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10 57 08 Apostila Parasitologia

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2014.

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NOES DE PARASITOLOGIA

Prof Eunaldo Santos

2
NOES DE PARASITOLOGIA
Parasitologia o estudo dos parasitas ou doenas parasitrias , mtodos de diagnsticos e
controle de doenas parasitrias. Na maioria dos casos um organismo ( o hospedeiro ) passa a
constituir o meio ecolgico onde vive o outro ( o parasita ).
ANCILOSTOMASES: A

ancilostomose

uma

helmintase

que

pode

ser

causada

tanto

pelo Ancylostoma duodenale como pelo Necatur americanus. Ambos so vermes nematelmintes
(asquelmintes), de pequenas dimenses, medindo entre 1 e 1,5 cm. A doena pode tambm ser
conhecida popularmente como "amarelo", "doena do jeca-tatu", "mal-da-terra", "anemia-dosmineiros, "opilao", etc. As pessoas portadoras desta verminose so plidas, com a pele
amarelada, pois os vermes vivem no intestino delgado e, com suas placas cortantes ou dentes,
rasgam as paredes intestinais, sugam o sangue e provocam hemorragias e anemia.

Ciclo de Vida: Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem. Depois do acasalamento, os
ovos so expulsos com as fezes (a fmea do Ancylostoma duodenale pe at 30 mil ovos por dia,
enquanto que a do Necator americanus pe 9 mil). Encontrando condies favorveis no calor (calor
e umidade), tornam-se embrionados 24 horas depois da expulso.
A larva assim originada denomina-se rabditide. Abandona a casca do ovo, passando a ter
vida livre no solo. Depois de uma semana, em mdia, transforma-se numa larva que pode penetrar
atravs da pele do homem, denominada larva filariide infestante. Quando os indivduos andam
descalos nestas reas, as larvas filariides penetram na pele, migram para os capilares linfticos
da derme e, em seguida, passam para os capilares sanguneos, sendo levadas pela circulao at o
corao e, finalmente, aos pulmes. Depois, perfuram os capilares pulmonares e a parede dos
alvolos, migram pelos bronquolos e chegam faringe. Em seguida, descem pelo esfago e
alcanam o intestino delgado, onde se tornam adultas. Outra contaminao pela larva filariide
encistada (pode ocorrer o encistamento da larva no solo) a qual, se ingerida oralmente, alcana o
estado adulto no intestino delgado, sem percorrer os caminhos descritos anteriormente.

Ciclo de vida detalhado

1- As larvas penetram ativamente atravs da


pele, atingem a circulao e executam uma
viagem semelhante quela realizada pelas
larvas da lombriga, migrando do corao para
os alvolos pulmonares.
2- Dos alvolos, seguem para os brnquios,
traquia, laringe, faringe, esfago, estmago e
intestino
delagado,
local
em
que
se
transformam em adultos.
3- Aps acasalamento no intestino, as fmeas
iniciam a posturas dos ovos, que, misturados as
fezes, so eliminados paara o solo. A diferena
em relao ascaridase que, neste caso, os
ovos eclodem no solo e liberam uma larva.

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Em solo midos e sombrios, as larvas permanecem vivas e se alimentam. Sofrem muda na cutcula
durante esse perodo.
Sintomas: No local da penetrao das larvas filariides, ocorre uma reao inflamatria
(pruriginosa). No decurso, pode ser observada tosse ou at pneumonia (passagem das larvas pelos
pulmes). Em seguida, surgem perturbaes intestinais que se manifestam por clicas, nuseas e
hemorragias decorrentes da ao espoliadora dos dentes ou placas cortantes existentes na boca
destes vermes. Estas hemorragias podem durar muito tempo, levando o indivduo a uma anemia
intensa, o que agrava mais o quadro. Podero ocorrer algumas complicaes, tais como: caquexia
(desnutrio profunda), amenorria (ausncia de menstruao), partos com feto morto e, em
crianas, transtornos no crescimento.
Preveno: As principais medidas de preveno consistem na construo de instalaes sanitrias
adequadas, evitando assim que os ovos dos vermes contaminem o solo; uso de calados, impedindo
a penetrao das larvas pelos ps. Alm do tratamento dos portadores, necessria uma ampla
campanha de educao sanitria. Caso contrrio, o homem correr sempre o risco de adquirir a
verminose.
No tratamento dos doentes, o remdio clssico o befnio; tambm so eficazes o pirantel,
mebendazol e tiabendazol.
ASCARIDASE
Morfologia
O Ascaris lumbricoides, popularmente conhecido como lombriga, o maior nematdio
intestinal do homem. A doena causada pelo Ascaris a Ascaridase. O Ascaris adulto tem
colorao amarelo-rosada, trs lbios em sua extremidade anterior, tem uma cutcula lisa e duas
linhas brancas lateralmente distribudas pelo corpo. Quando adulto, o verme vive na luz do intestino
delgado, onde se alimenta do contedo intestinal do homem e pode se locomover facilmente sem se
fixar mucosa intestinal. Vivem no intestino por cerca de seis meses e pem em mdia cerca de
200 mil ovos. No intestino, podem-se abrigar cerca de 500-600 vermes de uma s vez. Os
ovos so arredondados ou ovais, de colorao marrom, pois absorvem pigmentos biliares das fezes.
Esses ovos no so infectantes para o homem.
1.2 Ciclo Biolgico

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Os ovos fecundados so eliminados pelas fezes, desenvolvem-se temperatura de 30o
35 C, umidade e oxignio. Nessas condies, o ovo pode desenvolver-se em 12 dias, formando
primeiramente em seu interior, uma larva que, em uma semana, sofre mutao para os estgios de
segunda e terceira larvas, respectivamente. Esta terceira larva a larva dita infectante.
O homem infecta-se ingerindo gua contaminada ou alimentos crus infectados com a mesma.
As crianas podem se contaminar atravs do solo, pelo fato de levarem as mos boca. Os ovos
ingeridos atravessam o estmago e as larvas vo ser liberadas no intestino delgado. Atravessam em
seguida a parede do intestino e caem na circulao sangunea, onde vo cair no corao direito e
em seguida, pulmes, onde sofrem novas mudas e depois migram pela rvore brnquica e so ou
eliminados pela saliva ou deglutidos. Quando deglutidos, vo para o intestino e provocam a infeco,
atingindo a maturidade e sendo capazes de reiniciar o seu ciclo.
Epidemiologia: A ascaridase uma das helmintoses mais comuns no Brasil seno a helmintose
mais comum, bem como em todo o mundo, principalmente nas regies subtropicais do planeta. Nas
sociedades de baixo nvel socioeconmico, sua prevalncia facilmente ultrapassa os 80%.
Manifestaes clnicas: No estgio larvrio, dificilmente provocam algum sintoma relato, podendo
ser comuns manifestaes intestinais, pois as larvas migram para veia porta. Na sua passagem
pelos pulmes, podem provocar infeces moderadas que por vezes podem evoluir e levam
tosse, febre, dispneia, dor torcica, roncos, sibilos e
moderada
ou
intensa eosinofilia.
Eosinofilia o aumento da concentrao de eosinfilos (valores superiores a 500 por microlitro),
indicativo de que o indivduo apresenta alguma infeco parasitria (verminose), alguma doena
alrgica ou asma. O diagnstico dado por amostragem de larvas no escarro e, na criana pequena,
pelo lavado gstrico. A cura geralmente espontnea em at duas semanas.Na sua migrao pelo
fgado, as larvas podem provocar, embora sem comprovao, hepatomegalia, acompanhadas de
eosinofilia intensa (94%), mal-estar geral e febre persistente e moderada.
No estgio adulto, a ascaridase intestinal geralmente bem tolerada, suas principais
manifestaes so acentuao da lordose lombar e abdome proeminente, pois podem aumentar o
contedo abdominal e interferir na digesto e absoro entricas. O desconforto abdominal se
manifesta por dor em clica podendo ocorrer nuseas. A desnutrio tambm est relacionada
embora ainda no comprovada, por ao de utilizao do nitrognio e gordura, tolerncia lactose e
utilizao de vitamina A pelo verme. Precedendo esse quadro, pode ocorrer tambm a eliminao
espontnea do verme pela boca, narinas e nus. Quando o quadro de obstruo intestinal persistir
Diagnstico: feito pela presena do parasita nas fezes, ou no material vomitado. Ao RaioX podem ser visveis aps ingesto de contraste, os parasitas com seu trato alimentar contrastado,
ou como manchas alongadas. Aeosinofilia achado frequente na infeco por Ascaris.
Tratamento: O tratamento deve ser feito de imediato, mesmo com pequeno nmero de vermes,
pois sua migrao pode aparecer de fato. Apenas nos casos de ascaridase intestinal, as drogas
mais indicadas so: os sais de piperazina, na dose de 75-100 mg/kg de peso, sais de tetramisol ou
levamisol, nas doses de 80mg para crianas e 150mg para adultos, pamoato de pirantel, na dose de
10mg/kg/dia e o mebendazol, na dose de 100mg via oral cada 12 horas durante trs dias
consecutivos.
Profilaxia: Os principais meios de preveno so a educao para a sade, de modo a evitar a
contaminao no solo com fezes, e contato direto com solo, melhoria dos hbitos higinicos no
preparo de alimentos e seu manuseio, especialmente vegetais.

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O saneamento bsico, a desinfeco e o tratamento so os principais meios de erradicar a
doena. Deve-se usar latrinas, fossas secas e outros dispositivos para o recolhimento de dejetos,
especialmente nas comunidades com precrias condies socioeconmicas. A desinfeco do solo
tambm deve ser tentada, especialmente galinheiros e fazendas, alm da desinfeco de alimentos,
o que mais dificultado, pois geralmente utilizamo-nos da fervura, o que por si s no seria
possvel para completa desinfeco.

http://www.google.com.br/search?q=eosinofilia

Taenia solium
Morfologia: Hermafrodita, medindo de 2 a 5m podendo atingir at 25 m. O esclex globoso,
tendo 4 ventosas e um rostro com dentes quitinosos. O colo curto e o estrbilo apresenta
aproximadamente 1000 anis, possuindo proglotes jovens (largas), maduras (quadrangulares) e
grvidas (longas com ramificaes).
Ovos: So esfricos e constitudos pelo embriforo (membrana radiada) e pelo embrio hexacanto
com
6
acleos.
Larvas: denominada Cysticercus cellulosae. Mede de 2 a 3 mm de dimetro. Apresenta-se como
uma pequena vescula branca, cheia de lquido nutritivo do tamanho de uma ervilha.

Agente etiolgico - Taenia solium, o verme do porco causa infeco intestinal com a forma adulta
e somtica com a larva (cisticercos). O homem adquire tenase quando ingere carne suna, crua ou
parcialmente cozida, contendo cisticercos. Os sunos, por outro lado, adquirem cisticercose quando
ingerem ovos de T. solium, presentes no ambiente contaminado por matria fecal de seres humanos
contaminados. Do mesmo modo que o suno, o homem pode adquirir cisticercose a partir da
ingesto de ovos de T. solium, presentes em alimentos contaminados com matria fecal de origem

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humana, sobretudo verduras cruas, ou por auto-infeco, atravs das mos e roupas contaminadas
com a prprias fezes.
A CISTICERCOSE
causada pela ingesto acidental dos ovos da Taenia solium: platelminto que tem como hospedeiros
intermedirios os sunos. Indivduos com tenase, por possurem em seu organismo a forma adulta
da tnia, liberam ovos destes animais, juntamente com suas fezes, podendo contaminar a gua ou
mesmo alimentos ou mos. Assim, ao se ingerir os ovos da T. solium, este parasita se encaminha do
trato digestrio corrente sangunea, e se aloja em rgos como crebro, olhos, coluna ou
msculos.
Neurocisticercose
A invaso se d por um ou muitos cisticercos. Normalmente o nmero inferior a dez.
Eventualmente
2000.
-formas convulsivas: 50% dos casos. Aparecem em indivduos adultos, at ento sadios, sem
antecedentes. As convulses so frequentes podendo ser com perda de conscincia temporria.
Surgem paralisias e alteraes de sensibilidade. Geralmente associadas a perturbaes mentais.
-formas hipertensivas ou pseudotumorais: h hipertenso craniana refletida por cefalia intensa e
constante, vmitos do tipo cerebral, rigidez de nuca, edema de papila, bradicardia, distrbios
respiratrios, vertigens, sonolncia, epilepsia. Podem ocorrer alteraes psquicas como: apatia,
indiferena, diminuio da ateno, torpor, agitao.
-formas psquicas: leva a perturbaes mentais como a demncia.
Cisticercose Ocular : Perturbaes visuais, reduo da viso e conjuntivites.
Cisticercose Disseminada: Nos msculos, tecido subcutneo e corao. H dores, fadiga, cibras,
palpitaes e dispnias.
Reservatrio - humanos so o hospedeiro definitivo; o porco o hospedeiro intermedirio.
Perodo de incubao - o perodo de incubao da cisticercose pode variar de 1 a 35 dias, mas
geralmente, o quadro clnico manifesta-se entre 2 a 5 anos ps-infeco.
Diagnstico e conduta mdica - dentre os exames laboratoriais que permitem diagnosticar a
cisticercose no homem destacam-se:
- Exame do lquido cefalorraquidiano, o qual fornece elementos consistentes para o diagnstico,
pois o parasita determina alteraes compatveis com o processo inflamatrio crnico.
- Provas sorolgicas, com resultados limitados, pois no permitem localizar os parasitas ou estimar
a carga parasitria, alm de que, a simples presena de anticorpos no significa que a infeco seja
atual. As provas mais utilizadas so:
- ELISA, com sensibilidade aproximada de 80%;
- Imunoeletroforese, que embora no fornea resultados falso-positivos, revela apenas 54% a 87%
dos pacientes com cisticercose; e,
- Imunofluorescncia indireta, altamente especfica, mas pouco sensvel.
- Exame radiolgico, realizado mediante imagens dos cistos calcificados, cujo aspecto
relativamente caracterstico- a calcificao s ocorre aps a morte do parasita.
- Tomografia computadorizada, que auxilia na localizao das leses, notadamente ao nvel do
sistema nervoso central, tanto para os cistos viveis, como para os calcificados.
- Exame anatomopatolgico, realizado ante-mortem, quando eventuais ndulos subcutneos,
permitem bipsia e a anlise histopatolgica, ou post-mortem, quando da realizao de autpsia ou
de necropsia.

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TRATAMENTO: realizado com niclosamida ou praziquantel. Intervir cirurgicamente para aliviar o


desconforto do paciente; hospitalizar e tratar com Praziquantel ou Albendazol os paciente com
cisticercose ativa no sistema nervoso central, controlando o edema cerebral pela morte do
cisticerco, com uma srie curta de corticides.
MEDIDAS PREVENO E CONTROLE - a ocorrncia da cisticercose suna e/ou bovina, um forte
indicador das ms condies sanitrias. Com base nos conhecimentos atuais, a erradicao das
tnias, T. solium e T. saginata, perfeitamente possvel pelas seguintes razes: os ciclos de vida
necessitam do homem como hospedeiro definitivo; a nica fonte de infeco para os hospedeiros
intermedirios, pode ser controlada; no existe nenhum reservatrio selvagem significativo; e,
existem drogas seguras e eficazes para combater a tenase. importante:
Informar as pessoas para: evitar a contaminao fecal do solo, da gua e dos alimentos destinados
ao consumo humano e animal; no utilizar guas servidas para a irrigao das pastagens ;e, cozer
totalmente as carnes de sunos e bovinos.
Identificar e tratar, imediatamente, os indivduos infectados com a T. solium para evitar a
cisticercose, tomando precauo para proteger os pacientes da auto-contaminao, bem como seus
contatos.
Congelar a carne suna e bovina a temperatura abaixo de 5 C, por no mnimo 4 dias;
Submeter inspeo as carcaas, nos abatedouros de sunos e bovinos, destinando-se conforme
os nveis de contaminao: condenao total, parcial, congelamento,
Impedir o acesso de sunos s fezes humanas, latrinas e esgotos. 6. Controle do paciente, contato
e meio-ambiente:
Informar a autoridade sanitria local.
Colaborar na desinfeco; dispor as fezes de maneira higinica; enfatizar a necessidade de
saneamento rigoroso e higienizao das instalaes; investir em educao em sade promovendo
mudanas de hbitos, como a lavagem das mos aps defecar e antes de comer.
Investigar os contatos e as fontes de infeco; avaliar os contatos com sintomas.

Taenia saginata
Descrio da doena - Taenia saginata produz a doena denominada cisticercose bovina que
compreende sintomas variveis desde dor abdominal leve, at nervosismo, insnia, anorexia, perda
de peso e outros distrbios digestivos. O fato mais surpreendente consiste na passagem (ativa ou
passiva) das proglotes. Ocasionalmente, apendicite ou colangite ( inflamao das vias biliares )
podem resultar da migrao de proglotes. Exceto pela eliminao dos vermes pelo nus, a maioria
das infeces assintomtica.
Agente etiolgico - Taenia saginata, transmitida pela carne bovina contaminada causa somente
infeco intestinal com o verme adulto em humanos.
Ciclo de Vida: Os humanos so os nicos hospedeiros definitivos de Taenia saginata. O verme
adulto (comprimento: em torno de 5 m ou menos, mas at 13 m) reside no intestino delgado onde se
fixa por uma estrutura chamada esclex. Produzem proglotes (cada verme tem de 1.000 a 2.000
proglotes) que se engravidam, destacam-se do verme e migram para o nus ou saem com as fezes
(cerca de 6 por dia). Cada proglote grvida contm de 80.000 a 100.000 ovos que so liberados
depois que esta estrutura se destaca do corpo do verme e saem com as fezes. Os ovos podem
sobreviver por meses at anos no ambiente. A ingesto de vegetao contaminada pelos ovos (ou

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proglotes) infesta o hospedeiro intermedirio (bovinos e outros herbvoros). No intestino do animal,
os ovos liberam a oncosfera, que evagina, invade a parede intestinal e migra para os msculos
estriados, onde se desenvolve no cisticerco. O cisticerco pode sobreviver por muitos anos no
animal. A ingesto de carne crua ou mal passada com cisticerco infesta os humanos. No intestino
humano, o cisticerco se desenvolve 2 meses depois no verme adulto, que pode sobreviver por mais
de 30 anos.
Ocorrncia - esta espcie de distribuio mundial.
Reservatrio - humanos so os hospedeiros definitivos desta taenia e o gado, hospedeiro
intermedirio.
Modo de transmisso - carne bovina crua ou mal cozida contaminada por cisticercos.
Perodo de incubao - sintomas de cisticercose podem aparecer de dias a mais de 10 dias depois
da infeco. Ovos aparecem nas fezes 10 a 14 dias na T. saginata.
Conduta mdica e diagnstico - o tratamento realizado com niclosamida ou praziquantel.
importante destacar que os ovos das tnias dos sunos e dos bovinos so, microscopicamente,
impossveis de se diferenciar. As principais diferenas entre a T. solium e a T. saginata dos
bovinos.

Schistosoma mansoni
A infeco humana pelo S. mansoni tambm denominada de esquistossomase mansnica
ou intestinal e, no Brasil a doena popularmente conhecida como xistose, barriga dgua ou mal do
caramujo
Histrico: A denominao da espcie S. mansoni foi dada em 1907, por Sambon em Londres. Ele
atravs de exames em poucas amostras fecais adiantou-se e descreveu a nova espcie. Na mesma
poca Piraj da Silva, na Bahia, fez numerosos exames de fezes e necropsias e pde confirmar que
o Schistosoma era realmente uma espcie distinta. Os trabalhos de Piraj acabaram com as dvidas
a respeito da denominao dada por Sambon, porm a denominao da espcie coube ao
pesquisador ingls. As espcies do gnero Schistosoma que afetam o homem chegaram s Amricas
durante o trfico de escravos e com os imigrantes orientais e asiticos. Entretanto, apenas o S.
mansoni aqui se fixou, seguramente pelo encontro de bons hospedeiros intermedirios e pelas
condies ambientais semelhantes s da regio de origem.
Morfologia: Deve ser estudada nas vrias fases que podem ser encontradas em seu ciclo biolgico:
adulto macho e fmea , ovo, miracdio, esporocisto, e cercaria.
Ciclo biolgico: E tem como hospedeiro intermedirio os caramujos do gnero Biomphalaria e
hospedeiro definitivo o homem, o ovo do S. mansoni eliminado pelas fezes de indivduos
infectados, ao entrarem em contato com a gua os ovos liberam o miracdio, estimulados pela ao
dos seguintes fatores: temperaturas mais altas, luz intensa e oxigenao da gua. Os miracdios por
sua vez do origem as cercrias, estas vo parasitar o homem penetrando-lhe a pele. Depois da
penetrao, as cercrias passam a se chamar esquistossmulos. Esses ganham a circulao venosa,
chegam ao pulmo, corao, artrias mesentricas e sistema porta. A maturao sexual ocorre
nesse local aps cerca de 30 dias da penetrao, originando machos e fmeas de 1 a 1.5 cm de
comprimento. H reproduo . Os ovos, aps passarem da submucosa para a luz intestinal, so

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eliminados nas fezes. O tempo entre a penetrao cutnea e o aparecimento dos ovos nas fezes
de 3 a 4 semanas.
Doena: A esquistossomose mansoni basicamente uma doena que decorre da resposta
inflamatria granulomatosa em torno dos ovos vivos do parasito. Os antgenos secretados no
interior do ovo maduro atravessam os tecidos e se disseminam nas circunvizinhanas destes. Estes
antgenos, chamados antgenos solveis dos ovos so os elementos fundamentais na formao da
reao granulomatosa e, portanto, da doena. O processo da formao do granuloma deve ser
considerado nas fases aguda e crnica da doena. Na fase aguda, a reao granulomatosa
exacerbada e atinge dimenso considervel, apresentando volume at 100 vezes o do ovo. Na fase
crnica, este granuloma atinge dimenses bem menores.
A patogenia da doena est ligada a vrios fatores, tais como cepa do parasito, carga
parasitria adquirida, idade, estado nutricional e resposta imunitria da pessoa. De todos estes
fatores parece que os dois mais importantes so a carga parasitria e a resposta do sistema imune
do paciente. Assim, em populao com a mdia do nmero de ovos nas fezes muito elevada, mais
frequente a forma hepatoesplnica e as formas pulmonares. sabe-se tambm que as alteraes
cutneas e hepticas so grandemente influenciadas pela resposta imune do paciente, frente aos
antgenos dos esquistossmulos e dos ovos.
Transmisso: Penetrao ativa das cercarias na pele e mucosa. As cercarias penetram mais
frequentemente nos ps e nas pernas por serem reas do corpo que mais ficam em contato com
guas contaminadas.
MANIFESTAES CLNICAS: O parasitismo pelo S. mansoni pode apresentar-se assintomtico na
maioria das vezes.
Formas clnicas: pode apresentar dermatite, ppulas eritematosas e prurido. Com cerca de 3 a 7
semanas de exposio pode surgir febre, anorexia, dor abdominal, mal estar, cefalia, diarria,
fezes mucosanguinolentas, nuseas, vmitos, tosse seca e hepatomegalia. Os ovos so os elementos
fundamentais da patogenia da esquistossomose, pois em grande nmero, principalmente na parede
do intestino, podem provocar hemorragias e reas de necrose, levando a uma enterocolite aguda.
No fgado e em outros rgos, os ovos causam a formao de granulomas. O quadro hematolgico
de leucocitose moderada, com intensa eosinofilia (25 a 50%).
A fase crnica apresenta trs formas clnicas: forma intestinal, hepatointestinal e hepatoesplnica
compensada e descompensada. As complicaes da doena se caracterizam por fibrose heptica,
hipertenso portal, ascite, insuficincia heptica severa, hemorragia digestiva, comprometimento do
sistema nervoso central e de outros rgos.
Diagnstico: No diagnstico clnico, deve-se levar em conta a fase da doena. Alm disso, de
fundamental importncia a anamnese detalhada do caso do paciente. O diagnstico pode ser direto
atravs de exame de fezes, bipsia ou raspagem da mucosa retal; ou ainda atravs de mtodos
imunolgicos ou indiretos.
Tratamento: feito atravs do uso dos quimioterpicos mais modernos

como oxamniquina e

praziquantel na maioria dos pacientes com presena de ovos viveis nas fezes ou na mucosa retal.
Em casos de indivduos com alteraes neurolgicas, mulheres grvidas, doenas cardacas graves
e hepatite, deve-se estudar criteriosamente o uso de ambas as drogas.

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Profilaxia: A esquistossomose mansoni tem no homem seu principal hospedeiro definitivo e as
modificaes ambientais produzidas pela atividade humana favorecem a proliferao dos caramujos
transmissores. As condies inadequadas de saneamento bsico so o principal fator responsvel
pela presena de focos de transmisso. uma doena tipicamente condicionada pelo padro
socioeconmico precrio que atinge a maioria da populao brasileira. A presena de caramujos
transmissores ou potencialmente transmissores, em uma vasta rea do territrio nacional ligada s
intensas migraes das populaes carentes das reas endmicas procura de empregos ou
melhoria de condies de vida, aponta fortemente para formao de novos focos de transmisso.
As medidas profilticas gerais so: tratamento da populao em larga escala ou seletivo que pode
reduzir significativamente as formas hepatoesplnicas; saneamento bsico que sem dvida a
medida que resulta em benefcios duradouros para comunidade. imprescindvel que se acentue
que o saneamento bsico com construo de rede de esgotos e tratamento de gua no vai prevenir
somente a transmisso da esquistossomose, mas de todas as outras doenas de veiculao hdrica
decorrentes de poluio fecal.
Ovos: presena de espinho lateral, forma elipsode irregular com duas membrana envoltrias.
Miracdeos: medem aproximadamente o tamanho do ovo e de igual forma tambm a primeira
forma larvria e embrionria, so mveis por possurem clios, e apresentam duas glndula
adesivas e uma glndula de penetrao na regio anterior ao corpo.
Cercria: so delgadas, medem aproximadamente de 2 a 4 mm, com termotropismo positivo,
penetrao ativa pela pele, podem ser subdividida em cabea, corpo e cauda, sendo essa ltima
bifurcada.

Enterobius vermicularis
Morfologia:
Adultos: ambas sexos possui na extremidade anterior um cutcula estriada semelhante a asas
sendo denominadas assa enceflicas, os machos medem de 2 a 5 mm, possui a parte posterior
enrolada terminando em ponta romba, as fmeas s maiores que os machos medem de 8 a 12 mm,
regio posterior do corpo retilnea ou ligeiramente encurvada.

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Ovos: so assimtricos, a casca e dupla transparente permitindo ser observado no seu interior um
embrio j formado.

Evoluo: um helminto nematdeo de 0,3 a 1,0 cm, conhecido como oxirus. Morfologicamente,
apresenta como caracterstica do verme adulto um par de asas ceflicas. Aps o acasalamento, o
macho eliminado com as fezes e a fmea adulta (1) se dirige at o nus para fazer a ovipostura,
principalmente noite. Com frequncia, no consegue retornar para a ampola retal, morrendo
nesse local. Os ovos (2) maturam rapidamente na pele da regio perianal ou no solo, apresentando
larvas infectantes. Ento, os ovos maduros devem ser ingeridos pelo hospedeiro para a
continuidade do ciclo.
Os ovos ingeridos eclodem no intestino delgado. As larvas migram pela mucosa intestinal at o
ceco e intestino grosso, onde atingem a maturidade. O perodo pr-patente de um a dois
meses. Provocam poucas leses significativas na mucosa. Na regio perianal e perneo, pode haver
lacerao da pele, com hemorragia, dermatite e infeces secundrias. Localizaes ectpicas
podem se manifestar como uretrite e vaginite.
Como se adquire: Esta verminose adquirida pela chegada dos ovos deste parasita ao aparelho
digestivo atravs de mecanismos como: a - deglutio - junto com alimentos, poeira de casa,
objetos, animais, roupas contaminados com ovos dos oxiros. Auto-infestao, no ato de coar o
nus os ovos podem aderir aos dedos e ento levados boca. Aps a deglutio dos ovos, no
intestino as larvas se transformam em adultos, as fmeas guardam os ovos fecundados e os machos
morrem. As fmeas migram para o clon e reto, de noite elas Saem pelo esfncter anal e depositam
ovos na regio anal e perianal.
Sintomatologia: As manifestaes incluem prurido anal intenso, especialmente noite; nuseas,
emagrecimento, diarrias, dores abdominais, nervosismo, insnia, eosinofilia e anemia. leses no
anus e vagina.
Diagnstico: O diagnstico pode ser evidenciado pela visualizao dos vermes nas fezes (raro), em
pesquisa de ovos no exame parasitolgico de fezes e mais comumente pela pesquisa de ovos na
regio perianal e anal atravs de raspado anal (swab) ou fita adesiva. A contaminao entre
pessoas da mesma casa comum.
Tratamento e profilaxia: uso de sais de piperazina, pamoato de pirantel, mebendazol e albendazol
(Zolbem). Como profilaxia tratamento dos portadores, cuidados na higiene pessoal evitando a auto e
hetero-infestao, alimentos contaminados, e tratamento de esgotos e guas. Hbitos de higiene
corporal e limpeza de roupas ntimas, toalhas e lenis previne a infeco.

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TOXOPLASMA GONDII/TOXOPLASMOSE

Descrio da doena - geralmente assintomtica, nos quadro agudos,, pode apresentar febre,
linfoadenopatia, linfocitose e dores musculares que persistem durante dias a semanas. Ocorre
transmisso transplacentria, em que o feto apresentar leso cerebral, deformidades fsicas e
convulses desde do nascimento at um pouco depois. Pacientes imunodeficientes so mais
acometidos pela infeco, podendo apresentar cerebrite, corioretinite, pneumonia, envolvimento
msculo-esqueltico generalizado, miocardite, e/ou morte.
Agente etiolgico - o agente causal, Toxoplasma gondii um protozorio coccdio intracelular,
prprio dos gatos, e que pertencem famlia Sarcocystidae, da classe Sporozoa.
Ciclo de vida: Aps ingesto pelo gato de tecidos contendo oocistos ou cistos, estes so liberados
no organismo e penetram no epitlio intestinal onde sofrem reproduo se transformando em
oocistos, podendo ser excretados junto com as fezes. Os oocistos necessitam de 1 a 5 dias no
ambiente, tornado-se infectivos. Os cistos podem sobreviver durante meses no ambiente e so
resistentes a desinfetantes, congelamento e processo de secagem, mas destrudos pelo
aquecimento a 70C por 10 minutos. Estes oocistos podem infectar o homem de diversas maneiras.

Ocorrncia - a distribuio da doena mundial, e afeta os mamferos e as aves. A infeco no


homem comum. mais comum em regies de clima quente e de baixa altitude. Alta prevalncia
(85%) de infeco foi relatada na Frana pelo consumo de carne crua ou mal cozida, enquanto que
na Amrica Central a alta prevalncia foi relacionada a presena de grande quantidades de gatos
abandonados em climas que favoreciam a sobrevivncia de oocistos.
Reservatrio - os hospedeiro definitivos de Toxoplasma gondii so os gatos e outros felinos que se
contaminam pela ingesto de mamferos.
Modo de transmisso - o Toxoplasma gondii transmitido ao homem por diversas maneiras: atravs
da ingesto de carne mal cozida contendo cistos de Toxoplasma; pela ingesto de oocistos
provenientes de mo contaminada por fezes ou alimento e gua; transmisso transplacentria;
inoculao acidental de traquizotos ou pela ingesto de oocistos infectantes na gua ou alimento

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contaminado com fezes de gato. Pode ocorrer transmisso atravs da inalao de oocistos . As
fezes de cabras e vacas infectadas podem conter traquizotos.
A infeco por transfuso de sangue e transplante de rgos de um doador infectado rara, porm
pode ocorrer.

Perodo de incubao - consiste de 10 a 23 dias quando a infeco provm da ingesto de carne


mal cozida; de 5 a 20 dias em uma infeco associada a gatos.
Susceptibilidade e resistncia - todos esto susceptveis infeco, porm a imunidade facilmente
adquirida e muitas infeces so assintomticas. Os pacientes que so tratados por citotxicos ou
imunossupressores so mais susceptveis infeco.
Conduta mdica e diagnstico - o diagnstico se baseia nos sinais clnicos e pela confirmao
atravs de estudos sorolgicos, pela demonstrao do agente em tecidos ou lquidos corporais pela
bipsia ou necrpsia ou pela identificao do agente em animais ou atravs do cultivo de material.
Aumentos dos nveis de anticorpos apontam para infeco ativa.

A presena de IgM especfico

e/ou aumento dos ttulos de IgG em soro sequencial de crianas evidencia conclusiva de infeco
congnita. Altos nveis de anticorpos IgG podem persistir por anos no significando atividade da
doena. Pode-se detectar material gentico do parasita por tcnicas de biologia molecular,
principalmente nas infeces congnitas no tero.
Tratamento: O tratamento no necessrio para pessoas saudveis e que no estejam grvidas.
Para mulheres grvidas e pessoas com deficincia do sistema imunolgico, o tratamento deve ser
feito com pirimetamina, sulfadiaziana e cido folnico durante quatro semanas. Clindamicina em
adio a esses agentes utilizada para tratamento da toxoplasmose ocular. Espiramicina usada
em gestantes para prevenir a infeco placentria.
Medidas de controle - notificao de surtos a ocorrncia de surtos

ou mais casos) requer a

notificao imediata s autoridades de vigilncia epidemiolgica municipal, regional ou central, para


que se desencadeie a investigao das fontes comuns e o controle da transmisso atravs de
medidas preventivas. Orientaes podero ser obtidas junto Central de Vigilncia Epidemiolgica
Disque CVE, medidas preventivas a infeco prevenida atravs do cozimento adequado da
carne e congelamento da mesma para diminuir sua infectividade;
Deve-se eliminar as fezes juntamente com a areia onde os gatos defecam para prevenir que os
esporocistos se tornem infectantes;
Deve-se lavar a mo depois da manipulao de carne crua e aps o contato com terra
contaminada por fezes de gato.
Manter as crianas distantes dos locais onde os gatos infectados defecam.
A melhor forma para preveno da toxoplasmose congnita utilizar medidas de preveno primria
e educao sanitria, como aconselhar as gestantes a evitar a exposio ao antgeno, evitando p
contato com animais possivelmente infectados.

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TRIPANOSSOMASE AMERICANA (DOENA DE CHAGAS)
Agente etiolgico: Trypanosoma cruzi

Introduo: Protozorio flagelado agente da Doena de Chagas, tambm conhecida como


Tripanossomase americana. Milhes de pessoas esto infectadas em todo a Amrica Latina, sendo
que grande parte dos casos est localizada no Brasil, principalmente nas regies Nordeste, Sudeste
e Sul. uma doena de evoluo crnica, debilitante, que determina no homem quadros clnicos
com caractersticas e consequncias muito variadas. Ela est intimamente relacionada s ms
condies das moradias, pois essas favorecem a nidificao dos hempteros triatomneos,
conhecidos vulgarmente como barbeiros.
Biologia do parasito: O homem se infecta durante a hematofagia, quando o barbeiro elimina os
tripomastigotas em suas fezes. Essas so as formas infectantes e podem penetrar pelas mucosas,
quando o homem leva as mos contaminadas aos olhos ou nariz, e por solues de continuidade,
como as provocadas pelo ato de coar ou pelo orifcio da picada do barbeiro. Logo aps
a penetrao, o tripomastigota invade clulas do sistema fagoctico mononuclear (clula alvo) e
perde o flagelo, passando a se chamar amastigota. Os principais rgos atingidos so o corao,
tubo digestivo e plexos nervosos.
Patogenia e preveno: O perodo de incubao da parasitase varia de uma a trs semanas, sendo
que a doena de Chagas se caracteriza por apresentar duas fases: aguda e crnica. Essa fase de
intensa multiplicao e invaso de clulas caracteriza a fase aguda da Doena de Chagas. No stio
de infeco h intensa reao inflamatria antes de uma disseminao do protozorio. Esta rea de
inflamao aguda local, pode produzir uma reao intensa denominada Chagoma. A partir da, a
disseminao vai produzindo reas de inflamao multifocal em diversos rgos, com predomnio da
infeco no corao e sistema nervoso, seguido da miosite focal e comprometimento dos plexos
nervosos intestinais, nos casos mais graves.
Ao mesmo tempo em que a infeco abrange mais tecidos e a parasitemia aumenta, a
resposta imune comea a ser montada com a produo de anticorpos e intensa reatividade celular
no sito inicial de inoculao. Caso essa resposta se torne mais intensa o nmero de parasitos
circulantes cai progressivamente at que sejam completamente eliminados da circulao,
caracterizando o fim da fase aguda da doena. Com o fim da fase aguda, os protozorios que no
foram eliminados pela resposta humoral, podem ainda permanecer viveis no interior das clulas
infectadas. A partir da est caracterizada a fase crnica da Doena de Chagas, que pode evoluir
para as manifestaes caractersticas da Doena de Chagas (forma sintomtica), tornar-se
oligossintomtica ou no revelar manifestaes evidentes da doena, a no ser a reao sorolgica,
caracterizando os casos indeterminados, que so os mais freqentes.
Nas formas sintomticas mais graves ocorrem as dilataes cavitrias: a cardiopatia
chagsica crnica, o megaesfago e o megaclon. O uso de medicaes especficas contra as
reagudizaes, mas ainda no est comprovada a cura medicamentosa da Doea de Chagas.
O diagnstico da doena feito pela visualizao do protozorio, sorologia, cultura e, em
certas circunstncias, por PCR. Tambm pode ser feito a partir de bipsias de linfonodos, durante a
fase aguda da doena. Os mtodos de imunodiagnstico, especialmente a imunofluorescncia, ELISA
e hemaglutinao, so utilizados na fase crnica. A melhoria das condies de moradia, o controle
do vetor e de reservatrios (gambs e morcegos) e a fiscalizao dos bancos de sangue e
campanhas contra a drogadio so medidas que devem ser tomadas a fim de prevenir a doena de
Chagas.

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Amastigotas de Trypanosoma cruzi

Tripomastigota de Trypanosoma cruzi

Tripomastigota
de Trypanosoma
cruzi. Seta
cinetoplasto; vermelha - ncleo; azul - membrana ondulante; verde - flagelo.

preta

Epimastigota de Trypanosoma cruzi

Como se faz o diagnstico? Sempre se deve levantar a suspeita quando estamos diante de um
indivduo que andou por zona endmica e apresenta sintomas compatveis. Testes de deteco de
anticorpos ao Trypanosoma no sangue mais comumente, bem como a deteco do prprio parasita
no sangue, nas fases mais agudas, fazem o diagnstico.
Como se trata? A medicao utilizada, no nosso meio, o benzonidazole, que muito txico,
sobretudo pelo tempo de tratamento, que pode durar de trs a quatro meses. Seu uso de

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comprovado benefcio na fase aguda. Na fase crnica, o tratamento dirigido s manifestaes. A
diminuio da capacidade de trabalho do corao tratada como na insuficncia deste rgo por
outras causas, podendo, em alguns casos, impor at a necessidade de transplante.
Como se previne? Basicamente, pela eliminao do vetor, o barbeiro, por meio de medidas que
tornem menos propcio o convvio deste prximo aos humanos, como a construo de melhores
habitaes.
Tricomonase
uma infeco sexualmente transmissvel causada pelo parasita Trichomonas vaginalis. Nas
mulheres, ataca o colo do tero, a vagina e a uretra, e nos homens, o pnis.
Causas: A tricomonase encontrada em todo mundo. o maior nmero de casos observado em
mulheres de 16 a 35 anos de idade. O Trichomonas vaginalis disseminado atravs do contato
sexual com um parceiro infectado. Isso inclui a relao pnis-vagina ou contato vulva-vulva. O
parasita no sobrevive na boca ou no reto. A doena pode afetar tanto homens como mulheres, mas
os sintomas diferem entre os dois grupos. A infeco geralmente no causa sintomas nos homens e
desaparece por si s em algumas semanas.
Sinais e Sintomas: Os sintomas mais comuns so dor durante a relao sexual, corrimento
abundante, ardncia e dificuldade para urinar, coceira nos rgos sexuais, porm a maioria das
pessoas infectadas no sente alteraes no organismo.
Formas de contgio: A doena pode ser transmitida pelo sexo sem camisinha com uma pessoa
infectada.
Como feito o diagnstico? Amostra da secreo da vagina ou do pnis que ser examinada atravs
de um microscpico e ser positivo se o examinador visualizar as formas do Tricomonas. Nas
mulheres, um exame plvico mostra manchas vermelhas na parede vaginal ou crvix. Uma anlise a
fresco (exame microscpico de corrimento) pode mostrar sinais de inflamao ou organismos
causadores de infeco nos fludos vaginais. Um esfregao de Papanicolau tambm pode
diagnosticar a condio. A doena pode ser difcil de ser diagnosticada nos homens. Os homens so
tratados se a infeco for diagnosticada em qualquer um de seus parceiros sexuais. Eles tambm
podem ser tratados se apresentarem sintomas contnuos de queimao ou coceira na uretra apesar
do tratamento para gonorreia e clamdia.

Triconomas vaginalis
Tratamento: O antibitico metronidazol comumente usado para curar a infeco. Uma droga mais
nova, chamada Tinidazol pode ser usada. Voc no deve ingerir bebidas alcolicas enquanto estiver
tomando o medicamento e nas 48 horas posteriores. Se forem ingeridas bebidas alcolicas, pode
ocorrer nusea severa, dor abdominal e vmitos. Evite relaes sexuais at que o tratamento seja
concludo. Os parceiros sexuais devem ser tratados simultaneamente, mesmo se no apresentarem
sintomas. Se tiver sido diagnosticado com uma infeco sexualmente transmissvel, voc deve fazer
teste para outras doenas.

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Preveno: Uma relao sexual monogmica com um parceiro saudvel conhecido pode ajudar a
reduzir o risco de infeces sexualmente transmissveis, incluindo a tricomonase. Alm da
abstinncia total, o uso de preservativos continua sendo a melhor e mais confivel maneira de
proteger-se contra infeces sexualmente transmissveis. Os preservativos devem ser usados de
forma consistente e correta para que sejam eficientes.

Leishmaniose
As leishmanioses so um conjunto de doenas causadas por protozorios do gnero
Leishmania e da famlia Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em
leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou
calazar), que ataca rgos internos.
Agentes causadores: A leishmnia transmitida ao homem (e tambm a outras espcies de
mamferos) por insetos vetores ou transmissores, conhecidos como flebotomneos. A transmisso
acontece quando uma fmea infectada de flebotomneo passa o protozorio a uma vtima sem a
infeco, enquanto se alimenta de seu sangue. Tais vtimas, alm do homem, so vrios mamferos
silvestres (como a preguia, o gamb, roedores, candeos) e domsticos (co, cavalo etc.).
Os flebotomneos so insetos pequenos, de cor amarelada e pertencem ordem Diptera, mesmo
grupo das moscas, mosquitos, borrachudos e maruins; apresentam um par de asas e um par de
pequenas estruturas, chamados de halteres ou balancins, responsveis pela estabilidade do voo e o
zumbido caracterstico dos dpteros. No Brasil, esses insetos podem ser conhecidos por diferentes
nomes de acordo com sua ocorrncia geogrfica, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, asa
branca, cangalhinha, birigui, anjinho, entre outros.
Sintomas: A diversidade de espcies de Leishmania, associada capacidade de resposta imunitria
de cada indivduo infeco, est relacionada com as vrias formas clnicas das leishmanioses. As
leishmanioses tegumentares causam leses na pele, mais comumente ulceraes e, em casos mais
graves (leishmaniose mucosa), atacam as mucosas do nariz e da boca. J a leishmaniose visceral,
como o prprio nome indica, afeta as vsceras (ou rgos internos), sobretudo fgado, bao, gnglios
linfticos e medula ssea, podendo levar morte quando no tratada. Os sintomas incluem febre,
emagrecimento, anemia, aumento do fgado e do bao, hemorragias e imunodeficincia. Doenas
causadas por bactrias (principalmente pneumonias) ou manifestaes hemorrgicas so as causas
mais freqentes de morte nos casos de leishmaniose visceral, especialmente em crianas.
Diagnstico e Tratamento: O diagnstico parasitolgico feito atravs da demonstrao do parasito
por exame direto ou cultivo de material obtido dos tecidos infectados (medula ssea, pele ou
mucosas da face) por aspirao, bipsia ou raspado das leses. Para o diagnstico, h tambm
mtodos imunolgicos que avaliam a resposta de clulas do sistema imunitrio e a presena de
anticorpos anti-Leishmania. Nesta categoria se incluem o teste cutneo de Montenegro e testes
sorolgicos (exame de sangue), dos quais os mais utilizados so os ensaios de imunofluorescncia
indireta e o imunoenzimtico (ELISA). Nem o teste de Montenegro nem os mtodos sorolgicos
positivos significam doena. Indicam infeco por Leishmania, que pode ser atual ou passada. H
tambm os mtodos moleculares (PCR) que detectam a presena de cidos nucleicos do parasito.
Os elementos clnicos e epidemiolgicos tambm contribuem substancialmente para o diagnstico.

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TRATAMENTO: Para todas as formas de leishmaniose, o tratamento de primeira linha no Brasil se
faz por meio do antimoniato de meglumina (Glucantime). Outras drogas, utilizadas como segunda
escolha, so a anfotericina B e a pentamidina. Todas estas drogas tm toxicidade considervel.
PREVENO: No h vacina contra as leishmanioses humanas. As medidas mais utilizadas para o
combate da enfermidade se baseiam no controle de vetores e dos reservatrios, proteo
individual, diagnstico precoce e tratamento dos doentes, manejo ambiental e educao em sade.
H vacinas contra a leishmaniose visceral canina licenciadas no Brasil e na Europa. O co
domstico considerado o reservatrio epidemiologicamente mais importante para a leishmaniose
visceral americana, mas o Ministrio da Sade do Brasil no adota a vacinao canina como medida
de controle da leishmaniose visceral humana. As medidas de proteo preconizadas consistem
basicamente em diminuir o contato direto entre humanos e os flebotomneos. Nessas situaes as
orientaes so o uso de repelentes, evitar os horrios e ambientes onde esses vetores possam ter
atividade, a utilizao de mosquiteiros de tela fina e, dentro do possvel, a colocao de telas de
proteo nas janelas. Outras medidas importantes so manter sempre limpas as reas prximas s
residncias e os abrigos de animais domsticos; realizar podas peridicas nas rvores para que no
se criem os ambientes sombreados; alm de no acumular lixo orgnico, objetivando evitar a
presena mamferos comensais prximos s residncias, como marsupiais e roedores, que so
provveis fontes de infeco para os flebotomneos.

TRICURASE

Ovos de Trichuris trichiura


A tricurase uma parasitose muito comum em pases subdesenvolvidos, onde as condies
de saneamento bsico so precrias. O Trichuris trichiura um parasito que no se adapta bem a
locais ridos ou muito frios, por isso, as regies tropicais, onde o clima mido e quente, so as
que apresentam maior nmero de casos desta verminose. Em todo mundo, estima-se que mais de 1
bilho de pessoas estejam infectadas com esse parasito, a maioria delas sem apresentar qualquer
tipo de sintoma. Devido ao fato do Trichuris trichiura viver em ambientes com caractersticas
semelhantes aos do parasito Ascaris lumbricoides, muito comum a co-infeco por ambos
nematdeos.

O Trichuris

trichiura um verme morfologicamente parecido com o Ascaris

lumbricoides, porm, ele bem menor, medindo, em mdia, cerca de 4 cm contra os habituais 30 cm
do scaris. A tricurase uma doena de transmisso fecal-oral. Um indivduo se contamina com
o Trichuris trichiura quando ingere acidentalmente ovos do parasita contidos em alimentos, gua ou
no solo.
Transmisso do Trichuris trichiura:

O ciclo de vida do Trichuris trichiura pode ser resumido da

seguinte forma: um indivduo infectado libera milhares de ovos do parasita a cada evacuao. Se as
fezes entrarem em contato com o solo, os ovos encontram um local propcio para amadurecer. Aps
cerca de 2 ou 3 semanas, os ovos passam a conter um embrio do verme capaz de infectar quem o
consumir.

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A ingesto de ovos que foram eliminados recentemente nas fezes no capaz de contaminar
outras pessoas, pois o embrio no seu interior precisa deste tempo de 2 semanas de
amadurecimento no solo para poder completar o seu ciclo de vida. Em ambientes midos e com
pouca exposio solar direta, os ovos do Trichuris trichiura podem permanecer viveis por vrios
meses. Por outro lado, em locais secos, muito quentes ou com exposio solar direta, o ovo sofre
desidratao e o embrio em seu interior morre rapidamente. As duas formas mais comuns de
contaminao so atravs do contato da boca com mos que manipularam solo infectado ou por
consumo de alimentos plantados em terra adubada com fezes humana. Uma vez ingeridos, os ovos
do parasito conseguem atravessar inclumes o estmago e eclodem ao chegar ao intestino delgado,
liberando as larvas do verme. Aps cerca de 3 meses, as larvas se tornam vermes adultos e migram
para o intestino grosso, onde iro habitar definitivamente. Uma vez no intestino grosso, o Trichuris

trichiura pode viver por at 5 anos. A fmea do parasito capaz de colocar mais de 20 mil ovos por
dia,

que

sero

eliminados

pelas

fezes,

dando

incio

um

novo

ciclo.

Sinais e sintomas: A imensa maioria dos pacientes contaminados com o Trichuris trichiura no
apresenta sintomas. Em geral, somente os indivduos com os intestinos infestados com centenas de
parasitos que desenvolvem sintomas de tricurase. Nestes casos, o quadro clnico mais comum
de diarreia crnica, que pode ou no vir acompanhada de muco ou sangue misturado s fezes.
Distenso abdominal, enjoos, perda de peso, flatulncia e anemia so outros sinais e sintomas
possveis. Um sinal tpico, geralmente presente em crianas com contaminao macia, o prolapso
retal, uma protuso de parte do reto atravs do nus. Nestes casos, comum conseguirmos ver
vermes aderidos mucosa do reto que est exteriorizada.
DIAGNSTICO LABORATORIAL: O diagnstico laboratorial da tricurase baseia-se no exame
parasitolgico de fezes com pesquisa de ovos do parasito. Os vermes adultos podem ser
encontrados ao exame macroscpico das fezes.
TRATAMENTO: As opes de tratamento para tricurase so:
Mebendazol , Albendazol : Em pacientes com infeco macia, o tratamento pode ser
prolongado por 5 a 7 dias. A taxa de cura com estes esquemas costuma ser acima de 90%.
Deve-se evitar o uso de albendazol ou mebendazol nas grvidas. Em geral, nas gestantes
infectadas, o tratamento adiado at depois do parto, para diminuir o risco de toxicidade
para o feto.

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Bibliografia e para saber mais sobre a doenas


AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Control of Communicable Diseases Manual. Abram
S. Benenson, Ed., 16 th Edition, 1995
CDC/ATLANTA/USA. DPDx - Identification and Diagnosis of Parasites of Public Health Concern .
CDC/ATLANTA/USA. DPDx - Toxoplasmosis. In: www.dpd.cdc.gov/dpdx
, BENENSON, AS. El Control de las enfermidades transmisibles em el hombre. 15 ed.
Washington, DC: Informe oficial de la Asociacin Estadounidense de Salud Pblica,1992: 652 520.

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