O Jogo Na Organização Curricular
O Jogo Na Organização Curricular
O Jogo Na Organização Curricular
RESENHA DO TEXTO
“O JOGO NA ORGANIZAÇÃO CURRICULAR PARA DEFICIENTES MENTAIS”
Este instrumento de avaliação tem o propósito de criar uma orientação sobre a didática na
sala de aula constituída por alunos de classes especiais, propondo mudanças na forma como são
conduzidas as aulas e ainda propondo mudanças radicais na postura dos professores que estão
diante desse novo desafio. Devemos ter o pensamento de que a inclusão não poderá ser um mero
depósito do aluno especial na sala de aula. Este artigo também dispõe de informações sobre
quem deverá ser o responsável pela criação e aplicação do currículo na educação especial.
As rotinas nas salas de aula de educação especial não contam com professores
capacitados, e sim com professores dotados de um imenso desinteresse em explorar as
capacidades dos seus alunos, o que dificulta o seu processo de aprendizagem e evolução para a
sua inclusão na sociedade.
Diversas foram as tentativas de alterações no currículo apresentado para os alunos com
deficiência mental, porém nenhuma delas surtiu o efeito esperado. Alguns professores com um
pouco de conhecimento sobre o assunto e com muita boa vontade efetuam, de forma isolada,
alterações no seu modo de trabalho, capazes de melhorar o processo de educação dos alunos
deficientes. Os trabalhos realizados pelos professores não são documentados e tão pouco
divulgados para a sociedade científica.
Huberman coloca que “a mudança é a ruptura do hábito e da rotina”, mas toda mudança
na rotina gera uma grande resistência, é natural do ser humano o sentimento de continuidade.
"Não existe nada mais difícil de fazer, nada mais perigoso de
conduzir, ou de êxito mais incerto do que tomar a iniciava de
introduzir uma nova ordem de coisas, porque a inovação tem
inimigos em todos aqueles que se têm saldo bem sob as condições
antigas, e defensoras não muito entusiásticos entre aqueles que
poderiam sair-se bem na nova ordem das coisas” (Maquiavel,
A Psicogênese da Língua Escrita (Emilia Ferreiro e Ana Teberosky) vem nos apontar que
as crianças não aprendem a escrever necessariamente o que ensinamos e nem da forma como
ensinamos, ou seja, o controle do processo de alfabetização não está nas mãos dos professores,
tampouco se inicia e termina dentro da sala de aula. De acordo com o processo de aprendizagem
construtivista o professor será um mediador entre o ambiente e o aluno, pois a criança é o ator do
processo de aprendizagem, e o educador como um coadjuvante deverá desestabilizar, estimular e
promover oportunidades para promover a troca de informações entre o aluno e o meio social.
O professor deverá estar preparado para a inserção dos jogos na suas atividades, pois ele
encontrará diversos problemas ligados aos objetivos da escola. Ao mesmo tempo em que ele
desperta coisas interessantes nas atitudes dos alunos, não sabemos qual vai ser o resultado
alcançado, gerando incertezas e inconstâncias nas atitudes dos alunos ao praticar as atividades.
Vygotski, nas suas contribuições para a pedagogia, percebe que o desenvolvimento é
fruto de um processo cultural original das relações do aluno com o meio social que ele vive, e é o
professor o responsável pela criação desse ambiente lúdico e propício para o desenvolvimento do
aluno. Algumas premissas importantes devem ser seguidas pelo professor na ocasião em que ele
irá construir o espaço a ser trabalhado com o aluno. Dentre os aspectos importantes a serem
considerados pelo professor podemos citar: Coerência na organização do espaço; possibilidade
de oferecer materiais que permitam às crianças assumirem papéis complementares,
desenvolvendo papéis em sua riqueza e complexidade; preservar o espaço do jogo, separando ele
das outras atividades da escola.
Muitos professores ainda não se reconhecem como responsáveis pela criação do currículo
a ser apresentado na sala de aula tão pouco se colocam no papel de responsável pela
transformação da realidade em que ele atua. A quem pense que criar o currículo seria uma tarefa
muito árdua para o professor e que esta deveria ser uma função dos gestores. Sabemos que na
educação especial iremos nos deparar com inúmeros casos e níveis de deficiência, e somente o
professor que está vivenciando o dia-a-dia com o aluno saberia interpretar as suas possibilidades,
criando situações que privilegiem as condições facilitadoras de aprendizagens que o jogo contém
nos seus diversos domínios afetivo, social, perceptivo-motor e cognitivo. Na era do tecnicismo
não era aceitável essa postura pelo professor. Ele era apenas um órgão de execução de ordens de
gabinete, e por motivos de comodismos muitos professores preferem adotar esta postura.
Quando for possível encontrar um professor habilitado em educação especial na escola
iremos perceber que ele tem total autoridade e autonomia para estabelecer o currículo da sua
classe, além de construir o Projeto Político Pedagógico da Escola e os currículos das classes
compostas de alunos com necessidades especiais e que não tenham professores especializados.
O professor não pode se restringir a ser somente um facilitador do desenvolvimento
cognitivo do aluno, ele deverá também interpretar a concepção de mundo e as aspirações dos
seus alunos.
Mérito Acadêmico:
Nós professores devemos romper de vez com o tradicionalismo e adquirir uma postura
mais radical e revolucionária no tocante a criação do currículo e as práticas pedagógicas
utilizadas nas salas de aula de educação especial. Nós temos que começar a praticar todo o
conhecimento que adquirimos na academia, deixando de lado o comodismo e enfrentando as
resistências que iremos encontrar na nossa caminhada escolar. "A relação entre teoria e prática é
revolucionária porque é dialética. Vimos que a dialética é o movimento das contradições e que a
contradição é a existência de uma relação de negação interna entre termos que só existem
graças a essa negação" (Marilena Chauí, 1980, p. 81).
Encontraremos nos jogos um meio propício para a execução das tarefas ligadas a
aprendizagem, pelo caráter que promove e, principalmente, por ser o mais indicado para os fins
da Educação Inclusiva.
Bibliografia