A Organização Social Do Trabalho
A Organização Social Do Trabalho
A Organização Social Do Trabalho
1. INTRODUO
Coero
Exteriorizao
Generalidade
maioria deles. Assim, os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado
comum ao grupo, como as formas de habitao, de comunicao, os sentimentos e a
moral.
Aps delimitar e definir o objeto da sociologia, o fato social, Durkheim estabelece
tambm o mtodo para o seu estudo. A primeira regra para estabelecer o mtodo para o
estudo da sociologia considerar os fatos sociais como coisas, como objetos exteriores
conscincia, independente da vontade individual.
O objeto so os fatos sociais, que embora com caractersticas prprias, porque
emergem das idias, do "reino moral" podem ser estudados atravs do mtodo da
observao e da experimentao indireta, ou seja, o mtodo comparativo.
Os fatos sociais compem-se de uma ordem de fatos que apresentam caracteres
especiais: maneira de agir, de pensar e de sentir exteriores ao individuo, qualificando-os
em fenmenos morais, e que, portanto, so fenmenos com caracteres prprios que
necessitam serem explorados. So dotados de um poder de coero, por isso no
confundem com os fenmenos orgnicos (comer, falar), pois consistem em
representaes e em aes sociais, nem se confundem com os fenmenos psquicos,
Coero
Conscincia
de pensar de cada individuo. Trata-se do conjunto das crenas e dos sentimentos comuns
mdia dos membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado
com vida prpria. A conscincia coletiva no se baseia na conscincia de indivduos
singulares ou de grupos especficos, mas est espalhada por toda a sociedade. a
conscincia coletiva que define o que, numa sociedade, considerado imoral,
reprovvel ou criminoso. A partir da conscincia coletiva tambm nasce um outro valor
a solidariedade, que distingue em solidariedade mecnica e solidariedade orgnica. A
solidariedade mecnica se manifesta nos indivduos por meio da famlia, da religio, da
tradio e dos costumes e permanece independentes e autnomos frente a diviso social
do trabalho, e neste momento que a conscincia coletiva exerce todo seu poder de
coero. A solidariedade
orgnica
se manifesta
sobre
indivduos
em
sua
sociedade, para impor seu poder. Conjunto de bens produzidos pelo homem e que
participam da produo de outros bens.
Alienao:
oposies e antagonismos de classes esto subjacente a toda relao social nas mais
diversas classes sociais, provocadas pelas relaes de produo do sistema capitalista.
Salrio:
capitalismo, a fora de trabalho se torna uma mercadoria, algo til, que se pode comprar
e vender. Surge assim um contrato entre capitalista e operrio, mediante o qual o
primeiro compra ou aluga por um certo tempo a fora do trabalho e, em troca, paga ao
operrio uma quantia em dinheiro, o salrio.
Mais-Valia:
Uma coisa o valor da fora de trabalho, salrio; outra o quanto esse trabalho rende
ao capitalista, mais-valia. No capitalismo vai haver sempre injustia social, e que vai
haver tambm sempre uma pessoa rica e outra pobre, e para ampliar cada vez mais sua
riqueza, possvel atravs da explorao do trabalhador, ou seja, o operrio produz mais
para o seu patro do que o seu prprio custo para a sociedade. E a lei fundamental de
explorao econmica a mais-valia.
CONCLUSO
Conclui-se que as teorias defendidas pelos dois autores tinham a finalidade de
estudar a sociedade, suas varias formas de relaes, bem como a busca de
transformao social.
Nenhuma teoria mais importante que a outra, porm, cada uma desenvolveu
uma maneira peculiar de compreender os fatos sociais em seu tempo e lugar vigente.
Enquanto que Marx cria um mtodo dialtico, revolucionrio, de transformao,
fazendo das pessoas agentes crticos, Durkheim fazem das pessoas conformistas,
passivas, acreditando que as normas sociais ditadas pela sociedade natural, portanto
no havendo necessidade de transformao social.
Essa dinmica da sociedade gera os valores socialmente constitudos que movem a
sociedade em sua plenitude.
pela solidariedade social, sem a qual no haveria uma vida social, sendo esta
solidariedade do tipo mecnica ou orgnica.
Mas o que seria a solidariedade social? Para compreend-la preciso levar em
considerao as idias de conscincia coletiva (ou comum) e conscincia individual,
tambm estudadas por esse autor. Cada um de ns teria uma conscincia prpria
(individual) a qual teria caractersticas peculiares e, por meio dela, tomaramos nossas
decises e faramos escolhas no dia a dia. A conscincia individual estaria ligada, de
certo modo, nossa personalidade. Mas a sociedade no seria composta pela simples
soma de homens, isto , de suas conscincias individuais, mas sim pela presena de uma
conscincia coletiva (ou comum).
A conscincia individual sofreria a influncia de uma conscincia coletiva, a
qual seria fruto da combinao das conscincias individuais de todos os homens ao
mesmo tempo. A conscincia coletiva seria responsvel pela formao de nossos valores
morais, de nossos sentimentos comuns, daquilo que temos como certo ou errado,
honroso ou desonroso e, dessa forma, ela exerceria uma presso externa aos homens no
momento de suas escolhas, em maior ou menor grau. Ou seja, para Durkheim a
conscincia coletiva diria respeito aos valores daquele grupo em que se estaria inserido
enquanto indivduo, e seria transmitida pela vida social, de gerao em gerao por
meio da educao, sendo decisiva para nossa vida social. A soma da conscincia
individual com a conscincia coletiva formaria o ser social, o qual teria uma vida social
entre os membros do grupo.
Assim, podemos afirmar que a solidariedade social para Durkheim se daria pela
conscincia coletiva, pois essa seria responsvel pela coeso (ligao) entre as pessoas.
Contudo, a solidez, o tamanho ou a intensidade dessa conscincia coletiva que iria
medir a ligao entre os indivduos, variando segundo o modelo de organizao social
dizer que, ainda que o imperativo social dado pela conscincia coletiva seja
enfraquecido numa sociedade de solidariedade orgnica, preciso que este mesmo
imperativo se faa presente para garantir minimamente o vnculo entre as pessoas, por
mais individualistas que sejam. Do contrrio, teramos o fim da sociedade sem
quaisquer laos de solidariedade.
Diferena parte pode afirmar que tanto a solidariedade orgnica como a
mecnica tm em comum a funo de proporcionar uma coeso social, isto em uma
ligao entre os indivduos. Em ambas existiram regras gerais, a exemplo de leis sobre
direitos e sanes. Enquanto nas sociedades mais simples de solidariedade mecnica
prevaleceriam regras no escritas, mas de aceitao geral, nas sociedades mais
complexas de solidariedade orgnica existiriam leis escritas, aparatos jurdicos tambm
mais complexos. Em suma, mile Durkheim buscou compreender a solidariedade social
(e suas diferentes formas) como fator fundamental na explicao da constituio das
organizaes sociais, considerando para tanto o papel de uma conscincia coletiva e da
diviso do trabalho social.
Paulo Silvino Ribeiro Colaborador Brasil Escola Bacharel em Cincias Sociais
pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas Mestre em Sociologia pela
UNESP - Universidade Estadual Paulista "Jlio de Mesquita Filho" Doutorando em
Sociologia pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas.
BIBLIOGRAFIA
Costa, Cristina. Sociologia: introduo cincia da sociedade. 2ed. So Paulo:
Moderna, 1997.