Olubajé - o Banquete Do Rei
Olubajé - o Banquete Do Rei
Olubajé - o Banquete Do Rei
ajeniniy, ajeniniy
g ajeniniy
M k lo, ajeniniy,
Ajnsn araye, l jeniniy
E wa k l
Spad araye, l jeniniy,
E wa k l
jeniniy araye
Todos se ajoelham e um cntico em solo ouvido de forma melodiosa e respondido pela audincia trs vezes.Fora a voz
humana, somente o Agog , marca os intervalos entre cada estrofe.
A prece continua.....
Oper m d pr
br k se
M d h, m d pr
Oper m d pr
br k se
M d h, m d pr
02
Don hn h
Don hn h , Emp
Don hn h
Don hn h , Emp
Opr m d pr
D s, m d
D s, m d, D s, m d
D s, m m ngb
Ay kgbe hn hn
Ay kgbe hn hn
Oper no ficar s
ficar cansado, ficar bem
ficar cansado e ser ajudado.
Contende gritara, sim , sim
Omol K br j
Klb se a je nbo
Klb se a je nbo
Klb se a je nbo
Aray.
Danam em volta da mesa at que a msica termine. Novamente a Avamunha se instala. Toda a loua, a toalha, a esteira,
a bacia com os restos so retirados do local e a antiga roda sai em fila indiana, portando os recipientes sobre os ombros, os
quais sero depositados na casa de Obaluai e na manha seguinte sero despachados.
Yaloshund anuncia em voz baixa e algum trs um grande cesto de pipocas que depositado aos seus ps.Com um gesto
delicado ela toma um punhado de Doburus lanando sobre os convidados caindo como chuva.
Um novo intervalo permite que os atabaques retornem aos seus lugares de origem.
g nil, nil
Nil ma dg
Spad , A j nsn ,
Ma dg
g nil g.
Permisso (licena)
para entrar na casa.
licena Sapat
Ajinsun, permisso
Para entrar na casa, licena.
A estrofe repetida at que todo o cortejo esteja presente no interior do barraco. A cada vez, o nome litrgico de Sapat
substitudo saudando: Ajinsun Omolu Onil Obalua Jagun Azuane e outros num total de 16.
Um solo surge respondido em unssono pelo pblico com entusiasmo:
Trs golpes fortes no Run , fazem cessar a melodia de maneira abrupta; o remate, que se ouve para que um outro canto
possa se elevar:
Olr jeniy a pd
Olor pa
Olr jeniy a pd
Olor pa
O canto repetido varias vezes fala daquele que castiga e pune os infratores.
03
O refro a seguir , fala da proteo queles que sabem bem receber :
J al ij ,
J al ij , j
al ij ,
farad a l
Nj ngbl
Um quarto e quinto cnticos falam da tradio e da constante peregrinao do Rei conquistador. O povo de
santo sempre fala do respeito que se deve aos andarilhos, pobres e pedintes, dizendo que so os afilhados de
Obalua ou at ele mesmo disfarado para observar os seus . E o ltimo, dos campos daqueles que cultivam a
terra, do lavrador que pede a Onil fartura para seu povo
k ki fb ww
k ki fb ww
W kal , w
Kal s awo or
W kal , w
Kal s awo or
kn gb fr farot
kn gb fr farad
On pp ony
Kn yy wa farad
n a l jeny
Ajgun t l
jeny olwi
Tl b oknrin
O tl b oknrin
Wa ki l kun
Tl b oknrin
Abnilor b
R n je olwi
Tl b oknrin
O cntico suplica ao Deus , cujo rosto oculto inspira temor e medo, porem todos sabem que padeceu enfermo,
sofreu o flagelo do abandono e, por isso mesmo, ampara e protege os desafortunados.
Wl n wul
A nil gbl ib k
Wl n wul
A nil gbl ib k
O aspecto punitivo do Orix, expresso em outra cantiga , assim como seu poder criador.
Omol
E l e
Omol
E l e
Omol
Omol
t
l
t
l
t
t
l kum eron nn
e kum
l kum eron nn
e kum
l kum eron nn
l kum eron nn
04
Os Sbio-sacerdotes , diante de Onil (Senhor da terra) se dizem pequenos: a modstia , no entanto , s
aparncia diante dos poderosos.
As cantigas falam disso............
Onil w wa ls ris
Op ire onl w a ls ris Op ire
E klb e klb sn sn sn
Klb
E klb e klb sn sn sn
Klb
Omol p olre a wre e
K b
Omol p olre a wre e
K b
J a npenpe e l gb wiy
T n gbn mi
J a npenpe
Omol wiy (Obalwaiy)
T n gbn mi
Um ltimo canto precede o bal dos outros orixs presentes festa. Em algumas casas de santo de tradio
nag, ele antecede o banquete. Os adeptos entram no barraco danando.
frente do cortejo uma filha de Ians tem sobre sua cabea um balaio ornado com grandes laos.
Dentro um assentamento de Obalua recoberto de pipocas que so distribudas aos presentes.
Em troca, quando podem oferecem pequenas quantias em dinheiro.
Kr nl awo , kr nl awo
s gbje
Kr nl awo , kr nl awo
s gbje
Este canto anuncia que Onil Senhor da terra , aceitou as homenagens partilhando com todos , povo e Orixs,
as oferendas.
05
Um novo cntico, no mesmo ritmo , se ouve.....O texto fala do kor , isto , do Senhor do kor espcie
de chapu ou turbante que usam os poderosos em suas apresentaes.
Alkr l mi
Alkr l wo
Alkr l mi
Alkr l wo
smr ta kr
Ta kr ta kr
smr ta kr
Ta kr ta kr
O Orix dana por mais alguns minutos e, curvando-se em todas as direes , sada os quatro cantos do mundo
e a todos os presentes, retirando-se em seguida.
Os acordes dos atabaques, reverenciam a mais velha das iabs , a venervel Nan.
O zelador dirige-se at ela, que placidamente aguarda seu momento de saudar Obalua.
E o cntico comea.......
d Nn ni ew
Lw lw e
d Nn ni ew
Lw lw e
Os versos da msica sacra dizem que a Venervel Anci tem a outra face bela , deixando supor que
existe uma que deve ser respeitada, pois Nan est intimamente ligada ao culto dos egunguns , isto , os
espritos dos ancestrais do povo-de-santo. A vinda do Ibir cetro daquela que a mais velha das deusas
providenciado.
Nn ay
morto)
wa l bmon ay alko
Nn ay
wa l bmon ay alko
iy wa r
n aijal
iy wa r
n aijalde
Ao som dos atabaques, majestosamente ela comprimenta a todos na sua despedida; os presentes
respeitosamente a sadam e reverenciam...........- Sl b Nn..... Sl b Nn ....
A s w l
Od fi
A s W l
A s W l
y krba
Krba n sb
y krba
Krba n sb
A dana de Iemanj solene e altiva. Ora parece um minueto, onde uma dama graciosa caminha, ora simula
um mergulho em guas imaginrias e profundas.
Todos repetem suas saudaes em tom alto de admirao:
= Od y - ah!! A me dos rios !!
Ao cessar o toque dos atabaques ela despede-se de todos os presentes, curvando-se de maneira graciosa; e assim
ela mesma, sozinha que se dirige para o quarto de santo.
O silencio no barraco e interrompido, Oi Senhora dos raios, das tempestades, me de todos os ancestraisegunguns est chegando.
Quando comeam as cantigas de Oi, um frenesi percorre o barraco e o ritmo rpido de suas msicas contagia
a todos.
E assim comea seu grande bailado, numa coreografia com as mos espalmadas para frente e para o alto
evocando os ventos que antecedem as tempestades.
Oya bal e Lr
Oya bal
Oya bal e Lr
Oya bal
d m d fr
g ngbl
Oya bal e Lr
n lb-lb - lb
n lb-lb - lb
Olaff sor
Omon
Os textos da Deusa guerreira, falam que ela a senhora dos ventos e algum ate afirmam ela tambm bela e
delicada como uma borboleta .. quando quer ...respondem outros.
= Epa He yi Oy !! Salve Oi !!...a assistncia exclama em voz alta, e novamente o silencio se faz.
07
...celebrando a criao
Vestido de branco , segurando um longo cajado e indiferente a toda agitao do barraco est
Oxaluf - o Senhor da Criao .
Amparado, delicadamente erguido de sua cadeira; a passos curtos e lentos conduzido at a orquestra, que
aguarda pacientemente sua caminhada at que chegue mais prximo, para ento executar o seu ritmo Igbi.
Ao seu lado, Oxagui , seu filho guerreiro, e como ele, tambm Pai da Criao.
Amparado pelo guerreiro, o mais velho encurvado comea a danar, e todos exultam....
= Epa bab !! - Respeitos ao pai !!
///
yin r wa
gbgb wa okn
yin r wa , gbgb wa okn
tt s ipad sir
K r l, k r l,
Bb If
E sn s ipde sir
K r l, k r l,
Bb If
Sem cessar a dana e no mesmo ritmo, saudado, agora, Ajal , o grande oleiro, construtor das cabeas dos
homens:
jl mo r mo r mo yo
l for kn
E g fi r mi
Be or k k jl
Bb k k a m r
K jl be or k
Um ltimo cntico executado para saudar os orixs funfun donos do branco, da pureza como dizem
outros, em especial a homenagem a Oxagui, sempre louvado no alvorecer, nas preces feitas aos ancestrais.
Oj m tyn od aly oj
Oj b wal oj
Oj m tyn od aly oj
A bo wa Bb
Uma histria ouvida h alguns anos, na Casa Branca do Engenho Velho Il Ia Nass , relata.....
Ogui, que gostava muito de guerra...voltava para sua cidade, quando viu que ela estava muito vazia..soube
ento que parte de seu povo fora levado e escravizado...Cheio de raiva vai floresta e arranca uma imensa
rvore e vem sobre o seu tronco at o Brasil...No meio do mar encontra uma linda mulher, Iemanj-Ogunt,
guerreira como ele...fazem um filho Ogunj... e os trs chegam Bahia para lutar juntos por sua gente....
Neste dia - o da festa apesar das homenagens feitas a todos no xir, dois Orixs esto ausentes:
Xang o irmo rival do homenageado.
Ogum, de quem o povo-de-santo diz ter com ele uma disputa muito antiga com referencia a faca.
A luta dos que veneram os Orixs no pode cessar.
lentamente os convidados se retiram....
o dia j amanhece
Olubaj....