O documento descreve a religião dos voduns trazida para São Paulo no final dos anos 1980 por Francelino de Hapanã, originário do Maranhão. A casa religiosa fundada por ele, Casa das Minas de Iyá Narina, se consolidou e deu origem a outros terreiros. O documento também descreve a religião dos voduns no Maranhão, com foco nos terreiros originais de São Luís.
O documento descreve a religião dos voduns trazida para São Paulo no final dos anos 1980 por Francelino de Hapanã, originário do Maranhão. A casa religiosa fundada por ele, Casa das Minas de Iyá Narina, se consolidou e deu origem a outros terreiros. O documento também descreve a religião dos voduns no Maranhão, com foco nos terreiros originais de São Luís.
O documento descreve a religião dos voduns trazida para São Paulo no final dos anos 1980 por Francelino de Hapanã, originário do Maranhão. A casa religiosa fundada por ele, Casa das Minas de Iyá Narina, se consolidou e deu origem a outros terreiros. O documento também descreve a religião dos voduns no Maranhão, com foco nos terreiros originais de São Luís.
O documento descreve a religião dos voduns trazida para São Paulo no final dos anos 1980 por Francelino de Hapanã, originário do Maranhão. A casa religiosa fundada por ele, Casa das Minas de Iyá Narina, se consolidou e deu origem a outros terreiros. O documento também descreve a religião dos voduns no Maranhão, com foco nos terreiros originais de São Luís.
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Nas pegadas dos voduns
Um terreiro de tambor-de-mina em So Paulo
Reginaldo Prandi Universidade de So Paulo Publicado na revista Afro-sia, Salvador, n 19/2, pp! 19-1"", 199#! Introduo $s mais diversas modalidades das religi%es a&ro-brasileiras, seno todas elas, podem ser encontradas na So Paulo de 'o(e! Provenientes das mais di&erentes regi%es do )rasil, onde se originaram a partir da 'eran*a cultural do escravo, essas variantes religiosas convivem e disputam entre si, e com as demais religi%es da metr+pole paulista, adeptos, clientes e recon'ecimento social! ,as a diversidade religiosa a&ro-brasileira em So Paulo - recente, no tendo mais .ue trinta anos! $ umbanda, de seu nascimento no primeiro .uartel deste s-culo at- os anos /, &oi a grande e praticamente 0nica religio a&ro-brasileira em So Paulo! Seu surgimento e e1panso esto 'istoricamente associados 2 industriali3a*o do Sudeste e 2 &orma*o das grandes cidades brasileiras neste s-culo, en.uanto o candombl-, a partir do .ual a umbanda constituiu-se em contato com o 4ardecismo, mantin'a-se restrito aos seus territ+rios originais, sobretudo a )a'ia e outros 5stados em .ue - con'ecido por denomina*%es locais6 o 1ang7 em Pernambuco e o batu.ue no Rio 8rande do Sul, al-m da macumba no Rio de 9aneiro, estreitamente ligada ao candombl- da )a'ia! :andombl-, 1ang7 e batu.ue so variantes rituais da religio dos ori1;s no )rasil! $ religio dos ori1;s, divindades da cultura iorub; ou nag7, consolidou-se em territ+rio brasileiro entre os meados do s-culo passado e o in<cio do s-culo atual como e1presso cultural de escravos, negros livres e seus descendentes! $ umbanda tamb-m cultua os ori1;s, mas seu panteo &oi muito ampliado com entidades .ue so esp<ritos desencarnados, os c'amados caboclos, pretos vel'os, boiadeiros, baianos, marin'eiros e outros! Nos anos /, .uando a umbanda (; se consolidara em So Paulo, o candombl- tra3ido por migrantes nordestinos &oi sendo introdu3ido na cidade e se instalando rapidamente em seu novo territ+rio! ,uitas casas de candombl- importantes de Salvador abriram &iliais em So Paulo= l<deres religiosos de origem baiana anteriormente estabelecidos no Rio de 9aneiro mudaram-se ou passaram a permanecer em So Paulo parte do tempo! No tardou muito para .ue a umbanda perdesse sua 'egemonia como a religio a&ro-brasileira da metr+pole industrial! $ssim como a umbanda, .ue (; se &ormou como religio universal, o candombl- no Sudeste dei1ou de ter o car;ter de religio e1clusiva de uma popula*o de a&ro-descendentes, religio -tnica, para vir a ser uma religio aberta a todos, no importando a origem racial 1 ! 1 Reginaldo Prandi, Os candombls de So Paulo: a velha magia na metrpole nova, So Paulo, >ucitec e $l-m dos ori1;s, outras divindades &oram tra3idas da ?&rica pelos escravos! @s in.uices dos povos bantos, praticamente es.uecidos e substitu<dos pelos ori1;s nag7s nos candombl-s bantos, e os voduns origin;rios de povos euA-&om, de regio do antigo Baom-, 'o(e rep0blica do )enim, designados (e(es no )rasil! @ culto aos voduns sobreviveu na )a'ia e no ,aran'o! 5m Salvador e cidades do Rec7ncavo, a religio dos voduns - denominada candombl- (e(e-ma'im! No ,aran'o recebeu o nome de tambor-de-mina! Na )a'ia - pe.ueno o n0mero de grupos de culto (e(e em compara*o com o n0mero de casas de ori1;! No ,aran'o os voduns esto presentes em praticamente todas as casas de culto a&ro-brasileiro e os ori1;s ali cultuados nas casas de vodum so igualmente c'amados de voduns, 2s ve3es com a re&erAncia de .ue se trata de um vodum nag7 e no (e(e! @s ori1;s tornaram-se bastante populares em So Paulo, como de resto em .uase todo o )rasil, e sua popularidade pode ser medida por sua presen*a e1pressiva na cultura popular brasileira Cincluindo literatura, teatro, cinema, telenovela, m0sica popular, carnaval, culin;riaD 2 , mas os voduns so praticamente descon'ecidos nessa cidade, onde mesmo os adeptos de religi%es a&ro-brasileiras pouco sabem desses deuses to cultuados em So Eu<s! 5m 19##, um (ovem l<der da religio dos voduns, Francelino Gasconcelos Ferreira, ou Francelino de Hapan, como pre&ere ser c'amado, trou1e para So Paulo o culto dos voduns tal como se constituiu em So Eu<s do ,aran'o! Ginte ano depois, a religio dos voduns conta com a casa (; bem consolidada de Pai Francelino, a :asa das ,inas de I+ia 9arina, e com v;rios terreiros dela derivados! $ religio dos voduns assim vai se espal'ando por So Paulo e, de So Paulo, para paragens mais al-m " ! Voduns do Maranho 5m So Eu<s e outras cidades do ,aran'o, a religio dos voduns recebeu o nome de tambor-de-mina J , aluso 2 presen*a constante dos tambores nos rituais e aos escravos minas, como eram ali designados os negros sudaneses! Irata-se de religio inici;tica e sacri&icial, em .ue os sacerdotes so ritualmente preparados para KreceberK as divindades em transe! $s entidades mani&estadas, .ue podem ser voduns ou encantados Cesp<ritosD, vAm 2 terra para dan*ar em cerim7nias p0blicas denominadas tambor! $s entidades so assentadas C&i1adas em 5dusp, 1991= idem, erdeiras do a!: sociologia das religi"es afro-brasileiras, So Paulo, >ucitec, 199/, cap<tulo 26 KRa*a e religioK! 2 Reginaldo Prandi, K$ e1panso da religio negra na sociedade branca6 m0sica popular brasileira e legitima*o do candombl-K, trabal'o apresentado no HH :ongresso Lnternacional da E$S$, em 8uadala(ara, ,-1ico, 1# a 19 de abril de 199#! 3 $ :asa das ,inas de I+ia 9arina vem sendo estudada pessoalmente pelo autor desde 19M/, tendo sido poss<vel acompan'ar grande parte de sua consolida*o e crescimento! 4 Sobre o tambor-de-mina do ,aran'o ver6 S-rgio Figueiredo Ferretti, #uerebent de $omad%nu: etnografia da &asa das 'inas do 'aranho, 2N edi*o C1N edi*o6 19MOD, So Eu<s, 5ditora da Universidade Federal do ,aran'o, 199/= ,undicarmo ,aria Roc'a Ferretti, 'ina, uma religio de origem africana, So Eu<s, Sioge, 19MO= ,aria do Ros;rio :arval'o Santos e ,anoel dos Santos Neto, (oboromina: terreiros de So )u*s, uma interpreta+o scio-cultural, So Eu<s, Sioge, 19M9= Roger )astide, As religi"es africanas no (rasil, So Paulo, Pioneira, 19#1, vol! 2, cap<tulo 16 K8eogra&ia das religi%es a&ricanas no )rasilK= @ctavio da :osta 5duardo, ,he -egro in -orthern (ra.il, Seatle, UniversitP o& Qas'ington Press, 19JM= ,anuel Nunes Pereira, A &asa das 'inas: culto dos voduns /e/e no 'aranho, 2N edi*o C1N edi*o6 19J#D, Petr+polis, Go3es, 19#9! Para a religio dos voduns na )a'ia, tamb-m c'amada candombl- (e(e-ma'im, no '; literatura espec<&ica!
2 arte&atos sacrosD e recebem sacri&<cio, com o&erta de animais, comidas, bebidas e outros presentes! Segundo tradi*o a&ricana .ue se manteve no )rasil, cada 'umano pertence a um vodum, sendo para ele ritualmente consagrado em cerim7nias inici;ticas, como ocorre no candombl- dos ori1;s! @ tambor-de-mina, assim como outras modalidades religiosas a&ro- brasileiras, apresenta &orte sincretismo com o catolicismo e suas &estas tAm um calend;rio colado ao da Lgre(a :at+lica! No ,aran'o, &estas e &olguedos populares de car;ter pro&ano, como o bumba-meu-boi e o tambor-de-crioula esto muito associados ao tambor-de-mina O ! Bois dos antigos terreiros de So Eu<s, &undados por a&ricanas em meados do s-culo passado, sobreviveram at- os dias de 'o(e e constituem a matri3 cultural do tambor-de-mina6 a :asa 8rande das ,inas e a :asa de Nag7! $ :asa das ,inas, de cultura (e(e, - um terreiro de culto e1clusivo aos voduns, os deuses (e(es, os .uais, entretanto, 'ospedam alguns voduns nag7s, ou ori1;s, no 'avendo culto a encantados ou caboclos! Seu panteo - bastante numeroso e bem organi3ado, sendo os voduns reunidos em &am<lias! Iendo alcan*ado enorme prest<gio, a :asa das ,inas encontra-se 'o(e em processo de e1tin*o, pois '; muitos anos no se &a3 inicia*o de novas dan*antes, ou vodunsi, nomes dados 2s devotas .ue recebem os voduns em transe! $s dan*antes remanescentes so 'o(e cerca de seis ou sete mul'eres (; idosas e mesmo elas no contam com inicia*o completa! / Nen'um outro terreiro se originou diretamente dessa casa, mas sua in&luAncia no tambor-de- mina - enorme, 'avendo estudos detal'ados sobre seus deuses e ritos # , merecendo suas sacerdotisas grande respeito na sociedade local! $ :asa de Nag7, de origem iorub;, cultua voduns, ori1;s e encantados ou caboclos, .ue so esp<ritos de reis, nobres, <ndios, turcos etc! Besta casa originaram-se muitos terreiros, proli&erando-se por toda So Eu<s e outras localidades da regio um modelo de tambor-de-mina bastante baseado nessa concep*o religiosa de culto a voduns e encantados, encantados .ue em muitos terreiros tAm o mesmo status de divindade dos voduns, com eles se misturando nos ritos em p- de igualdade! 5ntre outras casas de mina de So Eu<s, igualmente antigas, destacam-se o Ierreiro do 5gito e o Ierreiro de ,anuel Ieu Santo, os .uais deram origem a cerca de vinte terreiros, multiplicados em muitos outros M ! Bo Ierreiro do 5gito originou-se o Ierreiro de Leman(;, .ue tem papel destacado na 'ist+ria do tambor-de-mina em So Paulo, pois seu &undador, Pai 9orge LtacP, - o pai-de-santo de Francelino de Hapan, pelas mos de .uem os voduns do ,aran'o vieram para So Paulo! O panteo da &asa das 'inas 5mbora a :asa das ,inas no ten'a originado outras casas de culto, sua estrutura e panteo tem sido um modelo para outras casas! 5 S-rgio Figueiredo Ferretti, 0epensando o sincretismo: estudo sobre a &asa das 'inas, So Paulo e So Eu<s, 5dusp R Fapema, 199O! 6 5m carta para mim, disse S-rgio Ferretti6 K>; mais de M anos C191" ou 191JD no se &a3 inicia*o de vod1nsi- gon/a*! 5ntre as vod1nsi atuais, embora em n0mero redu3ido, '; pessoas .ue come*aram a dan*ar na :asa desde in<cios da d-cada de 19" at- 19O! Iodas elas tAm um nome a&ricano privado .ue l'es &oi dado por uma tobssi! Foram portanto iniciadas como vod1nsi-he!K 7 S-rgio Figueiredo Ferretti, #uerebent de $omad%nu= idem, 0epensando o sincretismo! 8 ,aria do Ros;rio :! Santos e ,anoel dos Santos Neto, (oboromina2 ,undicarmo ,aria Roc'a Ferretti, 'ina, uma religio de origem africana!
" @s voduns, deuses do povo euA-&om, so &or*as da nature3a e antepassados 'umanos divini3ados! @s voduns cultuados na :asa das ,inas esto agrupados nas &am<lias de Bavice, Bambir;, Savaluno e Suevioss7 9 ! $lguns voduns (ovens c'amados to34ns ou to34enos cumprem a &un*o de guias, mensageiros, a(udantes dos outros voduns! So eles .ue KvAmK na &rente e c'amam os outros! IAm cerca de .uin3e anos de idade, podendo ser masculinos ou &emininos, pertencendo a maioria 2 &am<lia de Bavice! Nos cls de Suevio*7 e Bambir; so os voduns mais (ovens .ue desempen'am esse papel! $l-m dos voduns, &a3em parte do panteo da :asa das ,inas as tobssis, divindades in&antis &emininas, consideradas &il'as dos voduns, recebidas pelas dan*antes com inicia*o plena, as c'amadas vod1nsi-gon/a*! $s princesas meninas no vAm mais na :asa das ,inas! :om a morte das 0ltimas vod1nsi-gon/a*, parte do processo de inicia*o se perdeu, de modo .ue as dan*antes remanescentes no tiveram inicia*o no grau de gon/a*, de senioridade! 5 as tob+ssis no vieram mais na :asa das ,inas! Bi&erentemente dos voduns, .ue podem mani&estar-se em di&erentes adeptos, a tob+ssi, na :asa das ,inas, - considerada entidade 0nica, e1clusiva de sua vod1nsi-gon/a*, e .ue desaparece com a morte da dan*ante .ue a recebia, no se incorporando depois em mais ningu-m! Os voduns e suas fam*lias :on&orme estudos e1austivos de S-rgio Ferretti 1 , assim se con&igura o panteo dos voduns na :asa das ,inas, &am<lia por &am<lia6 $ 5am*lia de 6avice re0ne os voduns da &am<lia real do $bomeP, no antigo Baom-, atual )enim, e - composta dos seguintes voduns6 Noc'A NaA, ,e NaA - a vodum mais vel'a e ancestral m<tica do cl! Tomad7nu - o dono da :asa das ,inas e c'e&e de uma das lin'agens da &am<lia de Bavice! Rei e pai dos to.U-ns Io*; e Ioc- CgAmeosD, 9agoboro*u C)o*uD e $po(i! Tomad7nu - &il'o de $coicinacaba! $coicinacaba C:oicinacabaD - pai de Tomad7nu e &il'o de Badarr7! Badarr7 - c'e&e da primeira lin'agem da &am<lia= vodum mais vel'o da &am<lia de Bavice! :asado com Naedona e irmo de $coicinacaba, portanto, tio de Tomad7nu! V pai de Sepa3im, Bo*u, )edig;, Nanim e $po(ev+! Representa o governo e - protetor dos 'omens de din'eiro! Naedona CNaiadona ou NaegongomD - esposa de Badarr7 e me de Sepa3im, Bo*u, )edig;, Nanim e $po(ev+! $rronovi*av; - irmo de Naedona, - cambinda Cmas considerado (e(e por outras casasD! Sepa3im - princesa casada com Baco-Bonu, com .uem teve um &il'o c'amado I+i Baco, .ue - to.U-m! Baco-Bonu - marido de Sepa3im, pai de Baco! 9 S-rgio Figueiredo Ferretti, #uerebent de $omad%nu= idem, KGoduns da :asa das ,inasK, in :arlos 5ugAnio ,arcondes de ,oura Corg!D, 'eu sinal est7 no teu corpo, So Paulo, 5dicon e 5dusp, 19M9= idem, 0epensando o sincretismo! 10 S-rgio Figueiredo Ferretti, obras citadas!
J Baco - &il'o de Sepa3im e Baco-Bonu! Io.U-m! Bo*u CBo*u-$ga(;, ,a*on, >unt+ ou )ogue*;D - (ovem cavaleiro, boAmio, poeta, compositor e tocador! Pai dos trAs to.U-ns Bo*up-, Noc'A Bec- e Noc'A $cuevi! Bo*up- - &il'o de Bo*u! Io.U-m! Noc'A Bec- - &il'a de Bo*u! Io.U-m! Noc'A $cuevi - &il'a de Bo*u! Io.U-m! )edig; - tamb-m cavaleiro como o irmo Bo*u! $ceitou a coroa do pai Badarr7 .ue Bo*u tin'a recusado! Protetor dos governantes, advogados e (u<3es! $po(ev+ - &il'o mais novo de Badarr7! Io.U-m! Noc'A Nanim C$nanimD - &il'a adotiva de Badarr7, criou Baco Cneto de Badarr7D e $po(ev+ Cseu irmo mais novoD! 5am*lia de Savaluno! V uma &am<lia de voduns amigos da &am<lia de Bavice! No so (e(e e so '+spedes na :asa das ,inas! Iopa - um vodum solit;rio, o .ual tem mais dois irmos, $gongono e Tac;! Tac; C$3ac;D - vodum ca*ador! $gongono - vodum .ue se relaciona com os astros= amigo de Tomad7nu e pai de 9otim! 9otim - &il'o de $gongono! Io.U-m! 5am*lia de 6ambir7! Re0ne os voduns da terra, ligados 2s doen*as e 2s curas! $c+ssi Sapat; C$c+ssi, $cossapat; ou @danD - curador e cientista, con'ece o rem-dio para todas as doen*as! Ficou doente tamb-m por tratar os en&ermos! Pai de Eepom, Polibo(i, )orutoi, )ogono, $logu-, )o*a, )o*uc+ e dos gAmeos Roe(u e $bo(u! $3ile - irmo de $c+ssi! Iamb-m - doente! $3once C$3on*o, $gon*o ou Bambir;-$gon*oD - irmo de $c+ssi e $3ile, o 0nico .ue no - doente! V vel'o e - nag7! Pai de 5u;! 5u; - &il'a de $3once, tamb-m - nag7! Eepom - &il'o mais vel'o de $c+ssi! Godum vel'o! Polibo(i - tamb-m vodum vel'o! )orutoi C)orotoe ou $batotoeD - vodum vel'o! Usa bengala! )ogono C)ogon ou )agoloD - di3-se .ue se trans&orma em sapo! $logu- - di3-se .ue - alei(ado! )o*a C)o*alabAD - mocin'a alegre, est; sempre com o irmo )o*uc+! Io.U-m! )o*uc+ - outro dos irmos mais novos! Io.U-m! Roe(u e $bo(u - irmos gAmeos! $mbos to.U-ns!
5am*lia de #uevio+%! V &am<lia de voduns considerados nag7s, embora no se(am ori1;s Centre eles, apenas Nan - cultuada nos candombl-s de ori1;, tendo sido incorporada ao panteo iorub; desde a ?&rica, assim como seus &il'os @mulu e @1umarAD! Suase todos so mudos para evitar .ue revelem os segredos dos nag7s ao pessoal da :asa das ,inas, onde so '+spedes de Tomad7nu!
O Nan CNan )ioc, Nan )urucu, Nan )oroc7 ou Nan )orotoiD - di3-se .ue - de Bavice mas au1ilia Suevio*7! V a nag7 mais vel'a, a .ue trou1e os outros! Nait- C$nait- ou BeguesinaD - mul'er vel'a .ue representa a lua! G+ ,iss - a vel'a .ue resolve tudo entre os nag7s! Noc'A Sob7 CSob7 )abadiD - considerada me de todos os voduns de Suevio*7 C)ad-, Eiss;, Eoco, $(anutoi, $vere.uete e $b-D! Representa o raio e o trovo! )ad- CNenem Suevio*7D - representa o corisco! 5.uivale a Hang7 entre os nag7s! V mudo e se comunica por sinais! Eiss; - vodum dos astros! Representa o sol! V vadio e anda muito! Iamb-m - mudo! Eoco - representa o vento e a tempestade! Iamb-m - mudo! $(anutoi - - surdo-mudo e no gosta de crian*as! $b- - vodum dos astros, como Eoco! Representa o cometa, uma estrela ca<da nas ;guas do mar! Godum (ovem e mul'er! Uma dos poucos do cl .ue &alam! V to.U-m! :orresponde ao ori1; Leman(; dos nag7s! $vere.uete CGere.ueteD - Iamb-m &ala e - to.U-m! >; dois voduns amigos da &am<lia de Suevio*7 .ue tomam conta dos &il'os de Bambir;! So eles6 $(aut+ de $lad; C$ladanuD - amigo da casa! Pai de $vre(+! V vel'o e usa bengala! $(uda $c+ssi, .ue - doente! ,ora com o povo de Suevio*7! V rei nag7, protetor dos advogados! $vre(+ - Fil'o de $(aut+! Io.U-m! No se pode es.uecer de $vievodum, Beus Supremo, a .uem os voduns esto subordinados! :omo @lodumare ou @lorum, Beus Supremo dos iorub;s, $vievodum est; distante e inalcan*;vel, sendo pouco lembrado pelos devotos e no merecendo culto espec<&ico! Eegba ou Eegbara, &igura comum nas religi%es a&ro-brasileiras, con'ecido em outras Kna*%esK pelo nome de 51u, - a divindade .ue assume a &un*o de tric8ster ou trapaceiro! No tem culto organi3ado na :asa das ,inas, onde - identi&icado com Satan;s, o ,al! No - aceito como mensageiro, mesmo por.ue .uem reali3a essa &un*o so os to.U-ns! $pesar de no ter culto organi3ado, veri&icam-se uns poucos gestos rituais ligados a Eegba, como por e1emplo, certos cWnticos pedindo para .ue Eegba se a&aste, .ue so cantados ao in<cio de todo tambor! @cupa, entretanto, lugar importante em outros terreiros in&luentes de So Eu<s! >; outros voduns do tambor-de-mina .ue no aparecem nesta classi&ica*o por no serem re&eridos na :asa das ,inas, mas .ue so cultuados em outros terreiros, como )o*o 9ara, presente na :asa de Nag7! Encantaria @ culto dos encantados - parte muito importante do tambor-de-mina, estando ausente apenas da :asa das ,inas! :omo os voduns, os caboclos ou encantados esto reunidos em &am<lias, algumas delas caracter<sticas de certas casas, como o centen;rio Ierreiro da Iur.uia, onde caboclos turcos ou mouros so as entidades mais importantes do culto! @ nome caboclo,
/ usado genericamente para se re&erir a um encantado, no signi&ica tratar-se de entidade ind<gena 11 ! 5n.uanto as dan*as para os voduns so reali3adas ao som de cWnticos CdoutrinasD em l<ngua ritual de origem a&ricana, 'o(e intradu3<vel, os encantados dan*am ao som de m0sica cantada em portuguAs! 5ntre as muitas &am<lias de encantados destacam-se as seguintes, com os seus encantados principais, embora possa 'aver varia*o de um terreiro a outro 12 ! 5am*lia do )en+ol! @ nome - uma re&erAncia 2 Praia do Een*ol, onde se acredita teria vindo parar o navio do Rei Bom Sebastio, desaparecido na )atal'a de $lcace.uibir! V uma &am<lia de reis e &idalgos, denominados encantados gentis! Bona 9arina - a princesa encantada do Een*ol .ue d; nome ao terreiro de mina de So Paulo, a :asa das ,inas de I+ia 9arina! Seus principais componentes so aD os reis e rain'as6 Bom Sebastio, Bom Eu<s, Bom ,anoel, Bom 9os- Floriano, Bom 9oo Rei das ,inas, Bom 9oo Soeira, Bom >enri.ue, Bom :arlos, Rain'a );rbara Soeira= bD os pr<ncipes e princesas6 Pr<ncipe @rias, 9oo Pr<ncipe de @liveira, 9os- Pr<ncipe de @liveira, Pr<ncipe $lterado, Pr<ncipe 8elim, I+i Te3in'o de ,aramad, )o*o Eauro das ,ercAs, I+ia 9arina, Princesa Flora, Princesa Eu3ia, Princesa Rosin'a, ,enina do :aid7, ,o*a Fina de @t;, Princesa @ruana, Princesa :lara, Bona ,aria $nt7nia, Princesa Einda do ,ar, Princesa )arra do Bia= cD os nobres6 Bu.ue ,ar.uAs de Pombal, Ricardin'o Rei do ,ar, )aro de 8uar-, )aro de $napoli! $s cores da &am<lia so a3ul e branco para os encantados &emininos e vermel'o para os encantados masculinos! 5am*lia da ,ur3uia! :'e&iada pelo Pai Iur.uia, rei mouro .ue teria lutado contra os cristos! Gindos de terras distantes, c'egaram atrav-s do mar e tAm origem nobre! Seus principais componentes so6 ,e Bouro, ,ariana, 8uerreiro de $le1andria, ,enino de E-ria, Sereno, 9apete.uara, Iaba(ara, Ltacolomi, Iapindar-, 9aguarema, >erundina, )alan*o, Ubira(ara, ,aresia, ,ariano, 8uapindaia, ,ensageiro de Roma, 9oo da :ru3, 9oo de Eeme, ,enino do ,orro, 9uracema, :andeias, Sentinela, :aboclo da Ll'a, Flec'eiro, Ubirat, :aboclin'o, $.uilital, :igano, Ros;rio, Princesa Floripes, 9ururema, :aboclo do Ium-, :amaro, 8uapinda<-$*u, 90piter, ,orro de $reia, Ribamar, Roc'edo, Rosarin'o! So encantados guerreiros e sua cantigas &alam de guerra e batal'as no mar! Bi3em .ue nasceram das ondas do mar! Uma doutrina de ,ariana, a cabocla turca .ue comanda a :asa das ,inas de I+ia 9arina, em So Paulo, di36 KSou a cabocla ,ariana/ ,oro nas ondas do mar/ >eX &ai1a encarnada/ Fai1a encarnada eu gan'ei pra guerrear!K $lguns dos encantados turcos tAm nomes .ue lembram postos de guerra ou de marin'eiro, outros, nomes ind<genas! $lgumas dessas entidades, como na Fam<lia do Een*ol, esto ligadas 2s narrativas m<ticas das :ru3adas e das guerras de :arlos ,agno, muito presentes na cultura popular maran'ense! So suas cores6 verde, amarelo e vermel'o! 5am*lia da (andeira! Fam<lia de guerreiros, ca*adorese e pescadores c'e&iada por 9oo da ,ata Rei da )andeira, tendo como componentes :aboclo Lta, Iombac-, Serraria, Princesa Lracema, Princesa Einda, Petio-, Sen'ora Bant, Bandarino, :aboclo do ,unir, 5spadin'a, 11 ,undicarmo ,aria Roc'a Ferretti, 6esceu na guma: o caboclo no tambor-de-mina no processo de mudan+a de um terreiro de So )u*s - a &asa de 5anti-Ashanti, So Eu<s, Sioge, 199"= idem, ,erra de caboclo, So Eu<s, Secretaria de :ultura do ,aran'o, 199J! 12 $ classi&ica*o dos encantados &oi &eita de acordo com pes.uisa de campo na :asa das ,inas de I+ia 9arina, complementada com algumas in&orma*%es dadas em ,undicarmo Ferretti, 6esceu na guma! >; casos em .ue a classi&ica*o da :asa de I+ia 9arina pode no coincidir com a de &ontes maran'enses de ,undicarmo Ferretti!
# $ra0na, Pirin, 5sperancin'a, :aboclo ,aroto, :a*ar;, LndaA, $ra*a(i, @l'o dY?gua, 5spadin'a, 9anda<na, $bita.uara, 9ondi;, Eonguin'o, Gigonom-, Rica Prenda, Princesa Eu3ia, Princesa Einda, Iucuru*;, )ei(a-Flor, 9ati*ara, Pindorama! So encantados nobres e mesti*os! Suas cores6 verde, branco, amarelo e vermel'o! 5am*lia da 9ama! So encantados nobres e orgul'osos! Seu s<mbolo - uma balan*a! So os encantados6 Bom ,iguel da 8ama, Rain'a $nadiA, )ali3a da 8ama, )o*o Sanatiel, )o*o da 5scama Bourada, )o*o do :apim Eimo, 8abriel da 8ama, Ra&ael da 8ama, 9adiel, Lsadiel, Lsa.uiel, Bona Ldina, Bona @lga da 8ama, Bona Iatiana, Bona $n;st;cia! :ores6 vermel'o e branco! 5am*lia de &od ou da 'ata de &od! ,unic<pio do interior do ,aran'o, :od+ - um importante centro de encantaria do tambor-de-mina! Seus caboclos, em geral negros, tAm como l<der E-gua-)o(i! Segundo ,undicarmo Ferretti, Kso entidades caboclas menos civili3adas e menos nobres, .ue vivem, geralmente, em lugares a&astados das grandes cidades e pouco con'ecidos e .ue costumam vir beirando o mar ou igarap-s!K 1" So eles6 T- Raimundo )o(i )u; Sucena Irindade, 9oana 8un*a, ,aria de E-gua, @scar de E-gua, Ieresa de E-gua, Francis.uin'o da :ru3 Germel'a, T- de E-gua, Borin'a )o(i )u;, $nt7nio de E-gua, $deraldo )o(i )u;, 51pedito de E-gua, Eouren*o de E-gua, $lei1o )o(i )u;, Te&erina de E-gua, Pe.ueninin'o, ,ane3in'o )u;, Tulmira de E-gua, ,earim, Fol'a Seca, ,aria Rosa, :aboclin'o, 9oo de E-gua, 9oa.uin3in'o de E-gua, Pedrin'o de E-gua, Bona ,aria 9os-, :oli ,aneiro, ,artin'o, ,iguel3in'o )u;, $demar! :ores6 mariscado de Nan, marrom, verde e vermel'o! 5am*lia da (aia! So os caboclos baianos tamb-m populari3ados atrav-s da umbanda, mas o tambor-de-mina no os recon'ece como origin;rios do 5stado da )a'ia, mas de uma baia no sentido de acidente geogr;&ico ou de um lugar descon'ecido e1istente no mundo invis<vel! So eles6 Hica )aiana, )aiano 8rande :onstantino :'ap-u de :ouro, ,an- )aiano, Rita de :;ssia, :orisco, ,aria do )alaio, Te&erino, Silvino, )aianin'o, Te&a e T- ,oreno! )rincal'%es e muito &alantes, os baianos mostram-se sensuais e sedutores, 2s ve3es inconvenintes! :ores6 verde, amarelo, vermel'o e marrom! 5am*lia de Surrupira. Fam<lia de caboclos selvagens, como <ndios! Feiticeiros e K.uebradores de demandaK6 G+ Surrupira, Zndio Gel'o, Surrupirin'a do 8ang;, ,ar3ago, Irucoeira, ,ata Tombana, Iucum, Iananga, :aboclo Nagoriganga, TimbaruA! @utras &am<lias de encantados6 Fam<lia do 9uncal, de origem austr<aca= Fam<lia dos )otos= Fam<lia dos ,arin'eiros, cu(o emblema - uma Wncora e um tubaro= Fam<lia das :aravelas, .ue so pei1es do oceano e no devem ser con&undidos com a embarca*o= Fam<lia da ,ata, 2 .ual pertencem muitos caboclos cultuados tamb-m na umbanda, como :aboclo Pena )ranca, :abocla 9acira, :abocla 9ussara, Sulto das ,atas, :aboclin'o da ,ata, :aboclo Turi e :abocla 8uaraciara! 13 ,undicarmo ,aria Roc'a Ferretti, 6esceu na guma, p! 112!
M Casa das Minas de Tia Jarina 5m 19/J, Francelino, um (ovem paraense de 1J anos, nascido na Ll'a de ,ara(+, &oi iniciado para vodum no tambor-de-mina na cidade de )el-m, capital do Par;, por ,e 9oana de Hapan, origin;ria do tambor-de-mina de So Eu<s! Pai Francelino tem como seu vodum de cabe*a o mesmo de sua me, Hapan, divindade ligada 2s doen*as e sua cura! Seu segundo vodum - Sob7, divindade do raio! $ encantada Bona 9arina - o guia .ue mais tarde ser; a dona de sua casa em So Paulo, casa governada pela cabocla turca Bona ,ariana, .ue presidir; a maior parte dos ritos no terreiro paulista! ,e 9oana celebrou as obriga*%es de Francelino at- a do s-timo ano! :om a morte de Bona 9oana, Francelino &oi adotado por Pai 9orge LtacP, do Ierreiro de Leman(;, de So Eu<s do ,aran'o! Pai 9orge &oi iniciado em 19O/ no Ierreiro do 5gito e sua casa tem grande prest<gio! :om Pai 9orge, em 19#M e 19MO, Francelino deu as obriga*%es de 1J e 21 anos! 5m 19#", Francelino saiu de )el-m e mudou-se para o Rio de 9aneiro, trans&erido a pedido pela SUB$, para o escrit+rio do Rio! 5ntre 19#M e 19M residiu em :uritiba, Paran;, onde iniciou uma casa-de-santo, mas &oi em So Paulo .ue acabou se &i1ando! 5m So Paulo, em 19##, estabeleceu-se como I+i Godunnon, isto -, pai-de-vodum ou pai-de-santo em l<ngua ritual (e(e, mas continuou a residir em :uritiba at- 19M, .uando se mudou de&initivamente! Seu terreiro recebeu o nome de :asa das ,inas de I+ia 9arina, em 'omenagem ao seu primeiro guia espiritual, I+ia 9arina, ou ,e 9arina, a (ovem princesa encantada da Fam<lia do Een*ol, .ue Francelino recebeu .uando tin'a 12 anos de idade! $ssim os deuses a&ricanos do Baom- aclimatados em So Eu<s do ,aran'o, partindo de )el-m do Par;, vieram a se estabelecer em So Paulo! @ terreiro de Bona 9arina, .ue se de&ine como casa de culto mina-(e(e, mina-nag7 e encantaria, esteve em v;rios endere*os Cbairros de :asa Palma, Gila :ampestre, 9ardim EusoD at- instalar-se no 9ardim Rubilene em 19M", onde permaneceu por de3 anos! 5m 199" mudou-se para a Rua Lt;lia, J/2, no bairro 9ardim das Na*%es, munic<pio de Biadema, com instala*%es especialmente constru<das para o terreiro, onde se encontra at- o presente! $ e1emplo dos candombl-s, as instala*%es &<sicas do terreiro lembram um compound a&ricano, com um barraco central para as dan*as, pe.uenas casas reservadas para as di&erentes &am<lias de divindades Conde os assentamentos das divindades so mantidos &ora do alcance da curiosidade dos no-iniciadosD, uma pe.uena capela com altar cat+lico e uma constru*o com co3in'a, sala de estar e .uartos para dormir e vestir, al-m das dependAncias em .ue os iniciados &icam recol'idos durante suas obriga*%es, a clausura! >; tamb-m o .uarto de Eegba, o .uarto reservado ao culto dos antepassados da casa e um pe.ueno (ardim em .ue se cultivam plantas sagradas! 5m So Paulo Francelino iniciou seus &il'os, ensinou aos tocadores de tambor os ritmos da mina, construiu uma grande rede de clientes, estabelecendo contato com lideran*as da umbanda e de v;rias na*%es de candombl-! V presidente em segundo mandato da :oordena*o Paulista do Lntecab CLnstituto Nacional da Iradi*o e :ultura $&ro-)rasileiraD, institui*o .ue re0ne as na*%es de candombl- e umbanda, milita em &edera*%es de umbanda e est; presente em r;dios e publica*%es religiosas! :om o tempo tornou-se personalidade con'ecida e respeitada entre o povo-de-santo paulista!
9 Os voduns e suas festas @s voduns 'o(e assentados na casa 1J , isto -, os voduns cultuados como principais ou ad/unts dos membros iniciados so6 Hapan, Naveorualim, Nave3uarina, $bA, NaA, $c+ssi, Eepom, Polibogi, $3ile, $3ac;, Bo*u, Bo*up-, Sob7, )ad-, $vere.uete, Gonderegi, Hadant, $gUA, Eiss;, 5u;, )o*alabA, )o*o 9ara, Nan, $logu-, BangbA, al-m dos ori1;s @gum, @d-, Hang7, @1um e @i;-Lans! Iamb-m tAm assento na casa Ldar*o, $rronovissav;, Bedig;, $(A e Leman(;! @ culto a Eegbara est; presente, sendo propiciado nas grandes obriga*%es e estando assentado para a casa e para muitos dos &il'os! :onsiderando o pouco tempo .ue marca a presen*a dos voduns em So Paulo, os simples nomes deles (; sugerem um enorme mist-rio a deci&rar! ,esmo sendo to pouco con'ecidos na cidade, a rela*o .ue cada um guarda com os ori1;s do candombl- e da umbanda a(uda muito, creio, na sua assimila*o pelos devotos .ue se apro1imam do tambor-de-mina! Na maioria dos casos estabelece-se alguma correspondAncia entre voduns e ori1;s! Na tradi*o da mina, .ue - mantida na maioria das situa*%es rituais na casa de Pai Francelino, os voduns no usam roupa espec<&ica e, .uando incorporam, apenas amarram uma toal'a em torno da cintura, se vodum &eminino, ou em torno do tronco, se vodum masculino, mas no - incomum ver o vodum, em dia de sua grande &esta, dan*ar paramentado com roupas e adere*os inspirados nos usados por ori1;s do candombl-! $ correspondAncia entre vodum e ori1;, (; tra3ida do ,aran'o, mostra-se tamb-m na rela*o sincr-tica com os santos cat+licos! $ssim, por e1emplo, '; correspondAncia entre o vodum Sob7 e o ori1; @i;-Lans, ambas sincreti3adas com Santa );rbara! @ mesmo se d; entre )o*o 9ara, Eogun-5d- e Santo 51pedito= entre $bA, Leman(; e Nossa Sen'ora da :oncei*o! $ssim como entre Eiss;, @1al; e 9esus :risto= BangbA, @1umarA e So )artolomeu etc! CGer Suadro 1!D :ontando-se os voduns .ue &oram assentados no terreiro de Bona 9arina, isto -, os voduns principais e ad/unts de cada &il'o iniciado na casa, al-m dos voduns do pr+prio c'e&e da casa, pode-se c'egar aos dados mostrados no Suadro 2! $ssim, os voduns assentados com maior &re.UAncia correspondem aos ori1;s do candombl- .ue tamb-m tAm mais &il'os, .ue so mais populares, pode-se di3er! @ri1;s mais raros, correspondem a voduns com menor n0mero de iniciados! Be modo geral, o con(unto do panteo de voduns com &il'os &eitos adere em n0mero 2 distribui*o dos ori1;s .ue se pode usualmente encontrar num terreiro de candombl- de .ual.uer parte do Pa<s! Lsso certamente a(uda na assimila*o desse novo panteo de deuses a&ricanos numa cidade .ue rec-m completou seu con'ecimento do panteo dos ori1;s! $s atividades religiosas seguem um e1tenso calend;rio com obriga*%es e tambores a cada mAs do ano, em datas correspondentes 2s &estas cat+lica, con&ome a seguinte programa*o6 Calendrio da Casa das Minas de Tia Jarina 1! Festas &i1as (aneiro dia / CSantos ReisD Bo*u, )edig; e Tomad7nu dias 19, 2, 21 $3onci, Eego )abicac'u Hapan dia 2 CSo SebastioD Hapan e $3ac; - )an.uete dos :ac'orros e ,esa dos Lnocentes 14 Pes.uisa atuali3ada em 21 de (un'o de 199#!
1 dia 21 CSanta LnAsD @ruana - 5ncerramento dos 9 dias de Hapan com )ancada das Iob7ssis e Princesas &evereiro dia 2 CN!S! das :andeiasD Presente de $bA dia M Fam<lia da )andeira dia 11 CSo E;3aroD $c+ssi e $c+ssi Sapat; mar*o dia 19CSo 9os-D Hadant, Te3in'o de ,aramad e Eoco abril dia 21 9otim e 9otam dia 22 Bona 9arina Ca dona da casaD dia 2" CSo 9orgeD @gum maio dia 2J CSanta RitaD Nan )ioc7 (un'o dias 12, 1", 1J :abocla ,ariana e Fam<lia da Iur.uia dia 1" CSanto $nt7nioD :aboclo Lta, $gongone e Gonderegi dia 2J CSo 9ooD )ancada das Iob+ssis e tambor dos Nobres CReis, Rain'as, NobresD dias 2M, 29, " CSo PedroD )ad- (ul'o dia 1/ CN! S! do :armoD 5u; e Naveorualim dia 2/ CSantanaD G+ ,iss e Nan )ulucu agosto 2 domingo $vere.uete dia 1O C$ssun*o de N! Sen'oraD Nave3uarina e Naveorualim dia 1/ CSo Ro.ueD Eepom dia 2" :aboclo Rompe ,ato e Fam<lia da ,ata dia 2J CSo )artolomeuD BangbA dia 2O CSo Eu<s de Fran*aD Badarr7 dia " CSanta RosaD Nan )assarodim e Rain'a Rosa C:od+D dia "1 CSo Raimundo NonatoD T- Raimundo )ogi )u; Sucena Irindade, Fam<lia de :od+ e Rei de Nag7 setembro dia 1/ Polibogi dia 2# CS! :osme e S! BamioD Fam<lia da )aia dia 29 CSo 9er7nimoD )ad- Torogama dia " CSo ,iguelD Bom ,iguel Rei de 8ama e Fam<lia de 8ama outubro 2 domingo CN! S! de Na3ar-D Rain'a Bina C:od+D, Fina 9+ia dia 1O CSanta IeresaD )o*alabA dia 2M )o*o 9ara, :aboclos Iaba(ara e )alan*o novembro dia 1 para 2 CFinadosD @briga*o de )ab; 5gum dia 1O CN! S! dos Rem-diosD $guA e Fam<lia :aboclo Ro1o dia 2M CSanta :atarinaD NaA e Naedona de3embro
11 dia J CSanta );rbaraD Sob7, @i;, Bona Servana e demais Noc'As Cvoduns &emininosD dia M CN! S! :oncei*oD $bA, Nait- e Leman(; dia 1" CSanta Eu3iaD Nave3uarina e Fam<lia de ,arin'eiros 2! Festas m+veis JN &eira de :in3as$rramb C)ancada das Iob+ssisD e encerramento anual das celebra*%es dos voduns /N &eira 1O dias antes da Se1ta-Feira Santa @briga*o da :ana Gerde! Ritual da planta*o! :obertura dos assentamentos dos voduns e encantados e das imagens cat+licas! Lnterrup*o de todas as atividades religiosas da casa! Se1ta-Feira Santa 126 'oras @briga*o para Eiss; noite Renova*o6 os assentamentos so descobertos= oss- Climpe3aD geral da casa, troca das ;guas das .uartin'as! Renova*o dos a1-s! S;bado de $leluia primeiras 'oras $biei-, :erim7nia do Renascimento! Sacri&<cios para todos os voduns e encantados assentados na casa Cum casal de aves brancas para cada vodum= dois mac'os ou duas &Ameas brancas para cada encantado, de acordo com o se1oD! 126 'oras )olo da Felicidade! :erim7nia da puni*o em .ue cada membro recebe palmadas! 26 'oras Iambor de $bertura da :asa! Ln<cio do ano lit0rgico! CRoupa brancaD! Bomingo de P;scoa 26 'oras Segundo dia da $bertura e Iambor de Pagamento C,ocamboD, .uando os alabAs e outros dignat;rios no-rodantes recebem presentes dos voduns e encantados! CRoupa verdeD! Segunda-&eira ap+s a P;scoa Iambor de abertura do terreiro com os encantados! CRoupa estampadaD :ada comemora*o divide-se em obriga*o, ou ritos sacri&iciais reservados aos iniciados, e em &esta p0blica, .ue se reali3a no barraco, com presen*a de amigos, clientes e simpati3antes, com a dan*a dos voduns e encantados mani&estados no transe! @ tambor, como - c'amado o rito p0blico, a dan*a, desenrola-se por muitas e muitas 'oras, 2s ve3es numa se.UAncia de um, trAs, ou sete dias! $s dan*antes apresentam-se com seus tra(es alv<ssimo de bordado Ric'elieu ou de belos tecidos estampados nas cores dos santos, com seus pesados colares de contas, os ros;rios da mina! :om a c'egada da entidade, uma toal'a - envolta na cintura ou no tronco e isto - o ind<cio de .ue uma nova personalidade tomou conta da.uela cabe*a! @ encantado dan*a, canta suas doutrinas CcantigasD, cumprimenta os presentes, conversa com os amigos, bebe da bebida de sua predile*o e volta a dan*ar sempre, en.uanto os tocadores se revesam nos bat;s, g e 1e.uerAs! No &inal do tambor, todos comem a comida preparada com as carnes dos sacri&<cios! :ansados, os &il'os-de-santo voltam para casa para descansar poucas 'oras para en&rentar um novo dia de trabal'o! ,as podem voltar na noite seguinte ao terreiro para a continua*o do tambor, pois so muitos os voduns e em maior n0mero ainda os encantados, e todos precisam dan*ar e dan*ar para assim conviver com os mortais seus &il'os!
12 Os iniciados Na :asa de Bona 9arina os &il'os so iniciados para seu vodum principal e para o vodum ad/unt, isto -, para um segundo vodum! :omo no candombl-, os voduns de um iniciado &ormam um par correspondente 2 id-ia de pai e me, sendo, assim, um deles masculino e o outro &eminino! $ inicia*o compreende uma celebra*o preliminar 2 cabe*a, denominada aper:, como o bori do candombl-, com posterior recol'imento em clausura por alguns dias, raspagem da cabe*a e sacri&<cio de animais ao vodum, al-m de outras o&erendas! @ ciclo - completado com a &esta de sa<da do novo vod1nsi Ciniciado para o vodum, &il'o-de-santoD, .uando o novo dan*ante e seu vodum so apresentados 2 comunidade durante um tambor! :om sete anos o vod0nsi recebe sua tob+ssi, sua princesa menina, .uando sua inicia*o se completa e ele gan'a a dignidade da senioridade inici;tica, sendo c'amado de vod1nsi-gon/a*! $ntes mesmo da inicia*o para o vodum, os &il'os podem come*ar a receber os encantados! 5m geral, um &il'o-de-santo de Pai Francelino com o grau de vod1nsi-gon/a* recebe dois voduns, a tob+ssi e alguns encantados, cu(o n0mero cresce com os anos de inicia*o! $t- o presente &oram iniciados /" &il'os de voduns, dos .uais 1O ocupam cargos relacionados 2 organi3a*o do culto, como os tocadores de tambor, os .uais no recebem as entidades atrav-s do transe! @s demais JM so dan*antes, isto -, devotos .ue entram em transe de vodum e encantado! Bestes, 1" (; atingiram o grau de senioridade, estando aptos, portanto, a receber as meninas princesas, as tob+ssis (e(es! @ nome dos iniciados, seus voduns e encantados esto dados nos Suadros ", J e O! $l-m dos &il'os iniciados C&eitosD por Pai Francelino, &a3em parte da casa, evidentemente, os .ue esto pleiteando sua inicia*o, tendo (;, em geral, passado pela cerim7nia do aper: de sacri&<cio 2 cabe*a, e tamb-m a.ueles iniciados em na*%es de candombl- e .ue na :asa de I+ia 9arina receberam obriga*%es de 1J e 21 anos, por e1emplo! @s aspirantes e os .ue apenas tAm obriga*o de ado*o no &oram inclu<dos nos .uadros! 5ntre os seguidores dos voduns em So Paulo, parte veio da umbanda e 'ouve casos de c'e&es de terreiros .ue &oram iniciados na mina e .ue passaram pouco a pouco a tocar a religio dos voduns, de modo .ue, 'o(e, os voduns esto presentes em v;rias casas paulistas e de outros 5stados ligadas 2 :asa das ,inas de I+ia 9arina por inicia*o de seu pai ou me-de-santo! ,as a maioria veio do catolicismo! Na composi*o demogr;&ica do terreiro - grande a presen*a de migrantes nordestinos ou seus &il'os, com a participa*o de negros, mulatos e brancos, de e1tra*o social bastante modesta! :omo nas outras modalidades a&ro-brasileiras da metr+pole, no '; o corte da cor, a religio negra no se prende mais 2 origem racial dos adeptos! $lguns dos iniciados vivem em outros 5stados, onde so c'e&es de terreiros, vindo a So Paulo por ocasio de suas obriga*%es e das &estas mais importantes! V grande o trWnsito de pessoas de uma cidade para outra, atrav-s de grandes distWncias! @ pr+prio pai-de-santo via(a constantemente a So Eu<s para as &estas na casa de seu pai e tamb-m para outras partes do )rasil para dar obriga*%es a &il'os e atender clientes! @ grupo de culto organi3ado em torno de Pai Francelino - mais .ue uma &am<lia-de- santo! @ parentesco entre muitos membros da casa - tamb-m o de &am<lia de sangue e as rela*%es &amiliares, .ue envolvem tamb-m compadrio e namoro, agregam a comunidade do terreiro numa ampla teia de deveres e reciprocidades no religiosos .ue estreitam e multiplicam os la*os de solidariedade impressos no parentesco religioso e na 'ierar.uia do culto! Ge(amos6
1" 5nedina - casada com Pedro 1O ! So os pais de Sandra, a me-pe.uena, .ue aos .uatro anos recebeu a encantada Princesa Flora, e de Vdison, consagrado para tocar tambor, assim como :arlos, marido de Sandra, e pais da e.uede S7nia, cu(a &il'in'a 8ra3iela (; &oi escol'ida para ser e.uede como a me! Sandra e :arlos tAm dois &il'os6 [arla, de cinco anos, e Gictor, de .uatro anos, .ue passa a maior parte do tempo com o Kav7K Francelino! $mbos (; passaram pelo rito do aper:! @raci - irm de Pedro! 5nedina, Pedro e Vdison mudaram-se recentemente para :uritiba, onde abriram casa-de-santo! GAm ao terreiro para as &estas, onde a &am<lia volta a se reunir, onde brincam os netos! ,;rcio, o pai-pe.ueno, - irmo de ,arcos, casado com SuelP! Iiveram os &il'os Llana(ara e Banilo, .ue ser; tocador e (; brinca nos tambores! 9andira - casada com Bin'o! $ &il'a :ristiane - e.uede suspensa, $le1 toca e aguarda con&irma*o e o pe.ueno F;bio dan*a e toca e ser; &eito dan*ante! Reinaldo - irmo de 9andira, como Nelson, .ue - alabA suspenso! Eeonardo - casado com 5li3abete e seu &il'o Eeonardo ser; iniciado tocador! @ irmo de Eeonardo, Gicente, - casado com Gera, .ue (; &e3 o aper: e recebe encantado! 5les so os pais de Ialit'a e I;bat'a , (; presentes na roda-de-santo! Fa3 parte da &am<lia $le1, um sobrin'o .ue tamb-m (; dan*a com encantado, e seu irmo F;bio e sua irm $manda, ambos aspirantes! $ aspirante Lracema, (; Kbori3adaK, - irm de Eeonardo e Gicente e suas &il'as devem ser tamb-m iniciadas6 Banielle, e.uede, e Iatiane, rodante! Eeonardo dirige o terreiro de sua &am<lia! Gera tem a irm $na ,aria, me de ,ic'elle, Kbori3adaK, e 9os- Roberto 90nior, .ue tamb-m dan*a, Neide, .ue (; passou pelo rito de comida 2 cabe*a, - me de $ratan, (; con&irmado agbagig, e de )ira, alabA apontado e .ue toca '; muito! $ratan est; noivo de Baniele, a &il'a de Lracema e sobrin'a de Eeonardo e Gicente! ,aria da 8l+ria - me de [;tia, casada com S-rgio! $nt7nio $ram<3io - cun'ado de 9os- Bivino e tem outros parentes .ue (; &i3eram o aper:! $s &am<lias interligam-se, os la*os de parentesco multiplicam-se, o terreiro - o lugar da religio e do encontro, - o lugar do la3er e a pra*a onde todos se apresentam! Na vida cotidiana de cada iniciado, tudo gira em torno do terreiro e seu calend;rio e1austivo6 como &a3er os preparativos da obriga*o, como dei1ar em ordem as in0meras roupas rituais, .uando encontrar um tempo livre para .ual.uer outra coisa\ ,uitos dos &il'os moram longe do terreiro, alguns em outras cidades, a cidade - grande, - grande o es&or*o de cada um! So pobres, 2s ve3es de classe m-dia bai1a, e as obriga*%es so &inanceiramente onerosas, de modo .ue uma obriga*o de inicia*o muito dese(ada pode ter .ue esperar por anos 1/ ! 15 @s &il'os-de-santo a.ui citados e .ue esto arrolados nos Suadro " Cdan*antesD e no Suadro O Cno-dan*antesD so todos iniciados! Sobre eles no &a*o observa*o no te1to a respeito de sua inicia*o! @s demais, a respeito dos .uais sempre incluo alguma observa*o sobre sua posi*o no terreiro, pertencem a duas categorias6 ou so suspensos, isto -, escol'idos ou apontados pelas entidades para ocuparem um posto de no-rodante Cdevoto .ue no entra em transeD, tendo passado pelo ritual do aper: ou bori Ccerim7nia de comida 2 cabe*aD, (; sendo assim considerados &il'os de Pai Francelino= ou so rodantes Centram em transeD e assim sero iniciados como dan*antes, sendo em geral (; Kbori3adosK Ccom bori &eitoD! 16 $ obriga*o de tob+ssi, .uando o iniciado recebe o posto de vod1nsi-gon/a*, - totalmente gratuita e de responsabilidade da casa, com a(uda dos gon/a* mais vel'os, obriga*o .ue - determinada pelo vodum da casa! Nas demais obriga*%es, embora o pai-de-santo nada cobre por seus servi*os religiosos, pois a &onte de renda da casa vem dos servi*os aos clientes, o iniciado gasta com a compra de animais, roupas, comida, ob(etos rituais etc!, podendo contar com a a(uda de parentes e amigos!
1J @s &il'os sempre parecem cansados, pois as &estas p0blicas so precedidas por obriga*%es sacri&iciais .ue &re.Uentemente viram a noite, mas tamb-m sempre parecem contentes! 5 .uando os tambores tocam e as entidades c'egam, eles so capa3es de dan*ar por muitas 'oras sem descanso! Suando no '; tambor, num dia de vodum, todos se re0nem na sala do altar cat+lico para o ritual da avaninha, re3as de voduns acompan'adas pelo g e 1e.uerAs! $s crian*as, muitas, esto sempre presentes no tambor! 5ntram na roda, tocam tambor, correm de l; para c;, conversam com os encantados! 5 tAm sua predile*%es entre os caboclos e voduns! Gictor, o garotin'o enrabic'ado por Bona ,ariana na cabe*a de Francelino, sempre pedindo colo, sempre .uerendo sua aten*o, mal se apro1ima do mesmo Francelino .uando virado no :aboclo Lta! $s crian*as do terreiro vo sendo sociali3adas no cotidiano da mina e aprendendo os ritos como aprendem tudo o mais! 5m todas ou em .uase todas as celebra*%es da casa, obriga*%es, tambores, estar; presente Bona ,ariana, a princesa cabocla &il'a do Rei da Iur.uia! :edo ou tarde ela c'ega e comanda todo o ritual, assumindo a c'e&ia da casa de Bona 9arina, .ue ela c'ama de irm! Hica )aiana, encantada de ,;rcio, o pai-pe.ueno, - sua principal ac+lita! Bona ,ariana - sempre o centro das aten*%es e nen'um dos &il'os de Pai Francelino dis&ar*a a enorme devo*o .ue todos tAm por ela! 5la dan*a, canta, conversa, c'ama a aten*o dos &il'os, corrige o ritmo dos tambores, recebe as visitas e &a3 at- discurso, .uando a solenidade o e1ige! Suem &re.Uenta o terreiro apenas durante os tambores di&icilmente convive com o pai-de-santo, pois seu corpo e sua cabe*a esto sempre tomados pela personalidade de ,ariana! 5la &ala por ele e pelo tambor-de-mina, - a grande porta-vo3 dos voduns e encantados do ,aran'o em terras de So Paulo! O tambor-de-mina em So Paulo $ 'ist+ria da :asa das ,inas de I+ia 9arina inclui-se no processo de e1panso e diversi&ica*o das religi%es a&ro-brasileiras em So Paulo, em curso a partir dos anos /! :omponente de um movimento de migra*o do Nordeste e Norte, .ue trou1e para o Sudeste as mais variadas &ormas de cultos a ori1;s, voduns, in.uices, encantados e antepassados, e .ue encontrou em So Paulo, assim como em outras grandes cidades da regio, condi*%es culturais e econ7micas muito &avor;veis, num processo de mudan*a sociocultural .ue inclu<a a valori3a*o do .ue se considerava ento as verdadeiras ra<3es da cultura brasileira, a c'egada dos voduns do tambor-de-mina e1pressa uma demanda nova no conte1to da sociedade seculari3ada, .ue - o pluralismo religioso com a possibilidade da livre escol'a da religio num le.ue de possibilidades sacrais e m;gicas, como num mercado religioso, .ue inclui, no limite, a &orma*o da empresa religiosa, a multiplica*o de templos atrav-s da &ran.uia e a constitui*o do adepto como consumidor religioso! $ sociedade diversi&ica-se em mercado, consumo, identidades, e assim tamb-m diversi&ica-se a religio 1# ! No tambor-de-mina paulista, como nas demais modalidades religiosas de origem negra presentes na cidade, misturam-se adeptos negros, pardos e brancos, sem distin*o de origem racial, como mais um elo da cadeia .ue trans&ormou a religio -tnica em religio para todos! 17 $nt7nio Fl;vio Pierucci e Reginaldo Prandi, A realidade social das religi"es no (rasil: religio, sociedade e pol*tica, So Paulo, >ucitec, 199/!
1O $trav-s da atua*o do seu l<der, Pai Francelino de Hapan, a mina em So Paulo convive com modalidades da umbanda e do candombl-, em contatos .ue so, ao mesmo tempo, burocr;ticos, religiosos e culturais, sugerindo novas &ormas de in&luAncia e sincretismo6 a diversidade construindo espa*os de e1presso de interesses comuns e di&iculdades a&ins das religi%es a&ro-brasileiras! No terreiro, as rela*%es entre os seguidores da religio dos voduns e encantados, .ue envolvem comple1o con(unto de obriga*%es 'ier;r.uicas, interdependAncia, reciprocidade e &ormas de solidariedade muito bem delineadas, ampliam-se e se &ortalecem com as redes de parentesco das in0meras &am<lias de sangue .ue se emaran'am no grupo de culto! Parentesco de santo e parentesco de sangue misturam-se e se enredam6 ningu-m est; so3in'o no tambor-de- mina! @ controle social - generali3ado e o grupo praticamente vai se &ec'ando sobre si mesmo, como um n0cleo duro .ue elabora respostas coletivas para a vida individual no cotidiano da sociedade al-m grupo de culto, para a vida de seus membros &ora do terreiro! $ religio - assim, ao mesmo tempo, o espa*o dos deuses, da &am<lia, do la3er, da sociali3a*o das crian*as, da constru*o da identidade psicol+gica de cada um! $ organi3a*o dos voduns e encantados em &am<lias, cada uma com suas caracter<sticas e s<mbolos, datas de comemora*o, obriga*%es e preceitos, e1prime a necessidade de ordena*o deste mundo a partir da ordena*o do mundo sobrenatural! Nada est; solto, isolado ou so3in'o! @ sentido da religio envolve a possibilidade de e1presso de m0ltiplos egos, ningu-m - uma coisa s+! $ possibilidade de um &il'o-de-santo receber mais de uma de3ena de entidades - emblem;tica! 5 ao mesmo tempo .ue a mina promove essa capacidade de e1presso individual m0ltipla .uase ilimitada, ela organi3a e regula as mani&esta*%es poss<veis atrav-s da estrutura das &am<lias de entidades e do calend;rio das &estas, &a3endo da diversidade sin7nimo de ordem e disciplinando, atrav-s da 'ierar.ui3a*o inici;tica, a possibilidade do caos antevista na variedade .uase sem &im de mani&esta*%es de deuses, esp<ritos, encantados, numa multido de representa*%es sobrenaturais, anulando e rede&inindo cada personalidade individual! :omo se a regra &osse6 somos um e somos tudo= - preciso e1perimentar cada possibilidade de sermos o outro, e1periAncia .ue a sociedade nos nega na de&ini*o das classes e pap-is sociais! $ religio tradicional .ue migrou e .ue se re&e3 na cidade moderna vai assim se mostrando como imagem caricatural da sociedade atual, .ue - a sociedade da di&eren*a e da multiplicidade! Nessa sociedade seculari3ada, onde no '; mais lugar para a religio 0nica e 'egem7nica, capa3, como no passado recente, de ditar regras para a sociedade como um todo, nessa sociedade .ue no precisa mais de deuses, .ue seguem cultuados em vista agora das necessidades dos indiv<duos, nessa sociedade o tambor-de-mina vai se e1pandindo como uma das in&ind;veis religi%es da metr+pole contemporWnea! :omo aconteceu com os ori1;s pouco antes, agora tamb-m os voduns vo se &a3endo deuses metropolitanos! ] ] ]
1/ Quadro 1. Voduns assentados na Casa das Minas de Tia Jarina Famlia Vodum Nao Orix corresondente !anto catlico sincreti"ado com o #odum Bambir; $37nci (e(e @mulu-@baluaA So Sebastio $c+ssi (e(e @mulu-@baluaA So E;3aro $logu- (e(e @ssaim - $3ile (e(e @mulu-@baluaA So Ro.ue )o*alabA (e(e 5u; Santa Ieresa BangbA (e(e @1umarA So )artolomeu 5u; (e(e-nag7 5u; N! S! do :armo Eepom (e(e @mulu-@baluaA So Ro.ue Naveorualim (e(e @1um N! S! da 8l+ria @ruana nag7 - Santa LnAs Ldar*o nag7 @1umarA So )artolomeu Hapan nag7 @mulu-@baluaA So Sebastio Polibogi (e(e @mulu-@baluaA So ,anoel Bavice Bo*u (e(e @gum Santos Reis NaA (e(e Leman(; - Sepa3im (e(e - - Tomad7nu (e(e @mulu-@baluaA Santos Reis Bo*up- (e(e @gun(; Santo $nt7nio $rronovissav; (e(e @1alu& 9esus :risto )edig; (e(e @gum Santos Reis Savaluno $gUA (e(e @1+ssi Santa >elena $3ac; (e(e @1+ssi So Sebastio )o*o 9ara nag7 Eogun-5d- Santo 51pedito )o*o Gonderegi nag7 Hang7 Santo $nt7nio Suevioss7 $bA (e(e Leman(; N! S! da :oncei*o $vere.uete (e(e-nag7 Hang7 $gan(u So )enedito )ad- (e(e-nag7 Hang7 So Pedro Eiss; (e(e-nag7 @1agui 9esus :risto Nan (e(e-nag7 Nan Sen'ora Santana Nave3uarina nag7 @1um Santa Eu3ia Sob7 (e(e @i; Santa );rbara Hadant (e(e Hang7 $ir; So 9os- ori1; @gum nag7 @gum So 9orge @d- nag7 @1+ssi Santa >elena Hang7 nag7 Hang7 So Pedro @i; nag7 @i; Santa );rbara @1um nag7 @1um N! S! da 8l+ria $(A nag7 $(- Halug; - Leman(; nag7 Leman(; N! S! das :andeias
1# Quadro $. Fre%&'ncia dos #oduns assentados na Casa das Minas de Tia Jarina e dos corresondentes orixs Vodum n(mero de casos Orix correson) dente n(mero de casos Naveorualim Nave3uarina @1um # 9 J @1um 2 Bo*u Bo*up- )edig; @gum 11 1 1 J @gum 1# $bA NaA Leman(; 1" 1 1 Leman(; 1O Sob7 @i; M / @i;-Lans 1J )ad- $vere.uete Gonderegi Hadant Hang7 # " 1 1 1 Hang7 1" Hapan $c+ssi Eepom Tomadonu Polibogi $3ile 1 O " 1 1 1 @mulu- @baluaA 12 $gUA $3ac; @d- J 1 1 @1+ssi / Eiss; $rronovissav; J 1 @1al; O 5u; )o*alabA 2 1 5u; " )o*o 9ara 2 Eogun-5d- 2 BangbA Ldar*o 1 1 @1umarA 2 Nan 1 Nan 1 $(A 1 $(- Halug; 1 $logu- 1 @ssaim 1
1M Quadro *. +niciados ,anantes e seus Voduns e To-ssis Ordem de iniciao +niciado .no de inicia) o Car/o sacer) dotal Vodum 0rincial Vodum .d1unt To-ssi dos 2il3os danantes Pai Francelino 19/J Pai, I+i Godunonn Hapan C$3onceDSob7 C]D $ssuobebA 1 Norma 19#9 a&astada Bo*u $bA 2 @raci 19#9 Naveorualim $c+ssi " 5nedina 19M1 com casa em :uritiba 5u; Eiss; $gamavi J 5rnesto 19M2 &alecido em 199" )ad- 5u; O $riovaldo 19M2 &alecido @i; Bo*up- / ,;rcio $driano 19MJ pai-pe.ueno )o*o 9ara Sob7 Ldo(aci # Sandra $parecida 19MJ me-pe.uena Hadant Naveorualim Sindoromim M 9oa.uim 19MJ &alecido em 1992 $vere.uete Sob7 )ereboci 9 ,arcos $nt7nio 19MJ com casa em So Paulo )ad- @ruana 5lacindA 1 $na ,aria 19MO Eiss; $bA 11 ,anoel 19M/ &alecido em 19M9 Polibogi Nave3uarina 12 Fernando 19M# Bo*u Naveorualim 1" Sueli 19M# $gUA Sob7 BelobA 1J Solange ,aria 19M# com casa em )el-m $bA Eepom $3ondolabA 1O Git+ria 19M# a&astada Sob7 Bo*u 1/ :idn-ia ,aria 19M# &alecida em 199" Naveorualim Bo*u 1# 9andira 19M# Nan $gUA 1M ,aria Rosa 19M# a&astada @1um Hang7 19 Reinaldo 19MM $3ac; @i; 2 Nelson 19MM com casa em Biadema $bA )ad- Bandalossim 21 $irton 19M9 )o*o 9ara Nave3uarina 22 9oo )atista 19M9 com casa em Santo $ndr- Naveorualim Eiss; $narodim 2" $lberto 9orge 199 com casa em ,anaus )ad- Sob7 continua
19 continua*o Ordem de iniciao +niciado .no de inicia) o Car/o sacer) dotal Vodum 0rincial Vodum .d1unt To-ssi 2J ,aria da 8l+ria 199 com casa em Ltatiba $bA Bo*u 2O :arlos 5duardo 199 a&astado @gum @1um 2/ ,iriam 199 Bo*u $bA 2# Eairton 199 com casa em Porto Gel'o Naveorualim Bo*u 2M Gera E0cia 199 com casa em 8uarul'os Nave3uarina $gUA LralabA 29 :antora 199 $bA $c+ssi " Eeonardo 1991 com casa em So Paulo Bo*u Nave3uarina $.uicilobA "1 ,aria NoAmia 1991 com casa em So Paulo @d- @1um "2 Binor; 1991 &alecida em 199O $bA Eiss; "" LracP 1991 com casa em Biadema $gUA $bA >uessobA "J 5dilson 1992 )ad- Nave3uarina "O $l3enir 1992 Tomad7nu $bA "/ 5li3abete 1992 @i; $c+ssi "# 8enival 199" @gum @i; "M 5l3a 199" @gum @1um "9 S-rgio 199" $vere.uete Sob7 J Vdison 199" Nave3uarina Bo*u J1 [;tia 199" @i; Bocup- J2 @dete 199" @i; $c+ssi J" $nt7nio $ram<3io 199J Bo*u NaA JJ 9os- Bivino 199J Eepom Naveorualim JO Eeonel Gicente 199O )ad- Nave3uarina J/ Beusane Regina 199O $bA Eepom J# ,aria $parecida 199O $bA $3ile JM $nt7nio )ernardino 199/ $c+ssi Sapat; $bA C]D Pai Francelino recebe tamb-m Bo*u, .ue comanda a casa o ano inteiro, presidindo as inicia*%es!
2 Quadro 4. +niciados ,anantes e seus 5ncantados +niciado Famlia do 6enol Famlia da Tur%uia Famlia da 7aia Famlia da 7andeira Famlia de Cod Famlia da 8ama Famlia de !urruira Outras 2amlias Pai Francelino 9arina e Ricardino ,ariana, 8uerreiro de $le1andria e ,enino de E-ria 9oo da ,ata Rei da )andeira e :aboclo Lta T- Raimundo )o(i )u; Sucena Irindade )ali3a da 8ama Norma )aiano 8rande :onstanti-no :'ap-u de :ouro 9oo da ,ata Rei da )andeira @raci Princesa ,o*a Fina de @t; Ros;rio e Iapindar- 9oana 8un*a G+ Surrupira 5nedina Bom $nt7nio do 9uncal 9apete.uara ,aria de E-gua )o*o da 5scama Bourada Zndio Gel'o 5rnesto $riovaldo B! 9oo Soeira, )aro de 8uar- e Princesa 9uliana Iapindar- Iaguac- ,artim Pescador ,;rcio $driano Rain'a );r- bara Soeira e )o*o Eauro das ,ercAs Iaba(ara e Ltacolomi Hica )aiana Iombac- @scar de E-gua )o*o do :apim Eimo Surrupi-rin'a do 8ang; Sandra $parecida Princesa Flora e I+i Te3in'o de ,aramad Iapindar- Serraria Ieresa de E-gua Irucoeira 9oa.uim 9aguarema e >erundina Francis.ui- n'o da :ru3 Germel'a :abocla 9acira C,ataD ,arcos $nt7nio Bom 9oo Soeira )alan*o e Ubira(ara Princesa Lracema T- Rai-mundo e 9os- de E-gua ,ata Tombana $na ,aria ,o*a Fina de @t; 9ondi; 90lio 8aleno C,ari-n'eiroD ,anoel ,an- )aiano :aboclo Pena )ranca C,ataD continua
21 continua*o +niciado Famlia do 6enol Famlia da Tur%uia Famlia da 7aia Famlia da 7andeira Famlia de Cod Famlia da 8ama Famlia de !urruira Outras 2amlias Fernando 9oo 8uerreiro Sueli ,aresia Princesa Einda Borin'a )o(i )u; e $nt7nio de E-gua Rain'a $nadiA Solange ,aria Princesa Flora e Bom 9oo Soeira 9oo da ,ata 51pedito de E-gua Git+ria Ubirat T- ,oreno :abocla 9ussara C,ataD :idn-ia ,aria Princesa Lndir; :aboclo da Ll'a Rita de :;ssia :aboclo Sete :ac'oeiras C,ataD 9andira ,enina do :aid7 ,ariano $deraldo )o(i )u; Iucum :aboclo Flec'eiro C,ataD ,aria Rosa Reinaldo 8uapindaia Eouren*o de E-gua e $lei1o )o(i )u; Iananga Nelson ,ensageiro de Roma :orisco T- Rai-mundo e Te&erina de E-gua $irton )aro de 8uar- 9oo da :ru3 e >erundina :aboclo Lta 9oo )atista :aboclo Lta ,estra Eu3i;ria C,estres da 9uremaD $lberto 9orge Rei Bom Sebastio 9oo da ,ata ,ane3in'o de E-gua e Tulmira de E-gua )o*o :arlos ,arin'eiro ,aria da 8l+ria Princesa ,o*a Fina de @t; 9oo de Eeme Rosin'a de E-gua )o*o Sanatiel )oiadeiro e Pedro ,arin'eiro :arlos 5duardo :aboclo Rompe Selva continua
22 continua*o +niciado Famlia do 6enol Famlia da Tur%uia Famlia da 7aia Famlia da 7andeira Famlia de Cod Famlia da 8ama Famlia de !urruira Outras 2amlias ,iriam Princesa )arra do Bia ,enino do ,orro :orisco Petio- Pe.uenini-n'o TimbaruA Eairton ,ariana e Iupinamb; T- Rai-mundo )ogi )u; Gera E0cia )aro de 8ua(; 9uracema ,aria do )alaio Sen'ora Bant :abocla 8uaciara C9uremeiraD :antora :aboclo Ros;rio ,ane3in'o de E-gua ,arin'eiro Eeonardo Pr<ncipe $lterado e )aro de $napoli :andeias Te&erino Bandarino $nt7nio de E-gua )o*o do :apim Eimo ,ar3ago :aboclo Turi C,ataD e ,ari-n'eiro 8u-mercindo ,aria NoAmia 9oo )aiano Binor; ,artim Pescador LracP 8uaraci 5dilson B! :arlos e Princesa Einda do ,ar Sentinela :aboclo do ,unir ,earim e Fol'a Seca Bona 9urema C,ataD $l3enir 5spadin'a :aboclin'o 5li3abete ,aria $nt7nia :aboclo da Ll'a ,aria Rosa :abocla 8uaraciara e ,arin'eiro Paulo 8enival $ra0na 5l3a 9aciara e Ea(in'a S-rgio Ros;rio Pirin 9adiel Rompe ,ato Vdison 8irassol e Sulto das ,atas [;tia Te&a 9oa.uin-3in'o de E-gua Lsa.uiel @dete ,aria do )alaio Pedrin'o de E-gua Lsadiel 9urema $nt7nio $ram<3io $ra0na 9os- Bivino )aro de 8uar- Iaba(ara 9oo de E-gua continua
2" continua*o +niciado Famlia do 6enol Famlia da Tur%uia Famlia da 7aia Famlia da 7andeira Famlia de Cod Famlia da 8ama Famlia de !urruira Outras 2amlias Eeonel Gicente 9uracema Silvino ,ane3in'o de E-gua Fol'a da ,an' e T- do )arco de @uro Beusane Regina Pirin :ristina de E-gua ,arin'eiro ,aria $parecida ,arin'eiro e :abocla 9urema $nt7nio )ernardino )aianin'o Gigonom- $lei1o de E-gua :aboclin'o da ,ata
2J Quadro 9. +niciados No),anantes e seus Voduns +niciado .no inici) ao Car/o sacerdotal :;< Vodum rincial Vodum ad1unt 1. Pedro 19M/ 'unt+ de Sob7 )ad- $bA 2. SueovanP 19M/ 'unt+ e a1ogum da 5ncantaria Eepom Naveorualim 3. Bin'o 19M# alabA Eiss; $bA 4. Vdison 19MM 'unt+ de Hapan Eepom Sepa3im 5. >enri.ue 1991 'unt+ $logu- Naveorualim 6. S7nia 1991 e.uede Sob7 Bo*u 7. Te3in'o 1991 alabA @gum Nave3uarina 8. Ionin'o 1991 alabA )ad- Sob7 9. ,;rcio 1991 alabA $vere.uete Sob7 10. 9os- $ugusto 1991 agaipi @gum @i; 11. Paulo 1992 alabA $vere.uete Nave3uarina 12. Regina 1992 e.uede Sob7 $gUA 13. Paulo 199" alabA Eiss; Nave3uarina 14. :arlos 9os- 199J alabA )o*o Gonderegi Nave3uarina 15. $ratan 199O agbagig BangbA Naveorualim C]D :argos6 agaipi, sacri&icador C(e(eD= alabA, tocador de tambor C(e(eD= a1ogum, sacri&icador Cnag7D= e.uede Cnag7D ou vodunci-poncilA C(e(eD, mul'er .ue 3ela pelas entidades em transe= 'unt+, tocador-c'e&e C(e(eD= agbagig, encarregado dos assentamentos C(e(eD!