Livro Festas Juninas
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Livro Festas Juninas
Patrocínio:
Copyright © YOKI Alimentos S.A.
Bibliografia.
ISBN 978-85-61653-00-2
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Apresentação à 3a Edição
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Sumário
11 NOTA INTRODUTÓRIA
51 5 Danças Juninas
51 Origem da quadrilha
52 Trajes usados na dança
53 Sugestão para a evolução da quadrilha caipira
55 Fandango
57 Bumba-meu-boi
58 Lundu
58 Cateretê
61 6 Jogos Juninos
61 Jogos de terreiro
62 Jogos de barracas
65 7 Músicas Juninas
73 8 O Mastro
97 Concurso de redações
119 Concurso de Poesias
127 Bibliografia
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Nota Introdutória
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1 Origem das Festas Juninas
Com o tempo os homens, além de
“Refletida no espelho da mitologia desfrutar o ciclo da natureza coletando seus
grega a divindade oriental, Adônis surge frutos, passaram a domesticar animais e a
como um belo jovem, amado de Afrodite. Em cultivar plantas para sua alimentação. O
sua infância, a deusa o ocultou numa arca, cultivo de raízes e legumes, juntamente com
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a caça, a pesca e a coleta, representa o rituais mais expressivos que o homena-
conjunto das atividades produtivas que geavam estão os jardins de Adônis: na prima-
tornaram possível a adaptação da espécie vera, durante oito dias, as mulheres plantavam
humana em todas as regiões do planeta, em vasos ou cestos sementes de trigo, cevada,
mas foi a produção de grãos e a domes- alface, funcho e vários tipos de flores. Com o
ticação de animais que ampliaram essa calor do sol, as plantas cresciam rapidamente
capacidade adaptativa. e, como não tinham raízes, murchavam ao
Imitando o ciclo anual da natureza, o final dos oito dias, quando então os pequenos
homem descobriu as sementes que podia jardins eram levados, juntamente com as
guardar a cada colheita e replantar no ano imagens de Adônis morto, para ser lançados
seguinte, quando seriam fertilizadas pela ao mar ou em outras águas.
incidência solar e irrigadas pelas chuvas. As Os rituais de fertilidade perduraram
sementes dos grãos germinam e crescem. O através dos tempos. Na era cristã, mesmo
homem colhe, debulha, seca e tritura os que fossem considerados pagãos, não era
grãos para que eles se tornem seu alimento. mais possível acabar com eles. Segundo
Frazer, é por esse motivo que a Igreja
Rituais de Fertilidade Católica, em vez de condená-los, os adapta
às comemorações do dia de São João, que
Com o cultivo da terra pelo homem, teria nascido em 24 de junho, dia do solstício.
surgiram os rituais de invocação de fertili-
dade para ajudar o crescimento das plan- O Dia de São João na Sardenha
tas e proporcionar uma boa colheita.
Na Grécia, por exemplo, Adônis era Conta Frazer que, no início do século XX,
considerado o espírito dos cereais. Entre os na Sardenha, os jardins de Adônis ainda eram
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plantados na festa do solstício de verão, que lançando-o contra a porta do templo.
lá tem o nome de festa de São João: Sentam-se em seguida em círculo na grama
e comem ovos e verduras ao som da música
“No final de março ou 1o de abril, um de flautas. O vinho é misturado numa taça
jovem da aldeia se apresenta a uma moça, servida a todos, que dela vão bebendo,
pede-lhe para ser a sua comare (comadre passando-a adiante. Em seguida dão-se as
ou namorada) e oferece-se para ser o seu mãos e cantam ‘Namorados de São João’
compare. O convite é considerado como (Compare e comare di San Giovanni) várias
honra pela família da moça e aceito com vezes, enquanto as flautas tocam durante
satisfação. No fim de maio, a moça faz um todo o tempo. Quando se cansam de cantar,
vaso com a casca de um sobreiro, enche-o levantam-se e dançam alegremente em
de terra e nele semeia um punhado de trigo círculo até a noite”.
e cevada. Como o vaso é colocado ao sol e (Frazer, 1978, p. 133)
regado com freqüência, os grãos brotam
com rapidez e, na véspera do solstício Outro aspecto que aproxima a festa de
(véspera de São João, 23 de junho), já está São João às de Adônis e Tamuz é o costume
bem desenvolvido. [...] No dia de São João, de tomar banhos no mar, em rios, nascentes
o rapaz e a moça, vestidos com suas me- ou no sereno na noite da véspera. Também
lhores roupas, acompanhados por uma perdura, desde os tempos antigos, o costume
grande comitiva e precedidos de crianças de acender fogueiras e tochas, que devem
que correm e brincam, vão em procissão até livrar as plantas e colheitas dos espíritos maus
uma igreja da aldeia. Ali quebram o vaso, que podem impedir a fertilidade.
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2 As Comemorações Juninas no Brasil
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3 Santo Antônio, São João e São Pedro
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São João, e início dos festejos, é esperado com es-
a Purificação pelo Batismo pecial ansiedade. Segundo Frei Vicente do
Salvador, um dos primeiros brasileiros a
João Batista nasceu no dia 24 de escrever a história de sua terra, já no ano
junho, alguns anos antes de seu primo Jesus de 1603 os índios acudiam a todos os fes-
Cristo, e morreu em 29 de agosto do ano tejos portugueses, em especial os de São
31 d.C., na Palestina. Foi degolado por João, por causa das fogueiras e capelas.
ordem de Herodes Antipas a pedido de sua São João é muito querido por todos,
enteada Salomé, pois a pregação do filho sem distinção de sexo nem de idade.
de Santa Isabel e São Zacarias incomo- Moças, velhas, crianças e homens o fazem
dava a moral da época. Antes mesmo de de oráculo nas adivinhações e festejam o
Jesus, João Batista já pregava publicamen- seu dia com fogos de artifício, tiros e
te às margens do rio Jordão. Ele instituiu, balões coloridos, além dos banhos
pela prática de purificação através da coletivos de madrugada. Acende-se uma
imersão na água, o batismo, tendo inclu- fogueira à porta de cada casa para
sive batizado o próprio Cristo nas águas lembrar a fogueira que Santa Isabel
desse rio. acendeu para avisar Nossa Senhora do
São João ocupa papel de destaque nas nascimento do seu filho.
festas, pois, dentre os santos de junho, foi São João, segundo a tradição, ador-
ele que deu ao mês o seu nome (mês de mece no seu dia, pois se estivesse
São João) e é em sua homenagem que se acordado vendo as fogueiras que são
chamam “joaninas” as festas realizadas no acesas para homenageá-lo não resistiria:
decurso dos seus trinta dias. O dia 23 de desceria à Terra e ela correria o risco de
junho, véspera do nascimento de São João incendiar-se.
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A lenda do surgimento da fogueira de São João
Dizem que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-
se. Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que
dentro de algum tempo nasceria seu filho, que se chamaria João Batista.
Nossa Senhora então perguntou:
— Como poderei saber do nascimento dessa criança?
— Vou acender uma fogueira bem grande; assim você poderá vê-la de longe e saberá
que João nasceu. Mandarei também erguer um mastro com uma boneca sobre ele.
Santa Isabel cumpriu a promessa. Certo dia Nossa Senhora viu ao longe uma fumaceira e depois
umas chamas bem vermelhas. Foi à casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde
seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia 24 de junho.
Salve-Rainha
Numa bacia com água, colocar duas Esta oração está presente em muitas
agulhas. Se elas se juntarem, é sinal de que adivinhações de São João e Santo Antônio.
a pessoa deve se casar em breve.
“ Salve-Rainha, mãe de misericórdia,
vida, doçura e esperança nossa, salve!
Às 6 da tarde da véspera de São João, A vós bradamos, os degredados filhos
pôr um cravo num copo com água. Na ma- de Eva.
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A vós suspiramos, gemendo e chorando, des ninguém mais trabalha. Enfeitam-se
neste vale de lágrimas. sítios, fazendas e ruas com bandeirolas
Eia, pois, advogada nossa, esses vossos coloridas para a grande festa da véspera
olhos misericordiosos a nós volvei e depois de São João. Prepara-se a lenha para a
deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito grande fogueira, onde serão assados ba-
fruto do vosso ventre, tata-doce, mandioca, cebola do reino e
Ó clemente, milho. Em torno dela sentam-se os familia-
Ó piedosa, res de sangue e de fogueira.
Ó doce sempre Virgem Maria. O formato da fogueira varia de lugar
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para para lugar: pode ser quadrada, piramidal,
que sejamos dignos das promessas de Cristo. empilhada… Quanto mais alta, maior é o
Amém.”” prestígio de quem a armou. A madeira
utilizada também varia bastante: pinho,
A Festa de São João peroba, maçaranduba, piúva. Não se
queimam cedro, imbaúba nem as ramas da
Em festa de São João, na maioria das videira, por terem uma relação estreita com
regiões brasileiras, não faltam fogos de a passagem de Jesus na terra.
artifício, fogueira, muita comida (o bolo de Os balões levam, segundo os devo-
São João, principalmente nos bairros rurais, tos, os pedidos para o santo. Quando a
é essencial), bebida e danças típicas de fogueira começa a queimar, o mastro, que
cada localidade. recebeu a bandeira do santo homenagea-
No Nordeste, por exemplo, essa festa é do, já se encontra preparado. Ele é levan-
tão tradicional que no dia 23 de junho, tado enquanto se fazem preces, pedidos
depois do meio-dia, em algumas localida- e simpatias:
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São João Batista, batista João, praticada em alguns lugares hoje em dia.
levanto a bandeira Os devotos se dirigem ao rio cantando
com o livro na mão. com entusiasmo:
O nosso corpo é uma podridão,
no fundo da terra, Vamos, vamos,
no centro do chão. toca a marchar,
n’água de São João
São João adormeceu vamos nos lavar.
no colo de sua tia.
Se meu São João soubesse Depois do banho coletivo, todos voltam
quando era seu dia, para o terreiro cantando:
descia do céu na terra
cum bandeira de alegria. N’água de São João me lavei.
Toda mazela que tinha deixei!
Depois do levantamento do mastro, tem
início a queima de fogos, soltam-se os busca- Ou ainda trazem na cabeça grinaldas
pés e as bombinhas. A arvorezinha, também de folhagens:
chamada de mastro, que é plantada em frente
às casas e, no lugar da festa, é plantada perto Capelinha de melão
da fogueira, está enfeitada com laranja, é de São João.
milho verde, coco, presentes, garrafas, etc. É de cravo, é de rosa,
A cerimônia do batismo simbólico de é de manjericão.
São João Batista faz parte da tradição da
festa, mesmo que ela tenha deixado de ser A cerimônia do banho varia de uma
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região para outra. No Mato Grosso, por devotos lavam e esfregam o corpo com
exemplo, não são as pessoas que se ba- esses ingredientes. Acredita-se que o banho-
nham nos rios, e sim a imagem do santo. de-cheiro tenha o poder mágico de trazer
Na Região Norte, principalmente em muita felicidade às pessoas que o praticam.
Belém e Manaus, o banho-de-cheiro faz As danças regionais, o som de violas,
parte das tradições juninas. A preparação rabecas e sanfonas, o banho do santo, o
do banho de São João inicia-se alguns ato de pular a fogueira, a fartura de ali-
dias antes da festa. Trevos, ervas e cipós mentos e bebidas — tudo isso transforma a
são pisados, raízes e paus são ralados festa de São João numa noite de encanta-
dentro de uma bacia ou cuia com água e mento que inspira amores e indica a sorte
depois guardados em garrafas até o de seus participantes. No fim da festa, todos
momento do banho. pisam as brasas da fogueira para demons-
Chegada a hora da cerimônia, os trar sua devoção.
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São Pedro, Pedro que está roncando” ou “ele está
Fundador da Igreja Católica mudando os móveis de lugar”.
No dia de São Pedro, todos os que
São Pedro, o apóstolo e pescador do receberam seu nome devem acender fo-
lago de Genezareth, cativa seus devotos gueiras na porta de suas casas. Além disso,
pela história pessoal. Homem de origem se alguém amarrar uma fita no braço de
humilde, ele foi apóstolo de Cristo e depois alguém chamado Pedro, ele tem a obri-
encarregado de fundar a Igreja Católica, gação de dar um presente ou pagar uma
tendo sido seu primeiro papa. bebida àquele que o amarrou, em ho-
Considerado o protetor das viúvas e menagem ao santo.
dos pescadores, São Pedro é festejado no
dia 29 de junho com a realização de Acalanto de São Pedro
grandes procissões marítimas em várias
cidades do Brasil. Em terra, os fogos e o Acalanto registrado em Cunha (São
pau-de-sebo são as principais atrações de Paulo):
sua festa.
Depois de sua morte, São Pedro, Acordei de madrugada,
segundo a tradição católica, foi nomeado fui varrê a Conceição.
chaveiro do céu. Assim, para entrar no céu, Encontrei Nossa Senhora
é necessário que São Pedro abra as portas. com dois livrinhos na mão.
Também lhe é atribuída a responsabilidade Eu pedi um com ela,
de fazer chover. Quando começa a trovejar, ela me disse que não;
e as crianças choram com medo, é costume eu tornei a lhe pedi,
acalmá-las dizendo: “É a barriga de São ela me deu um cordão.
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Numa ponta tinha São Pedro, mesma empolgação presente na festa de
na outra tinha São João, São João.
no meio tinha um letreiro Também se fazem procissões terrestres,
da Virgem da Conceição. organizadas pelas viúvas, e fluviais, pois,
como vimos, São Pedro é o protetor dos
A Festa de São Pedro pescadores e das viúvas. Em várias regiões
do Brasil, a brincadeira mais comum na
Em homenagem ao santo, acendem- festa é a do pau-de-sebo.
se fogueiras, erguem-se mastros com sua Embora São Paulo também seja home-
bandeira e queimam-se fogos, porém nageado em 29 de junho, ele não é figura
não há, na noite de 29 de junho, a de destaque nas festividades desse mês.
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subir ao céu, e o pedacinho de folha que conservava nas mãos não a deixava voltar ao
inferno.
E até hoje ela vive assim: nem na terra nem no céu.
Costuma-se dizer que quem fica com a mãe de São Pedro não está nem com Deus nem
com o diabo.””
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4 Casamento Caipira ou Matuto
Personagens Cenário
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5 Danças Juninas
Fandango de batidos.
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6 Jogos Juninos
Tiro ao Alvo
Coloca-se um alvo a certa distância; o
jogador deverá acertá-lo utilizando dardos.
Toca do Coelho
Várias tocas numeradas são espalha-
das num espaço fechado da barraca. Os
jogadores apostam em determinada
toca. Quando se solta ali um coelhinho,
vence o jogador da toca em que ele
primeiro entrar.
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7 Músicas Juninas
Capelinha de melão
é de São João.
e as de São João na roça (em parceria É de cravo, é de rosa,
com Zé Dantas): é de manjericão.
São João está dormindo,
A fogueira tá queimando não me ouve não.
em homenagem a São João. Acordai, acordai,
O forró já começou. acordai, João.
Vamos, gente, arrasta pé nesse salão. Atirei rosas pelo caminho.
A ventania veio e levou.
Algumas das músicas juninas mais Tu me fizeste com seus espinhos
conhecidas, pelo menos na Região Sudeste, uma coroa de flor.
são as seguintes:
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Chegou a hora da fogueira Sonho de papel
(Lamartine Babo) (Carlos Braga e Alberto Ribeiro)
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8 O Mastro
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9 Comidas e Bebidas Juninas
Arroz-Doce
Arroz lavado
Leite, açúcar (ou leite condensado)
Canela em pau
Raspas de limão ou laranja
Canela em pó
Cozinhe o arroz na água com a canela em pau e, se quiser, com
as raspas de limão ou laranja. Depois de cozido, acrescente o leite
quente e o açúcar ou leite condensado. Salpique canela em pó.
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Bolo de Batata-Doce
1 quilo de batatas-doces cozidas e amassadas
3 xícaras de açúcar refinado
4 gemas, leite puro de 1 coco
120 gramas de manteiga
100 gramas de castanhas-do-pará torradas e moídas
1 xícara de farinha de trigo
1 colher de chá de fermento
2 claras em neve
Misture a batata-doce com todos os ingredientes. Se ficar
pesado, junte um pouco de leite de vaca. Bata bem e coloque, por
último, as claras em neve. Forno quente em fôrma untada.
Bolo de Fubá
1 xícara e meia de açúcar
1 xícara e meia de farinha de trigo
1 xícara de fubá
1 xícara de óleo
1 xícara de leite
1 colher de chá de fermento
3 ovos
1 colher de chá de erva-doce
Bata todos os ingredientes e leve ao forno para assar, de
preferência numa forma com buraco no meio.
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Bolo de Fubá Cozido
2 xícaras de chá de fubá
2 xícaras de chá de açúcar
2 xícaras de chá de leite
2 colheres de sopa cheias de manteiga
1 colher de chá de erva-doce
4 cravos-da-índia
1 rama de canela
1 pitada de sal
Faça um mingau com todos os ingredientes, mexendo sempre
até ficar solto da panela. Deixe esfriar.
4 ovos
1 colher de sopa bem cheia de fermento em pó
1 xícara de chá de leite
1 pires de queijo parmesão ralado
Bata as claras em neve e adicione as gemas batendo um pouco
mais. Junte ao mingau já frio, adicione o fermento em pó dissolvido
no leite e o queijo parmesão ralado. Leve ao forno quente em
fôrma untada com manteiga.
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Bolo de Macaxeira
1 quilo de macaxeira crua ralada
1 coco ralado
1/2 litro de leite
1 colher de sopa de manteiga
Açúcar a gosto
Misture tudo e leve ao forno em fôrma untada.
Bolo de Milho
500 gramas de milho para angu (xerém)
1 colher de chá de erva-doce
2 cocos
250 gramas de açúcar refinado
3 xícaras de água quente para retirar o leite dos cocos
Sal a gosto
2 colheres de sopa de fubá
Cozinhe o xerém no leite de coco. Depois de cozido, acrescente
os outros ingredientes e leve a assar em tabuleiros untados. Uma
vez assado, corte em retângulos.
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Broa de Fubá
700 gramas de farinha de trigo
300 gramas de fubá
150 gramas de açúcar
150 gramas de margarina
10 gramas de sal (1 pitada)
100 gramas de fermento de pão
Erva-doce
Numa bacia, coloque a farinha e, fazendo no centro uma cova,
junte o fermento desmanchado em um pouco de água ou leite (vai
dobrar de volume). Acrescente o sal, o açúcar, o fubá, a margarina
e a erva-doce. Misture e bata bem. Deixe descansar por 40 minutos.
Faça então as broinhas do formato que quiser e deixe crescer já
na fôrma untada com manteiga e farinha de trigo ou fubá. Depois
de crescerem, leve ao forno a 200 graus.
Canjica ou Mungunzá
Milho próprio para canjica
Leite
Canela em pau
Opcionais: casquinhas de limão ou laranja, leite condensado, coco
ralado, amendoim torrado.
Deixe o milho da canjica de molho na água de preferência de
um dia para outro. Cozinhe em água suficiente na panela de
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pressão por mais ou menos 20 minutos com a canela em pau e, se
quiser, as casquinhas de limão ou laranja. Depois de cozido,
acrescente o leite quente e o açúcar (ou leite condensado) e deixe
ferver mais um pouco (querendo, pode-se pôr também coco ralado
e amendoim torrado).
Canjica Pernambucana
25 espigas de milho verde
1 xícara de leite de coco grosso
4 litros de leite de coco ralo
3 xícaras de açúcar refinado
1 colher de sopa de manteiga
1 colher de sopa rasa de sal
1 xícara de chá de erva-doce
50 gramas de queijo de manteiga ralado (opcional)
Rale as espigas e lave a massa com parte do leite ralo em
peneira finíssima. Passe na máquina de carne (peça sem dente) ou
no liquidificador. Junte o resto do leite ralo e leve ao fogo, mexendo
sempre com colher de pau. Depois de meia hora de fervura,
acrescente os outros ingredientes e, por último, o leite grosso.
Cozinhe com fervura constante, sempre mexendo. Despeje em
pratos e polvilhe com canela em pó.
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Curau
Espigas de milho verde
Açúcar
Água (ou leite)
Canela em pó
Retire o milho da espiga com uma faca, rale-o ou bata-o no
liquidificador e passe-o em peneiras finas, apertando bem com
uma colher para obter o suco. Junte o açúcar e leve ao fogo,
acrescentando água ou leite e mexendo sempre com uma colher
de pau, até que o creme fique totalmente cozido. Despeje em
recipientes untados com água fria e salpique canela em pó.
Com o farelo que sobrou na peneira ao preparar o curau,
aproveite para fazer bolinhos de milho verde fritos. Basta
acrescentar ovos, sal, um pouco de óleo e uma pitada de fermento.
Com uma colher, em panela com óleo quente, vá fritando pequenas
quantidades de massa.
Cuscuz de Milho
250 gramas de flocos de milho
1 coco raspado
Sal ou açúcar a gosto
Água
Com a água salgada, umedeça os flocos de milho, misture bem
e leve a cozinhar no cuscuzeiro. Ou faça o seguinte: ferva água numa
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chaleira; coloque a massa em um pires, formando montes; cubra
com um guardanapo úmido, amarre embaixo do pires e tampe
com ele a boca da chaleira. Em 10 a 15 minutos o cuscuz estará
cozido. Deixe esfriar e ensope-o com leite de coco açucarado e com
um pouquinho de sal. Leve ao fogo e mexa sempre até ferver.
Grude
1 quilo de goma (polvilho)
250 gramas de coco raspado
1 colher de café de sal
Lave a goma até tirar o azedo, passe por um tecido fino e
seque, colocando um pano sobre ela. Quando estiver apenas ú-
mida, passe numa peneira e junte o coco e o sal, misturando bem
para a massa ficar ligada. Leve para assar no forno em assadeira.
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Pamonha com coco
25 espigas
2 1/2 xícaras de açúcar refinado
Leite grosso de 2 cocos
Leite ralo de 2 cocos (7 xícaras)
1 xícara de chá de erva-doce
1 colher de sopa de manteiga derretida
Cascas de milho verde em formato de saquinhos
Rale o milho. Com a metade do leite do coco ralo, lave a
massa e passe-a por peneira mais grossa do que a da canjica.
Acrescente o restante dos ingredientes. Encha os saquinhos feitos
com as palhas, amarre-os com tiras finas de palha e leve a cozinhar
em bastante água fervente com um pouquinho de sal.
Pamonha
Fazer pamonha no interior é sempre um acontecimento festivo
que reúne familiares, vizinhos e amigos. Todos dividem as tarefas
e trabalham num clima de muita alegria e empolgação.
Pé-de-moleque
1 quilo de amendoim cru e com casca
2 copos de açúcar
1 colher de café de bicarbonato
Leve uma panela ao fogo com o amendoim e o açúcar e vá
mexendo com uma colher de pau para torrar. Quando estiver
caramelado, apague o fogo e jogue o bicarbonato.
Mexa bem e jogue numa superfície de mármore devidamente
untada com manteiga. Deixe esfriar e quebre os pedaços.
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Pé-de-moleque da Amazônia
1 quilo e meio de massa de macaxeira (aipim ou mandioca) mole
2 cocos
600 gramas de açúcar refinado
5 gramas de cravo torrado
5 gramas de erva-doce torrada
1 litro de água quente
300 gramas de castanhas-do-pará torradas e moídas
100 gramas de castanhas-do-pará torradas para enfeitar
2 ovos inteiros
2 gemas
1 colher de sopa de manteiga derretida
Desmanche a massa na água; peneire e lave até perder o
azedo. Esprema e pese 1 quilo. Retire o leite dos cocos com toda a
água e junte à massa com o restante dos ingredientes. Enfeite com
castanhas inteiras. Fôrma untada e forno quente.
Esta receita também pode ser feita de maneira mais simples,
com macaxeira cozida e amassada, castanha-do-pará, açúcar e
erva-doce. Misturar bem todos os ingredientes e fazer pequenas
porções redondas e achatadas. Levar à chapa do fogão a lenha.
O resultado é uma espécie de bolacha torrada por fora e macia
por dentro. Essa é uma das delícias culinárias típicas das
populações ribeirinhas da Amazônia.
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Pé-de-Moleque de Rapadura
1 rapadura pura
1/2 quilo de amendoim torrado sem casca e ligeiramente
moído ou passado no liquidificador
1 xícara de café de leite
1 pedaço médio de gengibre cortado miúdo
Pique bem a rapadura e leve ao fogo para derreter juntamente
com o leite e o gengibre, mexendo com uma colher de pau. Quando
desmanchar e formar um melado, coloque um pouco deste numa
xícara com água — se estiver no ponto, formará uma bolinha
consistente. Apague o fogo, acrescente o amendoim e bata bem.
Quando o fundo da panela começar a ficar esbranquiçado,
despeje numa superfície de mármore untada com manteiga. Deixe
esfriar e corte os pés-de-moleque.
Pipoca Doce
1 xícara de chá de milho de pipoca
1 xícara de açúcar
1 xícara de chá de água
1 1/2 xícara de óleo
Misture bem os ingredientes até formar uma calda. Tampe a
panela e deixe a pipoca estourar. Depois de pronta, despeje-a numa
assadeira e deixe esfriar para ficar crocante.
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Pipoca Salgada
Numa panela ou pipoqueira, coloque o milho de pipoca com
um pouco de óleo. Tampe a panela, dando umas sacudidelas para
que os grãos estourem. Acrescente sal e misture bem.
Tapioca
Goma
Sal a gosto
Coco ralado
Lave bem a goma para tirar todo o azedo. Deixe secar numa
vasilha coberta com um guardanapo e, quando estiver úmida, passe
na peneira. Ponha sal com muito cuidado, pois ela salga com
facilidade.
Leve uma frigideira ao fogo e, quando estiver bem quente,
acrescente uma xícara ou um punhado da goma e espalhe com a
mão mesmo em toda a superfície da frigideira. Espalhe por cima
um pouco de coco ralado e polvilhe sobre o coco um pouco de
goma. Quando estiver levantando dos lados, retire e feche em
forma de papel.
Bebidas Juninas
Quentão
1 garrafa de pinga
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de água
Gengibre
Canela em pau
Cravo
Noz-moscada ralada
Limão cortado em quatro
Leve ao fogo todos os ingredientes, menos a pinga, e deixe ferver
até soltar o sabor. Tire do fogo e acrescente a pinga. Leve novamente
ao fogo até levantar fervura.
Vinho Quente
Vinho tinto
Canela em pau
Cravo
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Gengibre picado
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de água
Opcional: frutas picadas (maçã, abacaxi, uva, pêssego...)
Leve todos os ingredientes ao fogo, menos o vinho e as frutas, e
deixe ferver até soltar o sabor. Tire do fogo e acrescente o vinho,
leve ao fogo novamente até levantar fervura. Se quiser, acrescente
as frutas picadas.
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Concurso de Redações
Apresentação das Redações Nota 10
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100
O Arraial da Paz
Precisamos fazer uma grande festa, a maior possível, bem enfeitada, colorida, com
muitas bandeirinhas, balõezinhos, uma grande fogueira, muita música, e danças, com
muita alegria e inúmeros convidados.
Com barracas de doces, comidas, bebidas, pipocas, milho-verde e tudo de bom que
existir.
Vamos fazer brincadeiras, reunir todos os amigos e as famílias, nessa grande festa é
proibido indiferenças, todas as pessoas podem ir, ricos e pobres, brancos e negros, enfim
todos aqueles que querem paz, amor e diversão.
Nessa festa tudo será dividido haverá muita união, compreensão, afeto, harmonia e
muita esperança no futuro para que se mantenha tudo isso sempre.
Para entrar nessa festa é preciso ter um bom coração, gostar da natureza e dos animais,
respeitar o próximo e ter fé em Deus.
Essa festa pode ser comemorada todos os dias do ano, sempre que você quiser.
É um verdadeiro arraial da paz feito para você, nunca deixe de sonhar, de ser feliz, de
acreditar que o mundo pode ser uma grande festa colorida e que você será sempre o
convidado especial.
Então vamos todos começar a comemorar dar as mãos e cantar. E se cantarmos bem
alto o mundo irá ouvir e só basta começar.
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Briga na Festa Junina
No céu, São João, Santo Antônio e São Pedro estavam brigando para ver qual era o
santo mais importante das Festas Juninas:
— Eu sou o santo mais importante das Festas Juninas. As moças me deixam até de
castigo; de ponta cabeça e embaixo da cama. Eu arranjo muitos casamentos sofridamente
e me orgulho disso! — disse Santo Antônio.
— E eu que além de guardar as portas do céu, tenho que confirmar os compadres
que pulam fogueiras, pois a música diz: “ São João falou, São Pedro confirmou, que nós
somos compadres, porque Deus mandou ”! — disse São Pedro.
— Eu também já estou cansado de ler o futuro das pessoas e me acordarem nas
Festas Juninas! — falou São João.
— Xiii! Não estão vendo que a quadrilha vai começar! — exclamou Deus.
E a quadrilha começou. Lindo como nunca. As moças com tranças e vestidos floridos
e os moços com chapéis de palhas, camisa xadrez e calça jeans.
— Quantas guloseimas! Pipocas, paçocas, pamonhas, tapiocas!
— Por isso que você está engordando alguns quilinhos João! — falou São Pedro.
— Mas você não é nenhum santinho, vive alagando a grande São Paulo! – exclamou
São João.
— Agüenta! — gritou Deus
Eu tenho barracas com jogos, como pescaria e argolinhas. E como Deus e os santos
estavam vendo uma Festa Junina lá no Maranhão, a rua ficou repleta de Bois-Bumbá. A
festa estava repleta de bandeirinhas coloridas, também tinha uma fogueira imensa. E se
você quer saber como terminou a briga, Deus deu uma bronca nos santos e eles nunca
mais brigaram.
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Festa de São João
Fui na festa de São João, pra cantar uma canção, e tocar meu violão. Mas chegando
lá esqueci o refrão.
Fui então soltar balão, pois faz parte da tradição, mas tomei cuidado pra não queimar
nada não.
Comi Pipoca Yoki pra ficar bem mais forte e também tomei quentão.
Fui dançar a quadrilha, com uma linda menina, vestida de Festa Junina.
Estava tudo legal, tinha fogos e foguetes na festa do arraial.
Tinha tudo de bom, algodão doce, pé de moleque, vinho e pinhão.
Naquela noite estrelada, toda a criançada brincava animada.
Fui pular a fogueira, queimei meus pés e tive que me jogar na cachoeira.
Saí todo molhado, mas o mais engraçado foi na hora do casamento, quando os
noivos chegaram encima de um jumento.
Veio a melhor parte, teria que ter muita sorte, como toda festa de São João, teve um
bingão e o prêmio seria um computador. Aí fiz uma oração ao querido São João pra
ganhar no bingão. Pena que era muita gente envolvida pra realizar o sonho da minha
VIDA!
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Redação sobre Festas Juninas
A Festa Junina é uma das mais antigas e populares do Brasil.
Ela começa no dia 13 de junho e dura todo o mês.
O céu cheio de estrelas
Parece trazer uma canção
Para comemorar neste mês
Santo Antônio, São Pedro e São João.
Antigamente, os agricultores pediam aos santos uma boa colheita. E para se
protegerem dos maus espíritos, eles usavam bombas e fogos de artifício.
As crianças soltaram bombinhas
Os adultos soltaram rojões
São Pedro respondeu
Com muitos trovões.
São três os santos homenageados nas festas juninas no dia 13, São João, no dia 24,
São Pedro, no dia 25 de junho.
No interior, as festas ainda são muito parecidas com aquelas trazidas da Europa.
Na cidade há uma lei que proíbe soltar balões e fazer fogueiras nas ruas. Mas as
quermesses nas escolas, igrejas e clubes continuam animando o mês.
Na noite de São João
em volta da alegre fogueira
com a turma tocando violão
vamos dançar a noite inteira.
No céu-espada-buscape-balão; na mesa-milho, licor, cocada YOKI. Uma festa típica
de São João, lá fora onde, a fogueira queima chama Maria Helena.
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Festa Junina
Oi meu nome é Sandro Lino da Silva tenho 7 anos
Eu gosto muito do mês de junho porque é comemorada a festa junina e também o
dia dos santos = São João, São Pedro e Santo Antônio.
Quando chega a festa junina as pessoas enfeitam toda a rua com bandeiras balões.
fazem barracas e vendem doces, pipocas, amendoim, pé de moleque e batata doce
assada na brasa da fogueira e toca da música caipira para as pessoas dançarem. eu
gosto muito de estourar bombinhas e buscapés
Eu sei que é um pouco perigoso mais eu tomo cuidado.
Na minha escola todo ano as professoras fazem festinhas pra nós, enfeitam a escola
toda com bandeiras de papel e nós dança quadrilha
Eu já dancei 3 vez mais a vez que eu mais gostei foi o ano passado porque eu fui o
noivo a professora me emprestou o terno porque eu não tinha fiquei bem bonito a minha
noiva também ficou linda esse ano eu quero dançar de novo as professoras, fazem bolo
de fubá e canjica é muito bom
Eu estudo num colégio de freiras elas são muito boazinhas eu queria muito ganhar os
livros pra ajudar a minha escola, porque ela é municipal e nós só temos ajuda do prefeito,
as professoras ia ficar muito feliz se eu desse os livros pra escola.
Se eu ganhar o dinheiro eu vou dar pra minha mãe porque ela tá precisando mais a
minha mãe nunca vai poder me da um. Eu assisto a Fábrica Maluca todo dia daí eu vi a
Eliana falando dessa promoção daí eu escrevi pra ver se eu ganho. A Eliana mandou
pesquisar na internet ou no livro pra saber mais sobre a festa junina mais como eu não
tenho nenhum dos dois eu escrevi o que eu sabia.
Espero que tenha gostado da minha histórinha,
Ficarei muito feliz se eu ganhar
Muito obrigado fiquem todos com Deus.
SANDRO LINO DA SILVA • LUPIONÓPOLIS – PR
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Concurso de Poesias
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Sonho Caipira
S e tem coisa que me anima
É ver uma festa junina
Não sei bem o que me troca
Se o calor da fogueira ou o cheiro da pipoca
120
Festa Junina
F esta de comemoração
E muita animação
Todos reunidos
Para festejar o mês de São João
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Se nóis não recicrá o mundo vai acabá
Q uando chega as festa junina
Fico esperano a sanfona tocá
E só folia e alegria, que o coração chega a apertá
Prá agradecê, no pé do mastro, a coieita eu vô ofertá
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Ao Reciclar, Viver
I
A vontade de viver bem nesta terra
Se encontra lá bem dentro do teu ser
Da consciência soberana que carrega
Dentro dela, reciclado o saber
II
III
IV
M as estamos aguardando
Um milagre acontecer
Com os braços cruzados e sem nada fazer
Assim, os dias vão passando!
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Bibliografia
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MONICA, Laura Della. Manual de folclore. São Paulo: Produções
Audiovisuais Brasileiras, 1976.
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RIBEIRO, Darcy (editor) et al. Suma etnológica brasileira. v. 1.
Etnobiologia. Petrópolis: Vozes/Finep, 1986.
__________. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
RIBEIRO JR., Jorge Cláudio Noel. A festa do povo: pedagogia de
resistência. Petrópolis: Vozes, 1982.
VAZ, Yara Jardim. Danças folclóricas de todos para todos. São
Paulo: Gráfica Carioca, 1956.
WAGLEY, Charles. Uma comunidade amazônica. 2. ed. São Paulo/
Brasília: Ed. Nacional/INL, 1977.
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