A Lei e o Evangelho em Johannes Wollebius
A Lei e o Evangelho em Johannes Wollebius
A Lei e o Evangelho em Johannes Wollebius
POR
EWERTON BARCELOS TOKASHIKI
So Paulo, 2013
INTRODUO
Nesta breve nota introdutria algumas informaes foram omitidas por Beardslee III
que precisam ser acrescidas importncia do seu manual de dogmtica.2 Aps a sua
primeira publicao, em 1626, em Basilia, em vrias universidades reformadas da
Europa, ela se tornou o livro-texto tanto para dogmtica como para o ensino de tica.
A primeira traduo para a lngua inglesa por Alexander Ross apareceu em Londres
sob o ttulo de Abridgement of Christian Divinitie, em 1650. Esta verso se encontra
disponvel na internet para download. Mas a edio de Beardslee III infelizmente est
esgotada, podendo ser encontrada apenas alguns volumes usados.
Infelizmente h sobre os telogos protestantes do sculo XVII um estigma de
que eram ridos e abstratos. Wollebius em seu manual desmitifica essa deformada
caricatura. A sua linguagem cheia de citaes das Escrituras, e por vezes, oferecendo
a sua prpria traduo dos originais, demonstrando boa exegese na construo de
seus argumentos. H ainda uma preocupao na rea da teologia prtica, tanto no
contedo dogmtico, como na parte em que ele interpreta e aplica o declogo. A sua
influncia entre os telogos do sculo XVII se d por causa de sua clareza, brevidade
1
John W. Beardslee III, Reformed Dogmatics, pp. 10-11. Doravante apenas Wollebius e a indicao da pgina.
W. Hadorn, Wolleb, Johannes in: Samuel M. Jackson, ed., The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious
Knowledge (Grand Rapids, Baker Book House, 1950), p. 407.
2
SELEO DE TESES
DA RELAO DA LEI E EVANGELHO
cumprindo-os, o homem viver por eles, ARA. Dt 27:26: maldito aquele que no
confirmar as palavras desta lei, no as cumprindo, ARA).
V. Todavia, se possvel ser salvos, uma dupla satisfao requerida de ns. A lei
requer tanto uma punio como uma obedincia; um satisfazendo as suas advertncias
e o outro as suas promessas. A lei exige ambos de ns, e no h nenhum outro
caminho para a vida eterna que no seja o cumprimento da lei, conforme o que Cristo
disse faze isto e vivers (Lc 10:28). Todavia, se fssemos completamente livres da
culpa e da punio da transgresso, ainda assim no poderamos obter a vida eterna
sem cumprir a lei.
VI. Somos incapazes de oferecer qualquer satisfao por ns mesmos, mas devemos
busca-lo em Cristo.
VII. Aps a queda a lei foi restabelecida por Deus para um fim mais alto, a fim de
fazer retornar ao antigo estado [ius postlimnii]. A lei foi dada e inscrita no primeiro
homem, de modo que, pela sua prpria obedincia, se ele quisesse, poderia alcanar a
vida eterna; ela oferecida ao homem cado, de modo que, que incapaz de cumprir a
lei, e que somente pode cumprir atravs de Cristo (o fim da lei Cristo, para justia
de todo o que cr - Rm 10:4, ARA).
VIII. Todavia, a promulgao da lei para Israel no Monte Sinai, foi um graciosssimo
ato.
IX. Cristo no corrigiu uma imperfeita lei, nem decretou uma nova lei, como se fosse
um segundo Moiss, mas ele confirmou a lei contra a corrupo dos fariseus. Os
fariseus eram intrpretes da lei de acordo com a letra e ensinavam somente uma
obedincia externa, com evidente da refutao de seu ensino (Mt 5). Todavia, os
discpulos de Samosata,4 e outros semelhantes a eles, que ensinam a imperfeio da lei,
esto em erro. Embora ela seja imperfeita para as nossas necessidades, em que ela
insuficiente para a salvao de nosso pecado, ela perfeita em si, e apresenta uma
perfeita de ideia de justia do reino do cu.
Paulo de Samosata era um monarquiano adocionista chegando a ser bispo de Antioquia. A sua heresia negava as
trs pessoas da Trindade. Ele ensinava que o Pai era Deus criador de todas as coisas, de Filho ao homem Jesus, de
Esprito Santo graa que reside nos apstolos. Para Ele, Jesus maior que os profetas e do que o prprio Moises,
pois a Sabedoria no habitou igualmente em nenhum outro, afirmava. Esta habitao no equivale, de modo
algum, encarnao. Jesus no o Logo, pois, o Logos-Sabedoria maior do que ele. Alm do mais, o Logos no
tem uma substncia (ousia), no possu uma hipstase prpria, no uma pessoa em Deus, mas uma dinamis,
uma faculdade com a qual Deus opera no mundo. in: Roque Frangiotti, Histria das Heresias (sculos I-VII)
conflitos ideolgicos dentro do Cristianismo (So Paulo, Editora Paulus, 1995), p. 52. Ele foi reprovado no Conclio
de Cesaria da Capadcia, em 264, e embora, se retratou e subscreveu a deciso do conclio, demonstrou
posteriormente ter dissimulado e insistido em sua heresia. O seu ensino foi definitivamente condenado no Conclio
de Nicia. Nota do tradutor.
X. Tambm esto em erro os papistas que ensinam que a perfeio da lei mente nos
conselhos, antes do que nos preceitos.
(2)
1. H uma trplice diviso da lei: moral, cerimonial e poltica.5
2. A lei moral aquela que Deus sumarizou nos dez mandamentos.
PROPOSIES
A norma para o correto entendimento e exposio dos dez mandamentos :
I. A interpretao de cada preceito deve ser encontrada em seu propsito.
II. Desde que estes mandamentos so breves, eles devem ser entendidos tanto
literalmente, como pela sindoque. Na negao do mandamento o correspondente
positivo deve ser entendido, e vice e versa, em cada preceito h uma correspondente
proibio, e vice e versa; em cada espcie igualmente o gnero deve ser entendido
como incluso, e vice e versa; na adorao externa a atitude interna est inclusa, e vice
e versa, tanto em palavras, como em aes, desejos, planos, aes, esto plenamente
includas e, finalmente em cada termo o correlato deve ser entendido.
III. possvel que algum mandamento seja aplicado a vrios assuntos de diferentes
pontos de vista.
IV. Uma lei geral [em caso de conflito] seja prefervel que uma especial.
V. Um mandamento negativo tenha maior nfase do que uma positiva. esperado
que o negativo tenha uma aplicao mais ampla, desde que o positivo seja modificado
pelas circunstncias. Um mandamento positivo sempre vinculado, mas nem sempre
aplica [non obligat ad semper], considerando que um negativo sempre vinculado e
sempre aplicado; por exemplo, ns sempre estamos obrigados a ajudar o nosso
prximo, mas, no somos exigidos auxili-lo a cada momento, nem a fazermos
sempre que temos oportunidade. Mas, nunca legtimo prejudicar um prximo.
VI. Todavia, h mais mandamentos negativos do que positivos.
VII. Pecados levam o nome do mesmo ato que especificamente proibido. Isto
feito para que possamos mais facilmente entender a malignidade dos pecados. Ento,
O texto latino trs forensis (a traduo holandesa Wet der Politie). O termo forense no tem estreito significado
teolgico relacionado com a justificao. Nota de John W. Beardslee III.
Cristo chama de adultrio o olhar lascivo sobre uma mulher, e Joo chama quem se
ira de assassino (Mt 5:28; 1 Jo 3:15).
VIII. Promessas terreais so smbolos de privilgios celestiais.
Todavia, os discpulos de Servetus e os anabatistas esto apenas sonhando, quando
eles dizem que estas promessas so terreais. Recompensas terreais designam algo
celestial; deste modo, Deus visto acomodando a si para o seu primitivo povo, que
estavam vivendo sob um guardio [paedagogus].
(3)
1. H duas partes do declogo: o prefcio e os mandamentos.
2. O prefcio tem duas partes: uma por Moiss e outra por Deus.
3. O prefcio por Moiss : Deus disse todas estas palavras.
4. O prefcio por Deus : Eu sou Jeov, o seu Deus, que conduziu vocs para fora
da terra do Egito. Por estas palavras Deus mostra a sua autossuficiente autoridade, e
o seu absoluto direito de ordenar. O fundamento para isto : (1) a sua divina essncia,
em que os nomes Jeov e Elohim so smbolos; (2) a obra da redeno da qual a
libertao dos israelitas do Egito o tipo.
5. H duas tbuas de mandamentos: a primeira contm os nossos deveres para com
Deus, e a segunda os deveres para com o nosso prximo.
6. O sumrio da primeira tbua : Amars ao Senhor teu Deus com todo o teu
corao, com toda a tua alma, com toda a tua fora.6Estas palavras requerem
sinceridade e perfeio do amor: sinceridade porque eles mencionam o corao, alma,
e todas as faculdades; perfeio porque Deus nos ordena amar com todo o corao,
alma e faculdades.
7. Quatro mandamentos pertencem a esta tbua:
a) O primeiro mostra quem deve ser servido como o verdadeiro Deus.
b) O segundo mostra como ele quer ser adorado.
c) O terceiro mostra que reverncia devida ao nome de Deus em toda a vida.
d) O quarto mostra que tempo apropriado para a adorao pblica de Deus dever ser
realizada.
8. (a) O sumrio da segunda tbua : amars ao teu prximo como a ti mesmo.
Em Mt 22:37 traduz vires por mente (Vulgata mens, e Beza traduz cogitas). Nota de John W. Beardslee III.
PROPOSIES
I. A lei cerimonial foi um tutor [paedagogus] at Cristo (Gl 3:24).
II. A lei cerimonial era menor em significado do que a lei moral. Primeiro, porque ela
era auxiliar da lei moral. Segundo, porque ela no era de obrigao perptua. Terceira,
porque o amor [caritas] mais importante do que cerimonias, como Osias disse eu
quero misericrdia e no sacrifcio (Os 6:6).
O motivo para a discusso da lei neste ponto aqui apresentado. Um similar arranjo seguido por Calvino e
Francis Turrentin, e no Catecismo de Lutero. Nos catecismos de Heidelberg e de Westminster, na Teologia
Sistemtica de Charles Hodge, a lei no discutida antes da redeno, e sim como parte da nova vida.
8
O Livro II um manual de tica a partir da exposio dos Dez Mandamentos. John W. Beardslee III, Reformed
Dogmatics, pp. 191-262.
9
Wollebius, pp. 79-85.
III. A lei cerimonial o vnculo legal [chiorographum] e evidncia da culpa sob a qual
todos os homens erram. (Cl 2:14: tendo cancelado o escrito de dvida, que era contra
ns e que constava de ordenanas, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente,
encravando-o na cruz, ARA).
IV. A lei cerimonial foi, todavia, abolida pela morte de Cristo.
V. A guarda da lei foi comumente usual antes da morte de Cristo. Entre a sua morte e
a promulgao do evangelho, ela foi um contedo de indiferena, mas desde que o
evangelho foi proclamado, a observncia destas cerimnias no apenas ultrapassada,
mas uma causa de morte. Assim Paulo antes, por causa da fraqueza dos judeus,
arranjou para que Timteo fosse circuncidado (At 16:2). Depois, porque o evangelho
era melhor conhecido, ele no consentiu que Tito fosse circuncidado (Gl 2:3). E hoje,
a observncia das cerimnias por parte dos judeus simplesmente uma negao da
vinda e morte de Cristo.
VI. Todavia, condenvel o ensino dos encratitas, e de outros herticos antigos que
proibiam certos alimentos como se fossem impuros em si mesmos. Assim, o erro
dos papistas que foram cerimnias, algumas pags e outras judaicas, sobre a igreja.
(2)
1. Os mandamentos da lei cerimonial lida com pessoas sagradas e com coisas sacras.
2. As pessoas sagradas eram, num sentido geral, todos aqueles que foram iniciados
pela circunciso, por meio da qual eles estavam limitados pela realizao de outros
ritos, e foram antecipadamente concedidos como um teste da santificao em Cristo.
Mais especificamente as pessoas sagradas eram os ministros, tanto ordinrios como os
extraordinrios.
(3)
1. Os ministros ordinrios foram os sacerdotes e levitas.
2. Os sacerdotes eram aqueles que interpretavam a lei, sacrificavam, intercediam,
abenoavam, e proviam para a continuao da correta relao entre o homem e Deus.
PROPOSIO
I. O sumo sacerdote era o tipo de Cristo, o sumo sacerdote.
II. O seu esplendor, quando ele se vestia e adornava, quase como um rei, era um tipo
da dignidade de Cristo, e especialmente de sua absoluta justia perfeita (Zc 3:5).
PROPOSIES
I. O tabernculo era um tipo da deidade habitando em Cristo. (Jo 1:14: Ele
tabernaculou entre ns. Cl 2:9: nele habitava a plenitude da divindade.).
II. A construo humana [artificiosa coagmentio] de um tabernculo figurava a edificao
[coagmentio] da igreja, fundada em Cristo (Ef 2:20-21).
III. O transporte do tabernculo era uma figura da peregrinao da igreja crist nesta
vida.
IV. A existncia de somente um templo significava a unidade de Cristo e da igreja.
V. Havia trs partes: o ptio, o santo lugar e o lugar santo dos santos.
VI. O ptio era onde o povo se reunia, uma figura da igreja visvel, em que eram tanto
pessoas boas como as ms.
VII. O santo lugar era o ptio onde os sacerdotes, o tipo dos verdadeiros membros da
igreja, uma raa eleita e sacerdcio real (1 Pe 2:9).
VIII. O santo dos santos era o lugar no qual ningum, exceto o sumo sacerdote
entrava, e somente uma vez por ano, simbolizando o santurio celestial em que Cristo
entraria para a nossa salvao.
IX. O vu do templo, coberto com o querubim, indicava a carne de Cristo, que em
alguma extenso ocultava a sua natureza divina.
X. No ptio, ao ar livre, estava o altar coberto de bronze que queimava as ofertas,
significando a carne de Cristo unida a sua natureza divina, e por isso, a bondade que
era oferecida por ns; tambm, o altar de incenso significando a intercesso de Cristo
a nosso favor.
XI. No mesmo lugar estava o lavatrio de bronze com o propsito de purificao,
que significava que ns poderamos purificar pelo sangue de Cristo, de modo que,
poderamos oferecer um sacrifcio aceitvel a Deus.
XII. No santo lugar, ou ptio dos sacerdotes, estava a mesa, e sobre ela o po da
presena e o candelabro de ouro, pelo qual se ensinava que Cristo o alimento, a
bebida e a luz de seu povo para a vida eterna.
XIII. No mesmo lugar estavam as vasilhas de ouro para aspergir gua e para o
incenso, representando o sacrifcio e intercesso de Cristo.
XIV. No santo dos santos estava o incensrio de ouro, reservado para o sumo
sacerdote, e a arca do pacto.
XV. A arca, feita de cedro e coberta com ouro, era uma figura das duas naturezas de
Cristo.
XVI. As tbuas do pacto, o man, a vara de Aro, colocados dentro da arca,
ensinando que Cristo poderia ensinar, alimentar, e governar o seu povo.
XVII. A tampa da arca, chamada de o lugar da propiciao, onde Deus mesmo
prometeu falar com Moiss, era o tipo de Cristo, que cobria10os nossos pecados,
defendendo-nos pelos seus anjos, e nos expondo a Palavra do Pai.
10
Tego. A identificao da tampa com a expiao e o assento da misericrdia de consenso nos estudos
bblicos. Nota de John W. Beardslee III.
(5)
1. O procedimento da adorao levtica consistia parcialmente de fazer oferendas a
Deus; e, em parte, na observao de determinados perodos sagrados.
2. O que era oferecido a Deus era sacrifcio tanto expiatrio como eucarstico.
3. Um sacrifcio expiatrio era algo que o fiel, pela matana e oblao de animais,
testemunhava o fato de que eles mereciam a morte, e que eles colocando a sua f em
Cristo, como o cordeiro que seria oferecido uma vez por todas pelos pecados do
mundo.
4. Um sacrifcio eucarstico11 era oferecido tanto por todos os nossos pecados, como
por aqueles particulares.
5. O sacrifcio por todos os pecados, chamado de oferta queimada, era oferecido
pele completa cremao de vtima (Lv 1:3-17).
6. O sacrifcio pelos pecados particulares chamado de remidor era oferecido tanto
pelo pecado, como pela culpa.
7. O sacrifcio pelo pecado expiava tanto os pecados cometidos pelo erro como pela
ignorncia (veja Lv 4:2-3).
8. O sacrifcio pela culpa expiava o que se cometia com conhecimento, mas por causa
da fraqueza. (Lv 5 e 7).
9. As ofertas de gratido eram sacrifcios oferecidos com o propsito de tornar
pblica a expresso de agradecimento.
10. Estas ofertas eram realizadas tanto com ddivas [munus] somente ou tambm com
animais [animalibus adhibitis].12
11. O sacrifcio realizado apenas com ddivas chamado de ofertas de comida e
bebida era no qual alimento, bebida, leo, sal, incenso, etc., e demais coisas eram
dadas.
12. O sacrifcio com animais poderia ser realizado tanto pela queima meramente das
vsceras das vtimas, ou acrescentando os animais oferta de comida e bebida;
11
Existem problemas tcnicos na traduo de sentenas curtas, e nisto sou auxiliado por Ross e a traduo
holandesa, e pelos termos alemes interpolados por Bizer, bem como os comentrios do Antigo Testamento.
Wollebius foi professor de estudo do Antigo Testamento, e seu interesse profissional apresenta no uso de seus
detalhes. Nota de John W. Beardslee III.
12
Como remidor no nmero 6, esta expresso no adequada a clareza na usual discusso inglesa nas
tecnicalidades do Antigo Testamento. No holands a expresso daer-em-boven met beestem.
Igualmente para a lei cerimonial. A lei poltica trata com a constituio civil dos
judeus.
PROPOSIES
I. Do mesmo modo que a lei cerimonial est relacionada para Deus, assim tambm a
lei poltica est ligada com o prximo.
II. Naqueles assuntos que ela est em harmonia com a lei moral e com a justia
ordinria, ela est imposta sobre ns.
III. Naqueles assuntos que eram peculiares a aquela lei e era prescrita para a terra
prometida ou, no contexto do estado judaico, ela no tem mais fora sobre ns do
que as leis das naes estrangeiras.
13
III. Eles so similares por causa de sua comum forma: ambos um modelo de perfeita
obedincia. Eles diferem por causa da especial forma de cada um: a lei ensina o que
perfeita retido, agradvel a Deus; o evangelho ensina onde e em quem podemos
encontrar aquela perfeita retido. A lei nos exige esta retido; o evangelho a apresenta
em Cristo.
IV. Eles so similares por causa de seu propsito final, que a glria de Deus, e, o
prximo em importncia, que a nossa salvao, que pode ser percebida em ambos.
Eles diferem em seu especial propsito. A lei d uma direo para buscarmos a Cristo;
o evangelho nos revela Cristo.
V. Eles tm similaridade em seu comum objeto, isto , o homem cado. Eles diferem
em seu especial objeto. O especial objeto da lei que o homem seja advertido e
humilhado.
VI. Eles so similares por causa do comum complemento, santidade, bondade e
perfeio, que so consideradas em si mesmos, cada um tendo igualmente. Eles
diferem por causa da explicao de circunstncias particulares, e de nossas fraquezas,
a lei sem o evangelho no seria suficiente para salvar.
VII. Do que foi afirmado acima pode ser percebido naquele sentido que, na Escritura,
a lei oposta ao evangelho, e que naquele sentido ela subordinada ele.
VIII. Quando homens so considerados como no-regenerados ou regenerados,
ento, a lei e o evangelho precisam ser entendidos como opostos; quando os homens
so considerados como regenerados, ento a lei deve ser subordinada ao evangelho.
Tal a oposio indicada pelo apstolo: no estais debaixo da lei, e sim,
debaixo da graa (Rm 6:14, ARA). Aqui ele aponta para o estado do homem antes e
depois da regenerao. Do homem incrdulo afirmado estar sob a lei, porque (1)
ele sujeito maldio da lei; (2) ele sujeito severidade da lei, pela qual ela exige a
perfeita retido e obedincia; e, (3) por isso, ele olha para a ocasio de pecar como
explicao da lei, de acordo com o provrbio: o pecado, tomando ocasio pelo
mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscncia; porque, sem lei, est
morto o pecado. (veja Rm 7:8, ARA).
Do homem fiel afirmado que est debaixo da graa porque (1) ele est livre da
maldio da lei; (2) ele est livre da severidade da lei e das exigncias da perfeita
retido, desde que Cristo a satisfez; e (3) por isso ele est livre do pecado governandoo, de modo que, ele no cobia desejos pecaminosos sobre a conta da lei, pelo
contrrio, comea a fazer o que a lei requer, atravs do Esprito Santo e por causa da
sua gratido.
14
Wollebius, p. 99.
Wollebius, p. 106.
16
Wollebius, p. 166.
17
Wollebius, p. 164.
15
18
Wollebius, p. 172.
Wollebius, p. 176-177.
20
Captulos XII-XIV. Nota de John W. Beardslee III.
21
Wollebius traduz assim, mas no grego est suas
paixes. Aqui em vez de transcrever a ARA, preferi traduzir o texto bblico conforme oferecido por Beardslee III.
22
O texto acresce em f com Beza. Nota de John W. Beardslee III. Mantive a traduo do texto bblico conforme
oferecido pelo tradutor.
19