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A. R. Luria - Curso de Psicologia Geral - Vol. 1

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Curso de Psicologia Geral Volume 1

A presente obra compe-se de quatro volumes, a saber: I. Introdu !o "volucionista # Psicologia II. $ensa es e Percep !o III. Aten !o e %em&ria IV. 'inguagem e Pensamento

A. (. 'uria

Curso de Psicologia Geral


Volume I )* "di !o Introdu !o "volucionista. # Psicologia
+radu !o de PA,'- ."/"((A
Sociedade ,ni0icada Paulista de "nsino (enovado -b1etivo 2 $,P"(-

159.9 1967C - 2.ED.V.1 E.3


LILIANE

DATA 11/01/99 N DA CHAMADA N DE VOLUME 14.013/99 REGISTRADO OR

civili3a !o brasileira !

+4tulo do original em russo: "V-'5,+$I677-" VV"897I" VP$I:;-'<G,I5, Capa: 8-,79 8iagrama !o: '=A CA,''I(A,> (evis!o: ,%."(+- ?. PI7+e %A(I- "'."( C,7;A 1@@1 8ireitos desta edi !o reservados # "8I+-(A CIVI'I/AAB- .(A$I'"I(A $.A. Av. (io .ranco, @@-)CD andar - Centro )CCEC - (io de Faneiro - (F +el.: GC)1H )IJ-)CK) +eleL: G)1H JJM@K ?aL: GC)1H )IJ-I1N) Impresso no .rasil "#$%&' #$ (")*#+

$umOrio
I P A P$IC-'-GIA C-%- CI97CIA. - -.F"+- " A I%P-(+Q7CIA P(R+ICA 1 A Sist&ria da Psicologia como ciTncia ) A Psicologia e outras ciTncias M Partes principais da Psicologia 11 -s mUtodos em Psicologia 1M A importVncia prOtica da Psicologia )J II P A "V-',AB- 8- P$IW,I$%)@ A origem do psiquismo )@ Variabilidade do comportamento dos proto3oOrios J) %ecanismos do comportamento dos proto3oOrios JE -rigem do sistema nervoso e suas 0ormas mais simples 36 - sistema nervoso ganglionar e o surgimento dos programas de comportamento mais simples $urgimento das 0ormas compleLas de programa !o SereditOria do comportamento GXinstintivoXH - sistema nervoso central e o comportamento individualmente variOvel dos vertebrados %ecanismos do comportamento individualmente variOvel - comportamento XintelectualX dos animais I) ?ronteiras do comportamento individualmente variOvel dos animais 68

JK E) YC 56

A A+IVI8A8" C-7$CI"7+" 8- ;-%"% " $,A$ (AN/"$ ;I$+<(IG--$-CIAI$ M1 Princ4pios gerais M1 - trabalSo e a 0orma !o da atividade consciente @Y A linguagem e a consciTncia do Somem MM A importVncia da linguagem para a 0orma !o dos processos ps4quicos K1 - C=(".(- " -$ P(-C"$$-$ P$NW,IC-$ KY - problema da rela !o dos processos ps4quicos com o cUrebro 85 Princ4pios da organi3a !o 0uncional do cUrebro Sumano 93 -s trTs XblocosX principais do cUrebro @E - bloco do tZnus do c&rteL ou bloco energUtico do cUrebro 95 .loco do recebimento, elabora !o e conserva !o da in0orma !o 100 - bloco da programa !o, regula !o e controle de atividade 107 - princ4pio da laterali3a !o no 0uncionamento dos grandes Semis0Urios 113

I A Psicologia Como CiTncia. - -b1eto e a ImportVncia PrOtica e atua em um meio social. $ente

;-%"% VIV" necessidades e procura satis0a3T-las, recebe in0orma !o do meio circundante e por ele se orienta, 0orma imagens conscientes da realidade, cria planos e programas de a !o, compara os resultados de sua atividade com as inten es iniciais, eLperimenta estados emocionais e corrige os erros cometidos. +udo isto representa a atividade do Somem no plano psicol&gico, que constitui o ob1eto de uma ciTncia: a Psicologia. "sta ciTncia se prope a tare0a de estabelecer as leis bOsicas da atividade psicol&gica, estudar as vias de sua evolu !o, descobrir os mecanismos que lSe servem de base e descrever as mudan as que ocorrem nessa atividade nos estados patol&gicos. $& uma ciTncia capa3 de estudar as leis da atividade psicol&gica com uma precis!o poss4vel pode assegurar o conSecimento dessa atividade e sua dire !o em bases cient40icas. = 1ustamente por isso que a Psicologia cient40ica se torna uma das disciplinas mais importantes, cu1o signi0icado crescerO cada ve3 mais com o 1

desenvolvimento da sociedade e o cont4nuo aper0ei oamento dos seus mUtodos. A ,#-%."#) ') -#/0+01#) /020 /#3$/#) = muito breve a Sist&ria da Psicologia como ciTncia. 7o entanto remontam a um passado muito distante as primeiras tentativas de descrever a vida ps4quica do Somem e eLplicar as causas dos seus atos. 7a Antig[idade, por eLemplo, os mUdicos 1O entendiam que para identi0icar as doen as era necessOrio saber descrever a consciTncia do Somem e descobrir as causas dos seus atos. "sse en0oque materialista do comportamento do Somem 0oi, sUculos a 0io, combatido pela 0iloso0ia idealista e a Igre1a, que viam na consciTncia do Somem uma mani0esta !o da sua vida espiritual, considerando que esta n!o obedecia #s mesmas leis a que se subordinava toda a nature3a material e por isto sua anOlise n!o podia ser 0eita a partir da eLplica !o causai dos 0enZmenos. Por esses motivos o mundo psicol&gico do Somem e sua consciTncia 0oram vistos durante sUculos como 0enZmenos de tipo especial, isolados de todos os outros processos naturais. -s 0il&so0os assumiam di0erentes posi es em rela !o # consciTncia, considerando-a mani0esta !o da ra3!o divina ou resultado de sensa es sub1etivas, onde eles viam os XelementosX mais simples que serviam de base # consciTncia. %as todos os 0il&so0os idealistas estavam imbu4dos da convic !o de que a vida ps4quica devia ser entendida como mani0esta !o de um mundo sub1etivo especial, que podia ser revelado somente na autoobserva !o, sendo inacess4vel # anOlise cient40ica ob1etiva ou # eLplica !o cient40ica. $Uculos a 0io esse en0oque dos processos ps4quicos deteve a evolu !o da psicologia cient40ica s e mesmo depois de os processos do mundo eLterior se Saverem tornado ob1eto de estudo cient40ico preciso os 0enZmenos da vida ps4quica do. Somem continuaram sendo vistos como mani0esta !o de um mundo espiritual espec40ico, acess4vel apenas # descri !o sub1etiva. A divis!o de todos os 0enZmenos em duas grandes categorias P a categoria dos 0enZmenos 04sicos, acess4veis # eLplica !o causai, e a dos 0enZmenos ps4quicos, inacess4veis # anOlise cien2

t40ica ob1etiva P 0oi consolidada pelas teses bOsicas da 0iloso0ia dual4stica de 8escartes, para quem todos os processos 04sicos, incluindo-se o comportamento animal, est!o subordinados #s leis da mecVnica, ao passo que os 0enZmenos ps4quicos devem ser considerados como 0ormas do esp4rito, cu1a 0onte de conSecimento pode ser encontrada apenas na ra3!o ou intui !o. - en0oque dualista se manteve atU per4odo recente na 0iloso0ia e Psicologia em muitos pa4ses. $e considerarmos que os pensadores do sUculo >I> come aram a 0ocali3ar os processos elementares dos campos 04sico e ps4quico Gincluindo sensa es e movimentosH como processos naturais suscet4veis de estudo por mUtodos cient40icos eLatos, os 0enZmenos superiores do campo ps4quico GconsciTncia, pensamentoH continuavam a ser considerados mani0esta !o do campo espiritual, que podia ser abordado somente por meio da descri !o sub1etiva dos 0enZmenos que nele ocorrem. "ssa tese levou # divis!o real da Psicologia em dois campos no 0inal do sUculo >I>: a -#/0+01#) $)%4")+#-%) /#&$%56#/) ou -#/0+01#) 6#-#0+01#-%)7 que tentava estudar com precis!o e eLplicar pela causalidade os processos psicol&gicos elementares e de0inir-lSes as leis ob1etivas, e a -#/0+01#) '&-/"#%#8) ou -49:&%#8)7 que estudava as 0ormas superiores do campo consciente do Somem, en0ocando-as como mani0esta es do esp4rito. - en0oque dualista aos 0enZmenos do campo psicol&gico re0letiu-se nos trabalSos dos clOssicos da psicologia como os psic&logos alem!es \ilSelm \undt G1KJ)]1@)CH, ;ermann "bbingSaus G1KYI-1@C@H, o psic&logo americano X\illiam Fames G1KE)-1@1CH e o representante da 0iloso0ia idealista \ilSelm 8iltSe^ G1KJJ1@11H e outros. A in0luTncia do en0oque dualista dos 0enZmenos psicol&gicos levou a Psicologia ao impasse e provocou tentativas naturais de superar a estagna !o surgida nessa ciTncia, de aplicar mUtodos das ciTncias naturais ao estudo dos processos psicol&gicos e 0a3er destes a mesma anOlise que se 0a3ia de todos os outros 0enZmenos da nature3a. "ssa tendTncia, que 1O surgira com os materialistas 0ranceses e ganSara 0ormula !o n4tida com os democratas revolucionOrios russos em meados do sUculo >I>, teve sua patente mani 0esta !o na obra do cUlebre 0isiologista russo Ivan %i_SO^lo-vitcS $UtcSenov G1K)@-1@CYH. "m sua 0amosa obra, O- "&6+&;0- '0 /<"&9"07 $UtcSenov eLpZs a idUia segundo a qual atU os processos mais compleLos do campo ps4quico devem receber tratamento materialista e ser 3

abordados como re0leLos compleLos` segundo essa idUia, o pensamento U um re0leLo igualmente compleLo porUm inibido, carente de 0im motor eLterno. Para ele, os 0enZmenos dg mundo ps4quico devem ser estudados pelo naturalista com os mesmos meios empregados no estudo de outros 0enZmenos da nature3a. "ssa linSa de pensamento 0oi seguida por outro notOvel 0isiologista russo, Ivan Petrov POvlov G1KE@-1@JIH, criador do estudo ob1etivo da atividade nervosa Gps4quicaH superior com a aplica !o dos re0leLos condicionados. -utros notOveis representantes da ciTncia russa, como %. 8. .e_Ster^ev G1KYM1@)MH, A. A. ,_Stoms_^ G1KYM-1@E)H e outros tentaram 0ormali3ar um en0oque das bases ob1etivas e 0isiol&gicas da atividade ps4quica e 0undamentar a possibilidade de uma Psicologia ob1etiva e naturalista. $!o essas as ra3es pelas quais o mundo psicol&gico do Somem e sua consciTncia 0oram tratados, durante sUculos, como 0enZmenos de tipo especial, isolados de todos os outros processos naturais. A doutrina dos re0leLos condicionados de POvlov, que ele mesmo via como base 0isiol&gica da ciTncia psicol&gica, eLerceu in0luTncia marcante na evolu !o da Psicologia americana. "m 0ins do sUculo >I>, o psic&logo americano "daard 'ee +Sorn-di_e come ou a estudar o comportamento dos animais, aplicando mUtodos que permitiam observar como os animais adquiriam novas Sabilidades em laborat&rio. "ssas pesquisas serviram de base a uma nova corrente na Psicologia, denominada 9&,)8#0-"#-20 GciTncia do comportamentoH pelo psic&logo americano F. .. \atson. 7essa corrente, \atson via a 0orma cient40ica natural da ciTncia psicol&gica, que devia substituir a Psicologia. Partindo da tese segundo a qual a XconsciTnciaX n!o passa de um conceito sub1etivo, inacess4vel # pesquisa ob1etiva, os beSa-vioristas americanos propuseram que se considerasse ob1eto da pesquisa cient40ica apenas o comportamento eLterno do animal, comportamento esse que eles consideravam resultado das inclina es GnecessidadesH biol&gicas dos animais e dos re0leLos condicionados a eles sobrepostos. Assim surgiu uma nova corrente na ciTncia, que abandonava todo o estudo do mundo sub1etivo e limitava-se # descri !o das 0ormas eLteriores de comportamento, cu1as leis eram tratadas como sistema de Sabilidades mecanicamente constitu4do, inteiramente suscet4veis de anOlise naturalista. 4

A tentativa de substituir a Psicologia pelo estudo do comportamento eLterior e das leis da aquisi !o de Sabilidades compleLas era re0leLo da luta por uma Psicologia cient40ica ob1etiva e teve importVncia progressista em sua Upoca. %as o beSaviorismo americano, como eLemplo de um en0oque eLcessivamente mecanicista da atividade ps4quica, iria revelar muito breve as suas limita es e levar a Psicologia a uma crise n!o menos patente do que a crise do en0oque dualista dos 0enZmenos ps4quicos. Por outro lado, o que 0icou evidente alguns anos ap&s a tempestuosa evolu !o do beSaviorismo americano, a eLplica !o mecanicista nele dominante de processos como a 0orma !o de Sabilidades n!o mostrava os autTnticos mecanismos 0isiol&gicos destas e substitu4a sua pesquisa 0isiol&gica cient40ica por uma descri !o eLterior e uma interpreta !o mecanicista desses 0enZmenos. Por outro lado, a imensa parcela de 0ormas compleLas da atividade ps4quica do Somem, que se mani0esta na atividade consciente dos modos e procedimentos superiores de comportamento especi0icamente Sumanos, de aten !o ativa, da memori3a !o arbitrOria e do pensamento l&gico era geralmente mantida # margem do campo da pesquisa cient40ica. "ra por isso que nos limites do pr&prio beSaviorismo 1O come ava a surgir a necessidade de ultrapassar os limites das descri es mecanicistas simpli0icadas das Sabilidades elementares e passar a uma anOlise cient40ica das 0ormas mais compleLas da. atividade ps4quica do Somem. ?oi essa necessidade de cria !o de uma Psicologia autenticamente cient40ica, capa3 de abordar com mUtodos cient40icos ob1etivos as 0ormas mais compleLas da vida ps4quica do Somem, que se converteu na quest!o 0undamental que a dUcada de JC -do nosso sUculo assimilou como condi !o que podia tirar a Psicologia do estado de crise. As vias para superar a crise na Psicologia 0oram 0ormuladas pela primeira ve3 pelo notOvel psic&logo soviUtico '^ev $emiZnovitcS Vigots_^ G1K@I-1@JEH` elas se converteram na base para a posterior evolu !o da Psicologia como ciTncia, a princ4pio na ,($$ e em seguida alUm de suas 0ronteiras. Como 1O tivemos oportunidade de salientar, o sentido Sist&rico da crise da Psicologia deveu-se ao 0ato da evolu !o desta ciTncia ter assumido duas dire es. A primeira, que dava continuidade #s tradi es do en0oque cient40ico-natural dos 0enZmenos, propunSa-se a tare0a de eLplicar os processos ps4-

quicos limitando-se de 0ato aos processos psico0isiol&gicas mais elementares e recusando-se a eLaminar os 0enZmenos compleLos e especi0icamente Sumanos da atividade consciente. A segunda orienta !o tomou como ob1eto de sua anOlise 1ustamente esses 0enZmenos eLteriores da atividade consciente especi0icamente Sumanos, limitando-se, porUm, # descri !o das mani0esta es sub1etivas de tais 0enZmenos, considerando-os mani0esta !o do esp4rito e recusando-se a dar aos mesmos um en0oque cient40ico causai. Para Vigots_^, a tare0a principal para superar essa crise consistia em converter em ob1eto da pesquisa as 0ormas superiores e especi0icamente Sumanas de atividade consciente e en0ocO-las da &tica da anOlise cient40ica, eLplicar por via causai a sua origem e de0inir as leis ob1etivas ) =4& &+)- -& -490"'#$)2. %as a eLecu !o dessa tare0a eLigia uma revis!o radical das teses bOsicas da Psicologia. Como observou Vigots_^, a tentativa de en0ocar o psiquismo como 0un !o imediata do cUrebro e procurar a sua 0onte no recZndito do cUrebro U t!o inbtil quanto a tentativa de considerar o psiquismo como 0orma de eListTncia do esp4rito. A vida ps4quica dos animais surge no processo de sua atividade e U uma 60"2) '& "&>"&-&$%)?@0 ') "&)+#')'&7 < "&)+#*)') >&+0 /<"&9"0 2)- >0'& -&" &;>+#/)') -02&$%& >&+)- +&#09:&%#8)- '&--) )%#8#')'& "&>"&-&$%)%#8). 8e modo semelSante, as 0ormas superiores de atividade consciente, de aten !o ativa, memori3a !o arbitrOria e pensamento l&gico que s!o espec40icas do Somem n!o podem ser consideradas produto natural da evolu !o do cUrebro, sendo o "&-4+%)'0 ') 60"2) -0/#)+ &->&/56#/) '& 8#')7 que U caracter4stica do Somem. Para eLplicar por via causai as 0un es ps4quicas superiores do Somem, U necessOrio #" )+<2 '0- +#2#%&- '0 0"1)$#-20 & >"0/4")"-+,&- )- 60$%&- $@0 $0 "&/A$'#%0 ') ),$) 04 $)- >&/4+#)"#')'&- '0 /<"&9"0 2)- $) ,#-%."#) -0/#)+ ') ,42)$#')'&7 nas 0ormas de linguagem e trabalSo social que se constitu4ram ao longo da Sist&ria da sociedade e trouLeram para a vida tipos mais aper0ei oados de comunica !o e novas 0ormas de atividade consciente. Ao procurar tornar-se ciTncia autTntica, a Psicologia deve estudar a origem socialmente Sist&rica das 0ormas superiores de atividade consciente e assegurar uma anOlise cient40ica das leis que lSes servem de base. I

"ssas teses bOsicas mudam radicalmente as tradi es da psicologia dualista e delineiam nitidamente o ob1eto de uma Psicologia cient40ica. A Psicologia do Somem deve ocupar-se da anOlise das 0ormas compleLas de representa !o da realidade, que se constitu4ram ao longo da Sist&ria da sociedade e s!o reali3adas cielo cUrebro Sumano. "la deve substituir a anterior descri !o sub1etiva das 0ormas compleLas de atividade consciente por uma anOlise cient40ica ob1etiva dessas 0ormas, sem substituir essa tare0a pelo estudo dos processos 0isiol&gicos que lSes servem de base nem limitar-se # descri !o eLterior dos mesmos. = essa a tare0a da ciTncia psicol&gica, que deve estabelecer as leis da sensa !o e percep !o Sumana, regular os processos de aten !o e memori3a !o, de reali3a !o do pensamento l&gico, 0orma !o das necessidades compleLas e da personalidade, considerando todos esses 0enZmenos como produto da Sist&ria social e sem separar esse estudo da anOlise dos mecanismos 0isiol&gicos que lSes servem de base. = isto que constituirO a essTncia da Psicologia geral no todo e da psicologia do Somem no particular. A -#/0+01#) & 04%")- /#3$/#)A Psicologia s& pode desenvolver-se em estreita liga !o com outras ciTncias, que n!o a substituem mas lSe asseguram in0orma !o importante para que ela possa ser bem-sucedida na elucida !o do seu pr&prio ob1eto. A 9#0+01#) < a primeira ciTncia com a qual a Psicologia deve manter a mais estreita liga !o. $e a Psicologia animal opera com as 0ormas de comportamento dos animais que se desenvolvem no processo de intera !o deles com o meio, torna-se absolutamente claro que a completa interpreta !o das leis do comportamento animal U imposs4vel sem o conSecimento das 0ormas bOsicas de vida que constituem o ob1eto da biologia. = necessOrio ter uma no !o su0icientemente n4tida das di0eren as que eListem na vida dos vegetais e animais para perceber o principal que distingue todo tipo de comportamento ativo, baseado na orienta !o no meio circundante, das 0ormas de vida que se esgotam com os processos de metabolismo e podem ocorrer 0ora das condi es de uma orienta !o ativa na realidade. = necessOrio ter uma no !o precisa do que muda 7

nas condi es de vida com a transi !o da eListTncia de unicelu-lares num meio aquOtico SomogTneo a 0ormas incomparavelmente mais compleLas de vida multicelular, sobretudo nas condi es de eListTncia terrestre, que apresenta eLigTncias imensas # orienta !o ativa baseada nas condi es do meio, orienta !o essa que U a bnica que pode assegurar sucesso na obten !o de alimentos e con1ura !o de perigos. = necessOrio conSecer bem a di0eren a de princ4pios de vida entre o mundo dos insetos, com s&lidos programas congTnitos que asseguram uma sobrevivTncia bem-sucedida em condi es estOveis e s!o capa3es de conservar a espUcie atU em condi es de mudan a, e o mundo dos vertebrados superiores com seus poucos descendentes, que podem sobreviver somente com a evolu !o de novas 0ormas individualmente mutOveis de comportamento, que garantem a adapta !o ao meio em mudan a. $em esses conSecimentos dos princ4pios biol&gicos gerais de adapta !o n!o se pode assegurar nenSuma compreens!o n4tida das peculiaridades do comportamento dos animais e qualquer tentativa de interpretar as compleLas 0ormas de atividade ps4quica do Somem perderO sua base biol&gica. "is porque U absolutamente necessOrio para a Psicologia cient40ica levar em conta as leis bOsicas da biologia e novas partes delas como a ecologia Gdoutrina que estuda as condi es do meio e suas in0luTnciasH e a etologia Gdoutrina das 0ormas congTnitas de comportamentoH. = natural que os 0atos constituintes do ob1eto da ciTncia psicol&gica n!o podem, em Sip&tese nenSuma, redu3ir-se a 0atos biol&gicos. A segunda ciTncia com a qual a Psicologia deve manter a mais estreita liga !o U a :#-#0+01#)7 sobretudo a parte re0erente # )%#8#')'& $&"80-) -4>&"#0". A 0isiologia trata dos mecanismos que eLercem di0erentes 0un es no organismo, ocupando-se da atividade nervosa superior dos mecanismos de trabalSo do sistema nervoso que concreti3am o Xequil4brioX do organismo com o meio. = 0Ocil perceber a absoluta necessidade de conSecer o papel desempenSado nesse bltimo processo pelas di0erentes 0ases do sistema nervoso, de conSecer as leis pelas quais reali3a-se a regula !o dos processos de metabolismo no organismo, pelas quais se regulam as leis de 0uncionamento do tecido nervoso, que materiali3a os processos de eLcita !o e inibi !o, e das compleLas 0orma es nervosas que eLecutam os processos de anOlise e s4ntese, de con0luTncia das coneLes nervosas, e asseguram os processos de irradia !o e concentra !o da eLcita !o` U igual8

mente importante o] conSecimento das 0ormas bOsicas de trabalSo das cUlulas nervosas, que se encontram em estado normal ou inibido G0OsicoH. +udo isso U absolutamente necessOrio para que o psic&logo, que estuda os tipos principais de atividade ps4quica do Somem, n!o se limite # simples descri !o desses tipos mas saiba em que mecanismos se baseiam essas 0ormas altamente compleLas de atividade, conSe a os dispositivos que as eLecutam, os sistemas em que elas ocorrem. 8esconSecer as leis da 0isiologia implicaria em privar a Psicologia de uma das 0ontes mais importantes de conSecimento cient40ico. Para a Psicologia, tem importVncia decisiva a sua liga !o com as /#3$/#)- -0/#)#-. As 0ormas principais de atividade ps4quica do Somem surgem nas condi es da Sist&ria social, desenvolvem-se no processo de )%#8#')'& 2)%&"#)+ surgido ao longo da Sist&ria, baseiam-se nos meios que se 0ormaram no processo de trabalSo, de emprego dos instrumentos de trabalSo e da +#$14)1&2. $e n!o usasse os instrumentos de trabalSo e a linguagem, o Somem n!o disporia sequer de uma 4n0ima parte das possibilidades de que dispe o seu comportamento concreto, 0icaria privado da comunica !o com o meio ambiente, evoluiria # margem das condi es do mundo material P surgido no processo da Sist&ria da sociedade P nem assimilaria a eLperiTncia de toda a Sumanidade, que U transmitida por meio da linguagem, esse receptOculo da in0orma !o. = natural que as 0ormas dedatividade do Somem -@0 &;&/4%)')- pelo cUrebro e se apoiam nas leis dos seus processos nervosos superiores. Por si mesmo nenSum sistema nervoso U capa3 de assegurar a 0orma !o da capacidade de usar instrumentos de trabalSo e linguagem e eLplicar o surgimento das 0ormas altamente compleLas de atividade Sumana, surgidas no processo da Sist&ria social. A verdadeira rela !o entre a Psicologia e a 0isiologia consiste em que a primeira estuda as 0ormas e meios de atividade que surgiram no processo da Sist&ria social e '&%&"2#$)2 o comportamento, enquanto a 0isiologia da atividade nervosa superior estuda os mecanismos naturais que 2)%&"#)+#*)2 ou reali3am esse comportamento. +entar redu3ir a Psicologia do Somem # 0isiologia da atividade nervosa superior P como em certa Upoca propunSam os pensadores mecanicistas P implicaria em cometer o mesmo erro do arquiteto que tentasse redu3ir a origem e a anOlise dos estilos g&tico e barroco ou o estilo ImpUrio #s leis da resistTncia @

dos materiais que ele naturalmente deve levar em conta mas que em Sip&tese nenSuma podem eLplicar a origem dos estilos arquitetZnicos. - TLito do desenvolvimento da Psicologia depende grandemente da correta compreens!o da correla !o dessas duas ciTncias e tanto o desconSecimento da 0isiologia como a tentativa de redu3ir a Psicologia # 0isiologia retardariam o desenvolvimento da ciTncia psicol&gica. - que acabamos de a0irmar deiLa clara a imensa importVncia que tem para a Psicologia a sua liga !o com as /#3$/#)- -0/#)#-. $e na 0orma !o do comportamento do animal as condi es biol&gicas de vida desempenSam papel determinante, na 0orma !o do comportamento do Somem esse papel U desempenSado pelas condi es da ,#-%."#) -0/#)+7 que cria 0ormas novas de uma compleLa rela !o com a realidade, mediada pelas condi es de trabalSo, 0ormas essas que s!o as 0ontes de novas 0ormas especi0icamente Sumanas de atividade ps4quica. Adiante teremos oportunidade de ver que o primeiro emprego de instrumentos de trabalSo e a primeira 0orma de trabalSo social introdu3iram mudan a radical nas principais leis biol&gicas de constru !o do comportamento e que o surgimento e, posteriormente, o emprego da linguagem P que permite conservar e transmitir a eLperiTncia de gera es P levaram ao surgimento de uma nova 0orma de evolu !o ineListente entre os animais: a 0orma de evolu !o mediante a assimila !o da eLperiTncia social. A ciTncia psicol&gica atual, que estuda antes de tudo as 0ormas especi0icamente Sumanas de atividade ps4quica, n!o pode dar um s& passo sem levar em conta os dados que obtUm das ciTncias sociais: do materialismo Sist&rico, que enriquece as leis bOsicas do desenvolvimento da sociedade, e da ling[4stica, que estuda as 0ormas bOsicas de linguagem, surgida na Sist&ria da sociedade. $& levando minuciosamente em conta as condi es sociais, que 0ormam a atividade ps4quica do Somem, pode a Psicologia obter uma s&lida base cient40ica. "ncontraremos a aplica !o desse princ4pio em todas as pOginas seguintes, quando eLaminaremos todos os 0atos psicol&gicos concretos. = essa a rela !o da Psicologia cient40ica com as outras ciTncias, com as quais ela se desenvolve em estreito contato. 1C

)"%&- >"#$/#>)#- ') -#/0+01#) A Psicologia, que atU recentemente n!o era uma ciTncia dividida, representa So1e um sistema amplamente rami0icado de disciplinas, que estudam a atividade ps4quica do Somem em di0erentes aspectos. - que 1O dissemos antes deiLa claro que algumas partes da Psicologia estudam as bases naturais dos processos ps4quicos, aproLimando-se da biologia e 0isiologia, enquanto outras partes estudam os 0undamentos sociais da atividade ps4quica, aproLimando-se das ciTncias sociais. A posi !o central cabe # Psicologia Geral, que estuda as 0ormas bOsicas de atividade ps4quica e constitui a viga-mestra de todo o sistema de disciplinas psicol&gicas. A0ora a introdu !o te&rica evolucionista, o eLame de vOrias partes cient40icas 0a3 parte da composi !o da Psicologia Geral. "ntre essas partes inclu4mos a anOlise dos >"0/&--0- /01$#%#80- Gcome ando pelas sensa es e percep es e terminando nas 0ormas mais compleLas de pensamento` compem essa parte a anOlise das condi es em que ocorrem os processos ps4quicos e a anOlise das leis do pensamento, da mem&ria, imagina !o, etcH, a anOlise dos >"0/&--0- )6&%#80- Gas necessidades do Somem, as 0ormas compleLas de emo esH, a anOlise da estrutura psicol&gica da atividade do Somem e da regula !o do seu desempenSo e, por bltimo, a anOlise da psicologia do #$'#85'40 e das di0eren as individuais. As partes aqui re0eridas ser!o ob1eto de eLame das pr&Limas pOginas do presente livro. A elabora !o dos problemas gerais da Psicologia 0oi ob1eto de trabalSos de muitos pensadores cUlebres, entre os quais sU situam clOssicos como \. \undt na AlemanSa, \. Fames nos ",A, A. .inet e P. Fanet na ?ran a e contemporVneos como-'. $. Vigots_^, $. '. (ubinstein, A. 7. 'eZnt^ev, A. A. $mirnov e V. %. +Tplov na ,($$, A. Vallon, A. PiUron e P. ?raisse na ?ran a, ". 7olman, G. %iller e F. .runer nos ",A, 8onald ;ebb no CanadO e F. .roadbent na Inglaterra, etc. = cont4guo # Psicologia Geral o grupo de >)"%&- 9#0+.1#/)- da Psicologia. +odas elas estudam as bases naturalistas da atividade ps4quica do Somem. A primeira dessas disciplinas U a -#/0+01#) /02>)")%#8) ou -#/0+01#) )$#2)+. "sta disciplina estuda as peculiaridades do comportamento animal em etapas sucessivas da evolu !o, aque11

Ias peculiaridades que dependem das condi es de vida e da estrutura anatZmica dos animais. "la descreve os processos de mudan a das 0ormas de comportamento animal dependendo das eLigTncias que o meio lSes impe e dos principais tipos de adapta !o #s condi es de vida, que s!o de carOter muito variado quando se tornam compleLas as 0ormas de vida. A segunda das disciplinas pertencentes ao grupo biol&gico das ciTncias psicol&gicas U a -#/0+01#) 6#-#0+01#-%) ou -#/0-:#-#0+01#). As bases dessa ciTncia 0oram lan adas na segunda metade do sUculo >I> por pensadores que se propunSam a tare0a de estudar os processos psicol&gicos do Somem com a aplica !o de diversos mUtodos 0isiol&gicos, de estudar os mecanismos 0isiol&gicos dos processos psicol&gicos. ?oram precisamente esses pensadores que organi3aram os primeiros laborat&rios de Psicologia e elaboraram minuciosamente partes da Psicologia como a doutrina das sensa es, sua medida e seus mecanismos bOsicos, a doutrina das leis bOsicas da mem&ria e da aten !o, a doutrina dos mecanismos psico0isiol&gicos do movimento, etc. = natural que a Psicologia 0isiologista se aproLime da 0isiologia, particularmente da 0isiologia dos &rg!os dos sentidos e da 0isiologia da atividade nervosa superior. A di0eren a consiste em que os cientistas que se ocupam desse problema tomam como ob1eto a anOlise das 0ormas concretas de atividade ps4quica, estudando as sensa es e percep es, a aten !o e a mem&ria do Somem, bem como a estrutura dos seus processos motores e a mudan a destes no processo de eLerc4cio e 0adiga, procuram, empregando os mUtodos mais precisos, estabelecer os mecanismos 0isiol&gicos e as leis pelas quais esses processos se reali3am. A psico0isiologia, permanecendo disciplina psicol&gica especial, estO para a 0isiologia assim como a bioqu4mica estO para a qu4mica ou a bio04sica para a 04sica. "la n!o abstrai um instante sequer o 0ato de que os processos por ela estudados 0a3em parte da compleLa atividade ps4quica do Somem, n!o esquece as compleLas peculiaridades da estrutura desses processos e apenas tenta descobrir os mecanismos 0isiol&gicos que lSes servem de base. ,ma parcela considerOvel dos conSecimentos das leis de reali3a !o de processos ps4quicos particulares 0oi acumulada 1ustamente por essa Orea da ciTncia psicol&gica, # qual est!o estreitamente ligados os nomes de grandes cientistas como Gustav ?ecSner e \eber Gos primeiros a medir as sensa esH, \ilSelm 1)

\undt Go primeiro a aplicar amplamente mUtodos psico0isiol&-gicos de estudo dos processos ps4quicosH, ;ermann "bbingSVus e ;ermann FosepS %[ller Gos primeiros a abordar mUtodos eLatos de medi !o da mem&ria e seus mecanismos espec40icosH, assim como PiUron na ?ran a, "daard +itcSener nos ",A, os grandes psic&logos atuais como -. (. 'indsle^ G",AH, .roadbent GInglaterraH, ?raisse G?ran aH e outros. "ssa Orea da ciTncia psicol&gica recebeu imensa in0orma !o dos trabalSos de clOssicos notOveis da 0isiologia como POvlov, criador da doutrina da atividade nervosa superior, 7. ". Vve-dens_^, criador da doutrina da gTnese patol&gica, A. A. ,_Stoms_^, cu1os trabalSos permitiram introdu3ir uma aova Orea da ciTncia do comportamento: a doutrina dos '02#$)$%&-7 '. A. -rbeli, autor de importante contribui !o # 0isiologia evolu-cionista bem como 0isiologistas contemporVneos como P. A. Ano_Sin, criador da doutrina dos sistemas 0uncionais, 7. A. .ernstein, introdutor do novo conceito de organi3a !o do movimento, G. V. GersSuni e $. V. :rav_ov, que enriqueceram a ciTncia com dados relativos ao 0uncionamento da audi !o e vis!o, etc. A terceira disciplina componente do grupo biol&gico das ciTncias psicol&gicas U a $&4"0>-#/0+01#). "sta disciplina tem por tare0a o estudo do papel que desempenSam os aparelSos particulares do sistema nervoso na estrutura !o dos processos ps4quicos. = 0Ocil perceber que o papel das 0orma es subcorticais e do paleoc&rteL no processo da atividade ps4quica U inteiramente di0erente do papel do neoc&rteL e dos grandes Semis0Urios cerebrais . ;O, porUm, 0undamentos para supor que tambUm o papel de algumas regies do c&rteL cerebral na organi3a !o dos compleLos processuais ps4quicos n!o U idTntico e que todas as Oreas do cUrebro P parietais, temporais e occipitais P d!o sua contribui !o toda especial para o processo de atividade psicol&gica. "sse novo campo da Psicologia emprega em suas pesquisas uma anOlise psicol&gica minuciosa tanto das irrita es como das destrui es de Oreas isoladas do cUrebro, estuda as mudan as dos processos ps4quicos que surgem quando ocorram a0ec es locais do cUrebro e tira, de suas observa es, concluses relacionadas com a estrutura #$%&"$) dos processos ps4quicos. "sse campo da Psicologia U representado por estudiosos de diversos pa4ses como :. $. 'asSle^ e :, ;. Pribram G",AH, 1J

A. (. 'uria G,($$H, -. '. /angaill GInglaterraH, .. %ilner GCanadOH e outros. Podemos colocar ao lado da neuropsicologia a >-#/0>)%0+01#)7 que estuda as peculiaridades Xdos processos ps4quicos observOveis nos doentes ps4quicos, e permite que nos aproLimemos mais de um estudo cient40ico das doen as mentais e do descobrimento de algumas leis gerais da atividade ps4quica que se mani0esta nos estados patol&gicos. A psicopatologia 0oi elaborada com TLito por muitos psiquiatras G:raepelin, na AlemanSa, Fanet, na ?ran a, .U_Sterev, na (bssiaH e pelos psic&logos contemporVneos G.. V. /e^gar-ni_, na ,($$, PecSeau, na ?ran a, e outrosH. ,ma Orea especial, situada nas 0ronteiras da psico0isiologia e da neuropsicologia, U representada pelo estudo dos 2&/)$#-20- $&4"A$#/0- ') )%#8#')'& >-#/0+.1#/). -s cientistas que elaboraram essa Orea G8. ;. ;ubel e +. 7. \iesel na Inglaterra, Fung na AlemanSa, ;. ;. Fasper no CanadO, ". 7. $o_olov e -. $. VinogrOdov na ,($$H se propem a tare0a de investigar as 0ormas de 0uncionamento de grupos isolados de neurZnios e e0etuar uma anOlise dos processos nervosos mais elementares, que servem de base ao comportamento. Importantes descobertas dos mecanismos 0isiol&gicos de ativa !o e Sabitua !o 0oram obtidos no estudo das 0ormas mais simples de comportamento em base neurZnica. 7o sistema das ciTncias psicol&gicas, cabe posi !o especial # >-#/0+01#) #$6)$%#+ ou 1&$<%#/). A importVncia dessa Orea das ciTncias psicol&gicas para a Psicologia geral consiste em que a Psicologia genUtica ou in0antil estuda a 0orma !o da atividade ps4quica no processo de evolu !o da crian a e permite acompanSar a 0orma !o dos compleLos processos ps4quicos e das etapas pelas quais eles passam em sua evolu !o. A Psicologia genUtica permite abordar os processos ps4quicos superiores do Somem como produto da evolu !o, dando, com isto, a possibilidade de considerar as 0ormas compleLas de atividade ps4quica do Somem n!o como XpropriedadesX ou X0aculdadesX do psiquismo primitivamente eListentes mas como resultado de uma longa 0orma !o, que deiLou vest4gios na estrutura dos processos ps4quicos. ?oi 1ustamente por isto que a Psicologia genUtica, que estuda a 0orma !o GgTneseH das 0ormas superiores de atividade ps4quica, adquiriu importVncia decisiva tanto para uma Orea prOtica 1E

como a pedagogia quanto para a Psicologia geral. ?oi 1ustamente gra as aos TLitos da Psicologia genUtica, relacionados com a contribui !o dada ao estudo dessa disciplina pelos notOveis estudiosos Fean Piaget e '^Uv $. Vigots_^, que a Psicologia geral obteve provas convincentes de que as 0ormas bOsicas dos processos ps4quicos Gpercep !o e a !o, memori3a !o e pensamentoH possuem estrutura compleLa que se 0orma no processo de evolu !o da crian a. A importVncia da Psicologia genUtica lSe, permitiu ocupar posi !o central na Psicologia atual. -utro campo da Psicologia, que deve ser colocado ao lado da Psicologia genUtica e costuma ser cSamado de >-#/0+01#) '#6&"&$/#)+ ou >-#/0+01#) ')- '#6&"&$?)- #$'#8#'4)#-7 ocupa posi !o importante. $abe-se que as pessoas tTm tra os comuns, estudados pela Psicologia geral, e revelam '#6&"&$?)#$'#8#'4)#-. "stas podem ser di0eren as de propriedades do sistema nervoso, de peculiaridades individuais do campo emocional e do carOter, tra os caracter4sticos do processo cognitivo e do talento. A Psicologia di0erencial se prope a tare0a de estudar essas di0eren as individuais, descrever os tipos de comportamento e atividade ps4quica das pessoas que se distinguem umas das outras por tra os caracter4sticos. A Psicologia di0erencial U de importVncia decisiva para a avalia !o do n4vel de evolu !o da crian a, das 0ormas individuais de assimila !o do trabalSo e para a anOlise das peculiaridades tipol&gicas cu1o conSecimento U indispensOvel # solu !o das questes prOticas da Psicologia. -s 0undamentos da Psicologia di0erencial 0oram lan ados em sua Upoca pelo psic&logo alem!o \. $ter G1KM1-1@JKH` em nossa Upoca os problemas das di0eren as individuais 0oram estudados com TLito por cientistas como CSarles "daard $pear-man, na Inglaterra, '. '. +Surstone, nos ",A, e .. %. +eplov, na ,($$. Aos re0eridos campos da Psicologia incorpora-se um grupo de Oreas intimamente vinculadas #s /#3$/#)-0/#)#-. 7essas Oreas eLaminam-se as condi es Sist&rico-sociais em que se 0ormou a atividade ps4quica do Somem e as 0ormas sociais em que essa atividade se mani0esta. 7esse grupo ocupa posi !o essencial a &%$0>-#/0+01#) ou ciTncia das particularidades que distinguem os processos ps4qui1Y

cos em di0erentes 0orma es e estruturas Sist&ricas e em di0erentes culturas. 7as etapas iniciais do desenvolvimento da Psicologia, 0i3eram-se tentativas de criar uma Xpsicologia dos povosX corr.: 0orma especial de psicologia social e de elaborar uma ciTncia que 0osse capa3 de revelar as bases psicol&gicas da 0orma !o da linguagem, dos mitos, cren as, do direito, etc. ?racassou essa tentativa, que partiu de um dos criadores da Psicologia moderna, \. \undt, autor do livro A >-#/0+01#) '0- >080-. \undt tentou dar uma eLplica !o psicol&gica dos 0enZmenos da vida social, cu1as bases n!o s!o psicol&gicas mas econc-micas ou Sist&rico-sociais. Por este motivo as tentativas de Xps:cologi3ar a Sist&riaX retiveram durante muito tempo o desenvolvimento desse importante campo da ciTncia psicol&gica, qa: devia investigar um processo inverso: a in0luTncia 0ormadora eLercida pelas condi es Sist&rico-sociais sobre o desenvoS:-mento da atividade psicol&gica do Somem. "ssa tare0a se converteu em ob1eto das pesquisas de grandes cientistas de diversos pa4ses G?ra3er e %alinoas_^, na Inglaterra, Fanet e 'Uv^-.ruSl, na ?ran a, +urnaald, na AlemanSa e %. %ead, nos ",AH e 0oram 1ustamente essas pesquisas qu: lan aram as bases da etnopsicologia atual. - estudo das peculiaridades da atividade ps4quica de pessoas pertencentes -di0erentes culturas constitui atualmente uma Orea importan:` da ciTncia psicol&gica. A >-#/0+#$1B5-%#/)7 disciplina que nos bltimos decTnios s: converteu em Orea independente e se situa na 0ronteira entre a Psicologia e a ling[4stica, representa um campo especial d-Psicologia. A psicoling[4stica se prope o estudo das leis bOsica: da linguagem enquanto meio de comunica !o, dos processos d. codi0ica !o e decodi0ica !o da in0orma !o veiculada pela linguagem e dos processos psicol&gicos que se baseiam nos c&digos da l4ngua e se materiali3am na linguagem do Somem. A -#/0+01#) -0/#)+ U uma Orea importante porUm pouco desenvolvida. "sta disciplina estuda as leis psicol&gicas da comunica !o entre os Somens, as peculiaridades psicol&gicas da divulga !o de in0orma !o por meios como a imprensa e o cinema, as particularidades do comportamento no processo de trabalSo, competi !o, etc. ,m campo especial da Psicologia social tem como ob1eto o estudo das inter-rela es Sumanas em pequenos grupos, a anOlise dos 0atores que servem de base a 1I

tipos concretos de intera !o entre os Somens, de 0orma !o da autoridade, promo !o de l4deres, etc. "ntre essas disciplinas, que mantTm a0inidades com as ciTncias sociais, inclui-se a -#/0+01#) ') )"%&7 que estuda as bases psicol&gicas da cria !o art4stica e as leis psicol&gicas que servem de base #s obras de arte que aplicam diversos procedimentos e asseguram uma in0luTncia mOLima das obras sobre o leitor e espectador. +omamos conSecimento apenas dos ramos 0undamentais da Psicologia, mas estes podem mostrar que sistema rami0icado de disciplina a Psicologia moderna representa. O- 2<%0'0- &2 -#/0+01#) C condi !o 0undamental da evolu !o de toda ciTncia a eListTncia de mUtodos su0icientemente ob1etivos, precisos e seguros. - papel do mUtodo de uma ciTncia deve-se ao 0ato de que a essTncia do processo em estudo n!o coincide com as mani0esta es em que ela aparece. $!o necessOrios procedimentos especiais, que permitam penetrar alUm dos limites dos 0enZmenos acess4veis # observa !o imediata, penetrar nas leis internas que constituem a essTncia do processo em estudo. "sse /)2#$,0 '0 6&$A2&$0 D &--3$/#)7 que lan a m!o de toda uma sUrie de procedimentos ob1etivos de pesquisa, caracteri3a as pesquisas verdadeiramente cient40icas. "m que consistem os mUtodos empregados pela PsicologiaD ;ouve um longo per4odo em que a Psicologia era de0inida como ciTncia do mundo sub1etivo do Somem` # de0ini !o do contebdo da ciTncia correspondia a escolSa dos seus mUtodos. $egundo a concep !o idealista, que separava o psiquismo de todos os outros 0enZmenos da nature3a e da sociedade, a Psicologia tinSa como ob1eto o estudo dos estados sub1etivos da consciTncia. $egundo os psic&logos idealistas, esses- processos da consciTncia se distinguiam dos outros processos da realidade ob1etiva pelo 0ato de que 0 6&$A2&$0 /0#$/#'#) /02 ) &--3$/#)E as 0ormas de consciTncia que o Somem podia observar em si mesmo Gclare3a ou imprecis!o de consciTncia, vivTncia da liberdade do ato volitivo, etc.H eram consideradas por esses 1M

psic&logos como propriedades 0undamentais do esp4rito ou como essTncia dos processos ps4quicos sub1etivos. Para eles, essa coincidTncia dos 0enZmenos com a essTncia constitu4a o 0undamento da -#/0+01#) & +,& '&6#$#) 0 2<%0'07 04 -&:)7 /0$-#'&")8)2 como 0undamental e bnica a '&-/"#?@0 -49:&%#8) '0- 6&$A2&$0- ') /0$-/#3$/#)7 descri !o essa que se obtinSa no processo de #$%"0->&/?@0. reconSecimento da introspec !o como mUtodo 0undamental da Psicologia n!o apenas separava esta ciTncia das outras como 6&/,)8) '& 6)%0 %0'0- 0- /)2#$,0- >)") ) &80+4?@0 ') -#/0+01#) &$=4)$%0 /#3$/#) )4%3$%#/). "Lclu4a, ainda, a eLplica !o ob1etiva e causai dos processos ps4quicos, redu3indo a Psicologia # descri !o sub1etiva de 0ormas da vida espiritual e dos 0enZmenos ps4quicos. = 0Ocil entender que uma XciTnciaX que se negava a considerar os processos ps4quicos como produtos do desenvolvimento ob1etivo, que n!o levantava os problemas da origem e dos mecanismos ob1etivos desses processos n!o podia ter eListTncia pr&pria` durante muito tempo continuou sendo uma Orea singular da 0iloso0ia idealista sem se incluir no c4rculo das ciTncias autTnticas. Por isto mudou radicalmente o tratamento dispensado ao mUtodo bOsico da Psicologia desde o per4odo em que esta disciplina passou a ser interpretada como ciTncia de uma 0orma espec40ica de atividade ps4quica, que permite ao Somem orientar-se na realidade ambiente, re0leti-la, 0ormar programas de comportamento e controlar a sua eLecu !o. A tare0a dos psic&logos consistia em criar 2<%0'0- 09:&%#80- de estudo dos processos ps4quicos do Somem, sem nunca se limitar ao mUtodo da introspec !o, re0erindo-se a ele apenas como um procedimento auLiliar de sentido antes Seur4stico, que permitia levantar questes, o que dava a possibilidade de eLplicar por via causai os 0enZmenos e encontrar as leis que lSes serviam de base. A revis!o radical da introspec !o como mUtodo de conSecimento cient40ico devia-se ao 0ato de que a pr&pria introspec !o passara a ser vista como um tipo compleLo de atividade ps4quica, que era produto de uma longa evolu !o, empregava 0ormula !o discursiva dos 0enZmenos observados e tinSa aplica !o muito restrita porque $&2 '& +0$1& 0- >"0/&--0- >-5=4#/0- 0/0""&2 %0'0- >0" 8#) /0$-/#&$%&7 bem como porque a )4%0-09-&"8)?@0 '0- -&4- >"0/&--0- >-5=4#/0- >0'& #$%"0'4*#" 24')$?)- /0$-#'&"F8&#- $) 0/0""3$/#) '&--&- >"0/&--0-. 1K

A Psicologia passou a ter como tare0a 0undamental a elabora !o de mUtodos ob1etivos de pesquisa que usassem 0- 2&-20- >"0/&'#2&$%0- =4& %0')- )- 04%")- /#3$/#)- 4-)8)2 >)") 09-&"8)" o desenvolvimento desse ou daquele tipo de atividade e da 24')$?) &;>&"#2&$%)+ ')- /0$'#?G&- '0 -&4 &;&"/5/#07 de mUtodos que 0ossem capa3es de ir alUm dos limites da descri !o eLterior dessa atividade no sentido das leis que lSe servem de base. - procedimento principal da Psicologia passou a ser a 09-&"8)?@0 '0 /02>0"%)2&$%0 '0 ,02&2 &2 /0$'#?G&- $)%4")#- & &;>&"#2&$%)#-7 com a anOlise das mudan as que ocorrem em determinadas condi es que podem ser mudadas pelo eLperi-mentador. ?oi nesse caminSo que surgiram os %"3- 2<%0'0- 9F-#/0'& >&-=4#-) >-#/0+.1#/)7 convencionalmente cSamados de mUtodo de anOlise estrutural, mUtodo genUticoeLperimental e mUtodo patol&gico-eLperimental Gou mUtodo de anOlise sindrZ-micaH. - 2<%0'0 '& )$F+#-& &-%"4%4")+ dos processos psicol&gicos consiste no seguinte: o psic&logo, ao estudar essa ou aquela 0orma de atividade ps4quica, coloca diante do su1eito eLperimental uma %)"&6) correspondente e acompanSa a 0"1)$#*)?@0 &-%"4%4")+ '0- >"0/&--0- Gprocedimentos, meios, 0ormas de comportamentoH mediante os quais o su1eito eLperimental resolve a tare0a dada. Isto signi0ica que o psic&logo n!o apenas registra o- resultado 0inal Gmemori3a !o do material proposto, rea !o motora ao sinal, resposta # tare0a propostaH mas acompanSa atentamente o >"0/&--0 de solu !o da tare0a proposta, os meios auLi-liares em que ele se baseou, etc. "ssa descri !o da estrutura psicol&gica do processo estudado e a anOlise das suas partes componentes representam di0iculdades considerOveis e eLigem vOrios procedimentos auLiliares especiais. "sses procedimentos, que permitem e0etuar uma anOlise estrutural bastante completa, podem ter carOter direto ou indireto. Pertence aos procedimentos '#"&%0- a 24')$?) ') &-%"4%4") ') %)"&6) proposta ao su1eito eLperimental Gcom di0iculta !o paulatina, inclus!o de novas eLigTncias, que tornam necessOria a inser !o de novas opera es na solu !o da tare0aH, bem como a proposta de 8F"#0- >"0/&'#2&$%0- que a1udam # solu !o GescolSa de apoios eLternos, procedimentos auLiliares, etcH. - emprego desses procedimentos diretos de anlise estrutural muda 19

o /4"-0 09:&%#80 '0 >"0/&--0 >-#/0+.1#/0 e permite estabelecer quais dentre os procedimentos empregados surtem um e0eito mOLimo. As re0eridas 0ormas de anOlise estrutural se aplicam antes de tudo ao estudo ob1etivo de 0ormas cont4guas de atividade ps4quica como a assimila !o ou memori3a !o do material, a solu !o das tare0as, a reali3a !o de opera es construtivas ou l&gicas, o estudo da estrutura das 0ormas compleLas dos atos conscientes. "ntre os procedimentos #$'#"&%0- ou /02>+&2&$%)"&- situa-se o emprego de ind4cios, que, n!o sendo eles mesmos elementos, de atividade do Somem, podem ser 4ndices do seu estado geral, das tenses por ele eLperimentadas, etc. "ntre esses procedimentos, por eLemplo, inclu4mos a aplica !o de mUtodos de registro dos processos 0isiol&gicos Geletroence0alogramas, eletro-miogramas, rea !o galvVnica da pele, pletismogramaH, que por si mesmos n!o revelam as peculiaridades da reali3a !o da atividade ps4quica mas podem re0letir as condi es 0isiol&gicas gerais que caracteri3am essa reali3a !o. H natural que a aplica !o desses procedimentos indiretos ou complementares pode adquirir sentido somente Savendo organi3a !o precisa da pr&pria atividade ps4quica estudada pelo psic&logo. Ao lado do mUtodo anal4tico-estrutural, que ocupa posi !o central na Psicologia, podemos colocar o 2<%0'0 1&$<%#/0-&;>&-"#2&$%)+7 que tem importVncia especialmente grande para a Psicologia genUtica. $abe-se que todos os processos psicol&gicos superiores s!o produto de uma longa evolu !o. Por isto U sobretudo importante para o psic&logo acompanSar a marcSa desse processo de evolu !o, que etapas 0oram inclu4das nele e que 0atores determinam o surgimento de processos psicol&gicos superiores. Pode-se obter resposta a esta quest!o n!o apenas acompanSando a eLecu !o das mesmas tare0as em 0ases sucessivas do desenvolvimento da crian a Gesse mUtodo recebeu na Psicologia a denomina !o de mUtodo dos /0"%&- 1&$<%#/0-I como tambUm criando /0$'#?G&- &;>&"#2&$%)#- que permitam mostrar como se 0orma essa ou aquela atividade ps4quica. Com este 0im coloca-se em di0erentes condi es o su1eito eLperimental, a quem se prope resolver essa ou aquela tare0a. 7uns casos eLige-se dele solu !o independente da tare0a, noutros, presta-se-lSe a1uda, empregando diversos meios de apoios eLtremos evidentemente20

e0ica3es, sugerindo em vo3 alta as vias de solu !o, por um lado, observando como ele aproveita essa a1uda, por outro. Aplicando os procedimentos que constituem a essTncia do mUtodo genUtico-eLperimental, o estudioso se mostra capa3 n!o apenas de revelar as condi es com cu1o aproveitamento o su1eito eLperimental pode assimilar de modo ideal dada atividade, como tambUm de 60"24+)" eLperimentalmente os compleLos processos ps4quicos e abordar mais de perto a sua estrutura. - mUtodo genUtico-eLperimental 0oi amplamente aplicado na Psicologia na ,($$ por Vigots_^, A. V. /aporo1ets, P, 5. Galpe-rina e produ3iu muitos 0atos valiosos que se incorporaram soli-damente # Psicologia. - terceiro mUtodo da Psicologia, especialmente importante para a neuropsicologia e psicopatologia, U o mUtodo >)%0+.1#/0-<;>&"#2&$%)+ ou mUtodo da )$F+#-& -#$'"A2#/) das mudan as de comportamento que ocorrem nos estados patol&gicos do cUrebro ou num desenvolvimento eLclusivo de um setor dos processos ps4quicos. "sse mUtodo U aplicOvel em casos relativamente raros. ConSecendo um 0ator que muda notoriamente o curso dos processos ps4quicos, o psic&logo pode saber qual a in0luTncia que esse 0ator eLerce sobre o curso de toda a atividade ps4quica do su1eito. "sse mUtodo se mani0esta nas 0ormas mais claras nas pesquisas neuropsicol&gicas, consistindo no seguinte: o psic&logo que estuda minuciosamente os pacientes nos quais a a0ec !o local do cUrebro provoca o deslocamento ou a de0orma !o de uma das condi es do curso normal dos processos ps4quicos Gpor eLemplo, da percep !o visual, da mem&ria auditiva ou da s&lida manuten !o do programa de atividadeH, analisa detalSadamente a reali3a !o de todo um con1unto de processos ps4quicos e de0ine quais desses processos se mantTm intactos e quais 0icam perturbados. $emelSante anOlise permite estabelecer quais s!o precisamente os processos ps4quicos internamente relacionados com o 0ator perturbado Gou eLclu4doH e quais s!o independentes deste` permite descrever toda uma s4ndrome Gpor outras palavras, todo um con1unto de mudan asH que surge com a mudan a de uma 0un !o e dO a possibilidade de mostrar a interdependTncia Gcorrela !oH de processos psicol&gicos isolados. - mesmo mUtodo pode ser aplicado na Psicologia geral ou naePsicologia das di0eren as individuais, nas quais a superevolu- !o de um aspecto do campo ps4quico Gpor eLemplo, da mem&ria )1

visual claraH ou alguma peculiaridade individual dos processos nervosos Gpor eLemplo, a 0raque3a ou a mobilidade insu0iciente dos processos nervososH pode provocar a reestrutura !o de todos os processos psicol&gicos e tornar-se 0ator decisivo no surgimento de todo um con1unto de peculiaridades individuais da pessoa. +odos os mUtodos que descrevemos em linSas gerais s!o mUtodos da >&-=4#-) >-#/0+.1#/). A par com eles, entretanto, tTm grande importVncia para a Psicologia os mUtodos breves de )8)+#)?@0 qualitativa e quantitativa dos processos ps4quicos Gdos conSecimentos, Sabilidades, aptidesH e os mUtodos simples de 2&'#?@0 do n4vel de evolu !o dos processos ps4quicos. "sses mUtodos se aplicam amplamente na Psicologia e s!o conSecidos pela denomina !o de %&-%&>-#/0+.1#/0-. -s testes psicol&gicos consistem de tare0as, que se propem a um amplo c4rculo de su1eitos eLperimentais para estabelecer seus conSecimentos, Sabilidades ou aptides. Para que esses testes possam produ3ir dados ob1etivos e mensurOveis, s!o 0eitos previamente com um grande nbmero de su1eitos eLperimentais Gcrian as de uma determinada idade ou pessoas do mesmo n4vel de educa !oH. "ntre essas tare0as escolSem-se aquelasdque um nbmero considerOvel Gdois ter os, por eLemploH de su1eitos eLperimentais consegue resolver com TLito e s& depois disto elas s!o propostas #queles su1eitos cu1os conSecimentos, Sabilidades ou aptides s!o mensurOveis. -s resultados dessas pesquisas s!o avaliados por pontos ou por lugar Gindica-se o lugar que um dado su1eito eLperimental poderia ocupar em rela !o ao grupo correspondente de su1eitosH. A aplica !o dos testes psicol&gicos pode ter certa importVncia para que se tenSa uma orienta !o, acerca das peculiaridades psicol&gicas dos grandes Semis0Urios. ?aremos adiante uma aprecia !o cr4tica desse mUtodo, quando eLaminarmos a sua importVncia para a medi !o das di0eren as individuais de di0erentes su1eitos. = 0Ocil ver que a importVncia de todos os re0eridos mUtodos n!.p U a mesma para as di0erentes Oreas da Psicologia a que nos re0erimos, e se o mUtodo de anOlise estrutural continua sendo o mUtodo bOsico para todas as Oreas psicol&gicas, o mUtodo genU-tico-eLperimental ocupa posi !o dominante na Psicologia genUtica, ocupando o mUtodo de anOlise sindrZmica posi !o-cSave na Psicologia patol&gica ou di0erencial. 22

A #2>0"%J$/#) >"F%#/) ') -#/0+01#) A Psicologia tem grande importVncia n!o apenas para a solu !o de uma sUrie de questes te&ricas do campo psicol&gico e da atividade consciente do Somem. "la tem importVncia tambUm prOtica, que aumenta # medida que a dire !o do comportamento do Somem em bases cient40icas e a considera !o do 0ator Sumano na indbstria e nas rela es sociais se tornam quest!o central da vida social. A ciTncia psicol&gica U de grande importVncia prOtica para vOrios campos, dentre os quais mencionamos apenas os mais importantes. - primeiro desses campos U o da #$'K-%"#) e do %")9)+,0L a Orea da Psicologia aplicada que se dedica a questes ligadas a esses campos U denominada &$1&$,)"#) >-#/0+.1#/) e >-#/0+01#) '0 %")9)+,0. A indbstria moderna, que compreende a dire !o de mecanismos, do transporte, avia !o, etc, subentende uma compleLa intera !o do -#-%&2) ,02&2-2F=4#$). A tUcnica compleLa deve estar adaptada #s possibilidades do Somem. = necessOrio criar condi es nas quais a dire !o dos sistemas transcorra numa variante ideal e possa reali3ar-se com a menor perda de tempo e o menor nbmero de erros. "ssas eLigTncias devem re0erir-se principalmente # constru !o racional dos painUis de dire !o, que nos mecanismos modernos consistem de grande nbmero de indicadores, que eLigem revis!o sumamente rigorosa e que a in0orma !o que recebem tenSa a mOLima acessibilidade. = natural que essas eLigTncias podem ser atendidas somente levando-se em conta as leis da percep !o Sumana, o volume da mem&ria Sumana e os modos de originali3O-las, que poderiam, da melSor maneira, adaptar a mOquina #s possibilidades do Somem. Por outro lado, a indbstria moderna coloca uma sUrie de questes atinen-tes # sele !o de pessoas mais aptas para as condi es dessas ou daquelas 0ormas de trabalSo, querendo, com isto, que se criem condi es que assegurem circunstVncias ideais para a manuten !o da aten !o e o menor esgotamento do Somem. Coloca-se a quest!o: que 0atores psicol&gicos devem-se levar em conta para garantir a mOLima seguran a do trabalSo e o m4nimo de avariasD +odas essas questes s!o elaboradas pela engenSaria psicol&gica e pela Psicologia do trabalSo, que est!o se convertendo 23

em importante componente da organi3a !o cienti0ica da produ !o. -utra Orea de aplica !o prOtica da Psicologia U o &$-#$0 & ) &'4/)?@0 ') 1&")?@0 )'0+&-/&$%&7 em suma, a Orea da pedagogia. = sabido que o crescente volume de conSecimentos, que devem ser assimilados no processo de ensino escolar, eLige organi3a !o mais racional dos mUtodos de ensino. Isto depende substancialmente das peculiaridades psicol&gicas da crian a, da idade e dos seus processos cognitivos na aprendi3agem escolar. A -#/0+01#) >&')1.1#/) U a Orea da Psicologia aplicada que deve assegurar a argumenta !o cient40ica dos programas e mUtodos de ensino, estabelecer o c4rculo dos conceitos acess4veis #s crian as da idade correspondente e os mUtodos de transmiss!o do material que garantir!o sua melSor assimila !o. - ensino programado Gou teoria da assimila !o programada, por etapa, dos conSecimentosH, nova Orea da pedagogia que se desenvolveu ultimamente, apresenta a base psicol&gica cient40ica para a elabora !o de uma seq[Tncia otimal do material proposto bem como adaplica !o dos mUtodos mais e0ica3es de ensino. Wuestes como o grau de desdobramento do processo de assimila !o dos conSecimentos por etapa, a correla !o dos meios direto e l&gico-verbais de ensino, os modos de 0ormula !o otimal de regras, os procedimentos que asseguram assimila !o adequada dos conceitos e a trans0erTncia de princ4pios assimilados no processo de ensino constituem apenas uma parte das questes estudadas pela psicologia pedag&gica, que dO contribui !o substancial para a 0undamenta !o cient40ica do processo pedag&gico. - segundo aspecto do emprego da Psicologia para a constru !o racional do ensino e da educa !o U a anOlise das >&/4+#)"#')'&- >-#/0+.1#/)- ')- /"#)$?)-7 que cria obstOculo para levar-lSes instru !o com TLito. = sabido que o sucesso do ensino depende n!o s& dos programas e mUtodos racionalmente organi3ados mas tambUm da pr&pria composi !o dos alunos. "m toda classe, paralelamente aos alunos adiantados, SO aqueles que n!o conseguem assimilar com TLito o programa escolar e retardam o bom rendimento do trabalSo de toda a turma. - essencial, porUm, U o 0ato de que a 0alta de aproveitamento que esses alunos demonstram pode ter 0undamento variado. 24

,ns alunos n!o acompanSam o aproveitamento por serem mentalmente retardados e o atraso orgVnico do seu cUrebro os torna incapa3es de assimilar material de compleLidade m4nima. "ssas crian as devem ser trans0eridas da escola de massa para uma escola especial, auLiliar. As outras s!o crian as plenamente normais, mas o seu atraso deve-se ao 0ato de que, n!o tendo assistido a determinada parte do programa, elas n!o podem avan ar com sucesso porque a assimila !o do novo material n!o encontra nelas a necessOria base de conSecimentos. "ssas crian as necessitam de aulas complementares especiais que possam eliminar as suas lacunas. -utros alunos GterceirosH demonstram di0iculdades na aprendi3agem por serem 0isicamente 0racos, por terem so0rido uma doen a qualquer. "les s!o capa3es de concentrar com TLito suas aten es apenas durante tempo limitado, 0icam rapidamente eLaustos e n!o tTm condi es de assimilar o material correspondente. "les devem estudar su1eitos a um regime correspondente e nessas condi es podem cumprir com TLito o programa. Por bltimo, o quarto grupo de alunos eLperimenta di0iculdades de aprendi3agem n!o porque as crian as que o compem se1am mentalmente retardadas mas porque apresentam algumas de0iciTncias, como de0iciTncias auditivas, que di0icultam a comunica !o verbal oportuna e plena e provocam retardamento temporOrio do desenvolvimento. "ssas crian as devem ser trans0eridas para escolas destinadas a alunos de audi !o di04cil, onde procedimentos e mUtodos especiais permitir!o compensar tais de0iciTncias. A tare0a mais importante deve ser a #'&$%#6#/)?@0 0>0"%4$) ')- /)4-)- '0 )%")-0 '& '#6&"&$%&- 1"4>0- '& /"#)$?)- e o '#)1$.-%#/0 ')- '#8&"-)- 60"2)- '& )%")-0 $0 >"01")2). "ssa tare0a pode ser cumprida somente com 4ntima participa !o dos psic&logos, que possam descrever as peculiaridades psicol&gicas das crian as que n!o conseguem acompanSar o programa, eLplicar as causas principais do retardamento da sua evolu !o e prestar a1uda substancial na elimina !o das de0iciTncias descritas. - terceiro campo de aplica !o prOtica da Psicologia U a 2&'#/#$). 1Y sabido que o desenvolvimento de uma doen a depende n!o apenas do agente patogTnico e do estado do organismo mas tambUm de como o pr&prio doente encara sua doen a e como a avalia` por outras palavras, depende daquilo a que os terapeu-tas cSamam de Xquadro interno da doen aX. 7o entanto, a pr&25

pria atitude em rela !o # doen a estO relacionada com uma sUrie de 0atores psicol&gicos, com as peculiaridades da estrutura emocional do indiv4duo, com o carOter das generali3a es que o indiv4duo 0a3. - estudo das peculiaridades caracterol&gicas e da estrutura do indiv4duo, estudo esse 0eito pela Psicologia, tem por isto grande importVncia para a medicina, permitindo 0ocali3ar mais de perto o 0undamento cient40ico da prOtica da psico-terapia, da psico-Sigiene e da psicopro0ilaLia. A Psicologia ocupa posi !o especial em Oreas espec40icas da medicina como a neurologia e a psiquiatria. 7essa Orea ela pode prestar a1uda substancial na solu !o de duas important4ssimas questes: o diagn&stico e a nature3a da doen a, por um lado, e o restabelecimento das 0un es perturbadas, por outro. $abe-se que as a0ec es locais do cUrebro s& parcialmente se mani0estam em sintomas da neurologia clOssica como a mudan a de sensibilidade, dos re0leLos, do tZnus e dos movimentos. Parte considerOvel dos grandes Semis0Urios cerebrais n!o tem rela !o direta com nenSum dos re0eridos processos e a a0ec !o dessas Oreas do cUrebro n!o provoca perturba es vis4veis nestes. "ssas partes dos grandes Semis0Urios est!o relacionadas com a reali3a !o das 0ormas superiores de atividade ps4quica como a anOlise do a0luLo de in0orma !o, a 0orma !o de planos e programas de a !o e o controle do desenvolvimento da atividade consciente. = 1ustamente por isto que, sem provocar sintomas 0isiol&gicos n4tidos, a a0ec !o dessas Oreas do cUrebro provoca perturba es vis4veis das 0ormas compleLas de atividade ps4quica. 7os bltimos decTnios surgiu um novo campo da Psicologia P a neuropsicologia P 1O mencionado por n&s. "ste permitiu ver quais os 0atores que, 0a3endo parte das 0ormas compleLas de atividade ps4quica, est!o relacionados com determinadas Oreas do cUrebro, permitindo ver, ainda, que tipos de perturba !o dos processos ps4quicos se veri0icam na a0ec !o dessas Oreas. Gra as a isto tornou-se poss4vel introdu3ir um mUtodo novo e prOtico de diagn&stico das a0ec es locais do cUrebro, que aplica a anOlise psicol&gica do carOter das perturba es dos processos ps4quicos superiores peio diagn&stico t&pico das a0ec es cerebrais. "sse mUtodo consolidou-se na prOtica da neurologia e neurocirurgia cl4nicas. 7os cap4tulos correspondentes do presente livro mostraremos os dados de que dispe a Psicologia para a solu !o dessas questes prOticas. )I

7!o U menor a importVncia da Psicologia para precisar o diagn&stico das doen as mentais. As perturba es da percep !o e da a !o, da mem&ria e do pensamento assumem carOter absolutamente diverso sob di0erentes 0ormas de retardamento mental e di0erentes doen as mentais. Por isto a aplica !o dos mUtodos da psicopatologia eLperimental na psiquiatria cl4nica permite precisar substancialmente o diagn&stico das doen as mentais e se converte em componente essencial da Psicologia geral. = grande a importVncia prOtica da Psicologia na elabora !o das bases cient40icas do "&-%)9&+&/#2&$%0 ')- :4$?G&- perturbadas nas a0ec es cerebrais. ;O relativamente pouco tempo ainda se considerava que as 0un es, perturbadas como resultados de a0ec es locais do cUrebro, n!o se restabeleciam e a a0ec !o do cUrebro Gprincipalmente do seu Semis0Urio central, dominanteH provocava perturba es irrevers4veis e condenava o doente # total invalide3. %as a doutrina da compleLa constru !o sistTmica dos processos ps4quicos superiores mostrou que cada 0orma compleLa de atividade ps4quica U reali3ada com o auL4lio de todo um sistema de 3onas cerebrais que trabalSam con1untamente e permitiu rever radicalmente essas teses. %ostrou que os sistemas 0uncionais, que se perturbam com qualquer a0ec !o local do cUrebro, podem ser reestruturados com base na cria !o de novos sistemas 0uncionais, baseados nas Oreas cerebraisd n!o-a0etadas. 8este modo, as 0un es perturbadas podem ser restabelecidas em novas bases. A teoria do restabelecimento das 0un es ps4quicas superiores Gperturbadas durante a0ec es locais do cUrebroH por meio de um restaurador especial da aprendi3agem, elaborada pela Psicologia, tornou-se um importante componente da medicina moderna. Por bltimo, cabe mencionar o bltimo campo de aplica !o prOtica da Psicologia: a >-#/0+01#) 60"&$-&. - promotor e o 1ui3 est!o constantemente diante de 0ormas compleLas de atividade ps4quica do Somem, dos seus motivos e tra os caracterol&gicos, da grada !o da percep !o e da mem&ria, das peculiaridades do seu pensamento. Por isto a considera !o das caracter4sticas psicol&gicas desses processos deve ser componente obrigat&rio da prepara !o e da atividade do pessoal de atividade 0orense. A Psicologia elaborou um en0oque cient40ico de duas importantes Oreas da prOtica 0orense: a anOlise dos depoimentos das
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testemunSas e o diagn&stico psicol&gico da coparticipa !o no crime. ?icou demonstrado que os depoimentos de testemunSas asseguram matUria autTntica apenas em certos limites e que o grau dessa autenticidade pode ser estabelecido mediante a aplica !o de uma investiga !o psicol&gico-eLperimental. Por outro lado, o crime cometido deiLa vest4gios n!o s& na situa !o eLterna como tambUm no pr&prio psiquismo do criminoso, da4 eListirem mUtodos psicol&gicos especiais pelos quais esses vest4gios podem ser descobertos. = natural que a incorpora !o da Psicologia # solu !o desses problemas permite dar uma contribui !o importante para a constru !o da causa 1udicial em bases cient40icas e constitui Orea importante da aplica !o prOtica da Psicologia. 8este modo, a Psicologia n!o U apenas uma Orea importante da ciTncia como tem campos amplamente rami0icados de aplica !o prOtica, 0ornecendo bases cient40icas para importantes campos da prOtica.
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II A "volu !o do Psiquismo
anterior vimos como a ciTncia moderna entende o ob1eto da Psicologia e que aplica es prOticas tem esse campo de atividade. Agora en0ocaremos um dos mais importantes problemas da evolu !o da atividade ps4quica. A 0"#1&2 '0 >-#=4#-20 A Psicologia prU-cient40ica, que se desenvolveu nos pri-m&rdios da 0iloso0ia idealista, considerava o psiquismo como uma das propriedades primOrias do Somem e a consciTncia como mani0esta !o direta da Xvida espiritualX. Por esta ra3!o nem se colocava o problema das ra43es naturais do psiquismo, de sua origem e dos graus de sua evolu !o. A 0iloso0ia dua-lista supunSa que a consciTncia era t!o eterna quanto a matUria, que aquela sempre eListia paralelamente a esta. )@
CAPN+,'-

A Psicologia cient40ica parte de teses inteiramente diversas e se prope a tare0a de encontrar uma resposta para o problema da origem do psiquismo, de descrever as condi es nas quais deve ter surgido essa 0orma altamente compleLa de vida. $abe-se que a condi !o 0undamental de surgimento da vida U o surgimento de compleLas molUculas albuminosas, que n!o podem eListir sem um constante metabolismo com o meio. Para sobreviver, elas devem assimilar do meio ambiente as substVncias que s!o ob1eto de alimenta !o e necessOrias para mantT-las vivas. Ao mesmo tempo, elas devem segregar para o ambiente eLterno os produtos da desintegra !o cu1a assimila !o pode perturbar-lSes a eListTncia normal. "sses dois processos P a assimila !o e a elimina !o P Integram o processo de metabolismo e s!o condi !o 0undamental de eListTncia dessas compleLas 0orma es albuminosas. = natural que essas molUculas albuminosas altamente compleLas G#s ve3es s!o cSamadas /0)/&"8)50-I possuam propriedades especiais, que respondem # a !o das substVncias bteis ou das condi es que contribuem para a assimila !o dessas substVncias, respondendo tambUm # in0luTncia nociva que lSes amea a a eListTncia. 8este modo, essas molUculas reagem positivamente tanto #s substVncias aliment4cias como a condi es como a lu3 e o calor, que tambUm contribuem para a assimila !o. (eagem negativamente aos e0eitos mecVnicos ou qu4micos super0ortes que lSes di0icultam a eListTncia normal. "las n!o reagem #s in0luTncias XneutrasX estranSas ao processo de metabolismo. CSama-se &;/#%)9#+#')'& a propriedade que tTm os coacerva4os de responder #s in0luTncias que integram o processo de metabolismo Gsem dar resposta #s in0luTncias eLteriores Xindi0erentesX H. "ssa propriedade 0undamental se mani0esta no processo de trans0orma !o da matUria inorgVnica em orgVnica. Funta-se a ela uma segunda propriedade: a possibilidade de conserva !o das propriedades altamente especiali3adas da eLcitabilidade diante das in0luTncias, transmitindo de gera !o a gera !o as respectivas modi0ica es das molUculas albuminosas. "ssa bltima propriedade parece relacionar-se com a modi0ica !o de algumas 0ra es dos aminoOcidos Gparticularmente do Ocido ribonuclUico, que constitui o 0unda30

mento molecular da vidaH e costuma ser considerada como importante processo que serve de base # 2&2."#) 9#0+.1#/). -s processos de eLcita !o diante de in0luTncias 9#.%#/)- de importVncia vital, a aquisi !o de 0ormas de eLcita !o altamente especiali3adas e sua conserva !o com a transmiss!o imediata #s gera es seguintes caracteri3am o estOgio de evolu !o da vida Sabitualmente denominado 8#') 8&1&%)%#8). "sses processos caracteri3am toda a vida, come ando pelas algas mais simples e terminando com as 0ormas compleLas de vida vegetativa. "les condicionam os cSamados Xmovimentos dos vegetaisX, que, em essTncia, s!o apenas 0ormas de uma intensa troca ou crescimento, dirigido pela eLcita !o em rela !o #s in0luTncias bi&ticas Gumidade, ilumina !o, etcH. ?enZmenos como o crescimento da rai3 do vegetal no sentido da pro0undidade do solo ou o crescimento irregular do tronco dependendo da ilumina !o ou a inclina !o dos vegetais no sentido dos raios solares constituem apenas o resultado do 0enZmenos da XeLcita !oX diante das in0luTncias bi&ticas Gn!o indi0erentes para a vidaH. ;O uma circunstVncia que U essencial para a vida vegetativa. - vegetal que responde com um intenso metabolismo #s in0luTncias bi&ticas $@0 "&)1& D- #$6+43$/#)- &;%&"#0"&-7 que integram o processo imediato do metabolismo. "le $@0 -& 0"#&$%) )%#8)2&$%& $0 2&#0 )29#&$%& e pode, por eLemplo, morrer por 0alta de lu3 ou umidade, mesmo que as 0ontes de lu3 e umidade este1am bem pr&Limas mas n!o tenSam e0eito imediato sobre ele. 8essa 0orma >)--#8) de vitalidade distinguem-se acen-tuadamente as 0ormas de eListTncia na etapa seguinte da evolu !o: o estOgio da 8#') )$#2)+. Cada organismo animal, a come ar pelos proto3oOrios, caracteri3a-se pelo 0ato de que 0 )$#2)+ "&)1& $@0 -. D- #$6+43$/#)- 9#.%#/)-7 =4& #$%&1")2 0 >"0/&--0 #2&'#)%0 '0 2&%)90+#-207 2)%)29<2 D- #$6+43$/#)- XneutrasX, $@0-9#.%#-/)-7 -& &-%)- )$4$/#)2 0 -4"1#2&$%0 '& #$6+43$/#)GXbi&ticasXH '& #2>0"%J$/#) 8#%)+. 7outros termos, os animais Gmesmo os proto3oOriosH -& 0"#&$%)2 )%#8)2&$%& $) /+)"#')'&7 procuram condi es de importVncia vital e reagem a todas as mudan as do meio, que s!o um sinal do surgimento dessas condi es. Wuanto mais intenso U o metabolismo, quanto maior U a necessidade de obter alimenta !o que o ser vivo simples sente, tanto mais ativos s!o os seus movimentos e J1

tanto mais vivi0icadas s!o as 0ormas em que se produ3 sua atividade de Xorienta !oX ou XprocuraX. "ssa capacidade de reagir aos instigadores Xabi&ticosX neutros sob a condi !o de que eles sinali3em para o surgimento de in0luTncias de importVncia vital, capacidade essa que surge no estOgio de transi !o para o mundo animal, U cSamada -&$-#9#+#')'&7 di0erentemente dos 0enZmenos da eL-citabilidade. = o surgimento da sensibilidade que pode servir de #$'5/#0 9#0+.1#/0 09:&%#80 do surgimento do psiquismo. V)"#)9#+#')'& '0 /02>0"%)2&$%0 '0- >"0#0*0F"#0A sensibilidade aos instigadores XneutrosX, se estes come am a dar sinais do surgimento de in0luTncias de importVncia vital, provoca mudan as radicais nas 0ormas de vida. - principal consiste em que o ser vivo come a a Xorientar-seX no meio ambiente, a reagir ativamente a cada mudan a que neste se processa, ou se1a, come a a adquirir 60"2)- '& /02>0"%)2&$%0 #$'#8#'4)+2&$%& 8)"#F8&#-7 que n!o eListiam no mundo vegetal. 7os primeiros per4odos a aquisi !o desse comportamento individualmente variOvel se processa com relativa lentid!o, mas apesar disto consegue-se observar o 0enZmeno atU em condi es de eLperimento. Citemos um eLperimento t4pico, reali3ado pelo pesquisador alem!o .ramstedt. $abe-se que os unicelulares, usados nesse eLperimento, s!o sens4veis ao calor GquU U para eles condi !o bi&tica de importVncia vital, indispensOvel ao metabolismoH mas s!o insens4veis # lu3. Por isto se os colocarmos numa cVmara igualmente aquecida, com uma parte clara e outra escura, eles se distribuem igualmente por toda a cVmara. $e, ao contrOrio, aquecermos uma parte da cVmara igualmente iluminada, eles se concentram no canto aquecido. %as se durante longo per4odo iluminarmos o canto aquecido e escurecermos o n!o-aquecido, a situa !o muda e os unicelulares se tornam sens4veis # lu3, que agora adquire para eles o signi0icado de sinal de eleva !o da temperatura e come am a concentrar-se no canto iluminado da cVmara, apesar ias.di0eren as de temperatura.
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= 0ato caracter4stico que essa sensibilidade # claridade se 0orma paulatinamente entre os unicelulares, podendo desaparecer inteiramente se durante longo per4odo a lu3 n!o 0or re0or ada pelo calor. "ssa mutabilidade individual do comportamento dos pro-to3oOrios pode ser provocada com base em suas "&)?G&- '&6&$-#8)-7 se mudarmos as condi es que provocam essas rea es. Pode servir de eLemplo o eLperimento do conSecido pesquisador polonTs "daard 8emboas_i. Colocados numa proveta arredondada com Ogua, os pro-to3oOrios 0a3em movimentos que lSes s!o caracter4sticos. Co-locados.em tubo idTntico porUm com uma se !o quadrangular, eles come am a baterse contra os vidros dessa proveta mas logo seus movimentos adquirem carOter modi0icado, que garantem o m4nimo de batidas contra as paredes do vaso. Por conseguinte, a tra1et&ria desses movimentos come a a re0letir a con0igura !o do vaso. A tra1et&ria por eles adquirida se mantUm inclusive quando eles s!o recolocados num vaso arredondado e passam algum tempo 0a3endo os mesmos movimentos pela tra1et&ria rZmbica. - processo de mutabilidade do comportamento-individual dos proto3oOrios, que os distingue acentuadamente dos vegetais, transcorre com relativa lentid!o e as mudan as que surgem desaparecem com a mesma lentid!o. %as essas mudan as s!o t!o importantes que as novas 0ormas de comportamento emergentes Gde adapta !o #s novas condi esH permitem reali3ar as respostas necessOrias de adapta !o #s novas condi es de modo muito mais rOpido do que se veri0icava em n4vel in0erior da escada evolutiva. "Lemplo t4pico desse processo encontramos no eLperimento do estudioso americano A. $mitS. ,m ciliado Gtipo de proto3oOrioH 0oi colocado num vaso estreito com se !o microsc&pica. A se !o era t!o pequena que para sair do tubo no sentido da a !o do agente bi&tico Ga lu3H o ciliado tinSa de virar-se, batendo contra as paredes do tubo. 7o come o do teste ele gastava de J a I minutos para virar-se. %as se esses eLperimentos eram repetidos vOrias ve3es durante 1C-1) Soras, o ciliado come ava a virar-se com rapide3 bem maior e no 0inal do teste gastava apenas 1-) segundos para virar-se. Assim, sob a in0luTncia das novas condi es, obtinSa-se uma nova XSabilidadeX, que 33

se processava com uma rapide3 1KC-)CC ve3es superior # rea !o inicial. Como vemos, a 0orma !o de um novo tipo de comportamento, que corresponde #s condi es mudadas, eLige dos proto3oOrios bastante tempo. = caracter4stico que, uma ve3 surgida, a mudan a do comportamento se mantUm entre eles durante per4odo bastante longo, sendo necessOrio muito tempo para desaparecer. Isto pode ser observado tanto entre os proto3oOrios uni-celulares como entre os pluricelulares de organi3a !o relativamente simples. - eLemplo, que mostra esse surgimento t!o lento e o desaparecimento igualmente lento da nova 0orma de comportamento, pode ser visto no eLperimento reali3ado inicialmente pelo pesquisador belga .lesson, posteriormente pelo pesquisador soviUtico A. 7. 'eZnt^ev Gc0. 'eZnt^ev, A. 7., "09+&2)- ') &80+4?@0 '0 >-#=4#-20I. Ainda n!o conSecemos os mecanismos biol&gicos dessa mani0esta !o de sensibilidade ao agente neutro inicial. = poss4vel que ela este1a relacionada com a mudan a paulatina das propriedades bioqu4micas do protoplasma. 7o entanto o 0ato da mani0esta !o, em vida, de novas 0ormas de rea !o indica o -4"1#2&$%0 '& 4"$) 24%)9#+#')'& #$'#8#'4)+ no comportamento dos proto3oOrios e dO 0undamento para 0alar-se do surgimento de um /02>0"%)2&$%0 autTntico, embora muito elementar, nessa 0ase da evolu !o. M&/)$#-20- '0 /02>0"%)2&$%0 '0- >"0%0*0F"#0A ciTncia ainda conSece muito pouco a respeito das condi es 04sico-qu4micas do comportamento dos proto3oOrios e das causas dos seus movimentos positivos ou negativos Gmovimento no sentido de uns ob1etos ou o movimento a partir de outros ob1etos, respectivamenteH. $abe-se que o protoplasma, que compe o corpo do animal proto3oOrio GunicelularH, U constitu4do de uma camada eLterior mais s&lida Gplasma-gelH e de uma camada interior mais l4quida Gplasma-solH. $abe-se tambUm que as camadas eLternas do protoplasma do unicelular s!o mais
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eLcitOveis do que as camadas internas, e cada a !o eLterna provoca intenso metabolismo, que se estende paulatinamente das camadas eLternas #s internas, eLtinguindo-se con0orme o tipo de.gradiente de eLcita !o paulatinamente decrescente. "sses gradientes de eLcita !o, ao que parece, servem de base aos movimentos do unicelular, que surgem t!o logo a in0luTncia eLterna provoca intenso metabolismo no ponto correspondente de sua super04cie ou quando os processos internos levam # necessidade de procurar ativamente as substVncias necessOrias para assegurar semelSante metabolismo. Alguns autores supem que in0luTncias adequadas de 0or a moderada provocam rea !o positiva do unicelular e levam a um movimento no sentido da respectiva in0luTncia, ao passo que in0luTncias inadequadas Gultra0ortes ou nocivasH provocam movimento negativo, dirigido a partir do ob1eto #$6+4&$%&. - 208#2&$%0 >0-#%#80 +&8) ) =4& 0 0,:&%0 que provoca irrita !o U inicialmente envolvido pelos 0iletes do protoplasma, que, entre os unicelulares mais simples GamebasH, U depositado no lugar de metabolismo mais intensivo e 0ecSa-se em torno desse ob1eto, inc4uindo-o na composi !o do corpo do unicelular. $e esse ob1eto U aliment4cio, ele U absorvido pelo corpo do unicelular, segregando-se para o meio o produto da desintegra !o. 7!o sendo alin4en-t4cio, ele U re1eitado para o meio ambiente pelo mesmo caminSo que 0oi apanSado. $eria, entretanto, incorreto supor que todos os movimentos dos unicelulares se processam por um esquema t!o simples. ,ma peculiaridade do comportamento dos unicelulares U o 0ato de que as in0luTncias que cSegam atU eles podem, elas mesmas, so0rer as mais compleLas modi0ica es. - pr&prio protoplasma do unicelular nunca se encontra em estado de tranq[ilidade, mas se caracteri3a por sistemas altamente di0erenciados e seletivos de eLcita !o, que mudam segundo o processo de metabolismo que nele se opera e leva ao surgimento de 0ormas dominantes de eLcita !o. Como mostraram os eLperimentos de ?ogler, a in0luTncia mecVnica de certa 0or a provoca apenas rea es relativamente 0racas do proto3oOrio, sendo que a eLcita !o pela lu3 pode n!o provocar nenSuma rea !o. %as se sobre o proto3oOrio agem simultaneamente a instiga !o mecVnica de determinada 0or a e a eLcita !o por lu3, esses dois est4mulos se somam e levam a intensivas rea es do proto3oOrio. JY

$abe-se que a capacidade de rea !o da ameba 0aminta U maior do que a mesma capacidade da ameba saciada, e ela cria elevada disposi !o de responder aos est4mulos positivos correspondentes ou #s instiga es que sinali3am o surgimento destes. Por bltimo, o unicelular pode Xacostumar-seX aos est4mulos correspondentes, redu3indo a resposta a eles na medida do seu prenuncio repetido e longo. -s mecanismos que servem de base a esse 0enZmeno ainda s!o pouco conSecidos e s& as observa es ultimamente 0eitas levam a pensar que o surgimento e a manuten !o desses est4mulos s!o o resultado de certas modi0ica es e do Ocido ribonuclUico, que U um dos componentes bOsicos do seu plasma. Cabe observar que o corpo dos proto3oOrios U relativamente SomogTneo e que o processo do metabolismo mais intensivo pode surgir nele no lugar da eLcita !o que surge imediatamente, 0ormando com isto o eLtremo XcerebralX provis&rio do seu corpo. -s unicelulares mais compleLos tTm estrutura incomparavelmente mais compleLa. 7eles podemos distinguir X&rg!osX permanentes em 0orma de Oreas sens4veis do protoplas-ma, que 0ormam, por eLemplo, os X0lagelosX das bactUrias. "sses X0lagelosX est!o em movimento permanente e s!o agentes das 0un es mais importantes de orienta !o no meio eLterior` U neles que surgem os gradientes de eLcita !o constante, que, espalSando-se pelo resto do corpo do unicelular, coloca-o em movimento. A rique3a de comportamento dos unicelulares U muito grande e ainda serO ob1eto de estudo especial, assim como os mecanismos que lSe servem de base. %asd o que 1O sabemos a seu respeito nos leva a pensar que, aqui, est!o lan adas as bases da compleLa atividade da orienta !o ativa no meio, que mais tarde constituir!o tra o important4ssimo da atividade ps4quica. O"#1&2 '0 -#-%&2) $&"80-0 & -4)- 60"2)- 2)#- -#2>+&-s processos descritos de irrita !o em 0ace das in0luTncias bi&ticas, de sensibilidade #s in0luTncias neutras que JI

anunciam o surgimento de in0luTncias de importVncia vital e de conserva !o elementar dos vest4gios s!o su0icientes para a conserva !o da vida dos animais unicelulares. %as eles se tornam insu0icientes com a transi !o aos plu-ricelulares. A transi !o para os multicelulares complica substancialmente as condi es de vida. A alimenta !o por meio da di0us!o direta de substVncias aliment4cias, que ocupou posi !o central no n4vel dos proto3oOrios, agora U substitu4da pelo consumo de comida discreta GconcentradaH` eleva-se o papel da orienta !o ativa no meio eLterno. +orna-se necessOrio assegurar movimentos bem mais di0erenciais e uma con-dutibilidade da eLcita !o bem mais rOpida do que aquela que se obteve por meio da di0us!o paulatina dos gradientes de eLcita !o no protoplasma dos unicelulares. = isto que leva a uma considerOvel complica !o da estrutura do corpo do pluricelular, # separa !o das cUlulas de uma recep !o especial de irrita es que cSegaram ao corpo do animal, e ao surgimento das primeiras cUlulas contrativas, agentes da 0un !o que nas etapas posteriores da evolu !o serO assumida pelas cUlulas musculares. Isto leva, por bltimo, a que nos lugares dos antigos gradientes de eLcita !o comecem a 0ormar-se passagens do protoplasma mais eLcitOvel e se constitua a 0orma mais elementar do -#-%&2) $&"80-07 quU entre esses animais tem o carOter de sistema nervoso di0uso e com 0orma de rede. +udo isto pode ser visto com nitide3 especial na estrutura dos pluricelulares relativamente simples, pertencentes # classe dos celenterados, por eLemplo, na estrutura do corpo da medusa, anTmona-do-mar e estrela-do-mar. "sse estOgio da evolu !o dos pluricelulares se caracteri3a pelo 0ato de que a condutibilidade da eLcita !o se acelera muitas ve3es gra as ao surgimento do sistema nervoso reti-cular. $e o processo da eLcita !o pelo protoplasma n!o vai alUm da velocidade de 1-) m4crons por segundo, com o surgimento do sistema nervoso mais simples GreticularH a velocidade do processo U igual a C,Ym por segundo Gobservemos que com a cont4nua evolu !o do sistema nervoso e a passagem para as etapas seguintes de sua complica !o, a velocidade do processo de eLcita !o aumenta ainda mais, cSegando nos sapos a JY metros por segundo e a 1)Y metros por segundo nos vertebrados superioresH.
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7o entanto as vantagens considerOveis, que surgem com o aparecimento do sistema nervoso di0uso primOrio Greticu-larH, tTm tambUm os seus limites. Como nas etapas da evolu !o 1O descritas, os animais com sistema nervoso reticular ainda n!o tTm &;%"&2#')'& /&"&9")+ >&"2)$&$%& que diri1a o seu comportamento. A eLcita !o se di0unde de maneira igual pelo sistema nervoso reticular em todo o corpo do animal, e o lugar da aplica !o da instiga !o eLterior se torna c ponto principal provis&rio. $& entre os celenterados mais compleLos, uma parte do corpo Gpor eLemplo, um raio da estrela-do-marH n!o di0ere pela estrutura de outras partes do corpo GraiosH, pode tornar-se dominante e assume a 0un !o de &rg!o mais ativo no movimento. $e amputarmos na estrela-do-mar esse raio XdominanteX, o papel de XdominanteX passarO para outro raio, disposto ao lado dele. = natural que essa 0alta de um &rg!o dominante permanente, capa3 n!o s& de receber mas tambUm de processar, codi0icar a in0orma !o recebida e criar programas de comportamento di0erenciado, limita substancialmente as possibilidades do comportamento nesse n4vel. "sses de0eitos s!o eliminados nas etapas posteriores da evolu !o, sobretudo com a transi !o para a vida terrena e com a 0orma !o de um sistema nervoso ganglionar de constru !o mais compleLa. O -#-%&2) $&"80-0 1)$1+#0$)" & 0 -4"1#2&$%0 '0- >"01")2)- '& /02>0"%)2&$%0 2)#- -#2>+&A transi !o para a vida em terra estO relacionada com uma considerOvel complica !o das condi es de vida. A di0us!o direta de substVncias aliment4cias do meio circundante torna-se imposs4vel, tornando-se incomparavelmente menor a quantidade de comida s&lida GdiscretaH pronta. "ssa alimenta !o encontra-se agora num meio acentuadamente SeterogTneo e a orienta !o necessOria para obtT-la se torna bem mais di04cil. +udo isso gera a necessidade de sucessiva complica !o do organismo dos animais, criando antes de tudo uma evolu !o posterior dos &rg!os compleLos de recep !o e movimentos e de 0orma !o de aparelSos compleLos e centrali3ados de processamento da in0orma !o e regulamento dos movimen38

tos. = a isto que corresponde a etapa seguinte da evolu !o do sistema nervoso, que leva ao surgimento do sistema nervoso &2 /)'&#) ou 1)$1+#0$)"7 que aparece pela primeira ve3 nos vermes e adquire a mOLima compleLidade nos invertebrados superiores, principalmente nos insetos. +anto o surgimento do sistema nervoso ganglionar como a 0orma !o do comportamento, que se processa com a a1uda dele, marca um salto de suma importVncia na evolu !o da atividade vital. 7os invertebrados mais simples GvermesH 1O se pode observar um princ4pio inteiramente novo de organi3a !o do -#-%&2) $&"80-0 &2 /02>)")?@0 /02 0 &-%F1#0 )$%&"#0". 7a eLtremidade 0rontal do verme, concentram-se 0ilamentos que terminam em receptores qu4micos e tOteis, distribu4dos de maneira especialmente densa. "sses aparelSos percebem mudan as qu4micas, tUrmicas e de lu3 que ocorrem no meio eLterior, bem como mudan as de umidade. -s sinais dessas mudan as passam pelos 0ilamentos e cSegam ao nbcleo 0rontal ou gVnglio, onde se concentram no primeiro XcentroX que surge pela primeira ve3 nessa 0ase da evolu !o. Aqui esses sinais s!o codi0icados, e os XprogramasX de comportamento que surgem em 0orma de impulsos motores se di0undem pela cadeia dos gVnglios nervosos` cada um desses gVnglios corresponde a um segmento particular do corpo do verme. -s impulsos que cSegam a esses gVnglios provocam movimentos correspondentes cu1a dire !o U programada e regulada pelo gVnglio 0rontal. Aqui surge um novo princ4pio: o da centraiidade do sistema nervoso, que se distingue acentuadamente do princ4pio da constru !o do sistema nervoso di0uso GreticuladoH. A eLtremidade da cabe a do verme, onde se concentra uma rede especialmente densa de Semo,mecano,-termo,-0oto e Si-dro-receptores, assume papel principal, ao passo que os gVnglios segmentares conservam apenas uma autonomia relativa. Isto U 0acilmente veri0icOvel se dividirmos ao meio o corpo do verme. 7este caso a parte dianteira se en0iarO no cS!o, conservando seus movimentos organi3ados, enquanto a parte traseira se limitarO a simples contor es, sem revelar nenSum ind4cio de movimento organi3ado. A complica !o da esrtutura do sistema nervoso no estOgio dos vermos permite observar entre eles tipos mais per0eitos Gse bem que ainda muito primitivosH Xde 0orma !o de noJ@

vos modelos de comportamento individualmente adquiridos. Isso foi demonstrado em seu tempo pelo 0amoso psic&logo americano (. %. 5er_es, que colocou minSocas num tubo em 0orma de +, labirinto eLtremamente simples. 7o eLtremo esquerdo do tubo a minSoca recebia cSoque elUtrico, que provocava rea !o de0ensiva. Com vOrias repeti es desse eLperimento, a minSoca podia adquirir a ddSabilidadeX de evitar o cSoque elUtrico e encaminSar-se para o lado '#"&#%0. A lentid!o com que se desenvolveu esse processo pode ser vista no seguinte: 0oram necessOrios mais de 1YC testes para que o comportamento da minSoca adquirisse carOter organi3ado e na grande maioria do testes ela come asse a encaminSar-se para a direita, evitando o cSoque elUtrico.
"0/&--0 '& M&$-#$)2&$%0M ') 2#$,0/) $0 +)9#"#$%0 &2 60"2) '& T T&-%&NM '& % 1-EC P E1-KC P K1-1)C P 1)1-1IC P 1I1-)CC P )C1-)EC P "0/&--0 '& M"&&$-#$)2&$%0M ') 2#$,0/) $0 +)9#"#$%0 &2 60"2) '& T
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P. P P

1@ @ E

E P M P 1MI-1KY M P 1KI-1@Y M P 1@I-)CY Y P )CI-)1Y J P )1I-))Y ) P (epetindo-se esse mesmo eLperimento ap&s uma longa pausa, a Xaprendi3agemX come a a a processar-se duas ve3es mais rOpido e depois de KC eLperimentos o nbmero de erros 1O U m4nimo. ?oi sintomOtico, ainda, que os eLperimentos de XreensinamentoX da minSoca Gnesses testes a minSoca 1O come ava a receber cSoque elUtrico da direita e n!o da esquerdaH se desenvolveram de modo consideravelmente mais lento e s& depois de )CC testes come ava a mani0estar-se algum e0eito do XreensinamentoX. 40

Isto mostra que o sistema nervoso ganglionar dos vermes permite adquirir n!o apenas novas 0ormas de comportamento como tambUm conservar as XSabilidadesX adquiridas, noutros termos, que a minSoca possui uma 0orma primitiva de 2&2."#). ,ltimamente tTm sido reali3ados eLperimentos que perf mitem que nos conven amos da possibilidade de transmiss!o dessa XSabilidadeX e demos alguns passos no sentido da elucida !o dos mecanismos bioqu4micos que servem de base # mem&ria elementar. 7esses eLperimentos, o pesquisador americano F. V. %c Connell XensinouX a um grupo de vermes o comportamento necessOrio num labirinto muito simples. 8epois disto, ele triturou os corpos desses vermes, 0e3 deles um eLtrato e com este alimentou outros vermes que nunca Saviam sido ensinados. Como mostrou o eLperimento, os vermes que absorveram esse eLtrato XassimilaramX simultaneamente as Sabilidades adquiridas pelo primeiro grupo de vermes. Ao serem colocados pela primeira ve3 no labirinto, eles cometeram imediatamente bem menos erros do que os vermes comuns n!oensinados. "sse 0ato levou %c Connell ! $upor que a aquisi !o de XSabilidadeX nessas etapas da evolu !o estO relacionada com pro0undas mudan as bioqu4micas do proto-plasma e que a XSabilidadeX adquirida pode ser XtransmitidaX por via Sumoral. A ciTncia n!o dispe de uma aprecia !o de0initiva e pela interpreta !o dos dados obtidos nesse eLperimento pode-se apenas supor que as mudan as, provocadas por semelSante Xaprendi3agemX, est!o relacionadas com a modi0ica !o do Ocido ribonuclUico GA(7H . Isto 0oi mostrado pelos eLperimentos nos quais os corpos dos vermes XensinadosX 0oram previamente depositados em solu !o de ribonuclease G0ermento que dissolve o A(7H . 8epois disto o eLtrato das partes posteriores do corpo dos vermes XensinadosX n!o provocou o e0eito necessOrio, ao passo que o eLtrato das partes anteriores dos vermes XensinadosX Gincluindo a substVncia de gVnglio 0rontalH continuou provocando od mesmo e0eito. "sses eLperimentos se re0erem tanto # importVncia do Ocido ribonuclUico para a conserva !o da XSabilidadeX como # importVncia que para a conserva !o da Xmem&riaX do verme tem o gVnglio 0rontal, cu1as cUlulas s!o imunss ao e0eito dis-.solvente do, ribonuclease. E1

AtU So1e se discute na ciTncia se esses eLperimentos se re0erem # Xtransmiss!o de in0orma !oX por via Sumoral ou apenas ao aumento geral da XeLcitabil4dadeX, veri0icado na assimila !o da substVncia dos corpos dos vermes ensinados, Apesar de n!o Saver uma resposta de0initiva a essa quest!o, os resultados dos eLperimentos mostram que nessa etapa da evolu !o U poss4vel a aquisi !o de uma XSabilidadeX estOvel e que todas as cUlulas do corpo do animal parecem participar da conserva !o dessa XSabilidadeX. S4"1#2&$%0 ')- 60"2)- /02>+&;)- '& >"01")2)?@0 ,&"&'#%F"#) '0 /02>0"%)2&$%0 OM#$-%#$%#80MI A evolu !o posterior do comportamento estO relacionada com o surgimento de aparelSos compleLo-di0erenciados de recep !o, que permitem assimilar uma in0orma !o altamente especiali3ada que vem do meio eLterior. "ssa evolu !o estO relacionada, ainda, com o desenvolvimento de programas sumamente compleLos, que permitem ao animal adaptar-se #s condi es compleLas porUm permanentes e estOveis do meio. +udo isso se torna poss4vel nas etapas posteriores da evolu !o do sistema nervoso ganglionar e se mani0esta com nitide3 especial nos articulados. As compleLas condi es de vida tornam necessOria a 0orma !o de &rg!os multi0ormes de sensibilidade, que permitam registrar as diversas in0luTncias do meio eLterior. Ve1amos isto no eLemplo da evolu !o dos 0otorreceptores. A princ4pio, as cUlulas sens4veis # lu3 estavam simplesmente concentradas na super04cie 0rontal do corpo, dando ao animal a possibilidade de assimilar o e0eito da lu3 mas n!o permitia locali3ar a 0onte da lu3 no espa o. 7a etapa seguinte da evolu !o, as cUlulas sens4veis # lu3 se concentravam em dois discos sens4veis # lu3, locali3ados nos dois lados da eLtremidade 0rontal do corpo. Isto permitia aos animais orientar-se a respeito da posi !o espacial da 0onte de lu3 e voltar o tronco para a direita ou a esquerda mas ainda n!o permitia distinguir as propriedades do ob1eto que agia sobre o organismo. $& na bltima etapa da evolu !o, os discos Sipersens4veis se arqueavam, adquirindo a 0orma de uma es0era va3ia. ,m pequeno ori04cio, que mais tarde 0oi preencSido pelo meio re0ra-tOrio Go cristalinoH, permitia a re0ra !o da lu3 cadente e o e0ei42

to de ob1eto luminoso se imprimia na camada sens4vel dessa es0era va3ia. $urgia o &rg!o do compleLo receptor 0otossens4vel P o olSo P, que pela primeira ve3 permitia n!o apenas reagir # eListTncia da lu3 como tambUm re0letir as propriedades do ob1eto agente. A estrutura do olSo, o mais importante &rg!o receptor de lu3, U di0erente em animais di0erentes. 7os insetos ela tem o carOter de XolSo de 0acetaX, constru4do, #s ve3es, de muitos milSares de cUlulas independentes. "ntre os vertebrados assume a 0orma do olSo bnico t!o 0amiliar entre n&s, que permite perceber o re0leLo do ob1eto e mudar a nitide3 do re0leLo por meiod de um sistema auto-regulOvel de aparelSo re0ratOrio. %as em todos os casos o surgimento de um &rg!o compleLo, que permite reconSecer # distVncia os ob1etos agentes, continua sendo uma das conquistas mais importantes da evolu !o. -s insetos possuem um grande nbmero de receptores altamente di0erenciados. A par com o compleLo X0otorrecep-tor Go olSoH, eles tTm receptores qu4mico-tOteis especiais Gsituados nas antenasH, receptores de sabor Gsituados na cavidade bucal, nas pernasH, que captam as m4nimas mudan as de sabor, receptores de vibra !o Gsituados nos t4mpanos das pernasH, que reagem #s mais 4n0imas vibra es ultra-sZnicas, #s ve3es atU a ICC.CCC vibra es por segundo. = poss4vel que eles ainda tenSam toda uma $Urie de &rg!os receptores por n&s desconSecidos, cu1a especiali3a !o 0oi por eles desenvolvida em um processo de milSes de gera es. As eLcita es, provocadas pelos e0eitos que atingem esses aparelSos receptores, di0undem-se pelos 0ilamentos nervosos e cSegam ao 1J$1+#0 6"0$%)+7 que U um prot&tipo do cUrebro e um aparelSo que rebne Gcodi0icaH os impulsos que cSegam atU ele e trans0erem esses impulsos para os sistemas ultracompleLos de programas congTnitos de comportamento, que servem de base aos movimentos de adapta !o dos insetos . - gVnglio 0rontal dos insetos superiores, das abelSas, por eLemplo, apresenta uma estrutura muito compleLa. = 0ormado por um acbmulo de cUlulas nervosas di0erenciadas, #s quais cSegam os impulsos dos receptores peri0Uricos. 7a parte 0rontal desse gVnglio se situam principalmente as cUlulas visuais, na parte mUdia, as cUlulas ol0ativas, na parte posterior, as cUlulas sens4veis da cavidade bucal. = caracter4sti43

co que a disposi !o dessas cUlulas tem carOter organi3ado. 7elas 1O se pode observar uma estrutura plana de Xv4deoX, que permite que as eLcita es provocadas se di0undam nas estruturas neurZni as do gVnglio 0rontal em 0orma organi3ada, assegurando com isto o re0leLo de determinadas in0luTncias estruturalmente organi3adas. Como 0oi estabelecido pelas bltimas pesquisas, U caracter4stico que 1O nessa 0ase da evolu !o 0a am parte da composi !o do gVnglio 0rontal os neurZnios altamente especiali3ados, que reagem aos m4nimos ind4cios particulares da in0orma !o que cSega ao organismo, dividindo-a em grande nbmero de elementos componentes e permitindo, posteriormente, reuni-los em estruturas integrais Gadiante 0alaremos da 0orma de 0uncionamento desses neurZniosH. +udo isso torna o gVnglio 0rontal dos insetos superiores um aparelSo central sumamente compleLo, que permite captar as mbltiplas in0luTncias do meio e codi0icar as in0luTncias captOveis em sistemas integrais. -s c&digos de eLcita es, que surgem em determinadas irrita es no gVnglio 0rontal dos insetos, s!o transmitidos na 0orma de programas compleLos de comportamento ao gVnglio torOLico situado abaiLo, onde surgem os impulsos dos compleLos movimentos de adapta !o do inseto, impulsos esses que lSe 0ormam o comportamento. -s compleL4ssimos programas de comportamento dos insetos representam um interesse t!o grande que eLigem anOlise especial e minuciosa. A peculiaridade dos programas sumamente compleLos, que representam uma parcela de absoluto predom4nio no comportamento dos insetos, consiste em que tais programas s!o /0$13$#%0- e %")$-2#--58&#- >0" ,&"&'#%)"#&')'&. "sses programas s!o produ3idos por milSes de gera es e transmitidos por Sereditariedade do mesmo modo que as peculiaridades da estrutura do corpo Gas 0ormas das asas, as caracter4sticas da tromba, a estrutura dos &rg!os receptores. "les est!o bem adaptados #s condi es de eListTncia dos insetosH. $!o inbmeros os eLemplos de programas congTnitos de comportamento, entre os insetos. ?req[entemente eles s!o de tal 0orma compleLos e racionais que alguns autores os consideraram eLemplo de comportamento racional. = sabido que a larva do gorgulSo da bUtula corta-lSe a 0olSa numa 0orma geomUtrica ideal, pr&Lima da estrutura
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ideal matematicamente calculada, para em seguida trans0ormO-la em canudo e utili3O-lo para metamor0osear-se em cri-sOlida. - mosquito deita as cUlulas sobre a super04cie da Ogua e nunca na terra, onde elas secam 0atalmente. A vespa es0ec4dea deita as cUlulas no corpo da lagarta para que as larvas que venSam a nascer n!o sintam 0alta de alimento. Para tanto ela 0ura previamente o gVnglio do tronco da lagarta de maneira a que esta n!o morra mas 0ique apenas sem movimento` isto ela 0a3 com admirOvel precis!o. 7!o U necessOrio 0alar dos programas congTnitos de comportamento da aranSa, que tece uma teia impressionante pela constru !o, ou dos programas congTnitos de comportamento da abelSa, que constr&i 0avos de 0orma economicamente ideal, encSe esses 0avos de mel e os lacra com cera t!o logo eles este1am su0icientemente cSeios. -s eLemplos citados de comportamento racional altamente compleLo, e muitos outros, s!o congTnitos, os insetos n!o precisam estudO-lo, nascem com essas 0ormas de comportamento assim como nascem com uma estrutura dos &rg!os dos sentidos impressionante pela racionalidade. +udo isso deu a muitos autores 0undamentos para 0alar da ")/#0$)+#')'& '0- #$-%#$%0- e aproLimO-los do /02>0"%)2&$%0 ")/#0$)+. $& ultimamente as pesquisas dos 3o&logos, particularmente da corrente denominada &%0+01#) Getos -P comportamentoH, deram certa clare3a # 0orma misteriosa do comportamento e mostraram que essa 0orma de atividade, que impressiona pela compleLidade e a aparente racionalidade, encobre mecanismos elementares. "ssas pesquisas mostraram que os /02>+&;5--#20- >"01")2)- '& /02>0"%)2&$%0 M#$-%#$%#80M -@0 1&")'0- '& 6)%0 >0" &-%524+0&+&2&$%)"&-7 =4& /0+0/)2 &2 )?@0 0- /#/+0- /0$13$#%0- '0- )%0- '& )')>%)?@0. Assim, o 9"#+,0 da Ogua leva o mosquito a deitar cUlulas na super04cie aquosa. Por isto basta substituir a Ogua por um espelSo brilSante para o mosquito come ar a depositar cUlulas em sua super04cie. - compleLo programa congTnito de atividade da aranSa, que ataca a mosca que se enreda na teia e a devora, U gerado de 0ato pela vibra !o da teia` se um diapas!o vibrante toca a tela, a aranSa se lan a contra ele assim como se lan a contra a mosca. -s mecanismos descritos permitem avan ar consideravelmente no sentido de melSorar a compreens!o dos processos que servem de base ao comportamento congTnito e EY

passar da simples descri !o # sua eLplica !o, mostrar o quanto o comportamento instintivo di0ere do comportamento racional. Citemos apenas um eLemplo, que mostra a compleLidade com que se desenvolve semelSante pesquisa e que interessantes s!o os resultados a que ela condu3. = sabido que algumas variedades de minSocas, ap&s se abastecerem de 0olSas para o inverno, arrastam-nas para os seus buracos pela eLtremidade 0ina. Isto se considerava mani0esta !o da Xatividade racionalX das minSocas, # qual 8ar-ain se re0eriu em sua Upoca, e levava a supor que a minSoca percebe a 0orma da 0olSa e XcalculaX por que eLtremidade U melSor arrastO-la para o buraco. "ssa Sip&tese mudou substancialmente depois que o pesquisador alem!o ;aneli reali3ou o seguinte eLperimento: cortou de uma 0olSa um peda o, reprodu3indo a 0orma dessa 0olSa mas com a ponta para baiLo. 7este caso a minSoca tentou arrastar a 0olSa para o buraco n!o pela ponta 0ina, mas pela grossa. A causa desse comportamento da minSoca tornou-se ob1eto da pesquisa de outro cientista P %anSoldt. "ste supZs que o comportamento da minSoca 0osse determinado n!o pela percep !o da 0orma mas por uma sensibilidade qu4mica bem mais elementar. Para veri0icar isto ele colocou diante da minSoca vOrios pau3inSos iguais, mas passou seiva da parte superior da 0olSa numa ponta dos pau3inSos, 0a3endo o mesmo na ponta de outros com seiva da base da 0olSa e, ainda, seiva da parte superior numa ponta e seiva de enLerto noutra. Como testes de controle, passou seiva da parte superior ou do enLerto da 0olSa numa ponta dos pau3inSos, passando gelatina neutra em outra. -s resultados do teste mostraram que, nesses casos, a 0req[Tncia com que a minSoca arrastava o pau3inSo para o buraco por uma ou outra ponta n!o era a mesma e que o 0ator principal que resolvia a quest!o era a di0eren a de distin !o qu4mica entre a parte superior e seu enLerto.
GaH GbH GagbH seiva da parte superior P bases da 0olSa GbH rela !o cia de uma ou ouparte superior da 0olSa GsH P enLerto GtH tra eLtremidade da parte superior da 0olSa GsH P gelatina GgH 0olSa enLerto GeH P gelatina GgH Y1:E@ IK:J) @J:M KE:1I de pre0erTn-da 0olSa GsH

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Assim, se uma ponta do pau3inSo estava untada com seiva da parte superior da 0olSa e a outra ponta com seiva da base, a minSoca n!o mani0estava qualquer pre0erTncia por essa ou aquela ponta. $e uma ponta estava untada com seiva da parte superior da 0olSa e a outra com seiva do enLerto, a minSoca pre0eria duas ve3es mais a ponta com seiva da parte superior. 7o teste de controle em que se passavah gelatina neutra numa ponta do pau3inSo, essa pre0erTncia pela seiva da parte superior da 0olSa 0oi ainda mais n4tida. 8este modo, a Sip&tese segundo a qual a minSoca reage # 0orma da 0olSa 0oi abandonada, mostrando-se que um sentido qu4mico bem mais simples desempenSa papel decisivo no processo dessa compleLa 0orma de atividade. +odas as observa es descritas permitiram que nos convencTssemos de que, apesar dos programas de comportamento congTnito muito compleLos que dominam nos invertebrados Gprincipalmente nos insetosH, eles podem ser acionados por sinais relativamente simples. "sses sinais, que acionam mecanismos congTnitos muito compleLos, re0letem as condi es ecol&gicas de vida do animal e s!o produtos de uma longa evolu !o. As condi es que pem em a !o os programas congTnitos de comportamento, mani0estaramse .com nitide3 especial na anOlise dos ind4cios a que reage o inseto Ga abelSa, por eLemploH, quando esta pousa seletivamente sobre essas ou aquelas espUcies de 0lores mel40eras. Veri0icou-se que esses ind4cios podem ser constitu4dos pela 0orma compleLa da 0lor e #s ve3es por seu colorido. Como mostraram em pesquisa o 0amoso 3o&logo alem!o ?riscS e posteriormente ;ert3 com seus eLperimentos, nos quais a abelSa era treinada para pousar em L4caras com solu !o de a bcar, cobertas por desenSos de di0erentes 0ormas geomUtricas, U com di0iculdade que a abelSa distingue 0ormas geomUtricas simples como o triVngulo e o quadrado, mas distingue 0acilmente 0ormas compleLas como a estrela pentagonal e SeLagonal ou 0iguras cruci0ormes, dispostas sob Vngulos diversos. Por bltimo, a abelSa distingue com a mesma 0acilidade o c4rculo simples e o cortado, n!o pousando sobre o primeiro e reagindo seletivamente ao segundo. "ssas pesquisas mostram que o 0ator que permite # abelSa distinguir as 0ormas correspondentes n!o U constitu447

do pela simplicidade geomUtrica destas mas por sua semelSan a com os instigadores naturais: a 0orma das 0lores. 8eram resultados anOlogos eLperimentos em que a abelSa distinguiu /0+0"#'0- di0erentes. "les mostraram que a abelSa distingue com di0iculdade as cores puras, distingue com muito mais 0acilidade as cores mistas GvermelSo-amare-lo, amarelo-verde, verde-a3ul, etcH, que reprodu3em o colorido de 0lores di0erentes. +udo isso mostra que o 0ator decisivo para a distin !o dos ind4cios que acionam os programas congTnitos GinstintivosH de comportamento s!o as condi es naturais de vida Gcondi es ecol&gicasH, que determinam eLatamente o ind4cio distinguido pelo animal. = muito poss4vel que essa elevada seletividade dos ind4cios a que reage o inseto este1a relacionada com o surgimento de neurZnios do gVnglio 0rontal altamente especiali3ados, que, no processo de evolu !o, adquiriram a capacidade de responder seletivamente aos est4mulos de importVncia vital como as cores mistas, o aspecto estrelOrio ou o corte das 0ormas, a disposi !o das 0ormas no espa o, etc. As pesquisas, reali3adas por 3o&logos e psic&logos, convenceram de mais uma important4ssima peculiaridade do comportamento congTnito XinstintivoX. Veri0icou-se que os programas congTnitos de comportamento XinstintivosX s!o racionais apenas em determinadas condi es rigorosamente padroni3adas, de acordo com as quais esses programas se 0ormaram no processo de evolu !o. %as basta mudar um pouco essas condi es para que os programas congTnitos deiLem de ser racionais e percam seu carOter XracionalX. "ssa tese pode ser ilustrada com dois eLemplos. $abe-se que uma espUcie de vespas 0ormou um comportamento muito XracionalX. Ao cSegar com a presa ao buraco onde a guada, ela deiLa a presa 1unto do buraco, entra nele e depois de encontrO-lo va3io sai, tra3 a presa para dentro e se retira. %as a quest!o muda substancialmente quando num eLperimento especial, aproveitando o momento em que a vespa 0a3 seu reconSecimento no buraco, pega-se a presa que estO na boca do buraco, a0astando-a alguns cent4metros. 7este caso, ao sair do buraco e n!o encontrar a presa no lugar anterior, a vespa torna a arrastO-la para a posi !o anterior e. .. volta a entrar no buraco que acaba de inspecionar. A
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vespa pode repetir esse comportamento muitas ve3es consecutivas, e sempre que a presa se desloca alguns cent4metros ela continua a repetir mecanicamente o reconSecimento do buraco, perdendo nessas condi es a sua racionalidade. -bserva es anOlogas 0oram 0eitas com abelSas. = sabido que a abelSa encSe os 0avos com mel e, ap&s depositar a quantidade su0iciente de mel, lacra os 0avos. %as se em condi es de um eLperimento especial corta-se todo o 0undo dos 0avos, derramando-se o mel neles depositados pela abelSa, esta continua a lacrar os 0avos va3ios durante o per4o$o 0iLado em seu programa instintivo. " aqui o comportamento, que 0ora racional em condi es padroni3adas e permanentes de vida, perde sua racionalidade quando essas condi es se modi0icam. +udo isso mostra que os programas congTnitos XinstintivosX de comportamento, predominantes na atividade dos insetos, s!o programas rotineiros, mecVnicos, conservando sua aparente XracionalidadeX apenas sob condi es padroni3adas permanentes segundo as quais eles 0oram adquiridos no processo da evolu !o. A racionalidade desse predom4nio de programas espec40icos de comportamento corresponde ao princ4pio biol&gico 0undamental de vida dos insetos. Via de regra, estes depositam um imenso nbmero de cUlulas, que se distingue por um grande eLcesso. i& um pequeno nbmero de vespas que nasce dessas cUlulas consegue sobreviver, mOs esse nbmero 1O U o su0iciente para a preserva !o da espUcie. Por isto, apesar de que grande nbmero de vespas morre quando as mudan as das condi es tornam os programas congTnitos inadequados, assim mesmo conserva-se a espUcie e os programas congTnitos de comportamento XinstintivoX s!o su0icientes para a preserva !o da espUcie. "sse tipo de adapta !o dos programas congTnitos de comportamento, com uma mutabilidade lenta e di04cil, U bio-logicamente racional sob as condi es de grande eLcesso de reprodu !o que se veri0ica no mundo dos insetos. 7o entanto ele se torna biologicamente insu0iciente para outro ramo da evolu !o P os vertebrados. "ntre estes n!o se veri0ica esse eLcesso de reprodu !o, criando-se condi es, que tornam racional outro tipo de comportamento: o comportamento individualmente mutOvelX no n4vel mais elevado. E@

O -#-%&2) $&"80-0 /&$%")+ & 0 /02>0"%)2&$%0 #$'#8#'4)+2&$%& 8)"#F8&+ '0- 8&"%&9")'0+udo o que sabemos acerca dos modos de vida e do comportamento dos vertebrados mostra que tanto as 0ormas de vida como as 0ormas de comportamento dessa espUcie obedecem a um princ4pio inteiramente distinto. $& os vertebrados in0eriores, que Sabitam o meio aquo-so, apresentam um eLcesso de reprodu !o t!o grande que os aproLima da classe dos insetos, pois sobrevive apenas um nbmero relativamente pequeno de indiv4duos que nascem de ovas 0ecundas. Por isto s& entre os peiLes a prevalTncia de 0ormas de comportamento pouco variOveis e Sereditariamen-te programadas U su0iciente para a preserva !o da espUcie. 8i0erente U o quadro que observamos com a passagem dos vertebrados # vida em terra. As condi es de alimenta !o se tornam mais compleLas, o meio mais mutOvel, aumentando in0initamente as necessidades de orienta !o nesse meio em constante mudan a. %uda simultaneamente tambUm o tipo de reprodu !o: cada indiv4duo reprodu3 apenas )-J e mais raramente Y-I semelSantes, e a sobrevivTncia dos indiv4duos isolados se torna uma condi !o para a preserva !o da espUcie. +udo isso cria uma necessidade biol&gica para que, paralelamente ao comportamento XinstintivoX Gou de espUcieH congTnito e pouco mutOvel, sur1a um novo comportamento #$'#8#'4)+2&$%& 8)"#F8&+. "ssa nova 0orma de comportamento eListe em embri!o nos vertebrados in0eriores mas nas 0ases posteriores da evolu !o come am a ocupar posi !o cada ve3 mais destacada para nos mam40eros superiores GmacacosH e, em seguida, no Somem, a0astar de0initivamente as 0ormas congTnitas GXinstintivasXH in0eriores de comportamento. A necessidade da complica !o das 0ormas de orienta !o na realidade ambiente e aquisi !o de novas possibilidades de orienta !o individual nas condi es mutOveis do meio e a cria !o de novas 0ormas individualmente mutOveis de adapta !o levam, no processo de evolu !o, # cria !o de &rg!os nervosos basicamente novos, que seriam capa3es n!o apenas de receber os sinais do meio e pZr em a !o os programas de comportamento XinstintivoX, transmiss4veis pors ` Sereditarieda-de, como tambUm de )$)+#-)" a in0orma !o recebida e 6&/,)" )- $08)- +#1)?G&-7 assegurando $08)- 60"2)- #$'#8#'4)+2&$%& YC

8)"#F8&#- '& /02>0"%)2&$%0. "sse &rg!o U o /<"&9"07 cu1a estrutura re0lete o longo caminSo percorrido pela evolu !o. A 0orma !o do cUrebro do animal obedece ao tipo de sUrie de n4veis ou camadas sobrepostas umas #s outras. -s n4veis in0eriores, situados no tronco cerebral, garantem os processos de regulagem do estado interno do organismo P metabolismo GSip&0iseH, respira !o e circula !o sang[4nea GtroncoH e respostas re0leLas aos instigadores elementares quU do meio eLterior cSegam ao animal Gcorpo qua-drigTmeoH. "sses &rg!os, constru4dos segundo o tipo de con1untos nervoso-secret&rios ou de nbcleos nervosos GgVngliosH, predominam entre os vertebrados in0eriores e permitem-lSes reali3ar programas congTnitos mais elementares de atividade adaptadora, que por pouca coisa di0erem dos tipos de atividade intensiva acima descritos. "Lemplo t4pico dessa constru !o de cUrebro U o cUrebro da r!, que U constitu4do de 0orma es do tronco superior com um corpo quadrigTmeo poderosamente desenvolvido e estruturas mais elevadas apenas esbo adas, assegurando acima de tudo o cumprimento dos programas XinstintivosX e pouco mutOveis de comportamento que se 0ormaram no processo da evolu !o. "sses programas de comportamento apresentam estrutura semelSante # acima descrita. Ao perceber uma mosca, a r! salta de mand4bulas abertas e a apanSa com sua l4ngua viscosa. "sse comportamento compleLo U determinado por um est4mulo relativamente elementar P uma /#$%#-#)?J0 visualmente percept4vel P, n!o sendo, absolutamente, resposta a um sinal previamente analisado. Isto pode ser 0acilmente visto se pendurarmos uma pequena nesga de papel num 0io de cabelo e a pusermos em movimento torcendo esse 0io. 7este caso a cintila 14o aciona os programas congTnitos de comportamento e a r! se lan a automaticamente contra o papel cintilante como o 0a3 contra a mosca. $obre o &rg!o do tronco constituem-se 0orma es mais elevadas, que incluem inicialmente o sistema talVmico-estria-do Gregies subcorticaisH e o c&rteL primitivo Gol0ativoH, incluindo posteriormente, nos vertebrados superiores, 0orma es de uma nova camada de grandes Semis0Urios, que se desenvolvem cada ve3 mais e aos poucos v!o come ando a dominar inteiramente as 0orma es de n4vel in0erior. Y1

-s &rg!os do sistema talVmico-estriado, que come am a predominar nos rUpteis e nas aves e, posteriormente, os &rg!os da camada antiga, asseguram 0ormas de comportamento individual mais plOsticas do que as 0ormas que se observavam nos vertebrados in0eriores. %as essas 0ormas de comportamento, que 1O adquirem tra os de variedade individual, a]nda est!o estreitamente vinculadas a 0ormas congTnitas mais elementares de comportamento e apresentam tra os dos tipos de atividade adaptadora que s!o congTnitas no animal e re0letem as peculiaridades da sua ecologia Gi. e., das 0ormas biol&gicas estOveis de sua eListTnciaH. ,ma anOlise atenta mostra que esses programas congTnitos de comportamento, #s ve3es muito compleLos, podem ser gerados por est4mulos relativamente simples, que re0letem as 0ormas de vida do animal. Como mostraram as observa es de diversos autores, entre elas as do 0isiologista soviUtico A. 8. $lZnim, os compleLos movimentos de suc !o do animal recUm-nascido s!o e0etivamente provocados por di0erentes sinais que re0letem as condi es biol&gicas de sua vida: os movimentos de suc !o do 0ilSote de c!o s!o provocados pela macie3 do pTlo Gind4cio principal da 0Tmea lactanteH` no cordeiro, esses movimentos s!o provocados pelo escurecimento da teta Gque re0lete o 0ato biol&gico de que o cordeiro que come a a mamar aproLima-se da ovelSa e mama sacudindo a cabe aH. "sse mesmo condicionamento ecol&gico das rea es seletivas caracteri3a muitos animais e depende mais do seu modo de vida do que da classe 3ool&gica a que eles pertencem. Assim, o pato domUstico Gque se alimenta de comidas vegetaisH U indi0erente aos cSeiros de podre mas tem o: ol0ato apurado para os cSeiros de vetegais, ao passo que o esmeri-lS!o, que se alimenta de carni a, tem o ol0ato apurado para os cSeiros de podre mas U indi0erente aos cSeiros de vegetais. = sintomOtico que as peculiaridades ecol&gicas se re0letem tambUm em 0ormas mais compleLas de comportamento animal. = 0ato bem conSecido que o c!o come a a salivar Y)

ao ver uma ave. 7o entanto, o que U menos conSecido, a raposa que se prepara para obter alimento-so0re inibi !o ao vT-lo e retUm a saliva. +odos esses eLemplos mostram que as 0ormas compleLas de comportamento natural, reali3ado pelos &rg!os das Oreas mais elevadas do cUrebro, mantTm a mais estreita liga !o com os programas congTnitos de comportamento, que se 0ormam no processo da evolu !o sob a in0luTncia das condi es de eListTncia GecologiaH dos animais. $obre os &rg!os que acabamos de descrever, edi0icam-se os &rg!os do n4vel seguinte e mais elevado do sistema nervoso dos grandes Semis0Urios, particularmente do novo c&rteL cerebral cu1o peso, como mostram os dados que abaiLo citamos, come am a ocupar posi !o cada ve3 maior em rela !o ao peso do corpo. baleia le!o c!o macaco Somem 1g1C.CCC 1gYEC 1g)YC 1g1CC 1gEC -s grandes Semis0Urios cerebrais come am a adquirir n!o apenas um grande peso relativo no processo da evolu !o dos vertebrados superiores como ainda assumem grande importVncia. $e nos mam40eros in0eriores o c&rteL ainda n!o tem papel dominante e a regula !o dos processos de comportamento pode ser reali3ada com TLito mesmo que o c&rteL se1a destru4do, 1O nos mam40eros superiores ele adquire importVncia de maior peso e os processos de comportamento, por mais insigni0icante que se1a a sua compleLidade, 1O n!o podem ser reali3ados com a destrui !o do c&rteL. -s 0atos que sugerem uma grande dependTncia das 0un es em rela !o ao c&rteL cerebral, em outros termos, que sugerem uma 8&"%#/)+#*)?@0 >"01"&--#8) ')- :4$?G&- podem ser vistos nos resultados das observa es do pesquisador alem!o $cSa0er, que mostram que processos de percep !o e que movimentos podem permanecer em di0erentes etapas da evolu !o dos mam40eros depois da eLtin !o do c&rteL. Colocamos num quadro sin&ptico os resultados das observa es. 53

In0luTncia da eLtirpa !o do c&rteL cerebral sobre os processos visuais e motores nas 0ases sucessivas da evolu !o Gsegundo $cSa0erH
P4$?G&- 8#-4)#P4$?G&- 20%0")A )8&7 depois da eLtirpa !o do A )8&7 depois da eLtirpa !o do c&rteL dos grandes Semis0Urios,continua a voar` c&rteL dos grandes Semis0Urios, mantendo os seus movimentos. Continua a ver, a pousar no luGar marcado O rato, depois da eLtirpa !o do O 1)%07 depois da eLtirpa !o das Oreas correspondentes dos grandes Semisc&rteL dos Semis0Urios, n!o dis- 0Urios,recupera seus movimentos algumas Soras depois. +ingue os 0ormas e s& reage # lu3. O 2)/)/0 0ica cego ap&s a eLtir- O /@07 )E Soras ap&s a eLtirpa !o das Oreas correspondentes do c&rteL dos pa !o das ares correspondentes grandes Semis0Urios, pode manter-se em pU mas se desorgani3am os seus movimen dos grandes Semis0Urios, tos independentes. O 2)/)/07 ap&s a eLtirpa !o das Oreas correspondentes dos grandes Semis0Urios, pode manter-se em pU somente a1udado.

+udo isso mostra que os grandes Semis0Urios n!o apenas come am a ocupar posi !o de grande destaque em rela !o ao restante do cUrebro como ainda desempenSam papel dominante na regula !o da 0ormas compleLas de comportamento animal. A 0un !o principal dos grandes Semis0Urios e do seu componente 0undamental P o c&rteL cerebral P consiste em que este U um &rg!o que n!o s& recebe os sinais e pe em a !o os programas alicer ados de comportamento da espUcie como ainda permite )$)+#-)" ) #$60"2)?@0 "&/&9#') '0 2&#0 &;%&"#0"7 0"#&$%)"--& $)- -4)- 24')$?)-7 6&/,)" $08)- +#1)?G&- & 60"2)" $080- >"01")2)- '& /02>0"%)2&$%0 #$'#8#'4)+2&$%& 8)"#F8&#-7 /0""&->0$'&$%&- ) &--)- 24')$?)-. A essa nova tare0a corresponde a estrutura do c&rteL dos grandes Semis0Urios cerebrais, cu1a massa U constitu4da de um imenso nbmero de cUlulas GneurZniosH nervosas isoladas, distribu4das em seis camadas principais` a quarta destas YE

U o ponto onde terminam os tecidos que levam a irrita !o dos &rg!os, dos sentidos e das super04cies receptoras do corpo e onde as irrita es se trans0erem para outros neurZnios. A quinta camada U o lugar de onde os impulsos motores se dirigem aos mbsculos e, 0inalmente, o bltimo grupo de camadas Ga segunda e a terceiraH concentra um imenso nbmero de neurZnios, que reelaboram Grecodi0icamH os impulsos que cSegam ao c&rteL cerebral e 0ecSam novas liga es, que asseguram a 0orma !o de novos programas de comportamento individualmente variOveis Gno IV cap4tulo 0aremos uma descri !o minuciosa da estrutura do c&rteL dos grandes Semis0Urios, incluindo a4 as camadas restantesH . - tra o caracter4stico do c&rteL dos grandes Semis0Urios consiste em que as suas diversas regies est!o ocupadas com a pro1e !o dos di0erentes &rg!os dos sentidos Gtato, vis!o, ol0ato, audi !o e sensibilidade neuromuscularH. - princ4pio ecol&gico de constru !o e 0uncionamento do aparelSo nervoso central se mani0esta tambUm aqui, e quanto maior U a importVncia desse ou daquele tipo de sensibilidade na vida do animal, tanto mais importante U o seu lugar no c&rteL cerebral. 8este modo, no c&rteL cerebral do ouri o Geste animal se orienta predominantemente pelo ol0atoH as regies ol0ativas do cUrebro ocupam quase um ter o dos Semis0Urios, ao passo que no Somem as regies ol0ativas do cUrebro s!o acentuadamente redu3idas. 7o macaco, a orienta !o no mundo eLterior U altamente relevante porque as Oreas visuais do c&rteL ocupam posi !o de grande destaque, ao passo que no c!o Ganimal predominantemente ol0ativoH as Oreas dos grandes Semis0Urios ocupam posi !o bem in0erior. - mesmo podemos di3er da posi !o relativa que ocupam no c&rteL cerebral as pro1e es dos &rg!os do corpo. Isto 0icou evidenciado nos eLperimentos do 0isiologista inglTs Adrian, que estabeleceu por um mUtodo eletro 0isiol&gico especial que o territ&rio ocupado pela pro1e !o da anca no cUrebro do porco U muito pequeno, ao passo que a pro1e !o do X0ocinSoX do porco Gque U para este o mais importante &rg!o do tato, do 0aro, etc.H ocupa um territ&rio imenso, desproporcional ao seu tamanSo. = uma peculiaridade que a pro1e !o dos lObios da ovelSa P principal &rg!o de orienta !o desse animal P ocupa idTntica posi !o desproporcional nos grandes YY

Semis0Urios desse mam40ero. +udo isso mostra que o c&rteL dos grandes Semis0Urios do cUrebro, que se desenvolve de maneira potente nas etapas tardias da evolu !o dos vertebrados superiores, 0orma-se sob a a !o direta das condi es ecol&gicas e U 1ustamente esse 0ator que o converte em &rg!o principal, que assegura as 0ormas mais compleLas de anOlise e s4ntese da in0orma !o recebida do meio eLterior, bem como em &rg!o 0undamental de regula !o do comportamento individualmente variOvel. M&/)$#-20- '0 /02>0"%)2&$%0 #$'#8#'4)+2&$%& 8)"#F8&+ $e os mecanismos dos programas instintivos de comportamento se redu3issem a que um est4mulo qualquer, surgido no processo de evolu !o de uma espUcie, acionasse programas compleLos de comportamento, gerados no processo da evolu !o, ent!o seria bem mais compleLo o mecanismo do comportamento individualmente variOvel, que se reali3a atravUs do c&rteL cerebral. "ste se redu3 a que, como resultado de uma ativa orienta !o do animal nas condi es do meio, o est4mulo que tenSa sido de importVncia essencial e dT o sinal do surgimento de condi es de signi0icado vital Galimento, perigoH come a a distinguir-se do meio ambiente e leva ao 0ecSamento de liga es e ao surgimento de novos programas de comportamento, por meio dos quais o animal atinge o 0im necessOrio ou evita o perigo que o amea a. -s mecanismos 0isiol&gicos, que levam ao surgimento de novas 0ormas de comportamento individualmente variOveis, 0oram estudados em pormenores na escola de POvlov e constituem a essTncia da doutrina ')- +#1)?G&- %&2>0"F"#)- & '0- "&6+&;0- /0$'#/#0$)'0-. = de interesse, entretanto, a descri !o das condi es sob as quais surgem novas 0ormas individualmente modi0icadas de comportamento adaptador do animal e as etapas pelas quais eles passam em sua 0orma !o. As condi es e etapas do surgimento de novas 0ormas de comportamento individualmente variOveis 0oram estudadas minuciosamente por um grande nbmero de pesquisadores, mas en0ati3ou-se a aten !o na maneira como o animal atinge o 0im necessOrio e os meios pelos quais ele adquire novas modalidades de comportamento. YI

Para resolver tais problemas, os estudiosos aplicaram mUtodos que receberam a denomina !o de Xaquisi !o de SabilidadesX ou Xre0leLos condicionados instrumentais ou operativosX. Com essa 0inalidade colocou-se o animal numa cUlula especial Ga cSamada caiLa problemOticaH, separando-o do est4mulo Ga comidaH por um obstOculo Gpor eLemplo, uma porta 0ecSada a 0errolSoH. - animal dedvia mover um pedal ou puLar o 0errolSo com a pata e ent!o a porta se abria e o ob1etivo era atingido. -utro mUtodo de estudo do modo de surgimento de novas 0ormas individualmente variOveis de comportamento consistia no seguinte: colocava-se o animal num complicado labirinto, em cu1o eLtremo Savia um est4mulo Gob1etivoH. - pesquisador observava como o animal superava paulatinamente os caminSos errados, encontrando o caminSo certo para cSegar ao ob1etivo. A di0eren a essencial entre os eLperimentos de 0orma !o de compleLas Sabilidades ou Xre0leLos condicionados instrumentaisX e o mUtodo dos Xre0leLos condicionados clOssicosX, aplicado por POvlov, consistia em que o TLito ou o 0racasso do animal dependia do seu '&-&2>&$,0 )%#807 noutros termos, do carOter das tentativas que ele empreendia. "mbora o mUtodo de estudo da aquisi !o de novas 0ormas individualmente variOveis de comportamento do animal perdesse em precis!o 0isiol&gica em rela !o ao mUtodo dos Xre0leLos condicionados clOssicosX, sem dar as possibilidades de estudo 0isiol&gico dos processos nervosos Gsua irradia !o e concentra !o e indu !o mbtuaH que dava o mUtodo de POvlov, aquele mUtodo ganSava no estudo dos modos concretos de comportamento que o animal aplicava para resolver as tare0as que se lSe colocavam e assim permitia acompanSar as etapas 0undamentais de 0orma !o de novos atos adaptadores, condi3entes com as novas condi es. - processo de aquisi !o de novas 0ormas individualmente variOveis de comportamento, que levam # solu !o das tare0as colocadas diante do animal, era eLplicado de modo di0erente por diversas pesquisas. ,ns eLplicavam esse processo a partir de posi es mecanicistas GpartilSavam essas posi es os insignes pesquisadores americanos +Sorndi_e, \atson e muitos representantes do beSaviorismo americanoH, considerando que as novas 0ormas de comportamento, que levam o animal a atingir o ob1etivo, surgem no processo de testes e erros desordenados. 7esse processo de testes um dos movimentos do animal leYM

vava casualmente # abertura da porta e o animal recebia a comida. Posteriormente, o re0or o pelo TLito desses movimentos casualmente surgidos e sua constante repeti !o levaram a que os movimentos inadequados 0ossem eLtintos, re0or adores os bem-sucedidos. "ssa eLplica !o do processo de aquisi !o de novas 0ormas de comportamento por meio do re0or o de movimentos bem-sucedidos casualmente surgidos eLplicava bem o re0or o dessas 0ormas mas deiLava # margem da anOlise o pr&prio processo de seu surgimento. -utro grupo dj autores mantinSa outras posi es, ao tentarem eLaminar as regras pelas quais se 0ormavam as buscas da solu !o pelo animal e que levavam ao surgimento de procedimentos bemsucedidos de solu !o das tare0as colocadas diante do animal. "sse grupo de pesquisadores Gao qual pertenciam os psic&logos americanos ". +olman, 8. :recS, o 0isiologista soviUtico V. P. Protop&pov e outrosH partia da tese segundo a qual os movimentos que o animal empreende tentando resolver a tare0a n!o tTm carOter ca&tico e casual mas surgem no >"0/&--0 '& 42 )%#80 '&-&2>&$,0 '& 0"#&$%)?@0. 7esse desempenSo o animal tenta atingir o ob1etivo, analisa a situa !o, escolSe a dire !o dos movimentos que corresponde # posi !o do ob1etivo. "ssa situa !o da Xtare0aX Gque esses psic&logos entendem como ob1etivo dado em determinadas condi esH ou como situa !o Xest4mulo-obstOculoX leva a que as tentativas do animal, dirigidas pelo ob1etivo, restringem-se paulatinamente e o animal vai cSegando pouco a pouco ao ponto em que surgem nele as necessOrias rea es motoras adequadas ao ob1etivo, que s!o posteriormente re0or adas. A vantagem dessa teoria consiste em que ela tenta eLplicar o surgimento das necessOrias 0ormas de solu !o da tare0a ou surgimento da XSabilidadeX a partir de uma anOlise motora da situa !o, abandonando a Sip&tese de que os movimentos necessOrios surgem Xpor acasoX. VOrias observa es, reali3adas por pesquisadores americanos, con0irmaram o 0ato de que, #s ve3es, os programas bastante compleLos de comportamento do animal que tenta atingir os ob1etivos n!o s!o adquiridos por acaso mas se 0ormam no processo de uma orienta !o ativa nas novas condi es e s!o dirigidos por essa orienta !o na situa !o e por sua anOlise. YK

,m desses 0atos 0oi estabelecido numa anOlise minuciosa da maneira pela qual o animal Go ratoH adquire a Sabilidade de encontrar o caminSo certo nas condi es de um labirinto compleLo. Como mostrou o pesquisador americano 8asSnul, os testes 0eitos pelo animal colocado em labirinto n!o s!o casuais, via de regra v!o sempre em dire !o ao ob1etivo` por isto, o animal que ao menos uma ve3 tenSa se orientado no labirinto, cria um -#-%&2) 1&")+ '& '#"&?@0 no qual ele corre e entra nos becos sem sa4da do labirinto, situados na dire !o do caminSo dado, com muito mais 0req[Tncia do que nos becos sem sa4da do labirinto, situados na dire !o oposta ao esquema do movimento. 8este modo, pode-se ver claramente que os movimentos do animal no labirinto n!o tTm carOter casual mas s!o subordinados a uma dire !o que o pesquisador americano CricS caracteri3ou como surgimento de uma XSip&tese motoraX, que orienta o sentido geral das tentativas dos ratos que adquirem XSabilidadeX no labirinto. -s testes com a cSamada Xaprendi3agem latenteX con0irmam o 0ato de que as tentativas que o animal empreende no processo de aquisi !o de novos programas de comportamento n!o s!o casuais mas constituem o resultado da orienta !o ativa do animal nas condi es do meio. 7esses testes de Xaprendi3agem latenteX, compara-se a rapide3 da aquisi !o da Sabilidade nos animais, que s!o imediatamente colocados no labirinto para percorrT-lo, com a rapide3 dos animais do segundo grupo, aos quais se permite simplesmente correr pelo labirinto, dandoselSes a possibilidade de se orientarem previamente nas condi es do labirinto. Como mostraram esses testes reali3ados por pesquisadores americanos, o segundo grupo de animais adquiria a Sabilidade bem mais rapidamente do que o primeiro. ?oi caracter4stico o 0ato de que a aquisi !o da Sabilidade e0iciente era especialmente signi0icativa quando se permitia ao animal orientar-se )%#8)2&$%& nas condi es do labirinto. "sse eLperimento 0oi reali3ado pelo pesquisador americano ;ald, que permitiu ao animal movimentar-se ativamente pela caiLa problema, enquanto outro animal observava passivaY@

mente essa caiLa do carrinSo que Savia levado o primeiro animal. +ambUm neste caso o primeiro animal, que se orientara ativamente na situa !o, adquiriu a Sabilidade motora com rapide3 bem maior do que o segundo. "sse 0ato mostra o papel desempenSado na aquisi !o do novo programa de a !o pela orienta !o prUvia do animal nas condi es do teste. - compleLo carOter dinVmico da Sabilidade motora adquirida, que n!o U mera 0inalidade dos movimentos mecanicamente adquiridos, U con0irmado, 0inalmente, por uma sUrie especial de testes, que mostram que essa XSabilidadeX readquirida pode conservar-se inclusive nos casos em que um con1unto inteiramente novo de movimentos se 0a3 necessOrio para /0+0/F-+) &2 >"F%#/). ,ma dessas pesquisas 0oi reali3ada pelo pesquisador americano ;unter, em cu1o teste o rato adquiriu a Sabilidade de encontrar o caminSo necessOrio no labirinto. 8epois que essa Sabilidade 0oi adquirida, uma parte do labirinto 0oi eLclu4da, colocando-se em seu lugar uma bacia com Ogua. 7este caso o rato devia )%")8&--)" a bacia a nado, i. e., 0a3endo movimentos inteiramente novos` mas com isto n!o perdeu a Sabilidade adquirida. ?atos anOlogos 0oram registrados por outros meios por 'asSle^. Ap&s 0ormar no rato a Sabilidade de encontrar os caminSos no labirinto, destruiu-lSe em seguida o cerebelo. Como resultado dessa opera !o, o rato perdeu o equil4brio e todos os movimentos anteriores se desorgani3aram. %ovendo-se, porUm, por cambaleios Gi. e., por meio de movimentos inteiramente novosH, o rato acabou se colocando no rumo certo e atingindo o ob1etivo. +udo isso mostra que os programas motores, adquiridos em condi es de tare0as especiais, n!o s!o, em Sip&tese alguma, um 0im mecVnico dos re0leLos` s!o, antes, &-=4&2)- '#$J2#/0- /02>+&;0-7 que se 0ormam no animal no processo de sua atividade orientada. k. F IC

8ois tra os s!o caracter4sticos da aquisi !o dessas novas 0ormas de atividade adaptadora entre os vertebrados. ,m deles consiste em que o processo de orienta !o ou busca U inseparOvel dos movimentos ativos e o descobrimento da solu !o necessOria n!o antecede a eLecu !o do programa motor mas se 0orma no processo dos testes motores. - segundo tra o caracter4stico consiste em que o carOter dos atos de orienta !o do animal e o carOter das novas 0ormas adquiridas de comportamento dependem ao mOLimo das 0ormas naturais de comportamento, que se constitu4ram em estreito contato com a peculiaridade da vida Gcom a ecologiaH do animal. 7os Serb4voros, principalmente nos animais que ingerem alimenta !o pronta Gpor eLemplo a galinSa, a ovelSa, a vacaH, a atividade dirigida tem carOter passivo, limitado, os programas naturais de comportamento predominam e a aquisi !o de novas 0omas de comportamento individualmente variOveis U um processo lento. -corre o.contrOrio com os carn4voros, que em condi es naturais s!o obrigados a procurar a comida, a ca ar a presa Gas aves de rapina, a raposaH` nestes a atividade dirigida se processa na 0orma de buscas ativas, sendo bem mais rOpida a aquisi !o de novas 0ormas de comportamento, que correspondem a uma situa !o variOvel. = um dado essencial o 0ato de que o carOter das 0ormas adquiridas de um novo comportamento individualmente variOvel conserva nesses animais uma estreita liga !o com as suas 0ormas congTnitas GXinstintivasXH de atividade ou Xre0leLos naturaisX. 8este modo, o le!o-marinSo, no qual o mergulSo e a persegui !o # presa 0a3em parte dos programas congTnitos de comportamento, aprende com especial 0acilidade a 0a3er malabarismos com a bola ou agarrO-la. - guaLinim ou o urso, que se erguem 0req[entemente sobre as patas traseiras, deiLando livres as dianteiras, podem aprender 0acilmente a eLecutar movimentos que imitam uma Xlavagem de roupaX, etc. "ssa estreit4ssima liga !o dos programas congTnitos de comportamento Gou Xre0leLos naturaisXH com a aquisi !o de novas 0ormas de atividade individualmente variOveis continua sendo caracter4stica do comportamento dos vertebrados superiores em dada etapa da evolu !o. I1

O /02>0"%)2&$%0 M#$%&+&/%4)+M '0- )$#2)#A descri !o da 0orma de surgimento do comportamento individualmente variOvel n!o representa o limite supremo da evolu !o do comportamento no mundo animal. 7os vertebrados, que se encontram no topo da escada da evolu !o, particularmente os primatas, surgem novas 0ormas de comportamento individualmente variOvel, que, com pleno 0undamento, podemos denominar comportamento XintelectualX. A peculiaridade do comportamento XintelectualX dos animais consiste em que o processo de orienta !o nas condi es da tare0a n!o ocorre nas condi es dos testes motores mas come a a )$%&/&'3-+0-7 distinguindo-se como 0orma especial de )%#8#')'& >"<8#) '& 0"#&$%)?@0. 7o processo dessa atividade come a a 0ormar-se o esquema GprogramaH de solu !o sucessiva da tare0a, ao passo que os movimentos se tornam um simples elo eLecutor nessa atividade de constru !o compleLa. Assim, nas etapas superiores da evolu !o come am a 0ormar-se tipos especialmente compleLos de comportamento de /02>+&;) &-%"4%4") '&-2&29")')7 da qual 0a3em parte: P a atividade de procura c orienta !o, que leva # 0orma !o do esquema de solu !o da tare0a`f P a 0orma !o de programas plasticamente variOveis de movimentos voltados para a obten !o do ob1etivo` P a compara !o das a es eLecutadas com a inten !o inicial. "ssa estrutura da atividade compleLa se caracteri3a pelo carOter )4%0-"&14N)'0". $e a a !o leva ao e0eito necessOrio, ela cessa` se n!o leva a esse e0eito, o cUrebro do animal recebe sinais da XdiscordVnciaX dos resultados da a !o com a inten !o inicial e reiniciam-se as tentativas de solu !o da tare0a. "sse mecanismo de Xaceptor da a !oX GP. :. Ano_SinH, i. e., de controle dinVmico da a !o U o elo mais importante de todo comportamento individualmente variOvel do animal mas se mani0esta com nitide3 especial na 0ase mais compleLa da evolu !o do comportamento: no comportamento intelectual. 8ois 0enZmenos essenciais, cu1os embries 1O podem ser vistos nas 0ases primordiais da evolu !o dos vertebrados, antecedem a 0orma !o dessa modalidade mais elevada de compor62

tamento dos animais. -1 primeiro deles U o surgimento de uma 0orma especial de atividade orientada, # qual o pesquisador soviUtico '. V. :rusSins_^ cSamou Xre0leLo eLtrapolativoX. - segundo U o 0ato das 0ormas de desenvolvimento da 2&2."#) dos animais, que se tornam mais compleLas. 7as observa es, e0etuadas nos bltimos anos por :rusSins_^, 0oi estabelecido que alguns animais mostram em seu comportamento a n!o-capacidade de su1eitar-se # percep !o imediata do ob1eto mas de acompanSar-lSe os movimentos e orientar-se em rela !o ao deslocamento esperado do ob1eto. $abe-se que o c!o que atravessa uma rua n!o corre diretamente na 0rente dos carros em movimento mas dO voltas, considerando o movimento dos carros e inclusive a velocidade deles. ?oi esse re0leLo, que XeLtrapolaX o movimento observado e leva em conta o deslocamento, que :rusSins_^ observou em vOrios testes. 7esses testes, colocava-se diante do animal um tubo com um 0uro no centro. l vista do animal, prendiase um estimulante a um arame que passava por dentro do tubo. - estimulante aparecia aos olSos do animal no 0uro do tubo e continuava em movimento, tornando a aparecer no 0inal do tubo. - animal se colocava diante do 0uro e observava o movimento do estimulante. "ssas observa es mostraram que os animais, que se encontram numa 0ase in0erior de evolu !o, sobretudo os animais que tinSam apenas a propriedade de apanSar comida pronta Ga galinSa, por eLemploH, reagiam imediatamente ao lugar onde o alimento aparecia e n!o se a0astava dele. Ao contrOrio, os animais que se encontram em 0ase mais elevada de evolu !o, especialmente aqueles que levam modo de vida carn4voro, observam a presa e a perseguem Go corvo, o c!oH, observavam os movimentos do alimento e, XeLtrapolandoX esse movimento Gao que parece, orientando seu comportamento pelo movimento dos olSosH, contornavam o tubo e esperavam o alimento no lugar em que ele aparecia. - Xre0leLo eLtrapolativoX, que tem a 0orma especial de comportamento XantecipanteX, representa uma das importantes 0ontes para a 0orma !o dos tipos XintelectuaisX mais elevados de comportamento individualmente variOvel nos vertebrados superiores. - segundo 0ato, que cria condi es essenciais para a 0orma !o do comportamento XintelectualX dos vertebrados supeIJ

riores, U a /"&-/&$%& /02>+&;#')'& '0 >"0/&--0 '& >&"/&>?@0 & ) 1")$'& &-%)9#+#')'& ') 2&2."#) nas 0ases subseq[entes da evolu !o dos animais. = sabido que se os vertebrados in0eriores reagem apenas a certos #$'5/#0- de in0luTncias provenientes do meio eLterior, 1O os vertebrados superiores reagem mais a compleLos inteiros de ind4cios ou #s #2)1&$dos ob1etos circundantes. "ssa rea !o dos animais 0oi estudada minuciosamente pelo 0isiologista e acadTmico soviUtico I. $. .eritov e constitui a condi !o mais importante para a evolu !o das 0ormas mais compleLas de comportamento. $imultaneamente com a 0orma !o da percep !o por imagem, nas etapas superiores da evolu !o dos vertebrados observa-se uma /"&-/&$%& &-%)9#+#')'& ') 2&2."#) 8#-4)+. "sse 0ato 0oi observado minuciosamente nos testes com as cSamadas Xrea es retardadasX dos animais. -s testes com Xrea es retardadasd 0oram e0etuados por muitos pesquisadores americanos, pelo psic&logo soviUtico 7. 5. Voitonis e o 0isiologista polonTs 5. :onors_^. A essTncia do teste consistia no seguinte: Postava-se o animal diante de uma caiLa Sermetica-mente 0ecSada, na qual se colocava o estimulante # vista do animal. "ste se mantinSa algum tempo amarrado a um pau por um cabresto, sendo depois libertado. $e o animal retinSa na mem&ria algum vest4gio do estimulante colocado na caiLa, corria imediatamente para esta, n!o o 0a3endo se o vest4gio desaparecia. "m testes mais compleLos, cu1a tare0a consistia em veri0icar a precis!o do vest4gio conservado no animal, substitu4a-se o estimulante na caiLa sem que o animal o percebesse. $e o animal conservava o vest4gio do primeiro estimulante e ao correr para a caiLa encontrava outro, ele o apanSava. Isto era ind4cio de que o animal conservava a imagem seletiva do estimulante que Savia visto. 7outros testes, colocava-se o animal entre duas caiLas, numa das quais colocava-se um estimulante aos olSos do animal. Percorrido certo tempo, libertava-se o animal do cabresto. $e o vest4gio do estimulante colocado numa das caiLas se mantinSa, o animal corria para essa caiLa` se o vest4gio n!o se mantinSa, o animal n!o apresentava movimento dirigido. IE

-s testes de Xrea es retardadasX mostram que, nas 0ases posteriores da evolu !o dos vertebrados, aumenta a dura !o da conserva !o das respectivas imagens. D4")?@0 ') /0$-&"8)?@0 '0- 8&-%51#0- '& 2&2."#) 8#-4)+ >"080/)') 42) -. 8&* &2 )$#2)#- '#6&"&$%&0 ")%0 /0$-&"8) 0 8&-%51#0 ') #2)1&2 '& 10 ) 20 -&14$@0- 0 /@0 M M M )%< 10 2#$4%00 2)/)/0 M X X '& 16 ) 4Q ,0")-. = natural que a conserva !o das imagens por longo tempo aumenta na medida em que se tornam compleLas as estruturas cerebrais e cria uma segunda condi !o importante para o surgimento de 0ormas XintelectuaisX superiores de comportamento do animal. - conSecido psic&logo alem!o \ol0gang :iiSler inciou, no in4cio da dUcada de )C do corrente sUculo, pesquisas sistemOticas do comportamento XintelectualX dos animais superiores Gos macacosH. Para estudar essa 0orma de comportamento, :Sler colocou macacos GcSimpan3UsH em condi es sob as quais a obten !o imediata do ob1etivo era inacess4vel e o macaco devia orientar-se em situa es compleLas nas quais lSe era dado o ob1etivo, usando o "0'&#0 a 0im de conseguir o cSamari3 ou aplicando para isto instrumentos especiais. 8escrevamos trTs situa es t4picas nas quais :Sler 0e3 suas pesquisas do comportamento XintelectualX dos macacos. A primeira situa !o eLigia XcaminSo em rodeioX . Colocava-se o macaco numa grande 1aula, ao lado da qual Savia sido colocado o estimulante que se encontrava a uma distVncia que n!o permitia que a m!o do macaco o alcan asse. Para atingir o ob1etivo, o macaco devia desistir das tentativas de obten !o imediata do ob1etivo, usando um contorno por uma porta situada na parede traseira da 1aula. A segunda situa !o era idTntica # que acabamos de descrever` colocava-se o macaco numa 1aula 0ecSada, desta 0eita com portas. - estimulante continuava distante e o animal n!o conseguia alcan O-lo. 8i0erentemente da IY

primeira situa !o, porUm, em 0rente # 1aula Savia uma vara a uma distVncia equivalente a um bra o estirado. - macaco podia obter o estimulante se conseguisse a vara e com esta alcan asse o ob1etivo. "m testes mais compleLos, o estimulante se encontrava a uma distVncia ainda maior, mas no campo de vis!o do macaco Savia duas varas: uma curta, ao alcance do bra o, e outra comprida, um pouco adiante. Para resolver a tare0a, o macaco devia reali3ar um programa de comportamento mais compleLo. A princ4pio, devia alcan ar a vara mais pr&Lima P a curta P e, com o auL4lio desta, obter em seguida a vara comprida, situada mais adiante e, 1O com a1uda desta, obter o estimulante. Por bltimo, na terceira variante dos testes, pendurava-se o estimulante de tal modo que o macaco n!o conseguia alcan O-lo. %as na mesma Orea 0oram colocados caiLotes` para alcan ar o estimulante, o animal devia arrastO-los para perto deste, colocO-los uns sobre os outros e trepar. As pesquisas de :Sler permitiram-lSe observar o seguinte quadro. A princ4pio o macaco tentava sem TLito obter o estimulante por via direta, estirando-se ou saltando em sua dire !o. "ssas tentativas inbteis podiam durar muito, atU o macaco 0icar eLausto e abandonO-las. "m seguida vinSa o segundo per4odo, no qual o animal permanecia sentado, im&vel, limitando-se a eLaminar a situa !o` neste caso a orienta !o na situa !o se trans0eria dos testes motores bem desenvolvidos para o Xcampo visualX da percep !o e se reali3ava por meio dos respectivos movimentos dos olSos. 8epois disto vinSa o momento decisivo, que :Sler descrevia como surgimento inesperado do #$-#1,%. - macaco se dirigia imediatamente # porta, situada na parede traseira da 1aula e, contornando-a, obtinSa o estimulante ou desistia de suas tentativas e apanSava a vara. Com ela conseguia o alimento ou uma vara mais comprida, com a qual alcan ava o alimento. ?inalmente, na bltima situa !o, o macaco abandonava todas as tentativas de alcan ar a comida por via direta, olSava em torno, arrastava imediatamente os caiLotes, colocava-os um sobre o outro, trepava, e obtinSa o alimento. +odos esses testes apresentaram como caracter4stica o 0ato de que a solu !o da tare0a se trans0eria do per4odo dos testes imediatos ao per4odo da observa !o antecedente da tentativa, e os alimentos do macaco se tornavam ato eLecutivo para a reali3a !o de um Xplano de solu !oX anteriormente adquirido. II

?oram 1ustamente essas observa es que deram a :Sler 0undamento para considerar o comportamento do macaco um eLemplo de comportamento XintelectualX. $e nos eLperimentos de :Sler a descri !o do comportamento dos macacos U de0initiva, a eLplica !o das vias pelas quais o animal cSega # solu !o XintelectualX da tare0a apresenta compleLidades considerOveis e di0erentes pesquisadores d!o a esse processo interpreta !o diversa. - conSecido psic&logo americano 5er_es, que repetiu a pesquisa de :Sler, acSa poss4vel aproLimar essas 0ormas de comportamento do macaco do intelecto Sumano e considerO-las por via antropom&r0ica como mani0esta es de Xilumina !o criativaX. - psic&logo austr4aco :. .[Sler cita a eLperiTncia anterior do animal para eLplicar esse comportamento e considera que o emprego de instrumentos pelos macacos deve ser visto como resultado da %")$-6&"3$/#) de uma eLperiTncia anterior Gos macacos, que viviam em Orvores, tinSam de puLar os 0rutos para si 1unto com os ramosH. - pr&prio :Sler eLpressa a Sip&tese de que, no comportamento XintelectualX dos macacos, a anOlise da situa !o se trans0ere da Orea dos movimentos ao plano da percep !o e o macaco, ao eLaminar a situa !o, XaproLimaX os ob1etos que dela 0a3em parte no Xcampo visualX, 0ecSandoos em certas Xestruturas visuaisX. A solu !o posterior da tare0a U, segundo :Sler, apenas a reali3a !o de estruturas XvisuaisX em movimentos reais. :Sler vT a con0irma !o dessa Sip&tese no 0ato de que, quando a vara e o alimento Guma 0rutaH ou mesmo as varas que o macaco deve obter sucessivamente est!o dispostas de tal modo que n!o caem apenas no campo de vis!o, a tare0a se torna insolbvel para o macaco. :Sler tenta con0irmar sua Sip&tese com eLperimentos nos quais o macaco deve antes >"&>)")" o instrumento que usarO posteriormente para conseguir o alimento` por eLemplo, o macaco deve en0iar uma vara de bambu em outra para, alongan-do-a, colSer uma 0ruta. "ssas a es se tornam bem mais di04ceis para o macaco e podem ser reali3adas somente se as pontas de ambas as varas estiverem no campo de vis!o direto. $egundo :Sler, essa incidTncia das duas varas num bnico campo de vis!o U o que pode levar # solu !o adequada da tare0a. IM

- problema dos mecanismos que servem de base ao surgimento de comportamento XintelectualX do macaco n!o poce ser considerado de0initivamente resolvido. $e uns pesquisadaff o opem #s 0ormas mais elementares de comportamento X dualmente variOvel dos animais, outros Gpor eLemplo, que 0e3 observa es com o comportamento dos macaccXd poss4vel n!o opZ-lo #s 0ormas mais elementares de mento e consideram o comportamento Xintelec cacos como uma espUcie de Xpensamento maniu. , num processo de testes e erros, que adquire carOter mais r.. -em decorrTncia do 0ato de que as m!os dos macacos, livres da 0un !o de andar, come am a eLecutar 0ormas mais compleLas de atividade orientada. P"0$%&#")- '0 /02>0"%)2&$%0 #$'#8#'4)+2&$%& 8)"#F8&+ '0- )$#2)#Vimos que o comportamento adaptador individualmente variOvel dos vertebrados superiores pode adquirir 0ormas muito compleLas. $urge uma pergunta natural: quais s!o os seus tra os caracter4sticos e quais os limites que o comportamento dos animais n!o pode ultrapassarD A anOlise do comportamento dos animais permite indicar trTs tra os 0undamentais. - primeiro U o 0ato de que todo comportamento individualmente variOvel Gmesmo o mais compleLoH do animal /0$-&"8) -4) +#1)?@0 /02 0- 20%#80- 9#0+.1#/0- e n!o pode ultrapassarlSe os limites. +odo comportamento animal tem por base as inclina es biol&gicas ou necessidades Gnecessidade de alimento, autoconserva !o ou necessidade seLualH. $& nas etapas mais elevadas da evolu !o a elas se incorpora a necessidade de orientar-se no meio ambiente, a -que POvlov cSamava de re0leLo orientador e que, no macaco, atinge desenvolvimento considerOvel. 7enSuma atividade desvinculada de todas essas necessidades biol&gicas U poss4vel para o animal, ra3!o por que o comportamento do animal pode ser considerado com todo 0undamento como comportamento cortical-subcortical. - segundo tra o, que caracteri3a o comportamento de todo animal, consiste em que esse comportamento U sempre determinado por &-%524+0- #2&'#)%)2&$%& >&"/&>%58&#- GXpelo campo eLteriorXH ou por 8&-%51#0- ') &;>&"#3$/#) )$%&"#0"7 n!o podendo IK

ocorrer abstraindo-os nem muito menos entrando em con0lito com eles. - psic&logo SolandTs .u^tendi1_ ilustra bem essa tese com uma pesquisa 0amosa, de importVncia capital. "le colocou diante de um animal vOrias caiLas nas quais poder-se-ia encontrar alimento. 7o primeiro teste o alimento 0oi posto aos olSos do animal na >"#2&#") /)#;)7 permitindo-se ao animal apanSO-lo. 7o segundo teste, o alimento GtambUm aos olSos do animalH 0oi trans0erido para uma -&14$') caiLa, em seguida para uma %&"/&#"). 8epois, nos eLperimentos seguintes, come ou-se G1O sem que o animal o percebesseH a trans0erir sucessivamente o alimento para /)') /)#;) -&14#$%&7 permitindo-se sempre ao animal correr livremente para a caiLa onde ele supunSa encontrar o alimento. A pesquisa mostrou que o animal corre sempre para a caiLa onde vira que Savia sido posto o alimento, ou para a caiLa onde antes se encontrava o alimento. N&$,42 )$#2)+ >0'& )--#2#+)" 0 >"#$/5>#0 '0 M'&-+0/)2&$%0 -4/&--#80M & $4$/) /0""& >)") ) /)#;) -&14#$%& na qual ainda n!o Souve alimento mas onde U 0Ocil esperO-lo caso se leve em conta um princ4pio abstrato. - comportamento do animal U sempre dirigido >&+) &;>&"#3$/#) #2&'#)%) 04 >&+) &;>&"#3$/#) >)--)')7 & &+& $4$/) >0'& #2>&'#" ) "&)?@0 )0 +41)" )$%&"#0"2&$%& 2&20"#*)'0 e dirigir-se a lugar que n!o tinSa sido memori3ado. - eLperimento de .u^tendi1_ reali3ado com animais de di0erentes grupos, mostra que o animal, segundo :Sler, U Xum escravo do seu campo visualX ou Xescravo da sua eLperiTncia passadaX, e seu comportamento nunca se liberta dessas in0luTncias diretas, n!o se dirige pela abstra !o destas, noutros termos, n!o se torna livre. - terceiro tra o do comportamento do animal consiste nas +#2#%)?G&- ')- 60$%&- desse comportamento. Podem ser 0onte de comportamento do animal os programas alicer ados em sua &;>&"#3$/#) '& &-></#&7 que se transmitem em c&digos SereditOrios GXcomportamento instintivoXH ou que se 0ormam na &;>&"#3$/#) #2&'#)%) '& ')'0 #$'#85'40 Gcomportamento individualmente variOvel ou re0leLivocondicionadoH. -s animais n!o tTm nenSuma possibilidade de assimila !o da eLperiTncia alSeia e de um indiv4duo transmiti-la assimilada a outro indiv4duo, e muito menos de transmitir a eLperiTncia 0ormada em vOrias gera es. -s 0enZmenos que se descrevem como Ximita !oX ocupam lugar relativamente limitado na 0orI@

%a !o do comportamento dos animais, sendo antes uma 0orma de transmiss!o prOtica direta da pr&pria eLperiTncia que uma transmiss!o de in0orma !o acumulada na Sit&ria de vOrias gera es, que lembre o m4nimo sequer a assimila !o da eLperiTncia material ou intelectual das gera es passadas, assimila !o essa que caracteri3a a Sist&ria social do Somem. $!o esse trTs tra os que constituem as peculiaridades 0undamentais de todo comportamento e o distinguem radicalmente da atividade consciente do Somem. MC

III A Atividade Consciente do ;omem e $uas (a43es ;ist&rtco$ociais


"#$/5>#0- 1&")#1 -( $,A$ peculiaridades 0undamentais, a atividade consciente do Somem di0ere acentuadamente do comportamento individualmente variOvel dos animais. As di0eren as da atividade consciente do Somem sinteti3am-se em trTs tra os 0undamentais, opostos #queles pelos quais acabamos de caracteri3ar o comportamento dos animais. - primeiro desses tra os consiste em que a atividade consciente do Somem $@0 &-%F 09"#1)%0"#)2&$%& +#1)') ) 20%#80- 9#0+.1#/0-. AlUm do mais, a grande maioria dos nossos atos n!o se baseia em quaisquer inclina es ou necessidades biol&gicas. Via de regra, a atividade do Somem U regida por compleLas necessidades, 0req[entemente cSamadas de XsuperioresX ou XintelectuaisX. $ituam-se entre elas as necessidades cognitivas, que incentivam o Somem # aquisi !o de novos conSeciM1

mentos, a necessidade de comunica !o, a necessidade de btil # sociedade, de ocupar, nesta, determinada posi !o, ` "ncontramos 0req[entemente situa es nas quais a atividade consciente do Somem, alUm de n!o se su1eitar #s in0luencias e necessidades biol&gicas, ainda entra em con0lito com e . e cSega inclusive a reprimi-las. $!o amplamente conSecidas casos de Sero4smo em que o Somem, movido por elevados motivos de patriotismo, cobre com seu corpo bocas de 0ogo ou se lan a # morte sob tanques` esses casos s!o apenas eLemplos da independTncia do comportamento do Somem em rela !o aos motivos biol&gicos. "ntre os animais n!o SO semelSantes 0ormas de comportamento XdesinteressadoX, que se baseiam em motivos n!o-biol&gicos. - segundo tra o caracter4stico da atividade consciente do Somem consiste em que, # di0eren a do comportamento do animal, ela n!o U 0or osamente determinada por impresses evidentes, recebidas do meio, ou por vest4gios da eLperiTncia individual imediata. $abe-se que o Somem pode re0letir as condi es do meio de modo imediatamente mais pro0undo do que o animal. "le pode abstrair a impress!o imediata, penetrar nas coneLes e dependTncias pro0undas das coisas, conSecer a dependTncia causai dos acontecimentos e, ap&s interpretO-los, tomar come orienta !o n!o impresses eLteriores porUm leis mais pro0undas. Assim, ao sair a passeio num claro dia de outono, c Somem pode levar guarda-cSuva, pois sabe que o tempo # instOvel no outono. Aqui ele obedece a um pro0undo conSecimento das leis da nature3a e n!o # impress!o imediata de 42 tempo de sol e cUu claro. $abendo que a Ogua do po o estO envenenada, o Somem nunca irO bebT-la, mesmo que este1a cor muita sede` neste caso, seu comportamento n!o U orientado pela impress!o imediata da Ogua que o atrai mas por um conSecimento mais pro0undo que ele tem da situa !o. A atividade consciente do Somem n!o pode tomar come orienta !o a impress!o imediata da situa !o eLterior e sim um conSecimento mais pro0undo das leis interiores dessa situa !o, ra3!o por que SO todo 0undamento para a0irmar-se que c comportamento Sumano, baseado no reconSecimento da necessidade, < +#8"&. Por bltimo, SO o terceiro tra o caracter4stico, que di0ere a atividade consciente do Somem do comportamento do animal.
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8i0erentemente do animal, cu1o comportamento tem apenas duas 0ontes mP 1H os programas SereditOrios de comportamento, 1acentes no gen&tipo e )H os resultados da eLperiTncia individual P, a atividade consciente do Somem possui ainda uma terceira 0onte: a grande maioria dos conSecimentos e Sabilidades do Somem se 0orma por meio da )--#2#+)?@0 ') &;>&"#3$/#) '& %0') ) ,42)$#')'&7 acumulada no processo da Sist&ria social e transmiss4vel no processo de aprendi3agem. 8esde o momento em que nasce, a crian a 0orma o seu comportamento sob a in0luTncia das coisas que se 0ormaram na Sist&ria: senta-se # mesa, come com colSer, bebe em L4cara e mais tarde corta o p!o com a 0aca. "le assimila aquelas Sabilidades que 0oram criadas pela Sist&ria social ao longo de milTnios. Por meio da 0ala transmitem-lSe os conSecimentos mais elementares e posteriormente, por meio da linguagem, ele assimila na escola as mais importantes aquisi es da Sumanidade. A grande maioria de conSecimentos, Sabilidades e procedimentos do comportamento de que dispe o Somem n!o s!o o resultado de sua eLperiTncia pr&pria mas adquiridos pela assimila !o da eLperiTncia Sist&rico-social de gera es. "ste tra o di0erencia radicalmente a atividade consciente do Somem do comportamento do animal. ;O muito tempo uma quest!o tem ocupado a 0iloso0ia e a Psicologia: como eLplicar os tra os da atividade consciente do Somem que acabamos de numerarD 7a Sist&ria da 0iloso0ia e da ciTncia podemos distinguir duas vias inteiramente di0erentes de solu !o dessa quest!o. ,ma delas, t4pica da 6#+0-06#) #'&)+#-%)7 partia das posi es do '4)+#-20 A tese bOsica dessa corrente redu3ia-se n!o s& ao reconSecimento de acentuadas di0eren as de princ4pio entre o comportamento do animal e a consciTncia do Somem, como tambUm # tentativa de eLplicar essas di0eren as alegando que a consciTncia do Somem deve ser considerada como mani0es: ta !o de um princ4pio espiritual especial de que carece o animal A tese segundo a qual o animal deve ser visto como uma mOquina compleLa, cu1o comportamento obedece as leis da mecVnica, e o Somem como dotado do princ4pio espiritual com livre-arb4trio partiu de 8escartes, tendo sido repetida posteriormente pela 0iloso0ia idealista sem mudan a considerOvel. = 0Ocil perceber que, apontando a di0eren a de princ4pio entre o comportamento do animal e a atividade consciente do Somem,
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essa corrente n!o dO nenSuma eLplica !o cient40ica aos re0eridos 0atos. A segunda via de solu !o do problema da originalidade da atividade consciente caracteri3a o positivismo evolucionista. $egundo essa teoria, a atividade consciente do Somem U resultado direto da evolu !o do mundo animal, 1O se podendo observar nos animais todos os 0undamentos da consciTncia Sumana. - primeiro cientista a 0ormular essas teses 0oi CSarles 8arain, que em vOrias de suas obras tentou mostrar que, na 0orma embrionOria, os animais 1O tTm todas as 0ormas de atividade racional inerente ao Somem e que. n!o SO limites precisos e basilares entre o comportamento dos animais e a atividade consciente do Somem. - en0oque naturalista, que tentava estudar uma linSa bnica de desenvolvimento da consciTncia dos animais ao Somem, desempenSou papel positivo em seu tempo no combate #s concep es dualistas prU-cient40icas. 7o entanto as a0irma es de que os animais tTm em embri!o todas as 0ormas da vida consciente do Somem, o en0oque antropom&r0ico da Xra3!oX e das XvivTnciasX dos animais, bem como a 0alta de vontade de reconSecer as di0eren as de princ4pio entre o comportamento dos animais e a atividade consciente do Somem continuaram a ser o ponto 0raco do positivismo naturalista. ?icava sem solu !o o problema da origem das peculiaridades da atividade consciente do Somem, que 0oram ressaltadas acima. A Psicologia cient40ica, que parte dos princ4pios do marLismo, 0ocali3a de posi es inteiramente di0erentes o problema da origem da atividade consciente do Somem. = sabido que toda a atividade ps4quica dos animais, que cria a base para a orienta !o no meio ambiente, 0orma-se nas condi es das 0ormas de vida que caracteri3am uma espUcie de animais. - que U que caracteri3a as 0ormas de vida que di0erenciam a atividade consciente do Somem do comportamento dos animais e nas quais devemos procurar as condi es que 0ormam essa atividade conscienteD As peculiaridades da 0orma superior de vida, inerente apenas ao Somem, devem ser procuradas na 60"2) ,#-%."#/0--0/#)+ '& )%#8#')'&7 que estO relacionada com o trabalSo social, com o emprego de instrumentos de trabalSo e com o surgimento da linguagem. "ssas 0ormas de vida n!o eListem nos animais, e a transi !o da Sist&ria natural do animal # Sist&ria social da
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Sumanidade deve ser considerada um importante passo assim como a transi !o da matUria inanimada # animada ou da vida vegetal # animal. 0" #-%0 )- ")5*&- '0 -4"1#2&$%0 ') )%#8#')'& /0$-/#&$%& '0 ,02&2 $@0 '&8&2 -&" >"0/4")')$)- >&/4+#)"#')'&- ') M)+2)M $&2 $0 5$%#20 '0 0"1)$#-20 ,42)$0 2)- $)- /0$'#?G&- -0/#)#'& 8#') ,#-%0"#/)2&$%& 60"2)')-. $!o 1ustamente essas condi es que 0a3em com que, com a transi !o para a Sist&ria social, mude radicalmente a estrutura do comportamento. Funto com os motivos biol&gicos do comportamento, surgem os motivos superiores GXintelectuaisXH e necessidades, concomitantes com o comportamento que depende da percep !o imediata do meio. $urgem 0ormas superiores de comportamento, baseadas na abstra !o das in0luTncias imediatas do meio, e, 1untamente com as duas 0ontes do comportamento P os programas de comportamento consolidados por via SereditOria e a in0luTncia da eLperiTncia passada do pr&prio indiv4duo P, surge uma terceira 0onte 0ormadora da atividade: a transmiss!o e assimila !o da eLperiTncia de toda a Sumanidade. Abordemos mais detidamente as ra43es Sist&rico-sociais da compleLa atividade consciente do Somem. O %")9)+,0 & ) 60"2)?@0 ') )%#8#')'& /0$-/#&$%& A ciTncia Sist&rica destaca dois 0atores, que servem de 0onte # transi !o da Sist&ria natural dos animais # Sist&ria social do Somem. ,m desses 0atores U o %")9)+,0 -0/#)+ & 0 &2>"&10 '0#$-%"42&$%0- '& %")9)+,07 o outro, o surgimento da +#$14)1&2. "Laminemos o papel desempenSado por esses dois 0atores na mudan a radical das 0ormas de atividade ps4quica e no surgimento da consciTncia. $abe-se que, # di0eren a do animal, o Somem tanto emprega os instrumentos de trabalSo como prepara esses instrumentos. -s remanescentes desses instrumentos, que pertencem # Upoca mais antiga da Sist&ria da Sumanidade, mostram que, se as lascas de pedra tosca s!o os instrumentos de trabalSo mais primitivos, na etapa posterior 1O surgem os instrumentos Ga lVmina, a 0lecSaH preparados especialmente pelo Somem. 7esses instrumentos podemos distinguir tanto o gume, com o qual o Somem MY

primitivo podia es0olar o animal morto ou cortar peda os de Orvore, como a XlombadaX, a parte arredondada, que servia para manter-se comodamente na m!o. = natural que arma dessa nature3a eLige preparo especial, que, pelo visto, cabia aos pre0eridos do grupo primitivo ou # mulSer, que 0icava em casa enquanto o Somem ia # ca a. A prepara !o dos instrumentos Gque #s ve3es subentendia tambUm a divis!o natural do trabalSoH por si s& 1O mudava radicalmente a atividade do Somem primitivo, distinguindo-a do comportamento do animal. - trabalSo desenvolvido na prepara !o dos instrumentos 1O n!o U uma simples atividade, determinada por motivo biol&gico imediato Ga necessidade de alimentoH . Por si s& a atividade de elabora !o da pedra carece de sentido e n!o tem qualquer 1usti0icativa em termos biol&gicos` ela adquire sentido somente a partir do uso posterior do instrumento preparado na ca a, ou se1a, eLige, 1untamente com o conSecimento da opera !o a ser eLecutada, o conSecimento do 0uturo emprego do instrumento. = esta a condi !o 0undamental, que surge no processo de prepara !o do instrumento de trabalSo, e pode ser cSamada de primeiro surgimento da consciTncia, noutros termos, >"#2&#") 60"2) '& )%#8#')'& /0$-/#&$%&. "ssa atividade de prepara !o dos instrumentos de trabalSo leva a uma 24')$?) ")'#/)+ '& %0') ) &-%"4%4") '0 /02>0"%)2&$%0 . - comportamento do animal 0ora sempre 80+%)'0 #2&'#)%)2&$%& >)") ) -)%#-6)?@0 '& 4"$) $&/&--#')'&. 8i0erentemente disto, no Somem que preparava seus instrumentos de trabalSo, 0 /02>0"%)2&$%0 )'=4#"#) /)"F%&" '& &-%"4%4") /02>+&;)L da atividade, voltada para a satis0a !o imediata de uma necessidade, separa-se uma )?@0 especial, que adquire seu sentido posteriormente, quando o produto dessa a !o ,Gprepara !o do instrumentoH serO empregado para matar a v4tima e deste modo satis0a3er a necessidade de alimento. A mudan a mais importante da estrutura geral do comportamento P surgida no processo de transi !o da Sist&ria natural do animal # Sist&ria social do Somem P 'F--& =4)$'07 ') )%#8#')'& 1&")+7 -&>)")--& 42) M)?@0M =4& $@0 < '#"#1#') #2&'#)%)2&$%& >0" 20%#80 9#0+.1#/0 & -. )'=4#"& -&$%#'0 /02 0 &2>"&10 >0-%&"#0" '0- -&4- "&-4+%)'0-. Percebe-se 0acilmente que, na medida em que se tornam mais compleLas a sociedade e as 0ormas de produ !o, essas a es, n!o dirigidas imediatamente por motivos biol&gicos, MI

come am a ocupar posi !o cada ve3 mais marcante na atividade consciente do Somem. Contudo, a complica !o da estrutura da atividade durante a transi !o # Sist&ria social do Somem n!o se limita # mudan a que acabamos de mencionar. A prepara !o dos instrumentos de trabalSo requer uma sUrie de procedimentos e modos Gdesbastar uma pedra com outra, 0riccionar dois peda os de madeira na obten !o do 0ogoH, por outras palavras, eLige a separa !o de vOrias 0>&")?G&- auLiliares. A separa !o dessas Xopera esX U o que constitui a sucessiva complica !o da estrutura da atividade. 8este modo, a separa !o entre a atividade biol&gica geral, e as Xa esX especiais n!o U determinada imediatamente por motivo biol&gico, mas U dirigida >&+0 09:&%#80 /0$-/#&$%&7 que adquire sentido apenas na compara !o dessas a es com o resultado 0inal. - surgimento de vOrias Xopera esX auLiliares por meio das quais se eLecuta essa atividade U o que constitui a 24')$?) ")'#/)+ do comportamento, que U o que representa uma nova &-%"4%4") '& )%#8#')'& /0$-/#&$%& '0 ,02&2. A compleLa organi3a !o de Xa esX conscientes, que se separa da atividade geral, leva ao -4"1#2&$%0 '& 60"2)- de comportamento, que n!o s!o '#"&%)2&$%& '#"#1#')- >0" 20%#80- 9#0+.1#/0-7 podendo inclusive opor-se algumas ve3es a eles. Assim U, por eLemplo, a ca a na sociedade primitiva, durante a qual um grupo de ca adores XassustaX e )641&$%) a ca a que deve ser apanSada, enquanto outro grupo arma emboscada para ela` aqui poderia parecer que as a es do primeiro grupo contradi3em as necessidades naturais de apanSar a ca a e s& adquirem sentido a partir das a es do segundo grupo cu1o resultado U a ca a da v4tima pelos ca adores. +orna-se claro que a )%#8#')'& /0$-/#&$%& '0 ,02&2 $@0 < >"0'4%0 '0 '&-&$80+8#2&$%0 $)%4")+ '& >"0>"#&')'&- :)/&$%&- $0 0"1)$#-20 mas o resultado de novas 0ormas Sist&rico-sociais de atividade-trabalSo. A +#$14)1&2 & ) /0$-/#3$/#) '0 ,02&2 - surgimento da +#$14)1&2 U a segunda condi !o que leva # 0orma !o da atividade consciente de estrutura compleLa do Somem. 77

Costuma-se entender por linguagem um -#-%&2) '& /.'#10- por meio dos quais -@0 '&-#1$)'0- 0- 09:&%0'0 24$'0 &;%&"#0"7 -4)- )?G&-7 =4)+#')'&-7 "&+)?G&- &$%"& &+&-7 &%/. Assim, na linguagem, a palavra XcadeiraX designa um tipo de m&vel que serve de assento, a palavra Xp!oX designa um ob1eto comest4vel, enquanto XdormeX, XcorreX designam a es, XOcidoX, XplanoX designam qualidades dos ob1etos e as palavras auLiliares XsobreX, XsobX, X1untamenteX, Xem conseq[TnciaX designam rela es di0erentes por compleLidade entre os ob1etos. = natural que as palavras, unidas em 0rases, s!o os principais 2&#0- '& /024$#/)?@0 mediante os quais o Somem conserva e transmite in0orma !o e assimila a eLperiTncia acumulada por gera es inteiras de outras pessoas. E--) +#$14)1&2 $@0 &;#-%& &$%"& 0- )$#2)#- e surge somente no processo de transi !o # sociedade Sumana. - animal possui meios muito variados de &;>"&--@0 '& -&4- &-%)'0-7 que s!o percebidos por outros animais e podem eLercer in0luTncia substancial sobre o comportamento destes. - guia de um bando de cegonSas, ao sentir o perigo, solta gritos alarmantes aos quais o bando reage vivamente. 7uma manada de macacos podemos observar todo um con1unto de sons, que eLpressa satis0a !o, agress!o, medo ao perigo, etc. Podemos observar um sistema muito compleLo de movimentos eLpressivos nas cSamadas Xdan asX das. abelSas, que mudam de carOter dependendo de ter a abelSa regressado do vZo com boa prenda e modi0icam-se dependendo da dire !o e da distVncia do caminSo percorrido. "sses XsegredosX s!o transmitidos a outros indiv4duos e podem orientar de modos di0erentes o comportamento das abelSas. %as a XlinguagemX dos animais $4$/) '&-#1$) /0#-)-7 n!o distingue a es nem qualidades, portanto, $@0 < +#$14)1&2 $) 8&"')'&#") )/&>?@0 ') >)+)8"). - problema do surgimento da linguagem Sumana U o ob1eto de inbmeras Sip&teses e teorias. Algumas delas consideram a linguagem mani0esta !o do campo espiritual, atribuindo-lSe, de acordo com a .4blia, Xorigem divinaX. "ssas teorias s!o muito vagas e omitem o 0ato de que a linguagem U uma especial X0orma simb&lica de eListTnciaX, que 0a3 distin !o entre a vida intelectual e qualquer mani0esta !o do mundo material. -utras teorias, seguindo as tradi es do positivismo naturalista, tentam, inutilmente, ver a linguagem como resultado da evolu !o do mundo animal e interpretam como 0ormas iniciais 78

da evolu !o da linguagem os 0enZmenos de Xcomunica !oX entre os animais que descrevemos. %as a solu !o cient40ica do problema da origem da linguagem s& se tornou poss4vel quando a 0iloso0ia e a ciTncia abandonaram as tentativas de procurar as ra43es da linguagem no Vmago do organismo e de dedu3i-la diretamente das peculiaridades do Xesp4ritoX ou do cUrebro, concluindo que )- /0$'#?G&- =4& 0"#1#$)")2 0 6&$A2&$0 '&8&2 -&" >"0/4")')- $)- "&+)?G&-0/#)#- '0 %")9)+,0 /4:0- >"#2."'#0- '& -4"1#2&$%0 "&20$%)2 )0 >&"50'0 '& %")%#-#?@0 ') ,#-%."#) $)%4")+ D ,#-%."#) ,42)$). A ciTncia n!o dispe de mUtodos que permitam observar imediatamente as condi es que originaram a linguagem, restando para a.Orea da ciTncia, denominada Xpaleontologia da 0alaX, apenas o caminSo das Sip&teses que se con0irmam por via indireta. ;O muitos 0undamentos para se pensar que o surgimento da linguagem teve seus prim&rdios nas 0ormas de comunica !o contra4das pelos Somens no processo de trabalSo. A 0orma con1unta de atividade prOtica 0a3 surgir 0or osamente no Somem a necessidade de transmitir a outros certa in0orma !o` esta n!o pode 0icar restrita # eLpress!o de estados sub1etivos GvivTnciasH, devendo, ao contrOrio, '&-#1$)" 0- 09:&%0- Gcoisas ou instrumentoH =4& 6)*&2 >)"%& ') )%#8#')'& '0 %")9)+,0 /0$:4$%0. $egundo as teorias originOrias da segunda metade do sUculo >I>, os primeiros sons que designam ob1etos surgiram no processo do trabalSo con1unto. "ntretanto seria incorreto pensar que os sons, que assumiram paulatinamente a 0un !o de transmitir certa in0orma !o, eram XpalavrasX capa3es de designar com independTncia os ob1etos, suas qualidades, a !o ou rela es. -s sons, que come avam a indicar determinados ob1etos, ainda n!o tinSam eListTncia autZnoma. "stavam &$%"&+)?)'0- $) )%#8#')'& >"F%#/)7 eram acompanSados de gestos e entona es eLpressivas, ra3!o por que -. &") >0--58&+ #$%&">"&%)" 0 -&4 -#1$#6#/)'0 /0$,&/&$'0 ) -#%4)?@0 &8#'&$%& &2 =4& &+&- -4"1#)2. AlUm do mais, nesse compleLo de meios de eLpress!o parece que, a princ4pio, coube posi !o determinante aos atos e gestos` estes, segundo muitos autores, constitu4am os 0undamentos de uma original linguagem ativa ou XlinearX e s& bem mais tarde o papel determinante passou a ser desempenSado pelos sons, que propiciaram a base para uma evolu !o paulatina de uma +#$14)1&2 '& -0$independente. 8urante muito tempo, porUm, essa linguagem manteve a mais estreita liga !o com o gesto e o ato e por isto o mesmo compleLo de sons Gou XprotovocObuloXH podia desigM@

nar o ob1eto para o qual a m!o apontava, a pr&pria m!o c a a !o produ3ida com esse ob1eto. $& depois de muitos milTnios a linguagem dos sons come ou a separar-se da a !o prOtica e a adquirir independTncia. 9 a essa Upoca que pertence o surgimento das primeiras palavras autZnomas, que designavam ob1etos e bem mais tarde passaram a servir para distinguir as a es e as qualidades dos ob1etos. S4"1#4 ) +5$14) /020 42 -#-%&2) '& /.'#10- #$'&>&$'&$%&-7 que durante um longo per4odo Sist&rico posterior de desenvolvimento assumiu a 0orma que distingue as l4nguas atuais. "nquanto sistema de c&digos que designam os ob1etos, suas a es, qualidades ou rela es e serve de meio de transmiss!o de in0orma !o, a linguagem teve importVncia decisiva para a posterior reorgani3a !o da atividade consciente do Somem. Por isto tTm ra3!o os cientistas que a0irmam que, a par com o trabalSo, ) +#$14)1&2 < 0 6)%0" 64$')2&$%)+ '& 60"2)?@0 ') /0$-/#3$/#). - surgimento da linguagem imprime ao menos trTs mudan as essenciais # atividade consciente do Somem. A primeira dessas mudan as consiste em que, designando os ob1etos e eventos do mundo eLterior com palavras isoladas ou combina es de palavras, a linguagem permite '#-/"#2#$)" &--&09:&%0-7 '#"#1#" ) )%&$?@0 >)") &+&- & /0$-&"8F-+0- $) 2&2."#). (esulta da4 que o Somem &-%F &2 /0$'#?G&- '& +#')" /02 0- 09:&%0- '0 24$'0 &;%&"#0" #$/+4-#8& =4)$'0 &+&- &-%@0 )4-&$%&-. = bastante a pronbncia interna ou eLterna de uma palavra para o surgimento da imagem do ob1eto correspondente e o Somem pZr-se em condi es de operar com essa imagem. Por isto podemos di3er que a linguagem '4>+#/) 0 24$'0 >&"/&>%58&+7 permite conservar a in0orma !o recebida do mundo eLterior e cria um mundo de imagens interiores. Percebe-se 0acilmente que importVncia tem o surgimento desse mundo XinteriorX de imagens, que surge como base na linguagem e pode ser usado pelo Somem em sua atividade. - segundo papel essencial da linguagem na 0orma !o da consciTncia consiste em que as palavras de uma l4ngua n!o apenas indicam determinadas coisas como abstraem as propriedades essenciais destas, relacionam as coisas percept4veis a determinadas categorias. "ssa possibilidade de assegurar o processo de )9-%")?@0 e 1&$&")+#*)?@0 representa a segunda contribui !o important4ssima da linguagem para a 0orma !o da consciTncia. Por eLemplo, as palavras Xrel&gioX e XmesaX designam n!o apenas certos ob1etos. A palavra Xrel&gioX indica que esse 8X>

ob1eto serve para marcar as Soras Gdo latim ,0"0+01#0IL a palavra XmesaX indica que esse ob1eto serve para ser coberto Gdo latim 2&$-)I. AlUm do mais, as palavras Xrel&gioX e XmesaX designam todas as modalidades desses ob1etos, independentemente de sua 0orma eLterior ou do tamanSo. Isto signi0ica que a palavra que distingue GabstraiH de 0ato os respectivos ind4cios do ob1eto e generali3a ob1etos di0erentes pelo aspecto eLterior mas pertencentes # mesma categoria transmite automaticamente ao Somem a eLperiTncia das gera es e serve de meio de representa !o do mundo mais poderoso que a simples percep !o. . . 8este modo, a palavra 0a3 pelo Somem o grandioso trabalSo de anOlise e classi0ica !o dos ob1etos, que se 0ormou no longo processo da Sist&ria social. Isto dO # linguagem a possibilidade de tornarse n!o apenas 2&#0 '& /024$#/)?@0 mas tambUm o 8&5/4+0 2)#- #2>0"%)$%& '0 >&$-)2&$%07 que assegura a transi !o do -&$-0"#)+ ao ")/#0$)+ na representa !o do mundo. - que acaba de ser dito dO 0undamento para designar a terceira 0un !o essencial da linguagem na 0orma !o da consciTncia. A linguagem U o 8&5/4+0 64$')2&$%)+ '& %")$-2#--@0 '& #$60"2)?@07 que se 0ormou na Sist&ria social da Sumanidade, ou se1a, ela cria uma terceira 0onte de evolu !o dos processos ps4quicos que, no estOgio do Somem, aproLimam-se das duas 0ontes Gos programas de comportamento transmiss4veis por Sereditariedade e as 0ormas de comportamento resultantes da eLperiTncia de dado indiv4duoH que se veri0icavam nos animais. Ao transmitir a in0orma !o mais compleLa, produ3ida ao longo de muitos sUculos de prOtica Sist&ricosocial, a linguagem permite ao Somem )--#2#+)" &--) &;>&"#3$/#) e por meio dela dominar um ciclo imensurOvel de conSecimentos, Sabilidades e modos de comportamento, que em Sip&tese alguma poderiam ser resultado da atividade independente de um indiv4duo isolado. Isto signi0ica que com o -4"1#2&$%0 ') +#$14)1&2 -4"1& $0 ,02&2 42 %#>0 #$%&#")2&$%& $080 '& '&-&$80+8#2&$%0 >-5=4#/0 desconSecido dos animais, e que a +#$14)1&2 < "&)+2&$%& 0 2&#0 2)#- #2>0"%)$%& '& '&-&$80+8#2&$%0 ') /0$-/#3$/#). A #2>0"%J$/#) ') +#$14)1&2 >)") ) 60"2)?@0 '0- >"0/&--0- >-5=4#/0A importVncia da linguagem para a 0orma !o da consciTncia consiste em que ela e0etivamente >&$&%") &2 %0'0- 0K1

/)2>0- ') )%#8#')'& /0$-/#&$%& '0 ,02&27 eleva a um novo n4vel o desenrolar dos seus processos ps4quicos` Por isto a anOlise da linguagem e do discurso Gda 0orma de transmiss!o da in0orma !o que emprega meios de linguagemH n!o pode ser vista apenas como cap4tulo especial da Psicologia mas deve ser considerada tambUm como :)%0- '& /0$-%"4?@0 '& %0'0 0 /0$:4$%0 ') 8#') /0$-/#&$%& '0 ,02&2. = 1ustamente por isto que o papel da linguagem ou Xsegundo sistema de sinais da realidadeX, como a denominou POvlov, deve ser en0ocado como parte conclusiva da introdu !o evolucionista # Psicologia. A linguagem reorgani3a substancialmente os processos de percep !o do mundo eLterior e cria novas leis dessa percep !o. = sabido que eListe no mundo um nbmero imenso de ob1etos, 0ormas, mati3es de cores, mas U muito limitado o nbmero de palavras que designam esses ob1etos, 0ormas e mati3es. Isto leva a que, quando relacionamos o ob1eto, a 0orma ou. mati3 com alguma palavra GXmesaX, Xrel&gioX, Xc4rculoX, XtriVnguloX ou XvermelSoX, XamareloXH, n&s realmente selecionamos os tra os essenciais e 1&$&")+#*)20- 0- 09:&%0-7 60"2)- & /0"&- >&"/&>%58&#- &2 '&%&"2#$)'0- 1"4>0- 04 /)%&10"#)-. Isto dO # percep !o Sumana tra os que a distinguem radicalmente da percep !o do animal. A percep !o Sumana se torna mais pro0unda, relacionada com a discrimina !o dos ind4cios essenciais do ob1eto, generali3ada e permanente. A linguagem muda essencialmente os processos de )%&$?@0 do Somem. $e a aten !o do animal tinSa carOter imediato, era determinada pela 0or a, a novidade ou valor biol&gico do ob1eto que dirigiam automaticamente GarbitrariamenteH a aten !o do animal, com o surgimento da linguagem e baseado nela o Somem se acSa em condi es de '#"#1#" )"9#%")"#)2&$%& ) -4) )%&$?@0. Wuando a m!e di3 ao 0ilSo Xisto U uma L4caraX, ela estO distinguindo esse ob1eto de todos os demais e dirigindo para ele a aten !o da crian a. Wuando posteriormente a pr&pria crian a assimila o discurso Ga princ4pio eLterior, depois interiorH, acSa-se em condi es de discriminar so3inSa os ob1etos nomeados, as qualidades ou a es, tornando-se sua aten !o dirig4vel, arbitrOria. A linguagem muda essencialmente tambUm os processos da 2&2."#) do Somem. = sabido que a mem&ria do animal depende consideravelmente da orienta !o no meio ambiente e dos motivos biol&gicos, que servem de re0or o daquilo que U lembrado com TLito. 7o n4vel Sumano e apoiada nos processos
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do discurso, a linguagem se torna pela primeira ve3 )%#8#')'& 2$&2A$#/) /0$-/#&$%&7 na qual o Somem coloca 0ins especiais de lembrar, organi3a o material a ser lembrado e acSa-se em condi es n!o s& de ampliar de modo imensurOvel o volume de in0orma !o que se mantUm na mem&ria como ainda de voltarse arbitrariamente para o passado, selecionando nele, no processo de memori3a !o, aquilo que em dada etapa se lSe a0igura mais importante. A linguagem do Somem lSe permite desligar-se pela primeira ve3 da eLperiTncia imediata e assegura o surgimento da R#2)1#$)?@07 processo que n!o eListe no animal e serve de base # /"#)?@0 orientada e dirigida cu1o estudo constitui Orea especial da Psicologia. = dispensOvel di3er que s& com base na linguagem e com sua participa !o imediata constituem-se as compleLas 0ormas de >&$-)2&$%0 abstrato e generali3ado` o surgimento dessas 0ormas representa uma das aquisi es mais importantes da Sumanidade e garante a transi !o do Xsensorial ao racionalX, considerada pela 0iloso0ia do materialismo dialUtico como um salto que pela importVncia U igual # transi !o da matUria inanimada para a animada ou da vida vegetal para a animal. 7!o s!o menos importantes as mudan as introdu3idas na reorgani3a !o da 8#83$/#) &20/#0$)+ pelo surgimento da linguagem, que eleva a um novo n4vel os processos ps4quicos. 7os animais conSecemos apenas as rea es a0etivas eLpressas, que ocorrem com a participa !o dominante dos sistemas sub-corticais e s!o diretamente relacionadas com o TLito ou 0racasso de sua atividade e conservam plenamente sua liga !o com as necessidades biol&gicas. - mundo emocional do Somem n!o U apenas incomparavelmente mais rico nem s& isolado dos motivos biol&gicos` a avalia !o das correla es das a es realmente eLeq[4veis com as inten es iniciais, a possibilidade de uma 0orma !o generali3ada do carOter e do n4vel dos seus acertos leva a que, paralelamente #s categorias a0etivas, 0ormem-se no Somem 8#83$/#)- e demorados &-%)'0--'&-&->#"#%0 que v!o muito alUm dos limites das rea es a0etivas imediatas e s!o inseparOveis do seu pensamento, que se processa com a participa !o imediata da linguagem. Por bltimo, n!o se pode omitir a bltima tese, cu1a importVncia U especialmente grande. = sabido que as novas 0ormas de comportamento individualmente variOvel do animal s!o adquiridas com base em sia orienta !o imediata no meio ambiente e que a aquisi !o de 83

0ormas estOveis de semelSante comportamento se baseia nas leis dos re0leLos condicionados, estudadas minuciosamente pela escola de POvlov. = 0ato bem conSecido que a aquisi !o de novas 0ormas de comportamento eLige um re0or o relativamente longo da resposta ao sinal condicional, a repeti !o multiplicada da coincidTncia dos sinais condicionais com o re0or o incondicionado. "ssa liga !o U adquirida paulatinamente, come a a eLtinguir-se t!o logo desaparece o re0or o e se reorgani3a com relativa di0iculdade num novo sistema de liga es. 7!o encontramos nada semelSante na 0orma !o de novas modalidades de comportamento consciente do Somem. A nova 0orma de atividade consciente pode surgir no Somem # base da 0ormula !o discursiva de uma "&1")7 que o Somem estabelece com o auL4lio da linguagem. .asta instruir o Somem no sentido de erguer o bra o ou girar a cSave em resposta a um sinal vermelSo e n!o 0a3er nenSum movimento a um a3ul para surgir imediatamente e consolidar-se essa nova rela !o. - advento de qualquer a !o, eLecutOvel com base em instru !o discursiva, dispensa qualquer re0or o XincondicionalX Gou biol&gicoH . $ua 0orma !o dispensa elabora !o longa e se estabelece de imediato` essa a !o, que se estabelece de acordo com uma regra 0ormulada no discurso, mostra-se imediatamente s&lida, dispensa repeti !o permanente da instru !o e n!o se eLtingue se essa instru !o n!o se repete. Por bltimo, a Xconvers!oX dessa a !o numa nova n!o apresenta, na norma, nenSuma di0iculdade, e, para que a rela !o anteriormente criada se1a imediatamente substitu4da por uma contrOria, basta sugerir ao su1eito uma nova instru !o, di3endo-lSe, por eLemplo, que agora ele deve 0a3er o contrOrio: em resposta Vo sinal a3ul, levantar o bra o Gou girar a cSaveH, nada 0a3endo ao sinal vermelSo. +udo isso se re0ere # imensa plasticidade e ao carOter diri0g4vel dos processos de atividade consciente do Somem, que distingue acentuadamente o seu comportamento do comportamento do animal. A anOlise minuciosa das 0ormas dessa atividade consciente, dos meios de sua dire !o, das leis que servem de base ao seu desenvolvimento e das 0ormas de sua perturba !o nos estados patol&gicos constitui uma das tare0as 0undamentais da Psicologia]
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IV - CUrebro e os Processos Ps4quicos


1 A(A "7+"78"( melSor a estrutura dos processos ps4quicos do Somem e das leis que os regem, devemos conSecer acima de tudo a maneira pela qual se construiu o &rg!os principal da atividade ps4quica P o cUrebro Sumano P e as rela es dos processos ps4quicos com ele. O >"09+&2) ') "&+)?@0 '0- >"0/&--0- >-5=4#/0- /02 0 /<"&9"0 - problema da rela !o dos processos ps4quicos com o cUrebro e dos princ4pios de trabalSo do cUrebro enquanto substrato material da atividade ps4quica teve solu es di0erentes em per4odos diversos de evolu !o da ciTncia. - carOter da solu !o desse problema dependia muito da maneira como se interpretavam os processos ps4quicos do Somem e como se en0ocavam os seus 0undamentos cerebrais. 7a Idade %Udia 1O se 0ormara na 0iloso0ia e na Psicologia a ela relacionada a concep !o segundo a qual os processos ps4quicos eram 0ormas especiais de eListTncia do esp4rito ou KY

X0aculdadesX #""&'4%58&#- a quaisquer componentes mais elementares . "stabeleceu-se a opini!o segundo a qual podem-se distinguir ao menos trTs X0aculdadesX bOsicas: a 0aculdade da percep !o ou imagina !o, a 0aculdade do racioc4nio e a 0aculdade da mem&ria. -s pensadores, que procuravam a base material dessas 0aculdades, aventavam a Sip&tese de que elas estavam locali3adas no l4quido que preencSe trTs Xventr4culos cerebraisX, e consideravam que no ventr4culo anterior estava situada a X0aculdade da percep !o ou imagina !oX, no ventr4culo mUdio, a X0aculdade do racioc4nioX, e no ventr4culo posterior a X0aculdade da mem&riaX. A idUia de que os processos ps4quicos, que s!o a seguir X0aculdadesX indivis4veis, podiam estar imediatamente Xlocali3adosX em determinadas 0orma es cerebrais, manteve-se durante muitos sUculos e continuou basicamente imutOvel inclusive depois que os cientistas deiLaram de considerar substrato do psiquismo o l4quido que preencSe os Xventr4culos cerebraisX e cSegaram # opini!o de que o 0undamento da atividade ps4quica devia ser procurado na substVncia s&lida do cUrebro, sobretudo no c&rteL. A primeira tentativa de semelSante Xlocali3a !o das 0aculdades ps4quicasX 0oi empreendida no come o do sUculo >I> por ?. F. Gall. "le apresentou a Sip&tese de que o substrato de diversas X0aculdadesX ps4quicas U constitu4do por pequenas Oreas do tecido nervoso do c&rteL cerebral, que crescem muito com o desenvolvimento dessas X0aculdadesX. Ap&s distinguir um grande nbmero dessas X0aculdadesX congTnitas G#s quais, segundo ele, pertenciam X0aculdadesX como a XparcimZniaX, a XSonestidadeX, o Xrespeito aos paisX e o Xamor #s crian asXH, Gall locali3ou cada uma delas em determinada Orea do cUrebro e considerava que o intenso crescimento dessa ou daquela Orea cerebral, que levava # 0orma !o de protuberVncias no crVnio, indicava uma evolu !o especial dessa X0aculdadeX. "ssa Sip&tese acabou servindo de base a um campo especial da XciTnciaX P a X0renologiaX P, que, segundo Gall, com base no estudo das protuberVncias no crVnio podia 0a3er concluses relativas #s capacidades individuais do Somem. Apesar de a X0renologiaX de Gall ter sido considerada 0antOstica e sem 0undamento cient40ico ainda com seu criador vivo, a idUia da Xlocali3a !oX direta de certas 0un es ps4qui86

cas do c&rteL cerebral continuou em evidTncia. Por isto os cientistas cu1o mUtodo principal passou a ser o estudo das mudan as nos processos ps4quicos, que ocorrem nos casos de a0ec es limitadas GlocaisH do cUrebro, continuarem por muito tempo a 0a3er tentativas de Xlocali3a !oX direta das 0un es ps4quicas em Oreas isoladas do c&rteL cerebral. Ao descobrir que a a0ec !o de Oreas da terceira circunvo-lu !o 0rontal do Semis0Urio esquerdo leva # perturba !o da 0ala articulada, o anatomista 0rancTs Paul .roca G1KI1H lan ou a Sip&tese segundo a qual est!o Xlocali3adasX nessa regi!o as imagens motoras da palavra, - psiquiatra alem!o :. \ernic_e G1KMJH descobriu que a a0ec !o da parte posterior da cincun-volu !o temporal superior do Semis0Urio esquerdo mantUm intacta a linguagem motora mas perturba a compreens!o das palavras` ele lan ou a tese de que essa regi!o do c&rteL U o Xcentro da palavra sens&riaX. "ssas tentativas de locali3a !o direta das 0un es ps4quicas em Oreas limitadas do cUrebro inspiravam os estudiosos Gpsiquiatras e neurologistasH. A partir da dUcada de MC do sUculo passado, o estudo das observa es cl4nicas mostrou que a a0ec !o de Oreas limitadas do c&rteL cerebral 0a3 predominar a queda de X0un es ps4quicasX per0eitamente determinadas. "ssas descobertas deram aos pesquisadores 0undamentos para distinguir, no c&rteL cerebral, as Oreas que passaram a ser consideradas Xcentros da escritaX, Xcentros do cOlculoX, Xcentro dos conceitosX, etc. "ssas tentativas 0oram reunidas num sistema pelo psiquiatra alem!o :. :leist G1@JEH, que, com base em observa es 0eitas em cUrebros de 0eridos durante a I Guerra %undial, colocou-as num Xmapa sin&tico locali3adoX, no qual atU as X0un esX ps4quicas mais compleLas coincidiram com as Oreas limitadas do c&rteL cerebral. Apesar de que em seu tempo eram progressistas #s tentativas de Xlocali3a !oX direta das compleLas X0un esX ps4quicas nas Oreas limitadas do c&rteL cerebral, pois tais tentativas re0letiam o es0or o de 0a3er um en0oque materialista dos processos ps4quicos e seu substrato cerebral, elas logo mostraram sua inconsistTncia e deiLavam de satis0a3er aos estudiosos. Isto tinSa por base tanto considera es te&ricas como as contradi es do material 0actual em rela !o a essas considera es. Por um lado, levantaram-se dbvidas leg4timas de que processos compleLos como a 0ala, a escrita, a leitura e o
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cOlculo, 1O sem 0alar da atividade intelectual, podiam ser entendidos como simples X0aculdadesX congTnitas, podendo-se procurar sua Xlocali3a !oX em Oreas limitadas do c&rteL cerebral. Por outro lado, a anOlise minuciosa dos 0atos das observa es cl4nicas mostrou que a atribui !o direta dos compleLos processos ps4quicos #s Oreas limitadas do c&rteL cerebral carece de 0undamento. Veri0icou-se que perturba es de processos ps4quicos t!o compleLos como a 0ala, a escrita, a leitura e o cOlculo podem surgir com a0ec es corticais inteiramente di0erentes pela posi !o, 0ato que por si s& 1O contrariava a idUia da estreita Xlocali3a !oX das 0un es ps4quicas nas Oreas isoladas do c&rteL. -bservou-se que a a0ec !o de Oreas limitadas do c&rteL cerebral leva, via de regra, # perturba !o de todo um grupo de processos ps4quicos, que # primeira vista parecem inteiramente di0erentes. Assim, a a0ec !o do lobo temporal esquerdo provoca a perturba !o da compreens!o da 0ala, distbrbios na escrita, di0iculdades de encontrar palavras, etc, enquanto a a0ec !o das Oreas parietais e occipitais do c&rteL cerebral do Semis0Urio esquerdo provoca distbrbios na orienta !o no espa o, di0iculdades de percep !o da lu3, impossibilidade de compreender as compleLas rela es l&gico-gramaticais e vOrios outros distbrbios congTneres da atividade intelectual. Isto gerou uma crise das concep es anteriores da Xlocali3a !oX direta dos processos ps4quicos nas Oreas limitadas do c&rteL cerebral e levou vOrios pesquisadores Gentre estes grandes psic&logos como :. $. 'asSle^ e neurologistas como :. Goldstein, C. %ona_oa e outrosH a lan arem a idUia de que os processos ps4quicos s!o 0un !o de todo o cUrebro e n!o podem ser Xlocali3adosX nas Oreas limitadas do c&rteL cerebral. "ssa idUia, que levou ao surgimento de uma corrente cient40ica conSecida como Xantilocali3acionismoX, era uma rea !o leg4tima #s concep es simplistas do Xlocali3acibnismo estreitoX. 7o entanto ela n!o tardou a mostrar sua inconsistTncia. +anto as sutis pesquisas Sistol&gicas como as observa es 0isiol&gicas mostraram que o c&rteL cerebral U um )>)"&+,0 9)-%)$%& '#8&"-#6#/)'07 que Oreas corticais distintas apresentam estrutura di0erente e que os neurZnios, integrantes do c&rteL cerebral, s!o amibde t!o especiali3ados que dentre eles podemos distinguir os que reagem apenas a irrita es muito especiais ou a ind4cios muito especiais Gpor eLemplo, s& reagem aos movimentos do centro # peri0eria ou da peri0eria ao centro, #s linSas retas e curvas ou somente #s linSas quebradas, etcH. "ssas 88

linSas, parte das quais U o resultado de descobertas obtidas ultimamente como decorrTncia de pesquisas 0isiol&gicas, reali3adas em certos neurZnios, tornaram muito pouco provOveis as Sip&teses da Somogeneidade de toda a massa cerebral c as a0irma es segundo as quais o cUrebro sempre 0unciona como um todo bnico. Criou-se uma nova crise na doutrina dos princ4pios da organi3a !o 0uncional do cUrebro e na doutrina da Xlocali3a !oX dos processos ps4quicos no c&rteL cerebral. A sa4da para essa crise estava relacionada com a "&8#-@0 ")'#/)+ '0 /0$/&#%0 '& M64$?G&- >-5=4#/)-M & /02 ) 24')$?) ")'#/)+ '0- >"#$/#>)#- &$60=4&- '0- >"#$/5>#0- ') M+0/)+#*)?@0M /&"&9")+ '&--)M64$?G&-M. - conceito de X0un !oX tem em biologia dois signi0icados inteiramente diversos. S%"%/%4 -&$-47 entende-se por X0un !oX a '#"&?@0 '& '&%&"2#$)'0 %&/#'0. $abe-se que a 0un !o do 04gado U a regula !o da troca de Sidrato de carbono, a 0un !o do pVncreas U a segrega !o de insulina, a 0un !o do alvUolo pulmonar, di0us!o do oLigTnio e sua transmiss!o aos eritr&citos do sangue. %as o conceito de X0un !oX tem um outro signi0icado mais amplo. "le pode designar a )%#8#')'& '& )')>%)?@0 '& %0'0 42 0"1)$#-20. 7este sentido 0ala-se de 0un !o da respira !o, 0un !o da digest!o, 0un !o da locomo !o. Compreende-se per0eitamente que nesse segundo signi0icado mais amplo, a 0un !o se constitui] numa /02>+&;) )%#8#')'&7 &;&"/#') >&+0 %")9)+,0 /0$:4$%0 '& %0'0 42 -#-%&2) '& ."1@0-7 cada um dos quais integra esse M-#-%&2) 64$/#0$)+M Gtermo de P. :. Ano-_SinH &2 -&4- >".>"#0- >)><#-7 assegurando esse ou aquele aspecto desse sistema 0uncional. Assim, a X0un !o da respira !oX U eLercida pelo trabalSo con1unto de todo um grupo de mbsculos e alvUolos pulmonares. = caracter4stico que os mbsculos, que participam do ato de respira !o, podem substituir mutuamente uns aos outros, e se de um sistema 0uncional eLtingue-se a participa !o de um grupo de mbsculos Gos mbsculos do dia0ragma, por eLemploH, essa 0alSa U compensada pelo trabalSo re0or ado de outro grupo de mbsculos Gos mbsculos intercostaisH. 8este modo, 0 -#-%&2) 64$/#0$)+ "&>"&-&$%) 42 /02>+&;0 %0'0 '#$J2#/07 $0 =4)+ 0 09:&%#80 6#$)+ >&"2)$&$%& OM#$8)"#)$%&MI < "&)+#*)'0 >&+0 -#-%&2) 24%F8&+ OM8)"#)$%&MI '& -4)- >)"%&- /02>0$&$%&-. K@

- mesmo podemos di3er da X0un !o da digest!oX, que representa o mais compleLo sistema 0uncional de &rg!os digestivos que 0uncionam em con1unto, bem como da X0un !o do movimentoX Gou locomo !oH, na qual o ob1etivo 0inal Gdeslocamento de um lugar para outro, o acerto em dado alvo, a batida do martelo, etc.H U reali3ado por um compleLo sistema de mbsculos cu1a inter-rela !o varia com a mudan a da posi !o do corpo, dependendo da tens!o, da consolida !o da Sabilidade, etc. = natural que um -#-%&2) 64$/#0$)+ %@0 /02>+&;0 $@0 >0'& -&" M+0/)+#*)'0M &2 '&%&"2#$)') F"&) +#2#%)') '0 -#-%&2) $&"80-0. POvlov 1O indicara que Xse antes o centro respirat&rio era concebido como um ponto do tamanSo da cabe a de um al0inete no bulbo raquidiano, . . . agora ele estO eLtremamente espalSado, subiu para o cUrebro e desceu para a medula espinSal e So1e ninguUm indicarO com precis!o a sua 0ronteiraX GI. P. POvlov, O9")- /02>+&%)-7 t. III, p. 1)MH. $e t!o amplo signi0icado do conceito de X0un !oX se re0ere a um grande nbmero de atos biol&gicos de adapta !o, U com maior 0undamento que ele deve ser aplicado #s compleLas X0un es psicol&gicasX. Como mostraram pesquisas psico0isiol&gicas e psicol&gicas, atU X0un esX relativamente simples como o movimento arbitrOrio, a marcSa, o acerto no alvo, 1O sem 0alar de 0un es como a 0ala, a escrita e o cOlculo, tTm estrutura sumamente compleLa, compreendendo em sua composi !o um nbmero considerOvel de elos CWmponentes. Para eLecutar o movimento mais simples Gpor eLemplo, acertar um ponto com a ponta do dedo ou dar uma marteladaH U necessOrio antes de tudo manter uma pro0unda sensibilidade proprioceptiva do bra o que se move dando o sinal da sua posi !o no espa o e do grau das distenses dos mbsculos em 0uncionamento. $em essa sinali3a !o permanente da posi !o do eLtremo que se move, garantindo a necessOria corre !o da dire !o, nenSum movimento organi3ado U poss4vel. Para a sua eLecu !o U necessOrio um re0leLo preciso das coordenadas espaciais eLteriores em cu1os limites eLecuta-se o movimento, o movimento perde sua precis!o e se torna imposs4vel. A eLecu !o de um movimento eLige a mudan a Sarmoniosa dos seus elementos` atU para se darem dois @C

passos U necessOrio inicialmente enervar um sistema de mbsculos e, em seguida, trans0erindo os impulsos para outro sistema de mbsculos, desenervar o primeiro e passar Sarmoniosamente ao elo seguinte do ato motor. +udo isso mostra que )%< 42 208#2&$%0 )"9#%"F"#0 "&+)%#8)2&$%& -#2>+&- < 42 /02>+&;0 -#-%&2) 64$/#0$)+7 =4& #$/+4# &2 -4) /02>0-#?@0 %0'0 42 /0$:4$%0 '& #2>4+-0- %)$%0 -&$-0"#)#- O)6&"&$%&-I /020 20%0"&-. = ainda mais compleLa a estrutura de tipos de atividade ps4quica como a 0ala, a escrita, a leitura ou o cOlculo, 0ormados no processo da Sist&ria da sociedade. +omemos como eLemplo a anOlise da maneira como 0oi constru4do o ato da &-/"#%) e mostremos que elos compleLos integram esse sistema 0uncional. Para escrever uma palavra, devemos discriminar antes de tudo os sons que integram a sua composi !o, noutros termos, devemos 0a3er a sua )$F+#-& )/K-%#/)7 decompondo 0luLo permanente de sons nas unidades sonoras componentes da l4ngua P os X0onemasX Gque em cada l4ngua podem ter carOter diversoH. Amibde a separa !o desses 0onemas se 0a3 n!o s& Xde ouvidoX mas com a participa !o imediata da )"%#/4+)?@07 por meio da qual U como se n&s XsondOssemosX os sons e os distingu4ssemos de outros pr&Limos. $omente depois desse trabalSo prUvio a composi !o sonora da palavra se considera de0inida e a palavra pronta para o registro. Aqui o processo da escrita passa # 0ase seguinte: os elementos sonoros GX0onemasXH devem ser recodi0i ados em elementos motor-visuais da escrita GXgra0emasXH. Para eLecutar essa a !o U necessOrio dispor tanto de um esquema motor-visual de Xgra0emasX ou letras como manter a correta disposi !o destes no espa o. 7o entanto a escrita n!o termina nesse processo. "la representa um compleLo programa de movimentos, nos quais um elo deve incorporar-se Sarmoniosamente ao seguinte. - cumprimento dessa condi !o eLige a inclus!o de dispositivos inteiramente di0erentes, sem os quais a escrita Sarmoniosa se torna imposs4vel. Por bltimo, o processo da escrita deve sempre estar su1eito a uma tare0a geral Gescrever uma 0rase, uma carta, eLpor @1

uma idUia, etc.H e s& com a s&lida manuten !o desse programa correspondente a necessOria tare0a pode ser cumprida. Cabe observar que em di0erentes l4nguas a escrita pode apresentar estrutura di0erente. $e na grande maioria das l4nguas Gindo-europUias, turcasH a escrita apresenta a estrutura que acabamos de descrever, SO l4nguas Go cSinTs, por eLemploH em que a escrita n!o U um processo de trans0erTncia das unidades sonoras GX0onemasXH para as respectivas letras GXgra0emasXH` nelas o escrevente representa imediatamente os conceitos com determinados sinais convencionais GSier&gli0osH. = natural que para semelSante escrita a primeira 0ase Ga anOlise sonora da palavraH se torna desnecessOria e o processo da escrita adquire inteiramente outro carOter. - que acaba de ser dito mostra de modo bastante convincente que deve ser abandonada em seus prim&rdios a pr&pria idUia de que um processo t!o compleLo tenSa sido Xlocali3adoX em determinada Orea limitada do cUrebro e reali3ado por um grupo relativamente insigni0icante de cUlulas. Por isto a tare0a de Xlocali3a !oX das 0un es ps4quicas nas Oreas limitadas do cUrebro pode ser substitu4da por outra tare0a: ) )$F+#-& '0 -#-%&2) '& *0$)- /&"&9")#- =4& 64$/#0$)2 &2 /0$:4$%07 =4& >G&2 &2 )?@0 ')'0 M-#-%&2) 64$/#0$)+M7 noutros termos, a anOlise da maneira pela qual esse sistema 0uncional se distribui pelos aparelSos do c&rteL cerebral segundo as respectivas estruturas cerebrais. "sse en0oque torna compreens4vel tambUm o 0ato de que a a0ec !o de determinada Orea limitada do cUrebro pode levar D '&-#$%&1")?@0 %0'0 42 -#-%&2) 64$/#0$)+7 e sempre que Sa1a a0ec !o limitada do cUrebro n!o serO a0etada um X0un !oX mas todos os -#-%&2)- 64$/#0$)#- cu1a reali3a !o tem a participa !o da Orea cerebral a0etada. +orna-se compreens4vel que a mesma a0ec !o do cUrebro pode provocar a perturba !o dos mais diversos sistemas 0uncionais Gs& se 0orem integrados por determinado elo geral ou X0atorX geral cu1o 0uncionamento este1a diretamente relacionado com a a0ec !o da OreaH e que um mesmo sistema 0uncional Go ato da escrita ou da 0ala, por eLemploH pode ser a0etado com a a0ec !o de di0erentes Oreas do cUrebro, que asseguram elos diversos, integrantes da composi !o de dada 0un !o. @)

Assim, se um movimento arbitrOrio inclui em sua composi !o elementos sens&rios GcinestUsicosH espa o-visuais, que que criam a base Xa0erenteX do movimento e os impulsos e0erentes propriamente ditos, ent!o U per0eitamente natural que esse movimento possa ser a0etado tanto com a a0ecc !o das Oreas sens&rias e espa o-visuais como com a a0ec !o das Oreas corticais propriamente motoras. $e o processo da escrita inclui em sua composi !o a anOlise auditiva, cinestUsica GarticularH da estrutura da letra, a reali3a !o do respectivo programa motor serO naturalmente perturbado tanto com a a0ec !o das Oreas auditivas, cinestUsicas ou visuais como das Oreas motoras do cUrebro e essa perturba !o serO cada ve3 di0erente. A anOlise do carOter das perturba es dos compleLos sistemas 0uncionais nos casos de a0ec es locais limitadas do cUrebro constitui o ob1eto de um campo especial da Psicologia P a $&4"0>-#/0+01#). -s dados desta ciTncia s!o de grande, importVncia tanto para o campo prOtico da neurologia P de0ini !o do diagn&stico local Gt&picoH das a0ec es cerebrais P como para uma compreens!o mais pro0unda da estrutra 0isiol&gica dos compleLos processos psicol&gicos. Para entender a organi3a !o cerebral dos compleLos processos ps4quicos, U necessOrio, antes de tudo, ter uma no !o precisa dos dados atuais atinentes # organi3a !o 0uncional do cUrebro Sumano. "#$/5>#0- ') 0"1)$#*)?@0 64$/#0$)+ '0 /<"&9"0 ,42)$0 Como 1O 0oi dito Gcap. IIH, o cUrebro Sumano, sendo produto de uma longa evolu !o, U um compleLo sistema constru4do por Sierarquia, que se distingue pelo 0ato de que, aos aparelSos do tronco e do c&rteL primitivo P bastante desenvolvido 1O nos vertebrados superiores P sobrepem-se os grandes Semis0Urios, que no Somem cSegam a um n4vel especialmente alto de desenvolvimento $e os aparelSos do tronco e de suas Oreas superiores s!o aquelas partes do cUrebro que incluem em sua composi !o os nbcleos Ggrupos de cUlulas que regulam dos processos de respira !o, circula !o sang[4nea e do metabolismo bioqu4mico, que eLecuta os mais importantes processos vitaisH, 1O os apa@J

relSos do corpo quadrigTmeo e dos n&s subcorticais GtOlamo &tico e sistema >)+#42 estriadoH s!o as primeiras instVncias que asseguram a obten !o das instiga es do mundo eLterior que cSegam atravUs dos &rg!os superiores dos sentidos Greceptores de contato e distVnciaH, a inclus!o delas nos aparelSos motores Gcorpo quadrigTmeoH e sua integra !o primOria com a eLecu !o de compleLas sinergias Gsistema talVmico-estriadoH. "sses bltimos aparelSos desempenSam papel dominante nos vertebrados in0eriores Gan04bios, peiLes, avesH mas s!o paulatinamente a0astados pelas Oreas superiores do cUrebro anterior P os grandes Semis0Urios. "stes s!o os dispositivos mais compleLos, que asseguram a anOlise e a s4ntese das eLcita es que cSegam do mundo eLterior, a assimila !o e elabora !o da in0orma !o recebida, o 0ecSamento de novas liga es, o processamento de programas de atividade compleLa e regula !o da reali3a !o das 0ormas superiores de comportamento. As Oreas superiores do sistema nervoso central s!o os grandes Semis0Urios: o c&rteL cerebral e a substVncia branca sub1acente, constitu4da de 0ibras de pro1e !o, que ligam o c&rteL #s 0orma es subcorticais sub1acentes, e de 0ibras de associa !o, que ligam regies corticais isoladas. -s grandes Semis0Urios come am a ocupar posi !o dominante nos vertebrados superiores, tornando-se o aparelSo 0undamental, o mais importante da atividade ps4quica do Somem. Pesquisas reali3adas nos bltimos decTnios deram certa clare3a n!o apenas # caracter4stica mor0ol&gica dos aparelSos cerebrais como tambUm aos princ4pios 0undamentais de sua 0"1)$#*)?@0 64$/#0$)+. = isto que se reveste de importVncia essencial para a Psicologia. O- %"3- M9+0/0-M >"#$/#>)#- '0 /<"&9"0 Como 1O indicamos, o cUrebro Sumano, que assegura o recebimento e a elabora !o da in0orma !o e a cria !o de programas de suas pr&prias a es bem como o controle da eLecu !o destes, trabalSa sempre como um todo bnico. Contudo o cUrebro U um aparelSo compleLo e )+%)2&$%& '#6&"&$?)'07 composto de vOrias partes` a perturba !o do 0uncionamento normal de cada parte se re0lete 0atalmente no seu trabalSo. @E

7o cUrebro Sumano podemos distinguir ao menos %"3- M9+0/0-M >"#$/#>)#-7 cada um desempenSando papel especial na atividade ps4quica. - >"#2&#"0 mantUm o necessOrio tZnus do c&rteL, indispensOvel para o bom andamento dos processos de recebimento e elabora !o da in0orma !o, bem como dos processos de 0orma !o de programas e controle da eLecu !o destes. - -&14$'0 bloco assegura o pr&prio processo de recebimento, elabora !o e conserva !o da in0orma !o que cSega ao Somem do mundo eLterior Gdos aparelSos do seu pr&prio corpoH. - %&"/&#"0 bloco elabora programas de comportamento, assegura e regula sua reali3a !o e participa do controle do seu cumprimento. +odos os trTs blocos se instalam em &rg!os isolados do cUrebro e s& o trabalSo bem organi3ado leva a uma acertada organi3a !o da atividade consciente do Somem. O 9+0/0 '0 %A$4- '0 /."%&; 04 9+0/0 &$&"1<%#/0 '0 /<"&9"0 Para que o Somem possa reali3ar normalmente o recebimento, a elabora !o e conserva !o da in0orma !o, criar e eLecutar os compleLos programas de comportamento, acompanSar o TLito das a es eLecutadas e 0a3er a necessOria auto-regula !o do comportamento, U necessOria uma >&"2)$&$%& 2)$4%&$?@0 '0 %A$40%#2)+ '0 /."%&;. $& esse tZnus pode assegurar a escolSa acertada dos sinais essenciais, a conserva !o dos seus vest4gios, a elabora !o dos necessOrios programas de comportamento e um controle permanente da eLecu !o destes. Coube a POvlov apresentar uma caracter4stica 0isiol&gica desse tZnus otimal do c&rteL, indicando que os processos que ocorrem no c&rteL normal obedecem # Xlei da 0or aX, segundo a qual um instigador 0orte Gou mais signi0icativoH provoca uma rea !o 0orte, que deiLa o vest4gio mais estOvel, ao passo que o instigador 0raco Gou menos signi0icativoH provoca uma rea !o mais 0raca cu1o vest4gio se eLtingue ou se inibe mais 0acilmente. A eListTncia dessa Xlei da 0or aX, que caracteri3a a eLci-tabilidade otimal do c&rteL, U necessOria para a reali3a !o de )%#8#')'& -&+&%#8) 0"1)$#*)')7 para a cria !o de sistemas domi@Y

nantes de eLeita !o, para a conserva !o de sistemas de in0orma !o organi3ados e programas estOveis de comportamento. = bem conSecido que com a redu !o do tZnus do c&rteL este pode passar ao estado inibido ou X0OsicoX: os instigadores 0racos come am a provocar rea es idTnticas #s que provocam os instigadores 0ortes GX0ase niveladoraXH ou atU rea es mais 0ortes do que as dos instigadores 0ortes GX0ase paradoLalXH. "ssa peculiaridade do trabalSo surge, por eLemplo, no estado de sono ou sonolTncia. = natural que em tais condi es a atividade consciente organi3ada se torna imposs4vel e o 0luLo seletivo organi3ado de idUias U substitu4do pelo aparecimento de associa es XcasuaisX Gou secundOriasH. ,ma importante descoberta da 0isiologia nos bltimos vinte anos consiste em que inbmeras observa es e eLperimentos de vOrios pesquisadores cUlebres G%agoun :. \., %oru33i G. Fasper ;. ;.H mostraram que nesse processo desempenSam papel substancial as 0orma es das F"&)- -4>&"#0"&- '0 %"0$/0 /&"&9")+7 particularmente as 0orma es do SipotOlamo, do tO-lamo &tico e do sistema de 0ibras reticulares GX0orma !o re-ticularXH, que une essas 0orma es por uma liga !o bilateral com o c&rteL cerebral. "ssas 0orma es s!o as componentes principais do M>"#2&#"0 9+0/0M do cUrebro-bloco Sumano, que assegura o %A$4- 1&")+ ou &-%)'0 '& 8#15+#) '0 /."%&;. A esses &rg!os devemos incorporar os &rg!os do /."%&; >"#2#%#80 04 +529#/07 que estO situado nas Oreas internas GmUdiasH dos grandes Semis0Urios e U estreitamente ligado aos &rg!os recUmre0eridos do tronco superior. "les compreendem em sua composi !o 0orma es anliqu4ssimas do grande cUrebro como o Sipocampo, o nbcleo do tOlamo &tico, os antimuros e os corpos mamilares` o movimento da eLcita !o nesse sistema, que recebeu a denomina !o de Xciclo do SipocampoX U uma das condi es mais importantes de manuten !o do tZnus corti-cal, de garantia do estado emocional normal e cria condi es para a s&lida manuten !o dos ind4cios surgidos. +odo o compleLo aparelSo que integra o bloco desempenSa importante papel no 0uncionamento normal do c&rteL cerebral e merece abordagem minuciosa. A manuten !o do tZnus permanente do c&rteL tem basicamente duas 0ontes G#s quais s& mais tarde acrescenta-se uma terceira, mais compleLaH . @I

Por um lado, para manter o estado de vig4lia do c&rteL U necessOrio um a0luLo permanente de in0orma !o do mundo eLterior` privado dessa a0luTncia de eLcita es do mundo eLterior, o animal adormece. $abe-se, ainda, o e0eito provocado pela X0ome de in0orma !oX, que surge no Somem ap&s um longo per4odo de isolamento numa cela escura # prova de som. As observa es e0etuadas nos bltimos anos mostram que D nesses casos, come am 0acilmente a surgir alucina es no Somem, quU compensam em parte essa insu0iciTncia de a0luTncia permanente de instiga es eLteriores. Por isto, para manter o tZnus ideal do c&rteL, tem importVncia decisiva o estado de conserva !o do tronco superior e do tOlamo &tico que s!o a primeira instVncia do recebimento das instiga es a0luentes de 0ora. - corte das vias que levam do tronco superior ao c&rteL na composi !o da X0orma !o reticular ativa ascendenteX leva inevitavelmente ao adormecimento` esse mesmo e0eito pode ser provocado pela irrita !o das paredes do terceiro ven-tr4culo Gque tem como componentes os &rg!os do tOlamo &ticoH: a irrita !o das paredes do terceiro ventr4culo durante opera es cerebrais reali3adas pelo 0amoso cirurgi!o soviUtico 7. 7. .urden_o, levou 0req[entemente o paciente a adormecer. 8este modo, a primeira 0onte do estado de vig4lia do c&rteL U a a0luTncia constante de irrita es da peri0eria, no qual os &rg!os do tronco, superior e a 0orma !o reticular ascendente desempenSam papel principal. A segunda 0onte igualmente importante do tZnus permanente do c&rteL U constitu4da pelos impulsos que a este cSegam dos >"0/&--0- #$%&"$0- '& 2&%)90+#-20 '0 0"1)$#-207 que 0ormam a base das #$/+#$)?G&- biol&gicas do organismo. = sabido que o estado do organismo Go n4vel de a bcar no sangue, por eLemplo, que U um 4ndice do estado de 0ome ou sacia !o, o n4vel de oLigTnio no sangue, que, caindo para um n4vel in0erior ao necessOrio, U um 4ndice da X0ome de oLigTnioXH U regulado pelos &rg!os do tronco superior e do Sipo-tOlamo. $abe-se, ainda, que o tronco superior e o encU0alo primitivo s!o compostos tambUm por aparelSos especiais, que regulam processos como os re0leLos seLuais, os re0leLos da agress!o, etc. Irritando as respectivas Oreas do tronco superior e do encU0alo primitivo, os pesquisadores G7. %iller, F. -lds, %c 'ean, 8elgado e outrosH provocaram no animal 0ormas eLpressas de comportamento seLual instintivo, atos de agress!o, @M

0ome constante e sede, etc. A eListTncia, nas re0eridas 3onas do encU0alo, de 0orma es nervosas que regulam as inclina es citadas, 0oi utili3ada por alguns pesquisadores G-lds e 8elgadoH para provocar nos animais rea es duradouras de Xauto-estimula !oX. Ao 0ecSar a corrente que se dirigia aos eletrodos introdu3idos nessas Oreas do encU0alo, o animal provocava so3inSo e demoradamente a eLcita !o desses aparelSos, considerados pelos re0eridos autores como XcentrosX -4# 1&$&"5-7 reguladores do estado emocional do animal. -s impulsos que partem dessas 0orma es do SipotOlamo e do tOlamo &tico, que s!o transmitidos ao c&rteL atravUs da 0orma !o reticular ascendente, constituem a segunda 0onte de manuten !o do tZnus cortical e seu estado de vig4lia. A a0ec !o desses aparelSos do SipotOlamo e dos nbcleos do tOlamo &tico no Somem pode mudar substancialmente o tZnus do c&rteL. "Lemplos de mudan a do tZnus podemos ver nos casos de distbrbio das 0un es da Sip&0ise, por um lado, e de tumores das paredes do terceiro ventr4culo, por outro. Aos aparelSos do tronco superior da 0orma !o reticular, que asseguram a manuten !o do tZnus do c&rteL, devemos incorporar os aparelSos do c&rteL primitivo GXl4mbicoXH, situados nas Oreas internas GmediaisH dos grandes Semis0Urios e participantes do trabalSo do bloco XenergUticoX do encU0alo. - c&rteL primitivo Xl4mbicoX 0oi, durante muito tempo, considerado parte essencial do Xcorpo ol0ativoX. "ssa Sip&tese se baseava no 0ato de que esse c&rteL U especialmente desenvolvido nos animais nos quais o ol0ato desempenSa papel dominante no comportamento. %as a eListTncia dessa Orea nos animais sem ol0ato Gdel0insH, bem como vOrias observa es 0isiol&gicas levaram # mudan a desse ponto de vista` levaram a incluir na regi!o o Sipocampo e os &rg!os componentes, de 0un es bem mais compleLas, e a considerar o c&rteL primitivo e a regi!o l4mbica como XencU0alo-vegetativosX, tendo participa !o essencial na regula !o da ocorrTncia dos processos vegetativos e a0etivos cu1o papel U importante para a conserva !o dos vest4gios da mem&ria. "ssas Sip&teses 0oram 0ormuladas pelos grandes pesquisadores americanos :. :l[ver e P. .uc^ que, depois da dani-0ica !o da regi!o l4mbica Gparticularmente das Oreas mediais do lobo temporalH observaram nos animais acentuada eLcita !o das rea es emocionais e perturba es da mem&ria. 8ados aproLimados 0oram obtidos tambUm nas observa es pos@K

teriores de %c 'ean, -lds e outros, que tiveram oportunidade de presenciar mudan as substanciais das inclina es e dos processos a0etivos, que ocorrem nos animais como resultado da dani0ica !o do Sipocampo. Por bltimo, importantes observa es reali3adas em pessoas com a0ec !o bilateral do Sipocampo pelos pesquisadores americanos \. Pen0ield, .. %ilner e \. $coville permitiram mostrar que, nesses casos, muda substancialmente o tZnus do c&rteL e a0eta-se pro0undamente a mem&ria. A eLplica !o para esses 0enZmenos 0oi encontrada quando os 0isiologistas GViesel, Fasper e outrosH descobriram que no Sipocampo eListe um grande nbmero de neurZnios que n!o reagem a instigadores espec40icos Gvisuais, auditivos ou tOteisH mas reagem sutilmente a cada 24')$?) que surge no meio ambiente. A eListTncia desses neurZnios de cu1as 0un es 0a3 parte a compara !o dos instigadores com os vest4gios antecedentes, 0a3endo parte tambUm as rea es # d%escoordena- !oX destes, parece eLplicar o papel desempenSado pelas 0orma es do c&rteL primitivo nos processos de re0leLo orientado Gaten !o n!o-dirigidaH e memori3a !o. - papel dos aparelSos do primeiroh bloco na manuten !o do tZnus do c&rteL e do estado de vig4lia U assegurado pelas suas estreit4ssimas liga es com o c&rteLn que s!o reali3adas atravUs das 0ibras da 60"2)?@0 "&%#/4+)" ativadora. Cabe observar que essa 0orma !o tem tecidos tanto )-/&$'&$%&- como '&-/&$'&$%&-. AtravUs dos primeiros GX0orma !o reticular ativadora ascendenteXH e0etua-se a eLcita !o do c&rteL pelos impulsos decorrentes das 0orma es das Oreas superiores do tronco do encU0alo. Por meio dos segundos GX0orma !o reticular ativadora descendenteXH reali3am-se1 aquelas in0luTncias que as Oreas superiores do cUrebro, particularmente o seu c&rteL, eLercem sobre os segmentos do tronco ence0Olico. Por isto o aparelSo da X0orma !o reticular descendenteX desempenSa papel substancial na transmiss!o do colorido a0etivo e na garantia do tZnus para os programas de comportamento que surgem no c&rteL em decorrTncia da in0orma !o recebida e das 0ormas eLteriores de programas e necessidades que se 0ormam no Somem com a participa !o da 0ala. = esse aparelSo que assegura a %&"/&#") 60$%& de manuten !o do estado de vig4lia, que apenas mencionamos e que estO ligado aos compleLos programas e necessidades que surgem no Somem como resultado de sua atividade consciente. @@

8este modo, o primeiro bloco do cUrebro de cu1a composi !o 0a3em parte os aparelSos do tronco superior, da 0orma !o reticular e do c&rteL primitivo, assegura o tZnus geral Gvig4liaH do c&rteL e a possibilidade de duradoura conserva !o dos vest4gios da eLcita !o. - 0uncionamento desse bloco n!o estO relacionado especialmente com os outros &rg!os dos sentidos e tem carOter Xmodal-n!o-espec40icoX, assegurando o %A$4- 1&")+ do c&rteL. (+0/0 '0 "&/&9#2&$%07 &+)90")?@0 & /0$-&"8)?@0 ') #$60"2)?@0 $e o primeiro bloco que acabamos de descrever assegura o tZnus do c&rteL mas ele mesmo ainda n!o participa do recebimento e processamento da in0orma !o nem da elabora !o dos programas de comportamento, 1O o -&14$'0 9+0/0 estO imediatamente ligado ao trabalSo de anOlise e s4ntese dos sinais tra3idos do mundo eLterior pelos &rg!os dos sentidos, noutros termos, estO relacionado com o "&/&9#2&$%07 0 >"0/&--)2&$%0 & ) /0$-&"8)?@0 ') #$60"2)?@0 "&/&9#') >&+0 ,02&2. "sse bloco U composto de &rg!os situados nas -&?G&- >0-%&"#0"&- '0 /."%&; /&"&9")+ GOreas parietal, temporal e occipi-talH e, di0erentemente dos aparelSos do primeiro bloco, tem /)"F%&" 20')+-&->&/56#/07 sendo um sistema de dispositivos centrais que registra a in0orma !o visual, auditiva e tOtil, processam-na ou Xcodi0icam-naX e conservam na mem&ria os vest4gios da eLperiTncia adquirida. -s aparelSos desse bloco podem ser considerados eLtremidades centrais GcorticaisH dos sistemas perceptivos Ganalisa-doresH, sendo que as eLtremidades corticais do analisador visual est!o situadas na regi!o occipital, as auditivas na regi!o temporal e as tOteis na regi!o tOtil-cinestUsica. 7essas se es corticais terminam os tecidos procedentes dos respectivos aparelSos receptores, distinguindo-se e sepa-rando-se aqui ind4cios isolados da in0orma !o visual, auditiva e tOtil a0luente. 7as se es mais compleLas dessas 3onas eles se rebnem, sinteti3am-se e combinam-se em estruturas mais compleLas. A esssa tare0a corresponde a delicada estrutura celular das 3onas corticais. Como todas as outras regies do novo c&rteL, essas 3onas tTm uma estrutura SeLassegmentar. A mais desenvolvida nessas 3onas U a se !o IV do c&rteL, aonde 1CC

cSegam as 0ibras que come am nos aparelSos sensitivos peri0Uricos. Aqui elas se trans0erem para outros neurZnios. Algumas 0ibras descem diretamente para a se !o V do c&rteL, onde est!o instaladas as cUlulas piramidais GmotorasH. As 0ibras se dirigem de algumas dessas cUlulas para a peri0eria e, deste modo, 0ecSa-se o arco dos re0leLos sens&rios mais simples. -utros tecidos, que cSegam dos &rg!os sensitivos # se !o IV do c&rteL, trans0erem-se ali para os neurZnios de a !o curta, que servem de aparelSos de trans0erTncia das eLc4ta es para cUlulas associativas mais compleLas. Grande parte das cUlulas associativas ou cUlulas de a !o curta, que tTm a 0orma de pequenas pirVmides ou cUlulas aster&ides, estO situada nas se es II e III do c&rteL, que constituem o aparelSo principal de transmiss!o das eLcita es de uns neurZnios a outros. 7as 3onas corticais aonde cSegam diretamente as 0ibras vindas dos &rg!os sensitivos peri0Uricos Gmudando apenas nos nbcleos sub-corticaisH, que s!o denominadas *0$)- >"#2F"#)- 04 '& >"0:&?@07 a posi !o de maior destaque cabe # se !o IV receptora das cUlulas. 7as 3onas corticais cont4guas #s 3onas de pro1e !o e denominadas *0$)- -&/4$'F"#)S 04 '& >"0:&%0 & )--0/#)?@07 as se es celulares II e III s!o poderosamente desenvolvidas. As se es I e VI n!o eLaminadas tTm importVncia especial: na I est!o instaladas as liga es Sori3ontais XtranscorticaisX, que contactam as Oreas cont4guas doh c&rteL, instalando-se na VI as pro1e es das cUlulas vegetativas, que contactam o c&rteL com as Oreas pro0undas do encU0alo. +oda a substVncia branca situada sob o c&rteL U constitu4da de 0ibras longas, que contactam o c&rteL com as 0orma es sub1acentes Gtecidos de pro1e !oH ou ligam Oreas isoladas do c&rteL a outras regies corticais Gtecidos transcorticaisH . -s dois Semis0Urios do c&rteL s!o ligados entre si por um 0eiLe especialmente potente de 0ibras transcorticais, denominado Xcorpo calosoX. Wuando se corta o corpo caloso, parte considerOvel dos grandes .Semis0Urios 0ica desconeLa e os dois Semis0Urios come am a 0uncionar isoladamente. - princ4pio de /0$-%"4?@0 ,#&"F"=4#/) '& /)') *0$) /0"-%#/)+7 integrante da composi !o do bloco por n&s eLaminado, < um dos princ4pios mais importantes de estrutura !o do c&rteL mcerebral. Como mostraram as pesquisas, a in0orma !o que cSega do receptor visual, auditivo ou tOtil D- *0$)- >"#2F"#)- O04 '& >"0:&?@0 '0 /."%&;I < aqui 0racionada em grande nbmero de ind4cios que a compem. Isto se deve a que nessas 1C1

3onas de pro1e !o do c&rteL est!o instalados $&4"A$#0- )+%)2&$%& &->&/#)+#*)'0-7 que, como mostraram pesquisas de alguns 0isiologistas, respondem somente a alguns ind4cios particulares das instiga es. Assim, na 3ona de pro1e !o do c&rteL occipital GvisualH SO neurZnios que s& reagem ao movimento do ponto que ilumina do centro # peri0eria ou da peri0eria ao centro, s& #s linSas curvas Sarmoniosas, #s linSas quebradas agudas, etc. "ssas mesmas cUlulas, com elevad4ssima especiali3a !o, eListem no c&rteL temporal GauditivoH e tOtil GparietalH. Isto permite dividir a eLcita !o em m4nimos elementos isolados e os trans0orma num 20-)#/0 64$/#0$)+ ')- #$-%#1)?G&-7 acess4vel # organi3a !o posterior. $obre cada 3ona primOria ou de pro1e !o do c&rteL est!o edi0i adas 3onas -&/4$'F"#)- ou de pro1eto e associa !o. -s tecidos que aqui cSegam n!o s!o diretamente originOrios, via de regra, do receptor peri0Urico` eles ou mudam nos respectivos nbcleos subcorticais e 1O veiculam impulsos generali3ados ou cSegam das 3onas primOrias #s 3onas secundOrias do c&rteL. l di0eren a das 3onas primOrias do c&rteL, essas 3onas se constituem basicamente das se es celulares II e III Gde associa !oH poderosamente desenvolvidas. A maioria esmagadora dos neurZnios componentes dessas 3onas n!o se distingue por uma especiali3a !o t!o sutil como os neurZnios das 3onas primOrias Gde associa !oH. "les n!o reagem a ind4cios isolados divididos, porUm, mais amibde, a todo um compleLo de instigadores espec40ico-modais Gvisuais, auditivos, tOteisH, sendo que alguns deles tTm inclusive carOter multimodal, reagindo a instiga es de diversas modalidades. A importVncia dessas 3onas secundOrias parece consistir em "&4$#" as irrita es que lSes cSegam dos nbcleos subcorticais sub1acentes ou das 3onas primOrias do c&rteL e /0'#6#/F-+)- &2 '&%&"2#$)')- &-%"4%4")- '#$J2#/)- 2.8&#-. "sse 0ato U demonstrado por uma sUrie de eLperimentos 0isiol&gicos e psico0isiol&gicos. Como mostraram as pesquisas de %c CullocS, a irrita !o das 3onas primOrias com estricnina, depositada num peda o de papel, surte e0eito somente nas Oreas corticais imediatamente pr&Limas` ao contrOrio, a irrita !o das 3onas secundOrias com estricnina provoca eLcita !o, que se espalSa a 0undo nas 3onas cont4guas. Isto mostra que as 3onas secundOrias das Oreas corticais de cada analisador di0undem realmente a eLci1C)

ta !o a Oreas considerOveis e deste modo #$/0">0") )0 >"0/&--0 '& &;/#%)?J0 -#-%&2)- /02>+&;0- #$%&#"0'& $&4"A$#0-7 garantindo o 0uncionamento con1unto de grandes 3onas do c&rteL. A importVncia psicol&gica das 3onas primOrias e secundOrias do c&rteL da sensibilidade tornou-se clara gra as aos eLperimentos em pacientes submetidos a cirurgia cerebral. = sabido que o c&rteL do cUrebro, esse &rg!o superior da sensibilidade, U por si mesmo indolor, ra3!o por que as cirurgias cerebrais podem ser 0eitas sem anestesia` irritando partes isoladas do c&rteL, podem-se observar as rea es do doente. ?or isto que permitiu aos pesquisadores G-. ?oerster, -. Poet3l e \. Pen0ieldH cSegarem a uma conclus!o sobre as 0un es originais das Oreas primOrias e secundOrias do c&rteL. Como mostraram as pesquisas, a irrita !o do c&rteL visual ou auditivo 0a3 surgirem no su1eito sensa es correspondentes Galucina esH. 7o entanto varia inteiramente o carOter dessas alucina es com a irrita !o das 3onas primOrias e secundOrias do c&rteL. Assim, as irrita es das 3onas >"#2F"#)- do c&rteL visual Gcampo 1MH provocam no su1eito -&$-)?G&8#-4)#- -&2 60"2) '&6#$#') Go Somem vT Xlu3 coloridaX, XcSamaX, Xbolas luminosasX, etcH. 8i0erentemente disto, a irrita !o das 3onas -&/4$'F"#)- do c&rteL visual 0a3 o Somem come ar a ver 09:&%0- '& 60"2) '&6#$#') Gborboletas, 0eras, rostos conSecidos, etc.H. (esultados anOlogos s!o obtidos com a irrita !o do c&rteL auditivo: com a irrita !o das 3onas >"#2F"#)- do c&rteL auditivo o Somem come a a ouvir tons ou sons isolados, passando a ouvir melodias inteiras com a irrita !o das 3onas -&/4$'F"#)- desse c&rteL, etc. +udo isso indica que )- *0$)- >"#2F"#)- '0 /."%&; ') -&$-#9#+#')'& %32 )- 64$?G&- '& '#-%#$14#" &--&- & )=4&+&- #$'5/#0- &->&/56#/0-20')#- O8#-4)#-7 )4'#%#80-7 %F%&#-I7 $04%"0- %&"20-7 &;&"/&2 ) 64$?@0 '& 6")/#0$)" O)$)+#-)"I &2 >)"%&- /02>0$&$%&- ) #$60"2)?@0 "&/&9#')7 )0 >)--0 =4& )- *0$)- 8#-4)#- '&--)2&-2)- F"&)- /0"%#/)#- #2>+#/)2 ) 64$?@0 '& 4$#6#/)" O-#$%&%#*)"I 04 >"0/&'&" ) 42) &+)90")?@0 /02>+&;) ') #$60"2)?@0 =4& /,&1) )0 -4:&#%0. Cabe observar mais uma peculiaridade importante do 0uncionamento das 3ortas primOrias Gde pro1e !oH e secundOrias Gde pro1e !o e associa !oH do c&rteL. 1CJ

Asd 3onas primOrias do c&rteL, aonde os tecidos de pro1e !o cSegam dos respectivos receptores peri0Uricos, apresentam uma rigorosa &-%"4%4") -02)%0%.>#/). Isto signi0ica que as 0ibras nervosas, que cSegam das regies receptoras ao c&rteL dessas 3onas, n!o est!o distribu4das por acaso mas dispostas em ordem rigorosa, estando cada ponto da super04cie receptora representado num ponto absolutamente determinado do c&rteL de pro1e !o. Assim, os tecidos que v!o das super04cies cutVneas das 3onas in0eriores do corpo, cru3ando-se no tronco do encU-0alo, cSegam #s 3onas superiores da circunvolu !o anterior central do Semis0Urio oposto, ao passo que os tecidos que condu3em os impulsos da sensibilidade cutVnea das m!os se situam na parte intermediOria e os tecidos que levam os impulsos sens4veis da pele do rosto e da cabe a se situam nas partes in0eriores da circunvolu !o central anterior do Semis0Urio oposto` U de importVncia especial o 0ato de que a Orea, ocupada pela pro1e !o dessas ou daquelas partes do corpo, U proporcional # #2>0"%J$/#) que essas regies do corpo realmente tTm. 8este modo, a Orea ocupada pela pro1e !o do quadril ou da perna no c&rteL cerebral U muito insigni0icante, ao passo que as pro1e es da m!o Gespecialmente do polegar e do indicadorH, da boca e dos lObios, s!o muito grandes. Isto garante maior dire !o para os &rg!os que devem su1eitar-se com precis!o especial a uma regula !o central. = caracter4stico que a destrui !o de determinados trecSos das Oreas cor-ticais da regi!o parietal Gp&stero-centralH leva # queda da sensibilidade nas Oreas rigorosamente limitadas do lado oposto do corpo, sendo que a queda da sensibilidade na pele da perna, do bra o ou do rosto dO 0undamentos para avaliar o lugar no c&rteL de pro1e !o e sensibilidade ou em suas vias condutoras, destru4das por processo patol&gico. Ao contrOrio, a irrita !o das 3onas primOrias Gde pro1e !oH do c&rteL leva ao aparecimento de sensa es visuais ou auditivas, que surgem na ausTncia das respectivas in0luTncias eLteriores. - t4pico para esses casos U a XauraX G0ase inicialH dos acessos epilUpticos, que surgem como resultado da in0luTncia irritante de cicatri3 locali3ada na 3ona correspondente do c&rteL cerebral. Assim, uma cicatri3 locali3ada nas Oreas superiores da circunvolu !o p&stero-central provoca sensa !o de XcSoqueX ou X0ormiga-mentoX na eLtremidade in0erior do lado oposto, a cicatri3 locali3ada nas 3onas intermediOrias dessa regi!o provoca as mesmas sensa es no bra o oposto, e a situada nas partes in0eriores 104

do c&rteL dessa regi!o provoca as mesmas sensa es na 0ace oposta do rosto. - princ4pio anOlogo da pro1e !o somatot&pica ocorre em outras Oreas do c&rteL. Assim, as 0ibras que v!o de Oreas isoladas da retina, que constituem partes do campo visual, pro1etam-se em trecSos absolutamente determinados da 3or1a de pro1e !o do c&rteL occipital GvisualH, resultando que a a0ec- !o de determinadas Oreas do c&rteL visual leva # elimina !o de Oreas per0eitamente determinadas do campo visual` a irrita !o de Oreas isoladas da regi!o occipital leva ao surgimento de sensa es visuais GX0os0enosXH em determinadas Oreas do campo visual. - mesmo ocorre nas Oreas de pro1e !o do c&rteL temporal GauditivoH: os tecidos que implicam eLcita !o, que corresponde a tZnus elevados, pro1etam-se nas Oreas internas da 3ona auditiva primOria do c&rteL, enquanto os tecidos que implicam eLcita es, /0""&->0$'&$%&- )0- %A$4- 9)#;0-7 >"0:&%)2-& $)- F"&)- +)%&")#- do c&rteL. 0" #-%0 ) #""#%)?@0 '&--&- -&%0"&- '0 /."%&; 04 '& -4)- 8#)- /0$'4%0")provoca sensa es auditivas correspondentes, que podem ser o #$5/#0 O)4")I de acessos epilUpticos. A considera !o dos re0eridos 0atos da estrutura somatot&pica das 3onas primOrias do c&rteL U de grande importVncia prOtica, pois os sintomas de sua a0ec !o ou irrita !o servem de importante ind4cio diagn&stico para a atividade t&pica de suas a0ec es. "sse princ4pio da rigorosa pro1e !o somatot&pica de determinadas super04cies sens4veis GreceptorasH em certas Oreas dos campos corticais de pro1e !o Gprinc4pio esse que permite usar os sintomas de queda da sensibilidade em determinadas Oreas do corpo para o diagn&stico t&pico das a0ec esH caracteri3a a organi3a !o 0uncional dos campos corticais >"#2F"#0-. 7o entanto ele n!o tem qualquer validade para a avalia !o do 0uncionamento dos campos corticais -&/4$'F"#0-. Como 1O 0oi dito, os campos corticais secundOrios do bloco por n&s eLaminado asseguram a s4ntese das eLcita es que cSegam ao campo primOrio, Xcodi0icando-asX` eles -49-%#%4&2 0 >"#$/5>#0 '& >"0:&?@0 -02)%0%.>#/) >0" 04%"0 >"#$/5>#0E 0 ') 0"1)$#*)?@0 64$')2&$%)+ ')- "&->&/%#8)- &;/#%)?G&-. Por isto a destrui !o dessas 3onas n!o leva a ocorrTncias de quedas de sensibilidade, levadas a coincidirem com determinadas regies do corpo ou a certa parte do campo da per1CY

cep ao, mas suscita uma '&-#$%&1")?@0 geral no 0uncionamento desse ou daquele analisador, a qual se mani0esta na compleLa decodi0ica !o da in0orma !o que cSega ao su1eito, noutros termos, leva # perturba !o das 0ormas compleLas de percep !o visual, auditiva ou tOtil, conSecida na cl4nica pela denomina !o de XagnosiaX. Ainda voltaremos a abordar a anOlise desses 0enZmenos quando analisarmos os processos de percep !o. As 3onas primOrias e secundOrias do c&rteL n!o esgotam os aparelSos corticais do bloco em anOlise. $obre elas est!o edi0icados os aparelSos das *0$)- %&"/#F"#)- '0 /."%&; Gou X3onasX de cobertura das eLtremidades corticais de determinados analisadoresH, sumamente importantes para garantir as 0ormas mais compleLas de 0uncionamento desse bloco. As 3onas terciOrias do c&rteL cerebral surgem nas etapas mais tardias da escada 0ilogenUtica e s!o, atU certo ponto, 0orma es especi0icamente Sumanas. AtU nos carn4voros as 3onas corticais de certos analisadores est!o em contato direto umas com as outras, sendo apenas esbo adas no macaco, ao passo que no Somem elas ocupam parte considerOvel das Oreas posteriores do c&rteL. As 3onas terciOrias do c&iteL cerebral amadurecem s& muito tardiamente, na ontogTnese. Como mostrou o anatomista alem!o P. ?lecSsig, o processo de revestimento dos tecidos que surgem nessas 3onas P a mielina, que os torna aptos para o 0uncionamento P termina bem mais tarde do que em outras 3onas. +udo isso mostra que as 3onas terciOrias ou X3onas de coberturaX s!o as Oreas do c&rteL cerebral mais 1ovens, que come am a 0uncionar mais tardiamente. Pela estrutura Sistol&gica, essas 3onas pertencem #quelas em que predominam inteiramente as camadas II e III de cUlulas de associa !o. Isto se re0ere #s suas 0un es bOsicas, que consistem na 4$#6#/)?@0 ') #$60"2)?@0 que cSega de di0erentes analisadores ao c&rteL cerebral. As 3onas terciOrias das Oreas posteriores do c&rteL cerebral est!o situadas nos -limites da regi!o parietal, occipital e temporal e compreendem os campos J@, EC, JM das Oreas parietais in0eriores do c&rteL. Wuando elas se irritam, n!o surgem quaisquer rea es sensitivas ou observa es, sua a0ec !o n!o provoca a queda da sensibilidade visual, auditiva ou tOtil. A importVncia dessas Oreas do c&rteL 1CI

para a uni0ica !o da in0orma !o, que cSega de analisadores isolados, pode ser vista analisandose os comportamentos dos doentes com a0ec !o dessas Oreas do c&rteL cerebral. Via de regra, surgem nesses doentes di0iculdades de 0a3er uma codi0ica !o mais compleLa da in0orma !o recebida, predominando a di0iculdade de 4$#6#/)" &2 &-=4&2) &->)/#)#- -#24+%J$&0- )#""#%)?G&- -4/&--#8)- =4& /,&1)2 )0 &$/<6)+0. 8istiguindo os ob1etos e sons visualmente percept4veis, os doentes come am a sentir di0iculdades de orientar-se no espa o, con0undem a dire !o, n!o conseguem distinguir os lados direito e esquerdo, entender a posi !o dos ponteiros do rel&gio e correla !o dos pa4ses no mapa geogrO0ico. "sses pacientes 0icam sem condi es de 0a3er opera es matemOticas que eLigem tomar como orienta !o a ordem numUrica, subtra es e divises rOpidas e /02&?)2 ) &;>&"#2&$%)" -<"#)- '#6#/4+')'&- $) interpreta !o das compleLas estruturas gramaticais e de opera es l&gicas que incluem rela es compleLas. +udo isso mostra que as 3onas terciOrias do c&rteL s!o um importante aparelSo, indispensOvel para as 0ormas mais compleLas de elabora !o e codi0ica !o da in0orma !o recebida. O 9+0/0 ') >"01")2)?@07 "&14+4?@0 & /0$%"0+& ') )%#8#')'& - terceiro bloco cerebral do Somem 0a3 a programa !o, a regula !o e o controle do desempenSo ativo do Somem, 0i integrado por &rg!os situados nas F"&)- )$%&"#0"&- '0- 1")$'&- ,&2#-6<"#0-7 cabendo nele posi !o dominante )- -&?G&- 6"0$%)#- do encU0alo. A atividade consciente do Somem apenas come a com a obten !o da in0orma !o e sua elabora !o, terminando com a 0orma !o das inten es, do respectivo programa de a !o e com a reali3a !o desse programa em atos eLteriores GmotoresH ou interiores O2&$%)#-I. )") #-%0 < necessOrio um aparelSo especial, capa3 de criar e manter as necessOrias inten es, elaborar programas de a !o a elas correspondentes, reali3O-los nos devidos atos e, o que U de suma importVncia, acompanSar as a es em curso, comparando o e0eito da a !o eLercida com as inten es iniciais. +odas essas 0un es s!o eLercidas pelas Oreas anteriores do encU0alo e seus lobos 0rontais. 1CM

Pelo carOter de sua estrutura, as Oreas anteriores do c&rteL distinguem-se substancialmente das posteriores` se o c&rteL das Oreas posteriores do encU0alo apresentava k como caracter4stica raias transversais, o c&rteL das h Oreas anteriores se caracteri3ava por raias 8&"%#/)#-7 o que sugere o carOter motor das estruturas nele dominantes. $e no c&rteL das Oreas posteriores do encU0 alo Gprincipalmente enL suas 3onas primOriasH predomina a camada IV Ga0erenteH de cUlulas, no c&rteL das Oreas anteriores Gespecialmente em sua 3ona primOriaH predomina a camada e0erente de cUlulas com as grandes pirVmides, cu1as a es levam # peri0eria os impulsos 0ormados, 0a3endo-os cSegar aos mbsculos dos bra os e assim provocando os movimentos correspondentes cu1os programas 0oram preparados por todo o c&rteL cerebral, particularmente por sua regi!o 0rontal. Como as Oreas posteriores, as Oreas anteriores tTm as mais estreitas liga es com as 0orma es sub1acentes da 0orma !o reticular, sendo importante que aqui est!o poderosamente representados tanto as 0ibras ascendentes como as descendentes da 0orma !o reticular, que acompanSam os impulsos 0ormados nos lobos 0rontais do c&rteL e deste modo regulam o estado geral da atividade do organismo, mudando-a de con0ormidade com as inten es 0ormadas no c&rteL. Como os sistemas das Oreas posteriores do c&rteL, as Oreas anteriores tTm estrutura SierOrquica com a bnica di0eren a de que as 3onas primOrias do c&rteL motor n!o s!o as primeiras Gaonde cSegam os instigadores que atingem o encU0 aloH mas as bltimas pela ordem de 0uncionamento: a elas cSegam os impulsos preparados nas Oreas mais altas do c&rteL e elas dirigem esses impulsos para a peri0eria, provocando movimentos correspondentes. Por uma quest!o de simplicidade da nossa eLposi !o, manteremos no eLame das 3onas primOrias do cUrebro a mesma ordem que adotamos na abordagem das estruturas Sierarquicamente organi3adas das Oreas posteriores do c&rteL. = 3ona primOria ou de pro1e !o das Oreas anteriores do encU0alo a /#"/4$80+4?@0 /&$%")+ )$%&"#0" ou a regi!o motora do c&rteL GED- Orea de .rodmannH, sobre a qual estO constru4do o campo prU-motor -&/4$'F"#0 GI] Orea de .rodmannH` mais acima est!o situadas as 0orma es do c&rteL propriamente 0rontal ou regi!o prU-0rontal GOreas @, 1C, 11, EI de .rodmannH. 1CK

Apesar de todas essas 3onas corticais apresentarem como caracter4stica a Xestrutura de raias verticaisX 1O re0erida, as estruturas celulares de cada uma das re0eridas 3onas di0ere muito uma.

das outras.
- c&rteL primOrio ou de pro1e !o estO situado em 0orma de uma 0aiLa longa nos limites da circunvolu !o anterior central, predominando nele a camada e0erente constitu4da de gigantescas cUlulas piramidais, descobertas pelo anatomista russo V. A. .ets. "ssas gigantescas pirVmides d!o in4cio a longos aLZnios, que, passando no tronco cerebral para o lado oposto, descem, cSegam aos cornos anteriores da medula espinSal e s!o portadores de impulsos motores que, em suma, levam a conSecidos grupos musculares. Como outras 3onas de pro1e !o, os campos motores primOrios do c&rteL tTm precisa estrutura somatot&pica: as gigantescas cUlulas piramidais das suas Oreas superiores levam os impulsos motores aos mbsculos das eLtremidades in0eriores do lado oposto do corpo, as gigantescas pirVmides das 3onas mUdias levam esses impulsos aos mbsculos das eLtremidades superiores, as cUlulas piramidais das 3onas in0eriores desse campo levam os impulsos aos mbsculos do pesco o, da cabe a e do rosto. Como nas 3onas sens&rias de pro1e !o, o territ&rio do campo motor primOrio representa os respectivos grupos musculares n!o pelo tra o geomUtrico mas pelo 0uncional` quanto mais dirig4vel deve ser o respectivo grupo muscular, tanto maior territ&rio ocupa sua pro1e !o na 3ona motora primOria do c&rteL. "ssa organi3a !o somatot&pica da circunvolu !o central anterior e suas vias condutoras U de suma importVncia para o diagn&stico tZnico das a0ec es cerebrais: a destrui !o das Oreas superiores dessa regi!o cerebral ou de suas vias condutoras leva # paralisia na perna oposta, a a0ec !o das Oreas mUdias leva # paralisia do bra o oposto, a a0ec !o das Oreas in0eriores leva # paralisia ou paresia dos nervos do lado oposto do rosto. 8e acordo com isto, as cicatri3es situadas nessas Oreas do c&rteL, e que o irritam, provocam contra !o ou convulses das partes correspondentes do corpo, ra3!o por que o carOter da aura Gper4odo inicial dos acessos epilUpticos que surgem em casos semelSantesH U de grande importVncia diagnostica, indicando o lugar da cicatri3. $obre a 3ona motora primOria do c&rteL cerebral edi0ica-se a "&1#@0 >"<-20%0")7 que tem em sua composi !o a ID Orea 1C@

de .rodmann. "ssa regi!o prepara o lan amento dos impulsos motores e cria a Xmelodia cinUticaX que pe em 0uncionamento as XteclasX da 3ona motora do c&rteL. l di0eren a da 3ona motora de pro1e !o, nessa regi!o prU-motora predominam pequena] cUlulas piramidais das camadas II e III do c&rteL, cUlulas essas que desempenSam papel de pro1e !o e associa !o` aqui o princ4pio da pro1e !o somatot&pica estO incomparavelmente menos representado do que na 3ona motora de pro1e !o. Por isto a a0ec !o da 3ona prU-motora n!o leva ao surgimento de paralisias em determinados grupos musculares. A importVncia da 3ona prU-motora do c&rteL Gou Xcampo motor eLtrapiramidalXH consiste em que ela cria condi es para o 0uncionamento sistemOtico do aparelSo motor e, em particular, assegura a trans0erTncia Sarmoniosa dos impulsos de uns elos de movimento a outros, garantindo a eLecu !o de compleLas 2&+0'#)- 20%0")-. A 3ona prU-motora do c&rteL adquire importVncia especialmente grande para a cria !o de ,)9#+#')'&- motoras, nas quais um elo motor deve ser Sarmoniosamente substitu4do por outro. i por isto que, com a irrita !o da 3ona prU-motora do c&rteL, n!o surgem contra es de grupos musculares isolados mas compleLos movimentos con1untos Gviradas da cabe a e dos olSos, movimentos de agarramento com os bra osH` com a a0ec !o dessa 3ona surgem perdas da trans0erTncia Sarmoniosa de um elo a outro, ou se1a, em outros termos, a perturba !o das Xmelodias cinU-ticasX ou Sabilidades motoras. 7as 3onas prU-motoras do c&rteL cabe papel especial # K] Orea de .rodmann, que U um centro anterior de movimenta !o dos olSos, que garante ativos movimentos Sarmoniosos dos olSos. Com sua a0ec !o, mantUm-se os movimentos re0letores dos olSos, que acompanSam os ob1etos em movimento, perturbando-se os movimentos rOpidos e Sarmoniosos dos olSos. $obre a 3ona prU-motora edi0icam-se as Oreas %&"/#F"#)- do c&rteL 0rontal ou regi!o prU-0rontal, integradas pelas Oreas @, 1C, 11 e EI de .rodmann, de estrutura inteiramente di0erente. l di0eren a da 3ona motora e prU-motora, essas Oreas do c&rteL n!o tTm entre seus componentes grandes cUlulas piramidais, estando toda a massa cortical ocupada por cUlulas de pequenos aLZnios e cUlulas aster&ides cu1os corpos s!o muito pequenos e constituem embries ou grVnulos Gpor isto a regi!o prU0rontal U #s ve3es cSamada de Xc&rteL 0rontal granularXH. "la apenas se esbo a nos vertebrados, ocupa lugar relativa11C

mente pequeno nos macacos, desenvolvendo-se poderosamente apenas no Somem, no qual representa quase um ter o de toda a massa dos Semis0Urios. Por isto o c&rteL prU-0rontal pode ser considerado 0orma !o especi0icamente Sumana. -s &rg!os do c&rteL prU-0rontal amadurecem bem no 0inal da ontogTnese, ocupando pelo tempo de matura !o um dos bltimos lugares no mapa de mie4ini3a !o de ?lecSsig. Por bltimo, o que U de suma importVncia, as regies prU-0rontais do c&rteL est!o ligadas a todas as Oreas do cUrebro e #s Oreas sub1acentes da 0orma !o reticular. "ssas liga es s!o especialmente signi0icativas nas regies mediais e basais dos lobos 0rontais` como 1O dissemos anteriormente, concomitantemente com as 0ibras ascendentes da 0orma !o reticular, nela se desenvolvem, com 0or a especial as 0ibras da 60"2)?@0 "&%#/4+)" '&-/&$'&$%&. Isto permite aos lobos 0rontais do encU0alo manter permanentemente o tZnus do c&rteL por meio de tecidos bOsicos, que os contactam com as 0orma es sub1acentes do tronco. A importVncia dos lobos 0rontais do c&rteL cerebral U muito grande para a organi3a !o do comportamento, embora durante muito tempo ela n!o se tenSa prestado a uma de0ini !o cient40ica precisa. Isto se devia # impossibilidade que Savia de eLpressar as 0un es dos lobos 0rontais do encU0alo nos conceitos clOssicos do raio re0letor` a a0ec !o dos lobos 0rontais do encU0alo n!o levava a nenSuma perturba !o dos movimentos elementares, n!o provocava paralisia, distbrbios da sensibilidade nem perturba !o da 0ala. Isto dava a alguns autores 0undamentos para considerar as regies 0rontais do c&rteL cerebral como X3ona mudaX sem quaisquer 0un es especiais. A quest!o mudou substancialmente quando os pesquisadores passaram a en0ocar o cUrebro como um -#-%&2) )4%0-"&14+)'0" -42)2&$%& /02>+&;07 que cria compleLos programas de comportamento, regula a ocorrTncia de atos motores e eLerce controle sobre estes. l lu3 dessas concep es conseguiu-se de0inir com precis!o bem maior a 0un !o do cUrebro. 8otados de poderosas liga es com a 0orma !o reticular ascendente e a descendente, os lobos 0rontais do encU0alo se constitu4am acima de tudo em um aparelSo de poderoso papel )%#8)'0". Como mostraram os estudos, em cada tens!o intelectual GeLpectativa do sinal, cOlculo compleLoH surgem nos lobos 0rontais do cUrebro ondas lentas especiais, que se esten111

dem a outras Oreas do c&rteL e 0oram denominadas Xondas da eLpectativaX pelo 0isiologista inglTs \alter Gra^. "ssas ondas desaparecem quando come a a cessar a eLpectativa do sinal. trabalSo intelectual tenso, que eLige elevado tZnus do c&rteL, provoca nos lobos 0rontais um elevado nbmero de pontos de 0uncionamento con1unto, que se eLcitam sincronicamente. Como mostrou o cientista soviUtico %. 7. 'ivanov, esses pontos de 0uncionamento sincrZnico se conservam durante toda a dura !o do trabalSo intelectual compleLo e desaparecem quando este cessa. - papel dos lobos 0rontais na manuten !o do estado ativo, provocado pela instru !o do discurso ou uma tare0a intelectual, 0oi mostrado no eLame de pacientes com a0ec es locais Gtumores ou traumasH dos lobos 0rontais do encU0alo. -s eLperimentos da psic&loga soviUtica ". 8. CSoms_a^a mostraram que se a instru !o do discurso, que provoca tens!o, leva nos su1eitos normais ao surgimento de longos est4mulos de ativa !o Gque se eLpressam em rea es vasculares ou eletro0isiol&-gicasH, ent!o esse estado persistente de elevada ativa !o n!o surge ou desaparece muito rapidamente nos doentes com a0ec- !o dos lobos 0rontais do encU0alo Gespecialmente das suas. regies mediais e basais, dotadas de liga es sobretudo potentes com a 0orma !o reticular ativanteH. Ao manter o tZnus do c&rteL, indispensOvel para a reali3a !o da tare0a colocada, as regies 0rontais do encU0alo desempenSam papel decisivo na cria !o de inten es e 0ormula !o de >"01")2)- '& )?@0 que concreti3am essas inten es. 7europsic&logos G'uria e outrosH mostraram com suas observa es que a a0ec !o bilateral dos lobos 0rontais do encU0alo impede que os pacientes 0iquem em condi es de conservar solidamente as inten es, manter os programas compleLos de a !o, inibir os impulsos n!ocorrespondentes aos programas e regular a atividade su1eita a esses programas. "les n!o podem concentrar a aten !o na tare0a que se lSes colocoud e 0ogem 0acilmente ao seu cumprimento, substituindo as a es necessOrias ora por simples respostas a instigadores semelSantes, ora pela repeti !o apOtica dos estere&tipos surgidos, que continuam a reprodu3ir-se independentemente da tare0a colocada, di0icultando-lSe o cumprimento adequado. = natural que a atividade intelectual organi3ada, orientada pela tare0a colocada, U substancialmente perturbada com a a0ec !o dos lobos 0rontais do cUrebro` aqui os planos com11)

pleLos de solu !o das tare0as s!o substitu4dos por respostas 0ragmentOrias surgidas de modo impulsivo ou pela reprodu !o apOtica dos estere&tipos uma ve3 assimilados GA. 'uria e '. $. +svet_ovaH. = sobretudo importante o 0ato de que os lobos do encU-0alo desempenSam papel essencial na reali3a !o do controle permanente da atividade em processo. -s pacientes com a0ec- !o dos lobos 0rontais do encU0alo n!o podem comparar os resultados das suas a es com a inten !o inicial, perdem a atitude cr4tica em 0ace das suas pr&prias a es e 0icam sem condi es de reconSecer seus pr&prios erros e corrigi-los. Isto dO 0undamento para considerar que os lobos 0rontais s!o importante componente do mecanismo do Xaceptor de a !oX GP. A. Ano_SinH que desempenSa papel de suma importVncia na garantia da atividade auto-reguladora do Somem. O >"#$/5>#0 ') +)%&")+#*)?@0 $0 64$/#0$)2&$%0 '0- 1")$'&,&2#-6<"#0A descri !o dos trTs blocos principais cu1o 0uncionamento con1unto U assegurado pela atividade do cUrebro Sumano n!o esgota os princ4pios 0undamentais do seu 0uncionamento. Contudo essa descri !o deve ser completada com mais um princ4pio, que serve de base ao 0uncionamento do cUrebro Sumano. $e os dois Semis0Urios dos animais s!o equivalentes, no Somem um deles Gvia de regra, o Semis0Urio esquerdoH < '02#$)$%& e o outro, dominado. Ao que parece, o carOter dominante do Semis0Urio esquerdo come ou com o surgimento do trabalSo e o destaque do bra o direito como eLecutor do papel principal na atividade de trabalSo. Por isto o Semis0Urio esquerdo desempenSa papel dominante nos destros, enquanto nos canSotos o papel dominante oblitera-se ou passa para o Semis0Urio direito. - ind4cio mais importante do papel dominante do Semis0Urio esquerdo no destro U o 0ato de esse trabalSo estar estreitamente ligado # 0ala. Apesar de, em termos mor0ol&-gicos, a di0eren a entre os dois Semis0Urios ser muito insigni0icante, s& o Semis0Urio esquerdo U aparelSo cerebral da 0ala` as partes in0eriores das Oreas posteriores do Semis0Urio esquerdo Gregies temporal e panetalH est!o relacionadas com 11J

o discurso receptor Gdi0eren a dos sons da 0ala, 0orma !o de articula es da 0ala e codi0ica !o do discurso 0alado, que cSega ao su1eito em compleLos sistemas l&gico-gramaticaisH, sendo as Oreas in0eriores da 3ona prU-motora um aparelSo que assegura a trans0orma !o dos movimentos da 0ala em compleLas Xmelodias cinUticasX do discurso e em articula !o 0luente da 0ala. = por isso mesmo que a a0ec !o das Oreas posteriores da regi!o temporal superior esquerda leva # perturba !o da capacidade de distinguir os compleLos sons da 0ala, provocando a desintegra !o da compreens!o da 0ala Ga cSamada Xa0asia seris&riaXH` a a0ec !o das Oreas in0eriores da regi!o p&s-central leva # perturba !o das articula es precisas GXa0asia motora a0erenteXH` a a0ec !o das Oreas posteriores da circunvolu !o 0rontal in0erior Gou Oreas in0eriores da 3ona prU-motora esquerdaH leva # perturba !o da 0ala eLpressiva 0luente GXa0asia motora a0erenteXH. = natural que as a0ec es de todas as re0eridas regies do c&rteL do Semis0Urio esquerdo levam 0atalmente # perturba !o de 0ormas compleLas da 0ala como os processos de locali3a !o dos nomes necessOrios, da 0ala independente organi3ada, da escrita e, em alguns casos, # perturba !o da leitura,- do cOlculo, etc. = caracter4stico que a a0ec !o das 3onas correspondentes do Semis0Urio direito GsubdominanteH n!o provoca tais distbrbios. - carOter dominante do Semis0Urio esquerdo Gnos destrosH n!o se mani0esta apenas na ocorrTncia normal dos processos da 0ala. Como mostraram observa es cl4nicas, a integridade do Semis0Urio esquerdo U importante tambUm para o desenvolvimento de todas as 0oi mas de atividade consciente relacionada com o discurso 0alado. Assim, a a0ec !o das regies do c&rteL cerebral, cont4guas #s 3onas do discurso e pertencentes #s regies %&"/#F"#)- do c&rteL, provoca a perturba !o das 0ormas compleLas de percep !o GagnosiaH, a desintegra !o das 0ormas mais compleLas de opera es l&gico-gramaticais que servem de base aos processos intelectuais GXa0asia semVnticaXH. 8e modo di0erente, as a0ec es de Oreas anOlogas do Semis0Urio direito Gsub-dominanteH n!o provocam semelSantes distbrbios dos processos cognitivos e se re0letem em maior medida no distbrbio da percep !o direta e do campo emocional do Somem. ;O 0undamentos para supor que da 4ntima liga !o dos processos da 0ala com o c&rteL do Semis0Urio esquerdo GdominanteH resulta que o seu 0uncionamento transcorre de modo 11E

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