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Curso Paisagismo e Plantas Ornamentais

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Seja Bem Vindo!

Curso
Paisagismo e Plantas
Ornamentais
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Dicas importantes
Nunca se esquea de que o objetivo central aprender o
contedo, e no apenas terminar o curso. Qualquer um termina, s
os determinados aprendem!
Leia cada trecho do contedo com ateno redobrada, no se
deixando dominar pela pressa.
Explore profundamente as ilustraes explicativas disponveis,
pois saiba que elas tm uma funo bem mais importante que
embelezar o texto, so fundamentais para exemplificar e melhorar
o entendimento sobre o contedo.
Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais
se diferenciar dos demais alunos dos cursos.
Todos tm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento
que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os
alunos certificados dos alunos capacitados.
Busque complementar sua formao fora do ambiente virtual
onde faz o curso, buscando novas informaes e leituras extras,
e quando necessrio procurando executar atividades prticas que
no so possveis de serem feitas durante o curso.
Entenda que a aprendizagem no se faz apenas no momento
em que est realizando o curso, mas sim durante todo o dia-adia. Ficar atento s coisas que esto sua volta permite encontrar
elementos para reforar aquilo que foi aprendido.
Critique o que est aprendendo, verificando sempre a aplicao
do contedo no dia-a-dia. O aprendizado s tem sentido
quando pode efetivamente ser colocado em prtica.

Contedo
Paisagismo: Conceitos e Definies
Planejamento Paisagstico
Elementos de Trabalho
Implantao de Jardins
Manuteno de Jardins
Estilos de Jardins
Plantas Ornamentais
Plantas Ornamentais Trepadeiras
Suculentas

Paisagismo: Conceitos e Definies


1.1. PAISAGEM:
A paisagem refere-se ao espao de terreno abrangido em um
lance de vista, ou extenso territorial a partir de um ponto
determinado. Pode ser classificada em:
Natural: sem
a
interveno
do
homem;
Artificial: planejada, ou seja, um jardim.
Jardim uma palavra de origem hebraica e vem de gan
(proteger, defender) + eden (prazer, satisfao, encanto, delcia).
A concepo inicial e, ainda hoje, a mais comum de jardim est
ligada s palavras hebraicas originais: um mundo ideal, pequeno,
perfeito e privativo. Na tradio judaico-crist, a idia primitiva de
jardim de paraso, um lugar com plantas ornamentais e
frutferas formando um ambiente de harmonia, beleza e
satisfao espiritual.
Um jardim a representao idealizada da paisagem como cada
civilizao (ou at cada pessoa) desejaria que ela fosse. um
local que pode ser percebido pelos cinco sentidos. dinmico,
porque o elemento vegetal, como um ser vivo, est sujeito a um
ciclo biolgico. O jardim modificase com o passar do tempo
(devido ao crescimento) e durante as estaes do ano (florao,
frutificao, queda das folhas, mudana de cor, etc.).

1.2. PAISAGISMO:
Da palavra paisagem, deriva a palavra Paisagismo. O paisagismo
uma atividade que organiza os espaos externos com o objetivo
de proporcionar bem-estar aos seres humanos e de atender s
suas necessidades, conservando os recursos desses espaos.
Combina conhecimentos de cincia e arte, pois:
Arte: forma de expresso cuja ocorrncia se verifica quando um
conjunto de emoes atua sobre a sensibilidade humana;
Cincia: a reunio de leis abstratas, deduzidas dos fenmenos
da
realidade
exterior
ou
interior.
Tcnica: a aplicao, nos trabalhos de rotina, das leis
abstratas que vm da cincia.
4

Existem alguns conhecimentos bsicos que so requeridos no


paisagismo:

1. Conhecimentos cientficos:
Manejo dos recursos naturais: Ecologia, Biologia, Botnica,
Geologia e Geografia, etc.;
Tcnicas de cultivo: Agronomia (Fitopatologia, Entomologia,
Fitotecnia, Adubao, Fisiologia Vegetal, Horticultura, Solos,
Nutrio de plantas, Proteo de plantas, Climatologia,
Topografia, Irrigao e Drenagem, etc.);
Organizao dos espaos: Arquitetura e Urbanismo.
2. Conhecimentos artsticos:
Artes plsticas: elementos vivos e inertes (esculturas);
Artes industriais: cermicas, serralherias, marcenarias, etc.

2. COMPONENTES
Para que se tenha um paisagismo bem elaborado, deve-se partir
para o planejamento paisagstico. Este planejamento deve
considerar, ainda, o espao livre e de rea verde existente no
local em estudo.
O espao livre toda a rea geogrfica (solo ou gua) que no
coberta por edificaes ou outras estruturas permanentes.
A rea verde um tipo especfico de espao livre, ou seja, aquele
coberto, predominantemente, por extrato vegetal. O termo rea
verde aplica-se a diversos tipos de espaos urbanos que tm em
comum: serem abertos (ao ar livre); serem acessveis; serem
relacionados com sade e recreao.
So consideradas reas verdes urbanas tanto reas pblicas,
como particulares. Podem ser jardins, praas, parques, bosques,
alamedas, balnerios, campings, praas de esporte, playgrounds,
playlots, cemitrios, aeroportos, corredores de linhas de
transmisso, faixas de domnio de vias de transporte, margens de
rios e lagos, reas de lazer, ruas e avenidas arborizadas e/ou
ajardinadas.

Desde que devidamente tratados, tambm se incluem os


depsitos abandonados de lixo, as reas de tratamento de esgoto
e outros espaos semelhantes.
Existem diversas classificaes de reas verdes:
a) Jardins de representao: reas ligadas ornamentao sem
finalidade recreacional e de menor importncia do ponto de vista
ecolgico. So os jardins de prdios pblicos, de igrejas, etc.;
b) Jardins de vizinhana: reas para recreao, que podem ter
alguns equipamentos recreacionais (playgrounds), esportivos ou
mesmo de lazer passivo (bancos). Sua rea mnima de
1.500m2, ou de 5.000m2 caso tenham equipamentos esportivos.
Devem distar, no mximo, 500m das residncias dos usurios;
c) Parques de bairro: reas com a mesma finalidade que os
parques de vizinhana, mas com equipamentos que requerem
maior espao; sua rea mnima de 10ha, e devem distar, no
mximo,
1.000m
das
residncias
dos
usurios;
d) Parques distritais ou setoriais: tm a mesma finalidade que as
duas categorias anteriores, mas sua rea mnima de 100ha;
e) Parques metropolitanos: reas de responsabilidade extraurbana, com espaos de uso recreacional e de conservao;
f) Unidades de conservao: reas exclusivamente destinadas
conservao, podendo, eventualmente, ter algum equipamento
recreacional para uso pouco intensivo. Encaixam-se nesta
categoria as reas de recursos naturais, reas de proteo
ambiental, reas de proteo de mananciais e reas de proteo
paisagstica;
g) reas verdes de acompanhamento virio: reas sem carater
conservacionista ou recreacional, tendo apenas funo
ornamental, mas podendo interagir no ambiente urbano. So os
canteiros de avenidas, rotatrias, etc..
Existe ainda um espao urbano, talvez o mais importante, no
inserido nesta classificao, a Praa, local de encontro na cidade,
vegetado ou no, comumente com rea aproximada de 1,0ha. Os
parques de vizinhana so praas, mas as praas nem sempre
so parques de vizinhana.
O ndice de rea verde o total de reas verdes de um
determinado local (m2) dividido pelo seu nmero de habitantes
(m2/habitante), ou seja, a relao entre a quantidade de rea
verde de uma cidade e sua respectiva populao. Considera-se
6

adequado um ndice de 10 m2 a 13 m2 de rea verde/habitante.


Mais importante que o ndice, entretanto, a distribuio dessas
reas verdes e as suas caractersticas e as da regio onde elas
se inserem.

3. IMPORTNCIA
A existncia de reas verdes junto aos centros urbanos (parques,
praas, lagos e ruas arborizadas) proporciona uma sensao de
bem-estar aos usurios destes espaos. As plantas utilizadas no
paisagismo urbano, to importantes na caracterizao ambiental
destas reas, promovem inmeros benefcios estticos e
funcionais ao homem e esto muito alm dos seus custos de
implantao e manejo.
Alguns dos efeitos causados pela vegetao no meio urbano
esto relacionados com a melhoria da qualidade do ar e do
conforto trmico. A qualidade do ar melhorada pela
interceptao de partculas e absoro de gases poluentes pelas
plantas, enquanto que a reduo da temperatura ocorre pela
absoro de calor no processo de transpirao, reduo da
radiao e reflexo dos raios solares.
Outros benefcios proporcionados pela presena planejada das
plantas na paisagem urbana so a proteo contra ventos e
reduo da poluio sonora. O vento pode ser agradvel,
desconfortvel ou ate mesmo destruidor, dependendo de sua
velocidade. As plantas modificam os ventos pela obstruo,
deflexo, conduo ou filtragem do seu fluxo.
As plantas tambm podem ser teis quando dispostas com o
objetivo de sinalizao, arranjadas a fim de indicar direo a
pedestres e veculos, melhorando a aparncia de estradas e
rodovias.
Contudo, os maiores efeitos proporcionados pela utilizao de
plantas nos espaos urbanos so os estticos e psicolgicos. Os
efeitos estticos, evidenciados pelas propriedades ornamentais
de cada espcie, tm o poder de modificar os ambientes
visualmente, tornando-os mais agradveis aos seus usurios. J
os benefcios psicolgicos so capazes de melhorar o
desempenho e o humor de trabalhadores, reduzir o tempo de
7

internao e uso de remdios em pacientes e melhorar a relao


de empresas com a comunidade. Outro fato importante a
reduo da criminalidade e da violncia nos centros urbanos
onde o uso de plantas adequado.

4. DIVISO DO PAISAGISMO
4.1. MICROPAISAGISMO
Consiste no trabalho de paisagismo realizado em pequenos
espaos. Na maioria dos casos, o micropaisagismo pode ser
desenvolvido por um s profissional, por ser, predominantemente,
criao artstica, envolvendo solues tcnicas simples. Assim,
apresenta, normalmente, como caractersticas:
Escala visual pequena (pequenas reas);
Preocupao principal a esttica;
Visualizado em jardins internos, vasos, jardineiras ou floreiras,
arborizao em vias pblicas, jardins particulares, praas
pblicas, jardins de vizinhana, campos esportivos, etc.;
Na representao grfica desse tipo de projeto, a escala est
entre 1:50 e 1:1000;
reas menores do que 1.000m2 ???
4.2. MACROPAISAGISMO
Consiste no trabalho realizado em grandes espaos. Quase
sempre, um trabalho de equipe, porque envolve problemas
tcnicos complexos e multidisciplinares. Assim, apresenta,
normalmente, como caractersticas:
Escala visual maior (reas extensas);
Preocupao principal a preservao da natureza;
Visualizado em parques metropolitanos e distritais, reservas
naturais e afins, proteo de mananciais, revestimento vegetal
em obras de terraplanagem, controle eroso urbana,
proteo contra ventos, recuperao de paisagens danificadas,
etc.;
Nas representaes grficas, a escala adequada menor do
1:1.000, sendo, em geral, de 1:5.000 a 1:50.000;
reas maiores do que 1.000m2 ???

5.
FORMAO
PAISAGISMO

DE

PROFISSIONAIS

EM

Dentre as diversas finalidades de um paisagista, esto:

Reconhecer os aspectos essenciais do complexo de elementos


e fatores que conferem a aparncia e a ecologia da paisagem;
Avaliar as conseqncias de formas de evoluo na paisagem,
produto da participao do homem.
O paisagista precisa possuir algumas caractersticas especficas:
Ter habilidade, destreza, percia e arte na tomada de decises;
Conhecimento tcnico;
Compreenso esttica da aparncia.
So atribuies do paisagista:
Jardim;
Arborizao urbana;
Preservao da natureza;
Reabilitao de reas degradadas (estradas, desmatamento,
matas ciliares, reas de minerao).

Planejamento Paisagstico
O Planejamento Paisagstico refere-se ao processo contnuo que
se empenha em fazer o melhor uso, para a populao, de uma
rea limitada da superfcie terrestre, conservando sua
produtividade e beleza, e considerando os aspectos ambientais.
Este planejamento desenvolve-se, normalmente, em espaos
externos s construes e abrange duas realizaes: a arte de
criar (atividade individual), e a cincia, tcnica e arte de organizar
(atividade individual ou em equipe).
O planejamento do jardim deve estar integrado ao planejamento
da residncia; portanto, essencial planejar o jardim antes da
construo, reforma ou expanso da residncia. Para que se
tenha xito, o projeto deve ser desenvolvido em etapas, que so:
o Estudo Preliminar, o Anteprojeto e o Projeto Definitivo ou
Executivo.

1. ESTUDO PRELIMINAR
Antes do desenvolvimento do projeto propriamente dito, so
necessrios vrios levantamentos que fazem parte do Estudo
Preliminar:

1.1. PESQUISA POPULAR


Antes da elaborao de um projeto, deve-se atentar,
primeiramente, para as condies sociais do pblico (famlia,
clube, escola, condomnio, comunidade, etc.) a quem ser
destinada a obra. A Pesquisa Popular trata-se de um
levantamento indispensvel para avaliar a aspirao popular por
meio de questionamentos dos costumes, gostos e necessidades
dos usurios, e para descobrir a vocao natural da rea a ser
ajardinada. Este tipo de levantamento feito por meio de uma
boa conversa com os usurios do jardim, utilizando ou no
questionrios pr-elaborados, abordando alguns aspectos, tais
como:
Funo do jardim: relaxamento, atividades esportivas, abrigar
colees, festas, conforto ambiental, "sala ao ar livre", etc.;
Perodo de uso principal: durante o dia, a noite ou ambos;
Tipo de privacidade: murado, cercado, aberto;
Presena de animais: cachorros, gatos, atrao de pssaros,
peixes, tartarugas, etc.;
Tipo de famlia: presena de crianas, de idosos, mista, com
deficientes (visuais, usurios de cadeiras de rodas, etc.);
Estilo do jardim: adequado aos gostos e necessidades de
quem usa, podendo ser formal ou informal, combinado, ingls,
tropical, mediterrneo, rido, oriental, etc.;
Nvel de manuteno: baixa, mdia ou alta;
Elementos de construo: lago, chafariz, esttuas, bancos,
mesas, piscina, ripados, brinquedos, churrasqueira, poo,
fossa, pedras, rea calada, prgola, caramanches, etc.;
Prioridades: formalidade x limpeza, fonte de terapia x fonte de
aborrecimento, plantas frgeis x cachorros novos x esportes,
plantas x construo e reforma;
Nvel de dedicao: se gosta de apreciar o jardim x gosta de
cuidar do jardim;
Elementos desejados: plantas ou elementos que se tenham um
alto interesse (status, heranas, etc.);
10

Elementos abominados: pessoas sensveis a certas plantas ou


produtos de plantas, etc.
1.2. LEVANTAMENTO PLANIALTIMTRICO E CADASTRAL
O levantamento planialtimtrico e cadastral refere-se avaliao
minuciosa da rea a ser ajardinada, que resulta em um desenho
feito em escala, reproduzindo, como se fosse um retrato, tudo o
que j existe no terreno a ser ajardinado. O levantamento
altimtrico registra o grau de declividade do terreno, ilustrando o
desenho com curvas de nvel. O levantamento planimtrico
registra o permetro do terreno e todos os elementos naturais
nele j existentes, como construes, canteiros e caminhos, etc.
O levantamento cadastral deve reforar o mapeamento, de forma
a alocar no desenho todos os objetos e elementos que nele
possam existir, como por exemplo: luminrias, torneiras, caixas
de inspeo, galerias, fiaes e encanamentos subterrneos ou
areos, bancos, fontes, etc.
Nesta etapa, faz-se, ainda, a anlise do local, verificando:

observao do dia e da noite;


orientao N-S para a obteno do mapa de sombras;
presena e tipos de plantas daninhas;
vistas a serem realadas e escondidas;
plantas e construes da rea vizinha;
privacidade;
barulho (necessidade de barreiras de som);
tipo, estilo e idade da casa;
tipo de muro, cerca, pavimentao;
demais caractersticas urbansticas e sociais.
1.3. ANLISE DO SOLO
A Anlise do Solo importante para verificar a real necessidade
de calcrio e fertilizantes, de acordo com as espcies que sero
cultivadas na rea, fornecendo informaes a respeito do pH, de
nutrientes e da granulometria desse solo.
Essa anlise possibilitar a recomendao mais adequada de
corretivo e de fertilizante, considerando-se a idade da planta, o
espaamento, o ciclo vegetativo e as exigncias nutricionais de
cada espcie ou variedade.

11

1.4. LEVANTAMENTO CLIMTICO


A distribuio da vegetao no globo terrestre ocorre de acordo
com a zona climtica: temperada, tropical e subtropical, podendo,
ainda, ser influenciada pela altitude do local. O clima possui
grande importncia na escolha das espcies a serem usadas na
composio do jardim, sendo resultante da ao conjunta dos
elementos: temperatura, luz e insolao, pluviosidade, umidade e
ventos.

1.4.1. Temperatura: o elemento climtico de maior influncia


sobre as plantas, especialmente sobre o crescimento vegetativo,
a florao e a frutificao. Cada espcie ou variedade apresenta
desenvolvimento timo dentro de determinadas faixas de
temperatura, sendo, assim, classificada como:
Tropical: espcie originada de clima quente, sendo intolerante
ao frio. Necessita de temperaturas mdias anuais entre 22C e
30C;
Subtropical: planta originada de clima ameno. Desenvolve-se
melhor sob temperaturas mdias anuais entre 15C e 22C e
em locais onde no ocorrem geadas;
Temperada: planta originada de regies frias. Desenvolve-se
melhor sob temperaturas mdias anuais entre 5C e 15C,
sobrevivendo em locais de ocorrncia de geadas durante o
inverno.
1.4.2. Umidade: a umidade do ar influencia na transpirao da
planta, enquanto que a umidade do solo determina a absoro de
gua e de nutrientes pelos vegetais. Existe uma grande
variedade de espcies em termos de exigncia de umidade do
solo, desde aquelas originrias de regies desrticas (cactos) at
as que se desenvolvem bem em terrenos mais midos (copo-deleite-Zantedeschia aethiopica, papiro-Cyperus giganteus, etc.);
1.4.3. Ventos: para escolha e distribuio das espcies no
jardim, devem ser consideradas a presena dos ventos, sua
freqncia, direo e intensidade, pois podem ocasionar
fendilhamento e quebra de ramos, queda e rasgadura de folhas e
flores (alta velocidade), aumento da taxa de evapotranspirao,
secamento do solo e dessecamento nas plantas (vento quente e
seco), prejudicar a formao de brotaes e ocasionar a
desidratao e a queima de folhas (ventos frios). Isto pode ser
12

minimizado com o plantio de quebra-ventos e tutoramento das


plantas.

2. ANTE-PROJETO
Com todos esses levantamentos preliminares em mos, o
paisagista ter embasamento suficiente para a elaborao do
ante-projeto, que consiste na apresentao das distribuies dos
elementos vegetais e arquitetnicos na rea a ser ajardinada, em
escala adequada, sob a forma de desenhos e cortes
esquemticos. Os passos bsicos a serem seguidos no
desenvolvimento do anteprojeto so os seguintes:
1. Estabelecimento e caracterizao das ligaes do jardim;
2.
Determinao
das
entradas;
3. Estabelecimento do sistema de circulao no jardim e
elementos
que
o
compem;
4. Marcao das reas destinadas s massas de vegetao no
jardim;
5. Previso dos locais das construes e das obras de arte.
Assim, no ante-projeto estaro definidos os seguintes itens:

2.1. DISTRIBUIO ESPACIAL


A distribuio espacial consiste em dividir a rea total em
espaos menores conforme cada tipo de uso, formando vrios
ambientes estrategicamente localizados, de acordo com os
seguintes tipos de lazer:
2.1.1. LAZER CONTEMPLATIVO: so reas que provocam
admirao viso, isolando alguns ambientes para se obter o
mximo de silncio. Alm desse sentido, deve-se propiciar
tambm os sentidos do olfato e do tato. Este o tipo de lazer que
ir impor aos usurios o respeito pelo uso, diminuindo as
depredaes, alm de promover uma agradvel sensao de
repouso mental, de bem-estar e de paz interior, diminuindo as
tenses, as ansiedades, as angstias e a violncia;
2.1.2. LAZER RECREATIVO: um tipo de lazer que faz uso da
terapia ocupacional de crianas, de adultos e de idosos. As reas
reservadas a esse tipo de lazer devem estar estrategicamente
localizadas, de modo a no intervir nas demais rea de lazer.
Para as crianas, so includos playgrounds, parquinhos de
diverso, etc., enquanto que para os idosos podem existir mesas
13

e bancos fixos para jogos de xadrez, domin, baralho, etc. Estes


ambientes tambm promovem a integrao social dos usurios;
2.1.3. LAZER ESPORTIVO: produz vrios benefcios aos
frequentadores no que diz respeito sade fsica e mental. Como
existe uma infinidade de esportes e cada qual necessita de um
espao especfico, no difcil incluir reas destinadas ao lazer
esportivo em um projeto, como por exemplo campos de futebol,
quadras poliesportivas, pistas de cooper, reas para ginstica,
piscinas, etc.;
2.1.4. LAZER CULTURAL: refere-se s reas planejadas para a
realizao das diversas manifestaes culturais, envolvendo
tanto profissionais como amadores, tais como artistas, poetas,
cantores, compositores, msicos, etc. Estas reas podem ser
anfiteatros, teatros de arena, coretos, etc.;
2.1.5. LAZER AQUISITIVO: um tipo recente de lazer,
relacionado ao prazer, recompensa psicolgica positiva que se
tem quando da aquisio de determinados elementos, ou seja,
quanto ao poder de compra, o orgulho e o conforto que se tem
quando se pode comprar algo com o dinheiro fruto do prprio
trabalho e esforo. Este lazer aquisitivo encontra-se divido em
dois, que so:
LAZER AQUISITIVO GASTRONMICO: representado pelas
reas planejadas no projeto para restaurantes, lanchonetes,
traillers de sanduches, locais para carrinhos de sorvetes, de
pipoca, de lanches e de comidas tpicas;
LAZER AQUISITIVO PESSOAL: representado pelas reas,
equipamentos ou edificaes, nos quais os usurios podem
comprar objetos de uso pessoal ou domstico, tais como minishoppings, reas de feiras de artesanato, etc.

2.2. ELEMENTOS NATURAIS


Sempre que possvel, deve-se preservar os elementos naturais j
existentes na rea a ser ajardinada, aproveitando-os e
incorporando-os ao projeto. Esses elementos podem ser:

Recursos hdricos: rios, nascentes, riachos, crregos, lagos,


represas e cachoeiras, devendo-se, inclusive, planejar o jardim
de forma a conservar e proteger estas reas;
Formaes rochosas: nunca devem ser dinamitadas sem
prvia avaliao de gelogos, paleontlogos ou arquelogos;
14

Flora nativa: no deve ser removida, especialmente quando se


trata de rvores centenrias ou mesmo aquelas com
significado sentimental aos usurios do jardim;
Edificaes j incorporadas ao patrimnio histrico: mesmo
que no tenham sido oficialmente tombadas, devem ser
preservadas.
2.3. PARTE HIDRULICA E ELTRICA
A parte hidrulica envolvem tanto a gua necessria irrigao
das plantas, como a gua potvel, de destinao do esgoto, das
fontes e espelhos dgua, que devem ser esboadas. J a parte
eltrica, que tambm deve estar esboada no ante-projeto,
refere-se iluminao baixa e alta, aos pontos de tomada, de
interruptores e demais itens relacionados.
2.4. ANLISE DO ANTE-PROJETO
Estando pronto o ante-projeto, esse deve ser analisado
detalhadamente, em conjunto com os demais profissionais
envolvidos na construo (eletricista, hidrulico, botnico,
engenheiros), para somente depois ser apresentado ao
proprietrio do jardim, para que seja finalmente aprovado.

3. PROJETO DEFINITIVO OU EXECUTIVO


O Projeto Definitivo ou Executivo refere-se apresentao dos
desenhos, dos cortes, do detalhamento e dos memoriais
desenvolvidos com base no ante-projeto aprovado. composto
de diversas pranchas, elaboradas de acordo com as
necessidades da rea trabalhada. Deve ser claro e objetivo para
reproduzir no campo, com toda a fidelidade, o que foi projetado
no papel, por qualquer profissional da rea. Esse projeto consta,
pelo menos, da planta executiva de arquitetura e de engenharia
civil, do projeto botnico, do memorial descritivo e da proposta de
servio, os quais sero descritos a seguir.

3.1. PLANTA EXECUTIVA


ENGENHARIA CIVIL

DE ARQUITETURA

DE

A Planta Executiva de Arquitetura consta da apresentao de


uma ou vrias pranchas com ilustraes claras dos elementos
15

arquitetnicos e construtivos, contendo cotas e medidas que


orientaro a locao dos canteiros, dos equipamentos, das
edificaes e do sistema de circulao. As edificaes estaro
representadas e detalhadas em pranchas a parte.
A Planta de Engenharia Civil consta da apresentao de uma ou
vrias pranchas contendo os clculos matemticos para a
execuo planejada pela arquitetura. So detalhados todos os
itens referentes s fundaes, s estruturas e s coberturas das
edificaes e demais construes. Por meio destas pranchas, o
engenheiro da obra orientar a execuo e o dimensionamento
das ferragens e da concretagem.

3.2. PROJETO BOTNICO


O Projeto Paisagstico ir dar o toque final obra,
complementando-a com a vegetao e os demais elementos
arquitetnicos paisagsticos. Refere-se prancha demonstrando
e locando cada um desses elementos, de maneira a formar um
ambiente harmnico e belo.
O Projeto botnico (pranchas) consta de desenhos,
representados em folhas de papel apropriado, com a locao das
espcies vegetais devidamente identificadas, representadas em
escala adequada e simbolizadas em seu tamanho adulto (Anexo
3). Deve apresentar tambm uma legenda contendo os nomes
cientficos e comuns das plantas e o carimbo (Tabela 1), em que
estaro o nome do cliente; o endereo do local de execuo; o
tipo do projeto; o nome e CREA do projetista; a escala utilizada; a
rea (m2) a ser ajardinada e a data de realizao do projeto.

Tabela 1. Modelo de carimbo para o Projeto Botnico de um


Projeto Paisagstico.

16

O Memorial botnico refere-se relao da quantidade e da


qualidade das espcies vegetais a serem usadas no projeto,
orientando no processo de aquisio e de distribuio das mudas
no ato do plantio. Poder ser feito sob a forma de tabela ou sob a
forma descritiva. Quando elaborado sob a forma de tabela, essa
poder estar apresentada no Projeto Botnico, ou no Memorial
Descritivo, conforme a maneira de trabalhar do paisagista.
Contudo, quando elaborado sob a forma descritiva, essa somente
poder ser apresentada no Memorial Descritivo. O Memorial
Botnico deve conter:
Nomes cientficos e comuns das plantas planejadas;
rea (m2) ocupada por cada espcie;
rea total ocupada pelo conjunto de cada espcie (no caso de
canteiros, grupos);
Espaamento de plantio da espcie;
Quantidade, porte (m), embalagem de comercializao e
colorao das mudas;
Outras informaes a respeito das mudas usadas no projeto,
com o objetivo de facilitar a compra e a identificao das
plantas.

3.3. MEMORIAL DESCRITIVO


O Memorial Descritivo um documento muito importante e que
deve ser apresentado ao cliente, sendo til durante a execuo e
a manuteno do jardim. Consiste em um texto explicativo com o
objetivo de dar uma idia geral sobre a concepo do jardim. O
que no for possvel colocar sob a forma de desenhos, o
paisagista dever colocar sob a forma descritiva nesse memorial.
17

O Memorial Descritivo refere-se a um relatrio contendo a


descrio das informaes de ordem natural e social, bem como
as especificaes tcnicas dos materiais e dos vegetais usados.
Deve ser claro, sem perdas de detalhes, contendo:

Capa;
Cabealho: com as informaes do carimbo das pranchas:
Nome do cliente; Endereo do local de execuo; Tipo do
projeto; Nome e CREA do projetista; Escala utilizada e Data de
realizao do projeto.
Apresentao: relato do tipo de projeto e suas caractersticas,
os problemas a serem solucionados, os objetivos e
justificativas do projetista. Os critrios usados para a
elaborao
do
projeto
tambm
so
mencionados,
correlacionando o estilo, o ambiente (paisagem e clima), as
necessidades e os desejos dos proprietrios;
Caracterizao da rea:
- Localizao: endereo, cidade, estado, coordenadas
geogrficas;
Dimenses:
rea
do
terreno
a
ser
ajardinado;
- Clima: definio das caractersticas climticas do local de
implantao
do
projeto;
- Tipo de solo: definido a partir de anlises qumicas e fsicas;
- Caractersticas do terreno: referem-se, principalmente,
topografia, definida de acordo com o levantamento topogrfico da
rea;
- Outras caractersticas que o paisagista achar relevante.
Caractersticas vegetais: discriminao da paisagem da regio
e das espcies vegetais existentes na rea (quando for o
caso), por observao do local ou com base em documentos,
textos ou ainda informaes verbais. Outros elementos
existentes tambm devero ser levantados e descritos;
Informaes sobre a construo de estruturas fsicas:
elaboradas por um profissional especializado, discriminando
detalhes da construo da estrutura planejada, descrevendo
com justificativas quando for necessrio. A relao de
materiais, bem como as instrues para a implantao,
tambm devem ser apresentados neste memorial;
Memorial botnico ou Lista de espcies: esse item constitui o
Memorial Botnico, constando da lista e da caracterizao das
18

espcies utilizadas. Contudo, esse memorial poder ser


apresentado na forma de tabela no Projeto Botnico, e no
aqui no Memorial Descritivo;
Oramentos e Cronograma de atividades: da mesma maneira
que o memorial botnico, as tabelas dos oramentos e o
cronograma de atividades tambm podero estar anexadas
nesse documento;
Referncias bibliogrficas: material tcnico usado para a
elaborao do projeto poder estar listado nesse Relatrio.
O Cronograma de Atividades fornece a poca e a seqncia
adequada de execuo de cada etapa do projeto, assim como da
fase de manuteno do jardim. fundamental para o
acompanhamento dos servios e de desembolso dos recursos
financeiros em tempo hbil, a fim de que no atropele o bom
andamento da obra (Tabela 2).

O Oramento deve-se sempre atentar para a viabilidade


econmica do projeto, adaptando-o s condies econmicas de
cada cliente. Poder ser feito de forma resumida ou detalhada.
Cada quadro de oramento ser constitudo pelas operaes e
itens de despesa, tais como:

19

A) Oramento da vegetao: os clculos podem ser acrescidos


de uma porcentagem de 5% a 10%, prevendo os replantios por
perdas no transporte ou nos tratos de implantao (Tabela 3).

B) Oramento dos elementos arquitetnicos: poder conter uma


coluna de observaes para possveis anotaes indispensveis
para a aquisio do material correto (Tabela 4).

20

C) Oramento dos insumos: referente aos custos com os


materiais e os produtos necessrios composio do jardim, tais
como adubos orgnicos e minerais, corretivos do solo, terra
preparada, defensivos, etc. (Tabela 5).

D) Oramento da mo-de-obra: referente aos custos com as


atividades realizadas por jardineiros, ajudantes, eletricistas,
pedreiros e outros profissionais, juntamente com os custos do
trabalho do paisagista, caso ele ser responsvel pela
implantao do projeto (Tabela 6).

E) Honorrios do paisagista: o valor pago ao paisagista pela


elaborao do projeto ser estabelecido considerando-se o grau
de complexidade do trabalho; a partir disso, estabelece-se a
forma de cobrana. O trabalho do paisagista exige um grau de
21

conhecimento para que atinja, ao final, a qualidade desejada.


Assim, pode-se chegar a esse valor de algumas maneiras:
E.1. Percentagem do valor orado: estabelece-se uma
percentagem que varia, em mdia, entre 10% e 20% sobre o
valor de custo do projeto;
E.2. Pela rea do projeto: estabelece-se um preo por rea a ser
trabalhada (R$/m2). mais fcil de se aplicar nos casos em que
o projetista tambm o prprio executor da obra;
E.3. Em funo do tempo dedicado ou hora tcnica: estabelecemse preos que tenham como base no nmero de horas gastas
para a elaborao do projeto, calculando-se quantos dias sero
gastos na sua elaborao e multiplicando-se pelo valor de um dia
de um profissional da rea.

F) Oramento total do projeto: contendo o Resumo dos Custos,


com a totalizao por operaes e dos demais itens (Tabela 7).

3.4. MANUAL TCNICO DE


MANUTENO DO JARDIM

IMPLANTAO

Esse Manual orientar a execuo e a manuteno do jardim,


ensinando, a quem necessrio for (profissional ou proprietrio),
22

sobre os tratos culturais que as plantas devero receber aps o


plantio. Devem estar relacionados e descritos todos os servios
necessrios implantao e manuteno do projeto, tais como:
preparo da rea, limpeza do terreno e movimentao de terra;
locao de obras: vias de circulao, jardineiras, bancos,
prgulas, espelhos dgua, etc.;
instalaes hidrulicas e eltricas;
preparo para o plantio: calagem, adubao, abertura de covas,
construo de canteiros, etc.;
plantio propriamente dito;
limpeza geral aps implantao;
manuteno.

3.5. PROPOSTA OU CONTRATO DE SERVIO


A Proposta ou Contrato de Servio dever ser efetuado
especialmente em se tratando de um projeto tendo como cliente
uma empresa jurdica. Poder vir acompanhado ou no do
projeto. Esta proposta poder apresentar a descrio de todos os
componentes que sero entregues ao cliente (projeto botnico,
memorial botnico, manual tcnico de implantao e de
manuteno, etc., devidamente descritos), o valor de
investimento, o prazo de entrega do anteprojeto e do projeto
executivo, as condies de pagamento e, principalmente, a
validade da proposta. Esta proposta dever ser assinada pelo
paisagista e pelo cliente responsvel, de preferncia com as
assinaturas de duas testemunhas.

Elementos de Trabalho
Na esttica e composio de jardins, os elementos artificiais e os
naturais fazem parte do ambiente existente ou projetado.
Consideram-se elementos artificiais aqueles que so construdos
ou colocados pelo homem no ambiente natural, tais como
caminhos, escadas, muretas, bancos, mesas, coretos, gradis,
portes, tanques, caixas dgua, piscinas, cascatas, vasos,
lixeiras, postes, quadras esportivas, etc. Os elementos naturais
so aqueles existentes ou plantados no local, compostos por uma
combinao de componentes fsicos (gua, solo e clima) e
biolgicos (plantas e animais), tais como gramados, rvores,
bosques, pomares, macios de arbustos, plantas aromticas e
medicinais, hortas, orquidrios, lagos naturais, etc.
23

4.1. ELEMENTOS NATURAIS


Os componentes naturais esto todos intimamente relacionados
entre si, influenciando a paisagem com seu tamanho, forma, cor,
aroma, som, movimento, entre outros caracteres. Assim, as
plantas e os animais deixam de ser apenas parte da decorao,
apresentando alto valor esttico e funcional e, se necessrio,
alguns podem ser modificados ou melhorados para que se
obtenha um jardim esteticamente adequado e agradvel aos
usurios.

4.1.1. VEGETAO
A vegetao constituda por espcies de formas, portes, cores
e texturas as mais variadas.
Quando combinadas com arte so a verdadeira essncia do
jardim. Algumas de suas caractersticas devem ser observadas
quando do planejamento paisagstico:

por ser um ser vivo, tambm dinmico;


apresenta um ciclo de vida;
deve-se observar os atributos estticos do vegetal;
as crenas devem ser respeitadas, assim como outros
aspectos.
Outro aspecto a ser notado em relao s associaes de
plantas (uso paisagstico), as quais so divididas em:
ISOLADO: seu efeito ornamental pode ser representado por
flores, folhagens, frutos, troncos, galhos, razes ou porte;
MACIOS: so formas e volumes conseguidos com o
agrupamento de plantas da mesma espcie, ou de espcies
diferentes, onde a caracterstica bsica um volume cheio em
que o espao tende a ser ocupado proporcionalmente tanto no
sentido horizontal como no vertical, s vezes mais na horizontal;
TUFO: apresenta um volume de plantas mais vazio do que o
macio, onde a verticalidade se sobrepe horizontabilidade;

24

BORDADURA: constitui-se por plantas de pequeno porte,


dispostas de forma linear, que tendem a compor as bordas de um
canteiro, caminho ou at mesmo de uma rvore em destaque;
CERCA-VIVA: formada por plantas de mdio a grande porte,
dispostas linearmente, que tendem a fechar ou dividir ambientes,
podendo ou no serem podadas;
CORBELHA: tipo de associao com vrias espcies em que
acrescenta-se ao volume e forma, o jogo das cores e texturas,
formando desenhos coloridos no jardim.

4.1.2. ANIMAIS
Sempre que possvel, os animais devem fazer parte do
paisagismo, tendo em vista apresentarem uma forma e colorido,
enriquecendo a paisagem. Podem mostrar fins ornamentais e/ou
utilitrios. Exemplo: aves (araras, papagaios, garas, paves,
faises, pssaros, etc.), peixes, lebres, tartarugas, etc. Alm
desses, existem ainda outros que podem frequentar o jardim e,
as vezes, nem se d conta de sua presena, como alguns
pssaros e insetos que so atrados pelas plantas ornamentais e
pela gua.
4.1.3. GUA
A gua no jardim tambm um elemento de decorao, quer
seja de forma corrente ou parada, sendo desejvel qualquer que
seja a maneira de uso. Pode ser encontrada sob a forma de
reservatrios naturais (lagos, lagoas) ou artificiais (piscinas), nos
cursos dgua (rios, riachos, cachoeiras, etc.), ou em fontes que
jorram gua em determinadas pocas do ano (intermitentes) ou
continuamente, ou simplesmente para uso na irrigao do jardim.
4.1.4. OUTROS ELEMENTOS
Alm da gua, um outro elemento natural presente com
frequncia nos jardins so as pedras que, em diferentes
tamanhos e formas, emprestam paisagem belas composies,
sendo muito usadas para efeitos de contraste. O formato e o tipo
das pedras devem ser escolhidos em relao direta com o
ambiente onde sero colocadas.
25

Os troncos e as razes mortas de rvores tambm podem ser


usados nos jardins; porm, quando tratados, devido
artificializao, so includos na categoria de elementos
arquitetnicos.

4.2. ELEMENTOS ARQUITETNICOS


Para complementar o paisagismo, so necessrios outros
elementos alm dos naturais, de forma que harmonizados com
esses, constituam um jardim que atenda s necessidades
estticas e funcionais, de acordo com os desejos dos usurios,
tornando o local mais criativo e aconchegante, valorizando a
paisagem. Os elementos arquitetnicos podem definir o estilo da
composio a ser seguido e transmitir sensaes tanto ilusrias
como reais. Assim, devem ser planejados de maneira que no
choquem com os naturais, levando-se em considerao a sua
frequncia, linhas e formas predominantes e os materiais de sua
composio.

4.2.1. CAMINHOS CIRCULAO E PISO


Os caminhos so locais destinados ao trnsito de pedestres ou
de veculos, que permitem ao usurio dirigir-se e apreciar um
determinado local da paisagem. Alm de direcionar os usurios
do jardim, a circulao faz as ligaes internas e externas do
jardim, constituindo-se no elemento de integrao entre os
componentes da paisagem. So desenvolvidos de acordo com o
tipo de jardim, e suas dimenses dependem do fim a que se
destinam. Podem ser pavimentados ou no, tendo o pavimento
funo ornamental valiosa quando bem explorada. Os caminhos
devem ser, preferencialmente, traados segundo o nvel do
terreno; os declives fortes so valorizados por meio de escadas
(tijolos, pedras, seces de toras de madeira, dormentes, lajes,
etc.), podendo-se aproveitar a parte superior como mirantes.
Podem apresentar vrias formas e larguras, serem permeveis
ou impermeveis, devendo ocupar a menor rea possvel, pois
setorizam o jardim, ou seja, fazem um zoneamento dos espaos,
dividindo o terreno e as reas ajardinadas.

26

A pavimentao pode ser feita com diferentes materiais: pedras


toscas, lajotas de concreto, seixos rolados ou branco, ladrilhos,
tijolos prensados ou de barro, lajotas de cimento ou granito,
mosaico portugus, saibro, asfalto, brita, cimento, placas de
concreto,
paraleleppedo,
ardsia,
pedrisco,
cermica,
dormentes, cruzetas, tbuas de madeira, arenito, etc.

4.2.2. CONSTRUES PARA LAZER


Alguns elementos constituem-se em infra-estrutura para se obter
o lazer passivo ou ativo. O lazer passivo desenvolvido sem
atividade fsica programada, como por exemplo uma reunio
informal beira da piscina. J, o lazer ativo corresponde s
atividades em que o exerccio e a movimentao so uma
constante, ou seja, so atividades dinmicas, como por exemplo
a prtica de futebol. Para tal, algumas construes so
necessrias no jardim, tais como:
PISCINA: esporte, sensao de paz e serenidade, microclima,
influncia esttica. Observar a localizao, forma, tamanho e tipo
de piscina, pavimentao ao redor, proteo para animais e
crianas, mobilirio e iluminao;
DECK: plataforma de madeira inserida adequadamente no jardim,
constituindo-se de superfcies planas, contnuas ou seccionadas,
determinando pisos prximos s piscinas por exemplo, isolando
as plantas ou conservando o gramado. projetado adaptando-o
ao relevo do terreno. Pode ser construdo em madeira apropriada
(massaranduba, aroeira, peroba) e exige manuteno
permanente com leo queimado ou outro produto protetor de
madeira;
PRGULA: seu uso no jardim decorre da necessidade de se
assegurar locais apropriados para a expanso das plantas
trepadeiras, bem como oferecer um local de convivncia
agradvel. Pode estar localizada isoladamente ou junto s
edificaes. Pode ser feita de madeira, ferro, concreto, alvenaria
ou outro material;
CARAMANCHO: tambm est associado s plantas
trepadeiras, pois serve de suporte a elas; porm, sua estrutura
27

mais simples do que a da prgula, sendo feita de material fino, ou


seja, madeira rolia, bambu ou at mesmo alvenaria;
QUIOSQUE: elemento com funo social de lazer. Dependendo
do formato, tambm pode ser chamado de GAZEBO. usado
para fazer refeies e como guarda-sol em piscinas, praias e
bares, podendo conter churrasqueira, pia, fogo, etc. um
componente completamente desligado do corpo da casa,
permitindo intimidade e vista privilegiada. Pode apresentar
caractersticas e dimenses variadas, podendo ser dimensionado
com rea de cerca de 4m2/pessoa. Dependendo do grau de
sofisticao, pode ser feito de alvenaria, madeira, vidro, concreto,
ferro, policarbonato ou acrlico, alm de coberturas em telha
colonial, lona, palha de sap ou folhas de palmeiras, vidro, etc.,
sendo o piso de vrios materiais (seixos, tijolos usados, ladrilhos,
pedras, entre outros);
TRELIA: refere-se a uma estrutura de madeira ou outro
material, em forma de grade que, servindo de suporte para as
plantas trepadeiras, tem a finalidade de quebrar o visual pesado e
sem beleza. Usada junto a muros altos ou paredes com aspecto
desagradvel e sem nenhum atrativo;
TELADO E GREENHOUSE;
ESTUFA: serve para colocao de colees de plantas (hobby)
nativas raras ou exticas, com certo controle das condies
climticas. o local ideal para colecionar cactos, orqudeas,
begnias, antrios, bromlias ou outras espcies de valor
ornamental, ou ainda servir de local de recuperao de plantas
doentes ou mal cuidadas;
MIRANTE: feito em jardins extensos e que apresentam elevaes
com pontos privilegiados para usufruir a paisagem;
RESERVATRIOS E ESPELHOS D GUA: tanques para
peixes, plantas aquticas e formao de espelhos de gua, lagos,
etc.;
CASCATA: pode ser natural ou artificial (pedras, concreto, calhas
de cermica, etc.), sendo um elemento de destaque na
paisagem;
28

PONTE: elo de ligao no jardim, podendo ser construda at


mesmo em locais onde no existe gua, fazendo a ligao entre
acidentes topogrficos (depresses). Pode ser feita de vrios
tipos e dimenses, usando madeira, ferro, ao, concreto ou outro
material. presena obrigatria em jardins no estilo japons;

REAS ESPECFICAS DE LAZER ATIVO:


LAZER INFANTIL: casas de bonecas, play-ground, gangorras,
escorregadores, balanos, gira-gira, tanques de areia, etc.;
QUADRAS POLIESPORTIVAS: vlei, futebol, basquete, futebol
de salo, tnis - verificar medidas oficiais.

4.2.3. ILUMINAO
O jardim no feito apenas para ser frequentado durante o dia,
podendo se converter em ambientes extremamente agradveis,
com timos efeitos visuais produzidos pela iluminao artificial
durante noite, alm do aspecto de segurana. Deve ser
planejada com a intensidade aproximada da iluminao interna,
lembrando-se de que os focos de luz no devem incidir
diretamente sobre as pessoas. A iluminao, alm de ser
funcional, tambm decorativa, servindo para focalizar a luz
sobre a planta, deixando o fundo no escuro; iluminar apenas um
setor focando a parede com objeto na frente enfatizando sua
silhueta, com foco por trs e de baixo para cima (objetos com
transparncia) ou com foco sobre a planta de modo a conseguir
sua sombra sobre a parede.
As luminrias podem servir para uso do jardim noite, para
realce e para valorizao de elementos que merecem destaque,
ornamentar o jardim quando possui caractersticas peculiares
interessantes e criar efeitos especiais. Dependendo do objetivo
da iluminao, so escolhidas as luminrias adequadas para
cada situao, as quais so classificadas em:
PROJETORES OU SPOTS: usados para criar efeitos de
iluminao direcionada, chamando a ateno para algum ponto
especfico; para ressaltar um componente em destaque no
jardim, tais como uma rvore, arbusto, esttua, escultura ou
fonte. Podem ser usados tambm para iluminar as margens de
29

lagos, piscinas, proximidade de bancos ou moblia de playground. Existem peas que ficam enterradas no solo, deixando
aparente apenas a parte superior, que possui proteo especial;
ESPETOS: assim como os spots, os espetos so usados para
dar destaque em arbustos, massas arbreas e forraes. A
grande vantagem que oferecem maior maleabilidade, pois
podem ser facilmente transferidos;
BALIZAS: usadas para orientar e clarear as vias de acesso, de
circulao (caminhos, escadas e rampas), ou colocadas em meio
a canteiros e arbustos, camuflando-se entre a vegetao, de
maneira a ilumin-los sem aparecer. Apresentam-se de forma
tubular, podendo ser de diversos materiais. Por oferecer potncia
de iluminao menor do que os postes, so perfeitos para quem
gosta de admirar o cu noite;
POSTES: encontram-se com vrios formatos, que vo desde o
esfrico tradicional at as verses mais modernas. Sua
iluminao maior, mais uniforme e no dirigida, sendo usados
em reas extensas, reas de permanncia (recantos com
bancos), locais de circulao de veculos e de pessoas, reas
planas como os gramados, e para destacar mosaicos florais ou
corbelhas. Como a iluminao feita de cima para baixo, o ideal
que sejam mais altos para no ofuscar a vista;
DE PAREDE: podem ser usadas em portes, porta de acesso ao
jardim, pontos estratgicos da fachada da residncia ou muro;
OUTROS EQUIPAMENTOS: tocheiros, luminrias pendentes e
bolas de cermica, que servem tambm como objetos de
decorao.
A colorao da luz tambm importante, tendo grande influncia
no efeito visual que se quer produzir. A luz verde pode ser usada
para iluminar arbustos e folhagens das copas de rvores,
enquanto a luz rosa ideal para folhagens de colorao cobre; j
a luz vermelho-escura serve para realar as flores, e a amarela
recomendada para iluminar troncos de rvores; para esttuas ou
estruturas que se destacam, no necessrio o uso de luz
colorida.

30

Em relao ao tipo de luz, podem ser encontradas no mercado:


LUZ FLUORESCENTE: consome pouca energia. Podem ser
lmpadas tubulares (40w), colocadas de 45-60cm acima das
plantas, se possvel com um refletor para direcionar e difundir a
luz e, de preferncia as de luz amarela por serem mais
agradveis no jardim;
INCANDESCENTE: tradicional, continua sendo a melhor fonte de
luminosidade artificial para as plantas. Porm, esquenta bastante
e necessita ser protegida da chuva e do relento. Existe tambm a
lmpada anti-insetos, indicada para ambientes abertos prximos
a bancos, por exemplo;
HALGENA: se parece com a incandescente em termos de
luminosidade e consumo, mas suporta intempries e tem um
faixo de luz direcionado. ideal para reas externas, por serem
mais quentes, pequenas, durveis e reproduzirem fielmente as
cores;
DE MERCRIO: desfavorvel para a vida noturna das plantas,
prejudicando seu metabolismo, alm de atrair muitos insetos.
Apresenta luz prateada;
DE VAPOR DE SDIO: ideal para dar profundidade em reas
grandes, apresentando luz amarela;
LIGHT EMISSION DIOD - LED: o futuro da iluminao de
jardins. So pequenas placas de pontos de luz que j vm
fixadas em uma luminria. Para emitir a mesma luz de uma
lmpada halgena PAR de 50w, consomem apenas 10w e tm
uma vida til de 100 mil horas. Pequenas, estas luminrias
interferem muito pouco no paisagismo; porm o custo ainda alto
(cerca de R$ 580,00 por pea).
Como a iluminao artificial pode trazer algum prejuzo s
plantas, podem ser usadas lmpadas especiais, que emitem
quantidade suficiente de radiao luminosa nas faixas do
vermelho e do laranja, o que permite melhor desenvolvimento dos
vegetais.

31

4.2.4. DIVISRIAS
As vias de acesso funcionam tambm como divisores de
ambientes no jardim no plano horizontal. Porm, no plano
vertical, h algumas divisrias a serem usadas, formando
barreiras naturais (cerca-viva) ou arquitetnicas (muros e
muretas, cercas, alambrados) para delimitar os ambientes no
jardim. Divisrias so elementos destinados a dividir os espaos
na paisagem e propiciar maior privacidade ao usurio. Os
variados tipos de divisrias arquitetnicas so executados com
diversos materiais, tais como madeira, bambu, estacas de
concreto, pedras, tijolos, blocos, pranchas, elementos vazados,
etc., podendo ser construdas em diferentes alturas.
4.2.5. MOBILIRIO
Os jardins dispem de vrios ambientes, cuja decorao pode ser
complementada com mobilirios especficos, os quais podem ter
uso prtico e/ou esttico, harmonizados com o estilo da casa e do
jardim. Os locais apropriados para a moblia so os ptios,
terraos, reas da piscina, entre outros espaos destinados ao
descanso, s reunies sociais ou ao lazer ativo.
O mobilirio pode ser fixo ou mvel. So eles: mesas, cadeiras,
bancos, espreguiadeiras, guarda-sis, redes, churrasqueiras,
alm de equipamentos encontrados nas quadras e campos para
prtica de esportes e play-grounds.

4.2.6. OBRAS DE ARTE


As obras de arte constituem detalhes sofisticados no paisagismo,
podendo ter carter religioso, poltico, cultural, de valor decorativo
ou venerativo. Podem ser utilizadas em qualquer estilo; contudo
so mais abundantes no estilo clssico. So elas:

Esttuas e esculturas;
Painis, baixo-relevos, monumentos, runas;
Rochas, troncos e razes tratados;
Jardineiras e vasos: podem ser de cermica, barro, arame,
concreto leve ou celular, plstico, madeira, fibra de coco, fibra
de vidro, bambu, alumnio, contendo trelias ou arcos. Podem
32

ainda ter a funo apenas como pea ornamental, no servindo


para o cultivo de plantas.
Portes: ferro batido, madeira, ferro perfilado, etc.

Implantao de Jardins
Uma das fases mais importantes e delicadas na jardinagem a
da implantao, quando se corrigem todas as condies
existentes na rea de plantio, preparando-a para receber o
jardim. A implantao correta de um jardim deve obedecer aos
seguintes passos:
1 Limpeza da rea - remoo de entulho e lixo;
2 Preparo do solo (drenagem, arao, gradagem, eliminao
de plantas daninhas, nivelamento, correo do solo e adubao);
3 Demarcao e abertura de covas para o plantio das mudas;
4 Plantio e escoramento de rvores e arbustos;
5 Formao e plantio dos canteiros com os arranjos
ornamentais;
6 Plantio e nivelamento final dos gramados.

5.1. SERVIOS PRELIMINARES


Contudo, antes de se iniciar o preparo do solo, alguns servios j
devem ter sido efetuados:

servios de infra-estrutura;
modificao do relevo do terreno: necessidades de cortes e/ou
aterros;
anlise do solo;
aquisio das mudas.
5.1.1. PREPARO DO TERRENO
Um dos erros mais graves encontra-se no preparo inadequado do
solo. Fazendo-o inadvertida e apressadamente, esquece-se que
o solo o alicerce e o fator determinante no desenvolvimento do
jardim.
O primeiro passo no preparo do solo para plantio consiste em
efetuar uma limpeza geral de toda a rea, recolhendo todo o lixo,
entulho, restos de construo e demais materiais encontrados na
33

rea. Esta etapa de suma importncia, pois alguns materiais


inorgnicos, alm de prejudicarem o pleno desenvolvimento das
plantas, podem demorar muito tempo para se decomporem, tais
como apresentado a seguir:
Papel 3-6 meses;
Tecidos 6-12 meses;
Filtro de cigarro e Chicletes 5 anos;
Madeira pintada 13 anos;
Nylon mais de 30 anos;
Plstico e Metal mais de 100 anos;
Borracha tempo indeterminado;
Vidro 1 milho de anos.
Em seguida, parte-se para o revolvimento do solo por meio de
enxado, ou enxada rotativa quando em reas maiores, at uma
profundidade de 30cm. Processa-se quebra dos torres ao
mesmo tempo que se retiram as razes e restos de entulhos, tais
como
cacos
de
telha,
tijolo,
etc.,
efetuando-se
concomitantemente um nivelamento do terreno.
A seguir, pode-se deixar a terra descansar por 10 dias em mdia.
Nesse perodo, irriga-se diariamente, evitando o pisoteio da
superfcie. Com isso, ocorre a germinao de sementes e/ou
plantas remanescentes, o que possibilita o controle das plantas
daninhas, por meio de capina manual, mecnica atravs de
araes e/ou gradagens, ou mesmo a aplicao de herbicidas
especficos.
Este tambm o momento de se fazer o controle prvio dos
agentes causadores de insetos, praga e doenas. No solo,
podem ser encontrados formigas, nematides, cupins, lesmas,
caracis e fungos; alm de lagartas, pulges e cochonilhas nas
plantas. Grande parte destes patgenos pode ser eliminada pelo
prprio revolvimento do solo e exposio direta aos raios solares,
ou por meio da aplicao de corretivos como o calcrio, com a
drenagem de solos encharcados ou eliminao de plantas
atacadas que porventura possam estar na rea.
Parte-se, ento, para a correo do solo, por meio da aplicao
de calcrio quando necessrio e da incorporao de adubos
orgnicos (de origem animal ou vegetal) e minerais (adubos
qumicos) na camada superficial ou na cova. A recomendao de
34

adubao ser feita de acordo com a anlise do solo e


necessidades nutricionais das plantas. Contudo, sempre que
possvel, recomenda-se o uso de uma ou mais fontes de matria
orgnica, alm da complementao com a adubao mineral,
especialmente a fosfatada no momento do plantio. Neste caso,
pode-se usar fontes naturais de fsforo como o fosfato de Arax
e farinha de ossos, que liberam o nutriente de forma mais lenta
para as plantas, e fontes mais solveis como o superfosfato
simples, que supre as necessidades da muda no estdio inicial
de crescimento. Quando se dispe de fontes mal curtidas ou que
no se tem certeza de que a estejam, torna-se conveniente fazer
a adubao orgnica com cerca de 20 a 30 dias antes do plantio,
incorporando-a bem ao solo. De modo geral, uma boa adubao
orgnica consiste da aplicao de cerca de 10 a 20L.m-2 de
adubo orgnico bem curtido; para esterco de aves, aconselha-se
reduzir a dose para cerca de 3 a 5L.m-2, por ser mais
concentrado em termos de nutrientes.
O adubo mineral pode ser simples (formado a partir de uma nica
substncia usada como fonte de fertilizante, podendo conter um
ou mais nutrientes), ou formulado (NPK formados pela mistura
de mais de uma fonte de fertilizante simples, em propores
adequadas para se obter as concentraes de nutrientes
desejadas). Pode ser aplicado junto com o orgnico, ou
posteriormente em cobertura.

5.2. PLANTIO DAS MUDAS


Antes de se iniciar o plantio das mudas, necessrio fazer a
demarcao das covas e dos canteiros e bordaduras,
especificando exatamente onde cada planta ir ficar na rea:

Plantio e escoramento de arbreas e arbustos


Formao e plantio nos canteiros, com os arranjos ornamentais
planejados;
Plantio e nivelamento final do gramado.
A) COVEAMENTO:
A dimenso da cova a ser aberta depender do porte da espcie
que ser plantada no local, podendo ser com as seguintes
dimenses:
35

rvores: 60x60x60cm;
Arbustos: 30x30x30cm ou 40x40x40cm;
Forraes e florferas: dimenses da embalagem;
Palmeiras: dimenses do torro = . 60x60x60cm
40x40x40cm.
B) PLANTIO:

ou

Para facilitar o processo de plantio das mudas, esse normalmente


realizado na seguinte sequncia: rvores e palmeiras - arbustos
e trepadeiras - canteiros para folhosas, floreiras, bordaduras gramado.
A regio do coleto (de transio entre razes e caule) no deve
ficar abaixo e nem acima do nvel do terreno.

B.1. MTODOS DE PLANTIO:


B.1.1. Plantio em linha reta: para formao de alamedas:
N = (A/E) + 1 muda
Em que: N = nmero de mudas para
A = superfcie do terreno ou rea do
E = distncia entre plantas.

a rea;
canteiro;

B.1.2. Plantio em quadrado: atualmente, est sendo pouco


recomendado:
Para rea quadrada: N = ((L/E) + 1 muda)2
Em que: N = nmero de mudas para
A = superfcie do terreno ou rea do
E = distncia entre plantas.

a rea;
canteiro;

Para rea retangular: N = N1 + N2


Nn = ((L/E) + 1 muda)
Em que: N = nmero de mudas para
A = superfcie do terreno ou rea do
E = distncia entre plantas.

a rea;
canteiro;

B.1.3. Plantio em quincncio: disposio retangular em que,


alm das plantas dos vrtices do retngulo, aparece uma quinta
planta ocupando o centro da disposio. Usado em canteiros,
36

gramados, bosques, agrupamentos em geral (usa-se menor


nmero de plantas do que no plantio em quadrado):
N = S/(C2 x 0,666)
Em que: N = nmero de mudas para a rea;
A = superfcie do terreno
E = distncia entre plantas.

ou

rea

do

canteiro;

B.2. PLANTIO DE RVORES:


A poca de plantio das rvores est ligada fisiologia da espcie:
Espcies de folhas caducas: a melhor poca para o plantio
ocorre ainda na fase de dormncia, a partir de agosto, quando
a temperatura comea a aumentar e as gemas ainda esto
dormentes, podendo-se usar mudas raiz nua. O plantio no
perodo chuvoso e quente somente poder ser indicado para
mudas com torro;
Espcies de folhas persistentes: o plantio dever ser feito no
incio do perodo chuvoso), ou seja, em plena atividade
vegetativa, podendo se prolongar at o final das guas. O
plantio no inverno poder ser feito com restries e somente
com mudas com torro.
B.3) PLANTIO DE PALMEIRAS:
necessrio um solo profundo, bem drenado, de textura franca,
com boa aerao, teor adequado de matria orgnica e
nutrientes minerais. Para a cova, sugere-se 60x60x60cm ou
40x40x40cm, conforme o porte da espcie.
B.4) PLANTIO DE ARBUSTOS:
Quando do plantio de arbustos, recomenda-se uma cova de
40x40x40cm, aplicando-se corretivos e adubos bem misturados
terra de enchimento.
B.5) PLANTIO DE CERCAS VIVAS:
Uma cerca viva vive, em mdia, 15 anos. Dependendo da
variedade e do estilo adotado, sofrer, no mnimo, quatro podas
por ano, havendo, assim, grande extrao de nutrientes, ramos e
37

folhas. Por isto, deve-se atentar para o bom preparo do solo e


adubao mineral ou orgnica.
Para a formao de cercas vivas,
dependendo da largura desejada:

podem ser

usadas,

Fileiras simples: abrir um sulco com 30cm de largura e 2030cm de profundidade em toda a extenso pretendida e
situada a cerca de 50cm de distncia da linha divisria do
terreno. Este sulco ser preenchido com uma mistura de 90%
de terra + 10% de esterco de curral curtido, previamente
enriquecido, para cada m3 da mistura, com 5kg de fosfato
natural ou farinha de ossos + 200g de cloreto de potssio + 2kg
de calcrio magnesiano ou dolomtico. O plantio feito com
espaamento mdio de 15-20cm entre mudas;
Fileiras duplas: usadas quando se deseja uma cerca viva com
largura maior. Neste caso, o plantio feito em sulco duplo, com
as mudas dispostas em forma de tringulo, espaadas de 2030cm.
Aps o plantio, faz-se o tutoramento e amarrio das mudas,
seguido de irrigao abundante.
B.6) PLANTIO DE HERBCEAS:
A maioria das herbceas, especialmente as anuais, prefere
temperaturas amenas e sua propagao realizada por meio das
sementes. Em algumas plantas, a propagao pode ocorrer por
meio de bulbos, tubrculos ou razes tuberosas e, mais
raramente, por estacas de caule:

Por sementes: precisa-se de uma sementeira, que pode ser


um caixote de madeira coberto com vidro, plstico transparente
ou outro material. Usa-se um substrato bem poroso, rico em
matria orgnica e permevel;
Plantio em covas: dependendo do porte da espcie e extenso
do sistema radicular, as covas podero ter suas dimenses
diminudas e as quantidades de adubos orgnicos e minerais
sero proporcionalmente reduzidas;
Plantio em canteiros:

38

Adubao orgnica: composto orgnico ou esterco de curral


(200g.m-2) ou esterco de galinha (60g.m-2) ou torta de
mamona (30g.m-2);
Adubao fosfatada corretiva (0-10cm): superfosfato simples
ou termofosfato magnesiano (50g.m-2) ou fosfato natural
(150g.m-2);
Adubao mineral: 4-14-8 + Zn (50g.m-2) incorporado ao solo
no momento do plantio;
Perodo chuvoso: uria (10g.m-2) dissolvida em gua (20L).
B.7) PLANTIO DE TREPADEIRAS:
Para o sucesso do plantio, o local da cova no deve ser
excessivamente ensolarado, sendo melhor aqueles frescos,
relativamente midos e ricos em matria orgnica. prefervel
covas mais largas do que profundas devido ao sistema radicular
abundante e superficial da maioria das espcies, como por
exemplo 70x70x50cm.
B.8) PLANTIO DE AQUTICAS:
Haver necessidade de se proceder correo da acidez e
fertilizar adequadamente o tanque para possibilitar o crescimento
das plantas e dos microrganismos (plncton), que exercero
grande ao depuradora da gua e se constituiro no mais
importante alimento para os peixes. Inicialmente, com o tanque j
pronto e vazio, espalha-se os seguintes corretivos e adubos na
terra do fundo:

Calcrio ou cal virgem = 100g.m-2;


Esterco de gado curtido ou similar = 300g.m-2;
Superfosfato simples = 15g.m-2.
Este material ser incorporado ao fundo do tanque com a ajuda
de um ancinho, at a profundidade de cerca de 10cm, sendo, em
seguida, compactado.
O plantio das espcies aquticas poder ser feito diretamente em
covas previamente adubadas (de bordadura, submersas e
emergentes), liberando-as na superfcie da gua (flutuantes) ou
em vasos que sero colocados no fundo do tanque (submersas e
emergentes).

39

B.9) PLANTIO DE GRAMAS:


Inicialmente, faz-se o revolvimento do solo at cerca de 15-20cm
de profundidade, por meio de enxado ou arados trao animal
ou mecnica. Procede-se retirada de pedras e restos de razes
grossas. Aps o nivelamento do terreno, espalha-se o calcrio
magnesiano ou dolomtico, micropulverizado ou calcinado, de
acordo com a quantidade recomendada pela anlise de solo, e
faz-se uma gradagem cruzada com discos de pouca curvatura,
em posio paralela ou abertos, para no revolver o solo; ou
afofa-se o solo manualmente sem revir-lo.
Em seguida, deve ser feita a distribuio de adubo fosfatado a
lano, incorporando-o na camada de 0-10cm por meio de ancinho
ou grade de disco: superfosfato simples (50g.m-2) ou
termofosfato magnesiano (50g.m-2) ou fosfato natural ou farinha
de ossos (150g.m-2). Juntamente com esta adubao, tambm
aplica-se adubo orgnico, nas seguintes quantidades:
Composto orgnico = 200g.m-2 , ou
Esterco de curral = 200 g.m-2 , ou
Esterco de galinha = 60 g.m-2 , ou
Torta de mamona = 30g.m-2 .
Ainda aplicado 4-14-8 + Zn (50g.m-2), incorporando-o
ligeiramente ao solo. Faz-se, ento, o plantio da grama:

Plantio de placas: as placas so justapostas. Se ficar algum


espao entre elas, esse deve ser preenchido com uma mistura,
em partes iguais, de areia e matria orgnica isenta de
sementes de plantas daninhas. Por meio de soquete,
pressiona-se vigorosamente as placas contra o solo. Se houver
necessidade, em caso de terreno inclinado, as placas podem
ser mantidas no lugar atravs de estacas de madeira ou
bambu, fincadas no sentido perpendicular declividade do
terreno. Rega-se abundantemente e repete-se a operao
algumas vezes por semana, durante um ou dois meses at que
o gramado se encontre bem consolidado. Aps o pegamento
das placas, durante o perodo chuvoso, aplica-se 10g.m-2 de
uria dissolvida em 20L de gua, repetindo a operao um ms
depois;
Plantio por rolos: idem ao de placas;
40

Plantio por mudas ou touceirinhas: o preparo do solo o


mesmo para placas. As mudas so plantadas com
espaamento de 10-15cm, introduzindo-as no solo; as
touceiras so plantadas com espaamento de 20x20cm at
30x30cm, tomando-se o cuidado para que a base das folhas
fique em nvel com a superfcie do solo. Em alguns meses o
gramado estar fechado; porm, para que no haja
concorrncia com as plantas daninhas, essas devem ser
retiradas periodicamente. Os passos seguintes so os mesmos
para placas;
Plantio por sementes: a quantidade de sementes a ser usada
por metro quadrado varia de acordo com a espcie e
fornecedor. A semeadura deve ser feita na primavera ou
outono, evitando-se perodos de forte pancadas de chuvas que
poderiam arrancar as sementes ou danificar as mudas recmnascidas. As sementes devem ser uniformemente distribudas
por toda a superfcie, passando-se uma vassoura flexvel ou
outro equipamento em seguida, de modo a enterr-las no
mximo at 3mm de profundidade. Logo aps, passa-se um
cilindro compressor para agregar bem as sementes ao solo.
Recomenda-se a cobertura e proteo do solo com uma leve
camada de cobertura morta, retirando-a assim que as
sementes comearem a germinar. Irrigaes leves e frequentes
devero ser realizadas desde e imediatamente aps a
semeadura at o perfeito enraizamento. Posteriormente, so
mais abundantes e menos frequentes. Recomenda-se uma
adubao nitrogenada em cobertura, 40 a 60 dias aps a
semeadura, com 10g.m-2 de uria dissolvida em 20L de gua.
5.3. ADUBAO DE PLANTIO
Em termos gerais, a adubao pode ser feita com NPK 6-18-10,
4-30-10 ou 4-16-8, sendo de 300-500g/cova para espcies
maiores e 100-300g/cova para arbustos e 100-200g/m2 para
canteiros e gramados; juntamente com 10 a 20 L de
esterco/cova.
rvores: recomenda-se fazer o preparo, adubao e
enchimento da cova com algumas semanas de antecedncia
do plantio da muda, para que se processem todas as reaes
qumicas, fsicas e biolgicas que se fizerem necessrias. Para
41

uma cova de 60x60x60cm, recomenda-se 0,5kg de calcrio


dolomtico + 1,5kg de fosfato natural ou farinha de ossos + 20L
de esterco de gado ou composto orgnico;
Palmeiras: a adubao de plantio recomendada para covas de
60x60x60cm de 30L de esterco de gado curtido ou similar +
1,0kg de fosfato de Arax ou farinha de ossos + 500g de
calcrio dolomtico;
Arbustos: por cova, recomenda-se 600g de calcrio dolomtico
ou magnesiano + 900g de fosfato natural ou farinha do ossos +
12L de esterco de gado curtido ou composto orgnico;
Trepadeiras: 500g de calcrio dolomtico + 1kg de fosfato
natural e 20L de esterco de gado bem curtido, misturados
terra de enchimento.
5.4. SERVIOS COMPLEMENTARES
Aps o plantio, so necessrios alguns outros servios para
completar o trabalho de implantao do jardim, tais como:

Tutoramento das mudas de rvores e arbustos: o tutor deve


ser colocado em posio vertical enterrado cerca de 1,0m
dentro da cova e ter sua altura proporcional ao tamanho da
muda. A planta presa ao tutor por amarrios em forma de oito
deitado, de borracha, fitilho, sisal ou outro material qualquer
que no fira o tronco;
Colocao de luminrias, aspersores, esttuas, vasos, mveis
e demais elementos arquitetnicos;
Limpeza da rea antes da entrega do jardim ao proprietrio.

Manuteno de Jardins
Regras bsicas para a manuteno de um jardim:

Irrigaes mais frequentes at o completo pegamento das


mudas. A necessidade de irrigao ir depender do tipo de
solo, da espcie vegetal, da poca do ano e do tamanho da
planta;
Replantio de mudas para substituir as eventualmente mortas
e/ou espcies de florao sazonal;
Varredura geral dos gramados e canteiros para retirada de
folhas e detritos;
42

Corte da grama mantendo-se o delineamento das margens nos


canteiros e passeios;
Cobertura anual dos gramados com terra peneirada e adubada,
bem como reposio de terra nos canteiros para compensar o
solo eventualmente perdido por eroso;
Controle de plantas daninhas, assim como de plantas
parasitas;
Combate sistemtico aos insetos-praga e agentes causadores
de doenas;
Podas de diversos tipos, de acordo com a necessidade;
Adubao geral em todas as reas do jardim, de acordo com
as necessidades de cada espcie.
Dentre as trepadeiras, os arbustos escandentes e cips precisam
ser amarrados a tutores durante as primeiras fases do
desenvolvimento, sendo necessrio, ainda, dirigir os caules para
posies mais adequadas. Os cips podem exigir algumas podas
iniciais para forar a ramificao lateral e impedir o crescimento
excessivo em altura.
6.1. ADUBAO DE COBERTURA
A) Para rvores: 200g de 4-14-8 + Zn aps o perfeito pegamento
das mudas:
Fazer, ainda, trs aplicaes de 150g/vez de sulfato de amnio
ou nitroclcio no perodo chuvoso, ao redor da planta na zona de
projeo da copa. Mudas com menos de 1,80m de altura, estas
quantidades devem ser reduzidas proporcionalmente;
B) Para palmeiras: aps o pegamento da muda, aplica-se
200g/cova do adubo 10-10-10;
C) Para arbusto: 120g de 4-14-8+Zn aps o perfeito pegamento
das mudas:
Fazer, ainda, trs aplicaes de 90g/vez de sulfato de amnio ou
nitroclcio no perodo chuvoso, ao redor da planta na zona de
projeo da copa.
D) Para cercas vivas: h exigncia de mais adubaes anuais de
cobertura, especialmente quando trata-se de uma cerca viva
podada. Sugere-se uma formulao equilibrada como 10-10-10
43

(30g.m-1 linear/vez), sendo a primeira logo no incio das chuvas e


trs posteriores durante o perodo chuvoso;
E) Para trepadeiras: usa-se 300g de 10-10-10 aps o pegamento
da muda, divididas em duas ou trs parcelas durante o perodo
chuvoso.

6.2. PODAS
As podas mutilantes devem ser evitadas. Controlar o crescimento
da copa tem sentido apenas para direcionar a ocupao do
espao que lhe foi destinado, nunca delimitar o volume da copa.
6.2.1. De Formao
A poda de formao usada quando se pretende alterar o hbito
natural de crescimento da planta, sendo diferente da topiria
(prtica que consiste em dar forma geomtrica e escultural a uma
planta de folhagem densa). Esta poda quase no usada em
arbustos, com exceo daqueles para cercas vivas formais, nas
quais logo aps o pegamento, faz-se o desponte baixa altura
para estimular a ramificao lateral. Assim, aps as mudas
atingirem 65cm de altura, poda-se a haste principal a 20cm do
solo para quebrar a dominncia apical e estimular o
desenvolvimento dos ramos laterais. Estes sero podados a
15cm do caule quando da segunda poda da parte apical e, assim,
sucessivamente, at que atinja a altura e largura desejadas.
Assim, as plantas sero foradas a formar a saia com numerosos
galhos quase paralelos ao solo e estendidos a poucos
centmetros deste.
Ao contrrio da anterior, para a formao de arvoretas, podam-se
todos os ramos laterais que surgirem, exceto pequena coroa no
topo. Aps o arbusto atingir altura conveniente (1,5m), deixa-se a
copa desenvolver, tutorando-o at que o caule se torne
suficientemente lignificado para suportar seu prprio peso.
Algumas plantas, como as rosas trepadeiras, com tendncia a
crescerem excessivamente para cima e pouco para os lados,
devem ter seus ramos laterais curvados para baixo e amarrados,
para que haja acmulo de hormnios que induziro a emisso de
novas brotaes.
44

Para o caso de rvores, deve-se eliminar todas as brotaes


laterais medida que forem aparecendo at a altura de 1,8 a
2,0m, para permitir o livre trnsito de pessoas e veculos, assim
como quando do surgimento de dois ou mais troncos, esses
devem ser eliminados enquanto novos.
Os ramos ladres tambm devem ser eliminados, pois alm de
serem excessivamente compridos, no apresentam nenhum
efeito esttico e exaurem as substncias nutritivas da planta e
perturbam o seu desenvolvimento.

6.2.2. De Florao
A poda de florao caracterstica de cada espcie, pois
depende do tempo gasto para a formao das gemas florferas.
Nas hortnsias, deve ser feita aps florao j murcha, apenas
nos ramos que tenham apresentado florao, para no retirar os
ramos que iro florir no prximo ano.
Nas roseiras e hibiscos, por florescerem apenas nos ramos
nascidos no ano corrente, a poda deve ser feita antes que os
novos brotos comecem a aparecer, para que nasam brotos
fortes que logo produziro flores. J o bico de papagaio deve ser
podado drasticamente a 15cm do solo, a fim de produzir brotao
vigorosa e grandes brcteas vermelhas.
A maior parte dos arbustos podada com a inteno de se
conseguir mais flores, o que deve ser feito no momento certo
para no ocorrer efeito inverso, ou seja, a supresso da florada.

6.2.3. De Limpeza
A poda de limpeza consiste em uma poda leve, simples, para a
retirada de ramos secos, doentes, praguejados ou com alguma
inconvenincia.
6.2.4. De Correo
A poda de correo realizada quando o plantio foi efetuado em
local inadequado e a planta estiver impedindo a entrada de luz ou
atrapalhando o livre trnsito das pessoas. Feita preferencialmente
45

no final do inverno, especialmente se for necessrio a remoo


de muitos galhos.

6.2.5. De Rejuvenescimento
A poda de rejuvenescimento efetuada com o objetivo de
reformar a copa, reconstituir a ramagem j estril e fazer voltar
planta sua aparncia perdida. Feita drasticamente no final do
inverno antes do incio da brotao, removendo os caules mais
velhos e cortando-se bem prximo ao solo.

Estilos de Jardins
A forma com que os estilos de jardins foram se desenvolvendo,
se modificando e se adequando vida do homem est
intimamente ligada histria e caracterizao da evoluo da
nossa prpria civilizao. Analisando as caractersticas
individuais dos diversos estilos de jardins atravs dos tempos,
nota-se a forte influncia exercida pelas crenas e costumes do
homem, em suas diferentes fases de evoluo. Estas crenas e
costumes esto representados nas diversas formas de
composio com os elementos da natureza que formam os
jardins. Cada cultura expressa de uma forma particular. Podese considerar at que os diferentes estilos de jardim so um
retrato de cada poca, mostrando como o homem v e classifica
o seu ambiente, como se coloca no ambiente que cria e que
referncias usa para escolher esse ambiente. Segundo alguns
autores, os jardins surgiram simultaneamente na China e Egito;
porm, de acordo com outros autores, iniciaram primeiramente na
China e, somente em seguida, no Egito. De qualquer maneira,
estas duas origens possibilitaram o surgimento de duas formas
diferentes de jardins, o informal e o formal; o sinuoso e o retilneo;
o naturalista e o arquitetnico.
Em relao aos estilos de jardins, existem algumas
classificaes, umas mais simples, outras mais complexas e
abrangentes. Uma primeira classificao, que agrupa os
diferentes tipos de jardins de acordo com caractersticas mais
simples, est descrita a seguir:
1. Formal: um estilo mais organizado, comportado e com maior
equilbrio;
2. Informal: um estilo desarrumado propositadamente, com
46

influncia dos jardins ingleses, privilegiando a natureza e a


descontrao;
3. Rochoso: especfico de climas quentes e agrestes, usa e
abusa
das
mltiplas
composies
de
pedras;
4. Japons: ganha um significado muito especial, ditado pela
filosofia do povo japons. Cada espcie muito valorizada e seus
recantos levam, quase sempre, as pessoas meditao;
5. Tropical: toda exuberncia da flora das regies tropicais est
presente neste estilo, que utiliza, predominantemente, espcies
nativas e traduz-se em um jardim de desenho;
6. Ambiental: uma paisagem na qual a prioridade consiste em
recuperar
a
vegetao
nativa;
7. Ecolgico: bastante atual, esse tipo de jardim segue uma
tendncia que surgiu na Alemanha. Busca a interao da planta
ao
mundo
do
homem;
8. Clean: visualmente mais limpo, utiliza poucas espcies, mas
de boa qualidade. Acompanha uma tendncia atual de
construes
com
linhas
retas;
9. Social: consiste em uma paisagem que convida convivncia,
desfrute e contribui para o embelezamento das reas vizinhas, da
cidade. Ex: jardins particulares que se estende at a rua.
Tem-se na China a meno mais antiga de jardins, onde se cr
que o homem, agrupando plantas, procurando imitar a natureza,
estabeleceu as bases de um jardim que foi o embrio do estilo
paisagstico naturalista, informal. Este estilo apresenta as
seguintes caractersticas:

Jardim com predominncia de linhas curvas e graciosas, livres;


Superfcies onduladas;
Uso de plantas perenes de crescimento livre;
Uso de muitas folhagens;
Figuras indefinidas;
Plantas naturais nos lugares certos;
Trilhas de largura varivel;
Traado acompanhando os acidentes do terreno;
Sem uso de filas indianas, plantas podadas segundo as
formas, cercaduras, bordaduras e terra aparente;
Exemplos: chins, ingls e japons: este estilo chegou ao Japo
no sculo VI e na Inglaterra no sculo XVIII.

47

Pouco depois da China, considerada o bero da jardinocultura,


surgiu no Egito e Prsia uma outra tendncia que, por muito
tempo, iria dominar o mundo: a dos jardins regulares e
geomtricos, chamado de estilo clssico, geomtrico ou formal,
cujas caractersticas so as seguintes:

Jardim regular, com predominncia de linhas retas e


geomtricas;
Jardins simtricos, de formas artificiais;
Vegetao rigidamente podada;
Canteiros com cercaduras e bordaduras;
Grande trabalho de manuteno;
Elevado custo de implantao;
Muitas esttuas e obras de arte;
Uso de cercas vivas podadas;
Solo aparente;
Cultivo de violetas a roseiras;
Exemplos: jardins egpcios, grego, persa, mourisco, romano,
medieval, do renascimento (italiano, francs e holands). Este
estilo chegou Roma no sculo XVII, Frana no sculo XVII, e
ingressou na Arbia e Espanha no sculo XIII.
O estilo contemporneo refere-se a um estilo de jardim criado
com liberdade de ao no sentido funcional e esttico, sendo:

Jardins irregulares com disposio informal;


Plantas de crescimento livre, muita folhagem e colorido
abundante;
Macios de plantas que se integram paisagem;
Elementos decorativos: pedras, bancos, escadas, esculturas,
gua e prgolas;
Florada subsequente em diversas pocas do ano;
Planos diretores urbanos;
Integrao cidade, praas, parques, espaos verdes semipblicos e privados, arborizao de ruas e avenidas;
Atendimento s necessidades de recreao nas diferentes
faixas etrias;
Espaos destinados ao esporte e lazer;
Composio de paisagens urbanas;
Preservao de ocorrncias naturais.
48

3.1. ESTILO INFORMAL


A) JARDIM CHINS

O povo chins era fortemente marcado pela religiosidade


(Confucionismo), que situava o homem no centro da
investigao, cultuando a solido, individualismo e harmonia
instintiva, e no a comunidade e aparncia exterior regrada, onde
a imaginao e o esprito deveriam correr livre em espaos
amplos e abrangentes. Desta forma, os jardins chineses eram
verdadeiros templos de meditao e purificao, com elementos
demonstrando grandeza e causando fortes impactos vista do
observador. Local onde se podia caminhar, contemplar e usufruir
o repouso que a natureza oferecia.
Basicamente, tentava-se organizar o j existente, as fronteiras
entre os espaos foram eliminadas ou quase subdimensionadas.
Alm disto, apresentavam as seguintes caractersticas:

Retratavam com perfeio a natureza, lembrando pinturas


paisagsticas;
Traado com linhas curvas e suaves;
Plantas em um plano secundrio, com funo decorativa;
Ordenao casual dos elementos;
Aproveitamento dos desnveis do terreno sem alterar sua
conformao natural;
49

Vastas dimenses;
Presena de um lago centralizado com plantas aquticas.
Durante a dinastia Han, no tempo do imperador Wu, os chineses
acreditavam que ao norte da China existia um lugar para os
imortais e criaram com muita imaginao, o Jardim Lago-ilha.
Estes jardins se repetiram em vrios lugares, tanto na China
como no Japo. Em suas fantasias, os chineses acreditavam que
s chegariam nestas ilhas voando, transportados por um pssaro
(Cegonha gigante). Este simbolismo demonstra a preocupao
deste povo com o renascimento aps a morte fsica, preocupao
filosfica dos que ficam entre os vivos. Nestes jardins estava
sempre presente uma grande pedra, que representava a
Cegonha gigante e, ainda, outras pedras menores que
representavam outros animais, alm de montanhas e guas
silenciosas.
B) JARDIM INGLS

A partir de 1.700, no incio do sculo XVIII, escritores ingleses e


franceses comearam o movimento do romantismo, em oposio
ao estilo barroco. Cansados de tanta riqueza de detalhes, ordem
e simetria, propuseram um jardim inspirado nas concepes
orientais do velho imprio chins, numa tentativa de imitar a
natureza, com um traado livre e sinuoso, apresentando gua na
forma livre (cascatas, cursos dgua, etc.) ou compondo-se com
50

grutas e runas, contidas em tanques de formato irregular, que se


casavam mais com as idias do Romantismo presente na poca.
Como caractersticas bsicas estavam a irregularidade e falta de
simetria nos caminhos, planejados com maior liberdade de
expresso, sendo denominados de jardins paisagsticos. Tal
concepo de retorno paisagem natural chegou a extremos de
usar runas, rochedos, regatos sinuosos, alm de outras
reprodues da natureza. De linhas grandiosas, as ruas eram
amplas, cmodas e em pequeno nmero, proporcionando a viso
de belas perspectivas, devido topografia do terreno acidentado.
A vegetao era formada por extensos gramados que serviam
para fazer a ligao entre pequenos bosques, plantas isoladas e
grupos de rvores no muito numerosas. Usavam-se at mesmo
rvores mortas, implantadas para decorao. Atravs dos jardins,
os ingleses expressaram o gosto pelo natural, com riachos
sinuosos e flores delicadas. O povo ingls tpico fechado,
circunspecto e considerado frio. Suas cidades so cinza durante
muitos dias por ano, mas seus jardins so graciosos, alegres e
leves. Esta dualidade talvez seja uma tentativa de compensao
de sua forma caracterstica de expresso.

C) JARDIM JAPONES

51

Os jardins japoneses datam de 710 da Era Crist, um pouco


antes da Idade Mdia, porm, adquiriram maior expressividade
nos sculos XV e XVI. Praticamente sem plantas, enfatiza a
viso, contemplao e meditao, devido aos fatores sociais,
religiosos e ambientais do pas. O Japo formado por quatro
ilhas e inmeras outras de menor importncia, com limitaes
territoriais: relevo montanhoso, sendo possvel cultivar apenas
1/5 de seu territrio. Assim, em sua evoluo histrica, o jardim
naturalista da China passou ao Japo no sculo V, sofrendo
modificaes e adaptando-se cultura e filosofia japonesa. A
natureza no era simplesmente imitada; para o japons, o jardim
mais do que uma simples representao da paisagem, sendo
considerado, dentro do simbolismo que cada pea encerra, uma
verdadeira mensagem espiritual. Os jardins japoneses so
profundamente msticos. O verdadeiro jardim japons nasceu na
poca Kamakura (1185-1392), inspirado no Zen-budismo, sendo
conhecido por jardim paisagem, por lembrar as composies da
pintura oriental. Frequentemente, seu centro vazio, estando os
elementos dispostos nos contornos, dando impresso de
assimetria. Houve dois perodos bem definidos no estilo japons:
Perodo Muromachi jardins monocromticos, pedras com
musgos
e
cascalhos
em
volta.
Perodo Momoyama paredes pintadas, jardins coloridos,
arbustos topiados para no competirem com as pedras.
No primeiro perodo, h uma ligao estreita entre o paisagismo e
a pintura. Como a pintura se tornou monocromtica nos primeiros
anos do sculo XV, com tendncia para a abstrao, os jardins
tambm acompanharam esta tendncia, no apresentando flores
e cores, apenas algumas rochas sobre o cascalho branco e,
muitas vezes, sem vegetao ou com apenas alguma poro de
musgo. A composio se baseava em agrupamentos simblicos
com elementos inertes (pedras e areia fina). Estes jardins eram
construdos para que as pessoas contemplassem um ponto fixo,
de onde podiam observar todo o conjunto, explicando as
dimenses reduzidas e o uso de vegetais miniaturizados. A
disposio dos elementos se dava com muita sabedoria, onde
cada um tinha um sentido simblico. Muitas vezes apresentavam
elementos contrrios (Yin e Yang dos chineses): a tartaruga
(pedras) e o grou (arbustos podados), que simbolizavam a
matria e o esprito; a montanha e a cascata; o mar (gua ou
52

cascalhos brancos ajeitados com ancinho, lembrando o


movimento da gua) e as ilhas, o macho e a fmea. Somente a
partir de meados do sculo XVI (1573-1615), houve o
ressurgimento da arte figurativa, colorida e extica. Os elementos
bsicos so a gua (riachos, cascatas, lagos, etc.), pedras e
plantas como o bambu, azalia, camlia, grama japonesa,
cerejeira, glicnia, tuia e outras. Quando a cerejeira florescia,
fazia-se a cerimnia do ch embaixo da rvore.
As pedras devem ser colhidas em leitos de rios, e nunca dantes
utilizadas; sua disposio deve ser natural, sugerindo que a
natureza as colocou ali; deve-se usar nmero mpar (3, 5 ou 7),
nmeros da felicidade e que representam a harmonia do karma.
O nmero mpar trazia sorte. A gua espelha a imagem e induz o
homem a enxergar a si mesmo, smbolo de purificao e seu
gorgolejar suave correndo entre as pedras convida reflexo. O
bambu dobra-se ao vento sem quebrar, sugerindo adaptao s
situaes adversas sem se deixar vencer. uma planta reta,
correta, para cima, como deveria ser o homem. Seu crescimento
ereto e sem curvas simboliza a retido de princpios e integridade
desejvel nos membros da sociedade. O som do vento em suas
folhas e os raios do sol filtrados so espetculos tranquilizantes
que elevam o esprito para esferas mais altas. Tambm so
utilizados o monjolo e pontes. As pontes sugerem uma viagem
mental atravs da contemplao; atravess-la equivale a atingir
outras esferas, quase sem sair do lugar. O barulho intermitente
dos monjolos empresta uma aura de misticismo ao lugar sagrado.
So feitos caminhos sinuosos de pedra ou cascalho, que
permitem percorrer o jardim desfrutando sua beleza e
descobrindo novos ngulos a cada passo. Alm disso, alongam a
caminhada, possibilitando mais tempo para meditar. As
lamparinas do uma conotao de luz que guia as pessoas nas
trevas, as lanternas de pedras que so iluminadas ao entardecer,
os caminhos formados por uma sucesso de pedras irregulares
ou passeios recobertos de areia. Usavam materiais resistentes,
as mais duradouras pedras, cascalhos e vegetao no florfera,
devido preocupao com a influncia da luz solar, as mudanas
sazonais e a ao do tempo sobre o desenvolvimento das
plantas, tentando manter o jardim sempre com a mesma
aparncia, em uma sugesto de perenidade.
53

Assim, as flores anuais e bianuais eram banidas. O trabalho de


manuteno era grande, com constantes podas. Enriqueceram
mais estes jardins, acrescentando estmulos para os sentidos
humanos; usavam matizes sutis de cores e formas perfeitas, para
estimular o sentido da viso. Os sons das guas e dos ventos
criavam mistrios auditivos. E, ainda, os perfumes compunham o
clima extico, estimulando o olfato. Os japoneses se caracterizam
como um povo extremamente espiritualizado, e a sua histria
indica que estiveram sempre expostos a movimentos agressivos
da natureza, como terremotos e maremotos. Em seus jardins s
utilizavam plantas perenes, criando, assim, um quadro estvel e
seguro em qualquer estao do ano, apesar da dura realidade da
inconstncia da natureza. Apaixonado por detalhes e formas
sintticas, os jardins japoneses, at hoje, so muito elaborados e
todas as plantas so valorizadas. Os bonsais representam as
miniaturas do mundo externo. Comearam a ser criados por um
verdadeiro movimento de rebeldia (consciente ou no) dos
monges japoneses. Uma das crenas das religies japonesas,
budistas e maostas, fala da importncia do desapego, de coisas
e sentimentos. Para exercitar este desapego, os monges eram
constantemente transferidos dos mosteiros onde viviam para
outros em outras cidades. Mas a necessidade humana da
"referncia" falou mais alto, e estes homens comearam a fazer
mudas de rvores, smbolo da paisagem de seu local de origem,
transportando-os para seus novos lares. Para possibilitar o
transporte, desenvolveram a tcnica da miniaturizao das
espcies arbreas plantadas em vasos. Estes smbolos
mantinham vivos a necessidade humana da referncia do
ambiente conhecido. De forma geral, os jardins japoneses eram
os jardins chineses em miniatura, no formato Lago-ilha, com
transposio da gua por meio de pontes. Inicialmente era
xintosta, depois budista.
Os elementos sempre representam algo: 3 pedras de 3 tamanhos
diferentes = 3 geraes (pai, filho, neto); as lanternas de
argamassa = a luz do caminho; a ponte que conduz a uma ilha =
instrumento para chegar ao todo poderoso. Atualmente, os
jardins japoneses conservam as caractersticas essenciais da
arte japonesa: a assimetria e a importncia dos espaos vazios, a
vegetao continua sendo usada com parcimnia apenas
musgos e pinheiros e praticamente sem flor.
54

3.2. ESTILO FORMAL


A) JARDIM FRANCS

No incio, o jardim francs sofreu grande influncia da


simplicidade dos jardins medievais.
Na segunda metade do sculo XVII, os jardins adquiriram novas
perspectivas, o paisagismo tornouse uma atividade quase que
febril na Frana; estava, assim, implantado o estilo francs. Os
franceses renovaram o estilo italiano, construindo os jardins em
locais pouco acidentados, ou nivelando a rea por meio de
aterros. Introduziram esttuas de mrmore junto s fontes, com
pequenos pavilhes e grutas dotadas de repuxos e outros
artifcios hidrulicos. Destacam-se os jardins do Palcio de
Luxemburgo e o jardim das Tulherias. Reproduziram muito bem o
barroco: rigorosamente simtrico e distribuio axial (em forma
de eixo), com eixo monumental que o divide em duas partes
iguais, sendo de tamanho extenso claramente construdo para
exibio e sem rvores para no estragar a viso na parte nobre.
Outras caractersticas eram a perspectiva e o uso de topirias. As
formas geomtricas eram percebidas nos caminhos, passeios e
na vegetao (podas artsticas). Os jardins de Versailles (16241688) foram efetuados para a esposa que queria a maior casa e
o maior jardim do mundo, constando de rea de 732ha, com
plantas de todos os continentes do mundo: as tropicais eram
colocadas em grandes vasos, os quais no inverno eram levados
55

para dentro da casa. Foram construdos por uma equipe de


arquitetos, engenheiros, escultores e jardineiros, comandados
pelo paisagista Andr Le Ntre (1613-1700). Favorvel ao
predomnio da lgica, da clareza e do equilbrio, Le Ntre, alm
de manter o traado simtrico, valorizou a perspectiva e a
sensao de grandiosidade. Em Versailles, o passeio central
comandou toda a composio. De cada lado desse eixo, Le Ntre
disps simetricamente os canteiros, separados dos bosquetes
por cercas vivas cuidadosamente podadas e acompanhadas por
esttuas de mrmore branco. Sobressaa a tudo isso os tapetes
de relva, as inmeras fontes e os canteiros floridos.
O jardim do palcio de Versailles teve incio com Lus XIV,
embora antes tenha sido um imenso brejo onde seus
antecessores praticavam a caa. Le Ntre aproveitou o desnvel
para aumentar a viso dos terraos, escadarias e delicados
bordados. Com a ajuda de macios de rvores, colocadas
lateralmente, a vista era conduzida por planos em diferentes
nveis onde abundavam fontes monumentais, com artsticas
esculturas e alamedas, com uma profuso de jarres, vasos de
bronze e esttuas. O parque de Versailles considerado o
melhor local para se julgar a escultura francesa da poca de Lus
XIV. Em 1681, comandados pelo engenheiro Arnold de Ville,
Versailles ganha gua para suas fontes. beira do Sena, 225
bombas dgua, movidas pela ao do vento, foram instaladas
para enviar gua para um reservatrio encravado numa
montanha rochosa a 154m de altura. De l, um grande aqueduto
de 8km a conduzia por gravidade at Versailles. Esse duto
funcionou at 1960 nesse imenso jardim. Criado para uma corte
que amava o espetculo e o luxo, os jardins franceses, eram
majestosos e tinham a proporo dos palcios da poca. Assim
como o povo, orgulhoso de sua cultura e origem, os franceses
no economizaram em seus jardins.
Impuseram sua vontade at mesmo s formas da natureza:
nivelando todo o terreno, para criar espaos perfeitamente
planos, a fim de adapt-las ao plano previamente traado. Com
formas ordenadas e simtricas, utilizaram-se de recursos ticos e
efeitos de perspectiva, criando verdadeiros cenrios barrocos. O
jardim francs parece-se com um tapete persa com plantas no
cho, para bordar o mximo possvel o plano horizontal do jardim.
Na primavera e vero, usam-se plantas anuais: desta forma, as
56

plantas so trocadas 3 a 4 vezes/ano em novembro entram


com os bulbos que hibernam no inverno e despertam em abril, e
em seguida, entram com as anuais (maio e julho).
Os franceses no deixam as plantas anuais morrerem no jardim.
Os elementos verticais so esculpidos no formato de cones para
no atrapalhar a viso.
B) HOLANDS

Por ser a Holanda um pas pequeno (300x200km), seus jardins


eram os jardins franceses em miniatura. Os holandeses tambm
no fugiram, no incio, das influncias francesas e italianas.
Porm, devido topografia plana, hbito de cultivo de plantas
bulbosas (em especial a tulipa) e ao seu gosto pelas cores,
criaram jardins mais compactos e graciosos. Eram divididos em
mltiplos recintos, apresentando tneis sombreados por
trepadeiras. As partes centrais eram formadas por intricados
grupos florais; fontes douradas, baixas, jorrando gua em
pequenos tanques, rodeados de cercas vivas de bordadura baixa.
Os ciprestes recebiam podas formando crculos sobrepostos;
portes de ferro fundido fechavam os jardins. Isso ocorreu do
sculo XVII ao XVIII. Os jardins modernos holandeses tm uma
agradvel forma domstica, com especial nfase nas tulipas,
narcisos e jacintos, distribudos com capricho encantador.
57

= Parque de Keukenhof aberto uma vez ao ano, em abril


(poca das tulipas), onde pode ser visto:

suavidade do talude para evitar que as crianas corram e


caiam na gua;
linha perfeita, obstruindo de uma s vez a vegetao lacustre
e, desta forma, interferindo no criatrio de insetos;
jogo de cores;
Narcizo: flor que est sempre olhando para ela mesma.
C) JARDIM ITALIANO

A Itlia foi o bero do Renascimento, cuja caracterstica era o


retorno Antiguidade. Surgiu a idia de restaurar os mais belos
parques e jardins da antiguidade, das vilas romanas: Villa
Mdici (Roma, 1417), Villa Deste (Tivoli, 1549) e Villa Borghese
(Roma, 1606). Adotaram-se os padres destes para a construo
de novos jardins. Houve uma contemplao maior aos ambientes
que proporcionavam vistas panormicas. Na cultura, o
Renascimento criou na Itlia jardins barrocos (poca do exagero,
com mveis trabalhados, abuso de palavriado na literatura,
resultando no aumento da quantidade de informaes nos
jardins), imponentes e suntuosos mais pelos elementos
arquitetnicos do que propriamente pela vegetao. Criados com
formas simtricas, sempre em torno de um elemento principal,
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neste caso, o chafariz. Sem alterar o relevo natural do terreno,


completavam-se com bancos artsticos, escadarias monumentais
e magnficas fontes e terraos, com corredeiras de guas em
repuxos e chafarizes e, ainda, muitas esculturas tpicas do
perodo, esttuas representando as estaes do ano, a fim de
desfrutar ao mximo da paisagem local. Esta necessidade de
descobertas de novas terras estava simbolizada pela busca de
locais com vistas panormicas. Os jardins das "Villas Italianas"
eram construdos em locais altos, de onde era possvel apreciar a
vista de suas cidades.
Os paisagistas do Renascimento Italiano aperfeioaram os
jardins formais do estilo romano.
Tudo comeou com a reconstruo da baslica de So Pedro em
1503, a mando do Papa Jlio II. A notvel predominncia da
alvenaria foi uma caracterstica que perdurou at o barroco.
Manteve, porm, a unidade, pelo fato da maioria dos jardins no
ser demasiadamente grande. A vegetao era considerada
secundria e usada de forma artificializada (topirias). As
espcies mais usadas eram os ciprestes, pinheiros, tuias,
buxinhos, louros e azinheiros. Outra caracterstica era o
paralelismo, uma forma de jogar a perspectiva para trs, tcnica
usada para integrar a fachada da casa com a rua. As paredes
das construes eram trabalhadas. Ao contrrio do estilo persa
(como se fosse um negativo): onde havia canaleta de gua
(persa) foi trocado por local de circulao; onde havia jardim
(persa) foi trocado por gua. Para mostrar fora, poder, eram
colocadas pinhas da magnlia branca em cima de pilares.

3.3. ESTILO CONTEMPORNEO


As tendncias dos jardins contemporneos j foram detectadas a
partir do sculo XIX, um misto de estilos de pocas anteriores: o
gosto pelas plantas raras, a pesquisa de novas espcies a serem
usadas, flores em locais especficos dos jardins, ou em
combinao com gramados. Somente a partir do sculo XX,
que surgiu o estilo contemporneo, que tem como caracterstica
uma ampla liberdade de ao, no sentido funcional e esttico.
Hoje, os jardins esto evoluindo rapidamente, se adaptando aos
novos costumes e gostos impostos pela moderna tecnologia.
59

Os jardins irregulares, com disposio informal, representam as


tendncias atuais do paisagismo. No se tm elementos para
ensinar como se faz um jardim moderno, o que seria mesmo
impossvel, pois depende da criatividade de cada um.
Esquematicamente, um jardim moderno limita-se a caminhos e
vegetao. Outros elementos decorativos complementares so
representados por pedras, bancos, escadas, esculturas, gua,
prgulas, etc. Os caminhos destinados a veculos devem ser
traados de maneira a permitir sua circulao livre e
desembaraada, muito embora possam apresentar curvas e
sinuosidades. Os caminhos destinados a pedestres so de
traado mais livre e podem obedecer aos mais variados
desenhos. A vegetao deve ser colocada dentro de uma certa
ordem progressiva, de acordo com o crescimento das plantas:
gramas e plantas rasteiras, plantas herbceas, arbustos, rvores,
trepadeiras, cercas vivas. Apresentam, ainda, as seguintes
caractersticas:

diversas plantas perenes, de alturas variadas e porte livre;


colorido contrastante;
florada subsequente em diversas pocas do ano;
efeitos culminantes;
cobertura vegetal;
macios de plantas que se integram perfeitamente
paisagem;
muita folhagem;
espaos destinados ao esporte e lazer.
A) JARDIM TROPICAL

60

O jardim tropical se caracteriza pela exuberncia e densidade da


vegetao, com suas rvores altas entrelaadas por trepadeiras e
servindo como suportes para orqudeas dos mais diversos tipos,
alm de samambaias e bromlias. As rvores podem ser
jacarands, flamboyants, paineiras, imbabas, cssias, ips ou
rvores frutferas (mangueiras, jabuticabeiras, etc.). Para dar um
toque mais alegre, pode-se introduzir outros exemplares com
florao mais viva, como hibiscos, azalias, lantanas, jasmins,
camaro e outras. No cho, caminhos com pedras, gramas e
formao de recantos ntimos e agradveis, com espelhos dgua
e folhagens coloridas (tinhoro e prmulas), complementam o
paisagismo. Tomando-se como referncia o local de maior viso,
plantam-se por trs, as espcies mais altas como palmeiras,
rvores e bananeiras. As plantas menores so usadas como
bordaduras para os canteiros (de maria-sem-vergonha, cinerria,
lrios, agapantos, etc.). E, para dar o clima tropical, muitas
bananeiras de jardim, coqueiros e samambaias.
B) JARDIM ROCHOSO

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No jardim rochoso, prevalecem as seguintes caractersticas:

Plantas suculentas e cactos;


Vegetao de textura mais agressiva: presena de espinhos,
folhas pontiagudas e rijas;
Uso de rochas, pedriscos e seixos rolados.

Plantas Ornamentais
1. PLANTAS ARBUSTIVAS
Os arbustos so plantas lenhosas ou semi-lenhosas, cujo caule
ramificado desde a base, no havendo, portanto, um tronco
indiviso (como nas rvores). So exemplos de plantas
ornamentais arbustivas :

Mil cores = Breynia nivosa


Camaro-amarelo = Pachystachys lutea
rvore-da-felicidade = Polyscias guilfoylei
Roseiras = Rosa sp.
Camlia = Camellia japonica
Caliandra = Calliandra sp.
Hortnsia = Hydrangea macrophylla
Pingo-de-ouro = Duranta repens
Azalia = Rhododendron x simsii
Ablia = Abelia x grandiflora
Acalifas = Acalypha sp.
So elementos vegetais que possuem um importncia
fundamental no paisagismo, ocupando, quase sempre, papel
muito variado nos arranjos de um jardim. Os arbustos florferos
62

enriquecem as composies e aqueles de folhagens do cor


constante durante o ano, valorizando as rvores e demais plantas
que os cercam. De modo geral, so plantas que aceitam podas, o
que harmoniza a sua conduo, permitindo ou obter um formato
ajustado ao jardim onde esto inseridos, ou a formao de figuras
(denominadas topirias).

1.1. DISPOSIO NO JARDIM


Em funo do porte, os arbustos podem ser utilizados com
diferentes finalidades no jardim:

transio do estrato herbceo para o arbreo;


complemento decorativo;
elemento dominante;
neutralizar uma viso que se pretende dissimular;
orientar a circulao de pessoas, realando as passagens e os
caminhos;
organizar espaos em benefcio do ser humano, formando
anteparos, tapumes, divisrias, cercas vivas;
favorecer o isolamento visual de reas ntimas, delimitando
uma linha de viso;
completar as linhas arquitetnicas das construes;
atuar como barreira, evitando que o som e a poeira passem
para dentro de casa;
algumas espcies, por serem bem compactas, chegam a ser
at intransponveis, servindo, por exemplo, para a conteno
de animais;
preencher espaos vazios, onde uma rvore no possa
produzir o mesmo efeito.
So plantas muito versteis, devido ao colorido de suas folhas,
flores e frutos, textura das folhagens, ramagem densa e folhagem
abundante. Paisagisticamente, podem ser usados de vrias
formas em um jardim:
isolados;
em pequenos grupos;
associados a forraes ou outros tipos de vegetao;
por se apresentarem aos olhos mais como manchas do que
como pontos ou focos, conseguindo-se efeitos maravilhosos
distncia, devem ser plantados, preferencialmente, em grupos
63

de vrios indivduos da mesma espcie, formando macios ou


tufos, de modo a serem apreciados pelo conjunto de sua forma,
colorido de suas folhas e folhagem, e no pelo detalhe de uma
nica flor;
na formao de cercas vivas;
na formao de vasos.
1.2. CLASSIFICAES
Apesar da maioria no ultrapassar 3,0m de altura, o tamanho
determina pouco, j que depende muito das condies climticas
do local, tais como temperatura, luz, precipitao pluviomtrica,
etc., e das condies qumicas, fsicas e biolgicas do solo.
Conforme seu porte, os arbustos podem ser classificados em trs
categorias:

Arbustos baixos: com menos de 0,5m de altura. So usados,


de preferncia, na beira de caminhos e canteiros, para cobrir
caules esteticamente indesejveis de arbustos mais altos, ou
como contorno em passagens e caminhos. So usados em
bordadura, separao de ambientes, junto de muros, macios
florais;
Arbustos mdios: com porte entre 0,5m a 1,50m de altura.
Usados para formar macios destinados a disfarar as linhas
retas e montonas das bases das construes; no meio de
gramados; isolados; em fileiras guarnecendo cercas e gradis,
obstruindo a viso da parte baixa e desnuda de plantas mais
altas; em conjunto como pequenas cercas vivas, junto de
muros ou de paredes, em caminhos laterais para a conduo
de pedestres; como centro de interesse, etc.;
Arbustos altos: com porte acima de 1,50m at 3,0m de altura.
Usados para formar cortinas de proteo de olhares
(excelentes barreiras visuais); beira de muros ou ao p de
edifcios, frente e ao redor de rvores mais altas formando
macios; na composio de cercas vivas; como centro de
interesse; como renques (proteo contra ventos).
Existe, ainda a arvoreta, que refere-se a todo arbusto conduzido
de forma a apresentar um fuste (tronco) nico, cultivado em
vasos ou recipientes diversos. Exemplos: ligustro ( Ligustrum
sinense) e buxinho (Buxus sempervirens). J,o subarbusto
apresenta um caule lignificado apenas na base, do qual nascem
anualmente suculentos que, geralmente, secam aps cada
64

florada, como pode ser visto na hortnsia (Hydrangea


macrophylla).
Quanto exigncia em luminosidade, os arbustos podem ser de:

Pleno sol: acalifa, agave, azalia, bambu, bananeira de jardim,


camaro, cana-da-ndia, crton, dracena, escovinha, ixora,
strelitzia, hibisco, hortnsia, mussaenda, bico-de-papagaio,
sheflera, pndano, sanqusia, etc.;
Meia-sombra: afelandra, ardsia, azalia, brinco-de-princesa,
camlia, cordiline, crton, dracena, ixora, hortnsia, jasmim-docabo, justicia, poliscia, etc.;
Sombra: ardsia, brinco-de-princesa, dracena, cordiline,
poliscia, sheflera, etc.;
Obscuridade: aucuba (Aucuba japonica), ficus, etc.
Os arbustos podem ter a copa de diferentes formatos: obovada,
achatada, semi-elptica, irregular, espalhada, vaso, arredondada,
capitata, aberta e prostada.
A) Cerca viva
A cerca viva a designao geral dada formao de uma
massa verde, ou colorida, de folhagem perene ou caduca,
compacta desde a base, que geralmente no ultrapassa 2,0m de
altura, podendo, entretanto, atingir at 3,0m ou mais. Apresenta
inmeras funes:

formar um muro vegetal desde o solo at a altura conveniente


nos limites do terreno;
diviso ou proteo de determinados ambientes dentro do
prprio conjunto, limitando o livre trnsito de pessoas, animais
ou veculos;
servir como pano de fundo;
servir como barreira efetiva proteo visual;
reduzir a velocidade dos ventos, o transporte de poeira e
demais partculas em suspenso e da poluio sonora;
uso fundamentalmente ornamental, como folhagens, flores ou
frutos decorativos.
Existem dois tipos de cercas vivas:
Formal: forma retilnea, mantida por meio de podas;

65

Informal: silhueta irregular, varivel em altura e espessura,


procurando-se conservar, ao mximo, a forma original da
espcie, no sendo quase nunca podada.
Na escolha da espcie para cerca viva, todos os arbustos podem
ser usados. Contudo, deve-se atentar para o fato de que,
enquanto as mudas estiverem em fase de desenvolvimento,
possivelmente no acusaro nenhum problema. Porm, aps
algum tempo, estas podem decair devido ao fechamento da
vegetao, proporcionando um microclima favorvel ao
desenvolvimento de insetos-praga e doenas, ou pela
competio das plantas, entre si, por gua, luz e nutrientes
minerais, fazendo com que alguns indivduos amareleam,
cresam menos ou at mesmo morram.
Por estes motivos, deve-se usar somente espcies j
experimentadas h anos e plenamente adaptadas s condies
edafoclimticas da regio.
A indicao da variedade apropriada de extrema importncia,
devendo possuir as seguintes caractersticas:

ser decorativa e com belo efeito ornamental;


possuir folhagem permanente;
permitir podas drsticas (cerva viva formal);
vegetar bem em solos pobres;
ser tolerante seca;
suportar eventuais geadas e ventos fortes;
resistir ao ataque de pragas e incidncias de doenas;
no ter dimenses muito grandes;
no crescer muito rpido.
2. PLANTAS HERBCEAS
As plantas herbceas (gramados, folhosas e florferas, anuais e
perenes) so vegetais de tamanho limitado e ciclo de vida
geralmente menor do que dois anos (anuais e bienais), podendo
algumas ser perenes. Apresentam caule e ramos de consistncia
suculenta, tenra, no lenhosa, de porte variado: algumas no
ultrapassam 10cm de altura (como o musgo Selaginella
uncinata); outras tm porte avantajado (Agave spp.).
66

2.1. DIVISO E CLASSIFICAO


As plantas herbceas ornamentais normalmente so usadas
como bordadura ou forrao. A bordadura refere-se fileira de
plantas herbceas ou arbustivas, geralmente de porte baixo, que
marca o limite de um canteiro ou que se presta para formar
desenhos decorativos. So mantidas com seu porte natural ou
por meio de podas cuidadosas.
A forrao um termo normalmente usado para definir plantas
com crescimento horizontal maior do que o vertical, apesar de
possurem hbito de crescimento horizontal ou vertical,
dependendo da espcie. As espcies classificadas como forrao
no resistem ao pisoteio.
Diferentemente, as gramas so plantas que, em sua maioria,
suportam certo pisoteio.
As forraes possuem mltiplas solues paisagsticas, podendo
ser usadas com diferentes fins:

revestimento do solo, protegendo-o contra eroses, evitando a


formao de poeira e lama;
para quebrar a monotonia da cor verde dos gramados,
usando-as intercaladas a estes;
dependendo da espcie ou variedade, pode-se obter
diferentes graus de coloridos e texturas no espao
considerado;
fazer o acabamento em jardins, em composio com espcies
de porte maior;
recobrimento do solo em locais onde h impossibilidade de
uso de gramas;
integram o gramado s outras plantas;
manter a umidade do solo;
evitar a incidncia de plantas invasoras;
criam-se possibilidades paisagsticas infinitas, devido imensa
variedade de plantas.
Apesar de exigirem como rea de implantao um local onde no
haja circulao de pessoas, muitas delas apresentam a vantagem
de prosperarem em locais sombreados, onde as gramas no
cresceriam; algumas toleram solos encharcados e outras
67

desenvolvem-se bem em lugares inclinados ou no meio de


rochas.
O uso das diferentes forraes depende do gosto e da rea
disponvel. Recomendam-se espcies mais altas para reas
maiores e espcies menores para rea pequenas. Podem ser
usadas de diferentes maneiras (uso paisagstico):

em vasos colocados em ambientes de luminosidade indireta;


sob rvores, como pendentes ou junto do tronco;
junto a muros e paredes, com luminosidade indireta;
em jardins de inverno;
junto de arbustos de porte mdio a grande, para forrar o solo;
em floreiras ou jardineiras;
para reduo do trabalho de manuteno em reas
sombreadas;
em canteiros sob diferentes condies de luminosidade.

68

69

Pode-se encontrar forraes para vrios tipos de ambientes:

para solos ridos ou secos: Sedum sp. (Dedinho de moa) e


Echeveria sp.;
para solos ngremes e necessitando de proteo contra a
eroso: Wedelia paludosa (vedlia);
para valorizar o intenso colorido: Ajuga (Ajuga reptans),
celsia-plumosa (Celosia argentea);
para pleno sol: trapoeraba-roxa (Tradescantia pallida,
purpurea);
para meia-sombra: marantas (Calathea sp.), trapoerabarana
(Tradescantia zanonia);
para pleno sol e meia-sombra: abacaxi-roxo (Tradescantia
spathacea), lambari (Tradescantia zebrina).
2.2. PRINCIPAIS ESPCIES E SUAS CARACTERSTICAS
2.1. HERBCEAS FOLHOSAS
As herbceas folhosas so assim denominadas por serem
cultivadas devido beleza de suas folhas. As folhas podem ter
papel fundamental em termos de beleza de um ambiente, devido
grande variedade de forma, dimenso, textura, tom de verde e
tonalidade de outras cores. Quanto luminosidade, podem ser
classificadas em:
A) Plantas de pleno sol:
cinerria (Senecio douglasii)
capim choro (Eragrostis curvula)
periquito gigante (Alternanthera dentata)
periquito (Alternanthera ficoidea)
70

abacaxi-ornamental (Ananas bracteatus)


cinerria (Senecio douglasii)
trapoeraba roxa (Tradescantia pallida cv. purpurea)
amendoim-rasteiro (Arachis repens)
capim-choro (Eragrotis curvula)
lana-de-so-jorge (Sanseveria cylindrica)
B) Plantas para pleno sol e meia-sombra:
brilhantina (Pilea microphylla)
grama preta (Ophiopogon japonicus)
agapanto (Agapanthus africanus)
confete (Hypoestes sanguinolenta)
alocsia (Alocasia macrorhiza)
espadinha (Sanseveria trifasciata, var. hahnii)
abacaxi-roxo (Tradescantia spathacea)
frmio (Phormium tenax)
ofiopgo (Ophiopogon jaburan)
C) Plantas de meia-sombra:
pila-alumnio (Pilea cadierei)
colus (Solenostemon scutellarioides)
clorofito (Chlorophytum comosum)
ajuga (Ajuga reptans)
Singnio (Syngonium podophyllum)
Aspargo-pendente (Asparagus densiflorus)
Clorofito (Chlorophytum comosum)
Pepermia (Peperomia sandersii)
Calatia-zebra (Calathea zebrina)
Maranta-bicolor (Maranta bicolor)
D) Plantas de sombra:
Asplnio (Asplenium nidus)
Costela-de-ado (Monstera deliciosa) = sombra ou meiasombra
Lambari (Tradescantia zebrina) plena ou meia-sombra

71

72

2.3. FLORFERAS
As herbceas florferas so assim chamadas por ser a beleza de
suas flores a responsvel pelo seu cultivo, como as orqudeas e
begnias. Alm da beleza, a flor serve de guia muito til na
identificao das plantas. A cor varia muito, desde a branca at a
violeta, assim como outras caractersticas, indo de homognea a
heterognea, de simples a composta, perfumada ou no, dentre
outras. O tamanho tambm bastante varivel, desde o
microscpico at a gigante vitria-rgia. justamente a
associao de tom, forma, cheiro e variedades que faz com que
as flores sejam to queridas e procuradas. Cada espcie requer
cuidados especiais, mas a maioria exige basicamente mais luz do
que as plantas de folhagem para se desenvolver. So exemplos
de florferas:
A) Plantas de sol:
Aptenia cordifolia - rosinha-de-sol
Bidens tinctoria - margaridinha-escura
Gazania rigens gaznia
Evolvulus pusillus gota-de-orvalho
Lobularia maritima alisso
Acalypha reptans rabo-de-gato
Belamcanda chinensis flor-leopardo
73

Dietes iridioides moria


Iris germanica ris
Freesia x hybrida frsia
Hemerocallis flava hemeroclis
Strelitzia reginae estreltzia
Petunia x hybrida petnia
Viola tricolor amor perfeito
B) Plantas de sol e meia-sombra:
Crossandra infundibuliformis - crossandra
Clivia miniata clvia
Agapanthus africanus agapanto
Cuphea gracilis rica
Anthurium andraeanum antrio
Spathiphyllum wallisii bandeira-branca
C) Plantas de meia-sombra:
Cuphea ignea flor-de-santo-antnio
Primula obconia prmula
Zingiber spectabile gengibre-magnfico

2.2.1. Ciclo de vida


Anuais: calndula (Calendula officinalis), petnia (Petunia
hybrida), amor-perfeito (Viola tricolor), cravo (Dianthus
caryophyllus), cravina (Dianthus chinensis), calndula
(Calendula officinalis);
Perenes: lrio-de-so-jos (Hemerocallis flava), agapantos
(Agapanthus africanus), gaznia (Gazania rigens), prmula
(Primula obconica), gipsofila (Gypsophila paniculata), begnia
sempre-florida (Begonia semperflorens), gerbera (Gerbera
jamesonii), alpnia (Alpinia purpurata), gengibre magnfico
(Zingiber spectabile), antrio (Anthurium andraeanum).

74

75

3. PALMEIRAS
As palmeiras so plantas monocotiledneas, uma das mais
caractersticas da flora tropical e mais antigas do globo terrestre,
76

de grande uso nos jardins. Tpicas dos trpicos, com exceo das
tamareiras (Phoenix sp.) provenientes de reas desrticas, e das
palmeiras washingtonia, sabal e livistona, que so de clima
temperado. Desta forma, de maneira geral, apresentam melhor
desenvolvimento quando cultivadas em regies de clima quente.
As palmeiras esto entre as plantas mais antigas do globo, e
seus vestgios remontam a mais de 120 milhes de anos. As
palmeiras podem ser usadas na fabricao de artesanatos e
telhados (folhas), para extrao de cera vegetal (carnaba e
ceroxylon), de leo vegetal (babau, dend e coco-da-bahia) e de
fibras; seus frutos e palmitos podem ser usados na alimentao
humana (doces, pastis, sucos, bolos, etc.), alm do uso no
paisagismo de diferentes formas.

3.1. CARACTERIZAO BOTNICA


Nesta famlia, Arecaceae (Palmae), encontram-se representantes
arbustivos e arbreos, sendo raros os casos de trepadeiras. So
cerca de 3.500 espcies em 240 gneros.
A) Razes: fasciculadas, cilndricas, espessadas, abundantes e
subterrneas; contudo, em algumas espcies, as razes podem
ser tambm areas, as quais podem atingir o solo
(Chamaedorea) ou no (Socratea exorrhiza - paxiba), e
completar a funo do sistema radicular, ocorrendo
principalmente em matas midas;
B) Caule tipo estipe: alongado, cilndrico ou cnico, com folhas
terminais. duro, no possui casca no sentido comumente usado
para a palavra. Existem espcies de caule nico (simples e
solitrio), ou mltiplos (vrios caules, formando uma touceira)
(jacitaras Dypsis lutescens e Cariota mitis). No apresenta
ramificaes, com exceo da Hyphaene thebaica do norte da
frica, que apresenta-se ramificada semelhana de uma rvore.
Existem tambm representantes acaules (com caules
subterrneos e folhas que nascem ao nvel do cho), como o
indai-do-campo (Attalea geraensis) e pindorba-da-serra (Attalea
humilis). A altura pode variar de 0,50m at 50m (Ceroxylon
quindiuense). O caule das palmeiras ainda pode ser liso (sem
qualquer revestimento), revestidos por bases remanescentes do
pecolo de folhas j cadas h muito tempo (licuri-Syagrus
coronata e carnaba-Copernicia prunifera), revestidos de
77

espinhos (macaba-Acrocomia aculeata), revestidos por uma


massa de plos (Coccothrinax crinita), ou ainda revestidas por
tecido fibroso na regio do pice (Coccothrinax barbadensis).
C) Folhas: so formadas por:

Bainha: a base ou regio mais inferior que envolve o caule


parcial ou totalmente;
Pecolo: a continuao da bainha e consiste da parte livre da
folha, curta ou longa. As margens so lisas, denteadas ou com
espinhos;
Lmina ou limbo: a parte folhosa verde, que pode ser inteira
ou variavelmente dividida.
Possui na parte central a raque (uma poro mais rgida que a
continuao do pecolo). As folhas divididas no so
consideradas compostas.
As palmeiras apresentam grande diversidade de folhas quanto ao
tamanho, forma e diviso, com algumas grandes, como na
Raphia farinifera (12m de comprimento). As folhas adultas, em
funo da forma, so de dois tipos:
o

Palmadas: no h propriamente a raque ou esta muito curta,


e os segmentos (lmina dividida) ou a lmina (se inteira)
partem de um nico ponto na extremidade do pecolo, em
todas as direes. As divises so chamadas de segmentos.
Em outras espcies, a raque encurtada parcialmente e uma
extenso dela penetra na folha at uma certa distncia, sendo
denominadas de costapalmadas, e tm o aspecto de
repuxadas como em espcies de Sabal sp.. No geral, as
palmeiras com folhas palmadas ou costapalmadas so
chamadas popularmente de flabeliformes.
Pinadas: folhas semelhantes a uma pena. A lmina dividida e
os segmentos dispem-se regular ou irregularmente ao longo
da raque. Os segmentos so chamados de pinas e no de
fololos. Possuem um eixo prprio, comprido, ao longo do qual
se dispem inmeros fololos. Algumas palmeiras possuem
folhas bipinadas (raque principal ramifica-se e as pinas fixamse nestas ramificaes), como na Caryota mitis.
D) Inflorescncia: paniculada, axilar, protegida por uma ou mais
78

brcteas, em cacho com numerosas flores. A maioria das


palmeiras policarpa, ou seja, as inflorescncias formam-se
sucessivamente ano aps ano durante todo o perodo de
maturidade, com algumas excees como a Caryota urens, cujas
inflorescncias se desenvolvem progressivamente do pice para
a base do caule, em um processo que demanda muitos anos,
resultando na morte da planta logo aps o amadurecimento da
ltima inflorescncia formada ao nvel do solo. A jupati (Raphia
taedigera), originria da regio amaznica, cresce por sete anos,
formando estipe grosso, de 1,0m a 4,0m de altura; uma planta
entouceirante, cujo estipe que produz cachos volumosos de
frutos morre em seguida. Contudo, a maioria das palmeiras
cresce por dezenas de anos, atinge grande porte, floresce e
frutifica durante quase toda a sua existncia.
E) Flores: so pequenas, pouco atraentes e geralmente
desprovidas de colorido vistoso. So unissexuais, podendo estar
na mesma inflorescncia e planta (plantas monicas), ou em
plantas distintas (plantas diicas), como as tamareiras (Phoenix
sp.);
F) Frutos: do tipo drupa (uma semente envolvida por um
endocarpo rgido) ou bagas (uma a trs sementes envolvidas por
um endocarpo mole), indeiscente, na maioria das vezes de
colorao amarela, vermelha ou preta, ornamentais. Os frutos, no
geral, so de forma globosa, ovalada, cnica ou alongada, de
tamanho varivel desde cerca de um gro de arroz ou ervilha at
excepcionalmente grande com peso em torno de 20kg como os
do coqueiro-do-mar (Lodoicea maldivica);
G) Sementes: com abundante endosperma, em geral oleaginoso.
A cavidade dos frutos preenchida geralmente por uma nica
semente, dura e densa. A forma variada, arredondada, ovalada,
cnica, s vezes alongada.

3.2. DISTRIBUIO GEOGRFICA


A maioria das espcies ocorre nas regies tropicais (sia,
Indonsia, Ilhas do Pacfico e Amricas); porm, algumas so de
regies
subtropicais,
sendo
resistentes
ao
frio
(Brasil/Uruguai/Argentina = Butia spp.). No Brasil, na Zona dos
Cocais (Norte e Nordeste) ocorrem os babauais, carnaubais,
79

buritizais e carandazais. As palmeiras de maior importncia so:


babau (Orbignia sp.), carnaba (Copernicia sp.), coqueiro-dabahia (Cocus nucifera.), aa e jussaras (Euterpe sp.) e jeriv
(Syagrus sp.). Dentre as mais cultivadas, esto: tamareira
(Phoenix sp.), palmeira real (Roystonea sp.), palmeiras-de-leque
(Livistona sp. e Chamaerops sp.), areca-bambu (Dypsis sp.) e as
cariotas (Caryota sp.).

o
o
o
o

3.3. HBITO DE CRESCIMENTO


Arbreo: palmeira imperial (Roystonea oleraceae);
Arbustivo: areca-bambu (Dypsis lutescens);
Acaule: Geonoma acaulis, Phoenix acaulis;
Trepador: Daemonorops, Calamus.
3.4. CARACTERSTICAS ORNAMENTAIS
A) Caule:
Longos de espessura constante:

buriti (Mauritia flexuosa)


coco-da-bahia (Cocus nucifera)
afinados na base e no pice, com espessura maior na regio
mediana:
palmeira real (Roystonea regia)
estipe com ramificaes areas: Hyphaene thebaica
brotaes na base: Phoenix dactylifera.
B) Folhas:
limbo pregueado, s vezes com fendilhamento;
costa, costela ou rquis curta ou longa;
pecolo curto ou longo, com ou sem espinhos.
C) Inflorescncia: flores em cacho, pequenas, cor amena, pouco
chamativas;
D) Frutos: algumas vezes, coloridos, bastante ornamentais.
E) Curiosidades:

80

Coripha umbra culifera: maturidade em 40-80 anos,


inflorescncia com 6m de comprimento, 10m2 de base, 60
milhes de flores;
Loidocea maldivica: fruto de 20 kg;
Raphia ruffia: folhas de 6m de comprimento;
Roystonea oleraceae: caule com 50m de altura.
3.5. USO PAISAGSTICO
As palmeiras so plantas de grande importncia econmica, seja
pela explorao comercial, como a extrao de palmito (Euterpe
edulis) e cco (Cocus nucifera), e de outros produtos alimentares
(leos), de fibras para confeco de chapus, cestas, etc., como
material para construes rsticas, alm de modificar o
microclima em associaes extensas, ou pelo prprio valor
ornamental atribudo s mudas em funo do porte e espcie. As
palmeiras, dependendo da espcie, podem ser mantidas em
vasos, floreiras, etc. E, mesmo as plantas adultas podem ser
transplantadas para o solo com sucesso, desde que cuidados
necessrios sejam observados. As palmeiras possuem grande
importncia em projetos paisagsticos, principalmente em funo
da forma e rusticidade. Recomenda-se no cultiv-las associadas
a rvores, pois perdem o efeito visual. Podem ser cultivadas
isoladamente, ou em grupos para o sombreamento e melhoria do
microclima, sempre em posies dominantes no jardim. Quando
plantadas formando alias laterais (fileiras formando alamedas)
em grandes jardins, em ambos os lados de arruamentos largos e
compridos, oferecem um visual bastante atrativo. Em pequenos
jardins, este tipo de formao no deve ser usado, por neutralizar
o ponto de fuga, proporcionando um visual pesado e
desagradvel.
Em gramado extenso, a utilizao de uma nica planta tambm
no reala, promovendo apenas um corte na paisagem, sem
proporcionar harmonia ou caracterizar um ponto de destaque.
Assim, devem ser plantadas preferencialmente em grupos no
muito densos, em posies predominantes, onde se destacaro
contra o azul do cu, branco das areias de uma praia, etc.
O plantio de conjuntos constitudos de espcies diferentes
raramente produz bom efeito, sendo mais recomendvel a
utilizao de grupos de uma nica espcie. As palmeiras no tm
81

funo de proteo contra ventos e nem de sombreamento; por


este ltimo motivo, no causam problemas no desenvolvimento
de gramados, permitindo o cultivo de grama at prximo a seus
caules.
Pelo seu aspecto extico e perfeio da silhueta, um elemento
importante em canteiros centrais de avenidas, alamedas, parques
e jardins tropicais. Cada espcie prima por seus prprios
ornamentos: porte, graciosidade das folhas, dimetro e textura
dos troncos, forma, tamanho e colorao dos cachos e frutos.
Podem ser usadas de diferentes maneiras, alm das j citadas
acima:

na arborizao urbana;
em jardins tropicais juntamente com outras plantas tropicais;
Espcies de porte alto: agem no conjunto mais pela silhueta do
que pela cor ou aparncia tridimensional;
Agrupadas em cumes de morros ou colinas: conjunto de lindo
efeito ornamental, sendo muito usadas para
formar molduras de cenrios panormicos afastados;
Parte dianteira da casa: permissvel o uso de palmeiras baixas,
sendo prefervel a colocao daquelas que formam touceiras;
Espcies altaneiras: apenas atrs ou ao lado das casas, salvo
palacetes ou conjuntos residenciais de alto luxo, com vasos em
amplos jardins;
frente de prdios altos: especialmente com fachadas lisas e
montonas, recomenda-se palmeiras de porte alto para
melhorar o seu aspecto;
Disfarar o tronco desnudo de algumas palmeiras: plantio de
trepadeiras na base dos estipes.
Existe um grande nmero de palmeiras nativas e diversas outras
exticas, mas bastante adaptadas ao nosso ambiente; a escolha
deve depender das caractersticas do projeto em harmonia com
as caractersticas de cada espcie.

3.6. PROPAGAO
A maioria das palmeiras se propaga por sementes; algumas
espcies so capazes de entouceirar tornando a propagao
vegetativa mais prtica, por meio de diviso de touceiras quando
82

cespitosas (entouceiradas), como a Rhapis sp., Chamaedorea


sp., Cariota mitis, etc. Pode-se, ainda, partir para a alporquia
(Chamaedorea elegans) ou multiplicao por meio da cultura de
tecidos, especialmente a cultura de embries, como feito em
Veitchia montgomeriana, Acrocomia aculeata, Elaeis guianensis
(dendezeiro) e Phoenix dactilifera.
A) Por sementes: se os frutos forem colhidos imaturos, a
germinao muito falha ou no ocorre, pois o endosperma
ainda se encontra aquoso, no solidificado. A taxa de germinao
das palmeiras baixa e desigual, onde mais de 25% das
espcies demoram mais de um ano para germinarem,
apresentando menos de 20% de germinao. Devem ser
preparadas da seguinte maneira:

Usar sementes de frutos recm-colhidos;


Quando houver necessidade de acondicionamento das
sementes, este deve ser feito por cerca de 2 a 3 meses em
sacos plsticos bem fechados em temperatura de 18-24C. As
sementes devem ser tratadas com fungicidas (Captan ou
Thiran);
A semeadura pode ser feita em qualquer poca do ano, desde
que se tenha temperatura e umidade adequadas;
Retirar a casca e polpa (epicarpo e mesocarpo) do fruto. A
despolpa pode ser feita de maneira manual ou mecanicamente;
Fazer a higienizao das sementes: gua sanitria diluda em
gua em uma proporo de cerca de 10% por cerca de 15 a 20
minutos, e aps devem ser lavadas para a remoo da gua
sanitria;
Algumas plantas apresentam polpa contendo substncias
alergnicas e irritantes; nestes caso, devese usar luvas;
Pode-se fazer a imerso das sementes em gua para facilitar a
germinao das sementes, com o cuidado de trocar a gua
diariamente para evitar a fermentao;
Quando houver necessidade de transporte das sementes, este
deve ser realizado com uso de esfagno umedecido;
Seme-las a pouca profundidade, em sulcos, no necessitando
deixar nenhum espaamento entre as sementes. A germinao
lenta, podendo demorar mais de ano. Usa-se um substrato
muito bem preparado. O substrato deve ser estril, com boa
capacidade de drenagem e aerao, podendo-se usar areia
grossa de rio lavada, perlita, cinzas, terra vegetal, vermiculita
83

ou substrato comercial pronto. Usa-se a mesma profundidade e


espaamento do prprio tamanho. A semeadura normalmente
feita em canteiros, podendo, ainda, ser feita em vasos,
bandejas e sacos plsticos.
Canteiros: 1,20m de largura no mximo para facilitar o trabalho,
localizado em estufas ou telados;
A cobertura dos sulcos feita com o prprio material. Aps a
semeadura, deve-se regar e manter o substrato sempre mido.
As sementes grandes podem ser semeadas diretamente em
recipientes individuais (vaso ou lata, com 4 a 5 litros de
capacidade). A temperatura tima para germinao est em
torno de 24C a 28C (UR de 70%); em temperaturas baixas as
sementes no germinam. O tempo gasto para a germinao
varia de algumas semanas at anos.
Aps a semeadura, regar e manter o substrato sempre mido;
Repicagem: processo efetuado quando a planta apresentar de
uma a duas folhas, passando-as para recipientes individuais,
mantendo-as meia-sombra, sob telado, ripado ou estufas e
irrigadas copiosamente. Pode-se haver a necessidade de se
fazer mais de uma repicagem;
A planta pode ser mantida em viveiro a campo, em condio
de sol ou meia-sombra e espaamento adequados para cada
espcie;
Transplantio: efetuado para local definitivo, tomando-se o
cuidado de fazer, inicialmente, um ms antes do transplantio, a
abertura de uma valeta (anelamento) com cerca de 30 cm de
raio, dependendo do porte de cada planta, sem destac-la e
colocando adubo dentro da vala. Este processo visa reduzir o
trauma que a palmeira sofreria caso o arrancamento fosse
repentino, acostumando-a paulatinamente e obrigando-a a
emitir novas razes. O arrancamento final, que pode ser feito
por meio de um gindaste, feito no dia de ser transportada,
envolvendo-se o torro remanescente com plstico, tecido de
juta ou aniagem, devidamente amarrado para que no esboroe,
assim como envolver o caule com aniagem de juta para manter
a planta mida por mais tempo. Uma mangueira colocada por
dentro da aniagem ao longo da planta para que seja molhada
por toda a sua extenso. Retira-se, ao mesmo tempo, metade
das folhas para equilibrar a transpirao com a reduo da
absoro de gua pelas razes. Aps ter sido transplantada,
84

recomenda-se irrigar a planta duas vezes ao dia, por cerca de


90 dias. Esta irrigao deve ser feita tanto na cova, como na
gema apical, por meio de uma mangueira furada colocada na
cova de plantio (1,0-1,8m de largura x 1,0m de profundidade)
para fazer a irrigao da raiz (por pelo menos 5 minutos,
garantindo que a gua chegue a todo o torro), e outra
mangueira no topo da palmeira, levando gua para o incio das
folhas. O topo da palmeira deve receber gua por cerca de 3
minutos, tempo suficiente para umedecer o tecido e para a
absoro da gua pela planta.
Recomenda-se fazer um bom escoramento da planta, em no
mnimo trs pontos, para evitar que essa se balance com o vento,
por cerca de 90 dias. O principal cuidado para se garantir a
sobrevivncia da palmeira a irrigao, evitando-se a
desidratao;
B) Diviso de touceiras: o nico processo em que todas as
caractersticas da planta me so mantidas. S possvel para
espcies que apresentam estipes mltiplas, formando touceiras.
Efetuada quando as plantas so cespitosas e estreis, ou quando
so plantas masculinas, bem como se houver interesse na
obteno mais rpida de mudas. Estas mudas so obtidas por
diviso dos caules subterrneos, devendo vir acompanhadas de
pores dos rizomas, com razes e caules areos.
C) Outros mtodos: cultivo in vitro (de embries) e alporquia.

3.7.MANEJO
A) Plantio: as mudas podem ser plantadas em local definitivo, em
qualquer poca do ano, preferencialmente nos meses mais
quente, para que haja melhor desenvolvimento, em covas de
tamanho adequado a cada espcie. Recomenda-se solo
profundo, bem drenado, de textura franca, com boa aerao, teor
adequado de matria orgnica e nutrientes minerais, alm de
covas de 60 x 60 x 60 cm ou 40 x 40 x 40 cm, conforme a
espcie;
B) Adubao:

85

De plantio (na cova): terra e esterco curtido ou composto


orgnico,
ou,
De plantio: cova de 60x60x60cm = esterco de gado curtido ou
similar (30L) + fosfato de arax ou farinha de ossos (1,0kg) +
calcrio
dolomtico
(0,5kg);
Aps pegamento: 10-10-10 (200g/cova).
C) Cuidados gerais:
Retirada de folhas secas, inflorescncias e cachos velhos;
Desbaste nas espcies cespitosas, quando houver necessidade;
Controle de cochonilhas, pulges e caros, por meio de paration
e
malation;
Retirada de lagartas no incio da infestao. Deve-se evitar o uso
de produtos qumicos, para no causar danos ao meio ambiente.
Para tanto, pode-se pulverizar com Dipel (Bacillus thurigiensis).

3.8. ESPCIES
A) Plantas de sol:
Cyrtostachis laka cv. Orange formulao
Wallichia disticha - Rabo-de-peixe
Ravenea rivularis - Palmeira majestosa
Socratea exorrhiza Paxiba
Butia purpurascens
Dypsis lastelliana - Palmeira de pescoo marrom
Livistona decipiens
Corypha umbraculifera
Satakentia liukiuensis - Palmeira satake
Euterpe edulis Juara
Mauritiella armata Buritirana
Euterpe oleracea Aa
Hyophorbe verschaffeltii - Palmeira fuso
Dypsis cabadae - Palmeira de cadaba
Butia capitata
Dypsis decaryi - Palmeira tringulo
Latania commersonii - Latnia-vermelha
Copernicia prunifera Carnaba
Bismarckia nobilis - Palmeira azul
B) Plantas de sol e meia-sombra:
Calyptrocalix spicatus - Palmeira-de-rabo
Phoenix roebelenii - Tamareira de jardim
86

Normambya normanbyi x Wodyetia bifurcata


Verschaffeltia splendida - Palmeira esplndida
C) Plantas de meia-sombra:
Areca vestiaria cv. Rubra
Areca trianda
Areca vestiaria - Areca-dourada
Licuala elegans
Reinhardtia gracilis Palmeirinha
Chamaedorea costaricana - Palmeira bambu

Plantas Ornamentais Trepadeiras


As trepadeiras so plantas de caules longos, lenhosos, semilenhosos ou herbceos, que necessitam de um suporte ou tutor
para se fixarem, por serem incapazes de se manter em p, sem
algum tipo de apoio. Os caules, aps subirem at certa altura,
comeam a se arquear, devido ao seu prprio peso, o peso das
folhas e flores. Podem ser encontradas em mais de 40 famlias,
como as gramneas, cactceas, rosceas, leguminosas, etc.

5.1. CLASSIFICAES
5.1.1. Grupos botnicos
As trepadeiras so divididas em quatro grupos botanicamente
heterogneos, mas com hbitos de crescimento similares:
A) Trepadeira volvel: com hbito de se desenvolver girando o
pice de seus ramos novos em espiral, at se enroscar em um
suporte de apoio, no qual se curva e passa a subir no tutor de
forma espiralada. Os ramos grudam em um suporte sem
necessidade de amarrio. No adequada para subir em muros,
postes ou rvores, e sim para latadas de arame, grades de ferro
ou estacas finas e rolias (principalmente quando estas
estruturas so colocadas em diagonal), trelias de madeira com
ripas ou arames formando XX ou WW, para revestir cercas, e
tambm como pendentes em vasos e jardineiras. So exemplos:
jitirana-vermelha (Ipomoea hederifolia), olho-preto (Thunbergia
alata), jasmim-de-madagascar (Stephanotis floribunda), jasmimestrela (Trachelospermum jasminoides), etc.;
87

B) Trepadeira sarmentosa: se fixa em suportes ou tutores por


meio de gavinhas, razes adventcias auto-fixadoras ou espinhos
curvos. A estrutura de fixao ir influenciar na escolha do
suporte mais adequado espcie:

Planta com gavinha: amor agarradinho (Antigonon leptopus),


maracuj (Passiflora spp.) e cip-de-so-joo (Pyrostegia
venusta). Fixa-se em latadas, cercas de arame e at mesmo
trelias de madeira; porm, no consegue subir em muros,
paredes, postes, troncos de rvores de casca lisa e gradis;
Planta com razes adventcias auto-fixadoras ou espinhos
curvos: dispensa amarilhos. Agarra-se ao reboco de muros e
paredes, postes de cimento, estipes de palmeiras e troncos de
rvores; porm, no consegue subir em objetos de metal
(arames), cano, etc. Ex: hera (Hedera helix), unha-de-gato
(Ficus pumila), maioria dos filodendros (Philodendron spp.) e
jibia (Epipremnum pinnatum);
C) Cip verdadeiro: refere-se a uma planta trepadeira que no
possui rgo fixador e nem se enrosca em tutores. Emite longos
caules relativamente grossos, semi-lenhosos, que atingem vrios
metros de altura sem nenhum apoio e, aps subirem
consideravelmente, arqueiam-se devido ao prprio peso,
deitando-se sobre qualquer suporte que estiver abaixo. No ponto
mais alto da curva, emitem novos brotos, os quais sobem mais
um degrau, repetindo o processo. O cip tambm usado como
pendente em vasos e jardineiras. Desenvolve-se bem em
caramanches ou prgulas, necessitando de amarrios quando
jovens. Ex: alamanda (Allamanda cathartica), lgrima-de-cristo
(Clerodendron
thomsonae),
clerodendro
(Clerodendron
splendens), etc.;
D) Arbusto escandente: planta que, a pleno sol e em campo
aberto, atinge porte arbustivo. Plantada junto a uma rvore ou
prgula, alonga seus caules, apoiando-se e amarrada a um tutor.
Presta-se tambm para ser usada como pendente em vaso e
jardineira. Grupo intermedirio entre os arbustos e os cips. No
atinge grandes alturas como o cip e requer, quase sempre, o
auxlio de amarrios para ficar presa em determinado lugar. Ex:
viuvinha (Petrea subserrata), roseira trepadeira (Rosa x
wichuraiana), primaveras (Bougainvillea spp.), etc.

88

5.1.2. Ciclo de vida


anuais: ipomeas, tumbrgia, etc.;
perenes: primaveras, alamandas, falsa-hera, etc.
5.1.3. Exigncia em luminosidade pleno Sol: jasmim-demadagascar
(Stephanotis
floribunda),
brinco-de-princesa
(Fuchsia x hybrida), alamanda (Allamanda cathartica), jibia
(Scindapsus
aureus),
maracuj
ornamental
(Passiflora
racemosa), jasmim (Jasminum grandiflorum), campainha
(Ipomoea purpurea), flor-de-so-joo (Pyrostegia venusta), olhopreto (Thunbergia alata), sete-lguas (Pandorea ricasoliana);
meia-sombra: costela-de-ado (Monstera deliciosa), flor-decera
(Hoya
carnosa)
sombra: lgrima-de-cristo
(Clerodendron
thonsonae);
neutras: filodendro (Philodendron melinonnii), Sapatinho-deJudia (Thunbergia alata).

5.2. TUTORES
Prgula: passeio ou abrigo, em jardins, feito de duas sries de
colunas paralelas e que serve de suporte a trepadeiras;
Caramancho: construo ligeira de ripas, canos ou estacas,
revestida de trepadeiras; pavilho;
Trelia: trabalho de ripas de madeira cruzadas, utilizada com
fins ornamentais ou funcionais, em portas, biombos,
caramanches, etc.;
Muros e paredes;
Pilares, colunas, postes;
Cercas e gradis metlicos;
Molduras de janelas, varandas e bancos de jardins, arcos;
Troncos altos de palmeiras ou de outras rvores de fuste alto;
Troncos de xaxim.
5.3. UTILIZAO
Como seu crescimento pode ser conduzido, e devido grande
89

diversidade de forma, textura, estrutura, florao e hbito de


crescimento, a trepadeira pode ser usada no jardim em:
Formao de cercas-vivas;
Separao de ambientes;
Revestimento de muros ou paredes, quebrando a cor
montona, disfarando e suavizando as linhas rgidas de
construes;
Formao de prgolas, arcos e trelias;
Mascarar troncos de rvores e palmeiras esteticamente
indesejveis;
Auxiliar no aproveitamento do espao vertical em jardins
pequenos;
Dissimular objetos que se deseja excluir a viso;
Conferir sombra aos caramanches, prgulas;
Formar uma cortina verde em latadas ou gradis, separando os
espaos internos;
Oferecer matizes diferentes em rvores de folhas caducas;
Proporcionar uma sensao de aproximao com a natureza,
harmonizando o ambiente;
Criar agradveis recantos sombreados;
Enfeitar e proteger contra o sol forte, barulho e ventos.
A trepadeira apresenta, ainda, a vantagem de poder ser cultivada
em espaos mais reduzidos quando comparada s rvores. So
adequadas para serem usadas:

em vasos como pendentes, ou com uso de suportes (estacas


de
bambu
ou
madeira,
tronco
de
xaxim);
em jardineiras ou floreiras mais altas como pendentes;
formando conjuntos ou no, conduzidas como arbustos
(primaveras, alamandas, filodendros);
em arcos, molduras de janelas, de bancos ou de varandas.
So exemplos de trepadeiras que podem ser usadas em:
Prgulas e caramanches (cip ou arbusto escandente): evitase o uso de trepadeiras muito vigorosas. No caso de prgulas,
por serem estruturas ligadas casa, sem sombra excessiva, as
espcies recomendadas so: primavera, jasmim-da-noite
(Cestrum
nocturnum),
lgrima-decristo
(Clerodendron
thomsonae), ipomia-rubra (Ipomoea horsfalliae), jasmim-da90

china (Jasminum pubescens), madressilva (Lonicera japonica),


cip-de-so-joo (Pyrostegia venusta), roseira-trepadeira (Rosa
x
wichuraiana),
jasmim-de-madagascar
(Stephanotis
floribunda), sapatinho-de-judia (Thunbergia mysorensis),
glicnia (Wisteria floribunda), clerodendro (Clerodendron
splendens), viuvinha (Petrea subserrata). Para caramancho,
dependendo do tamanho, acrescenta-se, ainda: alamanda
(Allamanda cathartica), jasmimestrela (Trachelospermun
jasminoides), sete-lguas (Podranea ricasoliana);
Muros e paredes de reboco spero, principalmente de pedras
(trepadeiras sarmentosas): tumbrgia (Thunbergia alata), hera
verdadeira (Hedera helix), unha-de-gato (Ficus pumila),
jasmim-estrela (Trachelospermun jasminoides) e arceas
(costela-de-ado-Monstera
deliciosa,
singnio-Syngonium
podophyllum, jibia-Scindapsus aureus, e maioria dos
filodendros-Philodendron spp.). So plantas de meia-sombra,
com exceo das heras e do Philodendron imbe. Outros cips
podem ser usados no revestimento de muros, desde que
tutorados e amarrados: alamanda (Allamanda cathartica), florde-cera (Hoya carnosa), aspargo-samambaia (Asparagus
plumosus), roseira trepadeira (Rosa x wichuraiana), jasmim,
clerodendros, etc.;
Trelias de madeira ou latadas de arame: usadas quando se
quer revestir o muro com trepadeiras volveis ou providas de
gavinhas, as quais no conseguem subir nestes elementos.
Estas trelias ou latadas, em formato XX ou WW, so fixados a
10-15cm do muro. Ex: jitirana (Ipomoea hederifolia), amoragarradinho (Antigonom leptopus), cissos (Cissus spp.), cipode-so-joo (Pyrostegia venusta), maracuj (Passiflora spp.),
etc.;
Troncos de rvores e estipes de palmeiras: rvores com
troncos alongados so bons tutores para trepadeiras
sarmentosas com razes auto-fixadoras e espinhos curvos. A
unha-de-gato e alguns cips conseguem subir em rvores e
palmeiras, porm devido ao crescimento vigoroso, prejudicamnas, podendo mat-las por asfixia. Ex: plantas da famlia
Araceae, cips desde que tenham um suporte de ripas para
seu amarrio e direcionamento, Thunbergia alata e viuvinha
(Petrea subserrata). O cip-de-so-joo (Pyrostegia venusta)
ideal para plantas com folhas caducas, pois suas flores
91

avermelhadas aparecem no inverno. O amor-agarradinho


(Antigonom leptopus) pode revestir estipes speras de certas
palmeiras;
Gradil ou cerca de madeira: apropriado para trepadeira volvel.
Quando do uso de cips verdadeiros, h necessidade de poda
inicial para forar a ramificao lateral. Podem ser usados
tambm arbustos escandentes, desde que amarrados. Outros
exemplos so as alamandas, jasmim-da-noite, lgrima-decristo, clerodendro, madressilva, viuvinha, primavera, roseiratrepadeira, Thunbergia alata;
Latadas: apropriadas para trepadeiras sarmentosas providas
de gavinhas e espcies volveis. Se usadas para arbustos
escandentes e cips, estes devem se plantados junto s
colunas. Outros exemplos so o amor-agarradinho, cip-deso-joo, cip-cortina (Cissus sicyoides), cisso, aspargo
plumoso,
maracuj,
flor-de-cera,
jitirana,
jasmim-demadagascar, glicnia, roseira-trepadeira, etc.
5.4. PROPAGAO
De forma geral, recomenda-se fazer a multiplicao das espcies
trepadeiras no inverno, poca em que as plantas entram em
repouso; assim, quando chegar a primavera, as reservas sero
gastar nas formao do sistema radicular. Para isso, recomendase o uso de hastes lenhosas de cerca de 20cm de comprimento.

5.4.1. Plantio e tratos culturais


As trepadeiras crescem, geralmente, em locais midos e
sombreados, como as arceas, costela-de-ado, singnios,
jibias e certos filodendros. Entretanto, a maioria, ao se
desenvolver, emerge da vegetao, procurando um lugar ao sol
e, aps tornar-se adulta, exige intensa luminosidade, como os
cips. Para o plantio, recomenda-se um local que no seja
excessivamente ensolarado, e sim, mais fresco, relativamente
mido e rico em matria orgnica.
As covas devem ser mais largas do que profundas, devido ao
sistema radicular abundante e superficial da maioria destas
plantas (70x70x50cm), adubada com 500g de calcrio dolomtico,
1,0kg de fosfato natural e 20L de esterco de gado bem curtido.
92

Aps o pegamento, aplicar 300g de 10-10-10 dividido em duas ou


trs parcelas durante o perodo chuvoso.
Os arbustos escandentes e cips precisam ser amarrados a
tutores durante as primeiras fases do desenvolvimento, dirigindo
os caules para posies mais adequadas. Os cips podem
precisar de alguma poda inicial para forar a ramificao lateral e
impedir o crescimento excessivo em altura.

5.5. ESPCIES

Allamanda cathartica; A.violaceae, A.nerrifolia;


Antigonon leptopus; Hedera sp., Pyrostegia venusta (cip-deso-joo); Ficus pumila;
Clerodendron thomsonae (lgrima de cristo), Bouganvillea sp.;
Thunbergia grandiflora, T. alata, T. mysorensis, Fuchsia
hybrida, Monstera deliciosa, M. obliqua, Scindapsus aurens,
Singonium sp.;
Phylodendron andraeanum, P. scandens, P. bipinatifidum, P.
sellown; P. williamsi; P. speciosum, P. melinoni, Congea
tomentosa; Petrea subserrata); Saritaea magnifica (saritia);
Pandorea ricasoliana; Jasminum mesnyi, J. officinale (branco);
J. polyanthum (rosa); J. primulinum (amarelo).
5.5.1. Caractersticas

Allamanda cathartica (alamanda) Apocynaceae Brasil


(Nordeste): apresenta porte de 4- 6m, sendo um vigoroso cip
de folhas brilhantes e flores amarelas em formato de sino.
Plantas de pleno sol. Floresce o ano todo. A propagao ocorre
por meio de estacas na primavera-vero;
Allamanda violaceae: apresenta caules trepadores delgados,
com folhas ovaladas de 12cm de comprimento. Suas flores
possuem um delicadssimo colorido violceo e chegam a medir
5cm de dimetro, no auge de seu crescimento. Usada com
amarrilhos, sobe em trelias, prgulas e caramanches, alm
de ficar bem debruadas sobre muros;

93

Bouganvillea sp. (primavera) Nyctaginaceae Brasil: muito


vigorosa, cujo tronco chega a atingir 50cm de dimetro.
Floresce abundantemente durante vrios meses, com flores de
diversas cores. Uso em prgulas, caramanches e arcadas,
cercas, sempre a pleno sol. Pode tambm ser educada como
rvore. Propagao por estacas e alporques;
Clematis x hybrida (Clematis): originria do Hemisfrio Norte,
cujas regies so submetidas a climas amenos e frios. Devido
especificidade de seu clima de origem, quando plantada no
Brasil, a clematis no oferece uma florada to exuberante, mas
ainda assim uma tima opo para as casas de campo
brasileiras. Uma vez plantada, durante a primavera at o
outono, a clematis desenvolve belas flores brancas, azuis,
vermelhas, rseas ou amarelas;
Clerodendron thomsonae (lgrima-de-cristo) Verbeneaceae
frica Ocidental: cresce no mximo at 4m de altura,
cobrindo, em alguns anos, a mesma extenso na horizontal.
Apresenta flores delicadas, sendo de uso ideal para trelias e
colunas, exigindo amarrilhos. Adequada para clima sub-tropical
a tropical. Propagao por alporques e estacas;
Ficus pumila (unha de gato) Moraceae China, Japo e
Austrlia: apresenta crescimento rpido e sem limites,
agarrando-se a tudo por meio de razes adventceas que
brotam dos caules. Uso ideal para cobrir muros, paredes e
superficies de pedra. Planta neutra em termos de luz.
Propagao por estacas;
Ipomoea horsfalliae Rosea (Ipomia rosa): uma mutao da
ipomia-rubra (I.horsfalliae), porm com florao mais
duradoura do que a rubra. Resistente ao sol intenso e meiasombra, ventos fortes, maresia, adapta-se a qualquer lugar do
Brasil, somente sensvel a geadas. Pode ser colocada no cho
ou em vasos, florescendo durante quase seis meses por ano.
Deve ser plantada prxima a alguma estrutura, como fios,
trelias ou cercas, ou para fazer vus em varandas, por ser
volvel. De crescimento lento aps os primeiros meses de
plantio. Propaga-se por estaquia;
Ipomoea tricolor (ipomia): assim como o tabaco, esta
trepadeira uma boa indicadora de excesso de oznio. Suas
folhas
apresentam
machas
que
se
multiplicam

94

progressivamente, de acordo com a quantidade de oznio no


ar;
Hedera sp. (Hera verdadeira) Araliaceae Europa: vrias
espcies sarmentosas, cujas folhas podem ser verdes, ou em
combinaes de verde e branco, creme, amarelo e rosa. Usada
fixada em muros, paredes, pedras e tambm como forrao,
cultivada em vasos como planta pendente ou apoiada no
suporte de xaxim. Planta de meia-sombra a sombra. Propagase por estacas;
Mandevilla sp. (mandevila, dipladnia): espcie brasileira, da
famlia Apocinaceae, muito usada em jardins europeus. Flor
semelhante da alamanda, porm de cor rosa e com perfume
tutti-frutti. Suas flores so grandes, algumas com at 10cm de
dimetro, constantes, florescendo com menor intensidade no
inverno. Planta pouco volumosa, no fazendo sombra, por no
atingir muito volume, mas enche de graa e flores o espao
ocupado. Assim, no indicada para vedar ou cobrir, e sim
para que subam em uma coluna ou emoldurem uma janela,
para ser usada em prgulas, vasos e cho, com o cuidado
apenas de oferecer uma estrutura para que seus ramos
possam subir, por ser de comportamento volvel, de at 6m.
Pode ser usada ainda para fazer uma cortina verde, ou seja,
quando se planta uma espcie bordando o telhado de uma
varanda ou de um terrao. uma planta de sol pleno, de fcil
cultivo, sem problemas com pragas ou doenas. Propaga-se
por meio de sementes ou estacas com pelos menos um par de
folhas. O gnero contm seis espcies, todas trepadeiras, com
flores muito semelhantes entre si, variando apenas a cor. A
espcie txica, pois as partes da planta no devem ser
ingeridas e o contato com a seiva pode causar irritao na
pele;
Monstera deliciosa (costela-de-ado) Araceae Mxico: as
folhas so grossas e coriceas, apresentando incises
profundas. As plantas adultas produzem inflorescncia que
consiste em uma brctea cremosa e uma espdice em que
brotam bagas com aroma de pinha. Usada cultivada,
geralmente tendo como apoio muro, parede, rvore ou
palmeira. Propagao por estaquia da ponta do caule ou
seces de caule;

95

Russelia equisetiformis (russlia) Scrophulariaceae Mxico:


arbusto herbceo, entouceirado, com ramagem numerosa,
pendente, de 0,8-1,0m de comprimento e florescimento
decorativo. Uso em jardineiras ou locais elevados que
permitam o desenvolvimento da ramagem pendente.
Propagao por diviso de touceiras;
Peperomia sp. (pepermia) Piperaceae Brasil: herbcea
perene, de folhagem decorativa, quase acaule, com 20-25cm
de altura, folhas grandes, carnosas, brilhantes, em forma de
escudo. Uso em vasos mantidos em locais abrigados ou a
meia-sombra, bem como em conjunto ou em jardineiras.
Propagao por diviso de touceiras;
Pereskia aculeata (trepadeira limo, ora-pro-nobis)
Cactaceae - planta rstica, usada para revestir cercas, e para
proteo devido aos espinhos, com flores que exalam cheiro de
limo na primavera e vero, com frutos amarelados
comestveis. Por ser pendente, pode ser conduzida em
suportes, muros, paredes ou cercas e pode ser plantada
mesmo em solos de baixa fertilidade. Esta espcie bastante
tolerante a estiagens prolongadas. Suas folhas so usadas na
alimentao (petiscos, acompanhamento de frango, marreco,
costelinha, linguia, bacalhau ou camaro, angu, arroz e
torresmo, ou mesmo refogadas), devido ao alto valor nutritivo
da espcie, tambm conhecida como carne-de-pobre (folhas
com 20% de protenas, das quais 85% so facilmente
aproveitadas pelo organismo);
Piper nigrum (pimenta-do-reino) Piperaceae folhas
cordiformes, estreitas nas pontas, com flores em espigas
alongadas, frutos esfricos em cachos de 20cm de
comprimento. Exigente em clima essencialmente quente e
mido, de pleno sol; multiplicao por estacas de ramos no
inverno.

Suculentas
As plantas suculentas so capazes de armazenar gua nos
tecidos (parnquima aqufero) de uma ou mais de suas partes
(caule, folhas e/ou razes). As plantas suculentas podem estar
presentes em inmeras famlias, conforme listado a seguir.

6.1. FAMLIAS
96

6.1.1. AGAVES, YUCAS E BABOSAS


Estas plantas formam rosetas com configuraes que se
combinam harmoniosamente com os mandacarus. As formas so
as mais diferentes: folhas torcidas, retas, de bordas onduladas,
lisas e ainda manchadas, que apresentam bonitos desenhos.
Estes grupos so muito parecidos, mas possvel identific-los:
Agaves (Amaryllidaceae): so plantas maiores, com folhas
compridas e pontiagudas e demoram at 10 anos para mostrar,
em alguns casos, a nica inflorescncia que ser exibida durante
toda
a
vida.
Ex:

Agave
macroacantha
(folhas
verde
escuras);
97

Agave fourcroides (folhas verde acinzentadas, crescimento mais


ereto);
Agave attenuata (planta menor que a anterior, roseta mais
aberta);
Agave angustifolia marginata (folhas verde claras com as
margens
amarelas);
Agave americana (nomes comuns: agave, sisal). uma planta
nativa das Amricas e Antilhas. Caracteriza-se por uma
decorativa roseta de folhas coriceas, de colorao cinza
esverdeadas, e margeadas de espinhos marrons, pontiagudos e
resistentes. Possui folhas grandes e suculentas, com formato
lanceolado, em cujas bordas est disposta uma fileira de
espinhos pontiagudos e resistentes. Alcana at 2,5m de
dimetro e 12m de altura, incluindo a haste floral. Pode levar at
15 anos para emitir a inflorescncia, que se d na ponta da longa
haste. Morre aps a florao (recebem o nome de Century Plant
ou planta secular por demorarem a florescer). uma planta de
pleno sol, que se propaga por rebentos, com 7cm 10cm de
altura, plantados em uma mistura de terra argilosa + areia +
composto orgnico, sob luz moderada at enraizarem;
Agave americana marginata: possui um colorido mais vivo e
uma
listra
marginal
amarelada;
Agave americana striata: apresenta listras brancas, perto do
centro
das
folhas;
Agave americana medio-picta var. alba: roseta densa, com
folhas
acinzentadas
e
listra
brancas;
Agave stricta: folhas pequenas (36cm), verdes, estreitas e
duras, que se afilam. Permanece ereta ou pode encurvar-se, o
que
faz
a
extremidade
virar-se;
Agave victoriae-reginae: numerosas folhas verde-acinzentadas
e com linhas irregulares esbranquiadas; no produz rebentos.
Yucas (Liliaceae): algumas se parecem muito com os agaves,
embora tenham as folhas menos carnosas. Ex: Yucca gloriosa
(porte
grande,
inflorescncia
terminal
branca);
Babosas (Aloe sp. - Liliaceae): apesar das folhas de formatos
bem variados, floresce com facilidade no inverno. Ex: Aloe
arborescens (porte menor, inflorescncia terminal vermelha).

6.1.2. FAMLIA CACTACEAE


Os cactos so plantas formadas, na maioria das vezes, de caule
98

grosso, esverdeado e com funo fotossintesizante; geralmente


desprovidos de folhas e cobertos de espinhos. Estes espinhos
so, na verdade, folhas que ao longo de sua evoluo, foram se
modificando para, alm de protegerem-nas contra predadores e,
em alguns casos, contra o sol forte, e diminurem a superfcie de
evaporao, ajudam a reter gua em seu interior, j que em
algumas espcies tm a funo de absorver a gua.
Na natureza, so normalmente encontrados em ambientes com
grande escassez de gua.
Apresentam como estrutura caulinar:

Claddio: funo fotossintetizante e capacidade de reservar


gua e nutrientes, sendo responsvel pela maior parte
estrutural da planta e de onde se desenvolvem as demais
estruturas. Difere do filocdio por mostrar crescimento
indeterminado;
Filocldio: possui as mesmas funes que o claddio, porm,
com crescimento determinado, ou seja, cresce at certo
tamanho,quando ento, cessa o crescimento, alm de sua alta
capacidade de ramificao.
Quase a totalidade dos cactos no possui folhas; porm, algumas
espcies ainda preservamnas, como as do gnero Pereskia, em
que as folhas so ligeiramente suculentas, mas com aparncia
muito semelhante das plantas herbceas de outras famlias; ou
ainda como no gnero Quiabentia, com caractersticas mais
evoludas, no qual so notadamente suculentas.
As flores dos cactos so muito atrativas, tanto pela forma, quanto
pelas cores, com grande quantidade de nctar. Muitas espcies
tm florao noturna, adaptada aos polinizadores noturnos
(morcegos e mariposas), sendo nesse caso, as flores grandes, de
cores bem claras e com odor caracterstico. As flores diurnas so
geralmente menores do que as noturnas, de variadas cores,
polinizadas por aves e insetos.
Os frutos so do tipo baga, suculentos, sendo alguns comestveis
(figo-da-ndia); podem ser lisos (Melocactus sp.) ou mesmo
conter arolas com espinhos (Brasiliopuntia sp.). As sementes
so lisas, escuras, numerosas, em geral envoltas pela polpa
sucosa do fruto.
99

Quanto aos ambientes de cultivo, tem-se:


A) Cactos para ambientes semi-sombreados: Rhipsalis sp.,
Hylocereus sp. Exigem substrato com maior proporo de
matria orgnica, maior frequncia de irrigao e meia-sombra.
B) Cactos para climas ridos: a maioria das espcies. Exigem
grande proporo de areia, pouca irrigao, meia-sombra ou
pleno sol.
Ambos os grupos suportam temperaturas superiores 20C, no
toleram geadas, nem excesso de sombreamento.
Os cactos apresentam
desenvolvimento:

uma

diversidade

de

hbitos

de

Terrestres: desenvolvem-se no solo. Ex: Mandacarus (Cereus


sp.);
Rupcolos/saxcolos: desenvolvem-se diretamente nas rochas
e fendas destas rochas. Ex: Melocactus sp.;
Hemiepfitos: desenvolvem-se sobre as rvores a partir do
solo, como se fossem trepadeiras. Ex: Hylocereus sp.;
Epfitos: desenvolvem-se sobre outros vegetais, sem parasitlos. Ex: Rhipsalis sp.
A seguir, esto descritas algumas espcies:
A) Mandacarus: os mais conhecidos so aqueles de dois braos
que aparecem nos filmes do Velho Oeste. Alguns tipos chegam a
10m de altura, como o mandacaru-africano. H ainda os
mandacarus de menor tamanho, com lindas hastes azuis, e os
que apresentam as hastes avermelhadas ou verde-amareladas
como o mandacaru-brasil (Cereus hildmannianus Brasil);
B) Figos-da-ndia: de rpido crescimento, eles formam desde
touceiras baixas que no ultrapassam 40cm de altura, at
arbustos que podem chegar a 3,0m. O colorido das espcies,
neste caso, fica por conta dos espinhos, que variam do amarelo
ao branco, e h inclusive exemplares com hastes variegadas.
Alguns, em poucos anos, mostram minsculas inflorescncias
tambm em diferentes cores. Apesar de muito ornamentais,
deve-se ter cuidado com as crianas, pois os figos-da-ndia
podem causar problemas com os espinhos, que so venenosos.
Exemplos:
100


Opuntia
vulgaris
variegata;
Opuntia leucotricha (espinhos azulados, flores amarelas);

Opuntia
microdasys
(espinhos
dourados);
Opuntia tunica (espinhos longos e brancos).
C) Cactos-bola: podem ser encontrados em todos os tamanhos e
cores. Algumas espcies demoram at 60 anos para atingir
apenas 1,0m de altura; suas flores levam certa vantagem e
surgem primeiro: 20 anos depois do plantio. Felizmente, h
variedades bem menores que deixam escapar periodicamente
grande quantidade de flores pequenas, em menos tempo. Mas o
tamanho e a rigidez destes cactos so elementos quede se
encaixam perfeitamente em vasos, usados em ambientes
internos. O nico cuidado, neste caso, escolher um local com
luminosidade intensa e na maior parte do dia.

6.1.3. OUTRAS ESPCIES


De formas mais suaves que os cactos e de texturas geralmente
lisas, apesar de gordinhas, elas do o contraste necessrios
aos mais duros cactos. As rosas-de-pedra (Echeveria e
Aeonium), por exemplo, apresentam muitas cores, com variao
inclusive das folhas (do verde para o azul at quase chegar ao
preto). Sempre as menores do jardim, elas preenchem o nicho
nas pedras, que, a propsito, o seu lugar preferido. As
suculentas rasteiras, como a onze-horas (Portulaca grandiflora),
tm flores em tons fortes, o que d um charme extra paisagem.
Assim como os cactos, elas tambm no gostam de locais muito
sombreados, esto sempre procurando a claridade.
Podem ser usadas em vasos, em floreiras ou como forrao.
Dentre outras famlias de plantas suculentas, pode-se citar:
A) Famlia Crassulaceae: Echeveria gigantea (forma de roseta,
folhas verde-azuladas); Kalanche sp., Crassula argentea (planta
levemente pendente, folhas verdes); Sedum pachyphyllum
(dedode- moa);
B) Famlia Portulaceceae: Portulaca grandiflora (flores vermelhoescarlate, brancas, mescladas e outras);

101

C) Famlia Aizoaceae: Aptenia cordifolia


Lampranthus productus (cactomargarida);

(rosinha-de-sol),

D)
Famlia
Apocynaneae:
a
palmeira-de-madagascar
(Pachypodium lamerei) um arbusto suculento, que parece-se
mais com uma palmeira.

6.2. PROPAGAO DE SUCULENTAS


Os cactos do tipo figo-da-ndia, flor-de-maio e cactos epfitos se
propagam por estaquia: basta destacar um pedao do caule
(folha), armazenar por um dia sombra e, em seguida, plantla
em substrato arenoso.
As suculentas tambm preferem ser propagadas por estaquia de
folha, podendo a folha, inclusive ser plantada no local definitivo.
Os cactos-bola produzem filhotes ligados planta-me, os quais
podem ser destacados e colocados para enraizar, tambm em
substrato arenoso com boa drenagem.
A) SEXUAL: cactos e agaves
Substrato: carvo triturado, areia de rio e vermiculita.
B) VEGETATIVA:
Diviso de touceiras: Crassulceas, Cactceas;
Estacas:
De caule ou ramos: Kalanchoe, Sedum;
De folhas: Echeveria, Kalanchoe, Sansevieria;
De hastes de inflorescncias: Crassulceas.
Filocldios ou claddios: em cactos;
Mudas produzidas na haste floral: Agaves;
Enxertia: Cactos.

6.3. CULTIVO
A) Substrato recomendado para cultivo de cactos: 60 % de areia
grossa + 30 % de terra comum + 10 % de composto orgnico;
B) Adubao no solo: aplicar 5-10-5 duas vezes/ano, sendo
100g/planta em cada aplicao, misturado com a terra ao seu
redor;
102

C) Adubao em vasos: 2g de 20-20-20 em 1 L de gua,


irrigando a cada 15 dias, de setembro a maro. Evitar molhar a
parte area da planta;
D) Irrigao: evitar o encharcamento;
E) Pragas: pulges, cochonilhas, lagartas e caros. As pragas
que mais atacam as suculentas (lagartas, cochonilhas com e sem
carapaa e caros) devem, na medida do possvel, ser removidas
manualmente com cotonetes embebidos em lcool. No entanto,
por serem bastante susceptveis a estas pragas, muitas vezes o
uso de inseticidas qumicos se faz necessrio;
F) Doenas: apodrecimento causado pelo encharcamento.

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