Semana 11 - Erro de Tipo X Lavagem de Dinheiro
Semana 11 - Erro de Tipo X Lavagem de Dinheiro
Semana 11 - Erro de Tipo X Lavagem de Dinheiro
DINHEIRO
Andr Lus Callegari
Doutor em Direito Penal pela Universidad Autnoma de Madrid - Advogado - Professor de Direito
Penal na Universidade do Vale do Rio dos Sinos e da Universidade Luterana do Brasil - Membro
da Comisso Redatora do Cdigo Penal Tipo Ibero-americano - Coordenador da Revista Iberoamericana de Cincias Penais
1. Introduo.
A teoria do erro de tipo conecta-se diretamente com a teoria do dolo,
porque o erro de tipo no outra coisa que a negao do quadro de
representao requerido para o dolo: o autor desconhece os elementos
a que se devem estender o dolo segundo o correspondente tipo. H erro
de tipo quando algum "na comiso do fato desconhece uma
circunstncia que pertence ao tipo legal". Com estas "circunstncias"
alude-se, em primeiro lugar, a todos os elementos objetivos do tipo
legal, e de maneira similar aplica-se o preceito a todos os elementos
objetivos do tipo legal. Quanto a seu contedo, o erro de tipo pode
consistir tanto numa representao falsa como na falta de uma
representao, pois o erro , em termos gerais, a discrepncia entre a
conscincia e a realidade[1].
Portanto, o autor deve conhecer os elementos que integram o tipo de
injusto, pois qualquer desconhecimento ou erro sobre a existncia de
algum destes elementos exclui o dolo e, se o erro for vencvel, resta o
tipo objetivo de um delito culposo[2]. O erro, como o dolo, deve referirse a qualquer dos elementos integrantes do tipo, seja de natureza
normativa ou descritiva[3].
Por conseguinte, h erro de tipo quando algum, ao cometer o fato,
desconhece uma circunstncia que pertence ao tipo legal. O erro de tipo
assim o lado inverso do dolo do tipo: o sujeito "no sabe o que faz",
porque lhe faz falta a imagem representativa exigvel para o dolo de
tipo[4].
2. Diviso e formas do erro de tipo.
O erro de tipo pode dividir-se em essencial e acidental. O erro de tipo
essencial aquele que se d sobre os elementos sem os quais no
ocorreria a correspondente figura tpica do delito, nem em seu tipo
bsico[5]. O erro de tipo essencial pode apresentar-se em invencvel ou
[8] Nesse sentido, GOMES, Luiz Flvio, Erro de tipo e erro de proibio,
2 ed., RT, So Paulo, 1994, p. 98.
[9] MIR PUIG, Derecho Penal, PG, p. 253.
[10] BACIGALUPO, Enrique, Principios de Derecho Penal, PG, 5 ed., Akal,
Madrid, 1998, p. 240.
[11] BACIGALUPO, Principios de Derecho Penal, PG, p. 240; CEREZO MIR,
Curso de Derecho Penal Espaol II, p. 127.
[12] CARPIO DELGADO, Juana, El delito de blanqueo de bienes en el
nuevo Cdigo penal, Tirant lo blanch, Valencia, 1997, p. 321.
[13] PALMA HERRERA, Jos Manuel, Los Delitos de Blanqueo de
Capitales, Edersa, Madrid, 1999, p. 600.
[14] Cfr. Art. 301, Cdigo Penal Espanhol que menciona: "Aquele que
adquira, converta ou transmita bens, sabendo que estes tm sua origem
num delito grave, ou realize qualquer outro ato para ocultar ou encobrir
sua origem ilcita, ou para ajudar a pessoa que tenha participado na
infrao ou infraes a eludir as conseqncias legais de seus atos, ser
castigado com a pena de priso de seis meses a seis anos e multa de
tanto ao triplo dos bens".
[15] ROXIN, Claus, Derecho Penal, PG, Tomo I, Editorial Civitas, Madrid,
1997, p. 460, considera que raramente existem elementos puramente
descritivos e puramente normativos, pois ambas formas de
conhecimento so certamente necessrias ne maioria das circunstncias
de fato, posto que os elementos descritivos devem ser percebidos
sensorialmente os normativos devem ser compreendidos.
[16] ROXIN, Derecho Penal, PG, Tomo I, p. 460.
[17] PALMA HERRERA, Los Delitos de Blanqueo de Capitales, p. 600.
[18] PALMA HERRERA, Los Delitos de Blanqueo de Capitales, p. 600.
[19] BLANCO CORDERO, Isidoro, El Delito de Blanqueo de Capitales,
Aranzadi Editorial, Pamplona, 1997, p. 392.
[20] PREZ MANZANO, Mercedes, "El tipo subjetivo en los delitos de
receptacin y blanqueo de dinero", Cuadernos de Derecho Judicial I,
Madrid, 1994, p.p. 246/247.