Dimensionamento Torre Éolica
Dimensionamento Torre Éolica
Dimensionamento Torre Éolica
Análise e Dimensionamento
de Torre Eólica Offshore:
Estudo Paramétrico
i
Abstract
The astonishingly increase of emission of greenhouse gases, which main consequence is global
warming, has become an ongoing concern in western societies.
The reduction of energy consumption, increasing energy efficiency and the implantation of
government programs that favor the use of renewable energy sources, are responses to current and
future environmental problems, from global warming. Wind energy presents itself as an alternative
to conventional energy resources.
In Portugal, the release of Decree-Law 312/01 and 339C/01 of December 2001 has reinforced
government’s commitment of developing renewable energy sources. By 2010, the Department of
Energy expect to attach wind farm grid conncections with a total power capacity of 3750 MW .
Historically, the development of wind turbines has always been onshore. However, there are
parameters to be always regarded such as availability of land and wind capacity. The offshore
becomes particularly important, since the first of these restrictions no longer exist. Furthermore,
the offshore turbines have another advantage: the power available is 50% higher than on identical
onshore turbines.
This dissertation main focus is on the design of the support structure of the offshore wind
turbine.
First an overview of the offshore wind engineering state of the art, its remarkable growth over
the last years, specially in northern european countries like Denmark, Netherlands and Sweden as
well as the advantages and disadvantages regarding the onshore solution.
Then a detailed characterization of wind engineering and the basics wave theory are regarded,
as such wind energy technology principles, followed by different offshore structure foundation
types and the modelation of soil-structure by lateral soil resistance-deflection (p-y) curves.
Later the structure loading characterization is addressed using different codes both national
and internations, and finally the design of the support structure itself and the conclusions.
ii
Prefácio
iii
Agradecimentos
Ao Prof. Rui Carneiro de Barros pela sua disponbilidade e pela cedência de material bibli-
ográfico indispensável à elaboração desta tese.
O Autor
iv
“You should be glad that bridge fell down.
I was planning to build thirteen more to that same design”
v
Conteúdo
1 Introdução 1
1.1 Estado-da-Arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Vantagens e Desvantagens da Energia Eólica Offshore . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Estrutura da Dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 O Recurso Eólico 6
2.1 Origem e Mecanismo de Geração do Vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 Mapas Meteorológicos de Superfı́cie e os Ventos . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2.1 Vento Geostrófico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2.2 Vento Gradiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2.3 Vento à Superfı́cie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 Caracterização do Vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3.1 Variações Anuais e Sazonais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3.2 Variações Sinópticas e Diurnas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3.3 Turbulência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3.4 Velocidade de Rajada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3.5 Velocidades do Vento Extremas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4 Turbinas Eólicas 25
4.1 Tecnologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.1.1 Classificação de Turbinas Eólicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.1.2 Rotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.1.3 Cabina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.1.4 Forças Actuantes na Pá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.1.5 Controlo de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.1.5.1 Entrada em Perda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.1.5.2 Variação do Passo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.1.5.3 Vantagens e Incovenientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.2 Ciclo de Vida de Eólica Offshore . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.2.1 Concepção e Planeamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.2.2 Construção e Instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.2.3 Funcionamento e Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.3.1 Funcionamento do Parque Eólico . . . . . . . . . . . . . . . . 33
vi
CONTEÚDO vii
5 Fundações 34
5.1 Considerações Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.2 Tipos de Fundações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.2.1 Fundações por Estaca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.2.2 Fundações por Gravidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.2.3 Fundação por Tripé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.3 Caracterização Geológica e Geotécnica do Local . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.3.1 Definição de Capacidade de Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.3.2 Deslizamento pela Base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.3.3 Capacidade de Carga de uma Estaca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.3.3.1 Resistência Axial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.3.3.2 Resistência Lateral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.3.4 Capacidade de Carga de uma Estaca: Resistência a Acções Laterais . . . 42
5.3.5 Resposta do Solo: Curvas p-y . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.3.5.1 Curvas p-y para Argilas Moles Submersas . . . . . . . . . . . 43
5.3.5.2 Curvas p-y Argilas Rijas Submersas . . . . . . . . . . . . . . 45
5.3.5.3 Curvas p-y para Argilas Submersas: Critério Unificado . . . . 48
5.3.5.4 Curvas p-y para Areias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.3.6 Algumas Considerações Sobre os Métodos Apresentados . . . . . . . . . 54
8 Conclusões 114
Referências 118
7.1 Distribuição de NEP em Portugal Continental por ano para um aerogerador com 2
MW de potência e a hub a 60 m de altura Estanqueiro (2001). . . . . . . . . . . 79
7.2 Rosa dos vento obtida pelo QuikScat. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
7.3 Rosa dos vento obtida pelo SeaWinds. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
7.4 Local de implantação (L1) da turbina eólica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
7.5 Solução para torre eólica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
7.6 Divisão da estrutura em elementos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
7.7 Divisão nodal da estrutura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
7.8 Frequências dos perı́odos de onda em Leixões. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
7.9 Elementos da estrutura nos quais se considera a acção da água. . . . . . . . . . . 91
7.10 Forças resultantes de um estado de mar com perı́odo T igual a 7s. . . . . . . . . 92
7.11 Forças resultantes de um estado de mar com perı́odo T igual a 9s. . . . . . . . . 93
ix
LISTA DE FIGURAS x
5.1 Dados comparativos entre uma estrutura offshore tradicional e uma torre eólica. . 35
5.2 Parâmetro de dimensionamento de estacas em solos não coesivos . . . . . . . . . 42
5.3 Valores de ε50 indicados por Skempton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5.4 Valores de k para argilas rijas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.5 Valores de ε50 para o critério unificado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.6 Parâmetros da curva do critério unificado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.7 Valores representativos de k . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.8 Valores de k para areias sob acções estáticas ou cı́clicas . . . . . . . . . . . . . . 53
xi
LISTA DE TABELAS xii
xiii
Capı́tulo 1
Introdução
1.1 Estado-da-Arte
De forma a reduzir a sua dependência em relação ao petróleo externo, diversas nações criaram
programas de investigação e desenvolvimento no âmbito do aproveitamento da energia do vento
para produção de electricidade.
Em 1973 ( Righter (1996)), deu-se o inı́cio da instalação, perto de Cleveland, no estado norte-
americano do Ohio, a primeira turbina eólica da era moderna, a Mod 0 com um rotor de duas pás
com 38 m de diâmetro e 100 kW de potência.
A experiência de operação adquirida pela instalação desta turbina, e mais outras quatro entre-
tanto instaladas entre 1977 e 1980, possibilituou concluir acerca da viabilidade da sua exploração
em modo abandonado.
Em 1981, novamente nos EUA, procedeu-se à instalação das turbinas de elevadas dimensões,
Boeing Mod 2 de 91 m de diâmetro e 2.5 MW de potência, incorporando os mais recentes pro-
gressos tecnológicos conseguidos até à data.
1
Introdução 2
com taxas médias de disponibilidade superiores a 90%, e duradouros, com vidas úteis estimadas
em cerca de 20 anos.
Uma das áreas onde se tem registado, e sobre a qual este trabalho se debruça, é a instalação
de turbinas no mar. A tendência para o aumento da potência unitária, associada a um profundo
conhecimento da tecnologia de fundações das turbinas no mar e das condições de vento no local,
está a contribuir o aumento do grau de competitividade desta forma de aproveitar a energia do
vento em condições ambientais diferentes.
Os paı́ses do norte da Europa, designadamente a Dinamarca, têm liderado a instalação offshore:
o primeiro parque eólico deste tipo foi o de Vindeby (figura 1.1), instalado em 1991, localizado no
mar Báltico a cerca de 2 km da costa, composto por 11 turbinas de 450 kW ; em 2002 entrou em
operação o parque de Horns Rev, com 160 MW instalados em 80 turbinas de 2 MW . No final do
ano de 2006, a Dinamarca detinha uma potência eólica offshore instalada de cerca de 400 MW .
A tabela 1.1 indica quais os parques eólicos offshore europeus a operar correntemente.
A operação dos parques não se revelado problemática o que tem contribuı́do para aumentar as
esperanças no offshore, esperando-se que, a prazo, a maior produtividade destes aproveitamentos
compense o sobreinvestimento inicial.
A tabela 1.2 apresenta alguns dados comparativos entre a energia eólica offshore e onshore.
com elevados perı́odos de retorno. Também o fenómeno da turbulência é tratado, através da sua
caracterização matemática e o seu impacte nas turbinas eólicas.
No capı́tulo 3 descreve-se de uma forma simples as teorias de ondas corrente, com especial
destaque para a teoria de Airy e a teoria de Stokes.
No capı́tulo 4 faz-se uma caracterização das turbinas eólicas, quer em relação ao seu princı́pio
de funcionamento, quer aos seus componentes, materiais constituintes e tipos de turbinas, com
destaque para as respectivas vantagens e desvantagens.
No capı́tulo 5 abordam-se, essencialmente, métodos de cálculo de esforços em estacas cra-
vadas em diferentes tipos de solos e que permitem de forma relativamente simples modelar a
interacção solo-estaca.
No capı́tulo 6 descrevem-se algumas metodologias passı́veis de serem aplicadas no dimensio-
namento da torre eólica, bem como as acções que têm de ser consideradas e respectivas verificações
de segurança.
No capı́tulo 7 procede-se ao dimensionamento da torre eólica.
Finalmente, no capı́tulo 8 referem-se as conclusões deste trabalho.
Capı́tulo 2
O Recurso Eólico
O vento resulta do aquecimento não homogéneo da atmosfera, que representa uma das con-
sequência das irregularidades da superfı́cie terrestre (por exemplo terra versus mar), da rotação da
Terra (noite versus dia) e da forma quase esférica do nosso planeta. As massas de ar quente sobem
na atmosfera e geram zonas de baixa pressão junto à superfı́cie terrestre. Consequentemente, mas-
sas de ar frio deslocam-se para essas zonas de baixa pressão e dão origem ao vento. As regiões
equatoriais, que recebem os raios solares quase que perpendicularmente, são mais aquecidas do
que as regiões polares (figura 2.1). Assim, o ar quente que se encontra nas baixas altitudes das
regiões tropicais tende a subir, sendo substituı́do por uma massa de ar mais frio que se desloca das
regiões polares. O deslocamento de massas de ar determina a formação dos ventos.
Existem regiões no globo terrestre nos quais os ventos não páram de “soprar”, pois os me-
canismos que os produzem - aquecimento no Equador e arrefecimento nos pólos - estão perma-
nentemente presentes na natureza. Estes ventos planetários ou constantes podem ser classificados
em:
• Alı́sios: ventos que sopram dos trópicos para o Equador, a baixas altitudes;
• Polares: ventos friso que sopram dos pólos para as zonas temperadas.
6
2.2 Mapas Meteorológicos de Superfı́cie e os Ventos 7
Segundo Moran (2006), para baixas altitudes, ou seja, para altitudes inferiores a 100 m, os
ventos locais são extremamente influenciados pela superfı́cie, sendo deflectidos por obstáculos e
zonas mais rugosas, sendo a sua direcção o resultado da soma dos efeitos globais e locais.
os ventos de superfı́cie, por não estarem sujeitos a efeitos de fricção. O equilı́brio geostrófico é
substituı́do pelo equilı́brio de três forças vectoriais: a força de Coriolis, a força de gradiente de
pressão e a força de fricção na superfı́cie, que actua no sentido oposto ao do vento. Devido ao
efeito de fricção, os ventos, designados por barostróficos não soprarão por não serem paralelos às
isobáricas, mas sim ligeiramente inclinados, na direcção das baixas pressões. A inclinação média
devida ao efeito de fricção é de cerca de 10◦ sobre o mar, 45◦ sobre a terra e 70◦ em montanhas.
" #
U k
F(U) = exp − (2.1)
A
onde F(U) representa a fracção do tempo para a qual a velocidade média horária é superior ao
valor U.
Os dois parâmetros que definem esta distribuição de probabilidade são:
• O parâmetro de forma, k .
0.98
0.96
Γ 1+ 1
k - Função Gama
0.92
0.9
0.88
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
k
" #
d U k−1 U k
f (U) = [1 − F(U)] = k k exp − (2.3)
dU A A
Quando o parâmetro
de forma
√ da distribuição é igual a 2, obtém-se a distribuição de Rayleigh
1 π
. Neste caso, Γ 1 + = = 0.8862. Se o valor de k for superior a 2.0, está-se na presença
2 2
de um local onde a variação horária da velocidade média em relação à média anual é relativamente
baixa. Para valores inferiores de k a 2, como 1.5 ou 2, indicam grande variabilidade em relação à
média.
0.2
" #
k
U k−1 U
0.15 f (U ) = k exp −
Ak A
0.1
0.05
0
0 5 10 15 20 25
U (m/s)
2.3.3 Turbulência
A turbulência do vento tem origem na transformação da sua energia cinética em energia
térmica de acordo com Manswell e Sharpe (2002), através da criação e destruição de turbilhões
progressivamente mais pequenos. O vento turbulento pode ter um valor médio aproximadamente
constante ao longo de um perı́odo igual ou superior a uma hora, mas para intervalos de tempo
inferiores, ou seja com duração de apenas alguns minutos apenas, tal valor pode variar significa-
tivamente. Numa primeira análise, a variabilidade do vento parece ser aleatória, mas na realidade
tem aspectos bastante distintos.
A turbulência é constituı́da por três componentes: longitudinal, lateral e vertical. A compo-
nente longitudinal tem a mesma direcção predominante do vento é designada por u(z,t), a lateral
é ortogonal à componente longitudinal e representa-se por v(z,t) e a componente vertical é defi-
nida por w(z,t). Cada uma destas componentes é frequentemente encarada como uma velocidade
média a curto prazo. A componente longitudinal define-se como sendo a soma do valor médio de
velocidade Ū com a flutuação ũ, ou seja:
u = Ū + ũ (2.4)
o retardamento do último. As camadas inferiores do ar retardam as lhe que estão por cima, re-
sultando numa variação da velocidade média do vento com a altura do solo. O efeito da força de
atrito vai diminuindo até praticamente se anular a uma altitude de 2000 m.
Na superfı́cie terrestre, a condição fronteira obriga a que a velocidade do escoamento seja nula.
Esta zona da atmosfera definida pela variação de velocidade com a altura designa-se por camada
limite atmosférica; acima desta diz-se que a atmosfera é livre.
A área de camada limite atmosférica que se prolonga até 100 m de altura - camada superficial
- representa a zona de interesse para as turbinas eólicas. Nesta zona, a topografia do terreno e
a rugosidade do solo influenciam decisivamente o perfil de velocidades do vento, que pode ser
adequadamente representado pela lei logarı́tmica de Prandtl :
u∗ z
Ū(z) = ln (2.5)
κ z0
onde Ū(z) é a velocidade média do vento à altura z, u∗ designa-se por velocidade de atrito e κ a
constante de Von Kármán assume um valor de 0.4 e z0 representa o comprimento caracterı́stico da
rugosidade do solo, cujos valores limites são dados pela tabela 2.1.
recorrer a técnicas estatı́sticas. A componente flutuante do vento pode conter energia significativa
em frequências próximas das frequências de oscilação da estrutura da turbina eólica, pelo que, pelo
menos, há que ter em consideração que os esforços a que a turbina fica sujeita afectam o perı́odo de
vida útil. Dado que a turbulência é um fenómeno inerente ao escoamento, não é possı́vel suprimi-
lo: a solução é contemplar a turbulência como um elemento determinante no projecto das turbinas
eólicas.
Na turbulência representa-se os desvios da velocidade instantânea do vento, u(t) em relação à
média do regime quasi-estacionário - Ū.
Um método de medir a turbulência é pela variância da sua componente longitudinal, σu 2 :
Z t0 + T
1 2
σu 2 = |u(t) −U|2 dt (2.7)
T t0 − T2
σu
Iu = (2.8)
u
Atendendo que a variância varia de modo mais lento com a altura do que a velocidade média,
resulta que a intensidade da turbulência normalmente decresce com a altura. A realização de
experiências revelaram que a relação σu = 2.5u∗ se verifica na camada superficial, o que permite
obter a seguinte expressão:
1
Iu (z) = (2.9)
z
ln z0
3600
G(t) = 1 + 0.42Iu ln (2.10)
t
1.8
Iu = 10%
Iu = 15%
1.7 Iu = 20%
1.5
3600
G = 1 + 0.42Iu ln
t
1.4
1.3
1.2
1.1
1
100 101 102 103 104
Duração da rajada, t(s)
local.
Uma distribuição probabilı́stica da velocidade média horária do vento como a distribuição
de Weibull permite aferir da probabilidade de ocorrência de uma dada velocidade média horária
acima de um dado valor. Contudo, esta distribuição não se adequa a velocidades extremas pois foi
calibrada com dados obtidos a baixa velocidade de vento.
O dimensionamento de turbinas eólicas deve contemplar que estas suportem ventos extremos,
assim como comportarem-se eficazmente em condições extremas. Desta forma os diversos regu-
lamentos especificam velocidades do vento extremas para dimensionamento.
Condições extremas podem ser experimentadas com a máquina em operação, parada ou em
ponto morto com ou sem vários tipos de falhas, ou durante operações especiais como a paragem
da turbina. As condições de vento extremas podem ser caracterizadas por perı́odos de retorno:
por exemplo, uma rajada de 50 anos é aquela cuja severidade é admitida de 50 em 50 anos. Será
expectável que uma turbina sobreviva a tal rajada, admitindo que não existem falhas na turbina.
Claro que é possı́vel considerar que devido a uma falha na turbina esta possa estar a ventos
extremos, por exemplo, com ângulo de ataque errado, sendo desta forma as acções superiores ao
considerado. Também é razoável considerar que esta probabilidade é extremamente baixa. Assim,
geralmente admiti-se que uma turbina, em situação de falha, terá que resistir ao vento extremo com
perı́odo de retorno de 1 ano em vez de 50 anos. Para tal consideração ser válida é importante que
as falhas em questão não directamente relacionadas com condições de vento extremas. Uma falha
na rede eléctrica não é considerada como correlacionada com a turbina, mas sim com condições
2.3 Caracterização do Vento 15
extremas de vento, esta é uma situação possı́vel que tem grande importância para quem projecta a
rede eléctrica, mas não sob o ponto de vista estrutural.
É óbvio que ventos extremos e rajadas, ambos em termos de magnitude e forma, podem ser
muito especı́ficos de local para local. Estes podem variar consideravelmente de uma zona costeira
para uma zona mais montanhosa, por exemplo.
IEC (1999), por exemplo, especifica uma velocidade do vento de referência, U(zre f ), é cinco
vezes maior que a velocidade média anual.
O vento extremo de 50 anos à altura do rotor (hub), é então obtido multiplicando Ure f por 1.4,
e variando em altura através de uma lei de potência com um expoente igual a 0.11, ou seja:
0.11
z
Ue50 (z) = Ue50 (zhub ) (2.13)
zhub
O vento extremo anual é tido como 75% do valor a 50 anos. A descrição das informações
presentes neste regulamento deve-se ao facto de que a norma DNV (2007) prevê o recurso ao
mesmo na definição da acção vento.
IEC (1999) define, ainda, um número de cenários para os quais a turbina deverá a resistir:
• Extreme Coherent Gust with Direction Change (ECD): rajada extrema com mudança da
direcção do vento;
• Extreme wind shear (EW S): acção transveral extrema do vento (forças verticais).
Estas situações são de rajadas determinı́sticas que representam variações turbulentas que se
prevêem ocorrer para um dado perı́odo de retorno. Não está previsto que ocorram em sobreposição
à turbulência normal.
As condições extremas são usadas para determinar de cargas eólicas extremas que actuam
nas turbinas eólicas. Estas condições incluem picos de ventos devido a tempestades e rápidas
variações na velocidade e direcção do vento.
Os valores de velocidade do vento extremas Ue50 e Ue1 com perı́odo de retorno de 50 anos
e 1 ano, respectivamente, são determinados através da velocidade de vento para uma altura de
O Recurso Eólico 16
referência, zre f . Para o dimensionamento de turbinas eólicas de acordo com a tabela 2.2 os valores
de U50 e Ue1 são dados por:
0.11
z
Ue50 (z) = 1.4Ure f (2.14)
zhub
A facilidade de utilização prática das teorias lineares tem concorrido para a sua grande divulgação.
A consideração de teorias não lineares será um refinamento desncessário quando não se introduz,
paralelamente, uma redução dos erros experimentais e um aumento na confiabilidade e disponi-
bilidade de dados de campo. São dois limites que continuam a subsistir mas que, pelo menos,
teoricamente, poderão vir a ser alterados a médio prazo.
17
Teoria de Ondas e sua Aplicação 18
u2 + w2
• A altura cinética é desprezável quando comparada com a carga piezométrica. Sendo
2g
u e w as velocidades de uma partı́cula em x e z, repectivamente.
• A profundidade d é constante.
Perante tais considerações requer-se que a velocidade da partı́cula e pressão do fluido satisfaça
as seguintes equações diferenciais, sendo que p é a pressão da água:
∂u ∂w
− =0 (3.1)
∂z ∂x
∂u ∂w
+ =0 (3.2)
∂x ∂z
∂u 1 ∂p
=− (3.3)
∂t ρ ∂x
∂w 1 ∂p
=− −g (3.4)
∂t ρ ∂z
∂η
w= , para z = 0 (3.5)
∂t
w = 0, para z = −d (3.6)
Assim se se considerar:
obtém-se:
cosh k(z + d)
u = Aω cos(kx − ωt) (3.9)
sinh kd
sinh k(z + d)
w = Aω sin(kx − ωt) (3.10)
sinh kd
cosh k(z + d)
p = patm − ρgz + ρgA cos(kx − ωt) (3.11)
cosh kd
ω 2 = gk tanh kd (3.12)
ω λ
c= = (3.13)
k T
∂w ∂u
− =0 (3.14)
∂x ∂z
Teoria de Ondas e sua Aplicação 20
Parâmetro Fórmula
Perfil de superfı́cie η(x,t) = A cos(kx − ωt)
4π 2 A sinh k(z+d)
Aceleração vertical da partı́cula ẇ = T2 sinh kd cos(kx − ωt)
∂u ∂u
− =0 (3.15)
∂x ∂z
∂u ∂u ∂u 1 ∂p
+u +ω =− (3.16)
∂t ∂x ∂z ρ ∂x
∂w ∂w ∂w 1 ∂p
+u +ω =− −g (3.17)
∂t ∂x ∂z ρ ∂z
∂p ∂p ∂p
+u +w =0 (3.19)
∂t ∂x ∂z
Assim, a condição fronteira de superfı́cie livre é não linear em relação às variáveis u, w e p.
Stokes (1847) solucionou as expressões 3.14 a 3.19 através de sucessivas aproximações onde
a solução foi formulada em termos de séries com termos de ordem crescente.
O perfil de superfı́cie é dado por:
H H 2 π cosh kd
η= cos(kx − ωt) + [2 + cosh 2kd cosh 2(kx − ωt)] (3.20)
2 8 λ sinh3 kd
π cosh k(z + d) 3 π2 cosh k(z + d)
u=H cos(kx − ωt) + H 2 sin 2(kx − ωt) (3.21)
T sinh kd 4 Tλ sinh4 kd
π sinh k(z + d) 3 π2 sinh 2k(z + d)
w=H sin(kx − ωt) + H 2 sin 2(kx − ωt) (3.22)
T sinh kd 4 Tλ sinh4 kd
2π 2 H cosh k(z + d) π3 cosh 2k(z + d)
u̇ = sin(kx − ωt) + 3H 2 sin 2k(kx − ωt) (3.23)
T2 sinh kd T 2λ sinh4 kd
H cosh k(z + d) 3 ρgπ cos 2(kx − ωt) cosh 2k(z + d) 1
p = ρg cos(kx − ωt) + H 2 − (3.25)
2 coshkd 4 λ sinh 2kd sinh2 kd 3
r
g
c= tanh kd (3.26)
k
Teoria de Ondas e sua Aplicação 22
As expressões de ordem superior, da teoria de Stokes, são simplesmente aquelas nas quais as
aproximações dos efeitos dos termos correctivos são desenvolvidos até ao termo de ordem corres-
pondente. Normalmente, a teoria de Stokes, se usada uma ordem suficientemente elevada, deve
ser adequada na descrição de ondas para qualquer profundidade da água. Na prática, isto apenas
é possı́vel para ondas em águas profundas. Em águas de profundidade reduzida os termos correc-
tivos tornam-se extensos, as séries têm convergência lenta e errática, sendo necessário número de
termos para obter um grau de precisão uniforme.
Ursell (1953) estudou a precisão da teoria de 2a ordem comparando a amplitude do termo
de 2a ordem com a amplitude do termo de 1a ordem. Ursell (1953) generalizou a comparação e
expressou-a em função dos termos do parâmetro de Ursell, Ur , definido por:
λ
Ur = H (3.27)
d3
onde H é a altura de onda. Quando o parâmetro de Ursell é reduzido, a teoria linear de pequena
amplitude é válida. Contudo, apesar do parâmetro de Ursell ser útil, não constitui a única grandeza
na determinação da importância relativa dos termos não lineares. Em águas pouco profundas, por
H
exemplo, a amplitude relativa torna-se o parâmetro mais relevante.
d
Figura 3.2: Domı́nios de aplicabilidade de diversas teorias de ondas segundo Le Méhauté ( Veloso-
Gomes (1983)).
Capı́tulo 4
Turbinas Eólicas
As turbinas eólicas foram concebidas para extrair a energia cinética do vento, o que é conse-
guido através da passagem do vento pelas pás do rotor, provocando a sua rotação para accionar
um veio.
Genericamente, as turbinas eólicas modernas dividem-se em dois tipos: turbinas de eixo hori-
zontal e de eixo vertical. Actualmente, as turbinas de eixo horizontal são a forma mais comum de
turbinas eólicas utilizadas. São o único tipo de turbinas instaladas ao largo, sobretudo porque são
mais eficientes e tanto podem ser instaladas perto da costa ou em águas mais profundas.
Graças a desenvolvimentos recentes, as instalações em águas mais profundas oferecem no-
vas potencialidades de desenvolvimento. Estas instalações serão capazes de aproveitar ventos
mais fortes em alto mar e representam uma oportunidade de desenvolvimento de mais áreas de
exploração, minimizando o seu impacte visual em terra.
Tal como já referido, a energia eólica resulta da radiação solar uma vez que os ventos são
gerados pelo aquecimento não uniforme da superfı́cie terrestre. Uma estimativa da energia total
disponı́vel dos ventos ao redor do planeta pode ser feita a partir da hipótese de que, aproximada-
mente, 2% da energia solar absorvida pelo planeta é convertida em energia cinética dos ventos.
4.1 Tecnologia
4.1.1 Classificação de Turbinas Eólicas
As pequenas turbinas com menos de 50 kW servem normalmente para alimentar casas, antenas
de telecomunicações, bombas de água, etc. As turbinas de maior potência (existem turbinas de
vários megawatts) são geralmente agrupadas em parques eólicos e a electricidade por elas gerada
é introduzida na rede de distribuição eléctrica.
Em termos de potência nominal, a classificação de turbinas é a seguinte:
25
Turbinas Eólicas 26
Segundo Castro (2003) existem turbinas upwind com as pás viradas para o vento, e turbinas
downwind que funcionam de modo oposto, dado que o vento passa pela parte de trás da turbina
para os rotores. As turbinas eólicas, cujos componentes estão ilustrados na figura 4.1, também
podem ser classificadas de acordo com o método como a potência é regulada em altas velocidades
de vento. As turbinas eólicas reguladas por um mecanismo de perda aerodinâmica (stall-regulated)
são uma das categorias. Estas turbinas têm pás de rotor de ângulo constante que, à medida que
aumenta a velocidade do vento, entram gradualmente em perda (stalled). A segunda categoria são
as turbinas de ângulo regulado que, em vez de terem um ângulo de rotor fixo, alteram o ângulo
para regular a potência da turbina eólica.
4.1.2 Rotor
De acordo com Hansen (2008) o dimensionamento das pás do rotor, no qual a forma da pá e
o ângulo de ataque em relação à direcção do vento têm uma influência determinante, beneficiou
do conhecimento da tecnologia das asas dos aviões, que apresentam um funcionamento idêntico.
Em relação à superfı́cie de ataque do vento incidente nas pás, o rotor tanto pode ser instalado a
montante (upwind) ou a jusante (downwind) da torre. A opção upwind, na qual o vento ataca as pás
pelo lado da frente, generalizou-se pelo facto de o vento incidente não ser perturbado pela torre.
A opção downwind, em que o vento ataca as pás pelo lado de trás, permite o auto-alinhamento do
rotor na direcção do vento, mas tem vindo a ser progressivamente abandonada, pois o escoamento
é perturbado pela torre antes de incidir no rotor.
Considera-se como solidez (solidity) a razão entre a área total das pás e a área varrida pelas
mesmas. Se o diâmetro e a solidez das pás forem mantidos constantes, o rendimento aumenta com
o número de pás. Tal se sucede, porque diminuem as chamadas perdas de extremidade.
4.1 Tecnologia 27
Contudo, Hau (2006) que consideram a de solidez de uma turbina eólica como sendo a razão
entre a área total das pás da turbinas e uma área varrida pelas pás considerando apenas 70% do
diâmetro total do rotor. Esta grandeza pode ser determinada pela seguinte expressão:
n
σ= (4.1)
0.7πD
4.1.3 Cabina
Na cabina estão alojados, entre outros equipamentos, o veio principal, o travão de disco, a
caixa de velocidades (quando existe), o gerador e o mecanismo de orientação direccional (yaw).
O veio principal de baixa rotação transfere o binário primário do rotor para a caixa de veloci-
dades. Neste veio estão montadas as tubagens de controlo hidráulico dos travões aerodinâmicos
(spoilers).
Em situações de emergência devidas a falha no travão aerodinâmico ou para efectuar operações
de manutenção é usado um travão mecânico de disco. Este travão tanto pode estar situado no veio
de baixa rotação como no veio de alta rotação, após a caixa de velocidades. Na segunda opção,
o travão é menor e mais barato, pois o binário de travagem a fornecer é menor. Contudo, na
eventualidade de uma falha na caixa de velocidades, não há controlo sobre o rotor.
A caixa de velocidades (quando existe) é necessária para adaptar a frequência do rotor da
turbina, tipicamente da ordem de 0.33Hz (20 rpm) ou 0.5 Hz (30 rpm), à frequência do gerador,
isto é, da rede eléctrica de 50 Hz.
O gerador converte a energia mecânica disponı́vel no veio de alta rotação em energia eléctrica.
A ligação mais flexı́vel do gerador assı́ncrono, permitida pelo escorregamento, tem levado a maior
parte dos fabricantes a escolhê-lo como equipamento de conversão mecano-eléctrica, já a ligação
rı́gida caracterı́stica do gerador sı́ncrono não se adapta bem às variações do vento, pelo que este
conversor só é usado em sistemas de velocidade variável.
É, ainda, necessário que o rotor fique alinhado com a direcção do vento, de modo a extrair a
máxima energia possı́vel. Para executar esta função, existe o mecanismo de orientação direccional,
constituı́do essencialmente por um motor, o qual, em face da informação recebida de um sensor
de direcção do vento, roda a nacelle e o rotor até que a turbina fique adequadamente posicionada.
No cimo da cabina está montado um anemómetro e o respectivo sensor de direcção. As medi-
das da velocidade do vento são usadas pelo sistema de controlo para efectuar o controlo da turbina,
nomeadamente, a entrada em funcionamento, a partir da velocidade de aproximadamente 5 m/s, e
a paragem, para ventos superiores a cerca de 25 m/s. A informação da direcção do vento é usada
como entrada do sistema de orientação direccional.
A torre suporta a nacelle e eleva o rotor até uma cota em que a velocidade do vento é superior
e menos perturbada do que junto ao solo.
As torres modernas podem ter cinquenta e mais metros de altura, pelo que a estrutura tem de
ser dimensionada para suportar cargas significativas, bem como para resistir a uma exposição em
condições naturais ao longo da sua vida útil, estimada em cerca de vinte anos.
Para fabricar as torres tubulares pode usar-se aço ou betão, sendo, normalmente os diversos
troços fixados no local com uma grua. Estas torres são mais seguras para o pessoal da manutenção,
que pode usar uma escada interior para aceder à plataforma da nacelle.
4.1 Tecnologia 29
A velocidade relativa do vento W que actua no elemento de pá, resulta de duas componentes:
a velocidade do vento Up e a velocidade tangencial da pá Ut . O ângulo de ataque α, definido
como sendo o ângulo entre a linha que une os bordos de entrada e de saı́da do perfil (linha de
corda) e a velocidade relativa, o ângulo β é o ângulo entre o plano de rotação da pá e a linha de
corda, o ângulo do escoamento, φ é a soma de α com β . A força F pode ser dividida em duas
componentes: uma actuando na mesma direcção da velocidade relativa, designa-se por força de
resistência D (drag), outra é perpendicular e denomina-se por sustentação L (lift). O vector força
F pode, igualmente, ser decomposto na direcção do plano de rotação e na direcção perpendicular,
obtendo-se a componente que contribui para o movimento da pá N, e a componente que contribui
para o binário motor T . Estas forças podem ser, respectivamente, calculadas por:
É desejável que o desempenho da pá possa ser caracterizado, independentemente do seu ta-
manho e da velocidade com que está animada. Assim, é habitual dividir a força de sustentação
L e a força de resistência D pela força experimentada pela secção recta A de uma pá, animada da
velocidade do vento U. Obtém-se, respectivamente, o coeficiente de sustentação CL e o coeficiente
de resistência CD :
L
CL = 1 2
(4.4)
2 ρU A
Turbinas Eólicas 30
D
CD = 1 2
(4.5)
2 ρU A
As turbinas que controlam a potência usando o método da entrada em perda têm as pás fixas,
ou seja não rodam em torno de um eixo longitudinal. Relativamente ao esquema da figura 4.2 o
4.1 Tecnologia 31
Esta outra opção para limitar o rendimento da apropriação da energia do vento, a altas veloci-
dades, consiste em permitir a rotação de toda a pá em torno do seu eixo longitudinal; neste caso,
diz-se que o controlo é feito por variação do passo das pás, exactamente porque se actua sobre o
ângulo de passo, β .
Até se atingir a velocidade nominal de projecto (para a qual a turbina está a fornecer a potência
nominal), o sistema de controlo vai variando o passo da pá, de modo a maximizar sempre a com-
ponente da força que contribui para o binário.
Para velocidades do vento superiores à nominal, o sistema de controlo do passo actua de modo
a que o binário motor produzido corresponda à potência nominal, isto é, provoca artificialmente,
através de uma adequada inclinação da pá, uma diminuição do binário.
Um assunto que ainda não está totalmente solucionado refere-se à extensão da pá sujeita a este
tipo de controlo. Enquanto uns fabricantes aplicam este controlo apenas na ponta da pá, perma-
necendo a restante fixa, outros optam por permitir o movimento da pá em toda a sua extensão. A
primeira solução permite retirar o movimento da zona crı́tica de encastramento da pá no cubo do
rotor, o que permite robustecer a pá. A favor da outra solução pode argumentar-se que o controlo
aplicado a uma área maior é mais efectivo.
Patel (2008) afrima que a regulação por stall tem como principal vantagem a sua simplicidade
devido à ausência de mais partes em movimento; por isso é também mais barata.
No entanto, a sua implementação implica complicados métodos de cálculo aerodinâmico para
definir o ângulo de ataque para o qual a pá entra em perda. Este aspecto é crucial para o desempe-
nho deste método.
Outras desvantagens da regulação por entrada em perda relacionam-se com a incapacidade
destas turbinas auxiliarem os processos de arranque e paragem.
Turbinas Eólicas 32
No arranque, quando a velocidade do vento é baixa, a turbina de pás fixas não tem binário
suficiente. Torna-se necessário dispor de um motor auxiliar de arranque ou, então, usar o próprio
gerador a funcionar como motor para trazer o rotor até à velocidade adequada.
No processo de paragem não é possı́vel colocar as pás na posição ideal para esse efeito, a
chamada posição de bandeira, pelo que é exigido um sistema complementar de travagem por
meios aerodinâmicos, por exemplo, deflexão de spoilers.
A favor da solução pitch jogam, por exemplo, o bom controlo de potência, para todas as gamas
de variação da velocidade do vento. O sistema de variação do passo permite o controlo de potência
muito mais fino.
Por outro lado, a variação do ângulo de passo permite também a redução dos esforços de fadiga
com vento muito forte, porque, nessa situação, a pá apresenta uma menor superfı́cie frontal em
relação ao vento.
Outra vantagem deste método de regulação de potência relaciona-se com o facto de o processo
de arranque ser assistido, porque o ângulo de passo pode ser variado de modo a conseguir um
embalamento do rotor até à velocidade de rotação nominal.
4.2.4 Decomissionamento
Nenhum projecto de parques eólicos completou ainda o ciclo de vida estimado de 25 anos. O
decomissionamento do projecto consistirá na remoção dos dispositivos e das fundações do mar,
de modo a que a zona volte ao estado em que se encontrava antes do projecto, o que normalmente
é uma exigência. Embora a remoção dos dispositivos não seja difı́cil, a remoção das estruturas
das fundações será mais complexa. As fundações por estacas ou de várias estacas, que geralmente
estão fixas no fundo do mar, irão envolver um procedimento de remoção complexo. As estruturas
de base gravitacional também serão muito caras, uma vez que têm um peso muito superior.
É possı́vel que as estruturas de fundações possam ser utilizadas para a instalação de outras
turbinas na mesma zona, desde que sejam adequadas para as tecnologias disponı́veis no momento
do decomissionamento.
Capı́tulo 5
Fundações
• Profundidade;
• Método de construção;
• Custo.
De acordo com Barros (1998) e Barros (2005) as tradicionais fundações de estruturas offshore
estão adaptadas a cada situação, desde estacas (com comprimentos superiores a 80 m e diâmetros
superiores a 2 m), poços, fundações por gravidade, cuja estabilidade é assegurada pelo peso próprio
da fundação, a fundações temporárias associadas a estruturas auto-elevatórias (jack-up) e bóias
ancoradas ao fundo do mar. Muitas destas tecnologias podem ser igualmente extrapoladas para
as fundações de torres eólicas offshore, todavia, verificam-se algumas diferenças relevantes que
devem ser contempladas em fase de selecção e projecto.
Alguns dados comparativos entre fundações estruturas offshore tradicionais e torres eólicas
offshore são indicados na tabela 5.1.
As fundações das torres eólicas offshore estão, geralmente, implantadas em águas pouco pro-
fundas, ao largo da costa, não excedendo, em média, os 25 m de profundidade. Assumindo um
papel preponderante na concepção estrutural, destaca-se o facto destas estruturas se encontrarem
34
5.2 Tipos de Fundações 35
Estrutura offshore
Torre eólica
tradicional
Profundidade de água (m) 20 a 120 10 a 25
Vertical 500 a 3000 100 a 300
Força (ton)
Horizontal 10% a 20% da força vert. 70% a 150% da força vert.
Mderrub Prof. de água × força horiz. (Prof. de água + 50 m) × força horiz.
N ◦ de instalações 1 20 a 100
Tabela 5.1: Dados comparativos entre uma estrutura offshore tradicional e uma torre eólica.
sujeitas a forças verticais de baixa magnitude (peso próprio e a turbina), conferindo, deste modo,
particular importância às forças horizontais, vento e água, e momentos derrubadores superiores.
Também se destaca o elevado número de fundações associadas a um único parque de energia
eólica offshore, implicando, deste modo, soluções que estimulem a sua repetição de uma forma
simples, rápida e pouco onerosa.
O dimensionamento das fundações de torres eólicas offshore assenta, por esta via, sobretudo na
avaliação do custo de instalação, desempenho em serviço e remoção da estrura, após desactivação
da turbina. O custo de instalação representa um critério fundamental na viabilidade económica de
uma exploração eólica offshore, porque muitas estruturas individuais são exigidas.
A fundação tem de suportar satisfatoriamente, em serviço, os vários ciclos de carga e elevados
momentos derrubadores. Quando uma estrutura offshore é desactivada, exige-se ao operador a
remoção total da estrurura. Desta forma, a fundação deve ser projectada com os custos associados
à sua remoção.
As fundações por sapata devem ser adoptadas para um material com caracterı́sticas mecânicas
e de resistência apropriadas a poucos metros do solo.
Deste modo, o momento derrubador instalado na sapata é resistido por uma força de reacção
excêntrica correspondente ao peso da estrutura. A excentricidade da reacção e consequentemene
a magnitude do momento estabilizador é limitado pela capacidade de carga do solo da fundação,
que assim determina a área de sapata necessária para resistir às forças verticais.
De acordo com Barros (1988) quando as forças de gravidade instaladas na estrutura revelam
ser insuficientes para garantirem por si só a estabilidade global da estrutura, torna-se indispensável
acrescentar à fundação uma massa estabilizadora. Estas massa adicional pode ser garantida pela
colocação de areia, betão, ou aço em compartimentos adequados previstos no projecto ou, alter-
nativamente, colocada sobre a base da fundação após a sua instalação.
• Solo rı́gido-plástico;
• Critério Mohr-Coulomb;
1
qult,d = γ 0 be f f Nγ sγ iγ + qNq sq iq + cd Nc sc ic (5.1)
2
Para condições não drenadas (argilas), o que implica φ 0 = 0 a expressão 5.1 fica:
π φ
Nq = exp(π tan φd ) tan 2
+ (5.3)
4 2
Nc = (Nq − 1) cot φ (5.4)
Nγ = 2(Nq − 1) tan φ (5.5)
De acordo com Fleming et al. (2009) as propriedades superficiais do solo, pode ser necessário
execturar certas operações de preparação de terreno de forma a evitarem um inclinação inaceitável
da estrurua e assegurar uma distribuição uniforme de tensões no terreno (tolerable tilt).
DNV (2007) define os factores de forma sγ , sq e sc .
be f f
sγ = 1 − 0.4 (5.6)
le f f
be f f
sq = 1 + 0.2 (5.7)
le f f
sc = sq (5.8)
Hd
iq = ic = 1 − (5.9)
Vd + Ae f f cd cot φd
iγ = i2q (5.10)
onde Ae f f representa a àrea da sapata que resiste a uma determinada combinada de acções que esta
se encontra submetida.
Em condições não drenadas (φ 0 = 0) os parâmetros iq e ic são determinados da mesma forma
daquela usada para condições não drenadas, contudo iγ é dado por
s
H
iγ = 0.05 + 0.5 1 − (5.11)
Ae f f sud
A capacidade de carga de uma estaca ser solicitada axialmente, Qult é constituı́da por duas
parcelas: resistência lateral e resistência de ponta , ou seja:
Qult = Ql + Q p (5.14)
Qp = Apqp (5.15)
onde A p corresponde à área de ponta de uma estaca e q p representa a capacidade de carga da ponta
da estaca, cujo modo de cálculo varia consoante o tipo de solo.
No caso de um solo arenoso não coesivo, a capacidade de carga da ponta da estaca é definida
por:
0
q p = Nq σv0 ≤ q1 (5.16)
q p = Nc su (5.17)
5.3 Caracterização Geológica e Geotécnica do Local 41
Ql = Al τmed (5.18)
onde Al representa a área lateral e a tensão de corte média resistente mobilizável no interface
estaca-maciço.
Para estacas em solos coesivos argilosos, a tensão de corte média resistente pode ser determi-
nada por três métodos enunciados em DNV (2007).
O primeiro método baseia-se na tensão total (condições não drenadas) em que:
onde su representa a resistência lateral não drenada do solo e α um factor adimensional dado por:
q1 su
se ≤ 1.0
2 σs0u q
α= v0
(5.20)
q1 s
u se su
q > 1.0
2 4 0
σv0
0
τmed = β σv0 (5.21)
onde β assume valores entre 0.10 e 0.25 são para estacas com comprimento superior a 15 m.
O terceiro método é um método semi-empı́rico no qual:
0
τmed = λ σv0 + 2su (5.22)
0
τmed = Kσv0 tan δ ≤ f1 (5.23)
onde K = 0.8 para estacas com extremidade aberta e K = 1.0 para estacas com extremidade fe-
0
chada, σv0 representa a tensão vertical efectiva instalada no solo, δ é a aderência solo-estaca dada
pela tabela 5.2, tal como o parâmetro f1 que respresenta um limite de resistência.
d4y d2y
EI + Pz −p=0 (5.24)
dz4 dz2
• Cı́clicas;
• Dinâmicas;
5.3 Caracterização Geológica e Geotécnica do Local 43
• Permanentes.
p
Ks = (5.25)
y
Tal como pode ser constatado na figura 5.6 o valor de Ks pode variar aleatoriamente com a
profundidade e a deformação, todavia, assume-se que Ks tem um comportamento linear ao longo
da profundidade z, ou seja, Ks = kz em que k é uma constante.
Matlock (1970) apresentou um método para a elaboração de curvas p-y para argilas moles
submersas sujeitas a acções estáticas de curta duração e acções cı́clicas.
No caso de acções estáticas de curta duração (figura 5.5), pretende-se a obter a melhor estima-
tiva da resistência lateral e do peso volúmico efectivo, assim como o valor de ε50 que representa a
extensão correspondente a metade da diferença da máxima tensão principal. Se não se conseguir
determinar o valor de ε50 , pode-se recorrer à tabela 5.3.
Fundações 44
0.9
0.8
0.7
0.6
31
p y
0.5 = 0.5
pu
p
pu y50
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
y
y50
Figura 5.5: Curva p-y de uma argila mole submetida a acção estática.
γ0 0.5
pu = 3 + z + z su D (5.26)
su D
pu = 9su D (5.27)
onde γ 0 representa o peso volúmico efectivo médio desde a supefı́cie do solo até à profundidade z
para a qual se pretende determinar a curva p-y, su constitui a resistência lateral não drenada e D o
diâmetro da estaca. O valor pu é calculado a cada profundidade onde se deseje obter uma curva
p-y.
O parâmetro y50 associado a metade da resistência última do solo é determinado por:
5.3 Caracterização Geológica e Geotécnica do Local 45
31
p y
= 0.5 (5.29)
pu y50
y
A partir de > 8 o valor de p permanece constante.
y50
No caso de acções cı́clicas (figura 5.6), o procedimento para se obter as curvas p-y é igual
p
ao adoptado para acções estáticas, desde que pu ≤ 0.72. A resolução simultânea das expressões
5.26 e 5.27 permite obter a profundidade zR que representa a profundidade de transição. Se o peso
volúmico e a resistência lateral não drenada forem constantes, então:
6su D
zR = (5.30)
γ 0 D + 0.5su
Se a profundidade da curva p-y for maior ou igual a zR , então p é igual a 0.72pu , no domı́nio
y p
> 3. Se a profundidade de p-y for inferior a zR , então diminui linearmente de 0.72 até
y50 pu
z y
0.72 para igual a 15, ou seja:
zR y50
z
p = 0.72pu (5.31)
zR
Para acções estáticas de curta de duração, é necessário obter os valores de resistência lateral
não drenada, su , em função do peso volúmico γ 0 , diâmetro de estaca D e da profundidade z. Deve
calcular-se a resistência lateral não drenada média sua , até a profundidade z.
A resistência última do solo junto à superfı́cie é dada por
0.9
Para profundidades: z > zR
1
0.8 p y 3
= 0.5
pu y50
0.7
0.6
0.4
0.3
0.1
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
y
y50
Figura 5.6: Curva p-y de uma argila mole submetida a acção cı́clica.
O menor valor das resistências obtidas das expressões 5.32 e 5.33 é o valor da resistência
última do solo.
Selecciona-se o valor apropriado de A para a profundidade não dimensional, conforme o tipo
de solicitação, por observação da figura 5.7.
Calcula-se o troço linear da curva p-y:
p = kzy (5.34)
Sabendo valor de ε50 por análise da tabela 5.3, y50 é dado pela expressão 5.35.
0.6
Ac
0.55 As
0.5
0.35
0.3
0.25
0.2
0 2 4 6 8 10 12
z
D
12
p y
= 0.5 (5.36)
ps y50
12 5
p y y − As y50 4
= 0.5 − 0.055ps , As y50 ≤ y ≤ 6As y50 (5.37)
ps y50 As y50
p 1 0.0625
= 0.6As2 − 0.411ps − (y − 6As y50 ), 6As y50 ≤ y ≤ 18As y50 (5.38)
ps y50
Para acções cı́clicas repete-se o procedimento seguido nas acções estáticas, mas com a parti-
cularidade substituir o parâmetro adimensional As por Ac . Determina-se y50 através de:
onde o valor de ε50 é indicado pela tabela 5.3 e o valor de y p é dado por:
5 !
p y − 0.45y p 2
= Ac 1 − (5.41)
ps 0.45y p
p 0.085 y
= 0.936Ac − (y − 0.6y p ), 0.6 ≤ ≤ 1.8 (5.42)
ps y50 yp
p yp y
= 0.936Ac − 0.102 , ≥ 1.8 (5.43)
ps y50 yp
Nos métodos acima apresentados não existe uma clara distintição entre argilas moles e rijas.
Algumas recomendações, que podem ser feitas e aproximam-se bastante dos resultados experi-
mentais. Note-se, também, que a tensão efectiva instalada interfere na resistência do solo e que os
métodos anteriores não estabelecem nenhuma correcção directa para esse efeito.
Para acções estáticas de curta duração, deve obter-se os valores da resistência lateral não dre-
nada, su , peso volúmico submerso γ 0 e diâmetro da estaca, D. Também deve-se determinar os
valores de ε50 a partir da lei constitutiva σ − ε. Se não existirem, podem-se adoptar os valores da
tabela 5.5 como valores de referência.
su (kPa) ε50
[11.97, 23.94] 2
[23.94, 67.88] 1
[47.88, 95.76] 0.7
[95.76, 191.52] 0.5
[191.52, 383.04] 0.4
Determinar pu de acordo com a profundidade. Se z ≤ 12D, pu será o menor valor dado por
cada uma das duas expressões seguintes:
σ̄v z
pu = 2 + + 0.833 sua D (5.44)
sua D
z
pu = 3 + 0.5 su D (5.45)
D
onde sua é a resistência lateral não drenada média e σ̄v representa a tensão efectiva média.
Para z > 12D, pu é dado por:
pu = 9su D (5.46)
A F Descrição da Argila
Sabine: inorgânica e intacta.
su = 13.46 kPa, ε50 = 0.7%
2.5 1.0
OR ≈ 1, St ≈ 2, WL = 92, PI = 68, LI = 1
Manor: inorgânica e bastante fissurada.
su ≈ 114.91 kPa, ε50 = 0.5%,
0.35 0.5
OR > 10, St ≈ 1, wL = 77
PI = 60, LI = 0.2
• Se as propriedades não forem similares às propostas de Sabine e Manor, então usar os
coeficientes A e F definidos;
Quando nenhum outro método estiver disponı́vel, a expressão 5.48 e a tabela 5.7 permitem
determinar com alguma precisão o valor de ks,max .
ks,max = kz (5.48)
su (kPa) k (kNm−3 )
[11.97, 23.94] 8143.11
[23.94, 47.88] 27144.71
[47.88, 95.76] 81434.14
[95.76, 191.52] 271447.15
[191.52, 383.04] 814341.44
23
0.5pu −1 yg
yg = y502 , ≤8 (5.49)
ks,max y50
onde
h x i
pR = pu F + (1 − F) , pR ≤ pu (5.54)
12D
No caso de acções cı́clicas, o procedimento a adoptar é igual aquele aplicado para cargas
estáticas de curta duração, excepto no que diz respeito ao cálculo da reacção do solo p, mas antes
5.3 Caracterização Geológica e Geotécnica do Local 51
z
pcr = 0.5pu ≤ 0.5pu (5.55)
12D
O objectivo é obter os valores dos parâmetros do solo seguintes: φ e γ indicados na figura 5.8.
φ
α= (5.60)
2
φ
β = 45 + (5.61)
2
K0 = 0.4 (5.62)
1 − sin φ
Ka = (5.63)
1 + sin φ
Fundações 52
2.5
Ac , As
1.5
0.5
0 1 2 3 4 5 6
z
D
K0 z tan φ sin β tan β (D + z tan β tan α)
pct = γz − + K0 z tan β (tan φ sin β − tan α) − Ka D (5.64)
tan(β − φ ) tan(β − φ )
para a areia submersa γ deve ser substituı́do por γ 0 . Para determinar o valor de profundidade zt ,
isto é, a profundidade a partir da qual a expressão 5.64 deixa de ser válida e a expressão é aplicável
5.65, igualam-se estas duas expressões. De seguida, selecciona-se a profundidade z para a qual se
3D
pretende determinar a curva p-y e estabelecer yu = para determinar pu :
80
pu = Apc (5.66)
onde A deverá ser escolhido, consoante a natureza da acção, por consulta da figura 5.9 para a
profundidade particular adimensional. De seguida, calcular Bc para a profundidade z.
D
Estabelece-se ym = e determina-se pm através de:
60
pm = Bpc (5.67)
2.4
Bc
2.2 Bs
Bc , Bs 1.4
1.2
0.8
0.6
0.4
0 1 2 3 4 5 6
z
D
Densidade relativa k (kPa) para areia submersa k (kPa) para areia não submersa
Solta 5.42894 6.78618
Média 16.28683 24.433024
Densa 33.939086 61.07561
1
p = Cy m (5.68)
pu − pm
m= (5.69)
yu − ym
pm
n= (5.70)
mym
Obtém-se o coeficiente C:
pm
C= 1 (5.71)
ymm
Fundações 54
n−1
n
C
yk = (5.72)
kx
Disposições Regulamentares e
Considerações para o Cálculo de Torre
Eólica Offshore
55
Disposições Regulamentares e Considerações para o Cálculo de Torre Eólica Offshore 56
Neste caso concreto, assumem especial destaque as acções ambientais, quer pelo seu peso nos
esforços finais instalados na estrutura, quer pela especificidade do cálculo a estas associado.
Os Eurocódigos propõem outras classificações, nas quais uma dada acção F pode ser conside-
rada:
As acções podem, ainda, ser classificadas de acordo com a sua variação no tempo e no espaço
ou pela resposta estrutura.
Na classficação de acções de acordo com a sua natureza ou com a natureza da resposta estru-
tural devem ser contempladas acções estáticas ou dinâmicas.
• Dimensionamento pelo método dos coeficientes parciais de segurança com combinação li-
near de acções e esforços;
• Dimensionamento pelo método dos coeficientes parciais de segurança com simulação di-
recta dos efeitos provocados pela actuação simultânea de todas as acções;
Sempre que as regras de cálculo ou as propriedades dos materiais especificadas nos regula-
mentos não são aplicáveis ou suficientes para a especificidade da estrutura em estudo, parte dos
procedimentos de cálculo pode ser apoiadas na experimentação.
A regulamentação existente, nomeadamente o DNV (2007), indica procedimentos para este
tipo de análise e estabelece a sua definição com base nos seguintes testes:
Segundo o conceito de estados limites, a fiabilidade estrutural é garantida pelo método dos
factores parciais de segurança. Através deste método passa-se a verificar que os estados limites
não são excedidos quando são usados no modelos de cálculo das acções, propriedades materiais e
dados geométricos.
As situações de cálculo devem abranger os casos de carga crı́ticos, estabelecendo disposições
de carga particularmente desfavoráveis e em combinação de acções independentes apropriadas.
Pode-se afirmar que a pressão exercida pelo vento na torre pode ser dividida em três categorias
indicadas pela tabela 6.2.
A pressão Pi (t) num qualquer ponto i da estrutura resultante do vento é definida por:
6.3 Determinação das Respostas da Estrutura 59
1 dUi (t)
Pi (t) = ρ(Cdi )Ui2 (t) + ρ(Cmi )ei (6.1)
2 dt
onde ρ representa a massa volúmica do ar, U(t) é a velocidade horizontal do vento no nó i no
instante t, ei é a espessura do mastro no nó i, Cdi e Cmi são o coeficientes de resistência (arrasto -
drag) e de massa no nó i, respectivamente. A expressão 6.1 é em tudo idêntica à fórmula de Mo-
rison utilizada no cálculo de acções hidrodinâmicas em estruturas submersos. Todavia, verifica-se
que para situações de vento habituais o segundo termo da expressão 6.1 é desprezável face ao
primeiro, pelo que deixará de ser considerado ( Barros et al. (2003)).
Segundo a direcção do vento de propagação do vento a separação entre forças estáticas e
dinâmicas é efectuada com base na decomposição da velocidade do vento, Ui (t), em velocidade
média, Ūi e a flutuação da velocidade relativamente ao seu valor médio, ui (t). Assim, a pressão do
vento no nó i de uma estrutura pode ser calculada através de:
1 2 1
Pi (t) = P̄i + pi (t) ≈ ρ(Cdi ) [Ūi + ui (t)] ≈ ρ(Cdi ) Ūi2 + 2Ūi ui (t) (6.2)
2 2
onde P̄i é a pressão média do vento (estática) e pi (t) é a pressão de flutações temporais (dinâmica).
Separa-se a pressão do vento numa componente estática P̄i e numa componente dinâmica,
pi (t), ou seja:
1
Acção Estática (Tipo A) P̄i =
2
1
Acção Dinâmica (Tipo B) pi (t) ≈ ρ(Cdi )2Ūi
2
de influência, obtêm-se as forças médias em cada nó. Finalmente, sabendo a matriz de rigidez da
torre, K, determinam-se os deslocamentos nodais médios r̄. A expressão seguinte, que representa
a equação de equilı́brio estático, resume os cálculos:
Kr̄ = Rv = T p P̄ (6.3)
uma velocidade de crı́tica, Ucr , ou seja para um número de Reynolds crı́tico, Recr ( Barros (1986),
Barros (1987a) e Barros (1987b)). Portanto, pode-se afirmar que, se a frequência de partilha de
vórtices em torno de um mastro, fvortex , for da ordem de grandeza da frequência fundamental do
mastro, f , poderão ocorrer oscilações em ressonância altamente prejudiciais para a estabilidade
da estrutura ( Bessa et al. (2006)). A frequeência fvortex é dada por:
1 U
fvortex = (6.5)
φ (Re ) l
onde φ (Re ) é uma função adimensional que depende do número de Reynolds (sendo que assume,
no caso de tubos circulares, o valor aproximado 5.0), U é a velocidade do vento e l o diâmetro do
tubo.
No que concerne ao dimensionamento a expressão usada é a seguinte:
Ucr
D= (6.6)
5f
onde Ucr é a velocidade do vento crı́tica (para efeitos de dimensionamento deverá ser considerada
como tomando um valor baixo), f é a frequência natural da estrutura.
Verifica-se que ao limitar a velocidade do vento crı́tica, Ucr , a um valor correspondente a 20%
da velocidade média de projecto, as tensões geradas na base do mastro não serão controladas pelos
movimentos transversais, ou seja, não serão controladas pelo fenómeno de partilha de vórtices.
Como alternativa a este modo de dimensionamento, o regulamento canadiano estabelece um
procedimento, no qual o tubo é dimensionado pela actuação de uma força estática equivalentes às
forças geradas durante as oscilações em ressonância. Essa força por unidade de comprimento é,
então, definida:
1
FL = CL Dqcr (6.7)
2ξ
onde CL é o coeficiente de sustentação de Von Kármán (CL = 0.2 para cilindros), ξ é coeficiente
de amortecimento viscoso, qcr é a sobrecarga dinâmica crı́tica devido ao vento e é dada por:
fD
Ucr = (6.9)
St
Disposições Regulamentares e Considerações para o Cálculo de Torre Eólica Offshore 62
√
e E
fov = 175.4 2 (6.10)
D
√
fov D E
fov = 2 fcr = 2 f1 ⇒ Uov = ≈ 2.5 fov D = 438.5e (6.11)
2St D
0.28
h
vmed = 18 (6.12)
10
6.6 Acção do Vento nas Pás e Rotor segundo RSA (2001) 63
O coeficiente de força, δ f , para uma estrutura de forma cilı́ndrica considera-se igual a 0.6.
Para o efeito da determinação da acção do vento foram considerados troços de extensão igual
a 5 m. Desta forma foi possı́vel obter pressões médias a actuar em cada troço torre considerado:
A forma corrente de se considerarem os efeitos dinâmicos, sem que uma análise dinâmica seja
efectuada de forma explı́cita, é pela aplicação de um coeficiente de rajada cr . Dado que o perı́odo
de fundamental da torre eólica é da ordem de 3 s usa-se um cr igual a 1.7.
• Perı́odo de onda, T , ou seja o tempo que decorre para que uma partı́cula percorra um ciclo
completo do seu movimento e volte à posição inicial. O perı́odo de onda e o comprimento
gT 2
de onda relacionam-se pela expressão: λ = .
2π
As partı́culas que se encontram abaixo da superfı́cie também oscilam, descrevendo cı́rculos
cada vez de menor diâmetro à medida que aumenta a profundidade. Portanto, o perfil da onda
mantém-se a mesma forma ao aumentar a profundidade, mas a amplitude, mas a amplitude do
movimento diminui, ou seja, a altura a que se elevam as partı́culas de água reduz.
A descrição feita à válida em águas profundas, onde a interação com o fundo marinho não
interfere com o movimento da água. Quando a profundidade d é inferior metade do comprimento
λ
de onda, ou seja d < , o atrito com o fundo causa uma força contrária ‘a geração da onda. Como
2
6.7 Acção da Água 65
tal, a altura e comprimento de onda diminuem e a trajectória que descrevem as partı́culas fica
distorcida, passando de circular a elı́ptica.
Com a redução da profundidade, as forças de fricção com o fundo causam um desequilı́brio
nas forças de fricção que mantém as ondas, de maneira que as partı́culas que ocupam a posição
mais elevada transpõem as que se encontram mais à frente originando o rebentamento da onda e à
libertação de uma grande quantidade de energia.
De forma a determinar a acção das ondas sobre a estrutura é necessário, primeiro, determinar
os parâmetros de cálculo da onda e depois aferir o efeito na estrutura da onda.
Conta-se com medições das ondas em vários locais que permitem deduzir as distribuições
de frequências de parâmetros da onda e com eles determinar os valores que têm o perı́odo de
ocorrência desejado.
O procedimento mais usual para fixar a onda de projecto é a partir da correlação entre esta e o
vento que a gera e da suposição de uma velocidade do vento que tem um perı́odo pré-fixado. Estu-
dos mais elaborados baseiam-se em informação estatı́sticas de furacões, mas só para determinadas
zonas de globo e para estruturas de grande importância como plataformas petrolı́feras.
Essencialmente, a altura das ondas depende da velocidade do vento, da sua duração e máxima
distância sobre a qual o vento pode actuar sem pertubações geográficas, fetch. Depende também
da profundidade local. Para algumas zonas costeiras é comum existirem estudos oceanográficos,
principalmente nas zonas portuárias e zonas adjacentes, permitindo a elaboração de gráficos de
altura de ondas e daı́ deduzir ondas de dimensionamento.
Em relação do efeito das ondas num estrutura, é necessário distinguir dois casos extremos que
cobrem a maioria das estruturas marı́timas:
• Embate de onda sobre uma parede vertical da água rı́gida que provoca o quebrar da onda,
como em quebra-mares e muros costeiros;
• Efeito da onda em pequenos elementos estruturais que não alteram o movimento da onda,
como por exemplo, estacas, molhes ou tubos de plataformas.
πD2 γ 1 γ
f = CM u̇ + CD Du|u| (6.15)
4 g 2 g
No caso em que a onda em redor de um obstáculo, os efeitos produzidos pelo desvio local
de fluxo de água são muito semelhantes aos do vento, ou seja, o fluxo separa-se do obstáculo do
criando áreas de arrasto e de sucção dando lugar a uma força de arrasto global que depende da
6.7 Acção da Água 67
1 γ
fD = CD u|u| (6.16)
2 g
γ πD2
fM = CM u̇ (6.17)
g 4
onde CM representa o coeficiente cujo valor depende da forma do objecto, u̇ é a acelaração da água
no ponto. Na realidade, a força de inércia é constituı́da por duas componentes, a força de massa
hidrodinâmica e a força de Froude-Krylov :
A soma dos efeitos - arrasto e inércia - proporciona a pressão total da onda num ponto so-
bre o objecto. A força total sobre o objecto será igual ao integral das pressões ao longo do seu
comprimento.
Z Z
∂
∑ Fx = ∂t V
ρU dV +
A0
ρu · u dA0 (6.19)
Define-se q̄ como a força de reacção por unidade de comprimento do cilindro δ z, desta forma
tem-se:
∑ Fx = −q̄δ z (6.20)
Z
∂
ρu dV ≈ −ρD2 δ zu̇ (6.21)
∂t V
o sinal negativo é desta vez usado pois o fluido acelera negativamente dentro do volume que rodeia
o disco. O segundo integral de 6.19 constitui o fluxo de momento em x, ou a diferença entre o
momento exterior e o momento interior através da área A0 = Dδ z. Assim,
Z Z Z
ρu · u dA0 = ρu · u dA0 − ρu · u dA0 = −ρu|u|Dδ z (6.22)
ext int
onde |u| é o valor absoluto da velocidade, permitindo que quando u muda de direcção assim vai
mudar q̄. Reunindo-se as expressões 6.21 e 6.22 obtém-se a expressão 6.19, ou seja:
o que é equivalente a:
p(t)
ü + 2ξ ωn u̇ + ωn2 u = (6.25)
m
c
onde ξ = representa o coeficiente de amortecimento, ccr = 2mωn é o factor de amortecimento
ccr r
k
crı́tico e ωn = é a frequência de vibração própria da estrutura.
m
A grande dificuldade é obter a lei de variação u(t), uma vez que a equação é diferencial. No
entanto, com o software usado hoje em dia e com modelos numéricos existentes é facil determinar
u(t). O método mais divulgado é Método de Duhamel que se baseia na transformação de p(t) num
conjunto infinito de pulsos. Uma vez conhecida a resposta u(t) é fácil determinar os esforços na
estrutura, por exemplo: F(t) = ku(t).
Disposições Regulamentares e Considerações para o Cálculo de Torre Eólica Offshore 70
Quando a estrutura é composta por n graus de liberdade (como a estrutura em causa, até porque
foi discretizada em vários elementos) a equação anterior transforma-se num sistema de equações,
uma por cada grau de liberdade em análise:
onde M representa a matriz de massa consistente, C representa a matriz dos coeficientes de amorte-
cimento, K é a matriz de rigidez da estrutura nos graus de liberdade considerados, P(t) representa
o vector de forças aplicadas em cada grau de liberdade da estrutura, u é o vector de deslocamentos.
A resolução do sistema de equações diferenciais é complexa. O método mais utilizado para
resolver o problema é o Método da Sobreposição Modal que se baseia na ortogonalidade das
matrizes de massa e de rigidez em relação aos modos de vibração, para transformar o sistema
de equações num conjunto fictı́cio de n equações independentes relativas a um grau de liberdade
fictı́cio. Uma vez resolvido este conjunto de equações, a solução final é a soma da solução de cada
equação independente fictı́cia pesada por certos factores.
Primeiramente, a aferição dos modos de vibração passa pela determinação das n frequências
próprias através da equação:
| K − ω 2 M| = 0 (6.27)
Φ = (φ1 φ2 . . . φn ) (6.30)
Mi = φi T Mφi (6.31)
Pi = φi T P (6.32)
Pi (t)
ÿi + 2ξi ωi ẏi + ωi2 yi = (6.33)
Mi
Determina-se a resposta modal para cada equação diferencial independente, através do integral
de Duhamel:
Z t
1
yi (t) = Pi (τ)e−ξi ωi (t−τ) sin ωai (t − τ) dτ (6.34)
Mi ωai 0
q
onde ωai = ωi 1 − ξi2 e Pi (t) é decomposto em vários infinito de pulsos.
Deduz-se a resposta em termos de deslocamentos segundo as coordenadas geométricas:
mSa α
Fe = (6.37)
η
Disposições Regulamentares e Considerações para o Cálculo de Torre Eólica Offshore 72
Sa,i α Li
yi = (6.38)
ωi2 Mi
onde 1 é uma matriz coluna de valores unitários, Sa (ωi , ξi ) é o máximo as acelerações resultantes
das acção de tipo I e II previstas no RSA (2001).
Calcula-se a resposta em termos de deslocamento segundo as coordenadas geométricas, usando
a referida combinação quadrática simples:
q
u(t) = ∑ [φi yi (t)]2 (6.40)
• “Os estados limites de serviço correspondem aos estados para além dos quais as condições
de utilização deixam de ser satisfeitas.”
6.9 Combinações de Acções e Verificação de Segurança 73
• “Os estados limites últimos são os associados ao colapso, ou a outras formas de rotura
estrutural que ponham em perigo a segurança das pessoas.”
Numa estrurura apenas serão analisados os estados limites últimos porque, por um lado não
se conhecem as condições de serviço são bastantes inferiores às da rotura, o que normalmente
implica um bom funcionamento em serviço ( Santos e R. Bessa (2005)).
Assim, as verificações a realizar para este tipo de estruturas são:
• Verificação à fadiga.
Embora as verificações dos efeitos dinâmicos possam parecer verificações de serviço, na rea-
lidade podem provocar rotura e colapso da estrutura.
Al τmed
Nsd ≤ Q1 = (6.42)
FS
τ(z)z 1
τmed (z) = = su (z) (6.44)
2z 2
U U
fvortex = ≈ (6.45)
Re D 5D
fvortex = f1 (6.46)
Ucr,vortex = 5 f1 D (6.47)
Aplicando a seguinte fórmula que consta em vários regulamentos, entre os quais RSA (2001),
obtemos a pressão, na direcção do vento, sobre a estrutura devido ao vento crı́tico:
q = 0.613U 2 (6.48)
Como este fenómeno é transversal ao vento, interessa principalmente saber a força transversal
capaz de provocar a vibração para dimensionamento. De acordo com o regulamento canadiano
esta pode ser calculada através da seguinte expressão:
1
FL = CL qD (6.49)
2ξ
FL = 0.5qD (6.50)
Na maioria dos casos, as forças provocadas por esta acção são desprezáveis. Verifica-se que:
Ucrit ≤ 0.2Upro jecto , sendo Upro jecto a velocidade do vento de projecto, as tensões na base da torre
não serão controladas pelo fenómeno de partilhas de vórtices.
√
e E
fov = 175.4 2 (6.51)
D
√
e E
fov ≈ 2 fvortex ⇔ Ucr,ov ≈ 438.5 (6.52)
D
NSd MSd
+ ≤ 1.0 (6.53)
A fyd Wel fyd
Disposições Regulamentares e Considerações para o Cálculo de Torre Eólica Offshore 76
0.5Av fyd
VSd ≤ 0.5VRd,pl = √ (6.54)
3γM0
onde Nsd é o esforo̧ axial actuante, MSd representa o momento flector actuante, VSd é o esforço
transverso actuante, A = Av é a área de secção transveral, Wel é o módulo de flexão elástico da
secção transversal , fyd é a tensão de cedência e γM0 é o coeficiente de segurança parcial.
Esta verificação aplicar-se-á a todas as secções da torre. Na prática, vão ser analisadas apenas
as secções em condições de carregamento mais desfavoráveis.
Nsd kMsd
+ ≤ 1.0 (6.55)
χA fyd Wel fyd
γM1
onde Nsd é o esforço axial actuante, Msd é o momento flector actuante, A é a área de secção
transversal, Wel é o módulo de flexão elástico da secção transversal, fyd é a tensão de cedência,
γM1 é o coeficiente de segurança parcial, χ factor de redução para o modo de encurvadura de
varejamento.
O factor de redução para o varejamento é dado por:
1
χ= q ≤1 (6.56)
φ + φ − λ̄
2 2
onde φ é igual a
1
φ= 1 + α(λ̄ − 0.2) + λ̄ 2 (6.57)
2
onde α representa o coeficiente de imperfeição, que neste caso é igual a 0.34 (curva b do EN1993
(2004)) e λ̄ é dado por:
le
λ
λ̄ = = i (6.58)
λ1 93.9ε
s
235
onde ε = .
fy d
O valor do comprimento de encurvadura, le , considera-se igual a 2l. Contudo, tal consideração
só é válida se o esforço axial fosse constante ao longo da torre.
6.9 Combinações de Acções e Verificação de Segurança 77
onde Ψ0,A = Ψ0,V = 0.4 e Ψ2,A = Ψ2,V = 0 e G representa a acção do peso próprio, A é a acção da
água, V constitui a acção do vento e S representa sı́smica.
As duas primeiras combinações, isto é, a combinação 1 e 2 estão previstas na norma DNV
(2007) e as restantes combinações são definidas pelo Eurocódigo 1 EN1991 (2004).
Capı́tulo 7
Neste capı́tulo, abordam-se algumas fases de dimensionamento de uma torre eólica offshore.
• Os planaltos e as planı́cies elevadas podem ser locais com bastante vento, tal como as zonas
costeiras, sendo uma das grandes vantagens da instalação de turbinas eólicas nestes locais é
a persistência do vento, que se traduz pelo número de horas equivalentes à potência nominal
de aerogerador por ano, também designado por NEP (a figura 7.1 ilustra a distribuição de
NEP em Portugal Continental para um aerogerador com 2 MW de potência e a hub a 60 m
de altura);
• Geralmente, os vales são lugares com menos vento, embora, possam ocorrer efeitos de
concentração local.
78
7.1 Condicionantes da Escolha do Local 79
Figura 7.1: Distribuição de NEP em Portugal Continental por ano para um aerogerador com 2 MW
de potência e a hub a 60 m de altura Estanqueiro (2001).
Por observação da figura 7.1 pode-se constatar que a zona ao largo do Porto de Leixões apre-
senta um NEP que varia entre 2000 e 2200 h/ano.
Modelo P (MW ) L pa (m) Hhub (m) Htot (m) Avarr (m2 ) Upamax (m/s) Unom (m/s)
GE 1.5s 1.5 35.25 64.7 99.95 3904 81.33 12
GE 1.5sle 1.5 38.5 80 118.5 4657 14
Vestas V90 1.8 45 80 125 6032 88.89 13
Vestas V100 2.75 50 80 125 7854 79.56 15
Gamesa G87 2.0 43.5 78 121.5 5945 86.2 13.5
Siemens 2.3 46.5 80 126.5 6793 75.11 13 - 14
Bonus (Siemens) 1.3 31 68 99 3019 63.11 14
Bonus (Siemens) 2.0 38 60 98 4536 67.11 15
Bonus (Siemens) 2.3 41.2 80 121.2 5333 69.77 15
Clipper Liberty 2.5 44.5 80 124.5 6221 72.44 11.5
Clipper Liberty 46.5 126.5 6792 75.11
Clipper Liberty 49.5 78 127.5 7698 69.77
REPower MM92 2.0 46.25 100 146.25 6720 72.44 11.2
Rotor
Diâmetro (m) 80
Área Varrida (m2 ) 6032
Velocidade (rpm) 16.7
Intervalo operacional (rpm) 9 - 19
Número de pás 3
Regulador de energia Pitch/ OptiSpeed
Peso (ton)
Altura do hub (m)
60 67 78 100
Torre 100 130 170 220
Cabina 61 61 61 61
Rotor 34 34 34 34
Total 205 225 265 315
Tabela 7.3: Pesos dos diversos elementos da torre eólica a considerar no dimensionamento.
7.3 Pré-dimensionamento 83
7.3 Pré-dimensionamento
No pré-dimensionamento considerou-se as condições especı́ficas do local de implantação, bem
como a informação disponı́vel relativa ao custo e comportamento estrutural de torres eólicas pre-
viamente projectadas distribuı́das por todo o mundo.
Os aspectos das torres eólicas offshore indispensáveis a este processo de pré-dimensionamento
estão indicadas nas tabelas 7.4 e 7.5.
Tabela 7.5: Caracterı́sticas dos diferentes tipos de soluções disponı́veis para torres eólicas offshore.
A solução adoptada para torre eólica é ilustrada pela figura 7.5 com uma fundação do tipo
monoestaca.
Devido à indisponibilidade de dados relativos a uma caracterização geotécnica da região em
análise, adoptou-se uma prospecção geotécnica relativa ao Golfo do México, cujos resultados são
expressos pela tabela 7.6.
• Interacção solo-estrutura;
• Interacção água-estrutura;
Desta forma procurou-se elaborar um modelo de cálculo que caracterizando os aspectos acima
referidos, assegura-se uma adequada aproximação à realidade com a apropriada simplicidade na
entrada dos lados, na análise dos resultados e no processo de cálculo.
Tendo em conta as caracterı́sticas da estrutura e aos objectivos da corrente análise estrutural
recorreu-se a um modelo de barra linear de secção variável de forma discreta de acordo com as di-
menões estabelecidas no pré-dimensionamento. A tabela 7.7 e a figura 7.6 exibem a discretização
em elementos da estrutura.
A tabela 7.8 e a figura 7.7 exibem a discretização da massa da estrutura em nós. Esta discretização
é utilizada na análise modal da estrutura (com um coeficiente de amortecimento ξ = 0.02) para se
determinar os modos de vibração e frequências naturais.
Nós Cota
-1 -25
0 -20
1 -11
2 -6.7
3 0
4 6.7
5 15
6 25
7 35
8 45
9 55
10 65
Em relação ao peso da torre, dado que se trata de uma torre em aço, calculou-se de acordo com
peso volúmico do aço ou seja 77 kN/m3 .
Quando às massa concentradas de água, adoptou-se as seguintes cargas verticais descendentes:
• 645 kN à cota 0.
A determinação dos efeitos a ação do vento foi feita simplificadamente e numa primeira fase,
supondo aplicadas à superfı́cie da estrutura forças estáticas que resultam da multiplicação da
pressão dinâmica do vento por coeficiente de força e coeficientes de rajada adequados à forma
da estrutura em causa.
" 0.20 #
h
v = 1.1 25 (7.2)
10
Na vizinhança imediata do solo, ou seja, para h < 10 m num solo de rugosidade tipo II, admitiu-
se uma velocidade média constante igual a 25 m/s.
A pressão dinâmica do vento calcula-se através de:
w = 0.613v2 (7.3)
Atendendo ao facto de se tratar de uma estrutura identicamente solicitada pelo vento qual-
quer que seja o rumo deste, os valores obtidos caracterı́sticos da pressão dinâmica do vento pela
expressão foram ainda multiplicados pelo factor 1.3.
65 √ √
≈ 23.2d w, d w ≥ 0.15 → δ f = 0.6 (7.4)
2.8
Os coeficientes de força adoptados relativamente às pás de turbina resultam das caracterı́sticas
aerodinâmicas da turbina e da respectiva orientação das pás face ao vento.
7.5 Determinação de Acções 89
Posteriormente, atendendo ao facto de se tratar de uma estrutura com frequência própria muito
baixa (aproximadamente de 0.3), recorreu-se à introdução de coeficientes de rajada correctivos do
valor anteriormente obtido.
Coeficiente de rajada: cr = β δ = 2.2 × 0.75 = 1.7.
Para determinar do vento nas pás e rotor considera-se o cenário correspondente à configuração
das pás mais desfavorável do ponto de vista estrutural.
Considera-se a acção do vento para o caso em que o mecanismo de rotação de segurançadas
pás não está funcional numa das pás. Neste caso, posicionou-se a pá mais desfavorável, isto é, a
pá orientada perpendicularmente em relação ao vento.
Dimensionamento de uma Torre Eólica Offshore 90
• Velcodade da corrente (na ausência de dados deverá ser usado o valor mais desfavorável que
corresponde à corrente no Golfo do México com um valor igual a 0.8m/s);
Os perı́odos de onda utilizados foram obtidos de um registo efectuado por uma bóia instalada
em Leixões e cujo resultado é ilustrado pela figura 7.8.
Fez-se uma simulação no software WaveLoads, com duração total de 30s e passo temporal
∆t = 0.1s, das forças de água que actuam na estrutura.
O troço da torre sujeito à acção da água foi discretizado nos quatro elementos seguintes:
acentuada e, como tal, na modelação software Robot Millenium estabeleceu-se que a carga actuava
sempre ao nı́vel do centro geométrico do elemento, isto é, a meio deste.
As cargas obtidas no WaveLoads e introduzidas Robot Millenium onde Fi actua sobre o ele-
mento i, correspndentes aos perı́odos de onda de 7, 9, 11 e 13 s, são indicadas pelas figuras 7.10,
7.11, 7.12 e 7.13, respectivamente.
Quando o valor da força Fi (t) é nulo siginifica que no instante t a onda está abaixo do elemento
i, não provocando qualquer tipo de acção.
Figura 7.10: Forças resultantes de um estado de mar com perı́odo T igual a 7s.
Figura 7.11: Forças resultantes de um estado de mar com perı́odo T igual a 9s.
Figura 7.12: Forças resultantes de um estado de mar com perı́odo T igual a 11s.
Figura 7.13: Forças resultantes de um estado de mar com perı́odo T igual a 13s.
Após a determinação da resposta sı́smica, constata-se que apenas os primeiros 4 modos têm
influência nesta acção. A acção sı́smica pode ser traduzida por um conjunto de deslocamentos
ilustrado na figura 7.24.
7.6 Esforços na Estrutura 95
Os resultados obtidos resultam de uma análise estática efectuada no software Robot Millenium
na qual se consideraram os efeitos de segunda ordem P − Delta, dada a presença de uma carga
estática que representa o peso do rotor no topo da torre.
Para a acção do vento isolada, efectua-se novamente uma análise estática no Robot Millenium
na qual se incluem os efeitos de segunda ordem P − Delta, uma que esta acção é encarada como
7.6 Esforços na Estrutura 97
pela tabela 7.15 representam os valores da envolvente da acção da água para cada secção da es-
trutura, ou seja é indicado o esforço máximo, Vmax e Mmax , em cada secção, resultante dos quatro
estados de mar.
Finalmente, os resultados da acção sı́smica é são obtidos mediante uma análise dinâmica es-
pectral, utilizando os espectros de resposta (acção tipo 1 e 2) previstos no RSA (2001). A tabela
7.16 indica para cada secção o valor máximo verificado para os dois espectros de resposta.
7.6 Esforços na Estrutura 99
Secção N (kN)
z = −40m 4945.4
z = −25m 3605.7
z = −20m 3392.9
z = −11m 3390.3
z = −6.7m 3144.5
z = 0m 2462.7
z = 6.7m 2165.3
z = 15m 1862.3
z = 25m 1648.4
z = 35m 1435.5
z = 45m 1268.7
z = 55m 1099.9
z = 65m 965.5
Tabela 7.14: Esforço transversos e momentos flectores resultante da acção do vento (V).
e/ou espessura.
Os esforços resultantes das combinações de acções 1, 2, 3, 4 e 5 são indicados pelas tabelas
7.19, 7.20, 7.21, 7.22 e 7.23, respectivamente.
Seleccionam-se seis secções para análise de esforços para as cinco diferentes combinações de
acções. As seis secções escolhidas representam as zonas da torre onde há mudança de diâmetro
e/ou espessura.
Uma vez que existem acções de natureza estática (peso próprio e vento) e de natureza dinâmica
(água e sismo), os esforços resultantes das combinações de acções são determinados em duas
fases. Primeiramente, combina-se as acções do vento e peso próprio (permanente), pois ambas
são estáticas, e no Robot Millenium efectua-se uma análise estática na qual se incluem os efeitos
7.6 Esforços na Estrutura 101
Tabela 7.15: Esforço transversos e momentos flectores resultante da acção da água (A).
Tabela 7.16: Esforço transversos e momentos flectores resultante da acção sı́smica (S).
de segunda ordem P − Delta. Os esforços em cada uma das secções da seleccionadas da torre
estão indicados na tabela 7.17. Os esforços resultantes das acções de água e do sismo são obtidos
por análise dinâmica time history e análise dinâmica espectral, respectivamente (tabela 7.18).
A segunda fase consiste em combinar, para cada secção da torre, a acção pré-combinada peso
próprio e vento com a da água e sismo.
Recordando que a combinação 1 é definida por 1.25G + 0.70V + 0.70A + 0.70S, combinam-
se os esforços da acção do peso próprio e do vento, determinados por análise estática (com P −
Delta), com os eforços obtidos das acções da água e do sismo submetidos à combinação 1.
Por exemplo, para a secção z = 15m, Nsd é determinado pela soma de 1.25G + 0.70G, indicado
na tabela 7.17 pelo valor de 1121.6kN, com 0.70A que é igual e 0.70 × 7 = 4.9 onde 7 é indicado
Dimensionamento de uma Torre Eólica Offshore 102
z = 0m 2388.4 21372.3 312.2 2871.3 42595.4 613.4 2871.2 47425.1 683.4 2875.8 18792.1 268.7 2876.9 0 0
z = 15m 1121.6 14726.2 194.3 1855.6 29528.2 583.4 1852.4 32865.6 649.1 1862.9 13043.2 257.2 1864.2 0 0
z = 35m 587.1 9168.2 257.8 1424.7 18459.3 521.1 1419.9 20537.9 580.3 1433.1 8162.2 230.3 1436.3 0 0
z = 55m 166.2 4443.1 211.2 088.3 8854.8 433.8 1085 9848.2 484.4 1098.2 3924.3 192.4 1100.2 0 0
z = 65m 2 2458.8 186.1 954.4 4742.2 388.2 950.1 5268.3 432 964.2 2107.2 171.3 965 0 0
Combinação 1
Secção
NSd (kN) MSd (kNm) VSd (kN)
z = −25m 3635.8 41746.6 694.7
z = 0m 2419.2 32334.5 898.4
z = 15m 1165 21242.5 458.9
z = 35m 659.9 14669.6 419.7
z = 55m 242.5 7393.2 449.3
z = 65m 80.4 2458.8 482.1
na tabela 7.18 e 0.70S que tem o valor de 0.70 × 55 = 38.5 onde 55 é igualmente referido na tabela
7.18, sendo o resultado final de 1.25G + 0.70V + 0.70A + 0.70S igual a 1165kN. O cálculo de Vsd
e Msd é análogo ao de Nsd . Vsd , na secção z = 15m, é igual à soma de 194.3 (1.25G + 0.70V )
com 0.7 × 296 (0.70A) e 0.70 × 82 (0.70S), obtendo-se o valor total de 458.9kN. De igual modo
o valor de Msd é determinado pela soma de 14726.2 (1.25G + 0.70V ) com 0.70 × 5940 (0.70A) e
0.70 × 3369, cujo valor total é 21242.5kNm.
Repete-se o mesmo procedimento aplicado para o cálculo dos esforços resultantes da combinação
1 para os esforços da combinação 2, não esquecendo que esta define-se por 1.00G + 1.35V +
7.6 Esforços na Estrutura 103
1.35A + 1.35S.
Combinação 2
Secção
NSd (kN) MSd (kNm) VSd (kN)
z = −25m 3889.8 82340.9 1216.2
z = 0m 2930.7 63736.8 1743.9
z = 15m 1939.3 42095.4 1093.7
z = 35m 1565.1 29069.2 833.4
z = 55m 1235.5 14544.2 893.2
z = 65m 1105.6 4742.2 959.1
Combinação 3
Secção
NSd (kN) MSd (kNm) VSd (kN)
z = −25m 3881.8 81413.2 1105.9
z = 0m 2883.2 64270.4 1650.8
z = 15m 1862.9 41775.6 1093.2
z = 35m 1428.9 28767.4 816.4
z = 55m 1086.5 14862.1 864.7
z = 65m 956.1 5268.3 934.1
No caso da combinação 3, para a secção z = 0m, o valor de Nsd é calculado pela soma de
2871.2, que corresponde 1.00G + 0.6V , com 1.5 × 8.0 = 12 que equivale a 1.5A, obtendo-se um
resultado final de é 2883.2kN. Analogamente, os valores de Msd e Vsd são iguais a 64270.4kNm e
1650.8kN, respectivamente.
A combinação 4 é definida por: 1.00G + 1.50V + 0.60A.
Na secção z = 65m, o valor de Nsd é calculado pela soma de 964.2, que corresponde a 1.00G +
1.50V com 0.60 × 4.0 = 2.4 que equivale a 0.60A, cujo resultado é igual a 966.6kN. De igual
modo, para a mesma secção z = 65m, Vsd resulta da adição de 171.3, que corresponde a 1.00G +
1.50V , com 0.60 × 334.7 = 200.8, que equivale a 0.60A, originando um valor final de 372.1kN.
Consequentemente, o valor de Msd para z = 65m é igual a 2107.1kNm.
A combinação 5 é dada por: 1.00G + 1.50S.
Para esta combinação, na secção z = −25m, o valor de Nsd é determinado pela soma de 3865.2,
correspondente a 1.00G, com 1.50 × 7 = 10.5 que equivale 1.50S, obtendo-se um valor total de
Dimensionamento de uma Torre Eólica Offshore 104
Combinação 4
Secção
NSd (kN) MSd (kNm) VSd (kN)
z = −25m 3871.1 32086.2 542.8
z = 0m 2880.6 25530.2 655.6
z = 15m 1867.1 16607.2 434.8
z = 35m 1436.7 11454 324.7
z = 55m 1098.8 5929.9 344.5
z = 65m 966.6 2107.1 372.1
Combinação 5
Secção
NSd (kN) MSd (kNm) VSd (kN)
z = −25m 3875.7 10225.2 234.5
z = 0m 2930.9 6645.2 288.8
z = 15m 1946.7 5053.5 123
z = 35m 1583.3 3559.4 110.9
z = 55m 1262.2 1307.7 130.3
z = 65m 1127 0 132.3
3875.7kN. O valor de Msd , para a mesma secção z = −25m, é definido pela adição de 0, que
corresponde a 1.00G, com 1.50 × 6816.8 = 10225.2 que equivale a 1.50S, originando um valor
total igual a 10225.2kNm. Repetindo o procedimento Vsd , conclui-se que este tem um valor igual
a 1.5 × 156.3 = 234.5kN.
0.72pu = 31.584kN/m
30
25
z
0.72 pu = 22.125kN/m
zR
20
p(kN/m)
15
z
10 = 0.7
zR
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
y(m)
60
50 z
0.72 pu = 48.586kN/m
zR
40
p(kN/m)
30
z
20 = 0.7
zR
10
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
y(m)
120 z
0.72 pu = 114.7kN/m
zR
100
80
p(kN/m)
z
60 = 0.822
zR
40
20
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
y(m)
0.72pu = 222.513kN/m
z
200 0.72 pu = 201.504kN/m
zR
150
p(kN/m)
z
100 = 0.906
zR
50
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
y(m)
250
200
p(kN/m)
z
= 0.989
zR
150
100
50
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
y(m)
Al τmed
NSd ≤ (7.5)
FS
pu = 549.675kN/m
500
400
p(kN/m)
z
300 = 1.07
zR
200
100
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
y(m)
700
600
500
p(kN/m)
z
400 = 1.24
zR
300
200
100
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
y(m)
900
800
700
600
p(kN/m)
z
500 = 1.4
zR
400
300
200
100
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
y(m)
f1 (Hz) D (m) Ucr,vortex = 5 f1 D(m/s) Upro jecto (m/s) Ucr,vortex ≤ 0.2Upro jecto
0.29 2.8 4.1 33 Ok!
Verifica-se a condição VSd ≤ 0.5VRd,pl , caso contrário ter-se-á que proceder a uma redução dos
momentos resistentes.
Selecciona-se para cada secção o valor máximo de esforço transverso das cinco combinações
de acçẽs e de seguida compara-se com o valor de 0.5VRd,pl .
0.5Av fyd
Secção Vsd,max (kN) 0.5VRd,pl = √
3γM0
(kN) VSd ≤ 0.5VRd,pl
z = −25m 1216.2 44836 Ok!
z = 0m 1743.9 29012 Ok!
z = 15m 1093.7 15825 Ok!
z = 35m 833.4 12308 Ok!
z = 55m 893.1 9671 Ok!
z = 65m 959.1 9671 Ok!
NSd kMSd
+ ≤ 1.0 (7.6)
χA fyd Wel fyd
γM1
Combinação 1
NSd kMSd NSd kMSd
Secção fyd
+ fyd
≤1
χA fyd Wel γM1 χA f yd Wel γM1
z = −25m 0.22 0.30 0.52 Ok!
z = 0m 0.11 0.42 0.53 Ok!
z = 15m 0.03 0.38 0.41 Ok!
z = 35m 0.01 0.32 0.33 Ok!
z = 55m 0 0.20 0.20 Ok!
z = 65m 0 0.07 0.07 Ok!
Utilizando os resultados dos esforços obtidos para a combinação 2, referidos na tabela 7.20,
efectua-se a verificação de segurança para tal combinação, com os resultados indicados na tabela
7.31.
Combinação 2
NSd kMSd NSd kMSd
Secção fyd
+ fyd
≤1
χA fyd Wel γM1 χA fyd Wel γM1
z = −25m 0.24 0.60 0.84 Ok!
z = 0m 0.13 0.82 0.95 Ok!
z = 15m 0.04 0.76 0.80 Ok!
z = 35m 0.02 0.64 0.67 Ok!
z = 55m 0.02 0.39 0.42 Ok!
z = 65m 0.02 0.13 0.15 Ok!
Recorrendo aos esforços determinados para a combinação 3, indicados na tabela 7.21, realiza-
se a verificação de segurança para esta combinação. Os resultados obtidos são indicados na tabela
7.32.
Dimensionamento de uma Torre Eólica Offshore 112
Combinação 3
NSd kMSd NSd kMSd
Secção fyd
+ fyd
≤1
χA fyd Wel γM1 χA fyd Wel γM1
z = −25m 0.24 0.59 0.83 Ok!
z = 0m 0.13 0.83 0.96 Ok!
z = 15m 0.04 0.75 0.79 Ok!
z = 35m 0.02 0.64 0.66 Ok!
z = 55m 0.02 0.40 0.42 Ok!
z = 65m 0.02 0.14 0.16 Ok!
Combinação 4
NSd kMSd NSd kMSd
Secção fyd
+ fyd
≤1
χA fyd Wel γM1 χA fyd Wel γM1
z = −25m 0.24 0.23 0.47 Ok!
z = 0m 0.13 0.33 0.46 Ok!
z = 15m 0.04 0.30 0.34 Ok!
z = 35m 0.02 0.25 0.28 Ok!
z = 55m 0.02 0.16 0.18 Ok!
z = 65m 0.02 0.06 0.07 Ok!
Combinação 5
NSd kMSd NSd kMSd
Secção fyd
+ fyd
≤1
χA fyd Wel γM1 χA fyd Wel γM1
z = −25m 0.24 0.07 0.31 Ok!
z = 0m 0.13 0.09 0.22 Ok!
z = 15m 0.03 0.08 0.13 Ok!
z = 35m 0.05 0.09 0.10 Ok!
z = 55m 0.14 0.09 0.06 Ok!
z = 65m 0.02 0 0.02 Ok!
q
Material: Fe510 fy = 355 MPa ε= 235
fy
D
Elementos Cotain f (m) Cotasup (m) D (m) e (mm) e Classe
-1 -40 -25 3.5 75 41.67 3
0 -25 -15 3.5 75 41.67 3
1 -15 -8.85 3.5 75 41.67 3
2 -8.85 -3.35 3.5 75 41.67 3
3 -3.35 0 3.5 75 41.67 3
4 0 3.45 2.8 60 41.67 3
5 3.35 10.85 2.8 60 41.67 3
6 10.85 20 2.8 60 41.67 3
7 20 30 2.8 32 87.5 4
8 30 40 2.8 32 87.5 4
9 40 50 2.8 25 112 4
10 50 60 2.8 25 112 4
11 60 65 2.8 20 140 4
Tabela 7.35: Definição das secções dos elementos da torre eólica em termos de classes de aço.
ultrapassar esta incongruência decide-se introduzir nestas secções quatro nervuras verticais e uma
horizontal por cada 3 metros de comprimento.
Capı́tulo 8
Conclusões
114
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Índice Remissivo
119
ÍNDICE REMISSIVO 120
verificação ao derrube, 73
verificação de elementos, 73
verificação de secções , 73