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Tenacidade A Fratura

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Conforme visto em aulas anteriores, a

resistncia fratura de uma pea com


uma trinca estudada pela Mecnica da
Fratura.
A propriedade mais importante neste tipo
de estudo a tenacidade fratura, que
pode ser avaliada por diversos
parmetros.
Presena de Trinca
Resistncia Fratura
Mecnica da Fratura
Tenacidade Fratura
Materiais tenazes absorvemuma significativa
quantidade de energia durante o processo de
fratura.
Apresentam uma grande rea sob a curva
tenso-deformao.
Em ensaios de mecnica da fratura (corpos
de prova com trinca aguda) ocorre a
dissipao de parte da energia no processo
de fluxo plstico e fratura na ponta de uma
trinca durante sua propagao.
Os principais parmetros utilizados na
avaliao da tenacidade fratura de um
material so:
Aenergia absorvida emensaios de impacto
Atemperatura de transio
Atenacidade fratura emtenso plana (K
C
)
Atenacidade fratura emdeformao plana (K
IC
)
O deslocamento de abertura da ponta da trinca crtico
(CTOD
C
)
O parmetro crtico emtermos da integral J (J
IC
).
Alm destes parmetros, ainda existe a
Fratura Assistida pelo Meio (Environment-
Assisted Cracking - EAC), que trata dos
mecanismos de fratura emcondies de:
Corroso sob tenso
Fragilizao por hidrognio
Fragilizao por metal lquido
Para estes casos o parmetro usual o
K
IEAC
.
A tenacidade fratura dos materiais
influenciada por dois tipos de fatores. So
eles:
Fatores associados ao material
Fatores externos ao material
Mecanismos de endurecimento, tal como
tratamentos trmicos, que aumentam a
resistncia mecnica do material tendema
reduzir a tenacidade fratura.
Adio de elementos de liga podem
melhorar esta relao, ou seja, a
composio da liga tambm um
importante fator na tenacidade fratura.
Tamanho de gro: Com a diminuio do
seu tamanho, de maneira geral ocorre um
aumento da resistncia mecnica e uma
pequena diminuio na tenacidade
fratura.
Estrutura cristalina: Tambm afeta os
valores de tenacidade fratura.
Anisotropia: Decorrente da conformao
plstica, influencia significativamente a
tenacidade fratura. Dependendo do
plano de orientao da trinca, valores
diferentes de tenacidade fratura podem
ser obtidos.
A norma ASTM E1823 padroniza as
orientaes de retirada de corpos de prova
para algumas geometrias.
Temperatura
Taxa de deformao
Severidade do entalhe (estado de tenso)
MeioAmbiente
No geral, o aumento da temperatura tende
a diminuir a resistncia mecnica e
aumentar a tenacidade fratura do
material, sendo que esta tendncia pode
ser alterada por fenmenos metalrgicos
como a precipitao, a fragilizao por
revenido, entre outros.
Influncia da temperatura no ferro puro:
Quando comparada temperatura, a taxa
de deformao atua de maneira inversa na
tenacidade fratura de um material, ou
seja, com seu aumento, ocorre a
diminuio da tenacidade fratura do
material.
T = e tenacidade
= e tenacidade
Influncia da temperatura e da taxa de
deformao no limite de resistncia
trao do cobre:
A severidade do entalhe (estado de tenso
na ponta do entalhe) de extrema
importncia nos ensaios de tenacidade
fratura, sendo que estes ensaios devem
apresentar a maior severidade possvel.
Altos nveis de severidade dependemde 3
fatores: do raio da raiz do entalhe, da
espessura do corpo de prova e do
comprimento da trinca.
O raio da raiz do entalhe deve ser o menor
possvel (tender a 0, ou seja, trinca
aguda).
Esta condio obtida atravs de um
carregamento cclico de fadiga a partir de
umentalhe previamente determinado.
A espessura do corpo de prova (no caso
do ensaio de K
IC
), deve ser
suficientemente grande para se ter
condies de deformao plana. Isso
porque a o valor de K
IC
depende de uma
espessura mnima, que deve obedecer a
relao:
O comprimento da trinca tambm deve
obedecer a um valor mnimo, que dado
pela equao:
Existem vrias normas que especificam
procedimentos e condies de ensaios
para se obter os parmetros de
tenacidade fratura.
As principais so resumidas na seqncia.
ASTM E399 - Plane-Strain Fracture
Toughness of Metallic Materials: Trata da
determinao de K
IC
de materiais
metlicos, que o parmetro bsico da
mecnica da fratura elstica linear.
ASTM E1290 - Crack Tip Opening
Displacement (CTOD) Fracture Toughness
Measurement: Trata da determinao do
deslocamento de abertura da ponta da
trinca crtico.
ASTM E1820 Standard Test Method for
Measurement of Fracture Toughness:
Rene em uma nica norma
procedimentos para a determinao dos
parmetros K
IC
, CTOD
C
e J
IC
.
BS 7448 Partes 1, 2 e 4: Normas
britnicas que determinam procedimentos
para a obteno dos mesmos parmetros
(K
IC
, CTOD
C
e J
IC
).
O ensaio de tenacidade fratura em
deformao plana (ensaio K
IC
) um dos
mais utilizados na determinao da
tenacidade fratura dos materiais.
Por este motivo, o mesmo ser explicado
detalhadamente, sendo que mtodos
similares so utilizados para a
determinao dos outros parmetros de
tenacidade fratura.
Corpo de prova:
Possui uma trinca aguda obtida por fadiga
na raiz de um entalhe previamente
usinado.
Pode possuir vrias geometrias diferentes,
sendo as principais mostradas na prxima
figura.
Entalhe:
Para a obteno da pr-trinca de fadiga,
existem algumas configuraes de
entalhe, que devem obedecer a alguns
critrios que so mostrados na figura
adiante.
O carregamento cclico para a obteno
da pr-trinca tambm deve obedecer aos
critrios:
A obteno de KIC envolve a medio da
carga e do deslocamento de abertura da
boca da trinca (CMOD Crack Mouth
Opening Displacement).
Normalmente a carga medida pela clula
de carga da prpria mquina de ensaio,
enquanto que o CMOD medido com o
auxlio de umextensmetro (clip-on-gage)
adaptado boca do entalhe, conforme
mostra a figura da seqncia.
Existem 3 tipos de curva obtidos neste
ensaio:
A partir da curva, a determinao de K
IC

feita a partir do seguinte procedimento:
Traa-se, sobre a curva, uma reta com
inclinao (P/v)
5
=0,95*(P/v)
0
, onde (P/v)
0
a inclinao da tangente OA da parte
linear inicial da curva. Com isso, a carga
P
5
definida a partir da interseco da
reta (P/v)
5
coma curva.
ComP
5
determina-se P
Q
:
Nas curvas do tipo I, P
Q
igual a P
5
Nas curvas do tipo II, P
Q
igual a P
MAX
antes da
ocorrncia do primeiro pop-in, associado a uma
instabilidade da curva carga-deslocamento
Nas curvas do tipo III, P
Q
igual a P
MAX
Calcula-se a razo P
MAX
/P
Q
. Esta razo
no deve ser superior a 1,10. Se isto
ocorrer o ensaio de K
IC
no vlido.
Calcula-se K
Q
da seguinte forma:
Para corpos de prova de flexo em3 pontos:
Para corpos de prova de trao compactos:
Nas equaes anteriores temos:
P
Q
a carga obtida na curva
B a espessura do corpo de prova
S o espaamento do dispositivo de aplicao da
carga do ensaio de flexo
W a largura do corpo de prova
a o comprimento da trinca
As tabelas da seqncia mostram valores
de f(a/W) para vrias razes de (a/W) para
corpos de prova de flexo em 3 pontos e
de trao compactos.
Por fim, o valor de K
Q
ser igual a K
IC
caso
o seguinte critrio seja satisfeito:
O ligamento (W-a) for igual ou superior a
2,5*(K
Q
/
e
)
2
, que equivale ao critrio de
espessura mnima B
min
=2,5*(K
Q
/
e
)
2
.
Caso este critrio no for satisfeito, o
ensaio no vlido, sendo necessrio um
corpo de prova de maior espessura.
O valor de K
IC
determinado segundo o
procedimento citado significa a resistncia
propagao da trinca, com condies
severas de triaxialidade de tenses em
meio neutro.
Se o valor de K
I
no ultrapassar K
IC
no
haver propagao de trincas.
A propagao da trinca com nveis de K
I
inferiores a K
IC
s possvel quando h a
ocorrncia de:
Carregamento cclico (fadiga)
Corroso sob tenso (fratura assistida pelo meio)
Irradiao de nutrons
Combinaes das condies anteriores
A tabela da seqncia mostra valores de
K
IC
para vrias ligas metlicas, cermicas
e polmeros de importncia em
engenharia.

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