Latim Apost
Latim Apost
Latim Apost
Apostila de
Lngua e
Literatura
Latina
So Paulo
2008
SUMRIO
1. Apresentao
Literatura
Grcia
Uma religio antropomrfica
O culto aos deuses
Mitologia
2. A Religio
A religio entre gregos e romanos
A religio romana
3. Deuses
Homem e Mito: A alvorada e o crepsculo dos deuses
Os mistrios celestes tm um Intrprete: o Sacerdote
O Olimpo: deuses e semideuses
Uma tragdia csmica: Saturno devora os filhos
Mtis, quem era ela?
Zeus, o pai e o senhor dos deuses e dos homens
Palas Atena ou Minerva Armada
Hera, a romana Juno, a Prima-Dona do Olimpo
Apolo, ou o Iluminante
rtemis, ou Diana, a virgem exterminadora de mil homens
Afrodite, a deusa do amor.
4. Noes Histricas
A fundao de Roma e a realeza
A repblica romana e as lutas internas
Instituies romanas
5. A Lngua
A lngua latina
O Latim e a expanso romana
Latim literrio e Latim vulgar
As Lnguas romnicas
A romanizao da Pennsula
6. Morfologia dos substantivos e dos adjetivos
Introduo s declinaes
Gneros.
Terminao
Casos e declinaes
7. Primeira Declinao
Primeira declinao
Frases: traduo, anlise de caso e funo
Verbo - 1. conjugao - presente do indicativo
Verso
Traduo, anlise de caso e funo II:
I - A descoberta do mundo antigo
II - Italia, Graecia, Gallia
III - Roma antiqua
Exerccios morfolgicos
8. Segunda Declinao
Segunda declinao
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1. APRESENTAO
Literatura
Literatura, nome tirado do latim littera, letra, o conjunto das obras escritas de uma
nao, ou ainda, de determinada poca, notveis pela beleza da forma e a sublimidade do
pensamento.
Grcia
A Grcia uma pennsula localizada ao sul dos balcs. Primeiros povos: Aqueus,
Drios, Jnios e Elios. Eles diziam descender de Hlen, deusa que escapara do dilvio, por
isso chamamos os gregos de helenos. Adoravam inmeros deuses como: Jpiter, Atenas,
Dionsio, Hera e Posseidon. Todo o desenvolvimento da Grcia girou em torno das cidades:
Tebas, mas principalmente de Esparta e de Atenas. Cada uma formava um Estado
independente, com leis e organizao prpria. A Grcia considerada o bero da
civilizao; sim, por que ali, todas as cincias, artes, letras e filosofia tiveram impulso.
Notamos nesse longo perodo, o aparecimento de grandes pensadores: Scrates, Plato,
Aristteles, Xenfanes, Parmnides. Nas artes: Fdias, Miron, Polcreto. Em sntese, tivemos
um cu onde brilharam milhares de estrelas, cujo brilho ilumina nossas mentes.
Uma religio antropomrfica
O antropomorfismo religioso desenvolveu-se muito entre os gregos. Para eles, os
deuses tinham forma humana e eram imortais.
Muito embora fossem politestas, os gregos tinham um deus mais importante. Zeus era
o maior e mais importante de todos os deuses, o senhor do mundo.
Zeus vivia com sua famlia no monte Olimpo. Onde tambm vivia Hera, sua mulher,
Ares, o deus da guerra, Hermes, o deus do comrcio, Apolo, o deus do Sol e das artes,
Afrodite, a deusa do amor, Artemis, a deusa das florestas e das montanhas e Atena, a deusa da
inteligncia.
Alm do culto aos deuses, os gregos faziam o culto aos heris, uma espcie de
intermedirios entre os deuses e os gregos.
O culto aos deuses
Os deuses gregos eram cultuados na famlia, na cidade e nas colnias. Onde o grego
estivesse morando, l estavam seus deuses. No se concebia a presena de um grego sem a
presena dos deuses e dos seus heris.
Mitologia
A Grcia Clssica produziu uma das maiores, seno a maior florao cultural da Antigidade
no mundo ocidental.
Suas artes, sua filosofia, sua literatura so de to alto nvel que at hoje servem no s de
referncia e comparao como tambm de inspirao para as escolas surgidas posteriormente.
Sabemos que os estados gregos, por sua rivalidade procura da hegemonia, entraram em
conflitos que os enfraqueceram, levando-os exausto e finalmente s mos dos povos
brbaros macednios.
Mais tarde caram sob o poderio do Imprio Romano (146 a.C.).
nessa poca que comea a histria da literatura latina.
Antes dessa poca os latinos haviam produzido alguma coisa em matria de literatura:
dilogos acompanhados por msica e bailados, cantos sacros, versos com metrificao
pesada, versos satrnios.
Em contato com os gregos vencidos que, aprisionados foram a Roma como escravos, os
romanos conheceram a cultura grega e dela se inspiraram para criar suas obras literrias.
Desse modo, enquanto a Grcia levou sculos para amadurecer sua cultura, estabelecendo
perodos entre a criao dos vrios gneros, as epopias de Homero datam de 1.000 a.C.,
enquanto as tragdias foram compostas entre 500 e 300 a.C., os latinos, a partir da conquista
da Grcia, receberam de uma vez todas essas manifestaes artsticas, literrias e culturais.
No comeo, os escravos gregos, tornados professores, traduziram para o latim as principais
obras gregas. Mais tarde, os prprios latinos, a partir das obras gregas, passaram a criar, ou
imitando-as fielmente, ou atravs da contaminatio (reunio de vrias obras para criar uma
nova), ou apenas inspirando-se nelas, como o caso dos escritores que viveram no perodo
ureo da literatura latina.
Depois que a Grcia passou para o domnio da Macednia, foi criado um novo centro de
cultura, a Alexandria, da qual se originou a Escola Alexandrina, escola cujos cnones se
opunham aos do Classicismo Grego. Essa escola potica, de carter popular, criou novos
gneros literrios, mais curtos, mais leves, como a elegia amorosa, que teve grande
desenvolvimento em Roma, na poca de Augusto, produzindo obras de valor.
2. A RELIGIO
A religio entre gregos e romanos:
Hesodo foi um poeta grego, nascido em Ascra, na Becia, entre os sculos VIII e IX a.C.
Escreveu, entre outras obras, uma Teogonia, poema sobre as origens dos deuses. Na Teogonia
de Hesodo, h a reunio de diversos mitos e lendas sobre deuses gregos.
Diferenas entre Mito e Lenda:
O Mito tenta explicar e decifrar o mistrio e o significado das fbulas. A Lenda a histria
dos feitos praticados por santos e heris, da tradio oral ou escrita, atravs dos tempos.
Segundo a Teogonia de Hesodo, Cronos e Ra (sua mulher) eram Tits, (gigantes), nascidos
do Cu e da Terra e provenientes do Caos.
Alm desses Tits, havia outros: Jpeto, Atlas, Oceano, etc.
Cronos, que era dono do mundo, para evitar que os filhos o destronassem, comia todos os
filhos vares.
Zeus, um dos filhos de Cronos, conseguiu sobreviver auxiliado pela me, a qual fez com que
Cronos engolisse uma pedra envolvida em panos em vez do filho. Zeus cresceu numa gruta na
ilha de Creta. Quando se tornou jovem, Zeus destronou Cronos e outros Tits. Fez Cronos
vomitar os outros filhos que havia engolido e partilhou com seus irmos Possidon e Pluto o
domnio do mundo.
Quanto aos outros Tits, receberam penalidades diversas: Atlas foi obrigado a carregar o
mundo; outros Tits foram precipitados nos Infernos, que era o lugar para onde iam os
mortos. Os bons iam para os Campos Elsios e os rprobos para o Trtaro.
Zeus casou-se com Hera e teve grande nmero de filhos tambm com outras deusas.
Zeus tornou-se o deus do cu, pai dos homens, dos outros deuses, era tambm deus do raio,
das noites, das nuvens, protegia as colheitas. Castigava o que violavam a justia e
prejudicavam as sociedades humanas como a famlia e a ptria. Morava com os outros deuses
no Olimpo.
Zeus partilhou o mundo com seus irmos: Possidon, que se tornou o deus dos mares e
oceanos, Pluto, deus subterrneo das riquezas e dos mortos.
A religio romana
A religio romana aponta influncias sofridas desde tempos remotos de vrios povos. Devido
essa mltipla origem, encontramos na religio romana cultos diferentes, at opostos que
persistiram atravs dos sculos. Assim havia o costume de enterrar os mortos com oferendas
para aplac-los, costume herdado dos lgures, na crena de que os mortos permaneciam entre
os vivos. Ao lado deste, havia o costume de incinerar os mortos, de origem indo-europia, na
crena de que os mortos se reuniriam aos deuses. Havia cultos agrrios, herdados dos sabinos
e cultos celestes, indo-europeus. Finalmente, houve o entrosamento da religio romana com a
grega em poca posterior, quando a Grcia foi conquistada pelos romanos.
Os primeiros sentimentos religiosos dos romanos esto no culto do lar e dos antepassados. Da
nasceu a famlia, unida pela religio.
Desde o tempo mais antigo, havia na entrada de cada casa romana um altar onde ardia o fogo
sagrado, que era conservado dia e noite e ao qual eram oferecidos incenso, vinho, flores e
frutas. Havia tambm os Penates, nos quais estavam includos os cultos aos mortos para que
tivessem paz na outra vida.
Entre os deuses venerados pelos romanos desde pocas mais remotas, esto:
Ceres: deusa cultuada em grande parte da Itlia. Protegia a agricultura e a fertilidade, foi
assimilada a Demeter, divindade grega da agricultura.
Jano: deus das portas, das encruzilhadas, das passagens. No tempo de Cicero, seu nome era
invocado ainda no comeo das preces. O sacerdote de Jano era o primeiro dos sacerdotes.
Juno: no incio protetora das mulheres, velava pelos nascimentos e casamentos. Mais tarde foi
identificada Hera grega e foi considerada esposa de Jpiter.
Lares: identificados com os Manes (as almas dos mortos). Eram, no incio, protetores da
propriedade rural, velando pela fertilidade dos campos. Mais tarde, os Lares passaram a
receber o culto domstico.
Jpiter: era a grande divindade dos romanos. Foi cultuado, desde os tempos mais remotos, em
muitas cidades. Regia os fenmenos atmosfricos: luz. Foi identificado com Zeus.
Saturno: deus itlico. Refugiou-se na Itlia, quando foi expulso pelo filho. Governou o Lcio,
onde fez reviver a Idade de Ouro. Foi identificado com Cronos.
Marte: deus que presidia a todas as atividades humanas essenciais e tambm guerra.
Identificado como Ares grego.
Vesta: divindade oficial, cujo fogo era mantido pelas Vestais.
Minerva: divindade itlica, que presidia inteligncia, s artes, indstria. No Capitlio, seu
templo principal situava-se junto a Jpiter e Juno. Foi identificada com Palas Atenas.
Vulcano: deus do fogo e do metal, identificado com Hefastos.
Vnus: deusa do amor entre os latinos. Simbolizava a fecundidade da natureza. Apesar de
identificada Afrodite grega, deusa da beleza e do amor, conservou muitas de suas
caractersticas prprias e possua muitos templos em Roma.
Cupido: deus do amor, filho de Vnus, identificado com Eros.
Diana: divindade itlica, deusa das montanhas e dos bosques. Foi identificada a rtemis,
deusa grega da caa.
Baco: deus do vinho de culto itlico e mais tarde identificado com Dioniso grego.
Netuno: deus do mar, identificado com Possidon.
Alm desses deuses, durante a helenizao romana, foram trazidos da Grcia, mais alguns
deuses. Esses deuses importados da Grcia e outros genuinamente latinos constituram a
religio oficial no tempo de Augusto. O pontifex Maximus restaurou templos, restabeleceu
antigos cultos e cerimnias e mobilizou poetas para que buscassem inspirao nos motivos
religiosos.
Augusto, ao incrementar a religio, visava restaurao de costumes, da autoridade, da paz,
com vistas em prprio poder.
Os romanos tambm receberam cultos vindos de outros lugares: do Egito receberam sis e
Cibele; da Babilnia, Mitra.
3. DEUSES
Homem e Mito: A alvorada e o crepsculo dos deuses
Onde esto os deuses, os felizes habitantes do cu, que o homem chamava de imortais Jpiter,
pai e patro, ou a sbia Minerva, o astuto Mercrio ou o belicoso Marte, a sedutora Vnus, ou
Ceres, me fecunda Desapareceram. No esto mais no cu nem na terra. Refugiaram-se
dentro de ns, como a lembrana de um mito, ou de uma linda fbula, em que cada um deles
antecipava algo nosso, no bem e no mal.
Com efeito, mito quer dizer conto. No tempo de Homero designava um discurso genrico e
somente mais tarde, quando o Olimpo estava se apagando como um cu estrelado com a
proximidade da alvorada, essa palavra passou a significar um conto sobre a divindade, uma
histria que envolvia cu e terra, os celestes e os mortais.
A origem do mito perde-se na noite da pr-histria, mas coincide, pelo menos virtualmente,
com um acontecimento de extraordinria importncia no longo caminho da evoluo humana.
O homem, at ento aterrorizado e subjugado pelas foras da natureza, compreende que o raio
incendirio, o tornado, o mar tempestuoso ou o sol que escurece no meio do cu tm uma
causa, obedecem a uma lei misteriosa e poderosa da qual depende a vida de tudo e de todos.
A partir desse momento comea a lenta vitria da inteligncia humana sobre o medo milenar
da escurido e da morte; o caos, o cego aglomerado da matria primordial, anima-se e toma
forma, torna-se um universo ordenado onde cada fora csmica recebe um nome e uma
funo.
Para a fantasia primitiva, frvida como a de uma criana, Urano o cu, aquilo que est em
cima, e Gaia (ou Gia), a terra que est embaixo, enquanto Eros o palpitar que distende o
corpo, o fogo do amor. Do Caos, como relata Hesodo, o antigo narrador desses
acontecimentos prodigiosos, consolida-se o rebo, smbolo das trevas eternas, enquanto o Dia
se separa da Noite. Urano junta-se ainda Terra e ao Mar, e o Universo se povoa de seres
divinos.
Agora o homem no est mais s. Ele sabe que em cada fenmeno da natureza escondem-se
presenas sobre-humanas; aprende a reconhec-las e a cham-las pelo nome, e oferece
sacrifcios e preces para merecer proteo.
Surgem os primeiros templos e os primeiros altares; nasce o culto sagrado.
Os mistrios celestes tm um intrprete: O Sacerdote
claro que nem todos os homens compreendem que o trovo ou o terremoto so fenmenos 7
naturais. Quem intui tudo isso um privilegiado, um indivduo que se qualifica entre todos
os seus semelhantes como o mais inteligente e perspicaz, um precursor que enxerga e
conhece aquilo que os outros ignoram e temem. Para ele fcil, portanto, impor-se ao cl ou
tribo, tornando-se o intrprete desses fenmenos celestes ou terrestres que aterrorizam os
outros. As foras invisveis encontram nele um porta-voz necessrio e insubstituvel, e as leis
da natureza tornam-se cincia; mas uma cincia secreta, que se transmite dentro de uma casta
sacerdotal rigorosamente selecionada. O templo nasce, assim, de um recinto primitivo de
plantas ou de pedras, para onde o sacerdote - mago se aparta com seus discpulos para
esquivar-se dos olhares curiosos da tribo. Um pequeno bosque silencioso s margens da
comunidade, ou um cubo de pedras, aberto no alto, em que se queimam folhas aromticas e se
oferecem primcias ao Nume invisvel; uma pedra no centro - a ara do sacrifcio - sobre a qual
se imola um manso cabrito ou um touro indomvel para dedicar aos deuses as vsceras
fumegantes: desses ritos primitivos, por conseqncia natural, chega-se ao clssico templo
erguido na parte alta da cidade, como o marmreo Parternon, ornado com esttuas pintadas.
O Olimpo: deuses e semideuses
Esse mundo ideal, visvel apenas aos olhos fechados, no pode estar na terra nem suspenso no
ar, e os sacerdotes dizem que ele se encontra num pico da Tesslia, chamado Olimpo, cercado
de brancas nuvens, arejado por tpidas brisas e de onde se pode manter sob controle toda a
Terra.
Mas, olhando para baixo, e interessando-se cada vez mais pelas vicissitudes dos homens, os
deuses comearam a preferir a terra ao cu e o amor dos mortais ao dos imortais.
Nascem os bastardos, meio deuses, meio homens, os semideuses que, colocados pelo Destino
entre o cu e a terra, participam de prerrogativas divinas e de limitaes humanas.
Comea assim uma histria cheia de aventuras extraordinrias, que pode merecidamente ser
considerada o mais emocionante romance da Antigidade. Os deuses soltam-se, sem
inibies, provocando guerra e paz, alianas e traies, feitos hericos e vinganas infames;
dividem-se em faces e partidos, transformam-se em seres humanos para combater-se,
atravs de intermedirios, no cu ou na terra.
O homem, por sua vez, familiarizando-se cada vez mais com os imortais, aprende a superar e
vencer sua primitiva natureza atemorizada e vulnervel.
O semideus e o heri parecem-se como duas gotas de gua: Aquiles, filho do mortal, Peles e
da divina Ttis, no menos humano nem menos herico que seu grande antagonista Heitor,
filho de Priamo e Hcuba.
O cu, nessa poca, torna-se pequeno e insuficiente para acolher a enorme proliferao
deuses. Cada nume um gerador de foras que presidem a cada ato da vida. Muitos deuses
transferem-se diretamente para a Terra, fundem-se com seus adoradores.
Uma tragdia csmica: Saturno devora os filhos
O cu estrelado, ou Urano, apaixonou-se, pois, por Gaia, a Terra, e no fim de cada tarde, como
relata Hesodo, ele descia junto com a noite e abraava a Terra deitando-se em cima dela. O
ardor amoroso do Cu fecundava com a chuva sua esposa. Mas Urano queria reinar sozinho e
obrigou seus quatro filhos, Tit, Oceano, Jpeto e Crono, a se esconderem embaixo da terra.
Eram filhos de propores colossais. Crono, o Tempo, era o mais novo. Com a ajuda dos
irmos e da me, que lhe deu uma foice, armou uma cilada ao pai: esperou que ele descesse
para abraar a Terra e, enquanto Urano estava se estendendo ternamente sobre ela o filho
mandou que seus gigantescos irmos o imobilizassem, e com a foice cortou-lhes os rgos
genitais e os jogou no mar.
Urano perdeu assim toda a esperana de ter descendncia direta; e com ele a abobado celeste
perdeu a superioridade sobre a superfcie terrestre. Ento, enfurecido, o deus do cu gritou
pedindo vingana; e o mar, onde haviam cado seu sangue, o smen e os rgos de sua
virilidade, comeou a agitar-se ameaador e gerou as Frias.
Agora o Tempo - Crono para os gregos e Saturno, mais tarde, para os romanos - dono do
Cu e da Terra e impe sua lei. As horas e os dias, as estaes e os anos, os sculos e as eras:
toda a vida medida e regulada por ele, o deus Tempo, que tem nas mos a vida dos homens,
do nascimento morte.
Crono, temeroso de que um de seus filhos se revoltasse contra ele, resolveu destruir toda sua
descendncia. De que maneira Comendo os herdeiros um aps outro. Primeiro as filhas:
Hstia, Demter a Hera, e depois Hades e Possidon. Ao primeiro vagido a me desventurada
devia levar o recm-nascido ao marido, que o devorava. Crono possua at um instigador: o
irmo Tit, que exultava por ver aquela carnificina de herdeiros legtimos.
Crono, porm, no contara com o Destino. Com efeito, um misterioso orculo o alertara desde
o incio de seu reinado, de que um dos filhos o despojaria o trono; e ele, para precaver-se
contra esse acontecimento, devorara todos. Quando Ria, a mulher de Crono, percebeu que
estava novamente grvida, resolveu salvar a vida de seu filho. Por isso, logo depois do parto,
ela escondeu o menino e levou a seu esposo uma pedra embrulhada nas roupinhas do recmnascido.
O obtuso dspota engoliu o pedao de rocha e continuou reinando sem de nada suspeitar.
Enquanto isso, o pequeno Zeus, confiado aos cuidados das ninfas, crescia e tomava
conscincia de si. Tornou-se jovem e forte, compreendeu que sua hora chegara, abandonou a
ilha-refgiu para enfrentar o velho pai.
Ele pegou Crono de surpresa, tomou-lhe a foice da mo e, com a mesma lmina utilizada para
mutilar o Cu, tornou-o impotente, jogando no Trtaro os rgos amputados. O que significa
isso O mito de Crono-Saturno significa a fatal autodestruio do Tempo, que gera os dias e os
anos e os destrui. Crono-Saturno que devora os filhos esse processo fatal que se chama
devir e pelo qual tudo nasce, cresce, reproduz-se, definha e morre.
Homem, lembra-te de que s p tornars, advertia um texto sagrado. como dizer: tua me
nutriu-se dos produtos da terra e tu os absorveste enquanto estavas em seu seio. Depois a terra
te alimentou com as substncias de seus trs reinos, at que, no fim, recolheu-te em seu seio
para transformar-te novamente em matria terrestre, p.
Crono-Saturno a lei que rege o cosmo, o segredo de cada histria humana. No um crime,
mas um sinal de esperana, uma promessa de imortalidade.
Mtis, quem era ela?
Ria, a infeliz esposa de Crono, no se resignava lembrando-se dos filhos que haviam
acabado na garganta paterna; e depois que Zeus punira e destrona o pai, foi procurar uma
amiga para pedir-lhe conselho. Essa amiga vivia afastada de tudo e de todos. Chamava-se
Mtis, que significa prudncia, e conhecia muitos segredos da natureza ignorados pelos outros
deuses.
Mtis preparou uma bebida e disse a Ria que a desse para Crono, ainda dorido pela
mutilao. Ele a bebeu e foi logo surpreendido por terrvel nsia de vmito, mediante a qual
devolveu me os corpos dos filhos que havia comido. Ria os massageou com um ungento
(medicamento para uso externo) preparado pela amiga, e eles voltaram vida. Zeus,
admirado, apaixonou-se por Mtis e casou-se com ela; mas pouco depois um orculo o avisou
de que aquela deusa lhe daria um filho destinado a dominar todo o universo.
Zeus teve medo que o destino de Urano e de Crono se repetisse, e para no se separar da
amada e sbia Mtis, comeu-a junto com o filho que trazia no seio, para transferir para si e
assimilar o conhecimento do bem e do mal. Aquela refeio era indigesta e provocou em Zeus
uma terrvel enxaqueca.
Zeus, consciente de sua misso, sabe que um soberano no pode prescindir da prudncia, se
quiser reinar com sabedoria e justia.
Saturno, com efeito, levara consigo a foice de metal escuro que lhe servira como arma
parricida (quem cometeu assassinato do prprio pai) para separar-se do Cu. Mas na terra sua
foice tornou-se instrumento de paz e de bem estar: com ela ceifavam-se as searas e comeava
a abundncia - a foice era de ouro, smbolo de fecundidade e riqueza.
Zeus, o pai e o senhor dos deuses e dos homens
Zeus (o mais mulherengo e deus dos disfarces), pois, foi o ltimo do Tempo e da Terra: o
ltimo, mas tambm o predestinado. Ele tirou do pai o cetro real para constituir seu poder
alm de qualquer limite de tempo e de espao, na eternidade.
ele o verdadeiro pai dos deuses e dos homens, o senhor do cu e da terra. Sua me Ria,
tambm chamada Cibele, pariu-o na ilha de Creta; e para livr-lo da vida boca paterna, ela
confiou-o a duas ninfas amigas, Ida e Adrastia. Uma cabra, chamada Amaltia, forneceu o
leite; uma abelha, chamada Pancris, o mel. O pequeno Zeus cresceu forte e seguro de si;
ento saiu do esconderijo desafiando o velho e desconfiado pai, e venceu-o. Seus irmos,
Hades e Possidon, tornaram-se depois seus aliados, e as irms, cmplices.
Zeus, chamado mais tarde Jpiter pelos romanos, sinnimo de fora vital, energia criadora,
proliferao celeste e terrestre. Depois do trgico fim de Mtis, ele se casou com sua irm
Hera, e desse casamento nasceram Ares e Hefastos, o artfice das forjas celestes.
Hera, a esposa legtima, no aprovava as aventuras amorosas de seu divino cnjuge. Contudo
Zeus, como marido libertino, procurava esconder aos olhos de Hera os numerosos adultrios.
Para amar Mnemsine, isto , a Memria, ele se transformou em pastor, tornando-se
subitamente pai de nove filhas: Clio, Euterpe, Melpmene, Talia, rato, Polmnia, Terpscore,
Urnia, Calope, as nove Musas...
Urano, segundo a rvores genealgica descrita por Hesodo, era seu av; o cu, portanto,
subjugava a terra infundindo temor e respeito pela inacessibilidade de sua abbada celeste.
10
Crono, ltimo filho de Urano e pai de Zeus, apossou-se do poder; e o Tempo tornou-se o
senhor absoluto da vida. Zeus, o ltimo filho do Tempo, destituiu por sua vez, pela astcia, o
pai; e seus filhos, no mais relegados a cavernas subterrneas como os de Urano, nem
devorados como os de Crono, povoaram o cu e a terra.
Palas Atena ou Minerva Armada
Aquela refeio feroz e excepcional - nada menos que a sbia e prudente esposa Mtis,
grvida - no podia deixar de ter conseqncias nem mesmo nas celestes vsceras do Deus dos
deuses. De fato, o corpo da suave Mtis provocou em Zeus uma enorme indigesto e uma dor
de cabea insuportvel. Zeus estava transtornado; parecia-lhe que os olhos saltavam das
rbitas e que em sua cabea havia um exrcito de guerreiros decididos a abrir uma passagem
para sair. No fim, no suportando mais, ele chamou o filho Hefastos para que o ajudasse. O
filho de Zeus pegou o machado e com um golpe seguro partiu ao meio a cabea do pai. E ela,
belssima, apareceu; armada dos ps cabea, pronta a desafiar e a lutar.
Atena, que os latinos chamaram de Minerva, nasceu assim, da cabea de Zeus: e foi uma
deusa prudente e sbia, a protetora das cincias e das artes, a instigadora de todo nobre
empreendimento, a inspiradora do saber. Armada, sem dvida, porque a cincia deve saber
defender-se de seus opositores e o conhecimento no pode deixar-se vencer pelo
obscurantismo da ignorncia - uma deusa no-belicosa (que incita guerra), mas aguerrida
(acostumada guerra), pronta a combater pela verdade e justia.
Foi amiga de todos e no pertenceu a ningum. Ajudou, sobretudo os heris, mais que os
deuses; foi inimiga implacvel da injustia, ops-se a toda manifestao de dio ou de
vingana, mesmo de seu predileto Aquiles, ou fora bruta de ares, o feroz deus da guerra.
Um dia teve que competir com Possidon, o poderoso deus do mar, diante de um jri
composto por todos os deuses: a competio consistia em dar um presente mais bela cidade
da Grcia, que do alto de sua cidadela espelhava-se no mar. Aquele que desse o presente mais
til e agradvel cederia seu nome cidade. Possidon, com um golpe de tridente, fez sair da
terra um cavalo; Atena, com um gesto da mo, fez nascer e crescer uma oliveira carregada; e
ganhou. Em honra dela, a cidade tomou seu nome: Atenas; e a adorou invocando-a pelo nome
de menina, pallas, e pelo de virgem, parthnos, e lhe dedicou um magnfico templo, o
Partenon.
Atena uma mulher, mas como se fosse um homem; ou ento como se fosse de outra
espcie, uma amiga fiel a quem se pode contar tudo, contanto que seja lcito e justo.
Foi denominada glaucpide, que significa de olhos azuis; tambm foi chamada Nik,
vitria, igual ao pai na coragem inteligente e na prudncia, afirma Hesodo.
A filha sem me, nascida da cabea do divino progenitor, o pensamento que se apresenta
maduro e j adulto, com a lana da eqidade (disposio de reconhecer igualmente o direito
de cada um), o elmo da sabedoria, o escudo da prudncia, para opor ao impulso dos instintos
do freio da razo.
Hera, a romana Juno, a Prima-Dona do Olimpo
Zeus, o deus do trovo profundo, o deus dos deuses, tem Hera como irm e mulher. Hera,
filha, como Zeus, de Ria e Crono, e devorada pelo pai ansioso e ciumento de seu prprio
domnio, foi ressuscitada graas poo da prudente Mtis; e ela a primeira companheira do
jovem Nume (deus) que destronou o pai: irm e mulher.
Ela virtuosa, insensvel corte dos celestes, intocvel por ser a mulher do pai de todos os
deuses; mas, sobretudo porque, de suas virtudes de esposa, obstinadamente fiel a um marido
11
habitualmente infiel, ela fez um motivo de orgulho e uma arma, com a qual condena e
chantageia quase todos os habitantes do Olimpo.
Zeus, para seduzi-la, transformou-se em cuco. Era inverno. A moa bopide, isto , de
grandes olhos bovinos apanhou o pssaro e o aqueceu ao seio: e assim, para o jovem deus, foi
fcil vencer a casta irm. Ento ele fugiu com ela para o monte Citron, onde Hera recebeu de
Gaia sua av, como presente de casamento as mas de ouro das Hesprides, ou seja, as
roms, smbolo e auspcio (pressgio) de fecundidade.
Hera a deusa de alvos braos e de rosto velado pela tristeza, smbolo da me prolfica e da
famlia, protetora das jovens esposas, nume da fecundidade. Sob o aguilho (estmulo) do
cime, Hera torna-se o smbolo da mulher briguenta e vingativa, que usa qualquer pretexto
para contradizer o marido e lanar-lhe na cara suas infidelidades. Se Zeus tem simpatia pelos
troianos, ela toma abertamente o partido dos gregos. Ares, filho de Zeus e Hera, justamente
o fruto desse profundo dissdio: o deus que personifica violncia e dio, dor e terror. O outro
filho foi Hefastos, o deus do fogo rubro (vermelho muito vivo), que ergue um martelo entre
jorros de fascas. No dia em que Hefastos, durante uma das habituais brigas familiares, ousou
tomar a defesa da me, foi arremessado do Olimpo por Zeus, com um pontap, e quebrou as
pernas, ficando coxo para sempre.
No entanto, sua maneira, Hera amava Zeus, e ele gostava de sua mulher.
O desventurado xion ainda est girando pelo ar amarrado a uma roda em chamas, apenas por
ter ousado apaixonar-se por Hera e ter abraado um simulacro (simulao) dela, feito de
nuvens.
Aps muitas brigas, Hera abandonou o Olimpo; no entanto, Zeus percebeu que no podia
reinar em paz sem sua terrvel e bela esposa. Ento espalhou o boato que iria casar-se de
novo. Mandou fazer uma esttua de madeira parecida com Hera, que mandou cobrir e enfeitar
com roupas e jias. Depois determinou que a esttua mulher fosse levada num cortejo pela
Eubia, numa carruagem dourada, puxada por doze cndidos bois. Hera no resistiu. Saiu do
retiro, correu at a carruagem e arrancou os vus da esttua para ver sua rival: e depois de
descobrir o truque, comeou a rir, enquanto pelas faces corriam-lhe lgrimas, no se sabe se
de raiva ou de felicidade.
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Mas o divino inspirador tambm um deus temvel e terrvel. No ltimo livro da Ilada ele se
impe a Aquiles, que h doze dias estraalha em torno dos muros de Tria o cadver de
Heitor, acusando-o de ferocidade desumana e convidado os deuses a unirem-se a sua
indignao.
Amou ninfas e mulheres mortais. Dafne, a linda filha de Peneu, despertara a paixo de um
jovem chamado Leucipo, quando Apolo tambm se apaixonou por ela. Leucipo, seguindo as
instrues da amada vestiu roupas de mulher para ficar junto dela sem que ningum
percebesse. Mas o deus clarividente descobriu o embuste (mentira artificiosa) e ordenou s
ninfas que matassem o rival.
Para esquivar-se ao desejo de Apolo, Dafne fugiu e quando o Nume apaixonado estava a
ponto de alcan-la, pediu socorro veneranda Gaia, que a transformou em loureiro. Os
amores de Apolo freqentemente estavam ligados morte, ou se envolviam no mistrio de
obscuras e trgicas metamorfoses. Trs episdios de amor no correspondido, trs exemplos
significativos: por que a luz, sinnimo de Verdade, ainda no tem direito de acesso ao corao
dos homens, onde se aninha a sombra das paixes. Apolo o raio de luz que procura abrir um
caminho no escuro, a palavra que, atravs de seus orculos, exorta (incita) todo ser vivo a
buscar em si essa luz. Homem, conhece-te a ti mesmo, gritava a sibila (profetisa) Dlfica a
quem lhe pedisse o segredo da vida.
rtemis, ou Diana, a virgem exterminadora de mil homens
rtemis a caadora solitria, a sempre distante; seu reino a floresta povoada de ninfas,
onde o homem receia aventurar-se; as codornizes, que voltam toda primavera aos tpidos
declives da Grcia, so seus animais sagrados, pois as aves migradoras amam e conhecem as
distncias.
rtemis a virgem intocvel; uma criatura esquiva (arisca) e selvtica que atinge com dardos
mortferos o temerrio (arriscado) que dela se aproxima.
Era ela, com efeito, a causa das febres malricas e puerperais, e ao mesmo tempo a protetora
das parturientes. Amava os lees: em Tebas, seu templo era guardado por um leo de pedra.
Era chamada tambm caadora de cervos, pois esse animal era selvagem como ela, gil e
desconfiado.
Ela evitava a companhia de outros deuses, rejeitava qualquer relao sentimental, odiava
todas as manifestaes fsicas do amor: era a deusa belssima e intocvel, de mil nomes e mil
atributos.
Se Apolo representava a fora luminosa do Sol, rtemis era misterioso influxo da Lua na vida
terrestre.
De fato, a lua que marca os tempos e os ritmos terrestres; da lua as plantas recebem um
benfico impulso junto com as virtudes fertilizantes do orvalho. E rtemis, como a lua, fria
e distante, envolta no mistrio das selvas como o nosso satlite na obscuridade da noite: e
como a lua, que, do alto, solitria habitante do cu, preside e influencia todos os
acontecimentos terrestres, desde o nascimento das plantas e dos animais at o do homem,
assim a belssima deusa reina soberana sobre a vida dos campos e dos prados, dos montes e
dos bosques, sobre todos os animais, e a ela oferecem presentes todas as parturientes (mulher
que est prestes a parir), dedicando-lhe os filhos. Porque era ela, a misteriosa deusa lunar, que
tomava sob sua proteo todas as mulheres grvidas, media o tempo da gestao, assistia-as
no parto Sagrada, portanto, e distante como a lua de qualquer paixo, intata (pura) e
inviolvel.
Um caador levou um fim muito trgico. Caando na floresta, com um matilha de ces, ele
surpreendeu rtemis que se banhava, nua, num lmpido rio. Antes de v-lo, a deusa sentiu
sobre si o olhar profanador do homem, e com um gesto da mo transformou-o num cervo.
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confiado a um mortal. Hermes levou-as para junto de Pris, o belssimo filho de Pramo. E
Pris ofereceu o pomo de ouro a Afrodite, recebendo como prmio o amor da mais bela de
todas as mortais, Helena, esposa de Menelau. O Amor traz a paz e a guerra. Amor omnia
vincit.
Afrodite , provavelmente, uma divindade que chega Grcia de muito longe, atravs do mar;
a Istar da Mesopotmia, a Astartia da Sria e da Fencia, a sis do Egito, a Xiva do Oriente:
o eterno feminino de todo lugar e tempo.
Tanto na Grcia como em Roma, Afrodite teve dois rostos e dois cultos: a Afrodite Urnia, a
Vnus celeste, smbolo do puro Amor, e a Afrodite Pandmia, mulher de todos, sensual e
provocadora.
Afrodite no morreu com o Olimpo, pois uma lei da vida, o impulso que assegura a
continuao de tudo o que vive no tempo. Seu ms abril, quando a natureza toda fermento
produtivo.
Afrodite, ou Vnus, aquilo que existe no homem de mais sagrado e de mais profano, e que
pode fazer dele um super-homem ou um bruto.
4. NOES HISTRICAS
A fundao de Roma e a realeza
a) Geografia e povos da Itlia
A histria de Roma comea com a fundao da cidade margem do rio Tibre e compreende
trs perodos: realeza, repblica e imprio.
A Itlia, pennsula alongada, estreita, semelhante a uma bota, divide o Mediterrneo em duas
partes: oriental e ocidental. limitada ao norte pelos Alpes e possu dois rios importantes: o
Tibre e o P.
Na Antigidade diversos povos habitavam a Itlia ao norte; ao centro e ao sul. Ao norte
situavam-se os gauleses, na regio chamada Glia Cisalpina (aqum dos Alpes). Alm dos
Alpes, fica a Frana, na Antigidade tambm povoada por gauleses e por isso chamada Glia
Transalpina (alm dos Alpes).
O centro da Itlia era povoado pelos italiotas e etruscos. Os italiotas eram indo-europeus,
como os gauleses, e um dos seus ramos mais importantes, o latino, habitante da regio do
Lcio, deu origem ao povo romano.
Os etruscos, cuja origem os sbios ignoram, j possuam adiantada civilizao, quando Roma
ainda era uma cidade humilde. Deixaram milhares de inscries, mas infelizmente seu
significado permanece at hoje desconhecido.
Os etruscos tinham adiantada indstria de bronze e ferro, fabricavam armas, como espadas,
capacetes e escudos, sabiam trabalhar o ouro e a prata, com que faziam jias com incrustaes
de pedras preciosas; foram ainda notveis arquitetos e, na construo de seus templos, criaram
a abbada, forma de teto que os gregos no conheceram. De suas prticas religiosas algumas
chegaram at os romanos, como a de adivinhar o futuro pela observao do vo dos pssaros
ou pelo exame das vsceras dos animais sacrificados aos deuses.
O sul da Itlia, chamado Magna Grcia, possua numerosas colnias fundadas pelos gregos;
uma delas, Tarento, sustentou guerra contra os romanos, quando estes empreenderam a
unificao da Itlia.
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b) Fundao de Roma
No se sabe com exatido quando e como foi fundada Roma. H, porm, uma lenda sobre
esse acontecimento transmitida por Tito Lvio, clebre historiador romano do tempo do
imperador Augusto.
Conta-se que, depois da destruio de Tria pelos gregos, o heri troiano Enias fugiu para a
Itlia, onde fundou a cidade de Alba Longa. Um rei de Alba Longa, Numitor, pai de Ria
Silva, foi destronado pelo irmo, Amlio.
Ria Silva era vestal, nome das sacerdotisas do culto da deusa Vesta, encarregadas de manter
aceso o fogo sagrado da cidade. As vestais eram obrigadas ao voto de castidade, mas Ria
Silva teve com Marte, deus da Guerra, dois gmeos, Rmulo e Remo.
Amlio, receando ser destronado pelos gmeos, ordenou que os lanassem ao Tibre.
Milagrosamente salvos, foram amamentados por uma loba at que um pastor, Fustulo, os
recolheu. Como mais tarde viessem, a saber, de sua origem, os dois irmos expulsaram
Amlio do trono de Alba Longa e puseram no lugar o av Numitor. margem do rio Tibre,
no monte Palatino, fundaram a cidade de Roma (753 a.C.). Depois, Rmulo matou Remo e
tornou-se o primeiro rei.
Para os historiadores Roma no teve fundador, como conta a lenda. Primeiramente,
formaram-se margem do Tibre, naquele lugar, diversas aldeias de latinos que se dedicavam
ao pastorio e agricultura; depois, lentamente, essas aldeias foram-se agrupando at
constituir-se a cidade.
c) A realeza
Como a fundao de Roma, tambm os acontecimentos da realeza so narrados de modo
lendrio. Do governo de Rmulo recorda-se o episdio que se chamou rapto das sabinas.
Como em Roma s houvesse homens, os romanos, durante uma festa, raptaram as mulheres
dos sabinos, seus convidados, povo tambm italiota.
Conta a tradio que Rmulo desapareceu durante uma tempestade e passou a ser adorado
como um deus, sob o nome de Quirino. Seu sucessor, Numa Pomplio, organizou um
calendrio e criou numerosas leis. Depois reinou Tulo Ostlio que empreendeu uma guerra
contra Alba Longa. O rei seguinte, Anco Mrcio, fundou na foz do rio Tibre o prto de stia.
Os ltimos reis romanos, Tarqunio Prisco ou Antigo, Srvio Tlio e Tarqunio o Soberbo
eram etruscos, o que prova haver este povo dominado Roma.
Tarqunio Prisco construiu as cloacas (canais subterrneos de esgoto) e o Circo Mximo,
destinado s corridas; a Srvio Tlio atribuem obras de defesa da cidade, como as muralhas
que cercavam as sete colinas por onde se havia estendido a populao romana. Por isso Roma
ficou conhecida pelo nome de Cidade das Sete Colinas.
O ltimo rei, Tarqunio o Soberbo, concluiu o Capitlio, o mais famoso templo romano,
dedicado a Jpiter, cuja construo fora iniciada por Tarqunio Prisco.
Durante a realeza, o poder do soberano era limitado pelo das assemblias, principalmente o
senado, formadas pelos cidados romanos ou patrcios; eles eram como os euptridas de
Atenas, ricos proprietrios de terras. A outra classe, que no exercia os cargos pblicos nem
participava das assemblias, constitua a plebe. Ento Tarqunio o Soberbo, para fortalecer-se
no poder, procurou o apoio dos plebeus contra os patrcios; mas estes se revoltaram,
destronaram o soberano e estabeleceram a repblica (509 a.C.).
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Depois dos Gracos, surgiram generais que se diziam defensores dos ricos ou dos pobres; na
realidade, procuravam apoiar-se nessas classes para satisfazer suas ambies. Desses generais
dois ficaram clebres: Mrio e Sila.
Nessa ocasio as leis da repblica j no eram mais respeitadas e a numerosa plebe, formada
de cidados pobres, vendia seu voto aos ambiciosos. Tudo parecia favorvel formao de
um regime em que o poder coubesse, de modo definitivo, a um s homem. Esse regime, que
se chamou imprio, foi afinal fundado por Otvio, sobrinho de Csar.
c) O exrcito romano
Os romanos deveram o imprio que conquistaram excelente organizao de seus exrcitos.
Comandado pelo ditador ou pelos cnsules, o exrcito dividia-se em legies, semelhantes aos
atuais regimentos; cada legio dividia-se em manpulos e cada manpulo em duas centrias. O
comandante da legio era o tribuno militar.
O legionrio trazia, alm do capacete e do escudo, uma espada curta, o gldio, e uma lana,
chamada pilo, semelhante ao dardo dos gregos, que se usava como arma de arremesso. Cada
legio possua a sua insgnia, geralmente a figura de uma guia (aquila). O soldado que a
conduzia era o aquiles feris e dessas palavras latinas derivou-se alferes, nome dado a um
posto militar no antigo exrcito brasileiro e hoje correspondente a segundo-tenente.
Para as operaes do cerco o exrcito romano dispunha de mquinas apropriadas; uma delas
era o arete, cujo nome se deriva de aries (carneiro), pois consistia num grosso e pesado
tronco que terminava numa pea de ferro com a forma de cabea de carneiro. O arete
destinava-se a abrir brechas nas muralhas inimigas.
A disciplina do exrcito romano era muito severa: por faltas insignificantes o soldado era
condenado morte. Tambm havia punies coletivas; a mais importante consistia em
dizimar a legio, quando esta cometia faltas graves, como traio e fuga: em cada dez
soldados um era sorteado para sofrer a pena de morte.
Havia tambm recompensas, como a coroa cvica, uma coroa de ramos de carvalho, oferecida
ao soldado que salvava da morte um companheiro. A mais importante, porm, de todas as
recompensas era o triunfo, que o senado concedia ao general vencedor: coroado de louros,
entrava ele em Roma, seguido de seus soldados, que entoavam hinos guerreiros, e dos chefes
inimigos acorrentados. Para fugir a essa humilhao, os vencidos preferiam muitas vezes o
suicdio, como a rainha egpcia Clepatra, quando suas foras foram derrotadas por Otvio.
Durante o triunfo, a multido aclamava o vencedor, que se dirigia para o templo de Jpiter
Capitlio onde, junto esttua do deus, depositava a coroa de louros.
Outra recompensa que o senado dispensava ao vencedor era a ovao: consistia no sacrifcio
de uma ovelha no templo de Jpiter Capitlio.
Instituies romanas
A famlia romana
A famlia foi uma das mais importantes instituies em Roma. Na verdade o lar dos romanos
era bem diferente da casa do grego; para este, a casa era somente o lugar para comer, dormir e
guardar seus objetos. Para o romano, a venerao pelos antepassados, pelas tradies fazia
com que o lar fosse um lugar sagrado, ao qual dedicavam seu respeito e seus cuidados. Nesse
ponto, os romanos foram os verdadeiros criadores do que se chama um lar.
Numa famlia romana o pater famlias era o chefe da casa, o pai de famlia. No tinha
ascendente vivo (pai ou av), e estavam sob seu poder a mulher, os filhos, os netos, libertos,
escravos e bens.
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A mulher era mater famlias e tinha a posio de filha. Se casada cum manu passava da
dependncia do chefe de sua famlia para a dependncia do marido e do pai deste. O marido
adquiria, pois, total poder sobre a mulher. Seus bens eram absorvidos pelos bens do marido.
Se casada sine manu, a mulher, mesmo casada permanecia na dependncia de seu pater
famlias e continuava a dispor de seus bens, usufrua a mesma situao social do marido. Mais
tarde o casamento sine manu predominou sobre a outra modalidade.
A cerimnia do casamento foi assim descrita por um escritor: (1) A moa conduzida casa
do esposo. Como na Grcia, vai velada, leva uma coroa e um archote nupcial precede o
cortejo. Canta-se sua volta um antigo hino religioso... O cortejo pra em frente da casa do
marido. A apresentam moa o fogo e a gua. O fogo o emblema da divindade domstica;
a gua a gua lustral que serve famlia em todos os atos religiosos. Para que a donzela
entre em casa preciso, como na Grcia, simular o rapto. O esposo deve tom-la nos braos e
com ela ao colo atravessar a soleira sem que seus ps a toquem.
1 - Coulanges, Fustel. A Cidade Antiga, vol. I, p.66.
Entre os romanos havia a dissoluo do matrimnio: quando o marido morria; quando ele era
aprisionado; pelo divrcio.
No matrimnio cum manu s o marido podia dissolver o casamento. Ele possua o poder de
repudiar a mulher por motivos graves, nos tempos mais antigos e por motivos leves, mais
tarde, com a decadncia de costumes que atingiu a sociedade romana.
No casamento sine manu, os cnjuges, por consentimento mtuo podiam divorciar-se; a
mulher podia repudiar o marido e este tambm podia repudi-la. Na poca imperial houve tal
epidemia de divrcios que a natalidade decresceu. Augusto, preocupado em este fato,
querendo dar mulher nova oportunidade para casar, permitiu que a mesma, com certas
restries, reivindicasse seu dote, pois este era um atrativo para os pretendentes. A
conseqncia dessa lei foi prorrogar unies por motivos de ordem material e s vezes
transformar a mulher bem dotada em senhora absoluta do marido.
No lar romano a matrona desempenhava um papel muito importante. Era a fiel auxiliar do
marido, sua colaboradora, participando da alegria das festas, da autoridade do lar e das
honrarias da vida pblica.
To grande era o prestgio da matrona na famlia romana que Cato, escritor romano muito
moralista (234 a.C. e 149 a.C.) comentava com azedume: Todas as naes dominam suas
mulheres; ns dominamos todas as naes, mas somos dominados por nossas mulheres.
A Histria da posio da mulher romana na famlia e na sociedade assinala uma crescente
conquista de autonomia e liberdade. O casamento significava, em geral, para a mulher um
alargamento no horizonte de suas atividades, pois com o mesmo adquiria relativa liberdade de
vida e de movimento. Nisso era mais afortunada que as mulheres gregas as quais pelo
casamento passavam de enclausuradas na casa do pai para enclausuradas na casa do marido;
patroas das escravas, mas elas tambm escravas.
As matronas romanas, ao contrrio, gozavam da confiana de seus maridos; saam, trocavam
visitas, iam pelos armazns para fazer compras. Acompanhavam os maridos aos banquetes e
voltavam tarde para a casa.
As transformaes sociais motivadas pelas conquistas ampliaram muito o campo de liberdade
de ao das mulheres. Nos ltimos tempos da Repblica assinala-se o incio do feminino
triunfante. Com a abolio de velhas leis as mulheres tornaram-se livres e como sempre
acontece, o prisioneiro libertado, a primeira coisa que faz abusar da liberdade. Foi o que
aconteceu sociedade romana desta poca e todos os desregramentos havidos de parte das
mulheres podem ser explicados pelo encanto e enlevo que a liberdade lhes trouxe. As
mulheres, sob o manto do divrcio, passavam de um marido para o outro; outras, com
atrevimento, ostentavam o escndalo. Juvenal (fins do sculo I a.C. a comeo do sculo II
a.C.) nos fala de uma esposa que no espao de cinco outonos teve oito maridos. Para
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abandonar os maridos as mulheres arranjavam qualquer pretexto: velhice, doena, partida para
a guerra.
Mas, apesar de tudo, ainda temos belos exemplos de mulheres romanas que despertam nossa
venerao como a admirvel me dos Gracchos, Cornlia, Paulina, esposa de Sneca, grande
trgico romano vtima de Nero (4 a.C. a 65 d.C.), Arria, esposa do senador Petus e outras.
Um famoso epitfio diz: Foi casta, cuidou da casa, fez l.
A educao em Roma
Os principais objetivos da educao romana eram:
1 - Domnio de si mesmo.
2 - Obedincia a toda autoridade, a comear pela autoridade paterna e a terminar pela
autoridade pblica.
3 - A benevolentia (boa vontade, dedicao) para com o prximo.
4 - Sobretudo o respeito aos mos maiorum (costume dos antepassados).
Antes de nascer, a criana estava sujeita a um srio perigo: o aborto, que a lei no vedava,
pois o produto da concepo era considerado como parte do organismo da gestante.
Ao nascer a criana corria ainda o perigo de ser abandonada pelo pai: este devia levantar o
filho do cho para reconhec-lo; se no o fizesse a criana era condenada a morrer de
inanio.
A infncia das crianas era alegre, entre o carinho da famlia e das amas e velhas escravas que
lhes contavam belas estrias. Aqui aparece a grande misso da materfamilias: educadora dos
filhos. A Histria mostra inmeros exemplos de influncia materna exercida sobre o filho: a
me de Cesar, que foi grande conselheira do filho; a me de Augusto qual este deveu boa
parte de seu triunfo; a me de Coriolano que fez o filho desistir de sua marcha contra Roma;
Cornlia Graco, honrado pelo prprio Estado que mandou erigir uma esttua sua, s expensas
de tesouro pblico.
Aos sete anos os meninos passavam a sentir mais diretamente a influncia do pai: seguiam os
pais por toda a cidade para se instrurem sobre os segredos da vida pblica na qual um dia
deveriam desempenhar papel importante. As meninas permaneciam no lar, aprendendo a fiar
l e a desempenhar os deveres de dona de casa.
Aos sete anos a criana ia para a escola primria. O mestre da escola primria era muito mal
pago, ganhando o mnimo para seu sustento e gozava de pouco considerao. Os alunos eram
levados escola pela manh por um escravo chamado paedagogus que desempenhava papel
decisivo em sua educao, explicando-lhes as lies, servindo-lhes de companhia at a idade
de envergarem a toga viril. Depois que a Grcia foi conquistada geralmente o paedagogus era
um escravo grego.
O ano letivo durava de oito a nove meses e as frias iam de julho a meados de outubro.
O programa da escola abrangia a leitura, a escrita e a aritmtica.
A disciplina escolar era rgida e feroz, incluindo os castigos fsicos.
Aps o trmino dos estudos elementares os meninos ingressavam na escola secundria. O
professor de escola secundria era um pouco mais considerado que o da escola primria,
ganhando quatro vezes o que este ganhava. A os meninos aprendiam a boa linguagem, liam
os poetas clssicos, estudavam os fundamentos de Histria, Geografia, Astronomia, etc.
Como a sociedade romana permaneceu sempre uma sociedade aristocrtica, poucos podiam
continuar seus estudos alm do curso secundrio. A educao era por isso elitista.
O professor da escola superior era o rhetor, retor, que ocupava uma posio mais elevada em
relao aos seus colegas de magistrio. As primeiras escolas de retrica latina foram criadas
no sculo I a.C. O retor latino visava ensinar as regras da oratria e a maneira como se utilizar
delas. A influncia grega foi enorme nas escolas de retrica latina, sendo essa uma cpia
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daquela. Aps a parte terica, os alunos passavam para a parte prtica: composio e
declamao de discursos. Os pais dos alunos iam ouvir essas aulas de retrica, entusiasmados
com os arroubos oratrios dos filhos.
Como a influncia da cultura grega sempre esteve presente em toda a sociedade romana,
primeiro em contacto com os gregos da Magna Grcia e em seguida pela conquista da Grcia,
podemos afirmar que a civilizao grega penetrou, com todos seus aspectos, na sociedade
romana impregnando-a desde as altas rodas aristocrticas at as camadas servis.
Com isso, a mocidade romana passou a freqentar os centros de civilizao grega como
aperfeioamento de sua formao intelectual. Para isso era necessrio o conhecimento da
lngua grega, de modo que em Roma falava-se constantemente o grego entre as pessoas
cultas, incluindo as moas, que admiravam os poetas gregos.
A estrutura social entre os romanos
A sociedade romana era composta em linhas gerais de:
Patricios, descendentes das grandes famlias que haviam fundado Roma e detinham o poder
poltico e a riqueza. Estes pertenciam a uma casta orgulhosa e fechada, afastando do governo
todos os que no pertenciam s grandes famlias e no possuam magistrados entre os
antepassados.
Clientes, descendentes empobrecidos de antigas famlias de projeo. Eram protegidos pelos
patrcios que lhes davam dinheiro e vveres em troca de votos.
Mais tarde, durante as guerras contra Cartago, surgiu uma nova classe social, a dos cavaleiros.
Estes, impedidos pelos patrcios de ingressarem no Senado, voltaram-se para os negcios:
comrcio, bancos, cobrana de impostos, trabalhos pblicos como construo de estradas,
portos, canais, explorao de minas, salinas, etc.
Os plebeus eram aventureiros, negociantes, viajantes. Seus direitos variavam de acordo com
os bens que possuam. Dentro dessa classe estavam os pequenos agricultores que mal podiam
subsistir, pois voltando da guerra encontravam sua propriedade arruinada e no podendo
reconstru-la vendiam-na a preo baixssimo, ficando quase na misria.
Ao lado dos homens livres havia ainda uma classe - a dos escravos. A sorte dos escravos era
tristssima; eram considerados pelo dono como coisa e no pessoa, sem direito algum. Seu
dono podia tortur-lo, mat-lo, faz-lo trabalhar o ano inteiro sem uma folga. Podia tambm
libert-lo. O escravo tornava-se ento um liberto mas ainda no podia ser considerado
cidado; somente seus netos o podiam. A princpio havia pequeno nmero de escravos em
Roma, mas as conquistas romanas lanaram na escravido milhes de vencidos que eram
escravizados e levados a Roma. Os ricos possuam por vezes milhares de escravos a seu
servio.
Aspectos da vida cotidiana
Depois de ser levantada do cho pelo pai, isto , ser aceita, a criana recebia seu prenome e
penduravam-lhe no pescoo uma bulla, um saquinho com amuletos para protege-los das
desgraas possveis.
Em geral o romano tinha trs nomes: o prenome, o nome de famlia e o sobrenome. Por
exemplo o grande escritor e orador Ccero chamava-se Marcus Tullius Cicero; Marcos era o
prenome; Tullius era o nome de famlia, porque pertencia famlia Tullia; Cicero era o
sobrenome e significava O homem do gro de bico, talvez porque um dos seus antepassados
tivesse na ponta do nariz uma excrescncia em forma de gro de bico.
As mulheres usavam um nico nome, o de sua gens (famlia) no feminino: Tullia, filha de
Cicero, cujo nome de famlia era Tullius.
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5. A LNGUA
Lngua do Lcio, lngua do mundo.
(J. Marouzeau, grande filsofo francs)
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A lngua latina
O latim foi primeiramente o idioma falado numa pequena zona da Itlia Central, margem
esquerda do rio Tibre, no longe do Mar Tirreno. A cidade principal dessa minscula regio,
chamada Lcio, foi e Roma, fundada, segundo consta, por Rmulo no dia 21 de abril de 754
a.C.
Essa lngua do Lcio, seguindo as conquistas dos exrcitos de Roma, implantou-se na Itlia
Central, depois em toda a Itlia, na Espanha, em Portugal, no Norte da frica, nas Glias
(Frana, Sua, Blgica, regies alems ao longo do Reno), na Rcia e no Nrico (ustria), na
Dcia (Romnia) e, menos profundamente, na Gr-Bretanha, na Frsia (Holanda), na
Dalmcia e na Ilria (Iugoslvia), e na Pannia (Hungria).
O mais vetusto (antigo) documento da Lngua Latina uma inscrio do 6. sculo a.C., mas
os mais antigos textos literrios que chegaram at ns, pertencem ao 3. sculo antes de nossa
era. Nesses escritos a lngua j bem desenvolvida, mas apresenta ainda alguma incerteza na
ortografia e no emprego das formas.
Foi no 1. sculo da era crist e no sculo precedente que a Lngua Latina teve seu mximo
esplendor. Pertencem a este perodo, chamado idade de ouro, os maiores escritores latinos
(os clssicos): Marco Tlio Cicero (106-43 a.C.), poltico, filsofo, um dos maiores oradores
de todos os tempos; Caio Jlio Csar (100.44 a.C.), escritor primoroso, um dos grandes
generais da histria; Caio Crispo Salstio (87-35 a.C.), historiador; Pblio Virgilio Maro (7019 a.C.), um dos mais excelsos poetas da humanidade; Quinto Horacio Flaco (65-8 a.C.) e
Pblio Ovdio Naso (43 a.C. - 17 d.C.), grandssimos poetas lricos; Tito Lvio (59 a.C. - 17
d.C.), o maior dos historiadores romanos.
Com a queda do Imprio Romano (476 d.C.) acaba a Histria Romana e um sculo depois,
mais ou menos, termina tambm a Histria da Literatura Latina, mas o latim continua ainda
por quase mil anos, sendo em toda a Idade Mdia a lngua da Civilizao Ocidental,
inspirando assim todas as obras primas das literaturas modernas da Europa (e da Amrica).
Em nossos dias o latim no mais falado em parte alguma, mas a lngua oficial da Igreja e
estudado em quase todas as naes do mundo, por ser, com razo, considerado elemento
precpuo (principal) e fator eficiente de cultura, instrumento indispensvel para o
conhecimento profundo das lnguas neolatinas (portugus, italiano, espanhol, francs,
rumeno, etc.) e meio incomparvel para educao da inteligncia, disciplina do raciocnio e
formao do carter.
QUESTIONRIO: Roma a cidade principal de qual regio? Roma foi fundada no
mesmo dia que Braslia. Quantos anos antes? Que devemos entender por idade de ouro da
Lngua Latina? Quem nasceu antes: Cicero ou Csar? Nomeie um clssico latino que tenha
morrido depois de Cristo. Csar foi somente escritor? Por que o Latim estudado em quase
todas as naes?
O Latim e a expanso romana
1.
A lngua portuguesa provm do latim, que se entronca, por sua vez, na grande famlia
das lnguas indo-europias, representada hoje em todos os continentes.
2.
De incio, simples falar de um povo de cultura rstica, que vivia no centro da
Pennsula Itlica (o Lcio), a lngua latina veio, com o tempo, a desempenhar um
extraordinrio papel na histria da civilizao ocidental, menos por suas virtudes intrnsecas
do que pelo xito poltico do povo que dela se servia.
Foram as vitrias de seus soldados e o esprito de organizao de seus homens de
governo que estenderam e, em parte, consolidaram o enorme imprio, que, no auge de sua
expanso, ia da Lusitnia Mesopotmia, e do Norte da frica Gr-Bretanha.
23
3.
Enumeremos, cronologicamente, as conquistas que dilataram de tal forma os domnios
do Imprio Romano.
At meados do IV sculo antes de Cristo, os romanos pouco haviam ampliado as
fronteiras do antigo Lcio. Foi com a guerra contra os samnitas, iniciada em 326 a.C. e
terminada com a decisiva batalha de Sentino (295 a.C.), que comeou a irresistvel penetrao
romana na parte meridional da Pennsula Itlica, concluda em 272 a.C., com a anexao de
Tarento.
Principia, ento, o longo perodo das conquistas externas. Sucessivamente, vo sendo
subjugados os territrios da Siclia (241 a.C.), da Sardenha e da Crsega (238 a.C.), da Ilria
(229 a.C.), da costa este e sul da Pennsula Ibrica (218-197 a.C.), dos reinos helensticos do
Oriente (200-168 a.C.), da Glia Cisalpina (191 a.C.), da Ligria (154 a.C.), de Cartago e
Norte da frica (146 a.C.), da Macednia e da Grcia (146 a.C.), da Glia Narbonense (118
a.C.), da Glia do Norte (50 a.C.), da Msia (29 a.C.), do Noroeste da frica (25 a.C.), do
resto da Pennsula Ibrica (19 a.C.), da Nrica (16 a.C.), da Rcia (15 a.C.), da Pannia (10
d.C.), do resto da Mauritnia (42 d.C.), da Bretanha (43 d.C.), da Trcia (46 d.C.), da Dcia
(107 d.C.), da Arbia Petria, da Armnia e da Mesopotmia (107 d.C.)
Com a anexao da Dcia (Romnia) e, sem carter permanente, dessas regies da
sia Menor, o Imprio atingia, sob o governo de Trajano, o mximo de sua expanso
geogrfica.
4.
Ao mesmo tempo em que estendiam os seus domnios, os romanos levaram para as
regies conquistadas os seus hbitos de vida, as suas instituies, os padres de sua cultura.
Em contato com outras terras, outras gentes e outras civilizaes, ensinavam, mas tambm
aprendiam. Aprenderam, por exemplo, muito com os gregos, e isso desde pocas antigas,
atravs dos etruscos e, principalmente, das colnias helnicas do Sul da Itlia, que formavam
a Magna Grcia. Lvio Andronico, o primeiro que tentou elevar altura de lngua potica
aquele rude idioma de agricultores e pastores, que era ento o latim, procurou diretamente em
Homero e nos trgicos gregos os modelos para suas experincias de traduo e adaptao
literrias. Ele prprio era um grego de Tarento. E, na sua trilha, Plauto, nio, Nvio e todos os
que, pioneiramente, se impuseram a rdua tarefa de criar obras de arte na lngua nacional no
deixaram de inspirar-se nos estimulantes exemplos da Hlade, cuja influncia vai ampliar-se
mais ainda, a partir de 146 a.C., quando vencida pelas armas, acabou dominando pelo esprito
o cruel vencedor.
Graecia capta ferum victorem cepit et artes Intulit agresti Latio. - Entende-se:
A Grcia subjugada, subjugou o cruel vencedor e introduziu as artes no agreste Lcio.
Diz-nos Horcio.
Latim literrio e Latim vulgar
1.
Desde o sculo III a.C., pios, sob a benfica influncia grega, o latim escrito com
intenes artsticas foi sendo progressivamente apurado at atingir, no sculo I a.C., a alta
perfeio da prosa de Cicero e Csar, ou da poesia de Verglio e Horcio. Em conseqncia,
acentuou-se com o tempo a separao entre essa lngua literria, praticada por uma pequena
elite, e o latim corrente, a lngua usada no colquio dirio pelos mais variados grupos sociais
da Itlia e das provncias.
2.
Tal diferena era j sentida pelos romanos, que opunham ao conservador latim literrio
ou clssico (sermo litterarius) o inovador latim vulgar (sermo vulgaris), compreendidas nesta
denominao as inmeras variedades da lngua falada, que vo do colquio polido s
linguagens profissionais, e at s grias (sermo quotidianus, urbanus, plebeius, rusticus,
ruralis, pedestris, castrensis, etc.).
24
Foi esse matizado latim vulgar que os soldados, colonos e funcionrios romanos
levaram para as regies conquistadas e, sob o influxo de mltiplos fatores, diversificou-se
com o tempo nas chamadas lnguas romnicas.
As Lnguas romnicas
1.
Se dos gregos os romanos foram discpulos atentos, dos outros povos vencidos
souberam eles ser os mestres imitados. No s na Itlia, mas tambm na Glia, na Hispnia,
na Rcia e na Dcia, as tribos mais diversas cedo assimilaram os seus costumes e instituies,
adotaram como prpria a lngua latina, romanizaram-se.
2.
fcil concluir que, falado em tamanha rea geogrfica, por povos de raas to
diversas, o latim vulgar no poderia conservar a sua relativa unidade, j precria como a de
toda lngua que serve de meio de comunicao a vastas e variadas comunidades de
analfabetos.
Nos centros urbanos mais importantes, o ensino do latim difundia o padro literrio e,
com isso, retardava at certo ponto os efeitos das foras de diferenciao. Mas no campo ou
nas vilas e aldeias a lngua, sem nenhum controle normativo, ia voando com suas prprias
asas.
A partir do sculo III da nossa era, podemos dizer que a unidade lingstica do Imprio
no mais existia, embora, continuassem os contatos polticos entre as suas diversas partes,
interligados por certa comunidade de civilizao; o que se entende por Romania, em
contraste com Barbaria, as regies habitadas por outros povos.
3.
Alguns fatos histricos vieram contribuir para ativar o processo de dialectalizao.
Enumeremos os principais.
Desde 212, o edito de Caracala estendera o direito de cidadania a todos os indivduos
livres do Imprio, com o que Roma e a Itlia perderam a situao privilegiada que
desfrutavam.
Diocleciano, que governou de 284 a 305, instituiu a obrigatoriedade do latim como
lngua da administrao. Mas, contraditoriamente, anulou os efeitos dessa medida unificadora
as descentralizar poltica e administrativamente o Imprio em doze dioceses, caminho aberto
para o aguamento de nacionalismos regionais e locais. No sendo mais capital, Roma
deixou, conseqentemente, de exercer a funo reitora da norma lingstica.
Em 330, Constantino, que se tornara defensor do Cristianismo, transferiu a sede do
Imprio para Bizncio, a nova Constantinopla.
Com a morte de Teodsio em 395, o vasto domnio foi dividido entre os seus dois
filhos, cabendo a Honrio o Ocidente, e a Arcdio o Oriente. O Imprio do Oriente teve vida
longa. Conservou-se at 1453. O do Ocidente, porm, depois de sucessivas invases de hunos,
visigodos, ostrogodos, burguinhes, suevos, alanos e vndalos, sucumbe em 476, quando
Odoacro destrona o imperador fantoche Romulus Augustus, apelidado com o diminutivo
Augustulus, Augustinho.
As foras lingsticas desagregadoras puderam ento agir livremente, e de tal forma
que, em fins do sculo V, os falares regionais j estariam mais prximos dos idiomas
romnicos do que do prprio latim. Comea ento o perodo do romance ou romano
denominao que se d lngua vulgar nessa fase de transio que termina com o
aparecimento de textos redigidos em cada uma das lnguas romnicas: francs (sc. IX),
espanhol (sc. X), italiano (sc. X), sardo (sc. XI), provenal (sc. XII), rtico (sc. XII),
catalo (sc. XII, ou princpios do sc. XIII), portugus (sc. XIII), franco-provenal (sc.
XIII), dlmata (sc. XIV) e romeno (sc. XVI).
25
A romanizao da Pennsula
1.
Os romanos chegaram Pennsula Ibrica no sculo III a.C., por ocasio da 2. Guerra
Pnica, mas s conseguiram domin-la por completo, ao fim de longas e cruentas lutas, em 19
a.C., quando Augusto venceu a resistncia dos altivos povos das Astrias e da Cantbria.
2.
Muito pouco se sabe das antigas populaes ibricas. No incio da romanizao
habitava a Pennsula uma complexa mistura racial: celtas, iberos, pnico-fencios, lgures,
gregos e outros grupos mal identificados.
Das lnguas desses povos quase nada conservaram os idiomas hispnicos. Com
relativa segurana, atribui-se origem pr-romana apenas a uns quantos sufixos, como: arra
(bocarra), orro- (beatorro), asco- (penhasco) e ego- (borrego) e algumas palavras de
significao concreta: arroio, balsa, barro, Braga (s), carrasco, gordo, lama, lana, lousa,
manteiga, tamuge, tojo, veiga, etc.
3.
A romanizao da Pennsula no se processou uniformemente. Das trs provncias em
que Agripa (27 a.C.) dividiu a Hispnia - a Tarraconense.
26
7. PRIMEIRA DECLINAO
Primeira declinao (Genitivo singular- ae)
Todos os substantivos da 1. declinao se flexionam como rosa, rosae (f):
Casos
Nom.
Gen.
Dat.
Ac.
Voc.
Abl.
Singular
ros-a a rosa
ros-ae da rosa
ros-ae rosa
ros-am a rosa
ros-a rosa
ros-a pela rosa
Plural
ros-ae as rosas
ros-arum das rosas
ros-is
s rosas
ros-as
as rosas
ros-ae rosas
ros-is
pelas rosas
Exerccios
a)
Declinem-se estes substantivos femininos: casa, casae choupana; luna, lunae lua; rota,
rotae roda; corona, coronae coroa; via, viae rua; lacrima, lacrimae lgrima.
b)
Declinem-se estes substantivos masculinos: conviva, ae comensal; collega, ae colega;
nauta, ae marinheiro; poeta, ae poeta; incola, ae habitante; scurra, ae bobo.
27
28
Laudare
Delere (Destruir)
Legere (Ler)
Audire (ouvir)
Sum
Es
Est
Sumus
Estis
Sunt
laudo
laudas
laudat
laudamus
laudatis
laudant
deleo
deles
delet
delemus
deletis
delent
lego
legis
legit
legimus
legitis
legunt
audio
audis
audit
audimus
auditis
audiunt
N.B. Como, para indicar o nmero, a pessoa do verbo, usam-se desinncias ditas pessoais,
assim, na lngua latina, no s os verbos tm suas desinncias, mas tambm os nomes
(substantivo, adjetivo, pronome) possuem desinncias que servem para indicar o caso (funo
sinttica) e o nmero.
Aprendemos at agora, entre outras coisas, que:
1.
O latim no tem __________________.
2.
Os nomes latinos mudam de forma (desinncia) segundo sua _______________ na frase.
3.
A ordem das palavras na frase latina muito mais ________________ do que em
portugus.
4.
O nominativo latino, que no singular tem a desinncia ___________ e no plural a
desinncia _________ o caso do _______________ e do _________________.
5.
O genitivo latino, que no singular tem a desinncia ________ e no plural a desinncia
_______________, o caso do ____________________________.
6.
O dativo latino, que no singular tem a desinncia _____________ e no plural a
desinncia
________________,
o
caso
do
_________________________,
_________________.
7.
O acusativo latino, que no singular tem a desinncia ___________ e no plural a
desinncia ____________, o caso do _________________________________.
29
8.
O vocativo latino, que no singular tem a desinncia _________ e no plural a desinncia
____________, o caso do _________________________________.
9.
O ablativo latino, que no singular tem a desinncia _____________ e no plural a
desinncia _____, o caso dos ________________ e do ___________________.
10.
O conjunto de todas as formas de um nome latino se chama ________________.
11.
As desinncias pessoais de um verbo latino so: _______, _______, _______, ________,
________, _________.
VERSO:
48. Puell
habet cas
puell
53. Insul
Britanni
54. Insul
Brasili
sunt pulchr
est magn
sunt magn
sunt magn
insul
30
araverunt et
ceperunt, Graeciam
31
magnasque
Roma.
Fortunae tuae
reliquiae
Exerccios Morfolgicos
1. Lusitania et Hispania sunt vicinae.
2. Industria et diligentia rarae sunt in ancillis.
3. Avara est formica et prodiga cicada.
4. Provida est formica, mala tamen.
5. Bruma erit longa; parca igitur esto, o formica.
6. Lusitania, patria mea, mihi est cara.
7. Roma Fortunaque erant deae.
8. Salve, Lusitania, mea patria.
9. Formicae, parvae bestiolae, sunt multae.
10. Laetitia incolarum est magna.
11. Domina laudat diligentiam suarum ancillarum.
12. Ancillae, amate vestras dominas.
13. Poeta vituperavit impudentiam scurrarum.
14. Procella est saepe causa ruinae agricolis.
15. Ornaverunt mensas magnis placentis.
16. Villa abundat gallinis, agnis, vaccis et vitulis.
Vocabulrio
1. Lusitania, ae, f.: a Lusitnia. - Et.: e. - Hispania, ae, f.: a Espanha. - Sunt: so. - Vicina, ae:
vizinha.
2. Industria, ae, f.: o zelo. - Diligentia, ae, f.: a diligncia. Rara-ae: rara. - In: em. - Ancilla,
ae, f.: a criada.
3. Avara, ae: avara. - Est: . - Formica, ae, f.: a formiga - At: mas. PR odiga, ae: prdiga. cicada, ae, f.: a cigarra.
4. Provida, ae: previdente. - Mala, ae: m. - Tamen: contudo, ainda que.
5. Bruma, ae, f.: o inverno. - Erit: ser. - Longa, ae: comprida, longa. - Parca, ae: poupada.igitur: portanto. - Esto: s. - O: .
6. Patria, ae, f: a ptria. - Mea, ae: minha. - Mihi: a mim, para mim. - Cara, ae: querida.
32
7. Roma, ae, f.: Roma. - Fortuna, ae, f.: a Fortuna. - Que: e. - Erant: eram. - Dea, ae, f.: deusa
8. Salve: Deus te salve.
9. Parva, ae: pequena. - Bestiola, ae, f.: o animalzinho. - Multa, ae: muita.
10. Laetitia, ae, f.: a alegria. - Incola, ae, m. e f.: o habitante. - Magna, ae: grande.
11. Domina, ae, f.: a senhora. - Laudat: louva. - Sua, ae: sua.
12. Amate: amai. - Vestra, ae: vossa.
13. Poeta, ae, m.: o poeta. - Vituperavit: censurou. - Impudentia, ae, f.: o descaso, atrevimento. scurra,ae, m.: o bagunceiro.
14. Procela, ae, f.: a tempestade. - Saepe: muitas vezes. - Causa, ae, f.: a causa. - Ruina, ae, f.:
a runa. - Agricola, ae, m.: o agricultor.
15. Ornaverunt: ornaram. - Mensa, ae, f.: a mesa. - Placenta, ae, f.: o bolo.
16. Villa, ae, f.: a casa de campo. - Abundat: abunda, rica. - Gallina, ae, f.: a galinha. Vacca,
ae, f.: a vaca. - Vitula, ae, f.: a novilha.
33
no. - Sine: sem. - Cura, ae, f.: o cuidado, o trabalho. - Socordia, ae, f.: a indolncia.
Ubique: em toda a parte.
7. Infecunda, ae: estril. - Scythia, ae, f.: a Citia. - Fera, ae, f.: a fera. - Sagitta, ae, f.: a seta.
Necant: matam. - Delicata, ae: delicada. - Vita, ae, f.: a vida. - Delicia, ae, f.: a delcia.
Repudiant: rejeitam.
8. Per: durante. - Hora, ae, f.: a hora. - Calida, ae: quente. - Frigida, ae: fria. - Aqua, ae, f.: a
gua - Affectamus: desejamos. - Flamma, ae, f.: o fogo. - Amamus: gostamos de.
9. Femina, ae, f.: a mulher. - Hostia, ae, f.: a vtima. - Immolabant: imolaram.
10. Filia, ae, f.: a filha. - Rosa, ae, f.: a rosa. - Pulchra, ae: bela. - Placent: agradam.
11. Saevissima, ae: cradelistima. - Serva, ae: a criada, escrava. - Occisa est: foi morta.
8. SEGUNDA DECLINAO
2. Declinao
Conhecemos j a desinncia do genitivo singular desta declinao: i. Qualquer palavra que o
dicionrio traga com essa desinncia no genitivo singular (por exemplo: romanus, i; liber, bri;
vir, i; bellum, i) pertence 2. declinao.
Acontece, porm, que o nominativo singular dessa declinao no apresenta uma nica forma
para todos os nomes. Grande nmero das palavras pertencentes a esta declinao tm o
nominativo em us: romanus, i; dominus, i; servus, i etc.
Outras, em nmero menor, tm o nominativo em er: liber, bri; ager, agri; puer, i etc.
Uma palavra existe, desta declinao, que termina em ir no nominativo: vir, viri = varo.
Finalmente, em grupo de palavras neutras que tm o nominativo em um: bellum, i = guerra;
vinum, i = vinho etc.
As palavras neutras so mais fceis de declinar, porque tm trs casos iguais no singular,
nominativo, vocativo e acusativo, que terminam em um, e esses mesmos casos iguais no plural,
que terminam em a.
O vocativo singular das palavras em us termina em geral em e; o das palavras terminadas em er,
ir e um igual ao nominativo.
Com exceo de algumas (domus = casa, humus = terra, alvus = ventre, colus = roca, vannus =
joeira, periodus = perodo, methodus = mtodo, dialectus = dialeto - e em geral os nomes de
rvores, ilhas e de alguns pases, como gyptus, ou cidades, como Saguntus, i), as palavras
terminadas em us so masculinas (existem trs que so neutras); as em er so masculinas; a
palavra vir masculina e as palavras em um, como vimos, so neutras.
Os casos no observados (genitivo, dativo e ablativo) so iguais para todos os gneros.
Estabelecidas essas normas, podemos ver e decorar muito bem as desinncias da 2. declinao.
(Chamo a ateno para as abreviaes: m. = masculino; f. = feminino; n. = neutro).
Como sabemos, uma vez conhecido o genitivo singular, sabe-se qual o radical da palavra; para
declinar os demais casos, suficiente acrescentar as desinncias ao radical. Declinemos
dominus, domini (masc.; = senhor) e bellum, belli (neutro; = guerra):
34
NOM.
GEN.
DAT.
ACUS.
VOC.
ABL.
DOMINUS
DOMINI
DOMINO
DONINUM
DOMINE
DOMINO
NOM.
GEN.
DAT.
ACUS.
VOC.
ABL.
AGER
AGRI
AGRO
AGRUM
AGER
AGRO
DOMINI
DOMINORUM
DOMINIS
DONINOS
DOMINI
DOMINIS
AGRI
AGRORUM
AGRIS
AGROS
AGRI
AGRIS
PUER
PUERI
PUERO
PUERUM
PUER
PUERO
TEMPLUM
TEMPLI
TEMPLO
TEMPLUM
TEMPLUM
TEMPLO
PUERI
PUERORUM
PUERIS
PUEROS
PUERI
PUERIS
TEMPLA
TEMPLORUM
TEMPLIS
TEMPLA
TEMPLA
TEMPLIS
35
3.
4.
5.
6.
7.
8.
plural
Nom. fluvi-i
Voc. fluvi-i
Gen. fluvi-orum
Dat. fluvi-is
Abl. fluvi-is
Ac.
fluvi-os
a) Deus, Dei (= Deus), agnus, agni (= cordeiro) e chorus, chori (= coro) tm o vocativo igual
ao nominativo.
b) Filius, filii (= filho) tem o vocativo singular irregular fili.
c) Os nomes prprios em ius, de i (i breve) no nominativo, terminam no vocativo em i:
Demetrius, Demetri. Os nomes prprios em ius, de i (i longo) no nominativo, terminam no
vocativo em ie: Darius, Darie.
d) Alm da irregularidade observada no vocativo, a palavra Deus apresenta outras
irregularidades. Vamos declinar este nome:
singular
plural
Nom.
Gen.
Dat.
AC.
Voc.
ABL.
DEI, DII, DI
DEORUM, DEUM
DEIS, DIIS, DIS
DEOS
DEI, DII, DI
DEIS
DEUS
DEI
DEO
DEUM
DEUS
DEO
36
37
2. declinao
animus, i
(m.) = esprito
deus, dei
(m.) = deus
filius, i
(m.) = filho
libertus, i
(m.) = livre
famulus, i
(m.) = servo
natus, i
(m.) = filho
mulus, i
(m.) = mulo, um
equus, i
(m.) = cavalo
asinus, i
(m.) = burro, jumento
Questionrio
1. Uma palavra da 2. declinao pode apresentar dois ii no genitivo singular? Quando
acontece isso? Em quais outros casos se d o aparecimento desses dois ii?
2. Decline nuntius, ii.
3. Qual o vocativo de Deus? Quais as outras palavras nas mesmas condies de Deus?
4. Decline Deus, Dei.
5. Qual o vocativo de filius, ii? Decline essa palavra.
6. Por que filiabus o dativo e o ablativo plural de filia, ae? Quais as outras palavras em
idnticas condies?
Exerccio: traduzir em latim
vocabulrio
afugentar - fugo, are
aluno - alumnus, i (1)
amigo - amicus, i
cavalo - equus, i
circundar - circundo, are
criado - servus, i
Deus - Deus, Dei
disposio - anmus, i
filho - filius, ii
mpio - impius, ii
jardim - hortus, i
lobo - lupus, i
patro - herus, i
recusar - recuso, are
riacho - rivus, i
rio - fluvius, ii m.
sujar - inquno, are (2)
38
filius, ii - filho
herus, i - patro
patrientia, ae - pacincia
praedico, are - gabar
servus, i - criado, escravo
verbero, are - aoitar, surrar
39
Exerccios
1. Bonus discipulus est
40
Vocabulrio
1. Bonus, i: bom. - Discupulus, i, m.: o discpulo. - Magnum, i: grande. - Exemplum, i, n.: o
exemplo.
2. Templum, i, n.: o templo. - Deus, i, m.: Deus. - Sanctum, i: santo.
3. Vergilius, i, m.: Verglio. - Latinus, i: latino.
4. Doctus, i: douto, sbio. - Sedulus, i: diligente. - Fuerant: tinham sido.
5. Puer, ri, m.: o menino. - Estote: sede. - Primum, i: primeiro. - Vestrum, i: vosso. Officium, i, n.: o dever.
6. Aderant: estavam presentes. - Magister, tri, m.: o professor. - Sed: mas. - Aberant: estavam
ausentes. - Impiger, gri: diligente.
7. Tagus, i, m.: o Tejo. - Durius, i, m.: o Douro. - Fluvius, i, m.: o rio.
8. Tityrus, i, m.: Titiro. - Beatus, i: feliz. - Es: s.
9. Filius, i, m.: o filho. - Mi: meu. - Iustus, i: justo. - Sanctus, i: santo.
10. Populus, i, m.: o povo. - Magnificus, i: grandioso. - Ludus, i, m.: o jogo. - Amabat:
gostava de.
11. Gallus, i, m.: o galo. - Pagus, i, m.: a aldeia. - Strenuus, i: diligente. - Excitant: despertam.
12. Studium, i, m.: o estudo. - Lngua, ae, f.: a lngua. - Gaudium, i, n.: o gozo.
13. Habemos: temos. - Cerebrum, ri, n.: o crebro. - Oculus, i, m.: o olho. - Supercilium, i, n.:
a sobrancelha. - Labrum, i, n.: o lbio. - Mentum, i, n.: o queixo. - Collum, i, n.: o
pescoo. - Dorsum, i, n.: o dorso, as costas.
41
14. Praecipuum, i: principal. - Metallum, i, n.: o metal. - Aurum, i, n.: o ouro. - Argentum, i,
n.: a prata. - Ferrum, i, n.: o ferro. - Plumbum, i, n.: o chumbo.
15. Semper: sempre. - Mundus, i: limpo. - Liber, bri, m.: o livro.
16. Niger, gri: negro. - Aper, apri, m.: o javali. - Socer, ri, m.: o sogro. - Noster, tri: nosso. Campus, i, m.: o campo.
17. Piger, gri: preguioso. - Lacera, ae: rasgada. - Pagina, ae, f.: a pgina.
18. Praemium, i, n.: o prmio. - Strudiosus, i: estudioso. - Dabimus: daremos.
19. Temperamus: misturamos. - Rubrum, i: vermelho. - Vinum, i, n.: o vinho.
20. Fraudavistis: defraudastes. - Malus, i: mau. - Minister, tri, m.: o ministro. - Dominus, i,
m: o senhor. - Vester, tri: vosso. - Bonum, i, n.: o bem.
m. (2.)
bonus
bone
boni
bono
bono
bonum
f. (1.)
bona
bona
bonae
bonae
bona
bonam
n. (2.)
bonum
bonum
boni
bono
bono
bonum
m. (2.)
boni
boni
bonorum
bonis
bonis
bonos
f. (1.)
bonae
bonae
bonarum
bonis
bonis
bonas
n. (2.)
bona
bona
bonorum
bonis
bonis
bona
plural
Nom.
Voc.
Gen.
Dat.
Abl.
Ac.
42
antiques, a, um = antigo
pius, a, um = piedoso
malus, a, um = mau
meus, a, um = meu
tuus, a, um = teu
suus, a, um = seu
Tal qual acontece em portugus, tambm em latim, o adjetivo concorda com o substantivo a que
se refere, isto , o adjetivo deve ir para o gnero, para o nmero e para o caso do substantivo
com que se relaciona:
vir
nom. masc. sing.
bonus
nom. masc. sing.
virorum
gen. masc. plural
bonorum
gen. masc. plural
alumnae
nom. fem. plural
novae
nom. fem. plural
bella
nom. neutro pl.
mala
nom. neutro pl.
Questionrio
1. Quantas formas possui em latim o adjetivo bom no nominativo singular?
43
5. sanus-a-um
6. liber-a-um
7. pulcher-chra-chrum
8. vafer-fra-frum
9. piger-a-um
10. miser-a-um
11. secer-cra-crum
12. tener-a-um
Pronomes
Pronomes pessoais:
N.
G.
D.
Ac.
V.
Ab.
Ego
Mei
Mihi
Me
----Me
Nos
Nostrum/nostri
Nobis
Nos
----Nobis
N.
G.
D.
Ac.
V.
Ab.
Tu
Tui
Tibi
Te
Tu
Te
Um de ns-nostrum (partitivo)
Tende peidade de ns: nostri (complemento nominal)
Pronomes possessivos:
Vos
Vestrum/Vestri
Vobis
Vos
Vos
Vobis
44
N. meus-mea-meum
G. mei-meae-mei
D. meo-meae-meo
Ac. meum-meam-meum
V. mi-mea-meum
Ab. meo-mea-meo
N. mei-meae-mea
G. meorum-mearum-meorum
D. meis
Ac. meos-meas-mea
V. mei-meae-mea
Ab. meos
N. tuus-tua-tuum
No tem vocativo
N. noster-nostra-nostrum
No tem vocativo
N. vester-vestra-vestrum
No tem vocativo
N. suas-sua-suum
No tem vocativo
Pronome reflexivo:
N.
G.
D.
Ac.
V.
Ab.
---sui
sibi
se
---se
45
alegre - lactus, a, um
benfico - beneficus, a, um
campo - ager, agri
genro - gener, erri
chuva - pluvia, ae
conhecido - notus, a, um
dinheiro - pecunia, ae f.
escrito - scriptum, i n.
latino - latinus, a, um
lngua - lingua, ae
prejudicial - noxius, a, um;
perniciosus, a, um
varo - vir, viri
variado - varius, a, um
vocbulo - vocabulum, i n.
vulgo - vulgus, i n.
46
Como se analisa o complemento pelo professor na orao que acabamos de ver - O menino
foi castigado pelo professor? Chama-se agente da passiva. Agente da passiva , portanto, o
complemento que nas oraes passivas pratica a ao.
Nota: O agente da passiva costuma aparecer, em portugus, acompanhado de preposio per ou
por (per + o = pelo; per + a = pela); em alguns casos, em vez de per aparece a preposio de,
principalmente com verbos que exprimem sentimentos: ser querido das crianas - ser
temidos dos nscios - ser amado de todos.
O sujeito da orao passiva vai para o nominativo. O verbo coloca-se em forma especial para
indicar passividade, e o agente da passiva como se traduz? Coloca-se no ablativo.
Quando o agente da passiva coisa, ser inanimado, basta ir para o ablativo. Quando pessoa
ou qualquer ser animado, ou considerado animado pelo autor, alm de ir para o ablativo deve ir
antecedido da preposio a ou ab, empregando-se a quando a palavra comea por consoante, e
ab quando comea por vogal ou por h.
a)
b)
Vocativo - caso da pessoa ou coisa a que nos dirigimos diretamente; o caso da interpelao.
Vale por interjeio e se constri com independncia do resto da orao. Para maior nfase,
pode ser acompanhado pela interjeio:
Salvo, o Patria!
Valo, puella!
Valoto, puellae!
Ablativo - caso da maioria dos adjuntos adverbiais, em latim. Principais exemplos:
a) por quem (agente da passiva): Puella a nauta amatur.
b) por causa de: Nauta occidit puellam pecunia. (ou propter pecuniam)
c) com quem: Nauta ambulat com puella.
d) a respeito de, sobre: Fabula de columba et formica.
e) como, de que modo: Puella nautam cum laetitia amat.
Puella nautam magna laetitia amat. / Puella nautam cum magna laetitia amat.
f) com que, por meio de: Nauta hasta pugnavit.
g) tempo (sem idia de durao, tempo pontual): Nauta venit tertia hora.
h) lugar onde (normalmente com a preposio in):
Puella est in Italia.
N.B. Puella est Romae. (locativo).
i) lugar donde (sozinho ou com preposies: ex, de, ab...):
Poeta venit ex Italia.
Pila de mensa cecidit.
j) origem: Puella ex optima familia nata.
k) separao: Puella excodit casa (ou ex casa).
Caso do complemento nominal de nomes que significam:
I. separao (material ou figurada): livre de...; diferente de...; afastado de...:
47
onde- ubi
48
negligncia- neglegentia
plancie- campus (m)
prado- pratum
repreender- vituperare (vitpero)
quarto- cubiculum
rua- via
selva- silva
sinal- signum
trincheira- vallum
49
Exerccio
Vocabulrio
Antnio - Antionius, ii
conscincia - conscientia, ae
mestre - magister, tri
honesto - honestus, a, um
Senhor - Dominus, i
50
Vocabulrio
auxilium, ii, n. - auxlio
Belgae, arum - belgas
celbro, are - celebrar
expugno, are - subjugar
Galli, orum - gauleses
paro, are - preparar (frases 4, 5, 6), proporcionar
10. SNTAXE
Sintaxe clementar dos casos
Nominativo: - caso do sujeito e do predicativo do verbo em modo finito: Britannia est insula.
- caso de ttulos: Columba et Formica (Do Columba et Formica)
Genitivo:
51
- caso que mais comumente se usa para marcar a pessoa ou coisa indiretamente
atingida pela ao do verbo, ou o que chamamos de objeto indireto:
Magistra dat veniam puellae.
Me philosophiae do.
-caso que indica a pessoa ou coisa em benefcio ou em prejuzo de quem se
faz alguma coisa (Dativo de interesse):
Non sholae, sos vitae discimus.
-caso que serve de complemento nominal de nomes que indicam:
a) utilidade, favor e seus contrrios: til a...; pernicioso a...:
Ancilla dominae suae utilis est.
Pugna perniciosa est patriae.
b) igualdade ou semelhana: semelhante a...; igual a...:
Puella irata bestiae similis est.
c) proximidade ou vizinhana (fsica ou moral): vizinho de...; prximo de...:
Casa agricola proxima Romae est.
Ira insaniae vicina est.
d) convenincia, destino, benevolncia: apto a...; caro a...:
Gloria poetis cara est.
Acusativo: -caso que indica a pessoa ou coisa sobre que cai diretamente a ao do verbo: o
caso do objeto direto:
Puella amat nautam.
Clementia tua multas vitas conservat.
-caso de alguns adjuntos adverbiais, precedido ou no de preposio:
a) de lugar (inclui normalmente idia do movimento, direo para onde;
movimento por onde):
Agricola in Italiam oxiit.
Agricola Romam oxiit.
Poeta ad torram adapiciobat.
Puella ambulat per vias Romao.
Os adjuntos de tempo so vrios: os principais so:
a) O que responde pergunta: quando?
b) O que responde pergunta: por quanto tempo?
O adjunto de tempo quando indica o tempo em que se realiza alguma ao: No
ano vindouro estarei aqui; Jlio chegar no stimo dia.
Traduz-se com o ablativo simples: Venturo anno hic erro: Iulius die septino
perveniet.
b) O adjunto de tempo por quanto tempo indica o espao (de tempo) que se
emprega para realizar uma ao: Lutei por quatro horas; Rmulo reinou muitos
anos.
52
Vocabulrio
alegria- laetitia
enfeitar- ornare
ferro- ferrum
prata- argentum
salvar- servare
O adjunto de causa indica o motivo pelo qual se faz alguma ao: Os meninos descuidam os
deveres por preguia; rimos por causa de vossa avareza.
Esse adjunto responde s perguntas: por qu? Por causa de qu? Traduz-se com o ablativo
simples ou com o acusativo precedido pelas preposies ob ou propter: Peri officia dserunt
pigritia (ou ob pigritiam ou propter pigritiam); ridmus avaritia vestra (ou ob avaritiam
vestram ou propter avaritiam vestram).
Vocabulrio
duro- durus
egito- Aegyptus (f)
entretecer- nctere
homem- vir, viri
passear- ambulare (mbulo)
lindo- pulcher, pulchra, pulchrum
preguia- pigritia
querido- carus
repreende- obiurgare
seu- suus, sua, suum
valoroso- strenuus
53
11. Vocabulrio
Abundant rica
Aegrotus, a, um - doente
Agnis - cordeiros
Agricola, ae m. - agricultor
Ala, ae - ala
Ala, ae f. - asa
Albam - branca
Albus, a, um branco
Altus, a, um a
Amavestis - amastis
Ambulo, are passear
Amnis, is - rio
Amo, are - amar
Amor, oris - amor
Ancilla, ae f. - escrava, criada
Angustia brevidade
Angustiae - desfiladeiros
Animus, i - inteligncia, nimo
Annus, i - ano
Antiqua - antiga
Apollo, inis - Apolo
Aqua, ae - gua
Aquila, ae f. - guia
Araverunt - araram
Arbor, oris f. rvore
Arbuscula, ae - arbusto
Aristoteles, is - Aristteles
Arnaverunt - enfeitaram
Asia, ae sia
Asinus, i - burro
Athenae, arum - Atenas
Atticus, i - tico
Aurdire - ouvir
Aurum, i n. - ouro
Australis, e - meridional
Bellicosus, a, um - belicoso
Bellicus, a, um - blico
Bellum, i n. - guerra
Bestiola - inseto
Blandus, a, um - lisonjeiro
Bona - boa
Bonum, i - bem (subst.)
Bos, bovis - boi
Brasilia, - Brasil
Britania - Inglaterra
Bruma-ae - o inverno
Caesar, aris - Csar
Calamitas, atis - calamidade
Camelus, i - camelo
Canis, is - co
Caritas, atis - caridade
Caro, carnis f. carne
Casa - cabana
Castigo, are corrigir
Causa, ae - causa
Cecinistis - cantastes
Celeber, bris, bre - clebre
Celer, eris, ere - clere
Ceperunt - tomaram
Cera - cera
Cerae - tbuas escritas
Certus, a, um - certo
Cicada- - cigarra
Cimon, onis - Cmon
Circundo, are - circundar
Civilis, e - civil
Civis, is - cidado
Clarus, a, um - ilustre
Classis, is f. - armada, frota
Clemens, entis - clemente
Coena, ae - refeio
Cogitatio, onis - pensamento
Collega - colega
Coluerunt - habitaram
Columba, ae f. - pomba
Communis, e - comum
Conditio, onis f. - condio
Conviva - comensal
Copia - abundncia
Copiae - exrcitos, tropas
Copiosus, a, um - rico
Corbula - cestinha
Corpus, oris n. - corpo
Corona, ae f. - coroa
Culpa, ae f. - culpa
Custodia, ae - guarda
Cum (ablat.) - com (prep.)
Cur - por qu?
Curaverunt - cultivaram
Dare - dar
Dat - d
Dea - deusa
Defederunt - defenderam
Delecto, are - deleitar
Delere - destruir
Deligentia - dedicao
Dexter, tra, trum - direito
Dicatus, a, um - dedicado
Invaserunt - invadiram
Italia, ae - Itlia
Jesus, u - Jesus
Jucundus, a, um agradvel
Jupiter, Jovis - Jpiter
Justitia, ae - justia
Juvenis, is - moo, jovem
Lacrima - lgrima
Laetitia, ae f. - alegria
Laudare - louva
Laudo, are - louvar
Laurus, i f. - loureiro
Laurus, us f. - loureiro
Legere - ler
Legestine - acaso leste?
Lepus, oris m. - lebre
Liber, era, erum - livre
Lingua, ae f. - lngua, idioma
Litera - letra
Literae - carta
Longa - longa
Longus, a, um - longo
Luna, ae - lua
Lupa - loba
Luscinia, ae f. - rouxinol
Lusitana, ae - portuguesa
Magistra - professora
Magna, - grande
Mala - m
Malum, i n. - mal
Mane n. - de manh
Mare, is n. - mar
Mater, matris - me
Mens, mentis - mente
Mensas - mesas
Meridies, ei - meio dia
Metallum, i n. - metal
Meus, a, um meu
Mihi - para mim
Miltiades, is- Milcades
Ministro, are - fornecer
Minotaurus, i Minotauro
Miser, era, erum- desgraado
Miser, era, erum miservel
Mitigo, are - abrandar
Mola - m, moinho
Molae - maxilas
Mons, montis m.- montanha
Monstro, are - mostrar
Monstrum, i n. - monstro
54
Dicit - diz
Dies, ei - dia
Diligens, entis - diligente
Diligentia, - a diligncia
Dilucide - claramente
Dis, dite - rico, opulento
Disciplina - aluna
Discripsimus - descrevemos
Ditior - comparativo de dis
Diversus, a, um - diferente
Dives, itis - rico, abastado
Do, dare - dar
Dolor, oris m. - dor
Domicilium, ii n.- domiclio
Domina - senhora
Domus, us - casa
Donare - doar
Dura - dura
Duo, ae, duo - dois
Dux, ducis - comandante
Egitur - portanto
Elephantus, i - elefante
Eloquens, entis - eloqente
Equus, i - cavalo
Erant - eram
Eruditus, a, um - erudito
Est - ser, estar
Estne - acaso
Et - e (conjuno aditiva)
Etiam - tambm
Europa, ae - Europa
Ex - de (preposio)
Exemplum, i n. - exemplo
Exire - sair, partir
Explico, are - explicar
Externus, a, um - externo
Fabula, - fbula
Facies, ei - face
Fama, - fama
Fas n. - lcito, direito, correto
Felix, icis - feliz
Femina, ae - mulher
Fere - quase
55
Morbus, i m. - doena
Terrester, tris, tre - terrestre
Mors, mortis (f.) - morte
Terribilis, e - terrvel
Multa, ae- muitas
Thebae, arum - Tebas
Multitudo, udinis multido
Thraces, acum - trcios
Munificus, a, um generoso Timidus, a, um - tmido
Musca, - mosca
Tristitia, ae - tristeza
Myrica, ae - urze (planta)
Trucido, are - trucidar
Narravistis - narrastes
Turba, ae - turba
Natura - natureza
Turpis, e - horrendo
Nauta, ae m. - marinheiro
Tute - seguramente
Nefas n. - ilegal, ilcito, torto Tutus, a, um - seguro
Niger, gra, grum - negro, preto Tuus, a, um - teu
Non - no
Ubi - onde, quando
Nostra - nossa
Umbra, ae - sombra
Nova - nova
Urbs, bis - cidade
Nox, noctis noite
Utilis, e - til
Numerus, i - nmero
Vaccis - vacas
Nuntio, are - anunciar
Vanus, a, um - vo (adj.)
Nuptiae, arum - npcias
Vastus, a, um - espaoso
O (int.) -
Velox, ocis - veloz, rpido
Oboedere - obedecer
Venetiae, arum - Veneza
Obses, obsidis - refm
Ventus, i - vento
Oculus, i - olho
Ver, veris n. - primavera
Occupo, are - ocupar
Vere- exatamente
Olea, - oliveira
Vestras - vossas
Olim (adv.) - outrora
Vetus, eris - velho, antigo
Omnis, e - todo
Via, - rua, estrada
Opera - trabalho, obra
Vicinae - vizinhas
Operae - operrios
Victoria, ae f. - vitria
Opinio, onis - opinio
Vigilia-ato de ficar acordado
Oppidum, i n. - praa
Vigilae - sentinelas
Opulentus,a,um - rico, opulento Vigilantia, ae f. - vigilncia
Opus, eris n. - obra, trabalho
Villa, ae - quinta
Optimates - nobres
Vinha - videira
Oraculum, i n. - orculo
Vis, vis (pl. vires) - fora
Orno, are - adornar, enfeitar
Vita-ae - vida
Pabulum, i n. - forragem
Vitulis - novilhos
Paene - quase
Vituperavit - atrevimento
Palaestina, ae - Palestina
Vitupero, are - recriminar
Parare - obter
Vocare - chamar
Parat - obtm
Voco, are - chamar
Parca - econmica
Voluptas, atis - prazer
Paro, are - preparar
Vos - vs (pron. pessoal)
56
12. BIBLIOGRAFIA
Apostila utilizada pelo Prof. Ariovaldo Peterleni Verdier, Roger; Marcus et Tullia Manual de
Lngua Latina, Presena, Editora da U.S.P.
Asceno, lvaro; Pinheiro, Jos; Selecta Latina, quinta edio; Livraria Apostalado da
Imprensa; Porto 1.965.
Comba, P. Jlio; Programa de Latim; 1. Volume; Editorial Dom Bosco.
Cunha, Celso Ferreira da; Gramtica da Lngua Portuguesa; 5. edio; Fename; R. Janeiro;
1.979.
Almeida, Napoleo Mendes de; Gramtica Latina: curso nico e completo; 22. Ed.; Saraiva;
So Paulo; 1989.
Nardini, Bruno; Mitologia: O primeiro encontro; Crculo do Livro S.A.; So Paulo.