Diretrizes de Apoio A Decisao Medico-Pericial em Ortopedia e Traumatologia
Diretrizes de Apoio A Decisao Medico-Pericial em Ortopedia e Traumatologia
Diretrizes de Apoio A Decisao Medico-Pericial em Ortopedia e Traumatologia
BRASLIA, dezembro/2010
Crditos Institucionais
Valdir Moyss Simo
Presidente do INSS
Alexandre Coimbra
Coordenador Geral de Percias Mdicas
EQUIPE TCNICA
SUMRIO
APRESENTAO................................................................................................................................ 08
GLOSSRIO ......................................................................................................................................... 11
CONSIDERAES ACERCA DO PROGRAMA DE REABILITAO PROFISSIONAL E AS DOENAS DO
SISTEMA OSTEOMUSCULAR ................................................................................................................. 14
PARTE 1: PROPEDUTICA DO EXAME MDICO-PERICIAL EM DOENAS DO APARELHO
OSTEOMUSCULAR ................................................................................................................................ 16
EXAME DA COLUNA CERVICAL ............................................................................................................. 17
MANOBRAS SEMIOLGICAS PARA A COLUNA CERVICAL....................................................................................... 18
EXAME DA ARTICULAO TMPORO-MANDIBULAR ............................................................................................ 19
EXAME DA COLUNA TORCICA ....................................................................................................................... 19
EXAME DA COLUNA LOMBAR .............................................................................................................. 21
SEMIOLOGIA DA COLUNA LOMBAR.................................................................................................................. 21
MANOBRAS SEMIOLGICAS ESPECIAIS PARA A COLUNA LOMBAR .......................................................................... 24
MANOBRAS PARA DETECTAR SINAIS FSICOS NO ORGNICOS NA COLUNA LOMBAR ............................................... 27
EXAME DO OMBRO.............................................................................................................................. 29
MANOBRAS SEMIOLGICAS PARA O OMBRO..................................................................................................... 30
Testes relacionados com a dor e com a mobilidade ........................................................................... 30
Teste da articulao Acromioclavicular .............................................................................................. 36
Testes relacionados com a estabilidade ............................................................................................. 36
EXAME DO COTOVELO ......................................................................................................................... 37
Avaliao da amplitude de movimentos do cotovelo ......................................................................... 38
Avaliao da fora muscular e exame neurolgico do cotovelo......................................................... 38
Testes e manobras especficas para o cotovelo .................................................................................. 38
Epicondilite lateral (cotovelo de tenista) ......................................................................................... 38
EXAME DA MO E DO PUNHO......................................................................................................................... 39
Exame da Pele da mo ....................................................................................................................... 42
Circulao ........................................................................................................................................... 43
Troficidade .......................................................................................................................................... 43
Principais manobras ou testes especiais ............................................................................................ 43
EXAME DO QUADRIL E DA PELVE ......................................................................................................... 46
Manobras especiais para a avaliao do quadril ............................................................................... 46
EXAME DO JOELHO .............................................................................................................................. 48
Inspeo do joelho .............................................................................................................................. 48
Palpao ssea e das Partes Moles ................................................................................................... 49
Manobras para testar a estabilidade articular ................................................................................... 49
Manobras para testar a mobilidade articular .................................................................................... 50
EXAME NEUROLGICO ........................................................................................................................ 51
Manobras Especiais ............................................................................................................................ 52
Exame das reas Referidas ................................................................................................................. 54
EXAME FSICO DO TORNOZELO E P .................................................................................................... 54
EXAME DA MARCHA ............................................................................................................................ 55
Ciclo da marcha .................................................................................................................................. 56
Marchas patolgicas .......................................................................................................................... 57
PARTE 2: AVALIAO E CONDUTA MDICO-PERICIAL DAS PATOLOGIAS ORTOPDICAS DE MAIOR
RELEVNCIA NO MBITO DA PREVIDNCIA SOCIAL ............................................................................. 59
APRESENTAO
A elaborao desta diretriz apenas a segunda etapa de um amplo e complexo processo de
reviso das prticas da percia mdica no mbito da Previdncia Social brasileira. Este processo originouse na necessidade da gesto de benefcios por incapacidade do INSS de acompanhar tendncias
internacionais de uniformizao de procedimentos em face do crescimento da demanda a esses
benefcios. Vrias causas so apontadas na literatura como geradoras deste aumento de demanda, e
variam desde a existncia de regras imprecisas e flexveis ao acesso aos benefcios, mecanismos de
acomodao ao desemprego; a precarizao em setores do mercado formal de trabalho, migraes e
mobilidade da fora de trabalho em esfera internacional, o crescimento do setor tercirio da economia
e os novos modos de produo (automao, informatizao). Paradoxalmente, observa-se que o
crescimento de demanda aos benefcios por incapacidade no acompanha, necessariamente, um
aumento da morbidade da populao em geral [1].
Os sistemas de seguro social enfrentam atualmente um problema socioeconmico de como
lidar com o aumento crescente da demanda aos benefcios por incapacidade sem que haja o
correspondente aumento dos recursos necessrios para a sobrevivncia deste importante mecanismo
de Proteo Social. Muito tem sido feito nos ltimos anos para enfrentar a gesto deste impasse em
nosso sistema de seguro social. A criao de uma carreira de mdicos prprios, o estabelecimento de
novas regras para a identificao e o reconhecimento de direito a benefcios para doenas ocupacionais
e a abertura de agncias da Previdncia Social para o atendimento especfico a este tipo de demanda
1
so exemplos de medidas que, em princpio, visam controlar o chamado risco moral que ameaa a
sade do sistema. Os ajustes de ordem estrutural evidenciaram a necessidade de elaborao de novos
mecanismos que uniformizem o processo do trabalho mdico. Neste contexto, situamos o projeto de
formulao de diretrizes mdico-periciais do INSS, cujo objetivo principal o de conferir algum grau de
uniformizao s decises das percias mdicas com base em evidncias e na melhor prtica mdica
vigente.
No uma tarefa fcil. A complexidade do ato mdico-pericial em lidar com situaes que no
so tipicamente expressas como doenas e sim como situaes de m-sade[2], faz desta prtica
mdica algo desafiante. Ao avaliar indivduos (segurados, requerentes) cuja histria natural de suas
enfermidades encontra-se fortemente enraizada no processo de trabalho e de outras determinaes
sociais, a subjetividade que envolve o ato mdico-pericial muitas vezes sobrepe o raciocnio hipotticodedutivo do ato mdico tradicional: a anamnese, o exame fsico, a avaliao de exames
complementares e, enfim, a elaborao de hipteses diagnsticas. Cabe ao Perito Mdico traar um
caminho inverso: frente a hipteses diagnsticas previamente estabelecidas, este profissional deve
utilizar o mesmo instrumental de anamnese, exame fsico e avaliao de exames complementares para
concluir se o agravo ou m-sade incapacita ou no o requerente ao pleno exerccio de suas
atividades laborais. Neste caso, a relao mdico-paciente, to importante no processo de cura quanto
a mais eficaz das teraputicas, adquire conotao inversa: o cidado/requerente v-se diante de um
representante do Estado ungido do justo poder discricionrio de conceder (ou no) um recurso
financeiro para aliviar suas necessidades.
Frente ao problema de lidar com a subjetividade nesta forma especial de ato mdico, os
sistemas de seguro social adotam diferentes abordagens de avaliao da incapacidade laborativa
relacionada m-sade. Com origens na tradio do Direito Alemo (valor fixo para estruturas do
corpo, compensao financeira mesmo para pequenas leses) e do Direito Romano (estimao do valor
econmico do dano e da perda de rendimentos, dependente da idade, conhecimento, status social),
destacamos 3 abordagens tradicionais[1]:
O risco moral (do ingles, moral hazard) um problema tpico a qualquer sistema de seguro. Trata-se de uma
condio de risco falimentar do sistema e caracteriza-se pela falta de responsabilidade financeira seja por parte do
usurio seja por parte do prestador do servio [2,3]. O caso especfico do seguro social, dependendo do grau em
que as sociedades oferecem compensaes para incapacidades, os indivduos so mais ou menos voltados a se
caracterizarem como incapazes. E, quando o desemprego uma das caractersticas da sociedade, maior a busca
por este tipo de seguro, havendo conflitos nas tentativas de fazer com que os indivduos retornem ao trabalho [4].
desenvolvimento desta proposta [1]. Assim, encontramos nesta alternativa uma orientao, um longo
caminho a ser seguido. Ousamos dar o primeiro passo ao elaborar estas diretrizes.
Seguindo esta linha de raciocnio, o Grupo de Trabalho para elaborao de diretrizes mdicopericiais em ortopedia adotou o retorno precoce ao trabalho como norteador em suas discusses e
recomendaes.
Esta diretriz composta por 4 partes principais. Em primeiro lugar, optamos em apresentar a
propedutica do aparelho osteomuscular como captulo a parte, dada sua complexidade, volume de
informaes e variedade de manobras e testes de apoio ao diagnstico. Seguimos apresentando as
patologias que compreendem o Captulo XIII da 10 Verso da Classificao Internacional de Doenas
(CID-10): Doenas do Sistema Osteomuscular. Descrevemos doena por doena, seguindo a ordem de
classificao da CID-10, acrescentando orientaes de conduta mdico- pericial. A terceira parte traz um
guia de estimao de tempos timos para consolidao e recuperao para alguns agravos listados no
Captulo XIX da CID-10: Leses, envenenamentos e algumas outras consequncias de Causas Externas,
mas que estejam diretamente relacionadas com a Ortopedia e Traumatologia e que sigam algumas
premissas citadas na introduo do captulo. Finalmente, a quarta parte apresenta quadros-resumo das
patologias revisadas, que associadas a fatores agravantes e atenuantes (ocupacionais, socioeconmicos
e de comorbidades), serviro de apoio tomada de deciso do Perito Mdico quanto ao tempo de
afastamento, encaminhamento para Reabilitao Profissional ou ento afastamentos prolongados ou
definitivos (aposentadoria por invalidez).
Pretendemos com esta diretriz oferecer ao Perito Mdico da Previdncia Social um guia de
capacitao, uniformizao e apoio deciso e tambm como uma porta de entrada queles no
especialistas que desejam estudar e conhecer um pouco mais sobre a semiologia e clnica ortopdica.
Em nenhum momento tivemos a pretenso de escrever um livro-texto, menos ainda um Tratado de
Clnica Ortopdica. Recomendamos aos que desejarem que verifiquem nas referncias bibliogrficas os
livros textos utilizados e que fazem parte da literatura especializada mais atual e revisada desta
especialidade. Boa Leitura e utilizao deste guia!
GT Ortopedia
Braslia, dezembro de 2010.
10
GLOSSRIO
Abduo o movimento angular que permite separar um segmento corpo da linha mdia do corpo. Por
exemplo, afastar um brao do tronco, em posio ereta. O contrrio de aduo.
Aduo o movimento que aproxima qualquer segmento corpo da linha mdia do corpo. Por exemplo,
aproximar um brao do tronco. O contrrio de abduo.
Ancilose a abolio ou limitao dos movimentos de uma articulao mvel. Ancilose espria,
extracapsular, falsa devida a rigidez das partes que rodeiam a articulao. Ancilose fibrosa devida a
formao de aderncias fibrosas dentro de uma articulao. Ancilose intracapsular devida a rigidez dos
tecidos dentro da articulao. Ancilose ligamentosa devida aos ligamentos e tecidos fibrosos. Ancilose
muscular devida a contrao muscular. Ancilose ssea ou verdadeira a unio anormal dos ossos de
uma articulao.
Artrite a inflamao de uma articulao.
Artrodese a fixao cirrgica de uma articulao, ancilose artificial.
Cifose a curvatura anormal com proeminncia dorsal da coluna vertebral.
Decbito dorsal a atitude do corpo, em estado de repouso, segundo a regio (atrs) que toca com um
plano mais ou menos horizontal.
Decbito ventral a atitude do corpo em estado de repouso, segundo a regio (estmago) que toca com
um plano mais ou menos horizontal.
Dedo em botoeira o que ocorre por leso do tendo extensor mdio em sua insero na base da falange
mdia. A incapacidade de extenso da articulao interfalngica proximal - IFP promove a sua flexo. As
bandas laterais, por perderem seus elementos de conteno, deslocam-se, ventralmente, como se fosse a
casa de um boto (o boto seria a articulao IFP).
Dedo em garra uma deformidade relativamente comum que envolve um ao mais dos dedos menores do
p. O segundo dedo mais frequentemente envolvido. Caracteristicamente o dedo fica encurvado e
adquire uma calosidade na regio dorsal provocada pelo atrito do calado. Em alguns casos podem-se
desenvolver tambm calosidades na extremidade do artelho secundria ao atrito com o solo.
Dedo em gatilho uma irritao da bainha digital que envolve os tendes flexores. Quando a bainha do
tendo torna-se mais grossa ou inchada ela belisca o tendo e evita que ele deslize levemente. Em alguns
casos o tendo preso e ento solta de repente, assemelhando-se ao acionamento de um gatilho.
Dedo em martelo o dedo cuja falange distal se encontra em flexo devido perda da extenso ativa, na
sequncia de um traumatismo (rotura do tendo extensor, com frequncia acompanhada por leso da
cpsula articular e algumas vezes por fratura da base da ltima falange).
Dedo em pescoo de cisne caracterizado por uma deformidade em extenso da IFP com flexo da
articulao interfalngica distal - IFD. observada com frequncia na artrite reumatoide AR onde ocorre
por leso dos elementos contensores do aparelho extensor. Pode ainda ocorrer como consequncia de
uma deformidade em martelo, onde toda a fora extensora concentrada na IFP. ainda frequente na
paralisia cerebral e nas sequelas de leso do Sistema Nervoso Central por desequilbrio entre os msculos
intrnsecos e extrnsecos.
Dedo em taco de golfe a deformidade que surge com os calos no dorso dos dedos e tambm na planta
dos ps (embaixo das cabeas dos ossos metatrsicos).
Desvio ulnar uma deformidade muito comum em adultos com AR (AR). Este se deve a uma interao
complexa de vrios fatores, incluindo a estrutura anatmica da mo, que favorece o desvio, bem como os
padres funcionais do uso e a influncia dos tendes flexores durante a preenso. Na mo normal, as
falanges esto em inclinao ulnar, em relao aos metacrpicos. Essa inclinao se d devido aos
componentes estruturais que favorecem a direo ulnar, como, por exemplo, a forma dos ossos, o
comprimento dos ligamentos colaterais e a insero dos msculos intrnsecos. Em adio, os tendes
flexores cruzam as articulaes metacarpo-falangeanas no ngulo ulnar. Entretanto, o desvio ulnar no
aparece na mo no afetada pela AR, devido aos ligamentos anulares que mantm as articulaes. Porm,
11
quando estes ligamentos encontram-se enfraquecidos pela sinovite, eles no mais executam esta funo de
manuteno articular. O alinhamento anatmico dos tendes flexores contribui para a acentuao do
desvio ulnar.
Desvios angulares o afastamento da posio normal relativo regio do plano limitada por 2 semirretas
originadas do mesmo ponto.
Discartrose afeco degenerativa de um ou diversos discos intervertebrais, caracterizada geralmente pelo
estreitamento do espao intervertebral e pela presena de ostefitos.
Discite inflamao de um disco, particularmente de uma cartilagem interarticular ou intervertebral.
Dismetrias so avaliaes incorretas das distncias nos movimentos ou atos musculares ou das extenses
dos mesmos.
Distrofia simptico-reflexa ou sndrome dolorosa regional complexa tipo I uma sndrome dolorosa
descrita como uma resposta exagerada de uma injria. Manifesta-se como dor intensa e prolongada,
distrbios vasomotores, recuperao funcional tardia e alteraes trficas.
Dorsiflexo flexo para a parte de trs. Flexo ou curvatura do p em direo perna.
Escoliose um desvio da coluna vertebral para esquerda ou direita, resultando em um formato de "S".
um desvio da coluna no plano frontal acompanhado de uma rotao e de uma gibosidade (corresponde a
uma ltero-flexo vertebral). uma deformidade vertebral de diversas origens. As escolioses de um, ou
outro grupo etiolgico, podem ter prognstico muito diferentes, pela distinta progressividade e gravidade
de suas curvas. Para melhor entender a definio de uma escoliose, preciso op-la a atitude escolilica:
sem gibosidade; sem rotao lateral. Esta se deve, em 8 entre 10 casos, a uma desigualdade de
comprimento dos membros inferiores, e desaparece com o paciente na posio horizontal.
Espondilite inflamao de uma ou mais vrtebras.
Espondillise o colapso ou destruio de uma vrtebra.
Espondilolistese um defeito na articulao intervertebral com o escorregamento para frente de uma
vrtebra em relao outra subjacente, ocasionando dor ou sintomatologia de irritao de raiz nervosa. O
mecanismo que ocasiona este tipo de leso no bem conhecido, mas existem teorias que sugerem
algumas possveis causas: fratura por fadiga conjugado a um defeito hereditrio ou predisposio; fratura
ocorrida durante o parto; trauma; descolamento de uma vrtebra sobre a outra secundria lordose
lombar; fraqueza dos ligamentos e estruturas fasciais da regio envolvida e m formao das facetas
articulares.
Espondilose ancilose de uma articulao vertebral, desgaste muito frequente, inicia por volta dos 25 anos
e presente na maioria de ns na meia-idade. uma das principais razes pelas quais os atletas esto no
pico da sua performance por volta dos 20 anos de idade. Ela afeta tanto os discos com as juntas facetadas.
Perde-se material do disco e da cartilagem que reveste as juntas facetadas. O osso das margens das juntas
facetadas e dos discos se alarga, limitando os movimentos e, portanto, enrijecendo a coluna. Ele pode
comprimir os nervos, os ligamentos e outras estruturas, causando dor. O fato de voc sofrer estas
alteraes causadas pelo desgaste no significa que voc est destinado a ter dor nas costas. Muitas
pessoas que apresentam desgaste importante tm pouco ou nenhum problema. Conclui-se que as
alteraes causadas pelo desgaste deste tipo, tm, geralmente, pouca importncia.
Extenso o movimento pelo qual os segmentos de um membro se afastam e dispe em linha reta; oposto
a flexo.
Extenso-desvio radial do punho a posio funcional tima da mo.
Gibosidades so proeminncias sseas anormais na coluna por cavidades, deformidades e desvios dos
ossos da mesma. Para alguns autores, a protuberncia que forma no mal de Pott.
Hipertrofia desenvolvimento exagerado dos elementos anatmicos de uma parte ou rgo sem alterao
da estrutura dos mesmos, que d por resultado o aumento de peso e volume do rgo.
Hipotenar a proeminncia na borda interna ou cubital da palma da mo; antitenar.
Mtodo de Cobb: medida de angulao de curvas da coluna vertebral. Mtodo descrito por Cobb,
inicialmente para mensurao de escolioses em radiografias, tem hoje uso mais amplo. Numa radiografia
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panormica, procurar a primeira vrtebra superior rodada. Traar linha sobre a borda superior da primeira
vrtebra que participa da curvatura. Na ltima vrtebra inferior rodada, traar linha passando sob sua
borda inferior. Desenhar ento perpendiculares a essas linhas, prximas ao meio das vrtebras escolhidas
(primeira e ltima). O ngulo medido entre as perpendiculares determina o grau da escoliose ou do desvio.
Lordose curvatura dos ossos, especialmente da curvatura da coluna vertebral de convexidade anterior;
oposta a cifose.
Parestesia sensao anormal, rara, alucinatria, tctil, trmica, etc., dos sentidos ou da sensibilidade
geral.
Pina de fora a preenso que a palma da mo serve de plataforma oposta dos dedos fletidos, constituda
pela: preenso cilndrica, que constitui a preenso mais primitiva e a preenso em gancho, esta consiste
numa preenso realizada inteiramente pelos dedos, com a exceo do polegar, e utilizada, normalmente,
para carregar objetos mais pesados.
Pinas de preciso so as inmeras possibilidades de movimentos de pina, os 3 padres de uso mais
comum so: polpa a polpa, trpode e lateral. A primeira realizada entre as polpas digitais do polegar e
indicador. A segunda feita entre as polpas digitais dos dedos polegar, indicador e mdio. A terceira
realizada entre a polpa digital do polegar e a face ltero-radial da segunda falange do indicador.
o
Plano da escpula aquele em que esta est posicionada no repouso, sendo de 30 a 45 do plano frontal
em direo ao plano sagital, ou seja, a cerca de meio caminho entre estes 2 planos.
Pontos gatilho so lugares irritveis, localizados estruturas de tecidos moles, mais frequentemente nos
msculos, caracterizados por baixa resistncia e pela alta sensibilidade em relao a outras reas. Quando
estimulados 30s com uma presso moderada, surge uma dor referida (dor espontnea ou ao movimento,
diminuio da amplitude de movimento, diminuio de fora, dor palpao e bandas tensas).
Postura dinmica a postura "ideal", a que leva a uma maior eficincia, pois resulta da interao tima
entre msculo, esqueleto e fora da gravidade.
Pronao o movimento do antebrao que resulta na colocao da parte de trs da mo para cima ou
anteriormente.
Raios radiais e ulnares so as estruturas anatmicas que se projetam adiante do rdio e da ulna,
respectivamente.
Rotao externa o movimento de um corpo ao redor de seu eixo no sentido externo, para fora.
Rotao interna o movimento de um corpo ao redor de seu eixo no sentido interno, para dentro.
Rotao neutra o movimento de um corpo ao redor de seu eixo no sentido neutro, para o meio.
Sinovite a inflamao de uma membrana sinovial, especialmente dos tendes; artrite s vezes.
Supinao o movimento de rotao do antebrao pelo qual a palma da mo fica superior ou
anteriormente.
Tenar relativa palma da mo. Proeminncia na base do polegar formada pelos msculos abdutor e flexor
curto e oponente do polegar.
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CAPTULO 1:
OSTEOMUSCULAR
I NTRODUO
Esta primeira parte da diretriz visa fornecer ao Perito Mdico no ortopedista uma reviso de
algumas das principais manobras do exame fsico do aparelho osteomuscular.
O Grupo de Trabalho estabeleceu como eixo central para a reviso das patologias e discusso
de condutas, o princpio do retorno precoce ao trabalho. Este princpio atende a evidncias
internacionais de que taxas de morbidade e mortalidade so maiores em grupos afastados
precocemente do trabalho quando comparados a trabalhadores ativos da mesma faixa etria [7].
Fatores ligados importncia do trabalho, alm da segurana financeira, como ocupao e atividade, a
fornecer senso de identidade, objetivo de vida e interao social atuariam interagindo como fatores
protetores morbidade e mortalidade precoces [6].
Partindo da diversidade de manobras semiolgicas existentes, foram revistas e selecionadas
algumas das quais na prtica so mais sensveis e, talvez mais especficas, para o exame fsico dos
segmentos do corpo humano. Este processo de seleo centrou-se na avaliao da incapacidade para o
trabalho e para as atividades da vida diria (auto-cuidado, comunicao, atividade fsica, funo
sensorial, atividades manuais no especializadas, deslocamento, funo sexual e sono). Tambm, a cada
opo por manobra semiolgica em especfico, o grupo considerou o grau de complexidade na sua
execuo (opo pelas menos complexas) e o potencial de no agresso ao examinado (menores
constrangimentos fsicos, morais ou dolorosos), buscando evitar situaes de conflito entre o segurado
da Previdncia Social e o Perito Mdico. Por outro lado, embora os trabalhos visassem sempre a maior
facilidade de acesso informao, a complexidade do exame fsico ortopdico muitas vezes no
permitiu que deixssemos de fazer referncias a pontos anatmicos e esquemas de inervao
segmentar. Outro ponto importante no desenvolvimento do trabalho foi a necessidade de revisar
manobras que facilitem a deteco de manifestaes no-orgnicas [8] por parte do
examinado/segurado, situao que infelizmente real e permeia a conflitante relao Perito Mdico
segurado.
O texto se encontra dividido por segmentos classicamente utilizados pela ortopedia e as
manobras semiolgicas encontram-se em cada segmento. Apresentamos a descrio da manobra
seguida por fotografias para facilitar o seu entendimento. Salientamos que o(a) leitor(a) deve buscar
nesta parte da diretriz a descrio de cada manobra. Na segunda parte da diretriz, se encontrar a
descrio das patologias ortopdicas, somente faremos meno s manobras. Finalmente, vale lembrar
que este texto um guia prtico e dirigido a uma atividade mdica em especfico, sem pretenso de
substituir livros-textos clssicos ou outras fontes de referncias ou evidncias cientficas das
consagradas especialidades revistas.
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MOTOR MSCULO-CHAVE
REFLEXOS
SENSIBILIDADE
C5
Flexores do cotovelo
Bceps
C6
Extensores do punho
Braquiorradial
1 quirodctilo
C7
Extensor do cotovelo
Trceps
3 quirodctilo
C8
5quirodctilo
T1
Adutor do 5 quirodctilo
TESTE MOTOR
TESTE DE SENSIBILIDADE
extenso do punho
extenso do polegar
abduo dedo mnimo face ulnar distal dedo mnimo
pina do polegar
MEDIANO
oponncia do polegar
abduo do polegar
AXILAR
MSCULOCUTNEO
deltide
bceps
T ESTE DE A DSON
Este teste serve para determinar a permeabilidade da artria subclvia, que pode estar
comprimida por costela cervical ou por contratura dos msculos escalenos, anterior e mdio, que
podem comprimi-la quando a artria passa por entre os msculos ou durante o trajeto do vaso em
direo ao membro superior.
Com o segurado sentado ou em posio ortosttica, palpe seu pulso radial. Continue palpando,
abduza, estenda e rode externamente o brao do segurado. Em seguida, pea-lhe para prender a
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respirao e volver a cabea em direo ao brao que est sendo examinado. No caso de haver
compresso da artria subclvia, o pulso radial diminuir de amplitude, podendo at no ser mais
percebido.
Na maioria dos casos a coluna cervical que irradia dor para outras reas do membro superior.
No entanto, possvel que patologias da articulao tmporo-mandibular, infeces do maxilar inferior,
dentes e couro cabeludo irradiem dor para o pescoo [9,10].
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quando presentes. As cifoses de raio curto ou de ngulo agudo podem ser sinais de enfermidades como
tuberculose (mal de Pott) ou neurofibromatose.
A lordose lombar e a protruso do abdome tm que ser avaliadas; um aumento da lordose pode
sugerir espondilolistese.
Embora a inspeo evidencie as alteraes descritas acima, essas no necessariamente so
incapacitantes para o trabalho.
Na palpao das partes moles deve-se atentar para localizao precisa da dor, presena de
pontos gatilho e dor miofascial.
O exame da movimentao ativa busca determinar principalmente a amplitude articular do
segmento examinado. difcil separar a mobilidade dos segmentos torcico e lombar, porm, a flexoextenso da coluna mais ampla na lombar, enquanto a inclinao lateral se d mais na coluna torcica.
As amplitudes normais para todos os movimentos da coluna torcica so de at 45 em qualquer
sentido. As limitaes de mobilidade podem se dar devido dor pelo processo patolgico bsico do
paciente ou por ancilose no caso de espondilite.
T ESTE DE A DAMS
Um teste que merece ser destacado o da inclinao anterior (tambm conhecido como Teste
de Adams), por ser o mais sensvel para detectar a presena de escoliose de quaisquer etiologias. Pode
ser realizado com o examinador atrs do segurado, que se colocar inclinado para frente, com sua
coluna paralela ao solo (flexo da coluna) e com os braos pendentes. O examinador se abaixar para
ter os seus olhos no mesmo nvel da coluna e dever verificar a existncia de gibosidades. Existem
limitaes para este teste quando h dor e a escoliose antlgica; neste caso haver contratura
muscular e rigidez que impedem a flexo da coluna. Tumores, dentre outras patologias, costumam ser
responsveis por esses quadros.
Teste de Adams
Vale lembrar que a presena de escoliose no , por si s, incapacitante para o trabalho. A
escoliose pode tornar-se incapacitante dependendo da severidade da curvatura, presena de quadros
degenerativos prprios da idade e do comprometimento cardiopulmonar (escolioses na infncia, em
casos de avaliaes para Benefcios de Prestao Continuada).
20
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P ALPAO SSEA
Um desnvel visvel ou palpvel de um processo espinhoso para outro pode ser resultante de
espondilolistese, que ocorre mais frequentemente nos nveis L5-S1 e L4-L5.
22
Para esclarecer estas inter-relaes clnicas, o exame dever ser conduzido por nveis
neurolgicos e no por regies. Assim sendo, para cada nvel neurolgico, deveremos testar os
msculos, reflexos e reas sensitivas, que notoriamente recebam inervao do nvel em questo.
Notar que no h um exame neurolgico da coluna propriamente dita.
Ressaltamos que o fato de o segurado referir dor ao toque da pele da regio lombar no
encontra fundamento anatmico, uma vez que a sensibilidade desta regio provida por razes
torcicas baixas, sem relao com patologias prprias da regio lombar.
Raiz
Reflexo
Msculo-chave
Sensibilidade
L3-L4
L4
Patelar
Tibial anterior
L4-L5
L5
L5-S1
S1
Aquiliano
Face lateral do p
DEGENERAO DISCAL
HRNIA DE DISCO
DOR LOMBAR
IRRADIAO MI
MOBILIZAO
Alivia sintoma
Piora sintoma
EXERCCIO
POSIO ERETA
Piora pouco
Piora muito
MARCHA
Alivia
Piora
ASSENTO FIRME
Alivia
Piora
ASSENTO NO FIRME
Agrava
Agrava
Alivia
FLEXO LOMBAR
Indolor
Dolorosa
LASGUE
SINAIS NEUROLGICOS
ACHADOS RADIOGRFICOS
DECBITO
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T ESTE DE L ASGUE
Este teste consiste na flexo do quadril e do joelho a 90, seguida da extenso passiva do joelho
at o aparecimento dos sintomas e o grau de flexo do joelho comparado com o lado oposto.
Teste de Lasgue
24
T ESTE DE H OOVER
Este teste avalia a colaborao do segurado no exame fsico, ao afirmar que no pode elevar a
o
perna. O mdico sustenta os calcanhares do segurado em aproximadamente 15 de elevao e solicita
ao mesmo que faa elevao ativa de uma das pernas. Quando o paciente est tentando realmente
elevar a perna, exercer presso no calcanhar da perna oposta, utilizando-o como alavanca, presso que
pode ser sentida pelo examinador. Se o paciente no exercer presso ao tentar elevar a perna, na
verdade no est efetivamente tentando.
Teste de Hoover
25
T ESTE DE M ILGRAN
O indivduo em decbito dorsal deve elevar e manter as pernas esticadas a cerca de 5
centmetros da maca. Se conseguir permanecer nesta posio por mais de trinta segundos sem dor, a
possibilidade de patologia intratecal pode ser descartada. Esta manobra estira o ileopsoas e os msculos
anteriores do abdome aumentando a presso intratecal. No entanto, se o segurado no for capaz ou
mesmo se queixar de dor ao tentar a manobra, pode haver patologias intra ou extratecais (hrnias de
disco) ou excesso de presso sobre o envoltrio medular (teca).
Teste de Milgran
T ESTE DE G AENSLEN
Segurado em decbito dorsal e com os quadris e joelhos totalmente fletidos at o tronco. Com
uma das ndegas sem o apoio da maca, o membro inferior deste mesmo lado solto em direo ao
solo. O teste positivo quando aparece dor na regio sacroilaca.
26
Teste de Gaenslen
M ANOBRA DE V ALSALVA
Segurado sentado. Solicita-se que realize expirao forada com a boca fechada (semelhante ao
ato de evacuar). A dor pode aparecer ou se agravar por aumento da presso intratecal.
T ESTE DE R OMBERG
Com o segurado em posio ortosttica, observar se apresenta quaisquer oscilaes do corpo. A
seguir, solicitar para que cerre os olhos e observar o seu equilbrio. Se ele apresentar disfuno
cerebelar, balanar o corpo mesmo com os olhos abertos. Com os olhos fechados, o balano se
acentuar.
27
a. Levantamento da perna esticada acima de 30 . A partir desta angulao, o nervo citico passa
a ser estirado e com a dorsiflexo do p, intensifica o quadro lgico.
o
o
b. Levantamento da coxa em 90 com o joelho em flexo de 90 provocar dor quando for feita
a extenso do joelho (Lasgue).
c. Presso no abdome com o paciente tossindo, provoca dor lombar (sugestivo de hrnia discal
discartrose).
d. A compresso lombar com o paciente em decbito ventral pode aliviar a dor.
28
EXAME DO OMBRO
A inspeo se inicia entrada do segurado no consultrio e, a partir da marcha, avalia-se a
uniformidade e simetria de sua movimentao. O membro superior movimenta-se sincronicamente ao
membro inferior contralateral. Observar a movimentao do ombro quando o segurado despe a camisa.
As articulaes glenoumeral e escpulo-torcica so responsveis pela mobilidade do ombro, na
o
o
proporo de 2 para 1. Por exemplo: numa amplitude de abduo de 90 , ocorre 60 de movimentao
o
na articulao glenoumeral e 30 na escpulo-torcica. A movimentao anormal muitas vezes
unilateralizada ou distorcida e, frequentemente, representa a tentativa do segurado em substituir a
amplitude do movimento original por um movimento menos eficaz, porm indolor.
O aspecto do ombro conferido pelo msculo deltide, grande responsvel pela sua
mobilidade. Caso este msculo esteja hipotrofiado ou mesmo atrofiado, a grande tuberosidade umeral
subjacente se torna mais proeminente por no mais existir o preenchimento do ombro. Nos casos de
desuso ou imobilizao no perodo superior a 15 dias ocorrer hipotrofia [10].
O ngulo mdio superior da escpula clinicamente importante por ser local frequente de dor
referida da coluna cervical.
O manguito rotador consiste em estrutura anatmica composta por 4 msculos responsveis
pela sustentao, estabilizao e parcialmente pela mobilidade do ombro. Sua importncia clnica devese degenerao, que leva restrio de movimentos do ombro, em especial os de abduo. Os
tendes dos msculos supra-espinhal, infra-espinhal e redondo menor so palpveis na grande
tuberosidade do mero. O subescapular, que o quarto msculo da bainha rotatria, no palpvel.
Dentre os msculos do manguito rotador, o mais passvel de ruptura o supra-espinhal e isto
geralmente ocorre prximo insero. Durante a extenso passiva possvel colocar em evidncia a
bolsa subacromial, cuja inflamao (bursite) uma doena frequentemente encontrada, palpvel no
bordo anterior do acrmio. Ao se palpar a bolsa deve-se procurar massas ou espessamentos que podem
ser acompanhados de crepitaes durante a movimentao do ombro.
29
180
ADUO
45
FLEXO
90
EXTENSO
45
ROTAO
INTERNA
55
ROTAO
EXTERNA
40 a 45
A dor que se origina no ombro quase sempre se irradia para a face lateral do brao, ao nvel da
insero do msculo deltide, podendo tambm irradiar-se para o cotovelo e para a coluna cervical.
Quando h referncia de que a dor se irradia at a mo, deve-se considerar envolvimento da coluna
cervical.
30
Teste de Apley
31
Teste de Hawkins-Kennedy
32
T ESTE DE J OBE
Avalia a alterao do tendo do supra-espinhal bilateralmente. testado pela elevao ativa em
90 dos membros superiores (no plano da escpula) com os cotovelos estendidos, polegares apontando
para baixo e contra a resistncia oposta pelo examinador. A resposta poder ser de apenas dor na face
ntero-lateral do ombro, acompanhada ou no de diminuio da fora ou mesmo da incapacidade em
elevar o membro superior, indicando desde tendinites at rupturas completas do tendo.
Teste de Jobe
Observao: nesta foto os membros superiores no se encontram no plano da escpula
33
Teste de Speed
Teste do Infra-Espinhal
34
Teste de Patte
Teste de Gerber
T ESTE DO S UBESCAPULAR
Este teste serve, em caso de leso no-orgnica, para complementao do teste de Gerber. O
segurado coloca a palma da mo no abdome, mantendo o cotovelo alinhado com a mo. O examinador
deve estabilizar o punho no abdome e elevar o cotovelo para frente e solt-lo alertando o indivduo para
manter esta posio. A queda espontnea do cotovelo para trs indica leso do subescapular.
35
Teste do subescapular
Ateno! Estes testes buscam verificar a estabilidade articular do ombro, e devem ser interrompidos ao
primeiro sinal de desconforto do segurado, pois h risco de luxao. Devem ser realizados em situaes
especiais e por profissionais capacitados.
T ESTE DA APREENSO
O examinador, por trs do segurado, com uma das mos posiciona o membro em abduo e
o
rotao externa mxima, com o cotovelo fletido em 90 . Com o polegar da outra mo procura deslocar
anteriormente a cabea do mero. Quando h instabilidade anterior, a sensao de luxao iminente
provoca temor e apreenso no segurado.
36
Teste da apreenso
Com uma das mos o examinador estabiliza o cotovelo fletido em 90 em aduo alm da linha
mdia e em rotao interna do brao. Com a outra mo procura deslocar posteriormente a cabea do
mero. Quando h instabilidade posterior, a cabea do mero resvala na borda posterior da glenide e
se subluxa.
As queixas dolorosas referidas no ombro, porm oriundas de outros locais, so muito
frequentes e, por isso, o exame clnico ortopdico do ombro deve ser obrigatoriamente complementado
pelo exame da coluna cervicotorcica e pelos exames neurolgico e vascular.
EXAME DO COTOVELO
A dor no cotovelo assume caractersticas variadas, de acordo com sua causa. Dor localizada na
face lateral do cotovelo, que pode irradiar-se para o brao e/ou antebrao tem como possveis causas
patologias no compartimento lateral do cotovelo. Dor difusa ou periarticular pode ser causada por
patologia sistmica, como a AR. A neuropatia do ulnar causa frequente de dor forte, associada
parestesia na borda ulnar da mo. A radiculopatia cervical tambm pode cursar com dor ao nvel do
cotovelo, porm geralmente est associada dor cervical e dor no ombro. Outra alterao comum nas
patologias do cotovelo a perda da rotao normal (prono-supinao) do antebrao, podendo ocorrer
em patologias do punho.
Na inspeo do cotovelo, observar:
a.
b.
c.
37
Lembrar que essas alteraes angulares, alm do prejuzo esttico, podem demandar maior esforo na
realizao de tarefas.
Na poro lateral do cotovelo podem ser palpados o epicndilo lateral, a origem da musculatura
extensora do punho e a cabea do rdio. Dor no epicndilo lateral e na origem da musculatura
extensora do punho tem como causa a epicondilite lateral ou a sndrome do tnel radial.
A palpao da cabea do rdio deve ser realizada durante a prono-supinao do antebrao, em
variados graus de flexo-extenso. Dor durante a sua palpao sugere sinovite, artrite ou fratura. A sua
proeminncia pode ser causada por luxao traumtica ou congnita.
O tendo bicipital pode ser palpado durante a flexo ativa do cotovelo em supinao, contra a
resistncia promovida pelo examinador. A bursa olecraneana (na ponta do cotovelo) pode estar
dolorosa e espessa palpao, quando houver processo inflamatrio local.
O nervo ulnar pode ser palpado entre o epicndilo medial e o olcrano. Normalmente, este
nervo suave, flexvel e cilndrico palpao. Seu espessamento sugestivo de neurite, comum na
hansenase. Sua palpao deve ser realizada de forma delicada, a fim de evitar desconfortos ao
segurado.
T ESTE DE C OZEN
realizado com o cotovelo em flexo de 90, o antebrao pronado e o punho cerrado. Pede-se
ao segurado que realize a extenso ativa do punho, contra a resistncia imposta pelo examinador. O
teste considerado positivo quando o segurado referir dor no epicndilo lateral, origem da musculatura
extensora do punho e dos dedos.
38
Teste de Cozen
T ESTE DE M ILL
realizado com o cotovelo em flexo e o punho cerrado e em extenso. O examinador deve
forar o punho em flexo, enquanto o segurado tenta manter o punho estendido. O teste considerado
positivo quando o segurado referir dor no epicndilo lateral.
Teste de Mill
Epicondilite Medial
EXAME DA MO E DO PUNHO
A avaliao da funo da mo feita por meio da avaliao da mobilidade da mo, fora,
sensibilidade cutnea, estabilidade articular e dimenses fsicas da mo. A coordenao, a destreza e a
sensibilidade funcional so avaliadas mediante certas tarefas padro. A capacidade laborativa avaliada
por testes que simulam as situaes de trabalho.
39
b.
40
indicador, mdio e poro radial do quarto dedo inervada pelo mediano. O ulnar inerva o quinto dedo
e a poro medial do quarto dedo [10].
Os msculos tenares laterais so inervados pelo mediano, enquanto que os mediais so
inervados pelo ulnar. O flexor curto do polegar frequentemente duplamente inervado (nervos
mediano e ulnar), sendo que, em 1/3 dos casos, inervado apenas pelo nervo ulnar. Algumas pessoas
possuem anastomoses entre os nervos: mediano e ulnar, o que pode dificultar o diagnstico clnico de
leses nervosas na mo. Por exemplo: isto explica porque alguns portadores de sequela de Hansenase
com acometimento do nervo ulnar nem sempre desenvolvem deformidade em garra clssica. O Quadro
6 e as fotos a seguir apresentam a inervao da mo.
QUADRO 6: INERVAO DA MO
INERVAO
SENSIBILIDADE
MOTRICIDADE
NERVO
MEDIANO
NERVO
ULNAR
NERVO
RADIAL
41
EXAME DA PELE DA MO
A espessura da pele, que maior no trabalhador rural (calosidades), ocasiona menor
sensibilidade cutnea. A pele atrofiada assemelha-se pele senil, sendo brilhosa, adelgaada e com
perda da elasticidade.
As calosidades iniciam-se em mdia a partir de 15 dias de atrito, aps a fase de bolhas.
Calosidades decorrentes de atividade contnua e persistente, com muito tempo de evoluo, costumam
involuir por completo em 6 meses, em mdia. Se houver imobilizao fsica (gesso), ao invs de
imobilizao funcional, o tempo de involuo se reduz para cerca de 30 dias.
42
CIRCULAO
A cianose e o edema podem indicar dificuldade no retorno venoso. O edema melhor
observado no dorso da mo, podendo apagar os contornos das cabeas metacarpianas e at as pregas
interfalangianas. Mesmo quando pouco intenso, observa-se apenas uma ligeira infiltrao dos tecidos,
mas com consequente limitao da flexo dos dedos.
TROFICIDADE
A quantidade e distribuio da sudorese podem indicar distrbios vasomotores, como o
verificado na distrofia simptico-reflexa.
A atrofia muscular da mo pode indicar uma leso nervosa. A leso crnica do nervo mediano
pode cursar com a perda do contorno tenar normal.
A paralisia do nervo ulnar provoca atrofia dos msculos intersseos e visvel no primeiro
espao interdigital e entre os metacarpianos. Ocorrer, tambm, atrofia da musculatura hipotenar.
T ESTE DE F INKELSTEIN
Para realizao do teste, solicita-se ao segurado que feche a mo, englobando o polegar
aduzido e fletido na palma. Nesta posio, o examinador realiza o desvio ulnar do punho. O teste
positivo quando o segurado queixa-se de dor no processo estilide do rdio.
Utilizado para o diagnstico da tenossinovite estenosante de De Quervain.
No patognomnico! Pode estar presente sem a doena.
Teste de Finkelstein
T ESTE DE P HALEN
Consiste em manter o punho em flexo mxima por no mnimo 1 minuto. positivo quando o
segurado queixa-se de formigamento ou dormncia na mo, em territrio inervado pelo nervo
mediano, principalmente o dedo mdio. Utilizado para o diagnstico da sndrome do tnel do carpo.
43
Teste de Phalen
Teste de Tinnel
44
Normal
Patolgico
45
MOBILIDADE ARTICULAR
A articulao do quadril permite os movimentos de flexo, extenso, rotao interna, rotao
externa, abduo, aduo e circunduo.
ABDUO
0 a 50
ADUO
0 a 30
FLEXO
0 a 120
EXTENSO
0 a 30
ROTAO
INTERNA
0 a 40
ROTAO
EXTERNA
0 a 50
T ESTE DE T HOMAS
Este teste usado para avaliao de contratura em flexo do quadril.
Segurado supino, com a pelve e tronco nivelados e com a coluna lombar aplanada pela flexo
passiva e total do membro no afetado. Havendo contratura em flexo do quadril contralateral, o
joelho se erguer. A distncia entre a mesa de exames e a face posterior do joelho (ngulo formado pela
maca e a coxa do segurado) d, aproximadamente, a gravidade desta contratura.
46
Teste de Thomas
T ESTE DE G AENSLEN
O teste de Gaenslen realizado com o segurado deitado em posio supina. O membro a ser
examinado deve ficar apoiado bem rente borda lateral da mesa de exame. Ao mesmo tempo, o
examinador solicita ao paciente que flexione o quadril contralateral e que segure o membro com as 2
mos contra o peito. Neste momento, o examinador segura pelo tornozelo o membro a ser avaliado e o
deixa descer rente mesa, forando a articulao sacroilaca deste lado. O segurado refere dor caso
exista doena na articulao sacroilaca.
47
Teste de Gaenslen
EXAME DO JOELHO
O joelho bastante suscetvel s leses traumticas, primariamente por ser muito submetido a
esforo, j que se localiza entre 2 braos de alavanca: o fmur e a tbia. No protegido por tecido
adiposo nem por msculos. Sua posio anatmica e a falta de proteo contribuem para a alta
incidncia de leses.
INSPEO DO JOELHO
Solicitar ao segurado para despir-se da cintura para baixo. Enquanto isso, observar
cuidadosamente, quando ele se inclinar para retirar os sapatos e as meias, se lana mo de movimentos
anormais para compensar dor ou rigidez do joelho.
Para proceder inspeo da face anterior do joelho, o segurado se posiciona ereto, com os
joelhos estendidos. As rtulas devem se encontrar no mesmo nvel. As angulaes da tbia em relao
ao fmur podem ser em valgo ou em varo (valgo caracteriza o joelho em X e varo em O), cujos
excessos podem levar doena articular degenerativa (gonartrose).
Observar a simetria do contorno dos msculos acima do joelho, buscando por hipotrofias
musculares visveis. O quadrceps est frequentemente hipotrofiado em patologias da coluna e do
joelho. O msculo vasto medial frequentemente se torna hipotrfico aps cirurgias do joelho, com
incises mediais.
Em viso lateral, a presena de uma discreta flexo poder indicar patologia, principalmente
quando for unilateral ou quando o segurado for incapaz de estender o joelho.
As intumescncias do joelho so classificadas em localizadas (bolsas) ou generalizadas (intraarticulares). A intumescncia mais frequente a localizada sobre a rtula (bursite pr-patelar). Quando
ocorre na fossa popltea pode ser devido a cistos e quando na face medial do tubrculo tibial,
caracteriza a bursite anserina.
A hemorragia intra-articular (hemartrose) e a irritao da sinvia (sinovite, levando
hidrartrose) podem resultar numa intumescncia generalizada do joelho, o que promove a perda da
nitidez de seus contornos e uma leve flexo para aumentar a capacidade volumtrica da articulao que
ocorre nesta posio.
48
L IGAMENTOS COLATERAIS
Solicitar ao segurado deitar-se em decbito dorsal. Para testar o ligamento colateral medial,
exercer um esforo em valgo para tentar abrir a face medial da articulao do joelho. Para testar a
estabilidade da face lateral do joelho, exercer um esforo em varo para tentar abrir a face lateral da
articulao. Como o ligamento colateral medial muito importante para a estabilidade do joelho, uma
rotura isolada deste ligamento suficiente para levar o joelho instabilidade, enquanto que a mesma
leso no ligamento colateral lateral ter muito menos importncia.
L IGAMENTOS CRUZADOS
Com o segurado em decbito dorsal, joelhos fletidos em 90 , fixar os ps, sentando-se sobre
eles. Para testar o ligamento cruzado anterior, envolva o joelho com ambas as mos e, em seguida, puxe
a tbia em sua direo. Se ela deslizar debaixo do fmur para frente (sinal do deslocamento anterior
49
positivo ou sinal da gaveta anterior), o ligamento cruzado anterior dever estar roto. Um pequeno grau
de deslocamento anterior normal quando observado em ambos os membros inferiores.
O ligamento cruzado posterior testado de modo semelhante. Se houver deslocamento
posterior da tbia em relao ao fmur (sinal do deslocamento posterior presente, ou sinal da gaveta
posterior), provavelmente o ligamento cruzado posterior estar lesado. Essas manobras devem ser
realizadas bilateralmente e os achados comparados.
E XAMES DA M OVIMENTAO
So utilizados para verificar se h restrio grosseira no alcance da movimentao do joelho.
Solicitar ao segurado se colocar de ccoras, com grande flexo do joelho. Ele dever ser capaz de fletir
ambos os joelhos simetricamente. Solicitar para que ele se coloque em p. Observe se ele capaz de se
manter ereto com ambos os joelhos totalmente estendidos ou se uma das pernas tem maior dificuldade
em se alinhar.
Com relao crepitao articular durante o exame da movimentao do joelho, na maioria dos
casos, pode ter significado clnico, porm sem importncia isolada na avaliao da incapacidade.
Lembrar que joelhos normais podem apresentar esse rudo.
50
EXAME NEUROLGICO
E XTENSO
Quadrceps nervo femoral, L2, L3 e L4
Fixar a coxa colocando uma das mos logo acima do joelho. Solicitar ao segurado para estender
a perna e, quando o joelho estiver totalmente estendido, oferecer resistncia ao movimento, apoiando
a mo logo acima do tornozelo. Palpe o quadrceps com a mo que foi utilizada para estabilizar a coxa.
F LEXO
Semimembranoso poro tibial do nervo citico e L5.
Semitendinoso poro tibial do nervo citico e L5.
Bceps femoral poro tibial do nervo citico e S1.
Com o segurado em decbito dorsal, fixe sua coxa com a mo logo acima do joelho e solicite
que faa a flexo do joelho contra resistncia rodando a perna externamente para intensificar a atuao
do bceps e internamente para intensificar a ao do semimembranoso e semitendinoso.
T ESTES S ENSITIVOS
Os nervos originrios de razes da coluna lombo-sacra provem de sensibilidade a pele que
recobre o joelho e reas circunjacentes e so: L2, L3, L4 e S2.
T ESTES DE R EFLEXOS
51
MANOBRAS ESPECIAIS
As manobras abaixo necessitam de treinamento especfico e so de difcil execuo pelo no
especialista. Na dvida quanto ao diagnstico sugere-se, com moderao, a Solicitao de Informaes
ao Mdico Assistente - SIMA.
T ESTE DE M C M URRAY
Este teste tem sua aplicao na identificao de leses dos cornos posteriores dos meniscos. O
segurado deve estar deitado em posio supina, com os quadris em 90 e os joelhos totalmente fletidos.
O Perito Mdico se coloca ao lado do joelho a ser examinado e enquanto palpa as interlinhas articulares
com uma das mos, segura o p do segurado com a outra mo e roda internamente e externamente a
sua perna forando o joelho em varo e valgo alternadamente. A presena de dor rotao externa,
acompanhada ou no de estalidos, pode indicar a leso do menisco medial. Dor na interlinha lateral
rotao interna pode indicar leso do menisco lateral.
Solicitar ao segurado deitar-se em decbito ventral com uma das pernas fletidas a 90 . O
examinador apia seu joelho sobre a face posterior da coxa do segurado, suavemente, para fix-la,
enquanto comprime o p em linha com a perna, a fim de produzir uma compresso dos meniscos entre
a tbia e o fmur. Em seguida, rodar a tbia interna e externamente, enquanto mantm a firme
compresso. Se a manobra produzir dor, solicitar ao segurado localiz-la com preciso. Dor na face
medial indica leso do menisco medial e na face lateral sugere rotura do menisco lateral.
Em seguida, o examinador aplica trao perna, aliviando a compresso, enquanto roda a tbia
interna e externamente. Esta manobra reduz a presso sobre os meniscos, deslocando a presso para as
estruturas ligamentares medial e lateral. Se os ligamentos estiverem lesados, o segurado se queixar de
52
dor; no entanto, se o menisco estiver roto, sem que haja qualquer leso ligamentar, o segurado no
acusar dor. Se houver queixa do segurado de leso meniscal e ele referir dor na manobra de trao,
poder tratar-se de doena no orgnica.
Teste de Appley
Teste de Trao
Teste de Lachman
53
O segurado dever estar em decbito dorsal, com as pernas relaxadas e em posio neutra.
Inicialmente empurre a rtula distalmente, no interior do sulco troclear. Em seguida, pea-lhe para
contrair o quadrceps, enquanto que, ao mesmo tempo, voc palpa e impe resistncia patela, que se
mover sob seus dedos. O movimento da patela deve ser de deslizamento uniforme; qualquer
irregularidade de suas superfcies articulares causa crepitao durante a sua movimentao. Se o teste
for positivo, o segurado se queixa de dor e desconforto. Estes segurados referem mais dor ao subir e
descer escadas ou ao se levantar da cadeira. A gonartrose, condromalcia da patela, defeitos
osteocondrais podem precipitar os sintomas dolorosos durante estas mesmas atividades.
54
Sensibilidade cutnea do p
O suprimento sanguneo para o p pode ser estimado pela palpao dos pulsos perifricos
(artria pediosa e artria tibial posterior) e pela perfuso perifrica, principalmente nos leitos ungueais.
Deve ser observada a posio relativa dos malolos tibial e fibular. O malolo tibial mais alto e
anteriorizado do que o malolo fibular. Nas regies retromaleolar existem 2 depresses, que podem
desaparecer na presena de edema ou gordura (obesidade).
O tornozelo normal realiza cerca de 45 de flexo (flexo plantar) e 25 de extenso (flexo
dorsal), enquanto as articulaes metatarsofalngicas realizam aproximadamente 80 de dorsiflexo e
30 de flexo plantar.
As articulaes interfalngicas podem ser acometidas por deformidades fixas ou redutveis,
sendo as mais comuns os dedos em martelo, garra e taco de golfe (ver figura).
Ao solicitar que o segurado fique na ponta dos ps, pode-se avaliar o grau de mobilidade da
articulao subtalar, bem como a potncia muscular e a integridade dos tendes tricipital e tibial
posterior. Normalmente, ao se elevar nas pontas dos ps, ocorre a varizao progressiva do retrop.
Manobras e testes especiais sero discutidos na ocasio da apresentao das patologias.
EXAME DA MARCHA
A marcha pode ser definida como uma ao recproca, constituda de perda e recuperao do
equilbrio, na qual o centro de gravidade muda constantemente. Quando o membro que suporta o peso
do corpo se desloca para frente, o centro de gravidade do corpo inclina-se para frente. Se ele
ultrapassar a borda anterior da base de sustentao (dedos do p anterior), a fora de gravidade
tender a fazer com que o corpo caia para frente e para baixo, somente sendo bloqueado pela perna do
balano, a qual chega sua nova posio a tempo[13].
O estudo dos parmetros da normalidade e anormalidade da marcha de fundamental
importncia no exame pericial, devido basicamente a 2 fatores:
a.
b.
55
Um ciclo da marcha completo o perodo entre o momento em que o calcneo toca o solo e o
prximo impacto do calcneo do mesmo membro [14].
O comprimento da passada a distncia percorrida na mesma extenso de tempo que um ciclo
da marcha completo, enquanto que o comprimento do passo a distncia que vai do local de apoio do
calcneo de um p at o local de apoio do calcneo do outro p (metade da passada).
Cadncia o nmero de passos por minuto.
Velocidade da marcha a velocidade de movimento em uma mesma direo em centmetros
por segundo.
Essas caractersticas da marcha podem estar alteradas por processos patolgicos, mas tambm
podem sofrer modificaes esperadas para uma determinada faixa etria. Assim, por exemplo, a
amplitude do passo pode estar alterada por fraqueza muscular, dor, rigidez articular, ou por
deformidades intrnsecas ou extrnsecas do p, mas pode tambm ser apenas um dado de normalidade
na marcha de um ancio.
CICLO DA MARCHA
O ciclo normal da marcha ocorre em 2 fases. A fase de apoio (ou fase de posio ou fase de
acomodao de posio) a parte do ciclo em que o p est em contato com o solo e o membro inferior
est apoiando todo ou parte do peso do corpo. Compreende o perodo entre o toque do calcanhar e o
desprendimento dos dedos. A fase de oscilao (ou fase de balano) a parte do ciclo em que o p est
no ar e o peso do corpo est colocado no membro oposto. Ocorre entre o desprendimento dos dedos e
o segundo toque do calcanhar.
56
MARCHAS PATOLGICAS
A observao das alteraes na marcha deve se iniciar a partir da entrada do segurado na sala
de exames, procurando-se por claudicaes e deformidades bvias dos membros inferiores e coluna
vertebral que possam comprometer a deambulao. No exame da marcha solicita-se ao segurado que
caminhe normalmente e que caminhe sobre as pontas dos ps e sobre os calcanhares. Para pesquisar
distrbios neuromusculares, solicita-se que caminhe com um p em contato e frente do outro; que
ande sobre uma linha no cho, com os olhos abertos e depois fechados.
Nas doenas neurolgicas, pode-se tambm obter alguma informao ouvindo o segurado
caminhar. O som chapado da marcha de uma pessoa que tem um p cado, o andar arrastado ou
esfregado, caracterstico do espstico e o pisar da ataxia so bem conhecidos. A inspeo dos sapatos
do segurado, notando-se os locais de desgaste na sola, de grande valor, principalmente quando se leva
em conta uma leso no orgnica.
A marcha do segurado com debilidades musculares pode ser resumida em:
a.
b.
c.
d.
e.
f.
57
As doenas neurolgicas podem causar vrias anormalidades da marcha, algumas das quais
podem ser patognomnicas dessas doenas. Citaremos apenas as mais importantes na percia e
caractersticas dentro da Ortopedia: marcha espstica, marcha atxica e marcha distrfica.
M ARCHA E SPSTICA
a marcha caracterstica das sndromes neurolgicas ps Traumatismo Crnio-enceflico TCE,
ou ps Acidentes Vasculares Cerebrais - AVC. O equilbrio e a coordenao podem estar seriamente
comprometidos. Na marcha espstica ocorre hipertonia, hiperreflexia, exagero do reflexo muscular de
estiramento, desequilbrio da ao de certos grupos musculares e deformidades bastante tpicas. Na
paraplegia espstica h aduo e rotao interna exagerada dos quadris por espasticidade dos adutores
do quadril e dos isquiotibiais mediais, de modo que os joelhos podem se cruzar um em frente ao outro,
raspando e girando um ao redor do outro (marcha em tesoura).
M ARCHA A TXICA
Existem 3 tipos de marcha atxica:
1. ataxia medular, causada pela interrupo das vias proprioceptivas na medula espinhal ou no
tronco cerebral. A ataxia ocorre pela perda dos sensos de posio e movimento dos segmentos
corporais e falta de orientao espacial. A marcha atxica pode no ser percebida quando o segurado
anda com os olhos abertos, j que h correlao dos impulsos visuais com os proprioceptivos. Em casos
mais graves h um aumento da base de sustentao e o caminhar atirando os ps para os lados. Ao
exame observa-se que o segurado mantm os olhos no cho e olha para seus ps o tempo todo
enquanto caminha. Se os olhos forem fechados, o segurado perde estabilidade, cambaleia e torna-se
incapaz de caminhar. Essa ataxia encontrada na criana com neurites perifricas ou leses do tronco
cerebral e, no adulto, com tabes dorsalis e esclerose pstero-lateral;
2. ataxia cerebelar, causada por doenas que comprometam os mecanismos de coordenao do
cerebelo ou de suas vias conectantes. Est presente com os olhos abertos ou fechados, sendo uma
marcha instvel, irregular e de base alargada. O segurado cambaleia e incapaz de deambular com um
p na frente do outro ou de seguir uma linha reta no solo. Podem haver tremores ou movimentos
oscilatrios de todo o corpo; e
3. ataxia mista (tipo medular e cerebelar), como na ataxia de Friedreich: h envolvimento das
colunas posteriores, tratos espinocerebelares, colunas laterais e cerebelo. A ausncia de reflexo patelar,
o sinal de Babinski positivo, o nistagmo e outros achados musculoesquelticos podem estar presentes.
M ARCHA D ISTRFICA
observada em diversas miopatias, porm mais tpica na distrofia muscular progressiva. Ocorre
na criana, quando ela apresenta dificuldade para correr e subir escadas, anda com lordose lombar
exagerada e apresenta um gingado na marcha por no conseguir fixar a pelve. A inclinao lateral e a
rotao exagerada da pelve so meios usados para compensar a fraqueza dos glteos, resultando em
rebolado do quadril para o lado do apoio, para transferir o peso do corpo. O uso excessivo dos
msculos do tronco e membros superiores nesta marcha foi denominado marcha de pinguim. Alm
disso, a criana tem dificuldade em levantar-se quando sentado no cho, tendo que escalar em si
prpria para consegui-lo.
58
I NTRODUO
Este segundo captulo das diretrizes de ortopedia oferece uma reviso de pontos-chave na
avaliao mdico-pericial daquelas doenas que, por critrios de magnitude (maiores prevalncias entre
benefcios concedidos), transcendncia (potencial de incapacitao para o trabalho e de atividades da
vida diria, medido pelo risco de longa permanncia de afastamento do trabalho e/ou de aposentadoria
por invalidez) e de complexidade na avaliao (maior ou menor subjetividade ao exame fsico,
facilidade/dificuldade de preciso diagnstica), so consideradas prioritrias na gesto de benefcios por
incapacidade da Previdncia Social.
O conjunto de doenas do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (Captulo XIII da
CID10) o principal responsvel pelas concesses de auxlio-doena, e vem apresentando tendncia
ascendente nos ltimos 7 anos, variando de 19,2% das concesses em 1999 para 31,5% das concesses
em 2005 [15]. Se somarmos com o conjunto de leses, envenenamentos e algumas outras
consequncias de causas externas (Captulo XIX da CID 10) atingiram, em 2005, 50% das concesses de
auxlio-doena. Embora se observe uma concentrao dos problemas ortopdicos em algumas poucas
patologias, entre as quais destacamos as afeces da coluna lombar, tendinites e tenossinovites, e
afeces do ombro, esta diretriz no seria completa se concentrssemos somente nas patologias mais
prevalentes. Portanto optamos por descrever no somente as patologias mais prevalentes (critrio de
magnitude), mas aquelas que por sua transcendncia e complexidade, tambm justificavam sua reviso.
A estrutura do texto partir de uma histria clnica tpica e pictrica e, a partir desta, sero
apresentadas breves descries das patologias que podem ser encontradas em tais histrias clnicas. O
objetivo de utilizar exemplos pictricos de estimular o raciocnio de diagnstico diferencial em
situaes rotineiras da prtica mdico-perical, sempre que for possvel. A seguir so apresentadas
caractersticas do exame fsico sucinto para cada patologia e, finalmente, orientaes de apoio
conduta mdico-pericial e reabilitao profissional.
59
ARTRITE PIOGNICA
CID-10: M00
D ESCRIO
A artrite piognica aguda uma forma comum de doena articular, sendo a mais temvel
monoartrite. uma urgncia mdica, pois a dor e o edema podem ser intensos e incapacitantes, e
tambm porque a infeco, uma causa comum deste sintoma, pode destruir rapidamente a articulao
acometida [16].
Pode ser causada por contaminao direta (mais comum no adulto) ou por via hematognica
(comum na criana, a partir de infeces da pele, orofaringe, pulmonar e vias urinrias).
Bactrias Gram-positivas como estreptococos, estafilococos e pneumococos so mais
frequentemente implicados na patognese; organismos Gram-negativos como coliformes e salmonellas
so menos frequentes. O Haemophilus influenzae um invasor comum em lactantes e crianas at 3
anos de idade. Pode resultar de disseminao local do organismo de estruturas que apresentam
contiguidade com a articulao ou por penetrao direta na prpria articulao.
A artrite sptica comum em indivduos idosos e debilitados. Deve-se considerar o diagnstico
de artrite sptica em indivduos com alteraes do sistema de imunidade.
Clinicamente, mais frequente o acometimento das grandes articulaes. A sintomatologia
aparece rapidamente, geralmente em alguns dias. Dor, edema, calor, rubor e febre so os marcadores
do processo inflamatrio; esto presentes e aumentam em intensidade com a progresso da doena.
O segurado/requerente normalmente j chega operado para a percia. O atraso no diagnstico
e, consequentemente, no tratamento cirrgico, causa de destruio da cartilagem articular e artrose
precoce.
No se aplica.
At 30 dias.
Em exame pericial de seguimento, ou com
complicaes, avaliar caso a caso..
Em casos graves, afastar o segurado de postos
de trabalho que exijam sobrecarga da
articulao afetada.
Em situaes de complicao, avaliar caso a
caso.
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
60
DOENA DE REITER
CID-10: M02.3
D ESCRIO
Na sndrome de Reiter a poliartrite associa-se com a uretrite, conjuntivite e leses ulcerativas
mucocutneas. Os portadores da enfermidade ocasionalmente apresentam acometimentos do trato
gastrointestinal. A diarria geralmente leve e de pequena durao, podendo, entretanto, ser grave,
sanguinolenta e prolongada [17].
A artrite mais frequentemente observada em grandes articulaes, mas os artelhos e dedos
podem ser acometidos. Embora considerada uma patologia relativamente benigna, no so raras as
recidivas e limitaes fsicas.
No se aplica.
Em avaliao incial (AX1), sugesto de
afastamento, em mdia, por 30 dias.
Em exame pericial de seguimento, ou com
complicaes, avaliar caso a caso..
Em casos graves, afastar o segurado de postos
de trabalho que exijam sobrecarga das
articulaes afetadas.
Em situaes de complicao, avaliar caso a
caso.
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
61
CID-10: M03
D ESCRIO
A artrite gonocccica uma forma de artrite sptica, discutida separadamente, por apresentar
caractersticas clnicas diversas das outras artrites infecciosas [16].
Os jovens, principalmente mulheres, so mais afetados e comumente h a histria de contato
sexual.
As grandes articulaes so as mais frequentemente acometidas, caracterizando-se
inicialmente por poliartrite, febre alta, rash cutneo e mal estar geral. Posteriormente, os sintomas
podem restringir-se na forma de monoartrite. Pode estar presente tendinite, principalmente dos
extensores dos dedos e artelhos [16].
No se aplica.
Em avaliao incial (AX1), sugesto de
afastamento, em mdia, por 30 dias.
Em exame pericial de seguimento, ou com
complicaes, avaliar caso a caso..
Em casos graves, afastar o segurado de postos
de trabalho que exijam sobrecarga das
articulaes afetadas.
Em situaes de complicao, avaliar caso a
caso.
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
62
D ESCRIO
A AR enquadra-se como monoartrite aguda, que uma forma frequente de doena articular.
Pode tambm iniciar-se como poliartrite aguda. O incio pode ser abrupto, levando o portador da
enfermidade imobilidade articular em 12 a 24 horas. A dor, sintoma inicial, pode ser muito intensa,
seguida de rubor, calor e edema articular [17].
Frequentemente, os sintomas poliartrticos desenvolvem-se no perodo de alguns dias.
Sintomas sistmicos tais como rigidez, febre, sudorese e fadiga so proeminentes. A poliartrite aguda
ocorre como o sintoma inicial da AR juvenil (ARJ).
Adultos e crianas podem apresentar um quadro clnico tpico de AR sistmica juvenil (doena
de Still). As manifestaes clnicas so caracterizadas por febre de padro dirio com picos, poliartrite e
caractersticas erupes evanescentes, migratrias, maculares ou mculopapulares de colorao
salmo. Os sintomas sistmicos so proeminentes e incluem fadiga, mal-estar, perda de peso e mialgia.
A linfadenopatia e a hepatoesplenomegalia no so raras.
para
Reabilitao
63
POLIARTROPATIA INFLAMATRIA
CID-10: M06.4
D ESCRIO
A artrite associada psorase pode se apresentar em diferentes formas e pode ser difcil
diferenci-la da AR [17].
A forma mais tpica acomete as articulaes interfalangeanas distais das mos, geralmente
associada a alteraes psoriticas das unhas. Este dado apresenta um significado diagnstico, pois o
acometimento reumatide precoce destas articulaes incomum. Tambm significativo o
acometimento das articulaes interfalangianas dos artelhos, que tambm raro em indivduos com AR.
Uma segunda forma de artrite psoritica caracteriza-se por alteraes erosivas extensas do
osso articular. Na mo, essas alteraes mutiladoras levam o aspecto de mo em luneta, na qual os
dedos so facilmente mobilizados e prontamente telescopados a um tamanho menor.
Na terceira forma de artrite psoritica, as alteraes articulares podem ser semelhantes
quelas observadas na AR. Entretanto, o edema das pequenas articulaes acometidas na artrite
psoritica assumem frequentemente a aparncia de uma salsicha, o que auxilia no diagnstico
diferencial. A distino entre as 2 doenas auxiliada pela pesquisa de fator reumatide. Um resultado
positivo corrobora um diagnstico de AR. Alm disso, a espondilite comum na artrite psoritica. As
alteraes de pele geralmente so caractersticas e proeminentes, mas no so raros os casos de artrite
psoritica com alteraes mnimas da pele. Embora as alteraes de pele e unhas geralmente precedam
ou ocorram simultaneamente doena articular, as manifestaes articulares ocasionalmente as
precedem por meses ou anos [17].
Observao: Existem informaes complementares especficas para a Artrite Psoritica (CID-10: M07)
no captulo especfico das diretrizes de Clnica Mdica
64
No se aplica.
Geralmente longa.
Para trabalhadores sedentrios ou que
executam atividades com esforo fsico leve a
moderado, sugere-se de 30 at 90 dias de
afastamento.
Para trabalhadores em atividades pesadas, o
tempo de afastamento pode se prolongar com
possvel sugesto de R2 ou mesmo limite
indefinido.
Em exame pericial de seguimento, ou com
complicaes, avaliar caso a caso..
Em casos graves, afastar o segurado de postos
de trabalho que exijam sobrecarga das
articulaes afetadas.
Em situaes de complicao, avaliar caso a
caso.
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
65
GOTA
CID-10: M10
D ESCRIO
As artrites induzidas por cristais so as mais comumente confundidas com a monoartrite de
origem infecciosa. As mais comuns so a gota e pseudogota (condrocalcinose). A gota classicamente
acomete a articulao metatarsofalangiana do primeiro artelho (podagra). No raro, entretanto, o
acometimento de outras reas, como articulaes do tarso, tornozelo e joelhos. Essas podem ser as
primeiras a serem acometidas. E, alm disso, um nmero significativo de portadores da enfermidade
pode apresentar acometimento importante da primeira metatarsofalangiana anos depois do incio da
doena, ou at mesmo nunca ser acometida [16,17].
O comprometimento articular agudo, desenvolvendo-se frequentemente em algumas horas.
O surto dura 3 a 5 dias em mdia, mas os sintomas podem permanecer por vrias semanas, enquando o
tratamento no for institudo. O surto relaciona-se com a precipitao de cristais de urato monossdico
com liberao subsequente de mediadores inflamatrios. Embora o cido rico elevado seja um achado
caracterstico em portadores de artrite gotosa aguda, podem ser observados nveis normais nos estgios
iniciais da doena. Em alguns indivduos, os nveis elevados s so observados se o soro em estudo
retirado durante o pico de um surto agudo. Em outros indivduos, por razes inexplicveis, o cido rico
srico normal durante os surtos agudos, com elevaes durante perodos assintomticos.
Observao: Existem informaes complementares especficas para a Gota (CID-10: M10, M10.0,
M10.9) no captulo especfico das diretrizes de Clnica Mdica
66
D ESCRIO
Na hemofilia so comuns as hemartroses, com consequente dor, distenso articular e calor na
articulao. Normalmente o portador da enfermidade refere que sentiu o sangramento intra-articular,
antes do surgimento dos sinais clnicos. Podem surgir hematomas na coxa, ndega, abdome, panturrilha
e mo. Com a liberao da hemossiderina, surge a hemossiderose sinovial, que predispe a articulao a
novos sangramentos. A sinovite crnica pode evoluir com fibrose e, consequentemente, contratura da
cpsula articular, alm de destruio da cartilagem articular.
A articulao do joelho frequentemente envolvida, em cerca de 50% dos casos. As alteraes
radiogrficas so: tumefao de tecidos moles, crescimento epifisrio excessivo, osteoporose e
espessamento da sinovial. Nos casos crnicos, cistos e esclerose subcondrais podem estar presentes,
verificados nas margens da articulao. Nos casos mais avanados, surgem os sinais de osteoartrose:
estreitamento do espao articular, esclerose e deformidade ssea (quadratura da patela,
aprofundamento da incisura intercondilar, indentao dos cndilos femorais, subluxao posterior
gradativa da tbia), que clinicamente manifesta-se por deformidade em flexo do joelho [18].
Nos casos agudos, o tratamento consiste em prevenir hemorragias (reposio intravenosa
profiltica do fator deficiente), imobilizaes protetoras, bem como da fisioterapia motora. Com
tratamento adequado, o quadro pode involuir em 2 semanas. Nos casos crnicos, alm do tratamento
hematolgico, pode ser necessrio o tratamento cirrgico, a depender da integridade das superfcies
articulares, podendo ser uma sinovectomia cirrgica, combinada ao tratamento fisioterpico psoperatrio, a artroplastia e at a artrodese.
No se aplica
Em AX1, casos agudos podem se resolver em
at 30 dias.
Prazo na dependncia da repetitividade da
hemartrose e do comprometimento clnico
da articulao.
Afastar o segurado de postos de trabalho
que
exijam
carga
na
articulao
comprometida
e/ou
deambulao
constante.
Nos casos com baixa resposta ao tratamento
clnico.
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
67
POLIARTROSE - O STEOARTROSE
CID-10: M15
D ESCRIO
A osteoartrose a degenerao da cartilagem articular, com simultnea proliferao de tecido
sseo, cartilagem e tecido conjuntivo, podendo resultar em variados graus de dor e diminuio da
mobilidade articular [19,20].
A prevalncia da osteoartrose ocorre geralmente nos indivduos mais idosos, em mdia, em
torno de 65 anos. A osteoartrose vem a ser um resultado de um processo evolutivo gradual que se
iniciou muito tempo antes dos 65 anos de idade, portanto no est s relacionada com a idade, mas
tambm resultante de um processo ativo com caractersticas metablicas [21].
Alguns fatores parecem exercer influncia na incidncia da osteoartrose, sendo que ela mais
comumente encontrada em articulaes submetidas a mais uso e nas que suportam mais carga. Fatores
genticos parecem estar envolvidos, como por exemplo, na formao de ndulos de Heberden.
Seu diagnstico deve ser feito de forma precisa e estadiada, na tentativa de estimar a
progresso da doena e, consequentemente, o prognstico. Deve-se lanar mo da anamnese e do
exame fsico, os quais podem ser auxiliados por exames diagnsticos, tais como a radiografia simples, a
tomografia computadorizada, a artroscopia e a ressonncia magntica, que a que possui maior
utilidade nas leses subcondrais [22].
Existem muitas opes de tratamento, escolhidos de acordo com o estgio de degenerao
articular e da resposta ao tratamento.
Esta doena pode acarretar variados graus de incapacidade, especialmente quando acomete os
membros inferiores.
D ESCRIO
A coxartrose a degenerao da articulao coxofemoral, caracterizada clinicamente por dor,
reduo da mobilidade articular e claudicao. Acomete cerca de 5-10% da populao, sendo mais
frequente em mulheres de meia idade. As causas so variadas: defeitos anatmicos (adquiridos,
congnitos), sequelas de traumas, transtornos metablicos, tumores ou mesmo idioptica. A
68
69
para
ao
de
Reabilitao
70
P.J.L., 39 anos, pedreiro, 1. grau incompleto, com histria de acidente motociclstico h 6 anos,
com consequente fratura intra-articular do joelho esquerdo, tratada cirurgicamente com placa e
parafusos. Refere que esteve em benefcio por quase 1 ano, aps o trauma e, depois, por 4 meses, aps
retirada de material de sntese (h 3 anos). Conta que h cerca de 2 anos vem sentindo dores
progressivas no referido joelho, com dificuldade para o seu trabalho.
Ao exame, cicatriz anterior em joelho esquerdo. Flexo-extenso passiva dolorosa e limitada.
Presena de derrame articular +/+++.
Radiografias do joelho esquerdo em AP e perfil revelando diminuio do espao articular e
irregularidades da superfcie articular. Mostra ostefitos marginais nas superfcies articulares do fmur,
tbia e patela.
Apresenta laudo do mdico assistente informando artrose avanada do joelho esquerdo, com
indicao de prtese de substituio, e solicitando aposentadoria.
Dona de casa, 2. grau completo, 58 anos, 1 ano de contribuio para a Previdncia, com
queixas de dor em joelhos h 5 anos, com piora h 2 anos, sem histria de trauma.
Laudo de ortopedista informando tratamento clnico/fisioterpico para osteoartrose de ambos
os joelhos e solicitando aposentadoria.
Laudo de psiquiatra informando tratamento clnico de depresso, solicitando afastamento das
atividades laborativas por 30 dias.
Radiografias dos joelhos em AP e perfil revelando diminuio dos espaos articulares, com
pequenos ostefitos marginais em superfcies articulares da tbia direita.
Ao exame, obesa, com genu valgo moderado, bilateralmente. Dficit da extenso passiva, que
pouco dolorosa, s custas de encurtamento dos squio-tibiais. Presena de crepitao audvel. Dor na
interlinha articular medial do joelho direito. Ausncia de derrame articular.
D ESCRIO
A osteoartrose do joelho inicia-se com o envelhecimento, porm sua evoluo difere de
indivduo para indivduo. Existem, contudo, fatores que podem antecipar e/ou acelerar este processo
natural, como as doenas inflamatrias ou infecciosas e os traumas [21]. A leso meniscal degenerativa
frequentemente encontrada.
Esta patologia normalmente cursa com deformidade progressiva do joelho acometido,
geralmente em varo. Associado aos desvios angulares e rotacionais, ocorre um ntido desequilbrio
muscular, levando a articulao a uma atitude em flexo e rotao interna (hipotrofia do quadrceps) [16].
A avaliao do nvel de limitao funcional deve ser o mais objetivo possvel. A dor o fator
mais importante, porm um dado subjetivo. Deve-se pesquisar a resposta aos AINE, bem como a
distncia da caminhada. Tambm deve ser pesquisada se h limitao para subir ou descer escadas, que
um indicativo de acometimento fmuro-patelar.
71
para
ao
de
Reabilitao
72
D ESCRIO
Assim como as demais osteoartroses primrias da mo, esta rizartrose tambm de etiologia
desconhecida. Atinge preferencialmente mulheres, no perodo ps-menopausa e com flacidez
ligamentar. Pode ocasionar incapacidade funcional para a mo por prejuzo do polegar [20].
O quadro clnico se caracteriza por dor na base do polegar, que piora aos movimentos (uso de
fora ou de pina) e palpao da articulao. A crepitao pode estar presente.
Os achados radiogrficos no correspondem intensidade dos sintomas clnicos. O segurado
pode apresentar radiografias normais ou completa destruio articular. Pode-se verificar a diminuio
do espao articular, alteraes esclerticas e cistos no osso subcondral, ostefitos marginais, graus
variveis de subluxao.
O tratamento depende do quadro clnico e da idade do segurado, podendo ser conservador ou
cirrgico. O tratamento visa diminuio da dor e melhora da fora e da estabilidade articular.
para
ao
de
Reabilitao
No se aplica
73
OSTEOARTROSE DO OMBRO
CID-10: M19
D ESCRIO
Pode ser decorrente de sequela de fraturas (necroses e consolidaes viciosas), de necrose
avascular, sequela de AR, sequela de leso crnica de grande porte do manguito rotador, de prticas
esportivas exageradas e ainda de etiologia idioptica [19].
Fazem parte da articulao do ombro as articulaes glenoumeral, acromioclavicular e
escpulo-torcica.
A queixa principal costuma ser de dor aos movimentos, principalmente noturna e de longa
durao, acompanhada de perda progressiva da amplitude da mobilidade articular. Alguns indivduos
referem estalidos audveis.
No exame fsico, existe hipotrofia muscular e limitao da amplitude de movimentos,
principalmente da rotao externa e interna. Frequentemente observa-se crepitao aos movimentos.
No h nenhum teste semiolgico especfico.
Os exames diagnsticos de imagem so de extrema importncia. Os achados radiogrficos so a
reduo do espao articular, geodes subcondrais e ostefitos. Pode estar presente a deformidade da
cabea umeral e da cavidade glenoidal, alm de subluxao da cabea umeral.
Nos idosos, os casos moderados e graves so tratados com artroplastia de substituio, que
pode ser total ou parcial. Quando existe leso concomitante do manguito rotador e nos portadores de
AR, o prognstico desfavorvel. Nos jovens, outras opes tm preferncia, tal como o desbridamento
artroscpico.
para
ao
de
Reabilitao
74
CID-10: M19.0
D ESCRIO
Geralmente a artrose da articulao radiocrpica decorrente de trauma, doena inflamatria,
infeco ou tumor. Ocorre a degenerao focal da cartilagem articular e simultaneamente fenmenos
de tentativa de reparo e de remodelao ssea. As tentativas para deter o processo so ineficazes e o
mesmo avana destruindo a cartilagem articular e expondo o osso subcondral. O osso exposto se
prolifera e torna-se ebrneo e d origem a formao de cavidades csticas [20].
O quadro clnico consiste de dor e diminuio da amplitude do movimento articular.
A artrodese apresenta bons resultados com relao dor e manuteno da fora de preenso.
A grande desvantagem desse procedimento a perda da mobilidade articular, o que compromete o
exerccio de algumas atividades laborativas. O perodo de consolidao deste tipo de artrodese em que
o punho permanece em imobilizao de cerca de 12 semanas. As principais complicaes psoperatrias so o retardo de consolidao e a pseudartrose.
A artroplastia exige um perodo de reabilitao que pode variar de 12 a 18 semanas.
Normalmente o procedimento incapacita o portador da enfermidade para atividades que exijam fora
da mo/punho, como as atividades braais.
para
ao
de
Reabilitao
No se aplica.
75
D ESCRIO
A artrose de tornozelo a doena articular degenerativa da articulao tbiotrsica.
Esta articulao importante para a deambulao e sustentao de peso. O grau de
incapacidade pode variar de acordo com a gravidade da degenerao e com a atividade laborativa
executada.
O quadro clnico depende do grau de comprometimento articular. A dor progride, medida que
o processo evolui, sendo principalmente aos movimentos. A crepitao pode estar presente. Nos casos
avanados, surge claudicao devido alterao na marcha, como tentativa de realizar um movimento
menos doloroso.
Esta patologia pode surgir como sequela de fraturas ou de infeco envolvendo a articulao. O
tempo de desenvolvimento do processo degenerativo varivel, dependendo da quantidade de desvio
dos fragmentos fraturados (consolidao viciosa), do peso corpreo e do grau de atividade do segurado
e, nos casos de infeco, do tempo de evoluo da infeco (retardo do tratamento) e da virulncia do
microrganismo.
O tratamento varia de acordo com a sintomatologia e o grau de desgaste da articulao,
podendo ser conservador nos graus leves a moderados (AINE, fisioterapia, medidas para reduo de
peso, adoo de postura sentada para realizao de atividades) ou cirrgico, nos casos moderados a
avanados. O tratamento cirrgico comumente realizado a artrodese, ou seja, a fuso da articulao.
Esta modalidade teraputica visa retirar a dor, porm tem como desvantagem a perda dos movimentos
de flexo plantar e dorsiflexo do tornozelo.
Para trabalhadores que exercem atividade em posio ortosttica, que deambulem
frequentemente ou naqueles que exeram movimentos repetidos do p, mesmo sentados (motoristas),
ou que necessitem de agachamentos, a patologia incapacitante, agravada naqueles com sobrepeso.
76
para
ao
de
Reabilitao
77
HANSENASE
CID-10: A30
D ESCRIO
A hansenase uma doena infecto-contagiosa, dermatoneurolgica, causada pelo
Mycobacterium leprae, capaz de produzir incapacidade nas esferas fsica, social e emocional.
As deformidades fsicas geralmente ocorrem secundariamente, devido ao comprometimento
de nervos perifricos (alteraes motoras e/ou sensitivas) e aos estados imunoinflamatrios. Na mo,
essas leses alm de estigmatizantes, podem ser muito incapacitantes.
As leses podem ocorrer de diferentes maneiras: 1) por reao granulomatosa (casos
tuberculides ou borderline), com destruio focal dos nervos; 2) por compresso, devido ao edema; 3)
por invaso direta dos bacilos nas terminaes nervosas (casos virchowianos); e 4) por leso progressiva
dos troncos nervosos (principalmente nos casos virchowianos), devido edema insidioso (casos mais
crnicos) ou fibrose (casos mais agudos) [23].
No membro superior, os nervos mais comumente acometidos so o ulnar, o mediano e o radial
(nesta ordem de frequncia). No membro inferior, comum o acometimento do nervo fbular comum.
A deformidade em garra clssica (hiperextenso das articulaes metacarpo-falangianas e
hiperflexo das articulaes interfalangianas proximais e distais dos quarto e quinto dedos) causada
por paralisia dos msculos intrnsecos da mo, inervados pelo nervo ulnar. Com a atrofia da musculatura
intrnseca e dos msculos da eminncia hipotenar, observa-se depresses nos espaos intermetacpicos e na regio hipotenar, respectivamente.
Esta deformidade incapacita a adequada preenso de objetos. Na tentativa de apanhar um
objeto, os dedos da mo fletem e rolam na palma, afastando-os, ao invs de agarr-los. O portador da
enfermidade pode perder a curvatura transversal da mo e, consequentemente, a capacidade de
posicionar a mo em concha, de grande utilidade para segurar objetos cilndricos e, nas culturas (por
78
exemplo, populaes indgenas) onde se tem por hbito alimentar-se com as mos, h prejuzo desta
funo [23].
Os testes para o diagnstico da leso do nervo ulnar so o teste de Froment (teste do livro),
que corresponde incapacidade de realizar a pina entre o polegar e o segundo dedo, por paralisia do
msculo adutor e parte do flexor curto do polegar e o teste cruze seus dedos.
A paralisia do nervo mediano geralmente ocorre em concomitncia com a do nervo ulnar e,
assim, as deformidades normalmente se somam. Observa-se a deformidade em garra de todos os dedos
mo simiesca, atrofia dos msculos da regio tenar, com importante depresso desta regio, perda da
oponncia do polegar com os demais dedos (o que, por si, representa 50% da funcionalidade da mo) e
a progressiva deformidade em flexo da articulao interfalangeana do polegar.
A paralisia do nervo radial, pouco comum, geralmente ocorre em associao com as paralisias
dos nervos ulnar e mediano: a chamada paralisia trplice. Observa-se, alm das deformidades
descritas, incapacidade para extenso dos dedos e do punho (mo cada).
Os nervos ulnar, mediano e radial so mistos. Assim, o comprometimento motor
normalmente acompanhado de dficit sensitivo em reas da pele inervadas pelo (s) nervo (s)
acometido(s). Isso, porm, pode no ser observado nos acometimentos diretos pelos bacilos das
terminaes nervosas cutneas, em que o dficit sensorial no corresponde ao dermtomo de 1 dos
nervos. Inicialmente, a sensibilidade trmica prejudicada, seguida pela dolorosa e, por fim, pela ttil.
A perda da sensibilidade protetora e, consequentemente, do reflexo normal de retirada da mo
frente um estmulo nocivo, associada aos padres de movimentos disfuncionais realizados pelo doente,
um fator de gnese de ferimentos e osteomielites, que podem culminar em mutilaes dos dedos.
As deformidades descritas podem ser prevenidas, to logo o diagnstico de neurite de um dos
nervos seja realizado. A preveno pode ser feita atravs de rteses protetoras, esterides e
fisioterapia, porm algum procedimento cirrgico precoce pode ser necessrio, como a neurlise
(descompresso do nervo acometido). Em alguns casos, mesmo com instituio de teraputica
adequada, as sequelas podero surgir.
As sequelas podem ser tratadas cirurgicamente, na tentativa de restabelecer a funo e
minimizar os estigmas da doena. O prognstico melhor quando a deformidade ainda no rgida, ou
seja, quando pode ser reduzida atravs de manobras [24].
O tratamento cirrgico, cujas tcnicas variam de acordo com os nervos comprometidos e as
caractersticas das deformidades e as inerentes do prprio doente, indicado quando houver falha do
tratamento conservador, nos casos de neurite compressiva e na presena de abscesso de nervo. Nas
compresses do nervo mediano ao nvel do punho, normalmente opta-se pelo tratamento cirrgico
precoce. Aps o tratamento cirrgico, geralmente existe a necessidade de imobilizao e, via de regra,
de tratamento fisioterpico, por tempo varivel, geralmente prolongado.
79
para
Reabilitao
Ateno! Trata-se de doena que isenta de carncia. Atentar para a correta fixao da DID e DII!
80
D ESCRIO
A discrepncia do comprimento dos membros inferiores uma condio relativamente
frequente se considerarmos diferenas de at 4 milmetros. Na populao em geral esta diferena
observada, sendo maior o membro dominante. A desigualdade seja real (medida da espinha ilaca
ntero-superior at o malolo interno) ou aparente (medida da cicatriz umbilical at o malolo interno),
pode ser causada por uma deformidade osteoarticular (escoliose lombar, luxao unilateral do quadril,
contratura em flexo do joelho ou joelho em recurvato, fraturas consolidadas viciosamente, sequelas de
leses fisrias e de infeces osteoarticulares, sequelas de leses do sistema nervoso central, como a
poliomielite, artrose avanada do quadril, etc.) ou uma alterao postural (retraes msculo-tendneas,
contraturas em aduo do quadril, equinismo do tornozelo, etc.) [25].
A mensurao da desigualdade deve ser aferida clinica e radiograficamente (escanometria dos
membros inferiores ou telerradiografia).
O tratamento varivel, dependendo da causa e quantidade da diferena, podendo ser feita
compensao no calado, tratamento da patologia de base e alongamento sseo.
Ateno! Lembramos que uma desigualdade real superior a 4 cm pode ter indicao de AuxlioAcidente (Quadro n 7, Anexo III, Decreto n 3.048, de 6 de maio de 1999).
81
CONDROMALCIA DA RTULA
CID-10: M22.4
D ESCRIO
A condromalcia patelar e a artrose patelofemural so secundrias leso ou amolecimento da
cartilagem articular da articulao patelofemural.
O termo condromalcia se limita a distrbios da cartilagem articular, mas se a afeco
progrediu at envolver alteraes sseas (formao de ostefitos, esclerose subcondral e cistos) e da
sinovial (sinovite) dever ser classificada como artrose patelofemural. A artrose costuma atingir mais
frequentemente a interlinha lateral [26].
Alteraes observveis, relativas idade, em casos de condromalcia ocorrem comumente
aps a segunda dcada e em praticamente todos os joelhos aps a quarta dcada.
Normalmente a condromalcia de origem idioptica. Porm, pode ser resultante de uma
sndrome de compresso patelar lateral, traumatismo, cirurgia do ligamento cruzado anterior,
imobilizao prolongada do joelho, ou afeces sinoviais. Esta doena pode estar associada a uma
artrose femorotibial.
A dor est associada a um aumento de estresse patelar e a degenerao basal da cartilagem.
O Rx axial mostra um estreitamento da linha articular, com ostefitos na borda patelar lateral e
trclea, esclerose subcondral da faceta lateral e possvel formao de cisto.
O tratamento pode ser conservador nos estgios iniciais da doena e atualmente um
procedimento muito utilizado a artroscopia com raspagem e alisamento da cartilagem articular.
82
D ESCRIO
Os meniscos so estruturas importantes do joelho e possuem funo de distribuio de carga,
melhora da congruncia, aumento da estabilidade, nutrio da cartilagem articular e lubrificao.
A leso meniscal ocorre mais frequentemente em homens. Clinicamente, pode estar presente a
dor, acompanhada ou no de rudos mobilizao articular. O segurado pode queixar-se de sensao de
restrio da mobilidade, sensao de travamento e, ainda, de falseio da articulao. Pode estar presente
a claudicao e pequeno grau de edema e derrame articular [18].
Ao exame, pode-se observar dor palpao da interlinha articular, geralmente localizada,
edema e bloqueio da mobilidade articular. Nos casos crnicos, observa-se hipotrofia do quadrceps.
83
Devem ser realizados o teste de McMurray e de Appley. O diagnstico pode ser confirmado
pela ressonncia magntica ou artroscopia.
O tratamento normalmente a meniscectomia parcial, por via artroscpica.
84
R.A.P, 45 anos, professor, com histria de trauma em joelho direito, durante prtica esportiva,
h cerca de 8 meses. Refere que sentiu forte dor e impotncia funcional no referido joelho, alm de
inchao e que foi levado a um pronto-socorro, onde o ortopedista fez o diagnstico de entorse grave e
o tratou atravs de aspirao articular (refere que drenou mais de 20 mililitros de sangue) e
imobilizao. Na poca, esteve em benefcio por 60 dias.
Refere que aps o trauma vem sentindo dores ocasionais, principalmente quando tenta
retomar o futebol e, h 2 meses, sensao de falseio no no referido joelho.
Ao exame, teste da gaveta anterior e Lachman positivos. Presena de hipotrofia da coxa direita.
Presena de dor na interlinha articular medial. Teste de Apley positivo para menisco medial. Fora
muscular dos MMII normal. Ausncia de derrame articular.
Traz laudo de ressonncia com diagnstico de leso do ligamento cruzado anterior e menisco
medial.
Traz laudo de ortopedista informando indicao de tratamento cirrgico e que o paciente
encontra-se em fila de espera do Sistema nico de Sade aguardando artroscopia.
D ESCRIO
A biomecnica da articulao do joelho bastante complexa. A estabilidade articular mantida
pela presena dos ligamentos, bem como da cpsula articular e das estruturas fascio-tendneas que a
reforam.
As leses podem ser divididas em: entorse de primeiro grau (microlaceraes), entorse de
segundo grau (lacerao parcial, com pouca frouxido) e entorse de terceiro grau (ruptura transversal
completa. Presena de instabilidade articular) [18].
Lembramos que os testes semiolgicos devem ser realizados bilateralmente, para comparao.
85
86
87
MO
A rigidez articular na mo um problema que pode gerar graus variveis de disfuno. Os
fatores causais so mltiplos, congnitos ou adquiridos. As causas mais comuns so: trauma, infeco,
imobilizao por tempo prolongado, uso inadequado de rteses, etc. [27]
Aps a leso de qualquer natureza, o edema se desenvolve agudamente e, por meio de fora
hidrulica, a articulao atingida assume a posio de capacidade mxima de fluidos: extenso da
metacarpo-falangiana, com desvio secundrio em flexo da articulao interfalangiana, aduo do
polegar e flexo do punho. A deformidade mantida por tempo prolongado determina alteraes intra e
extra-articulares e, consequentemente, rigidez e a contratura articular. Quando a rigidez est associada
com alterao degenerativa articular, o prognstico pior. A dor local indica envolvimento sinovial.
88
C ONTRATURAS DO PUNHO
O tratamento inicia-se pela abordagem da patologia de base, que pode ser intra-articular (leso
ligamentar do carpo, doena de Kienbck, etc.) ou extra-articular (aderncia de tendo extensor,
contraturas musculares, paralisias e paresias musculares de diversas causas, etc.) e pode ser
conservador, com rteses e fisioterapia, ou cirrgico.
Um punho doloroso pode causar dficit funcional, porm a rigidez indolor pode no ser
incapacitante, j que com metade da mobilidade total do punho permite a realizao de quase todo o
arco de mobilidade funcional, necessrio para a maioria das tarefas.
da
articulao
atingida,
grau
de
89
O derrame articular pode ser ocasionado por acmulo de lquido sinovial (hidrartrose) ou de
sangue (hemartrose).
O lquido sinovial normal apresenta poucas clulas (geralmente menos que 200/mm),
essencialmente neutrfilos, linfcitos e clulas sinoviais.
Em um aumento de lquido intra-articular, a puno aspirativa, com observao das
caractersticas macroscpicas do lquido, bem como pela realizao de exames bacteriolgicos,
bioqumicos e imunolgicos podem ajudar no diagnstico da doena de base.
A hemartrose pode ocorrer aps traumas graves, fraturas subcondrais, leses ligamentares,
hemofilia, tuberculose ou artrite sptica, tumores sinoviais (hemangioma sinovial, sinovite vilonodular),
condrocalcinose articular, etc. [28]
O derrame articular no hemorrgico pode ocorrer em traumas, na artrose, na artrite sptica
(h pus), nas artropatias por deposio de cristais, na AR, entre outras.
A hemartrose produz dor intensa. Alm do edema e calor, a articulao pode apresentar
equimose devido liberao de pigmentos sanguneos. Os portadores de discrasias sanguneas
frequentemente desenvolvem hemartroses espontaneamente ou aps trauma leve. Neoplasias
articulares como os hemangiomas ou tumores malignos podem produzir hemartrose na ausncia de
trauma.
O tratamento feito de acordo com a causa subjacente.
CIFOSE E LORDOSE
CID-10: M40
D ESCRIO
A cifose uma curva fisiolgica. O aumento desta curva condicionado a um fator patolgico.
Esta deformidade um tipo de acometimento muito negligenciado nas crianas e nos adolescentes.
A cifose idioptica, tambm conhecida como cifose do adolescente, juvenil, doena de
Scheuermann ou osteocondrite dorsal, tem etiologia desconhecida. Scheuermann acreditava que fosse
necrose da apfise anular dos corpos vertebrais, com consequente inibio do crescimento pelo
90
encunhamento dos corpos vertebrais [29]. Outros fatores tm sido citados como causa da deformidade:
alteraes musculares, endcrinas, hereditrias, desequilbrio do crescimento, etc.
A patologia mais frequente no sexo feminino, na proporo de 2 para 1, e de difcil
diagnstico antes dos 11 anos, notada pelos amigos e familiares, quase nunca pelo doente. As principais
queixas so de deformidade com pouca dor nas pessoas com menos de 20 anos.
para
Reabilitao
91
ESCOLIOSE
CID-10: M41
D ESCRIO
A escoliose idioptica uma deformidade tridimensional da coluna vertebral, de causa ainda
desconhecida, caracterizada por um desvio no plano frontal maior que 10 e com a maior rotao
localizada no pice da curva (vrtebra apical ou de maior rotao). A rotao se faz em direo
convexidade da curva que produz a giba costal, deformidade torcica tpica com proeminncia
observada no teste de Adams (flexo do tronco com os braos pendentes e as mos juntas, mantendo
os joelhos em extenso).
Quanto idade no momento do diagnstico, fator determinante da histria natural, a
classificao a seguinte [30]:
a.
b.
juvenil: de 4 a 10 anos;
c.
adolescente: de 11 a 17 anos; e
d.
A curva primria a que primeiro se desenvolve, embora, algumas vezes, 2 ou 3 curvas possam
existir e ser de mesma magnitude, tornando difcil a determinao de qual surgiu primeiro.
A curva secundria ou compensatria aquela que se desenvolve depois da formao da curva
primria, na tentativa de compensar o tronco. Compensao semelhante ocorre no plano sagital, como
o caso da lordose e da cifose.
Na histria clnica alguns fatos importantes devem ser observados, tais como: a idade no
momento do aparecimento da doena, a histria familiar da escoliose, a velocidade de crescimento,
sinais de puberdade e a presena da menarca nas meninas. Devemos investigar existncia de dor, pois
geralmente o desconforto pequeno e mais relacionado fadiga.
Entretanto, quando a dor for um dado significativo, devemos questionar se realmente estamos
frente a um caso de escoliose idioptica. Curvas com rpida progresso e atpicas tambm devem ser
investigadas e a anormalidade mais frequentemente encontrada a siringomielia, associada
malformao de Arnold Chiari. Outras alteraes tambm podem ser encontradas como, por exemplo,
medula presa e tumor.
No exame fsico devemos avaliar:
a.
forma do tronco;
b.
c.
exame neurolgico; e
d.
desenvolvimento puberal.
92
Embora classicamente a escoliose idioptica seja dividida nestes 3 grupos, existe a tendncia
em simplificar a terminologia e a classificao em 2 tipos, quais sejam, escoliose de aparecimento
precoce, isto , antes dos 10 anos e a tardia, tpica do adolescente. A escoliose precoce a que tem
potencial para evoluir com deformidade grave e consequente comprometimento cardaco e pulmonar.
93
T RATAMENTO
No tratamento conservador, quando analisada a prevalncia e a evoluo de curvas com menos
de 20, percebe-se que a maioria delas progride, requerendo observao e tratamento fisioterpico. As
curvas que tm menos de 25 devem ser reavaliadas a cada 4 a 12 meses. O principal fator
determinante do intervalo do retorno a fase do crescimento em que a criana se encontra. Aquelas
que esto no estiro do crescimento devem ser revistas de cada 4 a 6 meses. Aps a maturidade, curvas
com mais de 30 devem ser radiografadas a cada 5 anos para detectar a existncia de progresso.
Retornos peridicos e mais frequentes no esto indicados.
O uso do colete indicado para crianas na fase de crescimento, com curvas de 25 a 30 que
tenham demonstrado progresso. Nos casos em que a progresso de 1 por ms foi documentada, o
tratamento pode ser iniciado, por exemplo: uma menina pr-menarca, com uma curva de 16 que
evoluiu, em 6 meses, para 22.
para
Reabilitao
94
D ESCRIO
O dorso curvo ou enfermidade de Scheuermann uma deformidade da coluna onde a principal
caracterstica o aumento da cifose torcica. Foi descrita em 1921 por Holger Scheuermann como uma
cifose rgida da coluna torcica ou toracolombar acometendo adolescentes.
Frequentemente surge prximo puberdade, inicialmente visto como um defeito postural, o
que usualmente retarda o diagnstico. Inicia-se com um aumento da cifose torcica ou toracolombar,
algumas vezes acompanhada de dor no intensa que se agrava com a posio ortosttica ou aps
esforos fisicos. A dor se localiza no pice da cifose ou na regio lombar [31].
Alm da cifose aumentada, os portadores da enfermidade apresentam hiperlordose lombar, e
na regio cervical, uma projeo anterior da cabea em relao ao tronco. Os msculos da cintura
escapular so hipotrficos e nota-se um encurtamento dos isquiotibiais, dos flexores dos quadris e, em
alguns casos, dos peitorais.
O dorso curvo est frequentemente associado a deformidades da parede anterior do trax com
salincia das cartilagens costo-esternais e depresso transversal inframamria.
A mensurao da cifose deve ser realizada pelo mtodo de Cobb e considerada por muitos
autores como normal de 20 a 40, assim como a lordose lombar deve ser considerada normal quando
est entre 40 a 60.
Com bastante frequncia, encontramos portadores da enfermidade com os sinais clnicos do
dorso curvo, porm sem apresentarem os sinais radiogrficos caractersticos, nem mesmo o
encunhamento das vrtebras apicais. Esses indivduos so enquadrados no chamado dorso curvo
postural e aqueles com o quadro radiogrfico tpico como dorso curvo, deformidade ou enfermidade de
Scheuermann.
O tratamento se baseia em alguns critrios, como a gravidade da curva, a idade do paciente e a
existncia de deformidade vertebral.
A fisioterapia est indicada nos casos de dorso curvo postural ou nas deformidades discretas,
habitualmente com valores de cifose menores que 50 Cobb. Deve se basear na ginstica corretiva, com
o objetivo de promover o alongamento dos grupos musculares encurtados, como os isquiotibiais,
flexores dos quadris, peitorais e paravertebrais lombares, assim como o fortalecimento dos abdominais,
glteos, paravertebrais torcicos, escapulovertebrais, alm de conscientizao de postura.
O tratamento cirrgico est indicado nos pacientes que apresentam deformidades graves e
rgidas no final do crescimento ou nos pacientes adultos.
95
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
ESPONDILLISE (M43.0)
CID-10: M43.0
ESPONDILOLISTESE (M43.1)
CID-10: M43.1
D ESCRIO
Espondillise um termo descritivo que se refere a um defeito na pars interarticularis da
vrtebra. O defeito pode ser uni ou bilateral, e pode estar associado espondilolistese. Espondilolistese
refere-se ao deslocamento anterior (translao) de uma vrtebra, com relao vrtebra situada
caudalmente. Essa translao tambm pode ser acompanhada por uma deformidade angular (cifose).
Esses 2 tpicos so considerados em conjunto, porque a causa mais comum de espondilolistese a
espondillise [32].
A espondillise ocorre mais comumente no nvel de L5-S1, e menos frequentemente na regio
de L4-L5 ou em numerosos nveis. As leses espondilolticas so encontradas em cerca de 5% da
populao geral. Espondillise um distrbio adquirido, no foi descrita em bebs, e raramente estar
96
97
b.
c.
d.
para
Reabilitao
Em geral no se aplica.
Exceo aos casos de Grau 4 com mielopatia e
em casos graves, irreversveis com
incapacidade para o trabalho e para a vida
independente. Renda familiar compatvel com
a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e
Decreto N 6.214/07).
98
ESPONDILITE ANCILOSANTE
CID-10: M45
D ESCRIO
uma doena inflamatria que, alm de comprometer vrias estruturas musculoesquelticas,
tem preferncia pelas articulaes sacroilacas e vertebrais. Tem ntida prevalncia pelo sexo masculino
(4:1 a 15:1) da segunda ou terceira dcadas da vida. At hoje a etiologia no est bem definida,
parecendo existir um comportamento hereditrio [33].
Alm da sintomatologia dolorosa em outras partes do esqueleto, assim como da coluna
vertebral na regio torcica, ela compromete com frequncia as articulaes costovertebrais, manbrio
esternal e as facetas articulares da coluna vertebral [34]. Devido a estes comprometimentos, o portador
da enfermidade no s se queixa de dor nessas regies, como tambm de dificuldade para a inspirao
profunda nos movimentos respiratrios.
Com a progresso da doena, os movimentos da coluna vo se tornando cada vez mais
limitados e poder aparecer um aumento gradual e significativo da cifose torcica.
Em situaes no to frequentes, o quadro clnico de paraparesia ou plegia poder acontecer
em virtude de fratura vertebral decorrente de grave substituio fibrosa do corpo vertebral.
Ainda que do ponto de vista radiogrfico, imagens de comprometimento das articulaes
sacroilacas (osteoporose na fase inicial e ancilose na fase tardia) so frequentemente as primeiras
detectadas no Rx simples. Calcificao do ligamento longitudinal anterior, assim como dos ligamentos
interespinhosos e das articulaes apofisrias so imagens bem identificadas no processo evolutivo da
doena.
Como de uma forma geral o curso da doena de natureza intermitente, com perodos de
atividade intercalados com perodos de silncio, variaes clnicas e laboratoriais podem ser
identificadas. Assim sendo, a velocidade de hemossedimentao um dos poucos exames laboratoriais
que podem estar alterados na fase inicial ou na de atividade da doena, assim como a presena do
antgeno HLA-B27 no sangue pode ser detectada em 88% dos pacientes. Nenhum outro exame
normalmente pedido para AR ir mostrar qualquer alterao.
Apesar da inexistncia de cura para esta doena, o seu prognstico pode ser definido como
bastante favorvel.
O tratamento consiste, fundamentalmente, em minimizar a dor e prevenir deformidades. Para
a dor, o uso de agentes anti-reumticos, como a aspirina, antiinflamatrios, e cortisona bastante
eficaz. Para prevenir as deformidades, deve ser utilizado no s o uso de medicaes analgsicas que
evitam contraturas antlgicas, mas tambm orientaes de atividades fsicas e de reabilitao devem
fazer parte dinmica da teraputica aplicada.
Em estudos clnicos e observacionais bem desenhados, a dor na espondilite ancilosante pode
ter uma caracterstica especial: uma pseudociatalgia alternante. Nesta doena, um conjunto de 5
informaes prestadas pelo paciente, que inclui lombalgia de carter insidioso, antes dos 40 anos de
idade, com durao maior do que 3 meses, acompanhada de rigidez matinal e melhora com a atividade
fsica, apresenta sensibilidade de 95% e especificidade de 85% para a sua identificao.
99
Muito varivel.
DCB prolongada ou R2: em casos
sintomticos, na vigncia de tratamento com
pequeno comprometimento da coluna.
Trata-se de doena que isenta de carncia.
Em casos incompatveis com a profisso e com
potencial laborativo residual.
Ateno! Trata-se de doena que isenta de carncia. Atentar para a correta fixao da DID e DII!
SACROILETE
CID-10: M46.1
D ESCRIO
A sacroilete consiste no comprometimento da articulao sacroilaca de origem inflamatria ou
infecciosa. So exemplos de sacroiletes as que ocorrem na espondilite anciolosante, na brucelose,
artrite sptica e na AR [35].
O exame fsico se inicia com a tentativa de forar a articulaco para demonstrar alguma
instabilidade. Realizar os testes de Gaenslen e de Patrick.
A radiografia da articulao sacroilaca importante para diferenciar leses inflamatrias das
infecciosas e degenerativas. As degenerativas costumam provocar dor lombar em segurados mais
jovens. Atualmente, em casos de queixas de dor lombar com comprometimento da articulao
sacroilaca, lembrar da artrite sptica em rea de local de retirada de enxerto sseo [36].
100
Sugere-se
afastamento
nos
casos
sintomticos, na vigncia de tratamento, e
dependente da etiologia e da atividade
laborativa:
Na etiologia inflamatria, sugere-se, em
mdia, 60 dias de afastamento.
Na etiologia infecciosa, sugere-se, em mdia,
180 dias de afastamento.
Na artrose avanada, sugerem-se perodos
mais prolongados.
Em casos incompatveis com a profisso e com
potencial laborativo residual.
o
o
o
101
D ESCRIO
A osteomielite aguda uma infeco ssea causada por bactria piognica, geralmente
secundria a bacteremia com porta de entrada a distncia, como: piodermites, infeces de ouvido,
garganta, etc. Esta infeco pode ser causada aps um trauma. Classicamente a osteomielite
classificada como um processo inflamatrio sseo, podendo manifestar-se sob as formas clnicas aguda,
subaguda ou crnica [37]). A osteomielite verdadeira da coluna vertebral causa significativa destruio
do tecido sseo.
Pode ser difcil diagnosticar osteomielite hematgena aguda da coluna e, para tanto, o clnico
dever ter em mente esta hiptese diagnstica. Os sinais e sintomas dependem da gravidade da
infeco, da idade e das condies clnicas gerais do portador da doena. O sintoma mais frequente o
de dor ssea agravada por movimentao ativa ou passiva da coluna. Manifestaes sistmicas de
septicemia aguda como febre alta, calafrios, vmitos e desidratao costumam estar presentes na
osteomielite aguda.
Na osteomielite sub-aguda os sintomas so mais insidiosos. A osteomielite crnica
usualmente resultante da osteomielite aguda no diagnosticada, no tratada ou tratada de maneira
tardia ou inadequada. O que caracteriza a cronificao do processo a formao do sequestro sseo,
osso desvitalisado resultante da isquemia medular (pelo aumento da presso) e cortical (pelo
levantamento periostal).
Na osteomielite da coluna pode haver colapso vertebral pelo comprometimento de toda a
estrutura ssea da vrtebra.
As radiografias convencionais da coluna esto normais nos estgios iniciais da osteomielite.
Habitualmente a cintilografia ssea positiva, no sendo infrequente resultados falso-negativos. A
confirmao bacteriana do diagnstico fica estabelecida pela aspirao ssea.
O diagnstico da tomografia na osteomielite aguda tem base na deteco de gs intra-sseo,
densidade diminuida do osso infectado em associao com massas de tecidos moles e leses destrutivas
no osso. A ressonncia superior tomografia pois uma ferramenta sensvel para detectar o edema
associado com a osteomielite inicial.
102
T1 em AX1 no se aplica.
Muito varivel.
Prolongada em casos sintomticos, na
vigncia de tratamento com boa resposta
teraputica.
Em casos incompatveis com a profisso e com
potencial laborativo residual.
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, com deficincia
bem caracterizada, incapacidade para o
trabalho e para a vida independente e renda
familiar compatvel com a legislao especfica
(Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
DISCITE NO ESPECIFICADA
CID-10: M46.4
D ESCRIO
Existe controvrsia quanto etiologia das infeces do espao discal, resultando no termo
discite. Mas essa molstia geralmente considerada como uma osteomielite das placas terminais das
vrtebras, que secundariamente invade o disco sem causar uma osteomielite aguda no corpo vertebral.
Habitualmente o microrganismo causador da infeco o S. aureus, embora outros microrganismos
sejam comuns em idosos, dependentes qumicos e em imunodeprimidos [37]).
Os achados fisicos so caractersticos e, habitualmente, o diagnstico pode ser estabelecido
com base apenas no exame fsico. Considerando que a infeco do espao discal habitualmente ocorre
na coluna vertebral lombar, o segurado recusa-se a flexionar a coluna. Embora ele possa ser capaz de
dobrar-se na cintura, no ocorre qualquer flexo na prpria coluna vertebral.
Essa entidade patolgica difere da osteomielite da coluna vertebral, por no apresentar quase
nenhum sinal sistmico. Habitualmente a temperatura corporal est normal e tambm a leucometria no
sangue perifrico. Frequentemente (embora no invariavelmente) a velocidade de sedimentao dos
eritrcitos est elevada.
Os achados radiogrficos dependem do retardo no diagnstico. Caracteristicamente, a molstia
causa um estreitamento do espao discal, acompanhado de irregularidades das placas terminais das
vrtebras adjacentes. No incio da molstia pode ser difcil a visualizao dessas ocorrncias nas
103
radiografias. Uma tomografia ajuda na demonstrao das anormalidades no espao discal e no tecido
sseo.
A cintilografia ssea tem sido um mtodo popular de diagnstico de infeco do espao discal.
Habitualmente essa modalidade demonstra uma rea com aumento de captao no espao discal
infectado, mas algumas cintilografias sero falso-negativas. Portanto, o diagnstico de infeco do
espao discal no deve ser excludo com base numa cintilografia ssea normal. A RM capaz de
demonstrar com preciso um espao discal anormal e revelar a presena de anormalidade antes da
cintilografia ssea e do Rx.
T1 em AX1 no se aplica.
Muito varivel.
Prolongada em casos sintomticos, na
vigncia de tratamento com boa resposta
teraputica.
Em casos incompatveis com a profisso e com
potencial laborativo residual.
104
D ESCRIO
A estenose cervical o estreitamento do canal medular que, em bases anatmicas, decorre de
combinaes de espondilose, hrnia de disco e instabilidade, levando compresso mecnica ou
vascular e produzindo mielopatia e/ou radiculopatia. A variabilidade dos sintomas um dos motivos
pelo qual o diagnstico, muitas vezes, passa despercebido. Na fase inicial, o doente pode apresentar
vrias queixas subjetivas e nenhuma alterao no exame fsico. Geralmente chega no consultrio aps
ter sido submetido a outras condutas e diagnsticos, como, por exemplo, pela presena de parestesias
nos dedos das mos e j ter feito uma descompresso do tnel do carpo [38,39].
A espondilose o principal fator etiolgico da mielopatia.
O comprometimento do canal medular pode ser decorrente do prolapso discal, formao de
ostefitos e hipertrofia dos ligamentos, resultando num estreitamento circunferencial que comprime a
medula. O suprimento sanguneo diminudo pelos mesmos fatores, ficando a medula mais vulnervel
s compresses.
A estenose esttica e dinmica, ou seja, pode provocar sintomas aps movimentos do
pescoo pela instabilidade presente nestes casos. A medula altera seu formato conforme a posio da
coluna, principalmente no seu dimetro ntero-posterior. A compresso desta estrutura provoca
alteraes microcirculatrias, afetando ainda mais a funo medular.
importante reconhecer precocemente a presena da compresso medular, porque a
mielopatia crnica no tem uma boa resposta com o tratamento.
Os sintomas so bastante variveis e vagos, principalmente no incio do quadro, e no so
facilmente diferenciados de outras doenas. O curso lento e progressivo. O portador da enfermidade
apresenta alteraes na deambulao, espasticidade, diminuio das habilidades manuais, parestesias
ou dormncias das extremidades, urgncia urinria, fraqueza nas extremidades e em todo o corpo. A
dor no to frequente quanto na radiculopatia.
E XAME FSICO
A LTERAES MOTORAS
O trato corticoespinhal est precocemente envolvido neste processo. A fraqueza nos membros
inferiores a queixa mais comum na mielopatia espondiltica. A medida que os tratos posteriores so
envolvidos, a marcha comea a ser afetada. A perda da propriocepo, superimposta perda de fora
muscular, resulta numa deambulao muito instvel a tpica marcha mieloptica.
A LTERAES SENSITIVAS
Ao contrrio das alteraes motoras, as anormalidades sensoriais so comuns nos membros
superiores, a maioria relacionada ao comprometimento de razes nervosas, com dor e parestesias
conforme o nvel afetado. A perda da sensibilidade vibrao e da propriocepo so indicadores do
comprometimento das colunas posteriores e sugerem mau prognstico, levando marcha atxica.
A LTERAES DE REFLEXOS
Na patologia radicular, os reflexos esto diminuidos.
Na patologia medular, os reflexos esto aumentados.
105
O UTRAS ALTERAES
Raramente grandes ostefitos podem ocasionar disfagia por compresso esofgica. As
alteraes da cadeia simptica podem levar a sintomas vrios e vagos: diplopia, tonturas, zumbidos e
sensao de separao do meio ambiente. Mos dormentes e com perda da motricidade fina so tpicas
da mielopatia cervical alta.
A VALIAO RADIOLGICA
A mdia do dimetro sagital normal do canal entre C3 e C7 de 17 mm. Na mielopatia cervical
espondiltica, est diminudo para menos de 13 mm. Torg [38] desenvolveu uma relao entre o
dimetro do canal, o chamado espao disponvel para a medula (EDM), que normalmente mede 17 mm
( 5 mm), e o dimetro do corpo vertebral medidos na radiografia em perfil.
Na flexo e na extenso, ocorrem importantes modificaes no dimetro do canal, levando s
alteraes do formato e da vascularizao das estruturas neurolgicas. Estas so responsveis pelas
manifestaes clnicas da mielopatia. As modificaes ocorrem por vrias razes: o aumento do
abaulamento posterior do disco intervertebral, pelo deslocamento posterior do corpo vertebral superior
(translao) e pelo pregueamento interno do ligamento amarelo. Numa fase inicial, a medula sofre
compresso em extenso, enquanto que, na flexo, o canal vertebral aumenta seu dimetro. Por isso os
sintomas de mielopatia inicial aparecem com a extenso cervical.
Quando existe inverso da lordose associada estenose de canal, acontece o contrrio: na
flexo ocorre maior compresso porque aumenta a trao na medula e sobre a regio da angulao
ciftica.
As alteraes radiolgicas esto presentes em 25 a 50% da populao acima de 50 anos e
aumentam para 75 a 85% na populao acima de 65 anos de idade, mas no obrigatoriamente
desenvolvero quadro clnico de mielopatia. Os nveis de maior envolvimento so, em primeiro lugar,
C5-C6, seguido de C6-C7 e C4-C5. Os ostefitos posteriores so mais frequentes entre C6-C7.
As manifestaes neurolgicas nos membros superiores raramente coincidem com os nveis de
maior compresso mostrados na mielotomografia e na ressonncia magntica (RM). Mesmo em
indivduos com comprometimento discal baixo, pode haver manifestaes neurolgicas de mielopatia
mais acima. Isso ocorre porque, na gnese da mielopatia, existe mais do que uma simples compresso.
A desmielinizao, a atrofia medular, o espessamento da membrana dural e as alteraes vasculares
tambm esto presentes.
A Tomografia Computadorizada (TC) tem alta resoluo para o estudo das estruturas sseas do
canal e dos foramens. Alm das alteraes degenerativas osteoarticulares, a RM pode avaliar o estgio
da mielopatia e, com isso, alguns achados nas imagens podem estar relacionados s alteraes
histopatolgicas da medula, podendo fornecer um prognstico de resultado do tratamento cirrgico. Na
mielopatia inicial, verificamos apenas o edema medular. Num estado mais acentuado de compresso,
h perda neuronal e desmielinizao e, na compresso acentuada, necrose e cavitao.
No h sintomas nem sinais patognomnicos preditivos da progresso desta patologia. O incio
dos sintomas insidioso e o curso da doena marcado por pioras episdicas. Os sintomas so
geralmente inalterados entre os perodos de piora. Quanto mais longa a histria dos sinais e sintomas,
pior o prognstico. Casos com progresso rpida tm indicao cirrgica precoce, pois apresentam
melhores chances de recuperao, ainda que parcial. Quanto mais longa a evoluo, menor a chance de
recuperao. Infelizmente, pela histria natural, no somos capazes de identificar o doente com risco de
rpida progresso.
106
D ESCRIO
A estenose do canal o estreitamento do canal medular (estenose central), do recesso lateral
(estenose do recesso lateral) ou do forame intervertebral (estenose foraminal), que produz compresso
de estruturas nervosas [39]).
Estes achados so bastante comuns em pessoas assintomticas.
A associao da estenose com alteraes biomecnicas, principalmente a instabilidade da
coluna, levando a compresses dinmicas, provoca sintomas clnicos como alterao da marcha, dor
radicular, diminuio da sensibilidade, dficit motor e claudicao neurolgica. Distrbios esfincterianos
so mais raros de acontecer pela estenose degenerativa.
As razes mais inferiores, sacrais, esto anatomicamente colocadas na parte central do saco
dural, mais protegidas. Elas podem estar envolvidas se a estenose mais grave e um dos sinais deste
problema quando o doente masculino relata que s consegue urinar sentado.
A causa mais comum a degenerativa. Ela ocorre em praticamente toda a populao adulta
como resultado do processo normal de envelhecimento.
As articulaes facetrias sofrem sinovite inicial, que evolui para destruio da cartilagem,
levando a movimentos anormais. Esta mobilidade provoca maior degenerao, comprometendo,
tambm, o disco intervertebral. Ocorre formao de ostefitos, uma tentativa de estabilizar este
segmento mas que, ao mesmo tempo, provoca estenose. A persistncia da instabilidade manifesta-se
por espondilolisteses, escolioses degenerativas e retrolisteses.
A formao de ostefito na faceta articular superior provoca estenose no forame intervertebral
e, na inferior, estenose central ou medular. A diminuio da altura do disco, pela degenerao do
mesmo, diminui mais ainda o forame intervertebral, predispe formao de prolapsos e hrnias. O
disco, degenerado, sobrecarrega mais a articulao, que reage com maior formao osteofitria. Este
complexo processo chamado de cascata degenerativa.
A melhora dos sintomas est relacionada com mudanas de postura. Biomecanicamente, o
canal medular lombar, bem como o espao para as razes, pode ser aumentado inclinando o copo para
frente. Esta postura alterada notada pelos familiares e pode ser o motivo da consulta ao ortopedista.
O estreitamento do canal tambm pode ter mltiplas causas, dentre as quais tumores, AR,
doena de Paget, espondilite anquilosante.
O diagnstico acurado da estenose da coluna depende de uma anamnese e exame fsico
cuidadoso, complementados com estudos de imagem relativos a suspeita clnica.
O exame neurolgico pode ser normal, mas a histria clnica bem caracterstica. So
indivduos em meia idade ou idosos, com inicio insidioso dos sintomas. A dor lombar comum nos
antecedentes pessoais.
O sintoma mais caracterstico e, erroneamente, utilizado como sinnimo de estenose, a
claudicao neurolgica que consiste em dor nos membros inferiores, parestesias ou fraquezas
associadas com o caminhar ou ficar em p, que aliviam sentando, inclinando-se para frente ou deitando.
O aparecimento da dor conforme a postura do indivduo mostra sua origem mecnica (compressiva). A
dor nas pernas, ao caminhar, fica mais intensa se o indivduo desce uma rua inclinada, porque isto
aumenta a lordose lombar e estreita ainda mais o canal. s vezes o segurado/requerente relata que
gosta de ir ao supermercado e andar apoiando-se num carrinho de compras.
A estenose torna-se sintomtica aps a sexta dcada de vida.
Geralmente compromete os nveis L3/L4 e L4/L5. A claudicao pode ser acompanhada com
dormncia, calor nas pernas ou sensao de agulhadas. Com a evoluo da doena, o portador da
107
enfermidade no obtm alvio com mudanas posturais ou repouso e pode aparecer incontinncia de
esfincter.
E XAME F SICO
O exame fsico deve ser realizado com o segurado/requerente caminhando, de p e em
decbitos. Inspeciona-se procura de desvios de eixo como escolioses, cifoses e anormalidades da pele.
Normalmente ele assume uma discreta postura ciftica, fletida, porque assim h alvio da compresso
neural. Se o segurado/requerente deambular, progressivamente vai diminuindo a lordose lombar e
ficando mais encurvado. A amplitude de movimentos da coluna limitada tambm pela
espondiloartrose. Palpa-se a regio lombar procura de degraus entre os processos espinhosos, uma
evidncia clnica da espondilolistese. Os achados neurolgicos so poucos, diferentemente de um caso
de hrnia de disco. Se houver alterao de sensibilidade, reflexos ou de fora, devemos suspeitar de
algum comprometimento radicular por associao da estenose com algum fator comprimindo raiz
nervosa, como uma hrnia de disco.
A presena de espasticidade, hiperreflexia e clnus sugere a concomitncia de mielopatia, e a
coluna cervical e torcica devem ser investigadas.
Devemos avaliar as articulaes coxofemorais: a artrose tambm altera a marcha e provoca dor
semelhante da estenose. O exame circulatrio (pulsos perifricos) deve ser feito para descartar
doenas vasculares perifricas.
Patologicamente a estenose decorre do desgaste ou artrose esttica junto com um
componente dinmico. As alteraes fixas so causadas pelo estreitamento do canal ou forame, tanto
de forma adquirida quanto congnita. Os fatores dinmicos incluem a diminuio do canal na extenso
(lordose lombar), obstruo do fluxo circulatrio venoso radicular, que ocorre ao caminhar ou em
exerccios, entre outros. Este um dos motivos pelo qual encontramos poucos sinais de estenose
quando o paciente/segurado est deitado no consultrio.
O raio X da coluna lombar deve ser acompanhado de radiografia da bacia. As incidncias
lombares so: ntero-posterior, perfil, oblquas e, para anlise do alinhamento das vrtebras e sua
estabilidade, solicitamos o perfil em flexo e extenso. A tomografia solicitada porque mostra
claramente a forma e as dimenses do canal sseo. Se for complementada com a mielografia e a
mielotomografia, teremos melhor estudo por imagem, por permitirem um estudo dinmico em
flexoextenso do canal.
A estenose do canal, juntamente com a hrnia de disco, so os motivos mais frequentes de
cirurgia na coluna lombar.
Quando a estenose leve a moderada, o tratamento conservador indicado antes dos
procedimentos cirrgicos, pois estes casos tm evoluo favorvel. Se a estenose severa o tratamento
conservador pode no surtir efeito. As atividades dirias ficam prejudicadas e a doena progride at
quando nem mesmo o repouso leva ao alvio dos sintomas.
O tratamento concomitante da osteoporose, que com frequncia est associada aos quadros
de estenose, tem trazido bons resultados no alvio das dores.
A descompresso cirrgica um procedimento com bons resultados.
As complicaes clnicas mais frequentes nos ps-operatrios so os problemas
cardiorespiratrios, a infeco urinria, e os fenmenos tromboemblicos. Das complicaes tardias, a
mais frequente a pseudo-artrose e a recidiva da estenose.
108
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, com deficincia
bem caracterizada, incapacidade para o
trabalho e para a vida independente e renda
familiar compatvel com a legislao especfica
(Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
TUBERCULOSE VERTEBRAL
CID-10: M49.0
D ESCRIO
A tuberculose vertebral (Mal de Pott) um processo infeccioso devido presena do bacilo de
Koch. No existe preferncia por sexo e mais frequente na coluna toraco-lombar. Embora possam
estar presentes os sinais constitucionais da tuberculose (ou seja, febre, mal estar, ou perda de peso),
rara a ocorrncia de uma tuberculose pulmonar ativa [40-42].
A dor vertebral o sintoma inicial e sempre presente, com piora aos movimentos do tronco,
porm nem sempre de grave intensidade, o que possibilita a deambulao do portador da enfermidade
com alguma facilidade.
Devemos levar em considerao a tuberculose e suas complicaes em portadores de sndrome
da imunodeficincia adquirida (SIDA/AIDS). Devemos, tambm, considerar infeco micobacteriana
atpica no quadro de comprometimento imune, especialmente (SIDA/AIDS).
Os exames laboratoriais nem sempre so expressivos, podendo haver aumento da velocidade
de hemossedimentao e inverso da relao linfcito-moncito. A intradermorreao de Mantoux
quando positiva, pode ser de auxlio diagnstico. A presena de quadro neurolgico no rara e
frequentemente deve-se presena de abscesso ou mesmo pela deformidade decorrente da grave
destruio de corpos vertebrais.
109
Nas imagens radiogrficas os raios X simples da coluna torcica podem mostrar a presena de
abscesso, que quando de forma fusiforme conhecido como sndrome aneurismtica. As alteraes
radiogrficas dos corpos vertebrais esto relacionadas aos mais variados graus de destruio ssea,
dependendo do estgio da doena, chegando at mesmo ao colapso vertebral por desaparecimento
total de 1 ou mais corpos vertebrais. Nesta situao, uma deformidade ciftica estar presente nesta
regio.
A Tomografia e a RM podero fornecer informaes importantes, respectivamente quanto aos
detalhes das estruturas sseas comprometidas e de compresses nervosas decorrentes do
comprometimento do canal vertebral.
O diagnstico em geral clnico-radiogrfico, mas a puno biopsia percutnea ou cirrgica
poder fornecer o diagnstico anatomopatolgico definitivo. O diagnstico diferencial ser com a
infeco inespecfica ou neoplasias.
A complicao mais temida quando esta patologia vertebral for diagnosticada a paraplegia,
devido compresso crnica da medula, assim como o envolvimento da dura-mter pelo processo
infeccioso. Nesses casos, mesmo com o procedimento cirrgico de liberao medular, o dano
neurolgico costuma ser irreversvel.
T1 no se aplica.
Em mdia, 180 dias para verificar a conduta
definitiva.
Em casos incompatveis com a profisso e com
potencial laborativo residual.
Em casos sintomticos, na vigncia de
tratamento com pequeno comprometimento
da coluna.
Em casos de incapacidade funcional
permanente, no passveis de Reabilitao
Profissional.
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, com deficincia
bem caracterizada, incapacidade para o
trabalho e para a vida independente e renda
familiar compatvel com a legislao especfica
(Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
110
D ESCRIO
A mielopatia cervical secundria a uma degenerao crnica de disco acompanhada de
formao de ostefitos posteriores, a causa mais comum de disfuno da medula espinhal em
indivduos com mais de 55 anos de idade[43]. O portador da enfermidade pode exibir deambulao com
o corpo inclinado, com base ampla, e um pouco espstica; pode tambm queixar-se de fraqueza nas
mos.
Com frequncia, o exame clnico revela sinais de envolvimento do neurnio motor superior nos
membros inferiores e de envolvimento do neurnio motor inferior nos membros superiores. Em outras
palavras, as extremidades inferiores esto espsticas, com aumento dos reflexos dos tendes profundos
e um teste de Babinski positivo ou tendente para a positividade. As extremidades superiores exibem
enfraquecimento e atrofia, mas sem espasticidade.
Foram propostos diversos mecanismos para descrever a fisiopatologia da mielopatia cervical.
Uma compresso anterior da medula espinhal resulta da presena de ostefitos posteriores. Uma
compresso posterior pode ser decorrente do pregueamento do ligamento amarelo, sobretudo em
extenso. Foi identificado envolvimento nutricional e vascular, em que ocorre reduo da irrigao
sangunea atravs das artrias espinhais. Isso resulta em alteraes isqumicas na medula espinhal.
Radiografias convencionais da coluna vertebral fornecem indcios acerca do nvel ou nveis da
molstia espinhal que pode ser responsvel pela sndrome radicular em casos de espondilose cervical.
Os estudos devem incluir as incidncias em AP, oblquas bilaterais, laterais, do processo odontide com
a boca aberta e laterais em flexo e extenso. O mdico deve procurar por evidncias de invaso de
forame, alinhamento vertebral defeituoso, esclerose, subluxao de articulao das facetas, protruses
de ostefitos e ossificao do ligamento longitudinal posterior. Uma avaliao mais aprofundada poder
incluir uma RM, mielografia e se possvel a discografia. Estes procedimentos no so provas infalveis de
existncia de um sintoma anormal. O exame clnico e radiografias convencionais combinados tm
preciso de 61%.
Estudos eletrodiagnsticos so extremamente teis para o estabelecimento do diagnstico,
particularmente por documentarem a distribuio do envolvimento.
Diversos fatores devem ser considerados na degenerao do disco intervertebral cervical,
como: estresse fsico, anormalidades bioqumicas, defeitos genticos, efeitos psicofisiolgicos e
processos auto-imunes.
O tratamento conservador de pacientes com dor no pescoo envolve repouso e uso de
dispositivo para imobilizar a regio. Frequentemente um colar cervical almofadado adequado para
proporcionar um apoio suave. No so bem tolerados os colares cervicais rgidos.
O tratamento cirrgico para a radiculopatia habitualmente ficar indicado, caso haja fracasso
de um tratamento conservador bem conduzido, ou se estiver ocorrendo piora neurolgica progressiva
acompanhada de radiculopatia.
111
T1 no se aplica.
Em geral de 60 a 90 dias, nos casos de
complicao ou recuperao ps-operatria.
Em casos sintomticos; afastar o segurado de
postos de trabalho que exijam sobrecarga da
coluna.
Em situaes de complicao, avaliar caso a
caso.
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, com deficincia
bem caracterizada, incapacidade para o
trabalho e para a vida independente e renda
familiar compatvel com a legislao especfica
(Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
D ESCRIO
Problemas degenerativos da coluna vertebral cervical geralmente ocorrem na metade da vida,
ou ainda mais tardiamente. A degenerao de disco intervertebral cervical pode levar radiculopatia ou
mielopatia. Embora uma hrnia aguda de disco cause sintomas que se parecem com os de uma hrnia
de disco lombar (i.e., radiculopatia, dor, e deficincias sensitivas e motoras), o quadro clnico resultante
de uma degenerao crnica de disco intervertebral cervical pode causar confuso [43]. Diversas
denominaes so comumente utilizadas na descrio da coluna vertebral cervical degenerativa. O
nome mais apropriado espondilose cervical; outros sinnimos so osteoartrite, osteoartrose, disco
cronicamente herniado e formao de esporo.
O surgimento da dor na radiculopatia cervical insidioso com ou sem histria de traumatismo.
A localizao da dor varia com a raiz nervosa envolvida. Podem ocorrer dor referida e sensibilidade na
regio interescapular, atravs do ramo dorsal de C6, ou cefalia suboccipital secundria ao
envolvimento do grande nervo occipital. A dor da radiculopatia cervical pode ser descrita como vaga,
renitente, incmoda, podendo estar relacionada ou no a espirros e tosse.
A radiculopatia consiste na ocorrncia de dor na distribuio de uma raiz nervosa, podendo
estar associada presena ou ausncia de dor cervical, deficincia sensitiva ou motora.
Na populao em geral, aps 55 anos de idade as pessoas apresentam evidncia radiogrfica de
degenerao cervical. A degenerao dos discos cervicais est associada ao processo de
112
envelhecimento. Discopatia um processo degenerativo que pode causar dor. O nvel mais
frequentemente envolvido C5-C6, seguido por C6-C7, e C4-C5.
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, com deficincia
bem caracterizada, incapacidade para o
trabalho e para a vida independente e renda
familiar compatvel com a legislao especfica
(Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
113
D ESCRIO
A causa mais comum de radiculopatia lombar em indivduos com menos de 40 anos de idade
um ncleo pulposo herniado. O ncleo pulposo pode salientar-se para o interior do canal. Laceraes
das fibras do anel fibroso podem permitir que o disco sofra extruso atravs do anel e fique livre no
canal espinhal ou nos forames nervosos. A compresso de uma raiz nervosa pode causar inflamao,
fazendo com que o portador da enfermidade tenha sintomas subjetivos de dor, dormncia, ou
formigamento ao longo de sua distribuio [43].
As razes nervosas mais comumente afetadas so L5 e S1. Na coluna vertebral lombar, a raiz
nervosa L5 sai antes do espao discal L5 a S1, abaixo do pedculo de L5 (recebe, portanto, o nome da
vrtebra da qual se exterioriza).
Habitualmente a hrnia do disco de L5 a S1 causa irritao da raiz nervosa S1. Hrnias ocorrem
menos frequentemente nos nveis mais elevados. A dor associada a um ncleo pulposo herniado varia
desde uma dor leve ao longo da distribuio do nervo, at uma dor intensa e incapacitante.
Na hrnia de disco, quando se realiza um esforo de flexo durante o dia, o material nuclear
impelido para trs, em sentido antero-posterior, pelas fibras do anel fibroso, mas por ele ainda
contido. Neste momento pode ainda no aparecer dor. No entanto, durante a noite, em razo de uma
maior embebio aquosa do ncleo e consequente elevao da presso intradiscal, as fibras do anel se
rompem, dando ento incio, durante as primeiras horas do dia, sintomatologia de quadro doloroso
agudo, intenso, com irradiao da dor para um ou outro membro inferior e com manobras semiticas
positivas de compresso radicular. A dor se exacerba com os esforos.
E XAME F SICO
O exame fsico do segurado com um ncleo pulposo herniado geralmente revela uma limitao
da amplitude de movimentos, em que a flexo para frente aumenta a dor. O segurado pode inclinar-se
para um dos lados.
Os exames sensitivo e motor podem revelar evidncia de compresso de raiz nervosa em que
ocorre diminuio da sensao e/ou fraqueza muscular e atenuao dos reflexos na regio do nervo
afetado.
A circunferncia das extremidades deve ser medida, para que seja detectada qualquer
evidncia de atrofia.
A irritao aguda de raiz nervosa fica evidenciada por sinais de estresse passivo e pelos testes
de elevao da perna esticada e elevao da perna estirada contralateral. Este ltimo o sinal mais
especfico de um volumoso ncleo pulposo herniado.
A histria natural da radiculopatia lombar aguda de que metade dos casos resolvida dentro
de 4 semanas. Assim, a princpio no h indicao para estudos diagnsticos. O paciente dever ser
tratado por breve perodo de repouso na cama (1 a 2 dias), limitao ou modificao das atividades e
em alguns casos, medicamentos antiinflamatrios (aspirina ou medicao antiinflamatria noesteride). Injees epidurais de esterides podem proporcionar alvio a curto prazo para pacientes com
ncleo pulposo herniado. As modalidades teraputicas defendidas no passado (trao, manipulao
espinhal, coletes ou cintas, e fisioterapia) tm pouco valor cientfico.
Ao desaparecerem os sintomas no adulto, importante fazer com que o paciente ingresse num
programa de reabilitao fsica para que sejam evitados episdios recorrentes de dor nas costas e
incapacidade. Os pacientes/segurados devem ser incentivados a aumentar o nvel de atividade e a
comear um programa de condicionamento e aptido fsica.
114
Haja vista ser incomum que um ncleo pulposo herniado agudo cause citica bilateral, a
presena de sinais neurolgicos bilaterais nas extremidades inferiores deve alertar o mdico para a
possibilidade de uma hrnia de disco central ou, raramente, alguma patologia intra-espinhal diferente
da hrnia de disco. A presena de dor nas costas, citica, e disfuno intestinal ou urinria associada
fraqueza muscular, conhecida como sndrome da cauda equina, sendo em geral causada pela
compresso extrnseca do saco tecal na rea da cauda equina. Esta sndrome trata-se de uma urgncia e
exige interveno cirrgica imediata.
Em indivduos com sintomatologia persistente, a despeito do tratamento no cirrgico ou na
presena de deficincia neurolgica progressiva, frequentemente h necessidade de um
aprofundamento da avaliao neurolgica e raramente as radiografias lombossacrais convencionais
fornecem esta informao.
Com o envelhecimento ocorrem alteraes degenerativas normais na coluna vertebral lombar,
que frequentemente confundem o quadro diagnstico. Alteraes de degenerao da coluna vertebral
so observadas em at 70% das radiografias. Essas alteraes radiogrficas tm pouco efeito nos
resultados do tratamento. Mas radiografias convencionais podem ser obtidas para que seja descartada a
possibilidade de outras patologias, por exemplo: infeco ou tumor.
O recurso diagnstico ideal para confirmao do diagnstico de um ncleo pulposo herniado
a RM, que tanto sensvel como especfica. A tomografia pode funcionar como uma alternativa, caso
no haja possibilidade de realizar a RM. Discrepncias entre os achados radiogrficos e o quadro clnico
do paciente/segurado exigem uma investigao mais aprofundada.
Em face da existncia de uma deficincia neurolgica esttica, no h evidncia sugerindo que
a interveno cirrgica oferea qualquer melhora quanto modificao do enfraquecimento muscular
ou da deficincia sensitiva, em comparao com a continuao do tratamento no cirrgico. Mas a curto
prazo, quase todos os portadores de radiculopatia lombar aguda tratados por cirurgia, deixaro de
sentir dor num lapso de tempo relativamente mais curto. Uma exciso cirrgica limitada do disco tem
um percentual de xito de 90% em pacientes apresentando boa correlao entre a histria, exame
fsico, e estudos diagnsticos.
115
D ESCRIO
A dor lombar constitui uma causa frequente de morbidade e incapacidade, sendo sobrepujada
apenas pela cefalia na escala dos distrbios dolorosos que afetam o ser humano. No entanto, quando
do atendimento primrio por mdicos no-especialistas, para apenas 15% das lombalgias e
lombociatalgias, se encontra uma causa especfica [34,43].
As dificuldades do estudo e da abordagem das lombalgias e lombociatalgias decorrem de vrios
fatores, dentre os quais podem ser mencionados a inexistncia de uma fidedigna correlao entre os
achados clnicos e os de imagem, fazendo da caracterizao etiolgica da sndrome dolorosa lombar um
processo eminentemente clnico, onde os exames complementares devem ser solicitados apenas para
confirmao da hiptese diagnstica.
Inmeras circunstncias verificadas por meio de estudos clnicos e observacionais bem
desenhados contribuem para o desencadeamento e cronificao das sndromes dolorosas lombares
(algumas sem uma ntida comprovao de relao causal), tais como: psicossociais, insatisfao laboral,
obesidade, hbito de fumar, grau de escolaridade, realizao de trabalhos pesados, sedentarismo,
sndromes depressivas, litgios trabalhistas, fatores genticos e antropolgicos, hbitos posturais,
alteraes climticas, modificaes de presso atmosfrica e temperatura. Condies emocionais
podem levar dor lombar ou agravar as queixas resultantes de outras causas orgnicas preexistentes.
Inmeros estudos clnicos e observacionais bem desenhados referem que a dor psicossomtica
pode ser detectada em indivduos que apresentem sensibilidade dolorosa superficial ou de distribuio
no anatmica, com queixa de dor vaga, imprecisa, um dia num lugar, outro dia em outro, com
irradiao bizarra para peito, coluna dorsal, abdome e dramatizao do quadro clnico.
Os elementos da anamnese e sua fisiopatologia norteiam o raciocnio diagnstico quanto
intensidade, horrio de aparecimento e outras caractersticas da dor.
Na lombalgia mecnica comum (a forma mais prevalente), na maioria dos casos, se limita
regio lombar e ndegas. Raramente se irradia para as coxas. Pode aparecer subitamente pela manh e
apresentar-se acompanhada de escoliose antlgica. O episdio doloroso tem durao mdia de 3 a 4
dias. Aps esse tempo, o segurado volta completa normalidade, com ou sem tratamento.
A dor com o movimento corpo ao longo do dia, ou desencadeada por longos perodos de
permanncia em p, pode ser devida a alteraes mecnicas ou degenerativas.
Fundamentais para o raciocnio diagnstico so as manobras de Valsalva, Lasgue e Romberg.
Com o envelhecimento ocorrem alteraes degenerativas normais na coluna vertebral lombar,
que frequentemente confundem o quadro diagnstico. Alteraes de degenerao da coluna vertebral
so observadas em at 70% das radiografias. Essas alteraes radiogrficas no tm muito significado
clnico, apesar da sua supervalorizao pelo segurado/requerente.
A tomografia computadorizada e a ressonncia magntica tm indicao nas lombalgias e
ciatalgias agudas que tenham evoluo atpica e nas de evoluo insatisfatria, cuja causa no foi
determinada aps 6 semanas de tratamento clnico.
Grandes ensaios clnicos aleatorizados e meta-anlises demonstram que o repouso eficaz,
tanto nas lombalgias, como nas lombociatalgias e citicas. Ele no pode ser muito prolongado, pois a
inatividade tem tambm a sua ao deletria sobre o aparelho locomotor. Assim que a atividade e a
116
deambulao forem possveis, o tempo de repouso pode ser encurtado e o paciente/segurado deve ser
estimulado a retornar s suas atividades habituais, o mais rapidamente possvel. Este aconselhamento
resulta em retorno mais rpido ao trabalho, menor limitao funcional a longo prazo e menor taxa de
recorrncia.
O repouso, em mdia, deve ser de 3 a 4 dias e, no mximo, de 5 a 6 dias.
Grandes ensaios clnicos aleatorizados e meta-anlises demonstram que o tratamento cirrgico
da hrnia discal est indicado nos casos com dficit neurolgico grave agudo (menos de 3 semanas),
com ou sem dor; na lombociatalgia hiperlgica e, nas outras de menor intensidade, apenas para os
pacientes que no melhoram aps 90 dias de adequado tratamento clnico. Na sndrome da cauda
equina (alterao de esfncter, potncia sexual e paresia dos membros inferiores) a cirurgia est
indicada em carter emergencial, como tambm nas lombalgias infecciosas (espondilodiscites) com
evoluo desfavorvel.
Os meios fsicos de tratamento fisioterpico (frio e calor nas diversas modalidades) so meros
coadjuvantes no processo de reabilitao. No atuam sobre as causas e sobre a histria natural das
sndromes dolorosas lombares. Os exerccios aerbicos e de fortalecimento da musculatura
paravertebral so comprovadamente eficazes.
A educao e o esclarecimento dos pacientes so fundamentais para a sua reabilitao. Estudos
de meta-anlise demonstram evidncias de que as Escolas de Coluna tm, a curto prazo, melhores
resultados que as outras formas de tratamento.
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, com deficincia
bem caracterizada, incapacidade para o
trabalho e para a vida independente e renda
familiar compatvel com a legislao especfica
(Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
117
1.
segurado referir dor e sintomas de claudicao (dor e cibras nas panturrilhas e costas,
provocadas ao andar e aliviadas na posio sentada numa postura espinhal flexionada); e
b.
radiografia com defeito na pars interarticularis (mais comum em L5-S1) com deslocamento
anterior de uma vrtebra, com relao vrtebra situada caudalmente.
2.
3.
118
4.
5.
6.
7.
segurado com febre alta, mal estar geral, queixa de dor ssea agravada por
movimentao ativa ou passiva da coluna;
b.
c.
d.
e.
segurado queixar-se de incapacidade para flexionar a coluna. Embora ele possa ser
capaz de dobrar-se na cintura, no ocorre qualquer flexo na prpria coluna vertebral;
b.
c.
d.
cintilografia ssea com rea com aumento de captao no espao discal infectado,
apesar de que algumas cintilografias so falso-negativas. O diagnstico de infeco do
espao discal no deve ser excludo com base numa cintilografia ssea normal; e
e.
b.
c.
d.
dor nas pernas ao caminhar, mais intensa se o segurado desce uma rua inclinada,
porque isto aumenta a lordose lombar e estreita ainda mais o canal. s vezes relata
que gosta de ir ao supermercado e andar apoiando-se num carrinho de compras;
e.
2.
3.
4.
b.
referncia de dor vertebral como sintoma inicial e sempre presente, que piora com
movimentos do tronco, mas com deambulao com alguma facilidade;
119
8.
c.
d.
e.
f.
g.
Pensar em transtorno do disco cervical com mielopatia e sintomas com irradiao para regio
lombar, se:
segurados com mais de 55 anos de idade, deambulao com o corpo inclinado e base ampla.
exame clnico com:
9.
a.
segurado referir dor de durao mdia de 3 a 4 dias limitada regio lombar e ndegas que
aparece subitamente pela manh;
b.
dor nas primeiras horas do dia aguda, intensa, que se exacerba com os esforos, com irradiao
para 1 ou outro membro inferior, que melhora ao deitar, e com manobras semiticas positivas
de compresso radicular; e
c.
d.
escoliose antlgica;
2.
3.
4.
5.
6.
7.
120
CDIGO CID-10
DOENAS
M65
Sinovites e tenossinovites
M65.3
Dedo em gatilho
M65.4
M71.2
M72.0
M77.0
Epicondilite medial
M77.1
Epicondilite lateral
M93.1
G56.0
Operadora de telemarketing h 3 anos, 25 anos de idade, sexo feminino, casada, 2 Grau completo.
Reside com marido empregado e 2 filhas, 1 e 4 anos.
Queixa-se de dor nos membros superiores, pior no direito, h 6 meses. Alm da dor, refere dormncia,
sensao de inchao, rigidez matinal, diminuio de fora, sensao de peso e desconforto. Fez uso de
AINH com alvio dos sintomas.
H 1 ms agravaram-se os sintomas. Iniciou tratamento com Reumatologista, foi afastada de suas
atividades laborais e foi medicada com Paroxetina e Miosan . Apresentou atestado de 60 dias do seu
mdico assistente e com CID-10 M65.8. Sem antecedentes periciais.
presena ou ausncia de sinais flogsticos nas faces anterior e posterior dos antebraos, punhos
e mos;
presena ou ausncia de dficit da mobilidade articular dos punhos e mos;
presena ou ausncia de crepitao ou dor movimentao ativa.
121
Teste de Finkelstein
Teste de Tinnel
Teste de Phalen
SINOVITES E TENOSSINOVITES
CID-10: M65
D ESCRIO
Sinovites e tenossinovites so condies degenerativas (tendinopatias) associadas inflamao
do tendo (tendinites) ou da bainha sinovial (tenossinovites). Entesite uma inflamao no local em que
o tendo prende-se ao osso. Podem ser de origem traumtica, agudas, decorrentes de acidentes tpicos
ou de trajeto. Os casos crnicos esto, geralmente, associados a trabalhos com movimentos repetitivos
aliados exigncia de fora. O desenvolvimento destas patologias multicausal, podendo ser:
movimentos repetitivos, posto de trabalho inadequado, organizao do trabalho com ritmo acelerado,
sobrecarga de produo, horas extras, pausas inadequadas e doenas sistmicas. A jornada dupla ou
tripla de trabalho deve sempre ser considerada como fator agravante.
No quadro clnico das sinovites e tenossinovites, a manifestao mais importante a dor, que
leva procura de assistncia mdica. Na maioria dos casos, o indivduo tem dificuldade para definir o
tipo e a localizao da dor que pode ser generalizada. comum o relato de dor que desencadeada ou
agravada pelo movimento repetitivo e, nas fases iniciais, costuma ser aliviada pelo repouso.
A dor costuma ter seu incio gradual, inicialmente restrita a uma regio anatmica (punho,
ombro ou cotovelo), acometendo apenas o brao dominante, raramente os 2. Pode piorar com o uso do
membro, pela exposio ao frio ou a mudanas bruscas de temperatura ou ainda ao estresse emocional.
Alm da dor, os segurados podem queixar-se de parestesia, edema subjetivo, rigidez matinal,
diminuio de fora, sensao de peso, desconforto, alterao da caligrafia, alteraes subjetivas de
temperatura e limitao dos movimentos, sintomas gerais associados de ansiedade, irritabilidade,
alteraes de humor, distrbios do sono, fadiga crnica e cefalia tensional. Os sintomas sensitivos,
quando presentes, esto relacionados compresso de nervos perifricos ou de razes nervosas,
correspondendo sua distribuio.
Os tendes flexores respondem ao tratamento mais lentamente que os tendes extensores. Os
acometimentos dos tendes so dolorosos ao movimento, sendo que suas bainhas podem se edemaciar
e acumular fluido. Edema pode ser apenas palpvel ou at visvel.
Na maioria das situaes, pode-se fazer o diagnstico de tendinite aguda ou crnica sem
auxiliares diagnsticos caros. Radiografias so teis apenas para excluso de envolvimento sseo ou
articular. Ressonncia Magntica Nuclear e til apenas em casos de suspeita de ruptura completa de
tendo com necessidade de imediata interveno cirrgica. Em casos de rupturas incompletas, a ultra-
122
sonografia de partes moles um recurso diagnstico cujos resultados costumam ser operadoresdependentes, com discutveis graus de concordncia inter-operadores (ndice de Kappa), se comparados
com artroscopias [44]. De preferncia, a ultra-sonografia deve ser realizada bilateralmente para permitir
comparaes.
O aspecto mais importante da avaliao clnica de tendinite uma boa histria clnica que leva
ao diagnstico correto. O quadro abaixo resume os tempos mdios previstos para a recuperao clnica
de tendinoses e/ou tendinites causadas pelo uso excessivo.
TEMPO MDIO ESPERADO PARA A RECUPERAO CLNICA EM TENDINOSES E TENDINITES POR USO
EXCESSIVO
TEMPO DE RECUPERAO
FORMA INICIAL
FORMA CRNICA
TENDINOSES
TENDINITES
6 a 10 semanas
Dias a 2 semanas
3 a 6 meses
4 a 6 semanas
b.
Observar a presena dos sinais e dos sintomas abaixo, pois pode existir:
1. calor;
2. edema;
3. rubor;
4. crepitao;
5. diminuio de fora;
6. espessamento ao longo da unidade msculo-tendnea;
7. postura anormal e imobilizao das reas dolorosas; e
8. dor associada ao movimento dos tendes.
Executar testes de contra-resistncia para o(s) tendo(es) acometido(s).
O quadro abaixo apresenta uma classificao funcional para tendinites que ser utilizado a
seguir no apoio deciso mdico-pericial
PRESENA DE DOR
GRAU 1
GRAU 2
GRAU 3
GRAU 4
GRAU 5
123
CONDUTA
GRAU 1
GRAU 2
GRAU 3
GRAU 4
GRAU 5
D ESCRIO
Resulta do comprometimento dos tendes flexores dos dedos. A bainha tendinosa apresentase espessada em decorrncia do processo inflamatrio crnico, que evolui para a constrio do prprio
tendo. O espessamento provoca deslizamento anormal do tendo dentro da bainha.
O tendo sofre um bloqueio mecnico o que impede o movimento normal do dedo afetado.
Com a manuteno da tentativa de extenso, existe a ultrapassagem do tendo no ponto de
estrangulamento e o movimento bruscamente concludo, dando a impresso de ser um salto ou
gatilho.
O dficit da amplitude articular pode prejudicar a realizao de tarefas, tais como pegar
objetos, digitar, etc.
Pode existir histria de diabetes, AR ou de traumas repetitivos.
124
A maioria dos pacientes responde bem ao tratamento. Pacientes que necessitam cirurgia
geralmente apresentam boa evoluo.
D ESCRIO
Esta patologia resulta da constrio da bainha comum dos tendes do abdutor longo e do
extensor curto do polegar (primeiro compartimento extensor).
Ocorre mais frequentemente em mulheres acima de 40 anos de idade e tem sido associada a:
exposies ocupacionais que exigem movimentos repetitivos de polegar;
pina de polegar associada flexo, extenso, rotao ou desvio ulnar repetido do punho,
principalmente se associado com fora (exemplo: uso de chave de fenda, montagem de equipamentos
eletrnicos, etc);
polegar mantido elevado e/ou abduzido durante atividades; e
uso prolongado de tesouras.
O quadro clnico caracteriza-se por dor de carter insidioso, em projeo de processo estilide
do rdio e que pode aumentar com abduo radial ativa do polegar, com alongamento passivo de
125
abdutor longo de polegar, desvio ulnar do punho e pode ser irradiada para o antebrao e brao.
Geralmente unilateral. O edema local um sinal comumente observado.
O diagnostico diferencial feito com a osteoartrose de punho e da primeira articulao carpometacrpica, entre outros. Afastar diagnstico de epicondilite lateral.
A maioria dos portadores da enfermidade responde bem ao tratamento clnico. Aqueles que
necessitarem de tratamento cirrgico tambm respondero com excelente resultado em psoperatrios sem complicaes.
Existe dificuldade para segurar objetos (xcara) que exige a posio em garra do polegar,
torcer a roupa, abrir a porta com chave, abrir tampa de lata, etc.
incapacitante para tarefas repetitivas que envolvam desvio ulnar do punho.
para
Reabilitao
Em geral no se aplica.
Ao contrrio das doenas descritas acima, em que uma histria clnica simples e rotineira para o
Perito Mdico obriga o desenvolvimento de raciocnio de diagnstico diferencial para no mnimo 3
diferentes entidades nosolgicas, a seguir apresentamos patologias que cursam de forma prpria e com
manifestaes tpicas.
126
D ESCRIO
A distenso da bolsa do semimembranoso origina um cisto poplteo ou de Baker. Geralmente
surge na parte posterior do joelho (fossa popltea) como uma tumefao por vezes dolorosa. Embora
sua causa seja desconhecida, o cisto possivelmente decorre do atrito do joelho fletido contra uma
cadeira. Pode ser bilateral e habitualmente desaparece espontaneamente, e raras vezes necessitaro de
retirada cirrgica [16].
Em adultos, a ocorrncia quase sempre secundria a alteraes patolgicas na articulao do
joelho, tais como artrose, leso meniscal e sinovite crnica. Ocasionalmente o cisto se torna muito
grande que chega a se romper, espalhando lquido sinovial pelos tecidos circunjacentes e causa uma
sndrome que imita a tromboflebite aguda.
uma leso frequente, como achado em ressonncias magnticas da articulao do joelho, na
maior parte das vezes sem significado clnico.
O tratamento deve ser voltado para a patologia primria que ocasionou o cisto. O cisto, por si
s, no incapacitante.
127
D ESCRIO
Entidade clnica caracterizada por espessamento e retrao da fscia palmar, acarretando
contratura em flexo dos dedos e incapacidade funcional das mos. Acomete preferencialmente o sexo
masculino e aps a 5 ou 6 dcada de vida. Na fase inicial da doena h formao de ndulos na face
palmar da mo, que evoluem formando cordas fibrosas, que podem ser percebidas palpao. Na fase
residual, os ndulos desaparecem, permanecendo apenas focos de aderncia e cordas fibrosas
reacionais.
Geralmente um achado isolado, mas tem tendncia familiar e pode ter associao com
diabetes, alcoolismo e uso regular de anticonvulsivantes. Histria de trauma frequente, mas incerto
se o trauma ou atividade manual podem ser fatores causais. A principal complicao uma
incapacidade progressiva secundria a contratura.
Costuma acometer o quarto e quinto dedos. Com a progresso das contraturas, o dficit fsico
pode causar incapacidade se o individuo no conseguir realizar tarefas que necessitam o uso de todos os
dedos, principalmente quando a mo dominante a acometida.
128
EPICONDILITE MEDIAL
CID-10: M77.0
D ESCRIO
A epicondilite medial uma inflamao aguda ou crnica, por uso excessivo, que acomete a
origem dos tendes dos msculos flexopronadores (entesopatia) em epicndilo medial (cotovelo do
jogador de golfe). A tendinose ocorre como consequncia da incapacidade de recuperao do tendo. A
dor piora com atividades de flexo e pronao e desencadeada por movimentos repetitivos de punho
e dedos, com flexo brusca ou frequente, esforo esttico e preenso prolongada de objetos,
principalmente com punho estabilizado em flexo e pronao, como, por exemplo, na preenso de
chaves de fenda, descascador de fios, conduo de veculos, cujos volantes exigem esforo e no
transporte ou deslocamento de bolsas ou sacos pesados, em que haja pronao repetida.
pouco frequente a ocorrncia isolada de epicondilite medial, quando da possibilidade de
estar relacionada ao trabalho.
O Diagnostico baseado em sinais e sintomas:
tempo: sintomas atuais ou pelo menos por 4 dias nos ltimos 7 dias.
sintomas: intermitente, dor atividade-dependente, localizada no epicndilo medial.
Pode ocorrer adormecimento que se irradia para o quarto e quinto dedos, sugerindo
envolvimento do nervo ulnar.
O diagnstico clnico e pode ser auxiliado por exames complementares, como radiografia
simples e/ou ultrassonografia, que pode revelar calcificao.
Fisioterapia a longo prazo o tratamento de escolha. Alguns indivduos necessitam de
infiltrao local e outros necessitam de interveno cirrgica.
129
No se aplica.
EPICONDILITE LATERAL
CID-10: M77.1
D ESCRIO
A epicondilite lateral uma inflamao aguda ou crnica, por uso excessivo, que acomete a
origem dos tendes dos msculos extensores e supinadores (entesopatia) em epicndilo lateral
(cotovelo de tenista). Tem alta incidncia na populao geral e predomina entre os 35 e 55 anos de
idade e em 95% dos casos no praticam esportes. Ambos os sexos so acometidos na mesma
proporo.
Existem teorias que tentam explicar sua patognese, tais como a microrruptura degenerativa ou
traumtica da origem dos msculos.
As causas de epicondilite lateral so os esforos excessivos de extenso do punho e dedos, com o
cotovelo em extenso, supinao do antebrao e extenso brusca do cotovelo (movimento que os
pedreiros fazem ao chapiscar paredes). Tambm tem sido descrita em trabalhadores de fbricas de
linguia, cortadores e empacotadores de carne, de frigorficos e cozinheiras.
A patologia auto-limitante, melhora com o afastamento da atividade laborativa causadora. A
resoluo dos sintomas ocorre por intermdio de tratamento conservador que eventualmente permite
outras atividades sem restries.
O diagnstico baseia-se na histria clnica e exame fsico, podendo ser auxiliado por radiografias
simples e/ou ultrassonografia (calcificao em tendo de extensor comum).
130
131
D ESCRIO
A Doena de Kienbck consiste na osteonecrose avascular lenta e progressiva do osso
semilunar do carpo, de etiologia desconhecida. Ocorre mais comumente na mo dominante de homens
na faixa de 20 a 45 anos. Costuma aparecer tardiamente aps traumas, geralmente queda sobre o
punho estendido.
Os sintomas geralmente se iniciam com o aparecimento de dor localizada no punho.
O diagnstico baseia-se na histria clnica, exame clnico e achados de exames
complementares. O exame radiogrfico (que no sensvel nas fases iniciais da doena), tomografia
computadorizada e ressonncia magntica (exame mais sensvel nos estgios iniciais da doena) podem
mostrar o osso esclertico que, gradualmente, desenvolve alteraes csticas e finalmente colapsa.
No se aplica.
Afastamento longo, em mdia, 180 dias,
consequente
a
cirurgia,
imobilizao,
fisioterapia por tempo prolongado, etc.
Casos com boa evoluo, jovens, aps a
estabilizao da doena (consolidao de
osteotomias, artrodeses e recuperaco da
fora muscular)
Em casos cirrgicos complicados.
Dependendo da idade, profisso, estgio
evolutivo da doena e tcnica cirrgica
empregada.
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, comprometimento
bilateral, com deficincia bem caracterizada,
incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel
com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e
Decreto N 6.214/07).
132
M.S F., 50 anos, segundo grau incompleto, costureira, destra, com queixas de formigamento e
perda de fora em ambas as mos, h cerca de 5 anos, com piora dos sintomas h 6 meses. Ao exame,
Tinel positivo, Phalen positivo, bilateralmente, com surgimento dos sintomas primeiramente em mo
direita. Foi observada moderada hipotrofia da musculatura tenar em mo direita, alm de cicatriz
cirrgica volar em mo direita. No se observou hipotrofia muscular em mo esquerda.
D ESCRIO
A Sndrome do Tnel do Carpo (STC) , por definio, uma condio clnica manifestada por
sinais e sintomas provocados pela compresso do nervo mediano ao nvel do punho. O termo
compresso indica que o nervo est comprimido por alguma estrutura anatmica adjacente. Entre a
coluna cervical e o punho existem locais especficos de compresso nervosa.
Principais fatores predisponentes: alteraes hormonais (gravidez, ovrio policstico,
menopausa, diabetes, hipotireoidismo), alcoolismo, obesidade, gota, insuficincia renal, insuficincia
heptica, AR, amiloidose, sequelas de trauma no punho, tumores, infeco, variaes anatmicas
congnitas, tais como a insero proximal dos msculos lumbricais e insero distal dos msculos
flexores dos dedos e fatores ocupacionais, como exposio a solventes industriais, utilizao de
instrumentos vibratrios, repetitividade, estresse mecnico exposio s temperaturas extremas e
postura. Lembrar que quando existe uma doena sistmica como fator predisponente a condio
normalmente bilateral.
As alteraes patolgicas iniciais nas fibras grossas mielinizadas so geralmente assintomticas.
A disfuno fisiolgica de uma poro destas fibras no geralmente detectvel clinicamente. Em
muitas pessoas, a compresso do nervo mediano aparentemente pode alcanar este estgio e depois
no piorar para se tornar um problema clnico. Contudo, a patognese que conduz a STC inicia antes do
desenvolvimento de qualquer sintoma. A STC leve, que no necessita tratamento formal ,
provavelmente, muito mais comum do que os casos severos vistos nas clnicas.
Geralmente o exame clnico suficiente para garantir um confivel diagnstico de STC. O
portador de STC refere fenmenos parestsicos, contudo o exame sensitivo geralmente normal apesar
das queixas de dficit de sensibilidade do paciente.
Os sintomas habituais so parestesias no territrio inervado pelo nervo mediano (mais comuns
as noturnas e que ocorrem durante o sono), com tentativa de alvio dos sintomas atravs de
movimentos rpidos de flexo e extenso dos dedos da mo e, em casos mais avanados, diminuio da
fora e coordenao da mo (queda involuntria de objetos). O movimento brusco de balanar os
punhos e mos noite (flick) outro dado importante na histria clnica.
Em relao ao exame motor, os msculos que recebem inervao do nervo distal ao tnel do
carpo so o abdutor curto do polegar, oponente do polegar, flexor curto do polegar msculos da
eminncia tenar - e os lumbricais para o indicador e terceiro dedo.
Os movimentos de flexo e extenso repetidos dos dedos, com o punho em flexo, podem
acometer os tendes ou suas bainhas, provocando tendinite ou tenossinovite respectivamente. Se a
presso continua, pode afetar o nervo mediano enfraquecendo a preenso, que um sintoma
secundrio. O retorno s mesmas atividades que culminaram em tendinite e edema, geralmente levam
a recorrncia do quadro clnico.
Os indivduos podem notar que certas atividades manuais, tais como preenso prolongada,
provocam sintomas que cessam com o afastamento ou a mudana da atividade.
133
A doena pode ser incapacitante para algumas atividades laborativas, quando chega a estgios
avanados, em que se verifica importante hipotrofia ou mesmo atrofia da musculatura tenar, inervada
pelo nervo mediano. A hipotrofia severa causa dficit de fora da mo e dificuldade de oponncia do
polegar com os demais dedos.
O tratamento pode variar de acordo com o estgio da doena, podendo ser clnico ou cirrgico.
O tratamento cirrgico visa descompresso do nervo mediano que, dependendo do estado de
comprometimento, pode recuperar-se completamente em poucas semanas. Caso a sndrome no seja
adequadamente tratada e em tempo hbil, poder evoluir com hipotrofia da musculatura tenar,
irrecupervel.
Nos casos avanados, j com atrofia da musculatura inervada pelo nervo mediano, mesmo aps
cirurgia os pacientes geralmente permanecem com dficit sensorial e graus variados de hipotrofia ou
at atrofia muscular.
E XAMES COMPLEMENTARES
O exame de eletroneuromiografia considerado como padro ouro para o diagnstico da
STC, porm os padres eletrodiagnsticos variam muito, sem ainda consenso de opinio. Variveis como
o ndice de massa corprea, idade, profundidade e largura do punho podem alterar os resultados [45].
Latncias motoras distais maiores que 4,5 milissegundos e latncias sensoriais distais maiores
que 3,5 milissegundos so consideradas anormais. Assimetria da conduo das mos maior que 1
milissegundo para conduo motora e maior que 0,5 milissegundos para conduo sensitiva tambm
considerada anormal. Sinais de denervao da musculatura tenar podem ajudar a quantificar a
severidade da compresso do nervo mediano.
134
para
Reabilitao
Em geral no se aplica.
135
PATOLOGIAS DO OMBRO
Nesta sesso sero abordadas as seguintes patologias:
CDIGO CID-10
DOENAS
G54.0
M75.0
M75.1
M75.2
Tendinite bicipital
M75.3
M75.4
M75.5
Bursite do ombro
A histria clnica abaixo pictrica e tem como objetivo conduzir as discusses sobre as
patologias do ombro a serem descritas.
JF, 48 anos, branco, masculino, adentrou ao consultrio com movimento assimtrico entre o
membro superior direito e o membro inferior esquerdo. Queixa-se de dificuldade para trabalhar como
instalador de escapamentos de carros ao trabalhar com os braos elevados. Procurou atendimento em
pronto socorro, realizou radiografia do ombro que mostrou discreta calcificao na tuberosidade maior
do mero direito. Foi medicado com Profenid oral, tendo melhorado por 1 semana quando os
sintomas voltaram.
Com base nestes sintomas a empresa emitiu CAT com CID M75. O ortopedista assistente do
hospital solicitou ressonncia magntica do ombro que deve realizar em 20 dias. A empresa orientou,
tambm, que procurasse o INSS com o relatrio do mdico assistente, bem como do mdico do trabalho
da empresa.
1.
2.
Frente dor intermitente no ombro, que piora com esforos fsicos e noite, e que se irradia
para a face lateral do brao, queixa de crepitao e dificuldade para manter o brao elevado,
pensar em sndrome do manguito rotador (M75.1).
3.
Frente dor na face anterior do ombro, com piora flexo-extenso do cotovelo, dor palpao
do tendo no sulco bicipital, pensar em tendinite bicipital (M75.2).
136
4.
Frente dor sbita, contnua e forte intensidade, pensar em tendinite calcificada do ombro
(M75.3).
5.
6.
D ESCRIO
A dor cervical ou dor supraclavicular que se irradia para o brao pode ter como causa a
sndrome do desfiladeiro torcico ou sndrome da sada do trax. A utilizao do membro superior,
principalmente quando em posio de elevao sobre a cabea, em atividades como trabalhar
manualmente sobre veculos, trocar lmpadas, pintar paredes, lavar vidraas ou mesmo apoiar telefone
entre o ombro e a cabea. O segurado pode, ainda, relatar sensaes parestsicas principalmente na
distribuio do nervo ulnar e, ao exame fsico, podemos observar dedos esbranquiados ou frios. Esses
sintomas podem advir da compresso das artrias, veias ou mesmo de tronco do plexo braquial no
tringulo formado pelos msculos escaleno anterior e mdio, ou em localizaes mais distais.
A inatividade pode produzir uma hipotonia dos msculos da regio cervicoescapular
propiciando postura de anteriorizao dos ombros, postura esta que favorece a compresso das
estruturas vasculonervosas neste local. Outros fatores, como a presena de costela cervical de origem
congnita ou a presena de calo de fratura abundante ou mesmo de uma pseudoartrose da clavcula,
devem ser levados em considerao.
que
Casos
inelegveis
Profissional.
para
Reabilitao
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, com deficincia
bem caracterizada, incapacidade para o
trabalho e para a vida independente e renda
familiar compatvel com a legislao especfica
(Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
137
D ESCRIO
A capsulite adesiva uma doena de evoluo autolimitada, com ou sem antecedente de
traumatismo, capaz de levar fratura. Pode resultar de uma tendinite do supra-espinhoso ou de
bursites do ombro relacionadas ao trabalho, que evoluem com agravamento e complicaes.
comumente conhecida como ombro congelado, acomete geralmente pessoas entre 50 e 70 anos. uma
doena idioptica com 2 caractersticas principais: dor e contratura.
Na fase inicial da doena, a dor progressiva, mais noturna ou na tentativa de mobilizao do
ombro. agravada por esforos estticos, stress, exposio a frio ou vibrao. No decorrer da evoluo
da doena, h a perda da amplitude dos movimentos, principalmente da rotao externa e da abduo
do ombro.
A frequncia de acometimento bilateral maior em diabticos, no hipertireoidismo ou na
hipertrigliceridemia.
O diagnstico clnico.
A mobilizao precoce fundamental nos estgios iniciais da patologia.
REABILITAO
PROFISSIONAL (RP)
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
No se aplica.
Afastamento do trabalho por, no mnimo, 6 meses.
Em caso de exame pericial de seguimento, registrar as novas
amplitudes. Em funo da atividade laborativa, se houver
necessidade
de troca de funo, encaminhar para Reabilitao Profissional.
A maioria dos portadores da enfermidade mostra reduo gradual
da dor e retorno dos movimentos em perodos de 6 a 18 meses.
Avaliar potencial laborativo. Analisar posto de trabalho, em relao
amplitude atual de movimentos do ombro. Se necessrio,
adequar o posto de trabalho ou mudar de funo.
Casos excepcionais e com graves complicaes.
Segurado em idade avanada e inelegvel para cumprir Programa
de Reabilitao Profissional.
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada,
incapacidade para o trabalho e para a vida independente e renda
familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e
Decreto N 6.214/07).
138
D ESCRIO
Inflamao aguda ou crnica, acometendo tendes da bainha dos rotadores, especialmente por
compresso da bursa e do tendo supra-espinhal entre a grande tuberosidade do mero e a poro
anterior e inferior do acrmio e ligamento acrmio-clavicular, durante a elevao do brao.
Esta patologia mais comum em indivduos acima de 40 anos.Com sua progresso a dor no
ombro torna-se mais constante, podendo irradiar-se para a coluna cervical e membro superior.
Atividades com membros acima da cabea e movimentos repetitivos do brao agravam a patologia.
O quadro clnico caracteriza-se por dor intermitente no ombro, que piora com esforos fsicos e
noite. A dor pode se irradiar para a face lateral do brao e associar-se com a diminuio das foras de
rotao externa e abduo. O portador da enfermidade queixa-se de crepitao, dificuldade ou
impossibilidade para elevar ou manter o brao elevado.
O diagnstico essencialmente clnico, sendo auxiliado por radiografias simples do ombro com
incidncias especiais. O ultra-som do ombro, preferencialmente bilateral, pode mostrar tendinites,
bursites e leses incompletas do tendo supraespinhal, edema da cabea longa do bceps, afilamento,
ausncia parcial ou completa do tendo supra-espinhal, rupturas do tendo supra-espinhal e infraespinhal e alteraes degenerativas da bolsa subdeltodea.
139
No se aplica.
estgio 1: incapacidade de at 60 dias;
estgio 2: incapacidade de at 6 meses.
estgio 3: incapacidade de 12 a 18 meses.
. A maioria dos portadores da enfermidade
mostra reduo gradual dos sintomas em
perodos de at 18 meses
Encaminhar precocemente para Reabilitao
Profissional, mesmo na vigncia do
tratamento, os segurados que exeram
atividade que predispe ao impacto, ou seja,
aquelas que utilizam postura do ombro acima
o
de 60 de abduo.
Evitar atividades agravantes, que exijam
sustentao de peso
Analisar posto de trabalho, em relao s
atividades causadoras de impacto, ou seja,
aquelas que utilizam postura do ombro acima
o
de 60 de abduo. Se necessrio, adequar o
posto de trabalho ou mudar de funo.
Casos
excepcionais
complicaes.
com
graves
140
TENDINITE BICIPITAL
CID-10: M75.2
D ESCRIO
Trata-se de inflamao aguda ou crnica do tendo e da bainha sinovial da cabea longa do
bceps, no nvel da goteira intertubercular do mero. Tem sido descrita em associao com movimentos
de flexo de antebrao supinado estando, geralmente, associada com a tendinite de supra-espinhal.
causada por movimentos com sobrecarga de brao, abduo dos braos acima da altura dos ombros,
flexo associada com supinao do antebrao e elevao do cotovelo.
A tendinite bicipital pode ser confundida com tendinopatia do manguito rotador. A insero
musculotendinosa particularmente susceptvel a leses por sobrecarga, especialmente em tarefas de
levantamento de peso.
O quadro clnico caracteriza-se por dor na face anterior do mero (sulco bicipital), dificuldade
para realizao dos movimentos do membro superior afetado, principalmente de flexo do cotovelo,
com antebrao supinado, associados com esforo. Em caso de ruptura traumtica do tendo, h
retrao do msculo e o brao assume aspecto de brao de Popeye. A fora de flexo permanece, mas
a supinao enfraquece.
No se aplica.
Recuperao e retorno ao trabalho em mdia
aps 2 meses. Em atividades laborativas que
exijam esforos fsicos vigorosos, este tempo
pode ser maior.
Excepcionalmente
Casos
excepcionais
complicaes.
com
graves
141
D ESCRIO
Doena caracterizada pelo aparecimento de depsitos calcreos em tendes do manguito
rotador. Est relacionada s tendinites crnicas do supra-espinhal, sendo muitas vezes bilateral e
manifestando-se com maior frequncia entre 40 e 60 anos. Pode ocasionar dor crnica agravada por
alguns movimentos, ou incio agudo de uma dor muito intensa e limitante (tendinite calcificante aguda).
As calcificaes nos tendes dos rotadores do ombro, como parte do processo degenerativo, ocorrem
de forma sintomtica ou assintomtica.
O quadro clnico caracteriza-se, inicialmente, por crise aguda, com dor sbita, contnua e de
grande intensidade, o que impede os testes especficos. H espasmo muscular acentuado, discreto
aumento da temperatura e da perfuso sangunea da pele. Nos casos crnicos, a sintomatologia mais
discreta.
142
No se aplica.
Fisioterapia: 6 meses;
Outras condutas: 2 a 4 meses.
Encaminhar precocemente para Reabilitao
Profissional, mesmo na vigncia do
tratamento
Analisar a funo e o posto de trabalho, em
relao s atividades causadoras de impacto,
ou seja, aquelas que utilizam postura do
o
ombro acima de 60 de abduo. Se
necessrio, adequar o posto de trabalho ou
mudar de funo.
CID-10: M75.4
D ESCRIO
Consiste no impacto do manguito rotador na parte ntero-inferior do acrmio, especialmente
quando o ombro posicionado em flexo anterior e rotao interna. Sobrecarga ou microtraumas com
postura do membro acima da cabea contribuem para a situao de impacto. comum em atletas de
esportes que necessitam de movimentos acima da cabea (natao. basquete, vlei, tnis etc.).
Acomete comumente pessoas acima de 40 anos de idade. A imobilizao por tempo prolongado pode
provocar rigidez secundria.
O quadro clnico caracteriza-se de dor intermitente no ombro, de carter insidioso,
normalmente noturna (atrapalha o sono) e que piora com esforos fsicos. A dor pode irradiar-se para a
face lateral do brao. Na presena de roturas do manguito, pode haver dificuldade ou impossibilidade
de manter o brao elevado.
A evoluo pode ser dividida em 3 estgios:
1.
2.
143
3.
Registrar todas as amplitudes articulares, com o intuito de comparar com exames posteriores.
Prognstico: geralmente favorvel. O tempo de incapacidade laborativa depende da gravidade da
leso.
Favorvel: quando no existe leso do tendo (ou aps reparao cirrgica), com reabilitao e
mudana de atividade causadora de impacto.
Bom: aps acromioplastias.
Desfavorvel: nas leses extensas, no reparadas, nos idosos e naqueles inelegveis para
Reabilitao Profissional.
A maioria dos portadores da enfermidade mostra reduo gradual dos sintomas em perodos
de at 18 meses.
Encaminhar precocemente para Reabilitao Profissional, mesmo na vigncia do tratamento, os
segurados que exeram atividade que predispe ao impacto, ou seja, aquelas que utilizam postura do
o
ombro acima de 60 de abduo. Evitar, tambm, atividades agravantes, que exijam sustentao de
peso.
144
BURSITE DO OMBRO
CID-10: M75.5
D ESCRIO
A bursite de ombro a inflamao da bursa subacromial-subdeltoidia. A inflamao da bursa
provoca dor local, que piora com a mobilizao do ombro. Comumente secundria a um processo
inflamatrio ou degenerativo ou sndrome do impacto e pode ocorrer aps um trauma.
Atividades esportivas (basquete, voley, etc.) e laborais (pintar, manusear cargas acima da
cabea etc), que so executadas com os braos na linha dos ombros ou acima, especialmente na
elevao de objetos mesmo pequenos, podem gerar ou manter o quadro clnico. Nas atividades laborais
devem ser executadas modificaes no posto de trabalho, para evitar recorrncia do quadro.
O quadro clnico semelhante ao da tendinite do supra-espinhal, com dor intermitente.
Os tratamentos conservadores geralmente so resolutivos. Em casos crnicos, o tratamento
cirrgico pode ser necessrio.
145
146
CDIGO CID-10
DOENAS
M79.0
M80
M810
M84.1
M84.2
M86
Osteomielite
M87
Osteonecrose
M88
M89.0
147
b.
c.
d.
e.
Frente pobreza de sinais clnicos objetivos ao exame fsico, exceto pela presena de pontos gatilho
(mnimo de 11, dentre os 18 possveis), testes ortopdicos negativos, queixas vagas (dor generalizada),
ausncia de sinais flogsticos, dficit de mobilidade articular, persistncia dos sintomas, apesar de todo o
tratamento institudo, o Perito Mdico deve ficar alerta para o diagnstico de fibromialgia.
Histria de fratura, com trauma leve ou sem histria de trauma, deve-se pensar em fratura patolgica
(osteoporose, tumores, etc.)
Histria de fratura que ultrapasse o tempo habitual de consolidao, pensar em retardo de
consolidao e pseudo-artrose.
Histria de dor ssea localizada, seguida ou no de trauma, com sinais flogsticos localizados e
normalmente intensos, febre e alteraes no leucograma/VHS e RX, pensar em osteomielite aguda. Nos
casos sem histria de febre atual e com fstulas drenantes, pensar em osteomielite crnica.
Histria de distrbio da marcha, dor e limitao funcional em quadril de adulto progressivo, com ou
sem histria de trauma, com antecedentes pessoais de etilismo crnico e uso de medicao esteroidal
ou anticonvulsivante por tempo prolongado, pensar em osteonecrose da cabea femoral.
Histria de trauma ou imobilizao, com dor intensa de membro, que piora com a tentativa de
mobilizao articular, com alteraes trficas da pele (sudorese anormal, queda de pelos, pele
brilhante) e rigidez articular, pensar em algoneurodistrofia (distrofia de Sudeck, distrofia simpticoreflexa, causalgia).
D ESCRIO
A fibromialgia uma sndrome dolorosa, de causa desconhecida, que acomete principalmente
as mulheres com idade entre 40 a 60 anos e se caracteriza por dores difusas, sendo estes sintomas
influenciados por alteraes climticas, estresse emocional, grau de atividade fsica, etc. A patogenia
no est completamente compreendida. Atualmente so levantadas 3 hipteses para explicao da
fisiopatologia desta sndrome, que envolvem alteraes nos sistemas musculoesqueltico,
neuroendcrino e sistema nervoso central.
O sintoma caracterstico a dor muscular generalizada, frequentemente acompanhada de
fadiga e de anormalidades na qualidade do sono. Tais sintomas manifestam-se como perodos
intermitentes de melhora e piora.
Outras queixas so frequentemente referidas: distrbios do sono, fadiga matinal, sndrome da
perna inquieta, sensao de inchao, cibras e adormecimento nas pernas, diarria ou constipao,
dismenorria. Objetivamente no se percebe edema ou alteraes neurolgicas. A depresso pode ser
consequente dor e privao do sono.
O Guidelines do Colgio Americano de Reumatologia refere que existem 2 requisitos bsicos
para o diagnstico:
1.
148
2.
Pontos de controle para o examinador, a fim de avaliar os locais de presso dos testes, de
acordo com o Colgio Americano de Reumatologia:
a.
b.
c.
testa;
tero distal do antebrao direito; e
unha do polegar esquerdo
O quadro clnico caracteriza-se por dor espontnea e palpao na regio ou massa muscular
afetada. Pode haver aumento de tnus, contratura muscular e presena de pontos dolorosos, os
chamados pontos-gatilho miofasciais (trigger points), ou bandas de tenso dolorosas (tautbands).
Quando solicitado a apontar o ponto de dor mxima, a segurada/requerente aponta o local exato de
maior dor e no as reas de dor referida. Nas fases agudas, a dor tende a ser desencadeada pela
contrao do msculo envolvido.
Alguns indivduos encurtam sua carga laboral diria ou semanal e outros necessitam modificar
sua atividade laborativa.
No exame fsico, a compresso do ponto doloroso, com o polegar do examinador exercendo
uma fora equivalente a 4 kgf (esta fora corresponde aproximadamente ao embranquecimento da
unha do polegar), desencadeia dor de forte intensidade que no se repete em reas circunvizinhas ou
contra-laterais no afetadas.
O diagnstico baseia-se em histria clnica, exame fsico.
Manobra de rolar prega cutnea causa dor intensa com mnima manipulao de pele. Em
pessoas normais este teste no causa dor.
Prognstico favorvel. Os segurados toleram mais o trabalho sedentrio leve, com tarefas
diferentes que permitem mudanas de posio.
O Perito Mdico necessita registrar os pontos-gatilho.
No se aplica
149
D ESCRIO
Doena esqueltica sistmica, caracterizada por pouca massa ssea e deteriorao da
microarquitetura do tecido sseo, com consequente aumento da fragilidade ssea e susceptibilidade a
fraturas. A definio operacional de osteoporose sugerida pela Organizao Mundial da Sade, indica
que valores da densidade mineral ssea inferiores a 2,5 desvios padro da mdia de valor de pico em
adultos jovens so compatveis com o diagnstico, devido ao alto risco de fraturas. A partir da terceira
dcada de vida a reabsoro excede a formao ssea levando a osteopenia e osteoporose. Mulheres,
ao longo da vida, perdem 30-40% de osso cortical e 50% de osso trabecular. Homens perdem 15-20% de
osso cortical e 25-30% de osso trabecular.
Associada com 80% de todas as fraturas em pessoas com 50 ou mais anos. Fraturas vertebrais
consecutivas podem ocasionar cifose torcica, reduo da estatura e dores relacionadas a
deformidades. A fratura mais grave a do fmur proximal, pois est associada maior mortalidade e a
importantes limitaes no deambular e em outras funes cotidianas.
A fratura vertebral, que pode ser assintomtica em at 2/3 dos casos, pode apenas
diagnosticada acidentalmente em radiografias de trax ou abdome.
Fatores sociais: tabagismo e histria familiar de osteoporose.
Sexo: mulheres ps-menopausa, histerectomizadas, ooforectomizadas
Homens: hipogonadismo
150
desvios-padro da mdia de valor de pico em adultos jovens (escore T <2,5) so compatveis com o
diagnstico, devido ao alto risco de fraturas [47].
CRITRIOS DENSITOMTRICOS DA ORGANIZAO MUNDIAL DA SADE
CATEGORIA
NORMAL
OSTEOPENIA
ESCORE T
at -1
entre -1 e -2,5
OSTEOPOROSE
OSTEOPOROSE
ESTABELECIDA
-2,5 associado
fragilidade
fratura
de
151
D ESCRIO
A pseudo-artrose uma situao em que a fratura no mostra evidncias radiogrficas de
progresso do processo de consolidao, indicadas por esclerose nas extremidades da fratura, presena
de um hiato, calo ausente ou hipertrfico e persistncia ou alargamento do trao de fratura.
A pseudo-artrose deve ser compreendida como uma parada do processo natural de
consolidao, devido a uma ou ambas as causas: instabilidade maior que a capacidade natural do
organismo de super-la para alcanar a consolidao e/ou osso com vascularizao insuficiente para a
produo de tecido sseo.
O organismo no perde a capacidade de consolidar com a idade ou com a osteoporose senil.
fcil observar fraturas consolidando normalmente em idosos. A estabilizao adequada, principalmente
cirrgica, de ossos debilitados mais difcil e a estabilizao insuficiente prejudica a consolidao. As
pseudo-artroses tratadas corretamente tambm consolidam em prazos semelhantes aos de uma fratura
com caractersticas similares.
No se aplica.
De acordo com o tipo de fratura e tratamento.
Sugesto de afastamento por prazos mais
longos (em mdia, 180 dias).
Aps estabilizao da patologia, caso haja
necessidade de mudana de funo.
De acordo com a evoluo, idade, tipo de
tratamento,
presena
de
infeco
(osteomielite)
Na dependncia da idade, atividade laboral e
das sequelas.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos
graves, com deficincia bem caracterizada,
incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel
com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e
Decreto N 6.214/07).
152
OSTEOMIELITE
CID-10: M86
D ESCRIO
Processo inflamatrio agudo ou crnico do tecido sseo, produzido por bactrias piognicas.
Praticamente todos os ossos do corpo podem desenvolver a doena. A morfologia da infeco depende
do estgio e da localizao.
Osteomielite uma infeco do osso e da medula ssea e pode ser dividida em aguda,
subaguda e crnica. A osteomielite crnica persistente, severa e em algumas vezes incapacitante.
uma condio recorrente pela dificuldade de tratamento definitivo.
O diagnstico feito principalmente atravs de radiografia simples.
Sintomas:
a.
b.
c.
d.
dor localizada;
limitao de movimentos;
perda de sensibilidade; e
diminuio de fora.
E XAME FSICO
Dolorimento sseo palpao, possivelmente eritema e vermelhido
No se aplica.
153
OSTEONECROSE
CID-10: M87
D ESCRIO
A osteonecrose assptica ou avascular do joelho significa infarto sseo resultante
provavelmente de isquemia, localizando-se mais frequentemente no cndilo femoral medial [18].
A osteonecrose pode ser classificada em primria ou secundria. A primria tambm
chamada de idioptica ou de causa desconhecida. A secundria associada a processos sistmicos
identificveis, tais como uso de corticosterides ou lcool.
A osteonecrose idioptica apresenta-se mais frequentemente em indivduos com idade
superior a 60 anos, do sexo feminino, na proporo de 3 mulheres para 1 homem, sendo bilateral em
20% dos casos.
A etiologia permanece ainda desconhecida, procurando-se comumente relacionar seu
surgimento a alteraes vasculares ou ps-traumticas.
O principal sintoma a dor, que pode variar de intensidade, desde moderada at intensa. Na
fase inicial, ocorre piora da dor durante a noite que, depois de 6 a 8 semanas, pode diminuir
gradativamente. No exame fsico constata-se hipotrofia da musculatura do quadrceps e dor palpao
do cndilo femoral, podendo ser observados derrame articular e, em alguns casos, espessamento
sinovial. Nas fases iniciais a amplitude de movimento pode estar normal ou levemente diminuda. O
processo pode evoluir para dor constante, diminuio do movimento, crepitao, deformidade em varo
do joelho e aumento de volume, caracterizando-se, na fase final, a osteoartrose [46].
O achado radiogrfico inicial de achatamento do cndilo femoral pode ser a nica alterao
visvel, enquanto que, mais tardiamente, h o aparecimento de rea de radiotransparncia, rodeada de
reao esclertica, que finalmente adquire o aspecto radiogrfico de osteoartrose.
Estdio II
Estdio III
Estdio IV
154
para
Reabilitao
155
D ESCRIO
Necrose avascular a morte ou necrose de tecido sseo secundria ao desaparecimento de sua
irrigao sangunea.
A causa mais comum de necrose avascular o traumatismo. Fraturas do colo do fmur
subcapitais e transcervicais altas acompanhadas ou no de desvio podem interromper a irrigao
vascular cabea femural, estando associadas alta incidncia de necrose avascular. Ocorre na
populao de mais idade e unilateral, podendo estar associada a uma fratura em consolidao ou a
uma pseudartrose. O processo envolve toda cabea do fmur e pode estar associado a um dispositivo
de fixao interna e a um prolongado perodo de no sustentao ou de sustentao parcial do peso.
Esses fatores se combinam para tornar difcil o diagnstico precoce. Se os sintomas forem suficientes
para justificar tratamento cirrgico, a cirurgia de escolha uma endoprtese ou a artroplastia total do
quadril, dependendo da ocorrncia de envolvimento acetabular e da idade e nvel de atividade do
segurado/requerente.
A necrose avascular atraumtica ou idioptica ocorre em pessoas mais jovens, sendo bilateral
em mais de 50% dos casos. Sua etiologia exata ainda no foi esclarecida. Pode haver uma relao causal
entre embolismo com material gorduroso e osteonecrose. Os mbolos de gordura podem acumular-se
em arterolas intra-sseas, causando ocluso vascular. Uma fonte desses mbolos de gordura o fgado
gordo da hepatopatia associada ao alcoolismo, ou de indivduos que tomam elevadas doses de
esterides, ou ainda a coalescncia das lipoprotenas plasmticas endgenas, resultando em embolismo
contnuo ou intermitente. O tratamento prolongado com esterides pode estar associado a mbolos de
gordura nas arterolas subcondrais, hipertrofia dos adipcitos, e a um aumento gradual da presso
intramedular na cabea do fmur. O envolvimento bilateral dos quadris ocorre em at 80% dos casos de
osteonecrose induzida por esterides.
Outra hiptese sugere que o osso funciona como uma barreira de resistncia, tornando a
osteonecrose parecida com uma sndrome compartimental intra-ssea. O conceito de barreira de
resistncia implica que o fluxo sanguneo depende da presso externa. A cabea femoral funciona como
um compartimento sseo em que presses intravenosas crescentes promovem a obstruo do fluxo
venoso e isquemia secundria. Essa obstruo do fluxo pode ser secundria hipertrofia dos adipcitos,
que provoca aumento da presso no compartimento sseo fechado, resultando em congesto venosa e
reduo do fluxo.
Contrastando com o idoso com necrose avascular ps-traumtica, o portador de necrose
avascular idioptica muitas vezes jovem, e o objetivo nesse caso preservar, no substituir, a cabea
do fmur.
traumatismo importante;
b.
c.
d.
ps-irradiao;
e.
arteriopatia importante; e
f.
doena de Gaucher.
156
PROVVEIS:
a.
pequeno traumatismo;
b.
associada a esterides;
c.
hiperuricemia;
d.
ocluso venosa;
e.
f.
g.
osteoporose ou osteomalcia.
D IAGNSTICO
Em geral os achados do exame fsico so inespecficos. Pode haver reduo da amplitude de
movimentos, ou os movimentos provocam dor; marcha com claudicao, ou fraqueza muscular. Pode
ocorrer encurtamento do membro, caso tenha acontecido um colapso significativo da cabea do fmur.
Diversas tcnicas de imagem podem ser empregadas para o diagnstico de necrose avascular:
radiografias convencionais, tomogramas, tomografia computadorizada, cintilografia ssea com tecncio,
tomografia computadorizada por emisso simples de ftons, e ressonncia magntica. Nas radiografias
do quadril, so indicadas incidncias ntero-posteriores (AP) e laterais. A radiografia lateral mais
sensvel para a deteco de um achatamento em fase inicial, ou do sinal do crescente no interior da
cabea do fmur. A ocorrncia do sinal do crescente secundria ao colapso do osso subcondral; esse
sinal se manifesta como um crescente radiolucente abaixo da, e paralelo a superfcie articular (ou osso
subcondral).
A tomografia computadorizada, bem como os tomogramas, pode ter utilidade especificamente
na identificao da extenso e localizao do infarto, e como meio auxiliar na determinao do
envolvimento da cartilagem articular. A tomografia tambm pode identificar alteraes na cabea do
fmur mais cedo que as radiografias convencionais.
A ressonncia magntica tem maior sensibilidade e preciso no diagnstico de necrose
avascular que a cintilografia ssea com tecncio e a tomografia computadorizada. A ressonncia
magntica capaz de detectar precocemente uma reduo de sinal em casos de necrose avascular,
porque ocorrem diminuies no contedo de ons hidrognio com a osteonecrose, revascularizao, e
formao de osso novo.
157
so significativos. Portanto, na maior parte das vezes esse tambm um estgio prradiogrfico;
Estgio 2: nesse estgio, persistem os achados clnicos de dor e diminuio da amplitude de
movimentos, e surgem os primeiros achados radiogrficos. As radiografias mostram alteraes
no padro trabecular da cabea femoral e tambm possveis achados de osteoporose,
esclerose, ou formao de cistos. A afeco no Estgio 2 foi subdividida nos Subestgios 2A e
2B, na tentativa de identificar a fase de transio para o Estgio 3. No Subestgio 2A, no
ocorre achatamento da cabea do fmur, e a cabea do fmur mantm uma linha articular
normal e um contorno da superfcie articular igualmente normal. Alm disso, o Subestgio 2A
pode ser qualificado como predominantemente esclertico, ou predominantemente cstico,
dependendo do aspecto geral da cabea do fmur. A afeco no Subestgio 2B representa a
fase de transio, anunciado pelo surgimento do sinal do crescente, e predecessor do
achatamento inicial da cabea do fmur, que a princpio tambm pode estar presente na
afeco no Subestgio 2B;
Estgio 3: o Estgio 3 caracteriza-se pelo surgimento patognomnico de um sequestro na
cabea do fmur. Agora o contorno normal da cabea do fmur desapareceu e ocorre
achatamento. Pode ocorrer colapso femoral em grau varivel, mas o espao articular est
preservado. Os achados clnicos so: aumento da dor e perda dos movimentos, e tambm
incapacidade funcional e claudicao progressivas; e
Estgio 4: esse o estgio final da necrose avascular caracterizando-se pela perda progressiva
da cartilagem articular, estreitamento do espao articular, e envolvimento do acetbulo. O
achatamento (ou o colapso) da cabea do fmur pode piorar. Os achados clnicos so os da
artrose avanada.
O sistema de Ficat essencialmente descritivo, e no gradua ou avalia a extenso do processo
patolgico.
T RATAMENTO
O objetivo de todo tratamento consiste em interromper a progresso da afeco e impedir o
colapso (ou maior colapso) da cabea do fmur e a ocorrncia de uma artrite degenerativa progressiva.
O tipo de tratamento depende em parte do estgio no qual diagnosticada a afeco. O objetivo do
tratamento, especialmente em indivduos mais jovens, tentar a preservao ou salvamento da cabea
femoral normal e impedir alteraes degenerativas.
Foi demonstrado que o tratamento no cirrgico ineficaz em casos de necrose avascular.
Num grupo de pacientes tratados no cirurgicamente com sustentao normal do peso, e com restrio
na sustentao do peso, independentemente da situao de sustentao do peso, a percentagem de
progresso geral da afeco foi de 92%. Nos quadris diagnosticados antes do colapso radiogrfico, 81%
exibiram progresso. Portanto, to logo fique evidenciado clinicamente o diagnstico, a maioria dos
casos ir progredir, no importando sua situao de sustentao do peso. Uma reviso de 5 grandes
estudos de tratamento no cirrgico (conservador) da osteonecrose nos Estgios 2 e 3 de Ficat com 21 a
36 meses de acompanhamento, sugeriu que ocorreu progresso clnica em 86% dos pacientes, e
progresso radiogrfica em 78% dos pacientes. Em outro estudo, 2/3 de 53 quadris assintomticos
progrediram para o colapso subcondral dentro de 24 meses aps o diagnstico, e o restante progrediu
para esse estgio dentro de 6 anos.
Da mesma forma, foi feita reviso de um estudo em que os pacientes que terminaram sofrendo
necrose avascular bilateral e que foram admitidos na pesquisa com radiografias normais, quando um
dos quadris estava num estado pr-sintomtico. A necrose avascular rapidamente progrediu para o
colapso do quadril em elevada percentagem de pacientes num lapso de tempo relativamente curto
(mdia de 23 meses depois do momento de ingresso na pesquisa).
Os mtodos cirrgicos de tratamento incluem procedimentos que tentam salvar a cabea
femoral existente e procedimentos reconstrutivos. Os procedimentos de salvao so: descompresso
central, aplicao de enxerto sseo, osteotomia, estimulao eltrica, ou combinaes desses
158
para
Reabilitao
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, comprometimento
bilateral, com deficincia bem caracterizada,
incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel
com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e
Decreto N 6.214/07).
159
ALGONEURODISTROFIA (M89.0)
CID-10: M89.0
D ESCRIO
Algoneurodistrofia ou Distrofia Simptico-Reflexa (DSR) uma entidade clnica, caracterizada
por dor, em geral, intensa e difusa, desproporcional ao estmulo, acompanhada de alteraes
vasomotoras, que afeta mais frequentemente os membros superiores [49].
A fisiopatologia desconhecida e controversa, pois nem todos os casos se apresentam com
distrofia, ou com uma relao com o sistema simptico, mas a dor caracterstica e comum em todos.
O polimorfismo desta patologia gerou vrias denominaes conforme o quadro, sendo as mais
comuns: causalgia, sndrome ombro-mo, osteodistrofia de Sudeck, algodistrofia e osteoporose
transitria. Atualmente mais usado o termo sndromes dolorosas regionais complexas.
Quanto incidncia, DSR mais frequente em mulheres do que em homens, numa proporo
de 3 para 1, e o tipo de personalidade parece ter uma forte influncia na instalao dos sintomas. Estes
indivduos, com frequncia, so inseguros, instveis, hiperqueixosos e desconfiados.
Esta patologia uma complicao comum das fraturas da extremidade distal do rdio,
principalmente as tratadas com fixadores externos.
O diagnstico principalmente clnico. Os sinais cardinais so: dor (fora de proporo), edema,
rigidez e alteraes na cor da pele, aps um trauma na extremidade. Outros sinais secundrios que
podem estar presentes so osteoporose da extremidade, alteraes sudomotoras (incluindo da
temperatura), instabilidade vasomotora, fibromatose palmar e personalidade instvel do
segurado/requerente.
A dor o sintoma mais caracterstico desta sndrome. Ela se apresenta com uma intensidade
muito maior do que seria de se esperar da leso inicial, sendo constante e agravada com os menores
estmulos, como um leve toque ou qualquer tentativa de movimento ativo ou passivo, ou ainda com
fatores emocionais.
O edema tambm um sinal constante e, como a dor, em geral fora de proporo com o
trauma inicial.
Rigidez um quadro frequente e muito maior do que o encontrado aps um trauma ou
cirurgia, e pode ser explicado pela dor (atitude de defesa) ou pelo edema.
Alteraes simpticas: dependendo da fase da doena, a mo (ou p) pode se tomar ciantica,
plida ou avermelhada, principalmente ao nvel das articulaes metacarpo-falangianas e
interfalangianas. Nas fases iniciais comum ocorrer sudorese abundante.
importante se determinar clinicamente a fase.
Na fase inicial ou aguda, o que chama a ateno so a dor e o edema, sem proporo com o
trauma inicial. Esta fase dura em mdia 3 meses. Observa-se tambm sudorese e vermelhido, e a mo
pode estar bastante fria.
Na fase intermediria, que vai at o 9 ou 12 ms, a dor, ainda forte no incio e a sudorese,
diminuem lentamente e o edema se toma mais duro. A colorao avermelhada se torna mais plida ou
ciantica. Pode ocorrer hipertrofia da fscia palmar e a pele e o tecido subcutneo se tomam atrficos.
Nesta fase h uma intensa osteoporose no punho e na mo.
Na fase tardia, aps 1 ano, a dor aos movimentos tem menor intensidade. O edema cede,
porm as articulaes permanecem engrossadas devido fibrose nos ligamentos e cpsula. A pele
atrofiada seca e fria e a rigidez intensa. A osteoporose ainda bem marcada.
A DSR pode se apresentar de pelo menos 5 formas clnicas: causalgia menor, distrofia
traumtica menor, sndrome ombro-mo, distrofia traumtica maior e causalgia maior.
160
161
D ESCRIO
O termo sndrome ps-laminectomia utilizado para descrever a persistncia de dor lombar
e/ou no membro inferior aps cirurgia da coluna. Na prtica ocorre com frequncia na Percia Mdica e
representa um verdadeiro desafio. A sndrome ps-laminectomia rebelde ao tratamento, bem como,
s tentativas de preveno.
A maioria das cirurgias da coluna lombar visa o tratamento de patologia discal e normalmente
obtm bons resultados. Porm, a indicao cirrgica tem diminudo consideravelmente nos ltimos
anos, talvez pela boa evoluo com o tratamento conservador, quanto ao reconhecimento, no to
raro, de resultados cirrgicos desfavorveis (taxa de 10% de resultados ruins com relao ao alvio da
dor).
A sndrome ps-laminectomia tem grande impacto socioeconmico. Esses dados ressaltam a
importncia do conhecimento preciso dos fatores etiopatognicos que podem levar persistncia ou
recorrncia dos sintomas aps uma cirurgia discal lombar. Neste sentido, inmeros fatores tm sido
descritos em portadores de sndrome ps-laminectomia. Entre os mais importantes podemos citar a
recidiva herniria, a fibrose epidural envolvendo a raiz nervosa, a instabilidade mecnica ps-operatria,
a doena degenerativa levando estenose foraminal ou do canal vertebral lombar, a aracnoidite, o
trauma radicular perioperatrio, a coexistncia de outras patologias sistmicas ou locais e a presena de
distrbios psicolgicos e/ou situaes envolvendo ganhos secundrios. Por outro lado, a persistncia
dos sintomas pode ocorrer mesmo na ausncia de qualquer uma das condies citadas acima.
A incidncia das diferentes etiologias que levam persistncia da dor aps cirurgia de hrnia
discal lombar no est bem estabelecida, mas o diagnstico diferencial entre recidiva herniria e fibrose
epidural particularmente importante devido a suas implicaes periciais.
A recidiva se caracteriza por lombociatalgia. Nesse sentido, a lombalgia um achado quase
universal nos estudos de sndrome ps-laminectomia. Quanto dor nos membros, ela pode apresentar
caractersticas mono ou polirradiculares com trajeto igual ou diferente do trajeto da dor que levou
cirurgia. A caracterstica mais marcante da dor na sndrome ps-laminectomia sua intensidade e
persistncia, levando a grande incapacidade.
Os achados de exame fsico tambm parecem pouco especficos. O sinal de Lasgue ,
consideravelmente mais frequente na recidiva herniria, porm tambm tem sido descrito na fibrose
o
epidural. No entanto, o sinal de Lasgue abaixo de 50 ou Lasgue contralateral so raros na sndrome
ps-laminectomia.
A maioria dos indivduos apresenta uma importante limitao da mobilidade lombar.
Alteraes neurolgicas, como parestesias, fraqueza muscular, dficit sensorial e diminuio de
reflexos, podem ocorrer na sndrome ps-laminectomia.
Muitos estudos clnicos tm sido realizados para avaliar o grande e complexo grupo de
pacientes com sndrome ps-laminectomia. A radiografia simples permite apenas a observao dos
locais de laminectomia ou de alteraes tardias nas complicaes infecciosas discovertebrais. No
entanto, na maioria dos casos, a radiografia convencional no til na abordagem diagnstica desses
pacientes. A tomografia computadorizada com injeo endovenosa de contraste tambm foi utilizada
por vrios autores, porm com limitaes importantes. O exame de escolha para avaliao da sndrome
ps-laminectomia a ressonncia magntica, que permite visibilizao multi-planar altamente sensvel
para as complicaes ps-operatrias. Deve-se ressaltar, no entanto, que os achados de tomografia e
ressonncia so mais sensveis do que especficos, sendo comuns alteraes de imagem em pacientes
assintomticos.
A primeira considerao que deve ser feita no caso de lombociatalgia ps-operatria se a
cirurgia foi, inicialmente, bem indicada ou no. A presena de lombalgia sem ciatalgia, erros
diagnsticos em casos de protruses discais sem hrnia verdadeira comprimindo a raiz, presena de
162
163
No se aplica.
Em geral longa;
Nos casos de complicao ou recuperao
ps-operatria sugere-se entre 120 a 180 dias.
Encaminhar precocemente se o segurado for
elegvel.
Em casos sintomticos, porm elegveis,
afastar o segurado de postos de trabalho que
exijam sobrecarga da coluna.
Em situaes de fibrose epidural, segurado
jovem, com possibilidade de recuperao para
alguma atividade laborativa.
A maioria dos casos de fibrose epidural e
casos
inelegveis
para
Reabilitao
Profissional.
Em geral no se aplica.
Exceo nos casos graves, comprometimento
bilateral, com deficincia bem caracterizada,
incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel
com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e
Decreto N 6.214/07).
164
APRESENTAO
Apresentamos a seguir uma lista com proposta de tempo de recuperao provvel para
algumas leses e traumatismos consequentes a causas externas. Novamente, esta no foi uma tarefa
fcil. Nem sempre possvel o consenso, pois as condutas no so obrigatoriamente consensuais, como
tambm se verifica diversidade das prticas em funo de maior ou menor acesso a recursos
tecnolgicos na assistncia sade no pas. O tempo proposto foi construdo a partir da reviso da
literatura disponvel como por exemplo Baremas de outros sistemas de seguro social [50,51], discusso
de especialistas que compuseram o grupo de trabalho e de contatos feitos com outros especialistas em
ortopedia que receberam correspondncia e se dispuseram em preencher uma lista de provveis
tempos de consolidao das fraturas. As respostas foram revistas pelo GT Ortopedia e, somando-se a
experincia do grupo, chegou-se proposta abaixo.
A lista composta de 2 partes, sendo a primeira com o provvel tempo fisiolgico para a
consolidao da leso e a segunda parte que soma o tempo fisiolgico ao tempo de recuperao total,
fisioterapia e outras prticas complementares, se necessrio.
Salientamos que esta lista foi elaborada com base nos seguintes princpios:
a.
b.
c.
d.
fraturas no complicadas;
tratamento conservador;
indivduos adultos, hgidos, sem patologias prvias ou comorbidades; e
no foram considerados aspectos ocupacionais.
165
Recuperao
45
90
45
90
45
90
45
90
45
90
45
90
S13
30
90
30
30-60
30
60
15
15
S16
15
15
30-45
60
30
30
30
40
30
60
30
90
30
60
30
60
30
45
30-60
180
30
45
30-60
180
30
60
30
60
30
60
30
45
15
15
30
60
S12
Fratura do pescoo
S32
S42
Luxao, entorse ou distenso das articulaes e dos ligamentos da coluna lombar e da pelve
166
30
60
30-40
90
45-60
90
45-60
120
60
120
21
30
21
30
21
30
15
15
15
15
15
15
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
S46
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
30
RP
30
RP
15
15
15
15
45
60
40
60
50
70
45
60
45
90
45
90
45
90
S44
S48
S52
Fratura do antebrao
167
45
90
21
45
21
45
21
45
15
15
**
**
**
**
**
**
**
**
S56
**
**
**
**
**
**
**
**
S56.3 antebrao
**
**
**
**
**
**
21
RP
21
RP
21
RP
15
15
45
90
45
90
30
60
30
60
30
90
21
45
21
45
21
60
21
45
15
30
S53
S54
S58
S60
S62
S63
168
15
30
**
**
S63.4
**
**
21
30
15
20
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
S66
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
21
RP
21
RP
21
RP
S68.3 da mo
21
RP
21
RP
15
15
15
15
30
90
S64
S68
Amputao traumtica combinada de (partes de) dedo(s) associada a outras partes do punho e
S72
S73
Fratura do fmur
169
15
15
**
**
**
**
**
**
**
**
S76
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
60
RP
60
RP
60
RP
15
15
45
90
60
90
60
90
60
90
45
60
45
90
45
90
60
120
21
40
30
60
40
60
21
30
**
**
**
**
S84
**
**
**
**
**
**
**
**
S86
**
**
S74
S78
S82
S83
170
**
**
S86.1
**
**
S86.2
**
**
S86.3
**
**
**
**
S88
21
100
21
100
21
100
60
120
60
120
45
90
30
60
21
45
21
45
60
120
30
40
21
30
21
45
30
60
21
30
S94
**
**
**
**
**
**
**
**
**
**
S96
**
**
S96.0
Traumatismo do msculo e tendo do msculo flexor longo do(s) artelho(s) ao nvel do tornozelo e do p
**
**
S96.1
**
**
**
**
**
**
S98
21
100
21
100
21
30
21
30
21
100
S92
S93
T02
171
**
RP
**
RP
**
RP
T05
**
RP
T05.1 Amputao traumtica de uma mo e de outro brao (qualquer nvel exceto mo)
**
RP
**
RP
**
RP
**
RP
**
**
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**
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**
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T91
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T92
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T93
**
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**
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**
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172
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175
Notas:
1 - Ao final de cada agrupamento esto indicados intervalos de CID-10 em que se reconhece
Nexo Tcnico Epidemiolgico, na forma do 1o do art. 337, entre a entidade mrbida e as
classes de CNAE indicadas, nelas includas todas as subclasses cujos 4 dgitos iniciais sejam
comuns.
2 - As doenas e respectivos agentes etiolgicos ou fatores de risco de natureza ocupacional
listados so exemplificativos e complementares.
DOENAS DO SISTEMA OSTEOMUSCULAR E DO TECIDO CONJUNTIVO,
RELACIONADAS COM O TRABALHO
(Grupo XIII da CID-10)
AGENTES ETIOLGICOS OU FATORES
DE RISCO DE NATUREZA
OCUPACIONAL
DOENAS
I - Artrite Reumatide associada a
Pneumoconiose dos Trabalhadores
do Carvo (J60.-): Sndrome de
Caplan (M05.3)
II - Gota
(M10.1)
induzida
pelo
176
DOENAS
(W43.-;
177
DOENAS
XIV - Fluorose
(M85.1)
do
1. Fsforo
e
seus
compostos
(Sesquissulfeto
de
Fsforo) (X49.-;
XV - Osteonecrose
(M87.-): Z57.5) (Quadro XII)
Osteonecrose devida a drogas
2. Vibraes
localizadas
(W43.-;
(M87.1); Outras Osteonecroses
Z57.7) (Quadro XXII)
secundrias (M87.3)
3. Radiaes ionizantes (Z57.1) (Quadro
XXIV)
XVI - Ostelise (M89.5) (de falanges Cloreto de Vinila (X49.-; Z57.5) (Quadro
distais de quirodctilos)
XIII)
XVII - Osteonecrose no Mal dos Ar Comprimido (W94.-; Z57.8) (Quadro
Caixes (M90.3)
XXIII)
XVIII - Doena de Kienbck do
Adulto (Osteo-condrose do Adulto
Vibraes
localizadas
do Semilunar do Carpo) (M93.1) e
Z57.7) (Quadro XXII)
outras
Osteocondro-patias
especificadas (M93.8)
(W43.-;
178
INTERVALO CID-10
CNAE
M00-M25
0113
1013
1072
1413
2341
2550
2865
3600
4211
4313
4661
5021
8424
9491
0131
1020
1091
1532
2342
2710
2866
3701
4212
4319
4711
5212
8430
9601
M30-M36
M40-M54
0113
0910
1052
1321
1510
1732
2211
2349
2521
2733
2862
2950
3811
4222
4329
4682
4930
5612
8610
M60-M79
0113 0155 0210 0220 1011 1012 1013 1020 1031 1033
1051 1052 1062 1064 1092 1093 1094 1095 1096 1099
1122 1311 1314 1321 1323 1340 1351 1352 1354 1359
1411 1412 1413 1414 1421 1510 1521 1529 1531 1532
1533 1540 1623 1732 1733 1742 1749 2040 2063 2091
2110 2121 2123 2211 2219 2221 2222 2223 2229 2312
2319 2342 2349 2439 2443 2449 2451 2531 2539 2541
2542 2543 2550 2591 2592 2593 2610 2631 2632 2640
2651 2710 2721 2722 2732 2733 2740 2751 2759 2813
2814 2815 2822 2823 2824 2840 2853 2854 2861 2864
2866 2869 2920 2930 2941 2942 2943 2944 2945 2949
3092 3101 3102 3104 3230 3240 3250 3291 3299 3316
3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4221
4632 4634 4711 4713 4912 5111 5120 5212 5221 5222
5223 5229 5310 5320 5612 5620 6021 6022 6110 6120
6130 6141 6142 6143 6190 6209 6311 6399 6422 6423
6431 6550 7410 7490 7719 7733 8121 8122 8129 8211
8219 8220 8230 8291 8292 8299 8610 9420 9601
0131
0990
1061
1323
1532
1733
2212
2391
2522
2813
2864
3011
3812
4223
4391
4685
5012
5620
9420
0133
1031
1122
1621
2349
2813
2869
3702
4213
4321
4721
5310
8591
0133
1011
1062
1340
1610
1931
2219
2431
2539
2815
2866
3101
3821
4291
4399
4686
5021
6431
0210
1033
1220
1732
2431
2815
2920
3811
4221
4329
4921
5611
8610
0210
1012
1064
1351
1621
2012
2221
2439
2542
2822
2869
3102
3822
4292
4621
4687
5211
7719
0220
1041
1311
1733
2443
2822
2930
3812
4222
4391
4922
5620
9200
0220
1013
1071
1354
1622
2019
2222
2441
2543
2832
2920
3240
3839
4299
4622
4689
5212
7732
0810
1051
1321
1931
2449
2852
2944
3821
4223
4399
4923
7719
9311
0892
1052
1351
2012
2511
2853
2945
3822
4291
4621
4924
8121
9312
0910
1061
1354
2019
2522
2854
2950
3839
4292
4622
4929
8122
9313
1011
1064
1411
2312
2539
2861
3011
3900
4299
4623
4930
8129
9319
1012
1071
1412
2330
2543
2862
3102
4120
4312
4636
5012
8411
9420
0230
1020
1072
1411
1623
2029
2312
2443
2550
2833
2930
3321
3900
4311
4623
4921
5221
8121
0500
1031
1092
1412
1629
2040
2320
2449
2592
2852
2942
3329
4120
4312
4632
4922
5222
8122
0710
1033
1122
1413
1710
2091
2330
2451
2593
2853
2943
3600
4211
4313
4636
4923
5223
8129
0810
1041
1311
1421
1721
2093
2341
2511
2710
2854
2944
3701
4212
4319
4661
4924
5229
8424
0892
1051
1312
1422
1722
2123
2342
2513
2722
2861
2945
3702
4213
4321
4681
4929
5310
8430
179
No se aplica
At 30 dias. Em exame pericial de seguimento, ou com complicaes, avaliar caso a caso.
Em casos graves afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da articulao afetada.
Em situaes de complicao avaliar caso a caso.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Prognstico: geralmente favorvel quando tratado convenientemente.
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da articulao afetada.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6, 7 e 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
180
Em casos graves, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga das articulaes afetadas.
Em situaes de complicao, avaliar caso a caso.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Geralmente favorvel, quando tratado convenientemente.
FATORES OCUPACIONAIS
No se aplica.
AUXLIO-ACIDENTE
No se aplica..
ISENO DE CARNCIA
No se aplica..
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida independente e renda familiar
compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
181
Em casos graves, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga das articulaes afetadas.
Em situaes de complicao, avaliar caso a caso.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Geralmente favorvel, quando tratado convenientemente.
FATORES OCUPACIONAIS
No se aplica.
AUXLIO-ACIDENTE
No se aplica..
ISENO DE CARNCIA
No se aplica..
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida independente e renda familiar
compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
182
M05 AR SORO-POSITIVA
AUSNCIA DE INCAPACIDADE (T1) No se aplica, exceto em casos raros que apresentam sintomatologia branda.
Geralmente longa.
Para trabalhadores sedentrios ou que executam atividades com esforo fsico leve a moderado, sugere-se de 30 at 90 dias de
DATA DE CESSAO DE BENEFCIO afastamento.
Para trabalhadores em atividades pesadas, o tempo de afastamento pode se prolongar com possvel sugesto de R2 ou mesmo
(DCB)
limite indefinido.
Em exame pericial de seguimento, ou com complicaes, avaliar caso a caso.
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
Em casos graves, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga das articulaes afetadas.
Em situaes de complicao, avaliar caso a caso.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
No se aplica.
AUXLIO-ACIDENTE
No se aplica..
ISENO DE CARNCIA
No se aplica..
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida independente e renda familiar
compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
183
Em casos graves, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga das articulaes afetadas.
Em situaes de complicao, avaliar caso a caso.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
No se aplica.
AUXLIO-ACIDENTE
No se aplica..
ISENO DE CARNCIA
No se aplica..
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida independente e renda familiar
compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
184
M10 GOTA
AUSNCIA DE INCAPACIDADE (T1) Casos de hiperuricemia e artalgia sem artrite.
Gota aguda: entre 10 a 15 dias para controle do processo inflamatrio.
DATA DE CESSAO DE BENEFCIO Gota crnica agudizada: entre 30 a 45 dias. Nestes casos, no h relao com a atividade laborativa e sim com a tentativa de
(DCB)
melhor controle lgico em um caso mais intenso.
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
Artropatia crnica com limitao funcional definida para a atividade laboral exercida .
No se aplica.
Limitao grve poliarticular.
Geralmente favorvel. A doena, por si s, no incapacitante. O quadro doloroso agudo costuma regredir em at uma
semana, quando devidamente tratado.
FATORES OCUPACIONAIS
No se aplica.
AUXLIO-ACIDENTE
No se aplica..
ISENO DE CARNCIA
No se aplica..
No se aplica.
185
No se aplica.
DATA DE CESSAO DE BENEFCIO Casos agudos podem se resolver em at 30 dias; prazo na dependncia da repetitividade da hemartrose e do comprometimento
(DCB)
clnico da articulao.
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam carga na articulao comprometida e/ou deambulao constante.
Nos casos com baixa resposta ao tratamento clnico.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da articulao afetada.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6, 7 e 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
Nos casos graves, crnicos de artropatia por hemofilia, com graves sequelas e com deficincia bem caracterizada, incapacidade
para o trabalho e para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto
N 6.214/07).
186
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos de carregar pesos, subir e descer escadas, agachar, abaixar e
caminhar frequentemente.
Nos jovens, com baixa resposta ao tratamento clnico e indicao de tratamento cirrgico.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Reservado. A doena costuma ter evoluo progressiva e incapacitante, principalmente se cursando concomitantemente com
obesidade. O prognstico depende de ser uni ou bilateral, bem como da progresso da leso.
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do joelho afetado.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Sequelas de acidentes de qualquer natureza.
Nos casos graves, crnicos, irreversveis, com comprometimento bilateral, deficincia bem caracterizada, incapacidade para o
trabalho e para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
187
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos de carregar pesos, subir e descer escadas, agachar, abaixar e
caminhar frequentemente.
Nos jovens, com baixa resposta ao tratamento clnico e indicao de tratamento cirrgico.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Reservado. A doena costuma ter evoluo progressiva e incapacitante, principalmente se cursando concomitantemente com
obesidade. O prognstico depende da localizao, bem como do tamanho e progresso da leso.
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do joelho afetado.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Sequelas de acidentes de qualquer natureza.
Nos casos graves, crnicos, irreversveis, com comprometimento bilateral, deficincia bem caracterizada, incapacidade para o
trabalho e para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
188
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Movimentos repetitivos com o polegar ou uso de pina do polegar. Uso de ferramentas giratrias e/ou vibratrias
por longo tempo
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
No se aplica.
189
BENEFCIO (DCB)
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos de carregar pesos ou posio que exija a
permanncia do Membro Superior acima de 90 de abduo.
Nos jovens, com baixa resposta ao tratamento clnico e indicao de tratamento cirrgico.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do ombro
afetado.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
190
BENEFCIO (DCB)
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos repetitivos ou uso de fora na articulao do
punho.
Nos jovens, com baixa resposta ao tratamento clnico e indicao de tratamento cirrgico.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Geralmente bom; pode ser reservado em casos de evoluo desfavorvel.
FATORES OCUPACIONAIS
Movimentos repetitivos com o polegar ou uso de pina do polegar. Uso de ferramentas giratrias e/ou vibratrias
por longo tempo
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
No se aplica.
191
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos de carregar pesos, agachar, abaixar e caminhar
frequentemente.
Nos jovens, com baixa resposta ao tratamento clnico e indicao de tratamento cirrgico.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do membro
afetado.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
192
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
Prolongada em casos sintomticos, na vigncia de pouca resposta ao tratamento institudo, recidivas, mas com
recuperao laborativa ainda possvel.
Em casos incompatveis com a profisso e com potencial laborativo residual.
Em casos sintomticos, na vigncia de pouca resposta ao tratamento institudo, mas com recuperao laborativa
ainda possvel.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam o uso do segmento afetado.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 4, 5, 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
Trata-se de doena que isenta de carncia. Atentar para a correta fixao da DID e DII, de acordo com a OI 163/07
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida independente e
renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
193
M21 OUTRAS DEFORMIDADES ADQUIRIDAS DOS MEMBROS: DESIGUALDADE DOS MEMBROS INFERIORES
DATA DE CESSAO DE
Nos casos com encurtamentos at 4 cm ou em encurtamentos maiores que 4 cm que no impossibilitem o exerccio
da funo laborativa e/ou so passveis de compensao das desigualdades com rteses.
Geralmente longo nos casos com indicao cirrgica. Prazo na dependncia da tcnica cirrgica realizada.
BENEFCIO (DCB)
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
Nos casos em que o segurado apresente encurtamento que o impea de desempenhar funcionalmente sua
atividade declarada, porm com potencial laborativo residual.
Nos casos de complicao do tratamento cirrgico.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Favorvel.
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam uso constante do membro
afetado.
Desigualdade real superior a 4 cm. Quadro n 7 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Sequelas de acidentes de qualquer natureza.
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida independente e
renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
194
DATA DE CESSAO DE
BENEFCIO (DCB)
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos de carregar pesos, agachar, abaixar e caminhar
frequentemente.
Na falncia do tratamento conservador e nos casos de complicao do tratamento cirrgico.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
PROGNSTICO
Favorvel nos estgios iniciais da doena, pequeno comprometimento da cartilagem e reservado em casos de
evoluo desfavorvel.
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do joelho afetado.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
No se aplica.
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida independente e
renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
195
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos de carregar pesos, agachar, abaixar e caminhar
frequentemente.
Nos casos de complicao do tratamento cirrgico.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Favorvel.
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do joelho afetado.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Sequelas de acidentes de qualquer natureza.
No se aplica.
196
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
30 dias em leses do 1 grau do ligamento colateral medial; 180 dias em leses do 2 grau do ligamento colateral
medial; acima de 180 dias em leses do 3 grau do ligamento colateral medial e para leso de outros ligamentos, em
qualquer grau, avaliar caso a caso.
Nas leses de 2 e 3 graus, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos de agachar, abaixar e
caminhar frequentemente e por longos perodos.
Nos casos de complicaes do tratamento cirrgico.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Favorvel nas leses isoladas; reservado nas leses complexas.
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do joelho afetado.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
No se aplica.
197
PROGNSTICO
Muito varivel, na dependncia da articulao atingida, grau de comprometimento e mesmo do tipo e grau da contratura.
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da articulao afetada.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6, 7 e 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida independente e renda familiar
compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
198
REABILITAO PROFISSIONAL
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da articulao
afetada.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida independente e
renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
199
M 40 CIFOSE E LORDOSE
AUSNCIA DE INCAPACIDADE (T1) Na grande maioria dos casos.
DATA DE CESSAO DE
BENEFCIO (DCB)
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
Nos casos de fratura patolgica sem complicao, sugere-se o afastamento, em mdia, por 60 dias.
Em situaes de complicao (de fratura, paraplegia etc.) avaliar caso a caso.
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga de peso ou movimentos que prejudiquem o
segurado com curva acima de 40 (Cobb).
Em situaes de complicao, avaliar caso a caso, ex.: fraturas patolgicas, pseudoartrose etc..
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Segurados com curvas abaixo de 40 Cobb tm prognstico laboral favorvel. Curvas acima de 40 Cobb, avaliar de
acordo com o aparecimento de comorbidades.
FATORES OCUPACIONAIS
No se aplica.
AUXLIO-ACIDENTE
No se aplica.
ISENO DE CARNCIA
No se aplica.
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
No se aplica.
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
Nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, por exemplo: fraturas patolgicas, paraplegia, incapacidade
para o trabalho e para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93
e Decreto N 6.214/07).
200
M 41 ESCOLIOSE
AUSNCIA DE INCAPACIDADE (T1) Na grande maioria dos casos (at 50 Cobb sem grandes alteraes degenerativas).
DATA DE CESSAO DE BENEFCIO Em geral, longo nos casos de complicao (comprometimento cardio-pulmonar) ou para recuperao ps-operatria (180 dias).
(DCB)
Para recuperao ps-operatria sugere-se, em mdia, 180 dias.
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
Em casos graves (curvas maiores que 50 Cobb), afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da coluna.
Em situaes de complicao avaliar caso a caso (fraturas, paraplegia, pseudoartrose etc.).
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com comorbidades, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da coluna.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem no Quadro 6 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
Na criana durante o perodo de tratamento com coletes, cirurgias etc. e no adulto com deformidades graves e rgidas e
incapacidade para o trabalho e para a vida independente. Renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N
8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
201
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
Em geral longo nos casos de complicao (deformidades graves e rgidas) ou para recuperao ps-operatria
(Mdia de 180 dias).
Em casos graves (curvas maiores que 80o Cobb) afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da
coluna.
Em situaes de complicao avaliar caso a caso (deformidades graves e dolorosas).
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Favorvel, do ponto de vista laborativo, por acometer preferencialmente a adolescncia; reservado em casos de
evoluo desfavorvel.
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da coluna.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem no Quadro 6 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Sequelas de acidentes de qualquer natureza.
Quando se caracterizar como molstia profissional.
Na criana durante o perodo de tratamento com coletes, cirurgias etc. e no adulto com deformidades graves e
rgidas e incapacidade para o trabalho e para a vida independente. Renda familiar compatvel com a legislao
especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
202
Em casos sintomticos (Graus 3 e 4) afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da coluna.
Avaliar caso a caso em situaes de complicao ps-operatria.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Favorvel do ponto de vista laborativo em Graus 1 e 2. Reservado em casos de evoluo desfavorvel.
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga da coluna lombar.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem no Quadro 6 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Sequelas de acidentes de qualquer natureza.
Em geral no se aplica. Exceo aos casos de grau 4, com mielopatia e em casos graves, irreversveis com incapacidade para o
trabalho e para a vida independente. Renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
203
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
Normalmente prolongada (180 dias ou R2) em casos sintomticos. Na vigncia de tratamento com boa resposta
teraputica, avaliar caso a caso (afastamento de 30 a 180 dias).
Casos incompatveis com a profisso e com potencial laborativo residual.
Em casos sintomticos, segurado jovem e na vigncia de tratamento sem boa resposta teraputica, porm ainda
sem comprometimento respiratrio.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Favorvel. Pode ter evoluo muito lenta.
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos de sobrecarga da coluna.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem no Quadro 6 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Trata-se de doena que isenta de carncia. Atentar para a correta fixao da DID e DII.
A doena isenta de imposto de renda.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com pouca mobilidade da coluna por ancilose ampla e em casos
irreversveis (comprometimento da respirao), com incapacidade para o trabalho e para a vida independente.
Renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
204
M 46.1 SACROILETE
AUSNCIA DE INCAPACIDADE (T1) Em casos iniciais e compatveis com a profisso.
DATA DE CESSAO DE
BENEFCIO (DCB)
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
205
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
206
No se aplica.
Muito varivel. Prolongada em casos sintomticos, na vigncia de tratamento com boa resposta teraputica.
Reabilitao Profissional
Reviso em 2 anos (R2)
Limite Indefinido (LI)
Prognstico
Fatores Ocupacionais
Auxlio-Acidente
Iseno de Carncia
Iseno de Imposto de Renda
Benefcio de Prestao
Continuada (BPC)
207
Em geral longo, em casos de mielopatia ou radiculopatia ou para recuperao ps-operatria (mdia de 180 dias).
BENEFCIO (DCB)
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
ISENO DE IMPOSTO DE
RENDA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
208
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
209
FATORES OCUPACIONAIS
Em casos sintomticos, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam movimentos de sobrecarga da coluna.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
210
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
211
No se aplica
No se aplica
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
Favorvel.
Trabalho pesado, levantamento de peso, trabalho sentado de forma prolongada.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Sequelas de acidentes de qualquer natureza.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
212
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
213
M 65 SINOVITES E TENOSSINOVITES
Grau 1 (dor leve aps exerccio, desaparecendo em 24 horas) e Grau 2 (dor leve com exerccio, no interferindo com
a atividade).
DATA DE CESSAO DE BENEFCIO Grau 3 (dor que interfere com atividade, ainda sem indicao de reabilitao profissional), afastamento de at 60
(DCB)
dias.
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
Grau 3 (dor que interfere com atividade e com indicao de reabilitao profissional), Grau 4 (dor provocada pelas
atividades de vida diria) e Grau 5 (dor constante, em repouso, que interfere com o sono). Casos incompatveis com
a profisso e com potencial laborativo residual.
Em situaes de complicao, avaliar caso a caso.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Favorvel. Com a fase aguda resolvida, o retorno ao trabalho deve ser planejado para evitar recorrncias.
FATORES OCUPACIONAIS
Movimentos repetitivos de punhos e dedos: flexo, extenso, desvio ulnar e radial, pronosupinao. Anlise
ergonmica criteriosa do posto de trabalho.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
214
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial (Ax1), encaminhar precocemente para a
Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel
Em complicaes ps-operatrias graves.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Prognstico: favorvel.
Movimentos repetitivos com fora, flexo e extenso de punhos, compresso mecnica na palma da mo, uso de fora na
palma da mo e vibraes.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadro 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Sequelas de acidentes de qualquer natureza.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
215
Segurados em quadro clnico inicial, sem engatilhamento, no possuem incapacidade laborativa, pois a doena se
resolve normalmente com o tratamento, em at 15 dias.
DATA DE CESSAO DE BENEFCIO Casos mais complexos, com engatilhamento habitual que costumam ser tratados cirurgicamente, com sucesso, 30
(DCB)
dias para ps-operatrio.
REABILITAO PROFISSIONAL
No se aplica.
No se aplica.
No se aplica.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Muito bom.
Combinao de movimentos repetitivos com esforo: preenso forte e compresso palmar.
AUXLIO-ACIDENTE
No se aplica.
ISENO DE CARNCIA
No se aplica.
Em geral no se aplica.
216
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial, encaminhar precocemente
para a Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel
No se aplica
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Favorvel.
FATORES OCUPACIONAIS
Movimentos repetitivos do polegar, flexo, extenso, rotao ou desvio ulnar repetido, principalmente se associado
com fora, polegar elevado ou abduzido, uso prolongado de tesouras.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
217
No se aplica
No se aplica
No se aplica
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
No se aplica
AUXLIO-ACIDENTE
No se aplica
ISENO DE CARNCIA
No se aplica
No se aplica
218
Quadro clnico inicial e com at 40 de flexo do dedo. Dependendo da atividade laborativa, no existe
incapacidade.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
219
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
220
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Como podem resultar de outras doenas primrias do ombro relacionadas ao trabalho, pode ser necessria anlise
ergonmica do posto de trabalho.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
Ateno! Registrar no SABI todas as amplitudes articulares do ombro, com o intuito de comparar com exames posteriores.
221
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
Prognstico: favorvel. O tempo de incapacidade laborativa depende da gravidade da leso e da evoluo do tratamento.
Movimentos repetitivos de brao, abduo do ombro acima de 90, principalmente se associado ao uso de fora por tempo
prolongado e elevao de cotovelo.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6 e 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Quando se caracterizar como molstia profissional ou sequela de acidente de qualquer natureza.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e para a vida
independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
222
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
Favorvel
Movimentos repetitivos de brao, abduo do ombro acima de 90, supinao do antebrao e flexo do cotovelo,
principalmente se associado ao uso de fora e por tempo prolongado.
No se aplica
Quando se caracterizar como molstia profissional ou sequela de acidente de qualquer natureza.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
223
De at 6 meses. Nos casos exclusivamente tratados com fisioterapia convencional o tempo de recuperao pode ser
aspirao/curetagem da calcificao.
REABILITAO PROFISSIONAL
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial, encaminhar precocemente
para a Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel.
Analisar a funo e o posto de trabalho, em relao s atividades causadoras de impacto, ou seja, aquelas que utilizam postura
o
do ombro acima de 60 de abduo. Se necessrio, adequar o posto de trabalho ou mudar de funo.
No se aplica.
224
recuperao ps-operatria: 3 meses para cirurgia artroscpica e 6 meses para cirurgia aberta.
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial, encaminhar precocemente
para a Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel.
Casos excepcionais e com graves complicaes (ex. ombro congelado).
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Prognstico: geralmente favorvel.
Movimentos repetitivos de brao, abduo do ombro acima de 90, principalmente se associado ao uso de fora e
por tempo prolongado.
No se aplica.
Quando se caracterizar como molstia profissional ou sequela de acidente de qualquer natureza.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, comprometimento bilateral, com deficincia bem caracterizada,
incapacidade para o trabalho e para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N
8.742/93 e Decreto N 6.214/07).
225
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial, encaminhar precocemente
para a Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel.
Casos excepcionais e com graves complicaes (ex. ombro congelado).
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Favorvel.
Movimentos repetitivos de brao, abduo do ombro acima de 90, principalmente se associado ao uso de fora e
por tempo prolongado.
No se aplica.
Quando se caracterizar como molstia profissional ou sequela de acidente de qualquer natureza.
No se aplica
226
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial, encaminhar precocemente
para a Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
Favorvel.
Movimentos repetitivos de punho, flexo brusca ou frequente com pronao, preenso prolongada.
No se aplica.
Quando se caracterizar como molstia profissional ou sequela de acidente de qualquer natureza.
No se aplica
227
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial, encaminhar precocemente
para a Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel.
No se aplica
No se aplica
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
Favorvel.
Movimentos repetitivos de punho, extenso brusca ou frequente com supinao, preenso prolongada.
No se aplica.
Quando se caracterizar como molstia profissional ou sequela de acidente de qualquer natureza.
No se aplica.
228
M79 FIBROMIALGIA
AUSNCIA DE INCAPACIDADE (T1) Na maioria dos casos.
DATA DE CESSAO DE BENEFCIO No incio do tratamento: entre 30 a 45 dias para ajuste posolgico.
(DCB)
Associao a comorbidades: afastamento de acordo com a doena de base.
REABILITAO PROFISSIONAL
Casos refratrios ao tratamento nos quais a atividade laboral e a organizao do trabalho estejam relacionadas
manuteno do quadro lgico.
No se aplica.
No se aplica.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Favorvel. Os segurados toleram mais o trabalho sedentrio leve, com tarefas diferentes que permitem mudanas
de posio.
Geralmente no se aplica.
AUXLIO-ACIDENTE
No se aplica.
ISENO DE CARNCIA
No se aplica.
No se aplica.
229
Do ponto de vista ortopdico, o R2 cabe para jovens portadores de complicao decorrente de fratura patolgica
Do ponto de vista ortopdico, o LI cabe para idosos portadores de complicao decorrente de fratura patolgica
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Geralmente no se aplica.
AUXLIO-ACIDENTE
Geralmente no se aplica.
ISENO DE CARNCIA
No se aplica.
230
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
231
M 86 OSTEOMIELITE
AUSNCIA DE INCAPACIDADE (T1) No se aplica
DATA DE CESSAO DE BENEFCIO Em mdia 180 dias, de acordo com o tratamento e a evoluo.
(DCB)
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
PROGNSTICO
No se aplica.
FATORES OCUPACIONAIS
No se aplica.
AUXLIO-ACIDENTE
ISENO DE CARNCIA
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6,7 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
Quando se caracterizar como sequela de acidente de qualquer natureza.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
232
Em mdia 180 dias, de acordo com o tratamento e a evoluo. dependente de ser uni ou bilateral, idade de
REABILITAO PROFISSIONAL
Afastar o segurado de postos de trabalho que exijam carga no joelho e/ou deambulao constante.
Em leses extensas ou com indicao cirrgica. As osteotomias exigem tempo longo para consolidao, enquanto
que as prteses permitem carga mais precocemente. Os segurados tratados com prteses de substituio, com bom
resultado funcional, devem ser afastados de atividades que exijam esforos de joelho, para no comprometer a
durabilidade do material implantado, o que pode ser uma indicao de Reabilitao Profissional.
Na dependncia da idade, comorbidades, atividade laboral e das sequelas. Casos inelegveis para Reabilitao
Profissional.
PROGNSTICO
Prognstico reservado.
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do quadril
afetado, alm de intoxicao crnica por fsforo.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6,7 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
BENEFCIO DE PRESTAO
CONTINUADA (BPC)
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07). Em sequelas graves, principalmente quando esto comprometidos o joelho concomitante com o quadril.
A doena de Osgood-Schlatter, uma osteonecrose da tuberosidade anterior da tbia da criana/adolescente, no
contempla BPC.
233
Nos casos leves, sem limitaes de mobilidade articular e exames de imagem mostrando leses incipientes.
DATA DE CESSAO DE
BENEFCIO (DCB)
Em mdia 180 dias, de acordo com o tratamento e a evoluo. dependente de ser uni ou bilateral, idade de
acometimento, bem como da progresso da leso. A doena costuma ter evoluo progressiva e incapacitante,
principalmente se cursando concomitantemente com obesidade.
REABILITAO PROFISSIONAL
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial, encaminhar precocemente
para a Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel.
PROGNSTICO
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do quadril
afetado, alm de intoxicao crnica por fsforo.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6,7 e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho
e para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
234
M 89.0 ALGONEURODISTROFIA
AUSNCIA DE INCAPACIDADE (T1) Nos casos leves, sem incapacidade laboral
DATA DE CESSAO DE BENEFCIO Em mdia 180 dias, de acordo com o tratamento e a evoluo. dependente da idade e grau de acometimento.
(DCB)
REABILITAO PROFISSIONAL
REVISO EM 2 ANOS (R2)
LIMITE INDEFINIDO (LI)
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial, encaminhar precocemente
para a Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel.
De acordo com a evoluo, idade e tipo de tratamento.
Na dependncia da idade, atividade laboral e das sequelas. Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
PROGNSTICO
Reservado. O tratamento conservador demorado e a recuperao nem sempre completa podendo deixar
sequelas.
FATORES OCUPACIONAIS
Casos graves e/ou com sequelas, afastar o segurado de postos de trabalho que exijam sobrecarga do membro
afetado.
AUXLIO-ACIDENTE
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadros 6, e 8 do Anexo III do Decreto N
3.048/99.
ISENO DE CARNCIA
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
235
Casos com boa evoluo, jovens, aps a estabilizao da doena (consolidao de osteotomias, artrodeses e
recuperaco da fora muscular).
Em complicaes ps-operatrias graves.
Casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Reservado.
Movimentos repetitivos com fora de flexo e extenso de punhos, microtraumas de punho, vibrao em
equipamentos pneumticos.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadro 8 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
Sequelas de acidentes de qualquer natureza.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
236
Quando a doena for relacionada a atividades laborativas, mesmo em avaliao inicial, encaminhar precocemente
para a Reabilitao Profissional, se o segurado for elegvel
Em complicaes ps-operatrias graves: fibrose epidural, segurado jovem com possibilidade de recuperao para
alguma atividade laborativa.
A maioria dos casos de fibrose epidural e casos inelegveis para Reabilitao Profissional.
Reservado. Para a fibrose epidural no existe atualmente tratamento eficaz.
No se aplica: causa cirrgica.
Sequelados com prejuzo de suas funes e que se enquadrem nos Quadro 6 do Anexo III do Decreto N 3.048/99.
No se aplica.
Em geral no se aplica. Exceo nos casos graves, com deficincia bem caracterizada, incapacidade para o trabalho e
para a vida independente e renda familiar compatvel com a legislao especfica (Lei N 8.742/93 e Decreto N
6.214/07).
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MANUAL DE PROCEDIMENTOS EM
BENEFCIOS POR INCAPACIDADE
Volume I
Diretrizes de Apoio Deciso Mdico-Pericial
em Ortopedia e Traumatologia
Diretoria de Sade do Trabalhador
Dezembro de 2010