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Introdução Á Língua Brasileira de Sinais - Libras PDF

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INTRODUO LNGUA BRASILEIRA

DE SINAIS-LIBRAS

FACAM - Faculdade do Maranho

FACULDADE DO MARANHO
ENSINO A DISTNCIA

INTRODUO LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS-LIBRAS

So Lus

SOMAR
Sociedade Maranhense de Ensino Superior Ltda.

Carlos Csar Branco Bandeira


Diretor Geral

Thatiana Soares Rodrigues Bandeira


Diretora Executiva

Carlos Eduardo Rodrigues Bandeira


Diretor Financeiro

Henilda Ferro Castro


Diretora Acadmica

Heraldo Marinelli
Coordenador Geral de Ensino a Distncia

Gomes, Ana Rosa


Introduo lngua brasileira de sinais - Libras/ Ana Rosa Gomes.
So Lus, 2012.
00 f. il.
Impresso por computador (Fotocpia)
Apostila (Graduao a Distncia) Curso de Graduao a Distncia,
Faculdade do Maranho, 2012
1. Lngua de sinais. 2. Libras. I. Ttulo.
CDU 000

FLUXOGRAMA DE ESTUDOS

ENTRADA
Inscrio / Seleo

Tutoria

Orientao ao Aluno

Encontros
Pedaggicos

Recebimento do Material
Instrucional

T
U
T
O
R
I
A

Processo de Estudo
Independente

Avaliao Presencial

No Alcanou
Desempenho Satisfatrio

Alcanou Desempenho
Satisfatrio

Aluno entra em processo


de reorientao com o
tutor

Aluno Inicia Estudo


Independente dos
demais Mdulos

Sada

APRESENTAO

Estamos iniciando mais uma disciplina de Prtica Pedaggica Integrada,


a referida disciplina est voltada para os estudos sobre projetos e sua importncia e
utilizao na prtica educacional. O caderno est sistematizado em trs unidades
sendo que a primeira vem abordando o ensino e as prticas pedaggicas, a
segunda sobre a Interdisciplinaridade e a ultima sobre a Pedagogia de Projetos.
Espera-se que os temas abordados venham contribuir para uma reflexo
crtica sobre a prxis educacional.

PLANO DE ENSINO

DISCIPLINA: INTRODUO LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS


PROFESSOR (A): Ana Rosa Rocha Gomes Silva
TURNO:

CURSO:
PERODO:

CARGA HORRIA:36 horas

PR-REQUISITO:

ANO:

OBJETIVOS
1.1 Geral:

Compreender que a Libras, por ser uma lngua natural, possui toda a
complexidade inerente aos demais sistemas lingusticos, da, servir-se dela
enquanto suporte ao pensamento e alcanar seus propsitos lingusticos de
comunicao e o atendimento educacional especializado para surdos.

1.2 ESPECFICOS

Discutir sobre a historia da educao dos surdos e os aspectos clnicos,


educacionais e scios antropolgicos relacionados surdez;

Analisar o papel de lngua natural atribudo lngua brasileira de sinais e


suas especificidades;

Conhecer as caractersticas bsicas da fonologia, morfologia e sintaxe da


lngua brasileira de sinais.

Refletir sobre o atendimento educacional especializado para as pessoas


com surdez.

EMENTA
Aspectos histricos da incluso de surdos na sociedade. Surdez e a educao
de surdos no Brasil. Noes bsicas da estrutura lingustica da LIBRAS e de sua
gramtica. Especificidades da produo textual escrita do surdo. Contato entre
ouvintes e surdos.

CONTEDO PROGRAMTICO
UNIDADE

ABRODAGEM

CLNICO-TERAPUTICO

SCIO

ANTROPOLOGCA DA SURDEZ

Texto 1 Abordagem Clnico-Teraputica eabordagem scio antropolgica


da surdez.

Texto 2 Contexto histrico da Educao de pessoas com surdez.

UNIDADE II INTRODUO EASPECTOS TERICOS DE LIBRAS

Texto 3 A Lngua Brasileira de Sinais Libras

Texto 4 Os Parmetros da Lngua de Sinais

UNIDADE III- ASPECTOS PRTICOS DE LIBRAS

Gramtica I

Praticando a libras I

PROCEDIMENTO METODOLGICO
Aulas expositivas e dialogadas, leitura individual e em grupo, discusses e
debates, tcnicas de trabalho em grupo (seminrio), exposio de vdeos e troca
de experincias.

RECURSO DIDTICO

Quadro e seus acessrios

Apostila

Data show

AVALIAO
Avaliao se dar de forma processual com participao dos alunos nos diversos
momentos da aprendizagem, contemplando atividades escritas, orais e prticas
realizadas em sala de aulas, tais como: Domnio de contedo, Critcidade,
Capacidade de interpretar, Interesse e pontualidade.

BIBLIOGRAFIA:
CAPOVILLA. F. C. RAPHAEL. W..D. Dicionrio enciclopdico ilustrado
trilngue: lngua brasileira de sinais. So Paulo: EDUSF, 2004.
QUADROS, R. M. Educao de surdos: aquisio da linguagem. Porto Alegre:
Artmed. 1997.
QUADROS, R. M.: KARNOPPE, L. Lngua de sinais brasileira: estudos
lingusticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Complementar
MANTOAN, M. T. E. PRIETO, R. G.; ARANTES, V. A..(org). Incluso Escolar:
pontos e contrapontos. So Paulo: Summus, 2006.
SACKS, O. Vendo vozes. Rio de Janeiro: Imago, 1989.
SANTANA, A. P. Surdez e linguagem: aspectos e implicaes neulingusticas.
So Paulo: Plexos, 2007.
SKLIAR, C. A surdez: um olhar sobre as diferenas. Porto Alegre: Editora
Mediao, 1998.
SOUZA, R.M. de: SILVESTRE, Nuria; ARANTES, Vakria Amorim (Org.)
Educao de surdos: pontos e contrapontos. So Paulo: Summus. 2007.

1 INTRODUO
necessrio compreender o percurso que faremos a partir de agora,
sendo isto uma forma de sistematizar o estudo desta disciplina, com o objetivo maior
de entender pontos relevantes da histria da LIBRAS, em seus diferentes contextos.
Esses so alguns dos nossos objetivos:
a) Discutir sobre a historia da educao dos surdos e os aspectos clnicos,
educacionais e scios antropolgicos relacionados surdez;
b) Analisar o papel de lngua natural atribudo lngua brasileira de sinais e suas
especificidades;
c) Conhecer as caractersticas bsicas da fonologia, morfologia e sintaxe da
lngua brasileira de sinais.
d) Refletir sobre o atendimento educacional especializado para as pessoas com
surdez.

UNIDADE

ABORDAGEM

CLNICO-TERAPUTICO

SCIO

ANTROPOLGICO DA SURDEZ
1. 1 Abordagem clnico-teraputica da pessoa com surdez
Uma

criana,

em

cada

mil

nascimentos,

apresenta

surdez

e,

aproximadamente, duas a trs, em cada mil crianas, desenvolvem surdez grave na


primeira infncia. Existem indcios de aumento significativo do nmero de casos de
surdez adquirida, no Brasil, por falta de ateno sade, principalmente na
preveno de molstias infectocontagiosas.
A interferncia da surdez no desenvolvimento da criana acontece
principalmente no desenvolvimento da linguagem. Quanto maiscedo for o
diagnstico

procura

por

procedimentos

teraputicos e

educacionais,

maioressero as chances de resultados favorveis ao desenvolvimento da criana


com surdez. Istoocorre em razo da existncia de perodos mais crticos para o
desenvolvimento dalinguagem, seja ela oral-aural ou visuo-espacial.
A conceituao de surdez varia de acordo com o modelo que se toma por
referncia. Na proposta do aspecto clnico, ou seja, dentro do construto clnicoteraputico, a surdez considerada como incapacidade, fundamentalmente
patolgica. As condutas e valores da maioria ouvinte devem ser tomados como
norma e o surdo se diferencia enquanto, e o quanto, foge a esta norma, a esta
padronizao. Tenta-se a reparao da surdez, para que se torne o mais prximo
possvel do normal.
De acordo com Skliar, (1998):
SKLIAR, C. A surdez: um olhar sobre as diferenas. Porto Alegre: Editora Mediao,
1998.
Tudo isto seria certo se, desde j, o modelo clnico-teraputico no se
obstinasse tanto em lutar contra a deficincia, o que implica, em geral,
originar consequncias sociais ainda maiores. Reeducao ou
Compensao, essa a questo. Obstinar-se contra o dficit, esse o erro.

1.2 Abordagem scio-antropolgica da surdez


O construto scio antropolgico da surdez contrape a abordagem clnico
teraputica estudada anteriormente. A patologia, a falta ou perda da audio no
so o essencial. O que marca a surdez uma diferena. Os surdos so
caracterizados como um grupo minoritrio que tem em comum a mesma lngua e os
mesmos valores culturais.

Importante ressaltar questes que exigem esclarecimentos dentro desta


abordagem, como por exemplo, o conceito de SER SURDO e QUEM O SURDO?

Segundo , PADDEN, Carol e Humphries,Tom. Surdo na Amrica: vozes de uma cultura, p.1
(1991)
O surdo pode ter nascido na cultura, como no caso de crianas de pais
surdos. Comeam a aprender a lngua dos pais desde o nascimento e
assim adquirem competncia nativa nessa lngua. Aprendem tambm as
crenas e condutas do grupo social de seus pais. Quando entram na escola
servem como modelo cultural e lingustico para um grande nmero de
surdos, filhos de pais ouvintes e que passam a fazer parte da cultura mais
tardiamente.

Como podemos perceber, o autor afirma que pessoa surda aquela


advinda de uma histria de surdez na famlia, que, segundo ele, cresce e convive
com um determinado grupo social de surdos, sendo este, uma referncia para a
criana surda De acordo com Lawson (1991): no encontrei, pode tirar essa citao.
A comunidade surda compreende os indivduos surdos, hipoacsticos e at
ouvintes, que tm uma lngua comum, experincias e valores comuns e
uma forma comum de se comunicarem entre si e com os ouvintes. O grau
de perda auditiva atual (surdez audiomtrica) no importante para
determinar a identificao do sujeito e a sua aceitao pela comunidade
surda. A principal caracterstica identificadora parece ser um conhecimento
da lngua de sinais.

Segundo PADDEN, Carol e Humphries, Tom. Surdo na Amrica: vozes de uma cultura, p.1
(1991)
Uma comunidade surda constituda por um grupo de pessoas que vivem
em um local particular, partilham os objetivos comuns de seus membros e,
de vrias maneiras, trabalham para alcanar esses objetivos. Uma
comunidade surda pode incluir pessoas ouvintes que apoiam ativamente os
objetivos da comunidade e trabalham com os surdos para alcan-los.

Podemos observar, pela anlise de tais referenciais, que a abordagem


scio antropolgica considera como fundamental o uso da lngua de sinais desde o
nascimento, em convivncia com adultos surdos em uma comunidade surda. Deste
modo, a criana surda pode desenvolver os conhecimentos por meio da lngua de
sinais, adquirindo assim, os costumes, os valores, as condutas e a cultura
pertencentes a esta comunidade.
Enfim, podemos dizer que a abordagem scio antropolgica
fundamentada na perspectiva da comunidade surda, onde no h incapacidade,
apenas uma diferena; que enfatiza o acesso lngua de sinais, desde o
nascimento, como meio de comunicao.

1.2.1 O que surdez


Enfocada como a falta do senso auditivo, conceitua-se a surdez como a
diferena existente entre o desempenho do indivduo e a habilidade normal para a
deteco sonora.
Existem diversos critrios de classificao do grau da perda auditiva. A
proposta de Lloyd e Kaplan (1978) ( no so autores o nome de dois exames auditivos)
uma das mais utilizadas na rea da sade:
a) Classificao Mdia da perda auditiva;
b) Normal 0 25 dB NA;
c) Leve 26 40 dB NA;
d) Moderada 41 55 dB NA;
e) Moderadamente/Severa 56 70 dB NA;
f) Severa 71 90 dB NA;
g) Profunda Maior que 90 dB NA;

Audio normal: No apresenta dificuldade alguma de audio.

Perda auditiva leve: H dificuldades para entender a fala emitida com


pequena intensidade.

Perda auditiva moderada: Pode entender fala emitida a pequena distncia.

Perda auditiva moderadamente severa: Pode receber auditivamente a fala


emitida com forte intensidade; ter dificuldade para comunicao oralauditiva, em grupo e em classe.

Perda auditiva severa: Pode entender a fala emitida com forte intensidade e
prxima orelha; dificuldade para discriminar consoantes, mas distingue as
vogais.

Perda auditiva profunda: No utiliza audio como modalidade principal de


comunicao.

1.2.2 Causas da surdez


Em relao prevalncia da surdez, devemos levar em considerao:
a) O aumento significativo da surdez, adquirida em funo da piora das
condies de sade no pas, o que poderia ser evitado com medidas
preventivas adequadas.
b) A incidncia da surdez por rubola, praticamente extinta em alguns pases,
ainda representa um nmero expressivo no Brasil.

1.2.3 Classificao das causas da surdez


O momento em que ocorre

A origem do problema

a) Pr-natal: durante a vida


gestacional;

a) Hereditria

a) Orelha

b) No hereditria

b) Per-natal: durante o

e/ou

mdia

c) Tronco
aps

externa

b) Orelha interna

nascimento
c) Ps-natal:

O local onde ocorre

cerebral

crebro

nascimento

1.2.4 Como prevenir a surdez?


No podemos nos esquecer de aes fundamentais, como:
a) A vacinao contra a rubola em mulheres antes da gravidez;
b) Acompanhamento e tratamento adequado de otites na infncia (infeces de
ouvido);
c) Cuidado com o excesso de medicamentos txicos;
d) Tratamentos de doenas como a toxoplasmose, sfilis e citomegalo vrus;
e) Vacinao contra a meningite meningoccica.
1.3 Contexto histrico da educao de pessoas com surdez
1.3.1 Do imprio aos dias atual
Agora vamos conhecer a histria da educao das pessoas com surdez
que teve um longo perodo de segregao, ou seja, a educao para esses alunos
era pensada separadamente.
No Brasil, a primeira referncia sobre a educao de surdos datada de
1857. Com a recomendao do ministro da Instruo Pblica da Frana,
intermediado pelo Marqus de Abrantes, criado o Imperial Instituto dos SurdosMudos, na cidade do Rio de Janeiro.

A perspectiva apontada a fim de conceituar o surdo dessa poca, no


sentido de projetos voltados para sua educao, era a de um sujeito doente, um
deficiente mental, em condies subumanas.
Pensava-se em meios de fornecer conhecimentos, com o objetivo de integrao do
surdo na sociedade, como cidado produtivo e colaborativo ao progresso da nao.
do Instituto Nacional da Frana o futuro fundador do INES (antigo
Imperial Instituto dos Surdos-Mudos). Ernest Huet era surdo e professor de surdos,
discpulo da escola de Charles Michel de LEpe. Chegou ao Rio de Janeiro em
1855. A pedido do Imperador, o reitor do Imperial Colgio Pedro II, Dr. Manoel
Pacheco da Silva, ajudou Huet a organizar sua escola.
Segundo alguns relatos, o fato da criao de uma escola apenas para
surdos, ainda mais com um dirigente tambm surdo, fez com que demorasse a
aparecer alunos com interesse em frequentar o Instituto. Iniciou-se o trabalho com
apenas duas alunas, que recebiam penso anual do imprio brasileiro.
A aptido era observada pela orientao educacional dos que tinham
resto auditivo, pois se acreditava que estes tinham mais chances de desenvolver a
linguagem oral. Alm disto, a classe social do surdo tambm influenciava,
favorecendo os mais abastados. Excluindo os demais surdos, reservava-se, a eles,
a comunicao gestual, potencialidades, incluindo a fala.
A outra concordava com o ponto de vista dos americanos, ou seja, tendo
uma profisso e aspectos rudimentares da linguagem escrita, isso era suficiente
para a educao das pessoas surdas. Essa polmica perdurou por muito tempo: a
cada diretor que se apresentava uma nova discusso se firmava ao redor do
assunto.
No ano de 1934, Dr. Armando Lacerda publica Pedagogia Emendativa do
Surdo Mudo. Ele considera dois objetivos na educao dos surdos:
a) Habilitao profissional;
b) Conhecimento da linguagem.
Os docentes do Instituto se preocupam com a reorganizao do ensino
aplicado e melhor distribuio dos alunos pelas classes, com o objetivo de obter um
maior rendimento das atividades em conjunto com as oficinas. Para isso, iniciam
uma bateria de testes e pesquisas relacionados a fragmentos de linguagem,
resduos auditivos e medidas de inteligncia. Estes testes tambm tinham o objetivo

de classificar os alunos, indicando o melhor atendimento, de acordo com suas


capacidades.
Onze anos depois, pela Portaria n 943, de 13 de setembro, com a
publicao de um novo Regimento, o INES passa a ser um Centro de Referncia
Nacional na rea da surdez. A partir de 1992, muitos acontecimentos acometem o
Instituto: so realizados Seminrios Nacionais sobre Bilinguismo, h uma
reestruturao da parte pedaggica, elaborao de novas propostas para o ensino
da Lngua Portuguesa.
No Brasil, a educao de pessoas surdas sempre esteve voltada para o
olhar da reabilitao,incluindo prticas oralistas e reforando a concepo clnicoteraputica da surdez.
Uma nova concepo da surdez aparece atravs de inmeros estudos de
diversos pesquisadores. Surgem estudos lingusticos e scios antropolgicos que
muito contriburam para a mudana de paradigmas na educao do sujeito surdo: o
respeito e o entendimento do universo visual, que experimenta o surdo, ajudando-o
a construir sua subjetividade, seus conhecimentos em busca da valorizao como
pessoas atuantes em todos os segmentos da sociedade.
Algumas dessas contribuies no contemplam a educao de surdos na
perspectiva inclusiva.
1.4 Atendimento educacional especializado
Existem muitos estudos que se posicionam contrrios educao
inclusiva. Com o Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez,
surge a perspectiva de o aluno aprender nas turmas comuns de ensino regular,
visando sua educao escolar inclusiva.
Este atendimento educacional deve ocorrer, preferencialmente, na escola
regular onde o aluno surdo estuda, no contra turno, enfatizando trs momentos
didticos pedaggicos:
a) Atendimento Educacional Especializado para o ensino DE Libras: os alunos
com surdez tero aulas de LIBRAS, que favorecer o conhecimento e a
aquisio da lngua de sinais. Deve ser ministrado por um professor
preferencialmente surdo.

b) Atendimento Educacional Especializado para o ensino EM Libras: os


contedos curriculares so explicados nessa lngua, por um professor e/ou
instrutor de Libras (preferencialmente surdo).
c) Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Lngua Portuguesa:
so trabalhados aspectos dessa lngua. Este trabalho realizado por um
professor de Lngua Portuguesa.
Pode-se afirmar que todos esses anos de imposio oralidade fez surgir
um movimento fortssimo, por parte de alguns surdos, que reivindicam uma escola
s para eles,com disciplinas especficas sobre a histria dos surdos no mundo, sua
educao, cultura etc.Esses movimentos persistem at hoje, principalmente pelas
associaes e federaes de surdos.
1.4.1 As filosofias da educao das pessoas com surdez
Pelo que temos estudado sobre a educao de pessoas com surdez,
podemos perceber questes a respeito dos mtodos utilizados, pois eles sempre
foram motivos de grande discusso. No apenas pela preocupao educacional,
mas, tambm, pelas concepes geradas em cada poca especfica, dentro de um
contexto sociocultural e tambm poltico.
As abordagens clnico-patolgica e scio antropolgica so provas
desses conflitos vivenciados pelos surdos. Cada uma delas aposta em um mtodo,
sendo a primeira mais focada na oralizao e reabilitao do sujeito. E a segunda
voltada para o bilinguismo, utilizao da lngua de sinais e da lngua oral.
Os aspectos da construo da linguagem so as questes que mais preocupam os
profissionais que trabalham com pessoas surdas.
1.4.2 Oralismo
A proposta de acabar com o gestualismo gerou muitas contestaes com
a imposio da lngua oral. Ela tambm fez com que ficasse declarado que apenas
ouvintes poderiam educar os surdos, o que acarretou a demisso de muitos
professores surdos.
Argumenta-se que essa deciso era muito mais de cunho filosfico, poltico e
religioso do que educacional.
Na Itlia, nesse perodo, iniciava-se um projeto de alfabetizao, que
buscava a eliminao de desvios lingusticos a lngua de sinais. Legitimava-se o

pensamento aristotlico, mundo das ideias, representado pela palavra, em oposio


ao mundo concreto os gestos.
E os religiosos apostavam no oralismo com possibilidade do ato
confessional dos alunos surdos (FACCHINI, 1981, apud SKLIAR, 1997).
Para Sacks (1990, p.45), O oralismo e a supresso do Sinal resultaram
numa deteriorao dramtica das conquistas educacionais das crianas surdas e no
grau de instruo do surdo em geral. Muitos dos surdos hoje em dia so iletrados
funcionais[...].
Essa uma realidade ainda hoje: as escolas no sabem como lidar com
essas crianas. Os professores encaram os surdos como sujeitos deficientes ou
incapazes e preferem deix-los de lado, apostando que seu fracasso escolar fruto
da perda auditiva, somente.
Segundo estudos, no Brasil constatado que surdo oralizado no fala
bem e no fazem leitura labial fluente, h sempre uma discrepncia entre o objetivo
do oralismo e as reais conquistas lingusticas da maioria dos surdos. pequeno o
nmero de surdos que se beneficiam com o mtodo oral.
O modelo oralista no obteve sucesso do ponto de vista pedaggico,
muito pelo contrrio, ele fez com que muitas comunidades surdas ficassem
marginalizadas socialmente, gerando problemticas psicossociais, que o prprio
mtodo no se preocupou em resolv-las.
O oralismo passou a ser extremamente criticado por fracassar na tentativa
de

proporcionar

ao

educando

surdo

condies

efetivas

de

educao

desenvolvimento pessoal. Embora sua proposta fosse oferecer o desenvolvimento


da lngua oral como forma de integrao, este trabalho acabou acentuando a
desigualdade entre surdos e ouvintes. (GES, 2002)
Em 1911, atravs do Decreto de n 9198, foi adotado no Brasil o mtodo
oral que deveria ser utilizado no ensino de todas as disciplinas. Embora muitos
estudiosos apontem que era impossvel manter a comunicao com o surdo. Desta
maneira, professores trabalhavam com os Sinais Metdicos para a comunicao
dentro das salas de aula, aportas fechadas.
Depois de trs anos de trabalho com o Mtodo Oral Puro, o resultado no
foi o esperado: 60% dos alunos no chegaram a um nvel satisfatrio. Julgavam que
os surdos eram aptos para aprender a Linguagem Articulada, apenas at os sete

anos de idade, depois essa capacidade era diminuda gradualmente. Mas o Mtodo
Oral ainda permaneceu por muitos anos.
1.4.2 A Comunicao total
Foi desenvolvida nos Estados Unidos, por volta de 1960, frente ao
descontentamento de muitos especialistas pelo mtodo oralista. Este fato levou os
pesquisadores americanos a estudarem e demonstrarem que as crianas surdas
no obtinham xito no desenvolvimento da fala, linguagem e leitura labial.
Frente aos resultados obtidos nessas pesquisas, foram demonstrados
que as crianas expostas lngua de sinais apresentavam melhor desempenho do
que aquelas que eram submetidas ao oralismo.
Pode-se considerar que a Comunicao Total surgiu com a inteno do
uso de uma comunicao oral juntamente com a comunicao gestual. tambm
conhecido como bimodalismo uso de apenas uma lngua produzida em duas
modalidades.
A proposta foi se transformando, passando a ser encarada como uma
filosofia educacional, sendo oficializada em muitos pases. Sua aceitao foi boa,
sendo utilizada em muitas verses.
Caracterizava-se pela busca do ensino da lngua majoritria para o acesso em
outras reas curriculares.
Esta concepo defende o uso de gestos utilizados pela criana,
juntamente com a fala, leitura labial, sinais convencionais, leitura e escrita. E, no
caso da presena de resduo auditivo, o uso de prteses. Possibilita o acesso a um
maior nmero de recursos, com o intuito de estimular e desenvolver seus processos
lingusticos.
O termo gesto nada tem a ver com o termo sinais, e este tambm no
o mesmo que lngua de sinais. Gestos so mmicas aleatrias e lngua de sinais
no se trata de uma forma manual da nossa lngua, o Portugus, tambm
conhecido como Portugus Sinalizado.
Essa filosofia ajuda a desfocar a viso clnica do surdo. Ele passa a ser
visto como sujeito diferente pela marca da surdez, o que acarreta discusses de
ordem social, configurando-se como um fenmeno social. No mbito educacional, o
trabalho deve ser realizado buscando o atendimento s necessidades desse
indivduo. (CICCONE, 1990)

As crticas ao uso dessa filosofia educacional se intensificaram medida


em que discusses sobre seu uso foram feitas, no sentido de que se valia de muitos
recursos, sem a utilizao de lnguas e tambm porque, no fim, se primava pelo
ensino da lngua majoritria.
Seus defensores mais ferrenhos apostavam que o problema estava na
sua aplicao e no na idealizao da proposta. Perdeu-se o propsito do ensino e
o reconhecimento da lngua desinais, ficando essa, mais uma vez, excluda do
contexto educacional da comunidade surda.
A presena feminina na histria da educao dos surdos no Brasil bastante
significativa. A professora Ivete Vasconcelos foi pioneira na Estimulao Precoce
para bebs com surdez. Ela traz consigo a corrente filosfica da Comunicao Total,
que prima pelo uso da oralizao e do gestualismo.
1.4.2 Bilinguismo
O Bilingismo aparece dentro do contexto histrico educacional dos
surdos atravs dos movimentos pelo reconhecimento da Cultura, Comunidade e
Identidade Surda.
Apresenta-se como meio de reflexo a respeito da educao dos surdos.
A concepo preconiza o acesso de duas lnguas, sendo uma a natural dos surdos
lngua de sinais e a outra a lngua oral, utilizada por ouvintes. Prope resgatar o
direito da pessoa surda ao acesso sua lngua.
Esta proposta pode ser considerada uma contrapartida aos discursos
realizados nas ltimas dcadas a respeito da educao dos surdos. Muda-se o olhar
da abordagem clnico-patolgica para a scio-antropolgica, respeitando o direito da
Comunidade surda na busca de sua identidade. Ela no apenas um dispositivo
pedaggico e sim a quebra do poderio e da imposio das polticas ouvintistas.
No bilinguismo, acontece a exposio da criana surda a duas lnguas
distintas.
a) A lngua de sinais L1 - Lngua natural dos surdos;
b) A lngua majoritria do pas L2 - Lngua Portuguesa, no caso do Brasil.
A Lei de Libras define vrios aspectos, entre eles a incluso de pessoas
surdas e de baixa audio aos sistemas de ensino organizado por meio de escolas e
classes bilngues, tendo a L1 e L2 como lnguas de instruo. Alm disso,
acrescenta o direito ao atendimento educacional especializado em contra-turno ao

da

escolarizao

comum,

com

objetivo

do

desenvolvimento

curricular

complementar.
1.5 Lei de libras: Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002
Segundo Brasil (ano, p. )
Dispe sobre a lngua brasileira de sinais - libras e d outras providncias.
Eu o presidente da repblica fao saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei.
Art. 1 - reconhecida como meio legal de comunicao e expresso
aLNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS e outros recursos de
expresso a elaassociados.
Pargrafo nico. entende-se como LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS LIBRAS a forma de comunicao e expresso, em que o sistema lingustico
denatureza visual-motora. Com estrutura gramatical prpria, constituem um
sistemalingustico de transmisso de idias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoassurdas do Brasil.
Art. 2 - Deve ser garantido, por parte do poder pblico em geral e
empresasconcessionrias de servios pblicos, formas institucionalizadas
de apoiar o uso edifuso da LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS
como meio decomunicao objetiva e de utilizao corrente das
comunidades surdas do Brasil.
Art 3 - As instituies pblicas e empresas concessionrias de
serviospblicos de assistncia sade devem garantir atendimento e
tratamentoadequado aos portadores de deficincia auditiva, de acordo com
as normas legaisem vigor.
Art. 4 - O sistema educacional federal e os sistemas educacionais
estaduais,municipais e do Distrito Federal devem garantir a incluso nos
cursos de formaode educao especial, de fonoaudiloga e de
magistrio, em seus nveis mdio esuperior, do ensino da lngua brasileira
de sinais - libras, como parte integrante dosparmetros curriculares
nacionais - PCNS. Conforme legislao vigente.
Pargrafo nico. A LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS no
podersubstituir a modalidade escrita da Lngua Portuguesa.
Art. 5 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicao.
Braslia, 24 de abril de 2002; 1810 da Independncia e 1140 da Repblica.
Fernando Henrique CardosoPaulo Renato Souza
Texto Publicado no D.O.U. de 25.4.2002

ATIVIDADE-1
1)De acordo com o estudo feito, podemos destacar quais as causas da

surdez?
2) Com base em dados do IBGE, quantos surdos hoje tm no Brasil?
3) Voc j ouviu falar no termo SURDO-MUDO ou MUDINHO?
4) Formulou-se alguns questionamentos. E peo que reflitam e
respondam.
a) Toda pessoa surda muda?
b) A pessoa muda ouve?
c) Voc conhece alguma pessoa surda que fala?
5)Os surdos eram punidos fisicamente pelo uso de sua lngua natural;

em alguns relatos, citam que, na Europa, esses eram trancados em

UNIDADE II

2 ASPECTOS TERICOS DA LIBRAS


2.1 A Lngua Brasileira de Sinais Libras
Muitas pessoas acreditam que as lnguas de sinais so somente um
conjunto de gestos que interpretam as lnguas orais.
Pesquisas sobre as lnguas de sinais vm mostrando que estas lnguas
so comparveis em complexidade e expressividade a quaisquer lnguas orais.
Estas lnguas expressam ideias sutis, complexas e abstratas. Os seus usurios
podem discutir filosofia, literatura ou poltica, alm de esporte, trabalho, moda e
utiliz-la como funo esttica para fazer poesias, contar estrias, criar peas de
teatro e humor.
Como toda lngua, as lnguas de sinais aumentam seu vocabulrio com
novos sinais introduzidos pelas comunidades surdas em resposta s mudanas
culturais e tecnolgicas, assim a cada necessidade surge um novo sinal desde que
se torne aceito, sendo utilizado pela comunidade.
Acredita-se tambm que somente existe uma lngua de sinais no mundo,
mas assim como as pessoas ouvintes em pases diferentes falam diferentes lnguas,
tambm as pessoas surdas por toda parte do mundo, que esto inseridas em
Culturas Surdas, possuem suas prprias lnguas. Existindo, portanto muitas
lnguas de sinais diferentes, como: Lngua de Sinais Francesa, Chilena, Portuguesa,
Americana, Argentina, Venezuelana, Peruana, Inglesa, Italiana, Japonesa, Chilena,
Uruguaia, Russa, Kaapor, citando apenas algumas. Estas lnguas so diferentes
umas das outras e independem das lnguas orais auditivas utilizadas nesses e em
outros pases, por exemplo: o Brasil e Portugal possuem a mesma lngua oficial, o
portugus, mas as lnguas de sinais destes pases so diferentes, o mesmo
acontece com a Inglaterra e os Estados Unidos, entre outros. Tambm pode

acontecer que uma mesma lngua de sinais seja utilizada por dois pases, como o
caso da lngua de sinais americana que usada pelos surdos dos Estados Unidos e
Canad.
Embora cada lngua de sinais tenha sua prpria estrutura gramatical,
surdos de pases com lnguas de sinais diferentes comunicam-se com mais
facilidade uns com os outros, fato que no ocorre entre os falantes de lnguas orais,
que necessitam de um tempo bem maior para um entendimento. Isso se deve
capacidade que as pessoas surdas tm em desenvolver e aproveitar gestos e
pantomimas para a comunicao e estarem atentos s expresses faciais e
corporais das pessoas e devido ao fato dessas lnguas terem muitos sinais que se
assemelham s coisas representadas.
No Brasil, as comunidades surdas urbanas utilizam a Libras, mas alm
dela, h registros de outra lngua de sinais que utilizada pelos ndios Kaapor na
Floresta Amaznica. Muitas pessoas acreditam que a Libras o portugus feito com
as mos, no qual os sinais substituem as palavras desta lngua, e que ela uma
lngua como a linguagem das abelhas ou do corpo, como a mmica. Entre as
pessoas que acreditam que a Libras realmente uma lngua, h algumas que
pensam que ela limitada e expressa apenas informaes concretas, e que no
capaz de transmitir ideias abstratas.
Esses mitos precisam ser desfeitos porque a Libras, como toda lngua de
sinais, uma lngua de modalidade gestual-visual que utiliza como canal ou meio de
comunicao, movimentos gestuais e expresses faciais que so percebidos pela
viso; portanto, diferencia da Lngua Portuguesa, uma lngua de modalidade oralauditiva, que utiliza como canal ou meio de comunicao, sons articulados que so
percebidos pelos ouvidos. Mas as diferenas no esto somente na utilizao de
canais diferentes, esto tambm nas estruturas gramaticais de cada lngua.
Embora com as diferenas peculiares a cada lngua, todas possuem
algumas semelhanas que identificam como lngua e no como linguagem como,
por exemplo, a linguagem das abelhas, dos golfinhos, dos macacos, enfim, a
comunicao dos animais.
Uma semelhana entre as lnguas que todas so estruturadas a partir
de unidades mnimas que formam unidades mais complexas, ou seja, todas
possuem os seguintes nveis lingusticos: o fonolgico, o morfolgico, o sinttico e o
semntico.

No nvel fonolgico esto os fonemas. Os fonemas s tm valor


contrastivo, no tm significado mas, a partir das regras de cada lngua, eles se
combinam para os morfemas e estes as palavras.
Na lngua portuguesa, por exemplo, os fonemas /m/ /n/ /s/ /a/ /e/ /i/ podem se
combinar e formar a palavra meninas.
No nvel morfolgico, esta palavra formada pelos morfemas {menin-} {a} {-s}. Diferentemente dos fonemas, cada um destes morfemas tem um significado:
{menin-} o radical desta palavra e significa criana, no adulto, o morfema {-a}
gnero feminino e o morfema {-s} significa plural.
No nvel sinttico, esta palavra pode se combinar com outras para
formar a frase, que precisa ter um sentido e coerncia com o significado das
palavras em um contexto, o que corresponde aos nveis semnticos (significado) e
pragmticos (sentido no contexto onde est sendo usada) respectivamente. Assim o
nvel semntico permeia o morfo-sinttico.
Outra semelhana entre as lnguas que os usurios de qualquer lngua
podem expressar seus pensamentos diferentemente, por isso uma pessoa que fala
uma determinada lngua utiliza essa lngua de acordo com o contexto e o modo de
se falar com um amigo no igual ao de se falar com uma pessoa estranha, assim,
quando se aprende uma lngua est aprendendo tambm a utiliz-la a partir do
contexto.
Outra semelhana tambm que todas possuem diferenas quanto ao
seu uso em relao regio, ao grupo social, faixa etria e ao gnero. O ensino
oficial de uma lngua sempre trabalha com a norma culta, a norma padro, que
utilizada na forma escrita e falada e sempre toma alguma regio e um grupo social
como padro.
Ao se atribuir s lnguas de sinais o status de lngua porque elas,
embora sendo de modalidade diferente possuam tambm estas caractersticas em
relao s diferenas regionais, socioculturais, entre outras, em relao s suas
estruturas porque elas tambm so compostas pelos nveis descritos acima.
O que denominado de palavra ou item lexical nas lnguas orais auditivas
denominado sinal nas lnguas de sinais.
Os sinais so formados a partir da combinao do movimento das mos
com determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma
parte do corpo ou um espao em frente o corpo. Estas articulaes das mos, que

podem ser comparadas aos fonemas e s vezes aos morfemas, so chamadas de


parmetros.
2.2 Os parmetros
A lngua de sinais apresenta caractersticas estruturais iguais aos da
lngua oral, ou seja, possuem nveis lingusticos: fonolgico, morfolgico, sinttico e
semntico.
2.1 Configurao das mos
So formas das mos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou
formas feitas pela mo predominante (mo direita para os destros), ou pelas duas
mos do emissor ou sinalizador.
Os

sinais

APRENDER,

LARANJA

ADORAR

tem

mesma

configurao de mo e so realizados na testa, na boca e no lado esquerdo do


peito, respectivamente.

2.2 Ponto de articulao


O lugar onde incide a mo predominante configurada, podendo esta
tocar alguma parte do corpo ou estar e um (PA) espao neutro vertical (do meio do
corpo at cabea) exemplos.

2.3 Movimento (M)


Os sinais podem ter um movimento ou no. Os exemplos so sinais que
tm movimento, portanto este parmetro o deslocamento da mo no espao
durante a realizao o sinal.

2.4 Orientao e direcionalidade


Os sinais tm uma direo com relao aos parmetros, assim os verbos
IR e VIR se opem em relao direcionalidade como os verbos SUBIR e DESCER,
ACENDER e APAGAR, ABRIR-PORTA e FECHAR-PORTA.

IR

VIR

ACENDER

2.5 Expresso facial e/ou corporal


Muitos sinais tm sua configurao como trao diferenciador expresso
facial e/ou corporal, exemplos: ALEGRE, TRISTE. H sinais feitos s com a
bochecha como: LADRO, sinais feitos com a mo e expresso facial, como o sinal
de BALA e h ainda sinais em que sons e expresses faciais complementam os
traos manuais, como os sinais de HELICPTERO e MOTO.

Feliz

Triste

Ato Sexual

Bala

Helicptero

Moto
Na combinao destes parmetros tem-se o sinal. Falar com as mos , portanto,
combinar estes elementos para formarem as palavras e estes formarem as frases em um
contexto.

ATIVIDADE 3
1) Com base no que estudamos at agora, sugiro que voc assista ao filme Mr.
Holland Adorvel Professor. Aps esta atividade, faa uma anlise crtica e
coloque seu ponto de vista a respeito do filme, fazendo referncia do mesmo.

UNIDADE III - GRAMATICA/ASPECTOS PRTICOS DE LIBRAS


3.1 O alfabeto manual

Fonte: Vez da voz

3.2 Numeral na LIBRAS

As lnguas podem ter formas diferentes para apresentar os numerais


quando utilizados como cardinais, ordinais, quantidade, medida, idade, dias da
semana ou ms, horas e valores monetrios. Isso tambm acontece na LIBRAS.
Nesta lngua erro a utilizao de uma nica configurao das mos
para determinados numerais que tm configuraes especficas que dependem do
contexto, por exemplo: o numeral cardinal 1 diferente da quantidade 1, como em
LIVRO 1, que diferente de PRIMEIRO-LUGAR, que diferente de PRIMEIROANDAR, que diferente de PRIMEIRO-GRAU, que diferente de MS-1.
Os numerais cardinais, as quantidades, e idade a partir do nmero 11 so
idnticos. Os nmeros 22, 33, 44 e 77 sempre so articulados com a mo apontando
para frente do emissor.
3.2.1 Numerais cardinais

Os numerais ordinais do PRIMEIRO at o NONO tm a mesma forma dos


cardinais, mas aqueles possuem movimentos enquanto estes no possuem. Os
ordinais do PRIMEIRO at o QUARTO tm movimentos para cima e para baixo e os
ordinais do QUINTO at o NONO tm movimentos para os lados.A partir do
numeralDEZ, no h mais diferena entre os cardinais e ordinais.
3.2.2 Numerais para quantidades

3.2.3 Ordinais
1

ATIVIDADE
TRANSCREVA PARA O PORTUGUS:

a)
b)

MARIA, JOAO, JOSE.


MINHA CANETA.

2)Numere os pares de nomes de acordo com a sequncia apresentada:


(
(
(
(
(

) M-A-R-I-A / M-A-R-Y
) M--R-I-O / M--R-C-I-A
) M-A-R-C-O-S / M-A-R-Y
) P-R-A-T-A / P-O-R-TA
) J--L-I-A / J-U-L-H-O

( ) M--R-C-I-A / M-A-R-I-A
( )M-A-R-Y / M--R-I-O
( ) M--R-I-O / M-A-R-C-O-S
( ) Q-U-E-D-A / Q-U-E-R-O
( ) P-E-R-T-O / P-R-A-T-O

3)Os alunos devero marcar F ou V retificando as questes erradas.

3.3 Saudaes
Em todas as lnguas h o ritual da saudao. Dependendo do contexto,
esse cumprimento ser mais formal ou informal e geralmente complementado por
gestos. A Libras tem tambm sinais especficos para cada uma dessas situaes.
Assim podem ser utilizados os seguintes sinais: BO@ D-I-A BO@ NOITE, OI,
TCHAU, acompanhados ou no de gestos para cumprimento:

OI

bo@ sade

tudo bom

bo@ dia

bo@ conhece

bo@ tarde

Nome?

bo@ noite

3.4 Meses do ano

MS

ANO

bo@ madrugada

Abrao

tchau

3.7 Pronomes pessoais


A LIBRAS possui um sistema pronominal para representar as pessoas do
discurso:
No singular, o sinal para todas as pessoas o mesmo, ou seja, a
configurao da mo predominante em d ( dedo indicador estendido, veja
alfabeto manual), o que difere uma das outras a orientao da mo: o sinal para
eu um apontar para o peito do emissor (a pessoa que est falando), o sinal para
voc um apontar para o receptor (a pessoa com quem se fala) e o sinal para
ele/ela um apontar para uma pessoa que no est na conversa ou para um lugar
convencionado para uma terceira pessoa que est sendo mencionada.
No dual, a mo ficar com o formato de dois, no trial o formato ser de
trs, no quatrial o formato ser de quatro e no plural h dois sinais: um sinal
composto formado pelo sinal para a respectiva pessoa do discurso, no singular, mais
o sinal GRUPO; e outro sinal para plural que feito pela mo predominante com a
configurao em d fazendo um crculo.
Como na lngua portuguesa, na LIBRAS, quando uma pessoa surda est
conversando, ela pode omitir a primeira pessoa e a segunda porque, pelo contexto,
as pessoas que esto interagindo.

Sabe a qual das duas o verbos est relacionado, por isso, quando estas
pessoas esto sendo utilizadas pode ser para dar nfase frase.
Quando se quer falar sobre uma terceira pessoa que est presente, mas
deseja-se certa reserva, por educao, no se aponta para esta pessoa diretamente.
Nesta situao, o emissor faz um sinal com os olhos e um leve movimento
de cabea para a direo da pessoa que est sendo mencionada, ou aponta para a
palma da mo encontrando o dedo na mo um pouco frente do peito do emissor,
estando esta mo voltada para a direo onde se encontra a pessoa referida.
Diferentemente do Portugus, os pronomes pessoais na terceira pessoa
no possuem marca para gnero (masculino e feminino).
a) Primeira pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): EU; NS-2, NS-3,
NS-4, NS-GRUPO, NS-TOD@;
b) Segunda pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): VOC, VOC-2,
VOC-3, VOC-4, VOC-GRUPO, VOC-TOD@;
c) Terceira pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): EL@, EL@-2, EL@-3,
EL@-4, EL@-GRUPO, EL@-TOD@
d) Primeira pessoa do singular.

EU 1S ENSINAR 2S LIBRAS.
e) Primeira Pessoa do Plural

f) Segunda Pessoa do Singular / Plural: VOC, VOC-2, VOC-3, VOC4,VOC-TOD@. (Singular, dual, trial, quatrial, e plural)

Singular

VOC SABER ESCREVER INGLS?

Plural
Terceira Pessoa do Singular / plural: ELA, EL@-2, EL@-3, EL@-4, EL@-

TODA.
(Singular, dual, trial, quatrial, e plural)

3.8 Tipos de frases


a) Forma afirmativa: a expresso facial neutra.

ME@ NOME A-N-A

b) Forma interrogativa e exclamativa

VOC CASAD@?

NOME QUAL?

c) Frase exclamativa

Sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento de cabea para cima e


para baixo.

CARRO BONIT@!

EU VIAJAR
BONIT@ L!

SO

BENTO,

BOM!

d) Frase negativa

negao pode ser feita atravs de trs processos: com o acrscimo do sinal
NO ao verbo

Com a incorporao de um movimento contrrio ao do sinal negado:

Com um aceno de cabea que pode ser feito simultaneamente com a ao


que est sendo negada ou juntamente com os processos acima:

e) Forma negativa / interrogativa

Sobrancelhas franzidas e aceno com a cabea negando.

CASAD@ EU NO?

f) Forma exclamativa / interrogativa


VOC CASAR?!

1) Professor indicar no calendrio dois dias da semana para cada


aluno criar duas frases em LIBRAS e apresentar.
2)Em dupla apresente um texto em LIBRAS usando contexto
cumprimento.
1) 4)a- O-I, VOC ...................................... ?
2) b- O-I, (expresso facial surpreso) SIM, EU ......................
3) a- VOC LEMBRAR NO EU?

4) b- LEMBRAR NO.
5) a- EU, NOME-DE-SINAL. NOME VOC 2SENSINAR1S LIBRAS.
AQUI. LEMBRAR?
6) b- AH! (expresso facial lembrar)
7) a- BO@ ENCONTRAR. TUDO-BEM?
8) b- TUDO-BEM. DESCULPAR. (olhando para o relgio) EU IR
AULA. TCHAU!
9) a- TCHAU.

3)Atividade BASICA
em duplas organize 4 ( quatro ) frases eapresente nasala.
BIBLIOGRAFIA
a.
______________________________________________________
_______
b. ______________________________________________________

REFERNCIAS
CAPOVILLA, Fernando Csar; RAPHAEL, Valkiria Duarte. Dicionrio enciclopdico
trilngue. So Paulo: Edusp 2001.
CAPOVILLA, Fernando Csar; RAPHAEL, W.D. Dicionrio enciclopdico ilustrado
trilngue.Lngua de Sinais So Paulo: EDUSP, 2004.
QUADROS, R.M. KARNOPPE,L. Lngua de sinais brasileira: estudos lingusticos. Porto
Alegre: Artmed, 2004.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Apostila Falando com as Mos Lngua Brasileira de Sinais, Curitiba, 1998.
Aspectos Lingusticos da Libras Secretaria de Estado da Educao, Curitiba,1998.
Felipe, Tnia A. Libras em Contexto: Curso Bsico, Braslia: Ministrio da Educao,
Secretaria de Educao Especial, 2004.
BRASIL, Lei, n 10.436, de abril de 2002. Aprovada o Plano Nacional de Educao e da outra
providncia. Dirio Oficial da Unio. Brasileira.
BRITO, Lucinda Ferreira. Integrao social e educao de surdos. Rio Janeiro: Editora Babel,
1993.
DAMZIO. Mirlene F. M. Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com Surdez.
Curitiba: Cromos, 2007.
SITES UTILIZADOS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm
http://www.libraslegal.com.br/surdocidadao
http://www.ines.org.br
www.surdosol.com.br
SKLIAR, Carlos. A surdez: um olhar sobre as diferenas. Porto Alegre: Mediao,
1998.

FILMES RECOMENDADOS
Mr. Holland Adorvel Professor.
Black.
.A musica e o silncio.
. Filhos do Silncio.

Avaliao I

1 QUESTO
Sabendo que durante muito tempo os surdos no obtivero sucesso em sua escolaridade,
mas depois de vrios estudos se chegou a uma concluso de que estes deveriam ser
ensinados em sua lngua materna. De acordo com essa introduo estamos falando das
Filosofias da educao das pessoas com surdez, Explique de maneira sucinta cada uma
delas.
a) A filosofia do oralismo
b) A filosofia da comunicao total
c) A filosofia do Bilinguismo
(valor: 2,0 pontos)
2 QUESTO
A conceituao de surdez varia de acordo com o modelo que se toma por referncia. Na
proposta do aspecto clnico, ou seja, dentro do construto clnico-teraputico, a surdez
a)( x) considerada como incapacidade, fundamentalmente patolgica.
b ( ) as condutas e valores da maioria ouvinte no devem ser tomados como norma
c)( )e o surdo se diferencia enquanto normal, e o quanto, foge a esta norma, a esta
padronizao.
(valor: 2,0 pontos)
3 QUESTO
Marque a alternativa correta
A histria da educao das pessoas com surdez que teve um longo perodo de
segregao., ou seja, a educao para esses alunos era pensada separadamente.
No Brasil, a primeira referncia sobre a educao de surdos datada de 1857, com a
recomendao do ministro da Instruo Pblica da Frana, intermediado pelo Marqus de
Abrantes, foi criado o?
a) ( ) Sociedade Pestalozzi
b) ( x ) Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, na cidade do Rio de Janeiro.
c) ( ) Associao de pais e amigos - APE
(valor: 2,0 pontos)

4 QUESTO

De acordo com o estudo feito sobre o Atendimento Educacional Especializado este serve para
favorecer o conhecimento e a aquisio da lngua de sinais. Deve ser ministrado por um
professor preferencialmente surdo.
Analisem como dever acontecer o aprendizado estes alunos com surdez?
a) Atendimento Educacional Especializado para o ensino DE Libras:
b) Atendimento Educacional Especializado para o ensino EM Libras:
(valor: 2,0 pontos)
5 QUESTO
Podemos dizer que a abordagem scio antropolgica fundamentada na perspectiva da
comunidade surda? Com apenas 8 linhas nos explique o por que.
(valor: 2,0 pontos)

Avaliao II

1QUESTO
O processo de incluso da LIBRAS como componente curricular dever se iniciar nos
cursos de educao especial, fonoaudiologia e pedagogia, ampliando progressivamente para
as demais licenciaturas, devero incluir LIBRAS, como componente curricular, nos seguintes
prazos e percentuais mnimos: MARQUE A RESPOSTA CORRETA.
a)( X )
I - at trs anos, em vinte por cento dos seus cursos;
II - at cinco anos, em sessenta por cento dos seus cursos;
III - at sete anos, em oitenta por cento dos seus cursos;
IV - dez anos, em cem por cento dos seus cursos.
b)( )
I - at quatro anos, em vinte por cento dos seus cursos;
II - at doze anos, em sessenta por cento dos seus cursos;
III - at sete anos, em oitenta por cento dos seus cursos;
IV - dez anos, em cem por cento dos seus cursos.
(valor: 2,0 pontos)
2 QUESTO
Sabemos que assim como acontece o regionalismo em qualquer lngua, explique como esse
processo acontece na LIBRAS?
(valor: 2,0 pontos)
3 QUESTO
Marque a alternativa onde apresenta os cinco parmetros da Libras.

a)- (
) configurao de mo, ponto de articulao, movimento, orientao/direo e
verbos.
b)- (

)configurao de mo, movimento, orientao/direo e expresso facial e corporal.

d)- ( X ) configurao de mo, ponto de articulao, movimento, orientao/direo e


expresso facial e corporal.
(valor: 2,0 pontos)
4 QUESTO
Leia o texto abaixo: AS COMUNIDADES SURDAS
H pessoas surdas em todos os estados brasileiros e muitas destas pessoas vm se
organizando e formando associaes pelo pas que so as comunidades surdas brasileiras.
Estas comunidades se diferenciam regionalmente em relao a hbitos alimentar, vesturio e
situao socioeconmica, entre outros; Variaes lingusticas regionais.
Voc pode descrever como acontece essa diferenciao regional no item das Variaes
lingusticas e exemplificando?
(valor: 2,0 pontos)
5 QUESTO
O aluno dever responder SIM ou NO:
a)
b)
c)
d)

As pessoas que ouvem podem fazer parte das Comunidades SURDAS?_sim


Toda pessoa surda faz parteda Comunidade Surda? no_____________________
A maioria dos Surdos so filhos de pais Surdos?__no_______________________
As pessoas ouvintes podem estar na Comunidade Surda sem dela fazer parte?_sim
(valor: 2,0 pontos)

AVALIAO III
1QUESTO
Escreva em lngua portuguesa nos espaos adequados o que o ( a) professor(a) sinalizar.
NOME DOS OBJETOS

QUANTIDADE

(valor: 2,0 pontos)

2QUESTO
O professor escolher duas frases e o aluno far a Interpretao em Libras.
a)
b)
c)
d)
e)

LE@ COR CORPO AMAREL@ PERIGOS@.


RAT@ PEQUEN@, COR PRET@, ESPERT@.
BO@! EU FALAR ME@ FAMILIA.
HOMEM VELH@ GORD@ ALI ME@ P-A-I.
PASSADO EU GORD@ MUITO-COMER, AGORA EU MAGR@ EVITAR
COMER.
f) MULHER ARRUMAD@ ALI ME@ ESPOS@.
g) MULHER SAIA AMAREL@,ME@ SOBRINH@.
h) BO@ CONHECE.
(valor: 2,0 pontos)
3 QUESTO
Os alunos devero pensar uma frase em LIBRAS apresentando-a nas formas:
AFIRMATIVAS, NEGATIVA, EXCLAMATIVA e INTERROGATIVA para o
professor:
a)
b)
c)
d)

______________________________________________ ( AFIRMATIVA)
______________________________________________ ( NEGATIVA)
_______________________________________________( EXCLAMATIVA)
________________________________________________(INTERROGATIVA)
(valor: 2,0 pontos)

4 QUESTO
Faa a traduo de Libras para o Portugus destes .

a)

d)

b)

e)

c)

f)

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