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Apostila Com Calculo de Vigas Concreto Armado

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Clculos Estruturais em Concreto Armado: Comparativo entre o clculo manual e

com auxlio de software


Antnio Henrique Correa de Freitas1
Diogo Monsueto dos Santos2
Guilherme Henrique da Silva Moraes2
Igor Soares Cury2
RESUMO:

Os projetos estruturais so os principais responsveis por oferecerem segurana, funcionalidade e


durabilidade para uma construo, bem como atender a todas as necessidades para as quais ser
construda. Devido a importncia e urgncia em sua aplicabilidadeexistem diversos softwares no mercado
que possibilitam que estes clculos sejam executados. Diante disto o desafio deste trabalho verificar se
os resultados obtidos pelo sistema computacional so iguais ou pelo menos prximos aos obtidos atravs
de clculos realizados manualmente.
Palavras-Chave: concreto armado, estrutural, armadura, clculo manual, software Eberick.
ABSTRACT:
Structural Projects are primarily responsible for providing security, functionality and durability for
construction , as well as meet all the needs for which it will be built. Due to the importance and urgency to
run the Structural Calculation , there are various softwares in the market that allow calculations to be
made more easily. The challenge of this work is to verify whether the results obtained by the
computational system are the same or at least similar to those found by calculations performed manually.
Keywords: reinforced concrete, structural, armor, manual calculation, Eberick software.

1 INTRODUO
O clculo estrutural, conhecido tambm como projeto estrutural, nada mais
do que o dimensionamento das estruturas que iro sustentar a edificao e transmitir
seus esforos ao terreno.
Um dos mecanismos mais importantes para que se obtenha a viabilidade do
concreto armado a aderncia entre a armadura de ao e o concreto, uma vez que a
associao destes dois materiais possibilita uma melhor absoro dos esforos
solicitantes.
__________________________________________________
1

Possui graduao em Engenharia Civil pela Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais (1994) e
Especializao em Administrao Financeira (1996). Professor de Concreto Armado 1 do curso de Engenharia Civil
na Faculdade Kennedy.
2
Graduando em Engenharia Civil pela Faculdade Kennedy.
Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014

A associao entre ao e concreto uma tcnica de construo bastante


utilizada principalmente em estruturas, sendo seu dimensionamento e detalhamento
realizados com base em clculos estruturais que so apresentados para execuo em
obras atravs de projetos.
H dcadas atrs, os projetos e clculos estruturais eram realizados em sua
maior parte de forma manual, com auxlio de algumas calculadoras programveis e
rguas de clculo, onde os Engenheiros levavam dias e at mesmo semanas para
obter os resultados que necessitavam para o dimensionamento e detalhamento de seus
projetos.
Com o passar dos anos, os avanos tecnolgicos foram extremamente
importantes para a Engenharia de Estruturas, influenciando de forma significativa e
direta na maneira de como so realizados os projetos estruturais.
Segundo Kimura (2007) praticamente impossvel imaginar clculos
estruturais de grande complexidade sendo elaborados de forma totalmente manual nos
dias de hoje. Para construo de um edifcio, por exemplo, existem vrias etapas que
feitas de forma manual podem levar semanas e comprometer o cronograma do projeto,
por outro lado, importante salientar que a informatizao no veio para substituir os
conceitos do clculoestrutural e sim para aperfeio-los.
Diante das tecnologias disponveis nos dias de hoje, com softwares cada vez
mais avanados, nota-se que oclculo desenvolvido de forma manual no sequer
cogitado ao iniciar-se um novo projeto. Desta forma os responsveis pelos projetos
estruturais acabam se tornando dependentes destas ferramentas, que a princpio,
oferecem praticidade e agilidade quanto ao desenvolvimento do mesmo.
Com o objetivo de compreender melhor os processos para realizao de
clculos estruturais de forma manual e informatizada, foi proposto um modelo
experimental contendo laje, vigas e pilares. Os clculosforam executados atravs do
software Eberick V8 gold (2013), possibilitando assim que os resultados apresentados
fossem comparados aos realizados manualmente. A comparao dos resultados
obtidos permitir avaliar possveis diferenas em relao s reas de ao que sero
aplicadas ao concreto. Esta situao extremamente importante para que se tenha
uma estrutura com segurana, funcionalidade e durabilidade.

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importante ressaltar que obrigatrio seguir as normas estabelecidas pela


NBR (Norma Brasileira) 6118/2014para se dimensionar e detalhar uma estrutura em
concreto armado sejade forma manual ou informatizada.
2ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO
As estruturas em concreto armado esto cada vez mais presentes no dia-adia das pessoas, basta olhar ao redor que fcil deparar-se com algum tipo de
construo feita com esta soluo estrutural, pois se trata de um material que tem
aceitao mundial devido a sua facilidade de aplicao e seu custo-benefcio.
Para Bastos (2006), a necessidade de se associar ao concreto um material
com alta resistncia trao (no caso o ao) simplesmente devido ao fato de o
concreto ser um material que apresenta alta resistncia s tenses de compresso e
baixa resistncia trao. Esse material composto (concreto e armadura) denomina-se
concreto armado, onde o concreto absorve as tenses de compresso e as barras de
ao da armadura absorvem as tenses de trao.
No entanto, no basta apenas a juno entre esses dois materiais,
imprescindvel que haja aderncia entre o ao e o concreto, pois essa propriedade a
responsvel pela transferncia das tenses de trao no absorvidas pelo concreto s
barras da armadura, garantindo assim o funcionamento conjunto dos dois materiais.
Segundo Ducatti (1993) para que se possa chegar aos resultados de
ancoragens e emendas atravs das barras da armadura extremamente importante o
conhecimento relacionado ao comportamento entre a barra e o concreto ao seu redor,
sendo possvel realizar o clculo para as deflexes considerando o efeito de
enrijecimento por trao e controle da fissurao, identificando assim a quantidade
mnima de armadura a ser utilizada.
De acordo com Tassios (1979) para que se tenha uma ligao ao-concreto
eficiente importante que esta seja quantificada em relao tenso de aderncia
versus deslizamento, pela qual a variao da tenso que surge na interface do ao com
o concreto seja expressa devido sua variao.
Entende-se que quando o deslizamento atinge valor mximo, haver a
ruptura da aderncia, o que est associado de certa forma deformao e fissurao.
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Para que sejam evitadas situaes como estas, so apresentados em normas e


procedimentos de projeto estrutural, alguns valores limites a serem utilizados para
efeitos de dimensionamento e detalhamento de estruturas.
2.1 O Projeto Estrutural
O projeto estrutural para edificaes consiste basicamente no prdimensionamento dos elementos estruturais (lajes, vigas, pilares e fundaes), anlise
dos deslocamentos e esforos solicitantes da estrutura, dimensionamento e
detalhamento das armaduras.
Conforme Kimura (2007), para que o projeto estrutural seja de boa
qualidade, a estrutura deve atender a trs requisitos principais, capacidade resistente,
desempenho em servio e durabilidade.
Devido complexidade e importncia de que os clculos estruturais
possuem no processo de concepo de uma obra, nas ltimas dcadas houve um
grande avano no desenvolvimento de softwares para projetos estruturais. No entanto,
ao optar-se pela utilizao de meios informatizados, os modos de clculos que eram
utilizados antigamente acabaram se extinguindo, provavelmente pela demora que eram
realizados e pela possibilidade de erros mais constantes.
Diante disto foi executado o clculo estrutural para um modelo qualquer
proposto, servindo como exemplo para a comparao dos resultados que cada um dos
meios de clculo (informatizado e manual) apresentou. Sero objetos de anlises as
reas de ao encontradas no dimensionamento das lajes, vigas e pilares, uma vez que
as cargas utilizadas para todos os elementos sero consideradas as mesmas, tanto
para o modo informatizado quanto para o manual.
Atualmente existem inmeros programas computacionais que so adotados
para o clculo de estruturas em concreto armado, dentre eles foi escolhido o software
Eberick V8 Gold (2013) para execuo do modelo proposto. Os clculos manuais
foram desenvolvidos com conhecimentos adquiridos em diversas disciplinas do curso
de Engenharia Civil, destacando-se a disciplina de Concreto Armado, que possibilitou a
realizao dos procedimentos e mtodos adotados para a obteno dos resultados.

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2.2 Dados do Projeto


O modelo escolhido como exemplo foium exerccio dado em sala de aula
pelo professor Ronilson Flvio de Souza, porm foram feitas algumas alteraes
referentes s cargas adotadas, utilizando-se ento apenas a planta baixa como modelo
de estudo para o presente trabalho. O projeto arquitetnico proposto constitudo de
duas lajes macias, sete vigas e onze pilares, cada qual com suas respectivas
dimenses ecargas aplicadas.
Nas figuras 1 e 2 tem-se o exemplo do projeto arquitetnico que ser
utilizado para o desenvolvimento dos clculos estruturais, sendo o mesmo para o
realizado manualmente e atravs do software Eberick V8 Gold, demonstrando ainda o
posicionamento das lajes, vigas e pilares a serem dimensionados e suas armaduras
respectivamente.

Figura 1 Planta Baixa criada atravs do software Autocad 2011


Fonte: Ronilson Flvio de Souza

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Figura 2 Perspectiva 3Dcriada atravs do software Autocad 2011


Fonte: Ronilson Flvio de Souza

De acordo com Botelho e Marchetti (2011), para obter-se um bom projeto


estrutural recomendada a integrao das atividades de projeto na rea de estruturas
com os outros participantes, sejam projetistas, arquitetos e at mesmo os prprios
engenheiros.
Para que se inicie qualquer projeto estrutural indispensvel a utilizao de
um projeto arquitetnico j elaborado previamente, pois ao analis-lo o engenheiro
capaz de elaborar uma soluo preliminar para a estrutura a ser implantada, assim
como os estudos geotcnicos o possibilita estudar o tipo de fundao ideal para o
empreendimento.
2.3 Lajes
As placas de concreto armado so denominadas de laje, sendo definidas
como elementos de superfcie plana solicitadas predominantemente por cargas normais
ao seu plano. Normalmente as lajes so destinadas a receber cargas verticais que
atuam nas estruturas, sendo estas transmitidas para seus apoios, geralmente vigas e
pilares.
A carga total utilizada para o clculo da laje 1 foi de 745 Kgf/m 2 e para a laje
2 de 1.120kfg/m2, considerando uma sobrecarga de 250 kgf/m2 cada e o fck do
concreto de 25 MPa. Ambas as lajes foram calculadas como sendo macia e sem
engastes, com espessuras de 15 e 30 cm, para laje 1 e laje 2 respectivamente.

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Utilizando o software Eberick V8 Gold, foi necessrio primeiramente


carregar o projeto arquitetnico elaborado previamente para que se iniciasse a entrada
grfica com as informaes da estrutura a ser calculada. As lajes foramprdimensionadas uma de cada vez, sendo que o tipo de laje a ser utilizada j tinha sido
definido anteriormente, bem como sua espessura e as cargas que atuam nas mesmas.
Aps a insero dos dados, verificou-se os resultados de clculo na planilha
de

dimensionamento

de

lajes

gerado

pelo

programa,

qual

possibilitoua

identificaodos momentos fletorespara determinada laje, bem como a verificao da


rea de ao recomendada para combater a trao existente devido ao momento
mximo atuante.
Definido o dimensionamento das lajes, foi gerado o relatrio de dados, que
apresenta as informaes inseridas para cada laje do painel, sendo descrito os tipos
das lajes, as sees transversais e o carregamento distribudo por metro quadrado
sobre as mesmas, conforme apresentado na tabela 1 abaixo.

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Tabela 1 Dados para clculo das lajes


Fonte: Eberick V8 - Gold

O relatrio de resultados gerados apresentado a seguir na tabela 1.2,


contendo os esforos e os resultados finais obtidos no dimensionamento das lajes 1 e
2. Este relatrio possui as informaes de espessura da laje, carregamento e esforos
atuantes utilizados para dimensionamento das armaduras longitudinais positivas
obtidas no clculo, armaduras efetivas e a flecha mxima da laje.

Tabela 1.2 rea de ao para as lajes


Fonte: Eberick V8 - Gold

Aps os resultados obtidos pelo software Eberick referentes mesma planta


apresentada anteriormente, foram realizados de forma manual os clculos para
obteno da rea de ao.Este procedimento possibilitou a anlise comparativa entre
ambos os meios utilizados para o clculo das lajes.
Primeiramente foram verificados os deslocamentos limites (ou flechas) para
que se tenha conhecimento do estado limite de deformaes excessivas da estrutura
em servio. Dentre as diversas tabelas existentes para facilitar os clculos, foi escolhida
a Tabela de Bares (1970), que deduziu os valores da equao da placa para diversas
condies de contorno, tanto para o clculo dos esforos quanto para o clculodas
flechas. De acordo com a NBR 6118/2014 a flecha final deve ser comparada flecha
limite, e esta deve ser 2,46 vezes maior que a flecha elstica inicial, caso no seja

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atendida deve-se calcular uma contra flecha de maneira que no ultrapasse o valor da
flecha limite.
Diante destes critrios foi encontrado para a laje 1 e laje 2 os valores de 2,21
cm e 4,5 cm para a flecha no tempo infinito, sendo necessrio o uso de contra flechas
de 1,5 cm e 3 cm, atendendo assim as condies impostas pela norma em vigor.
Areade ao encontrada para a laje 1foi de 7,41 cm2 e 1,71 cm2 em direo
aos eixos x e y respectivamente, e para a laje 2 foi obtida uma rea de 6,41 cm 2 para
cada um dos eixos, conforme apresentado na tabela 1.3 abaixo.
RESULTADOS DA LAJE
fck = 25 Mpa

Ao: CA-50

cobr = 2.50 cm

Laje

Espessura
(cm)

Carga
(kgf/m2)

Mdx
Mdy
(kgf.m/m) (Kgf.m/m)

L1

15

745

3521

L2

30

1.120

6720

Asx

Asy

Contra
Flecha

880

7,41
cm2/m

1,71
cm2/m

1,5 cm

6720

6,41
cm2/m

6,41
cm2/m

3 cm

Tabela 1.3 Resultados obtidos atravs de clculos manuais


Fonte: Elaborada pelos autores

A tabela 1.4 mostra as reas de ao encontradas para cada um dos modos


calculados, tendo a mesma como base para a comparao entre eles.
CLCULO DA LAJE - EBERICK x MANUAL

EBERICK
LAJE

MANUAL

Asx

Asy

Contra
Flecha

Asx

Asy

Contra
Flecha

L1

8,64 cm2/m

2,98 cm2/m

2,5 cm

7,41 cm2/m

1,71 cm2/m

1,5 cm

L2

9,54 cm2/m

10,05 cm2/m

4 cm

6,41 cm2/m

6,41 cm2/m

3 cm

Tabela 1.4 Comparativo entre resultados Eberick x Manual


Fonte: Elaborada pelo autores

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Diante dos dados obtidos referentes s reas de ao das lajes, o clculo


manual apresentou uma quantidade de ao menor do que a gerada pelo Eberick para
ambas as lajes. Como se sabe que em uma estrutura de concreto armado o ao tem
como funo bsica resistir aos esforos de trao, pode-se dizer ento que a rea de
ao gerada pelo software Eberick V8 Gold apresenta uma quantidade de ao
desnecessria, uma vez que o modo calculado manualmente tambm atende as
normas estabelecidas pela NBR 6118/2014, sendo este o mais econmico devido aos
custos dos materiais de armao.
2.4 Vigas
De acordo com a NBR 6118/2014 as vigas so definidas como elementos
lineares em que a flexo preponderante, sendo que o comprimento longitudinal
supera em pelo menos trs vezes a maior dimenso da seo transversal.
Primeiramente foi executado o clculo atravs do software Eberick V8
Gold, onde foram inseridos os dados das vigas a serem calculadas. Para este
procedimento foi necessrio inserir as vigas uma a uma, porm devido ao cumprimento
e cargas iguais, algumas foram pr-dimensionadas de forma idnticas. Alm do
posicionamento correto das vigas na estrutura, foram inseridos alguns dados no
software, como por exemplo, o tipo de viga, a seo (base e altura) e as cargas
atuantes, para cada uma das sete vigas.
Na figura 3 so apresentadas todas as vigas que foram utilizadas para o
clculo da armadura, sendo detalhado o seu cumprimento, base, altura e os respectivos
pilares que as mesmas so apoiadas.
A tabela 2 mostra os resultados gerados pelo software Eberick, onde
apresenta as reas de ao necessrias para cada viga calculada. importante ressaltar
que neste procedimento, todos os clculos foram realizados pelo software, sendo
necessria apenas a insero dos dados utilizados como pr-dimensionamento para
obteno dos resultados gerados.

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Relao das Vigas para Clculo

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Figura 3 Formas e sees das vigas para clculo


Fonte: Eberick V8 - Gold

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Tabela 2 reas de ao para as vigas


Fonte:gerados
Eberick V8
- Gold
Aps a obteno dos resultados
pelo
Eberick, foram realizados de

forma manual os clculos. Os dados utilizados para os clculos foram os mesmos


inseridos no software, possibilitando uma melhor comparao entre ambos os modos.
Ao realizar os clculos manuais, primeiramente foram identificados alguns
dados como, por exemplo, a classe do concreto, do ao e do cobrimento, a forma
estrutural do tabuleiro com as dimenses preliminares da planta, as reaes de apoio
das lajes, as cargas das paredes por metro quadrado e as dimenses das sees
transversais das vigas j pr-dimensionadas.
Antes de calcular as armaduras foi verificado se a seo transversal era
suficiente para resistir aos esforos de flexo e cisalhamento, identificando se seria
necessria a utilizao de armadura simples ou dupla.Logo aps essa verificao, foi
calculada a armadura para combater os esforos por trao atuantes ao longo da viga.
Este procedimento possibilitou a comparao entre as reas de aos geradas pelo
software e as encontradas manualmente.
Na tabela 2.1, so apresentados os resultados que foram encontrados no
clculo manual.

Resultados das Vigas


fck=25MPa
ao CA-50

cob. = 3 cm

Viga

Seo

V1

15 x 67

V2
V3

15 x 55
15 x 55

V4

15 x 67

V5

15 x 67

V6

15 x 88

V7

15 x 71

Md (kgf.m)
9168
7173
6048
6048
9168
7173
9168
7173
15591
15420
5368
8423

As (cm2)
3,47
2,69
2,82
2,82
3,47
2,69
3,47
2,69
4,44
4,39
1,86
2,97

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Tabela 2.1 Resultados obtidos atravs de clculos manuais


Fonte: Elaborada pelos autores

Diante dos resultados obtidos, percebe-se uma pequena diferena em


relao rea de ao gerada pelo software e a obtida manualmente, sendo que para o
primeiro mtodo a quantidade apresentada maior que para o segundo, mesmo esta
diferena sendo mnima. Desta forma, assim como nos resultados apresentados pelas
lajes, o software proporciona uma rea de ao desnecessria e antieconmica em
relaoao modo manual, uma vez que ambos os modos calculados atendem as normas
prescritas na NBR 6118/2014. A tabela 2.2 abaixo mostra o comparativo entre ambos
os mtodos na qual poder perceber-se a diferena entre as reas de ao encontradas.
CCULO DAS VIGAS - EBERICK X MANUAL
EBERICK
As (cm2)

MANUAL
As (cm2)

3,66

3,47

2,79

2,69

V2

2,97

2,82

V3

2,97

2,82

3,66

3,47

2,79

2,69

3,66

3,47

2,79

2,69

4,62

4,44

4,57

4,39

1,91

1,86

3,06

2,97

Viga
V1

V4
V5
V6
V7

Tabela 2.2 Comparativo entre resultados Eberick x Manual


Fonte: Elaborada pelo autores

2.5 Pilares

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Os pilares so definidos pela NBR 6118/2014 como sendo elementos


lineares de eixos retos, usualmente dispostos na vertical, em que as foras normais de
compresso so preponderantes. A funo principal destes elementos receber as
aes atuantes nos diversos nveis e conduzi-las at as fundaes.
Assim como nos demais elementos estruturais calculados anteriormente foi
realizado primeiramente os clculos atravs do software Eberick V8 Gold. Os dados
inseridos para clculo foram o tipo de seo, base e altura. Para este projeto foi
alocado um total de 11 pilares que iro sustentar as cargas atuantes ao longo da
estrutura.
A tabela 3 apresenta os resultados gerados pelo programa, assim como a
carga normal utilizada para clculo e a armadura necessria para combater os esforos
de trao.

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Tabela 3 reas de ao para os pilares

Para desenvolver os clculos


manuais foram utilizados os mesmos dados
Fonte: Eberick V8 - Gold
inseridos no software Eberick. Primeiramente foramcalculados os esforos solicitantes
(fora normal), o ndice de esbeltez, o momento fletor, a esbeltez limite, o momento de
2 ordem e por fim a armadura. Todos estes procedimentos foram executados de
acordo com o pr-dimensionamento da seo do pilar tendo como base o projeto
arquitetnico elaborado previamente e de acordo com a NBR 6118/2014.
A tabela 3.1 mostra os resultados encontrados aps a realizao dos
clculos de forma manual.

Resultados Pilares
Pilar

Seo (cm)

Altura
(cm)

Fora Normal Momento Fletor


As (cm2)
Nd - tf
(Kgf.m)

P1

20 X 20

280

12,30

2526

5,75

P2

20 X 20

280

55,50

1267

4,10

P3

20 X 40

280

29,50

8589

6,57

P4

20 X 20

280

12,40

1774

2,46

P5

20 X 20

280

55,50

1267

4,10

P6

20 X 20

280

75,98

619

3,03

P7

20 X 20

280

25,80

625

0,82

P8

20 X 20

280

12,30

2526

5,75

P9

20 X 20

280

55,50

1267

4,10

P10

20 X 40

280

29,50

8589

6,57

P11

20 X 20

280

9,80

1300

1,64

Tabela 3.1 Resultados encontrados atravs de clculos manuais


Fonte: Elaborada pelos autores

Diante dos resultados apresentados, percebe-se uma variao em relao


ao modo de clculo que determina uma maior rea de ao.Os pilares P1, P2, P4, P5,
P7, P8, P9 e P11, por exemplo, apresentaram uma rea de ao maior no software do
que no clculo manual, porm os pilares P3, P6 e P10 obtiveram uma armadura maior
Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014

calculada manualmente, conforme mostra a tabela 3.2. Como se trata de uma diferena
mnima para estes pilares, a quantidade de ao para determinao da armadura no
sofre influncia significativa. Pode-se dizer ento que assim como no clculo dos
demais elementos estruturais apresentados anteriormente, o resultado gerado pelo
software Eberick V8 Gold apresenta uma quantidade de ao desnecessria, tornandose antieconmica em relao ao modo calculado manualmente.

Clculo dos Pilares Eberick x Manual

EBERICK

MANUAL

As (cm2)

As (cm2)

P1

6,28

5,75

P2

7,74

4,10

P3

6,03

6,57

P4

6,28

2,46

P5

7,74

4,10

P6

2,89

3,03

P7

1,57

0,82

P8

6,28

5,75

P9

7,74

4,10

P10

6,03

6,57

P11

6,28

1,64

Pilar

Tabela 3.2 Comparativo entre resultados Eberick x Manual


Fonte: Elaborada pelos autores

3 CONSIDERAES FINAIS
O presente estudo abordou uma anlise comparativa entre dois mtodos
utilizados para elaborao de projetos estruturais, apresentando os resultados
encontrados para cada elemento estrutural e obedecendo as normas estabelecidas
pela NBR 6118/2014.O trabalho consistiu na determinao da rea de ao obtida para
Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014

cada elemento, servindo como parmetro de comparao entre os modos de clculo


manual e atravs do software.
Analisando os resultados obtidos em geral, percebe-se que o clculo feito
atravs do software Eberick V8 Gold apresentou maiores reas de ao para cada
elemento estrutural, sendo economicamente invivel em relao ao modo manual, pois
quanto menos ao se utilizar mais significativa ser a economia do valor gasto na
execuo da obra.Porm como as diferenas encontradas na maioria dos elementos
estruturais deste trabalho foram mnimas, no seria considerada uma economia
significativa para o projeto arquitetnico proposto.
Desta forma a maneira mais gil, segura e econmica para execuo de um
projeto estrutural aquela que se utiliza de algum software confivel, pois alm da
eficincia para execuo dos clculos a possibilidade de erros e falhas devido ao
trabalho manual muito menor. importante ressaltar ainda que o software apenas
um sistema que tem algumas informaes alimentadas pelos usurios, ou seja, a
utilizao de uma ferramenta computacional apenas um auxlio ao profissional, que
quando a utiliza de maneira responsvel e criteriosa, proporciona enormes vantagens a
elaborao de um projeto, principalmente em relao produtividade, qualidade e
segurana. extremamente importante manter o programa sempre atualizado com as
normas em vigor.
Diante do exposto, pode-se concluir que o software Eberick V8 Gold o
mais recomendado para a elaborao do projeto estrutural propostoem comparao ao
clculo manual, pois alm de apresentar uma margem de erros menor, o mesmo
proporciona ao usurio uma eficcia muito maior. No entanto, ressalta-se a importncia
que tem o Engenheiro Civil na elaborao de um projeto estrutural, pois cabe ao
mesmo executar todas as funes que exigem raciocnio, lgica e discernimento,
tornando o software apenas uma ferramenta auxiliar para a elaborao do projeto.
4REFERNCIAS
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6118: Projeto de
estruturas de concreto - procedimentos. Rio de Janeiro, 2014.

Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014

BASTOS, Paulo Srgio dos Santos. Fundamentos do Concreto Armado. 2006. 98 f.


Estruturas de Concreto I, Curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia, da
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