Modelo Conselho Tutelar
Modelo Conselho Tutelar
Modelo Conselho Tutelar
O presente modelo foi elaborado por Murillo Jos Digicomo, Promotor de Justia em
Curitiba/PR (murilojd@pr.gov.br), tendo por base o Regimento Interno dos Conselhos Tutelares
de Curitiba/PR. necessrio sua adaptao de acordo com as disposies da Lei Municipal
relativa ao Conselho Tutelar local.
2
Nada impede que cpias da escala seja tambm afixadas em hospitais, postos de sade e
outros rgos pblicos.
8.069/903;
VI - representar ao Ministrio Pblico para efeito das aes de perda ou
suspenso do poder familiar, sempre que constatar a ocorrncia das situaes
previstas nos arts. 1637 e 1638, do Cdigo Civil (cf. arts.24, 136, inciso XI e
201, inciso III, da Lei n 8.069/90);
VII - encaminhar autoridade judiciria os casos de sua competncia
(art. 148 da Lei n 8.069/90);
VIII - representar ao Juiz da Infncia e da Juventude nos casos de
infrao administrativa s normas de proteo criana ou adolescente, para
fim de aplicao das penalidades administrativas correspondentes (arts. 194 e
245 a 258, da Lei n 8.069/90);
IX - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciria dentre
as previstas no art. 101, de I VI, da Lei n 8.069/90, para o adolescente autor
de ato infracional, com seu encaminhamento aos servios pblicos e
programas de atendimento correspondentes4;
X - expedir notificaes;
XI - requisitar, junto aos cartrios competentes as segundas-vias das
certides de nascimento e de bito de criana e adolescente, quando
necessrios;
XII - representar, em nome da pessoa e da famlia, contra programas ou
programaes de rdio ou televiso que desrespeitem valores ticos e sociais,
bem como, contra propaganda de produtos, prticas e servios que possam ser
nocivos sade da criana e do adolescente, (art.202, 3, inciso II da
Constituio Federal, e art. 136, X, do Estatuto da Criana e do Adolescente);
XIII - fornecer ao Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do
Adolescente dados relativos s maiores demandas de atendimento e
3
importante ficar claro que o Conselho Tutelar no pode substituir o papel da polcia
judiciria no que diz respeito investigao policial acerca da ocorrncia, ou no, de qualquer
infrao praticada contra criana ou adolescente. Pode o Conselho Tutelar, a depender do
caso, propor polcia judiciria uma ao articulada, no sentido de proporcionar criana,
adolescente e/ou famlia, um atendimento psicossocial de forma concomitante investigao
policial, que de responsabilidade exclusiva desta. A comunicao ao Ministrio Pblico inclusive das denncias recebidas por fora do disposto nos arts.13 e 56, inciso I, da Lei n
8.069/90 - obrigatria, vez que cabe a este (e no ao Conselho Tutelar) a chamada opinio
delicti, ou seja, a concluso acerca da ocorrncia, ou no, da infrao penal respectiva.
4
Deve ficar claro que no ser o Conselho Tutelar que ir executar a medida, vez que o
Conselho Tutelar no em no pode ser utilizado como um programa de atendimento,
seja este correspondente s medidas de proteo e destinadas aos pais ou responsvel,
previstas nos arts.101 e 129, da Lei n 8.069/90, seja correspondente s medidas scioeducativas, previstas no art.112, do mesmo Diploma Legal. O Conselho Tutelar ficar
encarregado apenas de fazer uma espcie de ponte entre a Justia da Infncia e da
Juventude e os servios e programas de atendimento onde ser o adolescente inserido,
cabendo-lhe ainda a aplicao de medidas especficas a seus pais ou responsvel (caso sejam
estas necessrias), de modo a garantir a plena eficcia do atendimento prestado e a proteo
integral do adolescente e sua famlia.
CAPTULO IV - DA ORGANIZAO:
Evidente que, num e noutro caso, no cabe ao Conselho Tutelar apurar a autoria do ato
infracional atribudo quer criana, quer ao adolescente, mas apenas aferir se est presente
alguma das situaes previstas no art.98, da Lei n 8.069/90 e, em razo desta, aplicar as
medidas de proteo e destinadas aos pais ou responsvel correspondentes, consideradas as
necessidades pedaggicas especficas da criana, adolescente ou famlia (cf. arts.100 c/c 101,
incisos I a VII e 129, incisos I a VII, da Lei n 8.069/90).
atividades:
I - proceder sem delongas a verificao dos casos (estudo da situao
pessoal, familiar, escolar e social) que lhe sejam distribudos, tomando desde
logo as providncias de carter urgente, preparando sucinto relatrio, escrito
em relao a cada caso para apresentao sesso do Plenrio, cuidando da
sua execuo e do acompanhamento at que se complete o atendimento;
II - participar do rodzio de distribuio de casos, realizao de
diligncias, fiscalizao de entidades e da escala de planto, comparecendo
sede do Conselho nos horrios previstos para o atendimento ao pblico;
III - auxiliar o Presidente e o Secretrio nas suas atribuies especficas,
especialmente na recepo de casos e atendimento ao pblico;
IV - discutir, sempre que possvel, com outros Conselheiros as
providncias urgentes que lhe cabem tomar em relao a qualquer criana ou
adolescente em situao de risco, assim como sua respectiva famlia;
V - discutir cada caso de forma serena respeitando s eventuais
opinies divergentes de seus pares;
VI - tratar com respeito e urbanidade os membros da comunidade,
principalmente as crianas e adolescentes, reconhecendo-os como sujeitos de
direitos e a condio peculiar de pessoa em desenvolvimento;
VII - visitar a famlia de criana ou adolescente cuja verificao lhe
couber;
VIII - executar outras tarefas que lhe forem destinadas na distribuio
interna das atribuies do rgo.
Pargrafo nico - tambm dever do Conselheiro Tutelar declarar-se
impedido de atender ou participar da deliberao de caso que envolva amigo
ntimo, inimigo ou parente seu ou de cnjuge ou companheiro(a) at o 3
(terceiro) grau
Art. 20 - expressamente vedado ao Conselheiro Tutelar:
I - usar da funo em benefcio prprio;
II - romper sigilo em relao aos casos analisados pelo Conselho Tutelar
que integre;
III - manter conduta incompatvel com o cargo que ocupa ou exceder-se
no exerccio da funo de modo a exorbitar sua atribuio, abusando da
autoridade que lhe foi conferida;
IV - recusar-se a prestar atendimento ou omitir-se a isso quanto ao
exerccio de suas atribuies quando em expediente de funcionamento do
Conselho Tutelar;
V - aplicar medida de proteo contrariando a deciso colegiada do
Conselho Tutelar;
VI - deixar de comparecer no planto e no horrio estabelecido;
VII - exercer outra atividade, incompatvel com o exerccio do cargo, nos
termos da Lei;
VIII - receber, em razo do cargo, qualquer verba a ttulo de honorrios,
gratificaes, custas, emolumentos, diligncias.
CAPTULO V - DO PROCEDIMENTO TUTELAR:
Art. 21 - As regras de procedimento do presente Captulo devem ser
interpretadas como orientaes gerais, conforme artigo 6. do Estatuto da
Criana e do Adolescente.
Art. 22 - Para deliberar acerca das medidas a serem aplicadas criana,
adolescente, seus pais ou responsvel, o Conselho Tutelar atuar
necessariamente de forma conjunta, atravs do colegiado, discutindo
inicialmente cada caso cuja verificao j foi concluda pelo Conselheiro
encarregado, e votando em seguida as medidas propostas pelo relator ou outro
integrante.
1 - Quando necessria a requisio de servios pblicos, nos moldes
do previsto no art.136, incisos III, letra a e VIII, assim como quando do
oferecimento de representao em razo de irregularidade em entidade de
atendimento ou quando da prtica de infrao administrativa (art.136, inciso III,
letra b e arts.191 e 194, da Lei n 8.069/90), ou nas hipteses do art.136,
incisos X e XI, da Lei n 8.069/90, ser tambm exigida deliberao da plenria
do Consellho Tutelar;
2 - Nas demais hipteses relacionadas no art.136, da Lei n 8.069/90,
admissvel a atuao isolada do Conselheiro encarregado de cada caso,
mediante distribuio;
3 - O Conselheiro Tutelar que prestar o atendimento inicial a uma
criana, adolescente ou famlia, ficar vinculado a todos os demais casos que
forem a estas relacionados, que lhe sero distribudos por dependncia, at
sua efetiva soluo;
4 - A fiscalizao de entidades de atendimento, nos moldes do
previsto no art. 95, da Lei n 8.069/90, ser sempre realizada por, no mnimo,
02 (dois) Conselheiros, mediante escala mensal a ser elaborada, que devero
apresentar plenria um relatrio da situao verificada.
Art. 23 - Durante o horrio de atendimento ao pblico, pelo menos 02
III - renncia.
Art. 28 - A vaga ser considerada aberta na data do falecimento, na
estabelecida na renncia, ou da publicao da sentena irrecorrvel que gerar a
perda do mandato.
Art. 29 - O falecimento do Conselheiro dever ser comunicado ao
Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, pelo Presidente
do Conselho Tutelar, dentro de, no mximo 05 (cinco) dias, contados da sua
data.
Art. 30 - O pedido de renncia ser imediatamente encaminhado pelo
prprio interessado ao Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do
Adolescente.
CAPTULO VIII - DAS PENALIDADES6:
Art. 31 - Estar sujeito perda do mandato o Conselheiro Tutelar que:
I - faltar a cinco sesses alternadas ou trs consecutivas sem uma
justificativa aprovada pela Presidncia do rgo;
II - descumprir os deveres inerentes funo;
III - for condenado por crime ou contraveno com sentena transitada
em julgado;
IV - praticar alguma das condutas previstas no art. XX da Lei Municipal
n XXXX e no art. 18 deste Regimento Interno.
Pargrafo nico - Nas hipteses relacionadas nos itens I, II e IV deste
artigo, poder ser aplicada, como alternativa perda do mandato, a pena de
suspenso do exerccio da funo, pelo perodo de 01 (um) a 03 (trs) meses.
Art. 32 - Nas hipteses relacionadas nos itens I, II e IV do artigo anterior,
o Conselheiro Tutelar ser submetido a um procedimento administrativo
prprio, perante do Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do
Adolescente, nos moldes do previsto nos arts. XX a XX, da Lei Municipal n
XXXX/XX, sendo assegurado o contraditrio e a ampla defesa, nos moldes do
previsto no art. 5, incisos LIV e LV, da Constituio Federal.
As penalidades a que est o membro do Conselho Tutelar sujeito, no caso de falta funcional,
assim como a autoridade encarregada do processo e julgamento e o procedimento
administrativo respectivo, por fora do disposto no art.5, incisos LIII, LIV e LV, da Constituio
Federal, devem estar previstos em Lei Municipal especfica, cujas disposies sero apenas
reproduzidas no Regimento Interno (tal reproduo pode ser at mesmo dispensada, embora
seja comum sua incluso, inclusive como forma de dar conhecimento aos prprios membros do
Conselho Tutelar).
Os subsdios e demais vantagens dos membros do Conselho Tutelar devem ser previstos em
Lei Municipal especfica.
8
Importante observar que algumas leis, de forma absolutamente equivocada (e
inconstitucional, face o disposto nos arts.5, caput e inciso I; 7, inciso XVIII e 227, caput e 6,
da Constituio Federal), estabelecem um perodo de licena maternidade de durao varivel
e proporcional idade do(a) adotando(a). Tal variao acaba por privilegiar a adoo de
recm-nascidos ou de crianas de at 01 (um) ano de idade, em detrimento da adoo de
crianas de mais idade e adolescentes, indo assim na contra-mo dos esforos realizados no
sentido de estimular a chamada adoo tardia. O correto, em nome inclusive do princpio da
isonomia e da constatao elementar de que crianas de mais idade e adolescentes
seguramente iro precisar de um perodo maior de adaptao ao lar adotivo, conceder o
prazo constitucional de 120 (cento e vinte) dias para a adoo de qualquer criana ou
adolescente, independentemente de sua idade.