Ebós e Oferendas
Ebós e Oferendas
Ebós e Oferendas
Os Ebs so oferendas feitas para Orixs, Ods e outras divindades para diversas finalid
ades, sejam elas feitas para apaziguar algum problema, sejam feitas em forma de
agradecimento de alguma graa atingida, por alcanar algum objectivo ou simplesmente
como forma de agradar s divindades que se cultuam. O princpio do Candombl baseia-s
e no Eb, nas oferendas propiciatrias obtendo a redistribuio do Ax e mantendo o seu eq
uilbrio vital.
Abaixo seguem alguns Ebs que o podero ajudar em algumas situaes da sua vida, no enta
nto, sempre que possvel, prefervel recorrer a algum que tenha fundamento no Candomb
l para os realizar de forma correcta.
Eb para gn Para abrir caminhos, trazer dinheiro, prosperidade
1 inhame assado, 1 alguidar mdio, 21 moedas correntes, 21 taliscas de mari (folha
de palmeira), 1 aca branco (bolinho de milho branco misturado com gua, envolto em f
olha de bananeira), 1 aca vermelho (igual a aca branco, porm com farinha de milho ama
rela), azeite de dend e mel.
Como Preparar: Asse o inhame na brasa. Se necessrio, raspe um pouco para eliminar
o excesso de negrume. Colocar dentro do alguidar. V enterrando os talos de mari e
chamando por Ogum, Faa o mesmo com as moedas. Coloque os acas, um em cada ponta do
inhame. Regue com um pouco de dend e mel, 1 pitada de sal. Acenda uma vela e faa
os seus pedidos a Ogum. Deve-se colocar no muro, ao lado do porto, ou no cho, na e
ntrada do porto. Se voc morar num apartamento, coloque dentro da sua casa, atrs da
porta de entrada. Deixe 7 dias e aps, despachar aos ps de uma rvore frondosa.
Presente para OxumPara acalmar a pessoa amada5 batatas inglesas, mel, azeite doc
e, acar mascavo, 2 velas.
Como Preparar: Cozinhe as 5 batatas inglesas sem casca. Deixe esfriarem. Coloque
um pouco de mel, azeite doce e acar mascavo em um prato de loua, v amassando as bat
atas com as mos e misturando tudo. Faa isso pensando na pessoa amada. D um formato
de corao massa. Acenda 2 velas amarelas de 30 cm ao lado. Oferea a Oxum Apar.
Eb para Ex LonanAbrir Seus Caminhos, para tirar feitio, olho-grande, inveja1 metro
de pano vermelho, 1 alguidar mdio, 7 velas brancas, 1 bife de boi cru, 7 moedas a
ctuais, 7 bzios abertos, 1 farofa de dend, com uma pitada de sal, 7 limes, 7 acas ver
melhos, 7 ovos vermelhos, 1 obi.
Como Preparar: Abra o pano em sua frente. Acenda as velas. Passe o alguidar pelo
seu corpo e coloque-o em cima do pano. Passe os ingredientes no corpo, pela ord
em acima. Por ltimo, abra o obi, e leve-o at a sua boca, fazendo seus pedidos. Dei
xe-o em cima do Eb. Feche o pano. Este Eb tem que ser despachado numa rua de muito
movimento, onde tenha muitas casas comerciais.
Oferenda a ExMaterial: Farinha; Azeite de dend; Mel de abelhas; Farinha de milho b
ranco; Fgado, corao e bofe de boi; Cebola; Camaro seco socado; Um alguidar.
Modo de fazer: Faa uma farofa com dend, uma com mel e uma com gua, separadamente. F
aa o aca branco cozinhando a farinha de milho em gua, deixe a massa bem consistente,
depois coloque em um pedao de folha de bananeira e enrole. Deixe esfriar. Corte
os midos de boi em pedaos pequenos e coloque para refogar com dend, cebola, um pouc
o de sal, o camaro e rodelas de cebolas. Coloque as farofas no alguidar sem mistu
rar muito, ponha o refogado de midos sobre a farofa e coloque o aca no centro. Ofer
ece-se para Ex pedindo o que se quer. Coloque numa praa bem movimentada.
Eb Para Ians - Oy OnirMaterial Necessrio:1 Abbora moranga, 4 Bzios abertos, 4 Noz mosc
da, 4 Moedas, 4 Acarajs, 4 Metros de fitas vermelha / Branca, 1 Saco de pano.
Modo de Fazer: Fazer um buraco na abbora, colocar o resto das coisas, depois de p
assadas no corpo. Tapar a abbora, amarrar com fitas. Entregar a OY ONIRA no alto d
e um morro, s 18:00 ou 24:00 horas, acender e pedir tudo de bom.
Para Xang Agod - Justia01 gamela de madeira12 bananas catarinas03 mas (vermelhas)-fit
a branca-fita vermelha-mel-pedido escrito em uma folha de papel com caneta verme
lha-1 vela de 7 dias branca e vermelha
Escreva o seu pedido em uma folha de papel com a caneta vermelha ,enrole o papel
com a escrita para dentro, amarre com as fitas e coloque no centro da gamela, d
escasque as bananas e coloque-as sobre o papel, arrume-as para que voc possa colo
car no centro as trs mas, regue com um pouquinho de mel e leve a um verde onde haja
uma pedra, coloque a gamela sobre a pedra e pea a Xang que lhe ajude a vencer est
e processo.
Para atrair um novo amor: Canela-em-pauCravo-da-ndiaNoz-MoscadaFlor de Laranjeira
Folhas de PitangueiraPtalas de 1 Rosa Vermelhaleo de Amndoasgua
Ferva a canela, o cravo, a noz-moscada e as folhas de pitangueira. Apague o lume
e acrescente as flores de laranjeira e as ptalas de rosas. Abafe e deixe arrefec
er. Tome um banho higinico, depois o banho atractivo do pescoo para baixo, mentali
zando a pessoa que voc deseja ter a seu lado; logo aps, passe o leo de amndoas nas s
uas zonas ergenas, pedindo para que a pessoa amada permanea sempre em seus braos.
Para aproximar quem est distante: 01 abafador de barro01 ma01 par de alianas01 pedao
de favo de mel-fita vermelha-fita branca-algodo01 vela vermelha
Pegue o favo de mel, abra no meio com uma colher e escreva o nome do casal a lpis
em um papel, dobre e coloque dentro do favo. Amarre as alianas com as fitas e am
arre o favo tambm com estas fitas, faa um buraco na ma com a colher, coloque o favo
dentro, forre toda a ma com bastante algodo, coloque dentro do abafador e regue com
muito mel, tape o abafador, ascenda a vela ao lado, aps a vela queimar plante es
ta simpatia em um vaso de folhagem, sem espinhos.
Magia para o amor: 01 vidro de boca larga, pelo qual possa passar uma maa inteira
sem ferir a fruta;Uma maa bem bonita e vermelha;MelSete fitas de cores variadas,
excepto preto.Uma vela brancaNome do casal.
Corte o tampo da maa e esvazie o miolo. Escreva no papel o nome do seu amor, por
cima, escreva o seu prprio nome, tornando o primeiro ilegvel. Ponha o papel dentro
da maa, depois de fazer com ele um rolinho, despeje por cima um pouquinho de mel
. Ponha no lugar o tampo da fruta e prenda-o amarrado maa com as sete fitas, dand
o sete ns bem apertados. Se no usar as fitas prenda a tampa na ma atravessando as du
as partes com o galho, como se ele fosse uma flecha. Ponha a fruta dentro do pot
e e encha-o com mel; feche-o a seguir com a tampa.Na noite de Lua crescente ou c
heia, enterre o vidro junto ao p de uma rvore florida, acendendo a vela ao lado. S
e preferir, guarde o vidro no fundo do seu guarda-roupa (onde ningum a ache) ou m
esmo enterre-o na entrada de sua casa.
Os Ebs so oferendas feitas para Orixs, Ods e outras divindades para diversas finalid
ades, sejam elas feitas para apaziguar algum problema, sejam feitas em forma de
agradecimento de alguma graa atingida, por alcanar algum objectivo ou simplesmente
como forma de agradar s divindades que se cultuam. O princpio do Candombl baseia-s
e no Eb, nas oferendas propiciatrias obtendo a redistribuio do Ax e mantendo o seu eq
uilbrio vital.
Abaixo seguem alguns Ebs que o podero ajudar em algumas situaes da sua vida, no enta
nto, sempre que possvel, prefervel recorrer a algum que tenha fundamento no Candomb
l para os realizar de forma correcta.
Eb Para Ians - Oy OnirMaterial Necessrio:1 Abbora moranga, 4 Bzios abertos, 4 Noz mosc
da, 4 Moedas, 4 Acarajs, 4 Metros de fitas vermelha / Branca, 1 Saco de pano.
Modo de Fazer: Fazer um buraco na abbora, colocar o resto das coisas, depois de p
assadas no corpo. Tapar a abbora, amarrar com fitas. Entregar a OY ONIRA no alto d
e um morro, s 18:00 ou 24:00 horas, acender e pedir tudo de bom.
Eb Para Resolver Problemas DifceisMaterial Necessrio:2 Acas Brancos, 2 Ovos Brancos,
2 Quiabos, 2 Moedas, 2 Conchas, 1 Ober
Maneira de Fazer: Passa-se tudo no corpo e coloca-se num Ober, colocar bastante m
el e arriar numa praa e pedir a MEGE ou MEGIOKO que traga tudo de bom eem dobro.
Este Eb tem que ser feito com 2 pessoas, acompanhadas de duas crianas.Nota: Este E
b s pode ser feito nas teras-feiras.
Eb de UnioColocar o nome das duas pessoas dentro de um Obi e enterrar em um p de pl
anta sem espinhos, colocar bastante mel e fazer os pedidos.
Este um dos temas mais polmicos de que podemos falar, no s no enquadramento do Cand
ombl, como de qualquer prtica religiosa que utilize rituais de magia. Cabe em prim
eiro lugar salientar que a magia, como tudo na vida, tem o seu lado bom e o seu
lado mau, ou se preferir-mos, o seu lado positivo e o seu lado negativo, e cabe
a cada um de ns escolher a utilizao que lhe queremos dar.
Est na natureza humana a constante luta por conseguir tudo aquilo que pretende, d
esde os objectivos mais elevados, at queles que nem vale a pena descrever de to ignbe
is que podem ser. E uma vez mais, aqui, tambm a nossa escolha que prevalece. Somo
s ns que escolhemos as nossas metas e os nossos objectivos, e por isso, cabe-nos
a ns tambm escolher os meios. E se no to questionvel que os fins justifiquem os meios
, devemos de facto preocupar-nos com os meios que escolhemos para atingir os nos
sos fins, porquanto, pelo caminho, esto quase sempre em jogo pessoas e at vidas!
Particularmente no Candombl, e porque esta pgina a ele dedicada, a prtica de rituai
s de magia uma constante, mas, vamos ento analisar como ela utilizada e como deve
ria ser utilizada.
Os Ebs, as Oferendas e as Simpatias, so algumas das formas de magia que utilizamos
, mas estes, todos eles sem excepo, foram criados originalmente com o intuito de c
orrigir alguma situao errada na vida de uma pessoa e para tal pode-se recorrer ao
auxlio de diversas entidades; em primeira linha aos Orixs e depois, a outras entid
ades, que pelo seu estado evolutivo e pelas suas caractersticas, se assemelham ma
is a ns, humanos
aqui enquadram-se os Exs pagos, as Pombagiras e os Caboclos
e esto
de facto num plano mais prximo de ns.
Qualquer destas entidades pode ser uma mais valia na vida de uma pessoa, pois o
seu auxlio chega sempre, e se devidamente tratados so nossos aliados preciosos.
Mas a magia, como j referi, tambm tem as duas faces da moeda, e a quem a pratica,
necessrio, diria mesmo essencial, conhecer os dois lados, tornando-se mais uma ve
z necessrio escolher o lado que se vai utilizar, e esse lado deve ser sempre o la
do positivo e construtivo.
Poderamos aqui, a ttulo de exemplo, encarar como um veneno, que pode ser utilizado
e para o qual necessrio conhecer o antdoto: do prprio veneno da cobra que se criam
os antdotos que so utilizados para curar quem picado por ela - na magia, grosso m
odo, tambm temos que conhecer tanto o veneno como o antdoto, porque para se tratar
ou curar algum que tenha sido atingido pela magia negativa, necessrio saber contr
apor com a magia positiva.
Obviamente, no vou aqui explicar - nem o poderia fazer - os detalhes desse conhec
imento, o importante que fique claro que quem mexe com um lado tem que conhecer
o outro. Embora no pertencente ao Candombl, m dos magos mais conhecidos de sempre
- So Cipriano - comeou por ser um dos melhores magos que j se conheceram a manejar
a chamada Magia Branca, mas de igual modo, mais tarde na sua vida, virou, e torn
ou-se um dos mais temidos e eficientes magos da Magia Negra. Tambm para ele isto
s foi possvel porque tinha conhecimento verdadeiro e profundo de como os dois lado
s funcionam.
Portanto, assim como se pode Amarrar, tambm se pode sem dvida Desamarrar, mas isto
s possvel a quem tenha verdadeiros e fundamentados conhecimentos.
Convenhamos no entanto que no so muitos aqueles que esto verdadeiramente capacitado
s para isto, portanto, quando pensar em fazer ou solicitar uma Amarrao, pense, no d
uas, no trs vezes, mas muitas vezes naquilo que est a pedir, ou vai fazer, pois voc
jamais ter a garantia de que o seu pedido possa ser atendido devido a um conjunto
de factores que podem estar envolvidos e que voc certamente desconhecer.
Ao fazer uma Amarrao, voc no s estar a pedir algo para si, como estar a mexer com a vi
a de outra pessoa, e de alguma forma forando-a a agir de uma maneira que ela muit
o provavelmente no quer, no de forma voluntria e consciente. Quando isso acontece,
muita coisa se altera, e por vezes os resultados no so nada satisfatrios e so at pern
iciosos para a vida das pessoas envolvidas.
Imagine uma situao em que voc quer muito ficar com uma outra pessoa e faz uma Amarr
ao para conseguir o seu intento. Imagine agora que uma segunda pessoa est interessa
da nessa mesma pessoa para quem voc fez a Amarrao e resolve tambm, para conseguir o
seu intento, fazer tambm uma Amarrao. Como que fica essa pessoa que est pelo meio? E
voc, vai conseguir o seu intento? Ou a outra pessoa que vai conseguir?
Este tipo de situao no indito, at cada vez mais comum, dado que so cada vez em maio
ero as pessoas que recorrem a este tipo de magia (embora a maioria jamais v admit
ir que o fez!), e garanto que daqui no sai nada de bom para nenhuma das partes en
volvidas, s confuso e mais confuso e muita dor. Cria-se assim um ciclo vicioso, e n
enhuma das partes vai sair a contento.
Ainda que posteriormente seja feita a magia para Desamarrar, entretanto, j muita
coisa aconteceu que no tem retorno e j nada voltar a ser como era antes, ainda que
a Desamarrao seja um sucesso.
Amarrao mexe com o destino da pessoa, e ns simplesmente no temos o direito de impor
a nossa vontade na vida e no destino dos outros.
Esta forma de utilizar a magia no de todo uma forma positiva. Est na hora de todos
perceber-mos isto e agir-mos em conformidade.
Gostaria, de uma vez por todas, que os verdadeiros adeptos e/ou praticantes do C
andombl, independentemente do posto que ocupem, se negassem determinadamente a ac
eitar este tipo de trabalhos que constantemente nos pedem, ou sequer de pensar n
eles como uma soluo para as nossas vidas, porque no de facto uma soluo; mais que no s
ja, pelas consequncias krmicas que lhes so inerentes e que o nosso lado espiritual
jamais deve esquecer - chama-se Lei do Retorno!
H sempre uma forma difrente de ajudar as pessoas pelo lado positivo!
Ax!
Hoje deixo aqui mais alguns trabalhos que lhe podero ajudar a melhorar alguns asp
ectos da sua vida.
Para afastar pessoas invejosas e indesejveis: Voc vai precisar de:01 vassoura de c
arqueja ou de palha
Varra a sua casa ou comrcio dos fundos para a frente, mentalizando as pessoas que
voc gostaria que se afastassem de voc, v pedindo a So Roque: eu no estou tirando a suj
eira de dentro da minha casa e sim estas pessoas que me fazem mal . Pegue o lixo e
a vassoura, leve a um verde e despache.
Para Afastar Doenas: 01 vassourinha de palha07 dentes de alho01 pedra de carvo01 s
aquinho de tecido lils01 fita lils01 punhado de pipoca (em gro)01 papel com os nome
s de todos da famlia Coloque dentro do saquinho lils: o papel com os nomes ,o alho
, o carvo, e a pipoca, amarre o saquinho com a fita e amarre-o na vassourinha, gu
arde no alto e procure nunca mexer ,no prximo ano despache este em um verde e faa
outro. Pea a Ossaim muita sade e proteco para a sua famlia.
Proteco da casa: 01 fita vermelha01 chave07 moedas07 gros de milho01 saquinho de te
cido vermelho
Coloque dentro do saquinho: a chave, as moedas e os gros de milho, amarre com a f
ita vermelha e pendure por cima da porta de entrada da sua residncia ou comrcio, p
edindo proteco, fartura e bons negcios.
Abertura profissional: 01 bandeja papelopipoca estalada (sem sal e sem acar)07 papis
com os pedidos escritos07 velas vermelhas07 chaves
Forre a bandeja com a pipoca, escreva os pedidos referentes parte profissional e
m 7 papis, enrole cada papel em uma chave e coloque dentro da bandeja formando um
crculo, sendo que a ponta da chave fica voltada para fora, leve a uma encruzilha
da e pea a Ex Bar que abra os seus caminhos para que consiga um emprego ou uma prom
oo, etc.
Comidas rituais so as comidas especficas de cada Orix, que para serem preparadas so
submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos so oferecido
s aos Orixs acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa ou no final, em gra
nde parte so distribudas para todos os presentes, so chamadas comida de ax pois acre
dita-se que o Orix aceitou a oferenda e impregnou de ax as mesmas.
Eis ento algumas das principais comidas:
Acaraj - a comida ritual do Orix Ians. O acaraj feito com feijo-frade, que deve ser
artido num moinho em pedaos grandes e colocado de molho em gua para soltar a casca
, aps retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez dever ficar uma
massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal. O se
gredo para o acaraj ficar macio o tempo que se bate a massa. Quando a massa estiv
er no ponto ela fica com a aparncia de espuma, para fritar use uma panela funda c
om bastante azeite de dend.
Ado - uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e modo em moinho e temper
ado com azeite de dend e mel, oferecido principalmente ao Orix Oxum.
Amal - comida ritual do Orix Xang. feito com quiabo cortado, cebola ralada, p de cam
aro, sal, azeite de dend ou azeite doce, pode ser feito de vrias maneiras. oferecid
o numa gamela forrada com massa de aca.
Axox
comida ritual do Orix Oxssi, milho vermelho cozido refogado com cebola ralada,
p de camaro, sal, azeite de dend, enfeitado com fatias de coco sem casca.
Deburu - a comida ritual do Orix Obaluaiy , o milho de pipoca estourado numa panel
a com areia . Depois de peneirar a areia essa pipoca colocada num alguidar ou ti
gela (de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.
Ekuru - uma comida ritual de diversos Orixs, a massa preparada da mesma forma que
a massa do acaraj , feijo-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananei
ra como o aca e cozido no vapor.
Omolocum - comida ritual da Orix Oxum , feito com feijo-frade cozido, refogado com
cebola ralada, p de camaro, sal, azeite de dend ou azeite doce. Enfeitado com cama
res inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente so colocados 5 ovos ou
8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigao do candombl.
Abar - um dos pratos da culinria baiana e como o acaraj tambm faz parte da comida ri
tual do candombl . A preparao da massa idntica do acaraj. Quando comida ritual, colo
a-se um pouco de p de camaro e quando da culinria baiana coloca-se camares secos pre
viamente escaldados para tirar o sal, que pode ser modo junto com o feijo e depois
colocar alguns inteiros. Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaos de fol
ha de bananeira semelhante ao processo usado para fazer o aca e deve ser cozido no
vapor em banho-maria; servido na prpria folha.
Aca - uma comida ritual do candombl e da culinria baiana . Feito com milho branco ou
milho vermelho, que aps ficar de molho em gua de um dia para o outro, deve ser mod
o num moinho formando uma massa que dever ser cozida numa panela com gua, sem para
r de mexer, at ficar no ponto. O ponto de cozedura pode ser visto quando a massa
no dissolve se pingada num copo com gua. Ainda quente essa massa deve ser embrulha
da em pequenas pores, em folha de bananeira previamente limpa, passada no fogo e c
ortada em tamanho igual para que todos fiquem do mesmo tamanho. Coloca-se a folh
a na palma da mo esquerda e coloca-se a massa, com o dedo polegar dobra-se a prim
eira ponta da folha sobre a massa, dobra-se a outra ponta cruzando por cima e vi
rando para baixo, faz o mesmo do outro lado. O formato que vai ficar de uma pirmi
de rectangular.
Caruru - uma comida ritual do candombl e da culinria baiana. preparado com quiabo
cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no pr
ocessador, p de camaro, sal, azeite de dend, castanha-de-caju torrada e moda, amendo
im torrado sem casca e modo. Preparao: Numa panela coloque azeite de dend, a cebola
e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado, colocar um pouco
de gua e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos a castanha e
o amendoim acrescentando um pouco mais de dend, depois de pronto colocado numa ga
mela.
Ef - uma comida ritual e da culinria baiana , pode ser feita com a folha chamada ln
gua de vaca ou com folha de mostarda. Preparao: Meio quilo de camaro seco, descasca
do. Pimenta-malagueta em p. Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro
. Um mao de lngua-de-vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda). Pri
meiro, ferve-se a lngua-de-vaca, escorre-se numa peneira, estende-se na tbua e bat
e-se bem com a faca, at ficar uniforme. Enxuga-se e estende-se na peneira para se
car toda a gua. Cozinha-se no azeite-de-dend puro, temperado com tudo o resto. A p
anela fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nan, rainha das guas doces, quand
o escolhe, pede um bom ef de lngua-de-vaca.
Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubs basicamente sub
sistiam pela colheita do inhame (isu), milho (gbado), feijo (ewa), quiabo (il) e ma
ndioca (paki). So estes os elementos principais que encontramos at hoje nas comida
s que so confeccionadas para os Orixs no Candombl.
A comida assim claramente tambm mais uma tradio que foi trazida de frica pelos escra
vos e que foi mantida no culto do Candombl.
A preocupao com o comer uma constante na vida do ser humano, transformando-se, qua
se sempre, na sua ocupao principal. A sorte, a ajuda, os pedidos para uma boa colh
eita, boa caa, um bom trabalho, etc. fizeram tambm sempre parte das preocupaes, e co
mo forma de agradar aos Orixs a comida era partilhada , no sentido em que os Orixs ta
mbm comiam do mesmo tipo de comidas, e desta integrao surge a fora, a base para os p
edidos, para agradecimentos - as comidas dos Orixs - ONGE BILE
as chamadas comida
s secas.
So estas as comidas que so hoje em dia dadas em oferenda aos Orixs, fazendo parte d
e maioria dos rituais nos quais se invoca a sua presena, a sua participao ou ajuda.
Desde os simples Ebs e Oferendas at aos mais complexos rituais de Iniciao, a comida
sempre uma parte muito importante.
Os ingredientes que a compem, a forma como confeccionada, tudo tem o seu preceito
prprio, e assim, uma determinada comida, que contm determinados elementos energtic
os, apropriada para este ou para aquele Orix especificamente.
Entenda-se que o Orix no come fisicamente , mas alimenta-se, isso sim, da energia e d
a vibrao da comida que lhe oferendada, porque esta integra determinados elementos
que se coadunam com a sua prpria energia, com o seu campo vibratrio e caracterstica
s naturais.
Abaixo encontra alguns exemplos das comidas que so oferendadas e tambm a forma cui
dada como so apresentadas nas entregas
Ser de bom alvitre aos que passarem por estes ebs se a pessoa disposta a execut-los
tenha segurana e tenha mos de Ire (sorte), caso contrrio ...
Outro ponto importante respeitar os EWS de cada divindade, as vezes o que bom par
a uma pessoa no ser para outra, no funciona como receita, temos que analisar os cam
inhos atrves do Jogo, e identificarmos junto a Oris se aquele seria o eb adequado a
o caso desse ou daquele filho.
Mas vejam bem, como saber no ocupa espao, nada os impedem de anotar os ebs que cons
tam nesta pgina.
ta trs vezes na boca da quartinha (que deve estar destampada), pronunciando seu n
ome trs vezes. Neste momento, voc deve abanar todo o ambiente com o leque, pedindo
para que oy traga bons ventos para seu lar; que a casa seja sempre positiva; que
as pessoas mal intencionadas e espritos desencarnados sejam afastados; e que tod
os os que ali habitam tenham prosperidade, fertilidade, harmonia, etc.
Depois disso, coloque a terra, a gua e o dend dentro da quartinha, tampando-a.
Deixe essa quartinha, com as trs cabaas, no mesmo local, para proteger sua casa.
1 Galinha D Angola
1 Ekuru
1 Aca
1 Acaraj
1 Aberm
1 Bola de Canjica
1 Bola de Feijo Preto
1 Bola de Arroz
1 Ovo
1 Bola de Farinha
Tudo isso em Tamanho exagerado,
E 1 Bacia de Pipocas.
1 Estoura Balo (Fogos)
Modo de Fazer:
Levar o Filho de Santo no mato, no p de uma rvore Frondosa. Entregar na mo direita
dele a Galinha D Angola que ser segura pelas Patas. Na mo Esquerda a Vara de Bambu,
o Alguidar pintado nos Ps da rvore e Junto a Quartinha sem nada dentro apenas tamp
ada, e pede-se ao Filho de Santo para mentalizar tudo que deseja que saia da Vid
a dele e do Corpo. E vai se passando todas as comidas comeando pelas comidas escu
ras e terminando com as Pipocas. Ao terminar de passar todas as comidas, o Filho
de Santo encosta a Lana de Bambu rente ao Tronco da rvore, na mo esquerda ento, fic
ar a quartinha. Tira-se a Tampa, pede-se ao Iyawo fale com a boca dentro da quart
inha pedindo para sair tudo de ruim da vida dele,tampa-se a Quartinha e manda-se
o Iyawo atira-la ao cho para que se quebre. O prprio Iyawo faz um Saray com a Gali
nha em seu Corpo e a Joga bem longe com toda a Fora. Neste mometo, d-se na mo do Fi
lho de Santo o Estoura Balo que ser apontado para bem longe botando para correr en
to todas as mazelas que estavam na vida daquela pessoa. Durante todo o processo d
este eb, canta-se para Omolu.
pinga;
1 pea de roupa da pessoa.
Modo de fazer:
Trate dos passarinhos em sua casa, por pelo menos 3 dias.
Faa essa oferenda na mata, num local onde tenha terra. Antes de entrar na mata, v
oc deve oferecer a Ex as trs cabaas (uma com mel, a outra com dend e a ltima com pinga
). Fale em voz alta, dizendo o que veio fazer, e pea ag, a Ex, para entrar na mata.
Feito isso, limpe o local onde voc vai fazer a oferenda. Faa um crculo no cho para c
olocar a gaiola com os passarinhos. Coloque em cima da gaiola a pea de roupa da p
essoa. Solte o primeiro passarinho, pedindo para Ex encontrar fulano de tal (pron
unciar o nome completo). Solte o segundo pssaro, pedindo que a pessoa seja libert
ada. Quando soltar o ltimo pssaro, pea que a pessoa venha a salvo at sua casa (fale
em voz alta o endereo).
Quebre a gaiola totalmente e cubra com bastante eb , deixando-a no local.
Assim que a pessoa retornar, ela deve usar a pea de roupa que voc utilizou na ofer
enda.
Obs.: Em agradecimento pelo regresso do ente querido, deve ser copado um Cabrito
calado para Ex.
EB PARA TER XITO E MOVIMENTO EM CASA COMERCIAL E ILE AS
MATERIAL
21 obi
21 orogbo
01 litro de gim
01 garraga de azeite de dend
Ewe Ireke (folha de cana de acar)
Ewe Epa (folha de amendoim)
Ero Osun (solanaceae)
Epo Odu (erva moura)
Ogede Omini (bananeira)
Iyo (sal)
MODO DE FAZER:
Soque num pilo todas as folhas misturando-as aos outros materiais. Em seguida, ab
ra uma fenda no meio da casa comercial e enterre esta massa, enrolada em um pano
branco. Cubra a fenda.
Esta oferenda deve ser direcionada a Esu, guardio dos templos, casas cidades e pe
ssoas, e intermedirio entre os homems e os deuses.
EB PARA ATRAIR FORAS DAS DIVINDADES AFRICANAS PARA IL AS
MATERIAL
Uma vasilha branca
9 moedas (se for homem)
7 moedas (se for mulher)
20 gotas de azeite de dend
Sal grosso
Gim
MODO DE FAZER:
Na vasilha coloque gua e as moedas. Acrescente sal grosso, gim e o azeite de dend.
Deixe e vasilha no p de Esu se o tiver assentado, caso contrrio, coloque na sala e
deixe de uma dia para o outro.
Faa o pedido Iy m entregando esta oferenda em troca de prosperidade para voc e seus
filhos de santo.
Faa seu pedido saudando a El:
El Boru!
El Boye!!
El Bosise!!!
B PARA ARRUMAR EMPREGO
MATERIAL
2 Inhame Da costa
Dend
1 Obi roxo
2 Pratos
Danda da costa em p
14 Folhas de fortuna
2 Favas de s
1 Alguidar
7 Ovos
Bastante moedas
MODO DE FAZER:
Os dois inhames da costa devem ser bem cozidos, e sua gua para tomar um banho ao
fim desta obrigao. Ento pegue os dois pratos e coloque um do lado do outro, amasse
cada inhame em cada prato, com suas prprias mos e junte ao inhame, um pouco de den
d, os 2 obi roxo ralados, danda da costa em p, folhas da fortuna 7 em cada prato t
riture bem, as 2 favas de s raladas uma em cada prato, ento aps o banho, ou seja no
outro dia de manh em jejum, passe esta massa em todos os dois ps, entre os dedos e
nfim passe bem, coloque uma meia, e fique com este ebo nos ps no mnimo por 4 horas
, fazendo seus pedidos a s caminhos de emprego rapidamente, passado este perodo, re
tire tudo e coloque dentro do alguidar, cubra com bastante dend e quebre dentro 7
ovos, leve e coloque em uma estrada de grande movimento e que voc no veja seu fin
al, jogue por cima de tudo bastante moedas, novamente pea a s dinheiro, e caminhos
de emprego.
B P/TIRAR QUEIMAO
MATERIAL
Panela de barro
9 Ovos
9 Cebolas
Dend
Peneira pequena
Mel
Morim branco
MODO DE FAZER:
Pegue uma panela de barro coloque em sua frente, passe em todo o corpo 9 ovos, e
as 9 cebolas, coloque dentro desta panela e cubra com dend, em seguida coloque a
peneira na boca desta panela e derrame o mel, e pea as foras da Terra que tire tu
do de ruim de sua vida, ebo, feitios, olho grande e queimao, e que seus inimigos no
possam lhe enxergar. Este ebo ser feito em local de mato queimado e/ou seco, e qu
e tenha formigueiro perto, ento cubra com o morim branco, e ao chegar em casa tom
e banho com sabo da costa e/ou sabo de coco.
Aps o Eb prescrito acima aconselha-se a fazer o seguinte banho abaixo --->>
BANHO FORTALECER ORI
MODO DE FAZER:
Pegue gua de coco verde, quine dentro de uma vasilha com folhas de algodoeiro, el
evante, e tome este banho varias vezes sempre ao amanhecer, antes tome banho com
sabo da costa e/ou sabo de coco, aps feito isto tome banho com as ervas, logo a se
guir coloque um akasa em sua cabea e amarre com um morim branco e fique pr duas ho
ras, depois leve em um jardim e coloque em baixo de uma arvore.
Sacudimento
Qui, 09 de Abril de 2009 07:01 Jose Luciano
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Um mao de couve manteiga
bolas de farinha com agua - 4
Coloque o papel dentro, com os ims e regue tudo com mel. Depois costure tudo.
Frite no azeite de oliva - no deixe quebrar; espere esfriar.
Segundo passoCozinhe bem o arroz, s com agua e deixe esfriar.
Faa um molho com a cebola, o azeite e o camaro.
Terceiro passoTire a tampa da melancia na posio horizontal, retire toda a polpa e reserve.
Coloque o peixe dentro da melancia.
Cubra com o arroz.
Coloque o molho por cima.
Passe as moedas pelo corpo e coloque-as sobre o arroz
Regue tudo com mel.
Despache este eb na beira da praia ao nascer do sol.
Forre o morim.
Enfeite com as rosas.
Acenda as velas ao lado.
Passe a polpa da melancia pelo corpo e jogue nas ondas do mar.
Faa numa lua cheia no dia de sbado.
Apesar de tudo,
reconheo que sou vosso servo...
No esqueais, Senhor,
que eu fao nascer o Sol!
Amm!
Carmem B. de Gasztold - (Oraes na Arca).
r em relao aos seres humanos e, de tal forma inexplicvel e incompreensvel, que intil
seria manter-se um culto especfico em sua honra e louvor, j que o Absoluto no pode
ser alcanado pelo ser humano em decorrncia de suas limitaes e imperfeies.
Olorun o nome mais comumente usado para designar a Divindade Suprema, e esta pre
ferncia de uso est ligada sua aceitao por parte dos islamitas e dos cristos, que adot
aram-no como sinnimo, tanto de Al, quanto de Jeov.
O termo fcil de ser analisado e traduzido, uma vez que se compe de duas palavras a
penas: Ol" de Oni (dono, senhor, chefe) e "Orun" (cu, mundo onde habitam os esprito
s mais elevados), formando "Olorun" - Chefe, Proprietrio ou Senhor do Cu.
O termo "Olodumare" prope uma idia mais completa e de maior significado filosfico.
Desmembrando a palavra, encontramos os seguintes componentes: "Ol , Od" e "Mare", qu
e passamos a analisar separadamente.
O prefixo "Ol" resulta da substituio, pelo "l" das letras "n" e "i" da palavra "On
i" (dono, senhor, chefe), prefixo utilizado, modificado, ou em sua forma origina
l, para designar o domnio de algum sobre alguma coisa (propriedade, profisso, fora,
aptido, etc.). Ex.: "Olokun" - Senhor dos Oceanos.
O termo intermedirio "Odu", possui diversos significados, dependendo das diferent
es entonaes na sua pronncia, que no caso "du" e que reunido ao prefixo "ol", resulta
em "Olodu", cujo significado : "Aquele que possui o cetro ou a autoridade", ou a
inda: "Aquele que portador de excelentes atributos, que superior em pureza, gran
deza, tamanho e qualidade".
A ltima palavra componente "mare" , por sua vez, o resultado do acoplamento de doi
s termos "ma" e "re", imperativo que significa: "no prossiga", "no v". A advertncia
contida no termo, faz referncia incapacidade do ser humano, inerente sua prpria li
mitao, de decifrar o supremo e sagrado mistrio que envolve a existncia da Divindade.
Olofin tambm uma das designaes da Divindade suprema. Quando em extrema aflio, os nags
costumam solicitar o auxlio divino, invocando os trs nomes: Olorun! Olofin! Olodum
are
CANDOMBL, UMA RELIGIO?
"O termo religio , de modo quase geral, relacionado com o verbo latino religere: c
umprimento consciencioso do dever, respeito a poderes superiores, profunda refle
xo. O substantivo religio, relacionado com o verbo, refere-se ao objeto dessa pre
ocupao interior quanto ao objetivo da atividade a ela relacionada. Outro verbo lat
ino posterior citado como fonte do termo, religare, que implica um relacionament
o ntimo e duradouro com o sobrenatural .2
As religies pressupem sistemas de crena, prtica e organizao, que estabelecem uma tica
anifestada no comportamento de seus seguidores no que concerne ao procedimento r
itualstico, (prticas padronizadas e invariveis, por meio das quais os adeptos repre
sentam, de forma simblica, sua relao com os seres sobrenaturais).
Estes rituais compreendem diferentes propostas, como splicas, adorao, ou tentativa
de controle sobre os acontecimentos, o que conduz ento, prtica da magia ou da feit
iaria. o prprio ritual que pode estabelecer um cdigo de comportamento, atravs do qua
l os adeptos podero se organizar.
A organizao religiosa define os membros da comunidade de crentes, tenta manter a tr
adio e reunir a dissidncia, e, atravs de diferenciao interna, atribui tarefas religios
as aos crentes 3.
Tudo isso exige, para que possa se efetivar, a existncia de uma liderana centraliz
ada numa autoridade sacerdotal, individualizada ou composta por um grupo de adep
tos de alta hierarquia. A autoridade a representada que ir estabelecer a padronizao
do ritual, o reconhecimento de novos adeptos e a ordenao de novos sacerdotes.
A partir da organizao, do estabelecimento de liderana universalmente aceita e recon
hecida, da uniformizao ritualstica e da codificao de ticas comportamentais e procedime
ntais, o Candombl poder ento - e s ento - atingir o status de religio, na medida em qu
e possui milhares e milhares de seguidores e adeptos, em sua maioria atrelados a
falsos lderes que no possuem as verdadeiras atribuies que distinguem os legtimos sac
erdotes, devendo-se ressaltar que, o processo inicitico insuficiente para habilit
ar o indivduo no exerccio do cargo sacerdotal de hierarquia mxima.
A habilitao ao referido cargo no pressupe simplesmente que o candidato seja iniciado
. necessrio e indispensvel que haja para isso, uma determinao dos prprios Orixs, o qu
s pode ser constatado atravs da consulta ao Orculo de If.
A tica religiosa pode, no entanto, ser consoante com o resto do sistema religioso
e estar ao mesmo tempo, em contradio formal com ele, o que provoca certas tenses q
ue fornecem novos impulsos, que tendem a produzir mudanas no sistema geral, ocasi
onando ento, o surgimento de um ou vrios grupos dissidentes, que, orientados pelos
fundamentos principais do grupo originrio, determinam, para seus componentes, mu
danas no sistema geral e, apartando-se, estabelecem-se como seitas.
A conceituao de "seita" difere suficientemente para que no possa ser aceita como cl
assificao para o Candombl ao entendermos que: "Uma seita um grupo religioso formado
em protesto a outro grupo religioso, e geralmente se separando dele; sua formao r
epresenta a manuteno de credos, prticas rituais e padres morais, mais comumente cons
iderados pelos membros da seita como um retorno a formas mais antigas e mais pur
as dessa religio em particular,... ...com o tempo a seita muda para a posio de isol
amento limitado, parte do sistema circundante, ou para um estado de adaptao ele."
4
Seita seria portanto, o resultado da separao de um grupo dissidente de uma religio,
de um culto estabelecido ou at mesmo de outra seita, onde o surgimento de uma no
va seita seria o resultado da canalizao do descontentamento criado por divergncias
de qualquer natureza.
O objetivo do grupo dissidente no poderia ser outro seno o de mudar, atravs de uma
ao inovadora, alguns, se no todos os elementos que caracterizam sua prpria origem.
Diante do exposto conclumos que, o Candombl, no podendo ser classificado como uma r
eligio e tampouco como seita por falta de caractersticas essenciais, nada mais do
que um culto, subdividido em diversos grupos, com prticas ritualsticas que objetiv
am manter o sentido religioso original, orientado por liderana individual e geral
mente carismtica, e no sacerdotal, como era de se esperar.
Como caracterstica comum esses grupos mantm os ritos especficos em homenagem aos Or
ixs, deidades africanas que servem de base ao sistema religioso em questo e cujo c
ulto mantido atualmente, muito mais atravs da manipulao dos adeptos pelo medo, do q
ue por um sentido mais profundo de devoo religiosa.
A base principal do sistema est pautada na relao homem-Orix, o que dever ser estudado
de forma suscinta para que possamos atingir o objetivo do presente trabalho.
1 - Representao dos Orixs ( In Antologia do Negro Brasileiro. P. Alegre, Globo, 1950,
pg. 310).
2 - BIRBAUM. Religio - In: Dicionrio de Cincias Sociais, Fundao Getlio Vargas - Rio, 1
987
3 - Obra citada - p. 1058, B.3.
4 - Obra citada, p.1104 A.
CAPTULO II
ORIXS, OS DEUSES DO CANDOMBL
Embora prestando culto a inmeras entidades ligadas aos Elementos Naturais, o Cand
ombl entretanto, uma prtica religiosa essencialmente monotesta, uma vez que est fund
amentada na crena da existncia de um Deus Uno, origem de todas as coisas e de todo
s os seres, mesmo daqueles que, segundo Sua determinao, foram encarregados da elab
orao do Cosmos e de tudo o que nele exista ou venha a existir.
Estas entidades, divididas hierarquicamente em diversas categorias, so os interme
dirios entre o homem e a Divindade Suprema, que se manifesta em todos, sem distino,
at mesmo nos seres situados nos mais baixos nveis da hierarquia estabelecida.
importante ressaltar-se que, pelo menos aparentemente, no existe no Candombl, qual
quer rito destinado especificamente ao culto Divino e isto pode ser explicado pe
la concepo de seus seguidores relativa ao posicionamento da Divindade em relao ao se
r humano. Segundo esta viso, Deus est to distante do homem, embora paradoxalmente e
steja, em essncia, presente em cada um de ns, que intil seria direcionar-lhe preces
ou culto, existindo para isto, meios mais eficientes, embora indiretos.
Contradizendo o que vai afirmado acima, localizamos um culto ao Deus Supremo, qu
e configura-se, de forma velada, na nica ritualstica que, se bem compreendida, pod
e ser considerada como direcionada a Olodumare numa de Suas mais gratas e sagrad
as manifestaes.
Segundo a filosofia religiosa yorubana, o ser humano composto de quatro elemento
s ou corpos que permitem, ao combinarem-se, sua estadia no mundo terreno.
O mais conhecido destes corpos o fsico, denominado "ar" em yoruba. o corpo materia
l que permite a plena manifestao do ser humano no plano fsico e material da existnci
a.
Outro destes elementos, o denominado "Ojij", corpo ou forma telrica, conhecido em
outras escolas filosficas como "sombra" ou "corpo astral". Trata-se de um doble e
xato de nosso corpo fsico, que aprende tudo o que sabemos, adquire todos os nosso
s costumes, hbitos e vcios; nutre-se dos fluidos exalados pelos alimentos e bebida
s por ns consumidos, e que, por este motivo, adquire as nossas preferncias aliment
ares.
Ojij uma forma fornecida pela Terra, responsvel pela guarda de nosso corpo fsico, s
ubsistindo, mesmo depois da sua morte, enquanto este no for inteiramente decompos
to e, em forma de p, entregue Terra que forneceu toda a matria de que foi formado.
Ojij que apresenta-se sob a denominao de "Egun", depois da morte do corpo fsico.
O terceiro corpo denominado "Emi". Seria tambm um prottipo criado em plano superio
r de existncia e que serviria de projeto de nosso corpo fsico. Emi o sopro de vida
que nos d o nimo e conseqentemente, a condio para viver. Seria portanto o equivalent
e alma da cultura judaica-crist. Passa tambm por um processo de "morte" que ocorre
algum tempo depois da morte fsica.
O quarto e mais importante componente, "Ipor", a Essncia Divina que, individualiza
da e desprendida de sua Origem, habita cada um de ns. Ipor teria por sede a cabea (
Ori) e, ao encarnar num novo indivduo, perde a conscincia de sua origem divina, de
seus atributos e qualidades, embotado que fica pela queda e aprisionamento na m
atria.
Deus manifestado no homem e da a revelao de Sri Krishna contida no Bhagavad Gita: "
Eu estou em voc, mas voc no est em Mim..."
Sendo divino, Ipori imortal e, cumprida mais uma fase de sua escalada evolutiva
efetuada em diversas e sucessivas encarnaes, retira-se para um local onde ir avalia
r seu desempenho na ltima encarnao e preparar-se para uma outra.
Neste local, que os yorubanos chamam de Orun, assim que lhe seja dada permisso pa
ra um novo nascimento, Ipori escolher seu prprio destino (Odu), assim como escolhe
r o Ori em que ir habitar na nova encarnao. Ao escolher Ori (cabea), Ipor escolhe tamb
o corpo, j que o corpo, para os yorubanos, nada mais que uma extenso da cabea, sed
e e comando de todo o conjunto.
Segundo as crenas Yorubanas, a entidade encarregada de modelar ori, Bab Ajal, muito
velho e descuidado, no mantm um padro de qualidade em suas obras e, por relaxament
o, utiliza-se de diferentes tipos de materiais para confeccionar seus modelos, l
anando mo do material que lhe estiver mais prximo no momento em que estiver modelan
do.
Em decorrncia, muito difcil encontrar-se disposio, cabeas de boa qualidade, o que ju
tifica a diferena existente na maneira de ser dos seres humanos.
A lenda acima descrita contm importantes revelaes esotricas, fundamentais para a com
preenso da relao homem-Orix, principal fundamento de todo o contexto filosfico.
O que a maioria dos adeptos desconhece que, so os Orixs que fornecem a matria com a
qual so confeccionados os Oris e desta forma, fica estabelecida a relao existente
entre o ser humano e seu Orix, ou seja, a entidade que forneceu ou "emprestou" a
matria com a qual sua cabea e, por extenso, seu corpo, foram confeccionados, primei
ro num plano superior em que a prpria matria apresenta-se mais sutil, embora essen
cialmente idntica ao seu correspondente no plano fsico e depois no plano, para ns p
lenamente perceptvel, de forma densa e grosseira.
Bab Ajal, o Modelador de Cabeas, o simbolismo atravs do qual, os yorubanos tentam ex
plicar a diversidade das caractersticas do carter, do biofsico e do prprio desempenh
o do homem nesta vida.
Estabelecida desta forma, a relao homem-Orix, resta-nos uma questo de fundamental im
portncia: Por que razo, algumas pessoas so impelidas ou obrigadas a prestarem culto
aos seus Orixs, enquanto outras passam pela vida sem sequer tomarem conhecimento
de suas existncias e, mesmo dentro do culto, observamos que alguns iniciados no so
tomados por seus Orixs, embora prestem-lhe regularmente, reverncias com sacrifcios