 Co. 1:30). Ao sermos justificados
recebemos uma vestidura de justia objetiva: "$ pai, porm, disse aos
104
seus servosG Lra)ei depressa a melhor roupa, vestiJo, pondeJlhe um
anel no dedo e sandlias nos ps" (Lucas 15:22), a qual diferente de
nossas aes justas determinadas pela vida de Cristo em ns.
A vestidura de Apocalipse 3:5 representa o Cristo que mora em ns,
que vivemos em nosso andar, nossa justia subjetiva, pela qual
possamos dizer como Paulo: "H1 -orquanto, para mim, o viver
Cristo, e o morrer lucro. e ser achado nele, no tendo justia
pr'pria, que procede de lei, seno a que mediante a f em Cristo, a
justia que procede de &eus, baseada na f" (Fp. 1:21; 3:9). Levemos
em conta que em ns no h justia prpria, pois fora de Cristo,
nenhuma pessoa humana justa por si mesma. Cristo "no por obras
de justia praticadas por n's, mas segundo sua miseric'rdia, ele nos
salvou mediante o lavar regenerador e renovador do sp+rito !anto"
(Ti. 3:5). As vestiduras de linho fino de Apocalipse 19:8, so as atos
de justia dos santos, subjetivos, o que reflete a vida de Cristo em
ns; mas isso no se deve confundir com a justia que recebemos
quando fomos salvos, que Cristo (1 Co. 1:30), e que uma justia
objetiva.
Diz Mateus 22:11-14: " 11 ntrando, porm, o rei para ver os que
estavam 9 mesa, notou ali um homem que no tra)ia veste nupcial1H
e perguntouJlheG Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial0 ele
emudeceu.1@ nto, ordenou o rei aos serventesG AmarraiJo de ps e
mos e lanaiJo para fora, nas trevas* ali haver choro e ranger de
dentes.1B -orque muitos so chamados, mas poucos, escolhidos". Na
parbola das bodas encontramos a algum que assistiu s bodas, em
sua qualidade de salvo que era, mas no estava vestido com o vestido
de linho fino, bordado, limpo e resplandecente prprio dos vencedores;
de maneira que foi atado e lanado temporariamente s trevas
exteriores. Como salvo que era, j tinha o vestido da justia objetiva
de Cristo; tanto assim que logrou entrar s bodas, mas no
permaneceu nela gozando e desfrutando do reino dos cus, porque
no estava vestido com sua vestidura de justia subjetiva, o bordado
mencionado no Salmo 45:14, o de seu andar em vida com Cristo.
Lemos em Romanos 8:30 que aos que Deus predestinou para ser
salvos, a estes chamou, ou seja que todo salvo chamado; mas no
todos os chamados so escolhidos para receber a recompensa no
reino.
105
!o sero apa#ados os nomes dos
vencedores
Muitos mestres da Bblia ensinam que ser apagado o nome de algum
do livro da vida significa que essa pessoa era salva e perde a salvao.
J temos lido nas Escrituras que o que crer no Senhor Jesus Cristo tem
vida eterna, sem que tenha que fazer nada para ganh-la ou perd-la,
pois um presente (Jo 3:16; Ro 6:23; Ef 2:8,9), e seu nome foi
includo no registro divino de todos os predestinados para serem
salvos desde antes da fundao do mundo (Ef 1:3,4). O nome do
vencedor no ser apagado do livro da vida. E o dos demais salvos?
Para entender isto necessrio saber que existe um livro nos cus
onde tem sido escritos os nomes de todos os santos escolhidos por
Deus e predestinados para participar das bnos que Deus tem
preparado para eles; as quais so dadas na era da Igreja, logo durante
o milnio depois que o Senhor regressar, e por ltimo na eternidade,
no novo cu e a nova terra. Ento, o que acontecer?
4eus nomes ser+o confessados diante do Pai celestial e diante
de 4eus anjos. No protestantismo h diversidade de nomes de
organizaes, misses, ministrios e doutrinas; e muitos tm preferido
rotular seu cristianismo com tais nomes, ainda por cima do nome do
Senhor. Muitos preferem chamar-se catlicos, anglicanos, adventistas,
batistas, presbiterianos, metodistas, wesleyanos, pentecostais,
carismticos, quadrangulares. A esse respeito disse Watchman Nee:
" No comeo do rei%o6 1re%te ao tribu%al6 os a%+os de Deus
le$aro os cristos dia%te de Deus# O li$ro da $ida estar< ali# No
li$ro da $ida esto escritos todos os %omes dos cristos#
La$er< muitos a%+os e muitos cristos# O Se%5or Besus tamb2m
estar< ali# Am ou mais a%+os lero os %omes do li$ro da $ida6 e
o Se%5or Besus co%1essar< algu%s dos %omes# A7ueles %omes
7ue Ele co%1essar6 e%trar< %o rei%o# Eua%do os %omes de
outros 1orem lidos6 o Se%5or %o dir< %ada: em outras 0ala$ras6
Ele %o co%1essar< seus %omes# E%to os a%+os marcaro estes
%omes: 0orta%to6 os %omes dos $e%cedores estaro lim0os %o
li$ro da $ida# Am gru0o %o tem seus %omes i%scritos %o li$ro:
outro gru0o tem seus %omes escritos6 mas seus %omes esto
marcados: e o terceiro gru0o6 %a era do rei%o6 tem seus %omes
106
0reser$ados %a mesma 1orma em 7ue 1oram escritos a 0rimeira
$e'". (=atc5ma% Ne# O E$a%gel5o de Deus# >SG# "??)6 0<g#
)-,).
"alegraiJvos, no porque os esp+ritos se vos submetem, e sim porque
o vosso nome est arrolado nos cus" (Lc. 10:20b). No necessrio
que nossos nomes estejam registrados nos livros das organizaes
eclesisticas. Devemos estar seguros de nossa salvao em Cristo
Jesus. Ests tu seguro de tua salvao? No caso de que no estejas
seguro de tua salvao, a que se deve isso? O Senhor nos d a
segurana de nossa salvao. " H4 As minhas ovelhas ouvem a minha
vo)* eu as conheo, e elas me seguem.H6 u lhes dou a vida eterna*
jamais perecero, e ningum as arrebatar da minha mo " (Jo.
10:27,28). Se teu nome est escrito no livro da vida, agora s objeto
de muitas beno, tais como a redeno, o perdo dos pecados, a vida
eterna, a regenerao, a natureza de Deus, a santificao, a
renovao, a justificao e outras. Se durante o tempo da graa,
enquanto vives nesta terra, tu cresces em tua vida espiritual,
amadureces, cada dia fortalecido teu homem interior, e o Esprito te
d testemunho de que s um vencedor, se teu andar com Cristo e
teu eu experimenta cada dia a ao da cruz, e vai minguando, ento o
Senhor no apagar teu nome durante o juzo da Igreja, seno que
como prmio o Senhor te permitir participar com Ele no reino
milenar, incluindo as bnos de Seu gozo e repouso, e sers vestido
de vestiduras brancas de acordo a como houveres andado nesta era.
"&isseJlhe o senhorG Duito bem, servo bom e fiel* foste fiel no pouco,
sobre o muito te colocarei* entra no go)o do teu senhor " (Mt. 25:21).
O Senhor tem vindo a viver dentro de ns, em nosso esprito, para Ele
poder viver Sua vida e realizar Sua obra. Ns somos seus
colaboradores; mas nesta era da Igreja, em meio deste chamativo
mundo, algum, como humano, necessita de certos incentivos para
poder cooperar com a graa de Deus e fazer a correta e verdadeira
obra do Senhor na construo da Igreja; e o nico que nos pode
incentivar o Senhor. Por isso necessrio ver isto com toda a
seriedade.
Diz a Escritura: "desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor*
1@ porque &eus quem efetua em v's tanto o querer como o
reali)ar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2:12b-13). Se refere
salvao diria, no eterna; Cristo vivendo em ns, operando em
107
ns por Seu Esprito, e isto inclui obedincia; porque o Senhor pe
dentro de ti o querer, e fora de ti o fazer; algo de dentro para fora;
de teu esprito para a tua alma, onde est tua mente, tua vontade,
tuas emoes, e logo de tua alma a teu corpo, para que todo teu ser
entre em ao; mas se tu no avanas com Ele, se te contentas de
pronto com ser um crente a mais na multido, um menino na vida
espiritual; se no te interessa vencer sobre o que ocorre em teu
entorno religioso, se negas o nome do Senhor por exaltar o nome de
alguma organizao religiosa ou de algum proeminente lder religioso,
ou a nfase de uma doutrina em especial tem te deixado sectrio,
ento teu nome apagado do livro da vida durante a dispensao do
reino e no ters participao com o Senhor nele mesmo, nem
recebers as bnos para esse tempo. Significa isso que perdem a
salvao? De maneira nenhuma; seno que durante esse tempo, os
que no houverem vencido, sero disciplinados como o servo mal que
foi lanado s trevas exteriores, e desse castigo no sair at que
tenha alcanado a maturidade necessria para participar das bno
que Deus tem prometido para a eternidade na Nova Jerusalm,
quando seus nomes sero escritos novamente no livro da vida. Quais
so essas bnos eternas? O reinado eterno com Deus na Nova
Jerusalm, o sacerdcio eterno, a rvore da vida, a gua da vida.
" @ "unca mais haver qualquer maldio. "ela, estar o trono de
&eus e do Cordeiro. $s seus servos o serviro,B contemplaro a sua
face, e na sua fronte est o nome dele.C nto, j no haver noite,
nem precisam eles de lu) de candeia, nem da lu) do sol, porque o
!enhor &eus brilhar sobre eles, e reinaro pelos sculos dos sculos.
1B AemJaventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue
do Cordeiro, para que lhes assista o direito 9 rvore da vida, e entrem
na cidade pelas portas. 14 $ sp+rito e a noiva di)emG .emM Aquele
que ouve, digaG .emM Aquele que tem sede venha, e quem quiser
receba de graa a gua da vida" (Ap. 22:3-5,14,17).
Nem todos sero vencedores. Parece ser que os vencedores so uma
minoria. H pessoas que dizem que andam na luz, mas a realidade
demonstra que andam em trevas (1 Jo 2:8,9). Surpresas se daro! Os
nomes dos vencedores tambm sero confessados pelo Senhor diante
do Pai e de Seus anjos na era do reino milenar na terra. A experincia
nos diz que agradvel para muitas pessoas que seus nomes sejam
confessados diante de altas personalidades e figuras de certo
108
prestgio. Isso tem algo a ver com o estado em que se encontra a
cristandade? Desde suas razes a histria do protestantismo se tem
visto relacionada com a vinculao de altos personagens, imperadores,
reis, prncipes, eleitores, prelados, dignitrios polticos e religiosos,
que vo abrindo passo e escalando certas posies as vezes por meios
no bblicos, como o da poltica e as contendas belicosas. Mas a casa
construda pelos homens, e usando mtodos humanos, ser deixada
deserta (cfr. Mateus 23:38). A chave Deus em ns em Cristo e por
Seu Esprito. Um crente no tem nenhum motivo para gloriar-se; no
importa que seja muito sbio ou muito ignorante; no importa a
posio que ocupe no mundo religioso; se tudo tem feito o Senhor, se
em algo devemos gloriar-nos no Senhor.
Cap. 6: OS VENCEDORES E A I-RE,A
$s vencedores ante o fracasso da /#re-a
Solidarizo-me com os que afirmam que a Igre+a 1orma o ce%tro do
u%i$erso e a ra'o de ser da criao.*(1) O que pensava Deus
quando criou o universo? Diz Zacarias 12:1b: "o !"#$%, o que
estendeu o cu, fundou a terra e formou o esp+rito do homem dentro
dele". Eis a o centro da ateno do Senhor, eis a o mais importante
para o Criador, o esprito do homem regenerado, a Igreja, onde far
Sua morada eterna. Isso mais importante para Deus que todas as
grandes galxias juntas.
OJ"K Da%iel Ru3' Iue%o# Pais A0ostClicos# IAC# "?.*# P<g# ?&?#
De acordo com Gnesis 1:26-27 e Romanos 5:14, Ado foi criado
imagem de Cristo; mas o homem caiu e perdeu essa imagem. agora
na era da graa e pela redeno de Deus em Cristo, que o homem
redimido volta a ser a imagem de Cristo (Romanos 8:29); a Igreja, o
conjunto de todos os predestinados por Deus para que participem
desta salvao to grande. Ante a rebelio de Satans primeiro e a
queda do homem depois, o plano eterno de Deus de reunir todas as
coisas em Cristo, e que todas as coisas manifestassem a glria de
Cristo, e que o homem fosse semelhante a Cristo, esse plano sofre
demora; e por ele necessrio que o Filho de Deus se encarne na
109
histria, nasa e cresa como todos os homens e faa Sua obra na
cruz, morrendo por ns e ressuscitando gloriosamente, segundo o
antecipado conselho de Deus, e vena. O Senhor Jesus o primeiro
vencedor. Ao derramar sua vida na cruz, e por meio de Sua poderosa
ressurreio e gloriosa ascenso, o Senhor da vida Igreja, a qual
chamada a se manter na vitria de Cristo na cruz. Cristo, o Cabea, no
Calvrio venceu e atou a Satans; e o Senhor quer que Seu Corpo, a
Igreja, todo o tempo que permanecer na terra, mantenha e demonstre
a vitria da cruz, e para ele necessrio que a Igreja amarre a
Satans em todo lugar. Satans tem se interessado muito em que a
Igreja, seus membros, ignore que Cristo j venceu na cruz do Glgota,
e que essa vitria nossa, onde nos devemos manter firmes. A Igreja
est chamada a proclamar e viver essa vitria do Senhor sobre as
foras das trevas. Sabemos que muitos irmos vivem prostrados,
crendo que suas prprias foras lhe daro a vitria.
Mas a Igreja historicamente tem fracassado; isto vem ocorrendo desde
o perodo primitivo. Desde os tempos apostlicos comearam as
falhas; com a perda do primeiro amor comeou o declnio. A Igreja
gradualmente foi experimentando suas falhas, primeiro manifestadas
em algumas pessoas, e depois caiu comprometida com o mundo em
tempos de Constantino o Grande, imperador romano; houve um
matrimnio desigual que se consolidou nos tempos do imperador
Teodsio o Grande (379-395), veio das alturas com Cristo a morar na
terra, at que definitivamente foi infiel ao Senhor. A Igreja o Corpo
mstico de Cristo; Ele como Cabea, sofre as feridas do Corpo e, como
o corpo humano, atravs da histria a Igreja tem sido atacado por
inumerveis germes e pragas malignas com que Satans tem desejado
acabar com a igreja. A Igreja tem sido atacada por legies de
demnios que a vo contaminado com a falta de amor ao Senhor e aos
irmos, falta de f e esperana nas promessas de Deus conforme as
Escrituras, com heresias, gnosticismo, ataques por parte do judasmo
e o legalismo, com o desconhecimento dos princpios bblicos, com
incontveis divises, com perseguies, unio com o mundo, com
cesaropapismo, com sincretismo, idolatria, por meio da inquisio, o
nicolasmo, a mariolatria, o denominacionalismo e as doutrinas de
demnios, com as foras psquicas latentes na alma e a teologia da
prosperidade, com o evangelho das ofertas, com o cepticismo e a
incredulidade, com o farisasmo e a aparncia de piedade, com
110
seduo com princpios e prticas esotricas, e por ltimo com o
ecumenismo e a globalizao da religio.
Mas a Igreja, apesar de que tem chegado a estar gravemente
enferma, tem sado triunfante, porque as portas do Hades no
prevalecero contra ela, e depois do grande cativeiro e de passar pelo
vale da sombra da morte, chegou a hora de brotar louo como as
flores na primavera, mas desafortunadamente nem toda a Igreja tem
estado comprometida, e nem toda ela a portadora dos anticorpos,
seno que s os vencedores estaro preparados para a grande batalha
final. como a vanguarda da Igreja. Desde o comeo, e ante o
fracasso da Igreja, surge a necessidade de que a responsabilidade
recaia sobre uns poucos, os vencedores. S com os vencedores, os
que j tem recobrado a imagem de Seu Filho, Deus por Seus inimigos
por estrado dos ps de Cristo (Mateus 22:44), quem tem a
preeminncia em tudo. O resto, a grande massa da Igreja quer
glorificar a si mesma e jactar-se de seu trabalho e de suas conquistas.
mais saudvel que trabalhes para o Senhor sem esperar nada para
ti; si ests esperando algo, no tens matado a ti mesmo. Se isso est
te ocorrendo, conta-te entre os eliminados do reino. preciso que
Deus nos vena por meio da cruz.
O Antigo Testamento est cheio de tipos e figuras de Cristo e a igreja.
Por exemplo, a Escritura, falando da construo do tabernculo no
deserto sob a liderana de Moiss, diz que a coberta exterior desse
templo porttil era confeccionada com peles de texugos (cfr. xodo
36:19). A esse respeito citamos um comentrio do irmo Witness Lee,
tendo em conta que o tabernculo era s um tipo da legtima Igreja do
Senhor.
"De0ois da ca0a de 0eles de car%eiro ti%gidas de $ermel5o6 est<
a 7uarta ca0a6 a 7ual $em a ser a ca0a eDter%a# Esta coberta
est< 1ormada de 0eles de teDugo ou de marso0as6 as 7uais so
muito 1ortes: 0odem resistir a 7ual7uer classe de clima6
7ual7uer classe de ata7ue# A coberta eDterior %o 2 muito
atrati$a em a0ar4%cia e 2 algo tosco# Lo+e em dia6
eDteriorme%te Cristo %o 2 to agrad<$el 0ara as 0essoas
mu%da%as: Ele sim0lesme%te se assemel5a V 1orte 0ele de
teDugo6 7ue %o tem atrati$o em sua a0ar4%cia eDterior# Gas
ai%da 7ue Ele %o se+a muito atrati$o 0or 1ora6 0or de%tro Ele 2
1ormoso6 mara$il5oso e celestial# Ele %o 2 como o cristia%ismo
111
de 5o+e6 7ue tem edi13cios ime%sos e 1ormosos: eDteriorme%te
so muito im0o%e%tes6 mas i%terior e es0iritualme%te so
desagrad<$eis6 $a'ios e algumas $e'es corru0tos# As
orga%i'aes crists mu%da%as so $erdadeirame%te 1eias# No
i%terior da igre+a a0ro0riada6 do edi13cio de Deus6 5< algo
celestial e belo6 ai%da 7ue eDteriorme%te se+a 5umilde e tosco6
sem atrati$o %em bele'a". J=it%ess >ee# A Eco%omia de Deus#
>SG# "??@# 0<g# &@)K#
O cristianismo perfila-se atravs de duas correntes. Por um lado, h
um cristianismo religioso, nominal, professo e at com aparncia de
piedade; claro, com uma variante gama de autenticidade; que ao
mesmo tempo em que podem estar a%ela%do estar bem com Deus,
tambm podem estar se inclinando a olhar com simpatia o mundo
circundante e seus enganosos prazeres. So os que no costumam
desejar comprometer-se com Deus. Mas detrs desse cristianismo
veleidoso, h outra realidade, a dos lutadores, os que sabem que com
Cristo so vitoriosos, os que esperam a vinda do Senhor e Seu reino
com Ele. So os que tm se comprometido com Cristo at a morte;
so os que so guiados pelo Esprito de Deus, porque conhecem e
esto familiarizados com Sua voz e a estimam. So os que j no
vivem para si mesmos, seno para Aquele que dentro deles habita e
ordena, porque tm conscincia que ofertou Seu prprio sangue pela
vida da Igreja, e nos fez livres do que escraviza aos homens e quer
destruir o rebanho do Senhor. So os que tem conscincia que nossa
verdadeira causa, vida e fortaleza Cristo; so os que sabem que os
demais saem sobrando. So os que sabem que tudo o que est
relacionado com este mundo de pecado, com nossa prpria carne e
com Satans, nos impede de um autntico crescimento espiritual. So
os que esto conscientes de que chegou a hora em que tem que deixar
de julgar Igreja. So os que no pem em primeiro lugar s "demais
coisas seno ao Senhor. Freqentemente essas duas correntes crists
no se identificam uma com a outra, nem se entendem, e at tem sido
antagnicas na histria. D-se o caso de que se um vencedor trata de
ajudar a um irmo cado, ou a um irmo cego realidade do Senhor,
ou a um irmo egocntrico, este o recusa e o apelida de fantico ou
extraviado. E at o persegue.
A partir da regenerao dos membros do Corpo de Cristo; a Igreja j
vive dentro da esfera do reino de Deus, e como em todo reino, no
112
reino de Deus h claras normas de governo e de disciplina, e
necessrio que todos os redimidos sejamos no s governados e
disciplinados, seno tambm treinados para governar com Cristo na
eventual manifestao do reino dos cus.
Este o tempo em que, de acordo com o sermo do monte de Mateus
5-7, a Igreja, como a atual realidade do reino dos cus, deve ser
treinada, disciplinada, provada, purificada, limpa, experimentada em
uma vida austera, em tribulaes e restries, corrigida em tudo. Nos
pequenos reinos e feudos que se tem formado no cristianismo, a
Igreja est sendo guiada pelos caminhos largos e amplas portas que
facilitam a entrada prosperidade econmica; os irmos so treinados
para ganhar mritos prprios diante do Senhor para serem dignos de
ricas "bnos" terrenas, que satisfaam seus deleites carnais aqui e
agora. Estamos na era das ovaes e as distines entre os homens.
Para que esperar o futuro? No h preparao para merecer o reino,
porque se desconhece tudo do reino. Para qu mais reino, se j a
grande massa est reinando. Se dizem: "Somos os filhos do Grande
Rei; j estamos reinando". Muitos querem reinar desde agora, mas
recusam pagar o preo da coroa. melhor reinar na manifestao do
reino futuro, e estar sobre todos os bens do Senhor (cfr. Mateus
24:47), que reinar aqui. Ningum, exceto os vencedores, querem
ocupar-se na confeco e bordado, com o Esprito Santo, do vestido de
linho fino, limpo e resplandecente, sem mancha, para poder participar
nas bodas do Cordeiro; porque esse vestido individual, pois feito
em nosso viver dirio com o Senhor, o que fazemos, a Palavra diz que
so os atos de justia de cada santo em particular. As aes justas de
outro santo no servem a ti para que possas participar nas bodas do
Cordeiro, enquanto tu no negares a ti mesmo, e teu andar no for no
Esprito de Deus.
Por tudo isso, a Palavra de Deus fala de vencedores, porque s os
vencedores podem chegar a ser pobres no esprito, ter capacidade
para suportar o sofrimento, ser mansos, ter fome e sede de justia,
ser misericordiosos; s os vencedores podem ser limpos de corao,
pacificadores; s os vencedores tem capacidade de padecer
perseguio por causa da justia e ser vituperados por causa do
Senhor, e por cima de tudo isso, se regozijar e alegrar, sem devolver
mal por mal, sem queixar-se, e sim bendizendo a seus detratores; s
os vencedores so capazes de voltar a face esquerda ao que lhe fere
113
ou golpeia a direita. S um vencedor tem a capacidade de se contentar
com qualquer que seja a situao pela que tenha que passar, seja de
necessidade ou de abundncia, e poder manifestar como Paulo: " tudo
posso naquele que me fortalece " (Fp. 4:13).
Os vencedores so a vanguarda; os vencedores so os verdadeiros
guerreiros de Deus na Igreja, os que esto vestidos com toda a
armadura de Deus. Na Igreja h pessoas que s vestem parte dessa
armadura, e outros, embriagados por uma falsa teologia fcil, no
vestem nada. Andam nus, como os de Laodicia. S os vencedores
expressam a realidade do reino que deveria expressar toda a igreja
redimida pelo Senhor; porque s na vida vitoriosa dos crentes
vencedores se satisfaz o requerimento de Deus de que nossa justia
deve ser maior que a dos escribas e fariseus, ou seja, uma mais
elevada e exigente moral comparada a que demanda a lei
veterotestamentria e os legalistas religiosos professos. Temos a
realidade do reino, mas uma realidade escondida na Igreja, inclusive
para a maioria dos crentes.
Por exemplo, a lei exige que se ame ao prximo e se aborrea aos
inimigos, mas o Senhor nos diz que amemos a nossos inimigos. Mas,
quem que no seja vencedor pode conseguir isto? Com o estado atual
da igreja professa, com essa diviso crnica reinante, se vive um
egosmo sem precedentes; no se ama nem sequer aos irmos na f;
s vezes nos devoramos uns aos outros; muitas vezes se prefere no
empregar os servios de nossos irmos, porque h muita
desconfiana, irresponsabilidade, falta de honradez, fachada de
religiosidade, mas nada de amor e respeito, muito menos de piedade,
porque o crente vive como o resto dos homens, como qualquer filho de
vizinho e no como filhos de nosso Pai que est nos cus. Existe uma
grande diferena entre ser filho de um pai meramente humano e ser
filho do Pai celestial; porque a vida humana no pode viver a realidade
do reino dos cus, seno a vida divina que Deus vive dentro de ns. A
orao autoritativa, a obedincia, a dedicao, o sofrimento, a cruz, o
negar a si mesmo, o trabalho e a vitria dos vencedores, repercute em
toda a Igreja. Os vencedores obtm a vitria para a Igreja, porque os
vencedores levam toda a carga que deveria levar a Igreja inteira.
Sobre os ombros dos vencedores recai a responsabilidade de carregar
a arca (smbolo de Cristo); elev-la, e ao custo de sua prpria
vergonha, livr-la do vituprio dos homens. O vencedor no tem
114
repouso; sua responsabilidade no lhe admite o descanso; o vencedor
sabe que tem que se manter em viglia at que o Senhor lhe alivie da
carga. Ento, irmos, justo que o Senhor julgue em Seu tribunal o
que a Igreja tem feito nesta era? Ser justo que todos os santos
recebam um mesmo trato, sendo que uns tem caminhado pelo
caminho amargo e difcil, enquanto que outros o tem feito pelo amplo,
prazeroso e fcil? curioso o que anota o irmo Sonmore: "O 0o$o6
7ue tem ou$idos sar%e%to6 se co%grega a%te os mestres de sua
0rC0ria eleio 0ara ou$ir me%sage%s de 0ros0eridade6 de 0a'6
de 0oder6 de auto-reali'ao e de sa%idade 13sica 0ara
co%ti%uar em 0ecado". JClaQto% E# So%more# FNi%gu2m
se atre$e a c5am<-lo e%ga%oF# omo ( da s2rie FGostre a Casa
aos da CasaF# G#S#G# "??*6 0# "(@K#
H duas coisas que teve a igreja em seu perodo primitivo e que se
perderam no muito tempo depois, e que urge que sejam restauradas
em nosso tempo, a saber, o ministrio e a mensagem. Esses dois
aspectos j tem sido restaurados em certos lugares, mas a um alto
custo de perseguio e dificuldades. Por exemplo, o ministrio que
existe agora no o bblico; e a mensagem em mos de um ministrio
estranho tambm se aparta da verdade do fundamento escriturrio.
Algum tem dito que uma igreja com um ministrio e uma mensagem
que no se podem reconhecer, um fantasma da verdadeira Igreja do
Novo Testamento. Hoje ministrio uma fonte de ganncia e de
posio social; na Bblia, exercer o ministrio um grande sacrifcio
pois exige pagar um preo. Qual a mensagem do verdadeiro
ministrio e por que recusado no cristianismo atual? Porque o
verdadeira mensagem a cruz. Ningum quer pregar a cruz, nem
menos viv-la. Se tu pregas a cruz, te correm de tua denominao. Se
a Igreja no vive a cruz, qual ser a diferena com os pagos?
Os vencedores so os nicos que levam a cruz e negam a si mesmos.
A cruz obedincia e submisso ao Senhor at a morte; a cruz dor e
sofrimento, a fim de que possa haver vida para outros. Sem morte no
pode haver vida. Mas a Igreja evita levar a cruz, e se refugiam na
prosperidade material, na vida fcil, como se o Rei nos houvesse
redimido para que nos acomodemos neste mundo. Diz W. Nee: "Cada
um de %Cs de$eria 0ergu%tarH O 7ue 1ao o 1ao com o a1 de
ad7uirir 1ama6 ou 0ros0eridade ou 0ara ga%5ar a sim0atia dos
demaisS O 7ue busco 2 a $ida %a igre+a de DeusS Es0ero 7ue
115
todos 0ossamos 0ro%u%ciar a segui%te oraoH O5 Se%5or6
0ermita-me morrer 0ara 7ue outros 0ossam $i$er". J=# Nee# O
Plano de 1eus e os 5encedores# Ed# Pida6 "?--6 0<g# .-#K
Satans j foi julgado na cruz, de modo que a execuo dessa
sentena est a cargo da Igreja, e em particular dos vencedores.
Quando os vencedores forem ressuscitados e levados ao cu, com eles
o Senhor estabelece Seu reino e Sua autoridade sobre a terra e
consumada a salvao. A grande maioria na Igreja no consegue
cumprir o propsito de Deus simplesmente porque o ignora; por isso
que o Senhor consegue Seu propsito com um grupo de vencedores.
No cristianismo no h conscincia de Igreja como Corpo de Cristo. S
na condio de Filadlfia se tem restaurado a vida corporativa da
Igreja. No cristianismo tem se exagerado a nfase na salvao
individual, e isso em detrimento da Igreja, o Corpo de Cristo; porque o
que tem que ver com um membro, tem sua repercusso em todo o
organismo. Se no somos agarrados e alicerados em amor, todos
unidos como os membros do corpo humano, no podemos ser cheios
de toda a plenitude de Deus. Deus no trabalha s, nem quer que ns
trabalhemos ss. A Palavra de Deus diz que s corporativamente se
pode conhecer a Cristo em suas reais dimenses (cfr. Efsios 3:17-
19). Individualmente na Igreja h covardes, outros so preguiosos,
outros descuidados, outros amadores das coisas do mundo; da que o
Senhor dispensacionalmente sempre se tem valido de um pequeno
remanescente, tanto no povo de Israel como na Igreja.
Ser vencedor no necessariamente se relaciona com ser integrantes de
um grupo de pessoas especialmente espirituais, com meta a receber
coroas e recompensas quando vier o Senhor. Pode haver algo disso,
mas no fundo se trata da falha que historicamente tem afetado
Igreja, e o Senhor quer cumprir Seus propsitos com uns poucos que
tem vencido as circunstancias que tem levado derrota o resto da
Igreja. O vencedor faz o que realmente deveria fazer toda a Igreja. O
vencedor proclama com freqncia a vitria de Cristo; ou seja, d
testemunho que Cristo j venceu Satans, e que j se aproxima a
manifestao do reino dos cus. necessrio que expressemos o
testemunho tanto aos homens como a Satans. necessrio dar
testemunho que Jesus o Senhor. De conformidade com a Palavra de
Deus, vemos a diferena entre um crente vencedor e um vencido. Ao
116
menosprezar sua vida at a morte, o vencedor est disposto a ser
sacrificado em sua vida fsica e a negar-se at perder toda a fora de
sua alma. As capacidades naturais da alma humana do crente, devem
ser tratadas pela cruz. Quando chegamos a Cristo, trazemos uma srie
de foras e capacidades, que o diabo e a carne nos induzem a por ao
servio do Senhor sem que sejam tratadas pela cruz; e quando isto
ocorre, o cristo tem falhado. As capacidades naturais do homem
estorvam a obra de Deus.
Qualquer um pode se enganar e enganar usando suas habilidades
como se procedessem do Esprito Santo. Costuma-se usar magnficas
habilidades naturais pedaggicas, eloqncia, inteligncia inata,
privilegiada memria; mas tudo isso pode estar se fazendo na carne:
madeira, feno, palha. O que significa isso? Que se est apresentando
uma santidade e umas capacidades que no procedem de Deus. A
Deus no se pode servir com o que no procede Dele mesmo. Deus
no recebe o que no procede Dele. Qual o caminho correto a
seguir? O eu deve ser anulado por meio da cruz. Se isso no ocorre,
Cristo no pode manifestar Seu poder em ns. O orgulho que nos
arrasta com base em nossos prprios recursos naturais, e o poder de
Cristo, no so compatveis. Diz em 1 Corntios 15:50: "Isto afirmo,
irmos, que a carne e o sangue no podem herdar o reino de Deus,
nem a corrupo herdar a incorrupo". O corpo animal de que fala o
versculo 44 no pode herdar o reino; ele deve passar primeiro pela
ressurreio, e a alma haver experimentado a cruz.
$ vinho novo necessita de odres novos
O Senhor est edificando sua Igreja de acordo aos parmetros
bblicos, e necessitamos ter clareza de que o Senhor nos revela em
sua Palavra e pelo Esprito que no temos para qu nos esforar
tratando de reformar as velhas estruturas eclesisticas reinantes; isso
uma tarefa impossvel. Todo intento de renovao no funciona
simplesmente porque a edificao da Igreja viva; a Igreja um
organismo vivo. As organizaes eclesisticas, por muito
esplendorosas que se mostrem, no deixam de ser estruturas mortas
que no podem conter essa vida. So recipientes velhos e rotos aptos
117
para a dispensao da lei; e o Senhor est preparando odres novos
para depositar o vinho novo (cfr. Mateus 9:14-17; Marcos 2:18-22;
Lucas 5:33-39.). As dispensaes da lei e da graa so incompatveis.
O que procura estabelecer sua prpria justia tratando de cumprir
preceitos legais (Ro. 10:3), e no se sujeita justia de Deus em
Cristo (Ro. 3:22; 10:4), simplesmente cai da graa (Ga. 5:4). O
cristianismo voltou ao legalismo. Por exemplo, para os meros
professantes da religio, o jejum j no um ato ntimo e secreto de
adorar ao Senhor (cfr. Mateus 6:16-18), seno uma prtica religiosa
externa e oficial, muitas vezes usado para ostentar e jactar-se no s
diante dos homens seno tambm ante Deus.
Isto tem cumprimento tanto a nvel pessoal como organizacional. As
caducas estruturas da igreja tradicional em suas diferentes faces,
com sua bagagem de legalismo e imposies, constituem uma
trincheira para a graa. A Igreja do Senhor est voltando a sua
normalidade bblica, verdadeira vida e unidade do corpo de Cristo, s
prticas do primeiro sculo, quando os santos " perseveravam na
doutrina dos ap'stolos e na comunho, no partir do po e nas
ora<es" (At. 2:42). Mas a normalidade da Igreja no se conquista
renovando as estruturas das igrejas tradicionais. No se podem
reformar velhas estruturas eclesisticas; isso uma verdadeira utopia.
Desde o ano 1123 ao redor de 13 conclios "ecumnicos" no puderam
renovar o catolicismo romano, por exemplo. Diz o Senhor que isso
seria como pretender que um vestido velho fosse convertido em um
novo simplesmente porque se enche de remendos, pois remendar um
pano velho com pedaos de um novo traz como resultado a ruptura do
pano velho. Por que se rompe? No original grego no diz
necessariamente pano novo; mas fala de pano tosco, sem cardar
(agnafos), no curtido. Um pano no passado por curtimento, que
no tenha sido golpeado, desengraxado e curtido; um pano tosco,
que ao ser molhado se encolhe, de maneira que o remendo do dito
pano o tira do velho e o desgarra; ento a ruptura se faz maior que
antes. Assim o evangelho do reino; puro; um evangelho sem
tirar as asperezas, a cruz, o negar a si mesmo; o evangelho do
caminho estreito; um evangelho que no pode servir para remendar
o evangelho fcil que est se pregando. O evangelho do reino e da
justia de Deus choca-se com o evangelho mundano da prosperidade e
do enriquecimento econmico; choca-se com o evangelho dos palcios
118
e dos grandes emprios.
O mesmo acontece com os odres. Os odres so couros geralmente de
cabra, que, cozidos e costurados por todas as partes menos pelo
correspondente ao pescoo do animal, serve para conter lquidos,
como vinho e azeite. Os couros dos odres, com o envelhecimento
tendem a endurecer, e, claro, vo perdendo flexibilidade, e podem
romper facilmente. Esses couros velhos no resistem fora da
fermentao do vinho novo. A restaurao da igreja bblica est
fermentando agora em quase todos os pases do mundo; e essa
fermentao est produzindo grandes rupturas nas diferentes
estruturas da igreja tradicional. H milhares de irmos que neste
momento esto recebendo essa revelao do Senhor; e h deseres
por em toda parte. H muitos irmos vencedores que esto buscando
a unidade do corpo de Cristo na comunho do Esprito de Cristo. O
vencedor v o que no vem os demais. O vencedor faz um escrutnio
cuidadoso conforme a Palavra de Deus, porque a viso espiritual deve
ser conforme a as Escrituras. O vencedor examina e reflete. O
vencedor no fica na superfcie; em certo modo h de se penetrar no
mistrio do corpo de Cristo; v-lo, viv-lo, discerni-lo. Ns cristos no
devemos viver no temor que engendra o cumprimento de preceitos e
cargas; ao crer em Jesus Cristo, Dele no temos recebido o esprito de
escravido (cfr. Romanos 8:15.). Hoje somos filhos de Deus, e
devemos gozar do esprito de liberdade do Evangelho, e esse esprito
de liberdade (no de libertinagem) no cabe nos velhos odres ou
antigos moldes nem do judasmo nem da igreja tradicional envelhecida
com essa carga de institucionalismo, legalismo, normas, divises,
nicolasmo e caducas estruturas.
Insistimos, o Senhor est trabalhando na restaurao de sua legtima
Igreja; uma porta aberta que ningum pode fechar. H um avano
incontido. O Senhor est derramando seu vinho novo. Mas para esse
vinho novo, O Senhor necessita odres novos. Os odres velhos no
servem ao Senhor. Longe est o Senhor de que se reformem as velhas
estruturas religiosas. A est o exemplo de Jesus. Quando iniciou seu
ministrio no cuidou de ir ao Sindrio revelar sua filiao trinitria
divina e messinica a Ans e a Caifs e demais dirigentes religiosos de
sua nao; nem tampouco a avalizar as estruturas do judasmo
reinante; ao contrrio, combateu todo aquele comrcio religioso. E em
vez disso, foi s praias do Lago de Genesar e chamou a um grupo de
119
odres novos para que neles fermentasse o vinho novo do Evangelho do
Reino. Jesus no veio a renovar as estruturas do judasmo, como
agora tampouco est interessado em renovar as velhas estruturas da
igreja tradicional. Jesus agora est edificando algo novo. O que na
histria se envelheceu, morrer em sua velhice. Quando Jesus inicia
seu ministrio, nesse momento histrico, o judasmo, com Ans e
Caifs como cabeas e com suas alas de fariseus e saduceus,
representavam o odre velho com seu vinho velho da lei, as obras, os
tipos, as sombras, os sacrifcios e as promessas do Antigo Pacto;
agora vem Cristo, marcando o fim de tudo isso, trazendo o vinho novo
graa divina e a verdadeira realidade a deposit-la em um odre
novo, pois Cristo o verdadeiro Cordeiro Pascal, o bode expiatrio
verdadeiro, o verdadeiro man, o verdadeiro tabernculo de Deus.
As organizaes eclesisticas tem j seu leque de programas, mtodos
e prticas; uns tradicionais e outros recebidos de diferentes fontes;
inclusive pode tratar-se de uma congregao que se esteja
inaugurando hoje; que esteja estreando pastor, membros, edifcio,
plpito, pessoas jurdicas, tudo; mas se comea tendo por base as
estruturas tradicionais do sistema, essa congregao nasce sendo
velha e caduca, pois essas estruturas no resistem ao autntico vinho.
s vezes a igreja tradicional trata de remendar os furos de sua
estrutura caduca com remendo de pano novo. D-se o caso de que s
vezes at usam certa literatura dos apstolos e mestres da
restaurao da igreja, mas ao us-las mal, vm as brechas, pois para
que sejam odres novos, as organizaes deveriam desaparecer.
H membros de antigas estruturas que, abandonando esse sistema
corrompido, se abrem ao vinho novo do Senhor, da unidade do corpo
de Cristo, do evangelho do reino, do caminho da cruz, da porta
estreita, da restaurao da verdadeira liderana (apstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres), da comunho do Esprito, da
centralidade de Cristo, etc. Todo esse precioso vinho temos no Novo
Testamento, de onde bebemos pelo Esprito Santo. Cristo nos deixou
com palavras claras, inequvocas. No o caso de tratar de unificar a
igreja com o mtodo externo e superficial de unir as diferentes
organizaes. Isso se contempla como a apostasia que envolve o
ecumenismo. Pelo contrrio, se trata de uma revelao do Senhor a
nosso esprito; a luz de Deus que se deve manifestar no amor que
d seu fruto. O ecumenismo acrescenta a obscuridade, as rivalidades,
120
os enfrentamentos, o dio, revive o zelo religioso. O ecumenismo pode
ser papacntrico, mas no cristocntrico.
Cap. 6: OS VENCEDORES E A I-RE,A
A armadura de Deus
A Bblia registra uma luta da Igreja contra o inimigo de Deus, as foras
malignas das trevas; e o Senhor nos ordena vestir-nos com toda a
armadura de Deus, para podermos sair vitoriosos nesse inevitvel
enfrentamento; porque necessrio que lutemos no Senhor, em Seu
poder, e no no nosso. O vestir-nos com a armadura de Deus uma
ordem, um mandato de Deus, e uma necessidade para ns, no
opcional; Mas o por a armadura um ato voluntrio nosso, um
exerccio voluntrio. Toda arma meramente humana no serve para
esta luta, e sim de estorvo.
" 1; Quanto ao mais, sede fortalecidos no !enhor e na fora do seu
poder.11 %evestiJvos de toda a armadura de &eus, para poderdes
ficar firmes contra as ciladas do diabo*1H porque a nossa luta no
contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as foras
espirituais do mal, nas regi<es celestes.1@ -ortanto, tomai toda a
armadura de &eus, para que possais resistir no dia mau e, depois de
terdes vencido tudo, permanecer inabalveis" (Ef. 6:10-13). Aqui a
Igreja apresentada como um guerreiro, mas o lamentvel que nem
todos esto vestidos com esta armadura. Muito poucos, os
vencedores, esto vestidos com toda a armadura de Deus; outros s
tem parte dessa armadura, e o resto, a maioria, no tem nada.
Levemos em conta que ns vemos as pessoas com nossos olhos
fsicos, mas detrs das pessoas (carne e sangue) esto os
ventrloquos, os verdadeiros inimigos de Deus, os anjos rebeldes que
ostentam neste sculo os poderes malignos de Satans, o qual conta
com uma organizao sofisticada nos lugares celestes, os ares, e
exercem seu poder sobre as naes do mundo. Cada nao tem seu
prprio prncipe das trevas (Daniel 10:20) dentro dessa organizao, a
qual a sua vez maneja uma verdadeira hierarquia de poderes e
especialidades a seu cargo, para infringir dano Igreja e s naes,
121
que esto regidas e escravizadas por essas trevas. Mas devemos estar
firmes na vitria de Cristo, que nossa prpria vitria, por quanto
Satans e suas hostes de maldade esto destinadas a serem vencidas
por ns; por isso devemos resistir, ou seja, estar firmes. Paulo toma a
armadura de Deus, em sua parte externa, de modelo do soldado
romano de seu tempo, o qual era muito famoso por sua disciplina e
vigilncia. A armadura consta das seguintes partes:
O ci%to da $erdade. "stai, pois, firmes, cingindoJvos com a
verdade" (v. 14a). Cingir-se com cinto tem a conotao de estar
pronto para a ao, neste caso para a batalha espiritual; mas
necessrio que nos cinjamos com a verdade, a qual Cristo, o qual
verteu seu sangue por ns. Como comeram o cordeiro os hebreus, no
dia de sua liberao? "&esta maneira o comereisG lombos cingidos,
sandlias nos ps e cajado na mo" (Ex. 12:11a). Quanto mais
conhecemos a Deus e a Seu Cristo, mais temos conscincia que Ele
nossa nica verdade e realidade cotidiana, em nosso andar como
cristos. "%espondeuJlhe ,esusG u sou o caminho, e a verdade, e a
vida* ningum vem ao -ai seno por mim" (Joo 14:6).
A couraa da +ustia. A couraa era a parte da armadura que
revestia e protegia o peito do soldado romano, ou seja, nossa
conscincia. " e vestindo-vos da couraa da justia " (v. 14b). Cristo
tem sido feito por Deus nossa justificao, e dessa justia temos sido
revestidos desde que cremos, a qual tem se convertido em nossa
couraa em nossa condio de soldados; a obra de Cristo na cruz nos
tem feito justos, mas em nossa luta contra Satans, devemos ter
nossa conscincia limpa e protegida com a justia de um corao reto
diante de Deus e dos homens, o qual a vida de Cristo em ns;
porque Satans constantemente est nos acusando, e no devemos
permitir que essas acusaes definhem nossa f e nossa confiana no
Senhor. Se nossa conscincia no nos acusa, no devemos permitir
que sejamos atemorizados e envergonhados pelo inimigo.
O calado do e$a%gel5o. "Calai os ps com a preparao do
evangelho da pa)" (v. 15). O homem estava inimizado com Deus, mas
o Senhor Jesus em Sua obra na cruz serviu de mediador para
estabelecer a paz, tanto com Deus como com os homens; essa a
122
disposio fundamental do evangelho, com o qual devemos estar
calados e parados firmemente. Agora estamos parados sobre a rocha
firme, e nessa posio entramos com confiana a participar na batalha
espiritual. Devemos caminhar com o Senhor na paz que Ele nos tem
conquistado; no em nossa prpria paz, nem na paz dos homens. J
no caminhamos sobre a terra, porque no somos deste mundo. A
salvao separa aos crentes da terra suja, e nos faz livres. Alm disso,
nosso testemunho exige que estejamos em paz com Deus e com os
homens.
O escudo da 12. "embraando sempre o escudo da f, com o qual
podereis apagar todos os dardos inflamados do Daligno " (v.16). O
escudo era uma arma defensiva para o soldado romano, para se
proteger tanto das flechas como dos ataques com espada, lana ou
outras armas da poca. O escudo fundamental para se proteger dos
ataques do inimigo. O escudo do soldado romano era de couro, ou de
metal; mas o escudo do crente a f. H crentes que carecem de f,
logo no tem o escudo para apagar os dardos de fogo e ataques do
maligno, como as dvidas, as tentaes, os enredos mentirosos, as
incitaes e propostas ao pecado. Outros crentes tm um escudo
muito pequeno, com o qual s podero apagar certos dardos, mas no
todos, pois sua f no o suficientemente grande; e outros, os
menos, tem um escudo grande; so os vencedores.
O ca0acete da sal$ao. "Lomai tambm o capacete da
salvao" (v.17a). O capacete era a parte da armadura antiga que
resguardava a cabea e o rosto, de modo que fcil entender que, na
guerra espiritual, o capacete da salvao de Deus guarda a mente do
crente, seu intelecto, de ansiedades, preocupaes, acusaes,
temores, vergonha, ameaas de Satans, que vo diretamente
dirigidas a nossa mente, para nos debilitar, nos desorientar e nos
prostrar em uma situao de derrota e culpabilidade. Mas temos sido
salvos por Deus em Cristo; agora somos filhos de Deus, e Cristo
quem vive em ns permanentemente. Satans continuamente est
lanando seus dardos em nossa mente. Satans sabe que na mente
do homem onde se maquinam e perfilam todas as coisas, e por isso
na mente dos crentes onde se livram as grandes batalhas contra o
inimigo, pois os argumentos e pensamentos pertencem mente.
123
Lemos em 2 Corntios 10:3-6: "@ -orque, embora andando na carne,
no militamos segundo a carne.B -orque as armas da nossa mil+cia
no so carnais, e sim poderosas em &eus, para destruir fortale)as,
anulando n's sofismasC e toda altive) que se levante contra o
conhecimento de &eus, e levando cativo todo pensamento 9
obedi:ncia de Cristo,? e estando prontos para punir toda
desobedi:ncia, uma ve) completa a vossa submisso". Para entrar a
participar na guerra espiritual necessrio andar conforme o esprito;
da que as armas devem ser espirituais, poderosas em Deus, para
poder derrubar fortalezas do inimigo. Todos os que desobedecem a
Deus so portadores das fortalezas de Satans; por isso todo
pensamento deve ser levado cativo obedincia a Cristo.
A es0ada do Es03rito. "e a espada do sp+rito, que a palavra
de &eus" (v.17b). A espada a nica pea da armadura que usada
para atacar o inimigo. Cristo o Verbo de Deus encarnado, e a Bblia
a Palavra de Deus (gr. logos) inspirada pelo Esprito Santo, ou soprada
pelo alento de Deus (gr. theopneustos), de maneira que quando
usada a palavra especfica (gr. rhema) para dar um golpe mortal e
contundente ao inimigo, o prprio Cristo falando por Seu Esprito e
pela Palavra. As Escrituras tm sido deturpadas e manipuladas
abundantemente atravs da histria, em tal forma que essas
deturpaes tm facilitado o caminho para introduzir heresias na
Igreja do Senhor, contribuindo s mltiplas divises sustentadas com
aparente respaldo bblico. Eis ai o grande perigo, que apoiados com
uma falsa base bblica, se protocolize a diviso do Corpo de Cristo. O
zelo religioso no de Deus, nem o orgulho sectrio, nem a vanglria
do progresso humano. Tudo isso tem causado muito dano unidade
da Igreja; tem se quebrantado a verdadeira expresso da unidade do
Corpo do Senhor. Da que deve se usar a espada do Esprito no
Esprito e pelo Esprito. de suma importncia saber qual a verso
bblica em nosso idioma que guarde mais fidelidade com os
manuscritos originais.
A orao. "com toda orao e sIplica, orando em todo tempo no
sp+rito e para isto vigiando com toda perseverana e sIplica por
todos os santos" (v.18). A orao no est relacionada dentro da
124
armadura de Deus, mas o elemento indispensvel para receber a
armadura e us-la convenientemente no momento apropriado.
O ma%to da 5umildade. Mesmo os vencedores vestidos com
toda a armadura de Deus tm seus perigos, e caso se descuidem,
podem cair de qualquer altura de onde se encontrem; no importa o
grau de maturidade espiritual que se tenha. Diz 1 Co. 10:12: "Aquele,
pois, que pensa estar em p veja que no caia". O brilho da armadura,
pode deslumbrar ao vencedor que se descuida, e em vez de fixar os
olhos no Senhor, fixa em si mesmo; no tem conscincia de que sua
armadura no tem proteo para suas costas, onde pode ser ferido
pelos dardos do inimigo, dardos chamados orgulho; e j ferido, vai se
enchendo de certa aurola ao redor de si mesmo, e, sem se dar conta,
vai se debilitando espiritualmente de tal maneira que ao final no tem
foras suficientes para sustentar a espada e o escudo (a Palavra de
Deus e a f), e como conseqncia vem o engano quanto Palavra e
quanto f, e comea a declarar que j no necessita usar a espada e
o escudo; e no final se despojar a si mesmo de toda a armadura.
Ento, qual o remdio preventivo? Os reis, os grandes deste mundo
e os cristos orgulhosos, se cobrem com um manto de prpura, mas o
manto do cristo vencedor a outra cara da moeda; o manto que nos
cobre as costas dos dardos da altivez a humildade, a pobreza no
esprito. 1 Pedro 5:5b-6 diz: "sede submissos aos que so mais
velhos* outrossim, no trato de uns com os outros, cingiJvos todos de
humildade, porque &eus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes
concede a sua graa.? #umilhaiJvos, portanto, sob a poderosa mo
de &eus, para que ele, em tempo oportuno, vos eKalte". O vestido de
humildade a vestidura de um escravo em aptido de servio. O altivo
faz alarde por cima dos demais; depreciativo. O orgulhoso se enche
tanto de confiana em si mesmo, que chega o momento em que cr
que j no necessita usar a Palavra de Deus, a f e a confiana no
Senhor, e a armadura em geral, e enredado facilmente no engano de
toda ndole. Todo guerreiro necessita de toda a armadura de Deus,
mas vestido de humildade, " B -orque as armas da nossa mil+cia no
so carnais, e sim poderosas em &eus, para destruir fortale)as,
anulando n's sofismas C e toda altive) que se levante contra o
conhecimento de &eus, e levando cativo todo pensamento 9
obedi:ncia de Cristo" (2 Co. 10:4-5).
125
A guerra contra os demnios no se faz com as habilidades da carne;
nem com fora carnal e fsica, nem com eloqncia natural, nem com
sabedoria humana, nem derrubando s pessoas ao cho nas reunies;
no estamos lutando contra os homens. Por tanto, as armas devem
ser espirituais, poderosas em Deus. Os dardos do inimigo vo dirigidos
a encher nossa mente de argumentos e raciocnios que nos induzem
fofoca, busca de faltas em nossos irmos, acusao, falta de
perdo, ao egocentrismo, ao juzo injusto, aos zelos e contendas, ao
repdio, amargura, luxria; mas um dos mais fortes e
devastadores ataques vem do orgulho. Em troca, a Palavra de Deus
nos insta a sermos "Lende o mesmo sentimento uns para com os
outros* em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que
humilde* no sejais sbios aos vossos pr'prios olhos" (Ro. 12:6).
Devemos estar vigilantes, porque abundam as falsas roupas de
humildade.
Diz Mateus 5:3: "@ AemJaventurados os humildes de esp+rito, porque
deles o reino dos cus". Com este versculo, o Senhor no sermo do
monte comea a descrio da verdadeira natureza dos que so aptos
para participar no reino dos cus; e todas as caractersticas descritas,
so o plo oposto do cristo orgulhoso. Diante de Deus, o humilde tem
a posio mais alta, porque reflete a plenitude de Deus e de Sua
graa; porque Tiago 4:6 diz: "Antes, ele d maior graa* pelo que di)G
&eus resiste aos soberbos, mas d graa aos humildes". Ento,
amados irmos, para que no nos deslumbre o brilho da armadura e
nos impea ver a verdadeira natureza do inimigo, devemos tap-la
com o manto da humildade.
O amor. Por Seu Santo Esprito, o Senhor nos tem dado dons
espirituais, como ferramentas para nosso trabalho nesta era, e como
antecipao dos poderes do mundo vindouro; mas o mais excelente,
importante e poderoso de todas as ferramentas recebidas da parte do
Senhor o amor do Pai. Muitos, como os corntios, buscam os dons
exteriores, mas o amor a maneira excelente de exerc-los, e a
expresso de Deus dentro de ns como vida e alento.
A natureza de Deus amor (1 Jo 4:16), e a expresso desse amor o
que nos leva a ser espirituais. Podemos ter uma magnfica
compreenso da Palavra de Deus, podemos ter todos os dons
espirituais, podemos compreender todos os princpios do reino,
126
podemos possuir uma f gigantesca, mas se carecemos do amor do
Pai, nada somos.
No temos conseguido compreender, todavia, o suficiente e em sua
justa medida o captulo 13 da primeira epstola aos Corntios. Quanto
mais nos alimentamos de Cristo, mais cheios somos de Seu amor,
porque Ele, que amor, vai se apoderando de todo nosso ser; no s
do esprito, mas tambm da alma e todas suas faculdades, e at do
corpo. O Senhor tem vindo a viver dentro de ns para sempre; nunca
se afastar de ns; esta Sua casa; mas devemos buscar que Ele nos
encha de Seu Esprito e de Seu amor para que lhe sejamos fiis; Seu
amor nos livra do egocentrismo, e nos faz ver mais alm de nosso
contorno fsico. Saturados de Seu amor, poderemos ter a viso do
terceiro cu, e preg-lo. Com o amor, podemos manejar a armadura
de Deus com eficcia.
A se0ta promessa
A Igreja tem falhado, mas na histria o Senhor comeou a restaurar
tudo o que havia se perdido no cativeiro babilnico; portanto comeou
o perodo de Filadlfia, do amor fraternal, os irmos que, ainda que
com pouca fora, guardam a Palavra de Deus, retm firmemente o que
tm e no negam o nome de Jesus Cristo. em Filadlfia onde melhor
se expressa a realidade atual do reino dos cus entre os crentes
neotestamentrios, e particularmente para os vencedores de Filadlfia
h formosas promessas. Diz Daniel 4:26: "H? Quanto ao que foi dito,
que se deiKasse a cepa da rvore com as suas ra+)es, o teu reino
tornar a ser teu, depois que tiveres conhecido que o cu domina".Em
Filadlfia comeamos a experimentar que o cu governa em nossas
vidas.
Na carta do Senhor a Filadlfia encontramos uma formosa promessa
para os vencedores, de serem guardados da hora da prova, ou seja, a
grande tribulao que tem de ser manifestada sobre toda a terra
habitada (Mateus 24:21). Diz em Apocalipse 3:10: "1; -orque
guardaste a palavra da minha perseverana, tambm eu te guardarei
da hora da provao que h de vir sobre o mundo inteiro, para
eKperimentar os que habitam sobre a terra". Neste versculo e no
contexto da carta vemos que os santos que guardam a palavra do
Senhor e no negam o nome do Senhor Jesus Cristo, ou seja, no o
127
troquem por nomes denominacionais ou de lderes religiosos, sero
guardados por Deus da grande tribulao nos tempos do governo do
anticristo. No significa isto que alguns santos sero transformados e
arrebatados ao cu antes da grande tribulao, posto isto seria crer
em um arrebatamento da igreja em duas etapas, pois a Igreja de
Cristo estar na terra durante todo o governo do anticristo.
*olunas no templo
"1H Ao vencedor, fJloJei coluna no santurio do meu &eus, e da+
jamais sair" (Ap. 3:12a). Se os vencedores de Filadlfia conseguem
reter firmemente o que tem, o Senhor os far colunas no templo de
Deus. Em Filadlfia vencer reter. Todos os santos neotestamentrios
so pedras do templo do Senhor, mas nem todos chegam a ser
colunas do templo de Deus. Tem que se diferenciar a condio de ser
coluna do templo de Deus e o ser uma simples pedra do edifcio. O
vencedor de Sardes ser transformado em uma pedrinha para o
edifcio de Deus, mas o de Filadlfia ser uma coluna edificada no
templo de Deus. A coluna fundamental, no pode ser tirada sem que
ponha em risco a estrutura da edificao; ou seja, que o vencedor de
Filadlfia, que guarde a palavra do Senhor e no neguem Seu nome
v, a receber no reino milenar o prmio de ser um fundamento do
templo de Deus, e nunca mais ser tirado dali. O vencedor sabe
perfeitamente que no pertence a este mundo, que no habita aqui
como se pertencesse a esta esfera. Uma vez pertencamos a este
mundo, mas se somos vencedores, agora no pertencemos a este
mundo. Pelo contrrio, esta era to malvada, que os vencedores, j
como um exrcito, viro com Cristo a por um fim nesse sistema
mundano (Apocalipse 17:14; 19:14, 19-21). Agora somos possesso
de Deus, de Cristo e da Nova Jerusalm. Fora de seu lugar celestial, a
vida do vencedor a cruz e o vituprio. Hoje tem pouca fora, e
amanh una coluna no templo de Deus, pelo poder do Senhor.
$ nome de Deus
"gravarei tambm sobre ele o nome do meu &eus, o nome da cidade
do meu &eus, a nova ,erusalm que desce do cu, vinda da parte do
meu &eus, e o meu novo nome" (Ap. 3:12b). Ao vencedor de Prgamo
128
se promete dar-lhe no milnio uma pedra com um nome escrito, mas
ao vencedor de Filadlfia se far dele uma coluna sobre a qual sero
escritos trs nomes: o de Deus, o da Nova Jerusalm e o novo de
Cristo, como sinal por pertencer a Deus, de herana eterna e de
testemunho de Cristo e de que se tenha feito um com Deus, com a
Nova Jerusalm e com o Senhor; todo o qual se cumprir no reino
milenar. Levar o nome de Deus significa que Deus foi formado em ti;
levar o nome da Nova Jerusalm significa que fazes parte da Cidade
Santa, porque tem sido tambm formada em ti, e levar o nome novo
do Senhor significa que o Senhor tem formado a Si mesmo em ti, em
tua experincia, em teu andar. Em resumo, Filadlfia a nica igreja
que completamente aprovada por Deus. Filadlfia no nega o nome
do Senhor; os irmos de Filadlfia no se apelidam com outros nomes;
em Filadlfia no h batistas, nem presbiterianos, nem pentecostais,
nem puritanos, nem quadrangulares; simplesmente so de Cristo, so
cristos, e em conseqncia recebem uma preciosa promessa de que
ser escrito sobre eles o nome de Deus, o nome da cidade de Deus e o
novo nome de Cristo.
$ novo nome de *risto
"e o meu novo nome" (Ap. 3:12b). O vencedor de Filadlfia receber
um prmio especial, o novo nome do Senhor Jesus Cristo. O nome do
Senhor o Senhor mesmo; o qual significa que Cristo pertence do
crente vencedor. O nome do Senhor tem sido forjado no crente
vencedor. Qual o nome novo de Cristo? Tu conheces o nome novo de
Cristo quando experimentas de uma maneira nova ao Senhor. Para
muitos santos Cristo j ficou velho, j ficou algo assim como uma vida
religiosa rotineira; mas se tomas a deciso de vencer, Cristo chegar a
ser novo para ti; sempre ser teu alimento fresco. O vencedor de
Filadlfia retm o nome do Senhor e a unidade do Corpo de Cristo. O
vencedor de Filadlfia tem vencido a ruptura do Corpo de Cristo. um
erro pensar que para que haja unidade na Igreja necessrio que se
leve a cabo sob a aparncia do ecumenismo. Enquanto subsistirem as
divises denominacionais e sectrias no pode haver unidade. um
erro pensar que para que haja unidade na Igreja necessariamente
deve haver uniformidade. Uma coisa a uniformidade externa e outra
a verdadeira comunho do Esprito.
129
H nfase doutrinrias que no revestem carter fundamental, e que
por fim no afetam a salvao nem rompem a unidade do Corpo; e h
denominaes que tem se formado e tem se apartado do resto do
Corpo devido a que do carter fundamental a algo que a Escritura
no tem como fundamental nem afeta a salvao. A este respeito vale
a pena trazer a colocao s palavras do irmo Martn Stendal, em
relao Igreja: "Atra$2s da era da Igre+a6 tem 5a$ido muitos
i%di$3duos e gru0os e%$ol$idos em FguerrasF e com Fsa%gueF
em suas mos6 7ue $o te%ta%do edi1icar o em0lo do Se%5or V
ma%eira de determi%ada de%omi%ao6 gru0o ou mo$ime%to
orga%i'ado# Estes i%te%tos tem termi%ado 0or edi1icar
mo%ume%tos mortos6 ao i%$2s de u%ir 0edras $i$as 7ue seriam
uma $erdadeira lu' 0ara as %aes# O 5omem mede o 4Dito 0elo
%Wmero de F1i2isF6 ou 0elas i%stalaes6 ou 0elos 4Ditos
terre%os 7ua%do Deus o mede 0ela +ustia e a retido %o
corao6 e 0or obedi4%cia a Seu orde%ame%to e a Sua
Pala$ra".*(1) Tambm disse o irmo Grau: "Os mesmos
re1ormadores %o te%taram 1u%dar uma %o$a religio6 %em
se7uer uma %o$a Igre+a# a%to eles como %Cs temos um sC
Gestre# A me%sagem da Re1orma %o %os di' 7ue %os 1aamos
lutera%os ou cal$i%istas6 se%o cristos".*(2)
OJ"K Gart3% Ste%dal# O )a0ern*culo de 1avi# ColYmbia 0ara
Cristo# "??.#
OJ&K Bos2 Rrau# Catolicismo Roma%o - Orige%s e
Dese%$ol$ime%to# E#E#E## "?.-6 0<g# *)(
Alm disso, como temos vindo estudando na Palavra de Deus, o grau
de maturidade e santidade dos irmos biblicamente no uniforme,
nem tampouco se deve esperar uniformidade no procedimento e a
ordem. Nem ainda nos vencedores h uniformidade espiritual. No
reino, uns recebero melhores recompensas que outros. A posio no
reino e mesmo na eternidade, no novo cu e a nova terra depende e
produto de nossa vida terrena depois de haver crido. Ser vencedor
requer sacrifcio, obedincia e entrega, e quanto mais se escale aqui,
se traduz em que teremos um nvel maior no reino e na eternidade.
Cada vez temos mais clareza de que nossa vida e andar com Cristo
no se deve tomar levianamente.
Quando se fala de vencedores porque h crentes derrotados. Os que
130
vencem so os cristos espiritualmente normais; os demais irmos
continuam sendo nossos irmos, mas so espiritualmente anormais.
"B porque todo o que nascido de &eus vence o mundo* e esta a
vit'ria que vence o mundoG a nossa f.C Quem o que vence o
mundo, seno aquele que cr: ser ,esus o >ilho de &eus0/ (1 Jo 5:4,5).
Cap. 7: OS VENCEDORES E O TRI+UNAL
DE CRISTO
$ tri&unal de *risto
De nenhuma maneira nossa inteno alarmar aos irmos que leiam
este trabalho. Longe est de nossa parte ser portadores de uma
mensagem que v causar tristeza e inquietao, ou que v
escandalizar; a esto as pginas das Escrituras, que so as que do
testemunho de toda verdade exposta. S queremos ser fiis ao Senhor
e a Sua Palavra, declarando o que nos adverte a Palavra de Deus por
Seu Santo Esprito; ou seja, dando o sonido do atalaia quando v que
se aproxima o perigo. O Senhor j est s portas, e Seu povo deve
conhecer tudo o relacionado com essa preciosa vinda, e uma dessas
coisas que o Senhor estabelecer seu tribunal nos ares e julgar
Igreja. Disse o apstolo Paulo pelo Esprito em 2 Corntios 5:10:
" 1; -orque importa que todos n's compareamos perante o
tri0unal de Cristo , para que cada um receba segundo o bem ou o
mal que tiver feito por meio do corpo".
Esse o primeiro de todos os juzos, o da Igreja. Muitos rejeitam isto,
mas uma declarao bblica. Irmos, o juzo da Igreja necessrio;
recordemos que as caras se vm pelos coraes, no. Mas o Senhor
sim que v tudo. Diz Tiago 5:8,9: "6 !ede v's tambm pacientes e
fortalecei o vosso corao, pois a vinda do !enhor est pr'Kima.
F =rmos, no vos queiKeis uns dos outros, para no serdes julgados.
is que o jui) est 9s portas". Antes de que o Senhor venha como
Noivo, vir como juiz; no esqueamos disso (Mateus 25:1-13). Tudo
isso, tanto Sua vinda como o juzo da Igreja, deve encher-nos de
alegria. O Senhor, tudo o que faz, o faz para o bem e em justia.
Em sua qualidade de administrador dos mistrios de Deus, cada
131
obreiro deve ser achado fiel. Diz Paulo em 1 Corntios 4:4-5: "B
-orque de nada me argIi a consci:ncia* contudo, nem por isso me dou
por justificado, pois quem me julga o !enhor.C -ortanto, nada
julgueis antes do tempo, at que venha o !enhor, o qual no somente
trar 9 plena lu) as coisas ocultas das trevas, mas tambm
manifestar os des+gnios dos cora<es* e, ento, cada um receber o
seu louvor da parte de &eus". No tribunal de Cristo ser manifesto
publicamente nosso carter e motivao subjetiva e pessoal, pelo que
seremos julgados um por um. O juzo comea pela casa de Deus.
Lemos em 1 Pedro 4:17: " 14 -orque a ocasio de comear o ju+)o
pela casa de &eus chegada* ora, se primeiro vem por n's, qual ser
o fim daqueles que no obedecem ao evangelho de &eus0"
Disse o irmo Rick Joyner: "O Se%5or comea o +u3'o 0or Sua
0rC0ria casa6 0or7ue %o 0ode +ulgar ao mu%do se seu 0o$o
$i$e %os mesmos cami%5os dos maus# Eua%do c5egar o +u3'o6
5a$er< uma disti%o e%tre Seu 0o$o e o mu%do6 mas ser<
0or7ue Seu 0o$o 2 di1ere%te".*(1) A Igreja no ser julgada ante o
grande trono branco, seno mil anos antes ante o tribunal de Cristo,
quando vier o Senhor e iniciar o reino milenar, para castigo ou
recompensa, de acordo com a vida e obras dos crentes, os santos
salvos, filhos de Deus. "1; Lu, porm, por que julgas teu irmo0 tu,
por que despre)as o teu0 -ois todos compareceremos perante o
tribunal de &eus.11 Como est escritoG -or minha vida, di) o !enhor,
diante de mim se dobrar todo joelho, e toda l+ngua dar louvores a
&eus.1H Assim, pois, cada um de n's dar contas de si mesmo a
&eus " (Romanos 14:10-12). Tambm Paulo em 2 Corntios 5:10 diz:
"1; -orque importa que todos n's compareamos perante o tribunal
de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver
feito por meio do corpo". Este juzo no se relaciona com a salvao
eterna, e sim com nossa conduta em nossa condio de filhos de
Deus.
OJ"K RicZ BoQ%er# 6i0era-+o da marca da 0esta# 5e Gor%i%g
Star# "??*#
Diz Mateus 16:26-27: "H? -ois que aproveitar o homem se ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma0 $u que dar o homem em troca
da sua alma0H4 -orque o >ilho do #omem h de vir na gl'ria de seu
-ai, com os seus anjos, e, ento, retribuir a cada um conforme as
132
suas obras". Aqui fala de recompensas para os seguidores do Senhor
em Sua vinda; mas essas recompensas dependero da perdio ou
salvao de si mesmos, ou seja, de sua vida natural. Depois de
exortar a que levem em prtica certas coisas, o apstolo Pedro disse
aos irmos: " 11 -ois desta maneira que vos ser amplamente
suprida a entrada no reino eterno de nosso !enhor e !alvador ,esus
Cristo" (2 Pe. 1:11). Quando o Senhor vier, muitos crentes reinaro
com Ele e outros no; de modo que a principal recompensa
participar com o Senhor em Seu reino; e de acordo com o contexto,
isto depender de que tenham perdido ou no sua alma. Neste juzo, o
Senhor determinar quem dentre os santos so dignos de galardes e
recompensas, e quem merece e necessita mais de disciplina. Todo
vencedor tem prmio no reino milenar, pois o reino ser uma
recompensa para os crentes vencedores. Disse 2 Timteo 2:12a " 1H
se perseveramos, tambm com ele reinaremos* se o negamos, ele,
por sua ve), nos negar".
Diz o Salmo 66:18: " 16 !e eu no corao contemplara a vaidade, o
!enhor no me teria ouvido". No corao onde residem nossas
emoes, motivaes, inclinaes, afetos, paixes, desejos, dio e
amor. O corao deve ser renovado. Ali podemos guardar pecados no
confessados e dos quais no tenhamo-nos arrependido, no foram
eliminados, nem resolvidos de uma vez por todas sob o sangue do
Senhor Jesus. s vezes se costuma perdoar em aparncia, e em nosso
corao no nos temos esquecido, segue ali latente; ento esse
problema com algum, em realidade no tem sido resolvido
convenientemente, e seguimos guardando iniqidade. Todo pecado
que no tenha sido apagado, voltar a ns no tribunal de Cristo. Uma
coisa que nossos pecados sejam apagados, e outra diferente que
seja apagado em ns toda mancha de pecado.
No tribunal de Cristo no se estar julgando a salvao, seno que as
obras do crente so submetidas a juzo. Por exemplo, Romanos 8:1,
diz: "Agora, pois, nenhuma condenao h para os que esto em
Cristo ,esus, os que no andam conforme 9 carne, seno conforme ao
sp+rito" ( Verso Reina Valera). O andar do crente vencedor
conforme a vida do Esprito dentro de seu esprito; mas o derrotado
carnal; no anda conforme o Esprito. No tribunal de Cristo, o santo
no vencedor no perde sua salvao; se anda conforme a carne; tem
motivo de juzo no tribunal de Cristo. Diz Joo 5:24: "HB m verdade,
133
em verdade vos digoG quem ouve a minha palavra e cr: naquele que
me enviou tem a vida eterna, no entra em ju+)o, mas passou da
morte para a vida". Tambm 1 Jo 4:17 diz: "14 "isto em n's
aperfeioado o amor, para que, no &ia do ,u+)o, mantenhamos
confiana* pois, segundo ele , tambm n's somos neste mundo".
Note que esta declarao muito sria e encerra um grande
compromisso. Se somos imagem de Cristo, no temos motivos para
sermos disciplinados.
O tem0o do +u3'o. Quando ter lugar o tribunal de Cristo?
Conforme a Lucas 14:14 o tempo das recompensas est associado
com a ressurreio. " 1B e sers bemJaventurado, pelo fato de no
terem eles com que recompensarJte* a tua recompensa, porm, tu a
recebers na ressurreio dos justos". O momento em que
compareceremos ante o tribunal de Cristo quando ocorrer a
ressurreio da Igreja, na ltima trombeta. Diz Apocalipse 11:15-18:
" 1C $ stimo anjo tocou a trombeta, e houve no cu grandes vo)es,
di)endoG $ reino do mundo se tornou de nosso !enhor e do seu Cristo,
e ele reinar pelos sculos dos sculos.1? os vinte e quatro ancios
que se encontram sentados no seu trono, diante de &eus, prostraramJ
se sobre o seu rosto e adoraram a &eus,14 di)endoG Praas te
damos, !enhor &eus, LodoJ-oderoso, que s e que eras, porque
assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.16 "a verdade, as
na<es se enfureceram* chegou, porm, a tua ira, e o tempo
determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardo
aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome,
tanto aos pequenos como aos grandes, e para destru+res os que
destroem a terra".
Como vemos, se trata da stima trombeta, a ltima, como diz 1
Corntios 15:52: " CH num momento, num abrir e fechar de olhos, ao
ressoar da Iltima trombeta. A trombeta soar, os mortos
ressuscitaro incorrupt+veis, e n's seremos transformados ". Chega o
tempo de estabelecer o reino. Tambm confirma esse tempo o
Apocalipse 22:12: " 1H eis que venho sem demora, e comigo est o
galardo que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras".
O primeiro juzo ser o da Igreja ao regresso do Senhor. Diz 1 Pedro
4:17a: " 14 -orque a ocasio de comear o ju+)o pela casa de &eus";
mas a Igreja no ser mais julgada depois do tribunal de Cristo.
134
Depois do reino milenar ter lugar o juzo do grande trono branco,
onde sero julgados os mpios, os que participam na segunda
ressurreio, pois os captulos 21 e 22 de Apocalipse descrevem a
situao na eternidade, tanto para a Igreja como para os mpios e as
naes.
>ugar do +u3'o. No ar. Lemos em 1 Tessalonicenses 4:16,17: " 1?
-orquanto o !enhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a
vo) do arcanjo, e ressoada a trombeta de &eus, descer dos cus, e
os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro*14 depois, n's, os vivos,
os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre
nuvens, para o encontro do !enhor nos ares, e, assim, estaremos para
sempre com o !enhor". Pode ser que ao encontrar-nos com o Senhor
no ar, logo desamos terra com Ele, e logo o Senhor estabelea seu
tribunal em algum lugar da terra.
Pessoas +ulgadas. Quem ser convocado para o juzo da Igreja?
Este juzo ser s para os crentes. De acordo com o contexto do
captulo 5 da segunda carta aos Corntios, se trata da Igreja, tanto
vencedores como vencidos. Comea o captulo falando do anelo da
redeno do corpo e de ser revestidos da habitao celestial, a fim de
no ser achados nus. Agora vivemos nesta terra como peregrinos,
ausentes do Senhor; mas desde j devemos ser agradveis; e ento
quando o versculo 10, com toda clareza nos diz que "-orque importa
que todos n's compareamos perante o tribunal de Cristo". De
conformidade com o contexto de 1 Corntios 3:12-15, ali o juzo para
todos os crentes com relao obra de cada um; de como houver
sobre-edificado sobre o nico fundamento, Jesus Cristo. Construram-
se com materiais diferentes dos de Deus, o resultado ser um edifcio
estranho, que se queimar, e esses construtores sofrero perdas;
sero castigados, ainda que no perdero sua salvao. Tambm o
confirma 1 Corntios 9:24-27, como temos comentado.
Pensemos, ainda que seja por um momento, a vergonha que
sentiramos naquele dia, ao contemplar a viso do Senhor sobre ns,
sobre a indiferena e com o pouco caso que fizemos Dele, o que
morreu por ns na cruz e derramou Sua prpria vida por uns seres to
ruins e ingratos. Tambm pensemos nos milhes de testemunhas que
nos rodearo, onde ningum ter a oportunidade de ocultar nada.
Trs par%&olas de -u1zo
135
Todo crente mundano, negligente e carnal, dever enfrentar a
vergonhosa realidade que aparece na Escritura. Analisemos um pouco
trs parbolas em Mateus, que se relacionam intimamente com a
vinda do Senhor e o tribunal de Cristo. A do servo mau (Mat.24:45-
51), a das virgens imprudentes (Mt. 25:1-13) e a do servo negligente
(Mat. 25:14-30). Estas trs parbolas so dirigidas Igreja; para que
a Igreja se "belisque, sobre tudo em um tempo de tanta expectativa
como o que vivemos. A igreja est atravessando por uma poca de
grandes e transcendentais acontecimentos.
A 0ar<bola do ser$o mau. Esta parbola fala de servos fiis e
infiis. Aqui os servos representam os crentes no aspecto da fidelidade
ao Senhor. A parbola fala de servos que esto frente da servido,
onde deve ser fiel e prudente. Note que o Senhor aqui no usa a
palavra filhos para chamar aos salvos, seno servos; pois como filhos
j recebemos Sua vida; em troca, como servos, seremos julgados para
receber ou no as recompensas. No comeo, nos versos 45-47, a
parbola fala de um servo vencedor, o qual receber como
recompensa ser posto sobre todos os bens do Senhor no reino. Essa
a bem-aventurana. Ali diz: " BC Quem , pois, o servo fiel e prudente,
a quem o senhor confiou os seus conservos para darJlhes o sustento a
seu tempo0B? AemJaventurado aquele servo a quem seu senhor,
quando vier, achar fa)endo assim.B4 m verdade vos digo que lhe
confiar todos os seus bens ". Dar alimento a tempo est relacionado
com ministrar a Palavra de Deus aos crentes, e tudo o que se refira a
Cristo como vida da Igreja. O bom servo tem de dar alimento, no
leis, a seus conservos. As leis quem d o Senhor. O labor do servo
bom dar, no buscar o seu prprio. O ser achado fiel, o bom servo
ser promovido a um cargo mais elevado no reino. "B4 m verdade
vos digo que lhe confiar todos os seus bens".
Mas nos versos 48-51 fala do servo mau, que, ainda que seja salvo,
no vencedor, trata mal aos demais crentes, se assenhoreia deles
como se Deus o houvesse posto na igreja como um prncipe (1 Pe.
5:3), tem amizade e companheirismo com as pessoas mundana, no
ama a vinda do Senhor nem lhe interessa o reino. O servo mau um
escravo de suas paixes e apetites. Ali diz: "B6 Das, se aquele servo,
sendo mau, disser consigo mesmoG Deu senhor demoraJse,BF e
136
passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com
brios,C; vir o senhor daquele servo em dia em que no o espera e
em hora que no sabeC1 e castigJloJ, lanandoJlhe a sorte com os
hip'critas* ali haver choro e ranger de dentes".
O servo mau levado por uma falsa doutrina. O servo mau pensa que
o Senhor tarda em vir ou que talvez nunca vir, e isso lhe d a
oportunidade de viver uma vida descuidada para andar segundo suas
prprias concupiscncias (2 Pe. 3:3-4). O servo mau quer impor sua
autoridade tratando mal a seus conservos. possvel que lhe joguem
na cara sua conduta e isso o enfurece mais, ou busca duramente que
os demais o reverenciem e se inclinem ante ele. Para uma pessoa, a
vinda do Senhor (ou a morte da pessoa, o mesmo, pois acarreta as
mesmas conseqncias) algo supremamente terrvel. A morte, pois,
o separar de muitas coisas que hoje ama e lhe entretm, deste
mundo que tanto lhe atrai. O que espera a este servo mau quando se
encontrar com o Senhor no juzo da igreja? Espera-lhe um castigo
temporrio. Necessitamos ganhar esta carreira aqui, no s para no
sermos castigados temporariamente com os hipcritas, seno para
receber o galardo, o prmio, dos vencedores, como diz Paulo (1 Co.
9:24-27).
Note que este servo salvo, um filho de Deus; fala de "meu
Senhor"; nenhum mpio chama "meu Senhor" ao Senhor Jesus; mas
no dia em que a Igreja comparecer ante o tribunal de Cristo, esse
servo ser separado do Senhor e de Seu reino, e temporariamente
posto no lugar onde iro os hipcritas. No eternamente, seno que ali
por s "sua parte", conforme a sua falta.
A 0ar<bola das de' $irge%s. Em Mateus 25:1-13, encontramos
a parbola das dez virgens, a qual est intimamente relacionada com o
reino dos cus. Aqui as virgens representam aos crentes no aspecto da
vida com o Senhor. O andar do crente com Cristo em santidade e
obedincia se relaciona intimamente com sua plenitude do Esprito
Santo. Da constante plenitude do Esprito Santo em um crente
depende sua perfeio na comunho com Deus e com os demais
irmos, o conhecer o amor de Cristo e o de ser cheio de toda a
plenitude de Deus (Efsios 3:19).
O nmero dez o nmero das naes, e significa que a Igreja est
constituda por crentes de toda linhagem, de toda tribo, de todas as
137
raas, lnguas e naes do globo.*(2) Claro que, alm da ltima
gerao de crentes, inclusive aos irmos que j esto mortos na
histria ("cochilaram e dormiram", diz no verso 5)*(3). Algumas
pessoas se confundem pensando que todas as virgens "dormem"
espiritualmente; mas isso seria uma contradio. A metade das
virgens so prudentes e a metade insensatas. Suas lmpadas (o
esprito de cada crente) representam que a Igreja, nesta era de
trevas, leva o testemunho do Senhor, morada do Esprito Santo de
Deus; mas necessrio que cada lmpada continuamente esteja plena
de azeite de Deus (Seu Esprito), para que possa irradiar essa luz de
Deus comeando do interior; porque todo crente responsvel ante
Deus de ser cheio do Esprito Santo. "$ esp+rito do homem a
l5mpada do !"#$%" (Pr. 20:27a). Lmpada com azeite insuficiente
no pode alumiar seno com uma luz muito tnue. "1C -ortanto, vede
prudentemente como andais, no como nscios, e sim como sbios,1?
remindo o tempo, porque os dias so maus.14 -or esta ra)o, no
vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do
!enhor " (Ef. 5:15-17). O nscio no aproveita bem o tempo, e como
vive para si mesmo, no se interessa de qual seja a vontade do
Senhor em determinados acontecimentos.
OJ&K C1r# A0ocali0se *H?# No 2 uma casualidade 7ue %o
ca03tulo "@ de R4%esis se descre$e as geraes dos 1il5os de
No26 e 7ue diga %o $ers3culo (&H F So estas as 1am3lias dos
1il5os de No26 segu%do as suas geraes6 %as suas %aes: e
destes 1oram dissemi%adas as %aes %a terra6 de0ois do
dilW$ioF# Dos de' c5i1res Jas %aes globali'adas do Wltimo
sistema mu%dialK da 7uarta besta surge um c5i1re 7ue os
domi%ar< a todos JD%# -H--.: A0# "(H": "-H(K# No taber%<culo6
as de' corti%as de [Dodo &, re0rese%tam V igre+a# Relacio%e
com a %oi$a de Ca%tares J"H*K#
OJ(K Eua%do se re1ere aos cre%tes6 o so%5o re0rese%ta a morte6
como em " es# )H"(-",: Boo ""H""-"(: " Cor3%tios ""H(@#
Todas as virgens saem do mundo ao encontro do Senhor, porque as
virgens representam os santos, aos apartados do mundo para Deus;
mas " As nscias, ao tomarem as suas l5mpadas, no levaram a)eite
consigo*B no entanto, as prudentes, alm das l5mpadas, levaram
a)eite nas vasilhas ". A vasilha a pessoa de cada um, sua alma
138
(vasos de honra para Deus e habitao de Cristo). Todas as virgens
tinham azeite em suas lmpadas; todas eram salvas; todas tinham o
Esprito Santo; mas h uma distino entre as virgens prudentes e as
insensatas: as insensatas no tinham reservas em suas vasilhas; de
maneira que suas almas no conheciam a vida do Esprito; eram almas
sem renovao e santificao. Eram crentes que se conformavam a
este sculo, pois no haviam sido transformados por meio da
renovao de seus entendimentos, de maneira que nesse estado no
tinham capacidade para comprovar qual era a vontade de Deus em
cada caso, em cada circunstancia (Romanos 12:2). Isto srio, que
Deus nos fale em nosso esprito e ns no possamos entender o que
nos diz. " no vos embriagueis com vinho, no qual h dissoluo,
mas encheiJvos do sp+rito" (Ef. 5:18). O enchimento do Esprito no
crente deve ser continua e constante. Alguns pensam que isso se
refere a um ato, mas se trata de um estado interior permanente para
gozar da plenitude de Deus com os demais irmos, pois somos um
corpo. Ou somos nscios e seguimos postergando conhecer essa
plenitude, ou somos sbios e buscamos essa proviso constante de
azeite para nossas lmpadas e nossas vasilhas com mais diligencia
que ao ouro e a prata.
Mas a meia noite, quando a humanidade estiver se debatendo na
grande obscuridade da grande tribulao, se escutar a voz do arcanjo
e a trombeta de Deus; j vem o Senhor, e ocorre a ressurreio e o
arrebatamento da Igreja. O que suceder ento com os crentes que
tendo o Esprito Santo no estejam suficientemente saturados Dele? A
parbola no responde a todas as nossas interrogaes, mas vemos
tacitamente que os crentes nscios no pagaram um preo para serem
cheios do Esprito Santo. Qual o preo? Tampouco o declara, mas em
outras partes da Escritura Sagrada o vemos. Por exemplo, renunciar
ao mundo, carregar nossa prpria cruz cada dia em obedincia ao Pai,
negar o eu; em nossa escala de valores pr a Cristo em primeiro
lugar, por cima de todas as coisas; estimar todas as coisas como
perda por amor de Cristo. Todo crente que no pagar o preo agora,
nesta vida, para ser cheio do azeite do Esprito, dever pagar depois
da ressurreio, pois todo crente deve ser aperfeioado, se no agora,
ser depois nas trevas exteriores. O Senhor agora est nos dando a
oportunidade de que no desperdicemos os passos que Ele est
tomando para levar a todos os Seus filhos maturidade. Mas, por que
139
se chamar preo? Porque se trata de renunciar a toda essa herana
que recebemos e que vivemos em outro tempo em nosso velho
homem. Isso doloroso quando nos aferramos a essas coisas,
costumes, pertences, vcios, amores, valores ancestrais, cujo centro
no Deus. Agora nosso tesouro Cristo, e Deus nos tem escondidos
nos lugares celestiais em Seu Filho. O demais sobra.
Note que as cinco virgens insensatas chegam a tocar a porta depois
que se fecha para iniciar as bodas com as prudentes, os crentes
vencedores. Diz nos versos 10-13: "1; , saindo elas para comprar,
chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para
as bodas* e fechouJse a porta.11 Dais tarde, chegaram as virgens
nscias, clamandoG !enhor, senhor, abreJnos a portaM1H Das ele
respondeuG m verdade vos digo que no vos conheo ". Vemos, pois,
que se relaciona com a vinda do Senhor e Seu juzo das obras da
Igreja quando Ele estabelecer Seu tribunal. As cinco virgens
insensatas, ainda que no perdem sua salvao, no so aprovadas
para entrar nas bodas; no tm o vestido apropriado; no tem se
ocupado a seu devido tempo em ter suficiente azeite. Quando no
tribunal de Cristo, o Senhor dizer a algum: No os conheo; isso
significa que essa pessoa jamais se interessou por ter comunho com
o Senhor, no se interessou por conhecer ao Senhor; e a salvao se
relaciona com o conhecimento do Senhor (Joo 17:3). Enquanto
estamos nesta terra, o Senhor nos d a oportunidade de conhecer-lhe
e obedecer-lhe, mas quando Ele vier e estabelecer Seu tribunal para
julgar Igreja, ali, nesse momento no o Salvador seno o Juiz
(Mateus 5:25) que estar julgando nossa conduta como filhos de
Deus. Se as virgens insensatas no foram salvas, no poderiam estar
a tocando as portas do reino dos cus. Irmos, um privilgio grande
o poder servir ao Senhor agora. verdade que podemos estar muito
ocupados em nossos prprios programas "espirituais", e no estar
fazendo a vontade de Deus, e naquele dia receber a reprovao do
Senhor (Mateus 7:21-23).
Por outro lado, o estar cheio do Esprito Santo de outro irmo, no
pode te servir. As virgens insensatas eram salvas pela cruz do Senhor
Jesus Cristo, e depois de haver conhecido a grande salvao de Deus
por Seu Filho unignito, no viveram para Ele seno para elas
mesmas; todo o tempo de crentes nesta terra foi lastimosamente
desperdiado.
140
Para desfrutar do reino temos que entrar pela porta estreita. Mas
nossa tendncia natural entrar pela porta larga, a que nos d acesso
a mltiplos gozos e vantagens terrenas. Os gozos terrenos no fazem
muito atrativa a porta estreita. como um paradoxo: a porta estreita
nos leva a um caminho estreito e difcil, mas o caminho que nos levar
ao reino e ao gozo do Senhor. Em Lucas 13:24-25 diz o Senhor: " HB
%espondeuJlhesG sforaiJvos por entrar pela porta estreita, pois eu
vos digo que muitos procuraro entrar e no podero.HC Quando o
dono da casa se tiver levantado e fechado a porta, e v's, do lado de
fora, comeardes a bater, di)endoG !enhor, abreJnos a porta, ele vos
responderG "o sei donde sois".
A 0ar<bola do ser$o %eglige%te. Em Mateus 25:14-30
encontramos a mui conhecida parbola dos talentos. Consideramos
que no h necessidade de transcrev-la toda. Tambm comea
falando do reino dos cus, porque tem a ver com o reino dos cus, e o
que aqui aparece no se relaciona com a salvao eterna. O homem
que entrega seus bens a seus servos Cristo, e o ausentar-se do Pas
Sua ida aos cus depois de Sua gloriosa ressurreio. Os talentos
so repartidos de acordo com a capacidade natural de cada crente, e
essa capacidade tem relao com o que somos em nossa vida natural,
nossa herana cultural e gentica, nossos costumes, nossa vida social
e nossa aprendizagem. Da forma em que havemos sido criados por
Deus, uma vez temos crido, nessa mesma medida recebemos os dons
do Esprito para p-los a servio do Senhor.
Deus conhece exatamente do que podemos ser capazes de responder,
e nessa mesma medida vai nos pedir contas. Aqui os vencedores,
trabalham com os talentos (dons espirituais) recebidos do Senhor e
para a glria do Senhor, em Sua vinda lhe entregam bons resultados.
Esto, pois, representando aos crentes no aspecto do servio. Estes
servos, os vencedores, so aprovados e recebem seus galardes e
entram a desfrutar do Senhor no reino milenar, mas sobre tudo o gozo
no aspecto interior. O Senhor no avalia nossa obra e a premia
fundamentando-se na quantidade e o bom que possa ser, seno por
nossa fidelidade no servio. O Senhor quer que nos disponhamos a
que o talento que temos recebido Dele seja usado ao mximo, com
uma entrega absoluta, e de acordo com Sua vontade perfeita.
Mas a parbola faz nfase no servo que recebeu um s talento e o
141
enterrou. O versculo 18 diz: "Das o que recebera um, saindo, abriu
uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor". Com Freqncia
ressaltado os servos que recebem muitos talentos e se lhes tem em
muita estima e at se lhes exalta; e os que recebem um, porque so
menos dotados, eles mesmos se descuidam, no o utilizam bem ou
definitivamente no o tem em conta, e o enterram; ou seja, que ao
invs de trabalhar com seu talento, se envolvem com o mundo. Toda
associao com o mundo tem em si o perigo de enterrar o dom que
temos recebido do Senhor. Note que enquanto o Senhor no houver
regressado, no tira de ningum o dom (cfr. Ro. 11:29), seno que
ns mesmos nos encarregamos de enterr-lo com nossa associao
com o mundo, ou em nosso prprio orgulho e ambies de tipo
espiritual, ou ocupados em guardar nossa prpria reputao. Resulta
fcil encontrar qualquer pretexto mundano ou pessoal para no usar o
dom que o Senhor tem depositado em ns, e desperdi-lo,
escondendo-o. s vezes queremos viver aqui como reis, e quando isto
ocorre, ns mesmos somos os responsveis de no sermos reis no
reino com o Senhor.
Diz o versculo 19: "&epois de muito tempo, voltou o senhor daqueles
servos e ajustou contas com eles". Logo o Senhor Jesus Cristo
regressa e acerta contas com seus servos no tribunal de Cristo, depois
de transcorrida toda a idade da Igreja. Milhes de irmos no tm
nem a menor idia de que o Senhor vir e a primeira coisa que vai
fazer instalar seu tribunal no ar para acertar as contas com seus
servos que Ele comprou com Seu prprio sangue*(4). Diz Apocalipse
22:12: " eis que venho sem demora, e comigo est o galardo que
tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras".
OJ)K " Cor3%tios -H&&6&(: & Co#*H"@: Ro# ")H"@: " Co# )H*
Dizem os versculos 24-28 da parbola: "HB Chegando, por fim, o que
recebera um talento, disseG !enhor, sabendo que s homem severo,
que ceifas onde no semeaste e ajuntas onde no espalhaste,HC
receoso, escondi na terra o teu talento* aqui tens o que teu.H?
%espondeuJlhe, porm, o senhorG !ervo mau e negligente, sabias que
ceifo onde no semeei e ajunto onde no espalhei0H4 Cumpria,
portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao
voltar, receberia com juros o que meu.H6 LiraiJlhe, pois, o talento e
daiJo ao que tem de)". O fato de que este servo comparea ante o
142
tribunal de Cristo, demonstra que foi ressuscitado ou transformado e
trasladado com a Igreja, pois salvo eternamente. Mas este servo
falha em sua vida interior, conduta e obras diante do Senhor; conhecia
ao Senhor mais objetiva que subjetivamente. Temos que trabalhar na
obra do Senhor com o que recebemos do Senhor, partindo do zero; de
conformidade com os resultados, estaremos participando do reino; e
do servo negligente ser tirado os dons espirituais e ser
desqualificado e lanado nas trevas exteriores, disciplinado, o tempo
que for necessrio.
Cap. 7: OS VENCEDORES E O TRI+UNAL
DE CRISTO
As trs etapas de nossa ressurreio
importante ter sempre em conta que ns como seres humanos
estamos conformados de trs partes: esprito, alma e corpo, e essas
trs partes que integram nosso ser so salvas em trs tempos
diferentes, como ensinamos no primeiro captulo. O esprito salvo no
ato da regenerao, quando cremos em Cristo; a alma salva no
curso de nossa vida crist, pois temos que nos ocupar da salvao de
nossa alma com temor e tremor, e isso devemos fazer juntamente
com a ao em ns do Esprito Santo; deve ser uma ao continua de
renovao e santificao da alma; e o corpo ser salvo no futuro,
quando ocorrer a ressurreio da Igreja. Mas as trs partes devem ser
achadas irrepreensveis (1 Tessalonicenses 5:23). E assim como as
trs partes de nosso ser so salvas em trs etapas diferentes, tambm
nossa ressurreio ocorre em trs etapas.
De conformidade com a Palavra de Deus, haver no futuro duas
grandes ressurreies, e s duas: Uma, a primeira, a dos mortos em
Cristo, quando o Senhor regressar, no soar da ltima trombeta, antes
do reino milenar (1 Tessalonicenses 4:16; 1 Corntios 15:52;
Apocalipse 20:4-6); e a outra ressurreio ter ocasio depois de mil
anos (Apocalipse 20:7, 11-15). Mas dentro dos que participam da
primeira ressurreio, haver um remanescente de vencedores que
143
obtero uma melhor ressurreio, conforme lemos em Hebreus 11:35:
" Dulheres receberam, pela ressurreio, os seus mortos. Alguns
foram torturados, no aceitando seu resgate, para obterem superior
ressurrei-+o".
A respeito, e para uma melhor compreenso do que significa essa
superior ressurreio, entremos a analisar um pouco em Filipenses
3:10-11. No contexto, desde que se inicia o captulo 3 de Filipenses,
Paulo vem falando de gozar-nos e gloriar-nos no Senhor, e no na
nossa confiana, na fora e recursos da carne e seus interesses, tendo
por esterco tudo aquilo que em ns chegou a ocupar um lugar
privilegiado, incluindo tudo o relacionado com nossa antiga religio, e
considerar tudo isso como perda; logo diz no versculo 9: " e ser
achado nele2 em Cristo 3, no tendo justia pr'pria, que procede de
lei, seno a que mediante a f em Cristo, a justia que procede de
&eus, baseada na f".
No curso de nossa vida crist deve chegar o momento em que
devemos ser achados vivendo no em nossa prpria justia, essa que
provem de nossos prprios esforos por guardar a lei, e sim ser
achados em Cristo. Ser achados por quem? Pelos homens, pelos anjos
e pelos demnios. Logo nos versculos 10 e 11, diz:
" 1; para o conhecer, e o poder da sua ressurreio, e a comunho
dos seus sofrimentos, conformandoJme com ele na sua morte*11
para, de algum modo, alcanar a ressurreio dentre os mortos".
Nossa justia deve ser a que procede de Deus; a vida de Deus em ns,
a fim de poder lhe conhecer. Conhecer ao Senhor experiment-lo;
no meramente ler ou escutar sobre Ele. Conhecer ao Senhor
experimentar o poder da ressurreio de Cristo. Note que para isto
necessrio que participemos dos sofrimentos de Cristo, configurando-
nos a Sua morte. Isso enriquece nossa vida de ressurreio. Essa
experincia de viver uma vida crucificada vai nos aperfeioando ao Seu
conhecimento. A revelao aperfeioada pela experincia at o
conhecimento de Cristo; e ento podemos experimentar o poder da
ressurreio de Cristo. A vivncia dessa ressurreio nos faz aptos
para uma super-ressurreio, a qual no ser alcanada por muitos.
Muitos no querem a cruz, mas preferem beno materiais e carnais.
No original grego, a palavra ressurreio que aparece no versculo 10,
no a mesma traduzida no versculo 11. No versculo 10 a palavra
traduzida ressurreio, no grego anastaseos, mas no versculo 11
144
encontramos uma palavra um pouco diferente; ali diz eKanastasin, a
qual se poderia traduzir como uma super-ressurreio ou uma
ressurreio sobressalente, que ser um prmio para os santos
vencedores. Para chegar a esta ressurreio sobressalente, indica que
todo nosso ser, esprito, alma e corpo, j tenha passado por um
processo de ressurreio desde o momento em que conhecemos a
Cristo. um processo paulatino, progressivo, continuo, no qual
podemos explicar assim:
"# Ressurreio do es03rito. A nossa condio antes de
conhecer a Cristo era de morte. Isso explica vivamente a Palavra em
Efsios 2:1-4: "le vos deu vida, estando v's mortos nos vossos
delitos e pecados,H nos quais andastes outrora, segundo o curso
deste mundo, segundo o pr+ncipe da potestade do ar, do esp+rito que
agora atua nos filhos da desobedi:ncia*@ entre os quais tambm
todos n's andamos outrora, segundo as inclina<es da nossa carne,
fa)endo a vontade da carne e dos pensamentos* e ramos, por
nature)a, filhos da ira, como tambm os demais.B Das &eus, sendo
rico em miseric'rdia, por causa do grande amor com que nos amou..."
Antes de conhecer ao Senhor nosso esprito estava morto, mas o
Senhor o ressuscita para a vida eterna. Lemos em Efsios 2:5-6, onde
os verbos esto no tempo passado:
"C e estando n's mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente
com Cristo, Epela graa sois salvos,? e, juntamente com ele, nos
ressuscitou, e nos fe) assentar nos lugares celestiais em Cristo ,esus".
O esprito no volta a ressuscitar devido a que jamais volta a morrer.
Na ressurreio do corpo, o esprito s faz reunir-se com o corpo
glorioso para reunir-se com Jesus. De conformidade com Romanos
6:3-11, o batismo tem um aspecto ressuscitador; ou seja, ao ser
batizado no corpo de Cristo (1 Corntios 12:12), participamos de todos
os aspectos e experincias de Cristo, includa a ressurreio, de
maneira que fomos ressuscitados juntamente com Cristo "e a vossa
vida est oculta juntamente com Cristo, em &eus" (Col. 3:3). Essa
uma constante em todo o Novo Testamento. Em nossa vida de
ressurreio no devemos praticar as coisas de nossa velha natureza,
a terrena.
" tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual
igualmente fostes ressuscitados 2tempo passado3 mediante a f no
poder de &eus que o ressuscitou dentre os mortos" (Col.2:12).
145
"-ortanto, se fostes ressuscitados 2 tempo passado3 juntamente com
Cristo, buscai as coisas l do alto, onde Cristo vive, assentado 9 direita
de &eus." (Col. 3:1).
&# Ressurreio da alma. Uma vez que temos experimentado a
ressurreio do esprito, o Senhor passa a trabalhar para ressuscitar
nossa alma; mas a alma, para que possa ressuscitar, deve morrer
antes. Um crente novo ainda carnal, sua alma no tem sido
renovada, de maneira que temos que passar por um processo de
crescimento espiritual, provas e negao do eu, at que nossa alma
chegue a ser renovada, e tenhamos uma alma espiritual, com uma
mente renovada, que possamos pensar como Cristo; ao sermos
conformados, no nossa maneira de pensar passada, mas sim
mente de Cristo. Uma alma totalmente renovada uma alma
ressuscitada a uma nova vida.
Diz Romanos 8:6: "-orque o pendor da carne d para a morte , mas o
do sp+rito, para a vida e pa) ". Nosso velho homem foi crucificado
juntamente com Cristo,*(1) mas devemos tomar nossa cruz a cada
dia,*(2) a fim de que essa morte (da alma carnal) seja uma realidade
presente em cada um de ns. Enquanto nos ocupemos (nossa alma)
da carne, no h morte em nosso eu; mas ao participar na morte de
Cristo, nossa alma tem vida e verdadeiramente somos trasladados da
velha criao, do velho homem, nova criatura, ao novo homem, que
Cristo em ns. O processo desta ressurreio um assunto
presente. Essa ressurreio especial a meta de nossa vida crist.
OJ"K C1r# Roma%os ,H,
OJ&K C1r# >ucas ?H&(
(# Ressurreio do cor0o. Nosso corpo ser ressuscitado no
futuro, ao som da ltima trombeta; e nessa ressurreio se lhe uniro
o esprito e a alma. Romanos 8:10,11 diz:
"1; !e, porm, Cristo est em v's, o corpo, na verdade, est morto
por causa do pecado, mas o esp+rito vida, por causa da justia.11
!e habita em v's o sp+rito daquele que ressuscitou a ,esus dentre os
mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo ,esus dentre os mortos
vivificar tambm o vosso corpo mortal, por meio do seu sp+rito, que
em v's habita".
Deus quer que todo nosso ser (1 Tes. 5:23) seja achado irrepreensvel
146
quando vier o Senhor, e todo nosso ser completamente ressuscitado,
seja em forma integral liberado do velho homem que tinha Satans
escravizado. Que trabalhe, pois, em ns o poder de ressurreio que
operou em Cristo Jesus. Disto tiramos a concluso que haver crentes
no vencedores, que suas almas no havero experimentado a
respectiva ressurreio, de maneira que no experimentaro essa
ressurreio especial no ltimo dia. Note que Paulo adverte em
Filipenses 3:11, quando diz: " para, de algum modo, alcanar a
ressurreio dentre os mortos". bem claro que no est se referindo
ressurreio geral da Igreja seno a essa ressurreio especial, pois
Paulo estava seguro que participaria da ressurreio geral.
$s vencedores e o arre&atamento da /#re-a
As Escrituras do f de que a Igreja ser levantada pelo Senhor em
Sua vinda, evento no qual ocorrer a ressurreio dos justos e a
transformao dos que permanecerem vivos at o glorioso regresso de
Cristo. Vejamos acerca desse fato em quanto ao conhecimento de tal
evento por parte dos crentes e em quanto participao no mesmo.
Eua%to ao co%5ecime%to do tem0o do arrebatame%to .
De conformidade com Atos 1:9-11 e outros muitos textos bblicos, o
Senhor vir outra vez. "F &itas estas palavras, foi ,esus elevado 9s
alturas, 9 vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos.1; ,
estando eles com os olhos fitos no cu, enquanto ,esus subia, eis que
dois var<es vestidos de branco se puseram ao lado deles11 e lhes
disseramG .ar<es galileus, por que estais olhando para as alturas0
sse ,esus que dentre v's foi assunto ao cu vir do modo como o
vistes subir". De acordo com certos sinais dados na Bblia, sabemos
que Sua vinda no demora, porque ningum sabe nem o dia nem a
hora, Mas podemos saber o tempo em que esse evento ha de ocorrer.
Quem saber o tempo em que o Senhor ha de regressar? Haver
irmos que, ou por no amar a vinda do Senhor ou por andar
preocupados em seus desejos carnais e vida do mundo, vivem
147
despercebidos e esse fato os surpreender como ladro na noite, e a
outros, que estaro velando, no.
Por exemplo, aos irmos de Sardes, os que esto marcados dentro do
protestantismo denominacional, os que tem nome de que vivem, e
esto mortos, o Senhor lhes diz (Ap. 3:3): "Lembra-te, pois, do que
tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se no
vigiares, virei como ladro, e no conhecers de modo algum em que
hora virei contra ti". O curioso que isso mesmo diz o Senhor ao
mundo com respeito de Sua vinda. Registramos no texto de 1
Tessalonicenses: 5:2-3: "H pois v's mesmos (os santos) estais
inteirados com preciso de que o &ia do !enhor vem como ladro de
noite.@ Quando andarem di)endoG (no mundo) -a) e segurana, eis
que lhes sobrevir (os mpios) repentina destruio, como vm as
dores de parto que est para dar luz; e de nenhum modo
escaparo". Uma coisa o mundo e o crente descuidado, e outra o
que vela e ama a vinda do Senhor. Transcrevemos na continuao os
versculos seguintes (4-10): "B Das v's, (os que velam) irmos, no
estais em trevas, para que esse &ia como ladro vos apanhe de
surpresa*C porquanto v's todos sois filhos da lu) e filhos do dia* n's
no somos da noite, nem das trevas.? Assim, pois, no durmamos
(no nos descuidemos no mundo) como os demais* pelo contrrio,
vigiemos e sejamos s'brios.4 $ra, os que dormem dormem de noite
(nas trevas do mundo), e os que se embriagam de noite que se
embriagam.6 "'s, porm, que somos do dia, sejamos s'brios,
revestindoJnos da couraa da f e do amor e tomando como capacete
a esperana da salvao*F porque &eus no nos destinou para a ira,
mas para alcanar a salvao mediante nosso !enhor ,esus Cristo,1;
que morreu por n's para que, quer vigiemos, quer durmamos,
vivamos em unio com ele". Este texto fala por si s.
Eua%to ao tem0o do arrebatame%to e V 0artici0ao %o
mesmo .
A ortodoxia doutrinal bblica ensina que haver duas ressurreies:
Uma, a primeira, a dos santos na vinda do Senhor, depois da grande
tribulao, e a segunda, a dos mpios, ao finalizar o milnio. Sobre
este ponto crucial da Escatologia, atravs da histria se foram
desenvolvendo os pontos de vista de vrias escolas de interpretao,
148
dos quais destacamos os seguintes.
"# PCs-tribulacio%ismo. A s doutrina bblica que toda a Igreja
do Senhor ser arrebatada pelo Senhor e trasladada aos ares, onde
nos encontraremos com o Senhor. Quando ocorrer esse evento? Na
ltima trombeta. "C1 is que vos digo um mistrioG nem todos
dormiremos, mas transformados seremos todos,CH num momento,
num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da Iltima trombeta. A
trombeta soar, os mortos ressuscitaro incorrupt+veis, e n's seremos
transformados." (1 Corntios 15:51-52). "1? -orquanto o !enhor
mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a vo) do arcanjo, e
ressoada a trombeta de &eus, descer dos cus, e os mortos em
Cristo ressuscitaro primeiro*14 depois, n's, os vivos, os que
ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens,
para o encontro do !enhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre
com o !enhor" (1 Tessalonicenses 4:16-17). Ao ser levantada a Igreja
ao toque da stima trombeta, significa que a Igreja estar aqui na
terra durante os sete anos do governo do anticristo, porque ao toque
da ltima trombeta quando ocorrer a gloriosa vinda do Senhor e o
comeo de Seu reino milenar; e isso no ocorrer seno ao finalizar os
sete anos do governo da besta. Vejamos o que diz Apocalipse sobre
isso.
"1C $ stimo anjo tocou a trombeta, e houve no cu grandes vo)es,
di)endoG $ reino do mundo se tornou de nosso !enhor e do seu Cristo,
e ele reinar pelos sculos dos sculos.1? os vinte e quatro ancios
que se encontram sentados no seu trono, diante de &eus, prostraramJ
se sobre o seu rosto e adoraram a &eus,14 di)endoG Praas te
damos, !enhor &eus, LodoJ-oderoso, que s e que eras, porque
assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.16 "a verdade, as
na<es se enfureceram* chegou, porm, a tua ira, e o tempo
determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardo
aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome,
tanto aos pequenos como aos grandes, e para destru+res os que
destroem a terra" (Apocalipse 11:15,18). Este ponto de vista era o
sustentado pela igreja primitiva, pois o que aparece nos documentos
do primeiro sculo, como a Didaqu; logo foi o ponto de vista
interpretativo dos chamados pais da igreja, e dos escolsticos;
tambm foi o ponto de vista dos reformadores; por ltimo foi
sustentado por vrias das grandes denominaes da linha reformada e
149
outras; so ps-tribulacionistas inclusive algumas correntes
presbiterianas e batistas. Tambm foram ps-tribulacionistas os
irmos Benjamm Newton e George Mueller, dentro da linha dos
Irmos ou Brethren, os quais se opuseram a Darby.
Apocalipse fala dos santos sados da grande tribulao. "F &epois
destas coisas, vi, e eis grande multido que ningum podia enumerar,
de todas as na<es, tribos, povos e l+nguas, em p diante do trono e
diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas
mos*1; e clamavam em grande vo), di)endoG Ao nosso &eus, que se
assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvao.11 Lodos os
anjos estavam de p rodeando o trono, os ancios e os quatro seres
viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram
a &eus,1H di)endoG AmmM $ louvor, e a gl'ria, e a sabedoria, e as
a<es de graas, e a honra, e o poder, e a fora sejam ao nosso &eus,
pelos sculos dos sculos. AmmM1@ Rm dos ancios tomou a
palavra, di)endoG stes, que se vestem de vestiduras brancas, quem
so e donde vieram01B %espondiJlheG meu !enhor, tu o sabes. le,
ento, me disseG 4+o estes os 'ue vm da grande tri0ula-+o ,
lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,1C
ra)o por que se acham diante do trono de &eus e o servem de dia e
de noite no seu santurio* e aquele que se assenta no trono estender
sobre eles o seu tabernculo.1? ,amais tero fome, nunca mais tero
sede, no cair sobre eles o sol, nem ardor algum,14 pois o Cordeiro
que se encontra no meio do trono os apascentar e os guiar para as
fontes da gua da vida. &eus lhes enKugar dos olhos toda lgrima"
(Apocalipse 7:9-17). O ps-tribulacionismo o que se chama como a
teologia do pacto. Mas o que sucedeu?
&# Pr2-tribulacio%ismo. No obstante que a igreja primitiva e a
patrstica sustentavam a interpretao do Novo Testamento no sentido
de que a Igreja seria arrebatada depois da grande tribulao,
entretanto, no ano 374, Efraim o Srio, sem demonstrar
profundamente, pela primeira vez na histria lana a idia de um
arrebatamento antes da grande tribulao; mas no fez muito eco,
pois at 1754 quando retoma este ponto de vista um pastor batista
chamado John Gill; posteriormente retomaram suas bandeiras os
seguintes: em 1810 um jesuta chileno de apelido Lacunsa; em 1812,
um irmo ingls chamado Edward Irving; tambm ensinou o pr-
tribulacionismo em 1816 uma mulher, ao parecer mstica, chamada
150
Margaret McDonald. Mas o que deu o respaldo final foi o irmo John
Nelson Darby em 1820, que havia escutado de Eduard Irving. O irmo
Darby foi da linha dos Brethren, tambm conhecidos na histria como
Os irmos de Plymouth, intimamente relacionados com a restaurao
da igreja bblica e a unidade do Corpo de Cristo. Darby havia sido um
arcebispo anglicano, de onde saiu para se unir aos Irmos em
Plymouth. Darby aprofundou e sistematizou o pr-tribulacionismo e o
dispensacionalismo. Mas quem deu ampla difuso ao pr-
tribulacionismo e ao dispensacionalismo foi o Dr. Scofield com suas
famosas anotaes da Bblia, e por esse meio essa corrente de
ensinamento teve fcil entrada em muitas denominaes. A morte de
Scofield, quem retomou as bandeiras do pr-tribulacionismo foi Lewis
Sperry Shaffer, fundador do Seminrio Fundamentalista de Dallas,
Texas, onde se tem formado muitos pastores denominacionais, e autor
de una famosa teologia sistemtica; de maneira que tem sido meios
poderosos para que se difunda o pr-tribulacionismo. Outros influentes
pr-tribulacionista tem sido Charles Ryrie, John F. Walvoord, das
Assemblias de Deus, e J. Dwight Pentecost, autor da conhecida obra
dispensacionalista "ventos do -orvir", que tanta influencia tem
projetado no denominacionalismo.
Os irmos que tem ensinado e difundido o pr-tibulacionalismo
merecem todo o respeito, mas devo declarar o que diz a Bblia, que se
aos crentes ensinado que a Igreja do Senhor ser trasladada antes
da apario do anticristo na esfera poltica mundial, esto lhes
enganando. "1 =rmos, no que di) respeito 9 vinda de nosso !enhor
,esus Cristo e . nossa reuni+o com ele , n's vos eKortamos, H a
que no vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos
perturbeis, quer por esp+rito, quer por palavra, quer por ep+stola,
como se procedesse de n's, supondo tenha chegado o &ia do
!enhor.@ !ingum, de nen#um modo, vos engane , por'ue isto
n+o acontecer* sem 'ue primeiro ven#a a apostasia e seja
revelado o #omem da ini'7idade, o fil#o da perdi-+o, B o qual se
op<e e se levanta contra tudo que se chama &eus ou objeto de
culto, a ponto de assentarJse no santurio de &eus, ostentandoJse
como se fosse o pr'prio &eus.C "o vos recordais de que, ainda
convosco, eu costumava di)erJvos estas coisas0 ? , agora, sabeis o
que o detm, para que ele seja revelado somente em ocasio
pr'pria.4 Com efeito, o mistrio da iniqOidade j opera e aguarda
151
somente que seja afastado aquele que agora o detm*6 ento, ser,
de fato, revelado o in+quo, a quem o !enhor ,esus matar com o sopro
de sua boca e o destruir pela manifestao de sua vinda " (2
Tessalonicenses 2:1-8).
Os pr-tribulacionista interpretam o versculo 7 no sentido de que o
Esprito Santo quem impede a manifestao do anticristo, e que o
Esprito Santo ser tirado da terra ao ser arrebatada a Igreja. Mas
tenhamos em conta que o Esprito Santo est em todas as partes,
inclusive no Hades. "4 -ara onde me ausentarei do teu sp+rito0 -ara
onde fugirei da tua face06 !e subo aos cus, l ests* se fao a
minha cama no mais profundo abismo, l ests tambm " (Salmos
139:7-8). Isso significa que o Esprito continuar na terra depois que a
Igreja for arrebatada ao cu; inclusive estar nas duas testemunhas
de Deus cujo ministrio se desenvolver em Jerusalm durante a
grande tribulao.*(3) O Esprito no quem tem detido a
manifestao dos grandes imprios mundiais. Deus tem traado um
plano na histria dos homens. Medite bem o leitor na esttua do sonho
de Nabucodonosor de Daniel 2; a aparece a sucesso dos imprios
mundiais at a vinda do Senhor. As pernas da esttua correspondem
ao imprio romano; logo vem uma explicao mais detalhada disto
mesmo nas bestas de Daniel 7. Note que a esttua termina em dez
dedos, e a quarta besta (Roma) aparece com dez chifres, dos quais se
levantar outro, a besta, que se encarregar de quebrantar aos santos
do Senhor (Daniel 7:14-25; Apocalipse 13:5,7; Apocalipse 17:12-13).
A Escritura se interpreta por si prpria; de maneira que o que impede
a manifestao do anticristo o imprio romano; ao ser tirado o poder
de Roma, aparecer o anticristo.
OJ(K A0ocali0se ""\"-"&
Vemos que para que na histria se manifestasse o Imprio Romano foi
necessrio que fosse tirado o imprio grego, e que para que antes
houvesse manifestado a Grcia, havia sido necessrio que se tirasse a
Medo-Prsia, etc. Muitos ignoram que o Imprio Romano continuou
governando em forma latente. Os brbaros podiam haver desferido um
golpe mortal Roma imperial, mas esse mesmo esprito continua ao
surgir a Roma papal, a qual herdou os poderes imperiais sobre toda
Europa e suas colnias, poder que se encarregou de reviver o imprio
romano com o Sacro Imprio Romano Germnico com Carlos magno e
152
seus sucessores na Europa. De maneira, pois, que estamos vendo um
ressurgir do Imprio Romano no antigo territrio europeu do imprio,
suas antigas provncias, os pases que hoje formam a Comunidade
Europia. Da sair o anticristo, mas ser um imprio diferente, pois o
anticristo "o qual ser diferente dos primeiros... e cuidar em mudar
os tempos e a lei " (Dn. 7:24,25).
(# Os dois arrebatame%tos. Ao analisar os dois anteriores
pontos de vista, e talvez vendo em ambos alguma razo, surgiu uma
terceira escola de interpretao com os irmos Robert Govett, G. H.
Pember, D. M. Panton, pioneiros da restaurao da igreja bblica, e
ultimamente com o irmo Lang, com a convico de que o
arrebatamento da Igreja tem duas etapas ou dois arrebatamentos, um
antes da tribulao para as primcias, os vencedores, e outro depois da
tribulao para a colheita, ou seja, o resto dos cristos salvos. Para ele
tomam textos bblicos tanto do Antigo como do Novo Testamento. Este
foi o ponto de vista que seguiram e ensinaram os irmos Watchman
Nee e Witness Lee, apstolos da restaurao na China. Mas devemos
ter em conta que s h duas ressurreies: Uma no comeo do milnio
para a igreja, e outra no final do reino milenar, para os mpios.
Tambm a Escritura fala de primcias da ressurreio, mas diz que as
primcias Cristo. "H; Das, de fato, Cristo ressuscitou dentre os
mortos, sendo ele as primcias dos 'ue dormem .H1 .isto que a
morte veio por um homem, tambm por um homem veio a
ressurreio dos mortos.HH -orque, assim como, em Ado, todos
morrem, assim tambm todos sero vivificados em Cristo.H@ Cada
um, porm, por sua pr'pria ordemG Cristo , as primcias * depois, os
que so de Cristo, na sua vinda" (1 Corntios 15:20-23). De maneira
que Cristo as primcias da primeira ressurreio; a igreja a
colheita.
Cap. 7: OS VENCEDORES E O TRI+UNAL
DE CRISTO
Diferena entre a salvao e o reino
153
Satans quebrou a ordem divina instaurada no universo, envolvendo
nele mais tarde o homem. Mas o Filho de Deus encarnou para iniciar a
restaurao de tudo, conforme o propsito inicial de Deus, incluindo a
Igreja que Ele mesmo resgatou, at instaurar sobre a terra o reino dos
cus, at que sejam postos todos seus inimigos por estrado de Seus
ps.
O Pai quem nos revela a Seu Filho Jesus Cristo, por Seu Esprito, o
qual quem nos d a convico e a capacidade de arrepender-nos, "6
-orque pela graa sois salvos, mediante a f* e isto no vem de v's*
dom de &eus*F no de obras, para que ningum se glorie" (Ef. 2:8,9).
Essa salvao no est condicionada a obra alguma de nossa parte,
nem boa nem m, e dela no nos separar nem o presente nem o
porvir*(1). Esta salvao corresponde ao esprito. Mas a alma tambm
deve ser salva; e devemos nos ocupar da salvao de nossa alma, de
nosso eu, com temor e tremor*(2). Se no se faz uma clara diferena
entre a salvao da alma e do esprito, a confuso grande. No
confundas a alma e o esprito. O homem um ser tripartido. A alma
o eu da pessoa, ali est a sede de sua personalidade, pois o assento
do intelecto (pensamentos), vontade (faculdade de decidir) e
emoes, e dali emana sua responsabilidade e seu poder de deciso.
Portanto, necessrio que nosso esprito (homem interior, o chama
Paulo), j salvo, seja fortalecido com o poder do Esprito Santo, para
que em conseqncia habite Cristo pela f em nossos coraes, que
outra forma bblica de chamar a alma mais a conscincia do
esprito*(3), e chegue a ser Ele vivendo em ns e no ns
mesmos*(4). Quando isto ocorrer, teremos sido aperfeioados pelo
Senhor, teremos salvo nossa alma e teremos chegado a ser
verdadeiros vencedores.
OJ"K C1r# Roma%os .H(.OJ&K 9ili0e%ses &H"&OJ(K E12sios
(H",6"-OJ)K R<latas &H&@
A salvao do esprito se relaciona com a vida eterna, e a salvao da
alma e as boas obras esto intimamente relacionadas com a
participao no reino, que so dois aspectos diferentes. Uma coisa a
salvao eterna, que um dom de Deus imerecido e que no se
perde, e outra coisa diferente a recompensa de Deus ou o castigo
temporrio durante a era do reino. O problema da eternidade j est
resolvido desde antes da fundao do mundo e faz dois mil anos que
154
teve seu cumprimento na cruz do Calvrio, mas o da posio no reino
e sua recompensa dependem de que ns nos mantenhamos firmes.
No se deve confundir o reino com a salvao eterna. A salvao se
recebe pela f; um presente, a vida eterna; por outro lado, no
reino se entra por nossa fidelidade at a morte, se recebe por obras,
por obedecer ao Pai; no caso de Esmirna a coroa da vida. Quando a
palavra de Deus diz em Romanos 8 que no nos separar do amor de
Cristo nem o porvir, ali no est condicionando que classe de porvir
em nossas vidas. Acontea o que acontecer no futuro, no perderemos
nossa salvao eterna. Romanos 8:35-39 declara que no h maneira
de separar-nos de Cristo. Nossa salvao eterna no se perde, pois
no depende de nossas obras nem de nossas justias prprias; se
assim fosse, aparte de que anularia a obra do Senhor, se acaso hoje
fosse salvo e amanh no; talvez depois de amanh sim; e depois?
Nossa salvao nem sequer assim poderia sustentar-se firme, pois
nada do que faamos ou deixamos de fazer nos far merecedores de
podermos chegar at Deus. A Bblia no indica nenhum caminho nem
esforo humano para chegar a Deus. Pelo contrrio, nos revela que a
melhor de nossas justias como trapo de imundcia frente obra de
Deus; mas, graas ao Senhor que nossa salvao no depende de ns,
inteis humanos, depende da obra que Cristo levou a cabo por ns em
Sua encarnao, em Sua morte na cruz, em Sua ressurreio e em
Sua glorificao. Tudo tem feito Cristo, "'ue nos salvou e nos
chamou com santa vocao* n+o segundo as nossas o0ras , mas
conforme a sua pr'pria determinao e graa que nos foi dada em
Cristo ,esus, antes dos tempos eternos" (2 Timteo 1:9). "Quando,
porm, se manifestou a benignidade de &eus, nosso !alvador, e o seu
amor para com todos,C n+o por o0ras de justi-a praticadas por
ns , mas segundo sua miseric'rdia, ele nos salvou mediante o lavar
regenerador e renovador do sp+rito !anto " (Tito 3:4.5).
A Bblia diz que a salvao um presente de Deus que no se perde,
pois fomos salvos uma s vez e para sempre; diz que ningum tem
merecido a salvao, nem pode fazer algo de sua prpria natureza
para receb-la. um presente que se recebe pela f, e a prpria f
nos dada por Deus. Deus que tem eleito quem vai salvar. Deus
"B assim como nos escolheu nele 2 m Cristo3 antes da fundao do
mundo, para sermos santos e irrepreens+veis perante ele* e em amor "
(Efsios 1:4). Diz em Joo 15:16: " "o fostes v's que me
155
escolhestes a mim* pelo contrrio, eu vos escolhi a v's outros e vos
designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permanea* a fim
de que tudo quanto pedirdes ao -ai em meu nome, ele voJlo conceda".
Desde antes da fundao do mundo temos sido predestinados a uma
salvao que no se perde jamais. "$s gentios, ouvindo isto,
rego)ijavamJse e glorificavam a palavra do !enhor, e creram todos os
que haviam sido destinados para a vida eterna" (At. 13:48). Levemos
em conta que o que Deus d, no tira. "le vos deu vida, estando v's
mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef. 2:1); aqui, como em outras
partes, aparece no passado, se trata da salvao do esprito; por outro
lado quando se trata da salvao da alma, sempre aparece no
presente ou futuro. Por exemplo, diz 1 Timteo 4:16: "Lem cuidado de
ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres* porque, fa)endo
assim, salvars tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes ". Tambm
Lucas 21:19 diz: "8 na vossa perseverana que ganhareis a vossa
alma".
A maioria dos telogos, mestres e estudiosos da Bblia, em sua
concepo e exegese tradicional ignoram ou seguem tendo dificuldade
para interpretar e concordar corretamente o contedo das passagens
que se relacionam com o tribunal de Cristo e o juzo da Igreja. Ao
ignorar a exegese dos respectivos textos ou se confundirem, tem
chegado concepo da falsa doutrina de que a salvao se perde,
porque no fazem diferena entre a alma e o esprito e seus
respectivos tempos de salvao. Se tu s um legtimo cristo, no
ests perdido eternamente, mas pode ser que leves uma vida vencida
e tenha motivos suficientes para merecer um tratamento adicional do
Senhor; esse tratamento disciplinar pode ser executado agora, nesta
era da Igreja ou quando vier o Senhor, o qual no significa que se v
perder tua salvao eterna. muito certo o que nos diz Joo 3:16,
mas tambm certo o que nos diz Apocalipse 2:11. Podemos fazer,
por exemplo, uma relao entre Mateus 5:13 com Lucas 14:34-35.
Nos diz o Senhor em Mateus 5:13: ".'s sois o sal da terra* ora, se o
sal vier a ser ins+pido, como lhe restaurar o sabor0 -ara nada mais
presta seno para, lanado fora, ser pisado pelos homens". Os cristos
so o sal da terra. O que significa ser lanado fora? Significa ser
excludos do reino dos cus. Diz em Lucas 14:34-35, onde o Senhor
nos d a chave: "@B $ sal certamente bom* caso, porm, se torne
ins+pido, como restaurarJlhe o sabor0@C "em presta para a terra, nem
156
mesmo para o monturo* lanamJno fora. Quem tem ouvidos para
ouvir, oua ". O sabor e utilidade desse sal dependem da conduta do
crente nesta terra, de seu grau de renuncia ao mundo e aos deleites
terrenos. O que acontecer com os que no renunciam a todas as
coisas da vida presente? Que no sero aptos para o reino dos cus
(na terra), nem para a estrumeira, ou inferno, porque so filhos de
Deus, ento sero lanados da glria do reino s trevas exteriores. Se
tu s um cristo derrotado, jamais deixas de ser um filho e servo de
Deus, mas h em tua vida a opo de ser jogado fora da terra, s
trevas exteriores, longe da glria do reino de Cristo, durante o Milnio.
Como temos anotado no captulo 4, em muitas partes da Palavra de
Deus vemos que haver diferentes classes de castigos disciplinares
para os crentes derrotados.
O sermo do monte foi dito pelo Senhor a Seus discpulos, e so
princpios e normas que se referem ao reino, para que a Igreja saiba o
que lhe corresponde quanto ao trato e inter-relaes dos irmos, seus
compromissos e atividades na obra do Senhor, sua atitude frente s
coisas terrenas. No Antigo Testamento, temos o Salmo 89, um salmo
messinico que se relaciona com o pacto de Deus com Davi, o qual
tem seu pleno cumprimento com o Senhor Jesus Cristo, de quem nos
versos 27-29 diz:
" H4 >JloJei, por isso, meu primog:nito, o mais elevado entre os reis
da terra.H6 ConservarJlheJei para sempre a minha graa e, firme com
ele, a minha aliana".
Logo nos versos 30-37 nos diz: "@; !e os seus filhos despre)arem a
minha lei e no andarem nos meus ju+)os,@1 se violarem os meus
preceitos e no guardarem os meus mandamentos, @H ent+o, punirei
com vara as suas transgress8es e com a-oites, a sua
ini'7idade9:: 3as jamais retirarei dele a min#a 0ondade, nem
desmentirei a min#a fidelidade .@B "o violarei a minha aliana,
nem modificarei o que os meus lbios proferiram.@C Rma ve) jurei
por minha santidade 2e serei eu falso a &avi03G@? A sua posteridade
durar para sempre, e o seu trono, como o sol perante mim.@4 le
ser estabelecido para sempre como a lua e fiel como a testemunha
no espao".
Vemos que o no vitorioso ter seu castigo, ainda que no perder sua
salvao. Se sabe pela Palavra de Deus que no cristianismo professo
h discrdia e gente no regenerada dentro de suas fileiras, e j
157
sabemos o que suceder com essas pessoas, mas tambm um fato
indiscutvel que na Igreja, entre os regenerados e lavados pelo sangue
do Senhor h servos fiis, menos fiis e infiis, vencedores e
derrotados, valentes e covardes, maduros e imaturos, espirituais e
carnais, diligentes e negligentes, crianas flutuantes e adultos na f.
Em Mateus 24:45-51, encontramos o que acontecer tanto com uma
classe de servos como com a outra, na vinda do Senhor e o
estabelecimento de seu tribunal, quando diz:
" BC Quem , pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou
os seus conservos para darJlhes o sustento a seu tempo0B? AemJ
aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar
fa)endo assim.B4 m verdade vos digo que lhe confiar todos os seus
bens.B6 Das, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmoG
Deu senhor demoraJse,BF e passar a espancar os seus companheiros
e a comer e beber com brios,C; vir o senhor daquele servo em dia
em que no o espera e em hora que no sabe C1 e castigJloJ,
lanandoJlhe a sorte com os hip'critas* ali haver choro e ranger de
dentes ".
Onde estiverem os hipcritas sofrendo eternamente, ali mesmo
estaro sendo castigados por um tempo (diz, sua parte) os crentes
descuidados, desobedientes, glutes, bbados, viciosos, preguiosos,
mundanos, amadores dos prazeres mais que de Deus; os que buscam
impor sua autoridade e suas leis na igreja. importante ter em conta
que a Escritura diz com toda clareza que somos salvos pela graa de
Deus mediante a f, como um presente de Deus em Cristo;
entretanto, a continuao e as entrelinhas seguidas afirmam no
mesmo contexto que o Pai preparou um trabalho exclusivo para cada
um de ns. "10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para
boas obras, as quais Deus de antemo preparou para que andssemos
nelas" (Ef. 2:10).
Isso significa, no obstante, que como filhos de Deus, temos a
responsabilidade diante Dele de fazer algo especfico que Deus
preparou para que fizssemos, dentro dos propsitos Dele na
edificao de Sua casa, e do qual devemos dar conta. Deus no tem
deixado Sua criao nem muito menos a edificao de Sua Igreja ao
arbtrio dos homens. necessrio trabalhar de acordo a um plano
minuciosamente traado pelo Senhor, de acordo com Sua vontade, e
seguindo os fundamentos bblicos. No se trata, pois, de fazer as
158
coisas de acordo com nosso prprio plano e propsito, assim nos
parea que o que fazemos perfeito e aceito por Deus.
necessrio, pois, e para benefcio nosso, que desviemos nossa
ateno dos meros interesses terrenos, tanto de tipo pessoal como dos
relacionados com organizaes religiosas no fundamentadas na
Palavra de Deus, e no descuidar a salvao de nossa alma.
"...desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor" (Fp. 2:12); e a
razo disto encontramos tambm na bendita Palavra de Deus, quando
diz " -ois que aproveitar o homem se ganhar o mundo inteiro e
perder a sua alma0 $u que dar o homem em troca da sua alma0/
(Mateus 16:26). De acordo com o contexto, isto no disse o Senhor s
multides mundanas e sim a seus discpulos. Disse o irmo W. Nee:
"No 0odemos mesclar a 0erdio eter%a com a disci0li%a#
Guitos $ers3culos6 7ue 0arecem di'er 7ue os cristos 0odem se
0erder de %o$o6 realme%te 1alam da disci0li%a dos cristos# No
sC est< o assu%to da disci0li%a e o assu%to da 1alsidade6 Gas
tamb2m o assu%to do rei%o e da recom0e%sa# Estas 0oucas
coisas so 1u%dame%talme%te di1ere%tes# Guitas $e'es6
a0licamos as 0ala$ras 0ara o rei%o V era eter%a6 e as 0ala$ras
com res0eito V recom0e%sa ao tema da $ida eter%a#
Naturalme%te6 isto 0rodu'ir< muitos 0roblemas# De$emos dar-
%os co%ta de 7ue eDiste uma di1ere%a e%tre o rei%o e a
sal$ao6 e e%tre a $ida eter%a e a recom0e%sa# A ma%eira em
7ue Deus tratar< co%osco %o mil4%io 2 di1ere%te da ma%eira em
7ue Ele tratar< co%osco %a eter%idade# L< uma di1ere%a %a
ma%eira em 7ue Deus trata com o 5omem %o mu%do restaurado
e %o mu%do %o$o# O mil4%io est< relacio%ado com a +ustia#
Est< relacio%ado com %ossas obras e com %osso a%dar de0ois
de 7ue temos c5egado a ser cristos# O rei%o mile%ar tem como
0ro0Csito +ulgar %osso a%dar: e%treta%to6 %a eter%idade6 %os
%o$o c2u e %o$a terra6 tudo 2 graa gratuita# E o 7ue tem sede
0ode $ir e beber gratuitame%te JA0ocali0se &&H"-K# Esta
0ala$ra 2 1alada de0ois de 7ue os %o$os c2us e a %o$a terra
te%5am $i%doF.*(5)
OJ*K =atc5ma% Nee# O E$a%gel5o de Deus# ># S# G# omo II#
P<g# (*-#
As &odas do *ordeiro
159
No tem havido muita clareza no relacionado com as bodas do
Cordeiro e com a Igreja. Muitos irmos pensam que toda a Igreja, ou
seja, cem porcento dos irmos participaro como noiva nas bodas.
Mas a Escritura no diz isso. Na parbola da festa de bodas diz que "o
reino dos cus semelhante a um rei que fez festa de bodas a seu
filho" (Mt. 22:2). Pelo contexto vemos que para participar nesta festa
de bodas necessrio cumprir certos requisitos, como ser dignos (v.8)
e estar vestido de certo tipo de vestido de boda. Dizem os versos 11-
13: "11 ntrando, porm, o rei para ver os que estavam 9 mesa,
notou ali um homem que no tra)ia veste nupcial1H e perguntouJlheG
Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial0 ele emudeceu.1@
nto, ordenou o rei aos serventesG AmarraiJo de ps e mos e lanaiJ
o para fora, nas trevas* ali haver choro e ranger de dentes". O que
significa este vestido de boda? O fato de que este homem entrou
festa de bodas porque salvo, mas no estava vestido com as
vestes dos vencedores, o da justia subjetiva em seu andar com o
Senhor.
O compreenderemos melhor com Apocalipse 19:7-9: " 4 AlegremoJ
nos, eKultemos e demosJlhe a gl'ria, porque so chegadas as bodas
do Cordeiro, cuja esposa a si mesma j* se ataviou ,6 pois lhe foi
dado vestirJse de linho fin+ssimo, resplandecente e puro. -orque o
linho fin+ssimo so os atos de justia dos santos.F nto, me falou o
anjoG screveG AemJaventurados aqueles que so chamados 9 ceia
das bodas do Cordeiro. acrescentouG !o estas as verdadeiras
palavras de &eus". Ento vemos que as bodas do Senhor no se faro
com toda a Igreja; nem todos so chamados para participar ali, seno
s com Seus vencedores, os quais vm a ser a esposa. Por um lado
vemos que na parbola fala de algum que, mesmo que seja salvo,
lanado fora por no estar com o vestido adequado; e por outro vemos
em Apocalipse 19:7-9 que fala do vestido de linho fino, que so os
atos de justia dos santos, e esses atos justos s se vem nos
vencedores.
A noiva do Cordeiro deve estar preparada antes desse acontecimento.
Como essa preparao? Deve levar o vestido adequado, que
simboliza a vida do Senhor em ns, nossa justia, nossa conduta,
nossas obras em Deus, e alm disso, estar cheios de azeite do Esprito
Santo, como diz Eclesiastes 9:8: "m todo tempo sejam alvas as tuas
160
vestes, e jamais falte o 'leo sobre a tua cabea". Temos o caso das
cinco virgens insensatas. Lhes faltou pureza, limpeza de toda mancha,
lhes faltou azeite, no haviam pagado o preo, e sendo salvas, pois
foram at o tribunal de Cristo, no puderam participar nas bodas do
Cordeiro. No haviam se preparado para as bodas. ", saindo elas 2 As
insensatas3 para comprar2pagar o preo3, chegou o noivo, e as que
estavam apercebidas entraram com ele para as bodas* e fechouJse a
porta.11 Dais tarde, chegaram as virgens nscias, clamandoG !enhor,
senhor, abreJnos a portaM1H Das ele respondeuG m verdade vos digo
que no vos conheo" (Mateus 25:10-12). Sem f no podemos
alcanar a salvao eterna; mas sem obras justas no poderemos
desfrutar do reino dos cus, incluindo as bodas de Cordeiro. Na
Palavra de Deus se fala de una vestidura de bodas, e explica em que
consiste; ningum pode confeccionar esse vestido a no ser com a
ajuda de Senhor. O Senhor faz em ns e ns fazemos Nele. Trabalhar
sem Ele, trabalhar em madeira, feno e palha. A vestidura objetiva
significa que somos revestidos de Cristo, digamos, por fora, somos
mudados de posio; e a vestidura subjetiva significa que somos
habitados por Cristo por dentro; que somos conformados a Sua
imagem. Ele forjado em ns, manifestando seus atributos atravs
das virtudes de nossa alma renovada. Irmo, medita na arca do pacto.
Foi feita de madeira de accia (a humanidade), mas revestida de ouro
(a divindade) por dentro e por fora. Para que possamos participar nas
bodas, necessrio que nosso eu seja aniquilado, e Cristo forjado em
ns antes; temos tido que sofrer dores de parto. Mas Cristo se forma
em ns com nosso consentimento, usando tambm de nossa vontade.
Paulo disse aos santos, salvos de Galcia: "meus filhos, por quem, de
novo, sofro as dores de parto, at ser Cristo formado em v's" (Glatas
4:19).
Quando se levaro a cabo as bodas? Imediatamente depois do juzo da
Igreja ante o tribunal de Cristo, seguidas pelas festas, naturalmente,
as quais se prolongaro por todo o milnio. "E o Esprito e a Noiva
dizem: Vem". S o Esprito Santo e a Noiva esto preparados para o
encontro com o Senhor. Antes vejamos que o Esprito falava s
igrejas; agora o Esprito de Deus e os vencedores se tem feito um, e
expressam o desejo de que venha prontamente o Senhor.
A s2tima promessa
161
"Ao vencedor, darJlheJei sentarJse comigo no meu trono, assim como
tambm eu venci e me sentei com meu -ai no seu trono" (Ap. 3:21).
Este o mximo galardo que o Senhor pode outorgar ao um
vencedor. O Senhor tem falado Igreja; ento o Senhor est porta,
chamando a quem queira abrir. A grande multido dos crentes so
crianas carnais, entretidos em seus prprios deleites e diverses, nas
falsas doutrinas de prosperidade; tm se enchido de riquezas
materiais, e orgulho; se gabam dos muitos conhecimentos que vo
adquirindo, de suas posies ante o Estado e as esferas sociais; j no
necessitam de Deus. Mas o Senhor recorre aos vencedores, ao que lhe
escute e lhe obedea, ao que abre sua intimidades com Ele; ao que
esteja disposto a se por de acordo com Ele. O tempo j est pronto
para se cumprir; j vai terminar a era da graa, e vem a do reino
milenar; se aproxima o juzo da Igreja ante o tribunal de Cristo; ento
o Senhor, em troca dos "tronos" fabricados pelos homens, oferece a
mxima posio de glria, sentar-se com o Senhor em Seu trono. Por
que precisamente a esta igreja do morno perodo de Laodicia?
Ainda que a Igreja esteja ocupada em seus prprios interesses e
glrias terrenas, entre os vencedores j existe a expectativa da vinda
do Senhor. Eles sabem que esse glorioso dia est s portas; o
esperam ansiosos e amam o regresso do Senhor. Os vencedores que
receberem este galardo de se sentarem com o Senhor em Seu trono,
ho de participar da autoridade do Senhor, em sua qualidade de reis,
governando com Ele sobre toda a terra durante o reino milenar de
Cristo. Mas antes os vencedores tm comprado de Deus ouro puro
refinado pelo fogo.
Aqui o que vence o faz sobre a mornido da igreja degradada, gerada
pelo orgulho do conhecimento de muita doutrina, mas sem o Senhor.
Aqui o vencedor o que paga o preo para comprar o ouro refinado
nas provas de fogo, as vestiduras brancas de seu andar em Cristo e o
colrio da uno e a luz do Esprito Santo. Ao vencedor compete vencer
no s a hostilidade do mundo e de seu prprio eu, seno tambm, e
o que pior, a infidelidade, cegueira, prepotncia e desvio da Igreja. A
Igreja est cheia de outras glrias alheias verdadeira glria do
Senhor; a Igreja se embriaga dos potentes ims do progresso
material, e tem se esquecido da verdadeira glria do reino, o qual se
ganha com a cruz, negando-se a si mesmo. Todo crente que se ocupe
162
hoje em exaltar a si mesmo e a seu ministrio, atropelando s ovelhas
do Senhor, chegar nesse dia em que sofra a mais dolorosa
humilhao. Na Igreja se tem generalizado o conceito de que o Senhor
s nos salvou do inferno; j no temos que ir ao inferno, pois no h
idia de qual seja o plano de Deus para a Igreja; e, alm disso, nos
salvou para que vivamos nesta terra cheios de bens materiais e
felicidades temporrias. Mas vem o juzo de Deus, e o juzo comea
por Sua prpria casa. Irmo, deixa que o Senhor julgue agora teu
andar; permite que o Senhor julgue cada pensamento; submete ao
juzo do Senhor cada ato teu, cada passo que d; acostuma-te a viver
abaixo do juzo da Palavra de Deus, do Esprito Santo por tua
conscincia, da voz do Senhor dentro de ti. Julga-te a ti mesmo
usando as ferramentas que o Senhor te ha dado. Se isso chega a ser
tua realidade cotidiana, o dia que o Senhor julgar a Seu povo, para ti
ser um dia de glria.
Todo vencedor estar reinando no milnio a um mesmo nvel que os
demais? De acordo com a parbola das minas de Lucas 19:11-26,
cada crente exercer no reino um servio de acordo com o uso que
tenhamos feito aqui dos dons que nos tem outorgado o Esprito Santo,
postos ao servio de Deus. Nem todos teremos a mesma posio no
reino dos cus, nem os mesmos privilgios, nem desfrutar ao Senhor
no mesmo grau de proximidade. O Senhor justo e trabalha com
justia. Na terra medimos as classes e as posies de maneira
diferente a como se medem no cu.
.. O REINO MESSI/NICO
NA 0ERS0ECTIVA 0RO12TICA
O &$e$ re%e3e se'&r# e per!e
Depois que o Senhor terminou toda a obra da criao, diz a Bblia que
Deus criou o homem. Deus necessitava de algum que representasse
Sua autoridade na Sua criao. Depois que Deus criou o homem Sua
imagem, varo e varoa, dotados com suficiente poder e autoridade,
lhes disse (Gn. 1:28): "E Deus os abenoou e lhes disse: Sede
fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a( a palavra
163
chave); dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos cus e
sobre todo animal que rasteja pela terra". Essas eram as trs reas
sobre as quais o homem tinha domnio. Deus deu senhorio ao homem
sobre os ares, nas guas e na terra. Deus queria estabelecer seu reino
no universo comeando por esta terra, mas com a representao do
homem, uma criatura inteligente de sua inteira confiana.
Mas o homem falha com Deus. Vem o drama do homem e a antiga
serpente, e o homem entrega este senhorio a Satans, o mesmo
senhorio que havia recebido de Deus. Satans incita ao homem a ser
independente de Deus; assegura-lhe que se comer do fruto proibido
seriam abertos seus olhos e seria como Deus, sabendo o bem e o mal.
O homem cai voluntariamente na armadilha, e despojado desse
senhorio. Queda, pois, sendo Satans o prncipe deste mundo, como
disse Paulo em Efsios 2 e em 2 Corntios 4:4, que diz que o diabo o
deus deste mundo, deste sculo. Por qu? Porque recebe o senhorio
de mos de quem havia recebido o senhorio de parte de Deus, ou
seja, do homem. De maneira que o homem fica sendo escravo de
Satans. O apstolo Paulo descreve assim: "1 le 2Cristo3 vos deu
vida, estando v's mortos nos vossos delitos e pecados, H nos quais
andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o pr+ncipe
da potestade do ar, do esp+rito que agora atua nos filhos da
desobedi:ncia*@ entre os quais tambm todos n's andamos outrora,
segundo as inclina<es da nossa carne, fa)endo a vontade da carne e
dos pensamentos* e ramos, por nature)a, filhos da ira, como
tambm os demais" (Ef. 2:1-3). De maneira que o homem se
converteu realmente em escravo do diabo.
Mas quando o pecado de Ado descoberto, h um juzo da parte de
Deus, e vem a maldio da serpente, a maldio de Eva e a maldio
de Ado e a expulso do homem do Jardim at o dia que pudesse
comer da rvore da vida. Mas em meio de tudo isso se destaca a
promessa de um poderoso Salvador e a luta e rivalidade histricas
entre as duas sementes at que o drago fosse julgado e vencido na
cruz de Cristo. Deus disse serpente: "-orei inimi)ade entre ti e a
mulher, entre a tua descend:ncia e o seu descendente. ste te ferir a
cabea, e tu lhe ferirs o calcanhar" (Gn. 3:15). Satans, pois, recebe
um poder especial para governar este mundo, e ele conta com uma
sofisticada e poderosa organizao hierarquizada que opera nas
trevas, integrada pelos anjos cados que arrastou o querubim Lcifer
164
depois de sua rebelio. Satans desenvolve assim um reino chamado
de "potestade das trevas".
Israel ' Re#'
Ento esse propsito de Deus de estabelecer seu reino na criao, teve
aqui na realidade um obstculo, mas com isto no se cancelou, pois o
Senhor j tinha um plano, e comeou a se mover de tal maneira a
restaurar as coisas para que seu reino se estabelecesse plenamente
em um homem em quem Ele pudesse confiar; no no homem cado. O
homem cado ficou desqualificado em sua escravido. Primeiramente,
quando as coisas se deram, houve uma linha tnica, uma raa na
histria, que se lembrava de Deus, que temia a Deus, pela
descendncia de Sete, pois a descendncia de Caim se esqueceu de
Deus; e nos tempos de No a humanidade j havia se saturado de
maldade, sobre tudo de ocultismo, um pecado que aborrece a Deus
sobremaneira, porque se lhe rejeita, e isso acarretou o juzo de Deus
por meio de um dilvio. Mas o homem no quer fazer o bem e se
esquece de Deus. A torre de Babel uma evidncia de que o homem
no aprendeu a lio do dilvio, voltando prtica do ocultismo, pois a
torre de Babel, o primeiro zigurate da histria para a adorao
ocultista, tambm o primeiro monumento auto-exaltao.
Tambm da descendncia de No, com o tempo Deus escolheu a um
varo chamado Abrao, filho de Tera da descendncia de Sem, para ir
conformando as coisas, para ir estabelecendo os princpios a fim de
dar comeo e desenvolvimento aos planos de Deus encaminhados a
estabelecer seu reino sobre a terra; e a partir do captulo 12 de
Gnesis, Ele o chama das terras caldias para fazer uma nao de sua
semente, uma nao diferente por meio da qual revelar sua verdade e
sua justia; e Deus estabelece a Abrao na terra escolhida por Deus,
chamada nesse tempo Cana, e lhe d descendncia. Nasce Isaque, e
Isaque gera a Jac, quem mais tarde daria o nome nao, Israel, e
quem por sua vez gera os doze pais das tribos de Israel, e sua
descendncia se multiplica, e por circunstncias que conhecemos se
vo terra do Egito e com o tempo chegam a serem milhes os
hebreus, mas escravizados; e depois de quatrocentos e trinta anos,
desse povo elege a um varo, a Moiss, para libert-los, tir-los e
lev-los pelo deserto para prepar-los e se revelar a eles a fim de lhes
165
entregar uma terra onde Ele comearia a estabelecer um modelo, um
princpio, um avano, um arqutipo realmente do reino de Deus sobre
a terra. No final o reino abraar toda a terra, mas Deus comearia
por Israel, alm de que dessa raa nasceria a semente da mulher, o
Rei messinico.
E foi assim como depois de 40 anos de perambular pelo deserto, para
suceder a Moiss, elege a um varo da tribo de Efraim chamado Josu,
e com ele na liderana do povo entrega-lhes a terra e estabelece uma
teocracia. O Senhor j os havia dito em xodo 19:6: "v's me sereis
reino de sacerdotes e nao santa". Deus queria que todo o povo fosse
um povo sacerdotal, e um reino vez; ou seja, Ele queria fazer de
Israel una teocracia, onde o verdadeiro Rei fosse o prprio Deus. Esta
nao foi criada por Deus para Si mesmo, de maneira que os
israelitas, como nao, foram os primeiros em serem livrados da
potestade do reino das trevas, da jurisdio de Satans, e ao invs de
um prncipe espiritual satnico, como as demais naes (cfr. Daniel
10:13,20), seu prncipe espiritual que os guardava foi o arcanjo Miguel
(cfr. Daniel 10:21; 12:1). Mas a eles queriam pedir um rei humano,
como as demais naes do mundo, ao invs de seguir sendo uma
teocracia pura. Ento Deus os concedeu no que se chama a vontade
permissiva de Deus. Esse rei, Saul, da tribo de Benjamin, falhou, e
ento Deus escolheu a um rei conforme ao Seu corao e estabeleceu,
de certa maneira, a teocracia, pois mesmo que reinasse Davi, da tribo
de Jud, ele fazia a vontade de Deus, representava a autoridade de
Deus, representava a realeza do Senhor. De todas as maneiras
reinaram Davi, seus filhos e netos, mas faziam a vontade de Deus.
Esse era o desejo de Deus para um reino diferente sobre a terra. Uma
nica nao onde realmente ali reinasse Deus e no Satans. Mas no
foi assim sempre; e diz a Palavra que ao fim eles falharam. E depois
da morte de Salomo o reino se dividiu. Dez tribos no norte tiveram
seu prprio rei, a Jeroboo iniciando a lista; e as duas tribos restantes,
as de Jud e Benjamin continuaram com Roboo, filho de Salomo, o
rei da linha de Davi. Lastimosamente ambos os reinos falharam com
Deus. Os reis do reino do norte todos falharam e recusaram a Deus;
se envolveram desde o princpio na idolatria para evitar que o povo
fosse adorar em Jerusalm e ficasse por l; inclusive chegaram a
trocar a Deus por Baal.
E os reis de Jud, a maioria se apartou dos princpios de Deus para
166
governar sua nao. Jeroboo se apartou do princpio do reino, para
edificar um reino para si mesmo. Um princpio do reino a unidade, e
outro que tem que adorar onde Deus escolher que se lhe adore, e
Jeroboo no permitiu. Claro que Roboo tambm teve sua cota de
culpabilidade na diviso do reino; no representou bem o governo de
Deus. Ento o Senhor teve que tomar medidas corretivas e permitiu
que naes mpias e poderosas os assediassem, os sitiassem e os
levassem cativos s terras estrangeiras. Como eles comearam a
falhar com Deus, descuidando os princpios e leis do reino, ento
tiveram que ser levados, cada reino por separado, cativos a outras
naes estrangeiras para que vivessem em sua prpria carne a
realidade da diferena que o reino de Deus e os reinos do mundo,
governados por Satans e suas hostes.
Os !#s %at#ve#rs

Se houve um tempo em que havia uma nao que representava o
reino de Deus, e quando essa nao falhou com Deus, j no se podia
dizer que a reinava Deus, pois mui poucos obedeciam a Deus; s um
pequeno remanescente se recordava de Deus. E ficaram sabendo at
no estrangeiro sobre esta triste realidade, ante a qual Deus
determinou levantar outras naes poderosas, cruis e apressadas
para castigar aos mal-feitores de Israel e de Jud. A primeira grande
falha foi dividir o reino e comear a ser regidos por egostas princpios
humanos afastados da vontade de Deus. Claro, sobreveio a idolatria. A
idolatria minava os alicerces da teocracia, mesmo quando esta seja
representativa; e muito mais em um reino dividido.
Em conseqncia houve dois cativeiros: Primeiro, o cativeiro de Israel
(as dez tribos do norte) pela Assria em 722 a. C., a causa do castigo
recebido por sua iniqidade. Essas tribos jamais regressaram;
provvel que alguns indivduos de Israel tenham regressado com o
remanescente de judeus (das tribos meridionais) depois do cativeiro
babilnico. Em verdade, descendentes das tribos nortenhas tem
regressado Palestina, mas no presente retorno dos hebreus a sua
antiga ptria a partir de finais do sculo XIX, e sobre tudo com os
eventos do Holocausto na Alemanha por parte dos nazistas na
segunda guerra mundial, e a criao do moderno Estado de Israel em
1948.
167
O segundo cativeiro recaiu sobre o reino do sul, Jud, que foi sitiado,
derrotado e levado em cativeiro para a Babilnia em 605 a. C., a
mando do rei Nabucodonosor, durante setenta anos, conforme a
profecia de Jeremias;*(1) foram sitiados, vencidos e levados por causa
de sua idolatria. Quando esse tempo se cumpriu, Deus preparou um
pequeno remanescente dos judeus para que regressassem, pois em
sua prpria terra deviam conformar o verdadeiro povo por meio do
qual viria o Salvador dos homens, e verdadeiro rei que ao final dos
tempos restabeleceria o trono de Davi, o reino de Deus sobre a terra.
O propsito de Deus com o retorno desse remanescente era que eles
se pusessem nas mos de Deus e comeassem um processo para o
restabelecimento do reino; tratando Deus de restabelecer Seu reino
em Israel; mas agora seria completamente distinto. Seria um rei em
quem Deus poderia confiar plenamente, e para ele seria necessrio
que nascesse a semente da mulher, o Filho de Deus encarnado, e
morresse e ressuscitasse, e ascendesse glria, e enviasse a seu
Esprito, e se formasse a Igreja, e passasse o tempo necessrio para
seu glorioso retorno terra a estabelecer seu reino. De modo, pois,
que com o retorno de um remanescente no ia restaurar o reino
imediatamente; eles seguiriam sob o domnio dos imprios mundiais
que se sucederiam na histria.
OJ"K C1r# Beremias &-H"?-&@: &?H"@
-ra'!es revela4es ' l#vr !e Da'#el
O caso, pois, que a partir do cativeiro de Babilnia, Israel no voltou
a ser livre at sua destruio total pelos exrcitos do Imprio Romano,
no ano 70 do primeiro sculo. Sucessivamente na histria, Israel
esteve sob o jugo das grandes potencias que tem dominado o mundo.
Deus se revelou com luxo de detalhes a um profeta exilado na
Babilnia, um homem temeroso de Deus que havia sido levado com os
primeiros cativos. A revelao est contida nos captulos 2 e 7 do livro
de Daniel. Mesmo quando eles regressassem sua terra, no seriam
de todo livres, pois Deus no tinha a inteno de por no trono a
homem comum algum, seno a seu prprio Filho. Vejamos, pois, como
Deus revela a este profeta o curso total da histria at estabelecer
168
Deus plenamente Seu reino nesta terra, conforme Seu propsito
original antes da criao de Ado. Deus lhe deu toda a autoridade,
autonomia e poder a Ado, mas como Ado falhou, Ele se props
estabelecer a algum que no falhe jamais. O rei que vir j tem toda
a potestade da parte de Deus.*(2)
OJ&K C1r# Gateus &.H".
Nos captulos 2 e 7 do livro de Daniel h uma revelao sob os
enfoques. Um (captulo 2) feito em parte a um rei pago; digo em
parte, porque Nabucodonosor no teve conhecimento de fato at que
o profeta de Deus o revelou. Tenhamos em conta que o rei havia
esquecido o sonho, e o profeta o desconhecia; s o soube depois que
Deus o revelou. De maneira que a verdadeira revelao daquele
sonho, Deus fez ao profeta. E h uma segunda parte, um segundo
ponto de vista revelado diretamente ao profeta, que se encontra no
captulo 7. No captulo 2 a revelao comea de acordo com o ponto
de vista do homem. O homem s v a majestade que em torno de si
mesmo se cria, a glria que a si mesmo se d ou lhe outorgam os
demais; glria efmera envolta em vanglria. Mas Deus v a realidade
intrnseca das coisas; Deus v o bestial que a glria e o governo do
homem. No captulo 2 vemos uma imagem apotetica; no captulo 7
Deus revela esses mesmos imprios mundiais, mas representados em
uma sucesso de bestas, como o que realmente tem sido.
O rei Nabucodonosor recebe a revelao em um sonho, mas o sonho
se esquece. Isso Deus permite a fim de que nenhum mago especule e
faa crer o rei em uma interpretao mentirosa e acomodada. Este rei
era um indivduo mui centrado em si mesmo e em sua glria terrena;
ele pensava na grandeza da Babilnia, nesses palcios e jardins
maravilhosos, em seu poderoso exrcito, em suas futuras conquistas e
domnios, etc. Ele estava preocupado pelo que seria de tudo isso,
quantos anos estaria governando, quem veria depois dele, e como
aconteceriam todas essas coisas. Ele ostentava a coroa de um imprio
mui brilhante. Imagino que vivia pensando naquilo dia e noite.
possvel que o profeta Daniel tambm se inquietasse com o futuro de
seu povo. Ento Deus deu um sonho ao rei revelando-lhe o futuro,
mas tambm ao profeta. Depois de haver sido chamados e
consultados todos os caldeus, astrlogos, magos e videntes que
rodeiam um poderoso governante oriental, e ante a impossibilidade
169
destes de adivinhar e interpretar o sonho do rei; iam ser levados
morte. Daniel solicitou que no matassem a estes senhores e que lhe
dessem um tempo a ele para mostrar a interpretao ao rei. Depois de
haver orado e recebido a revelao da parte de Deus, Daniel se
apresentou diante do rei, glorificando a Deus. Diz a Palavra de Deus
no livro do profeta Daniel, captulo 2:
" H4 %espondeu &aniel na presena do rei e disseG $ mistrio que o rei
eKige, nem encantadores, nem magos nem astr'logos o podem
revelar ao rei*H6 mas h um &eus no cu, o qual revela os mistrios,
pois fe) saber ao rei "abucodonosor o que h de ser nos Iltimos dias.
$ teu sonho e as vis<es da tua cabea, quando estavas no teu leito,
so estasGHF stando tu, ' rei, no teu leito, surgiramJte pensamentos
a respeito do que h de ser depois disto. Aquele, pois, que revela
mistrios te revelou o que h de ser.@; a mim me foi revelado este
mistrio, no porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os
viventes, mas para que a interpretao se fi)esse saber ao rei, e para
que entendesses as cogita<es da tua mente".
Os reinos terrenos e o curso da histria
A continuao o profeta Daniel continua com a interpretao do sonho
de Nabucodonosor, dizendo-lhe:
" @1 Lu, ' rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande esttua 2porque
"abucodonosor havia se esquecido do sonho3. esta, que era imensa e
de eKtraordinrio esplendor, estava em p diante de ti* e a sua
apar:ncia era terr+vel.@H A cabea era de fino ouro, o peito e os
braos, de prata, o ventre e os quadris, de bron)e*@@ as pernas, de
ferro, os ps, em parte, de ferro, em parte, de barro.@B Quando
estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auK+lio de mos, feriu a
esttua nos ps de ferro e de barro e os esmiuou ".
Deus mostra a Nabucodonosor quatro grandes imprios que
dominariam ao mundo civilizado at o fim da histria, e se
estabeleceria definitivamente o reino de Deus sobre a terra, cujo
glorioso Rei est representando aqui por uma pedra que cairia do cu,
a qual destruiria todo o reinado de Satans sobre a terra. A pedra foi
cortada no com mo. As coisas de Deus no se realizam por iniciativa
humana, por projetos idealizados pelos homens, e menos o
relacionado com o estabelecimento de Seu Reino, por muito
magnficos que nos paream. Deus tem um plano eterno, incomovvel
e verdadeiro; plano que aparece na Palavra e que nos revela por Seu
170
Esprito. A Palavra de Deus no admite reformas humanas. Todo o
escrito ter seu cumprimento. Tudo est registrado no livro sagrado.
" @C nto, foi juntamente esmiuado o ferro, o barro, o bron)e, a
prata e o ouro, os quais se fi)eram como a palha das eiras no estio, e
o vento os levou, e deles no se viram mais vest+gios (aqui vemos que
Deus esmia toda a glria e os propsitos dos homens). Das a pedra
que feriu a esttua se tornou em grande montanha, que encheu toda
a terra ".
Essa a pedra angular de que fala Pedro. Deus quem pe os reis e
os tira, e d aos homens autoridade para que reinem. O presidente
lvaro Uribe Vlez acaba de ganhar as eleies para seu segundo
perodo devido a que Deus lhe deu essa autoridade. Deus quem lhe
concede prolongar seu mandato. Segue dizendo Daniel ao rei:
" @? ste o sonho* e tambm a sua interpretao diremos ao rei.@4
Lu, ' rei, rei de reis, a quem o &eus do cu conferiu o reino, o poder,
a fora e a gl'ria*@6 a cujas mos foram entregues os filhos dos
homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as
aves do cu, para que dominasses sobre todos eles, tu s a cabea de
ouro".
IabilY%ia. Israel se aparta de Deus em face idolatria; Deus j no
era levado em conta ali, e Deus decide transferir o domnio da terra s
mos dos gentios, e por causa do cativeiro, essa transferncia recaiu
na pessoa de Nabucodonosor. Babilnia ento veio a ser essa cabea
de ouro. A Palavra de Deus revela que Babilnia foi o imprio mais
brilhante e glorioso que tenha existido em toda a histria da
civilizao. No o mais poderoso, pois medida que foram sucedendo-
se esses imprios mundiais, se iam degradando e perdendo seu brilho
de glria, mas paradoxicamente nessa mesma proporo iam
ganhando em fora e poder. Na grande esttua do sonho, depois da
cabea de ouro (Babilnia) seguia o peito e os braos de prata, logo
seu ventre e suas coxas de bronze, suas pernas de ferro, e por ltimo,
seus ps de ferro e de barro cozido. Os materiais dessa esttua iam se
degradando medida que descia terra. algo que parece
contraditrio, mas a realidade. Os homens, na medida em que
adquirem mais fora e poder, mais se degradam moralmente, e seu
corao se desliza mais em face corrupo e a crueldade.
" 39 &epois de ti, se levantar outro reino, inferior ao teu* e um
terceiro reino, de bron)e, o qual ter dom+nio sobre toda a terra ".
171
Gedia e P2rsia. Que poder mundial surgiu depois de Babilnia?
Uma coliso dos medos e os persas (os dois braos da esttua unidos
pelo peito) tomaram o poder mundial e derrotaram a Babilnia. Eram
menos brilhantes, contudo mais poderosos em fora. A prata tem
menos valor e preciosidade que o ouro, mas mais forte.
Rr2cia. Depois se levantou um terceiro grande imprio, Grcia, em
mos de um jovem macednio chamado Alexandre, mais conhecido na
histria como Alexandre O Grande, filho de Filipos, rei da Macednia,
quem no curto lapso de dez anos chegou a conquistar e dominar o
mundo; e depois de sua morte seu grande imprio foi dividido e
prolongado por seus quatro grandes generais do estado maior,
estendendo e implantando pelo mundo a cultura helenstica, usada por
Deus inclusive para a expanso do evangelho.
Im02rio Roma%o
" B; $ quarto reino ser forte como ferro* pois o ferro a tudo quebra e
esmiIa* como o ferro quebra todas as coisas, assim ele far em
pedaos e esmiuar".
A Babilnia chegou ao fim; o mesmo sucedeu aos medo-prsas; aos
gregos tambm chegaram ao fim de seu poderio por meio da incurso
de um quarto reino muito poderoso, porm extremadamente
sanguinrio, chamado Roma. Recordem irmos, que o imprio romano
est representado pelas duas pernas de ferro da estatua. Roma foi um
imprio com duas capitais: Roma propriamente dita, na parte
ocidental, e Constantinopla na parte oriental. E houve um prolongado
tempo em que foram suas capitais simultaneamente. Esta
circunstancia serviu para sua posterior degradao. Tem sido o
imprio mais cruel e sanguinrio da histria.
" B1 Quanto ao que viste dos ps e dos artelhos, em parte, de barro
de oleiro e, em parte, de ferro, ser esse um reino dividido* contudo,
haver nele alguma coisa da firme)a do ferro, pois que viste o ferro
misturado com barro de lodo.BH Como os artelhos dos ps eram, em
parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino
ser forte e, por outra, ser frgil.B@ Quanto ao que viste do ferro
misturado com barro de lodo, misturarJseJo mediante casamento,
172
mas no se ligaro um ao outro, assim como o ferro no se mistura
com o barro".
I$p5r# R$a' ress(r6#!
O quarto imprio, o romano, no existe j na histria. Roma, sua
capital ocidental, sucumbiu no ano 476, em mos de Odoacro, um
chefe dos mercenrios germnicos da Itlia, que deps ao imperador
Rmulo Augustus e enviou a Constantinopla as insgnias imperiais.
Constantinopla, sua capital da ala oriental, foi conquistada pelos turcos
em 1453, instaurando um regime islmico. Entretanto o imprio
romano tem continuado latente nestes sculos em toda a civilizao
ocidental; mas ao final dos tempos ocorrer um ressurgimento deste
imprio, no com o poder e a fora antiga, seno que termina em dez
dedos que no so totalmente de ferro, e sim que tm parte de barro,
para que se entenda melhor; e o ferro jamais se mescla com o barro;
jamais se compactam; isso ocorre s em aparncia; no momento em
que recebam um golpe contundente, cai o ferro por um lado e os
pedaos de ladrilho pelo outro. De maneira que so unies aparentes,
muito dbeis e frgeis.
So de' dedos. O nmero dez representa a totalidade das naes
surgidas das antigas provncias do Imprio Romano, incluindo as
naes que foram colnias de ultramar dessas metrpoles. So as
naes que no final dos tempos daro o trono ao Anticristo, e que em
determinado momento estaro aparentemente unidas. Por exemplo,
os pases que conformam a Unio Europia aparentemente esto
unidos por mltiplas instituies polticas e econmicas, seu
parlamento, sua constituio, o euro, etc., mas seguem mantendo em
si mesmos suas barreiras, ali subjazem nacionalidades e interesses
que defendem por cima dos pactos multinacionais. Os ingleses, os
franceses, os alemes, os espanhis sempre defendero o que so,
incluindo sua cultura ancestral, ainda que agora vivam uma unio e
aliana continental.
A 0e!ra la'a!a pr De(s
173
" BB Das, nos dias destes reis (quando estiverem governando o mundo
estes reis; isto no aconteceu ainda na histria) o &eus do cu
suscitar um reino que no ser jamais destru+do* este reino no
passar a outro povo* esmiuar e consumir todos estes reinos, mas
ele mesmo subsistir para sempre,BC como viste que do monte foi
cortada uma pedra, sem auK+lio de mos, e ela esmiuou o ferro, o
bron)e, o barro, a prata e o ouro. $ Prande &eus fe) saber ao rei o
que h de ser futuramente. Certo o sonho, e fiel, a sua
interpretao".
Eu creio que os romanos jamais pensaram que o imprio romano
chegaria a ser destrudo, que sucumbiria; isso jamais. Mas o Rei que
por Deus, nunca ser destronado. Ele vir a dar fim na histria dos
grandes poderes mundiais humanos. Jesus Cristo esmiuar e
consumar todos estes reinos e todas as naes da terra tero que
submeter-se a sua autoridade e a seu reino.
Ao passarmos para o captulo 7 de Daniel, vemos o aspecto sob o qual
este profeta viu o curso dos imprios na histria da humanidade. J
temos visto que os reinos do mundo so apoteticos, tem uma
aparente e efmera glria, e a humanidade sonha com viver essas
grandezas. Mas a glria dos grandes imprios e as realezas mundanas
sumamente aparente, passageira e frgil. Deus quem v a
realidade das coisas, e Ele quem tem em suas mos a continuao e
o desenvolvimento dos assuntos segundo como Ele o traou, por mais
que se creia ao contrrio. Todo o plano da economia de Deus ha de
realizar-se fielmente. Nada tem sido deixado ao azar. O governo do
Anticristo que vir na terra poder aparecer com muita glria e poder,
mas ser de pouca durao. Diz em Apocalipse que as pessoas o
adoraro, o admiraro e ir atrs dele, e diro: Quem como a besta?
Quem poder lutar contra ela? Vejam que glria! Quando se havia
visto algo semelhante em toda a histria?*(3) Segundo a viso do
apstolo Joo, se maravilhar toda a terra seguindo a besta.
OJ(K C1r# A0ocali0se "(H(-)#
Os im02rios bestiais
Por isso Deus tem revelado como v Ele os reinos do mundo; ao
174
profeta Daniel e ao apstolo Joo, em primeiro lugar. Daniel recebeu
uma revelao desses quatro imprios mundiais, Babilnia, Prsia,
Grcia e Roma, nas figuras de quatro bestas, porque no tem sido
outra coisa. Cada besta revela exatamente as caractersticas e
qualidades do respectivo reino. A primeira besta, um leo com asas de
guia, simbolizava a grandeza do imprio babilnico; a segunda besta,
um urso com um lado mais alto que o outro, e em sua boca trs
costelas entre seus dentes, simbolizava a aliana devoradora e
sangrenta dos medos e os persas; a terceira besta, semelhante a um
leopardo com quatro cabeas e quatro asas de aves em suas costas,
simbolizava o veloz domnio do mundo por parte dos gregos; e a
quarta besta, espantosa e terrvel, que era como uma mescla das trs
anteriores juntas, mas com dez chifres, simbolizava o terrvel imprio
romano. Todos esses governos tm sido bestiais e satnicos, pois
Satans, o prncipe do mundo e da potestade do ar, o supremo
ventrloquo que os manipula dos ares com sua poderosa organizao
espiritual das trevas.*(4) Mas h uma explicao do sonho. Leiamos
ao profeta Daniel no captulo 7: "1C Quanto a mim, &aniel, o meu
esp+rito foi alarmado dentro de mim, e as vis<es da minha cabea me
perturbaram.1? ChegueiJme a um dos que estavam perto e lhe pedi a
verdade acerca de tudo isto. Assim, ele me disse e me fe) saber a
interpretao das coisasG14 stes grandes animais, que so quatro,
so quatro reis que se levantaro da terra".
OJ)K C1r# Da%iel "@H"&-"(#
Temos que analisar por que a Palavra de Deus focaliza nestes quatro
grandes imprios. O Senhor revela o que no conhecido; por isso a
revelao comea nos tempos do profeta que a recebe. Antes da
Babilnia havia dois grandes imprios que alguma relao tiveram com
o povo de Deus: Egito e Assria. No Egito o povo havia se multiplicado,
mas haviam estado escravizados; Assria havia invadido o reino do
norte e os havia levado em cativeiro. Agora os quatro grandes
imprios a partir da Babilnia, todos submeteram terra santa.
Quando o Senhor nasceu em Belm, a terra santa estava submetida
pela quarta besta, por Roma; e foi Roma quem ditou a sentena e o
levou cruz. Todos estes imprios tm sido bestiais e satnicos; mas,
qual ser o fim deles quando Satans for encerrado no abismo? Diz
Apocalipse 20:1-3: "1 Ento, vi descer do cu um anjo; tinha na mo
175
a chave do abismo e uma grande corrente.2 Ele segurou o drago, a
antiga serpente, que o diabo, Satans, e o prendeu por mil anos;3
lanou-o no abismo, fechou-o e ps selo sobre ele, para que no mais
enganasse as naes at se completarem os mil anos. Depois disto,
necessrio que ele seja solto pouco tempo". Quando o Senhor
regressar terra e Satans for lanado ao abismo, imediatamente
toda a estrutura de seu poder cair ao cho, como viu Daniel que se
desmoronou toda a imagem vista por Nabucodonosor. Ainda que todos
esses imprios mundiais tenham cado na histria, todavia persiste a
estrutura de toda a imagem. O poder mundial que levar ao poder ao
anticristo aparecer com algo do brilho do ouro babilnico, ter muito
do poder destruidor dos medos-persas, algo da habilidade, destreza e
ligeireza dos gregos, e possuir, sobre tudo, o esprito sanguinrio e
frieza do imprio romano. Mas tudo isso ser consumido com a
chegada gloriosa do Senhor Jesus Cristo.
"16 Das os santos do Alt+ssimo recebero o reino e o possuiro para
todo o sempre, de eternidade em eternidade".
Quem so os santos do Altssimo? A Igreja; sobre todo os vencedores.
E o caso que a Igreja est pondo pouca seriedade neste assunto do
reino. E segundo a Palavra de Deus, o reino prioritrio. "@@ buscai,
pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justia, e todas estas
coisas vos sero acrescentadas" (Mt. 6:33). Ns temos uma grande
responsabilidade frente ao reino de Deus. uma ordem do Senhor que
nos preocupemos pelo reino muito acima de todos os nossos
interesses e necessidades particulares.
Cap. 8: O REINO MESSI/NICO NA
0ERS0ECTIVA 0RO12TICA
U$ %&#7re e'#6$8t#%
"1F nto, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto
animal, que era diferente de todos os outros, muito terr+vel, cujos
dentes eram de ferro, cujas unhas eram de bron)e, que devorava,
fa)ia em pedaos e pisava aos ps o que sobejava*H; e tambm a
176
respeito dos de) chifres que tinha na cabea e do outro que subiu,
diante do qual ca+ram tr:s, daquele chifre que tinha olhos e uma boca
que falava com insol:ncia e parecia mais robusto do que os seus
companheiros".
A revelado a apario do Anticristo, que surge destas ltimas naes
que corresponde com os dez chifres da quarta besta e com os dez
dedos da estatua do sonho de Nabucodonosor.
"H1 u olhava e eis que este chifre fa)ia guerra contra os santos e
prevalecia contra eles,HH at que veio o Ancio de &ias e fe) justia
aos santos do Alt+ssimo* e veio o tempo em que os santos possu+ram o
reino".
Vemos na Palavra a revelao de que Deus nos tem feito reis e
sacerdotes; mas para reinar com Cristo temos que ser vencedor.
"H@ nto, ele disseG $ quarto animal ser um quarto reino na terra,
o qual ser diferente de todos os reinos* e devorar toda a terra, e a
pisar aos ps, e a far em pedaos.HB $s de) chifres correspondem
a de) reis que se levantaro daquele mesmo reino* e, depois deles, se
levantar outro, o qual ser diferente dos primeiros, e abater a tr:s
reis.HC -roferir palavras contra o Alt+ssimo, magoar os santos do
Alt+ssimo e cuidar em mudar os tempos e a lei* e os santos lhe sero
entregues nas mos, por um tempo, dois tempos e metade de um
tempo".
Isso concorda com os trs anos e meio revelados em Apocalipse (cfr.
Apocalipse 13:5; 11:2).
I'sta(ra ! re#' !e De(s
"H? Das, depois, se assentar o tribunal para lhe tirar o dom+nio, para
o destruir e o consumir at ao fim.H4 $ reino, e o dom+nio, e a
majestade dos reinos debaiKo de todo o cu sero dados ao povo dos
santos do Alt+ssimo* o seu reino ser reino eterno, e todos os dom+nios
o serviro e lhe obedecero".
Se sabe que Cristo vir pronto, e vai estabelecer Seu reino, e os
vencedores da Igreja reinaro com Ele. Mas enquanto isso, todas as
naes esto sofrendo a tirania de Satans. Inclusive o moderno Israel
est sofrendo essa escravido. Quando voltar Israel a estar sob o
reino de Deus como antigamente? At que seja tirado todo poder dos
gentios e at mesmo de Satans (cfr. Ro. 11:25). Diz a Palavra de
177
Deus que a criao inteira est aguardando ardentemente, gemendo
com dores de parto, a manifestao dos filhos de Deus e que a criao
mesma ser libertada da escravido a que tem sujeitado Satans e
suas hostes malignas que a tem dominado (cfr. Romanos 8:19-22). H
um mandato decisivo do Senhor de que nos encarreguemos de
difundir e pregar o evangelho do reino, mas devemos lutar fortemente
contra uma poderosa oposio comandada pelo diabo. As hostes do
reino das trevas esto organizadas hierarquicamente nos ares. Cada
nao ou provncia da terra tem seu prncipe satnico, ajudado por
incontveis potestades, dominadores, governadores das trevas e
exrcitos de anjos cados (cfr. Ef. 6:12). Eles so os verdadeiros
inimigos, e a Igreja a nica que no est sob o governo de Satans e
seu reino tenebroso. A Palavra diz que Deus "Ele nos libertou do
imprio das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor " (Col. 1:13). Tambm diz a Palavra que o Senhor disse ao
apstolo Paulo que lhe enviava aos gentios "para lhes abrires os olhos
e os converteres das trevas para a lu) e da potestade de !atans para
&eus" (Atos 26:18).
A Palavra de Deus revela que Cristo j est reinando agora; est
sentado no trono do Pai; e ns em cada localidade estamos
representando o reino de Deus. Para que o reino de Deus seja bem
representado em cada localidade, se deve estar guardando a unidade
do corpo de Cristo. As divises na igreja do a imagem de um reino
dividido. Quando Josu chega terra prometida, ele avana com o
exrcito a seu comando, um s exrcito, para tomar para Deus a terra
prometida localidade por localidade. Mas que na verdade agia com
eles, e lhes dava a vitria, era Deus; e vejam como lhes entrega a
primeira cidade, a Jeric. Recordam o quadro? Somente tiveram que
obedecer a ordem de Deus, como disse o chefe do estado maior do
exrcito. Daremos seis voltas na cidade em seis dias, e no stimo dia
proclamaremos a vitria de Deus, dando nesse dia sete voltas. Disse
Josu: Gritai, porque o Senhor vos tem dado a cidade.*(1) e aquelas
fortes muralhas caram derribadas como se fosse de papelo. Era a
vitria de Jesus Cristo. Mas em Jeric no se detiveram; seguiram
tomando as outras cidades, e Deus pelejava por eles e com eles, e iam
tomando localidade por localidade, para instaurar um comeo e
modelo do reino de Deus sobre a terra. Ns temos essa misso: ir
178
tomando localidade por localidade, e ir estabelecendo o reino em cada
uma delas.
*(1) Cfr. Josu 6:15-21
Quem deseja realmente que venha e se manifeste o reino de Deus? As
pessoas recitam a orao do Pai Nosso, e dizem: " F -ortanto, v's
orareis assimG -ai nosso, que ests nos cus, santificado seja o teu
nome*1; venha o teu reino* faaJse a tua vontade, assim na terra
como no cu" (Mt. 6:9-10). Mas se eu digo ao Senhor: ".enha teu
reino"; necessariamente que deve vir em primeiro lugar a mim. Que o
Rei (Cristo) reine em mim. Tenha seu trono em meu corao, ponto
central de minha vida. E reinando em mim e reinando em ti, E
reinando em cada um dos irmos, como conseqncia o Senhor reina
na Igreja, e assim ento se est vivendo o reino. E o mundo poder
ver que Deus reina em ns; isso inocultvel. Unos mais, outros
menos, mas o que no se submete, pois ento h disciplinas, h
provas, se estabelecem instancias, o Senhor trata conosco. Que diz a
Palavra de Deus ao respeito? Quais so os princpios do reino? Estuda-
se com ateno, muitas vezes, o famoso sermo do monte. A esto
resumidos os princpios do reino, como devemos viver; como nos
comportar como filhos de Deus. Diz o Senhor ali que nossa vida deve
ainda ser mais rgida que a dos prprios religiosos. "-orque vos digo
que, se a vossa justia no eKceder em muito a dos escribas e
fariseus, jamais entrareis no reino dos cus" (Mt. 5:20). Isso declara
enfaticamente o Senhor. "AemJaventurados os humildes de esp+rito,
porque deles o reino dos cus" (Mt. 5:3).
Ento, quando ainda estava em vigncia o governo da quarta besta, j
tem uma primeira manifestao a pedra no cortada com mos. J se
manifesta no cenrio da terra santa. Em Mateus 3 diz a Escritura por
boca de Joo o Batista; ele estava pregando pelo deserto, mas abre
sua boca para declarar algo de suma importncia: "ArrependeiJvos,
porque est pr'Kimo o reino dos cus.@ -orque este o referido por
intermdio do profeta =sa+asG .o) do que clama no desertoG -reparai o
caminho do !enhor, endireitai as suas veredas". Nesse momento
todavia no se manifesta; apenas se est aproximando; de maneira
que j tempo de que se arrependam. J est por perto o que o h de
manifestar, o que o h de reger. Logo no seguinte captulo, no 4, diz o
Senhor em pessoa: " &a+ por diante, passou ,esus a pregar e a di)erG
ArrependeiJvos, porque est pr'Kimo o reino dos cus". Todavia o
179
reino nesse momento no havia chegado; apenas estava prximo.
Para sua manifestao tem o Senhor que permanecer um tempo aqui
desenvolvendo Seu ministrio terreno, e logo ser levado cruz, onde
morre por nossa salvao, e logo ser sepultado, e logo ressuscitar, e
logo ascender aos cus e ser glorificado, e logo enviar Seu Santo
Esprito, a fim de que Seu Esprito nos traga a vida de Deus e penetre
e faa morada em nosso esprito e se faa um s com nosso esprito, e
comecemos realmente a fazer parte do novo homem, do verdadeiro
homem que h de reinar nesta terra, no para o reino das trevas
seno para Deus, Jesus e Sua Igreja, trazendo com Ele o reino dos
cus, e a representar o reino de Deus nesta terra.
O Re#' 5 a 9(#'ta:ess;'%#a ! eva'6el&
(Quinta Essncia = O mais alto grau; o requinte, a plenitude, o auge:) dicionrio Aurlio
Ns fazemos hoje parte desse Rei, pois Ele nos tem feito reis e
sacerdotes; o Senhor nos tem elevado a essa posio gloriosa; e a
Palavra de Deus nos diz que devemos pregar o evangelho do reino.
Por exemplo, em Mateus 10 encontramos uma habilitao e comisso
dos doze discpulos mais ntimos do Senhor. Ali vemos que eles foram
comissionados e enviados, no sem antes serem dotados de
autoridade sobre os espritos, para que os expelissem, para sanar toda
enfermidade e toda doena, como selos divinos que garantiam a
autenticidade da mensagem. O reino dos cus a quinta-essncia do
evangelho, mas eles no iam pregar, dizendo: J chegou o reino de
Deus, pois Cristo no estava reinando todavia, mas o Senhor decide
envi-los essa vez com essa bendita mensagem precursora, como os
primeiros raios da alva anunciando a apario do sol. Bom, vs ireis
sair agora "e indo, pregai, di)endoG $ reino dos cus est pr'Kimo ".
Segundo o contexto vemos que aqueles homens levavam a mensagem
de salvao e liberao, mas a presena do bendito Salvador e seu
poder manifestado, tambm assegurava a presena fsica do Rei, de
maneira que era iminente a irrupo em meio deles das graas
espirituais prprias do reino dos cus.
Ns temos construdo pequenos reinos em torno de ns. H coisas que
para ns revestem tanta importncia, que chegam a monopolizar toda
a nossa ateno. Subjetivamente podem estar localizadas em qualquer
180
canto de nosso corao, pois objetivamente pode compreender algum
aspecto de nosso trabalho, de nossa ocupao cotidiana, de nossa
economia, de nossos amores e sentimentos, de maneira que se
agiganta tanto que se converte em nosso pequeno reino; e chega o
caso em que no admitimos que nada nem ningum nos confronte
frente a aquilo. No poucas vezes estamos desejando que se realize o
planejado por ns. Mais h algo que ocorre, e que no temos em
conta que fazemos parte do corpo de Cristo, de Sua Igreja; que o
Reino de Cristo, que devo me interessar por trabalhar pelo Reino; e
o caso que em tudo isto est em jogo minha prpria participao na
manifestao futura do Reino. Para que, quando Cristo vier, eu possa
participar nas bodas do Cordeiro e na manifestao gloriosa do reino.
necessrio que estejamos participando agora na realidade desse
reino na Igreja e trabalhando por ele, obedecendo seus princpios e
vivendo-o ativamente nestes dias. Lembramos da parbola das dez
virgens.
Se no fazemos assim, que diferena poderia ter com os gentios? "@H
-orque os gentios que procuram todas estas coisas* pois vosso -ai
celeste sabe que necessitais de todas elas*@@ buscai, pois, em
primeiro lugar, o seu reino e a sua justia, e todas estas coisas vos
sero acrescentadas" (Mt. 6:32-33). Quais so as preocupaes
centrais dos gentios? Em o que comer, o que beber, onde viver, o que
manejar, como enriquecer-se, onde se alegrar; isso o que busca o
mundo; e matam e roubam e enganam e se enchem de inimizades e
fazem guerra a fim de dar feliz cumprimento a todas essas coisas. O
mundo uma s rebatinha. A vaidade satisfaz o corao das pessoas
sem Deus; esse seu interesse principal. Mas no faais vs assim,
pois vosso Pai celestial sabe que tens necessidade de comer, de beber
e de vestir-vos. Ns j estamos no reino; o reino de Deus tem vindo a
ns. Ns no vivemos abaixo da autoridade do prncipe deste mundo,
para seguir essa corrente de trevas, seno que o nosso Reino tem um
Rei Santo, um Rei de amor, mas tambm de disciplina. Se nosso
interesse primordial buscar o reino de Deus e sua justia, ento o
Senhor cumprir Sua palavra de prover-nos o necessrio, de abrir-nos
portas de trabalho ou os meios adequados para que tenhamos a
tempo nossa comida, nossa bebida, nossos vestidos, nossa moradia, e
s vezes at para nosso recreio, porque disso tambm temos
necessidade. Ele sabe que necessitamos de algum descanso
181
temporrio, nossas pequenas frias; tudo isso sabe o Senhor. "E todas
estas coisas vos sero acrescentadas". Deus se compromete a isso em
Sua Palavra. Se tu trabalhas para o Senhor, Ele comprometidamente
te suprir para suas necessidades.
Sa%er!<%# Real
Ns estamos localizados na Palavra nesse contexto. Ns estamos sendo
treinados para governar como reis e ministrar como sacerdotes. Por
exemplo, o apstolo Pedro em sua primeira carta nos declara: "B
ChegandoJvos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens,
mas para com &eus eleita e preciosa,C tambm v's mesmos, como
pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerd'cio
santo, a fim de oferecerdes sacrif+cios espirituais agradveis a &eus por
intermdio de ,esus Cristo.? -ois isso est na scrituraG is que ponho
em !io uma pedra angular, eleita e preciosa* e quem nela crer no ser,
de modo algum, envergonhado.4 -ara v's outros, portanto, os que
credes, a preciosidade* mas, para os descrentes, A pedra que os
construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular6 eG
-edra de tropeo e rocha de ofensa. !o estes os que tropeam na
palavra, sendo desobedientes, para o que tambm foram postos.F .'s,
porm, sois raa eleita, sacerd'cio real, nao santa, povo de propriedade
eKclusiva de &eus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa lu)" (1 Pe. 2:4-9). Ali eles, os
desobedientes; mas vs sois linhagem escolhida. Para Deus somos uma
raa especial; j no somos nem judeus nem gentios. Originalmente, Deus
queria fazer de Israel uma nao sacerdotal, mas eles caram na idolatria
e no se qualificaram. Ns agora somos reis e sacerdotes, porque estamos
em Cristo, que Rei de reis e Sumo Sacerdote. Note que Pedro no diz
"sereis e sim "sois, no presente. Somos linhagem escolhida, real
sacerdcio. Para que temos sido chamados? Para anunciar as virtudes
Daquele que nos chamou das trevas Sua luz admirvel; para anunciar as
virtudes do Rei. Para isso temos sido chamados por Deus, para anunciar
essas virtudes do Senhor e, claro, mostr-las em ns mediante um
testemunho santo.
Em Apocalipse tambm aparece esta declarao. "E nos fe) reis e
sacerdotes para &eus, seu -ai* a ele seja a gl'ria e imprio pelos sculos
182
dos sculos. Amm" (Ap. 1:6). Nos fez. um fato. "F e entoavam novo
c5ntico, di)endoG &igno s de tomar o livro e de abrirJlhe os selos, porque
foste morto e com o teu sangue compraste para &eus os que procedem de
toda tribo, l+ngua, povo e nao1; e para o nosso &eus os constitu+ste
reino e sacerdotes* e reinaro sobre a terra" (Ap. 5:9-10). Fomos tirados
de toda linhagem e lngua e etnia; a esto as dez virgens. Isso somos, e o
seremos para toda a eternidade com o Senhor. Em todo reino h um rei, e
h um territrio que compreende os limites do reino, e h sditos, mas
tambm h leis, h princpios morais e jurdicos, e h disciplinas. Os
princpios do reino de Deus so totalmente opostos e diferentes aos
princpios dos reinos do mundo. Eu creio que as leis e constituies dos
reinos do mundo que mais podem se assemelhar aos princpios do reino
de Deus so aquelas que se baseiam em alguma medida na Palavra de
Deus.
Resta(rar8s Re#' a6ra=
Ento, irmos, quem escreve isto que aparece em Apocalipse? Joo,
um dos doze apstolos do Senhor Jesus Cristo. Quem escreveu o que
temos lido anteriormente? Pedro, outro dos doze. Mas o curioso que
eles mesmos, Joo, Pedro, Mateus, Felipe, Andr, Tiago e demais
discpulos, j chegada a hora da ascenso do Senhor, se aproximavam
do Senhor para fazer uma pergunta. O Senhor os havia convocado a
que se reunissem no monte das Oliveiras, mas eles, antes que o
Senhor ascendesse ao cu, lhe fizeram uma pergunta. possvel que
todos esses dias houvessem estado expectativa de cada palavra, de
cada movimento do Senhor depois de haver ressuscitado. Que glria,
que dias aqueles! O que vir agora, Joo? O Que poder suceder
nestes dias, Pedro? e perguntaram diretamente a Ele. Se no for
agora, poderemos ter outra oportunidade? "? nto, os que estavam
reunidos lhe perguntaramG !enhor, ser este o tempo em que
restaures o reino a =srael0/ (At. 1:6). Eles, seus ntimos amigos e
discpulos, tinham essa preocupao; eles sabiam acerca das
promessas de Deus sobre o reino. E tambm criam que Jesus era o
verdadeiro Rei messinico; logo foram testemunhas de como o Senhor
se entregou para que o matassem; que voluntariamente se entregou
para que o julgassem e o levassem cruz, pois tambm, Ele poderia
esquivar e fugir com seus discpulos; ir longe. Pedro mesmo havia
183
insinuado (cfr. Mateus 16:22). Tudo isso puderam estar eles pensando
dias antes. Mas se deixou matar. Bom, ressuscitou. Aleluia! Mas, o que
segue agora? Agora vemos que ele vai. Isto o que ? H algumas
coisas agora que no entendemos. Por isso perguntam ao Senhor
ressuscitado e nas portas da ascenso, se ele ia restaurar o reino a
Israel nesse tempo.
A pergunta dos discpulos do Senhor Jesus, quanto restaurao do
reino, legtima e correta, tendo em conta que eles conheciam muito
bem as profecias do reino messinico prometido a Israel, reino para o
qual seria restaurado o trono de Davi, e ocupado por um descendente
direto dessa linhagem real. Mas o que ignoravam os discpulos do
Senhor era que o Senhor Jesus haveria de chegar glria do reino
atravs da cruz e mediante a prvia edificao da Igreja, pois, como
era (e segue sendo) a pauta em geral dos judeus, eles no viam na
profecia bblica seno uma s parousia do Messias. Os israelitas no
tem vislumbrado ainda que na primeira vinda o Messias teria que
submeter-se ao sofrimento e morte, logo de sua ressurreio viria a
glorificao, e mediante a vinda do Esprito Santo, conformar um corpo
elite que estaria reinando com Ele, e por fim regressar em glria e
poder a estabelecer o reino, conforme as Escrituras.
Mas, irmos, meditemos nisto. A eles, aos judeus, levaram cativos a
Babilnia, e mesmo que um remanescente regressou em tempos dos
medos-persas, seguiram sob o domnio estrangeiro; logo vem um
terceiro imprio mundial governado pelos gregos, e seguem sob o
domnio estrangeiro. Inclusive o historiador Flavio Josefo narra em um
de seus livros, como receberam apoteoticamente a Alexandre O
Grande em Jerusalm, mas ele no disse aos judeus: Venho a dar-lhes
a liberdade, no; vocs seguiro sob meu jugo.*(2) Ento nos tempos
da Babilnia os judeus estavam abaixo do domnio estrangeiro; nos
tempos dos medos-persas, tambm; abaixo do governo grego,
tambm; abaixo dos romanos, tambm, e nada que Deus restaura o
reino. Estava Deus fazendo algo para restaurar o reino? Claro que sim,
mas a seu devido tempo. J havia se manifestado o Rei, mas faltava
algo. Seus discpulos no entendiam os movimentos de Deus, e por
isso lhe perguntam: Senhor, restaurars o reino a Israel neste tempo?
Como quem diz: Vimos-te ressuscitar, vimos teu poder, como
ressuscitastes, como transpassas as paredes, como te fazes invisvel,
como logo restauras tua visibilidade, como comes a vontade, como
184
caminhas ou voas se quiseres; logo tu tens poder para restaurar o
reino a Israel neste tempo. Cremos que tu s o Rei. O restaurars? J
te vais. O que que est impedindo? Eles no entendiam nada,
irmos, devido a que eles viam tudo isso atravs de uma lente muito
humana, como pensando: Bom, o Senhor pode agora chamar para
acertar contas a todos aqueles que o crucificaram; pode cham-los ao
jugo e subjugar a Pilatos e a todo o imprio romano, incluindo o csar
romano. Aqui estamos ns para governar contigo. O que impede
agora?
OJ&K 9la$io Bose1o# A%tig]idades dos Budeus# omo II# Ca0#
PIII6 *6 0# &*,#
Mas eles no sabiam que o reino de Deus diferente. Ao reino de
Deus tem que se ver e compreender profundamente; e a carne no
pode ver nem muito menos entrar nesse reino. A mente carnal no
pode compreender o reino de Deus.*(3) Quando o esprito de Ado
morreu sem haver comido da rvore da vida, seno que em troca
havia comido da rvore do conhecimento do bem e do mal, o esprito
se apagou e, em contrapartida, comeou a erguer-se e a crescer a
alma; e quando a alma se engrandece, seu centro neurlgico o ego,
o eu. Esse constitui o centro da alma. Tu que opinas? Eu no quero
Isso; eu prefiro este outro. Eu sou o que mando. Eu sou Hitler, e vou
dominar o mundo. Essa a alma humana. Por isso diz o Senhor: "!e
algum quer vir ap's mim, a si mesmo se negue, tome a sua cru) e
sigaJme" (Mt. 16:24). Decide-se no faz-lo, no pode seguir a Cristo;
no o entende. O eu e Cristo no podem caminhar juntos a menos que
haja uma renovao da alma. Diz Paulo que as coisas de Deus a carne
no pode entender; ou seja, o homem natural ou o crente carnal;*(4)
e a alma a parte da carne quando no tem sido renovada. Falando
do reino de Deus, disse o Senhor a Nicodemos que ningum pode ver
o reino, nem muito menos entrar nele a menos que nasa de novo
para esse reino; deve experimentar um novo nascimento, de cima,
para que possa a vida de Deus entrar em seu esprito e dar a vida
incriada; e assim poder ver coisas que nunca antes havia podido
ver.*(5)
OJ(K C1r# " Cor3%tios &H")
OJ)K C1r# " Cor3%tios (H"-)
OJ*K C1r# Boo (H"--
185
Ns, pela misericrdia do Senhor, temos chegado a ter a vida de Deus,
ento podemos ver o reino de Deus; devemos, pois, ver o momento
crucial que estamos vivendo, e no seguir navegando no barco de
nossa alma. Embarquemo-nos com o Senhor; entremos no reino de
Deus. Eles quiseram ver estabelecido o reino de Deus nesse tempo.
Mas nesse momento quem poderia compreender? Quem conhecia a
Cristo? Quem? Nem sequer eles mesmos o conheciam bem. Para eles
conhecer a Cristo tiveram que receber o Esprito Santo no dia de
Pentecostes; e quando eles receberam o Esprito no dia de
Pentecostes, neles houve uma verdadeira revoluo, e se lhes tirou
dos olhos um grosso vu, e puderam ver a realidade de quem
realmente eram eles, de quem era Deus e Seu Cristo, de quais so os
propsitos de Deus.
As vezes ns nem sequer nos assomamos a meditar nessa realidade e
pensar no poder que temos. Diz Mateus 12:28: "Se, porm, eu
expulso demnios pelo Esprito de Deus, certamente chegado o reino
de Deus sobre vs". Isso s pode realizar uma pessoa que tenha o
Esprito de Deus, e esteja dentro dos parmetros do reino de Deus.
Porque o outro reino, o das trevas, j est julgado e vencido; seus
dias esto contados. O decreto j foi expedido contra Satans e as
hostes espirituais de impiedade. "Chegou o momento de ser julgado
este mundo, e agora o seu pr+ncipe ser eKpulso" (Jo. 12:31). Diz o
irmo Pember: "Esta se%te%a ai%da %o tem sido a0licada: mas
aco%tecer<6 a0are%teme%te6 7ua%do Sata%<s 1or amarrado e
la%ado 0or mil a%os ao abismo Ja7uela 0ro1u%didade arde%te
%o ce%tro da terraK6 7ue6 segu%do a Escritura6 2 o c<rcere dos
7ue morrem 0erdidos# Assim6 ele so1re a 0rimeira morte
dura%te o Gil4%io e6 de0ois6 a segu%da6 ao ser la%ado %o lago
de 1ogo e e%Do1re J$e+a Is# &)H&"6&&: A0# &@H"6&: &@H")K".6
Vemos que a sentena foi pronunciada, mas Satans no tem sido
destitudo de seu cargo governamental nem despojado de seu ttulo de
prncipe deste mundo, at que seja acorrentado e lanado ao abismo;
entretanto os vencedores na Igreja esto no reino de Deus, e
representam o poder e a autoridade de Deus, sobre todas as trevas.
OJ,K Reorge La^Zi%s Pember# FAs eras mais 0rimiti$as da
terraF# Ca0# &6 0<g# *?
186
Voltamos a Atos 1:6. A h algo que o Senhor nos quer dizer. "Ento,
os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, ser este o tempo
em que restaures o reino a Israel?" Ali no se reuniram quaisquer
pessoas; se reuniram o Senhor e Seus discpulos mais ntimos.
Perguntaram-lhe: /ser este o tempo em que restaures o reino a
=srael0" Como se dissessem, seguiremos ns sob o jugo romano? Isso
era o que eles pensavam. No temos por que especular, mas s vezes
fico pensando coisas e me coloco na cena dos quadros bblicos. Depois
de trs anos e meio de estarem escutando do Senhor tantas parbolas
onde lhes dizia que era necessrio que Ele se fosse e enviasse Seu
Esprito e mais tarde voltasse para estabelecer Seu Reino, etc., e
agora saem com essa pergunta. Bom, mas o Senhor, com pacincia e
muito amor, responde aparentemente com uma evasiva, dizendo:
""o vos compete conhecer tempos ou pocas que o -ai reservou pela
sua eKclusiva autoridade". No compete a vs saber os cronos ou os
kairs, os tempos ou as pocas que o Pai ps em sua exclusiva
autoridade. O Pai tem tudo bem planejado; mas para que ocorra tudo
o que vocs me esto perguntando, para que se estabelea o reino,
necessrio que o dia que regresse Cristo, todos o vejam e saibam
todos quem o que vem, e, por ele mesmo, muitos correro a
esconder-se debaixo das pedras e nas covas dos montes. E sabero
perfeitamente quem vem. Naquele dia da pergunta, ningum sabia
quem era Jesus de Nazar, s uns pouquinhos. Para isso era
necessrio que primeiramente ocorresse a extenso desse
conhecimento entre os homens, e por isso lhes seguiu dizendo: " 6
mas recebereis poder, ao descer sobre v's o sp+rito !anto, e sereis
minhas testemunhas tanto em ,erusalm como em toda a ,udia e
!amaria e at aos confins da terra".
A restaurao do Reino e exaltao do Rei messinico s tem
desenvolvimento e final cumprimento segundo o plano eterno e a
sabedoria de Deus. Ali o Senhor fala de tempos e pocas (cronos e
Sair's). Deus sabe exatamente quando deve ocorrer tudo; Ele e s Ele
sabe o tempo. Cada coisa deve estar pronta, disposta, tanto na
histria secular como na Igreja, e ainda nos mbitos espirituais da
maldade. Deus vai se revelando e dispensando-se ao homem no curso
da histria, a fim de que o homem objeto de sua revelao e de sua
luz, esteja atento s manifestaes celestiais, e Deus tem um tempo
187
apropriado para o cumprimento de Seus propsitos. A colheita no se
pode recolher seno at que esteja madura, e Ele sabe quando estar
madura. O reino no pode se manifestar antes que os acontecimentos,
a Igreja, a sociedade, o aspecto poltico e econmico do mundo, a
globalizao, a apostasia, o estado moral humano estejam em seu
ponto. Antes da segunda vinda de Cristo, Ele tem que haver terminado
de formar um povo que h de reinar. Para isso necessrio que o
Senhor qualificasse os Seus discpulos, comeando pelos doze, com a
vinda do Esprito Santo, e lhes foram abertos seus olhos, e receberam
poder para testificar, por todas as naes e atravs do tempo, que
Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Senhor que ressuscitou da tumba, e
que h de vir a reinar. Quando eles formularam a pergunta sobre a
restaurao do reino, nesse momento o Senhor quis dizer com sua
resposta: Agora, todavia no o tempo; h tantas coisas que vocs
devem saber; nada tem amadurecido, nem vocs mesmos; vocs
mesmos devem abrir seus olhos, pois devem seguir semeando, " 6
mas recebereis poder, ao descer sobre v's o sp+rito !anto, e sereis
minhas testemunhas tanto em ,erusalm como em toda a ,udia e
!amaria e at aos confins da terra".
A Bblia diz que chegou esse poder a eles com a vinda do Esprito
Santo no dia de Pentecostes, e houve um tempo quando Pedro ia
caminhando, e traziam os enfermos, mas havia tanto o que fazer, e
seguramente no havia tempo para atender um por um, ento
somente com a sombra de Pedro, os enfermos eram curados pelo
poder de Deus (cfr. Atos 5:12-16). Quando veio o Esprito Santo, Seus
discpulos comearam a dar testemunho verdadeiro do que realmente
Jesus Cristo. Enquanto regresso, vs dareis testemunho realmente
do que o reino; dareis testemunho realmente de qual o poder de
Deus. Dareis testemunho primeiramente em Jerusalm (a localidade
onde estavam residindo), dareis testemunho na Judia (a provncia
onde viviam), em Samaria (a provncia vizinha) e at os confins da
terra, chegando a mensagem a todos os continentes da terra, e
chegou at a Colmbia, a Bogot, e a Sogamoso, a Ccuta, a Santa
Marta e a Barranquilla. Chegou a ns este testemunho do Senhor
Jesus; e agora o Senhor tem estabelecido em ns Seu reino. Agora em
ns h uma realidade do reino; logicamente que quando Ele vier vai
haver uma manifestao, mas hoje ns j vivemos no reino. Se ns
queremos participar das bodas do Cordeiro e do reino milenar,
188
devemos reinar desde agora com Cristo; que Ele reine sobre ns, e
assim ns estamos reinando, sendo vencedores. E todos os entes das
trevas tremam ante o nome glorioso do Senhor Jesus Cristo.
" F &itas estas palavras, foi ,esus elevado 9s alturas, 9 vista deles, e
uma nuvem o encobriu dos seus olhos.1; , estando eles com os
olhos fitos no cu, enquanto ,esus subia, eis que dois var<es vestidos
de branco se puseram ao lado deles11 e lhes disseramG .ar<es
galileus, por que estais olhando para as alturas0 sse ,esus que
dentre v's foi assunto ao cu vir do modo como o vistes subir ". Ao
ser glorificado, o Senhor Jesus comeou a reinar, sentado destra de
Deus, at que todos seus inimigos sejam postos por estrado de Seus
ps (cfr. Mt. 19:28; He. 1:3; 10:12; Ap. 3:21). A seu devido tempo
regressar a esta terra cheio de glria, poder e majestade. Que o
Senhor Jesus abra nossos olhos para que possamos v-lo e viv-lo, e
lev-lo profundamente conosco a uma realidade.
III>IORRA9IA
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:1a/os ir1Bos, Desfr#&e1 /essa 1ara4i'osa o6ra C#e o 9en'or /is=enso# =ara a 9#a
IgreDa, @#e esses ensina1en&os seDa1 =rE&icos e a6#n/an&es e1 4ossas 4i/as.
-ece6i /o 9en'or o encargo =ara &ra/#?ir essa &riogia &en/o e1 4is&a a e/ificaFBo /os
ir1Bos C#e faa1 a ng#a 7or&#g#esa. *onsi/ero-1e =ago =eo 9en'or C#an/o &en'o o
=ra?er /e cons&a&ar C#e 1e#s a1a/os ir1Bos es&Bo sen/o e/ifica/os, for&aeci/os no
9en'or. Ore1 =or nGs, =ois =rosseg#ire1os na &ra/#FBo /o &erceiro 4o#1e /a &riogia
c'a1a/o H*oncios $c#1Inicos, ;o&as /e -o/a="J .
9o1os #1 e1 *ris&o !es#sK
3ra&erna1en&e, 7a#o :1ei/a.
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