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Atividade 3 - Narradores de Jave

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Nome: Gisele Aparecida Moraes

Escola: EM Jos Jlio Martins Baptista


Disciplina: Histria
Tema da Tarefa/Atividade: Atividade 4 Arte como Expresso e Cultura
Esta atividade uma reflexo sobre o tema da memria, as diferenas entre o
narrado e o vivido, as interferncias do presente nas narrativas do passado, a
noo de fonte documental como falso ou verdadeiro.
A partir do filme Narradores de Jav (Elaine Caff), faa uma anlise, tendo
como referncia os conceitos abordados e discutidos nas aulas anteriores.
Nossa memria naturalmente seletiva e afetiva, nos lembramos daquilo que nos toca.
Mesmo no momento da construo de nossas memrias somos seletivos. Se fizermos
um estudo do meio com nossos alunos e pedirmos para que anotem suas impresses do
passeio como um todo, desde o transporte at o local de estudo, o que, de fato,
aprenderam, e a volta para casa, certamente, ao final do estudo, teremos relatos
distintos, pois cada indivduo nico em suas percepes e emoes.
O filme nos mostra a tentativa da populao de salvar seu povoado da inundao da
represa, que s seria possvel se este fosse tombado como patrimnio histrico. Assim,
os moradores passam a narrar a histria a Antonio Bia que, posteriormente, de acordo
com a sua prpria memria ir reportar os acontecimentos que demonstram a relevncia
do local como patrimnio a ser preservado.
Ento, aquele que escreve, que tem a palavra final, sobre determinado acontecimento
teoricamente o todo-poderoso dono da verso da verdade que lhe convier.
Sobre a memria, h uma citao interessante de Simone Silveira Amorim, em sua
dissertao de mestrado A trajetria de Alfredo Montes (1848-1906): representaes da
configurao do trabalho docente no ensino secundrio em Sergipe: [...] preciso estar
atento ao fato de que a memria no um espelho, mas um filtro, e como tal o que sai
atravs dele no nunca a realidade. Essa passa a ser uma realidade recriada,
reinterpretada e, por muitas vezes, imaginada a tal ponto que a mente do que recorda
pode chegar a substituir, com vantagem, o que realmente aconteceu.
Por conta dessas curvas to tpicas da memria, durante muito tempo apenas aquilo
que estava registrado pela escrita era considerado fonte oficial e aceita, porm
desprezava-se que nenhum documento escrito sem uma intencionalidade ou sem a
influncia do contexto histrico em que foi escrito, portanto impossvel afirmar que
existe uma verdade histrica, o que existe apenas o olhar de quem escreveu sobre
determinado acontecimento.
Este fato bem explicado por Jacques Le Goff em Histria e Memria, quando ele diz:
Nenhum documento inocente. Deve ser analisado. Todo documento um monumento
que deve ser desestruturado, desmontado. O historiador no deve ser apenas capaz de
discernir o que falso, avaliar a credibilidade do documento, mas tambm saber
desmistific-lo. Os documentos s passam a ser fontes histricas depois de estar
sujeitos a tratamentos destinados a transformar sua funo de mentira em confisso de
verdade.
A partir desse conceito, independe o formato da fonte para que seja classificada como
verdadeira ou mentirosa, vale apenas a capacidade de anlise para que possamos
chegar interpretao mais prxima do que, de fato, possa ter acontecido.

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