Doenças Exantemáticas Na Infância
Doenças Exantemáticas Na Infância
Doenças Exantemáticas Na Infância
INTRODUO E DEFINIES
A doena exantemtica definida como doena infecciosa sistmica em que manifestaes
cutneas acompanham o quadro clnico, gerando dificuldade diagnstica. Doenas no infecciosas como
hipersensibilidade a drogas, picada de insetos, queimadura solar e algumas doenas reumatolgicas podem
constituir diagnstico diferencial. Na faixa peditrica, mais frequentemente devemos considerar as situaes
descritas a seguir.
ERITEMA INFECCIOSO OU
MEGALERITEMA EPIDMICO
QUINTA
DOENA
OU
Denomina-se quinta doena porque foi a ltima de 5 doenas descritas que exibem exantemas
parecidos. As outras 4 so rubola, sarampo, escarlatina e doena de Filatov- Dukes.
1. Agente etiolgico: parvovrus B19 (famlia Parvoviridae e gnero Eritrovrus). Vrus DNA de cadeia simples.
2. Sazonalidade: maior frequncia no final do inverno e incio da primavera.
3. Epidemiologia: contato com secreo do trato respiratrio, transmisso vertical, exposio percutnea a
sangue ou produtos do sangue. Acomete frequentemente crianas de 2 a 14 anos de idade. Adultos e
menores de 2 anos geralmente no so acometidos.
4. Perodo de incubao: de 14 a 21 dias.
5. Manifestaes clnicas: sintomas sistmicos leves, febre em 15 a 30%, exantema caracterstico acometendo
face, com bochechas avermelhadas e palidez perioral; geralmente simtrico, maculopapular, rendilhado,
pruriginoso, acometendo tronco, braos, ndegas e coxas. Esvaece com resoluo central, havendo
durao mdia de 11 dias e possibilidade de recrudescimento peridico com exerccios fsicos, banhos
quentes ou transtornos emocionais.
6. Crianas com doenas hematolgicas, como anemia falciforme, podem manifestar crise aplstica grave;
imunodeprimidos podem apresentar anemia crnica.
7. Diagnstico: feito por meio de IGM especfico para parvovrus e PCR (sobretudo em pacientes
imunodeprimidos).
8. Diagnstico diferencial: rubola, sarampo, enterovirose, LES, erupo medicamentosa.
9. Tratamento: nenhum, exceto em imunodeprimidos, nos quais se deve considerar uso de gamaglobulina.
10. Cuidados: no so necessrios, exceto em pacientes com crise aplstica, que devem ser isolados pois so
contagiosos antes do incio dos sintomas at 1 semana aps.
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Agente etiolgico: famlia Herpesviridae: HHV6, vrus DNA, variantes A e B (quase todas as infeces
primrias em crianas so causadas pela variante B).
Sazonalidade: mais frequente na primavera e no outono.
Epidemiologia: predomina entre crianas na faixa etria de 6 a 18 meses. A transmisso se d a partir da
disseminao assintomtica do vrus persistente em secrees de um membro da famlia, bab ou contato
prximo. Cerca de 90% das crianas tm sorologia positiva aos 5 anos.
Perodo de incubao: de 6 a 10 dias.
Manifestaes clnicas: febre alta (> 39,5C) com durao de 3 a 7 dias e manuteno do estado geral;
queda abrupta da temperatura com aparecimento de rush maculopapular eritematoso no coalescent, que
se inicia em tronco, estende-se para braos, pescoo, envolvendo levemente face e pernas. A durao de
horas a dias. Pode ocorrer aumento de linfonodos cervicais e leucopenia a partir do 2 dia de febre.
Diagnstico: clnico. O diagnstico de certeza requer tcnicas de pesquisa por isolamento do HHV6 na
amostra de sangue perifrico ou LCR; PCR ou soroconverso (a partir de IFI).
Diagnstico diferencial: sarampo e febre de origem obscura, at que o exantema aparea; adenovrus,
enterovrus e reao medicamentosa.
Tratamento: nenhum, exceto imunodeprimidos com doena grave (como encefalite ou pneumonite) que
devem receber ganciclovir.
Cuidados: medidas de rotina.
SARAMPO
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RUBOLA
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Agente etiolgico: vrus da rubola, classificado como um Rubivrus da famlia Togaviridae (vrus RNA).
Sazonalidade: final de inverno e incio de primavera.
Epidemiologia: a importncia epidemiolgica est representada pela possibilidade de ocorrncia de rubola
durante a gravidez, resultando em abortos, morte do feto ou sndrome da rubola congnita. A rubola psnatal transmitida pelo contato direto com o doente ou com gotculas de secreo nasofarngea; ocorre
poucos dias antes a 7 dias aps o incio do exantema. Lactentes com rubola congnita podem disseminar
o vrus em secrees nasofarngeas e na urina por at 1 ano. Com o uso rotineiro da vacina, houve
diminuio em 99% dos casos entre crianas e adolescentes.
Perodo de incubao: de 14 a 21 dias.
Manifestaes clnicas: caracteriza-se por exantema maculopapular eritematoso generalizado,
linfadenopatia (sobretudo suboccipital, cervical e ps-auricular) e febre baixa. Em crianas, raramente
ocorre poliartralgia ou poliartrite. A sndrome da rubola congnita caracteriza-se por alteraes
oftalmolgicas (catarata, retinopatia e glaucoma congnito), alteraes cardacas (estenose de artria
pulmonar e persistncia do canal arterial), alteraes auditivas (surdez neurossensorial) e alteraes
neurolgicas (meningoencefalites, alteraes cognitivas); podem ocorrer ainda hepatoesplenomegalia,
trombocitopenia, leses purpricas e retardo de crescimento. Se a infeco ocorrer durante as primeiras 4
semanas, a incidncia de defeitos congnitos de 85%.
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Diagnstico: deteco de IgM ou IgG; isolamento do vrus (sangue, urina, LCR e orofaringe) particularmente
em lactentes infectadospor via congnita.
Tratamento: de suporte.
Precaues: precaues respiratrias por 7 dias do incio do exantema; crianas com rubola congnita
devem ser consideradas potencialmente infectantes desde o nascimento at 1 ano.
Medidas de controle: vacinao rotineira; vacinao de bloqueio (vacina de contactantes).
ESCARLATINA
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Agente etiolgico: so vrus RNA incluindo 23 grupos de Coxsackievrus A (tipos A1-A24,exceto A23); 6
grupos de Coxsackie B (tipos B1-B6); 28 Echovrus (tipos 1-33, exceto tipos 8, 10, 22, 23 e 28) e 5
Enterovrus (tipos 68, 71 e 73).
Sazonalidade: em regies de clima temperado, so mais comuns no vero e incio da primavera; padres
de sazonalidade so raros nos trpicos.
Epidemiologia: a disseminao se d por via fecal-oral, de me para RN na hora do parto e por meio de
objetos contaminados. A taxa de infeco maior em crianas pequenas, de baixo nvel socioeconmico,
regies tropicais e de higiene deficiente.
Perodo de incubao: de 3 a 6 dias na conjuntivite hemorrgica aguda; de maneira geral, de 24 a 72 horas.
Manifestaes clnicas: os enterovrus so responsveis por um grande nmero de doenas em lactentes e
crianas:
manifestaes respiratrias: resfriado comum, faringite, herpangina, estomatite, pneumonia, pleurodinia;
manifestaes cutneas: exantema geralmente no caracterstico, podendo ser maculopapular, vesicular,
petequial, morbiliforme, urticariforme, escarlatiniforme, rubeoliforme e pustular (Echovrus 9: exantema
petequial; Coxsackie A16 e Enterovrus 71: sndrome mo-p-boca);
manifestaes neurolgicas: meningite assptica, encefalite e paralisia (Enterovrus 71);
manifestaes gastrintestinais: vmitos, dor abdominal, diarria e hepatite;
manifestaes oculares: conjuntivite hemorrgica aguda (Coxsackie A24 e Enterovrus 70);
manifestaes cardacas: miopericardite (Coxsackie B1 a B15).
Diagnstico: isolamento de partcula viral (extrado de garganta, fezes e swab retal; LCR e sangue); IFI;
PCR; FC; ensaio imunoenzimtico.
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Tratamento: medidas de suporte em pacientes sintomticos, exceto imunodeprimidos, que podem receber
gamaglobulina.
Precaues: precaues de contato.
MONONUCLEOSE INFECCIOSA
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VARICELA
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pessoas suscetveis expostas devem receber VZIG - imunoglobulina especfica para varicela-zoster - at 96
horas aps exposio ou vacina contra varicela (at 72 horass aps exposio). O VZIG indicado para
crianas imunodeprimidas, grvidas suscetveis, recm-nascidos cuja me iniciou quadro 5 dias antes ou 48
horas aps o parto e prematuros.
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DENGUE
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Agente etiolgico: vrus RNA pertencente ao grupo B dos arbovrus, famlia Flaviviridae, gnero Flavivirus.
Compreende 4 sorotipos DEN1, DEN2, DEN3, DEN4. O mais importante vetor o Aedes aegypti, sobretudo
nas Amricas.
Sazonalidade: acompanha estao chuvosa, que, em pases tropicais, corresponde ao vero.
Epidemiologia: a ocorrncia da dengue requer a presena do mosquito vetor, do vrus e de pessoas
suscetveis. Os surtos da doena podem ser explosivos ou progressivos, dependendo da densidade e da
suscetibilidade do vetor, cepa viral, nvel de imunidade da populao humana e da intensidade do contato
vetor-humano. a arbovirose mais difundida no mundo, ocorrendo em todos os continentes, exceto na
Europa. Nos ltimos 20 anos, observa-se o aumento da incidncia do vrus e conseqentes epidemias na
maioria dos paises tropicais da Amrica.
Perodo de incubao: de 3 a 15 dias com mdia de 5 dias.
Manifestaes clnicas: a forma clssica mais frequente em escolares, adolescentes e adultos,
caracterizando-se por febre alta, cefalia, hiperemia conjuntival, mialgia, nuseas, vmitos, dor retro-ocular
e artralgia.O exantema ocorre em 30% dos casos, surgindo aps o declnio da febre; em geral
maculopapular, iniciando-se em tronco, com disseminao posterior, podendo atingir regio palmoplantar;
so descritas tambm leses escarlatiniformes em reas de confluncia e petquias em membros inferiores.
A fase aguda tem durao de 1 semana e seguida por um perodo de convalescena de 1 a2 semanas,
caracterizado por anorexia, mal-estar e debilidade.
Diagnstico: isolamento viral 5 dias aps o incio; testes sorolgicos (IH e MAC-Elisa) obtidos 6 dias aps
incio do quadro.
Diagnstico diferencial: Influenza, sarampo e rubola.
Tratamento: no h tratamento especfico, utilizando-se sintomticos (exceto cido acetilsaliclico e seus
derivados) e hidratao adequada.
Precaues: controle do vetor.
DOENA DE LYME
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DOENA DE KAWASAKI
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RICKETISIOSES
Agente etiolgico: Rickettsia akari (ricketsiose vesicular); Rickettsia australis (tifo do carrapato de
Queensland); Rickettsia conorii (febre botonosa); Rickettsia ricketsii (febre macular ou febre maculosa das
Montanhas Rochosas); Rickettsia sibirica (febre do carrapato); Rickettsia prowazekii (tifo epidmico);
Rickettsia typhi (tifo murino); Rickettsia tsutsugamushi (tifo tropical).
Do exposto acima vale ressaltar as seguintes.
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Manifestaes clnicas: cefalia, mialgia, febre, exantema maculopapular com durao de 4 a 8 dias. A
doena raramente dura mais de 15 dias.
Diagnstico: testes sorolgicos.
Tratamento: tetraciclina ou cloranfenicol.
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