O documento discute o teatro pós-dramático, que rompe com a relação entre teatro e drama. O teatro pós-dramático busca uma experiência real do presente ao vivo, sem ilusão, colocando o público como participante. Os atores precisam transitar por diferentes linguagens para alcançar a comunicação direta com o público.
O documento discute o teatro pós-dramático, que rompe com a relação entre teatro e drama. O teatro pós-dramático busca uma experiência real do presente ao vivo, sem ilusão, colocando o público como participante. Os atores precisam transitar por diferentes linguagens para alcançar a comunicação direta com o público.
O documento discute o teatro pós-dramático, que rompe com a relação entre teatro e drama. O teatro pós-dramático busca uma experiência real do presente ao vivo, sem ilusão, colocando o público como participante. Os atores precisam transitar por diferentes linguagens para alcançar a comunicação direta com o público.
O documento discute o teatro pós-dramático, que rompe com a relação entre teatro e drama. O teatro pós-dramático busca uma experiência real do presente ao vivo, sem ilusão, colocando o público como participante. Os atores precisam transitar por diferentes linguagens para alcançar a comunicação direta com o público.
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TEATRO PS-DRAMTICO UM ESTUDO
Por: Alexandre Cristovam
O teatro se distingue de outras linguagens artsticas por possuir uma caracterstica marcante que o aqui-agora, algo que est acontecendo naquele instante, naquele momento, est vivo e sendo mostrado por um ator dentro de um mesmo espao e tempo. Esta a arte do improviso, o ator precisa estar sempre em risco para que seu trabalho se torne cada ve mais vivo, pulsante, pois s!o nesses momentos que as "ragilidades, a humanidade s!o apresentadas. O praer de estar em cena um "ator determinante na tra#et$ria de um ator. Os praeres das personagens devem se misturar com os dele. Essa comunh!o que da vitalidade para o corpo e o que atra o olhar do espectador. %m corpo sem vitalidade n!o desperta interesse, o ator deve sempre acessar dispositivos que mantenham esse corpo vivo, intrigante, instigante. &sso que di"erencia o ator de teatro, de um ator de cinema, o calor humano, este corpo vivo que se apresenta diante do p'blico. O ator precisa ressoar em cena, todo material que ele entra em contato deve passar pelo seu corpo e reverberar. ( preciso encontar o punctum, que ponto de resson)ncia em que tudo aquilo que o homem entra em contato, atinge-o e ressoa nele. * busca por novos c$digos n!o reconhecveis um caminho a ser perseguido, essa possibilidade de revelar aquilo que n!o pode ser dito atravs de novas e+peri,ncias desse ator, pode acessar vias do inconsciente do espectador que antes n!o "oram acessadas. * "enomenologia di que a iman,ncia tudo aquilo que pode ser visto e a transcend,ncia tudo aquilo que est alm do que pode ser visto- o ator deve trabalhar dentro deste 'ltimo campo, n!o se limitando .quilo que lhe reconhecvel, preciso alargar o horionte. /ortanto quanto mais intenso "or o envolvimento do ator com o material proposto mais o p'blico tambm se envolver. O corpo 0entende-se como corpo1 corpo e vo, n!o est!o desconectados2 a ponte de liga!o entre o ator e o p'blico. ( neles que s!o criados, escritos e lidos sentidos e signi"icados que revelam e contam a "bula. O corpo vivo uma comple+a rede de puls3es, intensidades, pontos de energia e "lu+os, na qual processos sens$rio-motores coe+istem com lembranas corporais acumuladas, codi"icadas e choques042 , preciso reconhecer esses impulsos e soma-los na cria!o da cena, saber #ogar com eles a "avor da encena!o e n!o esconde-los do #ogo c,nico. 5rabalhar com a concretude de nosso corpo, com essas puls3es que mantm o ator per"ormtico vivo em cena, atraindo e apro+imando o p'blico de uma realidade onde n!o se esclarece se uma personagem ou o pr$prio ator- di"erente do ator dramtico que trabalha com as abstra3es da personagem, seus problemas psicol$gicos, com con"litos de ordem espiritual. O teatro p$s-dramtico segue uma via que condu da abstra!o para a atra!o062 . O teatro, a partir da dcada de sessenta, so"reu uma grande trans"orma!o- in"luenciado pela per"ormance 072 . O que o termo, denominado por 8ehmann, teatro p$s-dramtico opera, em primeira m!o, a quebra do teatro com o drama. 9inculo este que "oi tomado como sendo de naturea indissol'vel1 como conceber um teatro sem drama: ( possvel entender o teatro p$s- dramtico como uma tentativa de conceitualiar a arte no sentido de propor n!o uma representa!o, mas uma e+peri,ncia do real 0tempo, espao, corpo2 que visa ser imediata1 teatro conceitual. * imediatidade de toda e uma e+peri,ncia compartilhada por artistas e p'blico se encontra no centro da arte per"ormtica0;2. O que se pretende a quebra da ilus!o, retirar o p'blico de uma posi!o vo<eurstica, para coloc-lo numa condi!o de parceiro participante da a!o. * per"ormance prima pelo ,+ito da comunica!o, assim como o ator p$s- dramtico. ( importante lembrar que o teatro p$s-dramtico um conceito e portanto n!o se pode trat-lo como uma linguagem c,nica. =omo um ator pode viver uma e+peri,ncia real, diante de um p'blico e n!o representar: * partir do momento que um ator entra em cena, ele passa a >signi"icar? 0virar um signo2 e com isso >representar? 0 o pr$prio conceito de signo, algo que representa outra coisa2 alguma coisa, podendo ser isto algo concreto @ o qual se tem nomeado >personagem? @ ou mesmo abstrato 0como "iguras que aparecem em peas surrealistas20A2. Baer esse tipo de distin!o n!o "cil, primeiro que o ator n!o se dei+a ser possudo pela personagem e assim perdendo a sua identidade, seu ego- e segundo que nenhuma pessoa dei+a de atuar, pois n!o e+iste um estado de espontaneidade pura- se e+iste um pensamento prvio, h uma "ormalia!o e uma representa!o- por mais que e+ista um lado nosso que age e "ale, e+iste outro que nos observa. ( interessante que nessa situa!o parado+al os dois e+tremos se tocam1 eu n!o sou mais >eu? e ao mesmo tempo eu n!o >represento?0C2. O carter "iccional que d a um espetculo a caracterstica de representa!o, todos os elementos c,nicos, incluindo os atores, est!o voltados para situa!o "iccional e o p'blico colocado na postura de espectador da hist$ria. 5udo remete ao imaginrio. O que gera um parado+o1 quanto mais tento representar realisticamente uma personagem, mas ilus!o eu crio para o espectador. Duanto mais me distancio da personagem, mais quebro com a ilus!o e com isso possibilitando a entrada num outro espao, passa a n!o ser uma representa!o e sim uma outra coisa, um rito, uma demonstra!oE O ator quando dei+a de somente representar uma personagem, ele abre espao para outras possibilidades de encontros com o p'blico. F medida que se quebra com a representa!o, com a "ic!o, abre-se espao para o imprevisto, e portanto para o vivo, pois a vida sinGnimo de imprevisto, de risco0H2. 5rabalhar com o imprevisto, com uma l$gica de pensamento n!o aristotlica possibilita o transito em diversas linguagens di"erentes para alcanar o ,+ito da comunica!o direta com o p'blico. ( preciso que a rela!o entre o espectador e o ator se#a de total comunh!o. Iostrar outras perspectivas de como se ver o mundo amplia o horionte desse que assiste o espetculo. Job Kilson utilia- se o recurso de c)mera lenta, cu#o movimento do corpo t!o desacelerado que o tempo de seu decurso parece como que ampliado com uma lupa, tambm o corpo "orosamente e+posto em sua concretude, como que "ocado pela lente de aumento do observador e ao mesmo tempo >recortado? do continuum espao-temporal como ob#eto artstico0L2. Outros elementos recorrentes no teatro p$s-dramtico s!o1 a trans"orma!o do corporal do ator em um ob#eto-homem, uma escultura viva, revelando uma estreita apro+ima!o com as artes plsticas, esse elemento escultural e iconogr"ico se #unta ao aspecto ritualstico da atua!o, estar e+posto sem nenhuma mscara, "a com que o ator se torne a vtima sacri"icial, e+pondo suas "ragilidades e a"li3es perante aos olhos de #ulgamento de quem o assite, assim na medida que o ator se encara como uma pessoa vulnervel, o espectador se torna consciente de uma outra da parte da encena!o que at ent!o era oculta no teatro tradicional, esse ato de ver o ator e+posto que o coloca como um ob#eto escultural- tambm o corpo p$s-dramtico, conhecido como o corpo do gesto, in"lu,ncia direta da dana, pois essa n!o "ormula sentido, mas articula energia- n!o representa uma ilustra!o, mas uma a!o0M2, neste sentido 8ehmann de"ine o gesto com aquilo que "ica em suspenso em cada a!o voltada para um ob#etivo1 um e+cedente de possibilidade, a "enomenalidade de uma visibilidade como que o"uscante, que ultrapassa o olhar ordenador @ o que se torna possvel porque nenhuma "inalidade e nenhuma reprodutibilidade en"raquece o real do espao, do tempo e do corpo04N2- a rela!o com o ob#etos com o corpo humano tomou outras dimens3es, rela3es s!o estabelecidas, que anteriormente s$ era possvel no teatro in"antil, elevando-os . categoria de su#eito despertando a sensa!o de n$s n!o somos somente seres vivos, mas tambm, em partes, ob#etos- a antropomor"ia!o das "iguras de animais no comportamento dos homens, transmite uma dimens!o mtica, que vai para alm do drama humano- a utilia!o de elementos tecnol$gicos como1 slides, datashoO, pro#etores- vem sendo cada ve mais utiliados nos espetculos, remetendo a uma realidade ou incorporado a cena com outras "inalidades, quanto mais recursos a tecnologia o"erecer 0imagticos, sonorosE2 mais o teatro incorporar na cena contempor)nea. %m ator p$s-dramtico precisa estar apto para transitar em di"erentes tipos de linguagens, saber de tcnicas di"erentes 0acrobacia, canto, dana, malabarismos, tocar algum instrumento2 para se alcanar o dese#ado. O leque de possibilidades vasto, portanto qu!o mais inteirado dos problemas atuais e tambm das tcnicas que possam ampliar o horionte de um espetculo, consequentemente, do espectador, o ob#etivo do teatro p$s-dramtico, e tambm de qualquer "ormas teatrais, mais a comunh!o, o encontro, entre o p'blico e o ator se dar com ,+ito. PPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPP 4 @ 8ehmann @ O 5eatro /$s- Qramtico. /gina 776. 6 @ &dem 4 7 @ /atrice /avis @ Qicionrio do 5eatro @ /gina 6L;. /er"ormance1 * per"ormance ou per"ormance art, e+press!o que poderia ser traduida por teatro das artes visuais, surgiu nos anos sessenta e chega . sua maturidade somente nos anos oitenta. * per"ormance associa, sem preconceber idias, artes visuais, teatro, dana, m'sica, vdeo, poesia e cinema. R apresentada n!o em teatros, mas em museus ou galerias de arte. 5rata-se de um discurso caleidosc$pio multitemtico. En"atia-se a e"emeridade e a "alta de acabamento da produ!o, mais do que a obra de arte representada e acabada. O per"ormer n!o tem que ser um ator desempenhando um papel, mas sucessivamente recitante, pintor, danarino e, em ra!o da insist,nsia sobre sua presena "sica, um autobi$gra"o c,nico que possui uma rela!o direta com os ob#etos e com a sirua!o de enuncia!o. ; @ 8ehmann @ O teatro p$s-dramtico @ /gina 667. A @ Senato =ohen @ /er"ormance =omo 8inguagem @ /gina MA. C @ Senato =ohen @ /er"ormance =omo 8inguagem @ /gina MC. H @ Senato =ohen @ /er"ormance =omo 8inguagem @ /gina MH. L @ 8ehmann @ 5eatro /$s-Qramtico @ /gina 7;4. M @ 8ehmann @ 5eatro /$s-Qramtico @ /gina 77M. 4N @ 8ehmann @ 5eatro /$s-Qramtico @ /gina 7;6. Performance E+press!o que consiste em produir determinados eventos por meio de gestos e a3es sem contar qualquer hist$ria. Borma de arte que combina elementos do teatro, das artes visuais e da m'sica. Tesse sentido, a per"ormance liga-se ao happening 0os dois termos aparecem em diversas ocasi3es como sinGnimos2, sendo que neste o espectador participa da cena proposta pelo artista, enquanto na per"ormance, de modo geral, n!o h participa!o do p'blico.