Apostila de Imunologia (Pratica)
Apostila de Imunologia (Pratica)
Apostila de Imunologia (Pratica)
IMUNOLOGIA
ANLISES CLNICAS
Introduo Imunologia
Jenner inseriu o material obtido das mos do ordenhadores no brao de um menino atravs
de 2 incises superficiais. 2 meses mais tarde inoculou no mesmo menino material de um
paciente com varola (variolao). O menino desenvolveu apenas uma ferida local. A sua
exposio infeco branda causada pela varola bovina o tinha tornado imune
varola humana.
Dessa forma Jenner iniciou a cincia da imunologia, estudo da resposta do
organismo a substncias estranhas.
Desde os anos 60, a compreenso do sistema imunolgico e das suas funes,
avanos de tcnicas de cultura celular (produo de anticorpos mono clonais,
imunocitoqumica, recombinao de DNA, criao de animais genticamente modificados)
fizeram da imunologia uma disciplina que explica fenmenos imunolgicos atravs de
termos estruturais e bioqumicos.
Marco importante: divulgao da erradicao da varola pelo OMS em 1980,
como a 1 doena a ser erradicada no mundo por um programa de vacinao.
O Sistema Imune
- As clulas:
Uma variedade de clulas e molculas por elas expressas medeiam as Repostas
Imunes. Clulas tais como os leuccitos desempenham as principais aes, entretanto,
outras clulas, localizadas em tecidos especializados, participam da resposta imune,
enviando sinais e recebendo estmulos dos leuccitos. A origem destas clulas a
medula ssea, onde muitas evoluem para a fase adulta (amadurecimento) e por meio dos
vasos sanguneos, so transportadas com todas as clulas sanguneas, incluindo
hemcias, que transportam oxignio e as plaquetas que participam da coagulao.
Tais clulas que se originam das clulas-tronco progenitora medular, sendo que
as clulas que tm origem dos progenitores Mieloide e Linfoide, so as mais importantes
para a compreenso das aes do sitema imune sem desconsiderar os megacaricitos
(plaquetas) e eritrcitos.
O progenitor Mieloide dar origem aos granulcitos, fagcitos mononucleares
(macrfagos), clulas dendrticas e mastcitos, sendo os macrfagos as clulas fagocitrias
mais importantes. Os macrfagos e outros fagcitos do origem ao Sistema Fagoctico
Mononuclear (S.F.M.) ou Sistema Reticuloendotelial (S.R.E.) quando se diferenciam de
moncitos sanguneos e atravs do processo de transmigrao (ou diapedese) saem
destes vasos e distribuem-se estratgicamente em vrios tecidos passando a ser
denominados macrfagos teciduais. Podemos encontrar vrios macrfagos que so
denominados de acordo com as funes diferenciadas nos diferentes tecidos como, por
exemplo, microglicitos (ou clulas da micrgliacrebro), clulas de Kupffer
(fgado), macrfagos alveolares que fazem parte do tecido pulmonar, e outros macrfagos
residentes presentes em diferentes tecidos, tais como macrfagos sinusais do bao
(polpa vermelha do bao), macrfagos das serosas ( peritnio, pericrdio e pleura), e
5
linfcitos distintos com base na sua nas suas propriedades funcionais e protenas
especficas que expressam. O que mais os diferenciam consiste na classificao destas
clulas em duas linhagens principais conhecidas como linfcitos B e T.
Os LB tambm chamados de clulas B (de bursa ou Bolsa de Fabrcius nas aves
e derivados da medula ssea, nos mamferos, incluindo o homem) quando ativados,
proliferam e se diferenciam em clulas plasmticas ou plasmcitos que so as clulas
efetoras da linhagem B, cuja a principal funo a secreo de anticorpos.
Os linfcitos T ou clulas T (derivados do Timo) se apresentam sob duas classes
principais. Uma se diferencia, quando ativada, em clulas T CD8+ ou citotxicas, (CD=
Cluster Differentiation) que matam clulas infectadas, por exemplo, por vrus, ao passo
que a outra classe de clulas T, chamadas de clulas T CD4+ ou auxiliares que atuam na
ativao de outras clulas, como os LB e macrfagos (LTCD4+ helper ou auxiliar), alm de
coordenar a resposta imunitria como o LT CD4+ CD25+ supressor.
O Receptor de antgeno da Clula B (BCR) (Figura 2) uma forma de
anticorpo ligado membrana que a clula B passa a produzir, aps a sua ativao e
diferenciao em clulas plasmticas (plasmcitos). Os anticorpos so molculas
agrupadas em uma classe de protenas denominadas imunoglobulinas, e o Receptor de
antgeno do LB (BCR) tambm conhecido como imunoglobulina de membrana. A
Imunidade Humoral mediada pelos LB e plasmcitos e consiste em secretar anticorpos
no sangue e outros lquidos orgnicos, resultando em efeitos protetores, mediados por
lquidos teciduais.
Macrfago fagocitando
Ag (bactria)
macrfago
Antgeno
(bactria)
Clula dendrtica
Figura 1
O receptor TCR convencional, ou TCR alfa/beta expresso pela maioria dos linfcitos T e
consiste de duas cadeias polipeptdicas glicosiladas (alfa e beta) mantidas juntas por
ligaes dissulfeto. O TCR alfa/beta por sua vez associado fisicamente a uma protena
chamada CD3, formando o complexo funcional TCR-CD3 na superfcie dos linfcitos T. CD3
um complexo peptdico sendo responsvel pelo sinal de transduo aps o reconhecimento
do Ag pelo TCR.
10
Figura 2
1-Na Endocitose distinguem-se dois subtipos de acordo com a natureza lquida ou slida
predominante na substncia a ser transportada ao interior da clula. Na predominncia de
lquido, ocorre a Pinocitose, sendo subdividida em Micropinocitose e Macropinocitose, de
acordo com o tamanho e destino da vescula de transporte. Quando h predominncia de slidos,
especialmente de grande volume, ocorre a Fagocitose, podendo atender ao propsito de nutrio,
12
2- Linfonodos ou ndulos linfticos: rgos linfticos mais numerosos do organismo, cuja funo
a de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter, como vrus e bactrias. Nele
ocorrem linfcitos, macrfagos e plasmcitos. A proliferao dessas clulas provocada pela
presena de bactrias ou substncias/organismos estranhos determina o aumento do tamanho dos
gnglios, que se tornam dolorosos, formando a ngua.
14
15
16
paredes vasculares que penetram no espao intersticial, pela secreo celular e outros
fatores de excreo. Ao ser parcialmente drenado para os vasos linfticos, passa a ser
chamado de linfa. A linfa ento flui lentamente pelos vasos linfticos primrios e por fim
desemboca na veia cava superior, que por sua vez, devolve todo o volume para a
corrente sangunea, num processo chamado de recirculao.
Prximos rede vascular, os ndulos linfticos so uma srie de rgos
encapsulados em forma de caroo de feijo que se distribuem ao longo dos vasos
linfticos. Os vasos linfticos aferentes drenam o fluido dos tecidos e carreiam os Ags e
clulas infectadas para os seios dos ndulos linfticos, onde os Ags so capturados e
apresentados aos LB e LT.
O Bao encontra-se situado atrs do estmago e filtra o sangue da mesma forma
como os ndulos linfticos filtra a linfa e coletam Ags. A massa principal deste rgo
composto pela polpa vermelha e os linfcitos circundam as arterolas que penetram o
rgo, formando reas de polpa branca, cuja regio mais interna dividida em uma
camada linfoide periarteriolar, contendo principalmente L T e revestido por uma cora de LB.
Recirculao de Linfcitos
20
21
22
23
Figura 3-7
1- NATUREZA DO ANTGENOS
O Antgeno (do grego anti=contra e gen= gerar) qualquer substncia, celular
ou particulada que pode ser especficamente ligada ao Ac ou por receptor de Ag de LT
24
Determinante antignico
O local de ligao dos anticorpos e dos TCRs interage com uma rea muito
pequena das macromolculas antignicas que chamada de Determinante Antignico ou
Eptopo. Portanto este a menor poro da molcula responsvel pela ligao ao
linfcito ou anticorpo. A presena de vrios determinantes antignicos ou eptopos iguais
chamada de polivalncia ou multivalncia e cada um determinante antignico pode ser
ligado por uma molcula com regio varivel (Ex: Ac ou TCR). As superfcies celulares,
incluindo os microorgansmos, geralmente possuem uma grande quantidade de
Determinantes antignicos (ou Eptopos).
1.2-
mamferos, entretanto nem todos estes conceitos podem ser tomados como regra, porque
a induo de uma Reposta Imune especfica funo direta da semelhana biolgica entre
a fonte do antgeno e o animal receptor. Lebres e coelhos petencem mesma Famlia e
25
Na maioria dos Antgenos, quanto maior for a molcula, maior ser o nmero
de eptopos, e quanto maior a complexidade destes antgenos maior ser a
imunogenicidade. Um antgeno complexo contm vrios determinantes antignicos
(ou eptopos), onde alguns dos quais so eficientes na induo da Resposta Imune e
so chamados de determinantes antignicos imunodominantes.
1.4-
subcutnea,
imungenos
para
os
intradrmica
ndulos
(ou
ou
intramuscular
linfonodos)
levam
linfticos
geralmente
regionais
e,
os
mais
28
1 DIVERSIDADE DA IMUNOGLOBULINAS
por
fixar opsoninas ou
fragmentos
do
complemento
na
superfcie bacteriana, permitindo a fagocitose. Opson uma palavra grega que significa
condimento, tempero, molho, ou seja, algo que facilite a digesto. Uma das mais
importantes opsoninas provm do complemento: a C3b do sistema Complemento.
Uma opsonina uma molcula que age como facilitadora de ligao no processo
de fagocitose. So cofatores que revestem os microrganismos e aumentam a
capacidade de englobamento por parte dos fagcitos, como os neutrfilos e
macrfagos. Algumas opsoninas que podem se destacar so os anticorpos, protenas
do complemento e lectinas. Um exemplo pode ser dado quando estas molculas cobrem
as molculas na membrana celular carregadas negativamente.
Estas funes so estruturalmente separadas na molcula do anticorpo e a regio
de ligao ao antgeno (Fab) varia amplamente, sendo conhecida como Regio Varivel
(V). A regio molecular que participa da funo efetora conhecida como regio Constante
29
(C) e no varia do mesmo modo, embora apresente cinco formas principais que se
especializaram na ativao de diferentes mecansmos.
A notvel diversidade das molculas dos anticorpos consequencia de um
mecansmo altamente especializado, pelos quais os genes expressos so reunidos por
rearranjos de DNA, que juntam dois ou 3 diferentes segmentos para formar um gene
de Regio Varivel durante o desenvolvimento do LB. Subsequentes rearranjos
nucleicos podem reunir o gene composto da regio varivel a qualquer gene da regio
constante produzindo anticorpos de cada um dos 5 isotipos (IgM. IgG, IgA, IgE e IgD)
Estruturalmente (Figura A) a imunoglobulina formada por duas cadeias leves (Llight-leve), IDNTICAS constitudas por polipeptdeos de cerca de 25.000 Daltons e duas
cadeias pesadas (H-heavy-pesada), TAMBM IDNTICAS, (50.000 Daltons ou mais).
Cada cadeia leve est ligada a uma cadeia pesada pos pontes dissulfdricas. O nmero
exato e as posies destas pontes entre as cadeias diferem entre as classes e subclasses
de imunoglobulinas. Alm disso, ambas as cadeias, leves e pesadas, possuem uma Regio
Varivel e outra Constante. Portanto, a Imunoglobulina possui na cadeia leve uma
Regio Constante (CL) e uma Regio Varivel (VH). Exitem dois tipos de cadeias leves a
Kappa () e a Lambda (). Em humanos 60% das cadeias leves so do tipo Kappa, e 40%
so do tipo Lambda.
Os primeiros 110, ou mais, aminocidos da regio aminoterminal das cadeias
leves ou pesadas variam muito entre os anticorpos de especificidade diferentes e por
isso so chamadas Regies Variveis.
A molcula de Imunoglobulinas podem ser digeridas por enzimas proteolticas, A
digesto pela papana quebra a molcula em 3 fragmentos (Figura B): dois fragmentos Fab
(Fragment antigen binding)
31
Figura A
32
FiguraB
33
34
1.1-
GERAO
DA
DIVERSIDADE
NA
RESPOSTA
IMUNE
HUMORAL
MATURAO DA AFINIDADE
Afinidade
Avidez
NO
PLASMA
em
pequenas
Figura C
37
Sistema Complemento
O nome complemento foi originado a partir da atividade complementar de
protenas na ao bactericida de alguns de alguns anticorpos.
O Sistema complemento um complexo proteico no plasma sob a forma inativa,
constitudas por substncias termolbeis e/ou termoestveis; e que tem como funo a
eliminao de um agente estranho pela ativao de mecanismos inespecficos, que se
constitui de:
1- Fagocitose: quando algumas protenas do complemento unem-se
bacteria, opsonizando-a para a ingesto pelos fagcitos (por exemplo
neutrfilos e macrfagos) portadores de receptores do complemento.
2- Reao
Inflamatria:
quando
pequenos
fragmentos
terminais
do
38
Esta via ativada pelo complexo Ag-Ac entretanto vrias outras substncias, tais
como os complexos da protena C-reativa (PCR), determinados vrus e bactrias Gramnegativas, tambm podem ativar esta via.
O Componente C1 um complexo formado por 3 protenas C1q, C1r, C1s. Uma
vez formado o complexo Ag-Ac, o componente C1q se liga na regio Fc do Ac, dando
incio a uma reao em cascata, onde C1q ativa duas molculas de C1r capazes de se
ligar a outras duas de C1s, resultando no complexo (C1q-C1s-C1r-C1r-C1s) que uma
serina protease. Desta forma, C1s atua em C4 e C2, dissociando em C4a e C4b, C2a e
C2b. Nesta etapa, a unio de C4b e C2b forma a C3 convertase. Aps a formao da C3
convertase (C4bC2b), na literatura podemos ver como 2a, esta cliva (quebra) C3 em
C3a e C3b. O C3 a frao mais abundnte no plasma e o mais importante entre os
componentes do Complemento, pois, inmeras molculas de C3b podem ligar-se
superfcie de um patgeno. Alguns fragmentos C3b se ligam a receptores da
membrana do patgeno (Ag) e atuam como opsoninas, facilitando a fagocitose, outros
fragmentos C3b se ligam C3 convertase (C4bC2b),
originando a C5 convertase
(C4bC2bC3b) da via clssica que vai atuar em C5 dissociando-o em C5a e c5b. Com a
dissociao de C5, inicia-se a etapa em comum a todas as vias de ativao (via
clssica, via alternativa e via das lectinas) do complemento, onde a frao C5b interage
com C6, que abre um stio de ligao para C7. Por sua vez, o complexo C5bC6bC7b
deposita-se na superfcie da membrana do Ag e abre o stio de ligao para C8, que
penetra na membrana da clula. O C8 ento, abre um stio para C9 que aps a ligao
40
Via Clssica
Eptopos reconhecidos
Imunoglobulina (Ac)
41
membrana
Potssio,
lise de membrana
ATP
aminocidos
42
Mediador inflamatrio
C4aC4b
Mediador inflamatrio
C2aC2b
C3 convertase (C4bC2b)
C3
Mediador inflamatrio
C3a
opsoninas
C3b
Liga-se
C5
C5a
C5b
(Etapa em Comum)
C5b
C6a C6b
C7
C7a
C7b
44
Via Alternativa
Com exceo da etapa final, os eventos da via alternativa so homlogos aos
da via clssica e das lectinas. A via alternativa constantemente ativada, em taxa
muito reduzida, a qual aumentada drasticamente, na presena de superfcies
ativadoras adequadas, como membranas celulares de microorgansmos e por antgenos
de superfcie presentes na membrana externa de bactrias Gram negativas como o LPS
(Lipopolissacardeo) que uma endotoxina. Esta via pode ser ativada ainda pela ligao
de C3b (via clssica, por exemplo) ou de uma forma hidrolizada espontneamente,
conhecida como iC3b, superfcie do patgeno. Este se liga ao Fator B formando C3bB,
componente suscetvel ao fator D, uma protease do plasma. O Fator D cliva o
componente B em Ba (fragmento menor) e Bb (fragmento maior), onde Bb permance
ligado ao C3b, fomando a molcula C3bBb (C3convertase) da via Alternativa ou via
Alternada ou via da Properdina. A C3 convertase da via alternativa produzira mais C3b,
tornando o sistema mais ativo, visto que tal fragmento uma opsonina e muitos fagcitos
possuem receptores para este componente. A C3 convertase da via alternativa
extremamente instvel e, por isso, costuma sofrer rpida dissociao. No entanto, uma
protena plasmtica denominada PROPERDINA se liga a esta convertase e a estabiliza,
diminui sua degradao permitindo a continuao da cascata.
Nesta via, alguns C3b se ligam ao C3bBb (C3 convertase) e formam a C5
convertase da via alternativa designada por C3b2Bb ou C3bBbC3b. Esta convertase cliva
o C5 em C5a e C5b, dando incio sequncia comum, onde C5b inicia o Complexo de
Ataque Membrana (MAC), ligando-se a C6, C7, C8 e C9 acarretando em desequilibrio
osmtico e lise celular.
45
Protenas do Complemento
bicamada fosfolipdica
Inrushing Fluids= fluidos invasores
46
C3bB
D ( protease plasmtica)
Ba BbC3bBb (C3 convertase) + Properdina (P)
(Fragmento menor)
C3
(Fragmento maior)
C3a
Mediador inflamatrio
C3b
C3b2Bb ou C3bBbC3b
(C5 convertase)
Mediador inflamatrio
C5
C5a C5b
(incio da sequncia em comum)
47
48
MASP-1
MASP-2 (Ativada)
Mediador inflamatrio
C4aC4b
Mediador inflamatrio
C2aC2b
C3 convertase (C4bC2b)
C3
Mediador inflamatrio
C3a
opsoninas
C3b
Liga-se
C5
C5a
C5b
(Etapa em Comum)
C5b
C6a C6b
C7
C7a
C7b
50
51
53
1.2-
55
56
Peso molecular
(KDa)
48-72 horas
132
C3
48-72 horas
180
C4
48-72 horas
202
24 horas
41
a-1 antitripsina
10 horas
54
a-1 antimiotripsina
10 horas
68
Haptoglobina
24 horas
86
Fibrinognio
24 horas
340
6-10 horas
110
Amiloide srica A
2-10 horas
180
1.3-
Glossrio
1- Citomegalia - (A Citomegalovirose (CMV) uma doena infecciosa produzida por um
vrus que pode infectar o feto ou recm-nascido. A transmisso materno-fetal pode
ocorrer em qualquer perodo da gestao. Tanto no caso da infeco congnita,
quanto na infeco perinatal, a excreo do CMV caracteristicamente prolongada, o
vrus excretado consistentemente na orofaringe e urina, por perodos de at cinco
anos, em quantidade superior s observadas em crianas maiores ou adultos
infectados.)
O citomegalovrus a exemplo dos outros vrus da famlia Herpesviridae. O CMV tem a capacidade
de persistir no hospedeiro infectado por perodos prolongados. Infeces persistentes so
observadas em RN, crianas maiores e adultos, e a excreo viral aps a infeco inicial pode
perdurar por muitos meses ou anos.
Alm disso, o CMV pode acarretar as assim chamadas infeces latentes ou no produtivas. Neste
caso, o genoma viral no se multiplica, nem produz qualquer alterao na clula infectada.
Contudo, por alteraes do equilbrio vrus versus hospedeiro, o CMV pode voltar a se multiplicar e,
eventualmente provocar novamente sintomas clnicos. Esta peculariedade responsvel pelo
carter oportunista observado no CMV e nos outros vrus da famlia Herpesviridae.
O CMV pode atingir todos os rgos, particularmente crebro, fgado, bao, rins e pulmes.
Clulas de incluso so menos freqentemente encontradas no pncreas, tireide e crebro e mais
raramente no intestino, glndulas paratireides e timo.
Formas de apresentao
Assintomtica: a doena praticamente no se manifesta.
58
Hepatoesplenomegalia.
Microcefalia.
Ictercia.
Fenmenos hemorrgicos.
Retinocoroidite.
Calcificaes intracranianas.
Existem dois tipos desse vrus: o HTLV-I e o HTLV-II. O primeiro est associado a doenas graves
neurolgicas degenerativas (paraparesia espstica tropical) e hematolgicas, como a leucemia e o
linfoma de clulas T humana do adulto (ATL). Polimiosites, poliartrites, uvetes e dermatites so
enfermidades que parecem relacionadas com esse tipo de vrus.
Quanto ao segundo tipo, ainda no foi plenamente esclarecida sua ligao com alguma patologia
determinada.
Da mesma forma que o HIV, o HTLV transmitido por via sexual (relaes sexuais desprotegidas),
nas transfuses de sangue, pelo uso compartilhado de seringas e agulhas e da me para o filho
durante a gestao, o aleitamento e no momento do parto.
Sintomas
As estatsticas indicam que apenas 5% das pessoas infectadas pelo HTLV desenvolvem problemas
de sade relacionados com o vrus. Nesses casos, em geral, instalam-se quadros neurolgicos
degenerativos graves e de leucemias e linfomas.
No entanto, a infeco pode ser absolutamente assintomtica. Quando se manifestam, so
sintomas indicativos de doena neurolgica: dor na batata da perna e nos ps, na coluna lombar,
fraqueza, dormncia e formigamentos nos membros inferiores,perturbaes urinrias.
Nos quadros de leucemia e linfomas, os sintomas mais comuns so: leses cutneas
maculopapulares, descamao, gnglios infartados, alteraes visuais e sseas.
Diagnstico
Muitas vezes, a pessoa descobre que portadora do HTLV, por acaso, quando vai doar sangue,
por exemplo. O diagnstico de certeza s estabelecido pelos resultados positivos dos testes
ELISA e Western-blot especficos para esse tipo de retrovrus. No entanto, tomar conhecimento da
infeco fundamental para controlar a transmisso do vrus.
Tratamento
Como o risco do desenvolvimento da doena associada ao HTLV-I muito baixo, no existe
tratamento preventivo ainda. Tambm no se descobriu uma soluo teraputica para eliminar o
vrus completamente do organismo infectado.
No entanto, todas as doenas correlacionadas com o retrovrus HTLV tm tratamento O
prognstico depende do estadiamento, tempo de evoluo e da presena de outras infeces.
Diagnstico precoce e a observncia s orientaes mdicas so requisitos bsicos para o bom
resultado do tratamento.
Recomendaes
* No se descuide da sua sade. S pratique sexo seguro;
* Certifique-se sempre de que as agulhas e seringas que vai usar so descartveis;
60
* Pea para seu mdico averiguar a possibilidade da infeco pelo HTLV, se voc est grvida ou
pretende engravidar.
61
1- Reao de Imunofluorescncia
da
imunofluorescncia,
esta
menos
especfica,
que
SOROLGICAS.
Deve-se
utilizar
mtodo
de
65
66
67
68
69
70
de
antgenos
ou
anticorpos
especficos.
Estes
grupos
nessas reaes
so
teratognicos
(causam
formao
de
execuo
servem
para
RETIRAR
EXCESSOS
DE
figuras) para a leitura dos orfcios das placas, que transforma a intensidade de
cor em NMEROS. Quanto maior a leitura, maior ser a concentrao de
enzima conjugada e consequentemente, maior ser a concentrao da
substncia pesquisada (Ex: Ag, Ac, etc) EM TCNICAS NO COMPETITIVAS.
O mtodo ELISA pode ser classificado de acordo com a atividade de
amplificao, ou seja, por mtodos no competitivos, ou baseados em atividades
moduladoras (reguladoras), que so mtodos competitivos.
O ELISA direto mais utilizado em imuno-histoqumica. Seu fundamento
consiste na utilizao de anticorpos especficos primrios marcados com
enzima (conjugado), que se combinam especficamente aos Ags presentes em
cortes histolgicos. (Figura 1).
ELISA indireto empregado para a pesquisa de anticorpos, onde amostras de
soro ou plasma so colocadas para reagir com antgenos imobilizados em fase
slida (fundo dos poos da placa de ELISA, por exemplo). Posteriormente, so
revelados com o acrscimo de conjugado enzimtico especfico (Ac anti-Ac
humano conjugado a uma enzima- ex: peroxidase) levando formao de um
produto corado ao agir sobre os substratos cromognicos; j para a pequisa
de antgenos (ELISA sanduicheou de captura) presentes no material biolgico, a
amostra acrescentada aos poos para reagir com Acs especficos na fase
slida (fundo do poo) e a reao revelada acrescentando Ac especfico
marcado com uma enzima (conjugado) para reagir com o Ag pesquisado ligado
ao Ac da fase slida e, em seguida acrescentamos o substrato cromognico
levando formao de um produto corado. ( Figura 2).
O ELISA competitivo consiste na pesquisa de antgeno, onde o anticorpo
imobilizado na fase slida e o Ag correspondente compete com uma
quantidadede Ag padronizada e marcada para stio de combinao disponveis.
Neste caso, A REDUO da reao (COR) indica MAIOR quantidade de Ag na
soluo.
Para a pesquisa de Acs aplicando o ELISA competitivo, o Ag imobilizado no
fundo dos poos e poder se ligar ao Ac da amostra ou ao j conhecido e
marcado (conjugado enzimtico - Ac ligado enzima), para assim,
73
74
75
76
77
78
79
Micropipeta Multicanal
80
81
Leitor de ELISA
82
1.1-
83
Tipo sanguneo: B positivo (Observe que no houve aglutinao com soro anti-A, mas houve aglutinao
com soro anti-B, o que nos indica que a pessoa pertence ao grupo B. Tambm ocorreu aglutinao com o
soro anti-D, o que nos indica a presena do fator Rh nas hemcias dessa pessoa.
84
1.2-
85
1.3-
liga-se
2Ag
(determinantes
antignicos
ou
eptopos
86
antgenos
1.4-
2 caso
(ou
neutralizao)
da
aglutinao
(ltex
ou
gelatina
88
OBS:
produzida
pelas clulas trofoblsticas sinciciais nos lquidos maternos. No incio da gravidez, as concentraes
de hCG no soro e na urina da mulher aumentam rapidamente, sendo um bom marcador
para testes de gravidez. Sete a dez dias aps a concepo, a concentrao de hCG alcana
25 mUI/mL e aumenta ao pico de 37 000 - 50 000 mUI/mL entre oito e onze semanas.
89
90
sua execucao nao mais deve ser utilizado. Os metodos Hemaglutinacao, imunofluorescencia e imunoensaio
apresentam sensibilidade proximo a 100%. Tendo em vista a possibilidade de falso-positivos (leishmania,
malaria, sifilis, toxoplasmose, hanseniase, doencas do colageno (Lupus Eritematoso Sistmico), hepatites)
recomendado que o soro seja testado, em pelo menos dois metodos diferentes antes de aceito, pelo
clinico assistente, a positividade da sorologia. A Hemaglutinacao utilizada para triagem devido sua
praticidade e boa sensibilidade, entretanto, tem especificidade inferior a imunofluorescncia e ao
imunoensaio enzimatico (ELISA). A imunofluorescencia indireta IgG e exame sensivel no diagnostico
da Doenca de Chagas. A imunofluorescencia indireta IgM e util para caracterizar fase aguda. Ambos
apresentam menor reprodutibilidade que o imunoensaio enzimatico (ELISA). O imunoensaio
enzimatico utiliza antigenos altamente purificados com maior sensibilidade (98 a 100%), maior
especificidade (93 a 100%) e leitura mais objetiva. O imunoensaio de particular em gel apresenta
sensibilidade de 96,8% e especificidade de 94,6%.
Nota: Informamos que a Organizacao Mundial de Sade preconiza o uso de pelo menos dois testes de
diferentes metodologias para o diagnostico laboratorial da doenca de chagas.
91
Reaes de Precipitao
As
reaes
de
precipitao
ocorrem
entre
Ags
solveis
seus
Acs
Prozona
1.2-
94
1.3-
96
1.4-
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1.5-
Reao de Contraimunoeletroforese
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